NA MÁXIMA FORÇA FC PORTO PARTE HOJE PARA A BIELORRÚSSIA ONDE VAI TENTAR BATE(R) BORISOV
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D I Á R I O N AC I O N A L
Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |
Ano CXLVI | N.º 247
Segunda-feira, 24 de novembro de 2014
PASSOS NÃO QUIS COMENTAR DETENÇÃO DE JOSÉ SÓCRATES
AGUARDAR EXPL!CAÇÕES O primeiro-ministro diz que a detenção do ex-chefe do Governo José Sócrates (foto) cabe à justiça e não à política e sublinha que em Portugal as instituições funcionam e respeitam a separação de poderes. “É um processo que cabe à justiça, não cabe à política nesta altura”, disse Passos Coelho, destacando que “em Portugal, as instituições funcionam e funcionam com respeito pela separação de poderes”. “Não foi uma coisa trivial, mas não é matéria que, por enquanto, diga respeito à política. Diz respeito à Justiça e é a Procuradoria-Geral da República que deverá dar ao país as explicações que se impõem. Ao país compete aguardar as decisões que a Justiça terá”, acrescentou o chefe do Governo...
CANELAS
População não desarma e novo padre volta a sair escoltado da igreja
BICAMPEÃO
Hamilton vence em Abu Dhabi e festeja mais um título mundial de F1
BLOCO
IX Convenção Nacional terminou sem uma liderança confirmada
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014
População de Caneças não se conforma…
Em Vila do Conde
Padre voltou a sair escoltado O novo padre de Canelas, em Vila Nova de Gaia, voltou a sair da igreja escoltado pela GNR e sob protestos da população, que quer o regresso do antigo pároco, destituído pela Diocese do Porto. Desde que o padre Albino Reis tomou posse, a 09 de novembro, centenas de populares concentram-se, domingo após domingo, à porta da Igreja de Canelas, não assistindo à Eucaristia, assobiando e gritando “o padre é só um, Roberto e mais nenhum”, obrigando a intervenção policial. A decisão de afastar o padre Roberto de Sousa da paróquia de Canelas foi tomada em finais de julho pela Diocese do Porto, à qual responde o bispo do Porto, tendo chegado a haver um recuo a meio de setembro, mas a determinação ficou concretizada no início de novembro. Por este motivo, a população de Canelas decidiu não assistir às homílias enquanto não obtiver uma explicação “legítima” pela Diocese do Porto e os catequistas, leitores, acólitos e ministros de comunhão
Três jovens de nacionalidade turca tiveram de ser resgatados pela Polícia Marítima do miradouro da praia da frente urbana de Vila do Conde que, com a preia-mar ao início da tarde, acabou rodeado de água. “Cinco jovens, de nacionalidade turca, estavam na varanda da praia de frente urbana de Vila do Conde. Com a preia-mar entraram em pânico por terem ficado rodeados de água”, explicou o comandante da Polícia Marítima da Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Dois dos jovens conseguiram chegar até à praia sem ajuda, mas a Polícia Marítima teve de “passar uma corda” para ajudar os restantes a sair “em segurança para o areal”. Por precaução, os dois primeiros a sair da água foram encaminhados para o hospital. Dois dos indivíduos são estudantes em Erasmus.
Fiscalização na feira da Vandoma
PSP deteve 15 pessoas
BISPO DO PORTO. António Francisco dos Santos continua com um problema muito complicado em Canelas, uma vez que a população não aceita a troca dos padres… demitiram-se das suas funções, afirmou o responsável pelo movimento “Uma Comunidade Reage!”, Miguel Rangel. Agora, os habitantes de Canelas estão a recolher testemunhos para um livro a oferecer ao padre destituído, num jantar agendado para 06 de dezembro, numa homenagem aos oito anos de “dedicação” à paróquia. Ao longo de meses, o movimento “Uma Comunidade Reage!” organizou um cordão humano, uma vigília, uma marcha
silenciosa e recolheu 5800 assinaturas para um abaixo-assinado que, posteriormente, entregou ao bispo do Porto numa reunião. O bispo do Porto, António Francisco dos Santos, em anterior comunicado enviado às redações, divulgou que pediu ao padre Roberto de Sousa para assumir “uma nova missão” na Vigariaria de Lousada ou do Marco de Canaveses. O mesmo sacerdote salientou que ao deixar Canelas não queria assumir trabalho paro-
quial, preferindo ser capelão militar ou hospitalar, frisou António Francisco dos Santos. E acrescentou: “Quero que o Padre Roberto sinta que procuro o seu bem, que atendo à sua proposta, feita no primeiro encontro que teve comigo, e que acredito que irá fazer do seu melhor no novo trabalho que me disse gostar. Manifesteime disponível para a partir de 30 de outubro fazer o decreto de nomeação e lhe conferir posse do novo múnus”.
Arménio Carlos na marcha nacional de luta no Porto
“Governo tem de cumprir decisão” O secretário-geral da CGTP-IN exigiu que o governo cumpra “de imediato” a decisão do provedor de justiça quanto à revisão da lei dos contratos de inserção que deu razão àquela estrutura sindical. “A CGTPIN exige que o governo cumpra a decisão do provedor e, de imediato, crie as condições para que estes desempregados passem para o quadro de efetivos dos respetivos serviços”, afirmou o sindicalista no discurso que rematou o segundo dia de marcha nacional de luta, que decorreu no Porto. Arménio Carlos lembrou que sexta-feira foi dado “provimento à queixa apresentada pela CGTP-IN contra o governo, pela escandalo-
Jovens turcos resgatados pela Polícia Marítima
sa utilização dos desempregados na ocupação de postos de trabalho permanentes nos serviços da administração pública e nas IPSS, a pretexto do chamado programa emprego-inserção”. “Ainda na sexta-feira o provedor de justiça deu razão à queixa apresentada pela CGTP. (…) Entendemos que não pode ficar só pelo registo, mas tem que haver uma rápida resposta por parte do governo para cumprir com aquilo que foi a determinação”, havia defendido no início da marcha que contou com algumas centenas de manifestantes contra o orçamento de 2015. O Provedor de Justiça deu sextafeira razão à exposição apresenta-
da há alguns meses pela CGTP, na qual a estrutura sindical defendia a alteração do regime legal que regulamenta os contratos empregoinserção e emprego-inserção+ na Administração Pública. Reiterando ao rejeição ao orçamento de estado de 2015, que “dá continuidade ao memorando da ‘troika’ e vida ao tratado orçamental”, Arménio Carlos sublinhou ser tempo de “dizer basta” e de juntar “todos contra a coligação de interesses políticos”. Uma coligação que, acrescentou, “ainda esta semana levou mais uma vez os deputados do PSD e do PS, não a juntarem-se para reclamar a reposição dos salários e das pensões retirados aos trabalhadores da
administração pública e do setor empresarial do estado”. “Mas pelo contrário, para apresentar uma proposta para reposição das subvenções vitalícias aos antigos deputados e que só não passou devido ao levantamento de indignação que se verificou a nível nacional”, frisou. Para Arménio Carlos “este é mais um exemplo” de que quando há protesto e indignação, “mais cedo ou mais tarde” se conseguem atingir os objetivos da população e dos trabalhadores. “Eles recuaram, não foi por vontade própria. Eles recuaram porque sabiam que havia um país inteiro contra esta proposta e havia um país inteiro a rejeitar esta mesma proposta”, concluiu.
A PSP do Porto divulgou ter apreendido mais de três mil artigos falsificados e detido 15 pessoas durante uma operação de fiscalização à feira da Vandoma que se realiza todos os sábados na zona das Fontainhas, Porto. O Comando Metropolitano do Porto revela, em comunicado, que durante este fim de semana, a PSP do Porto levou a cabo duas operações que “tiveram como objetivo a prevenção e combate à criminalidade assim como a fiscalização rodoviária e em feiras de forma a promover o sentimento de segurança junto dos cidadãos”. Das operações desenvolvidas pelo efetivo da 1.ª Divisão Policial e da Divisão de Trânsito resultaram 35 detenções, das quais 13 por contrafação e usurpação de direitos de autor, 12 por condução sob o efeito de álcool, quatro por tráfico de estupefacientes, três por posse de arma proibida, um por furo, um por uso de documento alheio e um por condução sem habilitação legal. Foram apreendidos mais de 2500 DVD, 655 CD, nove armas brancas, 37 documentos de viaturas, seis perfumes, 328 doses de haxixe e 18 de anfetaminas. Na operação rodoviária, das 735 viaturas controladas 158 encontravam-se a circular em excesso de velocidade, foram fiscalizados 248 condutores e respetivas viaturas e levantados 194 autos por infrações ao código de estrada.
regiões
Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014
O Primeiro de Janeiro | 3
Alunos da básica de Camarate têm aulas em contentores há quase seis anos
Escola para breve Pelo CPCJ de Monção
Crianças sinalizadas com explicações grátis
Crianças sinalizadas pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Monção estão a ter explicações gratuitas de matemática e físico-química, com o apoio de professores do Banco Local de Voluntariado. Segundo o presidente da CPCJ de Monção, José Carlos Vale, o programa «Raiz Quadrada» está a decorrer desde o início do ano letivo, com dez crianças e jovens sinalizadas por aquela estrutura, que apresentam dificuldades de aprendizagem naquelas disciplinas.”Para já estão dez crianças mas este número pode ainda vir a aumentar”, disse.
No dia 30 de novembro
Feira do Vinil regressa ao LxFactory
A 2.ª edição da Feira do Vinil chega à LxFactory, em Lisboa, a 30 de novembro, das 11h00 às 19h00, e visa juntar “o maior número de amantes de música” neste formato, informou, ontem, a organização. O evento, organizado pelo LxMarket em parceria com a editora Record a Day, tem também como objetivo “reunir o máximo de lojas de vinil e equipamentos, distribuidoras, editoras independentes, colecionadores e privados que queiram divulgar o seu trabalho”, segundo a nota divulgada. A primeira edição decorreu em meados de março.
Câmara de Loures diz que escola custará cerca de dois milhões de euros e deve estar pronta até 2016. Dias de chuva sem recreio têm sido a realidade dos alunos de uma escola básica de Camarate, em Loures, que estudam há quase seis anos em contentores e anseiam pela construção de um novo equipamento, já anunciado pela Câmara. Em 2009, o edifício que acolheu durante várias décadas a escola básica n.º 1 de Camarate foi desativado e os alunos transferidos “provisoriamente” para contentores instalados em frente ao antigo estabelecimento. Seis anos depois, cerca de uma centena de alunos do primeiro ciclo e do pré-escolar continuam a estudar em contentores, mas com a promessa da Câmara de Loures de que terão brevemente uma escola nova. A notícia foi recebida com bastante satisfação pelos responsáveis do estabelecimento escolar, que se queixam das atuais condições. “Tem sido bastante difícil, nomeadamente em tempos de calor, quando há problemas com o ar condicionado. No inverno a água entra, forma grandes poças de água e é difícil os meninos virem ao recreio”, conta Branca Neves, adjunta da direção do
CAMARATE. Construção da nova escola básica é considerada pela Câmara de Loures como “prioritária e urgente” Agrupamento de Escolas de Camarate. Dentro de uma das salas de aula, já habituadas a esta realidade, as crianças de uma turma do terceiro ano escrevem no caderno as palavras ditadas pela professora, aguardando pelo toque para almoço. À semelhança das salas de aula e da biblioteca, também o refeitório funciona num espaço improvisado, que vai “remediando”. Cá fora, no pátio, a vereadora da Educação da Câmara de Loures, Maria Eugénia, diz que a intenção da autarquia, liderada
pelo PCP desde outubro de 2013, é que a nova escola, orçada em cerca de dois milhões de euros, esteja concluída até 2016. “Vamos construir um edifício de raiz garantido as condições básicas que a escola pública tem e merece. Estamos neste momento a preparar os planos e os projetos”, adianta a autarca. Maria Eugénia Coelho lamenta o facto de a situação se ter arrastado durante tantos anos e refere que o aluguer durante seis anos dos contentores correspondeu a um encargo de cerca de meio mi-
lhão de euros. “Há um conjunto de alunos que nunca frequentaram o ensino básico para além dos contentores. Não conhecem outra escola, o que é triste e dramático até”, observa. A construção de uma nova escola básica em Camarate é considerada pela Câmara de Loures como “prioritária e urgente”, pelo que o executivo aprovou recentemente, para o efeito, um empréstimo de 12 milhões de euros. No estabelecimento escolar estudam 70 alunos do 1.ºciclo e 25 do pré-escolar.
Trabalhadores da Scotturb anunciam paragem
Greves para o Natal e Passagem de Ano Os trabalhadores da transportadora rodoviária Scotturb, que opera nos concelhos de Cascais, Oeiras e Sintra decidiram fazer greve a 24 e 25 de dezembro e 1 de janeiro para exigir aumentos dos salários e melhores condições laborais. A decisão resultou de uma reunião de plenário de trabalhadores, que decorreu no sábado à noite, para agendar novos protestos contra o “desrespeito da empresa para com os funcionários”, disse, ontem, Luís Venâncio, da Federação de Sindicato de Transportes e Comunicações (Fectrans). De acordo com o sindicalista,
GREVE. Scotturb, que opera nos concelhos de Cascais, Oeiras e Sintra, enfrenta três dias de paragem
os trabalhadores daquela empresa que opera no distrito de Lisboa querem “melhoria de salário, atualização do valor da diuturnidade, pagamento justo do valor de subsídio de agente único, reposição do pagamento do valor do tempo suplementar e melhoria das condições de trabalho”. “Há funcionários que trabalham mais seis horas em tempo suplementar e que não são pagos por um valor justo. Não temos condições dignas de trabalho e isto mantém-se desde que esta administração tomou posse, há mais ou menos 10 anos”, afirmou Luís Venâncio.
O sindicalista adiantou ainda que os horários de intervalo foram sendo reduzidos e que os trabalhadores já não usufruem dos 15 minutos permitidos entre serviços para verificar viaturas. Segundo Luís Venâncio, estas exigências já vêm sido feitas há vários anos, o que tem motivado vários protestos, mas a administração da empresa “recusa-se ao diálogo”. Os trabalhadores agendaram, por isso, greve para o dia 24 e 25 de dezembro e 1 de janeiro. A Scotturb abrange um universo de cerca de 250 trabalhadores.
nacional
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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014
Passos Coelho e a detenção de José Sócrates
Banca tem obrigações
“Respeito pela separação de poderes” O primeiro-ministro diz que a detenção do ex-chefe do Governo José Sócrates cabe à justiça e não à política e sublinhou que em Portugal as instituições funcionam e respeitam a separação de poderes. “É um processo que cabe à justiça, não cabe à política nesta altura”, disse Passos Coelho, em declarações aos jornalistas, em Estarreja, Aveiro. Por outro lado, o primeiro-ministro frisou que “em Portugal, as instituições funcionam e funcionam com respeito pela separação de poderes”. Passos Coelho sublinhou que é a Procuradoria Geral da República que deverá dar as explicações que se impõem e frisou, sobre a detenção de José Sócrates, não é algo de trivial. “Não quero fazer comentários. Sabemos que o que aconteceu não foi uma coisa trivial, mas não é matéria que, por enquanto, diga respeito à política. Diz respeito à Justiça e é a Procuradoria-Geral da República que
JOSÉ SÓCRATES. O ex-primeiro-ministro foi detido pelas autoridades e já passou duas noites nas instalações do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, em Moscavide deverá dar ao país as explicações que se impõem. Ao país compete aguardar as decisões que a Justiça terá”, disse. O primeiro-ministro falava aos jornalistas na inauguração da unidade de cuidados continuados e do lar residencial do Centro Social e Paroquial de Santa Marinha de Avanca, concelho de Estarreja. Para Passos, “é muito importante que os portugueses se apercebam que as instituições em Portugal funcionam com respeito pela separação de poderes” e “não cabe ao governo estar a comentar nenhum caso em particular”, seja em “investigações conduzidas que visam apurar o que se terá passado com altos dirigentes de organismos públicos relevantes, seja no que se está a passar agora” (com o antigo primeiro-ministro). “Não são assuntos de que devamos ter estados de alma e eu não sou comentador, sou primeiro-ministro. Como
tal compete-me assegurar que todas as instituições funcionam nos termos em que devem e é o que julgo está a acontecer. Aguardaremos com serenidade que a Justiça faça o seu caminho e dê as explicações que entenda serem necessárias para que o país fique a saber o que se passa, devidamente informado”, respondeu Passos Coelho, perante a insistência dos jornalistas. O primeiro-ministro considerou ainda que “seria muito mau que, a propósito de um ou outro caso particular, os poderes públicos e os políticos entendessem fazer comentários” sobre o sistema judicial. “Creio que a Justiça não está fora da discussão política, porque faz parte da sociedade, mas não devemos estar a discutir as decisões da Justiça quando elas estão ainda a decorrer e não o devemos fazer perante casos particulares”, concluiu.
José Sócrates foi detido na sexta-feira, no aeroporto de Lisboa, quando regressava de Paris. Os interrogatórios dos detidos iniciaram-se na sexta-feira, e prosseguiam ontem, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa. Sócrates, que passou as duas últimas noites nas instalações do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, em Moscavide, encontrava-se ainda detido à hora de fecho desta edição, aguardando pelas medidas coação determinadas pelo juiz Carlos Alexandre. O inquérito teve origem numa comunicação bancária efetuada ao DCIAP, anunciou a Procuradoria-Geral da República no sábado. Na mesma nota à imprensa, a PGR esclareceu que o inquérito “investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível”.
IX Convenção Nacional do Bloco de Esquerda
Liderança continua por definir A IX Convenção Nacional do BE terminou sem uma liderança confirmada do partido, após um empate entre as listas de João Semedo e Catarina Martins e a de Pedro Filipe Soares na eleição para a Mesa Nacional. No final de dois dias de disputa acesa no Pavilhão do Casal Vistoso, as duas listas principais elegeram ambas 34 representantes para aquele que é o órgão máximo do partido entre convenções e de onde sairá a próxima Comissão Política. Apesar deste empate, a linha política defendida por Semedo e Martins na “moção unitária em construção” recebeu o apoio da maioria dos delegados, com 266 votos, contra os 258 alcançados pela moção “Bloco plural”. Já as moções minoritárias “Refundar o Bloco” e “Reinventar o Bloco” elegeram respetivamente sete e quatro dos agora 79 membros da Mesa Nacional do BE. Na intervenção de encerramento da Convenção, o coordenador da Comissão Política cessante João Semedo começou
por chamar todos os eleitos para os órgãos de direção do BE e apelou ao fim da disputa interna em nome da unidade. “A partir da cultura de unidade, a Mesa Nacional deve definir o modelo de representação pública do partido que melhor corresponda ao debate da Convenção e ao resultado das votações que aqui fizemos. É esse o nosso apelo”, afirmou Semedo. Por seu lado, Luís Fazenda, apoiante da moção de Pedro Filipe Soares, considerou que “neste momento é prematuro falar acerca do desenlace”. “No BE, a coordenação não é uma figura estatutária e será uma escolha política da Mesa Nacional”, afirmou o fundador do BE aos jornalistas, notando que “há quatro moções que elegeram delegados” e “será no debate entre as quatro moções que se fará essa escolha”. No mesmo sentido, o líder parlamentar e candidato a coordenador, Pedro Filipe Soares, afirmou que cabe à nova Mesa Nacional deliberar e recusou fazer “prog-
nósticos na política”. “A Mesa Nacional com toda a sua liberdade e capacidade decidirá sobre a Comissão Política e a par disso sobre o modelo de coordenação, será em breve e todos poderão falar sobre essa matéria”, declarou. Sobre a sua continuidade à frente dos destinos da bancada, Pedro Filipe Soares assinalou que “essa é uma tarefa como outras”, que ocupa “enquanto o partido achar que vale a pena”, ressalvando que isso não esteve em discussão nesta reunião magna. Para debater a futura liderança – e o modelo de coordenação partilhada, que também dividiu na Convenção das duas principais moções – a nova Mesa Nacional já tem reunião prevista para o próximo fim de semana. A IX Convenção aprovou também alterações estatutárias que alteram a forma de eleição da Comissão Política. De acordo com as novas regras, a Comissão Política é eleita observando a regra da
paridade 50/50, “tendo em conta a proporcionalidade dos resultados eleitorais das moções apresentadas à Convenção Nacional”. Se para a Mesa Nacional se registou um empate entre as listas propostas pela Moção E e pela Moção U, na votação das moções de orientação política os delegados preferiram por oito votos a estratégia dos coordenadores cessantes. No discurso de encerramento dos trabalhos, João Semedo prometeu que o BE irá reforçar a “luta social” e estará nas ruas em defesa dos direitos dos trabalhadores para “romper com a austeridade”. O dirigente bloquista disse que o PS terá que enfrentar o Bloco de Esquerda nas ruas se, quando for governo, disser que não tem dinheiro para aumentar salários ou baixar impostos. Para além do Governo PSD/CDS-PP, o BE definiu como alvo o próximo governo PS “no primeiro dia em que [o secretário-geral do PS] António Costa” diga que o “não há dinheiro para criar emprego, para aumentar os salários
Suspeitas têm de ser “informadas de imediato”
A banca tem, desde 01 de março deste ano, a obrigatoriedade de “informar de imediato” o Procurador-Geral da República (PGR) e a Unidade de Informação Financeira sempre que suspeite de operações de branqueamento de capitais. A imprensa diária dá conta que foi uma comunicação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ao Ministério Público a alertar para a transferência de milhares de euros para a conta bancária do ex-primeiro-ministro José Sócrates que levou à sua detenção. No sábado, a PGR esclareceu que o “inquérito a José Sócrates teve origem numa comunicação bancária efetuada ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) em cumprimento da lei de prevenção e repressão de branqueamento de capitais”. De acordo com um aviso do Banco de Portugal (BdP), datado de fevereiro último relativo à Lei N.º 25/2008, que estabelece as regras de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento de terrorismo, a banca tem de “informar de imediato” o PGR e a Unidade de Informação Financeira (UIF) “sempre que tome conhecimento, suspeite ou tenha razões para suspeitar que (...) está em curso, foi tentada ou teve lugar uma operação suscetível de configurar a prática” daqueles crimes. Esta é uma das medidas previstas no reforço das regras contra a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo, que em março entraram em vigor. Entre as várias obrigações a que os bancos estão sujeitos, consta a identificação pelas instituições financeiras de quem pretenda fazer um depósito em dinheiro em montantes iguais ou superiores a 10 000 euros, mesmo que através de várias operações. Ou seja, os bancos têm de pedir o nome do depositante e um documento de identificação. O dever de identificação é também a alargado a quem faça um depósito em numerário no montante igual ou superior a 5000 euros numa conta que não seja a sua, caso os sistemas internos de alerta do banco indiciarem suspeitas de “risco elevado” de branqueamento de capitais ou de financiamento de terrorismo. “Sempre que as instituições de crédito tenham razões para suspeitar da ocorrência de fracionamento de depósitos em numerário em contas tituladas por terceiros”, de forma a não atingirem o limite os valores acima referidos, “devem aqueles proceder à extração de cópia do documento de identificação do depositante ou a recolha dos dados eletrónicos nele contidos”, refere a Lei.º 25/2008. De acordo com o diploma, no caso de “relações de negócio e transações ocasionais com pessoas politicamente expostas residentes em território nacional e com titulares de outros cargos políticos ou públicos”, se for identificado “um risco acrescido” de branqueamento de capitais, os bancos devem ter em atenção “o tipo e as características do cargo que determinou” o estatuto, “designadamente o volume de rendimentos associado, o nível de senioridade e de influência, ainda que informal”. O branqueamento de capitais “é o processo pelo qual os autores de algumas atividades criminosas encobrem a origem dos bens e rendimentos (vantagens) obtidos ilicitamente, transformando a liquidez proveniente dessas atividades em capitais reutilizáveis legalmente, por dissimulação da origem ou do verdadeiro proprietário dos fundos”, explica o BdP na sua página eletrónica. “O processo de branqueamento pode englobar três fases distintas e sucessivas, a fim de procurar ocultar a propriedade e a origem das vantagens ilícitas, manter o controlo das mesmas e dar-lhes uma aparência de legalidade”, adianta o supervisor. De acordo com uma lista de exemplos de potenciais indicadores de suspeição apresentados pelo BdP constam clientes que, “sem uma explicação plausível”, movimentem numerário “em montantes pouco usuais” ou “em montantes não justificados pelo perfil do cliente”, entre outros.
Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014
economia
O Primeiro de Janeiro |
Juncker apresenta ao Parlamento Europeu pano fundamental da sua Comissão
300 mil milhões de euros para investir Hoje, líder da Comissão Europeia enfrenta moção de censura. Amanhã, Estrasburgo recebe a visita do Papa Francisco. Margrethe Vestager teme aumento de preços
Fusões preocupam
A comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, considera que eventuais fusões na indústria das telecomunicações poderão levar a “preços altos e menor escolha”. De acordo com a agência financeira Bloomberg, que cita uma entrevista ao Spiegel, ontem, Margrethe Vestager defende um maior controlo nos processos de fusão nas telecomunicações. Para a comissária europeia, uma eventual onda de concentrações no setor poderá levar a “preços altos” nas ofertas de telecomunicações e a “uma menor escolha”. A Europa tem sido palco de uma onda de consolidação do setor nos últimos dois anos, com Portugal incluído, como a fusão da Optimus com a Zon, que culminou na operadora NOS. Este ano, o setor passa por nova agitação, com o interesse na PT Portugal pelo grupo francês Altice e pelos fundos Apax Partners e Bain Capital. Há dois dias, a Altice, do bilionário Patrick Drahi, admitiu um eventual interesse na operadora de telecomunicações francesa Bouygues Telecom, depois de concluir a compra da também francesa SFR, numa operação de cerca de 18,5 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual (23 mil milhões de dólares). A SFR ocupa o segundo lugar e a Bouygues Telecom é terceira no mercado
do grupo Liberdade e Democracia, de Nigel Farage, que conseguiram recolher as assinaturas necessárias junto de parlamentares eurocéticos e de extrema-direita não inscritos, como Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional. A moção de censura à «Comissão Juncker» será votada quintafeira, não devendo conseguir a maioria de dois terços dos votos expressos necessários. Não deverá contar com os votos dos socialistas e do Partido Popular Europeu (PPE), que apoiam o executivo comunitários, e os deputados mais à esquerda deverão recusar aliar-se à extrema-direita. Em alternativa, as forças à esquerda propuseram não formalmente - a criação uma comissão de inquérito ao «Lux Leaks», mas a maior parte dos grupos não apoiaram.
A próxima sessão plenária do Parlamento Europeu prevê-se animada, entre a visita do Papa, a moção de censura à Comissão a propósito do escândalo «Lux Leaks» e a apresentação, por Juncker, do pacote de investimento de 300 mil milhões de euros. Além dos trabalhos parlamentares habituais, a sessão de novembro do Parlamento Europeu (PE), que decorre esta semana em Estrasburgo, era aguardada com expectativa pela visita do Papa Francisco, amanhã. Mas a sucessão de acontecimentos fará com que a ida do chefe máximo da Igreja Católica decorra numa semana cheia, com a votação da moção de censura à equipa liderada por Jean-Claude Juncker, que não deverá passar, e os detalhes sobre o plano da «Comissão Juncker» para investir 300 mil milhões de euros (públicos e privados) na economia europeia nos próximos três anos.
Estratégia a três anos
Moção em debate
Hoje, Juncker e todos os 27 comissários participam no debate sobre a moção de censura, repetindo o que aconteceu em 2005, quando perante uma moção Durão Barroso se apresentou com toda a equipa perante os eurodeputados. Esta moção de censura está relacionada com os acordos secretos feitos entre o Luxemburgo e mais de 300 multinacionais para pagarem menos impostos, quando Juncker era primeiro-ministro, e o seu texto considera “intolerável que uma pessoa que foi responsável por uma agressiva evasão fiscal seja presidente da CE”. Quando o escândalo rebentou, poucos dias depois de Juncker ter tomado posse, o Grupo da Esquerda Unitária - que integra PCP e Bloco de Esquerda - lançouse numa recolha de apoios com vista à moção de censura. Mas foram os eurocéticos populistas de direita,
JUNCKER. Apresenta, quarta feira, plano de investimento de 300 mil milhões de euros, para aplicar em três anos
Em Amesterdão
Mota-Engil África entra hoje na bolsa As ações da Mota-Engil África, subsidiária do grupo para o continente africano, começam a negociar na bolsa de Amesterdão hoje, às 9h00 locais (08h00 em Lisboa), a um preço de 11,50 euros por ação. “A Mota-Engil África tomou a decisão de solicitar a admissão das suas ações à negociação no mercado regulamentado gerido pela Euronext Amsterdam N.V., tendo já sido
recebida uma decisão favorável desta entidade”, referiu a Mota-Engil num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Contrariamente aos planos iniciais, a entrada da Mota-Engil África em bolsa não implicará uma venda de novas ações, o que só deverá acontecer em 2015. “Não serão emitidas novas ações da Mota-Engil África nem haverá lugar a qualquer oferta pública ou particular de ações anterior ou simultânea à admissão”, adiantou ao mercado.
Um dia antes da votação da moção de censura, na quarta feira, Juncker dá a conhecer aos eurodeputados umas das «bandeiras» para o seu mandato à frente da Comissão Europeia, o plano de investimento de 300 mil milhões de euros. A promessa tinha sido de revelar os detalhes desse plano “antes do Natal”, mas as propostas concretas chegam ainda mais cedo do que era esperado. Além das áreas a que os fundos se destinarão, falta sobretudo saber como será financiando o plano a três anos que visa puxar pela economia europeia, que corre o risco de entrar numa nova recessão, e que parte será dinheiro «novo», quando os Estados-membros se confrontam com dificuldades financeiras e os mais folgados, como a Alemanha, parecem poucos dispostos a pôr mais dinheiro. Por isto, há críticos que afirmam que pode tornar-se um “exercício de engenharia financeira”. Informações apontam para que o plano inclua verbas do orçamento comunitário e do Banco Europeu de Investimento, que deverá ter um novo aumento de capital, podendo ser criados novos instrumentos para alavancar o investimento. Certa é a ideia, inerente ao plano, de que atraído pelo investimento público virá dinheiro dos privados.
6 | O Norte Desportivo
desporto
Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014
Britânico vence Grande Prémio de Abu Dhabi e entra na história da Fórmula 1
Hamilton, o novo bicampeão do mundo Ao vencer o último GP da temporada, o piloto da Mercedes conquistou o seu segundo campeonato do mundo de Fórmula 1. O britânico Lewis Hamilton, ao volante de um Mercedes, sagrou-se ontem pela segunda vez campeão do Mundo de Fórmula 1, ao vencer o Grande Prémio de Abu Dhabi, 19.ª e última prova do campeonato. À entrada para a derradeira prova, Hamilton precisava apenas de ser segundo para conseguir o segundo ceptro mundial, após o conquistado em 2008, mas acabou por ganhar no circuito de Yas Marina, terminando as 55 voltas em 1h39.02,619, numa prova que liderou desde o arranque, sucedendo a Sebastian Vettel, que venceu os últimos quatro Mundiais. O alemão Nico Rosberg, que estava a 17 pontos de Hamilton, teve problemas no seu Mercedes e acabou por terminar a prova a mais de uma volta de Hamilton.
À entrada da época de Fórmula 1 de 2007, a McLaren estava a despedirse do finlandês Kimi Raikkonen, de saída para a Ferrari, e do colombiano Juan Pablo Montoya, a caminho do NASCAR, e por isso precisava de dois pilotos. Apostou em Hamilton para fazer equipa com o espanhol Fernando Alonso, então campeão em título. A primeira época de Hamilton na F1, em 2007, foi de estrondo: terminou no pódio nas primeiras nove corridas da temporada, incluindo dois segundos lugares e duas vitórias: a primeira da carreira no GP do Canadá e a segunda no dos Estados Unidos. Um problema mecânico em Interlagos custou-lhe o título e Raikkonen foi campeão por apenas um ponto. No ano seguinte, em 2008, já sem Alonso na McLaren, Hamilton também chegou à última corrida, no Brasil, à beira do primeiro. Com uma vantagem de sete pontos, o britânico apenas precisava de ficar em quinto para erguer o troféu. Na última volta estava num incrível sexto lugar, mas uma ultrapassagem de última hora a Timo Glock deu-lhe o primeiro título por apenas um ponto. Por um se perde e por um se ganha.
Mais uma lenda
Fim do reinado de Vettel
Lewis Hamilton nasceu no país que mais campeões do mundo de Fórmula 1 produziu (10) e os britânicos sempre procuraram nele um sucessor das suas «lendas» do automobilismo: o “novo Jackie Stewart”, o “novo Jim Clark” ou o “novo Nigel Mansell”. Para o estatuto de Hamilton muito contribuiu a sua ascensão quase “meteórica”. Em 1995, dois anos depois dos primeiros passos nos karts, ergueu o troféu de campeão do Reino Unido, numa cerimónia que viria a marcar a sua carreira. Presente no evento estava o patrão da McLaren, Ron Dennis, de quem Hamilton se aproximou e disse: “Um dia quero correr para si”. Ron Dennis deu-lhe um autógrafo e na dedicatória escreveu que Hamilton lhe deveria “telefonar dentro de nove anos”. Menos de três anos depois já Ron Dennis tinha assinado contrato com Hamilton, para o programa juvenil da McLaren-Mercedes, com o objetivo assumido de o transformar num campeão do mundo.
FÓRMULA 1. Hamilton precisava apenas de ser segundo para conseguir o segundo ceptro, mas acabou por ganhar no circuito de Yas Marina
Treino do FC Porto
Todos disponíveis antes da viagem para Minsk
O FC Porto voltou, ontem, a treinar com todo o plantel disponível, na véspera de viajar para a Bielorrússia, onde, amanhã, defronta o BATE Borisov, na quinta jornada da Liga dos Campeões. À semelhança do que tinha acontecido na véspera, o treinador Julen Lopetegui voltou a ter todos os jogadores disponíveis, algo que tem sido raro esta temporada. Os «dra-
gões» treinam, hoje, às 9h30, no Estádio do Dragão, partindo às 13h00 rumo a Minsk, onde têm chegada prevista para as 20h10 locais (menos três em Portugal). O plantel “azul e branco” não fará o treino de ambientação à Arena de Borisov, com Lopetegui e um jogador a fazerem a antevisão da partida num hotel de Minsk às 21h30 locais (18h30). Já apurado, o FC Porto procura garantir o primeiro lugar do Grupo H. O encontro está marcado para as 17h00 de Lisboa e será arbitrado pelo romeno Ovidiu Hategan.
Em pleno reinado de Sebastien Vettel (Red Bull) – campeão de 2010 a 2013 - a McLaren não parecia ter condições de voltar a dar a Hamilton um carro para lutar pelo título. Em setembro de 2012, o britânico anunciou que iria correr pela Mercedes a partir do ano seguinte. Pela marca alemã, Hamilton ganhou na Hungria e fez outros quatro pódios, o que lhe valeu o quarto lugar no campeonato de 2013. Na época de 2014, com a Fórmula 1 a digerir novas alterações técnicas (motores V6 híbridos), cedo se percebeu que a Mercedes estava muitos furos acima de qualquer outra escuderia. Isso significou uma nova - e intensa - luta com Nico Rosberg, que só terminou ontem, com o alemão a terminar a corrida a mais de uma volta com problemas no seu carro. Pelo caminho, Hamilton já se estabeleceu como o piloto britânico com maior número de vitórias na F1. Tem 33 vitórias, mais duas do que Nigel Mansell e mais seis do que Jackie Stewart.
Suíça alcança primeira Taça Davis da sua história
Federer inédito
Roger Federer deu, ontem, a primeira Taça Davis em ténis à Suíça, um dos poucos títulos que faltava na sua carreira e que junta a 17 torneios do Grand Slam, 23 Masters 1000 e a outras 42 provas ganhas. Aos 33 anos, a Roger Federer ficou a faltar apenas uma medalha de ouro olímpica, que viu o britânico Andy Murray «roubar-lhe» nos Jogos de Londres em 2012. Depois de ter perdido claramente o primeiro jogo da final com França e disputada em Lille, o único cedido pela Suíça, contra Gael Monfils, Federer, número dois mundial, precisou de uma hora e 52 minutos para bater Richard Gasquet, por 6-4, 6-2, 6-2, dando o ponto decisivo à Suíça. “Trabalhámos muito para isto. Trabalhei durante 15 anos nesta competição, mas nunca estive tão próximo como este fim de semana. Estou muito contente por ter jogado bem hoje [ontem] e orgulhoso por toda a equipa”, afirmou Federer. O suíço considerou que este é “um momento histórico” para o país, que apenas tinha estado uma vez na final da Taça Davis, que perdeu frente aos EUA de Agassi, Sampras, Courier e McEnroe, e deixou elogios para o compatriota Stanislas Wawrinka: “ele jogou incrivelmente bem neste fim de semana”.
Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014
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IMPRENSA DA VENEZUELA DEFENDE JOSÉ SÓCRATES
“É um líder perseguido” A imprensa venezuelana destacou a detenção do ex-primeiro ministro português, José Sócrates, vincando, no entanto, que “é um líder perseguido” e que é a primeira vez que ocorre uma “chocante detenção” de “um antigo chefe de Governo em Portugal”. “José Sócrates é um líder perseguido pela sombra da dúvida, o seu nome também circulou no escândalo ‘Face Oculta’ que envolveu 36 acusados por uma rede de tráfico de influências, fraude, corrupção e branqueamento de dinheiro, entre eles Armando Vara, amigo de Sócrates e ex-ministro do Governo de António Guterres (1995-2002)”, diz o diário El Universal. Segundo jornal “o dirigente socialista de 57 anos, tem-se visto questionado” noutros processos, entre eles pela “duvidosa obtenção do seu título de engenheiro numa universidade privada” e “pelo caso imobiliário Freeport (…) iniciado por uma denúncia anónima em 2004”. “Investigou-se, concretamente, o papel de Sócrates na atribuição de licenças de construção deste centro comercial numa área próxima a um espaço protegido ao estuário do Tejo. Depois de anos de investigação o assunto foi arquivado sem nem sequer o dirigente socialista comparecer perante a Justiça”. O jornal diz ainda que “a oposição e a imprensa portuguesa especularam” em relação à obtenção do título de engenheiro porque um dos seus professores era militante socialista e precisa que também houve escutas telefónicas por alegadas compensações ilícitas a um parque tecnológico do ex-futebolista Luís Figo a troco de apoio na campanha eleitoral de 2009. “No entanto todos os acusados por este processo acabaram por ser absolvidos em 2013. Outro caso, com Sócrates pelo meio, foi o da entrada da operadora Portugal Telecom na Média Capital, filial de Prisa e dona da TVI (…) parte da imprensa associou-o com o caso Monte Branco, uma mega-investigação sobre fraude fiscal e branqueamento de capitais na qual está envolvido Ricardo Salgado, antigo líder do extinto Banco Espírito Santo”, afirma o mesmo jornal. O diário El Nacional destaca que “detêm o ex-primeiro ministro português José Sócrates por causa de fraude”, sublinhando que o político luso “visitou o ex-Presidente Hugo Chávez em 2010” e que esteve no cargo entre 2005 e 2011. Segundo o Notitarde, “Sócrates, nascido em 1957, é considerado um dos ‘barões’ do Partido Socialista português” e em 2005 “ganhou as eleições com maioria absoluta”. Por outro lado o diário El Clarín destaca que o político português “e outras três pessoas foram detidas numa investigação por suspeitas de fraude fiscal, corrupção e branqueamento de dinheiro”.
Jerónimo de Sousa culpa últimos governos
“Alastramento da rede de corrupção”
O secretário-geral do PCP culpou os últimos governos da esquerda e da direita de responsáveis pelo “alastramento da rede de corrupção” no país. Num comício realizado no Lugar da Estrada, concelho de Peniche, o líder comunista defendeu que há uma “degradação da situação política e institucional, e particularmente da ação governativa e de um Governo sem autoridade e credibilidade” provocadas pelo “visível alastramento das redes de corrupção, da proliferação das teias, de negociatas, de compadrios, de fraudes e evasões fiscais que são de ontem e que são de hoje”. Jerónimo de Sousa apontou como exemplos atuais os casos dos ‘vistos gold’ e a “detenção de altas figuras do Estado”. “Os vistos dourados são a imagem de marca deste Governo PSD/ CDS-PP e revelam-se uma porta aberta ao branqueamento de capitais, através
da aquisição de património de luxo e uma fonte de corrupção”, disse. O secretário-geral do PCP recuou mais no tempo e considerou que tem havido uma “política ao serviço da recuperação capitalista e de reconstrução de grandes grupos económicos monopolistas e do seu domínio protagonizada por sucessivos governos”, tanto do PS como do PSD/CDS-PP. Jerónimo de Sousa deu como exemplos os casos do BPN, BPP, BCP e BES. Para o líder comunista, esses partidos “não governam para o povo, mas para defender interesses dos poderosos por opção e por conveniência própria”, acrescentando que a eventual privatização da TAP “é mais um crime contra os interesses nacionais”. Segundo Jerónimo de Sousa, o caso dos ‘vistos gold’ “mostra bem que este governo não tem condições para continuar à frente dos destinos do país e
a credibilidade das instituições não se repõe com a saída de um ministro, mas com a demissão de todo o Governo”. O comunista voltou a pedir eleições antecipadas, apelo que não tem sido ouvido pelo Presidente da República que, segundo o dirigente, “é cúmplice e tem deixado degradar a situação nacional”. “São precisas respostas claras e não jogos de sombra”, afirmou o líder comunista, que logo deixou várias questões à audiência: “Como foi possível o envolvimento ao nível do topo das figuras do Estado? Quem deu instruções para agilizar os procedimentos para fazer andar os vistos? Quem conduziu o SIS [Serviço de Informações de Segurança], que, sublinho, depende diretamente do primeiro-ministro, para fazer a limpeza de provas no computador do chefe?”. Jerónimo de Sousa falava num comício para mais de 250 pessoas, entre militantes e simpatizantes.
Surto de ‘legionella’ em Forte da Casa
Moradores querem “vigiar” ADP
Um grupo de moradores da freguesia do Forte da Casa, uma das mais afetadas pelo surto de ‘legionella’, reuniu-se para criar uma Comissão que monitorize no futuro o funcionamento da empresa Adubos de Portugal. Na sexta-feira, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, declarou extinto o surto de ‘legionella’, sublinhando que os resultados laboratoriais apontam para uma relação entre as bactérias encontradas numa torre de refrigeração da empresa Adubos de Portugal e as recolhidas para análise de doentes. Na sequência dessa oficialização um grupo de cerca de duas dezenas de moradores reuniu-se na junta de freguesia do Forte da Casa, concelho de Vila Franca de Xira, para conversar sobre o surto e para manifestar o receio de que situações semelhantes se repitam. Foi ainda entregue uma folha a cada um dos presentes com vista à recolha de assinaturas para entregar na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Em declarações após o final da reunião, Pedro Fonseca, um dos responsáveis por este encontro, explicou que um dos objetivos é criar uma Comissão de moradores que exija junto da Câmara de Vila Franca de Xira todas as informações sobre a atividade laboral da ADP, de forma a terem garantias de que esta cumpre todas as regras de segurança. A reunião decorreu no edifício da junta e juntou cerca de duas dezenas de moradores, a maior parte deles residentes a poucos metros da fábrica Adubos de Portugal (ADP), apontada como a responsável pela propagação do surto
de ‘legionella’, que infetou 336 pessoas e originou a morte a 10. “Queremos garantias de que está a laborar de forma correta. Queremos ter acessos aos relatórios de atividade para poder comprovar estão a cumprir a legislação”, apontou. Contudo, o morador, que reside a 200 metros da ADP, admite que um dos objetivos de médio prazo é que a fábrica possa ser deslocalizada. “Não queremos viver toda a vida com a fábrica ao pé de casa. Não dizemos que é necessário encerrar já a ADP, mas defendemos que haja um plano gradual de transição e que no futuro possa ser deslocalizada”, sublinhou. Outro morador, Diogo Henriques, contou que os problemas relacionados com a ADP “já são antigos” e que os moradores sempre tiveram muitas dúvidas da atividade da fábrica. “De há uns três, quatro anos para cá notávamos que a ADP emitia um fumo laranja que
nos sujava as varandas e a roupa. Com esta notícia da ‘legionella’ percebemos que isto é muito grave e já não é uma questão de nos sujar ou não a roupa”, afirmou. Presente na reunião esteve uma das 336 vítimas da ‘legionella’ que revelou ainda estar de baixa e à espera de ter condições físicas para voltar ao trabalho. “Trabalho desde os 14 anos e esta é a primeira vez que estive de baixa. Estive internada apenas quatro dias, mas ainda me sinto debilitada”, contou Cristina Monteiro. Para já, Cristina Monteiro não tenciona recorrer à justiça, até porque não acredita “que consiga alguma coisa”: “Para perder tempo e dinheiro? O mais provável é não ter direito a nada”, justificou. O surto de ‘legionella’, detetado no dia 07 deste mês em duas freguesias de Vila Franca de Xira, já infetou 336 pessoas e originou a morte de 10.