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SELECIONADOR QUESTIONADO FPF QUER MANTER PAULO BENTO MAS VAI ANALISAR PRESTAÇÃO

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DIÁRIO NACIONAL

Diretor: Rui Alas Pereira | ISSN 0873-170 X |

Ano CXLVI | N.º 150

Quarta-feira, 25 de junho de 2014

GOVERNO ENCAIXA MAIS DE 14 MIL ME EM IMPOSTOS MAS PASSOS QUER MAIS

NOVA

SUB!DA

n Segundo os números do Governo, a receita fiscal do Estado aumentou 3,4% até maio e em termos homólogos, tendo sido arrecadados 14 624 milhões de euros em impostos nos primeiros cinco meses do ano. Apesar destes dados, o primeiro-ministro diz esperar que se possa fechar até setembro as medidas substitutivas das normas orçamentais para 2014 declaradas inconstitucionais e não põe de parte nova subida de impostos para manter o objetivo de cumprir com o défice de 4%: “Nós ou cortamos na despesa ou aumentamos impostos. Se não nos deixam fazer uma coisa, nós temos de fazer a outra”...

SÃO JOÃO

Noitada de algumas ocorrências graves para a PSP

ISALTINO

Antigo autarca de Oeiras saiu em liberdade condicional

VERGONHA

CNIPE e a intenção do Governo fechar no próximo ano letivo 311 escolas


2 | O Primeiro de Janeiro

local porto

Quarta-feira, 25 de Junho de 2014

Gaia e Porto receberam os opositores na disputa pela liderança do PS

Seguro e Costa separados no S. João Os festejos de S. João estiveram no roteiro da disputa interna no PS, com António José Seguro e António Costa separados pelo rio Douro, o secretário-geral em Gaia e o autarca de Lisboa no Porto. Quer o secretário-geral do PS, António José Seguro, quer o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa – opositores na disputa da liderança do PS – chegaram para os festejos do S. João a Vila Nova de Gaia e ao Porto, respetivamente, depois do aperto de mão, segunda-feira à noite, entre os presidentes de câmara dos dois concelhos – Eduardo Vítor Rodrigues e Rui Moreira – dado a meio da ponte que une as cidades. Com uma vista privilegiada sobre as margens do Porto e de Gaia, António Costa chegou cerca das 21h00 ao Centro Social do Barredo – onde decorreu a sardinhada da Câmara do Porto – e foi recebido por Rui Moreira e pelos restantes convidados, de diversos quadrantes políticos. Questionado pelos jornalistas sobre o facto de o secretário-geral do PS - e seu opositor na luta pela liderança do PS - estar

SÃO JOÃO. O fogo de artifício foi das poucas maravilhas que os dois candidatos à liderança do Partido Socialista tiveram que partilhar em mais noitada inesquecível… do outro lado do rio Douro, António Costa foi perentório: “Os rios unem as margens, não separam as margens”. Já António José Seguro viveu o S. João em Vila Nova de Gaia e de costas para António Costa, tendo afirmado: “Esta vista é fantástica daqui para o Porto, mas estou também muito convicto de que não será uma vista menos simpática do Porto para Vila Nova de Gaia”. Num ambiente de festa, o secretário-geral socialista disse já ter recebido “há imenso tempo” o convite por parte do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, para celebrar o São João no Cais de Gaia. O presidente da Câmara de Lisboa recordou aos jornalistas que teve “o

privilégio” de ter Rui Moreira na noite de Santo António, a 13 de junho, momento no qual foi anunciada a sua presença no S. João, no Porto. “É uma excelente tradição que mantemos e que renovamos agora com o Dr. Rui Moreira, que é esta boa relação entre Lisboa e Porto. Acho que cada vez as duas cidades têm que se estimar mais e valorizar aquilo que ambas têm a dar ao país. E é com esse espírito que aqui estou e para brincarmos ao S. João”, declarou. Por seu turno, Seguro disse estar com “muito gosto” em Gaia, realçando a “única” que mostra duas cidades que se abraçam através do rio Douro. Já Eduardo Vítor Rodrigues frisou que António José Seguro não precisava de vir ao São João para saber que tem o

seu apoio. “Não é uma disputa, é um momento de confraternização. O PS tem de habituar-se a depois das disputas a conseguir unir-se”, realçou. O independente e portuense Rui Moreira disse aos jornalistas que estas “coisas são normais”, porque “é a democracia a funcionar”, considerando que “ainda bem que vêm muitas pessoas, como o Dr. António José Seguro”, apesar de não saber que ele estava do outro lado do rio. “Nós tínhamos combinado que se ganhássemos as eleições que iriamos fazer troca nas tomadas de posse. Depois, ele [António Costa] convidou-me para o Santo António e eu convidei-o para o São João. E é normal. Essa é a relação que as duas grandes cidades devem ter”, concluiu Rui Moreira.

PSP com muito trabalho no S. João do Porto

Noitada com muitas ocorrências Três pessoas foram agredidas com armas brancas durante a madrugada, no Porto, revelou a Polícia de Segurança Pública (PSP), que salientou terem sido efetuadas cinco detenções por agressões a agentes no distrito. De acordo com o oficial de dia do Comando Metropolitano do Porto, a situação mais grave da noite de São João deu-se pelas 02h20 na rua de Miragaia, no Porto, onde um homem esfaqueou outro no abdómen com gravidade, tendo depois fugido por entre a multidão, enquanto a vítima viria a ser transportada para o hospital de Santo António já inconsciente.

Vinte e cinco minutos mais tarde, na esplanada do Castelo, davase uma outra situação de agressão com arma branca, quando um grupo de cerca de cinco homens abordou e esfaqueou uma pessoa, sem que se tivessem apoderado de nada. O mesmo grupo viria a agredir outro indivíduo mais tarde, tendo ambos sido assistidos no hospital de Santo António, de acordo com a PSP. O Comando Metropolitano do Porto registou ainda três agressões a agentes, das quais resultaram cinco detenções, quatro no concelho e uma quinta em Vila do Conde, onde um homem de

25 anos foi detido por agredir um elemento policial pelas 05h15. Horas antes, em frente à estação de comboios de São Bento, no Porto, foi chamada uma equipa de intervenção rápida devido a confrontos entre sete pessoas no local. Um dos envolvidos na situação “tentou impedir que a polícia interviesse” e pontapear os agentes, vindo a ser detido. Também durante a madrugada, na baixa do Porto, dois homens e uma mulher chamaram a polícia por terem sido alegadamente agredidos por um funcionário de um estabelecimento e, na sequência do registo da ocorrência pela PSP,

insurgiram-se a exigir que o visado fosse levado para a esquadra. A partir desse momento, ameaçaram os agentes presentes e houve uma tentativa de agressão, tendo a mulher arranhado e atingido um dos elementos da PSP com a mala, pelo que foram os três detidos. A PSP registou também uma outra situação, em Vila Nova de Gaia, quando um homem ia a atravessar uma passadeira e foi atingido por disparos de uma arma de ‘airsoft’, que lhe chegaram a furar a camisola e causar dois hematomas, mas sem que os responsáveis pelos disparos tivessem sido identificados.

Fecho de escolas

Autarcas de Castelo de Paiva e Baião contestam decisão

Representantes das câmaras de Baião e Castelo de Paiva discordam do encerramento de duas escolas, em cada um dos concelhos, no âmbito da reorganização prevista pelo Ministério da Educação. Os autarcas defendem que nos casos sinalizados pela tutela o número de alunos e a localização justificavam a manutenção das escolas. No caso de Baião, a vereadora da Educação, Ivone Abreu, disse discordar do encerramento de duas pequenas escolas na união de freguesia de Teixeira e Teixeiró. Para a autarca, justificava-se a construção de um novo polo naquela zona do concelho, pretensão que, lamentou, não tem sido acolhida pelo Ministério da Educação. Baião é o concelho do interior do distrito do Porto para onde se anuncia o encerramento de mais escolas. Segundo a lista divulgada na segunda-feira pelo Ministério da Educação, deverão fechar 11 estabelecimentos no próximo ano letivo, abrangendo cerca de 200 alunos. Aquelas crianças serão transferidas para o novo centro escolar de Santa Marinha do Zêzere, em fase final de construção. A vereadora sublinhou que este é “um processo normal”, previsto na Carta Educativa, que decorre da mudança para uma nova escola, com melhores condições. A câmara, prometeu a autarca, assegurará o transporte dos alunos, como já acontece com outros centros escolares no concelho. No caso de Castelo de Paiva, o presidente da câmara, Gonçalo Rocha, disse não aceitar o encerramento de duas das quatro escolas que constam da lista do Ministério da Educação. Para o autarca, por motivos de localização e número de alunos, não se justifica fechar os estabelecimentos de Ladroeira e Nojões, enquanto não se concluir a reorganização da rede escolar no município. O autarca explicou que a construção da nova escola secundária na sede do concelho vai libertar muitas salas na atual EB 2,3, que poderão ser usadas, no futuro, por crianças do primeiro ciclo do ensino básico. Gonçalo Rocha revelou que vai solicitar uma reunião com representantes da tutela para tentar evitar o encerramento daquelas duas escolas do primeiro ciclo. De acordo com dados do Ministério da Educação, 40 escolas do Tâmega e Sousa vão encerrar no próximo ano letivo, a maioria em Baião, Cinfães e Amarante, segundo a lista divulgada na segundafeira pelo Ministério da Educação. A reorganização da rede escolar naquele território, que compreende concelhos dos distritos do Porto, Braga, Aveiro e Viseu, afeta 11 municípios.


regiões

Quarta-feira, 25 de Junho de 2014

O Primeiro de Janeiro | 3

Incêndios já consumiram este ano mais 48 por cento

4424 hectares O maior incêndio deste ano ocorreu no dia 15 de junho em Portimão e consumiu cerca de 384 hectares de floresta.

Plano de prevenção

Câmara de Lisboa discute violência de género

A Câmara de Lisboa vai debater, hoje, o I Plano Municipal de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género. O objetivo é “definir estratégias de intervenção e desenvolver e apoiar medidas que contribuam para o conhecimento, prevenção e combate a estes fenómenos no concelho de Lisboa”, lê-se no documento, assinado pelo vereador com o pelouro dos Direitos Sociais, João Afonso. Foram criadas cinco áreas de intervenção, que se centram na informação, sensibilização e educação; na proteção das vítimas e na sua integração social; na prevenção da reincidência; na qualificação de profissionais e na investigação e monitorização.

Os incêndios florestais consumiram este ano 4.424 hectares de área ardida, mais 48 por cento do que no mesmo período de 2013, revelou, ontem, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. O relatório provisório de incêndios florestais indica que, entre 1 de janeiro e 15 de junho, registaram-se 2.713 ocorrências de fogo, mais 389 do que no mesmo período de 2013, que resultaram em 4.424 hectares de área ardida, entre 1.865 hectares de povoamentos e 2.559 hectares de matos. “Comparando os valores do ano corrente com o histórico dos últimos dez anos, destaca-se que se registaram menos 51 por cento de ocorrências relativamente à mé-

Incêndios. Distritos com maior área ardida são a Guarda (871 hectares), Viana do Castelo (811) e Braga (645)

dia verificada no decénio e que ardeu menos 60 por cento do que o valor médio de área ardida no mesmo período”, lê-se no mesmo documento. O ICNF justifica os valores “substancialmente inferiores” aos últimos dez anos com a chuva dos primeiros meses do ano. Os distritos com maior área ardida são a Guarda (871 hectares), Viana do Castelo (811 hectares) e Braga (645 hectares). Maio foi o mês com maior número de incêndios, com 1.150 fogos, que provocaram 1.489 hectares de área ardida, enquanto em março registou-se mais área ardida (1.748 hectares) devido às 645 ocorrências. O relatório adianta ainda que se registraram cinco grandes incêndios este ano, que consumiram 1.105 hectares de espaços florestais, 25 por cento do total da área ardida até 15 de junho. O maior incêndio deste ano ocorreu no dia 15 de junho em Portimão, distrito de Faro, e consumiu cerca de 384 hectares de floresta.

Vítimas com idades entre os 6 e os 11 anos

“Decisão do tribunal”

Barreiro realoja 6 pessoas após chuvadas

A presidente da Segurança Social da Madeira afirmou, ontem, que a situação dos filhos de Lídia Freitas, indiciada pelo crime de tráfico de pessoas, está fora da alçada da Comissão de Proteção de Menores, dependendo da decisão do tribunal. “Neste momento já não é uma situação da Comissão de Proteção de Menores, mas do tribunal”, disse Bernar-

dete Vieira, quando confrontada com a questão da segurança dos filhos de Lídia Freitas, indiciada pelo crime de tráfico de pessoas, por suspeita de envolvimento na “encenação” do desaparecimento do pequeno Daniel, na ocasião com 18 meses, em janeiro deste ano, na Calheta. A responsável salientou que “há uma suspeita do crime, se for confirmado o

Vítimas com idades entre os 6 e os 11 anos

As seis pessoas que ficaram desalojadas devido à chuva forte que caiu na terça-feira no Barreiro foram realojadas, três numa casa de abrigo e outras três em casa de familiares, disse, ontem, fonte dos bombeiros de Salvação Pública. “Com o acionamento da Linha Nacional de Emergência Social, três dos seis residentes foram alojados temporariamente numa casa abrigo na Cruz de Pau, no concelho do Seixal, tendo os outros três moradores ficado em casa de familiares”, explicou a fonte. As seis pessoas ficaram desalojadas e várias ruas ficaram quase intransitáveis devido à forte chuva que caiu na terça-feira no concelho do Barreiro durante cerca de meia hora. A família de seis pessoas, residente na rua Padre Abel Varzim, ficou desalojada devido a uma infiltração na cobertura. O túnel da Rua Miguel Bombarda, uma das principais artérias do Barreiro, inundou e ficou intransitável, bem como muitas outras vias urbanas.

Dois detidos por abusos sexuais de crianças

A Polícia Judiciária anunciou, ontem, a detenção de dois homens por abuso sexual de crianças na zona de Lisboa. Um homem de 34 anos foi detido na zona da grande Lisboa pela “prática de vários crimes” de abuso sexual de duas crianças suas familiares, entre 2005 e 2007. O homem, “aproveitando a proximidade física e a confiança familiar, veio, por várias vezes, a abusar sexualmente das vítimas”, então com 6 e 8 anos, esclareceu a PJ. Um outro homem, com 59 anos, foi detido no distrito de Lisboa por abuso sexual de uma menina de 11 anos no início deste mês. Este detido era arrendatário numa habitação onde a menina e a mãe também tinham quartos arrendados. Ambos ficaram em prisão preventiva.

tribunal vai tomar a decisão e a Segurança Social vai cumprir essa decisão”. Bernardete Vieira insistiu que a família do Daniel está a ser “acompanhada pelos técnicos da Segurança Social”. A presidente do Instituto de Segurança Social da Madeira assegurou que “as crianças tiveram e têm acompanhamento, não estão em risco”.


4 | O Primeiro de Janeiro

nacional

Quarta-feira, 25 de Junho de 2014

Passos quer fechar até setembro medidas substitutivas

“Cortes na despesa ou aumento de impostos” O primeiro-ministro diz esperar que o Governo possa fechar até setembro as medidas substitutivas das normas orçamentais para 2014 declaradas inconstitucionais. Durante uma inauguração de um lar de idosos, no concelho de Sintra, Passos Coelho considerou que “a execução orçamental parece estar a decorrer de acordo com o objetivo de chegar ao final deste ano com um défice de 4%”, mas assinalou que o Governo tem ainda de encontrar “uma solução” para as normas do Orçamento do Estado para 2014 declaradas inconstitucionais. “Esse é um tema que está a ser tratado em sede própria, e que terá uma resposta final até setembro – pelo menos, é essa a minha expectativa”, acrescentou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas.

PASSOS. O primeiro-ministro quer cumprir com o objetivo de chegar ao final deste ano com um défice de 4% e, para isso, “ou cortamos na despesa ou aumentamos impostos”… Questionado se há alternativa ao aumento de impostos, Passos Coelho respondeu que isso “depende daquilo que o Tribunal Constitucional vier ainda a decidir” sobre outras normas orçamentais para este ano, incluindo a reintrodução dos cortes salariais no setor público que vigoraram entre 2011 e 2013, aprovada na semana passada. “Nós

ou cortamos na despesa ou aumentamos impostos. Se não nos deixam fazer uma coisa, nós temos de fazer a outra”, afirmou o chefe do executivo PSD/CDS-PP, reiterando que é preciso aguardar para conhecer “exatamente qual é a dimensão financeira do problema”. Interrogado se a evolução da economia não pode dispensar a op-

ção por mais aumentos de impostos, Passos Coelho declarou: “Se, porventura, chegarmos a meio de agosto e as notícias que tivermos do lado das contas nacionais trouxerem um crescimento da economia mais pronunciado do que aquilo de que se estava à espera, evidentemente que nós não temos nenhuma necessidade de estar a apertar mais do que aquilo que é necessário e faremos a devida correção”. Contudo, completou: “Se tivermos más notícias, não podemos meter a cabeça debaixo da areia e teremos de corrigir essa situação adotando mais medidas”. O primeiro-ministro prometeu que “o Governo fará o que é necessário para que as metas possam ser cumpridas, nem com excessivo otimismo, nem com excessivo pessimismo”. No que respeita aos dados da execução orçamental divulgados, o primeiro-ministro disse não os conhecer em detalhe, tendo “apenas uma indicação genérica de que a execução orçamental está a decorrer favoravelmente”, com a execução do lado da receita “acima daquilo que estava previsto” e “algumas situações que precisam de acompanhamento” do lado da despesa.

Mais de 14 mil milhões em impostos nos primeiros cinco meses

Receita fiscal aumenta 3,4% em maio A receita fiscal do Estado aumentou 3,4% até maio e em termos homólogos, tendo sido arrecadados 14 624 milhões de euros em impostos nos primeiros cinco meses do ano, segundo números do Governo. De acordo com a síntese da execução orçamental, publicada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), “a receita fiscal líquida acumulada do Estado até maio de 2014 ascendeu a 14 624 milhões, o que representa um aumento expressivo de 477 milhões de euros face ao montante cobrado em igual período de 2013”. A tutela refere ainda que a receita líquida acumulada dos impostos diretos (IRS - Imposto sobre o Rendimento de Pessoa Singular e o IRC - Imposto sobre o Rendimento de Pessoa Coletiva) aumentou 4,4% e que a receita ilíquida acumulada dos impostos indiretos (sobre o consumo) aumentou 2,5% até maio deste ano face ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros cinco meses do ano,

entraram nos cofres do Estado 4759,9 milhões de euros em receitas de IRS, mais 407 milhões de euros do que no mesmo período de 2013, uma evolução que a DGO justifica com “a melhoria das condições do mercado de trabalho e o crescente impacto positivo decorrente das novas medidas de combate à fraude e à evasão fiscal nos impostos diretos”. Quanto ao IRC, entre janeiro e maio, foram cobrados 1847,6 milhões de euros com este imposto, menos 128,4 milhões do que nos mesmos meses de 2013. A DGO refere que esta diminuição é “explicada fundamentalmente pela alteração do padrão intraanual da coleta associada a cada componente da cobrança voluntária deste imposto”. Dentro dos impostos indiretos, o executivo destaca “a aceleração do crescimento da receita do Imposto de Valor Acrescentado (+2,9%), do Imposto sobre Veículos (41,6%), do Imposto sobre o Tabaco (4,9%), do

Imposto Único de Circulação (17,2%) e do Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas (2,1%)”. A DGO entende que o comportamento das receitas com IVA evidencia “a recuperação da atividade económica e a crescente eficácia das novas medidas de combate à evasão fiscal e à economia paralela, em resultado da reforma da faturação e da reforma dos documentos de transporte”. Nas primeiras reações a estes números, o PCP acusa o Governo de tirar salários aos trabalhadores e transferilos para “os bolsos dos banqueiros”, declarando ainda que os dados da execução orçamental dizem respeito a um OE2014 declarado inconstitucional. “Esta execução orçamental – advogou o deputado comunista Paulo Sá – diz respeito a um OE que foi declarado inconstitucional e por isso não pode servir de elemento de avaliação orçamental futura”. Pelo lado do BE, o líder parlamentar comparou o Governo com “Robin

dos Bosques”, mas no sentido “inverso”, com o executivo a “tirar de baixo para dar aos de cima”. “Os dados da execução orçamental agora conhecidos, dos primeiros cinco meses do ano, dão conta que o Governo faz o inverso da política de Robin dos Bosques: Robin dos Bosques retirava aos ricos para dar aos pobres, o Governo o que faz é tirar aos de baixo para dar aos de cima”, acusou Pedro Filipe Soares. No sentido contrário, a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro louvou a “confiança constante e persistente” na economia portuguesa, apontando o anúncio de uma empresa multinacional de mobiliário e decoração. “São encorajadores, são dados positivos. Há a profunda convicção de que o défice está controlado. Gostaria de salientar uma grande notícia para Portugal, que é o facto de a empresa sueca IKEA ter anunciado que vai contratar, nos próximos anos, 3000 trabalhadores para as suas infraestruturas”, informou.

PSD e a execução orçamental

“Ninguém pode pôr em causa aquilo que já foi conseguido” O deputado do PSD Duarte Pacheco defende que os dados da execução orçamental demonstram que “os sacrifícios estão a valer a pena” e que “ninguém pode pôr em causa aquilo que já foi conseguido”. “Não podemos ficar sossegados face ao que vai acontecer até ao final do ano, mas são boas notícias, e se os sacrifícios dos portugueses estão a dar bons resultados, ninguém pode pôr em causa aquilo que já foi conseguido e os sacrifícios que tantos portugueses têm estado a fazer”, afirmou Duarte Pacheco aos jornalistas no parlamento. Questionado sobre se estava a referir-se ao Tribunal Constitucional, o deputado social-democrata respondeu: “O rigor e a cautela devem estar permanentemente na gestão do dia-a-dia das contas públicas, e, por isso, todos aqueles que podem tomar decisões que influenciam ou podem influenciar esse rigor devem ponderar que os sacrifícios dos portugueses não podem ser desperdiçados”. De acordo com a síntese de execução orçamental hoje publicada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), até maio, o défice das administrações públicas relevante para efeitos do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF) e em contabilidade nacional foi de 959 milhões de euros, menos 631 milhões do que o observado nos primeiros cinco meses de 2013. Em comparação com o mês de abril, o défice das administrações públicas foi reduzido em 1.251,1 milhões de euros em maio, depois de no mês anterior ter disparado para os 2.210,2 milhões de euros. Duarte Pacheco disse que o “valor do défice acumulado melhora significativamente quase 800 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, mas também melhora face ao mês anterior, em que tinha sofrido um agravamento”. Segundo ainda o deputado do PSD “esta melhoria vem de duas vias”: o “controlo de despesa cada vez mais rigoroso” e o “aumento da receita fiscal, que mostra que a dinâmica económica é uma realidade”. “Não é só do combate à fraude e à evasão fiscal, embora isso possa ser importante, mostra também que o consumo e que a economia está felizmente a dar sinais de retoma económica”, argumentou, ilustrando com a subida do IVA. Os números divulgados pela DGO são apresentados em contabilidade pública, ou seja, o registo da entrada e saída de fluxos de caixa. Esta é a contabilidade exigida pelo FMI para efeitos de averiguação do cumprimento das metas do PAEF. No entanto, a meta do défice - que para este ano é de 4% do Produto Interno Bruto - é apurada em contas nacionais, a ótica dos compromissos e a que conta para Bruxelas. O Instituto Nacional de Estatística (INE) deverá divulgar o valor do défice do primeiro trimestre nesta ótica na sexta-feira.


Quarta-feira, 25 de Junho de 2014

economia

O Primeiro de Janeiro |

António Pires de Lima congratula-se com aposta no mercado português

“2014 é o ano da retoma do investimento” Contas externas de Portugal com saldo positivo

249 milhões de euros

As contas externas de Portugal registaram um saldo positivo de 249 milhões de euros até abril, menos 425 milhões do que no período homólogo, segundo o Banco de Portugal. De acordo com o boletim estatístico de junho publicado pelo banco central - apesar de ter passado de um défice de 82 milhões no primeiro trimestre para um excedente de 249 milhões nos quatro primeiros meses do ano - no final de abril de 2014, o saldo externo de Portugal era inferior em 425 milhões de euros ao registado no mesmo período de 2013, altura em que chegou aos 674 milhões de euros. A balança corrente teve um défice de 816 milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano, o que compara com um défice de 32 milhões de euros no período homólogo. A balança de capital, a outra componente do saldo externo, registou um excedente de 1.065 milhões de euros entre janeiro e abril deste ano, depois de ter registado um saldo positivo de 705 milhões de euros nos mesmos meses de 2013. No final do ano passado, ainda segundo os dados apresentados pelo banco central luso, o saldo das contas de Portugal com o estrangeiro chegou aos 4.293 milhões de euros, um aumento face ao saldo de 539 milhões de euros, registado em 2012.

No primeiro trimestre, o investimento “cresceu, pela primeira vez em muitos anos, 12%, muito mais que as projeções económicas”. O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou, ontem, que 2014 “está a ser” o ano da retoma do investimento em Portugal e destacou que investidores alemães estão a apostar no mercado português. Pires de Lima falava aos jornalistas à margem da conferência «60 anos de conetividade», organizada pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Questionado sobre se 2014 é o ano da verdadeira retoma do investimento, o ministro disse: “Está a ser, já não vale a pena só acreditar”. Pires de Lima recordou que no último trimestre do ano passado fez várias visitas à Alemanha, onde manteve contactos com vários responsáveis do País. “Revelei nessa altura que em 2014 veríamos investidores alemães a apostarem em Portugal. É o que está a acontecer, o mais emblemático é seguramente o da Volkswagen Autoeuropa, mas há outros investidores alemães, empresas que já cá estão, outras que estão a conhecer Portugal, que estão a investir” no País, acrescentou. Alemanha como exemplo

No primeiro trimestre, o investimento “cresceu, pela primeira vez em muitos anos, 12%, muito mais que as projeções económicas” que tinham sido feitas, sublinhou. Pires de Lima destacou as características “muito especiais” do investimento alemão, considerando que este devem ser “acarinhadas”, e especificou que é um investimento de “longo prazo”, muitas vezes “associado à indústria” e “criador de emprego qualificado”. O governante lembrou que os salários médios pagos pelas empresas alemãs em Portugal são altos, referindo que “apostam numa cultura de compromisso social, geralmente “não fazem greves” e “existe uma grande disponibilidade e motiva-

ção por parte dos trabalhadores para cumprirem os objetivos”. “É bom termos agora cá empresários alemães a constatarem esta viragem que Portugal está a conhecer e a estudarem investimentos adicionais”, comentou o governante, que reiterou que “Portugal precisa muito de investimento”. “Há seguramente muitas outras oportunidades de investimento que resultam destes contactos. Não é imediato, não é automático, mas investindo em 2014 teremos mais condições para em 2015 e 2016 vermos a nossa economia a crescer e o desemprego a descer”, sublinhou. O governante disse ainda, citando a sua “experiência prática” que quando “as administrações dão o exemplo, se preocupam com as pessoas e as envolvem na gestão, é mais fácil chegar a acordos, ter trabalhadores motivados e produtivos”. Pires de Lima lembrou que nas empresas do setor privado português “as manifestações e greves não têm sido a nota”. “Acho que há um Portugal imenso que está a puxar por esta viragem económica e está ajudar Portugal a crescer”, disse, reconhecendo que há greves na Administração Pública, área que atravessa um “momento difícil”. Portugueses defendem economia verde

Investimento. “É bom termos agora cá empresários alemães a constatarem esta viragem que Portugal está a conhecer”, disse

Ao perder 1,50%

Bolsa de Lisboa fecha sessão em queda acentuada

O PSI20 fechou, ontem, a perder 1,50% para 6.016,58 pontos, pressionado pelos títulos da banca e em especial pela queda superior a 9% do BES. Entre os 20 títulos do principal índice da bolsa portuguesa, 15 fecharam a perder e cinco valorizaram, levando o índice a descer da barreira psicológica de 7.000 pontos. O BES liderou as quedas, ao ceder 9,62% para 0,77

euros, a quinta queda consecutiva das ações do banco, num momento em que este passa por um processo de alterações na gestão, com destaque para a saída do líder histórico Ricardo Salgado da presidência executiva. A Espírito Santo Financial Group (a «holding» familiar que detém 25,1% do BES) foi o segundo título que mais perdeu, 7,77% para 2,26 euros. Ontem, a CMVM ordenou a suspensão da negociação das ações do Banco Comercial Português até à divulgação de informação relevante sobre o emitente.

Um inquérito da Faculdade de Ciências a 3 mil portugueses revelou que a economia verde é mais importante do que a reindustrialização, embora esta seja tenha maior peso em Portugal do que no resto da União Europeia. Entre os portugueses que responderam, online, ao inquérito, 79% consideram a economia verde muito importante, enquanto 42% defende que a reindustrialização é muito relevante. Mas, a reindustrialização tem mais peso para Portugal - com 67% a referir ser muito importante - do que para a UE (36%). As principais razões para a aposta na reindustrialização prendem-se com fatores económicos como o emprego (63%) e o crescimento económico (59%), mas também com a inovação e desenvolvimento tecnológico (42%) ou o respeito pelo ambiente no processo de produção (37%).


6 | O Norte Desportivo

desporto

Quarta-feira, 25 de Junho de 2014

Humberto Coelho garante que técnico não colocou o lugar à disposição

“Queremos ir com Bento até ao Euro2016” Vice-presidente da FPF garantiu, ainda, que não estão arrependidos de terem escolhido Campinas como “quartel-general”. O vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol Humberto Coelho disse, ontem, que o organismo pretende manter o vínculo com o selecionador Paulo Bento, embora admita que, após o final do Mundial2014, vai ser avaliado o percurso da equipa. Em conferência de imprensa no centro de treinos da Ponte Preta, em Campinas, Humberto Coelho lembrou que Paulo Bento tem contrato e que espera que leve Portugal ao Euro2016, à França. “Até agora, o Paulo Bento nunca pôs essa situação [de pôr o lugar à disposição]. Temos um compromisso, mais um jogo para tentar o apuramento. Estamos focados nesse objetivo. Não sei qual é a posição de Paulo Bento”, afirmou. Humberto Coelho diz que não sabe o que “Paulo Bento vai pensar”, garantindo que “até agora” o selecionador “não disse nada”. “Não sei o que ele vai pensar amanhã ou na próxima semana (...).Não nos chegou a nós qualquer indício que Paulo Bento vai pôr lugar à disposição ou que a Federação vai deixar de trabalhar com o selecionador”, afiançou. “Não vamos atirar a toalha ao chão”

Humberto Coelho disse que “não se poder esquecer o trabalho que tem sido feito” e que “nos últimos 14 anos Portugal esteve em oito fases finais”, embora “passar a primeira fase fosse muito importante e ninguém está satisfeito”. Garantindo que os dirigentes da FPF não são surdos, mas que também não são condicionados pela opinião pública, o vice-presidente disse que, após o Mundial2014, se vão “reunir com todos os departamentos para ver o que correu mal e ver o que é melhor para o futuro”, embora não veja razões para terminar o vínculo com Paulo Bento e que após a prova vão dizer o que decidiram fazer. “Assinámos um contrato de dois

anos. Claro que os resultados são importantes e não só um resultado. Houve uma destabilização com o resultado contra a Alemanha. Não vamos atirar já a toalha ao chão. Quando Paulo Bento assinou, foi com a perspetiva de ir até ao Europeu de 2016. É esse o nosso objetivo. Continuamos a querer ir às fases finais. Há dois meses, quando assinámos, a maioria dos portugueses estava de acordo. Fizemo-lo para manter estabilidade, é nesse sentido que estamos a trabalhar”, admitiu. Humberto Coelho adiantou ainda que a direção da FPF não vai sair do caminho traçado, de “desenvolver a formação, criar condições para os jovens poderem jogar, para que a seleção AA tenha mais qualidade”, garantindo que todos os responsáveis vão dar a cara após o Mundial, sejam os jogadores, o selecionador ou o presidente do organismo. Satisfeitos com Campinas

Mundial2014. “Quando Paulo Bento assinou, foi com a perspetiva de ir até ao Europeu de 2016. É esse o nosso objetivo”, disse Humberto Coelho

Morte do irmão

Yayá Touré crítica postura do Manchester City

O futebolista internacional marfinense Yayá Touré criticou o seu clube, o Manchester City, por não lhe ter permitido passar uns dias com o seu irmão, doente em estado terminal com cancro, que morreu na semana passada. “Gostava de ter passado quatro ou cinco dias com o meu irmão antes de viajar para preparar o Mundial com a Costa do Marfim. Mas o

City não quis dar-me esses dias. Tinha de ir celebrar o título de campeão [de Inglaterra] a Abu Dhabi, enquanto o meu irmão pequeno se apagava numa cama de hospital”, escreveu o jogador numa coluna, ontem, publicada na revista France Football. Touré lamenta não ter insistido mais sobre o seu desejo junto dos dirigentes do City. “Essa foi a razão pela qual tive várias lesões no final da temporada. Os últimos quatro meses foram, sem dúvida, os mais duros da minha vida”, acrescentou.

Humberto Coelho garantiu que não estão arrependidos de terem escolhido Campinas como “quartelgeneral”, garantindo que tem “as condições todas para um ótimo trabalho” e que “não é por acaso” que 60 a 70 por cento das equipas estão no eixo São Paulo-Rio de Janeiro. “Aqui, temos um hotel com toda a privacidade que uma equipa precisa, estamos a 15 minutos do aeroporto e do centro treinos, o que é ótimo para que não tenha de se fazer uma grande viagem. A questão logística foi importante. É um hotel que nos dá uma grande tranquilidade e segurança. Sabemos que as diferenças de temperaturas são grandes. As equipas europeias têm tido mais problemas em termos climatéricos, por isso, têm mais dificuldades. Uma parte é genética e é por isso que as equipas têm essas dificuldades”, referiu. Lembrando que o futebol “não é ciência exata” e que “há condicionalismos num jogo de futebol”, Humberto Coelho referiu que “o Brasil hoje treinou com oito graus” e que as escolhas dos locais e das questões logísticas não estão a afetar assim tanto no Mundial2014. “Vimos muitos sítios e escolhemos aquele que [respondia] em todos os itens que a federação definia [como importantes]”, disse.

Helena Costa explica saída do Clermont

“Culpa é do diretor”

A treinadora portuguesa Helena Costa revelou, ontem, ter saído do Clermont Foot 63 devido à ingerência e atitude do diretor desportivo do clube, que chegou a contratar futebolistas sem lhe dar conhecimento. “A saída deve-se principalmente ao facto de o diretor desportivo [Olivier Chavagnon] contratar jogadores sem o meu acordo, para uma equipa que eu teria de liderar, e ser responsável, não me dando qualquer conhecimento, e havendo hipóteses financeiramente viáveis para outras contratações”, disse. Em comunicado, Helena Costa optou por contar a sua versão dos factos, um dia depois de ter resignado ao cargo, depois de o presidente Claude Michy ter feito observações contrárias ao que tinham falado. Helena Costa tinha dito que se tratavam de razões pessoais, mas, face à postura do dirigente máximo do clube, resolveu ser clara e lamentar o «volte face» de Claude Michy, que chegou a dizer que a saída da técnica era surpreendente e incompreensível. Helena Costa deixou ainda claro que no domingo informou o presidente do clube do que se passava e que lhe disse que não pretendia trabalhar diretamente com o diretor, bem como não queria que este estivesse envolvido no trabalho da equipa.


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Quarta-feira, 25 de Junho de 2014

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QUEREMOS RESPONSÁVEIS São os portugueses que o exigem. É necessário arranjar um bode expiatório. Pode ser Fernando Gomes o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), contudo, o problema é que na tradição da engrenagem federativa o presidente está proibido de se meter no futebol. Pode ser Paulo Bento que foi quem escolheu o Gustavo Pires* 4:4:2, o 4:3:1:2 ou o que quer que seja, mas como assim, se foram os jogadores que não interpretaram suficientemente bem o sistema; pode ser Henrique Jones o responsável pela equipa médica que não foi capaz de resolver em 15 dias as lesões que os jogadores traziam de épocas sucessivas de excessos; pode ser Humberto Coelho que enquanto vice-presidente da FPF, para além do ubíquo Hermínio Loureiro, é a figura que mais aparece na televisão; pode ser João Manuel Vieira Pinto Diretor responsável pela Seleção Nacional “A” e Seleção Nacional “Sub-21”…; pode ser o Diretor Geral Tiago Craveiro ou até mesmo o Chefe da Divisão Desportiva Carlos Godinho ou … podíamos continuar por aí fora até chegarmos à Manuela Costa da Direção Administrativa. Se o futebol é festa então, como refere Humberto Eco, deve correr sangue. É o povo que o exige. O problema é que pelo estado de desorganização total em que o desporto nacional se encontra é impossível apurar os verdadeiros responsáveis. Steve Jobs, um dos grandes visionários do século XX, perante a desorganização da indústria informática americana dizia: “ponham as coisas desta maneira: Se olharmos para o nosso próprio corpo, as nossas células são especializadas, mas cada uma delas tem o plano global de todo o organismo”. Assim sendo, a pergunta a fazer é: qual é o plano global do organismo que é a FPF. Qual a vocação e a missão? Qual é o organigrama da FPF, como é que as partes interagem? Quem faz a coordenação total? Quais são os mecanismos de coordenação e de conjugação do trabalho? Quais os fluxos? Qual é o plano estratégico da FPF? Ora, quem se der ao trabalho de visitar o site da FPF não encontra lá nada de substancialmente relevante que possa esclarecer as questões levantadas. O mesmo se passa relativamente ao Comité Olímpico de Portugal (COP) e à Secretaria de Estado do Desporto (SED). Qual é o plano geral do organismo? Como é que a FPF pode ter um plano minimamente credível se desconhece os planos do COP e da SED que são as entidades que, respetivamente, nos domínios privado e público deviam superintender o desporto nacional? O Sistema Desportivo seria muito melhor se cada uma das entidades que o constitui fosse conhecedora do plano global de maneira a poder tomar as suas próprias decisões e realizar o seu próprio plano. Qual a visão? O que se deseja? Onde se quer chegar? Com que meios? O problema é que existem enormes riscos em fornecer às pessoas acesso a uma vasta gama de informações que lhes permita pensar pelas próprias cabeças e a comunicação social, o chamado 4º poder, parece que já não tem poder nenhum pelo que, salvo honrosas exceções, está mais interessada no folclore do que nos verdadeiros problemas que afetam o desporto. Em consequência, daqui a dois anos quando estiverem a acontecer o Europeu de Futebol e os Jogos Olímpicos vamos voltar à vaca fria com Hermínio Loureiro, perante uma seleção com a corda na garganta a dizer n’A Bola que “devemos acreditar até ao fim. A esperança é a última coisa a morrer. E enquanto há vida há esperança. Força Portugal.” Lindo… Por isso, o povo português pode tirar o cavalinho da chuva porque o mais certo é não existirem responsáveis e daqui a meia dúzia de meses estarem todos a condecorarem-se uns aos outros na famigerada gala da Confederação do Desporto de Portugal. Os portugueses têm o futebol, o desporto e o País que merecem. Por isso, são eles os responsáveis.

CNIPE e a decisão do MEC em encerrar mais 311 escolas

“Mais uma vergonha” de Nuno Crato

A Confederação Independente de Pais revelou que, nos últimos 12 anos, já foram encerradas mais de 6500 escolas em Portugal, classificando como uma “vergonha” a intenção de fechar no próximo ano letivo 311 estabelecimentos. Em comunicado, a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) diz estar “solidária com todos os pais dos alunos que vão ser vítimas do encerramento da sua escola”, lamentando que os pais e as autarquias não tenham sido chamados a participar neste processo. “Desde 2002 até hoje já foram encerradas mais de 6500 escolas neste nosso país. Qual o futuro deste nosso país?”, questiona a CNIPE.

A confederação afirma não haver qualquer estudo que prove que é positivo concentrar alunos em espaços como os centros escolares, recordando que muitos estudantes serão obrigados a grandes percursos de transportes e a acordar muito cedo para conseguirem estar na escola a horas. “Todos os distritos estão a ser fustigados com encerramento de escolas e a CNIPE não pode estar de acordo, nem reconhece os critérios que estiveram subjacentes a estas decisões. (…) Mais uma vergonha do Sr. Ministro e sua equipa responsável pela educação em Portugal”, refere a mesma nota de imprensa. O distrito de Viseu é aquele onde se vão encerrar mais escolas do 1.º ciclo do ensino básico, já no próximo

ano letivo, com 57 estabelecimentos a fechar portas, de acordo com a lista de 311 escolas já divulgada pelo Governo. Entre os distritos mais atingidos pelos encerramentos estão também Aveiro e Porto, com 49 e 41 escolas a fechar em 2014-2015, respetivamente, de acordo com a lista de encerramentos divulgada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC). Lisboa e Bragança são os distritos onde encerram menos escolas – duas em cada um dos distritos – seguindo-se Faro e Viana do Castelo, com três encerramentos anunciados. O processo de encerramento de escolas do 1.º ciclo está concluído, para 2014-2015, mas a “reorganização da rede irá prosseguir” no ano letivo seguinte, de acordo com o MEC.

Tradicional Regata de Barcos Rabelos

Dalva vence corrida muito renhida

A tradicional Regata de Barcos Rabelos realizou-se ontem, dia de S. João, desde o Cabedelo até à Ponte D. Luís, no Porto, sob condições atmosféricas atípicas, de pouco vento e chuva intensa, mas com um efeito benéfico na competição. Com 14 barcos rabelos em representação do mesmo número de marcas de vinho do Porto, a corrida foi mais renhida que o habitual, com praticamente todas as embarcações a competir lado a lado, quando normalmente navegam já dispersas pouco após o arranque da regata. Segundo o “skipper” (capitão) do rabelo da Dalva, que venceu a competição, esta foi uma “corrida fantástica, com a chuva como elemento surpresa e, dos últimos anos, a corrida em que os barcos estiveram juntos durante mais tempo”. Jorge Dias recordou ainda que esta foi apenas a sua terceira participação na regata, sendo que da primeira vez partiu o mastro do rabelo da Dalva, da segunda ficou

“a meio da classificação”, à terceira foi de vez e, portanto, “foi fantástico”. Numa embarcação providenciada pela Confraria do Vinho do Porto, que organiza a regata, para acompanhar os rabelos, Lance Hurtubise, empresário da restauração oriundo de Alberta, Canadá, disse que “a regata é ótima, muito divertida. E com muito vinho do Porto”. Para o empresário, que visita Portugal pela primeira vez, a corrida “parecia pintada”, dado o vagar com que os rabelos navegavam num dia de pouco vento, mas terá valido a pena a viagem também pela noite de S. João, apesar dos “martelos um pouco barulhentos demais” para o seu gosto. “Nós sabemos que normalmente o S. João não se dá muito bem com o S. Pedro”, disse Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), lembrando as ocasionais “orvalhadas” do mês de junho, mas admitindo que não se lembra de “uma

regata com tanta chuva”. “A relação entre os dois santos não deve ser a melhor”, supôs o presidente do IVDP, constatando o pouco vento que se fez sentir e a ausência de “toda uma série de coisas que normalmente acontecem” e que ficaram de fora desta XXXI regata. “No princípio, é normal haver velas que rasgam e mastros que partem”, considerou Manuel Cabral, salientando “uma coisa verdadeiramente atípica, mas que é muito bonita” desta regata, o facto de “o conjunto de velas” estar tanto tempo lado a lado, permitindo “um pano de fundo muito invulgar”. O quadro atípico acabou por favorecer o objetivo da regata, concluiu o presidente do IVDP, sublinhando que “o que é importante é mostrar muito e de uma forma idêntica as diferentes marcas e empresas e o vinho do Porto de uma forma geral. E isso está a acontecer muito bem”, disse, enquanto decorria ainda a competição no rio Douro.

Antigo autarca de Oeiras deixou a prisão de Carregueira

Isaltino “feliz” por estar em liberdade

Isaltino Morais saiu ontem pelas 18h50 do Estabelecimento Prisional da Carregueira, Sintra, dizendo aos jornalistas que estava muito feliz por sair em liberdade. “Não há nada melhor do que estar em liberdade. Estava à espera há

muito tempo desta libertação”, disse o antigo autarca de Oeiras, que abandonou o estabelecimento prisional rumo a casa, em Miraflores, no carro do seu advogado, Pinto de Abreu. Isaltino de Morais, condenado

a dois anos de prisão por fraude fiscal, vai cumprir o resto da pena em liberdade condicional estando impedido, por decisão do Tribunal da Relação de Lisboa, de se ausentar de Portugal continental até abril de 2015.


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