Ano III - Nº 15 - Junho/Julho
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Especial Itália
Entrevista com Dr.Nilton Petrone. 4ºCongresso Internacional de Reeducação Postural Global
FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO Tão importante quanto a formação profissional, os fisioterapeutas devem ter informação. De nada adianta ter todo o conhecimento científico sem estarmos bem informados dos acontecimentos ao nosso redor. Diariamente ocorrem mudanças que influenciam direta ou indiretamente em nossa profissão e devemos estar cientes de tudo, para que possamos avaliar, refletir e tomar decisões importantes para nosso futuro e o de nossa profissão. É muito importante que saibamos reconhecer um veículo de informação que seja independente, verdadeiro, livre, desvinculado de qualquer empresa, órgão ou entidade, tendo como seu único compromisso o profissional fisioterapeuta e a Fisioterapia. Aos coordenadores de cursos, professores, peço que, além de seus conhecimentos, passem aos seus alunos a importância de se manterem informados. Aos colegas peço que participem ainda mais intensamente e, juntos, veremos o crescimento de nossa profissão com a certeza que teremos uma voz ativa e comum. A Revista Fisio&terapia é sua, minha, de todos nós. Leia, interprete, conheça suas origens, causas, conseqüências, opine hoje e melhore o amanhã. Informado, você é diferente!
Dr. Oston de Lacerda Mendes
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CARTAS
AGENDA
4º CONGRESSO INTERNACIONAL DE REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL
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ENTREVISTA COM NILTON PETRONE PAPEL DA FISIOTERAPIA NA REVITALIZAÇÃO TECIDUAL E ESTÉTICA COM O USO DE ZINCO
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DESIGN
ENAF EM FOTOS (POÇOS DE CALDAS - MG)
COLUNA PROF. LUIS GUILHERME (DEU BRANCO) RIGIDEZ ARTICULAR DE JOELHO NAS FRATURAS DIAFISÁRIAS DE FÊMUR Informação para assinatura: Tel/fax: (021) 294-9385 / 9175-2026 528-0000 cód 212330
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DATA
JUNHO
18 a 20 19 e 20 19 e 20 19 19 19 e 02 19 e 20 23 a 26 23 25 e 26 25 e 26 26 26 e 27 26 e 27 26 e 27 26 e 27 26 e 27 26 e 27 26 27 e 28 27 a 02
EVENTO
Ombros Lesões Articulares Tratamento nas Disfunções da Coluna Vertebral Semiologia Interpretando Alguns Exames Complementares Curso de Bola Fisioterapia Respiratória XIX Congresso Norte / Nordeste de Cardiologia Fisioterapia Respiratória Conceito Mulligan “Um Curso Prático” Método Bad Ragas Fisiounesa Curso de Fisioterapia em Estética Facial Crioterapia Biomecânica Estética Tratamento nas Disfunções da Coluna Vertebral I Jornada de Fisioterápica de Terapias Alternativas Fisioterapia Respiratória Método Bad Ragas Cadeia Muscular
CIDADE
São Pedro - SP Niterói - RJ Rio de Janeiro - RJ Niterói - RJ Niterói - RJ Rio de Janeiro - RJ Niterói - RJ Fortaleza - CE Niterói - RJ Rio de Janeiro - RJ Londrina - PR Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro - RJ Niterói - RJ Niterói - RJ São Pedro - SP Rio de Janeiro - RJ Campinas - SP Niterói - RJ Londrina - PR Londrina - PR
JULHO 01 a 02 Método Bad Ragas Londrina - PR 02 a 04 II Curso Entendendo Hidroterapia Campinas - SP 03 a 10 Curso Internacional de Formação no Método Cyriax Londrina - PR 03 e 04 Método Bad Ragas Londrina - PR 03 e 04 Saúde no Trabalho Niterói - RJ 03 e 04 Biomecânica Niterói - RJ 08 Curso da Sofitoerj Rio de Janeiro - RJ 12 e 13 Introdução ao Conceito Bobath São Paulo - SP 14 a 16 II Jornada de Terapia Intensiva do Centro-Oeste Campo Gd. - MS 16 a 18 LER Itajaí - SC 19 a 30 Reeducação Postural Global Método Souchard São Paulo - SP 29 a 01 Curso Internacional Técnica Equilíbrio Neuromusular Londrina - PR 30 a 01 Terapia Corporal Niterói - RJ AGOSTO 02 a 13 01 02 a 07 06 a 08 07 e 08 07 e 08 07 a 21 07 a 15 08 a 13 11 a 14 12 a 17 12 13 e 14 14 e 15 14 e 15 20 a 22 21 e 22 21 e 22 21 e 22 27 27 a 29 28 e 29 28 e 29 28 e 29 29 a 01 4
CONTATO
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0800 437008 / (043) 324-9875 (019) 243-0954 (043) 330-8030 / 0800-437077 0800 437008 / (043) 324-9875 (021) 719-1201 / 9981-7008 / 9978-3089 (021) 719-1201 / 9981-7008 / 9978-3089
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Reeducação Postural Global Método Souchard Intervenção Precoce As Cadeias Musculares do Tronco Sistema Raph Intervenção Precoce Fisioterapia em Drenagem Linfática Fisioterapia do Trabalho Fisioterapia Respiratória As Cadeias Musculares do Tronco 1º Meeting de Protocolo Cadeia Muscular Curso da Sofitoerj Sport Fitness Ibirapuera Fisioterapia em Drenagem Linfática Intervenção Precoce
São Paulo - SP (011) 240-9605 Niterói - RJ (021) 719-1201 / 9981-7008 / 9978-3089 Londrina - PR (043) 330-8030 Londrina - PR 0800 437008 / (043) 324-9875 Niterói - RJ (021) 719-1201 / 9981-7008 / 99 Niterói - RJ (021) 719-1201 / 9981-7008 / 9978-3089 Niterói - RJ (021) 610-2626 R-239 Niterói - RJ (021) 719-1201 / 9981-7008 / 9978-3089 Londrina - PR (043) 330-8030 São Pedro - SP (019) 422-1066 São Pedro - SP (019) 422-1066 Rio de Janeiro - RJ (021) 350-8067 São Paulo - SP (011) 820-9790 Niterói - RJ (021) 719-1201 / 9981-7008 / 9978-3089 Niterói - RJ (021) 719-1201 / 9981-7008 / 9978-3089
Atualização em Joelho Lesões de Nervos Periféricos Curso da Sofitoerj Intervenção Precoce Simpósio de Fisioterapia Neurológica da Unicid Fisioterapia Esportiva Lesões de Nervos Periféricos Terapia Corporal Intervenção Precoce
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Curso Int. de Técnica Equilíbrio Neuromuscular
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9 9 EDITOR / DIRETOR Dr. Oston de Lacerda Mendes DIRETORA FINANCEIRA Dra. Jeanne Malheiro Dinesen
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UNIT - Universidade Tiradentes - Aracajú Revendedor em Itaperuna-RJ UEPA - Universidade Estadual do Pará (091) 266-3244 BENNET - Instituto Metodista Bennet (021) 393-5776 IPA - Instituto Porto Alegre SEFLU - Sociedade de Ensino Fluminense (021) 756-4365 / 9954-3651 UNESA - Universidade Estácio de Sá “Campus Barra” (021) 460-1010 cód 4586595 / 9113-3202 Carla de Araújo Melo UNIPLAC - Universidade do Planalto Central (061) 621-2994 / 978-0078 Catherine Angélica C. de Farias UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (084) 214-2156 / 215-4274 / 984-3168 Célia Badur Ribeiro PUC - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (019) 254-7945 Claudia Patrícia Buniatti ULBRA - Universidade Luterana do Brasil (051) 467-3120 Danielle P. do Nascimento UCP - Universidade Católica de Petrópolis (024) 243-9940 Edson da Silva FAFISC - Faculdade de Fisioterapia de Caratinga (033) 321-1930 Fernanda Gueiros da Silva UNIP - Universidade Paulista (011) 5071-2815 9 Flaviano Moreira da Silva UNIT - Centro Universitário do Triângulo (034) 991-4154 9 Giovana Roland Cartaxo UNIFOR - Universidade de Fortaleza (085) 227-5016 Glauco Dahan de Almeida UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (021) 234-1723 / 278-3523 Glaucio Venicio UNIG - Universidade Iguaçú (021) 696-3317 Gustavo Pilon de Angelo UVV - Universidade de Vila Velha (027) 324-0839 9 José Luiz A.Guimarães UVA - Universidade Veiga de Almeida “Campus Barra” (021) 517-1843 Katia Mara Tavares UNIFENAS - Universidade de Alfenas (035) 267-1045 9 Kelly Moraes de Barros UCB - Universidade Castelo Branco “Campus Barra” (021) 359-2385 Marcos Rolim dos Santos EBMSP - Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (071) 933-9651 / 248-5920 Marcus Vinicius Rezende dos Santos UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto (016) 627-9148 Patrícia Santos PUC - Pontífica Universidade Católica de Minas Gerais (031) 335-9875 978-3089 Ricardo Goes Aguiar UCSAL - Universidade Católica de Salvador (071) 245-2712 9 Rodrigo Romano da Silva UNIP - Universidade Paulista “Campus Sorocaba” (015) 241-1449 Rubia Karine Diniz Dutra UEPB - Universidade Estadual de Pernambuco (083) 321-4136 / 971-5597 9 Siomara Maria O. Barros FCMT - Faculdade de Ciências Médicas de Teresina (086) 221-8128 Tatiany Pereira Alves UNIUBE - Universidade de Uberaba (034) 313-7369 Vânia Ramos Monaldi UNIVERSO - Universidade Salgado Oliveira “Campus São Gonçalo” (021) 541-4534 Vinícius Lana Ferreira UEMG / FELA INCA - Universidade do Estado de Minas Gerais (031) 821-1031
Adventino Jorge Dodo Muller Almir Hatson Ferreira Aviz 978-3089 Ana Cristina Ribeiro Fonseca 9 Ana Paula Turlaj Ana Pratricia de Souza Santos 9 Ary de Aguiar Freire Júnior
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Autoridade e autoritarismo na Fisioterapia. Os mandos e desmandos com impunidade. O trabalho de fiscalização do CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL e dos CREFITOS nas diversas regiões é nobre. Como um dos Fisioterapeutas que participaram ativamente da Associação Brasileira de Fisioterapia (ABF) na época em que ela era a única organização de luta de classe dos Fisioterapeutas do Brasil, conheço bem as batalhas travadas por todos os profissionais vinculados a ABF frente aos organismos governamentais para termos instituído o COFFITO e os CREFITOS. Hoje temos a ABF, os sindicatos (SINFITOS) e, ainda, o grande sonho da época, que eram os CREFITOS. Cada um destes órgãos trata de um tipo de representação diferente, às vezes até havendo certa interface ou mesmo intersecção nas tarefas. Os CREFITOS são autarquias do Ministério do Trabalho e sua função principal é a fiscalização do exercício profissional na área de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Cada CREFITO tem sua jurisdição determinada e deve executar seu trabalho dentro desta área territorial. O trabalho executado por estes organismos é extremamente importante para que o exercício profissional seja realizado por profissionais capacitados e de acordo com a legislação em vigor. Os indivíduos que não sejam profissionais formados em escolas credenciadas pelo Ministério da Educação, não têm as condições legais para exercer a profissão e, portanto, podem ser enquadrados em crime por exercício ilegal da profissão. Até onde entendemos, isso é muito bom para a classe profissional que fica protegida e, melhor ainda, protege os interesses da população contra indivíduos sem qualquer tipo de qualificação, enganando o povo sobre métodos miraculosos de cura. Portanto é salutar essa atuação protecionista para com a população em geral. Os profissionais ganham maior credibilidade e há uma melhora no atendimento de saúde da população, que tanto necessita disso. Para que haja melhora na formação dos profissionais e estudantes da área de Fisioterapia e uma atualização constante, são realizados os Congressos, Seminários, Simpósios e Encontros científicos, onde se cria um espaço para discussão dos métodos terapêuticos e se colocam em evidência os resultados das pesquisas científicas, algo ainda incipiente no Brasil. Os congressos e encontros são, portanto, um espaço acadêmico, onde profissionais e pesquisadores procuram achar um lugar comum através das discussões científicas saudáveis, tentando adequar os melhores recursos e métodos terapêuticos para seus pacientes. Diante desta perspectiva, tive a honra de ser convidado pela organização do ENAF (Encontro Nacional Sobre Atividade Física), tradicional e conceituado Encontro da área de Educação Física, onde se reúnem os maiores nomes nacionais e internacionais para discutir um assunto que também é interesse dos Fisioterapeutas. Todos sabemos da importân-
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cia da prevenção em saúde. Os organizadores do Encontro agregaram Fisioterapeutas para discutir os rumos da atuação sobre atividade física, com enfoques novos dados pela ótica da Fisioterapia. Foi criado um encontro dentro do ENAF para a área de Fisioterapia. Este ano foi o primeiro evento aberto especialmente para a comunidade de profissionais e estudantes de Fisioterapia, promovido pelos mesmos organizadores do ENAF, fazendo uma importante abertura para os trabalhos interdisciplinares, tão valorizados e divulgados pelos pesquisadores e profissionais. Fiz o prefácio da Revista que apresentava os profissionais que estariam divulgando seus dados, trabalhos acadêmicos e clínicos, voltados para um público de profissionais e alunos das escolas de Fisioterapia de várias partes do País. Houve uma concentração bastante grande de pessoas com esse objetivo. Aliás, bastante elogiável, já que todos queriam a atualização e aperfeiçoamento dos conhecimentos desta área que está em constante evolução. Minha surpresa foi o fato de ser informado pela organização do encontro (ENAF) que havia dois fiscais do CREFITO-4 (jurisdição de Minas Gerais e, portanto, também Poços de Caldas, local do encontro) que desejavam interromper as sessões científicas e os cursos para exigir as credenciais dos profissionais que estavam ministrando as palestras. Sabiamente, os organizadores contornaram a situação e marcaram uma reunião com os fiscais para o dia seguinte, quando, às 11:30h chegaram dois senhores trajando coletes pretos com a inscrição “Fiscalização Federal”, intimidando todos os profissionais que ali se encontravam e que eram de outros Estados, não jurisdicionados por aquele CREFITO-4. Solicitaram nossas credenciais. Antes de fornecer as minhas, solicitei se eles tinham as próprias credenciais. Apresentaram-nas e nos disseram que estariam autuando todos os profissionais por exercício ilegal da profissão por estarmos fora das nossas jurisdições. Imediatamente telefonamos para o nosso CREFITO (o da 3a região, onde resido e atuo profissionalmente). Ouvimos aquilo que já sabíamos, não há qualquer dispositivo legal, norma ou resolução que nos obrigasse a fazer tal concessão: assinarmos o termo de autuação. A decisão foi unânime entre os profissionais de diversos Estados, que encontrávamos naquele local para ministrar cursos e palestras, o que obviamente não se caracteriza como exercício ilegal da profissão. Estes senhores, representantes do presidente do CREFITO-4, que segundo eles próprios, como fiscais (não Fisioterapeutas), estavam no cumprimento do seus deveres, não apresentaram o dispositivo legal ou resolução onde estivesse escrito que deveríamos fazer um pedido formal (petição ou requerimento ao CREFITO-4) para podermos ministrar os cursos e palestras. Em direito, perante a lei, todo indivíduo é inocente até que se prove a sua culpa. Eu, pessoalmente, não me sentia culpado de nada, uma vez que estou em dia com o pagamento dos emolumentos e taxas do meu Conselho e ainda tenho tentado cumprir com todos os preceitos legais da minha profissão. Por que então deveria assinar um termo de autuação? Não havia um instrumento legal que dissesse que eu estava descumprindo a lei e, além disso, sendo conhecedor das minhas obrigações profissionais, tenho acompanhado as publicações das resolu-
Cartas
ções do COFFITO. Diante daquilo, me senti acuado frente a tamanha opressão, típica dos regimes autoritários, coisa que eu não via desde os tempos da ditadura. Parece que aquilo que ajudei a criar num período em que a ABF deu origem ao COFFITO e aos CREFITOS, em função das árduas discussões ocorridas naquela época, quando acreditávamos que havia necessidade de uma regulamentação da profissão para melhor organizarmos os atendimentos à população, virou-se contra o criador. Parece até aquele filme (2001, Uma Odisséia no Espaço) onde os criadores acabam por ser dominados e conduzidos por aquele computador, que conhecia tudo e começou a “pensar” e dar a direção da nave. Eu fico imaginando: Será que criamos um monstro? Ou alguns dirigentes não estão merecendo nossa confiança? Será que estes indivíduos estão exercendo seus cargos dignamente ou estão fazendo uso da máquina para seus próprios interesses? Com estas perguntas na cabeça e depois dos acontecimentos relatados anteriormente, passei a questionar os colegas que se encontravam exercendo a profissão na jurisdição do CREFITO-4, sobre como estavam as condições de trabalho e seu relacionamento com o Conselho. As respostas foram unânimes: “estamos extremamente descontentes”. Vários deles relataram inclusive que na última eleição para o CREFITO-4, houve um claro esquema de impugnação dos votos de muitos profissionais, com uma exigência absurda que fossem apresentadas no momento da votação as cópias dos três últimos comprovantes de pagamento de anuidade, dados que deveriam ser de conhecimento da própria autarquia. Profissionais quites ou não com o CREFITO devem estar registrados naquela autarquia, e portanto a listagem era previamente conhecida para fins de fiscalização. Ora, se não houve alguma espécie de fraude, gostaria de desafiar o Sr. Presidente do CREFITO-4 a um plebiscito entre os profissionais da sua região, que poderia ser realizado por uma organização independente de auditoria, e a partir da avaliação dos resultados, o COFFITO deveria tomar uma atitude coerente com os princípios éticos e democráticos, chegando até a exoneração do cargo, caso seus credenciados da região assim manifestassem. Tem havido dificuldades legais impostas à tais manifestações, inclusive fazendo uso de autoritarismo frente a diversos colegas. A profissão (Fisioterapia) necessita de líderes cujas atitudes sejam efetivamente éticas e possam servir de modelo para os mais novos e os estudantes. Necessitamos de companheiros cujos princípios se norteiem pelo respeito mútuo e respeito às leis. Que sejam batalhadores na luta por uma profissão cada vez mais digna, de cujos resultados possamos nos alimentar e aos nossos filhos, e façamos por merecer o reconhecimento da sociedade civil e dos organismos governamentais. A grande maioria dos companheiros que eram de outros Estados e também aqueles de Minas Gerais, foram unânimes em me apoiar na divulgação dos acontecimentos e na colocação em evidência deste manifesto em órgão de divulgação da classe, para que fatos desta natureza não voltem a se repetir e que possamos, inclusive, usar de um recurso de extrema necessidade para atualização e aperfeiçoamento profissional que são os Encontros, Congressos, Seminários e Simpósios, onde as oportunidades de reciclagem são imensas. O que sería do 7
Cartas
Congresso Brasileiro de Fisioterapia (nosso próximo que será em Salvador – Bahia) se naquele Congresso estivessem apenas os Fisioterapeutas baianos e da região do CREFITO da Bahia? O conhecimento tem fronteiras? Como poderíamos nos atualizar com os profissionais que vêm do exterior e que podem ter muito a nos ensinar? Não poderia existir o intercâmbio entre as diferentes regiões do País, discutindo protocolos de trabalhos e até os protocolos multicêntricos? Na realidade, esta é a primeira vez que vejo um descalabro deste acontecer. Poderia silenciar. Mas não posso permitir que a impunidade persista. Até nas mais altas esferas do poder da República têm sido investigados os sujeitos metidos nas maracutaias financeiras e outras tantas. Pessoas que não merecem a nossa confiança não poderiam estar ocupando postos de representação da nossa classe. Espero que este episódio possa nos ensinar a não silenciar diante das iniqüidades que se nos apresentem e a ter espírito de mudança quando o estado vigente não é aquele que queremos. A mobilização por uma causa justa é uma bandeira que não deve ser obstruída. Sei que haverá perseguição política à minha pessoa como profissional que se manifestou publicamente, mas acredito, pela minha formação familiar e profissional, que devo satisfação aos profissionais Fisioterapeutas, que ao longo de muitos anos têm acompanhado minha trajetória profissional, ministrando Cursos, Conferências, Palestras em diferentes Congressos e Instituições de ensino superior, que conhecem a seriedade do trabalho acadêmico, para o qual houve um investimento de toda minha vida, com a realização de cursos de especialização
Dr. Nivaldo Parizotto, felizmente ou infelizmente, pois assim me poupei ter que assistir a este lamentável episódio, não pude comparecer pela primeira vez ao ENAF. Na mesma data eu estava em Milão, na Itália, fazendo uma cobertura jornalística com a equipe da Revista no 4º Congresso Internacional de RPG, e também já havia marcado uma entrevista com o Dr. Nilton Petrone, que está trabalhando lá no Internazionale de Milano. Fiquei sabendo do incidente ainda na Itália e sei exatamente o que você sentiu, pois sofro o mesmo problema de autoritarismo aqui no Rio; e como todos os outros Fisioterapeutas do Brasil, tenho acompanhado a perseguição explícita ao Ph. Souchard. Para você ter idéia, li recentemente na Revista do Crefito-3 cujo Presidente é o Dr. Zenildo Gomes, que outrora divulgava os cursos de RPG do Ph. Souchard, que os profissionais que decidirem acrescentar aos a seus currículos uma extensão, devem procurar profissionais com titulação, que tenham formação universitária e que tenham a respeitabilidade ética. Francamente, qual é o profissional no mundo mais indicado para ensinar R.P.G além do Ph. Souchard, que é o criador do Método? Está claro que isto é uma perseguição, com interesses particulares, assim como o que ocorreu no ENAF, assim como vem acontecendo com a Revista Fisio&terapia. Querem dizer o que devo escrever, quem devo deixar ou não escrever, com interesses particulares, e nunca visando a classe. Fico boquiaberto a cada atitude destas que assisto, porque estou vendo todos os Fisioterapeutas sendo tratados como “ingênuos”. Será que eles não percebem que somos profissionais de nível superior, e que temos 8
em metodologia do ensino superior, mestrado em Fisiologia e doutorado em Engenharia Elétrica, além do meu trabalho de formação dos alunos de graduação e pós-graduação em Fisioterapia da UFSCar, onde estou há quase 20 anos. Portanto não poderia me furtar a deixar tudo que acredito por um mero episódio de autoritarismo na área de Fisioterapia. Os meus preceitos e princípios são superiores a tudo isso. Espero que os colegas que fazem parte do COFFITO tomem uma atitude coerente com o que se espera dentro da ética e do respeito profissional. Aguardo uma explicação oficial (formal) sobre o acontecimento aqui denunciado. Nivaldo Antonio Parizotto *Fisioterapeuta CREFITO-3 1400-F *Graduação em Fisioteapia na PUC Campinas *Professor do Departamento de Fisioterapia da UFSCar *Especialista em Ensino Superior (PUCCamp) *Especialista em Metodologia da Pesquisa em Educação (PUCCamp) *Mestre em Fisiologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP *Doutor em Engenharia Elétrica pela UNICAMP *Estágio no Hospital Clínico de Barcelona (Espanha) e no Instituto Poal de Reumatologia Barcelona (Espanha)Palestrante e Ministra-dor de cursos em vários Congressos e Instituições de Ensino Su-perior do país. Trabalhou na Comissão de estudos do currículo mí-nimo, na organização e instituição do COFFITO e dos CREFITOs, na comissão que estudou os padrões mínimos de qualidade de ensino dos cursos de Fisioterapia da CEEFISIO-MEC.
cultura, e inteligência suficientes para perceber que estes atos visam interesses particulares? Pior é saber que embora os interesses sejam particulares, o meio de divulgação é patrocinado por nós. Em outras palavras, estamos pagando para ser subestimados. Sou do Rio de Janeiro e recebi o Jornal (agora virou revista colorida) do Crefito-3 e não vou ficar surpreso se os colegas de outros Estados do Brasil também receberem. Por que esta tiragem e despesa exorbitante com o correio, se o Crefito-3 é só jurisdição de São Paulo? Digo exorbitante porque deste assunto entendo bem, sou editor da revista e sei quanto custa um jornal, uma revista, uma revista colorida, um correio... por isto digo com tranqüilidade, exorbitante. Desde que criei a Revista Fisio&terapia, jamais pensei ter que publicar aos leitores cartas como esta, ao invés de artigos científicos ou informativos, mas também não poderia silenciar diante destes fatos. Peço desculpas aos meus leitores, mas alerto a todos os colegas que como eu tenham orgulho de ser Fisioterapeutas, que estas informações são tão importantes como a mais científica das matérias. Como em todas as profissões, temos maus e bons profissionais e isto me dá um pouco de conforto, pois tenho esperanças de assistir alguma atitude correta dos bons profissionais que estão no COFFITO - Conselho Federal de Fisioterapia - sobre estes episódios. Não posso acreditar na possibilidade de todos serem maus profissionais, ou então não fará mais sentido ser Fisioterapeuta! Dr. Oston de Lacerda Mendes Editor/Diretor da Revista Fisio&terapia
Cartas 2º Simpósio de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo Com o apoio da Revista Fisio&terapia, foi realizado nos dias 7 e 8 de maio, o 2º Simpósio de Fisioterapia da UMESP, organizado pelos alunos do C.A do Curso de Fisioterapia da Metodista. O evento contou com a participação de mais 350 inscritos, entre os quais alunos da própria Metodista e alunos de outras Universidades de São Paulo, do Paraná e Rio Grande do Sul, repetindo o mesmo sucesso do ano passado. Como atividade pré-Simpósio, foi realizado o curso de Ventilação Mecânica nãoInvasiva, ministrado pelo Prof. Marcus Vinícius Gava, com uma parte teórica e outra prática, usando as máscaras de CPAP/EPAP e o manuseio do equipamento de Bipap S/TD 30. Durante o Simpósio, convidados abordaram temas como: Fisioterapia Neurológica, Fisioterapia na Angiologia,
Fisioterapia Ginecológica, Fisioterapia Oncológica, Fisioterapia na Reabilitação do Joelho, além de uma mesa redonda sobre Fisioterapia do Trabalho. Os pontos mais emocionantes do evento foram a palestra e, logo após, apresentação de um jogo de basquete em cadeira de rodas com o time Magic Hands, mantido pela Associação Desportiva para Deficientes (ADD). Esta atividade serviu para mostrar aos participantes opções de integração do deficiente que a ADD realiza em São Paulo. A Revista Fisio&terapia foi homenageada pelo Coordenador do Curso de Fisioterapia da UMESP, pelo seu inegável sucesso e como o primeiro veículo independente na área de Fisioterapia no Brasil. A Revista agradece a homenagem e parabeniza os organizadores pelo evento exemplar.
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Aconteceu entre os dias 24 e 25 de Abril deste ano, o 4.° Congresso Internacional de RPG (Reeducação Postural Global), realizado em Milão, na Itália. O evento foi organizado em conjunto pela Associação Italiana de Terapeutas da Reabilitação (AITR) e pela Universidade de Terapia Manual de Saint-Mont ( França). Reuniu cerca de quinhentos Fisioterapeutas que representavam dez países, como Itália, França, Bélgica, Portugal, Suíça, Luxemburgo, Espanha, Canadá, Argentina e Brasil. Grupos de Fisioterapeutas brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, e de outras regiões, marcaram sua presença. O principal tema envolvido nos debates do Congresso foi as novas condutas na prática da RPG, levantando questões que permitam ao Fisioterapeuta um avanço em seu trabalho cotidiano. Visando sempre manter atualizados os profissionais de RPG, foram apresentadas as mais recentes evoluções e experiências, que foram objeto de verificação científica, desenvolvidas nos consultórios, hospitais e centros de ginástica global. Estiveram presentes, ao todo, vinte e dois palestrantes. O Brasil estava muito bem representado pelos Fisioterapeutas Oldack Barros (Presidente da SBRPG), Rita Menezes, Sonia Pardellas, Monica Rodrigues, Soraya Guerra e Angélica Gargantia. O Congresso foi um acontecimento de grande estilo. Contou com a presença de figuras ilustres, dentre elas todos os Presidentes das Associações de RPG dos países que participavam, além do Secretário de Saúde Italiano, que integraram a Mesa na cerimônia de abertura. A convenção foi realizada no Quark Hotel Centro Congressi de Milão, um hotel muito luxuoso, com excelente estrutura para abrigar eventos como este, de grandes proporções. Todo equipamento usado no Congresso, como um walkman que servia para a tradução simultânea, era de tecnologia avançada. Aproveitamos os intervalos para visitar os vários estandes com produtos italianos bastante interessantes. Chamou nossa atenção, em especial, os estandes da Fumagalli e da Stokke. A Fumagalli representa várias marcas de aparelhos italianos que, surpreendentemente, em nada diferem dos brasileiros, a não ser o preço – os italianos são bem mais caros. Ficamos orgulhosos de nosso país, pois já tivemos a oportunidade de visitar fábricas de algumas das melhores marcas no Brasil e, acreditem, não deixamos nada a desejar comparando os aparelhos nacionais com os italianos. A Stokke nos deixou tão admirados com seus móveis ergonômicos, que mais se assemelham a uma obra de arte, que achamos melhor dedicar uma matéria à parte. Não deixem de conferir. A Revista Fisio&terapia parabeniza os organizadores deste Congresso, PH. E. Suchard, Virginio Colombo e Antonio Cartisano, pelo grande sucesso em que transformaram este evento, e agradece o convite, que foi recebido com muita honra por nós. Já está marcada a data para o próximo Congresso Internacional de RPG. Será no ano de 2002, na Ilha da Madeira, em Portugal. Enquanto aguardamos, por aqui acontece em Setembro do ano que vem o 1.° Congresso Brasileiro de RPG, em São Paulo. Nós, da Revista Fisio&terapia com certeza estaremos lá para depois contar tudo o que vimos para vocês. 10 Ph. E. Souchard
A Associação Brasileira de
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A verdade sobre o RPG.
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F&T - Dr. Nilton, como foi o convite para vir à Itália, qual o tempo do Contrato? PETRONE - O Contrato é um contrato de 3 anos, inicialmente eu tinha um contrato só de consultoria, passou depois a ser um contrato permanente em função da necessidade que o Clube viu da minha aproximação do Ronaldo e do encaminhamento do trabalho; aí o Clube fez uma proposta e fizemos um contrato. F&T - Aqui na Itália você cuida só do Ronaldo? PETRONE - Já começamos a tratar de outros jogadores, mas o objetivo é recuperar 100% o Ronaldo e, posteriormente, passar a tratar dos outros jogadores, o que deve ocorrer agora, na próxima temporada. F&T - Esta é a primeira vez que você vem trabalhar na Itália? PETRONE - Não. A primeira vez que eu vim a Itália, foi durante a Copa de 90, quando o Romário teve aquela fratura e luxação do tornozelo. F&T - Como está o Ronaldinho? PETRONE - Tá bem. No último exame que nós fizemos, constatamos que ele funcionalmente está 100%, está assintomático, e morfológicamente houve a regressão do edema do joelho esquerdo, todo o joelho com o tendão estão “enxutos” e há uma melhora na degeneração das fibras do tendão. No joelho direito houve uma melhora de 70%, e isso nos dá a previsão de que se ele está treinando, tratando e jogando a nove semanas seguidas, quase 70 dias, e o quadro melhorou, o caminho que agente está seguindo é o certo. F&T - E o papo de operação? PETRONE - Isso foi normal, porque o jogador que trata e volta sentir dor é preocupante, mas o problema era o encaminhamento do tratamento. Eu tratava, ele ficava assintomático, voltava para Brasil, a dor voltava. O problema era só o mau encaminhamento do trabalho, e quando descobrimos isso, acabou a hipótese de cirurgia, até mesmo porque todos os especialistas que foram procurados para avaliar o joelho do Ronaldo, tinham dito que os joelhos não são cirúrgicos. F&T - Quanto tempo por dia você trata do Ronaldinho? PETRONE - Hoje eu faço 30% do que eu fazia há dois meses atrás, o que já dá para ver a evolução dele. Hoje eu mantenho um trabalho manual excêntrico, evito fazer trabalho isotônico, uso mais o trabalho excêntrico, muito trabalho dentro da água visando o treinamento específico dele como step, salto, evitando impacto. Hoje o meu trabalho se restringe praticamente à manutenção, não é mais um trabalho de recuperação em si, e sim de manutenção e prevenção. F&T - Este trabalho leva quantas horas por dia? PETRONE - Eu fico o dia inteiro, é difícil falar em horas, trabalho com ele praticamente o dia todo, horas alongando, horas trabalhando contração; uso também crioterapia. Trabalho dois períodos. F&T - O tempo de tratamento por seção é fundamental para a evolução do paciente? O que você acha de fisioterapeutas que tratam seus pacientes em cerca de 40 minutos por dia, 3 vezes por semana? PETRONE - O conceito de Fisioterapia nos próximos anos, vai mudar. A filosofia da prática fisioterápica vai ter que mudar! Nós não podemos mais ter seções de Fisioterapia de 40 minutos, dado ao arsenal terapêutico que o Fisioterapeuta possui, e com a
importância que a cinesioterapia tem para o Fisioterapeuta, é impossível você fazer um bom trabalho em menos de 40 minutos. Essa prática tem que ser mudada e eu acredito que a Fisioterapia nesse próximos 5 a 10 anos vai dar um outro salto, o da qualidade; por enquanto ela ainda está no salto da quantidade, mas com certeza iremos observar que futuramente as pessoas vão usar a filosofia da prática fisioterápica, em que se use a quantidade de tempo aliada à qualidade de tempo. O caminho é esse! Não é que o nosso caminho seja o melhor, citando até um ditado de Sartre “os loucos abrirão caminhos que mais tarde serão percorridos pelos sábios”. Todo mundo acha que nós somos loucos, que isso é marketing, que usamos o marketing, e lhe digo que até usamos pouco o marketing dada a quantidade de pacientes que são conhecidos publicamente no Brasil e que se tratam conosco. Nós usamos muito pouco o marketing, até porque usamos o marketing do resultado, nós não fazemos o marketing e depois mostramos o resultado, nós primeiro mostramos o resultado e então dizemos quem fez. Então a Fisioterapia hoje está na fase em que a quantidade aparece mas com certeza teremos o salto da qualidade. F&T - E as críticas ao seu trabalho, algo mudou depois de todo esse tempo? PETRONE - As críticas são sempre válidas e necessárias, até porque há muita ignorância e falta de conhecimento a respeito da importância do Fisioterapeuta, mesmo depois desses últimos nove anos, com toda a mídia em cima da Fisioterapia o tempo todo, ainda há muita ignorância! A crítica é importante, até porque depois você consegue provar com o trabalho que aquilo não era verdade! As pessoas ainda estão na expectativa do Ronaldo, ainda é cedo para a própria imprensa entender que o Ronaldinho tá bom. Vai ser necessário que ele faça uma boa Copa América, e um bom Campeonato Italiano para eles entenderem que aquilo não era verdade, então, paciência!. F&T - E na Itália, como são as críticas? PETRONE - Graças a Deus aqui eu fui muito bem aceito, muito bem reconhecido, a imprensa italiana me dá todas as críticas positivas possíveis e imaginárias, não só na Itália como também na França, houve várias entrevistas de revistas de futebol, também na Alemanha, várias em televisão, eles perceberam que o caminho que demos para o tratamento do Ronaldo foi o melhor caminho. Claro que esse não foi um trabalho meu, mas, sim, de toda uma equipe do Internazionale, por isso eu acredito no trabalho em equipe, por isso eu acredito na minha equipe lá do Brasil, por isso que concordei em deixar o meu nome em função das Clínicas da Estácio, estou em contato permanente com a equipe da Estácio porque eu acredito no projeto. Não acredito que as pessoas consigam fazer as coisas certas sozinhos, tudo deve ser acompanhado, é a importância do trabalho de equipe! F&T - Lembro que na primeira vez na Europa, com o Romário, houve problemas entre você e a comissão. E agora, o que mudou? PETRONE - Olha, a receptividade que o Departamento Médico da CBF me deu, foi muita boa, eu tenho falado muito com o Dr. Runco, foi encaminhado agora para o Brasil todos os exames do Ronaldo, todo histórico de controle: Ecografias, Ressonâncias Magnéticas, Tomografias Computadorizadas, para que ajudasse a nortear o trabalho dele na seleção, e houve uma receptividade maravilhosa por parte da seleção e hoje já está havendo a convergência, uma unidade em termos de conhecimento, sem vaidade: assim como o departamento está desprovido de vaidade, eu também estou! E quem ganha com isso é a seleção, é o jogador! F&T - Como está o relacionamento com os colegas no Brasil? PETRONE - O sucesso dos outros incomoda muito, Tom Jobim, já dizia isso, o sucesso incomoda no Brasil. Quando vemos um brasileiro atingindo o sucesso, às vezes ficamos incomodados, porque também queríamos ser aquilo. Algumas pessoas evoluem do incômodo para a
percepção de que aquilo está ajudando, e outros apenas se apegam na inveja, no orgulho pessoal, na vaidade e acabam criticando o trabalho de um colega que está tendo sucesso. Particularmente acho que a grande maioria dos profissionais me respeita, e respeita o meu trabalho, tenho certeza disso, tem um grupo jovem que vem surgindo aí que é o futuro, nós praticamente estamos terminando a Fisioterapia, e temos que entregar para esse grupo jovem que é um grupo de força que tá vindo aí, que vai ter sucesso, vai ascender. É no jovem que eu acredito, vocês podem ver na minha equipe que minha gente é jovem, e é isso. É pagar pra ver. F&T - Aqui na Itália você ainda está morando em hotel? PETRONE - Não, já me mudei para uma residência no centro de Milão, um bom apartamento que o clube alugou para a minha família, é próximo do Ronaldo, próximo de trem, ônibus, táxi, restaurantes, tudo perto e ao mesmo tempo perto do Ronaldo. Estou muito bem, graças a Deus. F&T - E a família, o que está achando da viagem?. PETRONE - A família está bem. Claro que no início tem aquele choque cultural, eles estão aprendendo outra língua, italiano, as crianças vão para uma escola onde se fala inglês e italiano, mas estão felizes, contentes, isso tudo é positivo. F&T - E como anda a Fisioterapia na Itália, profissionais, aparelhagem?... PETRONE - Infelizmente a A Í T R não regulamentou ainda a profissão Fisioterapeuta, então ela ainda é regida por uma Associação local e uma regulamentação antiga, onde o Fisioterapeuta ainda é subordinado ao médico. Há uma grande luta para que isso mude, com profissionais de altíssimo nível tentando a dissociação da A I T R que é muito difícil, pois a Itália faz parte do bloco, então eles estão tentando uma regulamentação. Em equipamentos eles estão muito bem aparelhados, até mesmo dentro do próprio clube, acho que eles se perderam um pouco no caminho e vinham se esquecendo do trabalho de tocar no paciente, no toque manual, mas já perceberam isso e estão correndo atrás. É muito importante o toque e não só os aparelhos. Eu acho que aqui é um dos bons e grandes centros fisioterápicos, tenho certeza que nesses 3 anos vou aprender muito com eles, e com certeza, eles comigo, uma troca. Aconselhei o Presidente da Associação Italiana ir ao Brasil conversar com o nosso Presidente do Conselho Federal, Dr. Ruy Gallart de Menezes, para tentar um fechamento legal que regulamente a profissão na Itália. Como seria, eu não sei, mas acho importante porque eles são muito bem equipados e instruídos. F&T - Você comprou lá no Brasil aparelhos de microcorrente da Kroman. Foi para trazer para Itália? PETRONE - Eu não pude trazer porque aqui é necessário que todo aparelho seja aprovado por normas italianas, um tipo de Inmetro deles, semelhante ao FDA Americano, e então eles ficaram na minha clínica no Brasil. F&T - E como estão as clínicas no Brasil? PETRONE - Está tudo bem, graças a Deus. A principio a gente imagina que, saindo, a coisa vai morrer, que nada, melhorou, tá crescendo e a equipe que ficou é uma equipe maravilhosa, jovem, em que eu confio. Estamos reciclando a equipe, já mandamos esses novos Fisioterapeutas para os Estados Unidos, e outros para fazer outros cursos. Então estamos sempre tentando dar esse incentivo para a equipe estudar cada vez mais. F&T - E a Universidade Estácio de Sá? PETRONE - Quando eu entrei na Estácio, nós tínhamos 2 fisioterapeutas na Clínica Escola. Hoje nós temos 12, abrimos também a Clínica de Respiratória no Bispo com todo o equipamento necessário para Cárdio Respiratório, não tinha ninguém trabalhando lá e hoje temos 9 profissionais. A Estácio dava estágio para 20 alunos, hoje atende mais de 170, abrimos também a Fisio Friburgo com as mesmas características da Fisiobarra e tão boa quanto, então o caminho da Estácio é o caminho da qualidade, e a Estácio acreditou no meu projeto, que é um projeto audacioso, de ser a forte, a melhor, e para essa busca é necessário investimento. Foi o que a Estácio fez, criou o segundo maior Laboratório de Biomecânica do Brasil, criou um Laboratório de Isocinética maravilhoso, com equipamento de Biofeedback e tudo, esse é o caminho! F&T - Você e a Estácio pretendem integrar o currículo da Educação Física com a Fisioterapia ? PETRONE - Sim, eles já estão integrados. F&T - E foi boa a aceitação? PETRONE - Havia uma falta de informação mas eu não tenho nenhum receio em relação a isso, e volto a lhe dizer: Temos que parar de
ser conservadores, as coisas novas chocam, algumas vezes machucam, outras vezes transformam, porque a gente destrói para transformar. Tudo que é novo espanta, depois as pessoas vão se acostumando a ver que não tem nada de interferência entre um profissional e outro, são linhas harmônicas, que correm muito próximas uma da outra, e a Estácio acordou para isso e viu que se integrasse o currículo ela teria dois profissionais de formação extremamente fortalecida e com qualidade. F&T - Há membros da sua equipe no Japão, Estados Unidos, Europa, agora você mesmo na Itália; e quando existe um profissional formado por você em cada um desses países, você sabe que o Método de Recuperação Acelerada do Dr. Nilton Petrone também está lá. Você já se imaginou ao lado de Kabath, Bobath, Mckenzie, Mezieres, Souchard, Maitland como um imortal da Fisioterapia mundial? PETRONE - Até pode existir, mas esse não é meu objetivo, a nossa pretensão fundamental é mostrar o quanto é importante o Fisioterapeuta, e que responsabilidade ele deve ter quando elege o tratamento para o paciente. A filosofia desse processo todo, e é claro, eu acredito no protocolo que estou usando, então se ele for daqui a alguns anos para o mundo inteiro, e romper todas as barreiras que lhe serão impostas, é claro que ficarei feliz, mas a minha visão básica hoje está na importância da qualidade do tratamento fisioterápico e na quantidade, porque o mundo corre com velocidade e não pode mais ser aquele processo de morosidade fisioterápica, algo mais ativo, ele não pode ser mais um processo passivo, o paciente tem que saber o que está acontecendo com ele, a importância do tratamento para ele; se tiver comprometido ele mobiliza a energia para aquele trabalho que está sendo feito, e ai a gente já eleva o emocional dele e ele já relaxa para que o processo fisioterápico aconteça. Então é essa a filosofia que a gente quer passar, e se for para o mundo inteiro, que bom! Se não, nós já estamos felizes com o trabalho que vem sendo feito aqui. F&T - Já que falamos de Souchard, o que você acha do trabalho dele e qual a sua opinião a respeito do problema dele com o Conselho? PETRONE - Admiro e respeito o trabalho que vem sendo feito por ele, não só no Brasil como na própria Itália, os Fisioterapeutas todos que eu mantive contato, a grande maioria fez o RPG - Método Souchard, que é um método que não está só no Brasil mas em toda a Europa, na França e na Itália; conheci também alguns no Holanda. Então eu respeito o Souchard, acho que essa confusão toda que está acontecendo é falta de comunicação, porque se chegarmos a uma conclusão de qual o melhor caminho para levar o Souchard aqui dentro do Brasil, vai ganhar todo mundo: o Souchard, o Brasil, o Fisioterapeuta brasileiro e a Fisioterapia! F&T - O que você achou do acontecimento com o Dr. Nivaldo Paizotto no ENAF? PETRONE - Acho que quem bloqueia informação tem medo! Não está bem, não está seguro. O saber incomoda. Quanto mais você sabe, mais você vê que não sabe. E quanto mais você sabe, você sente a necessidade de passar, porque o conhecimento não é seu. Deus te outorgou aquele momento para que você passasse para alguém. O conhecimento não é seu, é do mundo. Isso é obstrução do conhecimento eu sou totalmente contra. O Nivaldo tem todo o direito do mundo de fazer o curso ou a palestra dele onde quer que seja. Ele tem o direito de passar o conhecimento que adquiriu durante o tempo e a experiência que tem. Quanto ao Conselho, eu estou abismado, me causa espanto! Conheço o Presidente do Conselho Federal, Dr. Ruy Gallart de Menezes, e ele é extremamente democrático, considero-o um exemplo que qualquer Fisioterapeuta tem que seguir, pelo que ele representou, representa e ainda vai representar para a Fisioterapia, tenho certeza que ele não aceita este tipo de obstrução do conhecimento, e acho que provavelmente deve ter sido um desvio qualquer ou uma má informação porque é inconcebível você querer obstruir o conhecimento.Fica aqui uma crítica que eu faço ao Crefito-4 de Minas Gerais.
M A K E S L I F E W O RT H S I T T I N G
Actulum Balans Durante nosso tour pela Itália, tivemos a oportunidade de conhecer diversas revistas, empresas, produtos e pessoas ligados à Fisioterapia, fato este que nos proporcionou várias descobertas interessantes. Uma delas se destacou: eram móveis fabricados pela Stokke, recomendados pela Associazione Italiana Terapisti della Riabilitazione , aprovados pelo Centro de Patologia Vertebral de S.Stefano , patrocinada pelo Instituto McKenzie da Itália e por Fisioterapeutas. Esses móveis, além de serem ergonomicamente projetados, possuem uma forma e função únicas. O design futurístico une a beleza e a praticidade à saúde do indivíduo, numa profunda consciência e experiência em ergonomia. A Stokke apresentou no Congresso Internacional de Deformidades da Coluna Vertebral (realizado em Estocolmo em julho de 96) a conclusão de uma pesquisa científica, comprovando que a postura sentada pode modificar criticamente a forma da coluna dorsal e particularmente a curvatura lombar. Comparando seus móveis aos convencionais em testes, foi demonstrado que os móveis da Stokke mantinham a postura correta, minimizando as lesões. Confira alguns modelos na reportagem e aprecie as formas. Para conhecer melhor, visite a home-page (www.omnimedia.it/stokke). Parecem ou não verdadeiras obras de arte? Bem que estamos precisando de alguns desses aqui na Revista!... Por Michel L. Mendes.
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A Fisioterapia está conquistando um vasto mercado de trabalho com a utilização terapêutica de suas técnicas nas áreas de Cicatrização Tecidual e Estética. A cada ano, no Brasil, mais de 5 mil pacientes são diagnosticados com algum tipo de úlcera epidérmica causada por diabetes, muitos outros por estase venosa, arterial, ulceração epidérmica resultante da falta de alívio de pressão ou longo período no leito, sem contar com as ulcerações secundárias aos procedimentos cirúrgicos, que não cicatrizam por evolução normal. Adicionados a esses números, existem os casos de centenas de pacientes que procuram a Fisioterapia como forma curativa e preventiva de lesões cutâneas relacionadas à estética. Várias são as técnicas fisioterapêuticas no tratamento de tais pacientes. Poderia citar o uso da eletroestimulação, uso da pressão negativa, técnica que vem sendo desenvolvida mostrando excelentes resultados na revitalização tecidual, o uso de curativos com minerais, ultra-som,e vários outros. Entretanto, irei me restringir ao uso do Zinco como parte de grande valor neste processo. O elemento Zinco tem sido vastamente usado nos EUA para tratamento de úlceras epidérmicas, como um dos meios de aceleração na revitalização tecidual, sendo o Zinco um mineral componente em várias enzimas, incluindo o DNA e RNA. O Zinco é necessário para síntese de proteína, síntese do DNA, mitose e proliferação celular. O uso do Zinco como coadjuvante nos curativos de lesões epidérmicas, tem como principal objetivo, a aceleração no processo de revitalização e cicatrização tecidual. Uma das funções do Zinco é a síntese do colágeno e divisão celular. A deficiência de Zinco normalmente é acompanhada de um retardo na cicatrização. Em um país como o Brasil, onde grande parte da população não possui uma dieta adequada, torna-se importante o papel do Fisioterapeuta na orientação de seus pacientes, em conjunto com outros profissionais de saúde, para ingestão adequada de Zinco, e sua aplicação em curativos. Em recente estudo, Prasad et al, mostrou que a deficiência de Zinco na infância pode causar retardo no crescimento e maturidade sexual, alopecia, lesões epidérmicas, dificuldade na cicatrização, deficiência imunológica, cegueira noturna e dificuldade de gustação. Em adultos, freqüentemente manifesta-se atraso e dificuldade de cicatrização, fotofobia, deficiência imunológica anormal ou diminuição do senso de olfato e paladar, cegueira noturna, susceptibilidade à infecções respiratórias, e diminuição da libido. De acordo com a “Recommended Dietary Allowances (RDAs- 1989 USA)” a quantidade de Zinco por adulto do sexo masculino deve ser de 15mg/dia, e 12mg/dia para adulto do sexo feminino. 80% do total de Zinco é encontrado em carnes, peixes, grãos, leite e seus derivados, além de outros. Para os leitores em geral, maiores detalhes devem ser adquiridos com outros profissionais da área. Pacientes na terceira idade devem ser cuidados com maiores precauções, pois tendem a ser mais susceptíveis à deficiência de Zinco. Um dos sinais clínicos de deficiência de Zinco, inclui seborréia e ressecamento com rubor da fissura nasolabial. O excesso de Zinco no organismo pode causar irritação gastrointestinal, náusea e vômito. Apropriada avaliação de deficiência de Zinco deve ser tomada por aqueles que praticam revitalização tecidual, seja em pacientes com lesões abertas de pele ou simplesmente por estética. Os resultados de pesquisa são promissores no uso de curativos impregnados com Zinco para lesões epidérmicas. As fotos neste artigo mostram o uso do Zinco em curativo local como parte do programa fisioterapêutico de nosso estudo. Maiores pesquisas nesta área devem ser conduzidas para que resultados conclusivos sejam alcançados.
Referências Bibliográficas. -The jornal of Prevention and Healin Wound Care Spring House Corporation - USA -Moser-Veillon PB. Zinc: Consumption patterns and dietary recommendation.1990;90:1089-93. -Prasad AS. Zinc: An overview, nutrition 1995. -British Jornal of Plastic Surgery,1997 50,194-199 -Micronutrient Dressings and their interactions with Wound Healing. Derma Sciences Internal Summary Document,1997.
Autor : Dr. Heleno Souza, PT CWS 1- Certificado como Especialista em Cicatrização Tecidual pela Academia Americana de “Wound Management”. 2- Diretor de Reabilitação da Empresa BMS Rehabilitation em South Carolina, EUA. 3- Instrutor Clínico no Greenville College e Medical University of South Carolina, EUA.
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Fabiano M. da Silva Diretor de Publicidade Fisio&terapia
A Revista / Jornal Fisio&terapia parabeniza o Sr. Paulino, Antônio (Tuninho), Rosana, sua equipe, professores, expositores e a todos participantes pelo êxito do 26º ENAF. Exemplos como esse de organização, competência e qualidade, devem ser sempre seguidos e exaltados. Parabéns e até outubro! Agradecimentos: A Bete (pelo apoio no stand), ao Glauco-UGF pela amizade e disposição, a direção e funcionários do Hotel Reis (035) 722-2302 pela atenção com que nos receberam, ao Dr. Luís Guilherme, Dra. Emily (Belo Horizonte-MG), Dr. Nivaldo Parizotto (São Carlos-SP), Dra. Maristela e Dr. Vital Sampoll, ambos da SOFITOERJ, pelo apoio a Revista em seus respectivos cursos. Fabiano Moreira da Silva (Diretor de Publicidade)
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C o l u n a Prof. Luis Guilherme
DEU BRANCO.
Nós, profissionais da área de saúde, regularmente usamos o branco, mas geralmente como um simples uniforme, sem, muita vezes, perceber seu significado mais profundo. O branco deve ser usado com muito respeito e responsabilidade, pois é assim que as pessoas encaram alguém vestido de branco. Estar de branco não significa ser da área de saúde, muito menos ser “doutor”, mas pode, em alguns, casos revelar um grande ator. Se fizermos um passeio por um shopping, preferencialmente próximo de uma Universidade com cursos da área de saúde, encontraremos algumas “figuras”. É comum encontrarmos estudantes, principalmente dos primeiros períodos, independentemente do sexo, “tirando onda de branco”. Em geral, os mesmos que carregam aqueles pesados livros debaixo do braço, e que podemos vulgarmente chamar de “cultura axilar”, apresentam os músculos elevadores das sobrancelhas em contração estática máxima, como se isso empinasse o nariz, mantêm aquele “sorriso de boca fechada” e cumprimentam a todos com a cabeça. Não o fazem por mal, na maioria das vezes, mas é importante diferençar a alegria e o prazer de estar de branco, com a soberba e o poder. Usar o branco é motivo de orgulho e contentamento, mas é preciso ter sempre em mente que o que vale não é estar de branco, mas estar devidamente capacitado para usar o branco. Entretanto, os(as) alunos(as) não precisam ser crucificados(as) por essa atitude, até porque esse hábito começa no seio da família. É comum identificarmos no orgulho dos pais o estímulo-motivação do estudante quanto ao uso do branco. É freqüente aquela imagem do(a) filho(a) indo, todo(a) de branco, para a Universidade, e a mãe, olhos rasos d’água, parada no portão, comenta com a vizinha, suspirando: “ - não é lindo(a), todo(a) de branquinho? Fico até arrepiada só de ver!” E a vovó - para quem não sabe a definição de vovó, aqui vai: vovó é o único ser na face da Terra capaz de ser melhor que mamãe - e é exatamente ela quem nos presenteia com aquele jogo de canetas 20
de todas as cores: azul, lilás, amarela, preta, branca, verde, e tantas outras mais. Porém, não devemos ver essas atitudes com maus olhos, pois representam a alegria de ver seu herdeiro(a) no bom caminho. Trata-se de alguém que compartilha, a seu modo, nossa vitória. Mesmo porque, se considerarmos as grandes dificuldades em nosso pais, concordaremos que pertencemos a uma elite. Mas o branco pelo branco não diz nada, então existem acadêmicos e profissionais melhor posicionados financeiramente, que só se vestem de linho branco. Mas, se prestarmos bastante atenção, fica muito bonito aquela camisa de linho branco, calça de linho branco, meias de linho branco, roupas íntimas de linho branco, cinto e sapatos brancos de “couro de jacaré albino”, brincos brancos, batom branco, pager e celular brancos etc. Contudo, o que vale mesmo é o ser humano, que está sendo vestido por aquele branco. Cabe ressaltar que conhecemos diversos colegas que só se vestem assim, ficam lindos(as), mas possuem notório saber e merecem todo o respeito.E o branco ainda traz algumas vantagens, pois é comum numa “blitz” o policial vê-lo(a) de branco e liberá-lo(a), até num gesto de gentileza para com alguém que indica pertencer a uma das áreas profissionais mais bem conceituadas da sociedade - a área da saúde, não desfazendo das outras áreas. Ou mesmo quando se tem um parente internado num hospital, e vem aquela tia e pede para “dar uma olhadinha”, porque ninguém pode visitar e, então, você coloca seu uniforme branco, chega no hospital e, como se fosse da casa, vai lá dar a tal “olhadinha”, conversa com pessoal do plantão, tranqüiliza os familiares e transforma-se no(a) mais novo(a) herói(ína) da família ao atender seus anseios. Mas na vida nem tudo é só vantagem, nessa minha vida de Docente, devido a minha grande proximidade com os alunos, procuro conversar sempre com eles e com meus acadêmicos, e tenho ouvido alguns “causos” contados pelo pessoal. Um desses “causos”, me foi revelado por uma aluna: estava se dirigindo para a casa de seus pais,
fora do Rio de Janeiro, viajando imediatamente após o término da aula, portanto ainda estava toda de branco. No meio da viagem, houve um acidente de trânsito e a estrada ficou interditada. Como demorava muito, todos saíram do ônibus e ficaram na estrada e, então, para surpresa dela, um guarda rodoviário aproximou-se e disse - “Doutora, precisamos da sua ajuda, pois temos muitas pessoas feridas, inclusive com suspeitas de hemorragia interna. Venha comigo.” E ela, que nem curso de primeiros socorros tinha, até explicar que “focinho de porco não é tomada”, muita água rolou e alguém deve ter ficado com a idéia de que houve má vontade ou até mesmo negligência. O outro “causo” foi de um aluno que passeava, todo feliz, por um shopping center, desses da vida,e, em determinado momento, viu uma pequena aglomeração. Curiosamente, aproximou-se para ver o ocorrido. As pessoas viram-no de branco e abriram caminho. Ele, inocentemente, parou em frente a uma senhora que estava desmaiada, caída no chão, e ficou olhando o quadro, quando, então, ouviu uma voz muito grave vindo do fundo - “e aí doutorzinho, veio só para ficar olhando ou vai tomar uma providência ?”. Fez de conta que não era com ele, pois nada sabia de primeiros socorros, mas um senhor que estava ao seu lado, pegou seu braço e gritou: - “Isso é omissão de socorro!”. Foi quando, numa daquelas intuições salvadoras, também denominadas “insites”, ele disse, retirando o braço da mão do homem - “O que é isso, meu amigo? Eu trabalho numa ótica aqui perto!”. UFA! Todas essas coisa ocorreram porque o branco não é para “tirar onda”, pois nele esta embutida uma grande respon-sabilidade. Não somos opositores ao uso do branco, muito menos à sua exigência no cursos universitários, porque essas exigências buscam, justamente, dar ao aluno um senso maior de responsabilidade. Deve, portanto, ficar bem claro que o branco é muito bonito, é motivo de orgulho para todos, pode significar um “status” maior, mas deve ser usado com
consciência e capacitação, deixando de lado a vaidade. Por falar nisso, você já fez um Curso de primeiros socorros?
MUITO OBRIGADO TAMBÉM, POIS É DEVER DE TODOS MANTER VIVO O DIREITO DE PODERDISCORDAR;
Nosso “valeu !!!” dessa edição vai para: Prof. Vital (UGF/SOFITOERJ), e todo o pessoal da SOFITOERJ, Paulino e sua equipe do ENAF, Breno (UGF), Prof. Nivaldo Parizzoto (nosso querido líder) e Prof. Helenice Coury (UFScar), Dra. Josiane, Dra. Ana Lúcia e sua turma de Preventiva (UCP) e toda a galera do curso de Dort do ENAF.
SE VOCÊ SENTIU-SE HUMILHADO (A) E/OU DESRESPEITADO(A) EM ALGUM MOMENTO, NOSSO PEDIDO FORMAL DE DESCULPAS, VISTO QUE NENHUMA LETRA DE NOSSAS PALAVRAS TEVE, NEM TERÁ, ESSA INTENÇÃO.
CABE DIZER QUE: SE VOCÊ GOSTOU, NOSSO MUITO OBRIGADO PELA FORÇA E PELO CARINHO, É BOM TER E RECEBER ESSE INCENTIVO; SE VOCÊ NÃO GOSTOU, NOSSO
Continuem mandando recados, críticas, comentários, falem conosco, dêem sugestões, mas lembrem-se: mantenham o bom humor ! Poderei ser localizado da seguinte maneira:
1) oston@inx.com.br 2) Prof. Luís Guilherme Barbosa. Caixa Postal 15 557 CEP: 20 132-970, Centro Rio de Janeiro, RJ. 3) Pager 528 05 28 Cod. 112 95 73; 4) Pessoalmente na FISIOLIFE e/ou na UNIG. ”UMA PALAVRA PODE SER EFETIVA, MAS NÃO HÁ PALAVRA TÃO EFETIVA QUANTO UMA PAUSA BEM COLOCADA” Mark Twain, escritor americano
PROF. LUÍS GUILHERME BARBOSA
R I G I D E Z A R T I C U L A R D E J O E L H O
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N A S
F R A T U R A S D I A F I S Á R I A D E F Ê M U R
RESUMO: A seqüela principal nas fraturas diafisárias de fêmur será a rigidez articular de joelho, não pela fratura em si, mas pela imobilização prolongada que esse paciente necessita, pois a tração transesquelética tibial ou femural, apesar de traumática, é necessária para que as estruturas envolventes na fratura se reestruturem até que se faça a intervenção cirúrgica, e que o tratamento fisioterápico se vê necessário principalmente em sua fase leito. JUSTIFICATIVA: Devido a grande demanda de fraturas de fêmur em diversos tipos de acidentes/traumas, com certeza, dentre as seqüelas de hipotrofia, hipotonia, diminuição de estímulos proprioceptivos articulares, entre outras, a seqüela que mais incapacita o indivíduo será a rigidez articular de joelho que esse paciente terá, pela imobilização prolongada que ela terá de se submeter. QUADRO PATOLÓGICO: Quando ocorrido o trauma em que se frature o fêmur, o indivíduo irá, além de se submeter a diversas outras análises clínicas, realizar a tração transesquelética tibial, ( quando for a nível de diáfise média ou distal femural) ou femural ( quando for a nível de diáfise proximal ou fraturas de quadril ) com os objetivos clínicos de alívio do quadro álgico, manutenção dos padrões vasculares, musculares e circulatórios e não como objetivos, como muitos ainda pensam de que se realize um alinhamento das extremidades fraturadas, pois a tração muscular será de tamanha intensidade que não será possível um alinhamento eficaz para que haja a formação de um calo ósseo e um alinhamento perfeito em que não haja encurtamento ósseo. Sendo assim há necessidade praticamente em sua totalidade dos casos de uma fratura completa de uma intervenção cirúrgica, no caso uma osteossíntese interna ou externa. Tipos de Fraturas Femurais com Indicações a Tração Transesquelética. Tratadas em suas diáfises, haverá grande hematoma e lesões associadas. Quando em seu terço superior a superfície proximal estará em flexão e adução pela ação muscular por ação da musculatura Íleo psoas, médio glúteo e pequeno glúteo e em seu terço inferior fraturado ocorrerá um recurvatum pela ação principal dos gêmeos, daí a necessidade de uma osteossíntese, seja ela interna ou externa, porém em ambos os casos a tração transesquelética será necessária. • Transversa • Obliqua •Espiral •Cominutiva •Segmentar O período em que a pessoa se submeta a esta tração trans-esquelética é que irá proporcionar um aumento do exudato inflamatório para combater a agressão sofrida pela fratura e o mesmo irá se alojar em grande quantidade na articulação do joelho, que por estar imobilizado, e consequentemente a produção do líquido sinovial irá diminuir, sua viscosidade também irá ser afetada, dando com isso seqüelas a uma articulação distante do quadro inicial (fratura de fêmur ) dando o bloqueio de joelho que pode ser evitado com total segurança e eficácia, desde que se faça um tratamento fisioterápico preventivo, ou seja, no leito do hospital, visto que sua permanência na tração se dará em média de 15 a 30 dias, variando das condições clínicas do paciente e do atendimento cirúrgico do hospital. PROPOSTA TERAPÊUTICA: Não esquecendo de outros fatores, como respiratórios, cardíacos e outras lesões que esse paciente poderá apresentar, iremos enfatizar a prevenção da rigidez articular de joelho. Vendo que este tipo de fratura é eminentemente cirúrgica, e que o movimento irá promover uma produção de líquido sinovial, com isso, “lubrificando” a articulação, a proposta terapêutica se vem por uma análise radiológica a fim de que se evite lesões vasculares, ou nervosas por fraturas cominutivas ( ex. P.A.F.), dando uma mobilização passiva deste joelho em sua fase leito, onde poderemos substituir a base do aparelho de tração por uma estrutura firme de fibra ou algo similar que o paciente apoie a tíbia/fíbula (perna), e retirarmos quando formos fazer a mobilização passiva, e não ativa pela tração muscular que poderá deslocar fragmentos ósseos, onde a tração irá sofrer uma ligeira perda de função, porém a cirurgia será inevitável, e com isso, não trará conseqüências, pelo contrário, irá inibir uma das seqüelas mais incapacitantes e, infelizmente a cada dia mais freqüentes nos ambulatórios de Fisioterapia, visto que o melhor meio de se retirar um bloqueio articular é evitando que ele se instale. Considerações finais: O tratamento mais importante em relação a bloqueio articular no joelho nas fraturas diafisárias de fêmur se dará na sua fase inicial, ou seja, no leito, e não somente nas fraturas como em qualquer outra lesão que necessite de uma imobilização prolongada, onde evitaremos que essa rigidez se instale; daí a necessidade de pelo menos um fisioterapeuta residente em cada clínica e/ou hospital com esse tipo de lesão, pois somente ele será capaz de identificar o tipo de fratura e eleger o tratamento eficaz para que se instale, ou pelo menos, minimize essa seqüela, onde em um tratamento preventivo, e previamente analisado para que não haja complicações na mobilização desse joelho, levando esse paciente a uma atividade normal o mais breve possível. Uma das seqüelas mais incapacitantes para um indivíduo com uma fratura de fêmur, será a rigidez articular de joelho, visto que o tempo de imobilização e a resposta de exudato inflamatório que irão migrar para essa articulação associada a uma deficiência na produção de líquido sinovial, esses fatores, além da pre-disponência do indivíduo, irão fazer com que essa articulação apresente essa rigidez, e que o trabalho preventivo será a conduta mais importante em seu desenvolvimento clínico. O tratamento na fase leito, além de ser de extrema importância, somente poderá ser feito por um profissional qualificado para o mesmo, pois uma mobilização incorreta poderá causas lesões iartrogênicas, porém é de extrema importância para que se evite a rigidez articular. Dr. Marcelo S. Duarte
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