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Duarte Mayer
Educação e Ensino
DUARTE MAYER “Integrar o programa Erasmus foi uma das experiências mais enriquecedoras de sempre”
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Aluno de mérito da Escola D. João II no secundário, o projecto de intercâmbios European School Network abriu-lhe as portas para viagens que moldaram o seu percurso até hoje
Inês Antunes Malta (Texto) Mário Romão (Fotografi a)
Duarte Mayer nasceu em Lisboa, mas o facto de ter crescido em Setúbal, onde vive até agora, fá-lo sentir-se “inegavelmente setubalense”. Estudou sempre em escolas da cidade, com destaque para a Escola Secundária D. João II, onde começou “a participar mais activamente na vida da comunidade escolar”. Ao integrar o European School Network, programa internacional de intercâmbio entre escolas secundárias europeias que haveria de mudar a sua vida, viajou até França, Holanda e Itália.
“Com coordenação da professora Adelaide Botelho, fazíamos vários projectos de intercâmbio e todos os anos recebíamos alunos de mais de 25 escolas da Europa. Cada escola tem o seu projecto e na D. João II, na Open Air Activities Week, que ajudava sempre a organizar, praticávamos actividades náuticas, desportos e mostrávamos a cidade a todos os estudantes”, refere. "Recebíamos os jovens em nossa casa tal como depois também fi cávamos
Duarte Mayer à queima-roupa
Idade 20 anos Naturalidade Lisboa Residência Setúbal Área Ciência Política e Relações
Internacionais Tendo línguas, geografi a e história como áreas onde seria feliz, mantém por agora o seu futuro em aberto
Apesar de ter nascido em Lisboa, sente-se setubalense e considera que a cidade tem "imensas possibilidades"
nas suas e visitávamos os projectos das respectivas escolas. Neste meu percurso tive professores que me inspiraram mesmo e foram um apoio incrível”, continua.
Nestes projectos de intercâmbio, que lhe trouxeram amigos que mantém até hoje, “ia para a escola com eles, estava em casa deles, contactava com as famílias e isso foi muito enriquecedor. Permitiu-me conhecer outras culturas e aperfeiçoar algumas línguas, o que para a minha formação e área de interesses foi uma oportunidade mesmo maravilhosa”. Gosto pelas temáticas trabalhadas tornou-o num aluno de mérito Neste mesmo período, “por ter entrado numa área de que gosto realmente, Línguas e Humanidades, comecei a ter um grande interesse por praticamente todas as cadeiras e isso fez com que me dedicasse mais. Adoro história, línguas, arte também”. Duarte Mayer conta ainda que ao longo do seu percurso académico nunca foi “um aluno marrão. Trabalhava e era organizado. No secundário, com o objectivo de entrar naquela licenciatura bem defi nido, estava a estudar algo de que gostava mesmo e por isso aconteceu tudo de uma forma natural”.
No decorrer da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que terminou recentemente, o jovem participou no Programa Erasmus. “Efectivamente trouxe uma bagagem muito forte do secundário. Tenho um grande interesse pela história, arqueologia, geografi a e especialmente pelas línguas e esse foi um grande trunfo, especialmente para Erasmus, que foi na minha opinião uma das experiências mais enriquecedoras de sempre”, partilha. “Estive em Itália, em Trieste, e mergulhei mesmo muito. Não tive tanto aquela experiência de estar com outros alunos estrangeiros, foi mais entrar mesmo na cultura e foi fantástico, dos melhores momentos da minha licenciatura”, adianta.
Fez amigos italianos, aprendeu a língua muito rapidamente e considera que em Itália teve “algumas das cadeiras” e leu “dos livros mais interessantes” da sua vida. A licenciatura, no seu todo, foi “uma excelente oportunidade para conhecer pessoas novas, alargar alguns horizontes, aperfeiçoar algumas competências que tinha e estudar uma série de coisas diferentes, e que acho interessantes, juntas no mesmo espaço”.
Entre planos para o futuro, encontra-se a preparar as candidaturas a mestrado, “deixando algumas opções em aberto porque há várias coisas que não me importava de estudar e que me vejo a fazer”. Nesta fase, considera ainda que “por ter conhecido tantas pessoas, realidades diferentes e opções fantásticas, são tantas áreas de que gosto imenso que acho que qualquer uma dessas áreas, línguas, geografi a ou história, me faria feliz”.
Com gosto por ler, estar com os amigos, ir à praia e viajar, o jovem defi ne a fotografi a como o seu hobbie “mais interessante”, ainda que muito pessoal. No presente, tem o objectivo de certifi car os seus níveis linguísticos e “apoiar ou candidatar-me ao Erasmus Student Network ou a algo semelhante. Gosto muito deste tipo de projectos e penso investir nisso”.
Nas suas palavras, Setúbal, por cuja história tem também um gosto enorme, “é uma cidade fascinante. Acho que não valorizamos tanto até sairmos daqui e entendi muito isso quando fui para Lisboa. Quando me perguntam fi co sempre com um sorriso na cara e gosto de explicar todas as vicissitudes e coisas interessantes que Setúbal tem”. Neste sentido, tem trazido amigos para conhecer a cidade, vindos de Lisboa e de outros pontos do país e do mundo. “Fico triste por às vezes não ser valorizada, mas tem mesmo imensas possibilidades. Para onde for direi sempre que sou setubalense, com mesmo muito carinho pela cidade”, remata.