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Diogo Aurélio

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João Lopes

João Lopes

Quando tinha 15 anos lesionei-me no joelho, fui operado e tive de fazer fi sioterapia, uma ‘coisa’ que desconhecia (...) foi nessa altura que senti interesse para estudar esta área

DIOGO AURÉLIO Uma lesão levou-o a descobrir a fi sioterapia, hoje tem uma clínica no Litoral Alentejano

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Formou-se em Setúbal e passou por Inglaterra. Fazer das contrariedades oportunidades é o seu estilo de vida. Quando tudo parecia torto, ‘endireitou o esqueleto’ e decidiu o seu sucesso

Humberto Lameiras

Quando algo corre mal, em momentos pode ser um aperto; uma revolta, ou, por que não uma oportunidade. Foi assim que Diogo Aurélio, hoje com 27 anos, despertou para a profi ssão de Fisioterapeuta e teve a coragem, em tempo de pandemia, de abrir um gabinete, agora clínica, da especialidade. Foi em Setembro de 2020, em Vila Nova de Santo André, concelho de Santiago do Cacém, durante plena crise covid-19. “Assumo que foi um risco a vários níveis, mas foram ponderados, e o resultado tem sido muito positivo”, afi rma.

Voltando à época em que tudo começou, contada pelo próprio. “Quando tinha 15 anos lesionei-me no joelho a praticar desporto, fui operado e tive de fazer fi sioterapia, uma ‘coisa’ que desconhecia. Estava no 10.º ano em Ciências, e ‘preso’ a uma recuperação longa, foi nessa altura que senti interesse para estudar esta área, e seguir carreira”.

Assim que terminou o 12.º ano entrou no Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) onde se licenciou em Fisioterapia, entre 2012 e 2016. Quis regressar às suas origens, Vila Nova de Santo André, mas não lhe foi fácil conseguir o primeiro emprego. “Se a nível nacional, em 2016, as oportunidades de emprego na minha área não eram muitas, aqui era pior. Não havia clínicas privadas com fi sioterapia, e em hospitais poucos entravam”. Só passados quatro meses conseguiu um trabalho através de estágio profi ssional.

DR

Em plena pandemia covid-19, Diogo Aurélio não exitou e abriu a sua clínica de Fisioterapia. E deu certo

Terminado o estágio, “as oportunidades continuavam a ser muito poucas”. Diogo Aurélio namorava então com uma enfermeira de Setúbal que tinha terminado o curso também no IPS em 2017. “Decidimos ir para o estrangeiro”, e escolheram Inglaterra para trabalhar e fazer formação contínua. Entrou numa clínica privada e, além do ordenado, ainda recebia 500 euros para investir em formação. “Isto é raro acontecer em Portugal”, comenta.

Em Março de 2020 regressa a Portugal e, em Setembro do mesmo ano, decide abrir o seu próprio gabinete de fi sioterapia que, entretanto, ampliou especialidades. A agora clínica Fisio Move proporciona consultas por um médico de clínica geral, uma psicóloga e uma terapeuta da fala. A parte da fi sioterapia está unicamente a cargo de Diogo Aurélio que, essencialmente, trata as áreas neuro-músculo-esqueléticas, onde tem uma formação mais ‘consistente’.

Assume que foi um risco, quer por se instalar numa zona do Alentejo onde a fi sioterapia ainda era pouco divulgada, e mais ainda em plena fase alta da propagação da infecção covid-19. “Foi uma decisão pessoal e com difi culdade acrescida, mas ponderada”. Mais uma vez, perante um quadro de contrariedades viu oportunidades. “Esta região não está muito desenvolvida na área de fi sioterapia, não há muitos gabinetes como o meu, mas existem muitos casos de lesões ocupacionais ou em pessoas que fazem trabalhos repetitivos em fábricas”.

O certo é que a sua perspectiva mostrou estar correcta e, em Março deste ano, mudou a clínica para um novo espaço e começou a implementar novas áreas de saúde. “Está a correr muito bem, e tenho a agenda cheia”, a ponto de estar a considerar contratar mais um fi sioterapeuta.

“A media de horas semanais que passo na clínica com clientes é sempre acima das 50 horas. Apenas guardo para mim a tarde de sábado e o domingo, mesmo assim, há sempre qualquer coisa para fazer na clínica. Não tem sido fácil, mas não há crescimento sem dores. Está tudo a correr bem, felizmente”, afi rma.

Ao mesmo tempo, antevê que a profi ssão de Fisioterapia venha a ter agora um maior crescimento, não só porque a população começa a fi car mais desperta para este tipo de cuidados de saúde, mas também porque neste momento está constituída a Ordem dos Fisioterapeutas que, em cerca de ano e meio de actividade, tem estabelecido acordos com outras Ordens profi ssionais. “É um grande passo na nossa profi ssão”, considera Diogo Aurélio.

Quanto a tempos livres, “são muito poucos”, e o seu ‘escape’ é a actividade desportiva, dedicando-se ao paddle. “Se estiver stressado, dá para dar ali umas belas pancadas com a raquete, o que é muito bom para aliviar”. De resto, é estar com a família, os amigos e, no Verão, praia.

Diogo Aurélio à queima-roupa

Idade 27 anos Naturalidade Vila Nova de Santo

André, Santiago do Cacém

Residência Vila Nova de Santo

André

Área Fisioterapeuta

Assume que estabelecer-se no Alentejo, onde a fi sioterapia ainda era pouco divulgada, e quando a pandemia estava no pico, foi um risco. “Foi uma decisão difícil, mas ponderada”

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