Revista_Saúde_2022_O Setubalense, o seu diário da região

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SAÚDE

“Bicho de 7 Cabeças” coloca saúde mental na linha da frente com abordagem descomplicada As conversas são moderadas pela psicóloga Beatriz Franco com organização de Carolina Nunes e Catarina Pinote, técnicas da Divisão de Juventude da Câmara Municipal de Setúbal que se encontram a acompanhar o projecto Inês Antunes Malta (texto)

C

írculo de partilha e entreajuda dirigido a jovens, dos 14 aos 30 anos, para reflexão em torno do indivíduo singular e colectivo e desenvolvimento de ferramentas para lidar melhor com a ansiedade, a angústia, as transformações físicas e emocionais, o trabalho e as relações interpessoais. Assim se apresenta a iniciativa Bicho de 7 Cabeças, dinamizada pela psicóloga Beatriz Franco e organizada pela Divisão de Juventude da Câmara Municipal de Setúbal. Teve início em 2021, no seguimento de um ciclo de debates sobre saúde mental realizado em 2019 e 2020 em todas as escolas de Setúbal, na qual a equipa da Divisão de Juventude da Câmara Municipal de Setúbal percebeu que existia uma necessidade cada vez maior em

abordar temáticas deste cariz na camada mais jovem. “Os jovens vinham, depois das sessões, falar com os oradores e comigo e notámos a necessidade que tinham de partilhar, encontrar respostas, perceber com quem podiam falar”, começa por contar Beatriz Franco a O SETUBALENSE. “A pandemia veio reforçar a necessidade que já sentíamos e quando a Divisão de Juventude me convidou eu aceitei de imediato”, acrescenta. Carolina Nunes, técnica superior, e Catarina Pinote, assistente técnica, da Divisão de Juventude, partilham que depressa perceberam que “seria necessário algo participativo, inclusivo e informal para dar resposta a esta procura por um local seguro, sem compromissos e de acesso gratuito onde os jovens pudessem desenvolver ferramentas para lidar melhor com O SETUBALENSE

FEVEREIRO DE 2022

diversas situações do quotidiano, promovendo a ideia de que todas as fases da vida nos podem fazer sentir instáveis e ansiosos e que não há vergonha nenhuma nisso”. Esta ideia é igualmente partilhada pela psicóloga Beatriz Franco: “há que demonstrar que todos temos dias difíceis. A ansiedade é normal, há momentos em que precisamos dela porque no fundo nos mobiliza para a acção. A raiva também, não é errado senti-la, como todas as emoções é para ser sentida. Controlamos o nosso comportamento, não podemos nem devemos tentar controlar as nossas emoções”. A psicóloga alerta ainda para o facto de que “apesar de estes momentos difíceis serem normais é preciso estar atento aos sinais que nos dizem que podemos não estar a conseguir gerir


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