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André Antunes

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João Lopes

João Lopes

Associativismo

ANDRÉ ANTUNES O presidente do grupo folclórico que pensa o associativismo em grande

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Conseguiu reerguer o Grupo Folclórico e Humanitário de Sesimbra, que estava em estado de necessidade, e acabou envolvido no mundo das associações, no concelho e no país

Inês Antunes Malta (Texto) Mário Romão (Fotografi a)

Nascido em Évora, André Antunes veio, aos seis anos, morar para a Quinta do Conde onde continua a viver. Estudou no concelho de Sesimbra, entre a Quinta do Conde e a Escola Secundária de Sampaio, e manifestou sempre interesse pelas ciências humanas e sociais.

“Sempre tive esse gosto e talvez tenha delineado o percurso que fi z até à faculdade, onde me licenciei em Ciência Política, no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, e que exerço até profi ssionalmente, no Instituto de Segurança Social de Setúbal”, começa por contar.

Questionado sobre quando o associativismo começa a fazer parte da sua vida, o jovem de 25 anos partilha que a resposta pode assumir dois caminhos diferentes. “Às vezes digo que dei o pontapé de partida no movimento associativo na universidade, mas se for criterioso foi até antes, no 9.º ano, quando reunimos um grupo de alunos e criámos uma comissão de fi nalistas para organizar a nossa viagem de fi nalistas”, diz. “Na faculdade, recebi um convite de uma colega para ser parte da lista que ela encabeçaria e fui durante dois anos vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Ciência Política”, adianta.

Em 2018, surge “a necessidade de ir para a frente com o Grupo Folclórico e Humanitário do Concelho de Sesimbra, que esteve mesmo para fechar portas. Não tinha experiência nesse sentido, e fez-me refl ectir, mas também não queria deixar de dançar”. André já era bailarino de folclore desde 2007, completando agora os seus 15 anos deste feito.

O jovem tem vindo a aproveitar "todas as oportunidades para adquirir competências e ser útil à comunidade"

“Era uma pena fi carmos sem rancho folclórico no concelho de Sesimbra. Aceitei e de imediato reuni com todos

André Antunes

à queima-roupa

Idade 25 anos Naturalidade Évora Residência Quinta do Conde Área Associativismo

Com vontade de aprender, move-o o facto de poder contribuir para fazer a diferença na comunidade

os elementos do grupo para avaliar disponibilidades”, continua.

A 17 de Março recebe “um voto de confi ança”, com oito pares a actuar na Casa do Alentejo. “Fiquei surpreendido. Meses antes tínhamos actuado com três pares e para mim foi uma prova de que o grupo não era para acabar. Ficou claro que temos capacidade e havíamos de avançar. Auscultei os elementos do grupo e num abrir e fechar de olhos compus os corpos sociais, fomos para eleições e fui eleito com oito votos”, refere.

O grupo, que divide a sua actividade entre o folclore e as dádivas de sangue, soma hoje perto de 80 sócios. No presente, “já estamos a pensar em grande. Como as coisas são demoradas e queremo-las para ontem, vamos delinear um projecto, um objectivo, de daqui a três anos estarmos a lançar a primeira pedra da nossa sede. Vamos construir com as nossas mãos”. O plano passa por um espaço museológico que sirva a população e inclua em simultâneo a sede do Grupo Folclórico e Humanitário onde este realiza os seus ensaios.

Tornar o grupo numa referência é objectivo para o futuro Com os olhos postos no futuro, o presente tem vindo a ser risonho e André Antunes partilha com orgulho: “Quem diria que passados dois anos de pandemia estávamos a fazer seis deslocações para fora do concelho?”. Tal é, no seu entender, “resultante de um trabalho e esforço grande, não dependendo do fi nanciamento das autarquias para desenvolver as nos-

O associativismo no distrito é fundamental e a força do povo faz com que nunca vá morrer

sas actividades. Somos uma associação que pode ter bastante progressão e ser uma referência no distrito de Setúbal a nível do folclore e das dádivas de sangue também”.

O grupo tem tido muitos jovens a aderir e André Antunes sente-se “um privilegiado. Esta experiência e o sucesso que vim a ter com o desempenho dessas tarefas abriu-me outras portas e deu-me algum reconhecimento por parte da população e de outras entidades que começaram a chamar-me para outros projectos”.

Fez parte da Comissão Organizadora da Feira Festa, em representação do grupo, e através desta experiência foi convidado para pertencer à direcção da Federação das Colectividades do distrito de Setúbal, da qual é vice-presidente há dois anos.

É também tesoureiro no Centro Cultural, Social e Recreativo A Voz do Alentejo e integra o conselho fi scal da Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde, sem esquecer a mesa da assembleia geral da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue. “Tenho aproveitado todas as oportunidades para adquirir competências e conhecimentos e também ser útil à comunidade, dar o meu contributo, fazer as coisas acontecer e a verdade é que já não sei estar de outra forma”.

Defi ne o movimento associativo do distrito de Setúbal como “fundamental, muito forte e dinâmico e a força do povo faz com que nunca vá morrer. Podemos até um dia mais tarde chamar-lhe outra coisa, mas será sempre um movimento onde as pessoas se interligam”, remata.

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