Edição 92

Page 1

NovaFisio.com.br • 1



maio/junho 2013

#92

nova

FISIO Editorial|

Olá pessoal. É com enorme alegria e muito otimismo que escrevo este editorial. Digo isso porque neste exato momento, milhares de brasileiros como eu, estão lá na rua se manifestando contra toda roubalheira e pilantragem de nossos governantes e acredito muito que desta vez será diferente. Mas por que isso nunca foi feito antes?! Porque antes não existia Internet e Facebook e demais mídias sociais. Aliás fica aí o exemplo para nós fisioterapeutas, podemos e devemos usar nossos grupos para arrumar algumas coisas dentro de casa também, mas isso é outra história. Bom, nem vou me estender muito pois quero voltar lá pra rua, junto aos meus amigos. Então desejo a todos uma boa leitura e um futuro promissor. Oston de Lacerda Mendes Fisioterapeuta - Editor

Índice|

Leia nesta edição.

06 Cartas. 8 Frases. 10 Entrevista com Lady Francisco. 14 Entrevista com Paul Horvath. 16 Fisioterapia para dormir bem e melhor. 20 Coluna do Dr. Geraldo Barbosa - Ser fisioterapeuta. 21 Coluna da Dra. Jullyana Almeida de Sousa - Dispositivo portátil para reabilitação do Assoalho Pélvico. 22 Coluna do Dr. Jorge Silveira Brandão - Como escolher um serviço de fisioterapia? 23 Coluna do Dr. André Luiz de Mendonça - LNB A Terapia Milagrosa. 24 Coluna do Dr. Milton Beltrão Jr. - As maravilhas que dermato-funcional pode lhe proporcionar. 26 Classifisio. 28 Agenda de eventos. 30 FisioPerfil com Dra. Michelle Trigo. 30 FisioPerfil com Dr. Vanderlei Cardoso de Sá.

Artigos desta edição|

Os artigos são publicados na revista digital.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

- Métodos fisioterapêuticos no tratamento da lombalgia: Uma revisão sistemática. - Relevância da natação para autistas na melhoria da qualidade de vida. - Estudo de caso da trilha ecológica na área de preservação do SESC Guaxuma. - Ginga Terapia: Capoeira no envelhecimento ativo. - Comparação do Equilíbrio em Idosas Praticantes e Não Praticantes de Tai Chi Chuan. - A Gravidez na adolescência: das causas às circunstâncias de risco para a gestante. - Circunferência da cintura e IMC como preditores de fatores de risco cardiovascular. - Pilates e Diabetes Melitus: mais uma possibilidade de mercado (matéria científica). - Abordagem fisioterapêutica na doença de Parkinson.

Equipe|

Veja quem faz a revista que você está lendo.

EDITORES CHEFE: Dr. OSTON MENDES oston@novafisio.com.br & LUCIENE LOPES luciene@novafisio.com.br SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES nina@novafisio.com.br

EDITOR CIENTÍFICO: Dr. RODRIGO PERFEITO ENDEREÇO DA REDAÇÃO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 4042-6107 CEL: (21) 8577-9908 revista@novafisio.com.br

ASSINAR E ANUNCIAR: Você pode assinar a revista através de nosso site e receber em casa com todo conforto. www.novafisio.com.br Se você deseja divulgar algum produto ou serviço para fisioterapeutas, esta é a revista ideal. Temos anúncios de vários tamanhos e valores e certamente um deles irá te atender. Além disso, nossos anunciantes são divulgados em nosso site e mídias eletrônicas assim como em envios de e-mails marketing. Ligue ou escreva e comece a se divulgar ainda hoje! NovaFisio.com.br • 3


4 • NovaFisio.com.br


Publique seu livro digital com a NovaFisio! e-books para leitura em e-readers, iPad, todos os tablets, celulares e outros dispositivos eletr么nicos.

e-book, liberdade para ler em qualquer lugar a qualquer hora e em qualquer dispositivo.


Cartas|

Mande sua carta também e publicaremos aqui na próxima edição.

Ao Editor

Ao leitores

Parabenizo o Editor da Revista NovaFisio pelo excepcional conteúdo da edição Nº 91 março/abril 2013. Tenho dois pontos a destacar, em primeiro lugar a matéria de capa, com o Fisioterapeuta e Escritor Marco Antônio Guimarães, que tenho a honra de tê-lo conhecido ainda no início da sua carreira. Verdade é que, estando ele agora com sua obra literária reconhecida mundo afora, cumpre-nos reverenciá-lo. Em segundo, ressalto o texto contido na Coluna do Dr. José Rocha sob o título “Atividade Física ou Cinesioterapia?”.

Como representante da nova geração de Fisioterapeutas do país, observo o valoroso caminho percorrido pela equipe da Nova Fisio, sendo muitas as contribuições para a valorização e reconhecimento do Fisioterapeuta em diversas esferas de atendimento, é a realização de um sonho. Por isso nesta e nas próximas edições me empenharei ao máximo para atender as necessidades da equipe e também de você! Caro leitor. Diante dessa “missão de compromisso” vou abordar vivências práticas e conceituais que relacionem o papel do Fisioterapeuta como agente de saúde, através de reflexões inerentes as dúvidas/críticas/anseios existenciais a classe Fisioterapêutica e a população. Com base em levantamento de revisão bibliográfica, é notável que a ocorrência de eventos depressivos, atingem cada vez mais, grande parte da população brasileira e mundial, e neste sentido a interação interdisciplinar tão idealizada aos serviços público/privado de saúde, amparam a utilização ações que contribuam para o diagnóstico precoce de eventos depressivos. Ampliando esse recorte, identificamos o Fisioterapeuta em meio ao atendimento de pacientes vitimadas pelo câncer de mama, onde Arantes (2000) o descreve como a doença que mais mata no mundo, se tornando alvo de grandes pesquisas científicas, desde as modalidades terapêuticas ao atendimento especializado formado de bases humanísticas. Para o Instituto Nacional do Câncer (INCA) em (2005) o câncer de mama é o segundo tipo de neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, vitimando centenas de indivíduos todos os anos. Segundo autores como Barros et al, (2002) e Ferreira et al., (2005) a cirurgia de mastectomia é um dos tipos de modalidade terapêutica existente nos casos de neoplasia maligna, dentre as quais apresentam-se a tumorectomia, quadrandectomia e em especial a mastectomia radical modificada, onde esta por sua vez, realiza a extirpação da mama e o esvaziamento tecidual da região axilar, preservando o músculo peitoral maior, remoção do músculo peitoral menor. Indicada para tumores com mais de 3cm não fixados na musculatura e em casos de reincidência pós tratamento conservador, ou mesmo se esta opção for descartada por conta do avanço da doença. O Fisioterapeuta como membro atuante no tratamento pós operatório de pacientes vitimadas pelo câncer de

O Dr. José Rocha, meu colega Colunista desta prestigiosa Revista, é convincente, como sempre o faz ao questionar posturas inadequadas quanto ao exercício profissional da Fisioterapia. Há muito a ser feito nesse campo, e o Dr. José Rocha, como homem avançado que é, enxerga para além do trivial do hoje em dia, vendo em um artigo da Revista Rede Câncer - número 20 de dezembro de 2012, uma ameaça ao futuro da nossa profissão, ou seja, pelo uso (ou abuso?) da Cinesioterapia disfarçada sob o rótulo de “atividade física” em pacientes, desrespeitando os limites legais e éticos inerentes ao Fisioterapeuta em relação a outros profissionais, sob o manto protetor da “Reabilitação”. O Fisioterapeuta, sendo profissional de saúde, até participa como membro da equipe de reabilitação; lembrando que “Reabilitação” é antes de tudo um conceito, não caracterizando-se como área de trabalho específica de nenhum profissional. Para entender melhor: o foco do Fisioterapeuta é a RECUPERAÇÃO FUNCIONAL do paciente aos seus cuidados, utilizando para esse fim os métodos e técnicas disponíveis no arsenal terapêutico da sua especialidade, aí contida a Cinesioterapia. Há quem rejeite essa ideia da privacidade da prática da Cinesioterapia pelo Fisioterapeuta, mas o faz, por inocência ou pura e simples ignorância, ou ainda pelo desconhecimento do papel fundamental do Fisioterapeuta na área de saúde. Geraldo Barbosa Fisioterapeuta CREFITO 1 14-F

6 • NovaFisio.com.br

mama, atua intimamente nas sequelas do processo cirúrgico ocorrido, direcionando seu tratamento no controle de disfunções osteomioarticular e tecidual, como: Diminuição de amplitude de movimento (ADM) em ombro e cotovelo; Linfedemas em membro superior e região superior do troco; Algias e Parestesias; Diminuição de força muscular; Infecção e alterações de sensibilidade e funcionalidade ipsilateralmente a cirurgia (NOGUEIRA et al, 2005). O comprometimento funcional limita significativamente as atividades de vida diária das pacientes e o Fisioterapeuta deve estabelecer atividades que minimizem tais agravos. Todavia este estudo não visa prioritariamente estabelecer planos terapêuticos rondomizados, mais sim tratar do aperfeiçoamento da relação entre o Fisioterapeuta e a pacientes, dos elos de confiança estabelecidos a cada sessão terapêutica a humanização destas práticas. No intuito de compreender os aspectos psicoemocionais que envolvem a paciente submetida ao tratamento pós mastectomia, o Fisioterapeuta deve inicialmente conhecer qual os significados do estado de saúde doença da paciente após realização de uma cirurgia tão agressiva. Sua abordagem perpassa facilmente os exercícios e recursos eletrotermofototerapeuticos, sua postura enquanto profissional preocupado com o conforto da paciente contribui para o sucesso da terapia. Barbosa em (1989) descreveu a importância do ajuste da auto imagem após a amputação de qualquer parte do corpo, sendo este evento um acometimento traumático. As sequelas psicológicas podem iniciar a partir do diagnóstico e se estender por tempo indeterminado, e cada paciente apresentará uma postura particular frente a doença. Para Duarte (2003) e Arantes (2000) a remoção da mama feminina não é uma cirurgia como outra qualquer, porque a mama advêm de uma simbologia essencial para a composição da imagem da mulher, transmitindo sensualidade e instrumento de maternidade durante a amamentação. Não existe doença mais temerosa do que o câncer, mesmo com os avanços terapêuticos existentes, é tida como uma sentença de morte, fragilizando emocionalmente as mulheres que recebem o diagnóstico positivo da doença, seu tratamento sempre será interdisciplinar, pois desenvolvem implicações sociais, psicológicas, sexuais e motivacionais.


NovaFisio.com.br • 7


Cartas|

Escreva sua carta também, mande para revista@novafisio.com.br e publicaremos na próxima edição.

Conhecer estas características é de extrema relevância para o Fisioterapeuta, uma vez que a motivação, dedicação, reconhecimento e assiduidade durante o tratamento fisioterapêutico, são primordiais para o bom prognóstico da paciente. A forma com que este profissional vai acolher, conduzir e fortalecer a motivação da paciente é uma questão essencial diante o sucesso do tratamento. A ênfase de ouvir o paciente é um questão de exercício, sendo essa um diferencial para o atendimento fisioterapêutico, onde o paciente passa a participar efetivamente do seu tratamento, sentindo-se bem, aceito, compreendido, amado e sem culpa pelo ocorrido. Para Subtil (2011) o bom Fisioterapeuta correlaciona a habilidade técnica à habilidade para o relacionamento interpessoal. A adesão do tratamento fisioterapêutico por mulheres mastectomizadas, requer empenho do Fisioterapeuta e uma grande habilidade de acolhimento, pois realizar o tratamento fisioterapêutico até o final é uma tarefa difícil nestes casos em particular. No

caso dos próprios pacientes, fatores como: disciplina, desejo de melhorar, assiduidade, confiança no profissional e na técnica escolhida, compromisso e realização das orientações quanto à execução das atividades domiciliares, fazem parte do conjunto de ações pertinentes a permanência ou não da mesma ao tratamento e cabe ao Fisioterapeuta se situar diante este processo, pois ele é peça fundamental para o bom desenvolvimento do plano terapêutico. O estudo de Subtil (2011) apresenta pontos que caracterizam as prováveis causas para o abandono do tratamento fisioterapêutico, como: dificuldades financeiras; necessidade de voltar ao trabalho; falta de interesse e desvalorização do tratamento; insatisfação com as técnicas fisioterapêuticas e com o relacionamento com o fisioterapeuta. Perfeitamente plausível frente a pacientes com grandes chances de apresentarem sofrimento psíquico, todavia para reverter estas ações é necessário que o Fisioterapeuta e as clínicas de atendimento realizem capacitação profissional em

acolhimento, e não a impessoalidade empregada em diversos casos. Espero que este recorte possa abrir outros possíveis leques de discussões, que enfatizem a humanização das ações realizadas no tratamento fisioterapêutico, não somente em pacientes mastectomizadas, mas que se torne uma prática habitual de atendimento exercida pelo Fisioterapeuta e incentivada pelos centros de reabilitação. Josemar Blures Fisioterapeuta

Frases|Mande a sua frase: revista@novafisio.com.br “Para conquistar coisas importantes, devemos não apenas agir mas também sonhar, não apenas planejar mas também acreditar” [Anatole France (1844-1924), escritor francês Por Leandro Azeredo]

“E tome fisioterapia! Vamos com tudo http://instagr.am/p/SLRHO6n2S4/” [Ivete Sangalo, cantora]

E você? Mande a sua frase com uma foto para: revista@novafisio.com.br e publicaremos na próxima edição 8 • NovaFisio.com.br


NovaFisio.com.br • 9


Entrevista com Lady Francisco Por | Edivaldo Azevedo Fotos | Romeu d’Angelo

10 • NovaFisio.com.br


Lady Chuquer Volla Borelli de Bourbon (Belo Horizonte, 7 de janeiro de 1940), mais conhecida como Lady Francisco é uma atriz brasileira. Entre tantas novelas que fez podemos destacar: Duas Caras, Alma Gêmea, Cheias de Charme, Louco Amor, Marcas da Paixão, Explode Coração, Por Amor, Barriga de Aluguel, Marron Glacê, Baila Comigo e outras. No cinema trabalhou em filmes como: Lúcio Flávio Passageiro da Agonia, Anjos do Sexo, O Roubo das Calcinhas, Desejo Violento, Aguenta Coração, O Verdadeiro Amante Sexual, O Preço do Prazer, Com as Calças nas Mãos, Viúvas Precisam de Consolo entre outros. Atualmente tem participado de curtas metragens e fazendo participações especiais em novelas e séries da TV Globo.

Com que idade você iniciou sua carreira? Aos nove anos em Belo Horizonte no programa “Gurilândia” que era patrocinado pelo meu pai, dono de uma rede chamada “Casa do Gurí”. Todos os domingos Lady Francisco estava na “Rádio Guarani” em Belo Horizonte cantando uma música do “Sorriso do Paulinho” que era uma mensagem da minha mãe que era ciumenta, pro meu pai. Ela sempre mandava eu cantar essa música e declamar uma poesia chamada “Os Lírios”, e foi assim minha infância, cantando e declamando poesias em rádio. E o primeiro convite para fazer novelas? Não houve o primeiro convite. Eu inaugurei a “TV Itacolomi” ao lado do maravilhoso estadista, Dr. Jucelino Kubitschek, e de lá fiquei quase sendo a rainha da televisão. Nessa época não existiam as telenovelas, nós fazíamos os seriados. Fiz de tudo nesse canal de tv, lá foi o meu começo em 1955. Você lembra quantas novelas e filmes você fez? Não lembro. Talvez umas 100, juntando tudo nesses meus 60 anos de carreira. Qual foi a novela que mais gostou de fazer? Foi a novela “Louco Amor” de Gilberto Braga na Globo. Essa novela foi exibida na Europa e através dela fui trabalhar lá. Nessa época eu era feliz e não sabia. Na nossa carreira tem esses altos e baixos. Mas quando estou no baixo, eu viro uma guerreira para recomeçar. Todas as minhas quedas viram histórias e enredos. Você já fez pornochanchadas? Nunca. Fiz chanchadas que é bem diferente. Não tinha sexo, não se beijava “peito”, não aparecia “xoxota” e nem “pênis”. Pornochanchada é o que tenho visto agora na televisão. Você já foi assediada sexualmente por algum diretor, e que por não ter aceitado o assédio perdeu trabalhos? Já. Por um canalha que ainda é vivo até hoje. Mas estou doida pra que ele morra pra eu ir a seu enterro.

Pra você o que tem de bom hoje na tv brasileira? Ai cara, você me pegou! Tem algumas novelas interessantes e muitas coisas bobas também. Já não se faz mais novelas como antigamente, os telejornais são trágicos, não se faz mais musicais maravilhosos, as poucas pessoas que cantam são sempre as mesmas. Tá um monopólio, é meia dúzia que aparecem e sempre os mesmos. Acabaram com os programas de auditórios e os grandes shows não existem mais. Qual personagem gostaria de ter feito que ainda não fez? Tem vários. Mas gostaria de fazer uma vilã, uma pessoa bem maldosa. Está satisfeita com o tratamento que a TV Globo vem dando a você? Não tenho nada com a Globo há 10 anos. E se outra emissora quiser te contratar? Sem problema. Fiz uma novela na Record que foi rodada na Bahia. Gostei muito de fazer. E esse namoro com o Presidente Jucelino Kubitschek existiu mesmo? Foi minha grande paixão platônica. Não tivemos transa de corpo, mas sim de alma, de beijar, abraçar, ele pegava meus seios, coisas pequenas. Eu sou apaixonada pela história do Juscelino Kubitschek. Na época dele tínhamos comida e circo. Hoje é diferente, a comida que eles nos dão é politizada.

E por ser franca já perdeu muita coisa? Sim, muita coisa. Atualmente você tem algum projeto para televisão, cinema ou teatro? Tenho. Na minha cabeça existem muitos projetos. Quero montar meu espetáculo “Nunca Fui Santa”, mas ainda estou esperando patrocínio. Quero fazer de tudo, tv, teatro e cinema. Tem alguma frase que considera importante para sua vida? Tenho sim. “em pé ou morta, nunca de joelhos”. Falando em saúde, o que faz pra se manter em forma? Tudo. Me trato como se fosse uma recémnascida. Meus filhos acham que sou exagerada. Eu senti uma dor no dedo e fui a cinco médicos. Um falou que arrebentou meu tendão, para depois no 5º descobrir que não tinha arrebentado nada. Nossa medicina é boa, mas muito atrasada ainda. Que tipo de atividade física você faz? Eu fui atleta. Agora só faço alongamento e yoga. Mas faço de tudo, até trocar pneus do meu carro, além de fazer meus compromissos domésticos como fazer feira e supermercado.

Você já trabalhou em circo? Fazendo o quê? Sim. Com o Beto Carreiro. Era amiga dele. Quando eu estava sem grana ele me chamava. Eu fazia o globo da morte. Nunca mais fiz por não gostar mais de motocicleta. Diga-nos qual sua maior qualidade? O amor que tenho pelos animais. E seu maior defeito? Falar demais. Ser sincera, franca.

É verdade que você gosta de fazer caridade aos sábados? Sou meio samaritana. Sábado é dia que ajudo alguém. Sempre faço isso. Sempre escolho alguém pra ajudar no sábado. Hoje NovaFisio.com.br • 11


Entrevista com|Lady Francisco já ajudei com remédios. Nunca falei sobre isso. Mas esse é meu carinho para com as pessoas humildes. E com a alimentação você tem cuidado? Total. Eu não como carne nenhuma. Carne de porco então, jamais. Porco tem alma, viu amigo! Todo bicho que tem coração, que tenha sangue, que tenha olho eu não como. Não bebo refrigerantes, não fumo e não transo há 25 anos. Minha alimentação é vegetariana.

Já foi feito um estudo que transar faz bem ao coração! É?! Mas meu coração já é bom demais. Para você velho é velho ou é idoso? É velho mesmo. É criança, adolescente. Você sabe a importância que você tem para os idosos. É uma referência para eles. Tem noção disso? Total. Por isso sempre falo para eles: “O idoso, o velho na minha concepção tem que fingir que é jovem”. Primeira coisa: Não fique em casa reclamando da vida. O tempo tá passando e a gente tá aí. Parem de reclamar dos filhos e netos. Se você tem companheiro e gosta de transar, transe com ele. Eu por opção não transo há 25 anos e estou muito feliz por outros valores meus. A mulher idosa que tem seu companheiro tem que dar amor para ele, porque o velho não quer envelhecer nunca. Tenha em casa um animal de estimação. Leia sempre, não deixe seu cérebro parar, coma menos carne, beba água, muita água. Participe de todos os movimentos, eventos para idosos de sua cidade. Se tiver passeata vai. Se o ônibus não parar anota e denuncia. É um 12 • NovaFisio.com.br

presente chegar aos 70, 80, 90 anos. Temos que agradecer todos os dias a Jesus que nos deu a vida e o nosso livre arbítrio de buscar “qualidade de vida”. Eu me sinto uma “gostosona”, me sinto sadia. Você já teve alguma história com a fisioterapia? Teve um ano que eu estava lavando a área; fui ajudar minha diarista e escorreguei. Caí com a mão direita no chão. Nesta época eu estava fazendo uma novela (Barriga de Aluguel) e a Globo me levou a uma clínica que engessou meu braço. De madrugada eu estava louca de dor. Fui a outro médico e ele me tirou o gesso e me operou. Foram duas operações. O médico falou que eu nunca mais iria fazer flexão com a mão, e a “fisioterapia me tratou completamente”. Fiquei perfeita. Também sempre gostei de acupuntura e de alongamento que coloca tudo no lugar. “Me sinto uma garota”. Você comparece ao seu fisioterapeuta rigorosamente quando está em tratamento? Totalmente. “Eu acredito na fisioterapia porque já fui curada por ela e sempre

que precisar vou recorrer a ela. Sou fã”. Eu tive um problema no ombro, que não podia mexer, não levantava minha mão, eu ia abotoar meu sutiã e não conseguia, e foi a fisioterapia que me curou, inclusive um dos estagiários de onde eu me tratava, me falou que fui tema do “artigo científico” de conclusão de curso dele. Que mensagem você deixaria para os fisioterapeutas que com certeza estarão lendo essa entrevista? Que eles são uns anjinhos da gente. Que tenham sempre paciência, pois quem procura a fisioterapia está com dor, dificuldade em movimentar alguma coisa e sempre estão estressadas. Sou do tipo que gosto de perguntar tudo, e quero uma resposta porque eu sabendo a resposta eu posso ajudar ao próximo. Tenham sempre paciência. Quando a gente começa a melhorar dá uma euforia muito grande. E pra Revista NovaFisio? Agradeço a Revista NovaFisio pelo carinho e espero que minha entrevista possa favorecer aos fisioterapeutas e aos idosos que é a minha intenção nesta edição, contar um pouco da minha vida, e mostrar que estou sobrevivendo com saúde graças a fisioterapia e a minha cabeça boa. Beijinhos carinhosos pra todos vocês! Obrigado! Eu quem agradeço.


NovaFisio.com.br • 13


Entrevista|Paul Horvath

Por

| Valéria Mauriz

Fotos

|Fernando Ramos

P

aul Horvath é romeno com raízes húngaras, foi ginasta e trabalhou durante um longo período de sua vida como treinador da seleção juniors de Ginastas Olímpicos do seu país. Aos 47 anos imigrou para a Alemanha e iniciou seus estudos na faculdade de Fisioterapia. Como já tinha um conhecimento profundo do GYROTONIC®EXPANSION SYSTEM, agregou esse sistema na sua prática fisioterapêutica. Nessa entrevista falaremos como o GYROTONIC® obtém excelentes resultados na área clínica.

Valéria Mauriz: Quais os benefícios terapêuticos do Gyrotonic? Paul Horvath: O Gyrotonic Expansion System, como o próprio nome já diz, é um sistema, não são exercícios criados aleatoriamente, há um conceito atrás de cada movimento. A ideia principal é trabalhar o corpo todo com movimento e o motor central é a Coluna Vertebral. A coluna funciona como um órgão que protege, sustenta, dá suporte para os órgãos internos (fígado, baço, rim, etc), transmite informações do nosso sistema nervoso central e coordena os movimentos, entre outras coisas, por tudo isso, através do Gyrotonic vamos estimular não só aos tecidos mas também aos órgãos, as vísceras, as glândulas, ou seja, há um estimulo completo do corpo. Gyrotonic trabalha a Unidade, a nível terapêutico, seu foco não está na lesão mas no corpo como um todo. O corpo humano é um sistema global com diferentes sistemas dentro dele. A lei da vida é que esses elementos possuam uma conexão e cooperação entre eles. Gyrotonic auxilia essa conexão, promovendo a saúde e equilíbrio entre todos os sistemas. A qualidade do movimento é essencial para não influenciar negativamente o sistema. No Gyrotonic os movimentos são circulares, fluidos e contínuos onde trabalhamos força e alongamento no mesmo movimento. A nível muscular esse trabalho estimula a função básica da fibra muscular: contrair e relaxar. A sincronização do movimento se faz através da respiração, o elemento central é a coluna vertebral e os movimentos partem da coluna para os membros, o que torna o movimento completo. Na coluna vertebral trabalhamos muito o movimento do plexo solar, que é centro emocional do individuo, por isso o trabalho promove um estimulo emocional, que vai atuar em vários sistemas. Há estudos científicos que dizem que quando a pessoa se sente positiva libera endorfinas e hormônios que estimulam o sistema glandular e o sistema imunológico. Isso promove a cura. Gyrotonic realiza movimentos complexos, inteligentes, que estimulam todo o corpo e dão alegria, esses são os benefícios do sistema. 14 • NovaFisio.com.br

VM: Como você desenvolveu esse trabalho? PH: Estudei profundamente o sistema Gyrotonic (Gyrotonic Expansion System) com seu criador, Juliu Horvath e para mim era claro as qualidades do sistema, porém percebi que as pessoas com lesões tinham que fazer um trabalho diferenciado. O potencial do corpo humano é a REGENERAÇÃO, o corpo procura o equilíbrio, a homeostase. Para esse processo ocorrer naturalmente é necessário dar o estímulo correto para o organismo. A doença traz desequilíbrios das funções internas e a nossa meta é buscar esse equilíbrio perdido através de meios passivos e ativos. Lesão altera a função, que altera a estrutura, que vai alterar novamente a função e assim sucessivamente, numa cadeia que provoca

o desgaste. No processo terapêutico temos que buscar uma nova reorganização. Atividade é a melhor coisa para reorganizar o sistema, por isso o movimento é o melhor elemento para promover a cura de lesões, porque ele afeta o corpo todo, ele estimula várias estruturas e sistemas: os órgãos, o sistema circulatório, o sistema somático, as glândulas, etc. Com esse conceito de unidade, de holístico, comecei a utilizar como instrumento o Gyrotonic com a Pulley tower e comecei a testar os programas e ver os resultados. Meus colegas da clinica trabalhavam as terapias clássicas da fisioterapia e viram o sucesso que eu tinha com as pessoas quando trabalhava com Gyrotonic®. O que acontece é que as terapias clássicas não são holísticas, são segmentares, trabalham com o foco na lesão e não no corpo todo. Então o conceito holístico é perceber que a lesão traz efeitos para outras partes do corpo, e o Gyrotonic® trabalha nesses efeitos que a lesão traz para o corpo, nessas compensações. A respiração estimula o movimento e Gyrotonic® trabalha com respiração e movimento, estimulando as circulações do corpo humano: vascular, intersticial, linfática, cerebral e energética. A chave para um trabalho holístico é a Fáscia, é saber estimular o tecido conjuntivo. Todo exercício em Gyrotonic tem um conceito que é a Tensão do Arco.


Após compreender como utilizar o Gyrotonic como ferramenta no processo terapêutico, eu comecei a trabalhar com dois cursos: um do diafragma para baixo: cintura pélvica e outro do diafragma para cima: cintura escapular e com esses dois cursos percebi que atingia o corpo todo, globalmente. Muitos dos meus colegas de clínica vieram a trabalhar com Gyrotonic depois disso (risos) VM: Qual o público-alvo desse trabalho? PH: É indicado para todas as faixas etárias, porém, como o trabalho com Gyrotonic é suave e gradativo, não traz impacto e por isso pode ser trabalhado para público numa faixa etária mais velha, pessoas com 80 anos, 90 anos fazem Gyrotonic e esse trabalho traz felicidade para esse público. VM: Por que Gyrotonic é aconselhável no tratamento de escoliose? PH: Porque o trabalho com Escoliose pede movimentos complexos, trabalhar a tridimensionalidade. No Gyrotonic os movimentos começam sempre da coluna para a extremidade. Para propiciar uma mudança da estrutura tem que ter sincronia, sinergismo e comunicação em diferentes partes do organismo. Trabalhamos com a tensão de arco, numa velocidade lenta para atingir o tecido conjuntivo. Obtivemos melhora da escoliose numa mulher de 64 anos de idade, o que não é muito comum. Por isso posso afirmar que Gyrotonic® é aconselhável no tratamento de escoliose mas tem que ter comprometimento do paciente e leva tempo. No mínimo um ano trabalhando 3 sessões por semana e realizando os exercícios de casa todos os dias. VM: A escoliose altera a dinâmica do diafragma e o equilibro das cinturas p é l v i c a e e s c a p u l a r, c o m o o u s o terapêutico do Gyrotonic trabalha com essas consequências da escoliose? PH: Esses são os grandes problemas na escoliose. Há compensações em todas as direções: nos órgãos como o coração, o fígado, nas cinturas escapular e pélvica,

na cúpula do diafragma, considero como efeitos colaterais. No uso terapêutico do Gyrotonic® mobilizo o paciente com movimentos tridimensionais, com tensão e alongamento lento para mudar as configurações. A estratégia em escoliose é mudar a funcionalidade, ter uma melhora. Não dá para trabalhar só de um lado. VM: A incidência da hérnia de disco aumenta consideravelmente no mundo todo. Muitas vezes os terapeutas ficam com receio de mobilizar uma coluna com hérnia de disco. Qual seria a abordagem dentro do uso terapêutico do Gyrotonic? PH: Na Alemanha o êxito maior de Gyrotonic® foi com as hérnias de disco onde consegui recuperar hérnias em 5 a 6 semanas. Normalmente as indicações eram cirúrgicas. Na Alemanha foi comprovado num estudo que 80% dos casos de tratamento de hérnia de disco não tinham necessidade de cirurgia. A base para a regeneração do disco é dar estimulo de compressão e descompressão com uma pulsação para a nutrição do tecido. Os terapeutas normalmente não sabem a anatomia para recuperar o disco ou não tem o instrumento para isso. O instrumento é Gyrotonic® mas tem saber usar passo a passo, tem que ter estratégia. Respiração. Dar com a respiração o suporte para o movimento. Espiralar para dar a massagem no disco. Um continum de contração e descompressão. Pulsação. VM: Como se lida com lesões de joelho (menisco e ligamentos) no uso terapêutico do Gyrotonic? PH: Aguda: quando rompeu um tendão ou menisco ou crônica como uma artrose. As estruturas estão ligadas com a função. O joelho não é um órgão é uma articulação quando o movimento não tem como curar tem que se mover devagar. Compressão e descompressão para estimular a nutrição. O conceito de “Scooping” dá a possibilidade de dar espaço e não trazer pressão para a articulação. A leg extension (outra máquina do GYROTONIC EXPANSION SYSTEM) é uma máquina que traz uma revolução no conceito. Não é como uma leg press que

traz muita pressão para o joelho. Trabalhar com segurança sem fechar a articulação. VM: O tratamento com o uso terapêutico do Gyrotonic pode ser utilizado na fase aguda ou sub-aguda? PH:Gyrotonic é um trabalho holístico, global. Numa situação de inflamação ou de trauma você não vai trabalhar no foco da lesão porém pode-se trabalhar outras partes do corpo que estão saudáveis e isso vai estimular a cura do todo pois trabalhando o sistema, trabalhando o global você atinge o ponto da lesão. Num caso de calcificação há um excesso de cálcio e isso pode trazer rigidez então pode estar inflamado, mas é importante mover para minimizar essa rigidez. VM: Como você vê o crescimento do Gyrotonic no Brasil? PH: Os brasileiros gostam de movimento, de dançar e alegria por isso quando eles descobrirem a alegria que o Gyrotonic® traz, vão se identificar com o trabalho e com isso vão perceber os outros benefícios do GYROTONIC® : promoção do equilíbrio trazendo saúde, felicidade, bem-estar, boa postura e estimulando o prazer de mover. VM: Conte-nos um caso que mais te impressionou. PH: Eu atendi uma pessoa com 80 anos que tinha os joelhos rígidos e não caminhava mais e em 5 semanas de tratamento ela voltou a andar.

NovaFisio.com.br • 15


Entrevista|Dra. Silmara Bueno - Personal do sono

Fisioterapia para dormir bem e melhor. Por

|Oston Mendes

Quais os benefícios de uma boa noite de sono? Às oito horas diárias são realmente necessárias? A necessidade diária de sono varia de pessoa para pessoa, temos dormidores curtos, 4 horas são o suficiente e dormidores longos que precisam de 10 horas ou mais. Na média, crianças e adolescentes precisam de 9 a 10 horas e os adultos precisam de 7 a 8 horas de sono por noite. Em longo prazo, quais as consequências para a saúde de quem não dorme bem? As principais consequências das noites mal dormidas são irritabilidade, cansaço, indisposição, alterações cognitivas, pele sem brilho, dores de cabeça, do corpo, alterações musculares podendo desenvolver até problemas cárdiovasculares. A falta do dormir bem poderá levar a alterações como: - Crescimento – Durante a noite são liberados diversos hormônios, entre eles o hormônio do crescimento, somatotrofina ou GH (“growth hormone”). Este hormônio estimula o crescimento e a reprodução celulares em humanos. Sua produção ocorre em picos com maior intensidade à noite, durante a fase de movimentos rápidos dos olhos (REM) e em picos menores, durante o jejum e após exercícios físicos. É um dos chamados hormônios de antienvelhecimento ou de pró-longevidade. Peço sempre que aos pais estarem atentos ao posicionamento de seus filhos, se a criança ou adolescentes adotar uma postura não orientada, como o decúbito ventral (dormir de barriga para baixo), esta posição poderá favorecer o crescimento ósseo da coluna vertebral em desalinhamento, favorecendo a chamada escoliose. - Recuperação muscular – O sono serve para recuperarmos as energias gastas durante o dia. Se adotarmos um posicionamento inadequado e escolhermos travesseiros que proporcionem rotação, extensão e compressão, estaremos favorecendo um desgaste energético ainda maior. Portando no momento do descansar e recuperar as energias gastas estamos gastando ainda mais energia. Prefira posições e travesseiros que realmente proporcionem relaxamento e conforto através do alinhamento da coluna. - Recuperação cognitiva - Além de melhorar o estado de alerta, o sono é um caminho para o cérebro armazenar novas 16 • NovaFisio.com.br

informações na memória de longo prazo. Durante o sono REM, o cérebro reabastece neurotransmissores que organizam as redes neurais essenciais responsáveis pela memória, aprendizagem, desempenho e resolução de problemas, portando dormir bem faz fixarmos o que aprendemos da memoria curta para a longa. - Emagrecimento e saciedade - Estudos sugerem que quem dorme pouco é mais propenso a engordar. A privação de sono leva a redução do metabolismo e o aumento do apetite. O sono inadequado diminui os níveis de leptina, hormônio que nos faz sentir saciados, e aumenta os níveis de grelina, que provoca a fome, levando a pessoa a desejar alimentos ricos em carboidrato e açúcar. Todo o sistema musculo esquelético é afetado pelo sono, ou melhor, dizendo, por adotar postura inadequada ao dormir. Como relato sempre a melhor posição para se dormir é em decúbito lateral (dormir de lado), mas esta posição não pode ser confundida com a fetal. Quando adotamos o posicionamento lateral e utilizamos os suportes ideais como travesseiro que preencha o espaço de cabeça e ombro, deixando a cabeça e ângulo de 90 graus e o travesseiro de corpo o Bodypillow, com duplo suporte um lado mais firme para abraçar e suportar o peso do tronco e braços e o suporte macio para proporcionar o relaxamento das pernas e evitar o atrito entre calcanhares e joelhos, está realmente proporcionando no iniciar da noite suportes que realmente irão proporcionar o alinhamento do corpo todo e favorecer o iniciar do sono de forma precoce e um descansar reparador. Quais os principais motivos de uma noite mal dormida? Pesquisas relatam que 77% dos indivíduos sofrem de algum problema relacionado ao sono, 45 milhões de brasileiros tem problemas ao dormir, destes 76,7% sofrem de insônia, é que esta, está relacionada a suportes ruins - 72,0% relatam problemas com o colchão e 82,9% com os travesseiros. Existem vários fatores que podem levar a privação do sono, tais como problemas familiares, stress do trabalho, problemas de saúde, iluminação e ruídos e problemas posturais. Tendo como consequências das noites mal dormidas a irritabilidade,

c an saç o, in d isp osiç ão, Alt erações cognitivas, pele sem brilho, dores de cabeça, do corpo, alterações musculares podendo desenvolver até problemas cárdio-vasculares. O que é possível fazer para se dormir melhor? To d a s a s d i c a s m e n c i o n a d a s s ã o importantes, porém cada um deverá desenvolver seu ritual de sono. - Ter horários regulares: dormir e acordar sempre nos mesmos horários faz o indivíduo ter e orientar o seu relógio biológico, desta forma desta forma o corpo saberá quando é hora de dormir e acordar. - Não dormir com a TV ligada. Não existem regras rígidas, existe variação de uma pessoa para outra. Umas aceitam bem e acabam criando um condicionamento que facilita pegar no sono. Já outras ficam mais excitadas e elevam o nível de vigília, o que é prejudicial. A TV ligada estimula os sentidos de percepção, o que pode prejudicar a noite de quem tem maior dificuldade em adormecer. A luz é estimulo para se manter acordado é melhor evitar. - Não comer logo antes de dormir: dormir de estômago cheio irá levar a desconfortos, mas dormir também com o estômago vazio não é recomendado, o indivíduo poderá acordar com dores de estômago, manter os pés aquecidos e ingerir uma pequena porção de leite e carboidratos antes de deitar é o recomendado. - Relaxar antes de dormir. Banho morno, música relaxante, ler, tudo isso faz diminuir as taxas de adrenalina no sague, favorecendo o repouso. - Não praticar exercícios físicos logo antes de dormir. Exercícios físicos vigorosos são


NovaFisio.com.br • 17


Entrevista|Dra. Silmara Bueno - Personal do sono estimulantes, portanto, é contraindicado a pratica à noite até 3 horas antes do dormir. - Não ter picos de concentração antes de dormir. Evite levar para cama problemas diários, com dica, anote em uma agenda todos os problemas e fazeres do dia seguinte, feche a agenda e esqueça tudo, relaxe e durma. - Anule ruídos externos (com protetores auriculares, por exemplo). Essa dica pode ser muito útil para evitar os ruídos externos. - Evite dormir durante o dia. Dormir durante o dia é aconselhado, mas não poderá passar de 50 minutos. Se passar irá acordar com sensação de maior cansaço. - Encontre a melhor posição para dormir

A postura é muito importante no momento do dormir, postura orientada é a lateral, evite postura com rotação, torção e hiperextensão, essas postura levam a um desgaste energético muito grande, prefira dormir de lado com um travesseiro de cabeça que preencha o espaço de cabeça e ombro e um travesseiro de corpo, para evitar o atrito entre as pernas e a rotação de quadril. - Se não estiver conseguindo dormir, não fique na cama. Evite ficar virando da cama em busca do sono perdido. Levante, beba um leite morno, chá relaxante, tome um banho morno. Relaxe e volte à cama. - Evite álcool (apesar de deixar a pessoa mais sonolenta, não permite um sono

profundo). Não só o álcool deverá ser evitado à noite, mas também o café e os refrigerantes, principalmente as colas, chá preto e o chá mate, que contêm cafeína também prejudicam o sono. Para se ter uma ideia, o tempo médio de permanência da cafeína no sangue são de oito horas. Brasileiro está acostumado a tomar café o dia todo. Consequentemente, os cafezinhos do fim da tarde e do começo noite deixarão resíduos no organismo que podem atrapalhar o sono na madrugada. - Tome chás calmantes. Os chá verdes são os mais indicados, como de camomila, erva doce, erva cidreira. - Tome um banho antes de ir deitar Banho morno, diminuição da temperatura corpórea induz ao sono. - Deixe o ambiente o mais escuro possível A luz poderá ser aceita pelo cérebro como um alerta para acordá-lo, para evitar despertares durante a noite evite a exposição a luzes, sendo elas as menores possíveis quando não puder evitar. - Evite dormir com seu bicho de estimação Se o animal de estimação não perturba, não há razão para retira-lo do quarto. - Não fume antes de se deitar No cigarro contém nicotina, que é um estimulante. - Use pijamas confortáveis Roupas cheirosas e confortáveis favorecem o relaxar. O que um Personal do Sono faz? O trabalho da Personal do Sono e do Orientador Postural em Decúbito, nasceu da necessidade da orientação individualizada do paciente na postura ao dormir. As orientações são baseadas no programa de Reeducação Postural Global do Sono, desenvolvido pela fisioterapeuta Silmara Bueno, que tem como objetivo proporcionar um sono de qualidade através de uma postura a mais fisiológica possível. A Personal do Sono avalia seu paciente na posição em que se dorme, e os suportes utilizados para o descanso (travesseiro e colchão), com o intuito de identificar as posturas que causem diminuição da funcionalidade, trauma, algias, consumo de energia e incapacidade funcional, a fim de obter o diagnóstico de quais as posições em decúbito merecem intervenções juntamente com o grau de complexidade. Os resultados obtidos nortearão para percepção do paciente para evitar as posições traumáticas ao sistema musculoesquelético. É a fisioterapia para um dormir bem e melhor. Este programa de orientação nasceu da observação de pacientes que buscavam o tratamento para suas dores na coluna vertebral, ombro e

18 • NovaFisio.com.br


Entrevista|Dra. Silmara Bueno - Personal do sono joelhos, de diversas faixas etárias (de 12 a 70 anos). Estes, inicialmente eram tratados com a fisioterapia convencional (ultrassom, micro-ondas, laser, exercícios de alongamento e fortalecimento), tinham uma melhora após a 10ª sessão com alta da fisioterapia, passava-se 20, 30 dias retornavam a clínica com os mesmos sintomas. Observou-se então que até o momento tratava-se apenas os sintomas e não a causa do problema inicial que estava levando-os aos quadros álgicos. Houve a necessidade de uma avaliação 24 horas/ dia. Na avaliação noite, observou-se que adotavam postura traumática ao sistema músculo esquelético, com rotações, torsões, trações, extensões de todo o corpo, no momento do relaxar, descansar e recuperar as energias gastas. Utilizavam suportes, travesseiros, muito baixos ou muito altos, desfavorecendo a alinhamento cervical, o principal causador das dores na região. Havendo então a necessidade de uma avaliação e da avaliação e reeducação postural em decúbito (deitado). Hoje devido a grande procura em todo o Brasil do programa de Reeducação Postural Global do Sono, a Orientação

Postural em Decúbito, esta sendo levada ao conhecimento de toda a área de fisioterapia, para que todos os fisioterapeutas sejam orientadores posturais em decúbito e aplique esses conhecimentos em seus pacientes. Como funciona essa fisioterapia? Quais seus benefícios? Há contraindicações? O desenvolvimento da reeducação acontece através da anamnese detalhada do paciente em suas 24horas/dia de atividades e do ambiente escolhido para dormir (luminosidade, temperatura, barulho externo). A reeducação é de forma individualizada e no domicílio, tem a duração média de 1:30h. A avaliação e a reeducação tem em média o custo de R$80,00, mais o deslocamento. Não existe contraindicações para realizar a orientação postural, pois todos dormem e merecem saber que existe uma melhor forma de se dormir, o dormir com qualidade e eficiência. Dentre os principais benefícios da Orientação Postural em Decúbito estão, diminuição de algias já instaladas, alinhamento da coluna cervical, torácica e lombar, relaxamento muscular, melhora

da qualidade e eficiência do Sono, rejuvenescimento, emagrecimento e fortalecimento do sistema imunológico. Quais suas sugestões para uma pessoa dormir melhor? Para se ter um sono de qualidade, recuperador de energias, precisamos de três ingredientes básicos: Um bom travesseiro, um bom colchão e uma boa postura, na falta de um deles desqualificamos nossa noite. Quando adotamos um posicionamento não orientado, o dormir de barriga para baixo (decúbito ventral), por exemplo, provocamos rotações em todo o corpo, o que leva a um desgaste energético no momento de recuperar as energias gastas, por isso a necessidade de fornecer ao iniciar da noite um bom posicionamento e bons suportes que favoreçam o alimento e o relaxamento muscular, para que o sono cumpra com sua real função. O bom posicionamento favorece o iniciar do sono de forma mais precoce, pois não ocorrerá à necessidade de ficar mudando de posição em busca de uma postura confortável, assim melhora a qualidade do sono e evita os transtornos provocados pela sua falta.

NovaFisio.com.br • 19


Colunas|Leia nossos colunistas também no site www.novafisio.com.br

Ser fisioterapeuta.

N

o tempo em que Eduardo Portella ocupou o Ministério da Educação*, no governo do então Presidente João Baptista Figueiredo, ele deixou a marca da sua passagem como efêmera ou transitória, ao afirmar: “Não sou ministro; estou ministro”. Soltando o pensamento ao recordar tal frase, passei então a refletir, filosoficamente, sobre o que é “ser” ou “estar” Fisioterapeuta. Não do ponto de vista da pura e simples conclusão do bacharelado; com o consequente recebimento do diploma e posterior obrigatoriedade de registro no conselho profissional da categoria; ou seja, o procedimento normal para atingir determinado fim. No caso, exercer uma profissão. Ora, a essa altura poder-se-ia perguntar: Ser Fisioterapeuta como, fora desse contexto? A resposta que me vem à cabeça é: ser Fisioterapeuta do ponto de vista filosófico e existencial, como foi desse ponto de vista, o caso do Ministro citado, ou melhor, “não sou; estou”. Parece difícil? Vejamos: existir é estar presente na vida real ou na imaginação, com determinada duração no tempo. A Filosofia Oriental dá uma pista: “O real é o individuo (o indiviso), o fictício é a persona ou máscara”. Humberto Rohden explica melhor: “Dizem de mim que sou professor e escritor, mas não sou isto nem aquilo, ‘funciono’ apenas, no plano horizontal, por meio de atributos ou ‘personas’, no cenário da vida terrestre. Eu sou o meu Eu, o indivíduo que desempenha, por algum tempo o papel de professor e escritor. Eu ‘tenho’ essa profissão transitória, mas não sou permanentemente isto. Eu sou o meu Eu individual, e não o meu ego personal”. O Espirito da Filosofia Oriental - Martin Claret - São Paulo, 2009 (77-78). O Filósofo escocês Duns Scot (1265 ou 1266-1308) tem uma definição para o Ser, denominado por ele unívoco, que como uma luva se ajusta aos meus objetivos analíticos: “O ser é dito em um só sentido de todas as coisas de que é predicado”. Masip, Vicente - História da Filosofia Ocidental - EPU - São Paulo, 2001 (120). Tomo como exemplo: Geraldo é Fisioterapeuta; isso em oposição ao não-ser. Nessa ordem de ideias, e seguindo Rohden na questão da transitoriedade, busco salientar que o indivíduo “tem” uma profissão, mas não nasce com ela, adquire esse “status” em determinado período da vida; mas não perde a identidade pessoal, com as coisas**, tais como a vida privada, a família, os amigos, os ‘hobbies’ e por aí vai, acontecendo paralela e simultaneamente, enquanto o tempo passa. No meu caso específico e particular, nasci num lugar sobre o qual Gilberto Freyre escreveu um livro, o “Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife”, que segundo Edson Nery da Fonseca** apareceu em 1934, com ilustrações de Luiz Jardin. Nesse livro do Mestre de Apipucos a rua da minha origem, a de São José, situada no bairro que tem o mesmo nome dessa rua, é descrita com muita nostalgia, lembrando crianças na calçada e o som dos pianos nas casas da vizinhança. Mas isso já é outra história. Não pretendo fugir do assunto. Somente aos vinte e poucos anos “tornei-me” um Fisioterapeuta, percorrendo, até hoje, os caminhos da vida e da profissão. Um dia, no futuro, não mais exercerei essa atividade, deixando de lado a “persona” ou “máscara” fisioterapêutica, voltando totalmente a ser o indivíduo, ao meu Eu. * Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Portella ** Ao exprimir a palavra ‘coisas’ a considero no sentido de tudo que existe ou poderá existir *** Disponível em: bvgf.fgf.org.br/portugues/critica/artigos_cientificos/gilberto_conciliador.htm

Retitude de profissão Dr. Geraldo Barbosa Fisioterapeuta. E-mail: geraldobarbosa43@yahoo.com.br http://geraldobarbosa43.blogspot.com 20 • NovaFisio.com.br

“A profissão deve ser um meio e nunca um fim em si mesma” Gautama Siddhartha - O BUDA


Colunas|Leia nossos colunistas também no site www.novafisio.com.br

Dispositivo portátil para reabilitação do assoalho pélvico.

P

rimeiramente gostaria de parabenizar a Revista NovaFisio pelos 16 anos de existência. Sinto-me muito feliz em poder fazer parte de sua linda equipe; escrevendo um pouco sobre minhas experiências e conhecimentos em Fisioterapia. Minha publicação de hoje é sobre o avanço tecnológico a favor da Fisioterapia Uroginecológica aqui na Espanha, onde uma equipe formada por investigadores do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica (CREB) da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) e os responsáveis da Unidade de Assoalho Pélvico do Hospital Clínica de Barcelona, desenvolveram um dispositivo que permite realizar a reabilitação do assoalho pélvico de seus pacientes de forma simples e autônoma, em seus próprios domicílios. Como vocês devem saber, os exercícios para reabilitação do solo pélvico se recomendam como tratamento inicial de incontinência urinaria, um problema que afeta mais de 81 milhões de pessoas em todo o mundo, na maioria das vezes mulheres. A realização voluntária de contrações da musculatura do assoalho pélvico requer um treinamento adequado para garantir que a paciente ative apenas os músculos desejados e com uma contração correta, sem forçar os músculos do abdome, o que poderá provocar um efeito desfavorável. Esse dispositivo é o único aparelho portátil de biofeedback que avalia o treinamento mediante a monitorização da atividade muscular do assoalho pélvico e abdominal, enquanto o paciente faz os exercícios. Igualmente, facilita a personalização de um programa de exercícios único para cada paciente, já que pode configurar o número de repetições, duração e sequencia de contrações prescritas. Esse novo dispositivo registra toda atividade que a paciente realiza em seu domicilio e está preparado para que o terapeuta possa obter informações eletronicamente, desde seu computador. Outra melhoria é que o programa analisa os dados e oferece ao paciente uma primeira avaliação imediata dos resultados. O especialista recebe um informe detalhado da avaliação e dos resultados dos exercícios, facilitando o seguimento do tratamento. Além disso, o software é capaz de ajustar automaticamente a exigência dos exercícios prescritos em função dos resultados que obtenha a paciente. O novo dispositivo já foi testado por um grupo de pacientes e voluntárias em uma fase de provas pré-clínica, com resultados muito satisfatórios, segundo investigadores. É verdadeiramente incrível como a tecnologia nos facilita a vida, mais programas de software deveriam ser criados para Fisioterapeutas em geral. Um forte abraço a todos.

Dra. Jullyana Almeida de Sousa Fisioterapeuta. Reside em Madri na Espanha E-mail: jullyanafisioterapeuta@gmail.com NovaFisio.com.br • 21


Colunas|Leia nossos colunistas também no site www.novafisio.com.br

Como escolher um serviço de fisioterapia?

A

penas algumas orientações para que a sociedade possa entender o nosso papel como fisioterapeutas no dia a dia, devo muito por tantas conquistas nesses quase 19 anos de formado e 15 anos como pessoa jurídica, ou seja, proprietário de uma clínica de Fisioterapia. Alguns passos antes de iniciar o seu tratamento: - Você deve ser avaliado(a) pelo fisioterapeuta. Ele precisa entender sua história clínica e biomecânica com intuito de analisar as disfunções decorrentes da lesão ocorrida, ou seu atual quadro clínico e físico nos casos em que se busca a prevenção de lesões que possam levar as disfunções. Por isso é preciso ficar atentos a promoções e ações antiéticas, vejam um exemplo: Faixas oferecendo aula inaugural de Pilates por Fisioterapeuta. Se o papel do profissional fisioterapeuta é recuperar funções, estabelecer a saúde do indivíduo, promover e prevenir futuros problemas, como tal ação pode ser tomada? Cuidado isso pode ser de grande perigo à sua saúde, uma armadilha, uma forma de promover não a saúde e sim um negócio. - O atendimento fisioterapêutico deve ser individualizado, sua privacidade deve ser respeitada, segundo a legislação do COFFITO e não se faz diferenciação, se o atendimento é pelo SUS, planos de saúde ou particular, todos tem esse direito. - O atendimento fisioterapêutico deve ser realizado pelo profissional fisioterapeuta, com inscrição no seu conselho. Você pode verificar nos sites dos conselhos regionais de Fisioterapia do seu estado, para confirmar se esse profissional é verdadeiramente inscrito, caso não seja, denuncie, bem como qualquer aluno que estaja tratando nessa clínica, ele está exercendo papel ilegal da profissão. - Você tem o direito de exigir se os equipamentos utilizados, estão certificados e com suas manutenções atualizadas. Bem como se a clínica está obedecendo as normas da vigilância sanitária, desde o gel utilizado em um ultrassom, ele tem lote, data de fabricação e vencimento. Verifique. - Como é feita a higienização da clínica? Ponto extremamente importante nesse processo de escolha. Em outros momentos estaremos nos posicionando em relação algumas ações que devem ser tomadas antes de procurar um serviço de Fisioterapia. Desde já, existe um ditado popular “quem não pode com pote, não pegue na rodilha”. Nós donos de serviços de Fisioterapia, precisamos manter normas e cobrarmos por nossos direitos. Quanto aos cidadãos, esses devem exigir seus direitos de igualdade.

Dr. Jorge Silveira Brandão Fisioterapeuta E-mail: jorge.s.brandao@hotmail.com

22 • NovaFisio.com.br


Colunas|Leia nossos colunistas também no site www.novafisio.com.br

LNB. A terapia milagrosa.

P

ode um homem acometido por uma hérnia discal crônica e por dores fortíssimas, que ocasionam bloqueio dos movimentos do tronco e marcha claudicante, depois de atendido uma só vez com uma certa terapia manual, levantar sem dores, recuperar a marcha normal e todos movimentos do tronco? A resposta é sim e foi dada ao vivo em cadeia nacional de televisão aqui na Alemanha. Apresentada ao público pelo casal Roland Liebscher-Bracht, terapeuta manual e adepto da medicina alternativa asiática, e pela Dra. Petra Bracht, médica e pesquisadora. Ambos criaram um método de terapia revolucionária chamada LNB. O método vem sendo sucesso de público e uma pedra no sapato da crítica. Uma vez que muitos pacientes após submeterem-se à terapia contra a dor desenvolvida pelo casal Liebscher-Bracht simplesmente interromperam ou cancelaram tratamentos convencionais como cirurgias para corrigir a hérnia discal, caso do paciente atendido na televisão. Acompanhei abismado um homem chegar relatando acometimento por hérnia de disco, marcha em bloco e claudicante além de muita dor… depois de apenas 45 minutos de terapia levantar e realizar sem problemas movimentos de fletir e estender o tronco assim como rotações laterais. Foi simplesmente fantástico!!! A terapia manual desenvolvida pelo casal Liebscher-Bracht promete tratamento eficaz contra dores agudas ou crônicas e tem o respaldo na Alemanha, Áustria e Suíça de mais de 90% dos pacientes tratados. Porém sofre críticas severas da medicina tradicional por não apresentar estudos científicos que comprovem sua eficácia. Tendo sido desta forma todo o andamento do programa de televisão… de um lado um público estarrecido com os resultados e os relatos de pacientes mais que satisfeitos com a terapia… do outro uma crítica sedenta por um argumento que comprove não só que a terapia funciona mas também que comprove como funciona. Foi uma discussão calorosa e empolgante. Deste jeito nada parece certo. Quem tem razão? Quem cura? Ou quem questiona o método de cura sem considerar os resultados? Os que crucificam um método sem nem mesmo conhecê-lo? Ou o paciente que sai de um atendimento livre de dores mas sem conhecer os efeitos a médio e longo prazo? Nada é certo… Só uma coisa é certa... daqui a pouco tempo esta novidade estará chegando por terras tupiniquins e nós da Revista NovaFisio estaremos aqui para mostrar tudo em primeira mão como sempre fizemos nestes dezesseis anos. Parabéns a todos que fazem a Revista e a todos vocês leitoras e leitores que acompanham esta trajetória fantástica. Até a próxima e não percam na próxima edição muito mais sobre a terapia LNB.

Dr. André Luiz de Mendonça Fisioterapeuta. Reside em Mainz na Alemanha E-mail: andremendonca@hotmail.de

NovaFisio.com.br • 23


Colunas|Leia nossos colunistas também no site www.novafisio.com.br

As maravilhas que dermato-funcional pode lhe proporcionar.

C

om final do verão e chegada da primavera as mulheres, de modo geral, começam a procurar tratamentos que consigam reparar os danos ocasionados em suas peles durante o verão. Desta forma, tomei o cuidado de separar algumas novidades para recuperar a sua pele por dentro e por fora.

Ácidos + Potentes para usar em casa O número 1 é o ácido Retinóico em uma fórmula especifica para descamar levemente a pele deixando a com uma melhor luminosidade, lisa e esticadinha para o fim de semana. Este tipo de ácido é uma ótima solução para fazer uso em domicilio, durante algumas semanas, sem que ninguém perceba. Além de prevenir a realização de procedimentos complicados ou caros, após uso por algumas semanas o paciente poderá fazer o uso desta formula de forma esporádica apenas para manter os resultados obtidos anteriormente. Ácidos Renovadores que não descamam a pele São cremes especiais manipulados com fórmulas à base de ácido fitico, lático, glicólico, alfa-hidorxiácidos, lactatos entre outros. Estes são diferentes dos cosméticos prontos, contêm doses mais altas dos princípios ativos, garantindo uma resposta rápida e certeira. Outra vantagem: é possível aproveitar os benefícios desses ácidos sem perder o bronzeado porque eles não esfoliam a pele. Peeling´s Modernos Os peeling´s de hoje produzem um grande efeito com o mínimo de transtorno possível. Já que o artigo de luxo de todo mundo é o tempo, ninguém mais consegue ficar escondida em retiro, depois de um peeling até que a pele se digne a voltar ao normal. Usualmente faz-se uso de ácidos variados, verdadeiro coquetéis de beleza que descamam por alguns dias, de modo discreto (nada que uma base não disfarce). Ao fim de uma semana ou dez dias, a pele estará totalmente renovada, lisa e livre de manchinhas. As vedetes são os peeling´s seriados de ácido retinóico, glicólico, salicílico e resorcina light. Luz da Juventude Este é futuro da Dermato-Funcional. Se você ainda não ouviu falar, sabia que, há alguns anos, foi descoberta uma maneira de fazer a sua pele se encher de colágeno, água, maciez, suavidade e juventude. Poderosas e delicadas emissões de luz, que saem de sofisticados aparelhos computadorizados, banham a pele e suas porções profundas, inatingíveis até então. Praticamente com mínima sensação de incômodo, de acordo com o modo com o qual forem usados, podem renovar intensamente a pele, eliminar manchas vasos, uniformizar a cor, apagar olheiras persistentes e, principalmente dar viço e frescor. São vários aparelhos disponíveis: a cada ano surgem novos nomes e novas tecnologias. Eles podem ter luzes lineares (laser), luzes difusas como um relâmpago (Luz Intensa Pulsada) ou as duas coisas juntas no mesmo aparelho. O último lançamento é Action Light pela CVC - Chatanoogan, este equipamento possui tecnologia no qual torna o tratamento indolor ao mesmo tempo eficaz. Através do designer da sua ponteira, permite que a lente não encoste na pele, durante o tratamento, tornando a terapia confortável para paciente e ao mesmo proporcionando leveza ao operador do equipamento. Este equipamento tem tornado-se uma febre nas franquias especializadas em depilação a laser. Bronzeado Mantido Você esta um pouco preocupada com o estado da sua pele, mas, por outro lado está feliz da vida com a cor adquirida com o verão, – que venham os vestidos de alcinha, os decotes, as minissaias! Existem formulas autobronzeadoras hidratantes que permitirão que você fique dourada por muito mais tempo. Rejuvenescimento para qualquer tipo de pele O Microagulhamento é mais novo método de rejuvenescimento facial que possibilita qualquer individuo inclusive morenos e negros (Fotitpo IV e V) realizarem este tipo procedimento. Através da terapia percutânea de indução de Fibras de Colágeno e Elastina irá promover atenuação de linhas de expressão, cicatriz até mesmo estrias. Uma semana antes de realizar este procedimento, deve-se realizar uma Limpeza de Pele com Hidratação. Após os devidos preparativos (assepsia da pele) o paciente é submetido ao Microagulhamento nos sentidos (Vertical, Horizontal e Diagonal) com a finalidade gerar Micro Lesões na derme, potencializando a formação de novas fibras de colágeno e elastinas (cicatrização - pele). Este procedimento é similar ao Laser de CO², porém sem os efeitos adversos (ablativo). O Microagulhamento é realizado por um cilindro portador de pequenas agulhas que pode

24 • NovaFisio.com.br


apresentar as respectivas gramaturas 0,3-0,5-1,5-2.0 e 3.0 mm, lembrando que quanto maior a gramatura maior efeito inflamatório e maior será o estimulo de fatores de crescimento promovendo desta formação efeito lifting. Este é tratamento seguro e rápido que não interfere no cotidiano da vida do paciente. Em casos de pacientes que apresentem uma maior sensibilidade, o profissional pode aplicar um anestésico, de uso tópico. O Microagulhamento é apenas contra-indicado à paciente que tenha alterações da cicatrização (diabetes) ou que apresente qualquer tipo de infecção no local da aplicação. Após o procedimento é recomendável que paciente faça uso de Soro Fisiológico Gelado, Protetor Solar além de orientar a utilização de ativos com fatores de crescimento e ação hidratantes para potencializar efeito lifting facial. As sessões são realizadas quinzenalmente ou mensal, devido o tempo mínimo de reposta do organismo para produção de fatores de crescimento celular. Já nas primeiras três sessões é possível visualizar atenuação significativa das linhas de expressão e flacidez tissular. Adeus Flacidez e Celulite Uma alternativa para tratamentos de flacidez de pele, celulite e até mesmo a gordurinha localizada é a Radiofrequência. Este é um procedimento que vem revolucionando o conceito de tratar as principais disfunções estéticas faciais e corporais. Através da emissão de radiofrequência, este procedimento irá produzir um aquecimento por diatermia (calor de dentro para fora), resultando em inúmeros benefícios como, aumento na elasticidade da pele, aumento do metabolismo local – atenuação de celulite e redução de gordura localizada. São indicadas de 5 a 10 sessões dependendo do objetivo a ser alcançado e sessões realizadas a cada 15 dias, sendo importante realizar uma avaliação para prescrever o numero e a frequência de sessões corretamente para cada objetivo a ser alcançado. Eliminando gordura localizada A carboxiterapia é uma técnica na qual o gás carbônico é injetado no tecido subcutâneo utilizando-se uma agulha fina (agulha – insulina ou 30g), melhorando a circulação e oxigenação dos tecidos, promovendo a diminuição da celulite, gordura localizada, flacidez, olheiras, micro-vasos entre outras disfunções estéticas. Uma vez que a carboxiterapia também estimula a formação de colágeno e novas fibras elásticas, ela também pode ser indicada para o tratamento de estrias, olheiras, linhas de expressão e cicatrizes. Vale lembrar que além medicina estética, outras especialidades também se beneficiam da carboxiterapia como: angiologia, urologia, reumatologia etc. É possível notar, com poucas aplicações, a pele mais saudável, enrijecida, e a redução de medidas. O tratamento inclui de 10 a 30 sessões, divididas em uma ou duas vezes por semana. A sessão dura de 15 a 30 minutos, dependendo da região a ser tratada. O tratamento de carboxiterapia é realizado, em alguns casos, associados com outros procedimentos como drenagem linfática manual, dietoterápia, radiofrequência, tratamentos a laser, isotônia – corrente russa entre outros procedimentos a critério do profissional com a finalidade de acelera os resultados. De um modo geral, todas as pessoas podem desfrutar dos efeitos da carboxiterapia, com exceção de gestantes, cardiopatas e paciente que não estejam hemodinamicamente estáveis. Mas muita atenção! Embora, não apresente riscos aparentes, é aconselhavel que a técnica seja aplicada por um profissional capacitado e habilitado. É ele que vai garantir a eficácia do tratamento. Vale salientar que, todas as técnicas aqui citadas como: Peeling Químico e Físico, Luz Intensa Pulsada, Radiofrequência e Carboxiterapia devem ser realizada por profissionais habilitados e capacitados através de cursos do tipo de Aprimoramento. Para maiores informações acesse minha página: www.beltraoesthetic.com.br Dr. Milton Beltrão Jr

Dr. Milton Beltrão Jr. Esp. Fisioterapia Dermato-Funcional – FMU-SP Bacharel Fisioterapia – Centro Universitário São Camilo-SP Sócio e Diretor Clínico – Beltrão Esthetic – SP Docente – Projeta Cursos Profissionalizantes – SP Docente – Universidade Gama Filho, Qualifica, Grupo Posture, Physio Studio, Consultor Técnico – Onodera Brasil. Palestrantes dos seguintes temas Aprimoramento no Tratamento de Estrias e Rugas, Pré e Pós-Operatório em Cirurgia Plástica, Carboxiterapia, Peeling Químico e Físico, Radiofreqüência, Ultracavitação e Laser - Diodo e Luz Intensa Pulsada; Tel. (11) 5528-0727 / 6990-0057 www.beltraoesthetic.com.br E-mail: fisiobeltrao@yahoo.com.br NovaFisio.com.br • 25


CLASSIFISIO Nome: Larissa Cidade: Goiânia-GO Anuncio: Vaga para instrutor(a) de Pilates (Fisioterapeuta), com curso de formação já concluído, com experiência comprovada de aula em aparelhos. Necessita ser flexível, comunicativo e com facilidade em atendimento de grupos, além de disponibilidade de horário das 12:00 as 19:00 de segunda a sexta-feira. Entrar em contato somente se possuir os requisitos acima. Tel: (62) 9909-6585 Nome: Tânia Cidade: Rio de Janeiro-RJ Anuncio: Aparelhos Tone Derm, semi-novos em perfeito estado: Peeling Abrasion Jet - R$5.100,00 à vista ou 5xR$1.200,00 ou 10xR$680,00 TD Spectra Radiofrequência - R$3.900,00 à vista ou 5xR$850,00 ou 10xR$440,00 M-2000 - R$1.870,00 à vista ou 5xR$440,00 Eletrolipoforese - R$1.400,00 à vista ou 5xR$330,00 AF-9 - R$1.700,00 à vista ou 5xR$390,00 Atléticus - R$1.275,00 à vista ou 5xR$300,00 Ultrassom - R$1.275,00 à vista ou 5x300,00 Vapor com Ozônio - R$999,00 à vista ou 5xR$230,00 Vapor com Ozônio (necessitando reparos técnicos) - R$700,00 à vista ou 5xR$150,00 Aparelhos Tone Derm (modelo antigo) AF-7 - R$1.275,00 à vista ou 5xR$300,00 Peeling Abrasion Jet R$1.200,00 à vista ou 5xR$265,00 ou 10xR$145,00 Ultra Derm Spray - R$900,00 à vista ou 5xR$230,00 Bioaccus - R$300,00 à vista ou 3 x R$120,00 Tel: (21) 8554-1766 Nome: Leandreo Gianni Cidade: Caxias do Sul-RS Anuncio:Andador:R$107,00/ 26 • NovaFisio.com.br

Muletas(par):R$62,00/ Escada/Rampa:R$900,00/ Barra Paralela: R$750,00 Infravermelho com Pedestal: R$220,00/ Negatoscópio: R$180,00/ Balança Profissional:R$420,00 / Maca-tatame 1,40m x 1,90m:R$539,00 / Maca-tatame 1,80m x 2,00m:R$680,00 / Maca em mdf com colchonete 2,00 x 0,90m:R$460,00 / Escadinha:R$61,00 / Longarina 2 lugares:R$84,00 / Cadeira:R$55,00 / Cadeira com rodas:R$85,00 / Mesa para consultório:R$660,00 / Mesa para computador:R$710,00 / Banco Supino:R$800,00 / Mesa flexora/extensora:R$2.100,00 / Pull over:R$2.100,00 / Leg press:R$1.200,00 / Porta halteres:R$220,00. Tel: (54) 9653-7157 Nome: Leandreo Gianni Cidade: Itajaí-SC Anuncio: Encerrei as atividades de uma clínica de fisioterapia e possuo estes aparelhos à venda: Ondas Curtas Diatermax 350P com Schilipack-R$3.495,00 / Neurodyn 2 Ibramed 4 canais-R$650,00 / Tens Fes HTM Clínico 4 canais-R$750,00 / Ultra Som Sonic Compact HTM-R$780,00 / Laser HTM Compact com caneta-R$1.600,00 / Aspirador de Secreção-R$240,00 Tel: (47) 9143-7157 Nome: Aline Cidade: Florianópolis-SC Anuncio: Vendo um physiotonus face semi novo (2 meses de uso). A vista 1.150,00 e dividido em duas vezes 1.300,00 sem o frete. Tel: (48) 9958-1567 Nome: Christianne Dardenne Cidade: Rio de Janeiro-RJ Anuncio: Disponibilizo horários em consultório de Fisioterapia no Jardim

Botânico. Tel: (21) 8187-6244 Nome: Carla Cidade: Rio de Janeiro-RJ Anuncio: Procuro alguém que queira passar o ponto ou vender clínica de fisioterapia ou dermato com studio de pilates, RPG, na zona norte do RJ com bom preço. Interessados por favor enviar todas informações por e-mail. Email: dra.carla_montovany@ hotmail.com Nome: Nara Martins Cidade: Goiânia-GO Anuncio: Compro Studio Pilates semi-novo. Email: naraizismartins@ yahoo.com.br Nome: Mércia Leonora Cidade: Salvador-BA Anuncio: Quero Alugar uma sala de Pilates completa para um turno. URGENTE! Qualquer marca dos equipamentos e de preferência no Bairro de Brotas ou proximidades. Email: melleonora_ssa@ hotmail.com Nome: Tatiana Rodrigues Cidade: São Carlos-SP Anuncio: Vendo aparelho Striat da Ibramed, semi usado R$: 250,00. Email: thaty_prospero@ hotmail.com Nome: Larissa Cidade: Teófilo Otoni-MG Anuncio: Meu nome é larissa sou fisioterapeuta formada recentemente e estou procurando emprego em clínicas ou na área, disponibilidade para morar em qualquer cidade de Minas! Grata. Email: lara_kunert@hotmail.com Nome: Gustavo Nogueira Cidade: Araraquara-SP Anuncio: Vendo Hydrocollator modelo E1, com 6 hotpacs Preço R$1500,00 Forma de calor superficial e

úmido, que é emitido através de unidades (bolsas), onde são imersas e aquecidas na água com temperatura entre 45°c e 65°c, a partir de um recipiente feito de aço inoxidável de alta qualidade e termostato de controle da temperatura. Obs: As “bolsas” contém bentonite (tipo de substância natural mineral hidrocolóide, que fornece isolamento e absorção térmica, além de ser impermeável a líquidos e bactérias), envolta em um tecido mesclado de algodão. Calor úmido. Este aparelho é ideal pós operatórios,pacientes com implantes metálicos, próteses, placas com parafuso, hérnia de disco pois não trabalha com correntes elétricas ou com o tradicional correntes de indução como Ondas Curtas e Microndas sendo perfeito para produzir calor e nao afetar as estruturas metálicas. Efeitos Terapêuticos HYDROCOLLATOR (calor) 1.Alivia a dor. 2.Aumenta a flexibilidade dos tecidos músculo-tendíneos. 3.Diminui a rigidez das articulações. 4.Melhora o espasmo muscular. 5.Melhora a circulação. Produto com pouco uso, em perfeito estado. Frete por conta do comprador. Email:nogueira_gustavo@ hotmail.com Nome: Janaina Cidade: Rio de Janeiro-RJ Anuncio: Sou Fisioterapeuta trabalho na área de estética corporal ou traumato ortopedia, estou a procura de emprego se souber de alguma clínica me fale por favor. Email: janaina_pmachado@ ig.com.br Veja todos os anúncios e anuncie gratuitamente também no site: www.novafisio.com.br


NovaFisio.com.br • 27


Agenda|

Divulgue seu curso ou evento gratuitamente aqui, mande um torpedo para 21 | 8577-9908

DIA CURSO JULHO 2013 01 Capacitação Profissional Prática para a Técnica de Limpeza de Pele 05 e 06 Fisioterapia Esportiva nas Lutas e MMA 05 a 07 Curso AVANÇADO de Pilates Metacorpus 05 a 07 Curso AVANÇADO de Pilates Metacorpus 06 e 07 Cinesioterapia Funcional 06 a 12 Capacitação em Dermato Funcional 08 a 14 Formação em Microfisioterapia – INTENSIVO 13 e 14 Curso de SPA 13 e 14 Ventilação Mecânica Não-Invasiva (VMNI) 13 e 14 Crochetagem Mio-Aponeurótica (CMA) 13 e 14 Abordagem Funcional na Hemiplegia – Enfoque em Bobath 19 a 21 Curso AVANÇADO de Pilates Metacorpus 19 a 21 Curso AVANÇADO de Pilates Metacorpus 20 e 21 Avaliação, Tratamento e Prevenção de Lesões do Ombro 20 e 21 Abordagem Fisioterapêutica em Geriatria 22 a 28 Capacitação em Dermato Funcional 26 e 27 Terapias minimamente invasivas em Lipodistrofia Ginóide 26 e 27 Craniopuntura de Yamamoto: YNSA 27 e 28 Bandagens Funcionais: Conceitos e Aplicações AGOSTO 02 e 03 Acupuntura Dry Needling – Agulhamento Seco 02 a 04 Curso AVANÇADO de Pilates Metacorpus 03 e 04 Curso de Linfotaping 03 e 04 Curso de Pilates na Água 10 Ampliando os conhecimentos sobre a motricidade 10 e 11 Pós Graduação em Terapia Manual e Postural 16 a 18 Neurociências aplicadas a Reabilitacão – Mód.2 16 a 18 Pós Graduação em Terapia Manual e Postural 16 a 18 Pós Graduação em Terapia Manual e Postural 23 a 25 Pós Graduação em Terapia Manual e Postural 23 a 28 Neurociências aplicadas a Reabilitacão – Mód.2 24 e 25 Curso de Dermato Funcional Facial 31 Formação Reticular: Atenção e controle postural 31 Curso de Introdução à Terapia CranioSacral SETEMBRO 11 a 15 Curso Internacional de Cinesiologia Holística 14 e 15 Curso de Introdução à Manipulação Visceral 14, 15, 21 Drenagem Linfática p/ Fisioterapeutas 19 a 22 Formação em Microfisioterapia – REGULAR 16 a 22 Formação em Microfisioterapia – INTENSIVO 21 Neuroanatomia Funcional dos Distúrbios Psicológicos 22 Neurobiologia dos Psicotraumas 22 Auriculoterapia OUTUBRO 05 e 06 Curso de Ergonomia Aplicada ao Trabalho 19 Sistema Crânio-oro-cervical e Postura 19 Sistema cranio-oro-cervical: relação postural global NOVEMBRO 02 e 03 Curso de Dermato Funcional Facial 22 a 24 III Congresso Internacional de Postura 23 Reações posturais na Paralisia Cerebral 29 e 30 MAAF – Manuseio e Adequação de Atividades Funcionais DEZEMBRO 01 a 04 Formação Internacional em Leitura Biológica 07 Funções Nervosas Superiores

CIDADE- UF

CONTATO

Belo Horizonte – MG Porto Alegre – RS Goiânia – GO Belo Horizonte – MG Santa Maria – RS Campinas – RS Teresina – PI Campinas – SP Passo Fundo – RS Porto Alegre – RS Porto Alegre – RS Curitiba – PR Recife – PE Porto Alegre – RS Porto Alegre – RS Porto Alegre – RS Porto Alegre – RS Porto Alegre – RS Caxias do Sul – RS

(31) 3264-4864 (51) 3065-6520 0800 282 6051 / (21) 3525-3574 0800 282 6051 / (21) 3525-3574 (51) 3065-6520 (19) 4062-9298 0800 400 4701 (19) 4062-9298 (51) 3065-6520 (51) 3065-6520 (51) 3065-6520 0800 282 6051 / (21) 3525-3574 0800 282 6051 / (21) 3525-3574 (51) 3065-6520 (51) 3065-6520 (51) 4063-9397 (51) 3065-6520 (51) 3065-6520 (51) 3065-6520

Porto Alegre – RS Vitória – ES Porto Alegre – RS Campinas – SP São Paulo – SP São Paulo – SP Salvador – BA Juiz de Fora – MG Salvador – BA Teresina – PI Teresina – PI Porto Alegre – RS São Paulo – SP Santa Maria – RS

(51) 3065-6520 0800 282 6051 / (21) 3525-3574 (51) 4063-9397 (19) 4062-9298 (11) 2376-2071 0800 400 4701 (71) 88867- 6472 0800 400 4701 0800 400 4701 0800 400 4701 (86) 9414-9009 (51) 4063-9397 (11) 2376-2071 (48) 4141-1562

Londrina – PR Brasília – DF Niterói – RJ Curitiba – PR Salvador – BA São Paulo – SP São Paulo – SP Niterói – RJ

0800 400 4701 (48) 4141-1562 (21) 2109-2626 0800 400 4701 0800 400 4701 (11) 2376-2071 (11) 2376-2071 (21) 2109-2626

Mogi das Cruzes – SP (11) 3713-7385 São Paulo – SP (11) 2376-2071 São Paulo – SP (11) 2376-2071 São Paulo – SP Vitória – ES São Paulo – SP São Paulo – SP

(11) 4063-3047 (21) 2415-6768 (11) 2376-2071 (11) 2376-2071

Londrina – PR São Paulo – SP

0800 400 4701 (11) 2376-2071

DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR E VEJA TAMBÉM NOSSA AGENDA COMPLETA

28 • NovaFisio.com.br


NovaFisio.com.br • 29


FisioPerfil

Com Michelle Trigo de Moraes Quem é, o que fez e faz pela fisioterapia.

michellemtrigo@yahoo.com.br

Trabalho no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Santos, sou Fisioterapeuta nas UTIs e Enfermarias. Gosto sempre de aprender e digo que irei morrer aprendendo. Adoro escrever! Escrevi o livro Oxigenoterapia Domiciliar em Adultos Cuidados e Orientações em 2011 primeira edição impressa, e em 2013 pela Editora NovaFisio segunda edição com boas novidades em versão e-book. Estou trabalhando em um livro na área de ortopedia, pois trabalhei 6 anos na ortopedia e gosto muito de trabalhar com coluna, manipulação e reeducação postural, esse é o meu próximo projeto que está em fase final. Tenho outro livro em andamento que é em neurologia sobre células tronco devido minha experiência na China. Acompanhei tudo a respeito sobre o Ministério da Saúde no Brasil, em Portugal e na China, mas este projeto está no início. No meu dia a dia atendo pacientes no hospital seis horas por dia e faço plantão finais de semana também, e fora o horário que estou no hospital atendo os pacientes domiciliares particular. Qual ano e em qual faculdade que se formou? Me Formei na Faculdade UNIMONTE em julho de 2004. Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Sem dúvida publicar meu livro de Oxigenoterapia Domiciliar em Adultos Cuidados e Orientações com Manual, foi para mim uma realização profissional fruto de oito anos de estudos tanto teóricos quanto práticos em dois hospitais diferentes e domicílios. E quase no mesmo ano fui para China fazer um treinamento no hospital para pacientes que realizaram transplante de células tronco para lesado medular clínico, um tratamento no qual a fisioterapia atua cem por cento, uma experiência maravilhosa e um aprendizado único. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Não tenho nada como pior coisa que fiz na vida principalmente na fisioterapia, tudo que realizei na fisioterapia foi maravilhoso. O que você mais gosta na profissão? Sem dúvida, ver seu paciente reabilitado, a fisioterapia recupera um pulmão, assim como recupera as funções dos membros inferiores em uma pessoa que sofreu algum acidente e consegue voltar a andar, enfim a reabilitação, seja na área ortopédica, cardiopulmonar, neurológica trazendo o paciente para as atividades de vida diária e retomar sua vida, é uma profissão muito gratificante. O que você odeia na profissão? A falta de autonomia que ainda existe em algumas instituições. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? A humildade, pois iremos todos em todas as áreas morrer aprendendo. Que qualidade mais detesta nos profissionais que te cercam? Os que acham que apenas tempo exercendo 30 • NovaFisio.com.br

a profissão é o suficiente para saber tudo sobre a mesma, pois iremos sempre aprender uns com os outros. Qual sua maior virtude? Tudo em que me empenho a fazer, realizo com o meu melhor, e sempre alcanço bons resultados. Qual seu pior defeito? Ter jogo de cintura demais, acho que às vezes deveria ser mais rude. Hoje em dia as pessoas às vezes confundem educação e ser boa com ser boba. Se pudesse mudar algo, o que seria? Me aprofundar em oncologia, e saber muito sobre todos os tipos de câncer, talvez poderia ter visto melhor certas coisas nos passado e as mudado. Qual maior mentira já contou? Não sou de mentir não, normalmente falo a verdade e seguro sempre as consequências do que penso e falo. Qual o fato mais inusitado em sua carreira? Tanto na rotina hospitalar quanto na rotina ambulatorial presenciei diversos, mas os casos em que até hoje para mim ocorre como inusitado é traduzir o que o paciente fala. Por exemplo, atendi a poucos dias, um paciente que havia tido alta da UTI, e estava na enfermaria. Seu acompanhante me perguntou sobre o membro inferior do paciente que estava com perda de tônus e trofismo, porém ele perguntou por que a perna dele está assim ginguini, então perguntei como assim? Ele repetiu umas três vezes, eu pegava na perna do paciente e perguntava como assim até descobrir que ele querira dizer “mais magra e mais mole” esse foi o final, então a linguagem das diversas partes do nosso Brasil ainda para mim é diferente sempre fico séria e atenta até entender e tirar toda a dúvida, mas se torna bem inusitado para mim. Qual fato foi o mais cômico? Assim que me formei estava atendendo na UTI adulto mista, um paciente que havia

sido internado vítima de arma de fogo com 8 disparos. Estava há oito meses na UTI sem sedação porém em coma, com respirador da época BIRD Mark 7. Sempre me identifico para o paciente e falo todos os procedimentos que irei realizar, e uma enfermeira estava ao meu lado durante o atendimento me contando, que cozinhou para o noivo, preparou tudo, ela nem sabe cozinhar direito, e ele não apareceu. Passado alguns meses, o paciente saiu do coma, teve alta da UTI e quase um ano depois bateu na porta da UTI com um buquê de flores e bombons para enfermeira dizendo que se o noivo dela não dava valor para ela que ele daria e que ele jantaria com ela e contou toda a história com riqueza de detalhes e eu estava na UTI e presenciei, todos ficaram surpresos. Qual seu maior arrependimento? Não ter feito minha formatura da fisioterapia. Qual dica daria aos colegas? Para serem sempre humildes e saberem se colocar quando se deve com embasamento. Qual objeto de desejo? Quando meu marido se aposentar montar nossa academia com fisioterapia. Qual seu maior sonho? Bom meu maior sonho é minha família ter muita saúde, meu marido, minha filha, minha irmã, minha sogra, minhas amigas, meus anjos da guarda, enfim é não sofrer com a perda de ninguém que mais amo. Que talento mais gostaria de ter? Uma boa memória para leis, artigos, conseguir guardar mais lei tal, artigo tal, pois até as conheço, mais tenho dificuldade em guardá-las. Qual seu maior pesadelo? Perder minha família e perder as pessoas que amo, além da saudade dos meus pais. E qual profissão jamais queria ter? Talvez psicologia, tem que ter muita calma.


Com Wanderlei Cardoso de Sá Quem é, o que fez e faz pela fisioterapia. Trabalhei como fisioterapeuta na Clínica Reabilitação e Hidroterapia e já lecionei no Colégio “CELLULA MATER” como professor de Educação Física. Autônomo: Personal Training, e hoje junto com minha esposa Michelle Trigo, gosto de estudar e escrever como nossas duas últimas publicações o livro de Oxigenoterapia Domiciliar em Adultos Cuidados e Orientações primeira e segunda edição esta última em versão e-book pelo site da NovaFisio. Formação atual: Graduação em Fisioterapia pelo Centro Universitário Monte Serrat 2004. Graduação em Educação Física – FEFIS – Universidade Metropolitana de Santos – Unimes. Qual ano e em qual faculdade que se formou? Me Formei na Faculdade UNIMONTE em julho de 2004. Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Publicar meu livro com minha esposa. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Não me lembro de nada que eu possa achar a pior coisa, pelo contrário, acho tudo na fisioterapia maravilhoso. O que você mais gosta na profissão? O resultado, ver o paciente voltar as suas atividades de vida diária e saber que você ajudou isso. O que você odeia na profissão? A submissão de alguns colegas. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? A consciência do que está acontecendo. Que qualidade mais detesta nos profissionais que te cercam? Arrogância. Qual sua maior virtude? Sou muito observador. Qual seu pior defeito?

Querer ser educado demais com quem não tem educação. Se pudesse mudar algo, o que seria? Ter feito a terceira faculdade em direito. Qual maior mentira já contou? Não sou de contar mentira. Normalmente sou calado e observador. Qual fato foi o mais inusitado? Quando atuando na pediatria, as crianças sempre choravam então resolvi atendê-las com um nariz de palhaço e surtiu um bom efeito. As crianças gostavam e deixavam realizar os procedimentos necessários. Qual seu maior arrependimento? Não ter tido oportunidade de me especializar melhor. Qual dica daria aos colegas? Tratar melhor o próximo, pois quem está na profissão por opção somos nós fisioterapeutas. Qual objeto de desejo? Ser palestrante internacional. Qual seu maior sonho? Continuar ao lado da mulher que amo até ficar velhinho com minha filha, minha mãe

e meus amigos, curtir a terceira idade. Qual seu maior pesadelo? Perder minha esposa. Que talento mais gostaria de ter? Talvez a banda a qual fiz parte na adolescência e ter seguido em frente. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Sou fisioterapeuta, educador físico, trabalhei anos em ambas as profissões e quando mais novo fui vice campeão brasileiro de skate, sempre surfei pratiquei esportes então as duas faculdades as quais fiz teve tudo a ver comigo. Mas se não fosse fisioterapeuta, gostaria de ser advogado. E qual profissão jamais queria ter? Não gostaria de trabalhar na coleta de lixo. Diga um desafio? Aumentar o piso salarial do fisioterapeuta e os hospitais terem uma tabela adequada de valores da fisioterapia por cada procedimento, e não as quais eles se baseiam, sendo as mesmas obsoletas, luta essa da nossa Associação da Baixada Santista AFISIO.

NovaFisio.com.br • 31


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia.

Métodos fisioterapêuticos no tratamento da lombalgia: Uma revisão sistemática.

| Karoline Feitosa Medeiros, Rafhael Monção Oliveira

Por

RESUMO Introdução: Os objetivos da fisioterapia em pacientes com lombalgia/ lombociatalgia são além do alívio da dor, a diminuição da tensão muscular, o aumento da amplitude de movimento, o equilíbrio, a função, durante as atividades de vida diária e profissional. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre estudos de efeitos de intervenções fisioterapêuticas nas respostas analgésicas no tratamento de lombalgia em pacientes adultos jovens. Métodos: Revisão sistemática de literatura, realizados em bases de dados eletrônicas, nacionais e internacionais, através da consulta pelos seguintes descritores: “lombalgia and analgesia”, “lombalgia and fisioterapia”, “lombalgia and tratamento”. A seleção dos artigos teve como critérios de inclusão: artigos de intervenção fisioterapêutica na lombalgia; estudos nos idiomas português, espanhol e inglês; artigos publicados no período de 2003 a 2013 e como critérios de exclusão: artigos de revisão sistemática e revisão tradicional de literatura; artigos cujo texto completo não fosse disponível nem mesmo após busca em biblioteca de referência. Resultados: A partir de nove artigos selecionados, verificou-se que existem possibilidades terapêuticas positivas a serem utilizadas pelos fisioterapeutas, destacando-se a utilização da TENS, acupuntura, cinesioterapia, terapia manual, kinesio taping, crioterapia entre outros no tratamento da lombalgia. Conclusão: Com base nos resultados dos artigos utilizados, todos os métodos de intervenções fisioterapêuticas na atenuação da dor lombar, apresentaram um resultado satisfatório, porém a maioria dos trabalhos apresentaram alguns víeis e diante desses fatores, houve dificuldades em apontar qual possível intervenção possa ser mais efetiva no tratamento da lombalgia. INTRODUÇÃO Segundo SLEUTJES (2004), a coluna vertebral é o eixo de sustentação do corpo humano. Ela se comunica com o sistema nervoso central bem como com 32 • NovaFisio.com.br

o sistema nervoso periférico através da medula espinhal. A coluna vertebral é composta por 33 vértebras e 26 ossos separados e apresenta cinco regiões as quais se dividem em: cervical, constituída por 7 vértebras e 7 ossos; torácica, constituída por 12 vértebras e 12 ossos; lombar, constituída por 5 vértebras e 5 ossos; sacral, constituída por 5 vértebras fundidas e 1 osso; cóccix, constituída por 4 vértebras fundidas e 1 osso. Dessa forma, a coluna vertebral possui extrema flexibilidade e é estável, uma vez que depende de ligamentos e músculos que mantém esta estrutura esquelética articulada às unidades ósseas A coluna lombar possuindo corpos vertebrais maiores que aumentam a capacidade de sustentação de carga e bem adaptados para a fixação dos grandes músculos do dorso, algumas pessoas acabam adquirindo a dor lombar que é um mecanismo protetor e ocorrendo sempre que qualquer tecido for lesionado e é uma queixa corriqueira nas sociedades modernas sendo umas das razões mais comuns para aposentadoria por incapacidade total ou parcial, fazendo com que o indivíduo reaja ao estímulo doloroso (MENDES, 2003). De acordo com Neumann (2006) na biomecânica lombar é possível observar vários movimentos vertebrais, onde alguns efeitos durante a movimentação, na flexão e na extensão da região lombar há um efeito no diâmetro de forame intervertebral e migração do anel pulposo. Segundo SAKATA; ISSY, 2004, a lombalgia pode ser classificada de diversas maneiras. De acordo com a duração, a lombalgia pode ser aguda (início súbito e duração menor que 6 semanas), subaguda (duração de 6 a 12 semanas), crônica (duração de mais que 12 semanas) e recorrente (reaparece após períodos da acalmia). A dor lombar é uma importante causa de incapacidade, ocorrendo em prevalências elevadas em todas as culturas e

influenciando a qualidade de vida das pessoas (EHRLICH, 2003). A lombalgia crônica é um sintoma, e não uma doença, que se caracteriza por dor, a qual pode ser resultante de causas diversas. Devido à complexidade das lombalgias, é possível classificá-las etiologicamente como estruturais, traumáticas, musculoesqueléticas, degenerativas, reumáticas, provocadas por defeitos congênitos, inflamatórias, neoplásicas, viscerais reflexas, decorrentes de doenças ósseas; e metabólicas COSTA; PALMA, 2005; CAETANO et al., 2006). A fisioterapia dispõe de inúmeros recursos que proporciona ao portador de lombalgia/ lombociatalgia um alívio deste sintoma, porém faz-se necessária uma avaliação criteriosa do paciente, incluindo testes diferenciais e uma anamnese detalhada. Os objetivos da fisioterapia em pacientes com lombalgia/ lombociatalgia são além do alívio da dor, a diminuição da tensão muscular, o aumento da amplitude de movimento, o equilíbrio, a função, e as orientações quanto à percepção sinestésica e alinhamento, durante as atividades de vida diária e profissional (KISNER; COLBY, 2011). METODOLOGIA Método da Revisão: Foi realizada uma busca sistemática de artigos de intervenção fisioterapêutica na lombalgia nas bases de dados Medline, Scielo, Lilacs (Biblioteca Virtual em Saúde - BVS), utilizando conjuntamente os indexadores: “lombalgia and tratamento”, “lombalgia and fisioterapia” e “lombalgia and analgesia”. Foram coletados artigos referentes ao periódico (título, idioma, data da publicação), e ao tipo de estudo. A escolha dos artigos para a pesquisa se deu através da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, conforme mostra o fluxograma (FIGURA 1). Inicialmente foi delimitado para compor


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia. a amostra, artigos publicados de 2008 até 2013, mas pela pequena amostra (quantidade obtida), estendeu-se para 10 anos de publicação para não comprometer a qualidade do trabalho. Critérios de Inclusão: * Artigos de intervenção fisioterapêutica na lombalgia. * Estudos nos idiomas português, espanhol e inglês; * Artigos publicados no período de 2003 a 2013. Critérios de Exclusão:

2013), título e resumo. No segundo nível de análise, com leitura de trabalhos completos, aplicação dos critérios de inclusão que são artigos de intervenção fisioterapêutica na lombalgia, estudos nos idiomas português, espanhol e inglês e artigos publicados no período de 2003 a 2013, foram selecionados 1.160 e após a aplicação dos critérios de exclusão que são artigos de revisão sistemática e revisão tradicional de literatura e artigos cujo texto completo não fosse disponível nem mesmo após busca em biblioteca de referência, foram selecionados 67. Após esse segundo nível de análise, fez-se uma seleção para a utilização de referências bibliográficas para a construção deste trabalho, totalizando 53 artigos. FIGURA 1 APRESENTA UM FLUXOGRAMA COM OS RESULTADOS DESTA PESQUISA. Esta seleção sistemática foi finalizada com 9 artigos os quais foram colocados em uma tabela, sendo categorizados em: Pais da publicação / Ano; Autores; Método de intervenção; Tipo de estudo; Amostra; Resultados e Instrumento de Avaliação. FIGURA 1: FLUXO DA BUSCA SISTEMÁTICA NAS BASES DE DADOS.

* Artigos de revisão sistemática e revisão tradicional de literatura; * Artigos cujo texto completo não fosse disponível nem mesmo após busca em biblioteca de referência. Os artigos foram triados pelos descritores citados e, a partir de um número máximo de artigos, critérios foram sendo aplicados para refinar a pesquisa: textos completos disponíveis; assuntos principais como sendo intervenções fisioterapêuticas na lombalgia. Análise dos Dados: Os artigos identificados pela estratégia de busca foram avaliados, de forma independente e cegados, por dois pesquisadores (autores), obedecendo rigorosamente aos critérios de inclusão. RESULTADOS A estratégia de busca foi desenvolvida com o objetivo de localizar todos os possíveis estudos de adequado nível de evidência. A pesquisa foi realizada entre os meses abril e maio de 2013. Foram encontrados na BVS 14.478 artigos utilizando os termos citados na metodologia. Destes, 783 pertenciam à Lilacs, 13.606 pertenciam à Medline e 89 pertenciam à Scielo. No primeiro nível de análise, foram selecionados 4.022 trabalhos após a primeira filtração, com as palavras-chave: “lombalgia and tratamento”. Posteriormente fez-se a segunda filtração com as palavras-chave: “lombalgia and fisioterapia” e “lombalgia and analgesia” com exclusão de 2.795, resultando em 1227 artigos, que foram analisados quanto ao periódico (2003 à

FONTE: Biblioteca Virtual em Saúde, 2013. NovaFisio.com.br • 33


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia. QUADRO 1- RESUMOS SELECIONADOS PARA A REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE TERAPÊUTICA DA DOR LOMBAR.

FONTE: Biblioteca Virtual em Saúde, 2013. 34 • NovaFisio.com.br


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia. DISCUSSÃO A dor é uma experiência individual, e o quanto dessa dor se traduz em um comportamento observável depende de vários fatores. A espécie, raça, idade, sexo, estado nutricional, saúde geral e tempo de exposição ao estímulo nociceptivo são alguns desses fatores (TEIXEIRA, 2005). Nas lombalgias, pode-se observar sua relação direta com o quadro álgico, redução da amplitude de movimento e alteração do padrão de flexibilidade ou uma interação sinérgica desses fatores que, consequentemente, aumentam a severidade do quadro sintomático e podem levar a fadiga precoce dos músculos paravertebrais com alteração do desempenho funcional (DIAS E M, 2003). A lombalgia é queixa comum nos ambulatórios e consultórios fisioterapêuticos, o que demonstra o reconhecimento da população e profissionais quanto ao seu importante papel no controle da dor lombar. O tratamento consiste do controle dos sintomas e da restauração funcional, com objetivo de promover o retorno às atividades laborais e de lazer, comprovando, desta forma, a grande influência do fisioterapeuta como agente necessário na avaliação e melhora do quadro clínico e funcional do paciente (MACEDO, 2009). Em estudo realizado por Macedo e Briganó (2009), onde 40 pacientes foram submetidos a um protocolo de fisioterapia composto por 30 sessões, sendo estas compostas por manobras miofasciais, traços cutâneos, exercícios de alongamentos e fortalecimentos; ainda utilizaram-se posturas do método Isostretching e exercícios com bolas suíça. Com isso pode-se evidenciar que a terapia manual e cinesioterapia como tratamento da dor lombar, proporcionou uma significativa redução da incapacidade e aumento da qualidade de vida, já que indicaram melhora significativa nas avaliações pré e pós-tratamento fisioterápico. Confirmando a indicação desses recursos, aponta-se que técnicas de terapia manual são eficazes e podem ser utilizadas nos quadros de lombalgia aguda. Afirma-se que a terapia manual mostrou significativamente melhora quando comparada à terapia de exercício em pacientes com lombalgia crônica.

Considerando os resultados obtidos no presente estudo, pode-se observar que a um resultado positivo na sintomatologia dolorosa, uma melhora na qualidade de vida e uma diminuição das incapacidades do paciente. Observa-se que a reabilitação fundamentada em exercícios melhora a função física, entretanto, apresentam modestos efeitos sob a dor. Por outro lado, exercícios apresentam um efeito positivo em pacientes com lombalgia crônica. Também evidencia a necessidade de exercícios de fortalecimento dos músculos lombares e alongamentos dos isquiotibiais para o tratamento da lombalgia. Cita-se também que é fundamental a aplicação de programas de exercícios que estabilizem a coluna lombar (BARR, 2005). No estudo realizado por Santos et.al. 2008 que visava comparar a aplicação de TENS e da Eletroacupuntura na lombalgia (Avaliação da efetividade do TENS e da eletroacupuntura na lombalgia), observou-se diminuição dos valores de dor apresentados pela EVA, após a aplicação das duas terapêuticas nos voluntários com lombalgia. No grupo tratado por meio da TENS, esses valores correspondem a uma melhora de 30%.Observou-se, nessa pesquisa, que os pacientes submetidos ao tratamento com eletroacupuntura apresentavam, antes das sessões, valores de dor que foram classificados por meio da EVA como leves ou ausentes (45%). Após a utilização dessa terapêutica, esses valores aumentaram 20%, demonstrando um alivio na dor. Hamba (1985) observou que a atividade das células hipotalâmicas de ratos, após estimulação por eletroacupuntura, sofria uma longa e duradoura supressão, com frequências de estimulação de 3 a 45 Hz. Observou-se, nessa pesquisa, que os pacientes submetidos ao tratamento com eletroacupuntura apresentavam, antes das sessões, valores de dor que foram classificados por meio da EVA como leves ou ausentes (45%). Após a utilização dessa terapêutica, esses valores aumentaram 20%, demonstrando um alivio na dor. Foram propostas diferentes teorias para explicar o mecanismo de ação da TENS, entretanto a mais aceita é a Teoria do Controle da Comporta da Dor, segundo a qual, as informações nociceptivas

concorrem com as fibras nervosas que transmitem os estímulos elétricos artificiais gerados pela TENS para os centros superiores, modulando as informações dolorosas em áreas segmentares e suprasegmentares do sistema nervoso central (RADHAKRISHNAN, SLUKA, 2005). Outra teoria proposta para explicar o modo de ação da TENS é pela ativação das vias inibitórias da dor, substância cinzenta periaquedutal e núcleos da rafe, que se originam no cérebro e descem até a medula espinhal através do tronco cerebral, provocando a liberação de opióides endógenos (TRIBIOLI, 2003). Em um estudo realizado por Abreu, Santos, Ventura (2011) onde comparavam a eficácia analgésica da associação da TENS e crioterapia no tratamento da lombalgia crônica, onde os pacientes foram divididos em 3 grupos , sendo que o primeiro grupo submetido a terapia com aplicação da TENS o segundo grupo tratado com crioterapia e o terceiro grupo com a associação das duas modalidades, a analise dos resultados pode mostrar que não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos em relação aos escores iniciais da EVA, ou seja, houve uma equivalência em relação à intensidade inicial de dor entre as participantes do estudo. Em relação aos escores finais da EVA também não houve diferença estatisticamente significante dos valores medianos entre os grupos, demonstrando que nenhuma das técnicas de analgesia se sobressaiu em relação às outras. Porém, as diferenças entre os escores iniciais e finais da EVA em cada grupo foram estatisticamente significantes, o que demonstrou que todas as modalidades foram eficazes em aliviar a dor. Em um estudo proposto por Rezende, Magalhães, Veloso (2012), semelhante ao supra citado pode-se observar resultados idênticos, pois não houve interação estatisticamente significativa entre a associação da TENS com a crioterapia, para o tratamento da lombalgia crônica, quando comparada com as aplicações isoladas. Os estudiosos relatam que entre as muitas teorias propostas para explicar a analgesia induzida pelo frio, a crioterapia atua provocando um resfriamento local que produz um retardo na freqüência de transmissão do impulso e uma diminuição da sensibilidade dolorosa para o sistema NovaFisio.com.br • 35


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia. nervoso central (PINHEIRO, 2000; BLEAKEY, MCDONOUGHT, 2004; LIANZA, 2007). Segundo KNIGHT (2000), PINHEIRO (2000), e XAVIER et al. (2003), após a aplicação da crioterapia ocorre uma diminuição na transmissão da freqüência da transmissão dos impulsos com conseqüente diminuição da sensibilidade dolorosa. Isso, por sua vez, gera um aumento do limiar da dor. Bleakley et al. (2004) explica que o gelo atua minimizando os efeitos negativos do processo inflamatório, como o edema e também é responsável por produzir um alívio da dor que surge após uma lesão tecidual ou trauma. Os resultados obtidos nos presentes estudo, quando avaliam à associação da TENS com a crioterapia, para o tratamento da lombalgia, quando comparada com as aplicações isoladas, não houve interação estatisticamente significativa. Ressaltando que o número da amostra foi pequeno, o que pode interferir nos resultados, fazendo-se necessários outros estudos para comprovar a eficácia destas terapias. De acordo com Bordiak, Silva (2012) em seu estudo Eletroestimulação e core training sobre dor e arco de movimento na lombalgia, realizado com 27 pacientes, teve como objetivo Apurar a influência da EENM associada a um programa de core training (CT) sobre a lombalgia, concluise que a aplicação de EENM em região lombar após CT foi eficaz, porém não ocorreu diferença significativa da ADM entre os grupos. Os métodos McKenzie, técnica de energia muscular e core training (CT) são exercícios de estabilização para tratamento da CV e se preocupam em incrementar força e funcionalidade (GORGEY, DUDLEY, 2008). O core training envolve a realização de exercícios que exigem controle motor global, atuando sobre músculos estabilizadores de CV: os multífidos, paravertebrais e abdominais (oblíquos e retos abdominal). Sua execução se dá por contrações musculares isométricas, sem necessidade de acréscimo de carga (PAATELMA, et al. 2008). Os recursos reconhecidos

de por

36 • NovaFisio.com.br

eletroterapia são sua importância

em combater a dor, refletindo em realização precoce dos movimentos. A eletroestimulação neuromuscular (EENM) tem apresentado importantes benefícios para musculaturas subutilizadas, resultando em aumento de força muscular em curto prazo, recuperação de tônus/trofismo muscular e estabilização articular (COGHLAN et al. 2008). Neste estudo A realização de EENM seletiva em paravertebrais na região lombar após CT foi eficaz, causando diminuição significativa da dor em lombalgia se comparada a somente core training sobre indivíduos sedentários, porém não ocorreu diferença significativa do ADM entre os grupos. O presente estudo realizado por Silva, Bandeira, Rossafa, Beraldo (2005), que teve como objetivo verificar a eficiência do tratamento das lombalgias pela acupuntura (Tratamento fisioterapêutico por meio da acupuntura nas lombalgias), foi observado que houve uma redução dos níveis subjetivos de dor em 100% dos pacientes tratados, onde foi utilizado para avaliação e controle da dor, por meio de uma escala analógica e subjetiva graduada de “0” a “10” e uma escala de dor subjetiva que relatava a dor relacionando- a as atividades de vida diárias dos pacientes. Como tratamento de escolha para a lombalgia, a acupuntura preencheu todos os quesitos como um recurso preparatório eficiente para a fisioterapia, demonstrando ser eficiente como facilitador miorrelaxante e analgésico, trazendo benefícios para as atividades da vida diária WAIGNER (2002). Segundo Yamamura (2001) a acupuntura, o recurso terapêutico mais conhecido da medicina tradicional chinesa no ocidente, é o meio pelo qual, mediante inserção de agulhas, são feitos a introdução, a mobilização, a circulação e o desbloqueio da energia, além da retirada das energias turvas (Perversas), promovendo a harmonização, o fortalecimento dos órgãos, das vísceras e do corpo. Observou-se que, com o uso da acupuntura apresentou resultados satisfatórios na redução da dor específica para lombalgia, considerando- se suas variáveis clínicas e obtiveram-se 87,5% de melhora geral do grupo tratado. De acordo com o estudo realizado por

Jorge, E.M.; Vieira, J.H.; Sandoval, R.A (2012), que teve como objetivo de analisar a eficácia da Kinesiology Taping sobre o quadro álgico na lombalgia (Kinesiology Taping nas lombalgias de trabalhadores que atuam na posição sentada) pode-se observar que a técnica Kinesio Taping é eficaz na melhora do quadro álgico nos colaboradores que atuam na postura sentada. A Kinesiology Taping (K Tape) é uma técnica que utiliza uma fita com propriedade elástica: que altera sua forma original entre 120 a 140%, sendo aplicada em diferentes graus de tensão, resistente a água, no qual permanece de três a quatro dias consecutivo sem necessidade de retirá-la para o banho e sem perder a qualidade adesiva; porosa ao ar, que diminui o risco de irritação e alergias no tecido epitelial (OSTERHUES, 2004; HALSETH et al., 2004; CHEN et al., 2007; FU, 2008). Com aplicação da fita sobre a pele, há um recrutamento de neurônios motores que resulta em um aumento do tônus muscular. Em um músculo fraco decorrente de uma lesão ligamentar ou articular, utiliza-se uma tensão média da fita estabilizando a articulação, evitando o alongamento excessivo do músculo o que contribui para o alívio da dor, facilitando a movimentação ativa e a reabilitação (KAHANOV, 2007). Com o que se foi exposto no presente trabalho pode-se evidenciar que o método Kinesio Taping apresentou um resultado satisfatório no controle do quadro álgico dos voluntários, partindo do pressuposto que se ouve diminuição de escores no questionário de Oswestry e EVA. Mesmo diante do resultado positivo e dos elementos favoráveis à aplicação da técnica relatados pelo presente trabalho (kinesiology taping nas lombalgias de trabalhadores que atuam na posição sentada), o mais prudente seria afirmar que as evidências ainda são limitadas e que as intervenções com a bandagem neuromuscular funcional podem representar, ainda que discretamente, diminuição da lombalgia. Em estudo realizado por Freitas; Greve (2008), onde visava-se comparar o fortalecimento obtido usando o dinamômetro isocinético e a bola


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia. terapêutica para tratamento da lombalgia crônica de origem mecânica os resultados evidenciam que ambos os protocolos geraram melhora significante da dor e das incapacidades, tal como encontrado em outros estudos que utilizaram o fortalecimento para esse tipo de paciente. No grupo bola, houve melhora significante da dor e das incapacidades, corroborando outros estudos que utilizaram o método. Ao comparar esses protocolos com o presente estudo, observam-se diferenças quanto ao tempo de tratamento, freqüência semanal, quantidade e tipos de exercícios (KOUMANTAKIS,2005). Não houve diferença significante entre os protocolos, tal como no estudo que comparou a dinamômetria isocinética com a cinesioterapia clássica (CALMELS, 2005). Embora ambas as técnicas tenham obtido resultados similares, algumas vantagens e desvantagens podem ser atribuídas a cada uma delas. O dinamômetro isocinético promove segurança, já que mantém uma velocidade constante durante o movimento e ajusta a resistência de acordo com a capacidade do indivíduo de produzir força durante o exercício, mas, por outro lado, apresenta um único padrão de movimento, com uma grande amplitude de flexão do tronco. Devido a sua versatilidade, a bola terapêutica permite trabalhar uma grande variedade de movimentos e posturas, ativando diferentes padrões de contração muscular, que seriam mais funcionais para a vida diária (FREITAS; GREVE, 2008). Além disso, os exercícios realizados sobre a bola geram menor compressão sobre a coluna, o que poderia justificar sua indicação para pacientes com dor (McGill SM, 2003; DRAKE,2006). No que diz respeito a pratica clinica pode-se afirma que a bola se torna um recurso mais acessível quando comparada com o dinamômetro, onde com o avançar do processo de reabilitação a bola possa vir a ser usada para tratamentos em grupo sempre com a supervisão direta do fisioterapeuta, onde pode tornar-se uma técnica mais lúdica e motivante para os pacientes na fisioterapia. CONCLUSÃO Com base nos resultados dos artigos utilizados para realização da presente revisão sistemática, todos os métodos de intervenções fisioterapêuticas na atenuação da dor lombar, que foram

estudados, apresentaram um resultado satisfatório, sendo que a maioria dos trabalhos esbarram uma serie de problemas como: a falta de um mecanismo mais efetivo de avaliação e quantificação da dor, a ausência de amostra mais significativa estatisticamente e o conseqüente número reduzido de seções. Diante dos presentes pontos, que terminam por levar os trabalhos a dar origem a algum viés, foi observado que se há dificuldade em apontar qual possível intervenção possa vir a ser mais efetiva no tratamento da lombalgia. REFERÊNCIAS ABREU. et al. Eficácia analgésica da associação da eletroestimulação nervosa transcutânea e crioterapia na lombalgia crônica. São Paulo-SP. Janeiro;Março 2012. ANDRADE, S. C. et al. “Escola de coluna”: revisão histórica e sua aplicação na lombalgia crônica. Rev. Bras. Reumatol, [S.L.], v. 45, n. 4, p. 224-228, jul./ago. 2005. ANDREWS, JAMES R et al. Reabilitação física de lesões desportivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. ANICHE, R. A. et al. Incidência da lombalgia de acordo com idade, sexo e profissão em uma clínica de ortopedia de São Paulo. 1993. Trabalho de Pesquisa de Campo (Pós-Graduação) – UNAERP, Curso de Especialização em Saúde Pública, São Paulo, 1993. Disponível em: <http:// www. schoolargoogle.com.br>. Acesso em: 29 abril. 2013-04-29. ANTÔNIO, S. F. Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Dores Lombares. Revista Brasileira de Medicina. 2002. AROKOSKI JP. et al. Back and abdominal muscle function during stabilization exercises. Arch Phys Med Rehabil. 2001. Atallah, AN, Castro AA. Revisão Sistemática e Metanálises, em: Evidências para melhores decisões clínicas. São Paulo. Lemos Editorial 2007. BARR, KP., Griggs M. & Cadby T. Lumbar stabilization: core concepts and current literature, part 1. Am J Phys Med Rehabil. 2005.

BLEAKLEY C. et al. The use of ice in the treatment of acute soft-tissue injury. Am J Sports Med, 32(1). 2004. BIGOS, S. et al. Acute low back problems in adults. Clinical practice guideline, Rockville, MD, U.S. Department of Health and Human Services, Public Health Service, Agency For Health Care Policy and Research (AHCPR Pub. nº 95 – 0643), n. 14, 1994. BORDIAK CAMPBELL. et al. Eletroestimulação e core training sobre dor e arco de movimento na lombalgia. Rio de Janeiro- RJ. Outubro; Dezembro 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Cuidados Paliativos Oncológicos: controle da dor. Rio de Janeiro: 2001. Disponível em: <www. saude.gov.br>. Acesso em: 29 abril. 201304-29. BRAZIL, A. V et al. Diagnóstico e tratamento das lombalgias e lombociatalgias. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 44, n. 6, p. 419-425, Campinas, novembro/dezembro, 2004. BRIGANÓ, Josyane Ulian; MACEDO, Christiane de Souza Guerino. Análise da mobilidade lombar e influência da terapia manual e cinesioterapia na lombalgia. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde. Londrina, v. 26, n. 2, p. 75-82, jul./dez. 2005. CAETANO, L.F., et al. Hidrocinesioterapia na redução lombar avaliada através dos níveis de hidroxiprolina e dor. Fitness & Performance Journal, v.5, n.1, p.39-43, 2006. COHEN, M. ABDALLA, R,. J. Lesão nos esportes: diagnóstico, prevenção e tratamento. Rio de Janeiro: Revinter, Ltda, 2003. CÍNTIA, F.D. et al. Estudo comparativo entre exercícios com dinamômetro isocinético e bola terapêutica na lombalgia crônica de origem mecânica. Rev.Fisioterapia e Pesquisa. São Paulo-SP. Outubro; Dezembro 2008. Coghlan S, Crowe L, McCarthyPersson U, Minogue C, Caulfield B. Electrical muscle stimulation for deep stabilizing muscles in abdominal wall. Conf Proc IEEE Eng Med Biol Soc. 2008. NovaFisio.com.br • 37


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia. CALMELS P. et al. Étude comparative entre technique isocinétique et kinésithérapie classique chez Le lombalgique chronique: résultats préliminaires. Ann Readapt Med Phys. 2004. COSTA, Denílson da. & PALMA, Alexandre. O efeito do treinamento contra resistência na síndrome da dor lombar. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 5, n. 2, p. 224-234, Porto, maio, 2005. COSIO-LIMA LM. et al. Effects of physioball and conventional floor exercises on early phase adaptations in back and abdominal core stability and balance in women. J Strength Cond Res. 2003. COHEN, W. C. et al. Effect of Kinesio Taping on the timing and ratio of vastous medialis obliquus and vastus lateralis muscle for person with patellofemoral pain. Journal of Biomechanics, 2007. DANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Básica dos Sistemas Orgânicos. 2 ed. Editora Atheneu. São Paulo, 2002. DIAS EM. et al. Neurofisiologia como base para compreensão dos mecanismos de ação da acupuntura no tratamento da dor por alterações cinéticas funcionais. A Sobrafisa, São Paulo. 2003. Drake JDM. et al. Do exercise balls provide a training advantage for trunk extensor exercises? A biomechanical evaluation. J Manipul Physiol Ther. 2006. EHRLICH, George E. Low back pain. Bull World Health Organ, v. 81, n. 9, p. 671676, Geneva, 2003. FÁBIO. J.R. Estabilização segmentar lombar, fortalecimento e alongamento no tratamento da lombalgia crônica: um estudo comparativo. São Paulo-SP. 2009. FU, T. C. et al. Effect of Kinesio Taping on muscle strength in athletes-A pilot study. Journal of Science and Medicine in Sports. ed.11, p. 198-201.2008. GASKELL, L. et al. The effects of a back rehabilitation programme for patients with chronic low back pain. Journal of Evaluation in Clinical Practice; [S.l.], v. 13, n. 5, p. 795-800, out. 2007. GORGEY AS, Dudley GA. The role of pulse duration and stimulation duration in maximizing the normalized torque during 38 • NovaFisio.com.br

neuromuscular electrical stimulation.J Orthop Sports Phys Ther. 2008.

e Técnicas. 3 ed. São Paulo: Editora Manole, 2011.

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 11.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 20011.

KNIGHT, Kenneth L. Crioterapia no tratamento das lesões esportivas. 1. ed. São Paulo: Manole, 2000. 304p.

GREVE, Júlia Maria D’Andréa; AMATUZZI, Marcos Martins. Medicina de reabilitação aplicada à ortopedia e traumatologia. São Paulo: Rocca, 2009.

KOLLMITZER J. et al. Effects of back extensor strength training versus balance training on postural control. Med Sci Sports Exerc. 2000.

HALSETH, T. et al. The effect of Kinesio Taping on proprioception the ankle. Journal of Science and Medicine, ed. 3. p. 1-7, 2004.

KOUMANTAKIS GA. et al. Trunk muscle stabilization training plus general exercise versus general exercise only: randomized controlled trial of patients with recurrent low-back pain. Phys Ther. 2005.

HAMBA J S. Frequency as the cardinal determinant for electroacupuncture analgesia to be reversed by opioid antagonists. Chin Medl. 1986;(5). zhou GZ, XI GG. Comparison between transcutaneous nerve stimulation analgesic effect and electroacupuncture analgesic effect in rabbits. Acupunct Eletrother. 1986.

LEVENTHAL LC. et al Clinical Trial comparing three trypes of cryotherapy in nonpregnant women. Rev Esc Enferm USP 2010. LIANZA S. Medicina de Reabilitação. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2007.

HANDA N. et al. The effect of trunk muscle exercises in patients over 40 years of age with chronic low back pain. J Orthop Sci. 2000.

LUNDY-EKMAN, Laurie. Neurociência: fundamentos para reabilitação. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 347p.

HERBERT S, XAVIER R, PARDINI AG, BARROS TGP. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e práticas. 1.ed. São Paulo: Artmed, 2003.

MACEDO G.S. et al. Terapia manual e cinesioterapia na dor, incapacidade e qualidade de vida de indivíduos com lombalgia. Revista Espaço para a Saúde. Londrina. Junho, 2009.

HELLEBREKERS, L. J. Dor em Animais. São Paulo: Manole, 2002. p. 69-79. IRLEI. S. et al. Avaliação da efetividade do tens e da eletroacupuntura na lombalgia. [ConScientiae Saúde]. Lagoa da PrataMG. Maio, 2007. JUNIOR, M. H.; GOLDENFUM, M. A.; SIENA, C. Lombalgia Ocupacional. Revista da Associação Médica Brasileira. v. 56. n.5, 2010. JORGE, E.M. et al. Kinesiology taping nas lombalgias de trabalhadores que atuam na posição sentada. Revista de Transmisión del Conocimiento Educativo y de la Salud. Goiânia. 2012. KAHANOV, L. Kinesio Taping: An overview of use in athletes, Part I. Human Kinetics. Att12(3). p.17-18. 2007. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos

MC Gill SM. et al. Coordination of muscle activity to assure stability of the lumbar spine. J Electromyogr Kinesiol. 2003. MORI A. Electromyographic activity of selected trunk muscles during stabilization exercises using a gym ball. Electromyogr Clin Neurophysiol. 2004. MARSHALL PW. et al. Evaluation of functional and neuromuscular changes after exercise rehabilitation for low-back pain using a Swiss ball: a pilot study. J Manipul Physiol Ther. 2006. MARSHALL PW. et al. Muscle activation changes after exercise rehabilitation for chronic low back pain. Arch Phys Med Rehabil. 2008. MENDES, L.N. Reeducação Postural e Fisioterapia. Artigo científico publicado em: http://www.fisiolucasmendes.com. br/. Acesso em: 29 abril. 2013-04-29


Artigo|Palavras Chaves: Lombalgia; Analgesia; Tratamento; Fisioterapia. NEGRELLI, W.F. Hérnia discal: procedimento e tratamento. Acta de Ortopedia Brasileira. São Paulo, v.9, n.4, outdez 2001. Disponível em: <http:// www.schoolargoogle.com.br>. Acesso em: 29 abril. 2013-04-29 NEUMANN, Donald A. Cinesiologia do Aparelho musculoesquelético: fundamentos para a reabilitação física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. OLIVEIRA, L. F.. Atualização em mecanismos e fisiopatologia da dor. In: PRIMER SIMPOSIO VIRTUAL DE DOLOR. Medicina Paliativa y Avances en Farmacologia del Dolor, nov./dez. 2001. Anais… [S. l.]: [S. n.], 2001. OSTERHUES, J. D. The use of Kinesio Taping in the management of traumatic patella dislocation. A case study. Physiotherapy Theory and practice, ed. 20 p. 267-270, 2004. Paatelma M, Kilpikoski S, Simonen R, Heinonen A, Alen M, Videman T. Orthopaedic manual therapy, McKenzie method or advice only for low back pain in working adults: a randomized controlled trial with one year follow-up. J Rehabil Med. 2008. PINHEIRO FB. Estudo do Uso da Crioterapia na Fisioterapia e sua comprovação científica. In: Anais com Congresso da Universidade do grande ABC, 03- 05/03/2008. São Paulo: Artmed, 2000, p. 35-36. RADHAKRISHNAN R, SLUKA KA. Deep tissue afferents, but not cutaneous afferents, mediate transcutaneous electrical nerve stimulation-induced antihyperalgesia. J Pain. 2005. REIS, Pedro Ferreira. O uso da flexibilidade no programa de ginástica laboral compensatória na melhoria da lombalgia

em trabalhadores que executam suas atividades sentados. In: 18º CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA – FIEP/ 2003, Foz do Iguaçu. Anais. Boletim da Federação Internacional de Educação Física. 2003. REZENDE et.al. Efeito da utilização da tens associada ao uso do frio (crioterapia) em quadros de lombalgia crônica. VII Seminário de Iniciação Científica - VI Seminário PIBIC/CNPQ e IV Seminário PIBIC/FAPEMIG. Minas Gerais, 2012. SAKATA, Riko Kimito; ISSY, Adriana Machado. Guia de medicina ambulatória e hospitalar: do. Barueri, SP, Manole, 2004. SLEUTJES, L. Anatomia humana: podemos ser práticos e ir direto ao assunto? São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2004. SLUKA KA. et al. High-frequency, but not low-frequency, transcutaneous electrical nerve stimulation reduces aspartate and glutamate release in the spinal cord dorsal horn. J Neurochem. 2005. SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 23º Edição. 2º Volume. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2013. STOKES, Maria. Neurologia para fisioterapeutas. 1. ed. São Paulo: Premier, 2000. 402p. TAKEMASA R. et al. Trunk muscle strength and effect of trunk muscle exercises for patients with chronic low-back pain: the differences in patients with and without organic lumbar lesions. Spine. 1995. TEIXEIRA, M. W. Dor em Pequenos Animais. Revista CFMV. Brasília: Conselho Federal de Medicina Veterinária, a. 11, v. 34, p. 31-41, jan.-abr, 2005.

TORTORA, Gerad J, GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 6ª ed. Porto Alegre. Artmed, 2006 TOSCANO, José Jean de Oliveira; EGYPTO, Evandro Pinheiro do. A influência do sedentarismo na prevalência de lombalgia. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói, v.7, n.4, jul/ago, 2001. TREVISANI, V. F. M.; ATALLAH, N. A. Lombalgias: evidência para o tratamento. Diagn. Tratamento, [S.l.], v. 8, n. 1, p. 17-19, jan./mar. 2003. TRIBASTONE, F. Tratado de Exercícios Corretivos: Aplicados à Reeducação Motora Postural. 1º Edição. São Paulo: Editora Manole, 2001. TRIBIOLI, R.A; Análise crítica atual sobre a TENS envolvendo parâmetros de eletroestimulação para o controle da dor. Dissertação de Mestrado em Bioengenharia USP. Ribeirão Preto: 2003. Disponível em: <www.scielo.com.br>. Acesso em: 29 abril. 2013-04-29. WAIGNER DF. O estudo da lombalgia na medicina tradicional chinesa. Curitiba: Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos, 2002. WILLIS JR, W. D.. The somatosensory system, with emphasis on structures important for pain. Brain Researh Review, v. 55, n. 2, p. 297-313, 2007. YAMAMURA, YSAO. Acupuntura tradicional: A Arte de Inserir. 2 Ed. Ver. E ampl. São Paulo. Roca, 2001. YENG LT. et. al. Medicina física e reabilitação em doentes com dor crônica. Rev Med 2001;80(PT 2):245-55.

NovaFisio.com.br • 39


Artigo|Palavras-chave: Natação, autismo, qualidade de vida.

Relevância da natação para autistas na melhoria da qualidade de vida.

| Carlos Cleiton Bezerra dos Santos

Por

RESUMO

O

autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. Manifesta-se antes dos três anos de idade. A prática da natação vem proporcionando meios de estimulação para o desenvolvimento da fase psicomotora e sensorial em que se encontram as crianças diagnosticadas com (TEA), refletindo diretamente na qualidade de vida geral destes indivíduos. O objetivo deste estudo é avaliar a relevância da prática da natação e seus benefícios quanto à qualidade de vida de crianças com (TEA). A população do estudo foi composta por 16 crianças com (± 03 a 08 anos) de idade, todas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e praticantes das aulas de natação, com frequência de duas vezes por semana durante o período de (± 30 meses). Neste período foram utilizados como parâmetros de monitoramento, filmagens e comparações dos testes a cada 3 meses através da Data Base. Verifica-se que a prática da natação para este público em especial, tem ajudado no desenvolvimento social, afetivo e psicomotor. Abstract Autism is one pervasive developmental disorder defined by the presence of abnormal development and / or compromised in all three areas of social interaction, communication and restricted and repetitive behavior. Manifests itself before the age of three. The practice of swimming has provided means for stimulating the development of sensory and psychomotor phase in which they are children diagnosed with (TEA), reflecting directly on the general quality of life of these subjects. The aim of this study is to evaluate the relevance of swimming practice and its benefits to the quality of life of children with (ASD). The study population consisted of 16 children (± 03-08 years) of age, all diagnosed with Autism Spectrum Disorder (ASD) and practitioners of swimming lessons, 40 • NovaFisio.com.br

often twice a week during the period (± 30 months). In this period were used as monitoring parameters, filming and comparisons of tests every three months through the Data Base. It appears that the practice of swimming for the public, in particular, has helped in developing social, affective and psychomotor. Introdução O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido em todas as três áreas de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. Manifesta-se antes dos três anos de idade. Para o diagnóstico do autismo, deverá ser utilizado um amplo protocolo de avaliações de preferência multidisciplinares (neurologista, pediatra, psicóloga, fonoaudióloga dentre outros), bem como a realização de exames não para a detecção do autismo, mas para identificação de outros quadros que com frequência se associam ao autismo. Estudos sobre qualidade de vida sugerem que estes indicadores auxiliam para demonstrar condições que melhorariam a vida dos indivíduos com transtornos de espectro autista. Durante muito tempo, predominou o conceito de que qualidade de vida é a essência intangível das coisas, algo que não pode ser medido. Recentemente a qualidade de vida (QV) vem sendo tema de muitos estudos em relação a indivíduos saudáveis e com síndromes. Por ser um fator subjetivo, a mesma devi ser avaliada por questionários específicos durante tempos espaçados. Para se avaliar a QV das crianças com TEA a princípio se utilizou da Data Base, quanto aos níveis de Desenvolvimento Funcionais - Emocionais (FEDL) e Distúrbios Neuro-Desenvolvimento de Relação e Comunicação (NDRC). As crianças com TEA por apresentarem, comprometido nas áreas de interação social, comunicação e comportamento

restrito e repetitivo e segundo Goldstein (2011); não estarem à altura com a interação social com os pares, limita-se a capacidade de realizar algumas atividades funcionais diárias, apresentando um grande impacto na qualidade de vida destas crianças. O objetivo deste estudo é avaliar a relevância da prática da natação e seus benefícios quanto à qualidade de vida de crianças com (TEA), nos períodos de pré e pós-aplicação do programa. A hipótese do trabalho é que na água a ação da gravidade é quase nula permitindo à criança executar movimentos que não poderia realizar em solo, seja pela apresentação única de estímulos considerados relevantes para um sujeito, seja pela ação repetitiva de estímulos considerados irrelevantes, tendo a execução de movimentos ou posturas não habituais que auxiliam para a estruturação da imagem corporal. A natação e o autismo A prática da natação vem proporcionando meios de estimulação para o desenvolvimento da fase psicomotora e sensorial em que se encontram as crianças diagnosticadas com (TEA). Além disso, os exercícios de controle respiratórios desenvolvidos durante a prática são importantes para as crianças com (TEA) que normalmente possuem alterações da função respiratória, sensorial e psicomotora. Estas informações são especialmente importantes na realização dos movimentos em meio líquido, contudo, os referenciais teóricos ainda são bastante restritos no que diz respeito à relação entre a QV e a prática da aprendizagem da natação para este grupo. Material e Métodos Esta pesquisa foi um estudo observacional, a população do estudo foi composta por 16 crianças com (± 03 a 08 anos) de idade, todas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e praticantes das aulas de natação, denominada Grupo 1.


Artigo|Palavras-chave: Natação, autismo, qualidade de vida. O grupo controle foi composto por 10 crianças não praticantes das aulas de natação, pareados aos indivíduos do Grupo 1, em relação a síndrome ao gênero, atividades e idade denominado Grupo 2. O programa de natação foi iniciado com os princípios básicos da natação convencionais para crianças, contudo as adaptações e os suportes foram fundamentais para atender as necessidades sensoriais das crianças com (TEA). A melhor forma encontrada para desenvolver estas capacidades foi através do método de ensino aprendizagem DIR/Floortime, que foi desenvolvido pelo psiquiatra infantil Dr. Stalley Greespan, que é literalmente o tempo que passamos juntos brincando com a criança e procurando caminhos e oportunidades para ajudá-la na escada do desenvolvimento respeitando sua individualidade e tempo de resposta. Este programa de natação adaptada teve frequência de duas vezes por semana durante o período de (± 30 meses). Neste período foram utilizados como parâmetros de monitoramento, filmagens e comparações dos testes a cada 3 meses através da Data Base.

em emoções. O Domínio III – Domínio do afeto e comunicação em dois sentidos para pedidos emergentes e para interações futuras e passadas. O Domínio IV – Domínio referente à resolução de problemas para as interações afetivas, para resolver problemas sociais compartilhados. O Domínio V – Domínio responsável em criar e desenvolver com símbolos representados por temas e ideias emocionais. O último Domínio VI – Domínio referente ao pensamento lógico e abstrato tem habilidade de elaborar e refletir sobre ações, conscientes de tempo e espaço. Quando foi reportada a pontuação, foi registrada a categoria da resposta de menor pontuação relacionada a cada item. Critérios de inclusão foram: Crianças com Autismo diagnosticado, com frequência ( ≥ a 2) aulas semanais, ter outros acompanhamentos terapêuticos e não estarem usando medicamentos. Critérios de exclusão foram: Crianças que não atendessem nenhum dos itens acima e/ ou crianças nos quais os Pais não tivessem envolvimento direto com a causa. Resultados O gráfico 1, trás as características de ambos os grupos, Grupo Pacientes (GP) e Grupo Controle (GC) pré e pós-testes.

* (GP) Grupo Paciente: A média deste seguimento nas avaliações realizadas do grupo foi de: Na 1ª avaliação: 4,00 (DP ± 0,65), 2ª avaliação: 5,00 (DP± 0,94), 3ª avaliação: 6,50 (DP± 2,05), 4ª avaliação: 6,50 (DP± 2,24), 5ª avaliação: 7,50 (DP± 2,67).

Foram utilizados como instrumentos de pesquisa: Após o recrutamento dos alunos, a realização das avaliações de pré e póstestes que ocorreram no período entre Janeiro de 2009 a Dezembro de 2012, onde foram coletados dados da Qualidade de Vida Geral (QVG) através de uma anamnese com comparações da Data Base quanto aos níveis de Desenvolvimento Funcionais - Emocionais (FEDL) e Distúrbios Neuro-Desenvolvimento de Relação e Comunicação (NDRC); (Dr. Stanley Greenspan, 1997), que tem a função de medir o desenvolvimento dos seis níveis Funcionais e Emocionais das crianças dentro do Espectro do Autismo.

* (GC) Grupo Controle: a amostra revela que não houve significativos avanços no escore em relação ao grupo praticante da natação.

Através do questionário dividido em 6 domínios de capacidades funcionais, emocionais e comunicação. O Domínio I- Domínio da auto-regulação e atenção que é a habilidade de conseguir através de imagens e sons contato e interesse pelo mundo. O Domínio II – Domínio do engajamento e relação, no qual corteja o outro ou quer ser cortejado, se envolve

* (II D) II Domínio: A média deste seguimento nas avaliações realizadas do grupo geral foi de: Na 1ª avaliação: 2,59 (DP ± 0,71), 2ª avaliação: 3,0 (DP± 1,42), 3ª avaliação: 3,0 (DP± 1,42), 4ª avaliação: 4,0 (DP± 1,41), 5ª avaliação: 4,59 (DP± 2,10).

O Gráfico 2, os resultados foram obtidos através de análise dos dados dos valores de pré e pós-testes de cada indivíduo e a analise final foi feita do grupo como o todo. Após toda a aplicação dos testes e seguindo o mesmo protocolo em todas as comparações. (QVG) Qualidade de Vida Geral: A média deste seguimento nas avaliações realizadas do grupo geral foi de: Na 1ª avaliação: 2,51 (DP ± 1,41), 2ª avaliação: 2,51 (DP± 2,14), 3ª avaliação: 3,57(DP± 2,81), 4ª avaliação: 4,0 (DP± 2,1), 5ª avaliação: 5,59 (DP± 3,51). * (I D) I Domínio: A média deste seguimento nas avaliações realizadas do grupo geral foi de: Na 1ª avaliação: 2,51 (DP ±1,47), 2ª avaliação: 3,0 (DP± 2,10), 3ª avaliação: 3,0 (DP± 2,82), 4ª avaliação: 4,0 (DP± 2,10), 5ª avaliação: 4,51 (DP± 3,59).

* (III D) III Domínio: A média deste seguimento nas avaliações realizadas do grupo geral foi de: Na 1ª avaliação: 2,59 (DP ± 0,71), 2ª avaliação: 2,59 (DP± 0,71), 3ª avaliação: 3,59 (DP± 0,71), 4ª avaliação: 4,0 (DP± 1,42), 5ª avaliação: 5,51 (DP± 2,10). * (IV D) IV Domínio: A média deste seguimento nas avaliações realizadas do grupo geral NovaFisio.com.br • 41


Artigo|Palavras-chave: Natação, autismo, qualidade de vida. foi de: Na 1ª avaliação: 2,0 (DP ± 0,0), 2ª avaliação: 3,0 (DP± 0,71), 3ª avaliação: 3,51 (DP± 0,71), 4ª avaliação: 4,59 (DP± 1,49), 5ª avaliação: 5,5 (DP± 2,10). * (V D) V Domínio e (VI D) VI Domínio não foram alcançados. Gráfico 2 – Avaliação da Qualidade de Vida.

Observa-se também, que entre a 1ª e 3ª avaliações os domínios funcionais tiveram uma pequena instabilidade não havendo grandes avanços, contudo entre a 4ª e 5ª avaliação houve melhoras nas médias significativamente. Conclusão A prática da natação para este público em especial, tem ajudado no desenvolvimento social, afetivo e psicomotor, com larga aceitação, ajudando o individuo com Transtornos de Espectro Autista trabalhar situações-problemas comuns no seu cotidiano, tais como: localização espacial do corpo; sua posição; orientação; força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais. Referências

O gráfico apresenta todos os resultados encontrados nos testes aplicados (FEDL, NDRC e anamnese). São expressivas as alterações percentuais nos instrumentos que apresentaram mudanças, mostra à média da Qualidade de Vida Geral (QVG) de pré e pós-testes, pode-se observar que houve diferença estatisticamente significativa nos seguimentos avaliados (p≤ 0,05). Na comparação das médias foi utilizado o teste de t Student para amostras pré e pós aplicação dos testes. O nível de significância foi estabelecido em (p≤ 0,05) quando comparados o grupo geral, tendo à média do Teste t Stundent (p≤ 0,04), a média do Desvio Padrão (DP± 1,58), média geral do grupo (MG± 2,50). Discussão Neste estudo, foi utilizado a prática da natação para a análise dos possíveis benefícios no desenvolvimento funcional e emocional das crianças com TEA. Como no meio líquido, as percepções de equilíbrio, de orientação do corpo, de movimento dos membros em relação ao tronco são diferenciadas, as atividades motoras neste meio visam o desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e social, sendo mencionadas como um excelente meio de execução motora, favorecendo o desenvolvimento global do indivíduo com limitações. Levando em consideração que o conceito de qualidade de vida é subjetivo e completamente pessoal que pode ser apenas definido por cada individuo e tende a mudar ao longo da vida de cada um. Os resultados encontrados quantos aos níveis de desenvolvimento Funcionais e Emocionais, a na melhoria da qualidade de vida geral, foi possível verificar uma diferença estatisticamente significativa quando comparado no gráfico 1, o pré teste e o pós teste (p≤ 0,05).

1.Buckhardt R, Escobar MO. Natação para portadores de deficiências. Rio de Janeiro. Ao Livro Técnico, 1985. 2.Shephard RJ. Benefits of sport and physical activity for the disabled: implications for the individual and for society. Scand J Rehab Med, 23: 51-59, 1991. 3.Freudenhein AMO. O nadar: uma habilidade motora revisitada. Sao Paulo. EDUSP, 1995. 4.Chachan AMA. Reliability and validity of the aquatic adjustment test for children with disabilities. Anais do 13º International Symposium Adapted Physical Activity. Viena Austria, 2001. p. 24. 5.Anzalone, M. E., & Williamson, G. G. (2000). Sensory processing and motor performance in autism spectrum disorders. In A. M. Wetherby &. B. M. Prizant (Orgs.), Autism spectrum disorders. A transactional developmental perspective (pp.143-166). Baltimore: Paul H. Brookes. 6.Massaud MG, Corrêa CRF. Natação para adultos. Rio de Janeiro. Sprint, 2001.

Conforme apresenta o gráfico 2, verifica-se em relação aos seguimentos analisados que em todos os aspectos houveram avanços consideráveis na, qualidade de vida e em seus aspectos funcionais e emocionais nas 5 avaliações.

7.Silva, A.B. Barbosa, Mundo Singular: entenda o autismo. Fontana. São Paulo, 2012.

Existem evidencias estatísticas suficientes para afirmar que a evolução é positiva em todos os aspectos avaliados, levando em consideração que todo o estudo estatístico foi realizado de forma individual, contudo os cálculos de forma grupal.

8.Ayres, A. Jean, Wester Psychological Servises in, Sensory Integration and the Children, 1979.

42 • NovaFisio.com.br


NovaFisio.com.br • 43


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas.

Estudo de caso da trilha ecológica na área de preservação do SESC Guaxuma. | Raoni de Macedo Mendes, Sidney Duarte A, Pimentel, Sidney José A. Pimentel, Silvio L. Nunes de Oliveira.

Por

RESUMO O Lazer é um estado de fundamental importância para a vida saudável de todos os seres humanos, pórem, em tempos atuais de desenvolvimento urbano no município de Maceió, com a exigência trabalhista aumentando, e o tempo destinado a prática dos prazeres humanos cada vez menor, torna-se mais difícil que este estado recreativo esteja presente no cotidiano dos maceióenses. O objetivo desse trabalho foi caracterizar e classificar a Trilha Ecológica do SESC Guaxuma e analisar os riscos existentes. Com isso, propor medidas de segurança e a redução dos impactos ambientais nesse espaço. Existem poucos estudos no que tange a construção de trilhas, e grande parte deles, não tem um processo de construção bem elaborado. Por esse motivo, enfatizando a importância dessa prática, foi escolhido como tema de estudo a trilha de preservação do SESC Guaxuma que possui 1.850 metros de extensão, de sua entrada até a nascente do rio Guaxuma. A pesquisa nos conduziu a uma preocupação com a segurança dos praticantes, a preservação da área, bem como, uma proposta de educação ambiental. Os métodos adotados no trabalho partem de um estudo qualitativo e exploratório-descritivo. Os resultados permitiram caracterizar e classificar a área em estudo, e descrever os riscos presentes no local. Os dados demonstram que caminhar na natureza, normalmente, estimula seus praticantes a sensações prazerosas, de alegria e bem estar, vivenciadas em momentos saudáveis, longe das obrigações laborais e mais próximas ao meio ambiente. As sugestões, presentes neste trabalho, tem como finalidade melhorar a segurança dos seus freqüentadores e reduzir o impacto ambiental da área. ABSTRACT The Leisure is a state of fundamental importance for the healthy life of all human beings, but in current times of urban development in the city of Maceió, with increasing labor demand, and the time for the practice of shrinking human pleasures, makes It is more difficult for 44 • NovaFisio.com.br

this state recreation is present in everyday maceióenses. The aim of this study was to characterize and classify the Ecological Trail SESC Guaxuma and analyze the risks. With this, propose safety measures and reducing environmental impacts in this space. There are few studies regarding the construction of trails, and most of them do not have a well-developed construction process. Therefore, emphasizing the importance of this practice, was chosen as study subject’s trail preservation SESC Guaxuma which has 1850 meters long, its entry into the source of the river Guaxuma. The research led us to a concern for the safety of the practitioners, the preservation of the area as well as a proposal for environmental education. The methods adopted in the study are based on a qualitative study and exploratory and descriptive. The results allowed us to characterize and classify the study area, and describe the risks on site. The data show that walking in nature, typically encourages its practitioners to pleasurable sensations, joy and wellness, healthy experienced in moments, away from labor obligations and closer to the environment. The suggestions presented in this work aims to improve the safety of their patrons and reduce the environmental impact of the area. 1- INTRODUÇÃO Trilha é um caminho terrestre que pode ser utilizado com uma grande diversidade de objetivos. Não existem muitos estudos que relatem como elas surgiram e em que época exata isso aconteceu, que existem poucos dados sobre a elaboração de trilhas e que na maioria dos casos elas não passam por um processo de construção adequado. Segundo Vasconcelos (1998), trilha é uma palavra derivada do latim tribulum, significando caminho, rumo e direção. Sabe-se que na antiguidade elas eram utilizadas pelo homem por fins de trabalho, com também, para caçar, locomover-se, ou transportar algo. Na atualidade elas são conhecidas principalmente como um local de prática esportiva e/ou de lazer, e na região do litoral norte de Maceió elas são bastante

procuradas com este fim. É um tanto desconhecido para a população em geral, o potencial educativo que elas possuem através da interação com a natureza, assim como, o bem estar físico e psicológico que essa interação pode proporcionar, quando associada a atividade física. Tornando as praticas existentes em trilhas uma experiência inesquecível. “As trilhas visam não somente a transmissão de conhecimentos, mas também, propiciam atividades que revelam os significados e as características do ambiente por meio do uso dos elementos originais, por experiência direta e por meios ilustrativos, sendo assim instrumento básico de programas de educação ao ar livre” (ARAUJO e FARIAS, 2003). Como apontam Tahara e Schwartz (2003), a vivência de atividades intimamente ligadas à natureza vem se tornando uma nova perspectiva no que se refere ao lazer, especialmente no que tange a Educação Física, como por exemplo, as atividades físicas de aventura. Assim, “as atividades desempenhadas na natureza, como a caminhada na natureza, podem contribuir para o desenvolvimento do bem estar físico e mental dos indivíduos que as praticam, com o objetivo de contribuir na preservação da natureza, sem esquecer-se da melhoria da qualidade de vida harmoniosamente pelo lazer e pela conscientização sobre os problemas ambientais presentes atualmente” (SILVA, 2007). De acordo com Dumazedier (1976), “lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreterse, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrarse ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.”. O lazer é de fundamental importância na qualidade de vida de todos, pois inegavelmente, todos os individuos nescessitam se esquivar, o mínimo que


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. seja, de obrigações que a vida moderna lhes impõem. Visivelmente, a atividade física de lazer como a caminhada na natureza em trilhas, a cada dia, é mais comentada e recomendada por profissionais da área da saúde, crescendo assim também o foco de divulgação feita pela mídia nacional e internacional sobre este tipo de atividade. É uma prática muito acessível a todos, por ser uma atividade de baixo impacto físico, economicamente viável, simples e fácil de ser realizada, e também muito prazerosa. Por essas razões, a procura do homem por este tipo de atividade aumenta bastante, no entanto, a falta de áreas de preservação ambiental que ofereçam uma estrutura de lazer em Parques Municipais e Estaduais fez com que houvesse uma migração da prática destas atividades para orlas, parques privados, fazendas e sítios. Em tempos atuais de desenvolvimento urbano no Município de Maceió, com as áreas naturais da região sendo cada dia mais destruídas, também, a exigência trabalhista aumentando, e o tempo destinado à prática dos prazeres humanos cada vez menor, torna-se difícil e incomum que a população maceióense tenha em seu dia-a-dia uma vivência de atividades ligadas a natureza, porém, apesar do pequeno número de praticantes de atividades ligadas a natureza, práticas realizadas em trilhas são comuns na região do litoral norte de Maceió, pois a grande diversidade de trilhas feitas na mata atlântica de relevos,motanhas e vales da região, proporcionam variados tipos de atividades a serem trabalhadas. Destacamos o Balneário SESC Guaxuma, que possui em seu território uma vasta área de lazer. Nesta área está inserida a Pousada Guaxuma, duas piscinas, um ginásio poliesportivo, dois campos de futebol society, um coreto, um salão de jogos, uma mini sala de cinema, e a área de preservação que possui a trilha que leva os visitantes até a foz do rio Guaxuma. Fundamentando a importância de caminhadas na natureza, foi escolhida a trilha na área de preservação do referido Balneário, como fonte desse estudo. Segundo a Legislação do SESC, pg.18 (2010) - O Serviço Social do Comércio (SESC), criado pela Confederação Nacional do Comércio, nos termos do Decreto-lei

n° 9.853, de 13 de setembro de 1946, tem por finalidade estudar, planejar e executar medidas que contribuam para o bem-estar social e a melhoria do padrão de vida dos comerciários e suas famílias, bem como, aperfeiçoamento moral e cívico da coletividade. Segundo GIL (2006), é em função de sua origem que a instituição tem suas ações orientadas pela defesa de valores fundamentais como a liberdade, a democracia e o exercício da cidadania, essenciais para o alcance do bem-estar social, individual e coletivo. A missão do SESC é contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, democratizando o acesso ao lazer, á educação, á cultura, a saúde e ao esporte, promovendo deste modo a qualidade de vida, tanto do comerciário, como do público em geral. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi caracterizar e classificar a Trilha Ecológica do SESC Guaxuma e analisar os riscos existentes. Com isso, propor medidas de segurança e a redução dos impactos ambientais nesse espaço. 2- METODOLOGIA Os métodos adotados no trabalho, ora realizado, partem de um estudo de caso, qualitativo, exploratório-descritivo. Os estudos, acerca do tema explorado, tiveram como fontes de pesquisas: artigos, dissertações, livros, monografias, revistas, teses e sites da internet.

Este estudo foi realizado de acordo com a abordagem qualitativa, tendo o ambiente natural como fonte de dados e o pesquisador como instrumento fundamental. Maanen (1979a, p. 520) deixa clara a importância do emprego da abordagem qualitativa quando da realização de estudos científicos ao declarar que: A abordagem qualitativa engloba um conjunto de diferentes técnicas de interpretação que acabam por contribuir para que haja uma melhor decodificação e descrição dos componentes que se relacionam a um complexo sistema de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social; trata-se de traduzir a distância entre indicador e indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação. A fala adotada pelo autor justifica a importância do emprego deste tipo de abordagem quando da realização de um trabalho em que o estudo de caso se faz presente. Classifica-se como exploratóriodescritiva, que de acordo com Gil (2007, p.45) “tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias, sendo seu planejamento bastante flexível, de modo que possibilite a investigação dos variados aspectos”.

Para que haja um maior aprofundamento e enriquecimento em relação aos trabalhos científicos, em que o estudo de caso se faz presente, Martins (2006, p. 46) revela que “para se compor uma plataforma teórica de um Estudo de Caso, ou qualquer outra estratégia de investigação, são conduzidas pesquisas bibliográficas – levantamento de referências expostas em meios escritos ou outros meios”.

As ferramentas empregadas para a realização deste tipo de estudo partem de entrevistas semiestruturadas dirigidas, a um morador da comunidade, um funcionário do SESC Guaxuma e um soldado do Corpo de Bombeiros de Maceió. Estas entrevistas deram base aos pesquisadores para buscarem respostas concretas a todos os itens em analisados. As entrevistas foram gravadas em formato mp3 e transcritas em documento do Microsoft Office Word 2007.

Seguindo esse mesmo pensamento o autor nos diz que, para que haja a condução de um estudo de caso, a pesquisa de outros conteúdos teóricos é de crucial importância; visto que não só contribui para o melhor entendimento do caso, como também contribui com evidências coletadas, possibilitando, desta forma, uma maior confiabilidade de achados por meio da comparação de dados de resultados.

Além de uma pesquisa de campo, por meio da qual o pesquisador coletou os dados sobre o objeto em estudo. Utilizouse, como instrumentos de pesquisa, fotografias documentais de uma câmera digital da marca Sony modelo DSC-H50 de 9.1 Megapixels. Sobre as características da trilha, também foram coletados pelos pesquisadores, dados de um aparelho de GPS Garmin Etrex Legend Color, os quais foram utilizados para marcações NovaFisio.com.br • 45


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. geográficas da trilha trabalhada. O objeto de estudo foi classificado de acordo com estudos pertinentes e a norma ABNT NBR 15505-2 (2008) Estabelece os critérios referentes à classificação de percursos utilizados em caminhadas sem pernoite quanto às suas características e severidade. Todos os resultados encontrados foram de fundamental importância para o trabalho realizado. Os participantes da pesquisa foram esclarecidos sobre os objetivos e a finalidade da mesma, para posteriormente assinar um termo de consentimento de livre esclarecido, possibilitando assim o enriquecimento da pesquisa através de seus depoimentos. 3. RESULTADOS A trilha estudada está inserida na reserva ambiental do SESC Guaxuma, no Bairro de Guaxuma, Maceió/Alagoas. O Bairro Guaxuma fica no litoral norte de Maceió, a 10 Km do centro da Cidade, mas que mesmo tão próximo do centro ainda preserva riquezas e belezas naturais, seus relevos na mata atlântica formam diversos rios e riachos. Conforme o Manual do Curso de Condutor de Trilhas e Percursos Ecologicos (2007) as trilhas podem ter os seguintes formatos: trilha circular, trilha em oito, trilha linear e trilha em atalho. De acordo com a caracterização feita, a Trilha do SESC Guaxuma tem forma linear, onde o caminho de ida e volta é o mesmo. Segundo Andrade (2008), “Linear: É o formato de trilha mais simples e comum. Geralmente seu objetivo é conectar o caminho principal, quando já não é próprio, a algum destino como lagos, clareiras, cavernas, picos, etc. Segundo Rocha et al (2006 apud ANDRADE; ROCHA, 2008, p. 6) as trilhas podem ser subclassificadas das seguintes maneiras: Trilha guiada: é aquela realizada com o acompanhamento de um guia/condutor, tecnicamente capacitado para estabelecer um bom canal de comunicação entre o ambiente e o visitante, oferecendo segurança a todos na caminhada. Trilha autoguiada: permite o contato do visitante com meio ambiente sem a presença de um guia. Recursos visuais, gráficos e outros orientam a caminhada, com informações de direção, distância, elementos a serem destacados (árvores nativas, plantas medicinais, ocorrência de 46 • NovaFisio.com.br

comunidades de animais, etc.) e os temas desenvolvidos (mata ciliar, recursos hídricos, raridade geológica, indicações arqueológicas, etc.). O SESC Guaxuma concede para a prática da trilha realizada todos os últimos sábados do mês, três funcionários da casa, sendo eles um guia local, um assistente social, e um estagiário de Educação Física, todos eles sendo capacitados como guias e realizadores de primeiros socorros caso algum acidente aconteça. A presença dos guias, juntamente com, as dificuldades impostas pelo terreno, e o grau de dificuldade da caminhada, faz com que, a trilha seja classificada como uma trilha guiada. Classificações da trilha de acordo com a norma ABNT NBR 15505-2:2008: Trecho (1) – (da Entrada da Trilha, até o Mirante da Trilha)

Trecho (2) – (do Mirante da Trilha até, a Nascente do Rio Guaxuma)


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. Trecho (3) – (da Nascente do Rio Guaxuma, até o Mirante da Trilha)

Trecho (4) – (do Mirante da Trilha do SESC Guaxuma, até o Inicio da área de Preservação e Fim da Trilha)

Trilha completa – (da Entrada da Trilha, até a Nascente do Rio Guaxuma) (Próxima página) NovaFisio.com.br • 47


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. Trilha completa – (da Entrada da Trilha, até a Nascente do Rio Guaxuma)

Figura 2. Entrada da Trilha

A trilha possui 1.850 metros de extensão, de sua entrada até a nascente do rio Guaxuma, sendo considerada de moderada intensidade, e curta a média distancia (Figuras 1 e 2). Segundo RODRIGUES e TORVES, (2007), trilhas de curta e media distancia apresentam caráter recreativo e educativo, com programação desenvolvida para interpretação do ambiente natural. Mapa da trilha do SESC Guaxuma:

A Trilha do SESC Guaxuma foi aberta em 2007, oficialmente foi feita no dia 09/06/2007, no caso a caminhada já não seria mais feita através do leito do rio, e sim atravessando apenas o terreno de preservação do SESC Guaxuma, passando por uma parte do leito do rio, como também subindo e descendo motanhas e relevos até se chegar a nascente. Antes do inicio da caminhada, os profissionais do SESC fazem um alongamento junto a todo grupo visitante, durante o alongamento, são dadas instruções sobre a trilha, de como se comportar naquele ambiente, e o que fazer em caso de acidentes. Seria conveniente a substituição desta placa por outra, contendo dados e informações sobre todos os percursos, tais como: indicação da necessidade de um guia local, extensão, formato, grau de dificuldade, duração.

Figura 1- Fotografia de satélite. Fonte: wikímapia.com 48 • NovaFisio.com.br

Figura 3. Primeiro obstáculo


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. No inicio da trilha enfrenta-se o maior obstáculo, obstáculo esse que é enfrentado com a ajuda dos profissionais a disposição na trilha. Para maior segurança na travessia do rio, poderia ser implantada uma ponte.

Figura 6. Barranco Perigo logo ao lado. O ideal seria instalar cercados de bloqueio de passagem e placas de perigo eminente nesta área.

Figura 9. Trilha sobre pedras Figura 4. Escadas e Corrimão Estrutura bem trabalhada neste trecho, escadas bem definidas e em solo compacto junto ao corrimão firme fincado ao solo, elementos essenciais para maior comodidade e segurança do publico visitante.

Figura 7. Mirante da trilha fim do primeiro trecho Fim do primeiro trecho e local de uma rápida pausa para uma pequena conversa com os guias, ingestão de líquidos e alimentos. Há possibilidade de instalação de lixos ecológicos e painéis interpretativos no local, os quais podem conter informações sobre o local, flora, fauna, entre outros. Aqui os guias e profissionais do SESC conferem se estão todos se sentindo bem ou se aconteceu algum tipo de acidente, e se algum visitante se sentir por satisfeito já com a atividade ele será acompanhado de volta ao balneário, junto a um profissional presente no mirante.

Atenção redobrada para atravessar este trecho de subida com inúmeras pedras soltas que podem causar acidentes por quedas e escorregões.

Figura 5. Sinalizações A Sinalização de percurso é muito importante para orientação de todo o grupo, porém, ela tem pouca visibilidade, feita nas mesmas cores da vegetação, o ideal seria cores chamativas para darem destaque, e ainda poderia ter informações sobre o local.

Figura 8. Vista da Praia de Guaxuma e impactos do homem Em meio a vista contemplativa da Praia de Guaxuma, a devastação que o homem causa com terraplanagens para criar construções.

Figura 10. Assoreamento do rio Através de grandes construções nos arredores do local o Rio Guaxuma estar quase que totalmente Assoreado. NovaFisio.com.br • 49


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas.

Figura 11. Fim do Percurso, Nascente do Rio Guaxuma

Figura 13. Para quem não conhece. Pau Brasil

O final do percurso desta trilha é marcado por uma reflexão junto a natureza, no silêncio da mata, para que os visitantes concentrem seus sentidos na natureza ao seu redor e reflita sobre cada ato de mau trato que podemos causar a ela, a reflexão é conduzida por um(a) Assistente Social do SESC. Mesmo estando inserida dentro da área de preservação ambiental do SESC Guaxuma, a nascente não resistiu a todas as agressões feitas pela vizinhança.

Planta nativa da mata atlântica Brasileira, plantada no local pelo projeto de revitalização da área de reserva ambiental do SESC Guaxuma.

Figura 12. Pós-Trilha

Figura 14. Imbaúba

Após a conclusão da pratica na trilha o SESC Guaxuma dispõe aos visitantes da trilha um lanche coletivo, para celebração do termino daquela atividade.

Arvore considerada primária da mata atlântica, ainda bastante encontrada no local.

50 • NovaFisio.com.br

Figura 15. Sagüi Animal silvestre ainda encontrado na região. Entrevistas: A caminhada na natureza do rio Guaxuma, teve início através da comunidade local do Bairro Guaxuma, segundo F.A.C.M., morador da comunidade desde 1970 “Pratiquei a caminhada nesta trilha pela primeira vez em 1980, a convite de outros comunitários locais, que já praticavam a caminhada do Rio Guaxuma bem antes deste fato, a várias décadas atrás”. O comunitário também afirmou que “nem se sabia quem eram os donos destas terras, mas que os comunitários seguiam a direção contrária das águas do Rio Guaxuma, através de seu leito e de várias passagens e trilhas que foram formadas pela chuva, vento, animais e comunitários locais até chegar em sua nascente e poderem se recrear no tal sagrado local”. Ele nos relatou que com o passar dos anos, a partir da década de 1990 com o crescimento urbano da cidade Maceió e de bairros próximos ao Rio Guaxuma como o Benedito Bentes, Jacarecica, Guaxuma, Garça Torta, Riacho Doce e Ipioca, as águas do rio foram diminuindo por conta do desmatamento da matar siliar, feito pela comunidade local que buscava madeira para fazer carvão com a finalidade de cozinhar, também, pela construção de condominios visinhos ao Rio Guaxuma que realizaram terraplanagem, por consequência veio o assoreamento do rio. Visto que, com o desmatamento, a água da chuva empurrava o barro das montanhas para dentro do leito do rio,


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. outros problemas também comentados por ele foram as erosões causadas pelo desmatamento, chuva e ventos, e a extração da areia nativa do Rio para a comercialização, feito por uma empresa construtora dona de uma parte do terreno em que o leito do rio atravessa. Com tudo isso, hoje não temos mais uma Nascente para nos recrearmos e criarmos nossos filhos ou netos, afirma o morador. G.P.S., gerente do SESC Guaxuma e funcionário desde 1986, disse que “este estabelecimento possui 400.000 metros quadrados, com uma área destinada a preservação ambiental de 240.500 metros quadrados, o leito do rio atravessa os terrenos de três donos diferentes, mas sua nascente está localizada no terreno do balneário”. A caminhada na natureza do rio Guaxuma, foi de fato iniciada pela comunidade que percorria o leito do rio até sua nascente, desde varias decadas atrás. Com o passar do tempo, quando os gestores deste balneário perceberam que o rio Guaxuma estava morrendo, mesmo estando sua nascente inserida dentro da área de preservação ambiental do SESC Guaxuma, foi tomada a iniciativa da construção da trilha para a realização da caminhada, feita doze vezes ao ano, sempre nos últimos sábados de cada mês, sendo aberto para os frequentadores do SESC Guaxuma e toda comunidade. O SESC gostou da ideia de trazer a atividade da caminhada para a visualização da natureza local e também a consciencia dos malefícios da degradação ambiental que alí ocorre. Os primeiros objetivos do SESC Guaxuma sempre foram os de preservar a nascente, o rio, e toda área de mata atlântica contida no local, com o passar do tempo surgiu o interesse de várias escolas do Município, para trabalhar junto a trilha as disciplinas que são trabalhadas em sala de aula, a partir dai o SESC passou a perceber o quão grande era a importancia daquele local. G.P.S. afirmou que “está dentro das diretrizes do SESC o trabalho de preservação do meio ambiente, e o trabalho de orientação e educação ambiental da comunidade local”. O SESC já contatou alguns órgãos como a secretaria de recursos hídricos para a solução do problema ambiental ali contido, mas tornou-se difícil esta luta, pois os terrenos que o Rio Guaxuma atravessam não são apenas de propriedade do SESC, o que envolveria órgãos ambientais da prefeitura. Esse projeto de revitalização tentou ser implantado, no entanto, seu criador ocupava um cargo comissionado da

secretaria de recursos hídricos, e quando ocorreu à substituição de secretários este projeto foi abandonado. O SESC pretende tornar a área uma Reserva particular do patrimônio nacional “RPPN”, uma vez conseguido este título, não se pode mais tocar nessa área. Na área de preservação ambiental, também existe um projeto, junto a órgão públicos como o IBAMA, de reimplantação da mata atlântica. O meio ambiente e a comunidade são os maiores beneficiados com tudo isso, afirmou G.P.S. Ele acrescentou que em relação a segurança do local, jamais foi registrado um acidente na trilha, mas que, mesmo assim a instituição pretende investir mais na estrutura da trilha, objetivando a maior informação sobre a trilha aos visitantes, melhor sinalização da trilha, e maior segurança e comodidade. Com relação a segurança e recomendações profissionais sobre trilhas, segundo a entrevista do soldado do Corpo de Bombeiros de Alagoas e participante do Grupo de Salvamentos Especiais do Corpo de Bombeiros de Alagoas L.G.S., “todo visitante de uma trilha qualquer, deveria conhecer algumas medidas fundamentais para que a pratica da mesma seja mais cômoda, segura e com mínimo impacto ambiental”. As medidas seriam procurar se informar sobre a trilha, seu grau de dificuldade, condições de terreno, tempo médio do percurso, distancia, clima do dia da pratica, sempre alertar a pessoas próximas que numa referida data e hora estará visitando uma determinada trilha, e também saber quais os equipamentos adequados e imprescindíveis para o tipo de trilha que irá percorrer. L.G.S. relatou ainda que alguns equipamentos devem sempre estar presentes numa pratica como esta, independentemente de seu grau de dificuldade ou extensão. Estes são: um kit de primeiros socorros, bússola ou aparelho de GPS, canivete com objeto cortante, cantil com ao menos 500 ml de agua, cordas e mosquetões, fósforos ou isqueiro e um aparelho celular com bateria carregada. As vestimentas também possuem uma importância muito grande, elas devem cobrir quase que 90% do corpo humano, pois podem prevenir e evitar alguns tipos acidentes como, cortes feitos pela vegetação local ou por acidente, picadas de insetos ou mordidas de cobras e o contato com urticárias. Fora os equipamentos, os guias também são considerados de grande importância, pois eles são os maiores conhecedores do local

e com isso devem ter mais conhecimento sobre quais medidas tomar no devido local em caso de acidentes ou possíveis urgências. Trilhas longas exigem um maior numero maior de equipamentos, além dos básicos, também seria necessário barraca de camping ou material para criar um abrigo, hipoclorito ou qualquer outro produto purificador de agua, e equipamentos para caça e pesca, além de se equipar melhor, além de exigirem uma preparação física maior, exigem também técnicas de sobrevivência para orientar-se ou até mesmo locomover-se em situações extremas. Este bombeiro também orientou os cuidados com a alimentação, observando que, deve-se estar bem hidratado e adequadamente alimentado antes de iniciar uma atividade em uma trilha, ao longo da mesma o visitante pode se alimentar de frutas conhecidas do local, e se for levar algum alimento de casa para a trilha a orientação dada é que evitem enlatados e plásticos, e escolham frutas duras que possuem maior resistência a choques mecânicos realizados ao longo da caminhada, essa medida é mais ecológica já que plásticos e enlatados seriam evitados e não correriam riscos de se espalharem pelo local. 4-Discussão Após a obtenção dos resultados pode-se fazer algumas constatações relacionadas ao estudo de caso: Com relação aos aspectos de preservação e impacto ambiental, foi observado que existe na gestão da trilha ecológica do SESC Guaxuma, uma preocupação muito grande com a preservação e reimplantação da flora nativa. Também há uma ideia para que se consiga minimos impactos ambientais, atravéz de dialogos realisados antes do inicio da pratica pelos profissionais que trabalham nesta trilha ao grupo participante, a ideia é de que o visitante entre na trilha e não leve nada de seu devido lugar como lembrança e que também não se deixe nada mais do que aquilo que já estava no local . Apesar do rio quase que totalmente assoreado, constatou-se que o SESC tenta minimisar agressões como essa feita pelo homem, trazendo para dentro dessa trilha medidas e reflexões educacionais que façam que os visitantes daquele local parem ao menos um instante a pensar em como agir para que a sociedade possa reduzir o numero de degradações como a apresentada. O SESC pretende tornar a área uma Reserva particular do patrimônio nacional NovaFisio.com.br • 51


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. “RPPN”, uma vez conseguido este título, não se pode mais tocar nessa área. Com relação a segurança na trilha foi constatado que o SESC dispõe o minimo de 3 profissionais para acompanhamento dos grupos visitantes, todos eles sendo capacitados como guias e realizadores de primeiros socorros caso algum acidente aconteça. De acordo com Rocha et al (2006 apud ANDRADE; ROCHA, 2008, p. 6) a presença dos guias, juntamente com, as dificuldades impostas pelo terreno, e o grau de dificuldade da caminhada, faz com que, a trilha seja classificada como uma trilha guiada para uma maior segurança dos visitantes. Isso mostra que esta trilha estar aberta a visitação de qualquer pessoa que se sinta apta a pratica deste exercício, desde que ela esteja devidamente acompanhada pelos guias da mesma. A classificação dada pela norma ABNT NBR 15505-2 (2008) e feita pelos pesquisadores, mostra que a estrutura da mesma pode ainda ser melhor trabalhada. A gestão da trilha afirma que vai investir na estrutura da mesma, fazendo manutenção e complementando o local com escadas, corrimões e cercados, também instalando placas informativas e apresentativas. Esta mesma norma que da a classificação aos trechos e a trilha completa, é de fundamental importância para a segurança através das informações contidas nessa classificação. Segundo a propria norma ABNT NBR 15505-2 (2008), “o benefício de se dispor de uma norma de classificação do percurso vai além da informação aos clientes. Possibilita um melhor planejamento e concepção dos produtos, facilita a oferta e comercialização dos produtos, contribui para o estabelecimento de mecanismos como seguro para atividade, permite a análise de estudos acerca de incidentes, entre outros”. A trilha foi classificada em sua totalidade pela norma ABNT NBR 15505-2 (2008) como: uma trilha de meio moderadamente severo, uma trilha que exige a identificação de acidentes geográficos e de pontos cardeais, trilha de terrenos irregulares, e de esforço moderado. A trilha possui uma distancia moderada, segundo RODRIGUES e TORVES, (2007), trilha de curta e media distancia apresenta caráter recreativo e educativo, com programação desenvolvida para interpretação do ambiente natural. Essa afirmação fundamenta que esta trilha é uma boa ferramenta para qualquer atividade educativa. Assim, “as atividades 52 • NovaFisio.com.br

desempenhadas na natureza, como a caminhada na natureza, podem contribuir para o desenvolvimento do bem estar físico e mental dos indivíduos que as praticam, com o objetivo de contribuir na preservação da natureza, sem esquecer-se da melhoria da qualidade de vida harmoniosamente pelo lazer e pela conscientização sobre os problemas ambientais presentes atualmente” (SILVA, 2007). Como apontam Tahara e Schwartz (2003), a vivência de atividades intimamente ligadas à natureza vem se tornando uma nova perspectiva no que se refere ao lazer. Essa citação mostra que atividades como esta praticada nesta trilha são uteis para: entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçarse das obrigações profissionais, familiares e sociais, como citou (Dumazedier, 1976). Com a preocupação e idealismo da gestão do SESC Guaxuma em passar uma mensagem que seja construtiva para sociedade, constatou-se que esse objetivo vem tendo sucesso, pois, apesar de parecer pouco construir locais de preservação e educação, a experiência vivida por um visitante que passa por um local como este pode ser realmente inesquecível e bastante significativa. Isso faz com que o SESC obtenha uma missão como a que foi citada por GIL, (2006) “A missão do SESC é contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, democratizando o acesso ao lazer, á educação, á cultura, a saúde e ao esporte, promovendo deste modo a qualidade de vida, tanto do comerciário, como do público em geral”. Em virtude dos estudos relacionados esta trilha possui em sua essência, caracteres educativos e de lazer, se adequando assim a toda literatura que deu referência ao estudo de caso, e também proporcionando os mais diversos tipos de atividades. 5- Considerações Finais O objetivo desse trabalho foi caracterizar e classificar a Trilha Ecológica do SESC Guaxuma e analisar os riscos existentes. Com isso, propor medidas de segurança e a redução dos impactos ambientais nesse espaço. Por meio do estudo de caso realizado na trilha ecológica do SESC Guaxuma, foi possível atingir esses objetivos.

A importância deste trabalho é instruir os administradores de trilhas e praticantes sobre boas praticas, para sua maior segurança e para conservação do meio ambiente. Em virtude dos dados coletados, concluímos que existe nesta trilha estudada, por estar inserida dentro de uma instituição como SESC, uma grande preocupação ambiental e social, por parte da administração da trilha ecológica. O que mais chamou atenção nesta trilha foi o contraste existente no local do pensamento ambientalista e educador da Instituição do SESC que faz com que se preserve a natureza, e por outro lado o pensamento ganancioso e urbanista da sociedade que já causou inúmeros estragos. Apenas esta trilha foi analisada neste trabalho, mas sabe-se que não são em todas as trilhas que existem estas boas práticas. O que falta para maior vivência de praticas como a de caminhadas em trilhas, é o incentivo do Município, e o maior conhecimento sobre este assunto por parte dos praticantes. A maior divulgação e exploração de locais como este, junto a suas classificações de boas praticas, seria uma boa forma de incentivar praticas de lazer e educativas como esta. Referências: • ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. • ANDRADE, W. J.; ROCHA, R.F. Manejo de trilhas: um manual para gestores. São Paulo, SP. Instituto Floresta Série Regitros, n.35, 1-74p.,maio 2008. • ANDRADE, W. J. de ROCHA, R. F. da, Manual de trilhas: um manual para gestores, Projetos Ambientais Estratégicos, Governo do Estado de São Paulo, Instituto Florestal, São Paulo, n° 35, 2008. • ARAUJO, D.; FARIAS, M.E. Trabalhando a construção de um novo conhecimento através dos sentidos em trilhas ecológicas. In: II Simposio SulBrasileiro de Educacao Ambiental, 2003. Anais. Itajai: Unilivre, 2003. • BEDIM, B. P. Trilhas Interpretativas como instrumento pedagógico para a educação biológica e ambiental: reflexões. Anais. BioEd, 2004. Disponível em: http://www. ldes.unige.ch/bioEd/2004/pdf/bedim. pdf. • COSTA, V. L.; LUZ-SILVA, N. C. Caminhada ecológica: uma outra abordagem sobre


Artigo|Palavras Chaves: Trilha; Segurança; Boas praticas. a educação ambiental. Anais do XIII Simpósio de Geografia Física aplicada. Natal, 2007. • DUMAZEDIER, Jofre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1976. • GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. 10.reimp. São Paulo: Atlas, 2007. • LECHNER, L. Planejamento, implantação e manejo de trilhas em unidades de conservação. Cadernos de Conservação, ano 3, nº 3. Curitiba-PR: Fundação O Boticário, junho de 2006. • LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa qualitativa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. • MAANEN, John. Reclaiming qualitative methods for organizational research: a preface, In administrative Sciense quartely, vol. 24, 1979a. • MARCELLINO, N. C. Lazer e educação. Campinas – SP: Papirus, 1987. • MARTINS, Gilberto de Andrade. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006. • NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e

qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2006. • PERES-ESPIRITO SANTO, A. Trilhas ecológicas interpretativas. S/d. Disponível em: http://www.ufpa.br/npadc/gpeea/ artigostext/trilhas.pdf. • RODRIGUES, L. M.; TORVES, J. C. Manual de Curso de Condutor de Trilhas e Percursos Ecológicos. Escola de Agroturismo Sul. ASSOTUR- Associação de Turismo Estrada do Imigrante. 3 Legua. Caxias do Sul, 2007. • ROSIMEIRI MARTINS GIL; SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO – SESC I, 2006. • SESC – DEPARTAMENTO NACIONAL / ACESSORIA DE DIVULGAÇÃO E PROMOÇÃO. Rio de Janeiro: Legislação do SESC, 2010. • SILVA, P. P. C da. A Educação Física Interagindo com a Educação Ambiental na Inclusão do Deficiente Visual. S.d. 2007. • Site de mapeamento por satélite: Disponível em http://wikimapia.org/ country/Brazil/Alagoas/Maceiy/ Acesso em 07 de novembro de 2012. • TAHARA, A.K; DIAS, V.K; SCHWARTZ,

G. M. A aventura e o lazer como coadjuvantes do processo de Educação Ambiental. Pensar a prática, Goiânia, v.9, n.1 jan. /jun. 2006. Disponível em: (www. boletmef.com.br). • TAHARA, A.K; SCHWARTZ, G. M. Atividades de aventura na natureza: Investindo na qualidade de vida. Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade Humana, 3.,Simpósio Paulista de Educação Física, 9., 2003. Anais ... Rio Claro, 2003. • VASCONCELOS, J. Avaliação da visitação pública e da eficiência de diferentes tipos de trilhas interpretativas no Parque estadual Pico do Marumbi e Reserva Natural Salto Morato – PR. Tese de doutorado apresentada no setor de Ciências Agrárias da universidade Federal do Paraná. 1998. • VASCONCELLOS, J. M. de O. Educação e interpretação ambiental em unidades de conservação. Cadernos de Conservação, ano 3, nº 4. Curitiba-PR: Fundação O Boticário de proteção a natureza, dezembro de 2006.

NovaFisio.com.br • 53


Artigo|Palavras Chave: Capoeira, Envelhecimento ativo, Saúde.

Ginga Terapia: Capoeira no envelhecimento ativo. Por

| Antonio Sergio de Araujo Mendonça1

RESUMO abe-se que há necessidade de promover a saúde através do esporte e da cultura especificamente para os idosos, que considere as características do contexto social de inserção. Este artigo mostra os benefícios biopsicossociais em pessoas com mais de 60 anos de idade que praticam Capoeira na Associação Pestalozzi de Maceió, para tal, foi realizada uma analise dos dados obtidos através da aplicação de um questionário semi-estruturado com perguntas relativas aos ganhos psicológicos, sociais e físicos, em 20 idosos, diabéticos, hipertensos e/ ou com problemas reumatológicos que praticam Capoeira a mais de seis meses. De acordo com os resultados obtidos, os idosos que frequentaram assiduamente as aulas, tiveram melhores avanços no desenvolvimento de habilidades corporais, no equilíbrio e auto-estima, com menores níveis de depressão e melhores expectativas de inserção social. Observou-se também a importância da equipe multidisciplinar que oportunizou um melhor entendimento dos aspectos psicossociais e conseqüentemente uma melhoria nas relações sociais.

S

ABSTRACT It is known that there is a need to promote health through sports and culture specifically for seniors, that consider the social insertion characteristics. This article shows the biopsychosocial benefits to people aged 60 and over who practice Capoeira at Pestalozzi Association in Maceió, for this, it was performed an analysis of obtained data through the application of a semi-structured questionnaire with questions regarding psychological gains, social and physical, in 20 elderly, diabetics, hypertensives and/or rheumatologic problems who practice Capoeira for more than six months. According to the results, the elderly who assiduously attended classes, had the best advances in the development of bodily skills, balance and self-esteem, with lower levels of depression and better expectations for social integration. It was also noted the importance of the multidisciplinary team provided an 54 • NovaFisio.com.br

opportunity to understand better the psychosocial aspects and therefore an improvement in social relations. INTRODUÇÃO: Sabe-se, que o Brasil, está passando por uma mudança no seu perfil populacional, não se caracterizando mais como um país de jovens, já que sua população de idosos está estimada em 8% da população total, e até 2015, esse número deve aumentar para 15%, tornando-se, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos países com o maior número de idosos, por isso, falar sobre a importância da atividade física para a promoção de um envelhecimento ativo é tão pertinente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresce a participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010. A nova expectativa de vida do brasileiro chegará ao patamar de 81 anos em 2050, ainda na mesma pesquisa o IBGE relata que o número de idosos (pessoas com mais de 60 anos de idade) passou de 14,8 milhões, em 1999, para 21,7 milhões, em 2009. A média de vida para mulheres chega a 76,6 anos e para os homens 69,0 anos, o que reflete uma maior preocupação da mulheres com a saúde. O objetivo deste trabalho é apresentar uma nova proposta de utilização da Capoeira como atividade desportiva, educativa e terapêutica dentro de clínicas, escolas, associações e grupos de convivência. CAPOEIRA NO ENVELHECIMENTO ATIVO A atividade física é bastante importante para a saúde, seja em qualquer idade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu saúde em 1946, como sendo o “completo bem-estar, físico, psíquico e social”, onde a saúde é fundamental para a condição humana e para tanto, deve-se manter o equilíbrio das dimensões física, social e psicológica. É importante relacionar a saúde à

execução de uma atividade física, pois a mesma pode auxiliar o não agravamento das doenças e até mesmo evitá-las. De acordo com Marcello Montti 2007: “atividade física é definida como um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gasto de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de atividades mentais e sociais, de modo que terá como resultados os benefícios à saúde”. Nesse cenário, novas propostas e teorias surgiram no intuito de criar condições para que o envelhecimento se dê com autonomia, boa saúde e visando que os idosos continuem desempenhando seus papéis sociais, permanecendo ativos e garantindo, assim, uma vida mais saudável. A musicalização na atividade física contribui para uma atitude mental positiva, trazendo motivação para a execução do exercício, promove relaxamento e auxilia na memorização A capoeira apresenta-se como uma ótima opção para a promoção da melhoria na qualidade de vida dessas pessoas, tendo em vista que é a partir dos sessenta anos que as pessoas passam a ter um declínio mais acentuado da sua capacidade física. As vantagens de praticar uma atividade física como a Capoeira são inúmeras que vão desde a diminuição das dores reumáticas até um melhor bem-estar psicológico, ou seja, entre as atividades físicas a Capoeira proporciona importantes benefícios tais como: * Melhora da velocidade de andar; * Melhora do equilíbrio; * Aumento do nível de atividade física espontânea; * Contribuição na manutenção e/ou aumento da densidade óssea; * Ajuda no controle do Diabetes, artrite, Doença cardíaca; * Diminuição da depressão.


Artigo|Palavras Chave: Capoeira, Envelhecimento ativo, Saúde. Uma das principais causas de acidentes e de incapacidade na terceira idade é a queda que geralmente acontece por anormalidades do equilíbrio, fraqueza muscular, desordens visuais, anormalidades do passo, doença cardiovascular, alteração cognitiva e consumo de alguns medicamentos. A capoeira contribui na prevenção das quedas através de diferentes mecanismos: * Fortalece os músculos das pernas e costas; * Melhora os reflexos, a sinergia motora das reações posturais; * Melhora a velocidade de andar, Incrementa a flexibilidade; * Mantém o peso corporal; * Melhora a mobilidade; * Diminui o risco de doença cardiovascular. CUIDADOS E RESTRIÇÕES Os movimentos da Capoeira para a terceira idade podem se realizados com extensão completa, mas a amplitude máxima de uma articulação não deve ser ultrapassada, pois os movimentos de hiper extensão afetam a estabilidade das articulações e podem ter como consequência, danos e dores mais ou menos permanentes. Para participação do idoso em programas de exercícios físicos deve observar os cuidados e restrições indicadas abaixo: * Evitar altas intensidades de exercícios; * Solicitação do sistema anaeróbico deve ser evitada; * Exercícios isométricos; * Descartar movimentos rápidos e bruscos; * Não ultrapassar a amplitude máxima dos movimentos; * Não prolongar exercício na presença de dor; * Uso de medicamentos; * Não levar a exaustão. O QUE É GINGATERAPIA? É terapia através da capoeira, um Projeto que tem como objetivo proporcionar a saúde e a qualidade de vida aos seus praticantes. Seus exercícios foram desenvolvidos de forma que inclua todos os interessados. Tornando-se uma ferramenta que vem evoluindo ao longo dos anos, as aulas são atrativas e podem ser adaptadas para qualquer faixa etária. A Ginga Terapia apresenta uma nova proposta de utilização da capoeira como atividade desportiva educativa e

terapêutica dentro de clinicas, escolas, associações e grupos de convivência. Realiza exercícios de força com o peso do próprio corpo, técnicas de alongamento e flexibilidade de forma estática e dinâmica e técnicas de respiração. São centenas de movimentos, com aulas diferentes a cada dia. Um trabalho completo que desenvolve qualidades físicas como força, flexibilidade, coordenação, e outras, através de técnicas de respiração proporciona ao praticante uma grande evolução no seu controle motor e mental e vêm auxiliar os idosos a superarem os bloqueios emocionais e corporais. Uma das diferenças da Capoeira tradicional para esse novo método está no ritmo e na intensidade. Assim como na Capoeira, na Ginga Terapia há a ginga, movimento tradicional da capoeira e os alunos têm pequenas noções da esquiva, que é o ato de se desviar de um golpe. A Ginga Terapia pode ser praticada por qualquer pessoa independente de idade, sexo e peso, além disto, traz junto a este condicionamento físico um gasto calórico ideal para quem quer perder alguns quilinhos, além da melhora na capacidade funcional que pode ser definida como o potencial que os idosos apresentam para decidir e atuar em suas vidas de forma independente, no seu cotidiano. Seus adeptos entendem que cada movimento, cada musica possui uma vibração específica e uma capacidade terapêutica.

durante a aula que segue com exercícios usando cadeiras, cabos de vassoura e outros materiais como obstáculos. Eventualmente são utilizadas duas outras modalidades que são a Ginga TerapiaMix: aula que utiliza músicas remixadas e movimentos ginásticos e a Hidro-Ginga Terapia: Ginga Terapia adaptada ao meio liquido. O ideal é que a Ginga Terapia seja praticada de duas a três vezes por semana. Como a Associação Pestalozzi de Maceió ainda não dispõe de multiplicadores em número suficiente para atender todas as demandas que surgem, a entidade está oferecendo aulas para os idosos em três unidades de saúde. Mas evidentemente não há saltos, nem golpes mais contundentes, que podem expor os idosos a acidentes e lesões. A Ginga Terapia pode ser feita, inclusive, por cegos, pessoas com déficit mental ou com sequela motora (cadeirantes). Como já acontece em nossas unidades de educação inclusiva. Apenas pessoas com doença cardíaca grave devem evitar, pois nestes casos qualquer esforço físico mais intenso é uma ameaça a sua saúde.

A Ginga Terapia tem uma forte vocação artística, sendo muito apreciada por todos que assistem suas apresentações, rodas semanais, roda mensal e os batizados e competições que acontecem uma vez por ano. Onde se reúnem todos os alunos do projeto de todas as faixas etárias promovendo uma integração nas relações intergeracionais, criando um vínculo afetivo e ajuda mutua a fim de demonstrarem seus movimentos e gingados, melhorando assim a auto estima que os faz serem verdadeiros artistas.

RESULTADOS ALCANÇADOS Do ponto de vista dos resultados, desde sua implantação em 2008, até dezembro de 2010, foi realizada uma avaliação qualitativa, com o grupo de idosos que praticam a Capoeira no Projeto Ginga Terapia do Grupo Novo Despertar da Associação Pestalozzi de Maceió em parceria com o Grupo Muzenza de Capoeira. Tendo em vista a necessidade de avaliar de forma mais fidedigna os benefícios que essa atividade física proporciona aos seus praticantes, foi realizado no período de Janeiro a Setembro de 2011 esta pesquisa. Os resultados foram animadores. De forma recorrente, os alunos consideraram que os aspectos físicos e o convívio social melhoraram bastante, bem como a aumento da auto-estima e a diminuição dos níveis de estresse.

Na prática, as aulas de Ginga Terapia se iniciam com uma sessão de aquecimento e alongamento, pra preparar a musculatura. Em seguida vêm os exercícios individuas sempre gingando e executando os golpes e esquivas, as cantigas de roda como “eu tava na peneira” também são utilizadas com forma de socialização e descontração

PROCEDIMENTO METODOLOGICO A presente pesquisa teve como objetivo promover a saúde e a qualidade de vida do idoso, incentivando a prática da Capoeira, que pode ser utilizada como recurso terapêutico na reabilitação dos mesmos, desenvolvendo a consciência do aluno sobre a importância da capoeira, NovaFisio.com.br • 55


Artigo|Palavras Chave: Capoeira, Envelhecimento ativo, Saúde. estimulando as potencialidades individuais do aluno, criando hábitos saudáveis, proporcionando uma maior qualidade de vida, autonomia, autoconfiança e a independência através da prática da capoeira. Tendo em vista o objetivo deste trabalho, foram adotados como método de inclusão nesta pesquisa: idosos com mais de 60 anos, que praticam Capoeira a mais de seis meses na Associação Pestalozzi de Maceió. A definição deste grupo deu-se, pelo fato de avaliarmos de forma satisfatória o nível de evolução dos aspectos biopsicossociais desses alunos, tendo em vista que muitos deles praticam paralelamente outras atividades como: dança, teatro e oficinas de artes. Além dos dados coletados através de um questionário, com perguntas relativas aos ganhos psicológicos, sociais e físicos, houve grande relevância a trajetória de vida clínica e pessoal dos participantes. PERFIL DO GRUPO PESQUISADO

Pode se observar por meio do gráfico, que a maioria (85%), afirmaram sentir-se motivados durante a aula de Capoeira. Tendo em vista a metodologia adotada que enfatiza o lúdico.

Foi relatado por (90%) dos entrevistados que após as aulas de Capoeira sentemse mais dispostos para a execução de suas atividades diária. Pois a prática da Capoeira promove uma “quebra” na sua rotina.

Percebe-se que a Capoeira contribuiu para extravasar as tensões emocionai dos entrevistados, fato que foi relatado por (80%) deles. Este aspecto apresentase claramente pela expressão de alivio e sorriso no rosto dos alunos ao final da aula.

Ficou comprovado pela analise do gráfico que a pratica da capoeira promoveu mudanças no comportamento de (85%) dos participantes, principalmente na diminuição da agressividade, individualismo além do aumento significativo da afetividade e companheirismo.

Em sua grande maioria os entrevistados (90%), concordando com o que foi exposto anteriormente, que a prática da Capoeira contribuiu na externalização das Emoções e no extravasamento do estresse diário.

Constatou-se que as aulas de Capoeira através de seus exercícios em grupo e/ou em duplas facilitaram a convivência com os companheiros de treino, criando entre eles um novo ciclo de amizades de forma natural. 56 • NovaFisio.com.br


Artigo|Palavras Chave: Capoeira, Envelhecimento ativo, Saúde.

Ficou comprovado que houve uma diminuição significativa das dores musculares e nas articulações, por conta do fortalecimento destas estruturas. Esse fato foi descrito por (80%) dos idosos.

A partir da análise do gráfico, pode-se perceber a melhoria no equilíbrio estático de (85%) dos praticantes, essa melhoria foi notada também nos outros dois tipos de equilíbrio: o dinâmico e o recuperado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se concluir, pelos resultados apresentados nas pesquisas e as observações diárias com os alunos do Projeto Ginga Terapia grupo que frequentaram assiduamente as aulas de Capoeira, podem sim desenvolver as qualidades físicas como: força, flexibilidade, resistência, além das habilidades especificas com maior

facilidade após algum tempo de prática, se ferem aplicados os métodos e treinamento adequados para a referida faixa etária. Proporcionando aos seus praticantes ganhos psicológicos no esporte como o desenvolvimento afetivo/social aumento da concentração e criatividade, diminuindo os níveis de depressão e melhores expectativas de terem um envelhecimento ativo e preparando a população idosa do Brasil para os desafios que estão atrelados ao fenômeno da longevidade que é de veras uma conquista de nossa sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBIERI, C. (1993). Um Jeito Brasileiro de Aprender a Ser, Brasília. BRITO, E. P.; Capoeira & Religião, Goiânia. CAMPOS, H. J. B. C. (2001). Capoeira na Escola, Salvador. CASCUDO, L. da C. (1999). Dicionário do Folclore Brasileiro, São Paulo, CASTELLANI, L. F.; ESCOBAR, M. O.; BRACHT, V. (1992). Metodologia do Ensino

de Educação Física, São Paulo. DORIA, R. B. S. (2009). Olhares da Roda. ESTATUTO DO IDOSO: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos,2004 MATSUDO, V. K. R. (1999). Vida ativa para o novo milênio - Revista Oxidologia set/out: 18-24, Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul; MARQUES, A. A prática de atividade física nos idosos: as questões pedagógicas. Horizonte. Portugal, v. 08, n. 74, p. 1117, 1996. MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira idade. Revista Horizonte, São Paulo, n. 54, p. 221-228, 1993 MENEZES, L. B. (2007). Capoeira Benefícios Psicofisiológicos, Niterói. Núcleo de Combate as desigualdade de Oportunidade Trabalho de Alagoas, Incluindo a Diversidade, Maceió, 2004. SOARES, C. L.; TAFFAREL, C. N. Z.; VARJAL, E.; VALESCO, C. G. (2006). Aprendendo a Envelhecer São Paulo.

NovaFisio.com.br • 57


Artigo|Gravidez não desejada; adolescência; riscos gestacionais.

A Gravidez na adolescência: das causas às circunstâncias de risco para a gestante. (Teenage pregnancy: the circumstances of the causes of risk to pregnant women)

|

Luiz Henrique Oyamada; Priscila Cordeiro Mafra; Rânelly de Andrade Meirelles; Threicy Mayara Godinho Guerreiro; Fabiano Moreira da Silva. Por

Resumo adolescência é uma fase de construções e mudanças biológicas e psicossociais, sendo estágio intermediário entre a fase infantil e adulta. Estas transformações estimulam a necessidade de descobrir o outro e a si mesmo, causando em alguns casos, atitudes advindas mais da impulsão e desejo, do que do planejamento. Um exemplo é a gravidez não programada na adolescência. A gestação em adolescentes pode causar desde agravos a saúde, já que muitas que engravidam ainda não possuem crescimento, desenvolvimento e maturação adequados, até problemas sociais, emotivos e psicológicos, uma vez que engravidar, culturalmente em nossa sociedade, representa um rito de passagem da fase infantil para a adulta, ocasionando diversas pressões e cobranças em que o indivíduo não está preparado a absorver. São esses riscos a saúde física e psicológica que este artigo se compromete a estudar.

A

Abstract Adolescence is a phase of construction and biological changes and psychosocial stage between being a child and adult stage. These changes stimulate the need to discover each other and themselves, causing in some cases, resulting attitudes of thrust and desire more than planning. An example is the unplanned pregnancy in adolescence. The teen pregnancy can cause health hazards since, as many who become pregnant do not have growth, development and maturation, to social, emotional and psychological, since becoming pregnant, culturally, in our society, is a rite of passage infant stage to adulthood, causing various pressures and demands that the individual is not prepared to absorb. Those risks are the physical and psychological health that this article undertakes to study. Keywords: Unwanted pregnancy, adolescence, pregnancy risks; teenage. 58 • NovaFisio.com.br

Introdução A adolescência é um período de transformações anatômicas, fisiológicas, mentais e sociais que corresponde à transição da infância à idade adulta, compreendendo a faixa etária dos 10 aos 19 anos (SANTOS e ESCOBAR, 2000). Contudo, por ser um período de descobertas e aprendizagem, há um grande número de ocorrência de gravidez nessa fase da vida. Existem diversos motivos, como: a falta de maturidade, responsabilidade, estrutura familiar e psicológica e expectativa de uma vida melhor, interferindo assim no projeto de vida das jovens mães. Tanto a adolescência como a gravidez são fases imprescindíveis para o desenvolvimento do indivíduo e perpetuação da espécie humana, sendo que a segunda pode ser desestruturante, pois apresenta pesada carga emocional, física e social, fazendo com que não sejam vivenciados importantes estágios de maturação psicossexual, além de ser identificado como um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil (PANICALI, 2006). Nessa etapa da vida, uma gestação traz sérias implicações biológicas, familiares, psicológicas e econômicas, que atingem o indivíduo adolescente e a sociedade como um todo, limitando ou adiando as possibilidades de desenvolver o engajamento destas jovens na sociedade. É um corte em seu desenvolvimento, perda de identidade, interrupção de seus estudos, perda de confiabilidade da família, muitas vezes, a perda do companheiro/parceiro que não quis assumir a gestação, perda de expectativa do futuro, e por fim, perda da proteção familiar (PANICALI, 2006; MOREIRA et al., 2007). Frente a esses dados, não se pode ignorar o fato de que as adolescentes também morrem por complicações evitáveis da gravidez, do parto ou puerpério, como hemorragias. Indicadores interrelacionados à falta de acesso ao pré-natal de qualidade, planejamento familiar,

falta de informações e necessidade de práticas educativas, ampliam as possibilidades de risco e morte devido a uma múltipla causalidade típica da gravidez na adolescência (YAZLLE, 2002; MAGALHÃES et al., 2006; YAZLLE, 2006; FRANCO e MICHELAZZO, 2009; MOREIRA et al., 2010; DIAS e TEIXEIRA, 2010). Assim, em estudo de Costa e Fontes Neto (1999) verifica-se que a “complexidade de fatores que interferem no curso de uma gestação precoce requer da equipe de saúde o conhecimento da problemática para que, efetivamente, possa intervir nos aspectos mais críticos e prioritários da atenção a saúde deste grupo de risco”. Diante dessa realidade, o presente estudo visa identificar as possíveis causas que levaram as adolescentes a engravidar, as circunstâncias de risco para as mesmas, suas percepções sobre a gravidez, além de caracterizar o perfil socioeconômico das gestantes adolescentes. A pesquisa se justifica pelo agrado de todos os autores pelo tema, facilitando a busca por fontes informativas e consequente leitura. Além de ser um tema de fácil achado diante dos diversos periódicos e livros científicos, facilitando o Estado da Arte. Possui sua relevância científica na possibilidade de acrescentar novos dados as pesquisas já publicadas e sua relevância social no que tange a possibilidade de alertar a população sobre os possíveis riscos da gestação prematura e não planejada, contribuindo para reflexões que auxiliam na baixa da mortalidade e agravos desse fenômeno. Metodologia Trata-se de uma revisão de literatura que visa abordar o tema: possíveis riscos na gravidez indesejada de adolescentes que podem causar transtornos tanto para a gestante, quanto para o lactante. Para o estado da arte, foram utilizados livros, monografias e posicionamentos de órgãos da saúde sobre o assunto, além de artigos alcançados no banco de dados Scielo por busca com os descritores: gravidez na adolescência and riscos.


NovaFisio.com.br • 59


Artigo|Gravidez não desejada; adolescência; riscos gestacionais. A adolescência Adolescência deriva do latim adolecere, que significa “crescer”. A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2012) define adolescência como uma etapa que vai dos 10 aos 19 anos de idade. Este conceito é definido tendo como base a passagem das características sexuais secundárias para a maturidade sexual, a evolução dos padrões psicológicos, juntamente com a identificação do indivíduo, que evolui da fase infantil para a adulta e a passagem do estado de total dependência para o de relativa independência (OMS). O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90 (BRASIL, 1990), circunscreve a adolescência como o período de vida que vai dos 12 aos 18 anos de idade. Segundo Becker (1997), em nossa sociedade, esta passagem está acontecendo de forma mais longa e complexa. De um lado, alguns adolescentes atravessam esse período completamente imune a qualquer tipo de crise. Simplesmente vivem, adquirindo ou não outros valores, ideias e comportamentos. Por outro lado, a própria definição do “ser adulto” fica cada vez mais fragmentada e confusa. Há muitas contradições, exigindo dos adolescentes atitudes que, muitas vezes, não podem ainda tomar, deixandoos confusos. Mas, ao mesmo tempo, ficam “proibidos” dos direitos e liberdades que querem e precisam vivenciar. Ainda segundo o autor, enquanto os adolescentes lidam com seus conflitos interiores e mudanças corporais, ao mesmo tempo, se encontram no meio de uma sociedade contraditória e complexa, gerando enorme confusão em sua concepção. O adolescente se defronta hoje com uma cultura mutante. Ideias e conceitos mudando rapidamente sem ceder-lhes tempo de assimilação, como descrito no trecho abaixo: Existe outro tipo de diversidade no “adolescer”. Num contexto onde atuam fatores sociais, familiares, pessoais e culturais. Esses adolescentes assumem ideias e comportamentos completamente diferentes. Alguns querem reproduzir a vida, os valores da família, a sociedade e outros querem contestar, rejeitar, mudar. Alguns fogem, lutam, assistem e atuam (BECKER, 1997). Fatores predisponentes da gravidez na adolescência A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, pois a maioria dos casos ocorre em classes sociais desfavorecidas 60 • NovaFisio.com.br

e a faixa etária é cada vez mais jovem (PANICALI, 2006). Os fatores contribuintes para a ocorrência desse episódio são falta de lazer e de perspectiva de vida, baixa auto-estima, más condições de educação e saúde, condições sociais e econômicas desfavoráveis, baixo nível educacional e a exclusão do sistema escolar e empregatício (FIGUEIREDO et al., 2006; MOREIRA et al., 2007). A escolaridade é de grande valia neste cenário, sendo condicionantes do comportamento da fecundidade. No Brasil como um todo, de acordo com Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2010 divulgado pelo IBGE, as mulheres com até sete anos de estudo tinham, em média, 3,19 filhos, enquanto aquelas com oito anos ou mais de estudo (ao menos o ensino fundamental completo) tinham em média 1,68 filhos. Além de terem menos filhos, mulheres com mais instrução tornavamse mães um pouco mais tarde (com 27,8 anos) e evitavam mais a gravidez na adolescência: entre as mulheres com menos de sete anos de estudo, 20,3% das mães pertenciam ao grupo etário de 15 a 19 anos, enquanto as com oito anos ou mais de estudo, na mesma faixa etária, respondia por 13,3% da fecundidade. Recentemente, o início da atividade sexual está cada vez mais precoce devido à imposição social que leva os adolescentes a ingressarem rapidamente na vida adulta, mesmo não estando preparadas psicologicamente para assumila. Por consequência, ocorre o aumento de gestações indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis (MOREIRA et al., 2007). Segundo estudo da Unicef (2002), dos adolescentes brasileiros com faixa etária entre 12 e 17 anos, 32,8% já haviam tido relações sexuais. Destes, 61% eram homens e 39% mulheres. A gestação nessa fase é considerada um obstáculo e fator que desvia o objetivo de vida para o futuro, além de impedir o desenvolvimento enquanto pessoa provida de opções, uma vez que o indivíduo não tem capacidade de pensar sobre as consequências de diversas ordens (PANICALI, 2006). As adolescentes que engravidam nesse período, geralmente, vêm de famílias cujas mães ou algum parente se assemelham a esse contexto, ou seja, iniciaram a vida sexual precocemente ou engravidaram. Tal episódio pode ocasionar danos sociais como a interrupção de estudos, dificuldade para ingressar no mercado de trabalho, conflitos e desajustes familiares e perda da identidade (PANICALI, 2006).

Segundo Moreira et al. (2007), muitas meninas engravidam porque querem e acreditam que é isso que o namorado deseja, além da cobiça pela liberdade fora da casa dos pais e desejo de serem vistas como adultas, com opiniões e atitudes próprias. Muitas não têm apoio dos pais, e por isso, são expulsas de casa ou fogem após sofrerem agressões físicas. Alguns companheiros as abandonam, outras são obrigadas e convencidas não iniciarem os estudos ou a pararem, dificultando sua estabilidade no mercado de trabalho. Devido aos inúmeros problemas, entregam a criança para adoção ou passam a cogitar a ideia ou, até mesmo, o ato do aborto, que é ilegal pela Constituição Brasileira e Código Penal Brasileiro. O aborto dá-se, quase sempre, pelo fato das adolescentes não terem condições econômicas de criar o bebê ou por medo dos pais, nos casos em que a criança é indesejada ou não existe apoio familiar. Essa fase gera dúvidas e sentimentos de fragilidade, ansiedade e insegurança para essas adolescentes. Segundo WHO (2008), 14% de todos os abortos ilegais em países em desenvolvimento são realizados em mulheres entre 15 e 19 anos. Cerca de 2,5 milhões de adolescentes realizam o aborto ilegalmente todo ano, e são mais afetadas por complicações do que mulheres mais velhas. Na América Latina, o risco de morte maternal é 4 vezes maior em adolescentes mais jovens de 16 anos quando comparadas as mulheres com 20 anos. Em adição, outros fatores que levam essas adolescentes a engravidarem no período inadequado são a falta de conhecimento e informação quanto ao aparelho reprodutor e sua função, uso inadequado de métodos contraceptivos, a não adoção de atitudes concisas para o sexo seguro e, o mais preocupante, a ausência de educação sexual oferecida pelas escolas e pelos pais (MOREIRA et al., 2007). O uso de álcool e drogas ilícitas pelos familiares residentes no mesmo domicílio que a adolescente também são fatores predisponentes, pois elas vivenciam um estresse permanente e observamse nesses casos problemas policiais, agressões físicas e morte de familiares (BORDIN e CAPUTO, 2008). Em síntese, segundo o estudo realizado por Yazlle (2009), os fatores que mais influenciam as adolescentes a engravidarem são: a menarca precoce, primeira relação sexual após a menarca, maior frequência do ato, abandono da educação formal, baixa classe social e


Artigo|Gravidez não desejada; adolescência; riscos gestacionais. econômica, baixo uso de preservativos, pais ausentes, parceiros mais velhos, reação positiva da família à primeira gestação, ausência de consulta de puerpério, antecedente familiar e convivência com amigas, da mesma faixa etária, grávidas. Contudo, além desses fatores já citados, alguns riscos também predispõem a gravidez na adolescência, como a violência sexual, no qual jovens sofrem abusos familiares, mas que são mascarados pela própria família para não haver uma repercussão maior; a zona em que habita, devido ao fato que com a urbanização houve melhor assistência á saúde e acesso a informações, ajudando assim a diminuir os índices de gravidez mais precoce; além da exclusão social que é mais agravada e acentuada em consequência da gestação. A mídia também é um fator causal, interferindo no comportamento das adolescentes através da televisão, da música e outras expressões com um forte apelo sexual e com algumas situações que acabam sendo distorcidas pela visão do adolescente (REZENDE e MONTENEGRO, 2010). É importante acrescentar que nem toda gravidez na adolescência é indesejada, pois essas almejam antecipar a construção de um lar, escapando assim dos abusos sofridos ou por reproduzir o único papel que se qualifica capaz: a maternagem, alcançando assim o seu objetivo maior: “casar, ter um lar e poder criar seus filhos, ao lado do seu amor” (REZENDE e MONTENEGRO, 2010). Prevalência da gravidez na adolescência Durante vários anos, a ausência de dados específicos para ilustrar o quadro da gravidez na adolescência deu espaço para a criação de diagnósticos catastróficos, ainda que gerados em nome da necessidade de priorizar a adolescência nas políticas públicas de saúde e educação. Sabe-se que a gravidez na adolescência vem diminuindo, mas, ainda assim, dados gerados em fontes oficiais são de fundamental importância para uma análise consistente desses eventos em todo país. Atualmente, aproximadamente 16 milhões de mulheres entre 15 e 19 anos concebem uma criança a cada ano, correspondendo cerca de 11% de todos os nascimentos no mundo. Em 95% dos casos, os nascimentos ocorrem em países em desenvolvimento. A proporção de nascimentos que ocorrem na adolescência é em torno de 2% na China, 18% na América Latina e no Caribe e mais de 50% na África Subsaariana. Metade de

todos os partos ocorrem em 7 países: Bangladesh, Brasil, República Democrática do Congo, Etiópia, Índia, Nigéria e Estados Unidos (WHO, 2008). Informações do Ministério da Saúde, que fazem referência à vida sexual dos adolescentes, sugerem que está havendo aumento no número de jovens com vida sexual ativa. Em 1998, na população com idade entre 16 e 19 anos, 56,5% dos homens e 41,6% das mulheres referiram ter tido atividade sexual nos últimos 12 meses. Já em 2005, nessa mesma faixa etária, os valores passaram para 78,4 e 68,5%, respectivamente (YAZLLE). Dados coletados pelo IBGE (2002) indicam os índices de gravidez na adolescência, uma vez que, entre as jovens de 15 a 17 anos, a proporção de mulheres com, pelo menos, um filho é de 7,3% no país. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, esse índice chega a 4,6% e na região metropolitana de Fortaleza, 9,3%. Na comparação com as pesquisas anteriores, Maranhão, Ceará e Paraíba continuam apresentando altas proporções de jovens adolescentes com filhos. O IBGE divulgou, em 2000, a relação de adolescentes grávidas que já possuíam filho por estado. No estado de Alagoas, 18,5% das mães de 10 a 14 anos já possuíam uma prole de pelo menos dois filhos nascidos vivos. Em outros estados do nordeste e do norte tais como, Sergipe (12,1%), Bahia (14,2%), Pernambuco (15,8%), Amapá (16,6%), Rondônia (14,0%) e Acre (6,2%), o quadro da maternidade precoce, com uma descendência de dois ou mais filhos, se repete. Já segundo os indicadores sociais de 2009 (IBGE), no período de 2000 a 2006, iniciou-se uma ligeira inversão da tendência entre as mulheres adolescentes e jovens. O SINASC registrou declínio da participação dos nascimentos oriundos de mães dos grupos etários de 15 a 19 anos, enquanto na faixa etária de 10 a 14 anos se manteve estável (Tabela 1). As estatísticas relativas ao ano de 2006 mostram que 51,4% (1.512 374) dos nascidos vivos notificados ao SINASC eram filhos de mães com idade até 24 anos, sendo 0,9% (27.610) de mães do grupo etário de 10 a 14 anos; 20,6% (605.270) de mães com idade de 15 a 19 anos; e 29,9% (879.493) de mães com idade de 20 a 24. No período de 2000 a 2006, foi observada redução da taxa específica de fecundidade das mulheres de 15 a 19 anos, situação não observada até 2000 (Gráfico 1). Destaque-se que aproximadamente 60% dos nascimentos no grupo etário 15 a 19 anos são de filhos de mães que têm 18 ou 19 anos. Em 2000, esses grupos etários correspondiam, respectivamente, a 0,9% (28.973), 22,5% (721.564) e 31,1% (998.523). Tabela 1 - Percentual de nascidos vivos, segundo os grupos de idade da mãe Brasil - 2000-2006

Gráfico 1 - Taxas específicas de fecundidade, segundo os grupos de idade da mãe Brasil - 1980/2006

NovaFisio.com.br • 61


Artigo|Gravidez não desejada; adolescência; riscos gestacionais. Tabela 2 - Partos por regiões

Percebe-se clara relação entre as condições sociais com a gravidez na adolescência, tais como: baixo grau de escolaridade e adolescente sem união estável. Um dado importante foi o fato de que 68,4% das adolescentes referidas estarem casadas ou em uma união estável, porém 66,8% continuavam morando com os pais, o que pode sugerir continuação da dependência familiar. Relatou-se também a maior reincidência de gravidez entre aquelas que mudaram de parceiro e, ainda, o número de adolescentes que tiveram mais de uma gestação no período avaliado (YAZLLE, FRANCO e MICHELAZZO, 2009). Para os mesmos autores, outro fato observado é a alta taxa de evasão escolar entre adolescentes grávidas, chegando a aproximadamente 30%, e o retorno à escola que ocorre em pequenas proporções. No entanto, observações mais recentes do Ministério da Saúde (2006) mostraram uma tendência de declínio na taxa de gravidez entre adolescentes no período de 2002 a 2004, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil. Além disto, houve de 2007 para 2008, redução adicional de 7,9% no número de partos entre adolescentes em todos os estados da Federação, com exceção do Amapá, onde foi registrado um aumento de 39,2%. Dados mais recentes mostram que o número de partos de adolescentes pelo SUS caiu mais de 22% na segunda metade da década passada. Entre 2000 e 2009, a redução total foi de 34,6%. Segundo informações do Ministério da Saúde (2010), a quantidade desses procedimentos em adolescentes de 10 a 19 anos caiu 22,4% de 2005 a 2009. De 2000 a 2009, a maior taxa de queda anual ocorreu em 2009, quando foram realizados 444.056 partos em todo o País – 8,9% a menos que em 2008. Em 2005, foram registrados 572.541. A maior redução no número de partos de adolescentes, nos últimos cinco anos, ocorreu na Região Nordeste (26%). Em 2005, foram 214.865 procedimentos contra 159.036 no ano de 2009. O CentroOeste vem em seguida, com 32.792 partos – 24,4% a menos que em 2005. Abaixo da taxa média de queda, estão: Sudeste (20,7%), Sul (18,7%) e Norte (18,5%), (Gráfico 2) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). 62 • NovaFisio.com.br

Riscos e complicações para a gestante A gestação na adolescência é vista como fator de risco tanto para mãe quanto para o recém nascido, podendo acarretar complicações obstétricas, além de ser um fator agravante ou desencadeador de transtornos psicológicos e sociais (YAZLLE, FRANCO e MICHELAZZO, 2009). Durante a gravidez há mudanças fisio-psicológicas drásticas que, se somadas às mudanças que uma adolescente sofre, ocasiona várias complicações durante a gestação (MOREIRA et al., 2010). Tais complicações incluem anemia, malária, HIV e outras doenças sexualmente transmitidas, hemorragia pós-parto e fístulas vésico-vaginais. Acima de 65% das mulheres com fístula de origem obstétrica, desenvolveram durante adolescência tendo consequências para a suas vidas, física e social (WHO, 2008). Alguns autores defendem a ideia de que se a gestante receber assistência pré-natal de forma adequada durante toda a gestação, boa alimentação, cuidados higiênicos necessários e apoio emocional não haverá tantas complicações e as mudanças que ocorrerem nesse período serão bem toleradas. Entretanto, esse quadro é totalmente diferente do que acontece com muitas grávidas adolescentes, devido ao grande preconceito enfrentado, a dificuldade em se comunicar com a família e aceitar a gravidez (YAZLLE, 2002; YAZLLE, 2006; MOREIRA et al., 2010). Em muitos países a assistência pré-natal ainda não é uma realidade universal, principalmente em grávidas adolescentes. É quadro de risco em particular, para não ser assistida a adolescente grávida pobre, sem união estável e de áreas rurais. Nessas jovens devem-se prevenir partos pré-termos, atentar-se para possíveis reservas nutricionais diminuídas, DSTs, uso de drogas, álcool e tabaco, através de um programa recomendado pela OMS: PLANO PARA O PARTO. Essa assistência inadequada colabora para complicações maternas e perinatais da gravidez na adolescência e a maior importância para evitar problemas é dada ao início precoce das visitas ao médico e ao conteúdo destes encontros. A Organização Mundial de Saúde recomenda para a rotina pré-natal de gravidez na juventude o mínimo de quatro visitas, mas na verdade o necessário é pelo menos oito, sendo que as visitas devem ser realizadas durante a 12°, 18°, 24°, 28°, 32°, 34°, 36° e 38° semana, na qual serão pedidos e avaliados exames, além orientações necessárias e adequadas à gestante (REZENDE e MONTENEGRO, 2010). Vários estudos mencionam maior incidência de complicações durante a gestação de adolescentes, tais como abortamento espontâneo, restrição de crescimento intrauterino, pré-eclampsia e eclampsia, parto prematuro, sofrimento fetal agudo intraparto e parto por cesárea. Por ocasião do parto normal, tem sido referida maior incidência de lesões vaginais e perineais. Outras complicações como tentativas de abortamento, anemia, desnutrição, sobrepeso, estado nutricional comprometido, desproporção céfalo-pélvica, infecção urinária, placenta prévia, baixo peso ao nascer, depressão pós-parto, complicações no parto (hemorragias) e puerpério (endometrite, infecções, deiscência de incisões, dificuldade para amamentar, entre outros) também estão associadas à experiência de gravidez na adolescência (YAZLLE, 2002; YAZLLE, 2006; MAGALHÃES et al., 2006; FRANCO e MICHELAZZO, 2009; DIAS e TEIXEIRA, 2010; MOREIRA et al., 2010). Em relação às repercussões psicológicas, no caso de depressão pós-parto, muitos dados revelam que a repetição de gravidez durante essa fase pode contribuir para o desenvolvimento desse transtorno (YAZLLE, FRANCO e MICHELAZZO, 2009). Além do corpo da adolescente ainda estar em fase de desenvolvimento, o que ocasiona


Artigo|Gravidez não desejada; adolescência; riscos gestacionais. tais complicações, outros fatores de riscos podem ocorrer e estão relacionados com a utilização de álcool e drogas ou mesmo a precária realização de acompanhamento pré-natal durante a gravidez. A adesão ao atendimento pré-natal é quase que primordial para manter a saúde da gestante e do recém-nascido, já que a ajuda de profissionais da saúde contribue para menor incidência de quase todas as complicações relatadas, reduzindo assim, a mortalidade materna e perinatal (DIAS e TEIXEIRA, 2010). Quando a gestação é indesejada e sem apoio, muitas adolescentes recorrem à prática do aborto em condições precárias – ressaltando que o aborto é ilegal de acordo com a Constituição Brasileira –. Dados revelam que só no ano de 1998, cerca de 50 mil adolescentes foram atendidas em hospitais públicos para curetagem pós aborto, entre essas, três mil jovens com idade entre 10 e 14 anos (MOREIRA et al., 2010). Esse dado é preocupante já que abortos feitos ilegalmente quase sempre resultam em complicações nem sempre reversíveis como agressão ao útero impedindo novas gestações, hemorragias que podem levar ao óbito, entre outras. Umas das maiores complicações que a gravidez na adolescência pode oferecer é a mortalidade materna, que de acordo com a OMS (WHO, 2012) é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término desta, independentemente da duração ou da localização da implantação do óvulo, por qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação, ou por medidas tomadas em relação a ela, excluindo-se acidentes ou incidentes. As mortes maternas se subdividem em morte materna obstétrica direta ou indireta. A direta é aquela resultante de complicações obstétricas na gravidez, no parto ou no puerpério, devido às internações, omissões, tratamento incorreto ou a cadeia de eventos resultantes de qualquer das causas mencionadas. Já a indireta é aquela resultante de doenças existentes antes da gravidez ou de doenças que se desenvolveram durante a gravidez e que não são decorrentes de causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gestação. As três maiores causas de mortalidade materna no mundo, responsáveis por 50% de todos os óbitos, são: eclampsia, hemorragia e infecção (MONTENEGRO e REZENDE, 2011).

Riscos para o recém nascido Clinicamente, pode-se associar uma gravidez precoce com o aumento de intercorrências obstétricas e/ ou neonatais, tais como: índices de prematuridade, mortalidade neonatal e baixo peso de recém-nascidos (MOREIRA et al., 2007). A incidência de mortes durante o 1º mês de vida são 50-100% mais altos se a mãe é adolescente quando comparadas a idade adulta. Partos pré termo, baixo peso ao ano nascer e asfixia são elevados em crianças cujas mães são jovens, aumentando assim a chance de morte e problemas de saúde futuro para o bebe. Há ainda o fato de que o uso de álcool e tabaco é mais incidente em gestantes adolescentes que na fase adulta, causando muitos problemas na vida intrauterina e depois do nascimento (WHO, 2008). Ressaltam-se ainda outras anormalidades associadas ao bebê, fruto de uma gestação durante a adolescência como, epilepsia, deficiência mental, transtornos do desenvolvimento, baixo quociente intelectual, cegueira, surdez, aborto natural, além de morte na infância. Além disso, importante salientar que o bebê prematuro apresenta maiores riscos na adaptação à vida extra-uterina devido á imaturidade dos órgãos e sistemas; além de uma maior vulnerabilidade ao desenvolvimento de doenças (DIAS e TEIXEIRA, 2010). Contudo, também pode ocorrer: um risco maior de morte por desnutrição e problemas infecciosos no primeiro ano de vida, tornarem-se pais na adolescência, apresentarem atraso de desenvolvimento, dificuldades escolares, perturbações comportamentais e tóxico-dependência (CARNIEL et al., 2006). Entretanto, os problemas de saúde que acometem tanto a adolescente como o bebê, podem estar mais relacionados ao estado de pobreza do que à idade da jovem propriamente dita, já que uma boa parcela da população de gestantes adolescentes encontra-se em condições sócio-econômicas precárias, o que por sua vez está associado a uma maior ausência de condições adequadas de higiene, habitação, alimentação e saúde (DIAS e TEIXEIRA, 2010). Outro estudo mostrou que não houve risco de prematuridade e baixo peso aumentado associado à idade materna. Percebe-se então a necessidade de novas pesquisas na área objetivando verificar não só a variável da idade materna, mas sim variáveis outras que podem estar

relacionadas à saúde do RN (NADER e COSME, 2010). Considerações finais Sabe-se que são cada vez mais constantes os episódios de gravidez na infância e adolescência. No entanto, a questão não é a idade cronológica do indivíduo, mas sim a biológica associada as sociais. Diversos estudos aqui apresentados demonstraram que a gestação em fase adolescente é prejudicial tanto para o bebê quanto para a mãe quando pensamos em desenvolvimento, crescimento e maturação inapropriados, além de limitar as vivências e descobertas sociais inerentes a esta fase da vida. Assim, a gravidez precoce, quando não planejada e acompanhada por profissionais, é de grande risco para a saúde da mãe e filho, e caminhando junto ao biológico, deteriora as fases de construção e adequação social. Portanto, é de sua importância que existam ainda mais programas sociais de prevenção a gravidez. Porém, não somente estes que visam demonstrar os problemas e riscos biológicos quase que culpabilizando o indivíduo, pois não faltam programas relatando-os, não faltam também aqueles que distribuem camisinhas e medicamentos contra a concepção indesejada. Somente isto, não basta. É preciso também a conscientização simbólica e social. Muitas dessas adolescentes buscam o ritual de passagem da fase adolescente para a adulta, sem que sejam pensadas suas repercussões com a gravidez. Assim, nenhum programa político de saúde e prevenção da gestação será completo se não buscarem antes, entendem quais são os motivos simbólicos que fazem com que estas meninas engravidem. Para após isso, intervir também nas questões biológicas. Para tanto, diante dessa necessidade, fica a sugestão de novos estudos que busquem entender melhor os ideais, emoções, sentimentos e imaginário social desse grupo em questão. Referências BECKER, D. O que é adolescência. 13. ed. São Paulo: Editora Brasiliense Coleção Primeiro Passos, 1997. CAPUTO, V; BORDIN, I. Gravidez na adolescência e uso frequente de álcool NovaFisio.com.br • 63


Artigo|Gravidez não desejada; adolescência; riscos gestacionais.

e drogas no contexto familiar. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 3, p. 402410, Junho 2008. CARNIEL, E. et al. Características das mães adolescentes e de seus recémnascidos e fatores de risco para a gravidez na adolescência em Campinas, SP, Brasil. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., v. 6, n. 4, 2006. COSTA, M; FONTES NETO, A. Abordagem nutricional de gestantes e nutrizes adolescentes: estratégia básica na prevenção de riscos. J. Pediatria, 1999; 161-6. DIAS, A; TEIXEIRA, M. Gravidez na adolescência: um olhar sobre um fenômeno complexo. Revista Paidéia, Ribeirão Preto, v. 20, n. 45, p. 123-131, 2010. FIGUEIREDO, B. et al. Gravidez na adolescência: das circunstâncias de risco às circunstâncias que favorecem a adaptação à gravidez. International Journal of Clinical and Health Psychology, v. 6, n. 1, p. 97-125, 2006. BRASIL. Fundo das nações unidaspara a infância (Unicef). Voz dos adolescentes: relatório da situação da adolescência brasileira. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/ vozdosadolescentes02.pdf>. Acesso em 29 de outubro de 2011. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de indicadores sociais 2002. Rio de Janeiro; 2003. Disponível em: <http://biblioteca. ibge.gov.br/visualizacao/monografias/ GEBIS%20%20RJ/sintese_indic/indic_ sociais2002.pdf>. Acesso em 20 de outubro de 2010. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no 64 • NovaFisio.com.br

Brasil 2009. Rio de Janeiro; 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov. br/home/estatistica/populacao/indic_ sociosaude/2009/indicsaude.pdf>. Acesso em 29 de outubro de 2011. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de indicadores sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010. Rio de Janeiro; 2010. Disponível em: <http://www.ibge. gov.br/home/estatistica/populacao/ condicaodevida/indicadoresminimos/ sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf>. Acesso em 29 de outubro de 2011. MAGALHÃES, M. et al . Gestação na adolescência precoce e tardia: há diferença nos riscos obstétricos?. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., v. 28, n.8, p. 446452, 2006. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portal Saúde. Brasil acelera redução de gravidez na adolescência. Disponível em: <http://portal.saude. gov.br/portal/aplicacoes/noticias/ default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_ area=124&CO_NOTICIA=11137>. Acesso em 24 de abril de 2012. MONTENEGRO, C; REZENDE, J. Obstetrícia Fundamental. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

conclusão de curso – TCC (Curso de Psicologia - graduação). Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, 2006. REZENDE, J; MONTENEGRO, C. Gravidez na Adolescência. Rezende Obstetrícia. 11 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2010.p. 1091-1094. SANTOS, E; ESCOBAR, E. Gravidez na adolescência: qual o risco para o recémnascido?. Rev Enferm UNISA, 2000; 1: 879. WHO. Adolescent health. World Health Organization, Suíça, 2012. Disponível em: <http://www.who.int/topics/ adolescent_health/en/>. Acesso em 20 de maio de 2012. WHO. Trends in Maternal Mortality: 1990 to 2010 .World Health Organization, Suíça, 2012. Disponível em: <http://www.who. int/reproductivehealth/publications/ monitoring/9789241503631/en/index. html>. Acesso em: 20 de maio de 2012. WHO. Why is giving special attention to adolescents important for achieving Millennium Development Goal 5?. World Health Organization, Suíça, 2008. Disponível em: <http://www.who.int/ making_pregnancy_safer/events/2008/ mdg5/adolescent_preg.pdf>. Acesso em 29 de outubro de 2011.

MOREIRA, T. et al. Conflitos vivenciados pelas adolescentes com a descoberta da gravidez. Rev. esc. enferm. USP, v. 42, n. 2,p. 312-320, 2008.

YAZLLE, M. Gravidez na adolescência. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 28, n. 8, p 443-445, Agosto 2006.

NADER, P.; COSME, L. Parto prematuro de adolescentes: influência de fatores sóciodemográficos e reprodutivos. Revista de Saúde Pública, v.2, n.14, p. 338-345, 2010.

YAZLLE, M; FRANCO, R; MICHELAZZO, D. Gravidez na adolescência: uma proposta para prevenção. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 31, n. 10, p. 477-479, Outubro 2009.

PANICALI, M. Gravidez na Adolescência e Projeto de vida: Como as adolescentes concebem seu projeto de vida após a ocorrência da gravidez. Trabalho de

YAZLLE, M. et al. A Adolescente Grávida: Alguns Indicadores Sociais. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 24, n. 9,p. 609-614, Outubro 2002.


NovaFisio.com.br • 65


Artigo|Palavras Chave: Tai Chi Chuan; Idosas; Quedas.

Comparação do Equilíbrio em Idosas Praticantes e Não Praticantes de Tai Chi Chuan. |

Eduardo Hippolyto Latsch Cherem1,2, Leonardo Chrysostomo dos Santos1, Gustavo T. do Nascimento1, Kleildo N. Sardinha Conceição1, Cristiano Cosme N. Franco de Sá1, Fernando Petrocelli de Azeredo1. Por

Resumo

O

Tai Chi Chuan é uma arte marcial tradicional da China, composta por movimentos lentos, de amplitude articular variada, que exige e desenvolve coordenação motora e equilíbrio, motivo pelo qual a sua prática regular pode ajudar a idosos a manter/ desenvolver o equilíbrio deforma a atuar como um método profilático as quedas, um dos maiores problemas de saúde pública entre indivíduos com mais de 6065 anos. O objetivo do presente trabalho foi o de verificar a qualidade do equilíbrio em 20 mulheres com idade entre 65 – 80 anos, praticantes e não praticantes de Tai Chi Chuan. Foram tomadas as medidas de massa e estatura corporal e para a medida de equilíbrio, foi realizado o teste de Berg, apresenta 14 tarefas pontuadas entre 0 a 4. Os dados estão expressos como média + erro padrão da média, foi utilizado o teste “t” de Student, sendo aceito como significativo um p>0,05. Os dados demonstraram um melhor equilíbrio entre as praticantes de Tai Chi Chuan, Praticantes: 50 + 0,6 e Não Praticantes: 25,8 + 2,2, p<0.001. Desta forma concluise que a prática regular de Tai Chi Chuan pode melhorar o equilíbrio e servir como uma metodologia profilática as quedas na terceira idade. ABSTRACT Tai chi Chuan is a traditional Chinese’s martial art, composed by varied articular range and slowly movements that demand and develop motor coordination and corporal balance, what justify its regular training to help elderly to avoid falls, the major public health concern among persons over 65 years. The aim of the present study was to evaluate the equilibrium effectiveness in 20 women aged between 65 – 80 years, practitioners and non-practitioners of Tai Chi Chaun. Total mass and stature was assess, the equilibrium was measure bay Berg’s test, composed by 14 tasks scored among 0 – 4. Data are expressed by mean + standard error, the Student test “t” was used, being accepted as significant a p >0.05. The data demonstrated a better balance 66 • NovaFisio.com.br

between the practitioners of Tai Chi Chuan practitioners: 50 + 0.6 and not Practitioners: 25.8 + 2.2, p < 0.001. Thus it appears that the regular practice of Tai Chi Chuan can improve balance and serve as a prophylactic methodology falls in old age. INTRODUÇÃO: SO Tai Chi Chuan é uma arte marcial tradicional da China, composta por movimentos lentos, de amplitude articular variada, que exige e desenvolve coordenação motora e equilíbrio (OLIVEIRA, 2001). O processo de envelhecimento é um processo natural e gradual caracterizado por alterações fisiológicas e mecânicas, que levam os indivíduos a se apresentarem mais frágeis. Dentre as consequências do envelhecimento o aumento do índice de quedas devido, principalmente a força muscular diminuída, esta diretamente ligada com a perda e a não recuperação do equilíbrio, é tido como principal morbidade nesta população (FRONTERA et al., 1981; AUSTRALIAN INSTITUTE OF HEALTH AND WELFARE, 2004; DUNCAN et al., 2005; PEREIRA et al.,2008). A queda pode ser definida como “um evento não intencional que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo, em relação a sua posição inicial” (DRIEMEIER M, SANTOS LM dos, RAMOS LR, 1999). Para Cunha e Guimarães (1999), a queda se dá em decorrência da perda total do equilíbrio postural, podendo estar relacionado à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e osteoarticulares envolvidos na manutenção da postura. Alguns autores referem-se à queda como uma síndrome geriátrica por ser considerada um evento multifatorial e heterogêneo (CARVALHAES et al., 1998). A falta da prática regular de atividade física é conhecida como sedentarismo e é tida como principal fator de risco para morte por qualquer causa, além de ser a

principal causa da inabilitação física em idosos (MAZZEO et al., 1998; BAUMAN E CRAIG, 2005). Os estudos supracitados, os quais abordam a relação atividade física e longevidade, não abordam o Tai Chi Chuan como prática de atividade física. Entretanto, se o Tai Chi Chuan utiliza-se de fundamentos que exigem equilíbrio, talvez a sua prática em indivíduos idosos possa alterar positivamente o equilíbrio desta população, o que teria um ótimo impacto em sua qualidade de vida, uma vez que as quedas são a principal causa de morbimortalidade nesta população (FRONTERA et al., 1981; AUSTRALIAN INSTITUTE OF HEALTH AND WELFARE, 2004; DUNCAN et al., 2005; MAZZEO et al., 1998; BAUMAN E CRAIG, 2005). Este trabalho teve por objetivo avaliar a relação entre a prática do Tai Chi Chuan e o equilíbrio em idosas. MATERIAIS E MÉTODOS Amostra Foram avaliadas 20 mulheres com idade entre 65 e 82 anos, das quais 10 são praticantes de Tai Chi Chuan há pelo menos dois anos, na cidade de Areal, sendo as outras 10, mulheres sedentárias. Todos os sujeitos que participaram deste trabalho eram saudáveis, sendo excluído os indivíduos que apresentasse qualquer complicação de saúde. Os indivíduos usados como amostra neste trabalho leram e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido de acordo Res.196/1996 do CNS. Testes Foram obtidas medidas de estatura [fita milimetrada, com precisão de 0,1 milímetros (mm)], massa corporal [balança do tipo plataforma da marca Filizola, com precisão de 100gramas (g)] e de equilíbrio (FERNANDES, 2003). Para a obtenção do escore de equilíbrio, foi realizado o teste de Berg, que é


Artigo|Palavras Chave: Tai Chi Chuan; Idosas; Quedas. constituído por uma escala de 14 tarefas que envolvem o equilíbrio estático e dinâmico, que são pontuadas de 0 a 4, em um máximo de 56 pontos (SHUMWAYCOOK; WOOLLACOTT, 2003; WHITNEY, POOLE; CASS, 1998). Análise De Dados Os resultados obtidos estão representados como média + erro padrão da média. Foi realizado um teste T de Student onde foi considerado como significativo um p<0,05. RESULTADOS Características das Amostras Os dados coletados demonstram que a população de idosas praticantes de Tai Chi Chuan é mais baixa 4cm + 0,005cm e mais pesada 8.15kg + 1,88kg do que a população de não praticantes de Tai Chi Chuan, as diferenças de peso e altura foram significantes (Praticantes=70,2 + 3,9kg e Não Praticantes=62,05 + 2,02, p<0.001; Praticantes=1,53 + 0,022m e Não Praticantes=1,57 + 0,017m, p<0.001) (tabela 1).

DISCUSSÃO Todas as idosas que participaram do estudo no grupo de praticantes de Tai Chi Chuan, já o praticavam a pelo menos dois anos, o que é o suficiente para ter domínio sobre os fundamentos básicos, que exigem bastante equilíbrio e coordenação motora. Tanto o grupo de praticantes, quanto o de não praticantes não apresentaram diferença significativa de idade, o que dá uma característica homogênea aos grupos avaliados, tirando, desta forma, qualquer influência que o processo de envelhecimento pudesse ter (ACADEMIA CHINESA DE ARTES MARCIAIS, 1995).

Não houve diferença significativa na idade entre as praticantes e não praticantes (68,2 + 1,6 e 70,3 + 9,2, respectivamente), uma vez que esta diferença

Figura 1: Escore do teste de equilíbrio de Berg dos indivíduos Praticantes (50 + 0,6) e Não Praticantes (25,8 + 2,2) de Tai Chi Chuan. *p<0.001

poderia representar estados de senescência mais, ou menos, avançados, alterando a confiabilidade dos resultados (tabela 1).

Os resultados, aqui apresentados, estão em consonância com resultados previamente publicados (LOGGHE et al., 2010; PEREIRA et al., 2008) demonstram com clareza que a prática do Tai Chi Chuan melhora o equilíbrio e apesar da população de praticantes de Tai Chi Chuan apresentarem menor estatura, o

Tabela 1: Peso e Altura das Populações de Idosas Praticantes e Não Praticantes de Tai Chi Chuan.

Teste de Equilíbrio De acordo com o escore obtido no teste de Berg, a população de praticantes de Tai Chi Chuan se apresenta com um equilíbrio significativamente mais elevado do que a população de não praticantes (Praticantes: 50 + 0,6 e Não Praticantes: 25,8 + 2,2, p<0.001) (figura 1)

populações de idosas. (HAMIL e KNUTZEN, 1999). A principal morbi-mortalidade em indivíduos idosos são as quedas, que tem inúmeras causas, mas sabe-se que a perda da força muscular é um importante fator na perda no equilíbrio, apesar deste poder ser treinado independente do treinamento da força muscular, como por exemplo, através do treinamento de Tai Chi Chuan. (FLECK, S.J. E KRAEMER, W.J. 1999; MASSUD & MORRIS, 2001; RUBENSTEIN, 2006). Esta relação, a prática de Tai Chi Chuan e o aumento do equilíbrio, são importantes de ser observada, uma vez que a maior parte dos idosos não treina força, seja por falta de poder aquisitivo, seja por falta de viabilidade de tempo e local, ou seja, por falta de informação, ou ainda por falta de afinidade com a modalidade de treinamento, com isso o desenvolvimento e a manutenção de um bom equilíbrio, que é fundamental para a prevenção de quedas, pode ser realizado através da prática do Tai Chi Chuan, o que necessita de menor infra-estrutura, tendo, desta forma, a viabilidade de ser empregado em uma ampla variedade de locais, como praças públicas, calçadas, campos de futebol e mesmo em clínicas de reabilitação e casas de repousopara idosos, dentre outros locais, de forma a se tornar acessível a um maior número de praticantes (CHIA e LI, 1997). CONCLUSÃO Os dados apresentados neste trabalho demonstram de forma clara que a prática do Tai Chi Chuan tem positivo impacto sobre a qualidade física equilíbrio, uma vez que seus praticantes demonstraram maior equilíbrio em relação à população de não praticantes, independente de serem mais baixos. A influência do Tai Chi Chuan pode ter positivo impacto sobre a saúde e qualidade de vida de idosos, uma vez que melhora seu equilíbrio, podendo evitar, ou diminuir a incidência de quedas neste grupo de indivíduos.

que ajuda na manutenção do equilíbrio, tanto estático quanto dinâmico, essa menor estatura não demonstrou qualquer influência sobre o equilíbrio, uma vez que apresentou um fraco coeficiente de Pearson (r= -0.502, dados não demonstrados), portanto podemos confirmar a relação da prática desta arte marcial tradicional da China com benefícios para o equilíbrio em

REFERÊNCIAS ACADEMIA CHINESA DE ARTES MARCIAIS. TAI CHI CHUAN: Uma variação do Kung Fu. São Paulo: Ícone, 1995. Australian Institute of Health and Welfare, National Heart Foundation of Australia. Heart, stroke and vascular diseases Australian facts 2004. 2004. NovaFisio.com.br • 67


Artigo|Palavras Chave: Tai Chi Chuan; Idosas; Quedas. BAUMAN A and Craig CL. The place of physical activity in the WHO Global Strategy on Diet and Physical Activity. Intern J Behav Nutri Physic Act. 2005. CARVALHAES N, Rossi E, Paschoal S, Perracini N, Perracini M, Rodrigues RAP. Quedas. In: Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia 1, São Paulo, 24 a 27 de Junho de 1998. Consensos de Gerontologia. São Paulo: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; 1998. p.5-18. CHIA M, Li J. A estrutura interior do Tai Chi: Tai Chi Chi Kung I. 10°ed. São Paulo: Pensamento, 1997. DUNCAN GE; Anton SD; Sydeman SJ; Newton Jr RL; Corsica JA; Durning PE; Ketterson TU; Martin AD; Limacher MC; Perri MG. Prescribing Exercise at Varied Levels of Intensity and Frequency A Randomized Trial. Arch Intern Med. 2005. FLECK, S. J. e Kraemer, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2ª edição. Porto Alegre: Editora Artmed, 1999.

68 • NovaFisio.com.br

FRONTERA WR, Meredith CN, O’Reilly K, Knuttgen HG, Evans WJ. Strength Conditioning in Older Men: Skeletal Muscle Hypertrophy and Improved Function. J. Appl Physiol. 1988.waldo Cruz; 1999. p.51. HAMILL J, Knutzen KM. Bases biomecânicas do movimento humano. 1 edição. Editora Manole, 1999. LOGGHE, IHJ; VERHAGEN, AP; RADEMAKER, ACJH; BIERMA-ZEINSTRA, SMA; ROSSUM, EV; FABER, MJ; W KOES, B. The effects of Tai Chi on fall prevention, fear of falling and balance in older people: A metaanalysis. Preventive Medicine. 2010 MARTINS, VMC. Quedas em pacientes geriátricos. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública – Fundação Oswaldo Cruz; 1999. p.51. MASSUD, T & MORRIS,MO. Epidemiology of falls. Age and Ageing; 30-S4: 3-7, 2001. MAZZEO RS, Cavanagh P, Evans WJ, Fiatarone M, Hagberg J, McAuley E,

Startzell J. ACSM Position Stand on Exercise and Physical Activity for Older Adults. Med. Sci. Sports. Exerc., Vol. 30, No. 6, pp. 992-1008, 1998. MOURA RN, Santos FC dos, Driemeier M, Santos LM dos, Ramos LR. Queda em idosos: fatores de risco associados. Gerontologia 1999; 7(2): 15-21. OKUMA, S.S. O idoso e a atividade física: fundamentos e pesquisa. Campinas-SP: Papirus, 1998. OLIVEIRA, R.F et al. Efeitos do treinamento do Tai Chi Chuan na aptidão física de mulheres adultas e sedentárias. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v.9, n.3, p. 15-22, jul, 2001. RUBENSTEIN, LZ.. Falls in older people: epidemiology, risk factors and strategies for prevention. Age and Ageing 2006; 35S2: ii37–ii41 STUDENSKI, S. Calkins E, Ford AD, Katz PR. Quedas. In: Geriatria Prática. 2 edição. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. p. 227-3.


NovaFisio.com.br • 69


Artigo|Palavras Chave: IMC, Circunferência da Cintura, Hipertensão Arterial.

Circunferência da cintura e IMC como preditores de fatores de risco cardiovascular. Por

| Vivianne Rodrigues Ramalho.

RESUMO lguns índices antropométricos têm sido propostos para determinar a associação entre excesso de peso e fatores de risco para doenças cardiovasculares. Atualmente os mais utilizados para identificar sobrepeso e obesidade, são o IMC e a Circunferência da Cintura (CC) principalmente em sujeitos adultos. O objetivo deste estudo é verificar a associação entre o IMC e a CC na predição da hipertensão arterial (HA). Trata-se de um estudo do tipo correlacional, onde foram avaliados 100 indivíduos, sendo 50 mulheres e 50 homens, com idades entre 12 e 79 anos. Os dados foram obtidos numa estação de coleta montada em via pública por projeto de promoção à saúde para a população que utiliza o passeio da orla da praia de Ponta Verde na cidade de Maceió/Alagoas. Verificou-se o peso corporal, estatura, a circunferência da cintura e a pressão arterial dos indivíduos da amostra, que foram coletados por estudantes do curso de Educação Física devidamente treinados. Os resultados mostraram que a prevalência de obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) foi de 12% para as mulheres e 26% para os homens. Os valores da Circunferência da cintura (CC ≥ 88 para mulheres e ≥ 94 para homens) foi de 24% para as mulheres e de 58% para os homens. A OR em relação a HA para sujeitos com IMC ≥ 30 Kg/m2 foi de 2,4 para os homens e 1,6 para as mulheres. Já em relação às medidas da CC, os homens com valores ≥ 94 cm apresentaram 2,7 vezes maior chance (OR) de adquirir HA, enquanto que as mulheres com valores de CC ≥ 88 cm apresentaram 1,9 chances (OR) de ter HA. Conclui-se que apesar da CC ter sido o indicador de obesidade com maior associação com a prevalência de HA tanto em homens como em mulheres, o IMC também demonstrou importante associação com HA, demonstrando fortes evidências que o aumento no peso corporal está associado a um risco aumentado para HA.

A

ABSTRACT Some anthropometric indices have been 70 • NovaFisio.com.br

proposed to determine the association between overweight and risk factors for cardiovascular disease. Currently the most commonly used to identify overweight and obesity are BMI and Waist Circumference (WC), especially in adult subjects. The aim of this study is to assess the association between BMI and WC in predicting arterial hypertension (AH). This is a correlational study type were evaluated in 100 subjects, 50 women and 50 men, aged between 12 and 79 years. Data were obtained from a collection station set up in public by the health promotion project for the population that uses the waterfront promenade of Ponta Verde Beach in the city of Maceio/Alagoas. It was measured body weight, height, waist circumference and blood pressure of the sample, which were collected by trained students of Physical Education. The results showed that the prevalence of obesity (BMI ≥ 30 kg/m2) was 12% for women and 26% for men. The values of waist circumference (WC ≥ 88 for women and ≥ 94 for men) were 24% for women and 58% for men. The OR for hypertension compared to subjects with BMI ≥ 30 kg/m2 was 2.4 for men and 1.6 for women. In relation to measures of WC, men with values ≥ 94 cm were 2.7 times more likely (OR) to acquire AH, whereas women with WC values ≥ 88 cm had 1.9 odds (OR) of having AH. This study conclude that WC was the index of obesity with the greatest association with the prevalence of AH in both men and women, BMI also showed a significant association with AH, showing strong evidence that the increase in body weight is associated with a higher risk of hypertension. 1. INTRODUÇÃO Atualmente, a prevalência da obesidade está aumentando em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é a epidemia global do século XXI, o que a transformou na segunda causa de morte passível de prevenção, perdendo apenas para o tabagismo (PORTUGAL, 2005). Na mesma direção, dados da Vigilância de Fatores de Risco

e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (BRASIL, 2012) demonstram que no Brasil, a proporção de pessoas acima do peso passou de 43,7% em 2006 para 48,5%, e o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8% em 2011. Esta mesma instituição constatou ainda que Maceió é a terceira capital do país com maior incidência de pessoas com sobrepeso. Uma das principais preocupações em relação à obesidade é o fato dela normalmente está associada com um conjunto de alterações metabólicas, tais como: dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes mellitus, entre outros. Por este motivo, o seu diagnóstico é de fundamental importância para o direcionamento das ações de saúde e redução da mortalidade (CABRERA et al., 2005). Alguns estudos ressaltam a forte associação entre o aumento da adiposidade corporal e a prevalência de hipertensão arterial (CARNEIRO et al., 2003; BORGES et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2008; BECK et al., 2011), principalmente para aqueles que apresentam distribuição central de gordura. Este fato é preocupante visto que a obesidade abdominal ou central vem apresentando maior incidência que a obesidade geral, independente de sexo e idade. O acúmulo da gordura corporal pode acontecer de duas formas: central (tipo andróide) e a periférica (tipo ginóide). O acúmulo da gordura central (andróide) caracteriza-se pela deposição de gordura na região abdominal, está associado à presença de alterações metabólicas que indicam risco de doenças cardiovasculares, sendo mais frequente, mas não exclusivo em homens. Para avaliar a gordura corporal nessa região são utilizados em estudos epidemiológicos de acordo com Alvarez et al., (2008), medidas antropométricas como: a CC (circunferência da cintura), RCQ (razão cintura/quadril), RCE (razão cintura/estatura). Já o acúmulo da gordura periférica (ginóide), está mais concentrado na região glúteo-femural (quadris e coxas), sendo mais frequente nas mulheres. Para avaliação deste tipo


de gordura recomendam-se as medidas de espessura de dobras cutâneas (ASSIS et al., 1999). Geralmente estes índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações básicas: peso, sexo, idade, altura e alguns perímetros (GUERRA; ALMEIDA, 2007). Atualmente os mais utilizados para identificar sobrepeso e obesidade, são o Índice de Massa Corporal (IMC) e a Circunferência da Cintura (CC) principalmente em sujeitos adultos (CABRERA et al., 2005). Essas medidas além de serem de fácil e de rápida obtenção, juntas são capazes de detectar indivíduos com risco cardiovascular com muita precisão (GUS et al., 1998). Entretanto, algumas críticas são feitas em relação ao uso do IMC, principalmente devido à utilização de padrão único universal para adultos, já que há grande variação da estatura da população (ANJOS, 1992). CRUZ; SALLES (2010) relatam que os valores de IMC analisados de forma isolada podem diminuir seu poder preditivo como instrumento eficaz para o diagnóstico de risco para doenças cardiovasculares. Neste sentido, a CC é uma medida que também está relacionada com previsão de gordura intra-abdominal, causadoras de grandes impactos sobre as DCV (FERREIRA et al., 2006; BERGMANN et al., 2010). Esta medida é um indicador de fácil mensuração e interpretação (ALMEIDA et al., 2007) demonstra uma boa associação com a mortalidade, tornando-se uma importante ferramenta na avaliação da gordura abdominal na população em geral, e consequentemente os riscos de doenças. A possibilidade da utilização de uma medida simples, barata, de fácil interpretação e, principalmente, que pode ser realizada pela própria população como forma de triagem em programas de promoção da saúde e prevenção dos fatores de risco cardiovasculares, estimulou a realização deste estudo, cujo objetivo é verificar a associação entre IMC e CC na predição da hipertensão arterial. Desta forma, a identificação precoce de indivíduos em risco para essas doenças, seria de grande impacto na melhoria do panorama atual da saúde.

população que utiliza o passeio da orla da praia de Ponta Verde na cidade de Maceió/ Alagoas. Verificou-se o peso corporal dos indivíduos utilizando-se balança digital, portátil de marca Tanita® (Mod: UM 080W scale plus body Fat Monitor with body water - American Medical do Brasil,Ltda, São Bernardo do Campo/SP, Brasil), com precisão de 100g. A estatura foi verificada utilizando-se um estadiômetro de parede da marca Seca® (BaystateScale& Systems, USA), com precisão de 0,1cm. Para mensurar a circunferência da cintura utilizou-se uma trena metálica de dois metros de comprimento e cinco milímetros de largura da marca SANNY® (American Medical do Brasil Ltda, São Bernardo do Campo/SP, Brasil), todas as medidas antropométricas seguiram o protocolo de LOHMAN (1988). O IMC foi obtido através da razão da massa corporal (MC) e o quadrado da estatura (kg/m²), utilizando-se como ponto de corte os critérios adotados pela OMS. Já a CC foi verificada no ponto de menor circunferência entre os pontos anatômicos íleo-cristal e última costela flutuante. A CC foi classificada de acordo com a proposta utilizada pela NIH (NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH, 1988). Para mensurar a pressão arterial utilizou-se um aparelho de pressão digital de pulso Tech Line® modelo Z-40, com inflação e deflação automática de ar, no qual a detecção da pressão e da onda de pulso se dá através de um transdutor de pressão tipo capacitância. O método de medida é oscilométrico, com variação da pressão de 0 a 280 mmHg e com variação da frequência cardíaca de 40 a 200 bpm. Todas as medidas de pressão arterial foram feitas depois das medidas antropométricas e após uma entrevista sobre a última atividade física realizada, com o objetivo de deixar o indivíduo em um possível repouso para a aferição da pressão arterial, a amostra foi feita com os indivíduos que estavam com abstinência de exercício físico por no mínimo 12 horas. Para classificação da pressão arterial segundo os valores da pressão arterial sistólica e da pressão diastólica, utilizou-se a proposta segundo o VII Joint National Committee (2003). Para caracterização da amostra e apresentação dos dados, utilizou-se a estatística descritiva (média, desvio padrão, valores mínimos e máximos). Para verificar a normalidade dos dados utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Através das estimativas de Odds Ratio (OR), por intermédio da utilização da análise de regressão logística binária, adotando-se intervalo de confiança de 95%, foi verificada a razão de chances dos sujeitos da amostra com valores aumentados de CC e IMC em apresentar os fatores de risco cardiovascular. Para todos os testes o nível de significância adotado foi p<0,05. As análises foram realizadas no software estatístico SPSS 15.0 (Chicago, IL). 3. RESULTADOS Quando analisados os índices antropométricos, considerando somente o sexo, observou-se que os homens apresentaram médias mais altas de peso, altura, IMC, CC, PAS e PAD do que as mulheres; entretanto a média da idade foi maior nas mulheres. Com relação à distribuição percentual do IMC as prevalências de obesidade total (IMC ≥ 30 kg/m2) foram de 16% para as mulheres e 26% para os homens. Os valores da Circunferência da cintura (CC ≥ 88 para mulheres e ≥ 94 para homens) foram de 24% para as mulheres e de 58% para os homens. As características da amostra deste estudo são mostradas abaixo na tabela 1.

2. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo do tipo correlacional, onde foram avaliados 100 indivíduos, sendo 50 mulheres e 50 homens, com idades entre 12 e 79 anos. Os dados foram coletados por estudantes do curso de Educação Física devidamente treinados, numa estação de coleta montada em via pública por projeto de promoção da saúde para a NovaFisio.com.br • 71


Artigo|Palavras Chave: IMC, Circunferência da Cintura, Hipertensão Arterial. As estimativas de Odds Ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança (IC) para previsão da razão de chances dos indivíduos com valores aumentados de CC e IMC em apresentar níveis indesejáveis de hipertensão arterial (HA) é demonstrado na tabela 2.

A OR em relação a HA para sujeitos com IMC ≥ 30 kg/m2 foi de 2,4 para os homens e 1,6 para as mulheres. Já em relação às medidas da CC, os homens com valores ≥ 94 cm apresentaram 2,7 vezes maior chance (OR) de adquirir HA, enquanto que as mulheres com valores de CC ≥ 88 cm 1,9 chances (OR) de ter HA. Analisando a relação entre a CC e HA observamos que 66,7% dos homens hipertensos tinham a CC acima dos valores recomendados (≥ 94 cm), enquanto que apenas 22,5% dos indivíduos não hipertensos apresentaram valores de CC maiores que os recomendados. Assim a razão de chance (Odds Ratio) em apresentar HA foi 2,7 vezes maior nos homens com circunferência acima dos valores recomendados. Entre as mulheres, 58,2% das hipertensas tinham a CC acima dos valores recomendados (≥ 88 cm), enquanto que entre as não hipertensas apenas 27% apresentavam valores de CC maiores que os recomendados. Desta forma, a razão de chance (Odds Ratio) em apresentar HA foi 1,9 vezes maior nas mulheres com circunferência acima dos valores recomendados. 4. DISCUSSÃO Em relação às características da amostra do presente estudo os homens apresentaram médias mais altas de peso, altura, IMC, CC, PAS e PAD do que as mulheres. O nível de obesidade total da amostra quando analisada pelo IMC (≥ 30 kg/m2) apresentou prevalência maior nos homens (26%) que nas mulheres (16%). Já a obesidade relacionada aos valores da CC (≥ 88 para mulheres e ≥ 94 para homens) também apresentou maior prevalência nos homens (58%) que nas mulheres (24%). BIGAARD et al., (2003) utilizando uma amostra de sujeitos dinamarqueses de ambos os sexos também encontraram maiores níveis de obesidade em homens que em mulheres, quando analisados tanto pelo IMC quanto pela CC. Diferentemente do encontrado no presente estudo, DALTON et al., (2003), que utilizando sujeitos australianos de ambos os sexos, observaram maiores níveis de obesidade nas mulheres que em homens quando analisados tanto pelo IMC quanto pela CC. Em relação à média dos índices antropométricos (IMC e CC), foram verificados no presente estudo valores maiores na amostra masculina que na feminina. Estes resultados corroboram com os observados em outros estudos (GUS et al.,1998; SOAR et al.,2004; PEIXOTO et al.,2006). Analisando a relação entre a CC e HA observamos que 66,7% dos homens hipertensos tinham a CC acima dos valores recomendados (≥ 94 cm), enquanto que apenas 22,5% dos indivíduos não hipertensos apresentaram valores de CC maiores que os recomendados. Assim a razão de chance (Odds Ratio) em apresentar HA foi 2,7 vezes maior nos homens com circunferência acima dos valores recomendados. Entre as mulheres, 58,2% das hipertensas tinham a CC acima dos valores recomendados (≥ 88 cm), enquanto que entre as não hipertensas apenas 27% apresentavam valores de CC maiores que os recomendados. Desta forma, a razão de chance (Odds Ratio) em apresentar HA foi 1,9 vezes maior nas mulheres com circunferência acima dos valores 72 • NovaFisio.com.br

recomendados. Outro estudo também observou uma associação significativa entre a medida de cintura acima de 94 cm e a prevalência de hipertensão e outros fatores de risco em homens (HAN et al., 1996). No mesmo sentido, Foucan et al. (2002) estudaram a associação entre CC com fatores de risco coronariano, e observaram Odds Ratio significativas na associação entre CC e HA em mulheres com menos de 40 anos de idade. Na análise da relação entre o IMC e a HA observou-se que 53% dos homens hipertensos tinham os valores do IMC acima dos adotados como critério (≥ 30 Kg/m2). Entre os não hipertensos apenas 16,6% apresentavam valores de IMC maior que o adotado. Desta forma, a razão de chance (Odds Ratio) em apresentar HA foi 2,4 vezes maior nos homens com IMC acima dos valores recomendados. Entre as mulheres, 50,2% das hipertensas tinham a CC acima dos valores recomendados, enquanto que entre as mulheres que não apresentavam HA apenas 19,6% dos indivíduos apresentavam valores de IMC maiores que os recomendados. Assim, a razão de chance em apresentar HA foi 1,6 vezes maior nas mulheres com IMC acima dos valores recomendados (IMC ≥ 30 Kg/ m2). Gus et al. (1998) num estudo com 1088 indivíduos com idade mínima de 18 anos, observou valores de odds ratio para IMC ≥ 30 kg/m2 semelhantes aos encontrados no presente estudo (Homens= 1,08 Mulheres= 1,74). Barreto et al. (2001) em estudo realizado na cidade de Bambuí/ MG, verificou odds ratio de HA para sujeitos de ambos os sexos com IMC > 30 bem maior que a encontrada no presente estudo (4,29), provavelmente devido a média de idade ≥ 60 anos. Outros estudos (FUCHS et al., 1994; PICCINI; VICTORA, 1994) observaram a relação entre IMC e HA e encontraram fortes evidências epidemiológicas de que o sobrepeso aumenta o risco de HA independente da idade, nível de glicose ou colesterol. Desta forma, torna-se importante monitorar aumento no peso corporal principalmente nos valores de IMC. É importante ressaltar algumas limitações do presente estudo, como por exemplo, a medida de pressão arterial que foi feita em apenas uma medida, e a utilização de um número restrito de variáveis. 4. CONCLUSÃO No presente estudo a CC foi o indicador


Artigo|Palavras Chave: IMC, Circunferência da Cintura, Hipertensão Arterial. de obesidade com associação mais consistente com a prevalência de HA, tanto em homens como em mulheres, representando um odds ratio de 2,7 e 1,9 respectivamente, para valores maiores que os recomendados. O IMC também demonstrou associação com HA apresentando odds ratio de 2,4 para os homens e 1,6 para as mulheres com IMC ≥ 30 Kg/m2. Desta forma a monitoração no aumento do peso corporal, tanto pelo IMC quanto pela medida da circunferência da cintura se torna fundamental para identificação precoce de indivíduos em risco para as doenças cardiovasculares. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C.A.N.; PINHO, A.P.; RICO, R.G.; ELIAS, C.P. Circunferência Abdominal como Indicador de Parâmetros Clínicos e laboratoriais ligados á Obesidade Infanto-Juvenil: comparação entre duas referências. Jornal de Pediatria, v. 83, n. 2, 2007. ANJOS, L.A. Índice de Massa Corporal (massa corporal, estatura-²) como Indicador do Estado Nutricional de Adultos: Revisão da Literatura. Revista de Saúde Pública. São Paulo, v. 26, n. 6, p. 431-436, 1992. BARRETO, S.M; PASSOS, V.M.A; FIRMO, J.; et al. Hypertension and clustering of cardio-vascular risk factors in a community in southeast Brazil-The Bambui Health and Ageing Study. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v.77, p. 576581, 2001. BECK, C.C.; LOPES, A.S.; PITANGA, F.J.G. Indicadores Antropométricos como Preditores de Pressão Arterial Elevada em Adolescentes. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 96, n. 2, p. 126-133, 2011. BERGMANN, G.G.; GAYA, A.; HALPERN, R.; BERGMANN, M.L.; RECH, R.R.; CONSTANZI, C.B.; ALLI, L.R. Waist circumference as screening instrument for cardiovascular disease risk factors in schoolchildren. Journal of Pediatrics. Rio de Janeiro, v. 86, n. 5, p. 411-416, 2010. BIGAARD J.; TJØNNELAND A.; THOMSEN, B.L.; OVERVAD K.; HEITMANN, B.L.; SØRENSEN T, I.A. Waist circumference, BMI, smoking, and mortality in middleaged men and women. Obesity Research. 11:895–903, 2003.

BORGES, N.C.B.; BORGES, R.M.; DOS SANTOS, J.E. Tratamento Clínico da Obesidade. Medicina. Ribeirão Preto, v. 39, n. 2, p. 246-252, 2006. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2011: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. CABRERA, M.A.S.; WAJNGARTEN, M.; GEBARA, O.C.E.; DIAMENT, J. Relação do Índice de Massa Corporal, da Relação Cintura-Quadril e da Circunferência Abdominal com a Mortalidade em Mulheres Idosas: seguimento de 5 anos. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, mai- jun, p. 767-775, 2005. CARNEIRO, G.; FARIA, A.N.; RIBEIRO FILHO, F.F.; GUIMARÃES, A.; LERÁRIO, D.; FERREIRA, S.R.G.; ZANELLA, M.T. Influência da Distribuição da Gordura Corporal sobre a Prevalência da Hipertensão Arterial e outros Fatores de Risco Cardiovascular em Indivíduos Obesos. Revista da Associação Médica Brasileira. v. 49, n. 3, p. 306-311, 2003. CRUZ, L.O.L. da; SALLES, D.R.M. Avaliação do Estado Nutricional e Distribuição da Gordura Corporal de Estudantes da Área de Saúde do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). – Perquirere – Revista do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão do UNIPAN. Patos de Minas: UNIPAM, v. 1, n. 7, ago. p. 40-52, 2010. DALTON, M.; CAMERON, A.J.; ZIMMET, P.Z.; SHAW, J.E.; JOLLEY, D.; DUNSTAN, D.W.; WELBORN, T.A. Waist circumference, waist–hip ratio and body mass index and their correlation with cardiovascular disease risk factors in Australian adults. Journal of Internal Medicine; 254 : 555– 563, 2003. FERREIRA, M.G.; VALENTE, J.G.; SILVA, R.M.V.G.; SICHIERI, R. Acurácia da Circunferência da Cintura e da Relação Cintura/Quadril como Preditores de Dislipidemias em Estudo Transversal de Doadores de Sangue de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, fev. p. 307-314, 2006. FOUCAN, L; HANLEY, J; DELOUMEAUX, J; SUISSA, S. Body mass index (BMI) and

waist circumference (WC) as screening tools for cardiovascular risk factors in Guadeloupean women. Journal of Clinical Epidemiology; v. 55, n. 10, p. 990-996, 2002. FUCHS, FD; MOREIRA, LB; MORAES, RS; BREDEMEIER, M; CARDOZO, SC. Prevalence of systemic arterial hypertension and associated risk factors in the Porto Alegre metropolitan area. Population-based study. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 63, p. 473-479, 1994. GUS, M; MOREIRA, L.B.; PIMENTEL, M; GLEISENER, A.L.M.; MORAES, R.S.; FUCHS, F.D. Associação entre Diferentes Indicadores de Obesidade e Prevalência de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 70, n. 2, p. 111-114, 1998. HAN, TS; VAN, LEER EM; SEIDELL, MEJ; LEAN, MEJ. Waist circumference as a screening tool for cardiovascular risk factors: evaluation of receiver operating charac-teristics (ROC). Obesity Research. v. 4, p. 533-547, 1996. JOINT NATIONAL COMMITTEE. Modificado de Chobanian AV, Bakris GL, Black HR et al. The seventh report of the Joint National Committee on prevention, detection, evaluation, and treatment of high blood pressure. JAMA; v. 289, p.2560-2572, 2003. LOHMAN TG, ROCHE AF, MARTORELL R. Editors. Anthropometric standardization reference manual. Champaign, IL: Human Kinetics, 1988. NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH (NIH). National Heart, Lung, and Blood Institute. Obesity Education Initiative Expert Panel. Clinical Guidelines on the Identification, Evaluation, and Treatment of Overweight and Obesity in Adults – The Evidence Report. Obesity Research. v. 6, p. 51S-209S, 1998. OLIVEIRA, C.N. de; COSTA, R.G; RIBEIRO, R.L. Obesidade Abdominal Associada a Fatores de Risco à Saúde em Adultos. Saúde & Ambiente em Revista. Duque de Caxias, v. 3, n.1, jan-jun, p. 34-43, 2008. PICCINI, RX; VICTORA, CG. Systemic arterial hypertension in an urban area of southern Brazil: prevalence and risk factors. Revista de Saúde Pública. v. 28, p. 261-267, 1994. NovaFisio.com.br • 73


Matéria Científica|Palavras Chave: IMC, Circunferência da Cintura, Hipertensão Arterial.

Pilates e Diabetes Melitus: mais uma possibilidade de mercado.

Por

| Rodrigo Silva Perfeito

A

lguns Este texto tem por propósito realizar um simples e rápido apanhado teórico sobre os possíveis efeitos positivos do método Pilates no Diabetes tipo I e II. A pergunta em questão é: como esse grupo tão abundante no Brasil pode se beneficiar com uma sessão de exercícios sistematizados? Para tanto, começaremos discutindo sobre o distúrbio em questão. O Diabetes Melitus pode ser entendido como uma síndrome metabólica de carboidratos, sendo suas principais características, a hiperglicemia e a glicosúria. Geralmente, se desenvolve por uma desarmonia na produção de insulina no pâncreas, ou ainda, alguma falha quanto a sua absorção celular. Para entender melhor essa relação, vale o seguinte esclarecimento: possuímos dois hormônios antagonistas fundamentais para a regulação da glicemia, o glucagon e a insulina, ambos secretados pelo pâncreas e de fundamental importância quanto à qualidade do exercício. Estes serão citados a frente e são de suma relevância para o entendimento do sistema regulador e homeostático do ciclo exercício/diabetes. Existem 2 principais classificações para o Diabetes: o primeiro se chama Diabetes Melitus Insulino Dependente ou do tipo I. Nesse, como tratamento, são aplicadas doses variadas de insulina exógena; o segundo tipo, o Diabetes Melitus Não Insulino Dependente ou do tipo II, costuma surgir na fase adulta, e de costume não necessita de qualquer posologia insulínica, vide que o possuidor do transtorno consegue regular os índices glicêmicos com exercícios, alimentação equilibrada, e em alguns casos, fármacos. Controlar este transtorno metabólico é importantíssimo, pois além de já causar considerável desconforto a homeostase dos sistemas corporais, é fator de risco para o acometimento de outras doenças como: neufropatia diabética, neuropatia autonômica, retinopatia diabética, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e arteriocoronarianas, entre muitas outras. Diversos cadernos de saúde relatam que o tratamento seria a base de insulina (tipo I), medicamentos via oral e dieta balanceada (tipo II) e, o que mais nos interessa nessa matéria, o exercício físico orientado (mais eficiente no tipo II). Portanto, se possuímos em nossas mãos uma ferramenta que pode auxiliar 74 • NovaFisio.com.br

tanto na prevenção como no tratamento deste distúrbio, diria que é dever do profissional que trabalha com o método Pilates, se atentar a mais essa faceta do mercado de trabalho. Já que estou assumindo que o Pilates, se realizado de maneira sistematizada para o objetivo destacado, possibilita grandes ganhos, vamos discutir sucintamente qual seria a função da atividade física para o diabético. Ainda existem discordâncias em artigos, mas em sua grande maioria, estes apresentam resultados demonstrando diminuição da sintomatologia da doença e redução da posologia medicamentosa, já que o exercício físico por meio do Pilates melhoraria a sensibilidade quanto à insulina, auxiliando no índice glicêmico plasmático. Mas temos 2 tipos de Diabetes, será que o resultado é igual para ambos? No Diabetes tipo I (Insulino dependente), temos que tomar cuidado redobrado ao exercício, pois estes sujeitos possuem alta propensão à hipoglicemia, que poderia levá-lo ao óbito se suas taxas glicêmicas não fossem rapidamente controladas. Esta hipoglicemia pode ocorrer durante o exercício ou até após o mesmo, já que estes indivíduos não possuem no fígado a mesma velocidade de liberação da glicose comparado ao seu consumo. Fica claro, que para o Diabético, a presença do glucagon é muito importante para a produção hepática de glicose diante do exercício, no entanto, isso dificilmente ocorre, por problemas metabólicos e nos receptores do diabético tipo I. Não estou dizendo que o exercício não serve para esse grupo, no entanto, além da hipoglicemia, como esse indivíduo já possui altos índices glicêmicos plasmáticos e baixa taxa de insulina, os hormônios antagônicos irão excretar substâncias que aumentarão os corpos cetônicos e a glicose, podendo proporcionar uma cetoacidose diabética. Por esses e outros motivos, o exercício não incide tão positivamente (de maneira direta) nessa patologia. Por outras vias, devemos sim realizar o Pilates nesse grupo, pois a atividade física reduz os riscos de doenças cardiovasculares e outras já citadas, que são muito recorrentes no diabético tipo I. No Diabetes tipo II (Insulino não dependente), o Pilates terá um resultado direto. O distúrbio do tipo II, geralmente ocorre pela falta de excitabilidade da

insulina ou resistência à mesma. Em outras palavras, não é possível, por diversos motivos, carrear a glicose para o meio intracelular. E vejam que interessante, estudos mostram que a contração muscular aumenta a permeabilidade da membrana celular. Assim, o Pilates serviria como uma ferramenta para diminuir a resistência e melhorar a sensibilidade à insulina, diminuindo a posologia medicamentosa de seu aluno, que sem dúvidas, refletirá em uma melhor qualidade de vida. Como dica, mais uma vez, de maneira sistematizada, o exercício físico de alta a moderada intensidade traz efeitos positivos para horas após a sessão de treino, e se bem conduzido, essa diminuição do índice glicêmico pode se tornar crônico. Além da ação direta no tratamento do Diabetes tipo II, o Pilates pode diminuir as taxas de colesterol e gordura corporal, vide que grande parte dos diabéticos tipo II são acima do peso. Neste momento ficamos por aqui, o como sistematizar o exercício ficará para tempos futuros, talvez ainda para esse ano. O intuito desse texto é mostrar que o Diabético pode e deve se beneficiar das sessões de treino por meio do Pilates. Digamos que essa é uma dica para que nós abracemos mais essa abertura do mercado. Deixo claro também, que esse é um texto simples, que nem de longe, esgota o assunto. Apresentei a ideia e cabe a cada um de vocês aprofundá-la e trabalhar fundamentado em todos os artigos e livros já publicados. Referências e sugestões de leitura BEZERRA, Marcelo Jorge de Souza; PERFEITO, Rodrigo Silva. Variação do humor por meio de exercícios de Pilates em adolescentes acautelados. Nova Fisio, Revista Digital. Rio de Janeiro, Brasil, Ano 16, nº 90, Jan/Fev de 2013. p. 32-41. CAMPOS, Maurício de Arruda. Musculação: diabéticos, osteoporóticos, idosos, crianças, obesos. 5 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2011. MCARDLE, W; KATCH, F; KATCH, V. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5ª ed. - Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 2001. PERFEITO, Rodrigo Silva. A importância de pensar no método Pilates como uma modalidade de treinamento. Revista Negócio & Fitness. São Paulo, v. 19, Dezembro de 2011.


NovaFisio.com.br • 75


Matéria Científica|Palavras Chave: Doença de Parkinson, Fisioterapia.

Abordagem fisioterapêutica na doença de Parkinson.

Por

| Ewerton Silva Gomes

RESUMO doença de Parkinson é uma doença crônico-degenerativa do sistema nervoso central que afeta uma em cada mil pessoas acima de 65 anos e uma em cada cem acima de 75 anos. Indivíduos com esta doença apresentam bradicinesia, tremor, rigidez, diminuição da força muscular e da aptidão física, alterações cognitivas, tendência ao isolamento e depressão. Tais alterações favorecem a dependência, o sedentarismo e diminuem sua qualidade de vida. Este artigo de revisão bibliográfica aborda itens referentes à doença de Parkinson para um maior conhecimento sobre o tema, levando em conta a importância do tratamento fisioterapêutico que minimiza os déficits funcionais nestes pacientes. modalidade de treinamento. Revista Negócio & Fitness. São Paulo, v. 19, Dezembro de 2011.

A

ABSTRACT The Parkinson’s disease is a chronic degenerate disease of the nervous system that affects 1 in each 1000 people over 65 years old and 1 in each 100 people over 75 years old. People with this disease show bradykinesia, tremor, rigidity, decrease in muscular force and physical aptitude, alterations in cognition, tendency to the isolation and depression. These alterations are favorable to a sedentary life, the dependence and a bad life quality. Because of its high occurrence, this article of bibliography revision will accocst topics about Parkinson’s disease, putting up a great knowledge about the subject, taking into consideration the importance of the physiotherapy treatment to decrease the functional deficits in these patients. Introdução A Doença de Parkinson (DP) é uma das doenças degenerativa mais frequentes do sistema nervoso Central1. Caracterizase por acometimento de neurônios da zona compacta da substância negra com presença dos corpúsculos de Lewy, diminuição da produção de dopamina, resultando em desordens do movimento. Acometendo indivíduos a partir dos quarenta anos, a doença de Parkinson caracteriza-se, clinicamente, por tremor, rigidez, lentidão de movimentos, perda de expressão facial, postura encurvada, distúrbios psíquicos e comprometimento 76 • NovaFisio.com.br

das atividades diárias. É uma das patologias mais comuns do idoso, acometendo cerca de 1% da população2. De etiologia incerta a DP parece estar ligada a distúrbios genéticos e a fatores ambientais3. Modernamente considera-se a DP como afecção do adulto, progressiva, responsiva à levodopa e comumente associada a manifestações motoras4. Muito se tem avançado no tratamento da DP nos últimos anos, apesar de não conseguirmos evitar a progressão inexorável desta entidade. A levodopa é o mais potente e o mais tolerado medicamento. Pode-se usar a levodopa isoladamente ou associada à agonistas dopaminérgicos, sendo o pramipexol, o ropinerol, a cabergolina, a lisuruda e a rotigotina os mais empregados. Outros fármacos utilizados são os inibidores da MAO B como a selegilina e a rasagilina, a amantadina, os anticolinérgicos e a apomorfina. Mesmo sendo o medicamento mais eficaz e mais usado, a levodopa apresenta efeitos colaterais precoces ou tardios em cerca de 80% dos pacientes com DP: as flutuações, o “wearingoff”, o fenômeno “on-off ”, as discinesias e os distúrbios mentais. Podemse associar os inibidores da enzima catecol-O-metiltransferase (COMT), com a finalidade de diminuir os efeitos colaterais da levodopa. A procura por medicamentos neuroprotetores é grande, porem não existe ainda substância que interrompa a evolução natural da doença5. Tendo como base esses fatores, o presente estudo de revisão bibliográfica tem como objetivo o conhecimento sobre a patologia e intervenção fisioterapêutica, visto que a fisioterapia tem como objetivo minimizar os problemas motores causados tanto pelos sintomas primários da doença quanto pelos secundários, ajudando o paciente a manter a independência para realizar as atividades do dia-a-dia, melhorando sua qualidade de vida 6,7. Considerações sobre a doença de Parkinson A doença de Parkinson é uma doença crônica e degenerativa do sistema nervoso central que acomete os gânglios da base. É caracterizada pela redução de dopamina na via negroestriatal, resultante da morte de neurônios da substância negra cerebral 8.

Foi definida pela primeira vez em 1817, pelo medico inglês James Parkinson, o qual descreveu seis casos de pacientes com “paralisia agitante” que não apresentavam “nenhum prejuízo dos sentidos e do intelecto”9. Epidemiologia É uma doença lentamente progressiva, pois afeta um em cada mil indivíduos acima de 65 anos e um em cada cem após os 75 anos8. Embobra a probabilidade de desenvolver a doença de Parkinson aumente conforme a idade, a maior incidência dos casos se manifestará entre 50-70 anos10, 11. Entretanto indivíduos com idade inferior a quarenta anos podem ser acometidos pela síndrome12, 13. Características clínicas Os sinais clássicos da doença de Parkinson compreendem rigidez, tremor, bradicinesia, fácies amímica e, em alguns casos, disfunção cognitiva e evolução para quadros demenciais. A esse conjunto de sinais e sintomas denomina-se “síndrome parkinsoniana” ou “parkinsonismo” 14. Consequentemente ao quadro clinico, o paciente Parkinsoniano tende a reduzir a quantidade e a variedade de suas atividades, tendo, dessa forma, redução de sua aptidão física15. A rigidez caracteriza-se por uma resistência aumentada ao movimento passivo por toda a amplitude de movimento. Pode apresentar-se de dois tipos: em “cano de chumbo”, na qual a resistência é suave ou plástica, e em “roda denteada”, em que a resistência é intermitente16. Da mesma forma que a rigidez se apresenta nos músculos, apresenta-se nos órgãos internos, como fígado, estômago, e intestino tornando-se mais lento17. A manifestação inicial da doença de Parkinson mais frequente referida é o tremor18. É descrito como sendo de repouso, que se exacerba durante a marcha, no esforço mental e em situações de tensão mencionada; diminui com a movimentação voluntária do segmentado afetado e desaparece com o sono19. Esta presente preferencialmente nas extremidades, quase sempre distalmente, e sua frequência varia de 4 a 6Hz6. A bradicinesia e acinesia são características por uma inabilidade para iniciar e realizar movimentos20.


Matéria Científica|Palavras Chave: Doença de Parkinson, Fisioterapia. Outra anormalidade que acomete o paciente Parkinsoniano é a postura em flexão, que se inicia comumente nos braços e se dissemina ate comprometer todo o corpo21. Na posição ortostática, há uma ligeira flexão em todas as articulações, levando uma postura “postura simiesca”, com joelhos e quadris um pouco flexionados, ombros arqueados e a cabeça para frente. Na posição sentada, o paciente tende a afundar na cadeira deslizando para os lados e com a cabeça pendendo para frente16. A marcha é caracterizada por passos curtos, arrastados e com ausência do balançar dos braços6. Em casos avançados, durante a marcha ocorre uma aceleração involuntária, conhecida como “marcha festinada”19. A instabilidade postural é decorrente da perda de reflexos de readaptação postural, distúrbio que não é comum em fases iniciais de evolução da doença; eventualmente, evidencia-se em mudanças bruscas de direção durante a marcha; posteriormente, pode agravar-se e determinar quedas frequentes7. Como os tratos córtico-espinais estão normais, os reflexos abdominais superficiais e os reflexos tendinosos profundos são normais22; a força muscular é reduzida na doença de Parkinson15. Afácies do paciente parkinsoniano caracteriza-se pela inexpressividade, com olhar fixo, diminuição ou abolição da mímica, aspecto gorduroso da tez e boca entreaberta com salivação abundante23. Esses indivíduos apresentam incidência significativa de alterações de voz e fala24. As alterações vocais mais frequentes são rouquidão e soprosidade, com evidente redução de intensidade, além de imprecisão articulatória e gama tonal reduzida25. Cardoso e Pereira (2001) concluíram em seu estudo que a doença de Parkinson causa alterações da função respiratória. A postura em flexão e a rigidez da musculatura intercostal comprometem a mobilidade da caixa torácica, com consequente diminuição da expansibilidade pulmonar na inspiração e da depressão torácica na expiração, levando a limitação progressiva da ventilação16. Há, na maior parte dos casos de Parkinson, uma blefaroclonia (tremor das pálpebras fechadas) leve e, algumas vezes, blefaroespasmo ( fechamento involuntário das pálpebras)6. As alucinações visuais e limitações da convergência ocular são outra anormalidade frequentemente observada19. Aos sintomas comumente associam alterações cognitivas e de

comportamento, como tendência ao isolamento, ansiedade, distúrbios do sono, fadiga, problemas de memoria e depressão, favorecendo o sedentarismo e interferindo na percepção de sua qualidade de vida15. Diagnostico diferencial O diagnostico da DP baseia-se principalmente nas características clínicas de parkinsonismos, como tremor, rigidez, hipocinesia, marcha e postura anormais e face sem expressão. Entretanto, o diagnostico auxiliar mais importante talvez seja a resposta a levodopa. Os pacientes com DP quase sempre apresentam uma resposta satisfatória a essa droga. Se um paciente não responder nunca à levodopa, o diagnostico de alguma outra forma de parkinson é provável. Uma resposta a levodopa, porém, não confirma o diagnóstico de DP, porque muitos casos de parkinsonismo sintomático (por ex. MPTP pós-encefálico, induzido por reserpina) e muitas formas de síndrome de Parkinsonplus em seus estágios iniciais também respondem a levodopa21. Um novo método de diagnóstico diferencial acaba de ser oferecido pela Faculdade de Medicina USP e consiste em uma bateria de testes neuropsicológicos a que são submetidos. Os testes consistem em avaliar as funções de linguagem, atenção, percepção visual, memória, funções executivas, copiar desenhos e palavras, ouvir e contar estórias, nomear figuras e jogos que exijam raciocínio lógico e planejamento26. Tratamento clínico O tratamento clínico-farmacológico da doença visa, principalmente, à reposição da dopamina estriatal e à neuroproteção, sendo utilizados para este fim drogas anticolinérgicas, antidepressivas, amantadina, piribedil, agonistas dopaminérgicos e a levodopa27. A doença de Parkinson pode ser tratada com a administração do composto dopa (L-di-hidroxifenil-alanina), um precursor da dopamina. O tratamento com dopa, entretanto, não altera o curso da doença ou o ritmo no qual os neurônios da substância nigra degeneram28. Apesar de ser a droga mais eficaz na terapêutica sintomática da doença de Parkinson, recomendase adiar o uso da levodopa nas fases iniciais da doença. Isso porque seu uso a longo prazo correlaciona-se com o desenvolvimento de complicações motoras significativas, como flutuações discinesias29. Atualmente, recomendase iniciar o tratamento sempre com

agonistas dopaminérgicos; após atingir doses adequadas, se não houver boa resposta, associa-se L-Dopa30. Quanto ao tratamento das síndromes parkinsonianas atípicas, não se conhecem ate agora tratamentos cujas eficácia seja comprovável à da levodopa na doença de Parkinson. Na falta de terapêuticas especificas testa-se a eficácia da levodopa, que, em alguns casos, beneficia transitoriamente os doentes31. A determinação do estágio e grau de limitação funcional pela doença de Parkinson é útil no planejamento na terapia antiparkinsoniana, no acompanhamento da evolução da doença e na avaliação da qualidade da resposta á terapia instituída. As medidas não farmacológicas compreendem uma serie de hábitos e medidas de valor especial na doença, por minimizaram algumas de suas complicações. Tais medidas são a educação, o tratamento de suporte, o exercício e nutrição11. Tratamento cirúrgico A abordagem cirúrgica da doença de Parkinson tem quase um século. Portanto, muito antes da introdução de medicação, dopaminérgicos, cirurgias já eram executadas para tratar o tremor, rigidez e bradicinesia, com graus variáveis de sucesso11. O tratamento cirúrgico de Parkinson pela talamotomia ou palidotomia com frequência é útil quando os pacientes não são responsivos às medidas farmacológicas ou desenvolvem reações adversas intoleráveis a medicações antiparkinsonismo6. A cirurgia algumas vezes é útil em pacientes relativamente jovens, com tremor e rigidez predominantemente unilateral e que não respondem a medicação. A talatomia (o alvo é o núcleo ventral intermediário) é mais útil para o tremor, e a palidotomia (o alvo é a parte póstero-lateral do globo pálido interno), mais eficaz no tratamento da distonia e coréia6,21. Também é necessário medidas de suporte, sintomático, além de cuidados de fisioterapêuticos31. Fisioterapia A fisioterapia voltada para pacientes parkinsonianos tem como objetivo minimizar os problemas motores causados tanto pelos sintomas primários da doença quanto pelos secundários, ajudando o paciente a manter a independência para realizar as atividades do dia-a-dia e melhorando sua qualidade de vida, que pode ser por uso de aparelhos auxiliares. Tais aparelhos podem incluir corrimões NovaFisio.com.br • 77


Matéria Científica|Palavras Chave: Doença de Parkinson, Fisioterapia. adicionais colocados de forma estratégica pela casa para suporte adicional, talheres com cabos largos e toalhas de mesa antiderrapantes6. Para Cram (2002), um programa de fisioterapia personalizada para o paciente pode ajudar no controle dos problemas posturais, nas deformidades e distúrbios de marcha. Incluem-se no programa exercícios ativos e passivos, treinamento da caminhada, desenvolvimento de atividades diárias, calor, gelo, estimulação elétrica e hidroterapia. Em estudo realizado, Cardoso e Pereira (2000) concluíram que a diminuição da amplitude torácica foi o fator determinante das alterações respiratórias restritivas dos parkinsonianos, limitando a elevação das estruturas do tórax e a expansibilidade pulmonar. Dessa forma, um programa de fisioterapia respiratória direcionado para o aumento da amplitude torácica promove a melhora da função respiratória e da capacidade funcional desses pacientes. Com a progressão da doença, a coordenação motora fica comprometida e o doente diminui suas atividades diárias, desencadeando uma atrofia muscular. Com o exercício, o aumento da mobilidade pode de fato modificar a progressão da doença e impedir contraturas, além de ajudar a retardar a demência17. Por outro lado, exercícios não impedem a progressão da doença, mas mantêm um estado de funcionamento muscular e osteoarticular conveniente. Anos de evolução de rigidez e bradicinesia produzem alterações patológicas ósseas (osteoporose e artrose) responsáveis por uma incapacidade funcional ainda mais limitante. Além disso, o bom impacto dos exercícios sobre a disposição e o humor são pontos favoráveis a esta terapia11. Conclusão A doença de Parkinson é uma patologia única, de caráter crônico-degenerativa, acarretando aos seus portadores transtornos de movimento, coordenação, força muscular, além de diminuir a qualidade de vida e levar ao isolamento e depressão. Assim, medidas terapêuticas que possibilitem a esses pacientes manter a independência para realização das atividades do dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida, são essenciais para minimizar algumas de suas complicações. Dentre essas medidas auxiliares, estão a educação do paciente e dos familiares, a terapia farmacológica, a de nutrição e a fisioterapia, que tem papel primordial no tratamento desta patologia, reabilitando o paciente no aspecto funcional e introduzindo-o novamente na sociedade.

78 • NovaFisio.com.br

Referências 1) Alves G. et al. Epidemiology of Parkinson’s disease. J Neurol,2008, 255: 18-32. 2) PEREIRA, J. S.; CARDOSO, S. R. Distúrbio respiratório na doença de Parkinson. Revista Fisioterapia Brasil, v. 1, n. 1, p. 23-26, set./ out. 2000. 3) Twelves D., Perkins K. S., Counsell C. E. Systematic review of incidence studies of Parkinson’s disease. Mov Disord 2003.18: 1931. 4) Marras C. & Lang A. Changing concepts in Parkinson disease. Neurology 2008 70:19962003, 2008.

15) RODRIGUES, P. G. et al. O impacto de um programa de atividade física na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Revista brasileira de Fisioterapia, v. 9, n 1, p. 49-55, 2005. 16) STOKES, M. Neurologia para fisioterapeuta. São Paulo: Premier, 2000. 17) BRAGA, A; XAVIER, A. L.; MACHADO, R. P. Benefícios do treinamento resistido na reabilitação da marcha e equilíbrio nos portadores da doença de Parkinson. Revista da PósGraduação da Universidade Gama Filho, Goiânia, 2002.

5) Poewe, W. The natural history of Parkinson’s disease. J Neurol 2006, 253: 2-6.

18) LEVY, J. A.; OLIVEIRA, A. S. B Reabilitação em doenças neurológicas: guia terapêutico. São Paulo:Atheneu, 2003.

6) GREENBERG, D. A.; AMINOFF, M. J.; SIMON,R. P. Neurologia clínica. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2005.

19) NITRINI, R.; BACHESCHI, L. Alberto. A neurologia que todo médico deve saber. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2003.

7) PIEMONTE, M. E. P. Programa semanal de exercícios para pacientes com doença de Parkinson. São Paulo: Lemos, 2003.

20) UMPHERED, D. A. Reabilitação neurológica. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004.

8) GOULART, F. et al. O impacto de um programa de atividade física na qualidade de vida de pacientes com doença de Parkinson. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 9, n. 1, p. 49-55, out./ dez. 2005. 9) BOTTINO, C. Doença de Parkinson. Disponível em: <http://www.neurociencias. org.br/Display. php?Area=Textos&texto=Parkinson>. Acesso em: 8 maio 2006. 10) TREVISOL-BITTENCOURT, P. C.; TROIANO, A. Doença de Parkinson: diagnóstico e tratamento. Disponível em: <http://www.neurologia.cjb. net>. Acesso em: 10 dez. 2005. 11) BITTENCOURT, P. C. T. et al. Doença de Parkinson: diagnóstico e tratamento. 2003. Disponível em: <http://www.neurologiahoje.kit.net/ parkinson. htm>. Acesso em: 9 maio 2006. 12) MENESES, M. S.; TEIVE, H. A. G. Doen ça de Parkinson. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

21) ROWLAND, L. P. Merritt: tratado de neurologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 22) SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica: para estudantes de medicina. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 23) SANVITO, W. L. Propedêutica neurológica básica. São Paulo: Atheneu, 2002 24) AZEVEDO, L.; CARDOSO, F.; REIS, C. Análise acústica da prosódia em mulheres com doença de Parkinson: comparação com controles normais. Arq. Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 61, n. 4, out. 2003. 25) SILVEIRA D. N.; BRASOLOTTO, A. G. Reabilitação vocal em pacientes com doença de Parkinson: fatores interferentes. Pró-Fono R. Atual. Cient., Barueri, v. 17, n. 2, maio/ago. 2005. 26) PINTO, K. O. Análise do comprometimento mental causado pelo mal de Parkinson adequado aos padrões da população brasileira, 2006. Disponível em: <www.usp.br>. Acesso em: 9 maio 2006.

13) TIEVE, H. A. G. Etiopatogenia na doença de Parkinson. In: MENESES, M. S.; TIEVE, H. A. G. Doença de Parkinson. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

27) MATOS, A. F. S. et al. Processos neurodegenerativos – Parte II L-DOPA na doença de Parkinson: riscos e benefícios. Revista Brasileira de Neurologia Psiquiátrica, v. 2, n. 3, p. 85-88, 1998.

14) STEFANI, S. D.; BARROS, E. Clínica médica: consulta rápida. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

28) BEAR, M. F. et al. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.


Matéria Científica|Palavras Chave: Doença de Parkinson, Fisioterapia. 29) TEIXEIRA JR, A. L.; CARDOSO, F. Tratamento inicial da doença de Parkinson. Revista de Neurociências, v. 12, n. 3, jul./set. 2004. 30) STEFANI, S. D.; BARROS, E. Clínica médica: consulta rápida. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. 31) GUIMARÃES, J.; ALEGRIA, P. O parkinsonismo. Revista de Medicina Interna, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 109-114, 2004. 32) CRAM, D. L. Entendendo a síndrome de Parkinson. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2002.

NovaFisio.com.br • 79


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.