4 minute read

Mariana Serrão

Next Article
João Lopes

João Lopes

MARIANA SERRÃO A judoca que quer ser polícia sonha com o campeonato da Europa

Advertisement

A jovem Campeã Nacional e Vice-Campeã Nacional, de 17 anos de idade, já não se imagina a viver sem o judo. “É como se fosse uma parte de mim", diz Mariana

Campeã montijense deseja conciliar os mundos da academia e do desporto e continuar no caminho das vitórias

“A minha mãe deu a ideia de eu e a minha irmã experimentarmos o Judo porque ela já tinha praticado quando era pequena”, foi assim que a modalidade entrou na vida de Mariana Serrão, sem data de partida. Desde os 7 anos que a atleta deixa a sua marca desportiva e actualmente, com 17 anos, tem total noção do que o Judo signifi ca para si.

“É como se fosse uma parte de mim. Não me vejo a fazer outro desporto e acho que me defi niu como pessoa até hoje”, sublinha Mariana. Fiel ao local de treino, desde sempre pisou o chão do Clube de Judo Montijo e é aí que se dedica bastante à competição.

A mudança de realidade, para o mundo competitivo, provocou mudanças na vida da atleta, mas nada que a impedisse de dar o seu melhor. “Houve a mudança dos hábitos alimentares, tive de fazer algumas dietas, controlar o que comia, treinar mais, mas não foi uma grande diferença. Adaptei-me facilmente”, revela.

Também a conciliação entre o lado pessoal e o lado desportivo gera difi culdades, que são ultrapassadas pela força de vontade, que fala mais alto. “Nunca é fácil, mas não é impossível. Há tempo para tudo, é só uma questão de organização e de querer realmente fazer as coisas”.

Mariana não se limita pela quantidade de compromissos que tem e conta, ainda, que quando não está presente num treino sente que “falta qualquer coisa naquele dia, fi ca um vazio e perco a rotina”. Além disso, tanto é focada naquilo que quer para a sua caminhada desportiva, como para a académica.

“O meu sonho é ir para a Escola Superior de Polícia e tornar-me polícia um dia”, é um sonho que a adolescente tem há uns anos e pretende concretizá-lo. Contudo, confessa que “não me vejo num mundo em que não esteja a fazer Judo. Vai ser difícil conciliar, mas não signifi ca que eu vá deixar o Judo. Sempre que eu puder vou continuar a treinar e fazer Campeonatos Nacionais”.

O mundo de quem compete Mariana quer treinar o máximo que puder e sente que quanto mais o fi zer mais confortável está. Torna-se mais fácil devido ao grande apoio que a atleta recebe por parte dos familiares. “Sinto que nunca estou sozinha, o apoio da minha família faz-me querer continuar”.

Embora nem sempre tenha sido a realidade, a adolescente confia em si própria e pensa que “quanto mais descontraída e mais focada estiver corre sempre melhor”. Nas competições, Mariana direciona o seu foco para a vitória e sente “a adrenalina a correr por todo o lado”. São essas vitórias que a deixam orgulhosa do seu percurso, bem como suscitam “aquele prazer de praticar Judo”.

Com preparação das partes física e técnica, tendo sempre algo pensado antes de competir, a atleta mostra o seu valor no momento decisivo e alcança as metas desejadas, que para si signifi cam bastante. Conseguiu, este ano, conquistar os títulos de Campeã Nacional e Vice-Campeã Nacional e mais feliz não podia estar.

“Quando consegui senti um alívio, que este capítulo estava concluído, que consegui chegar lá”, confessa, acrescentando que “foi um objetivo que eu já tinha em mente há muito tempo e a minha família sempre me apoiou”. Embora já some algumas vitórias, nunca participou no Campeonato da Europa e espera que “talvez um dia haja essa oportunidade”.

Mariana Serrão

à queima-roupa

Idade 17 anos Naturalidade Almada Residência Montijo Modalidade Judo

Acredita na força de vontade e as difi culdades com dedicação. Sabe o que quer e não deixa que coloquem pedras no seu caminho

Apesar de todas as alegrias que o Judo já trouxe a Mariana, nem tudo é um mar de rosas e as difi culdades existem. “Eu sinto que no dia antes da competição há um bloqueio e parece que não sei fazer nada”, dizendo que o seu medo é acontecer o mesmo no dia da competição. Contudo, mostra saber controlar os pensamentos negativos e “o que faço é parar, respirar e tentar outra vez”.

Ouve muito a sua força interior e admite que é uma das suas próprias motivações. “Olhava-me ao espelho e dizia ‘porque não ir treinar mais hoje? Porque não fazer mais?’”, revela Mariana. Também o seu mestre e a família, principalmente a irmã que é a sua parceira no Judo, incentivam a atleta a chegar mais longe e estão bastante presentes na sua caminhada desportiva.

Quando chega o momento importante, “a melhor parte é próprio dia que é para desfrutar, em que já não se pode fazer mais nada”, sublinha a adolescente. “Se ganhar, óptimo, e se perder também porque ganhei a experiência”, gosta de aprender com as derrotas, não as encara como fracassos, mas como lições.

This article is from: