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expediente Nossa equipe na Edição n°20 EDITOR / DIRETOR Dr. Oston de Lacerda Mendes DIRETORA FINANCEIRA Dra. Jeanne Malheiro Dinesen DIRETOR DE PUBLICIDADE Dr. Fabiano Moreira da Silva DIRETOR NORDESTE João Marcelo Gigliotti GERENTE DE REDAÇÃO Rita Coutinho PROGRAMAÇÃO VISUAL E WEB PAGE Oficina Detrês JORNALISTA RESPONSÁVEL Marcos Antônio Alves MTB 6036DRT-MG ASSESSORIA JURÍDICA Dr. Walter Lambert de Brito ASSESSORIA EM INFORMÁTICA Flávio Branco GAROTO PROPAGANDA Dr. Piá ASSESSORIA CONTÁBIL Dr. Antonio Carlos Entre em contato Rio de Janeiro Tel/Fax: (21) 294-9385 revista@inx.com.br Minas Gerais Tel/Fax: (31) 824-7029 phisio@zaz.com.br Ceará (85) 219-0843 revistanordeste@uol.com.br Acesse Fisio&terapia: www.inx.com.br/fisio&terapia Assinaturas: Rio de Janeiro: (21) 294-9385 Minas Gerais: (31) 824-7029 Ceará: (85) 219-0843 A Revista Fisio&terapia não se responsabiliza por artigos e cartas assinadas. Redação: Rua José Linhares, 134 - Leblon Rio de Janeiro - RJ CEP 22430-220
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& Índice
04 Agenda
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06 Cartas
08 Pilates uma nova abordagem para reabilitação)
11 Atenção Fisioterápica à Criança Asmática em Idade Escolar 12 Coluna do Prof. Luís Guilherme Barbosa Fisioterapia e Ergonomia Quebrando os Paradigmas Para 2000 14 Por Falar Em Ergonomia
15 Fisioterapia na Hipotensão Postural 16 O Sistema Límbico
18 O Papel da Fisioterapia na Saúde Mental 20 Os sintomas dolorosos relacionados à atividade ocupacional do fisioterapeuta
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Uma nova abordagem para reabilitação. Entrevista com os fisioterapeutas: Brent Anderson, PT, OCS, Presidente e co-fundador de Polestar Education, 1992. Alamiro de Carvalho Santos, Fisioterapeuta, Diretor do IRPOS, Salvador-BA. Fisio&terapia - O que é Pilates? Brent - Pilates é um método de reeducação do movimento que surgiu no princípio do século XX. O nome se deve ao seu fundador, Joseph H. Pilates, alemão, que imigrou para os EUA logo após a I Guerra Mundial. Por ter sido uma criança raquítica passou a vida buscando a saúde e o bem estar através de exercícios, embasando-se na Hatha Yoga e filosofias orientais. Seu método começa com exercícios de solo para ginastas, boxeadores, lutadores e contorcionistas. O trabalho de solo era muito desafiador e com freqüência difícil para seus clientes. Pilates criou então equipamentos que ofereciam assistência ao movimento e facilitavam o aprendizado e execução dos exercícios de solo. No final dos anos 30, Pilates tornou-se a “Mecca” para os dançarinos. Grandes nomes como George Balanchine, Martha Graham e Jerome Robbins se beneficiaram imensamente com seu trabalho. Nos últimos cinco anos tornou-se uma obsessão no mundo do fitness e da reabilitação nos EUA. Fisio&terapia - Como foi a introdução de Pilates no campo da reabilitação? Brent - Joe mesmo trabalhou com pessoas com sérias patologias levando-as de volta a uma vida saudável. Mas suas teorias eram radicais para seu tempo e não foram aceitas pelas correntes dominantes da medicina tradicional.Quinze anos atrás foi introduzido no meio médico no St. Francis Hospital em São Francisco, quando da implantação, pelo Dr. Garrett, (cirurgião ortopedista que trabalhava muito com atletas) do centro de medicina desportiva. Foi só quando nós começamos a aplicar a técnica em lesões ortopédicas, por volta de dez anos atrás, que encontramos os benefícios espetaculares para pacientes com problemas ortopédicos
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em geral, assim como neurológicos, dor crônica e geriátricos. Isto foi o que guiou o desenvolvimento do Polestar Education. Nós queríamos saber quais eram as teorias e princípios científicos que embasavam o trabalho original de Joseph Pilates e mais importante ainda para onde evoluiu na última década. Fisio&terapia – Você mencionou Polestar Education, quem e o que é Polestar Education? Brent - O Polestar Education existe há nove anos. Em 1992 Elizabeth Larkan, co-fundadora do Polestar e especialista em medicina da dança e eu, fomos convidados para ministrar um curso para fisioterapeutas com o tema Aplicação do Método Pilates No Campo Da Reabilitação. Este foi o início de um propósito de compreender o fenômeno associado ao Pilates. Desde então a companhia tem se expandido rapidamente. Em 1999 ministramos 90 cursos e até o final de 2000 teremos conduzido 260 apenas nos EUA. Alice Becker Denovaro vem trabalhando com o Polestar já há três anos, e com o Pilates há onze. Atualmente, dirige a Pilatice, empresa licenciada pelo Polestar Education na América do Sul. A missão do Polestar é transferir conhecimento ambos didático e Cinestésico, usando o que há de mais moderno em tecnologia de educação do movimento. Fisio&terapia - Porque o nome Polestar em vez de Pilates? Brent - Em 1992 começou a haver confusão entre o Pilates original e linhas originadas deste trabalho. Nós quisemos deixar claro que nem todo o trabalho de Joseph Pilates era correto. Coisas simples como trabalhos com a coluna retificada e com báscula posterior da pélvis foram mudadas para trabalhar com coluna neutra. Foi também neste momento que teve início uma batalha judicial pela marca “Pilates”. Nós optamos por evitar este con-
flito e nos focar no desenvolvimento científico deste grande trabalho. Polestar significa a estrela guia, o que é exatamente o que vemos nossa empresa fazendo no campo da educação do movimento. Polestar identificou como mencionei acima princípios e teorias em outros campos da pesquisa científica que embasam este trabalho. Fisio&terapia - Quais os princípios que embasam o Pilates ou as linhas de trabalho baseadas no método Pilates? Brent - A maioria dos trabalhos que oferecem embasamento ao Pilates podem ser encontrados em duas áreas: Cinesiologia e Biomecânica. Eles nos permitem compreender recursos e fenômenos que existem no Pilates e em outros sistemas similares de educação do movimento. A Cinesiologia tem realizado pesquisas importantes que objetivam facilitar performance e eficiência de movimento e como esta informação pode ser transferida para o cliente e integrada na sua vida diária. Biomecânica e Fisiologia nos permitem analisar as propriedades dos tecidos e como estes interagem e respondem à aplicação do método Pilates com os seus equipamentos. Alamiro – Um dos grandes princípios do Pilates é o alinhamento do centro e a respiração, isto é, alinhar os 03 pontos da coluna vertebral – occiptal, dorsal média e sacro respeitando as suas curvas fisiológicas – lordoses cervical e lombar e cifose torácica, num autocrescimento, ao mesmo tempo em que trabalha a respiração, liberando a região superior do tórax e somada a eles o recrutamento dos abdominais, principalmente o transverso do abdome, formando um centro alinhado, forte e equilibrado – base para todos os movimentos. Um outro princípio é utilizar-se desse centro para a dissociação de movimentos das extremidades – das grandes articulações como o ombro, aí associada toda a cintura escapular, o quadril, as articulações intermediárias, cotovelo e joelhos e as mais distais – punhos, tornozelos e dedos. Fisio&terapia - Qual o papel dos equipamentos no “Ambiente” de Pilates?
Brent – Os equipamentos cumprem um papel muito importante. As diversas variáveis que podem ser manipuladas no Ambiente Pilates tais como a base de suporte, graus de assistência ao movimento (oferecida por molas ou gravidade) que podem ir desde assistência total até a resistência, e o ajuste do comprimento das alavancas (ao dobrar ou alongar os membros superiores e inferiores com relação ao tronco) são facilmente controladas nos diversos equipamentos. Existem cinco equipamentos que são freqüentemente usados. O mais original criado por Joe foi o Reformer. Ele é como uma cama com um carrinho que corre internamente ao longo da sua estrutura e que tem a resistência dada por molas. Este equipamento permite uma enorme variedade de posições em cadeia
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cinética aberta ou fechada. Os outros equipamentos são o Trapézio (Cadillac), a Cadeira, o Ladder-barrel e o Stepbarrel. Existem muitos acessórios usados originalmente e mais ainda que foram acrescentados pelas novas abordagens como o Polestar. Muitos desses acessórios permitem aos pacientes continuar a usufruir os benefícios de técnica em casa ou em viagens.
Fisio&terapia – Como se trataria um paciente com lesão na região lombar no Ambiente Pilates? Brent - Considerando que 80% dos adultos experiênciam dor na região lombar. Acredito ser uma pergunta importante. No tratamento de dor lombar pelo método Polestar, nós primeiro acessamos os problemas associados a essa dor. A maioria dos pacientes que sofrem de dor lombar aguda tendem a um excesso de recrutamento muscular para se defenderem. Isto acontece relacionado a dois mecanismos diferentes. No primeiro, a lesão a um ligamento ou cápsula na lombar leva a uma inibição pela dor de músculos profundos (ex. multifidio). O multifidio possui seis
vezes mais fibras intrafusais do tipo Ia que qualquer outro músculo do tronco. Sem este feedback proprioceptivo o corpo procura outras estratégias para estabilizar o tronco. Isto é manifestado com freqüência pelo excesso de recrutamento muscular para proteção (quadrado lombar, eretores espinhais, glúteo máximo). No Ambiente Pilates é possível simular em diversas posições o movimento que originalmente seria em pé, diminuindo assim o medo do paciente e facilitando a dissociação da articulação do quadril. A possibilidade de isolar o movimento permite que o indivíduo ganhe consciência do seu tronco e possa então se movimentar sem risco de lesões. A seguir, progride-se trazendo o paciente gradualmente para uma posição ereta, com ação da gravidade e decréscimo da assistência oferecida pelas molas, até que este execute o movimento com pouca ou nenhuma defesa, permitindo a recuperação da lesão. Uma vez atingido este estágio, estaremos prestes a introduzir movimento no local da lesão sem forças destrutivas. Esse uso da assistência oferecida primariamente pelas molas é um dos princípios mais originais de Pilates. O terapeuta pode introduzir flexão, extensão, flexão lateral e rotação todos com assistência e base de suporte adequada até que o paciente possa executar suficiente número de repetições para incorporar o aprendizado. Por último, uma vez que o paciente esteja apto a mover sua coluna dentro de um espectro normal, com estabilização assistida, eles devem ser desafiados através da diminuição da assistência e da base de suporte, simulando
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os objetivos funcionais de sua terapia. Outro grande atributo do Ambiente Pilates é a grande flexibilidade de facilitar novos movimentos que simulam movimentos funcionais. Uma vez que os movimentos estejam sendo executados com eficiência, eles podem ser reinseridos no ambiente familiar utilizando-se de estímulos imaginários, táteis e verbais. Nós temos obtido resultados com esta abordagem em 80% dos pacientes dentro de 6 a 8 sessões de tratamento.
Fisio&terapia – Alamiro, você como uma autoridade em RPG no Brasil e tendo cumprido com sucesso o currículo de Polestar para reabilitação, como você vê o futuro de Pilates no Brasil? Alamiro – A Fisioterapia no Brasil é uma das profissões que mais está crescendo, ganhando espaço, conquistando mercado... A reabilitação é um campo vasto. Nossa atuação, como fisioterapeuta, vai desde atendimento no leito em hospitais, centros de reabilitação propriamente ditos, ambulatórios, consultórios e outros. O Pilates atua nos 04 estágios de reabilitação, a saber, segundo Porterfield e DeRosa: No estágio I - Controle da dor, através de mobilização passiva, ativa assistida e da dissociação de movimentos com o objetivo de diminuir a dor, manter e/ou restaurar o arco do movimento sem dor preservando o trofismo. No Estagio II – estágio dos movimentos sem forças destrutivas, já iniciando movimentação ativa. No Estágio III – Início de treinamento proprioceptivo e cinestésico – ou seja, a reeducação funcional - a restauração da função. E finalmente no Estágio IV – o estágio da determinação de limites através da quantidade de movimentos, carga, posição e freqüência das atividades. Dessa forma Pilates abre um leque de atuação muito grande passando pela reabilitação, pósreabilitação até o condicionamento, o que nos leva a deduzir que podemos utilizar seus princípios e benefícios desde o leito hospitalar como citado por Brent na história do surgimento do método até o campo esportivo. Foto “Brent e Elizabeth Larkan no Reformer” Fisio&terapia – Como você vê o Pilates complementando o seu trabalho em RPG? Alamiro - Há 15 anos trabalho com a RPG e nela está toda a base da minha atuação profissional. A RPG é um trabalho estático que trata os desequilíbrios estáticos do corpo. Pilates é um trabalho dinâmico, é movimento. Meus estudos de Pilates iniciaram-se recentemente. Esta foi a 1ª pergunta que me fiz e venho ao longo de quase 01 ano experenciando-o em meu corpo. Espero em breve ter formulado esta resposta cientificamente. Vejo uma semelhança de princípios muito grande entre ambas, da mesma forma que encontramos semelhança de princípios na acupuntura, na homeopatia... O estático e o dinâmico existem. É o yin e o yang... eles se complementam enquanto energia e força. Um existe em função da existência do outro, como o som e o silêncio. A alternância do dois compõe a música. Estes elementos existem, podem complementar-se, formar um corpo e, entretanto preservar sua individualidade e identidade pessoal. Pilates através da semelhança dos princípios e do seu leque de atuação na área da reabilitação, citado anteriormente, é autônomo e livre podendo ou não se tornar um complemento a qualquer método.
Atenção
Fisioterápica à criança
asmática em idade escolar
1- INTRODUÇÃO A asma é uma doença multifatorial tendo inúmeras causas possíveis como genéticas, fatores ambientais ou externos. É um mal moderno, associado à poluição das grandes cidades e à vida confinada em ambientes fechados. O número de doentes não pára de crescer a incidência de asmáticos na população triplicou nos últimos 30 anos. (PASTORE, 1998). O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica da asma, uma análise estatística de sua incidência, distribuição sintomas e classificação quanto à gravidade através da aplicação de um protocolo de avaliação e tratamento fisioterápico. 2- OBJETIVOS 2.1.Objetivo Geral: Proporcionar orientações e conscientização às crianças portadoras de asma visando prevenir complicações tardias é promovendo melhor qualidade de vida. 2.2.Objetivos Específicos: - avaliar o grau de obstrução brônquica; - verificar as alterações posturais associadas à asma; - verificar o grau de função muscular; - orientar o controle dos sintomas da asma; - realizar procedimentos fisioterapêuticos específicos para o tratamento da asma; - classificar as crianças asmáticas quanto à gravidade em leve intermitente, leve persistente, moderadamente persistente ou severamente persistente. 3- DEFINIÇÃO DA ASMA A asma é um distúrbio crônico, caracterizado por uma hiper-responsividade traqueo-brônquica a diversos estímulos internos ou externos, resultando em estreitamento difuso das vias aéreas. O grau de obstrução varia em curtos períodos e, geralmente, é reversível espontaneamente ou em conseqüência de tratamento. (Palombini apud Silva, 1994; Irwin, 1994). 4. INCIDÊNCIA A asma afeta 100 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil ocorrem 2.500 vítimas fatais por ano (Pastore, 1998). No RS, a prevalência de asma entre escolares esta em torno de 7% (Chatkin e Barreto, 1996). 5. ETIOLOGIA Os principais fatores desencadeantes da asma são: alergia, infecções, exercícios físicos, clima, estações do ano, poluição, tabagismo, medicamentos, alimentos, produtos industriais, refluxo gastro-esofágico, aspectos emocionais, fatores endócrinos, pólens, bolores e hereditariedade. 6. FISIOPATOLOGIA É caracterizada pelo estreitamento das vias aéreas devido a instalação de broncoespasmo, edema das membranas mucosas, hipersecreção e infiltração inflamatória, que provocam aumento da resistência ao fluxo aéreo, tanto na inspiração quanto a expiração (Vaughan, 1983; Cuello, 1987; Irwin, 1994). 7. QUADRO CLÍNICO Os sintomas mais freqüentemente associado à asma são: tosse, falta de ar, chiado e sensação de aperto no peito. Além disso, pode haver ansiedade e produção excessiva de muco. 8. CLASSIFICAÇÃO DA ASMA QUANTO A GRAVIDADE. - Segundo filho (1997) - Leve intermitente; - Leve persistente; - Moderadamente persistente - Severamente persistente 9. TRATAMENTO 9.1.Tratamento clínico: O tratamento médico padrão consiste em terapia medicamentosa, principalmente com broncodilatadores, antiinflamatórios e corticosteróides. 9.2.Tratamento fisioterápico: O tratamento fisioterápico é realizado através da reabilitação muscular e pulmonar com programas de exercícios, controle da respiração, ensinamento de posições de relaxamento apropriadas, instrução do uso correto de aerosol pressurizado e da nebulização. Também inclue-se a educação dos pais e paciente, com ênfase de como minimizar as crises e como se comportar durante as mesmas (Irwin, 1994). 10- Metodologia O trabalho caracterizou-se como uma pesquisa exploratória pois consistiu em coletar uma grande quantidade de informações acerca das crianças asmáticas. A população consistiu-se de 121 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 7 e 12 anos, matriculadas nas escolas Aracy Sacchis, Cícero Barreto e João Belém, do município de Santa Maria. Através de bilhetes enviados aos pais, solicitando o diagnóstico de asma da criança, formou-se a amostra, que inicialmente consistiu-se de 30 crianças, destas, 14 crianças compareceram à avaliação inicial, 9 iniciaram o tratamento e apenas 3 crianças o finalizaram. Foram realizadas: entrevista inicial, avaliação postural, avaliação da função muscular, avaliação de Peak Flow, aplicação do protocolo fisioterápico, que consistiu em relaxamento físico-mental, alongamento geral, alongamento específicos, reeducação respiratória, orientações aos pais e às criançaas As sessões, eram realizadas 2 vezes por semana, em cada escola, com duração de 50 minutos.
Josiane Maria Regla* Luciane Scherer Pahim* Maria Elaine Trevisan** Elhane G. M. Cassol**
* Acadêmicas do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria ** Professoras do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria
11- RESULTADOS: INCIDÊNCIA DA ASMA De um total de 121 crianças 30 crianças apresentaram diagnóstico de asma, o que representa 24,79%. No RS essa prevalência em escolares é de 7%, mas com uma importante tendência ao aumento da freqüência. No Brasil não existem estatísticas completas a esse respeito. Alguns levantamentos parciais, que refletem a realidade de uma região ou estado isoladamente, indicam que a situação é semelhante. (Chatkin e Barreto, 1996). a) Distribuição das crianças portadoras segundo o sexo. Entre as 30 crianças que apresentaram asma, 53,33% foram do sexo feminino e 46,67% foram do sexo masculino. A literatura cita que a asma é mais comum em meninos do que meninas, sendo que até a puberdade o sexo masculino é afetado duas vezes mais que o sexo feminino. (Chatkin e Barreto, 1996; Martins, 1989). b) Principais sintomas nos intervalos das crises: Destacaram-se como principais sintomas nos intervalos das crises, das crianças consideradas, a presença de obstrução nasal (92,86% das crianças apresentavam), respiração oral, casaco fácil e tosse (78,57% das crianças). c) Sintomas após a prática de exercícios físicos Houve a presença de índices altos de desconforto como tosse e cansaço fácil (71,43%) após a realização do exercício físico, o que pode levar a desistência de sua prática pela criança. Estabelece a necessidade de um acompanhamento no período intercrise visando a adaptação da criança para a realização da atividade física. d) Época do ano em que pioram os sintomas O estudo confirmou as afirmações de Chatkin e Barreto (1996), as quais consideram ser o inverno a estação do ano mais prejudicial para o asmático. Das crianças analisadas 71,44% apresentam piora dos sintomas no inverno. e) Fatores agravantes dos sintomas Na amostra estudada, os principais fatores agravantes dos sintomas da asma foram: a fumaça do cigarro, com 92,86%, seguida da poeira doméstica e ambientes poluídos com 85,71% e mudança de temperatura, frio e mofo com 78,57% f) Classificação da asma quanto à gravidade (Segundo a classificação de Filho (1997) Das crianças em estudo 66,67% enquadravam-se na classificação como moderamente persistente, ou seja, com sintomas diários, exacerbações que afetam as AVDS e peak flow está entre 60 e 80% do previsto. Foi aplicado um questionário final aos pais das crianças que relataram melhora na dispnéia, no cansaço, melhor tolerância ao exercício e melhor controle da ansiedade. CONCLUSÃO: O trabalho atingiu seus objetivos. A fisioterapia junto ao tratamento medicamentoso e controle ambiental melhoram a qualidade de vida da criança asmática, evidenciada durante o tratamento pela ausência de crises asmáticas, melhor tolerância aos exercícios físicos e melhor controle da ansiedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENNETT & PLUM, GILL. Cecil - Tratado de Medicina Interna. 20.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, vol. l, 1997. BETHLEM, Nevton. Pneumologia. 4.ed. São Paulo: Atheneu, 1995. CARVALHO, Mercedes. Fisioterapia Respiratória - Teoria - Técnica. 4,ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1987. CHATKIN, J.M., BARRETO, S.M. Asma liberdade para respirar - Guia de orientação para país e pacientes. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. CLARK, T.J.H. Esteróides em Asma: uma reavaliação á luz da terapia inalatória. São Paulo: Roca, 1988. CUELLO, A., ACORDACI, C.S. Broncobstrução. São Paulo: Panamericana, 1987. ___. Kinesiologia Pneumo Cardiológica. Buenos Aires: Editorial Silka, 1980. 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Coluna do Prof. Luís Guilherme Barbosa
FISIOTERAPIA E
ERGONOMIA
PELA SAÚDE DO TRABALHADOR
A Ergonomia não é um simples recurso, mas uma maneira de entender o trabalhador. A Ergonomia, segundo o Prof. Alain Wisner, Psicólogo francês: “Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para conceber ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficiência. A prática da ergonomia é uma arte, utilizando técnicas baseadas em conhecimentos científicos”. A Ergonomia, portanto, não faz parte da Fisioterapia como já me perguntaram. Eu já ouvi dizerem que só o fisioterapeuta deveria fazer ergonomia. Isso mostra o total desconhecimento do que vem a ser essa ciência, ou tecnologia, capaz de entender a atividade humana em seus aspectos físicos, psicológicos e sociais. A ergonomia já foi definida como: “a adaptação do trabalho ao homem”, como se fosse suficiente mudar o entorno deixando o miolo de lado. Ora, a Ergonomia tem várias faces, ou seja, ela é de Concepção – quando o projeto prevê as nãoconformidades ergonômicas no projeto do equipamento, do material ou do serviço; de Correção – quando o único jeito é remediar; de Cognição – quando nos aprofundamos nos elementos interferentes às tomadas de decisão e Macroergonomia – quando a ergonomia é aplicada no modelo gerencial. Entretanto, em todas essas faces da ergonomia existe um elemento comum: O Homem. Trabalhar com o homem é complicado e, por isso mesmo, fascinante, visto que a partir deste surgem variabilidades de todos os matizes. A ergonomia busca se ocupar dessas variabilidades, especialmente, no momento em que ocorre o chamado funcionamento degradado, ou seja, quando as coisas não acontecem como havia sido previsto. Algumas variabilidades são previsíveis com a experiência e o conhecimento detalhado dos processos de trabalho, porém outras são, absolutamente, im-
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previsíveis e são responsáveis por diversos acidentes. Assim sendo, entender o processo de trabalho é o primeiro passo para uma intervenção preventiva eficiente. Em seguida a análise das questões atitudinais, que podem se apresentar individuais ou grupais, são balizadas pela organização do trabalho. Para avaliarmos esses parâmetros, com consciência e competência, é preciso que seja abandonada a chamada “cadeirologia”, que vem sendo forçada por alguns fabricantes de mobiliários e/ou acessórios ditos ergonômicos, baseados nos conceitos da “empurroterapia” e que, naturalmente, não deve ser avalizada pelos Fisioterapeutas do Trabalho. Refletindo sobre essas questões é que pedimos seriedade no trato com os clientes, em nosso caso específico o trabalhador, pois que foi difícil chegarmos à situação atual, onde já temos espaço para realizar diversas atividades dentro da empresa. O Fisioterapeuta do Trabalho ganha espaço a cada dia, mostrando a aplicabilidade de suas técnicas, difundindo conceitos de prevenção – pouco valorizados num passado recente – e auxiliando na melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e, consequentemente, interferindo positivamente na vida da família, o que reflete na sociedade. Pensando nisso, procuramos inserir na formação do Fisioterapeuta do Trabalho conhecimentos além da Biomecânica Ocupacional, da Fisiologia do Trabalho e da Fisiopatologia, inserimos conceitos de Ética e Sociologia, deixando claro que o trabalhador doente é sinônimo de família desequilibrada e, por conseguinte, sociedade enfraquecida. E que, fazer ergonomia não é apenas ajustar mobiliário e colocar acessórios, apenas, mas compreender a relação do homem com seu trabalho em contexto amplo. Portanto, deixem a “cadeirologia” de lado e partam para a intervenção científica. Para ser ergonomista, como alguns se denominam, não basta ler um autor ou outro apenas, é preciso introjetar essa ciência, ou tecnologia, esse “modo de ver”, todo especial, as atividades de trabalho; é preciso aprender a pensar como quem faz atividade, assumir sua postura física e cognitiva, perceber os inputs
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PROF. LUÍS GUILHERME BARBOSA
e entender seus outputs, captar suas decisões, limitando-se tão somente pelas arestas impostas pela arte, conforme nos ensina Wisner, que passeava solenemente no Pelourinho, Salvador, Bahia, no último Congresso de Ergonomia promovido pela Associação Brasileira de Ergonomia, em 1999. Pois é, o povo que estuda e produz dentro da Ergonomia está aí nas ruas, e nas nossas ruas, pois Mário Vidal pode ser encontrado facilmente na COPPE, Ana Maria de Moraes está na PUC, Itiro Iida, que chamaram, erradamente, de Lida, está em Brasília, Helenice Gil, que é fisioterapeuta, está em São Carlos, Bernard Pavard esteve em Salvador, juntamente com Wisner, Hakkin, Rebelo, Martínez e tantos outros. Como dizia uma música de um antigo festival da canção: “o tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém”. E, depois de tanto lutarmos para chegar até aqui, fazer o melhor é a única maneira de fazer, até porque se foi desafiante chegar aqui mais será continuar a desenvolver esse trabalho tão útil aos trabalhadores, às empresas e à sociedade. Luís Guilherme Barbosa é fisioterapeuta, mestre em engenharia de produção – UFRJ, doutorando em engenharia de produção – UFRJ, pesquisador associado ao GENTE/COPPE/UFRJ – Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias da COPPE/UFRJ, ergonomista da PETROBRAS S.A., professor da UNIG e UVA e Socio-Diretor da FISIOpreventerLIFE.
Coluna do Prof. Luís Guilherme Barbosa
QUEBRANDO
OS PARADIGMAS PARA 2000
“As coisas não mudam, mudamos nós”. Não sei quem disse isso, mas como adoro adágios resolvi incorporá-los à minha vida. “Tudo muda o tempo todo no mundo”, já disse Lulu Santos, mas temos que estar atentos, ou melhor, preparados para as mudanças. E nessa trajetória docente, vou sempre trazendo para minha coluna meus “papos” com meus alunos, prática essa que tem sido muito gratificante. O cenário era um banco e a coisa me foi narrada mais ou menos assim: – O que fazes na vida, meu jovem? Perguntou um senhor simpático, ao meu aluno. – Sou fisioterapeuta, senhor. Respondeu, atencioso, o aluno. E, então, o senhor inquiridor começou a tecer milhões de elogios à nossa profissão. Falou da importância da Fisioterapia na vida de sua esposa, de sua mãe, de sua sogra, de amigos e de tanta gente, que não parava mais. Ora, meu aluno ficou encantado, estonteante falou-me, no dia seguinte: – vê professor, as coisas estão mudando. As pessoas já reconhecem a Fisioterapia! Todo feliz e satisfeito pela brilhante
escolha que fez no passado. Mas, não faz muito tempo, as coisas eram diferentes, pois éramos considerados massagistas. Não que eu tenha nada contra o massagista, simplesmente não traduzia a verdade. Hoje estamos sendo considerados profissionais do futuro e, mais uma vez, eu manifesto minhas preocupações com essa questão. Essas preocupações são fundamentadas, entre outras coisas, na idéia que o jovem tem demonstrado ter da vida. Como se já não bastasse a questão do uso do branco, já discutido nesse nosso espaço, surgem aqueles que justificam tudo pelos adágios populares, muitas vezes transformando-os em “verdade de vida” e metendo os pés pelas mãos. Mais uma vez chamo atenção e, lembrando-me do que dizia a Lahna, minha filha mais nova, quando era bem pequena: “- pé tenção!”. Para quem não entendeu o fundamento da coisa, ou acha que não é importante, vamos ao assunto.
1) OS ÚLTIMOS SERÃO OS PRIMEIROS – minha gente, questões religiosas e de indicações políticas à parte, eu nunca ouvi dizer que o último colocado de um concurso tenha sido admitido primeiro; 2) QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA – isso, não sai daí não, fica sentadinho esperando as coisas acontecerem! Fica esperando os supervisores te chamarem para estágio, ou então deixa seu projeto de trabalho dentro da gaveta e você será descoberto por algum “maluco fuçador” das gavetas alheias; 3) QUEM NASCEU PARA SÚDITO NUNCA CHEGA A MAJESTADE – para de ouvir o Caco Anthibys, do Sai de Baixo, porque essa coisa de pobre é para pobres de espírito. Corra atrás do prejuízo, mostre sua competência que as portas se abrirão, nem que demore um pouco. É dentro da linha: “Pobre que nunca comeu melados quando come se lambuza”; 4) A OCASIÃO FAZ O LADRÃO – ladrão que é ladrão não precisa de ocasião, minha gente, está na índole do sujeito; 5) QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO – ora, ora, não seja inocente, você acha que o gato tem a mesma capacidade para caçar que o cão? Busque fazer a coisa certa, cuidado com as improvisações, elas podem ser perigosas; 6) GATO ESCALDADO NÃO TEM MEDO DE ÁGUA FRIA – meu, gato escaldado morre; 7) CÃO QUE LADRA NÃO MORDE – você vai ficar para conferir? 8) MANDA QUEM PODE OBEDECE QUEM TEM JUÍZO – tem gente que acredita piamente nisso. O que temos visto por aí é que manda, geralmente, quem não pode e, tenha certeza, só obedece, cegamente, quem não tem juízo; 9) A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE – errado outra vez, pois a esperança não morre nunca. Não a esperança estática, de ficar esperando, mas aquela que faz a gente tentar sempre outra vez. Não conseguiu, localize os erros, conserte-os e tente novamente com toda esperança. E por aí vai: “Cobra que não anda não engole sapo”, Águas passadas não movem moinho”, Em casa de ferreiro o espeto é de pau”, entre tantos outros. É importante estar atento a uma expressão que foi introduzida pela Gerência da Qualidade Total (GQT), muito útil hoje nos tempos de ISO 9001.2000, que diz: “É PRECISO QUEBRAR OS PARADIGMAS”. Quebre seus paradigmas, pense que tudo tem sua hora e que “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará...”, lembra da música!? Poderei ser localizado da seguinte maneira: 1) revista@inx.com.br 2) guiolm@lab.uva.br Nosso valeu dessa edição vai para: Os Profs. Ansílio (BENNET), Ione 3) Prof. Luís Guilherme Barbosa. C. P. Nº. 15 557, (UVA) e Hélia (UCB), grandes amigos de caminhada; Dr. Alexandre CEP: 20 132-970, Centro - Rio de Janeiro, RJ. (UNIG), adorei a homenagem; Rosária de Ipatinga, melhoras ao papai; 4) Pessoalmente na FISIOLIFE e/ou na UNIG e UVA. Dr. Fabiano (Revista Fisio&Terapia), seu trabalho conquista confiança, isso é ótimo; Prof. Jefferson Cardoso (UEL), obrigado pelas suas palavras Prof. Mário Vidal (COPPE/UFRJ), meu orientador no Doutorado em “Se você sempre fez assim, 2000. provavelmente está errado”. Continuem mandando seus recados, críticas, comentários e sugestões. Charles Kettering Falem conosco, dêem sugestões, mas lembrem-se: mantenham o bom humor!
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por falar em ergonomia
Saúde ocupacional
Por: Dr. José Henrique Ferreira Alves MBA – GSST
O fisioterapeuta do trabalho
Já não é novidade. Basta pegar o jornal e abrir, e não precisa mais ser na página de esportes (desculpa Fábio), que deparamos com uma agradável realidade: O fisioterapeuta caiu nas graças da imprensa. Digo isso porque não é novidade o nosso trabalho em hospitais, clínicas, clubes, academias e empresas. É que passamos de “reabilitadores de ministro”a “terapeutas”de televisivos, emergentes e influentes. Osmar Santos e Ronaldinho são apenas exemplos. Há destaques ainda na respiratória e na estética. Agora somos assunto e solução para as empresas. A ABRH, o conselho Regional de Administração e diversas revistas de primeira linha nos elogiam em coro. O crescimento das Doenças Ocupacionais e a necessidade de implementar estratégias tanto alternativas quanto motivacionais para a reversão do quadro fez com que nossas habilidades fossem hipervalorizadas por empresas que nem pensavam na Qualidade de vida no trabalho. Hoje ocupamos cargos como consultores, ergonomistas, gestores de QVT, gestores de segurança e saúde no trabalho, etc. A situação não é nova. Há fisioterapeutas trabalhando com saúde ocupacional há mais de 10 anos. O modelo é que se tornou convidativo. E devemos explorar esse novo filão. O mercado é ainda maior do que se pode pensar, uma vez que o sedentarismo que acomete o trabalhador moderno o torna elegível à estética, respiratória, etc. A ginástica laborativa virou mania nas grandes empresas. Até agências bancárias estão fazendo. Para atuar nessa área, o fisioterapeuta precisa dominar bem a anatomo-fisiologia, gostar de biofísica e biomecânica, além de bons conhecimentos em exercícios terapêuticos e ergonomia. Há diversas assessorias em segurança e saúde do trabalho que necessitam dos nossos laudos, pareceres, perfis e palestras, sem contar com a implantação de postos de atendimento fisioterapeutico dentro da própria empresa. O que oferecer? ÁREA TÉCNICA: . Estudos Ergonômicos . Projeto Ergonômicos . Gestão de QVT . Perfil Profissiográfico ÁREA PROFISSIONAL: . Prestação de Serviços em Fisioterapia do Trabalho . Avaliações Posturias . Exercícios Terapêuticos (ginástica laborativa) . Análises Biomecânicas PALESTRAS E TREINAMENTOS . Ergonomia Participativa
. Técnicas de Levantamento de Cargas . Cuidados com a Coluna Vertebral . Movimentação Manual de Materiais . Pneumoconioses . Prevenção dos DORT . Stress . Ginástica Postural . Qualidade de vida no trabalho . Redução dos Custos humanos do trabalho
Em São Paulo, a Dra. Cláudia Rossi (parabéns mamãe), que já apareceu até no Jô Onze e meia, ensina seu método C.N. Rossi de ergonomia a profissionais de diversas áreas, de diversas empresas do país. É fundadora da ANAFIT, Associação Nacional de Fisioterapeutas do Trabalho, além de ser docente em cursos de graduação e Pós-graduação e Consultora de empresas como Banco Sudameris. E há outros colegas em empresas como: Vulcan, Dupont, Mercedes Benz, Bosh, Karibé, Alcoa, Alcan, Pirelli, Kolynos, Gessy Lever, Revlon, Arno, Bayer, SEW, Aché, HSBC, Ford, BS Continental, etc.
Onde se atualizar e se especializar: No Rio: Fisioterapia nas Empresas - Núcleo AMA – 12 horas (0xx21) 9981-7008 / Ergonomia para fisioterapeutas – Formação de Consultores / Centro de Estudos Critical Méd – 60 hs (18 de prática) (0xx21) 9136-9483 Pós-Graduação em Ergonomia - PUC-Rio – 360 hs (0xx21) 274-4148 / MBA em Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho - ÍSEP – 380 hs (0xx21) 221-9221 / Pós-Graduação em Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho - Gama Filho – Centro – 360 hs Em São Paulo: Método C.N.Rossi – Consultoria em Ergonomia / Inteligent Table – 120 hs (0xx11) 6163-2020 / Pós-Graduação em Fisioterapia do trabalho / UNISA - Ergonomia Básica - WES – 56 hs (0xx11) 449-3399 Associações Importantes: ABERGO - ANAFIT - ABQV
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Fisioterapia
na Hipotensão Postural A hipotensão postural, também conhecida como hipotensão ortostática é definida como uma condição resultante da diminuição de pelo menos 30 mmHg da pressão arterial sistólica e de 15 a 20 mmHg da pressão arterial diastólica do sangue, quando o indivíduo muda-se da posição supina para a posição sentada ou ereta. O escurecimento da vista, a tontura e até a perda momentânea da consciência são sintomas relatados pelos os pacientes. Pela escassez de estudos publicados na área, partimos do esclarecimento da cardiodinâmica e do mecanismo de regulação da pressão arterial para que pudéssemos compreender posteriormente a fisiopatologia da disfunção citada. A partir daí, o estudo dos efeitos benéficos do exercício e de como o programa deve ser proposto foi imprescindível para que a nossa atuação fosse fundamentada. Em um indivíduo normal essa queda da pressão arterial ao assumir a postura ortostática é regulada principalmente pelo mecanismo de feedback barorrecptor. Esse mecanismo funciona através de receptores neurais e que existem nas paredes de grandes artérias e ao captarem a queda da pressão arterial enviam sinais ao sistema nervoso central que em segundos corrigirá o calor da pressão arterial, através da vasoconstrição generalizada e o aumento da frequência cardíaca e da força de contração do miocárdio. Na postura ortostática a presença de válvulas venosas nos membros inferiores, assim como o trofismo muscular normal são alguns fatores que contribuem para que a pressão arterial se mantenha estável. As causas da hipotensão postural são classificadas em neurogênicas e não neurogênicas. As patologias que induzem a falência da bomba cardíaca, a uma redução do volume intravascular, dilatação dos leitos venosos ou o efeito colateral de medicamentos constituem as causas não neurogênicas, enquanto que as lesões do sistema nervoso central e/ou sistema nervoso periférico são classificadas como causas neurogênicas da hipotensão postural. Em algumas situações até mesmo indivíduos saudáveis podem vir a apresentar hipotensão postural. A permanência em ambientes quentes ou em apenas um decúbito podem favorecer a ocorrência dos sintomas. A imobilização prolongada no leito é uma das principais condições, pois leva a uma acomodação dos barorreceptores. Após analisarmos as causas e as situações que a hipotensão postural pode ocorrer verificamos sua grande incidência em nossos pacientes e constatamos que o fisioterapeuta possui meios para colaborar com a redução dos sintomas apresentados, ou até mesmo impedir seu aparecimento em alguns casos. Iniciar as imobilizações passivas, selecionar e orientar exercícios isotônicos e ou isométricos e estimular o paciente a sentar-se e levantar-se precocemente, de acordo com a patologia apresentada. Essas são condutas que contribuem para prevenir o surgimento da hipotensão postural e atuam evitando a acomodação do sistema barorreceptor e a hipotrofia muscular, especialmente em paciente acamados por um longo período. Já os pacientes que apresentam hipotensão postural e estão aptos a desenvolver um programa de exercícios aeróbios poderão minimizar e até evitar o aparecimento dos sintomas através dos benefícios que esses exercícios proporcionam ao sistema cardiovascular e a nível de fibras musculares esqueléticas. Para todos os pacientes devem ser passadas orientações que também
colaborem para as suas qualidades de vida. A recomendação do uso de meias elásticas, alguns cuidados que se devem ter em casa, os melhores horários para a realização da atividade física dentre outras orientações são fundamentais Através do estudo realizado constatou-se uma normalização da pressão arterial e da frequência cardíaca de repouso, através de um programa bem elaborado de exercícios que contribuem para amenizar o quadro e até mesmo evitar o seu aparecimento. Além do mais, é de consenso, que através das medidas preventivas estabeleceu-se bom resultado contra a instalação dos sintomas. Concluímos que a fisioterapia atuará com maior eficácia em patologias de causas não neurogênicas, sendo que nas patologias de causas neurogênicas os benefícios serão bastantes restritos devido as lesões apresentarem caráter progressivo e/ou irreversível. Anaraci Leme Galassi e Candida Luiza Tonizza de Carvalho Monografia de conclusão do curso de Fisioterapia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas-1999 BIBLIOGRAFIA Araújo, C. G. S. et al. Fisiologia do Esporte e do exercício. Bele Horizonte: Health, 1996 Benowitz, N. L. Instructions for Patients with Orthostatic Hypotension (LowBloadPressurewhen standing). San Francisco General Hospital, http://miso.www.com/caludec/shydrager/instruct, abr/1999. Engstrom, J. W. e Aminoff, M. J. Evalation and Triatment of Orthostatic Hypotension. University of California, San Francisco, http:// www.afp.org/afp/971001ap/engstrm,abr/1999. Kisner, C. e Colby, L.A. Exercícios Terapêuticos- Fundamentos e Técnicas. 3.ed. São Paulo: Manole, 1998. Maciel Junior, J. A. Síndromes de Shy Grager- Protocolo de estado funcional do SNA em 3 casos clínicos. Campinas: Unicamp, (Tese de Doutorado:FCM), 1984. Other Complications of spinal cord injury: Postural (ORTHOSTATIC) Hipotension. http://calder.med.miame.edu/pointis/pos,abr/1999. Rosenthal, M. J. e Naliboff, B. Postural hypotension: Its meaning and management in the elderly. Rowell, L. B. Adjustments to Upright Posture and Blood Loss. P. 137-153. IN: Human circulation: regulation during physical stress. New York; Oxford University, 1986. Streeten, D. H. P. Variations in the Clínical Manifestations of Orthostatic Hypotension. Mayo Clin Proc, n. 70, p.713-714, 1995.
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O Sistema límbico:
sua estrutura e suas funções
Introdução Em 1878 Paul Broca, neurologista francês, chamou atenção para um conjunto de núcleos encontrado em encéfalos de mamíferos, que interligados formariam um círculo. Ele denominou estes núcleos de lobo límbico (limbus=círculo,anel). Este círculo é encontrado profundo ao córtex cerebral, e suas estruturas vieram a ser denominadas sistema límbico. O sistema límbico comanda as ações necessárias para a preservação e sobrevivência dos mamíferos. Controla os mecanismos que determinam o que é e não é prazeroso, são sensações como o medo, amor, alegria, tristeza, raiva, etc, que só existem nos mamíferos. Além disso, como já foi comprovado, algumas das estruturas do sistema límbico participam do processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem e aprendizado. Outra função a este sistema atribuída é fundamental para que todas as demais funções aconteçam, a memória. Nos humanos existe a maior rede de conexão entre as áreas límbicas, o que pode indicar a maior variedade de estados e reações emocionais em relação a outras espécies. Esta instabilidade emocional apontada pelas mudanças de humor (raiva, medo, alegria, tristeza) é crescente quanto mais evoluído o animal, além do chamado instinto maternal, o que se explica pela maior dependência do filhote em relação a sua mãe. Formam-se assim as “famílias”. O desenvolvimento da linguagem permitiu não só nominar os objetos mas também as sensações e transmitir experiências, pelo aprendizado. Estrutura do sistema límbico Não há consenso entre os diferentes autores, quanto as estruturas que compõem o sistema límbico. Papez (1937) sugeriu em um estudo teórico, um mecanismo de manifestação das emoções, o circuito de Papez: hipotálamo, corpos mamilares, fórnix, tálamo anterior, giro do cíngulo e hipocampo. Paul MacLean se refere ao sistema límbico incluindo outras estruturas não referidas por Papez. Para MacLean o
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sistema límbico se constitui dos giros do cíngulo e parahipocampal e hipocampo (estruturas corticais), área septal, corpo amigdalóide, corpos mamilares e núcleos anteriores do tálamo (áreas subcorticais) e várias conexões intrínsecas e extrínsecas, somadas àquelas indicadas por Papez. - giro do cíngulo: localizado acima do corpo caloso é formado por mesocórtex e se continua no giro parahipocampal através do istmo do giro do cíngulo. Parece estar relacionado a olfação, participando também dos mecanismo de dor e agressividade. - giro parahipocampal: localizado na porção inferior do lobo temporal é formado pelo paleocórtex (córtex mais antigo). Sua extremidade anterior dobra sobre si mesma formando uma região denominada uncus, o centro cortical da olfação. - fórnix: trato de fibras simétricas que unem os corpo mamilares ao hipocampo, no lobo temporal. - hipocampo: estrutura curva e alongada encontrada no soalho dos ventrículos laterais. se projeta sobre os corpos mamilares e área septal. Parece ser o centro da memória de longa duração. - área septal: abaixo da porção anterior do corpo caloso, faz conexões com o hipotálamo e formação reticular. É considerada área do prazer, incluindo-se aqui o prazer sexual. - corpo amigdalóide: pequeno conjunto de núcleos próximo a cauda do núcleo caudado. Relaciona-se com o hipocampo, área septal, núcleos do tálamo e hipotálamo. É considerado um centro de agressividade e medo. É um centro identificador de perigo, desencadeando as reações para fuga ou luta. Permite a reações afetivas, como a compreensão do que se gosta ou não gosta. - corpos mamilares: núcleos do hipotálamo que se relacionam ao hipocampo através do fórnix além da formação reticular. Outras regiões do hipotálamo também participam do sistema límbico. Estas regiões parecem estar envolvidas com as reações de prazer e raiva, aversão e riso. Tem papel fundamental na manifestação visceral destas emoções. - núcleos anteriores do tálamo: se relacionam à reatividade emocional, principalmente como conexão entre vias que unem diferentes estruturas como o hipotálamo e hipocampo, via fórnix e giro do cíngulo. Outras estruturas também podem ser nominadas por conta de integrarem conexões tanto intrínsecas quanto extrínsecas deste sistema. O tronco encefálico por exemplo participa da manifestação das emoções, mecanismos de atenção e alerta, mecanismos de preservação
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e sobrevivência e o ciclo sono-vigília, através principalmente da formação reticular e núcleos dos nervos cranianos. A área pré-frontal compreende toda a área não motora do lobo frontal. Relaciona-se com o corpo amigdalóide, tálamo, entre outras. Dá ao indivíduo o senso de responsabilidade, além de concentração e abstração (como no raciocínio espacial) sendo também um centro importante de manifestação de afetividade. As vias olfatórias e da visão também se constituem de conexões fundamentais principalmente para a aprendizagem e a memória. Funções do sistema límbico Como já foi ressaltado, a principal função atribuída ao sistema límbico é promover e regular as reações emocionais, que são os determinantes de nossos comportamentos. Hoje já é sabido porém, que muitos de seus componentes participam também do processo de aprendizado e memória, além de interferir nas funções viscerais. O termo emoções, quando analisado pela etimologia descreve movimento, sendo assim as emoções eventos que causam modificações em nosso comportamento. Precisamos aqui definir emoções e sentimentos. Sentimentos são reações afetivas de longa duração que não interferem de maneira muito intensa no equilíbrio emocional ou funcional de um indivíduo. As emoções são reações agudas, modificações bruscas do equilíbrio emocional que se manifestam muitas vezes através de modificações viscerais. O amor e o ódio são sentimentos, enquanto a raiva e ansiedade são emoções. Em última análise, as emoções seriam a forma de expressão da dificuldade de um indivíduo de se adequar a um evento ou situação, comprometendo muitas vezes o racional e o lógico. A afetividade é um campo de estudo bastante turbulento e complexo. São muitos os saberes que por ela se interessam e a procuram compreender. Podemos estudar a afetividade sob o aspecto biológico ou pelo aspecto psicológico ou ainda pelo aspecto fisiológico e iremos verificar que em muitos aspectos estas duas vertentes concordam. Situações como a ansiedade e o stress com suas mais diversas manifestações podem ser analisadas por estes três aspectos. As manifestações viscerais seriam uma consequencia deste desequilíbrio emocional desencadeado não pelos processos neurofisiológicos e neuroquímicos mas também pelos mecanismos psicológicos de cada indivíduo.
Além das reações emocionais como já foi repetido anteriormente o sistema límbico parece interferir também nos processos de consciência, aprendizagem e memória. A aprendizagem é o processo pelo qual adquirimos novos conhecimentos e a memória é o processo que nos permite reter estes conhecimentos por um período variável de tempo. É da estreita relação entre a aprendizagem e a memória que desenvolvemos nossa individualidade. A aprendizagem é a mais potente das ferramentas para a adaptação tanto do ponto de vista biológico quanto do ponto de vista social. A memória é a ferramenta que permite a todo instante a consciência de quem e como somos, de forma a conhecermos a nós mesmos e ao grupo que nos cerca. Existem quatro estágios do processo de armazenamento: memória sensorial, memória primária, memória secundária e memória terciária. O primeiro estágio resulta em armazenamento por poucas frações de segundos e processa apenas estímulos sensoriais, que são “apagados” pela entrada de novas informações. A memória primária se traduz de um armazenamento de maior duração, alguns segundos, resultante da atenção que transfere os estímulos captados pela memória sensorial. Aqui novamente o fluxo de novos dados faz com que se percam as informações anteriores. Depende de um rótulo verbal para rearmazenamento e recodificação. A memória secundária inclui eventos de curta ou longa duração transcritos da memória primária. Sua duração varia de alguns minutos a alguns anos. Seu armazenamento se dá por repetição. Envolve mecanismos de compreensão e aprendizado. O esquecimento destes dados se associam ao não-aprendizado. Aqui se acumulam todos os tipos de informações. Para que a informação possa ser armazenada na memória secundária parece haver necessidade de se atender determinado esquema e organização de forma que a lembrança se faria segundo as mesmas regras, como um processo de repetição. Por fim, a memória terciária se compõe do armazenamento dos dados ditos superaprendidos, resistentes e de fácil acesso ( nome, idade, local de nascimento, escrever, ler, contar, somar, etc). Estes dados são resistentes à lesões cerbrais e podem ser constante e rapidamente acessados ao contrário da categoria anterior. Bartlett (1932) diferencia entre os processos da memória, a lembrança e a reconstrução. Desenvolveu uma teoria que demonstra uma tendência a erros de memória notadamente quando o sujeito conta uma história que foi aprendida para ser repetida. A cada vez que conta a história, o sujeito tende a usar uma linguagem mais atual e a resumir os fatos relatados. O indivíduo habitualmente não se percebe que não está exatamente lembrando e sim construindo uma versão. A parte construída é aquela
em que o sujeito infere maior credibilidade em relação ao original. Bartlett chama esses “erros” de “versão construtiva”. Como foi dito acima, a aprendizagem e a memória guardam estreita relação. Existem diferentes tipos de memória como existem diferentes tipos de aprendizagem. Segundo Squire (1992) existem dois processos distintos de aprendizagem: aprendizagem explícita que depende da participação consciente do indivíduo, e que se altera quando estruturas do lobo temporal são lesadas e a aprendizagem implícita que não depende de participação consciente do indivíduo e se preservam em lesões do lobo temporal. A primeira é um processo rápido que envolve em geral a associação de estímulos simultâneos e que permite reter a informação a partir de um único evento, permitindo a sensação de familiaridade dada por eventos anteriores. A segunda, representa um processo mais lento e depende da repetição de um evento, como no aprendizado por tentativas, de forma cumulativa. Depende de uma seqüência de estímulos de forma a permitir que se projetem relações entre eventos, e se aprimora conforme a tarefa ou evento é repetido. A aprendizagem implícita depende principalmente da integração entre estímulos motores e sensitivos através de suas respectivas vias e sinapses. Kandel &Hawkins (1992) questionam se através destas sinapses, diante de novos aprendizados, não poderíamos modificar as conexões destas vias modificando em última forma anatomia de nosso cérebro, já que as informações acumuladas na memória modificam sinapses não só no hipocampo mas também em outras regiões. Novas perspectivas se abrem quando buscamos novos conhecimentos, como por exemplo, a compreensão de como se dá o processo de aprendizagem e memória nas diferentes fases da vida humana, estudos já disponíveis na literatura. Começam a se modificar conceitos sobre a aquisição de novas habilidades pelo idosos, pelo estudo das modificações dos processos neuronais de memória e aprendizagem durante o processo de envelhecimento biológico. Conclusões Embora seja grande a quantidade de publicações que tratem dos aspectos funcionais do sistema nervoso relacionados ao sistema límbico uma definição unânime do próprio sistema ainda não foi conseguida. A cada dia novos aspectos são elucidados sejam do ponto de vista histológico, bioquímico, genético ou funcional. Co-mpreender o papel de nossos sentimentos e emoções sobre o todo de nosso organismo e a complexidade das funções superiores do sistema nervoso central é essencial para a facilitação e/ou recuperação do processo de aprendizagem sobre si mesmo e o ambiente ao redor. O encéfalo humano ainda guarda muitos segredos sobre sua fisiologia e muito há ainda sobre o que aprender, e novas formas de aprender ainda podem ser descobertas.
Referências bibliográficas Amaral, J.R.; Oliveira, J.M. (1998) Limbic system:the center of emotions. Barlett, F.C. (1932) Remembering. London:Cambrigde University Press. Brodal, A. (1984). Anatomia neurológica com correlações clínicas. São Paulo:Roca. Doretto, D. (1996). Fisiopatlogia clínica do sistema nervoso. Rio de Janeiro: Atheneu Eichenbaum, H.; Otto, T.; Cohen, N.J.(1994). Two functional components of the hippocampal memory system. Behavioral and Brain Sciences, 17: 449-518. Ehart, E.A.. (1986). neuroanatomia simplificada. São Paulo:Roca. Guyton, A.C.; Hall, J.E. (1997). Tratado de Fisiologia médica. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan. Kandel, E. R.; Hawkins, R. D. (1992). The biological basis of learning and individuality. Scientific American, 53-60. Machado, A. (1993). Neuroanatomia funcional.Rio de Janeiro:Atheneu. Mishkin, M.; Malamut,B.; Bechavalier, J. (1984). Memories and habits:two neural systems.In: The neurobiology of learning and memory. Guilford Press. Mountcastle, V. B. (1982). Fisiologia médica. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan. Papez,J. (1937).A proposed mechanism for emotion. Archieves of Neurology and Psychiatry 37:725-743. Shadmehr, R.; Brashers-Krug, T. (1997) Functional stages in the formation of Human longterm motor memory. J Neurosci , 17: 409-419. Squire, L.R (1992). Declarative e nondeclarative memory : multiple brain systems supporting learning and memory. J Neurosci, 17: 195-231. Young, B.J.; Otto, T.; Fox, G.D.; Eichenbaum, H. (1997). Memory representation within the parahippocampal region. J. Neurosci, 17: 5183-5195.
Eliane Ferreira, M.S.* Mestre em Morfologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Professora das disciplinas de Anatomia Humana e Fisiologia Humana nos cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Centro Universitário Augusto Motta; Professora do curso de Fisioterapia da Univ. Veiga de Almeida.
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O PAPEL DA
FISIOTERAPIA NA SAÚDE MENTAL
A Saúde Pública no Brasil, vem lutando para a ruptura da segregação que anula o paciente da saúde mental na sua sobrevivência e convivência social dentro da sociedade. Tem no presente, como características e objetivo essencial o estudo e a solução dos problemas que condicionam a saúde dos indivíduos integrados no meio ambiente. Dentro do conceito de Saúde Pública está implícito um juízo de valor básico de que a saúde é melhor que a doença e deve ser feito pelas entidades responsáveis todo o esforço para eliminar a doença e conseguir um melhor estado de saúde dos indivíduos e das comunidades, com cada vez mais a necessidade de sua promoção. Atualmente a política de Saúde Mental para a rede pública está investindo na proposta da ruptura da segregação do doente mental, ao priorizar o tratamento de pacientes psicóticos de forma ambulatorial: paciente desinternado, atendimento feito por equipe multidisciplinar e sem exclusão do convívio social. Em agosto de 1979, começou uma experiência inédita no Brasil, o tratamento para psicóticos sem choque elétrico, sem mordaça química ou internação forçada, um caminho para uma abordagem múltipla e dinâmica, construindo um modelo próprio de tratamento para a loucura, baseado sobretudo no contato e na proximidade: o paciente pode pouco a pouco, pisando em terreno seguro, encontrar um sentido para seu sofrimento psíquico e adquirir uma vitalidade própria. Ao contexto inclui-se a Luta Antimanicomial que teve seu ato concreto em outubro de 1978, no Brasil, diluindo uma série de mudanças culturais importantes desse final de século: a revisão de um conjunto de aparatos científicos e administrativos, de relações de poder estruturados em torno da doença mental. O princípio ético da proposta na Luta Antimanicomial incluindo o papel imprescindível da Fisioterapia dentro da equipe multidisciplinar reside fundamentalmente na promoção de um investimento efetivo e pragmático em grupos humanos. O modelo significa introduzir novos dispositivos capazes de considerar a terapeuticidade dos serviços tendo em vista novos desafios em questões, que até então estiveram vigiadas nas instituições da Saúde Mental, com a expressão criativa, a corporalidade, a ampliação do campo terapêutico no ingresso efetivo do papel da Fisioterapia, de laboratórios de produção de vida, pensando uma clínica em prol da construção da cidadania. Tomaremos a partir daí, como antimanicomial toda clínica que convide o sujeito a sustentar sua diferença sem precisar excluir-se do social. O conceito de doente mental pode ser entendido como o efeito de um processo orgânico, como uma realidade material, que a natureza anatômica se manifesta a partir de distúrbios fisiológicos, levando a desmontagem e recusa do mundo instituído, que revela o fracasso das tentativas de entender, superar, evitar ou tornar suportável os sofrimentos psíquicos, fazendo o sujeito viver tensões sem expectativa de
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solução ou abolindo pólos das tensões indivíduo/sociedade, subjetividade/objetividade. Neste momento o fisioterapeuta pode facilitar uma aproximação mais informal com os demais e acompanhá-lo numa experiência menos isolada. Muitas vezes é uma oportunidade de ampliar as possibilidades do paciente, experimentando compartilhar enquanto algo que quebra com a solidão do monólogo psicótico. O atendimento do grupo de saúde mental acontece em Centros de Saúde de forma multidisciplinar com psicólogos, psiquiatras, clínica médica, serviço social e a fisioterapia, através de oficinas terapêuticas. O trabalho é feito com atividades em grupos de sociabilização, expressão, inserção social, executadas por profissionais de nível superior através de atividades variadas como teatro, costura, cerâmica, lazer, atividades psicomotoras. O grupo é constituído de pacientes com patologias como: psicose, esquizofrenia, delírio, angústia, depressão, neurose, fobia, alcoolismo. O doente mental, na sua maioria, apresenta pela sua própria patologia incoordenação motora, déficit de equilíbrio levando a situações que comprometem o desenvolvimento como um todo, além de que, os medicamentos utilizados pelos pacientes por serem depressores do sistema nervoso central inibem ou bloqueiam, acarretando a diminuição da movimentação voluntária. O paciente adquire uma aparência robotizada, sem iniciativa ágil, com movimentos lentos e em alguns casos discinesias; sendo necessário que a propriocepção seja resgatada nos trabalhos feito pela fisioterapia. O trabalho da propriocepção desenvolve-se adaptando o seu espaço fisico-mental associado ao trabalho de imagem corporal, gerando ativação dos proprioceptores através de impulsos nervosos proprioceptivos, utilizados pelo sistema nervoso central para regular a atividade muscular através de reflexos miotáticos e vários centros motores envolvidos na atividade motora que permitem a um indivíduo ter a percepção de seu corpo e de sua partes, bem como da atividade muscular na forma em que executamos através de exercícios de conscientização, imagem corporal, sendo responsáveis pelo sentido de movimento e posição. A atividade física em pacientes psiquiátricos indica resultados satisfatórios e altamente animadores. Antes de tentar imaginar que esses resultados ocorram por uma melhor oxigenação do cérebro, é preciso saber que é na área do lazer, da ocupação concreta em atividades de vida diária e da sociabilização que essas atividades se encontram melhores explicações de seus bons resultados. O equilíbrio corpo-espaço melhora notoriamente; ocorrendo uma recuperação do espírito coletivo, quase sempre aniquilado nesses pacientes. A prática desportiva através de jogos permite a reintrodução da “lei” do convívio; pela ocupação organizada e lúdica, a reabilitação é menos penosa e angustiante; os exercícios ajudam a recuperar a auto-estima, a auto-imagem e o auto-conceito, também muito prejudicados nas neuroses, psicoses e outras patologias psiquiátricas. Para o desenvolvimento das atividades em grupo e do
projeto de pesquisa a coleta de dados é importante para que o terapeuta registre os dados e mais objetivamente possível, com precisão, porque serão utilizados como parâmetro de comparação ao longo do tratamento. Os métodos fisioterápicos são utilizados de acordo com a necessidade de cada paciente, geralmente são feitos exercícios com bolas, bastões em forma de competições, conscientização e/ou a elaboração da criatividade de cada paciente como uma forma de expor sua capacidade. Cada método usado pela equipe é feito de forma coerente e cuidadosa , entretanto faz-se importante salientar que algumas patologias associadas como obesidade, hipertensão, diabetes não interferem na execução das atividades pois a ênfase do projeto de pesquisa é na Saúde Mental como doença de base. A atenção psiquiátrica no Brasil tem estado dependente de considerações políticas menores, ou de interesse exclusivamente lucrativo, nunca se efetuando análise integral de distribuição dos transtornos mentais na população, visando o aparecimento de hospitais psiquiátricos como empresas lucrativas. Por isso o propósito é chamar a atenção da sociedade, do profissional da saúde diante do paciente da Saúde Mental, e despertar o interesse do papel da fisioterapia e seu êxito no Brasil e em cada estabelecimento oferecido aos grupos de Saúde Mental, subsidiados através de cada estado, município ou por meio filantrópico, divulgando uma área da Saúde Pública pouco explorada pelo profissional da saúde. A conscientização humana é necessária para que o doente mental seja recebido pela sociedade; portanto está em cada um de nós como ser humano também, a consciência da
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: “A História da Loucura”. Roteiro de discussão Histórico-Crítica para o curso de capacitação de Saúde Mental – ESMIG. Agosto-novembro 1996. ANDRADE, Adriana. “Histórico do Ambulatório de Saúde Mental da Prefeitura Municipal de Uberlândia”. Uberlândia: Universidade Federal, [S.D]. Secretaria Municipal de Uberlândia. Curso de Especialização projeto Gerus. BRUNNSTROM. “Cinesiologia Clínica”. 4º Edição. Editora Manole 1989 S.P. FERREIRA, F. A. Gonçalves. “ Moderna Saúde Pública”. 4 º Edição. Editora Fundação Calouste Gulbenkean 1978.GOULD, James A . “Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina do Esporte”. 2 º Edição Editora Manole 1993 S.P. LOBOSQUE, Ana Marta. “ Princípios para uma clínica Antimanicomial e outros escritos”. Editora Hucitec 1997 S.P. MACHADO, Ângelo B. M. “Neuroanatomia Funcional”. 2 º Edição. Editora Atheneu, 1993 R.J. MENGUE, Sotero Serrate; DUNCAN, Bruce B. “Aspectos das condições de saúde da população brasileira”. [S.D] . OLIVEIRA, Osmar. “Perguntas e Respostas em Atividade Física”. Editora Bigalênica [S.D]. ROUQUAYROL, M. Zélia. “Epidemiologia e Saúde. 4 º Edição. Editora Medse 1994 R.J. SCOTTI, Ricardo F. “Norma Operacional básica do S.U.S – Versão de 27/08/96”. Aprovada pelo Conselho Regional de Saúde. PROJETO de Pesquisa ,em andamento, desenvolvido por: Adriana Leal Freitas, Cláudia Mariano Dantas, Fabiana Pereira Lacerda, Helena Hanna Khalil Dib, Alunos do 5º ano de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo ( UNIT), Uberlândia-M.G, sob orientação da Prof.a ,fisioterapeuta e mestranda : Ana Maria Silva Pereira. Contato: E-mail Helenahk@zipmail.com.br
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OsOs sintomas sintomas
Por DULCENÉIA SOARES ALVES e MAIARA RODRIGUES RUBIM
dolorososrelacionados relacionados dolorosos
A atividade profissional dos indivíduos, desde os tempos remotos, vem sendo associada a transtornos ocasionados por condições inapropriadas para o trabalho, posturas inadequadas e atividades que exijam movimentos repetidos de determinados segmentos corporais. Vários são os relatos de distúrbios osteomusculares ocorridos em médicos que realizam exames ultrassonográficos ocasionados principalmente pelo uso repetitivo dos membros superiores. Outros profissionais como os enfermeiros, também referem queixas de algias na coluna vertebral pelo manejo com pacientes pesados em condições antiergonômicas. A partir dessas informações sentimos a necessidade de realizar uma investigação para se averiguar a ocorrência de distúrbios dolorosos relacionados a atividade profissional do fisioterapeuta. Analisamos, então os dados encontrados após entrevistas com vinte e dois fisioterapeutas atuantes na cidade de Bagé-RS, constando-se que 90,90% dos entrevistados apresentaram dor ou desconforto durante a sua jornada de trabalho ao utilizarem suas técnicas fisioterápicas, enquanto que apenas 9,10% relataram não ter sintomatologia dolorosa. Dentre as técnicas que mais causam dor durante sua utilização estão: a cinesioterapia passiva, a massoterapia, as técnicas passivas de fisioterapia respiratória, os exercícios contra-
resistidos manuais, o ultra-som, entre outros. Veja o gráfico 01. Gráfico 01:Técnicas e aparelhos que provocam maior incidência de dor durante a sua utilização. Observou-se que estas técnicas provocam sintomas dolorosos em diferentes regiões do corpo, sendo que estes dependem da maneira como as técnicas são utilizadas e da sobrecarga que oferecem a determinados segmentos corporais. A cinesioterapia passiva é uma das técnicas apontadas pelos fisioterapeutas
como desencadeadora de algias nas regiões cervical, lombar, punho, dorso-lombar e ombro, conforme é demonstrado no gráfico 02. Gráfico 02: Relação entre cinesioterapia passiva e local de dor. O exercício passivo exige do fisioterapeuta um certo grau de esforço, sendo que este grau dependerá da patologia e estrutura corporal de cada paciente. Ao realizar a mobilização passiva, o fisioterapeuta necessita de força e técnica e, para isso, utiliza muitas vezes seu próprio corpo na movimentação do paciente. Se o profissional estiver despreparado fisicamente, haverá uma sobrecarga das estruturas envolvidas, podendo produzir lesões nos tecidos, causando dor e espasmos musculares, resultando na instauração do ciclo dor-
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à atividade ocupacional à atividade ocupacional fisioterapeuta do do fisioterapeuta
espasmo-dor. Além disso se a mobilização for realizada com posturas inadequadas haverá uma sobrecarga ainda maior principalmente nas estruturas anatômicas da coluna vertebral. Assim como a cinesioterapia passiva, a massoterapia causa sintomas dolorosos
nas regiões lombar, cervical e do punho. Ainda foram relatadas dores nos dedos e em todo o membro superior. Veja o gráfico 03. Gráfico 03: Relação entre massoterapia e local de dor Durante a realização da massoterapia o fisioterapeuta executa movimentos repetidos dos membros superiores, tanto de punho e dedos como de cotovelos e ombros, podendo produzir fadiga e alterações músculo-esqueléticas provocadas por microtraumas causados pela agressão contínua a estas estruturas. Ao realizar as manobras de massoterapia, o fisioterapeuta que trabalhar em local não adaptado as suas necessidades físicas, adotará posturas incorretas, principalmente aquelas em flexão e rotação da coluna lombar na tentativa de encontrar um melhor posicionamento para executar seu trabalho. A adoção destas posturas inadequadas produz dores nas regiões cervical e lombar do profissional. Para evitar ou amenizar esta sintomatologia os fisioterapeutas informaram que tentam substituir a aplicação da massoterapia por outras técnicas.
Segundo os fisioterapeutas a aplicação de técnicas passivas de fisioterapia respiratória são responsáveis pelo aparecimento de sintomas dolorosos a nível de punho, região peitoral, ombros e região dorso-lombar conforme o gráfico 04. Gráfico 04: Relação entre as técnicas respiratórias e o local de dor As manobras de vibração, terapia expiratória manual progressiva (TEMP), percussão e vibrocompressão foram as mais relacionadas ao aparecimento das algias mencionadas, pois estas técnicas exigem contração isométrica de toda a musculatura do membro superior inclusive da musculatura da região peitoral. Além disso, na maioria das vezes se faz necessário o uso de força para mobilizar e comprimir a caixa torácica do paciente. Se estas manobras forem realizadas por tempo prolongado e continuamente irão sobrecarregar os membros superiores sendo o punho mais atingido, visto que está diretamente ligado a aplicação das técnicas mencionadas. Dores na região dorso-lombar poderão acometer os profissionais se a aplicação de técnicas de fisioterapia respiratória forem executadas com posturas incorretas.
Assim como nas técnicas de fisioterapia respiratória, durante a execução dos exercícios contra-resistidos manuais a região do punho, também, é a mais acometida por processos algicos, seguida pelas regiões cervical, lombar, antebraço e polegar, como ilustra o gráfico 05. Gráfico 05: Relação entre exercício contra-resistido e o local de dor. Durante a realização do exercício contra-resistido é necessário a aplicação de uma força relativamente grande. Para realizá-la o fisioterapeuta precisa manter sua musculatura preparada pois, caso contrário, haverá fadiga e dor. Outro fator importante é a contração isométrica mantida, que
ocasionará diminuição da circulação sangüínea e acúmulo de ácido láctico e catabólitos na musculatura envolvida. Dos fisioterapeutas que relataram distúrbios dolorosos pelo uso do ultra-som,
a maioria referiu que os punhos e a região cervical são os mais acometidos, seguidos pela região dos ombros e antebraços. Ver gráfico 06. Gráfico 06: Relação entre o uso do ultra-som e o local de dor O fisioterapeuta ao usar o ultra-som, mantém postura estática de ombro em abdução e flexão executando contração isométrica da musculatura que realiza e mantém estes movimentos. A manutenção desta postura promove um obstáculo à circulação sangüínea acabando por desencadear alterações metabólicas, tendo como conseqüência o aumento dos estímulos dolorosos. Alguns relatos afirmam que o braço fletido ou abduzido por um tempo significativo contribui para o aparecimento de tendinite de ombro. Estudos eletromiográficos demonstram que quando o ombro faz uma abdução de 40º, as fibras superiores do trapézio tem que desenvolver um esforço 64 vezes maior que em repouso, podendo provocar distúrbios na região cervical. Associado a essa postura, o movimento repetitivo de circundução do punho durante a aplicação do ultra-som pode provocar microrrupturas dos tecidos que, sem período de repouso para sua regeneração, podem evoluir para tendinite de punho. Ao final deste, podemos concluir que as atividades laborais dos fisioterapeutas, assim como as de outros profissionais, provocam transtornos dolorosos que podem vir a Bibliografia: COUTO, Hudson de A. “Abordagem das lesões ocupacionais”. In.: L.E.R. Lesões por esforços repetitivos: aspectos atuas de interesse prático. São Paulo: Cultural, 1997. p. 4-6. Hudson de A., Nicoletti, J. LECHE, O. Como gerenciar a questão das L.E.R./D.O.R.T. lesões por esforços repetitivos / distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Belo Horizonte: ergo, 1998, 438p. KNOPLICH, J. Enfermidades da coluna vertebral. 2ª ed., São Paulo: Panamed, 1986. 450p. LEMOS, Jadir C.; CASTRO, J.; BARNEWITS, L. Análise ergonômica das posturas assumidas pelo profissional de enfermagem do hospital universitário de Santa Maria em tarefas realizadas frente aos leitos. Santa Maria: (não publicado), . LIPPERT, L. Cinesiologia clínica para fisioterapeutas. Rio de Janeiro: Revinter, 1996, 301p. NICOLETTI, Sérgio. “Tratamento dos distúrbios músculo-esqueleticos ocupacionais”. In.: L.E.R. Lesões por esforços repetitivos: literatura técnica continuada de L.E.R. (São Paulo): Bristol-Myers squibb, s.d., p. 1-8. RIO, R. Pires. L.E.R. – Ciência e lei. Belo Horizonte: Health, 1998. 334p.
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ABA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ACUPUNTURA DESDE 1961
1º e mais antigo curso do país
SINOPSE DO PROGRAMA:
Conceito e Histórico da ACUPUNTURA - Energias - Celestiais e Telúricas As Estruturas - Os meridianos (Jing Luo) - Interação das Funções Os grandes Meridianos - Pontos fora de Meridiano - O Diagnóstico - Terapêutica Aulas práticas e estágio supervisionado. - Monografias executadas pelos alunos. COORDENADOR: Dr. Evaldo Martins Leite
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