MUNDIAL NO INVERNO FIFA aprova nova data para o Qatar mas ligas europeias estão contra
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DIÁRIO NACIONAL
Ano CXLVII | N.º 45
Quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Nuno Crato reconhece taxa elevada de retenções mas deixa o aviso...
SÓ PASSA
QUEM S ABE n O ministro da Educação reconhece que a taxa de retenção nas escolas portuguesas é muito elevada, mas recusa uma diminuição de chumbos “de forma artificial”, voltando a defender que só passa quem sabe. “Nós queremos que os alunos passem, mas que passem sabendo”, destaca Nuno Crato...
SÓCRATES
CONTINUA EM PREVENTIVA n Ao contrário de João Perna, José Sócrates e Carlos Santos Silva vão continuar em prisão preventiva no âmbito do processo “Operação Marquês”
PORTO
Fantasporto já arrancou com Extreme horror no Teatro Rivoli
GRÉCIA
BCE, FMI e Eurogrupo aprovam lista de medidas apresentadas pelo governo
SAMPAIO
Antigo Presidente da República honoris causa pela UPorto
2 | O Primeiro de Janeiro
local porto
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015
Fantasporto arrancou ontem no Rivoli
“Extreme horror”antecipa abertura O 35.º Festival Internacional de Cinema do Porto arrancou ontem, no Rivoli – Teatro Municipal, com a série de filmes “Extreme horror”, que vai antecipar a abertura oficial do Fantasporto, marcada para sextafeira. A partir das 21h30, o grande auditório do Rivoli recebeu “Asmodexia”, de Marc Carreté, seguindo-se “Beautiful People”, de Brini Amerigo, obras que marcam o arranque de “um programa extremamente recente capaz de provocar arrepios ao mais experiente espetador de filmes
FANTASPORTO. O Festival Internacional de Cinema do Porto arrancou ontem no Rivoli, mas a abertura oficial está marcada para sexta-feira
de terror”, nas palavras da organização. Hoje (quarta-feira), o “Extreme horror” prossegue com “Hunger Z (Hunger of the Dead)”, do japonês Naoto Tsukiashi, e “The Dead II:
India”, de Howard J. Ford e Jonathan Ford, enquanto amanhã (quintafeira) o público do Fantasporto vai poder assistir a “Lost After Dark”, de Ian Kessner, e a “Mexico Barbaro”, um filme composto por oito partes
realizadas cada qual pelo seu realizador. A abertura oficial do evento vai decorrer na noite de sexta-feira, com o candidato sul-coreano aos Oscars, “Haemoo”, enquanto horas antes será
Rota das Amendoeiras regressa à CP
IPO-Porto estará patente na Estação de Metro de São Bento, Porto, até 31 de março, com inauguração marcada para hoje. A mostra, que reúne trabalhos da fotógrafa Liliana Nicolau, sob a curadoria de Jorge Velhote, assinala os 20 anos do Serviço de Cuidados Paliativos e os 40 anos do IPO-Porto. A iniciativa é do Serviço de Cuidados Paliativos do IPO-Porto, “o maior e mais antigo do País”, e pretende ser uma ação de sensibilização e de desmistificação do que são os cuidados paliativos. Para o diretor do Serviço de Cuidados Paliativos do IPO-Porto, Ferraz Gonçalves, o grande objetivo dos cuidados paliativos é “ajudar as pessoas a viver tão ativamente quanto possível quando a doença e o sofrimento as atormenta. É libertar as pessoas desse sofrimento que não lhes permite usufruir da sua vida e da convivência com os seus. Os cuidados paliativos são humanismo, mas também são ciência. É esta união que faz a diferença. E esta união está ao serviço da vida”. “As imagens captadas funcionam como a verdade de alguém que vê, sente e vive a doença do lado de fora, de um lado observador, mas que não é distante, nem consegue ser imparcial, pois, quando se conclui o registo fotográfico de um projeto documental, passamos a ser pessoas diferentes do que quando começamos”, descreve a fotógrafa.
Prazo alargado para o Rosa Mota
possível ver em grande ecrã clássicos como “O Mundo a Seus Pés”, de Orson Welles, ou “Top Hat”, de Mark Sandrich, protagonizado por Fred Astaire e Ginger Rogers. A 35.ª edição do Fantasporto, que termina a 08 de março, vai homenagear o produtor e realizador português Fernando Vendrell, num evento que vai exibir 57 filmes nacionais. Adicionalmente, o festival conta com uma lista de convidados nacionais e estrangeiros que ultrapassa os 100, entre realizadores, protagonistas e representantes dos filmes presentes. Para além da continuação do Encontro Nacional de Escolas e Cursos de Cinema, o Fantasporto vai estrear uma “Bolsa de Guiões”, e que, segundo a diretora Beatriz Pacheco Pereira, “pode ter textos desde contos, romances, argumentos”, entre outros. Na semana passada, Beatriz Pacheco Pereira sublinhou que o festival vai ter um total de 103 sessões, com 173 filmes, 97 dos quais inéditos em Portugal, tendo realçado que “se não forem comprados não passarão no circuito comercial”.
BREVES FMUP assinala 190 anos
A diretora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) diz que a escola “mantém-se na linha da frente do ensino médico e da investigação em Portugal”, mas admitiu que “os cortes orçamentais, que restringiram em 20% a verba disponível nos últimos dois anos, podem vir a ameaçar a qualidade da formação médica”. A propósito dos 190 anos de existência da faculdade, que se assinalam hoje, Maria Amélia Ferreira sublinhou que a FMUP vive “no limiar do esforço, mas com grande compromisso institucional”. As comemorações têm início às 10h00, na Aula Magna da FMUP, e, além da intervenção de boas-vindas da diretora da Faculdade, Maria Amélia Ferreira, o Dia da FMUP 2015 contará também com a alocução do reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, e com a com a participação de Paulo Cunha e Silva, vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto. Na sessão serão impostas as insígnias aos novos doutores e atribuídos prémios aos melhores estudantes de Medicina do ano de 2013/2014, de entre os quais se destaca o concedido pela Fundação Professor Ernesto de Morais (FPEM), no valor de 2500 euros, que distingue o melhor estudante na área da Genética.
A CP – Comboios de Portugal vai organizar, nos sábados 7, 14, 21 e 28 de março, as tradicionais excursões às amendoeiras floridas das regiões do Alto Douro e Trás-os-Montes, que incluem viagens em comboio especial, complementadas por autocarro. O passeio inicia-se na estação de Porto/Campanhã às 07h05, a bordo de um comboio especial, formado por carruagens de 1.ª e 2.ª classe, que chega à estação do Pocinho às 10h10, prosseguindo depois em autocarro, por um dos três percursos disponíveis para escolha. No regresso, a partida do Pocinho está prevista para as 19h50, e a chegada a Porto/ Campanhã às 23h10. O preço do programa, que inclui as viagens de comboio e autocarro, para os adultos, varia entre 38 e 36 euros, no caso da Rota A, e entre 36 e 34 euros, no caso das Rotas B e C, dependendo da classe escolhida, enquanto para as crianças o preço é idêntico nas três rotas e varia entre 20 e 19 euros, para viagens em 1ª ou 2ª classe, respetivamente.
Exposição em São Bento
Uma exposição fotográfica, intitulada “20:40”, que retrata o dia-a-dia do Serviço de Cuidados Paliativos do
O prazo do concurso para a reabilitação e exploração do Pavilhão Rosa Mota, no Porto, foi alargado, na sequência de questões colocadas pelos potenciais concorrentes, confirmou fonte oficial da Câmara Municipal. A mesma fonte sublinhou que tal procedimento é normal e sucede na maioria dos concursos de grande dimensão. Em setembro do ano passado, o presidente Rui Moreira anunciou a abertura de um concurso público internacional para reabilitar e explorar o Pavilhão Rosa Mota, sem intervir nos jardins e deixando ao município a hipótese de integrar 25% do consórcio vencedor. O prazo apontado pelo autarca na altura para a “duração máxima” da reabilitação dizia respeito não apenas às obras que se vão limitar a reabilitar o imóvel e adaptá-lo como centro de congressos, mas a todo o processo burocrático. “Daqui por três anos, este equipamento pode estar a funcionar em pleno”, adiantou então, em conferência de imprensa. Rui Moreira observou que o concurso pretende “assegurar a reabilitação do edifício” e adequar o “espaço a novos requisitos técnicos que permitam que seja um pavilhão com a valência de centro de congressos”. O mesmo a explicou ainda que a Câmara pode “vir a integrar o consórcio vencedor através de uma participação até ao
máximo de 25%”. A decisão depende “de quem vier a ser o vencedor, das suas competências e do projeto que for escolhido por um júri independente”, esclareceu.
Votos de pesar na Póvoa
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim aprovou votos de pesar pela morte dos três pescadores poveiros no naufrágio da embarcação “Santa Maria dos Anjos”, em janeiro, ao largo de Sintra. Apesar do acidente ter ocorrido a 14 de janeiro passado e de os corpos dos pescadores ainda estarem desaparecidos, a autarquia poveira reconheceu que “já não restam esperanças” de encontrar sobreviventes. Na embarcação navegavam ainda um pesacdor ucraniano, que também se encontra desaparecido, e um outro de Vila do Conde, que conseguiu nadar e chegar a terra, na zona da Praia das maças, Sintra: “Decidimos fazê-lo apenas agora porque, passado todo este tempo, praticamente não resta esperanças que estes pescadores possam ser encontrados com vida”, afirmou Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim. A edilidade poveira aprovou, também, um outro voto de pesar pelo falecimento de um pescador local, num naufrágio em Inglaterra, ocorrido a 29 de janeiro, ao largo de Dover, e cujo corpo continua, igualmente desaparecido.
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015
regiões
O Primeiro de Janeiro | 3
António Júlio de Almeida demitido pela Câmara Municipal de Lisboa
EMEL sem presidente Quatro estrangeiros
Detidos por burla com cartões multibanco
A Polícia Judiciária deteve quatro homens estrangeiros por contrafação de cartões de crédito, burla informática agravada, acesso ilegítimo e falsidade informática. Em comunicado, a PJ anunciou, ontem, que três dos quatro homens foram detidos em flagrante delito e um por cumprimento de mandado de detenção. As detenções ocorreram na sequência de uma investigação em curso há cinco meses. Até ao momento, a PJ identificou o uso fraudulento de 540 cartões de crédito e débito com dados falsificados que causaram um prejuízo de 108.440,54 euros.
Câmara aprova
Três áreas para reabilitação urbana em Sintra
A Câmara de Sintra aprovou, ontem, a delimitação de três áreas de reabilitação urbana (ARU) em Algueirão-Mem Martins/Rio de Mouro, Agualva e Queluz/Belas, com o objetivo de apoiar a recuperação de edifícios e do espaço público. A criação de três novas ARU no concelho será submetida à assembleia municipal. “Isto é um primeiro passo e agora vamos dar consistência à ARU, porque vai obrigar a um estudo profundo de cada uma das três áreas, como aconteceu na vila de Sintra”, afirmou o presidente da autarquia, Basílio Horta (PS).
Sem adiantar os motivos da demissão do presidente, empresa diz que a decisão foi tomada pela CML e conhecida ontem. O presidente da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), António Júlio de Almeida, foi demitido pela Câmara Municipal de Lisboa. Sem adiantar os motivos para a demissão, fonte oficial da empresa adiantou que “a decisão [da demissão] partiu da Câmara de Lisboa e foi conhecida hoje [ontem]”. António Júlio de Almeida era presidente da EMEL desde 2009. Segundo a edição online da revista Sábado, “uma das razões para a saída [do presidente da EMEL] teria a ver com um processo de despedimentos que estava para ser posto em prática, mas que acabou por não avançar”. De acordo com a mesma publicação, num e-mail enviado ontem aos funcionários, António Júlio de Almeida despediu-se com um “abraço cúmplice e amigo”. Por outro lado, foi ontem revelado que o Automóvel Club de Portugal decidiu processar a Câmara Municipal de Lisboa por considerar ilegal a terceira fase da restrição da circulação de veículos na baixa lisboeta.
LISBOA. Saída do presidente da EMEL pode estar relacionada com paralisação de processo de despedimentos Em comunicado, o ACP sublinha que a decisão de proibir a circulação de automóveis anteriores a 2000 numa zona da cidade “devia ter sido aprovada por regulamento – só a Assembleia Municipal é que tem poderes para o aprovar – e não por uma deliberação da Câmara”. De acordo com a mesma nota, o ACP tem vindo a receber “centenas de queixas” dos seus sócios insurgindo-se contra a medida, uma vez que não têm capacidade financeira para comprar um automóvel novo que “satisfaça as pretensões da autarquia, não obstante todos
cumprirem escrupulosamente as suas obrigações fiscais”. O ACP considera ainda que, apesar de a Assembleia Municipal (AM) poder mais tarde ratificar esta deliberação da autarquia de Lisboa, aprovando o regulamento, essa mesma aprovação não terá efeitos retroativos, só podendo vigorar no futuro após a sua aprovação como regulamento da AM. Considera ainda o ACP que a autarquia, “mais uma vez, não olha a meios para atingir o seu fim: banir os automóveis do centro da cidade. Mesmo que seja
com grande dano para os contribuintes e que esteja a promover a exclusão social”. As restrições de circulação para os carros com matrículas anteriores a 2000 dizem respeito à zona 1, que vai do eixo da Avenida da Liberdade à Baixa. Já os carros com matrículas anteriores a 1996 ficarão impedidos de circular na zona 2 (definida pelos limites Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, avenidas das Forças Armadas, dos Estados Unidos da América, Marechal António Spínola, do Santo Condestável e Infante D. Henrique).
GNR de Bragança menos preocupada com crime
Abandono e solidão dos idosos é problema O abandono e solidão dos idosos tornou-se numa preocupação maior do que o crime para a GNR do distrito de Bragança, que acompanha 600 seniores a viverem longe de tudo e sem ninguém, revelou, ontem, o comandante distrital. “Agora temos mais uma [preocupação] acrescida: os velhotes, os idosos, os que estão abandonados lá atrás do sol-posto e passamos uma boa parte do nosso tempo a tentar apoiar essas pessoas”, disse Sá Pires, à margem das comemorações do dia da Unidade do Comando Territorial de Bragança da GNR. Os concelhos de Vinhais e Torre de
BRAGANÇA. GNR cumpre “papel social” junto de idosos abandonados em terras longe de tudo
Moncorvo são, segundo o comandante, os mais problemáticos no distrito de Bragança e onde não faz eco a máxima de que ninguém pode ficar para trás. “Costuma-se dizer que ninguém fica para trás, mas há pessoas que estão a ficar para trás e longe”, alertou Sá Pires, enfatizando que do que estas pessoas realmente necessitam é da família. O comandante concretizou que os idosos, normalmente, estão abandonados e casos há em que a família vive muito bem, está muito bem instalada nas grandes cidades e até no estrangeiro e os velhotes foram ficando e são os últimos”. “Se não formos lá nós, não há
ninguém que possa dedicar-se assim”, afirmou, indicando que a GNR, além do acompanhamento, faz também um levantamento das necessidades e contacta as entidades competentes para ajuda. Esta força de segurança está a assumir “um papel social”, já que, segundo o comandante distrital, no caso da região de Bragança não há registos preocupantes dos crimes contra idosos como os do conto do vigário ou mesmo violência. “É mais quase a solidão, o abandono, a perda de contactos com o resto da sociedade, é ir ficando para trás”, acrescentou.
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nacional
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015
Nuno Crato reconhece elevada taxa de retenção, mas avisa…
“Só passa quem sabe” O ministro da Educação reconhece que a taxa de retenção nas escolas portuguesas é muito elevada, mas recusa uma diminuição de chumbos “de forma artificial”, voltando a defender que “só passa quem sabe”. “Nós estamos em sintomia com as preocupações do Conselho Nacional de Educação (CNE) no que se refere à redução da taxa de retenção. É verdade que há uma taxa de retenção muito elevada nas nossas escolas e nós temos que as reduzir”, disse ontem Nuno Crato, reagindo às recomendações do CNE sobre retenção no ensino básico e secundário divulgadas na segunda-feira. Tal como defendido pelo presidente do CNE, David Justino, também Nuno Crato quer menos retenções mas recusa um cenário de passagens administrativas: “Nós queremos que os alunos passem, mas que passem sabendo”, afirmou o ministro. Escusando-se a adiantar novas medidas para combater o insucesso escolar, admitiu que ainda existe “um trabalho muito grande que tem de continuar a ser feito” e que passa pelo acompanhamen-
NUNO CRATO. O ministro diz estar “em sintomia” com as preocupações do CNE, mas avisa: “Nós queremos que os alunos passem, mas que passem sabendo”
to precoce e atempado dos alunos assim que são identificadas as primeiras dificuldades. “A nossa preocupação é reduzir a retenção, mas não de forma artificial”, voltou a sublinhar, enumerando algumas medidas que já estão a ser aplicadas, tais como as horas extra para os alunos com mais necessidades e a possibilidade de criar, durante um determinado período de tempo, turmas mais homogéneas para que possam os estudantes possam ter um apoio mais específico. Sobre a eventualidade de alterar os exames no 4.º e 6.º ano, Nuno Crato sublinhou que a “avaliação externa é uma parte essencial do incentivo ao sucesso” e lembrou o caso do ensino secundário, onde “a retenção tem baixado”, em parte graças aos exames que “têm uma tradição maior, e professores e alunos se adaptaram bem à avaliação externa”.
O presidente do CNE apontou as elevadas taxas de retenção de alunos como “o problema mais grave do sistema educativo”, criticando a “cultura da retenção”, mas também “facilitismos ou passagens administrativas”. Numa conferência de imprensa em que apresentou a recomendação do CNE ao Governo, David Justino defendeu a necessidade de combater o fenómeno que envolve cerca de 150 mil alunos no sistema de ensino (público e privado), com um custo de cerca de 600 milhões de euros (se se admitir que cada aluno custa cerca de quatro mil euros por ano). O CNE sublinha ainda a necessidade de dar “efetivas condições às escolas”, que permitam criar “melhores condições de aprendizagem”, não só por uma melhor afetação de recursos humanos, como também por uma especialização em tra-
balho de recuperação de alunos e libertar escolas e diretores de “solicitações de cariz burocrático-administrativo”, vistas como um obstáculo a lideranças orientadas para o sucesso educativo. A intervenção precoce é, do ponto de vista do CNE, um fator fundamental para evitar “percursos de insucesso”, que acabam por se refletir sobretudo no 3.º ciclo e no ensino secundário, onde os alunos acumulam repetências. Por seu lado, o presidente da Confederação Nacional de Associação de Pais defende um maior investimento nos alunos para inverter a cultura da retenção (chumbos). Jorge Ascensão sublinhou que a CONFAP tem defendido por diversas vezes a necessidade de se “alterar a cultura da retenção para uma cultura de certificação” (ver peça na última página).
António Costa “pede” outra estratégia ao Governo
“Identificar corretamente os problemas” O líder socialista defendeu ontem, em Cascais, que é um erro um governo definir uma estratégia nacional que ignore as negociações a 28 na União Europeia, ficando bloqueado numa única solução. Numa referência à Grécia, António Costa afirmou que “numa união a 28 não é possível prometer um resultado que depende de negociações com várias instituições, múltiplos governos, de orientações diversas”. “Como se tem visto nas últimas semanas, é um erro definir uma estratégia nacional que ignore a incerteza negocial e se bloqueie numa única solução”, afirmou o secretário-geral do PS e presidente da Câmara de Lisboa, numa conferência promovida pela revista britânica ‘The Economist’, que decorreu em Cascais. “O que é essencial é identificar corretamente os problemas, assumir a determinação de os enfrentar e ter a capacidade necessária para construir soluções
viáveis trabalhando as várias variáveis possíveis”, reconheceu, sublinhando, contudo, que “a frente interna tem de ser acompanhada de uma exigente agenda europeia”. Costa defende assim que “o programa de ‘Quantitative Easing’ do Banco Central Europeu (BCE), assim como a iniciativa Juncker para o investimento ou a leitura inteligente e flexível do PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento), são peças essenciais, que importa valorizar, mesmo que ainda incertas e insuficientes, porque traduzem uma mudança de sentido, no sentido certo”. “Mudança que enfrenta fortes resistências, a começar em Portugal, ignorando os sinais de risco para o projeto europeu que representam a emergência dos extremismos em diferentes Estadosmembros”, acrescentou. Segundo o secretário-geral do PS, para “evitar um cenário de prolongada estagnação a Europa necessita de mobilizar mais armas, todas as suas armas”.
“No processo de coordenação de política económica o reforço do contributo daqueles que estão em condições para aumentar a procura, sejam Estadosmembros, sejam privados de estadosmembros com excedente, tem de ser colocado como parte da solução”, continuou o líder do PS. António Costa sublinhou também que “não é realista admitir – e os últimos anos são bem a prova disso – que desequilíbrios da magnitude dos atuais no seio de uma união monetária relativamente fechada possam ser resolvidos unicamente do lado dos países deficitários”. Confrontado com o que faria nos primeiros 100 dias do seu governo, no período reservado à resposta de questões feitas pelo jornalista do The Economist que moderou o painel, Costa salientou a sua “Agenda para a Década” ao defender a necessidade de o “trabalho de fundo” prevalecer sobre a “ansiedade”. “Eu per-
cebo a ansiedade de quem quer resolver tudo em 100 dias, mas de uma vez por todas temos que ter a capacidade e a resistência de resistir à ansiedade e fazer o que deve ser feito”, afirmou. Para o líder socialista, há também que romper com as tentações das últimas legislaturas “de achar que com um choque fiscal, com um choque tecnológico ou com um choque de empobrecimento se resolve os problemas estruturais da nossa economia”. Ainda na sua intervenção, o secretário-geral do PS defendeu que “Portugal tem de alterar a sua política europeia, reorientando-a no apoio construtivo à mudança iniciada com o mandato conferido pelo Parlamento Europeu à Comissão Juncker, não toldando por radicalismo ideológico a correta leitura dos interesses da economia nacional, da urgência para as empresas e o emprego, da prioridade ao investimento e ao crescimento inteligente, sustentável e inclusivo”.
Sampaio ‘honoris causa” pela Universidade do Porto
“Saber como sair do colete-de-forças”
O antigo Presidente da República disse ontem, no Porto, que a União Europeia precisa de encontrar soluções para dar resposta ao “coletede-forças” em que se encontra, garantindo crescimento económico e mantendo-se assente nos valores em que foi fundada. Em declarações aos jornalistas depois da cerimónia de atribuição do doutoramento ‘honoris causa’ pela Universidade do Porto, Jorge Sampaio escusou-se a entrar em detalhes sobre situações como a da Grécia e argumentou que a Europa “precisa de encontrar uma linguagem que dê satisfação aos cidadãos em geral porque é disso que se trata”. “A questão está em saber como é que nós saímos deste coletede-forças e como é que conseguimos crescer economicamente, socialmente mantermos a Europa com o sentido que ela sempre teve desde a sua fundação. As circunstâncias são obviamente diferentes, mas temos que saber encontrar resultados e plataformas de entendimento que a isso permitam, portanto é à Europa no seu conjunto que este desafio está colocado”, disse o antigo Presidente da República. Durante o discurso, Jorge Sampaio constatou que “não obstante se multiplicarem as cimeiras informais, escondendo mal divisões e impotências, a União Europeia assiste hoje a inadmissíveis anátemas morais decretados por alguns Estados-membros e a uma triunfante cultura de ortodoxia financeira que tem conduzido a situações sociais insustentáveis, a uma preocupante deflação e à mácula desencorajadora projetada pelos seus milhões de desempregados”. Ou seja, está-se “longe do tempo em que se conciliava eficácia económica com coesão social e se declinava no plano das decisões, de vários modos, a palavra solidariedade”. Sampaio realçou que não teme “por enquanto” o surgimento de partidos antieuropeus em Portugal, mas disse recear pela Europa em geral. Momentos antes, durante o discurso no âmbito da cerimónia que contou com a presença de figuras como a do empresário Belmiro de Azevedo, do antigo ministro Miguel Cadilhe ou do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, Sampaio havia frisado que, apesar de Portugal não ter “conflitos étnicos ou regionais, ou problemas de fronteira, nem contenciosos internacionais”, o país possui hoje “extensas feridas sociais e desigualdades (…) a que há que pôr termo”. “Assistimos igualmente ao reaparecer de uma chaga que julgávamos já curada, por nos defrontarmos com o ressurgimento de uma elevada emigração, decerto que sem o dramatismo daquela que nas décadas de sessenta e setenta despovoou o território, mas infelizmente semelhante, quer como indicador da incapacidade nacional de bem explorar os seus recursos humanos desta vez qualificados, ou de atenuar os persistentes bloqueios de desenvolvimentos, quer na tristeza de quem – contra vontade – desiste do país”, lamentou Sampaio.
economia
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015
O Primeiro de Janeiro | 5
Medidas de coação de Sócrates e Santos Silva não sofrem alterações
Preventiva continua Sobre o BES
PSD e CDS enviam perguntas a Passos Coelho
O PSD e o CDS-PP apresentaram, ontem, as perguntas escritas ao primeiro-ministro na comissão de inquérito BES/GES, procurando saber, por exemplo, se Pedro Passos Coelho falou com a «troika» sobre o banco. A Pedro Passos Coelho os partidos pedem detalhes de reuniões tidas com o ex-líder histórico do BES, Ricardo Salgado, e questionam se foi abordado por José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento e primo de Salgado, “sobre o tema BES/ GES”.
Dívida pública
“Aumento deve-se a idas ao mercado”
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, justificou, ontem, o aumento da dívida pública em 2014 com o reforço do financiamento no mercado no final do ano para antecipar os reembolsos ao FMI. Maria Luís Albuquerque argumentou ainda que “as reservas de liquidez, os depósitos, acabaram por crescer um pouco mais do que estava previsto, até pela grande adesão que tiveram os produtos de retalho e o maior número de subscrições do que aquele que estava previsto”. No entanto, a ministra reiterou que Portugal está “na trajetória certa de consolidação”.
Indiciado por crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, antigo primeiro ministro vai continuar detido. O ex-primeiro-ministro José Sócrates e o empresário Carlos Santos Silva vão continuar em prisão preventiva no âmbito do processo «Operação Marquês», revelou, ontem, fonte ligada ao processo. O ex-motorista do antigo primeiro ministro, João Perna, viu a medida de coação de prisão domiciliária ser alterada para liberdade provisória, mediante apresentação semanal à autoridade policial. João Perna está ainda impedido, por decisão do juiz Carlos Alexandre, de viajar para o estrangeiro e de contactar com os restantes arguidos. José Sócrates e Carlos Santos Silva estão detidos desde 25 de novembro de 2014. José Sócrates está em prisão preventiva, no Estabelecimento Prisional de Évora, indiciado pelos crimes de corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, num processo que tem ainda como arguidos o seu amigo de longa data Carlos Santos Silva e o advogado Gonçalo Trindade Ferreira. João Perna viu pela segunda vez ser-lhe atenuada a medida de coa-
SÓCRATES. Ex-primeiro-ministro e empresário Santos Silva vão continuar em prisão preventiva no âmbito do processo «Operação Marquês» ção, desta vez de prisão domiciliária com pulseira electrónica para liberdade provisória mediante apresentações periódicas às autoridades da área de residência, estando também impedido de viajar para o estrangeiro e de contactar os outros arguidos. No sábado, o administrador da farmacêutica Octapharma, Paulo Lalanda Castro, fez saber, através de comunicado, que foi constituído arguido no âmbito da «Operação Marquês», depois de ter sido ouvido, “a seu pedido”, pelo procurador Rosário Teixeira. O
administrador da multinacional farmacêutica, onde o ex-primeiro-ministro José Sócrates trabalhou como consultor, ficou sujeito à medida de coação de “termo de identidade e residência, como é de lei”, referiu, na altura, o advogado Ricardo Sá Fernandes, em comunicado. Na segunda-feira, José Sócrates deslocou-se ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa para ser ouvido como testemunha no âmbito de dois processos sobre violação de segredo de justiça.
À saída dessa audição, o advogado admitiu “fugas de informação de quem controla o processo”, referindo que “o segredo de justiça nasceu e existe para proteger as pessoas, seja este ou aquele”. No entanto, João Araújo, acompanhado do outro advogado de José Sócrates, Pedro Delille, referiu que o segredo de justiça “está a ser usado por uma empresa contra José Sócrates”, sem concretizar qual. “Essa violação do segredo de justiça faz ganhar milhões”, acrescentou.
Lista de reformas analisada pelo Eurogrupo
Bruxelas e FMI dão «ok» à Grécia O Eurogrupo aprovou, numa reunião por teleconferência, a extensão do programa de assistência à Grécia por quatro meses, anunciou fonte oficial. Ainda assim, os ministros das Finanças da zona euro apelaram a Atenas para adotar reformas mais abrangentes, em coordenação com as instituições encarregadas de concluir a revisão do atual programa de assistência, prolongado até junho. “Pedimos à autoridades gregas para desenvolverem e alargarem a lista de medidas de reformas, baseadas no atual acordo, em estreita coordenação com as instituições, de modo a
GRÉCIA. Eurogrupo e FMI pedem que Atenas adote medidas mais abrangentes nas suas reformas
permitir uma conclusão rápida e bem sucedida da revisão” do programa de ajustamento, segundo um comunicado emitido após o final da reunião, por teleconferência, do Eurogrupo. As medidas, lê-se ainda no comunicado, “deverão ser mais especificadas e avalizadas pelas instituições o mais tardar até ao final de abril”. Também o FMI aprovou as medidas apresentadas, considerando que “cobrem os tópicos” relevantes, embora tenha destacado que a lista “não é muito específica”. Numa carta enviada pela diretora-geral do FMI ao presidente do Eurogrupo, Chris-
tine Lagarde afirmou que a lista elaborada pelas autoridades gregas no fim de semana como contrapartida para a extensão por quatro meses do programa de financiamento “cobre os tópicos que devem estar na agenda do novo governo”. “Por isso, estamos claramente em condições de apoiar a conclusão de que a lista ‘é suficientemente ampla para ser um ponto de partida válido para a conclusão bem-sucedida da revisão’, como pedido pelo Eurogrupo na última reunião”, escreve Lagarde na missiva dirigida a Jeroen Dijsselbloem.
desporto
6 | O Norte Desportivo
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015
FIFA aponta datas entre novembro e dezembro para competição no Qatar
Mundial de 2022 jogado durante o Inverno Grupo criado chegou a uma decisãodatas entre 26 de novembro e 23 de dezembro- que vai ser discutida a 19 de março. O Comité Executivo da FIFA irá avaliar a 19 de março as datas fixadas entre 26 de novembro e 23 de dezembro propostas para o Mundial de 2022, no Qatar. Segundo a agência AFP, citando fonte próxima do «dossier» Mundial2022, os jogadores ficarão à disposição das respetivas seleções a 19 de novembro, apenas uma semana antes do início da prova. Caso o Comité Executivo aprove estas datas, o Mundial2022 terá menos quatro dias do que a última edição da prova, que se disputou no Brasil entre 12 de junho e 13 de julho. O secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke, descartou a alternativa de janeiro/fevereiro para a realização do Mundial de 2022, de forma que o torneio não colida com os Jogos Olímpicos de Inverno do mesmo ano. À saída da reunião em Doha entre o grupo de trabalho da FIFA e os responsáveis do Qatar, e na qual foi decidido que o Mundial de 2022 se realizará no inverno para «fugir» às altas temperaturas, Valcke esclareceu que novembro/dezembro de 2022 “é o período que gera maior consenso”. “Abordámos todas as opções. É óbvio que há prós e contras para todos, mas a melhor solução que se retira após todas estas discussões será novembro/dezembro”, sublinhou. A UEFA manifestou o seu apoio à recomendação da FIFA para o Mundial e considerou não ver inconveniente em reprogramar as suas competições de 2022/23. “Em benefício dos futebolistas e dos adeptos, a UEFA crê que a competição deverá disputar-se no inverno e esperamos a decisão final do Comité Executivo da FIFA a 18 e 19 de março”, refere. A UEFA, presidida por Michel Platini, não vê problemas em mudar datas no seu calendário se a proposta merecer aprovação e entende que “a competição deve ser reduzida e assim diminuir o período de perma-
nência dos jogadores”, sem apresentar, para já, propostas de como isso acontecerá. Ligas e clubes contra
MUNDIAL 2022. UEFA concorda com FIFA, principais ligas europeias discordam e FIFPro pretende mais alterações
Liga Europa
Francês Buquet dirige partida do Sporting
O árbitro francês Ruddy Buquet vai dirigir o jogo entre o Sporting e os alemães do Wolfsburgo, da segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa, revelou, ontem, a UEFA. Buquet, de 38 anos, já dirigiu esta época o encontro entre o FC Porto e os ucranianos do Shakhtar Donetsk (1-1), do grupo H da Liga dos Campeões, e a
surpreendente derrota de Portugal na receção à Albânia, por 1-0, no grupo I da fase de qualificação para o Europeu de 2016. O Sporting recebe o Wolfsburgo, amanhã, no estádio José Alvalade, em Lisboa, em jogo com início às 20:05, no qual procura recuperar da derrota por 2-0 sofrida na semana passada, na Alemanha. O Sporting apenas venceu duas vezes na receção a equipas alemãs nas taças europeias, precisamente nas duas últimas, mas sempre por margens reduzidas.
Entretanto, a Liga Inglesa, através do seu diretor-executivo, Richard Scudamore, manifestou desapontamento pela recomendação e lamentou que a UEFA tenha mostrado o seu acordo, deixando os clubes europeus mal. “Muito desapontado, é a palavra, é o que penso, em nome de todas as ligas da europa, especialmente dos clubes europeus que dão a maioria dos jogadores ao Mundial”, referiu o responsável da Liga Inglesa. Também o diretor-executivo da Liga alemã, Andreas Rettig, admitiu estar preocupado com a recomendação, alertando para o acréscimo nos encargos financeiros. Rettig entende que a FIFA terá mostrar que solução adotará, tendo em conta essas considerações, e que deverá estar atenta ao impacto que o Mundial terá nos melhores jogadores, com os mesmos jogos em menor período de tempo. Para a Associação Europeia de clubes (ECA), presidida por KarlHeinz Rummenigge, a recomendação não é uma surpresa, mas o antigo futebolista insistiu nas consequências financeiras de uma reprogramação. O ex-futebolista, também presidente do Bayern Munique, considera que os clubes terão que ser financeiramente compensados se for essa a decisão. A Associação das Ligas Europeias de Futebol (EPFL) manifestou, igualmente, o seu desagrado e insiste na data de maio como alternativa. FIFPro quer mais
Já o secretário-geral do sindicato internacional de futebolistas (FIFPro), Theo Van Seggelen, considerou que a alteração do calendário para datas de inverno “é só o primeiro passo, mas muito importante”. Em comunicado, o dirigente destacou que a opção por novembro/ dezembro “é a única condição viável para proteger a saúde dos jogadores”. Além da calendarização do torneio, o secretário-geral do FIFPro lembrou que pôs em cima da mesa outras preocupações que vão para lá do calor no Qatar: “também é uma questão de direitos humanos.”
Artur Soares Dias no clássico do «Dragão»
Já está escolhido
O árbitro Artur Soares Dias dirigirá no domingo, na 23.ª jornada da I Liga, o sétimo «clássico» da sua carreira, o terceiro entre FC Porto e Sporting, com os anteriores igualmente disputados no Estádio do Dragão. No último, na época passada, o árbitro portuense dirigiu a partida da oitava jornada da I Liga, com o FC Porto a vencer o Sporting por 3-1, com golos de Josué (11 minutos, de grande penalidade), Danilo (62) e Lucho (74), enquanto William Carvalho (60) marcou para os «leões». O outro jogo arbitrado por Artur Soares Dias entre «dragões» e «leões» tinha sido na época de 2011/12, também com vitória portista, por 3-2, à 27.ª jornada. No total de «clássicos», Artur Soares Dias esteve em dois FC Porto-Sporting, ambos com triunfos portistas, dois Benfica-FC Porto, com vitórias das «águias», e dois dérbis entre Sporting e Benfica, ambos em Alvalade, um favorável aos «encarnados», outro aos «leões». Esta época, o árbitro, de 35 anos, já dirigiu três jogos do Sporting na Liga, no empate em Coimbra com a Académica (1-1) e nas vitórias em Alvalade com o Vitória de Setúbal (3-0) e Estoril-Praia (3-0), e dois do FC Porto, no empate no Estoril (1-1) e no triunfo, também fora, com o Penafiel (3-1). O jogo disputase no domingo, a partir das 19h15.
Quarta-feira, 25 deDezembro Fevereiro de 2014 2015 Terça-feira, 7 de Outubro de 2014 de Terça-feira, 30 de
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ANTIVIRAL JAPONÊS TEM MOSTRADO RESULTADOS NO COMBATE AO VÍRUS ÉBOLA
Favipiravir ajuda a reduzir mortalidade O antiviral japonês Favipiravir (Avigan), já utilizado contra a gripe, tem mostrado resultados encorajadores em pacientes infetados com o vírus Ébola, ajudando a reduzir a mortalidade, segundo resultados preliminares de um estudo clínico co-financiado pela Comissão Europeia. Segundo os responsáveis pelo estudo, a experiência foi feita até ao momento em 80 pacientes – 69 adultos e adolescentes e 11 crianças – e começou a 17 de dezembro de 2014 na Guiné-Conacri. A utilização daquele antiviral mostrou “sinais encorajadores de eficácia” em pessoas que chegaram aos centros de saúdo com níveis médio e elevado de infeção, mas cujos órgãos não tinham sido afetados, referem os investigadores. No grupo da amostra, 58 por cento dos participantes são apresentados com uma carga viral elevada ou média. Daqueles, 42 por cento apresentaram insuficiência renal, mas apenas 15 por cento morreram. Nos três meses anteriores ao ensaio clínico, a mortalidade entre os pacientes com sintomas similares foi de 30 por cento. “Estes resultados aumentam a esperança de que o Favipiravir reduza a mortalidade da população num estágio menos avançado da doença”, explicam. Os resultados do ensaio clínico, organizado pelo Instituto Nacional de Saúde e da Pesquisa Médica francês, vão ser apresentados quartafeira numa conferência sobre retrovírus e infeções oportunistas em Seatle, Estados Unidos. “Os resultados (...) devem ser apoiados em um maior número de pacientes, mas abrem caminho para novas terapêuticas, através de combinações de vários químicos, especialmente em pacientes mais velhos”, disse Yves Levy, diretor do instituto francês. A Comissão Europeia co-financiou o ensaio clínico, para o qual também contribuíram organizações não-governamentais, como os Médicos Sem Fronteiras e a Aliança para a Ação Médica Internacional. O Favipiravir demonstrou eficácia contra o vírus do Ébola na utilização in vitro e em soro. As autoridades sanitárias norte-americanas e liberianas anunciaram em janeiro fazer um ensaio clínico na Libéria e nos Estados Unidos com Zmapp, um antiviral da empesa Mapp Biopharmaceutical já administrado a uma série de doentes com Ébola. A última epidemia de Ébola ocorreu em 2014 e provocou a morte a mais de nove mil pessoas.
Portugal dos Pequeninos comemora 75 anos
Novos edifícios como prenda
O Portugal dos Pequenitos, em Coimbra, celebra 75 anos este ano. Volvidos 50 anos da última intervenção, o parque temático vai ser enriquecido com novos monumentos, revela a direção da Fundação Bissaya Barreto. Para assinalar os 75 anos da inauguração do Portugal dos Pequenitos, a Fundação Bissaya Barreto (FBB), entidade que gere o espaço, pretende avançar, entre 2015 e 2016, com a construção de “novos monumentos representativos do Portugal contemporâneo”, de forma a “não deixar o parque parado no tempo”, começou por destacar a presidente da FBB, Patrícia Viegas Nascimento. A escolha dos monumentos ainda está a ser estudada, sendo o objetivo replicar edifícios portugueses pós-década de 1960, altura da última intervenção no Portugal dos Pequenitos, sublinhou, acrescentando
que está também prevista a introdução de mais casas regionais. Para além da criação de novos monumentos, que vai representar “mais de um terço do que já está edificado”, a Fundação Bissaya Barreto pretende lançar “novos conteúdos e novas abordagens”. Respeitando a filosofia do parque, que se afirma “como projeto lúdico-pedagógico”, pode haver “a introdução de alguma tecnologia” durante a reforma dos conteúdos pedagógicos, bem como a aposta nos audioguias, avançou Patrícia Viegas Nascimento. Segundo ainda a presidente da FBB, o investimento vai também incidir sobre as infraestruturas de apoio do parque, prevendo-se a criação de “um café, esplanadas, zonas de sombra”, bem como intervenções na loja, instalações sanitárias e no espaço destinado ao serviço pedagógico. O investimento ainda está dependente da opção “cópias fiéis ou réplicas” dos
monumentos, mas sendo certo que será feito “ao longo de quatro ou cinco anos”, estando o começo das obras dependente das candidaturas aos fundos comunitários, referiu. O parque tem vindo a ter um decréscimo no número de visitantes desde 2009, tendo registado em 2014 228 mil visitantes, menos 19% do que em 2005, em que registaram 283 mil entradas. Nos últimos 10 anos, 2007 teve o melhor registo, com 331 mil, e 2012 o pior, com 211 mil visitantes. Patrícia Viegas Nascimento atribui esta quebra à crise, salientando, no entanto, que 2014 foi “já um ano de recuperação”, com um aumento de cerca de 8% face a 2013. A maior parte das pessoas “vão três vezes na vida ao parque: enquanto crianças, pais e avós. É isso que também queremos combater”, concluiu a mesma responsável.
Maioria dos idosos diz ter uma boa qualidade de vida
Acesso à saúde preocupa
A maioria dos idosos inquiridos num estudo consideram ter boa qualidade de vida, mas muitos mostram preocupação no acesso à saúde e apontam a falta de atividades sociais para prevenir o isolamento. O estudo nacional “Fatores psicossociais e profissionais promotores de qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento ativo” envolveu 1330 participantes (entre os 55 e os 75 anos), a maioria residente na Grande Lisboa, mulheres e pessoas casadas. Um quarto dos inquiridos é licenciado, cerca de um quinto tem o 1º ciclo, 20% têm o 12.º ano e cerca de metade tem atividade profissional, refere o estudo, que é apresentado na quarta-feira, no II Congresso Nacional de Psicogerontologia, em Lisboa. A investigação analisou a relação entre variáveis de saúde, qualidade de vida, pessoais (sentido da vida, espiritualidade e estilo cognitivo), sociais (suporte social e fatores psicossociais do trabalho) e os fatores sociodemográficos. A coordenadora do estudo e diretora do Instituto de Psicologia e Ciências da Educação, Tânia Gaspar, diz que “o estudo permite, na amostra estudada, caracterizar a qualidade de vida,
os fatores que a influenciam e como e em que medida o fazem”. Em termos sociodemográficos, o estudo verificou que são os participantes com curso superior, casados, com casa própria, sem doença crónica e que estão reformados mas têm uma atividade profissional que revelam uma melhor qualidade de vida. Neste leque encontram-se também os participantes com os fatores relacionados com a saúde mais positivos, nomeadamente a nível físico, psicológico, social e ambiental. Segundo o estudo, a maioria dos inquiridos reflete “valores satisfatórios” em todas as variáveis estudadas: 56,9% afirma estar satisfeitos com a sua saúde, 57,5% com a sua qualidade de vida, 64,1% não estão “nem satisfeitos, nem insatisfeitos” com o suporte social, 66,1% estão “moderadamente” satisfeitos com os fatores psicossociais do trabalho e 63,7% estão satisfeitos com o “sentido da vida”. Alguns participantes, contudo, encontram-se insatisfeitos em relação a estes aspetos da sua vida, nomeadamente as mulheres com mais de 61 anos, os doentes crónicos, os reformados sem atividade profissional e com baixa escolaridade. Estes dados alertam para “possíveis popu-
lações de maior risco e com necessidades específicas de intervenção”, em que há “fatores protetores que devem ser otimizados e mantidos”, como a família, explicou Tânia Gaspar. A espiritualidade surge como uma forma de lidar com momentos mais difíceis, principalmente para as mulheres, os doentes crónicos e para os reformados sem atividade profissional. Os reformados com atividade profissional são os participantes que revelam melhores indicadores de satisfação, o que revela que “é fundamental, após a reforma, que as pessoas mantenham uma atividade que lhes permita manterem um papel ativo na sociedade”. O estudo identificou também uma “menor satisfação” dos participantes com as respostas no acesso à saúde e atividades sociais, defendendo “um maior e melhor acesso à saúde” e a criação de estruturas promotoras de atividades sociais “com qualidade” que previnam o isolamento. “A intervenção na promoção e qualidade de vida no processo de reforma e envelhecimento ativo” deve envolver “as pessoas, as suas famílias, a comunidade e também o poder político”, concluiu a mesma especialista.
Confederação Nacional de Associação de Pais defende
Maior investimento para inverter retenções O presidente da Confederação Nacional de Associação de Pais defendeu hoje um maior investimento nos alunos para inverter a cultura da retenção (chumbos), considerado pelo Conselho Nacional de Educação como o problema mais grave do sistema educativo. Jorge Ascensão sublinhou que a CONFAP tem defendido por diversas vezes a necessidade de se “alterar a cultura da retenção para uma cultura de certificação”. “Em vez de estarmos a seguir um caminho da retenção como processo de melhoria que não tem dado resultados - os alunos retidos acabam por cair num ciclo vicioso de retenção - temos de perceber as dificuldades de cada um, as suas maiores fragilidades e tentar apoiar
essas dificuldades para que os jovens as ultrapassem e alcancem os objetivos”, explicou. O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino, defendeu que as elevadas taxas de retenção de alunos (chumbos) são “o problema mais grave do sistema educativo”, o qual quer ver na agenda dos partidos e das políticas públicas. Numa conferência de imprensa em que apresentou a recomendação do CNE ao Governo relativa à retenção no ensino básico e secundário, David Justino referiu a necessidade de trazer o tema para a discussão política, dizendo que deve estar na agenda dos partidos, se se quiser combater o fenómeno que envolve cerca de 150 mil
alunos no sistema de ensino (público e privado), com um custo de cerca de 600 milhões de euros, se se admitir que cada aluno custa ao Estado cerca de quatro mil euros por ano. Para Jorge Ascensão, a mudança passa por um “maior investimento na prevenção e acompanhamento”, de forma a proporcionar “maior probabilidade de atingir os objetivos e que os alunos sejam capazes de atingir o que é pretendido no programa”. “A questão da retenção tem provado que não tem resolvido muita coisa”, reiterou, sublinhando não ser o caminho “mais ajustado”, além de avançar estar provado por alguns estudos “que não é através da retenção que se tem melhorado as aprendizagens”.