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Mariana Carrajola
Associativismo
MARIANA CARRAJOLA “As nossas acções mostram aos jovens do Montijo que são parte da mudança”
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Com formação em Sociologia e em Crise e Acção Humanitária, é técnica na Omnis Factum Associação, onde trabalha para o desenvolvimento da comunidade
Inês Antunes Malta (Texto) Mário Romão (Fotografi a)
A ligação de Mariana Carrajola ao Montijo acontece através da Omnis Factum Associação, à qual chega em Setembro de 2021. À procura de trabalho, encontrou um estágio curricular na associação juvenil que lhe fez de imediato “todo o sentido”.
Estudou Sociologia, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. “No início, ambicionava seguir a vertente ambiental. Pensava que queria mudar o mundo a partir daí até perceber que em Portugal seria algo difícil”, começa por dizer.
Optou então por fazer uma pós-graduação em Crise e Acção Humanitária, seguida de um mestrado na mesma área “para conseguir trabalhar profi ssionalmente a longo termo nesta parte de desenvolvimento da comunidade. Considero que é mesmo uma das vertentes mais importantes e se ninguém se focar nisso a sociedade não funciona como deve ser”, prossegue.
Na universidade, fez parte do Núcleo de Estudantes de Sociologia, onde chegou mesmo a ser presidente, e é a partir desta experiência que se estabelece a sua ligação com o associativismo. Passou pela associação de estudantes do mesmo estabelecimento de ensino e integrou mais tarde uma equipa da AIESEC, onde percebeu “que o associativismo pode realmente desenvolver coisas em nós, que estamos a trabalhar nele, mas também nos outros, com quem estamos a interagir”.
A sua experiência na Omnis Factum Associação, na qual é técnica desde Junho, passa pela gestão e realização de projectos: “entendemos o que se está a passar a nível local, procuramos
O associativismo deu a Mariana a oportunidade de “ganhar capacidades que de outra forma talvez não desenvolvesse”
perceber o que podemos fazer para melhorar, discutimos ideias e formulamos projectos para conseguirmos implementar e mudar algo na comunidade”. Para a jovem, “é realmente associativismo a sério, muito diferente das restantes experiências. Lida com os jovens do Montijo, mas também tenta chegar a todo o distrito de Setúbal”.
Mariana Carrajola
à queima-roupa
Idade 23 anos Naturalidade Cascais Residência Montijo Área Associativismo
De estagiária a técnica, vê no associativismo forma de indicar caminhos aos jovens e gerar mudança
No que diz respeito aos projectos que desenvolve na área do voluntariado e da participação juvenil, neste momento têm dois grandes a decorrer: a Brigada Ambiental do Montijo, “a parte mais ecológica do nosso associativismo”, na qual, atendendo à fase de crescimento em que se encontram, tencionam dar o passo seguinte e iniciar a realização de workshops. “Não se salva o mundo a apanhar lixo do chão, é preciso consciencializar as pessoas, percebermos que há acções individuais que podemos fazer e é muito com essas acções que queremos empoderar os jovens”, declara. Também a Escola da Interculturalidade Global é um projecto com assinatura Omnis Factum, que pretende “juntar todas as culturas do Montijo, tendo em conta as 72 nacionalidades existentes no concelho, para que este seja um espaço mais integrador”. Uma vez por mês tem assim lugar uma sessão com o objectivo de desconstruir preconceitos, abordar a multiculturalidade existente no território e desenvolver a integração de todas as pessoas.
Depois do desafi o inicial, um processo de crescimento Para Mariana Carrajola, que iniciou o seu percurso na Omnis Factum enquanto estagiária e é, desde 7 de Junho, técnica na associação, “a experiência foi inicialmente um desafi o e no presente é mesmo de crescimento. Estou mesmo super feliz de ter feito este estágio e desejosa de dar continuidade”. Foi, assim, “fundamental” para si fazer parte do associativismo, que lhe permite “conhecer muita gente e ganhar capacidades que de outra forma talvez não as desenvolvesse. Isso foi muito importante para me tornar a pessoa que sou hoje”.
“Quando passamos por esta experiência queremos também passá-la ao próximo e eu acho que é muito disso que se faz o associativismo. É querermos que outros jovens sintam o mesmo que sentimos, que têm um espaço onde podem crescer, desenvolver as suas capacidades e realmente ver que caminho querem seguir entre os mil que nos são apresentados quando somos jovens”, considera.
O associativismo traz, assim, a Mariana Carrajola uma possibilidade de experimentação desses caminhos e dá a perspectiva de que “nós, jovens, podemos fazer algo e com as nossas acções é mesmo isso que estamos a tentar fazer, mostrar aos jovens do Montijo que são parte de uma mudança”. O Montijo é, no seu entender, terra rica em associações, “todas importantes e a fazer o seu trabalho. Neste momento, juvenis, que eu tenha conhecimento, só existimos nós, o que torna ainda mais importante puxarmos para cima o nosso território e as nossas gentes. É muito importante perceber-se que no associativismo não estamos uns contra os outros mas trabalhamos em conjunto para que a sociedade se torne realmente num sítio melhor”, termina.