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Editorial Novidades para 2003. A Revista Fisio&terapia e seus anunciantes reservaram uma surpresa para vocês. Mais um ano letivo se inicia e com ele uma “nova” jornada da nossa Revista. Como o nosso único intuito é sempre satisfazê-los, nós juntamente com nossos anunciantes, estaremos durante todo ano de 2003 sorteando diversos aparelhos para vocês. Se você já é assinante, basta ficar de olho na Revista e no Site e conferir o resultado de cada sorteio com o número de seu cartão do assinante. Mas se você ainda não é assinante, faça sua assinatura e receba seu cartão e seu número de matricula para assim concorrer aos prêmios. Os ganhadores serão comunicados por telefone e através da Revista, Jornal e site. São muitos aparelhos de todas as marcas e para todos os gostos. Boa sorte e obrigado por estarem com a gente em 2003. Nós trabalhamos pensando sempre em vocês, boa sorte. E para já dar boas vindas ao novo projeto segue aqui a lista dos quatro assinantes sorteados em janeiro e fevereiro ganhadores de dois TENS e dois FES sendo um para cada um. São eles: Adriana Lucia Pastore e Silva Regiane Cristina Rocha Matricula: 100514 Matricula: 105987 São Paulo - SP Santos - SP Christiane Boaventura Lourenço Michele Alves Matricula: 200679 Matricula: 200492 Vitória - ES Salvador - BA
Os ganhadores deverão entrar em contato com a Revista para comunicar onde querem receber seus aparelhos. Parabéns e espero que gostem muito dos aparelhos Efficacy, depois mande um e-mail para gente! Para os que não foram sorteados desta vez, não se preocupe que ainda tem muito mais produtos para vocês e de todas as marcas, fique de
ISSN 1678-0817 Diretor e Editor: Dr. Oston de Lacerda Mendes Diretora Comercial: Luciene Lopes Diretor de Edição: Dr. Fabiano Moreira da Silva Diretor Gráfico: Marcio Amaral Assistente de Redação Diogo Santos Assistente de Correspondentes: Tânia Mara Mehl (RJ) (21) 2422-2041 tania@fisioon.com.br Karine Garcia Santos (outros estados) (62) 224-9007 karine@fisioon.com.br Colunistas: Dra. Edna Cristina Dr. Antonio Carlos Tonhão Web Master: Ricardo Aragão Web Designer: Marcio Amaral Jornalista Responsável: Rafael Vieira Assessoria Jurídica: Dr. Walter Lambert de Brito
Índice 04 - Agenda. 06 - Cartas. 09 - Avaliação da Perda de Função
Pulmonar Após Cirurgia Torácica.
11 - Ultra-Som Terapêutico na
26 – Marketing. 27 - A Evolução das Relações
Fisioterapeuta e Usuários de Acessórios - Órteses – Próteses.
Escritório em Minas Gerais Tel: (31) 3826-0007
30 - Atenção da Fisioterapia
E-mail: revista@fisioon.com.br Site: www.fisioon.com.br
32 - A Utilização do Flutter VRP1
A Revista não se responsabiliza por cartas e artigos assinados.
Redução da Lipodistrofia Ginóide.
Respiratória ao Paciente Tetânico.
16 - Entrevista: Dra. Maria Silvia. 24 - A Importância dos Exercícios
no Tratamento do Paciente com Fibrose Cística.
Perineais na Saúde e Sexualidade Feminina.
Endereço da Redação: R. José Linhares, 134 - Leblon Rio de Janeiro - RJ - 22430-020 Tel. (21) 2294-9385 / 2249-8191
34 - Contos da Tininha. www.fisioon.
Agenda ESC DATA CURSO CIDADE UF. MARÇO Em Março As Cadeias Musculares / Léopold Busquet Belo Horizonte MG Em Março XII Curso de Técnicas de Terapia Corporal Rio de Janeiro RJ 5% Em Março RPG / Propriocepção / Módulo II Rio de Janeiro RJ Em Março Curso Internacional de Terapia Manual: Método Mulligan - Toby e Kim São Paulo SP Em Março Curso Internacional de Terapia Manual: Método Mulligan - Toby e Kim Rio de Janeiro RJ Em Março Curso Internacional de Terapia Manual: Mobilização Neural - Toby e Kim São Paulo SP Em Março Curso Internacional de Terapia Manual: Mobilização Neural - Toby e Kim - Rio de Janeiro RJ Em Março Curso Internacional de Terapia Manual: RPG pelo sistema australiano- Rio de Janeiro RJ Em Março Curso Internacional de Terapia Manual: Anatomia Normal e Patológica São Paulo SP 08 e 09 Especialização Profissional em Fisioterapia Dermato Funcional Curitiba PR 08 e 09 Especialização Profissional em Fisioterapia do Trabalho Curitiba PR 08 e 09 Especialização Profissional em Fisioterapia Traumato Ortopédica Curitiba PR Grátis 10 Utilização da Eletroterapia na Diástase Abdominal - 09:00 às 12:00 H Rio de Janeiro RJ 10% 10 e 11 Protocolos para Tratamento de Gordura Localizada e Flacidez Rio de Janeiro RJ Grátis 13 Técnicas de Aplicação Eletroterápicas no Pós Operatório - 10: às 16:00 H Rio de Janeiro RJ 10% 14 a 16 Drenegem Linfática Facial e Corporal - Módulo I (Básico) Rio de Janeiro RJ 10% 15 1º Simpósio em Fisioterapia Esportiva Ribeirão Preto SP 10% 15 e 16 I Whorkshop de Fisioterapia na Empresae Ginástica Laboral (12 h) Rio de Janeiro RJ 10% 15 e 16 IV Curso de Biomecânica (88h) 1º Módulo Biomecânica Básica Rio de Janeiro RJ 10% 16 Redução de Medidas por Crioterapia Rio de Janeiro RJ 10% 17 e 18 Protocolos para Tratamento de Gordura Localizada e Flacidez Rio de Janeiro RJ 17 a 23 Reeducação Uroginecológica São Paulo SP 18 a 21 Curso Internacional de RPG pelo sistema australiano - Toby e Kim - Austrália São Paulo SP Grátis 20 Microdermoabrasão - 10:00 às 16:00 H Rio de Janeiro RJ 20 a 25 As Cadeias Musculares e as Cavidades / Módulo III Belo Horizonte MG 22 e 23 Curso Internacional de Movimento Combinado - Toby e Kim - Austrália São Paulo SP 10% 22 e 23 Disturbios Neuromotores no Adulto (30h) Rio de Janeiro RJ 10% 22 e 23 III Whorkshop em Massoterapia Aplicada á Fisioterapia (12h) Rio de Janeiro RJ 10% 22 e 23 III Curso de Fisioterapia Obstétrica (24horas) Rio de Janeiro RJ 10% 22 e 23 Curso de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Rio de Janeiro RJ 10% 22 e 23 IV Curso de Biomecânica (88h) 2º Módulo Cintura Escapular e Ombro Rio de Janeiro RJ Grátis 24 Utilização de Eletroterapia na Prevenção Rio de Janeiro RJ 10% 24 e 25 Kabat Facial Rio de Janeiro RJ Grátis 27 Qual é a Finalidade da Microcorrente na Estética? - 10:00 às 16:00 H Rio de Janeiro RJ 10% 27 a 30 Terapia Craniossacral II (TCS II) Rio de Janeiro RJ 27 a 30 2º Meeting Brasil de Fisioterapia São Pedro SP 28 a 30 Fisioterapia Dermato-Funcional Corporal / Dra. Lorice Issa Miguel São Paulo SP 28 a 30 Método Kabat Ribeirão Preto SP 29 Acesso às Fontes de Informação em BIREME Petrópolis RJ 10% 29 e 30 Introdução ao Conceito de Tratamento BOBATH em Pediatria Rio de Janeiro RJ 10% 29 e 30 I Curso de Osteopatia (12h) Rio de Janeiro RJ 10% 29 e 30 Personal Therapy“ Uma Proposta Inovadorano atendimento domiciliar” Rio de Janeiro RJ 10% 29 e 30 Técnicas p/ TTO. De Rejuvenescimento Facial Rio de Janeiro RJ 30 e 31 Curso Internacional de Movimento Combinado - Toby e Kim - Austrália Rio de Janeiro RJ Grátis 31 Vacuoterapia Corporal - 09:00 às 12:00 H Rio de Janeiro RJ 10% 31 e 01 Kabat Facial Rio de Janeiro RJ 31 e 01 Curso de Formação de Bolas (Turma A) São Pedro SP 31 a 02 Iso-Stretching (Turma A) São Pedro SP ABRIL Em Abril Curso Internacional de Terapia Manual: Movimento Combinado Rio de JaneiroRJ 04 a 06 Iso-Stretching (Turma B) São Pedro SP 10% 04 a 06 ALAM (Abordagem por Liberação Ativa Mioarticular) Rio de Janeiro RJ 05 e 06 Anatomia Palpatória - Dra. Lília Junqueira Brasília DF 05 e 06 Curso de Formação de Bolas (Turma B) São Pedro SP 10% 05 e 06 IV Curso de Biomecânica (88h) 3º Módulo Cotovelo,antebraço e ombro Rio de Janeiro RJ 10% 05 e 06 I whorkshop de Reabilitação Rio de Janeiro RJ 10% 05 e 06 Curso teórico & prático deTerapiais Manuais (54h) Rio de Janeiro RJ 10% 05 e 06 Continuação de Disturbios Neuromotores no Adulto (30h) Rio de Janeiro RJ 10% 05 e 06 Eletroterapia Módulo I: A utilização do Ultra-Som nos Tratamentos Estéticos Rio de Janeiro RJ 10% 07 e 08 Protocolos p/ Avaliação Rio de Janeiro RJ 10 a 12 1º Congresso Internacional de Fisioterapia Fortaleza CE 8% 11 e 12 Drenagem Linfática Manual Medical “ Método Leduc - Bruxellas” São Paulo SP 10% 11 e 12 Drenagem Linfática Facial e Corporal - Módulo II - Pré e Pós-Cirúrgico Rio de Janeiro RJ
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TELEFONES (31) 3226-4836 / 9958-4479 (21) 2251-9285 / 2247-8557 (21) 3903-5893 / 9398-2034 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (41) 225-6670 (41) 225-6670 (41) 225-6670 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (19) 9740-0906 (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (12) 3921-9587 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (31) 3226-4836 / 9958-4479 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2431-3211 / 2431-0392 (19) 3422-1066 (11) 3168- 2592 / 3079-0925 (16) 623-1944 (22) 2288-5079 / (24) 2233-6001 (21) 2537-5017 (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2255-7635 / 9984-4195 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437008 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (19) 3422-1066 (19) 3422-1066 (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800 437009 (19) 3422-1066 (21) 22454/ 9414-1410 (61) 340-2344 / 340-6830 / 347-5457 (19) 3422-1066 (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2278-6l23 / 2422-204l (21) 2255-7635 / 9984-4195 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (85) 3094-0464 (11) 3079-0925 / 3168-2592 (21) 2255-7635 / 9984-4195
Agenda DESC DATA CURSO CIDADE UF. TELEFONES 5% 11 a 13 Fisioterapia Dermato-Funcional Nova Friburgo RJ (22) 2523-8863 / 9836-7331 10% 12 a 13 Curso de Fisioterapia Dermato-Funcional (24h) Rio de Janeiro RJ (21) 2278-6l23 / 2422-204l 10% 12 a 13 I Whorkshop de Radiologia Aplicada a Fisioterapia (12h) Rio de Janeiro RJ (21) 2278-6l23 / 2422-204l 10% 12 a 13 Curso de Fisioterapia Respiratória Ambulatorial e na beira do leito (30h) Rio de Janeiro RJ (21) 2278-6l23 / 2422-204l 13 a 22 Método Kabat S. J. Campos SP 0800 7712666 10% 14 e 15 Protocolos p/ Avaliação e Tratamento de Diferentes Graus de Fibroedemagelóide (Celulite) Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 5% 17 e 18 Bad Ragaz (J. Lambeck) Rio de Janeiro RJ (21) 2287-8413 / 2522-8841 / 9647-3463 10% 18 a 21 Manipulação Visceral I A (MV I A) Rio de Janeiro RJ (21) 2431-3211 / 2431-0392 5% 19 a 21 Halliwick Básico (J. Lambeck) Rio de Janeiro RJ (21) 2287-8413 / 2522-8841 / 9647-3463 5% 22 e 23 Relaxamento para Fisioterapia Rio de Janeiro RJ (21) 2287-8413 / 2522-8841 / 9647-3463 22 a 24 Iso-Stretching (Turma D) São Pedro SP (19) 3422-1066 5% 24, 28 e 29 Bad Ragaz (J. Lambeck) São Paulo SP (21) 2287-8413 / 2522-8841 / 9647-3463 5% 25 a 27 Disfunções Cérvico Crânio-Mandibulares Nova Friburgo RJ (22) 2523-8863 / 9836-7331 25 a 27 Iso-Stretching (Turma E) São Pedro SP (19) 3422-1066 5% 25 a 27 Halliwick Básico (J. Lambeck) São Paulo SP (21) 2287-8413 / 2522-8841 / 9647-3463 26 e 27 Reflexologia Sujok / Ministrado por Dr. Jorge Boucinhas Rio de Janeiro RJ ( )2535-1286 / 2535-2997 10% 26 e 27 I Whorkshop em Métodos e Técnicas de Avaliação lRio de Janeiro RJ (21) 2278-6l23 / 2422-204l 10% 26 e 27 Curso teórico & prático deTerapiais Manuais (54h) Rio de Janeiro RJ (21) 2278-6l23 / 2422-204l 10% 26 e 27 IV Curso de Biomecânica (88h) 4º MóduloBiomecânica Respiratória Rio de Janeiro RJ (21) 2278-6l23 / 2422-204l 26 a 09 RPG - Philippe Souchard Brasília DF (61) 340-2344 / 340-6830 / 347-5457 10% 28 Shiatsu Básico Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 5% 30 e 01 Hidroterapia na Pediatria Rio de Janeiro RJ (21) 2287-8413 / 2522-8841 / 9647-3463 05.MAIO Esp. Em Maio Técnicas do Sistema Músculo-Esquelético / Módulo IV Rio de Janeiro RJ (21) 2570-8920 / 2285-4564 Em Maio 8ª Jornada Catarinense de Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica Joinville SC (47) 425-2359 Em Maio 1º Congresso Sul-Brasileiro de Medicina Estética Joinville SC (47) 425-2359 Em Maio Curso de Especialização “Lato Sensu” em Acupuntura / ABA-RJ/IBMTC Rio de Janeiro RJ (21) 2257-3065 10% 01 a 04 34º ENAF Poços de Caldas MG Anuncie gratuitamente aqui e confira a agenda completa no site: www.fisioon.com.br
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Cartas LEI DOS “ATOS MÉDICOS” DIGA NÃO! As realizações de milhares de Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e estudantes estão ameaçadas por um “ATO” absurdo. Há anos, um grupo insiste em MONOPOLIZAR os direitos adquiridos pelos profissionais da saúde. Deve julgar o SABER privilégio de alguns. Estamos falando da classe médica, merecedora de respeito dignamente conquistado pelos benefícios de seu exercício, porém faltoso com os Fisioterapeutas no relacionamento profissional. O projeto de lei 25/2002 que torna Lei o Ato Médico, foi considerado INCONSTITUCIONAL por duas votações no Senado Federal. Porém, dia 04/12/2002, ele passou novamente em votação no Senado, com a correção dos artigos 1º, 2º e 3º que geraram a inconstitucionalidade. Assim, por conta da modificação dos três artigos, ele foi considerado constitucional e será encaminhado a outra comissão, para julgar o mérito. Somente após o julgamento do mérito, onde a comissão avaliará se este fere as resoluções dos demais Conselhos, o projeto poderá ser considerado ou não aprovado. Em suma, exige-se que cada clínica de Fisioterapia tenha um médico responsável e remunerado pela mesma. Segundo tal projeto, é um perigo para a sociedade, a ausência do médico, pois somente ele pode dar diagnóstico, prognóstico e alta, avaliando até mesmo as condutas do Fisioterapeuta. Além de outros delírios (se assim permite meu desabafo) contra outras profissões da saúde. O fato é que, se este projeto for aprovado, estaremos condenados a oficialmente nos transformar ao que a classe médica já insiste em insinuar nos dias atuais: “de auxiliar de médico”. Isso pode decretar o fim de nossas carreiras, sonhos e realizações. Eis então a pergunta que não quer calar: “Afinal, somos ou não profissionais liberais de nível superior e resguardados por um código de ética?” Enquanto não tomamos conhecimento das defesas
de nosso Órgão Superior contra este absurdo, a Revista Fisio&terapia, preocupada com o futuro de nossa profissão, convoca todos os leitores, para juntos, impedirmos tal ato. Solicito que você entre no site www. fisioon.com.br e assine nosso abaixo assinado virtual para ser encaminhado ao futuro presidente da Câmara, do Senado e ao presidente da República Luís Inácio Lula da Silva e demais deputados eleitos , exigindo a não aprovação desse projeto de lei. Convoque os colegas de sua região, amigos, pacientes...Juntos vamos vencer essa luta que é de todos. Muito obrigado. Atenciosamente, Dr. Fabiano Moreira da Silva. Sr. Presidente do Conselho Federal, Srs e Sras Presidentes dos Conselhos Regionais, Presidentes de Sociedades, Amigos Fisioterapeutas, Sou Fisioterapeuta formada há cerca de 10 anos, onde 8 dedicados à Terapia Intensiva. Em tantos anos de atuação, ainda não vi “regras” ou “rotinas” de Fisioterapia Intensiva. Sabem o que vejo? Fisioterapeutas submetendo-se à regras impostas pelas Chefias de Enfermagem e Médica. Estou pasma também... e revoltada, pois procuro alguma coisa escrita, uma regra, sei lá, e nada encontro. E com isso, não posso brigar pelo o que entendo de Fisioterapia Intensiva. Eu sei que o tem no nosso livro de Ética, mas não abrange UTI. Sabe o que me revolta? Saber que alguns colegas aceitam “colocar catéter em nariz de doentes, colocar água em MCNBZ, fazer NBZ horária, montar respirador, etc, é asqueroso! Repugnante! Não consigo acreditar que tanto lutamos pra acabar com o técnico de Fisioterapia, mas na UTI estamos virando técnicos! Não podemos realizar um consenso sobre qual é a Rotina do Fisioterapeuta
na UTI?! Creio que assim, definiríamos nosso papel. E uma outra coisa, são os planos de saúde. Somos obrigados a ficar 24 horas dentro da UTI, mas o danado do Plano só paga 2 atendimentos respiratórios e 1 motor, com a tabela de 90!!! Quando definitivamente nosso referencial poderá ser cobrado? Aguardo respostas. Abraços, Carla ET.: Desculpem-me o desabafo, mas “tá entalado” aqui na garganta... Resposta: “Dr.a Carla, concordamos com você em gênero, número e grau. E para piorar se o projeto de lei ATOS MÉDICOS for aprovado, estaremos condenados a ter que legalmente aceitar tais imposições em definitivo. Assim como você, aguardamos atitudes “palpáveis” de nosso órgão competente, para evitar tal absurdo. Pois até o momento nada oficialmente nos foi enviado oriundo de Brasília, apenas as anuidades regionais que ao final do recolhimento em Março gerará 20% de todos os CREFITOS para o COFFITO. Achamos que esse montante mereceria ao menos o envio de uma carta de SATISFAÇÃO aos profissionais de todo Brasil, de como está o processo e o que está sendo feito de concreto contra tal projeto de lei.” Dr. Fabiano Moreira da Silva Dra. Carla, Na home page da SOBRAFIR - www. sobrafir.com.br/artigos/ - existe um documento elaborado na gestão da Dra. Maria Ignês Feltrim, com a colaboração do Departamento de Terapia Intensiva, intitulado “Atuação do Fisioterapeuta em Unidade de Terapia Intensiva - PARECER SOBRE CONDUTA EM UTI. Este documento foi elaborado a partir de uma solicitação do COFFITO. Entendemos que este documento representa a notória experiência dos
Cartas profissionais que participaram da elaboração deste, que pode ser transposta ainda hoje para a nossa realidade. Peço a você que o leia atentamente e faça o juízo necessário para a tomada de decisão que envolve a atuação de sua equipe na UTI em questão. Estou ao seu dispor e de todos que lutam para que possamos elaborar, ainda neste ano, o “Perfil de atuação profissional do Fisioterapeuta em Unidades de Terapia Intensiva” e que, após o período necessário para correções e adaptações ele possa ser implementado como referencial e reconhecido pelos nossos órgãos máximo de fiscalização. Atenciosamente, Alexandre Doval CREFITO 5 - 5717-F Presidente SOBRAFIR
Olá pessoal, tudo bem? Meu nome é Camilla, sou assinante da revista, tenho 19 anos, e estou indo para o quinto período da fisio aqui em Poços de Caldas (PUC), e me pergunto constantemente uma coisa: por que na nossa profissão, no término do curso nós também não fazemos uma prova para ingressar no Coffito? Assim como ocorre na OAB? Vejo sempre abrir tantas faculdades em qualquer cidade por aí, e semestralmente formarem tantos profissionais, que penso, podem até colocar em risco os verdadeiros profissionais da fisioterapia. Assim limitaria mais o mercado com bons profissionais, e seríamos mais respeitados.Penso que a fiscalização seria mais correta.Nunca perguntei isso para um professor, ou profissional da área, talvez até exista isso, vocês podem me explicar? Muito obrigada....Um abraço!!! Camilla Resposta: A questão é muito ampla, não se pode canalizar a insatisfação de toda a categoria em cima de um exame, para
diminuir a entrada de mais profissionais no mercado, acreditando que agindo assim estaríamos solucionando os nossos problemas e tendo dias melhores.
curso mais afetado (da área da saúde), e pouca reação foi desencadeada pelos interessados. Será que não estamos sendo passivos demais?
O que estamos assistindo com a estúpida proliferação de cursos é reflexo do modelo que o Governo Brasileiro adotou como forma de tentar demonstrar numericamente que o cidadão possui mais acesso à educação. A Constituição Brasileira, no artigo 205 diz que a educação “é dever do Estado”. Porém, como os governos (Federal, Estaduais e Municipais) não possuem condições de garantir o ensino superior para todos, autoriza e por vezes transfere integralmente a responsabilidade de educar para as Instituições Privadas. O MEC, nos últimos tempos, não está conseguindo sequer fiscalizar estas instituições para assegurar o direito constitucional de “garantia de padrão de qualidade” (art. 206, VII). Virou “brincadeira” o processo de autorização de novos cursos, inclusive sem a necessidade de visita por uma comissão especial nas instalações das instituições para comprovar as reais condições de ofertar cursos na área da saúde.
Tenho visto que muitos profissionais querem um exame de final de curso para tentar interferir neste mercado, as dúvidas são apenas em relação à legalidade do mesmo, se pode ser instituído apenas por força de Lei Federal, ou o COFFITO poderia via Resolução materializar esta avaliação.
Mas esta situação caótica, também é fruto do marasmo histórico de nossa organização como categoria. A liderança da fisioterapia ainda não se articulou em todos os níveis de representação. Poucos assistem discussões e estratégias que produzam resultados envolvendo, por exemplo, Crefitos, Associações, Sindicatos e Cooperativas. Todos sabem produzir críticas e apontar culpados. No discurso somos ótimos! No dia 31/12/2002, último dia do Governo FHC, foram autorizados 137 cursos superiores, dentre eles nada menos que 12 de fisioterapia (todos noturnos), aparentemente ligados a uma única universidade de São Paulo, digo UNIP/Grupo Objetivo (fonte: DOU), numa atitude de expandir a sua “rede”. Mas o que chama à atenção e merece tratamento é que a fisioterapia foi o
Esta dúvida não é só na Fisioterapia. Outras profissões já discutiram e ainda discutem. Mas, algumas já ousaram decidir e implantar o exame, mesmo sabendo que ele não é a solução em si mesmo. Os resultados foram satisfatórios, os Conselhos de Contabilidade e de Medicina Veterinária não se arrependeram, muito menos revogaram suas resoluções. Quando a Lei 6.316 atribui competência aos Crefitos para expedir Carteira e Cartão, ela o faz de forma ampla, genérica, prova disto é a liberdade que o COFFITO possui em normatizar os institutos da Franquia Provisória e atualmente da Licença Temporária de Trabalho. Com isto o Conselho demonstrou que pode implantar formas de registro diferenciadas. O grande cuidado é no sentido de não se institucionalizar a forma legal de restringir o mercado para os novos profissionais. O que o “exame” deve perseguir é a garantia de profissionais bem preparados. Em relação aos aspectos práticos do “exame”, também precisamos discutir muito e avançar com soluções concretas e duradouras. Não se pode ir adaptando a cada edição do exame, os diversos problemas que poderão surgir. A nossa Chapa (Movimento e Ação) de oposição ao atual modelo de direção do COFFITO, possui como uma de suas propostas a discussão e por fim a implantação de um Exame para Registro www.fisioon.
Cartas no Crefito. Conclamando um grande grupo de “notáveis” da profissão a se debruçar com muita vontade, e condições materiais oferecidas pelos órgãos competentes, no sentido de organizar fóruns em todas as regiões e depois convergidos em um Encontro Nacional, que ao final encaminhe e acompanhe suas propostas (maduras e possíveis de serem adotadas) para o Sistema COFFITO/CREFITOS. Se analisarmos a enorme quantidade de cursos e acadêmicos que possuímos, vamos verificar que estamos as portas de uma grave crise. Precisa-se admitir que atitudes urgentes, sérias, corajosas, inteligentes e necessárias precisam ser adotadas. O silêncio e a omissão daqueles que podem e devem interferir neste processo não é mais tolerado. Atenciosamente Dr. José Euclides Poubel. Tréplica Agradeço o carinho que você teve em ler minha pergunta, e de colocá-la na revista. Acho que apesar da minha pouca idade (19 anos - quinto período), eu não aceito muita coisa, e se eu puder ajudar a melhorar, eu ajudarei.Parabéns pelo belo trabalho de vocês aí na revista. Sei que nossa profissão tem tudo para crescer, só depende de nós que estamos vindo pior aí, e de vocês que já estão aí...Até mais... Um abraço!
Para qual evento eu vou? A maioria das pessoas nem sempre sabe para que tipos de evento estão sendo convidadas. E o que é pior, às vezes nem quem está organizado sabe dar o nome certo ao seu evento. Aí vira um Deus nos acuda. Vamos tentar esclarecer alguns pontos comuns que poderão auxiliar tanto um quanto o outro. A primeira regra é saber que a diferença entre os
eventos não se limita apenas ao seu nome. Vejamos alguns casos: Assembléia: Reunião de várias pessoas que debatem um mesmo tema. Todos têm participação ativa e não existe o mediador. Conferência: Debate entre um grupo que tem um negócio ou assunto em comum. Se você não estiver na mesa principal, agüente quieto. Somente no final poderá haver oportunidade de opiniões. Congresso: São expositores de diferentes ramos colocando suas idéias. Em Seguida, acontece um debate, com intercâmbio de informações entre conferencistas e platéia. É necessário que exista um mediador. Convenção: Normalmente este é o termo mais usado pelas empresas, que reúnem seus funcionários para expor um assunto de interesse geral. No final de cada convenção sempre há um jantar, um almoço ou até mesmo um grande show com um artista de gabarito. Debate: Discussão sobre algum tema atual. Todo debate deve ter obrigatoriamente um mediador, que dita as regras e define o tempo que cada um terá para falar. O público poderá ou não participar, expondo dúvidas e solicitando esclarecimentos, por escrito ou via microfone instalado nos corredores entre as cadeiras. Fórum: Reunião informal, na qual um tema é colocado em discussão e o público participa livremente. O diálogo ocorre entre todas as partes, mesmo que elas sejam, concorrentes ou inimigas. Painel: Especialistas num tema expõem diferentes pontos de vista a respeito de um assunto. No caso, o assunto em questão, já foi anteriormente discutido. Seminário: Vários especialistas encontram-se para apresentar estudos. Segue-se então um debate entre eles e a platéia. É necessária a figura de um moderador que tenha domínio sobre o tema e faça a elaboração das questões. Simpósio: Informa as novidades sobre um tema ou sobre algum setor da sociedade. O público não tem o direito de debater, mas pode solicitar explicações
para melhor entender a fala do apresentador. Workshop: Aqui, todos deitam e rolam. O Workshop conta com a participação ativa do público e serve principalmente como uma oficina de treinamento. Sempre que possível, deve incluir exemplos práticos nesses tipos de encontros. Meeting: Palavra em inglês que significa encontro. Por falar no assunto, não perca dias 27 à 30 de Março de 2003 o 2º Meeting Brasil de Fisioterapia em São Pedro-SP, excelente evento organizado pela Skin (19) 3422-1066 Encontro: Como o nome já diz é um encontro que pode ser de alunos, profissionais, empresas tudo vai depender de quem organiza o encontro. Mais uma vez, eu convido a se informarem pelo telefone ou pelo site www.skin.com.br sobre o grande encontro de Fisioterapia organizado pela Skin Feira ou Exposição: Vale lembrar que em todos eles pode haver ou não paralelamente a presença de uma feira com os produtos fabricados especificamente para o público em questão, se houver não tenha dúvida sobe a presença do Stand da Revista Fisio&terapia. Espero imensamente que as dicas acima possam auxiliar a você, quando for organizar ou participar de seu próximo evento. Mas que isso, espero que ao receber um convite, você possa identificá-lo de imediato, saber se vai poder ou não perguntar alguma coisa, dar sua opinião, pedir esclarecimento e por ai vai. Saber quais são os objetivos e propósitos reais de um evento, significa não ficar boiando ou no mínimo decepcionado com o que vai encontrar no local. Dr. Fabiano Moreira e Dr. Oston Mendes. Escreva você também! Envie seu e-mail para: Revista@fisioon.com.br
Avaliação da Perda de Função Pulmonar Após Cirurgia Torácica. Introdução O trauma cirúrgico advindo da cirurgia torácica reflete diretamente na função pulmonar do paciente. A fisioterapia respiratória influi nesta função, favorecendo a mecânica respiratória do paciente cirúrgico. A anestesia geral é a maior responsável pelas alterações pulmonares no pós-operatório de cirurgias de grande porte, pois deprime o sistema nervoso central e os mecanismos de defesa das vias aéreas, levando à hipoventilação e retenção de secreção brônquica. Devido ao acometimento pulmonar direto causado pela cirurgia torácica, ocorre redução dos movimentos respiratórios, ineficácia da tosse e imobilização secundários à dor. Todos estes fatores levam a redução da reserva ventilatória. (Pitrez, 1999) No pós-operatório de cirurgia torácica ocorre diminuição dos volumes e capacidades pulmonares, o que contribui para formação de atelectasias e anormalidades na relação ventilação-perfusão (RVA/Q). Para quantificar a perda de função pulmonar existem testes que podem ser executados, dentre eles a espirometria (para verificar função pulmonar), a manuvacuometria (para verificar força muscular respiratória), a cirtometria (para verificação de mobilidade torácica) e a ventilometria (para quantificar volume corrente e o volume minuto). Materiais e Métodos Este trabalho é do tipo estudo de caso individual. Foi selecionado um paciente que se submeteu à cirurgia torácica para serem avaliadas as alterações na função pulmonar pós-operatória imediata. Foi realizada uma avaliação préoperatória e outra avaliação no pós-operatório com o paciente em sedestação e sem uso de oxigênio suplementar. Os testes utilizados foram a cirtometria, a manuvacuometria, a ventilometria e a espirometria. A cirurgia foi realizada em um paciente de 59 anos, sexo feminino, ex-tabagista (fumou durante cerca de 5 anos, 5 cigarros/dia e parou há 10 anos, não apresentando sinais clínicos de doença pulmonar obstrutiva crônica). Foi realizada uma ressecção em cunha com incisão póstero-lateral para a retirada de um pequeno tumor situado posteriormente ao miocádio. A cirurgia teve duração de cerca de 1 hora e 30 minutos. Resultados e Discussão A diferença constatada nos valores de pré e pósoperatório do teste da cirtometria demonstrou diminuição
da expansibilidade torácica após a intervenção cirúrgica. A diferença foi de 5 cm na mensuração apical, 2,5 cm na torácica e 4,5 cm na diafragmática, acasionando uma queda de 80% na expansibilidade torácica. Pitrez (1999) cita que após a intervenção cirúrgica ocorre uma diminuição dos movimentos torácicos. Segundo Warner e Weiskpf (2000) a dor é o fator causal da limitação dos movimentos respiratórios. Irwin e Tecklin (1994) acrescentam o edema e a tala (contenção) pós-cirúrgicas como agravantes da expansão pulmonar incompleta e da respiração superficial. A ventilometria, evidenciou um aumento da freqüência respiratória em 58,8% e uma diminuição do volume corrente de 38,37%. Irwin e Tecklin (1994) citam que a limitação respiratória no pós-operatório de cirurgia torácica resulta em uma respiração superficial e monótona. Segundo Sabiston Júnior e Lyerly (1994), a alteração no padrão respiratório resulta em uma diminuição do volume corrente e aumento da freqüência respiratória para adequar o volume minuto. A manuvacuometria realizada no pré-operatório e pós-operatório apontou uma queda de 30% na Pemax. Não constatando diferença na Pimax nas duas avaliações realizadas, tendo como provável explicação o ótimo desempenho da paciente no teste, sendo que se o aparelho apresentasse maiores valores para serem alcançados, esta teria os alcançado na prova pré-operatória. Warner e Weiskpf (2000) citam que há desorganização funcional dos músculos respiratórios após cirurgia torácica, devido a secção dos mesmos e presença de dor. Eles também citam que há uma diminuição da estimulação motoneural frênica que muda a ativação dos músculos respiratórios. Segundo Sabiston Júnior e Lyerly (1994) ocorre uma diminuição da força máxima diafragmática após a intervenção cirúrgica. Segundo Siafakas et al (1998), a abordagem torácica diminui a eficiência muscular e um dos fatores responsáveis pela fraqueza muscular seria o tipo da incisão. Nomori et al (1997) afirma que a incisão póstero-lateral secciona vários músculos, o que contribui para a insuficiência pósoperatória. A espirometria realizada demonstrou redução de todos os valores analisados, exceto na relação VEF1/CVF, que manteve seu percentual, concordando com Thomson et al (1994) que afirmam que esta relação geralmente permanece inalterada, pois o VEF1 equivale a 80% da CVF. Neste estudo, o VEF1 diminuiu em 66,66% após a cirurgia, a CVF em 67,41% e o www.fisioon.
FEF25-75% em 69,44% (Figura 1). Houve redução do peak flow em 60,34% (Figura 2). O tempo expiratório reduziu-se em 3,79 segundos, ou seja, 64,13% (Figura 3). Os resultados encontrados na espirometria alcançam valores aproximados dos referidos na literatura especializada. Silva (2000) cita que usualmente ocorre uma queda de valores de função pulmonar (Vc, CV, VEF1, CRF) de 30 a 50% no pósoperatório de cirurgia torácica. Gosselink et al (2000) refere um achado de perda de função pulmonar após procedimentos cirúrgicos torácicos em sua pesquisa de 55%. Broekema (1999), em seu estudo descreve um achado de 40 a 60% de perda de função pulmonar pós-operatória.
Figura 1 – Valores de volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), capacidade vital forçada (CVF) e VEF1/CVF avaliados no período pré-operatório (pré-op.) e pós-operatório (pós-op.). Figura 2 – Valores de pico de fluxo expiratório (Peak Flow)
avaliados no período pré-operatório (pré-op.) e pós-operatório (pós-op.). Figura 3 – Valores do tempo expiratório e fluxo expiratório
forçado entre os 25 e 75% da CVF (FEF25-75%) avaliados no período pré-operatório (pré-op.) e pós-operatório (pós-op.). Autora: PAIVA, Dulciane; PITT, Cintia Referências Bibliográficas: BROEKEMA, A. Effects of Thoracic Epidural Analgesia on Pulmonary Function. Department of Anaesthesiology, University of Groningen 1999. Disponível em: http://www.esraeurope. org/abstracts/abstracts99/broekema.htm Acessado em: 25/08/2001. GOSSELINK, R. et al. Incentive Spirometry Does Not Enchange Recovery After Thoracic Surgery. Critical Care Medicine 2000. Vol. 38, número 3. Disponível em: http:// www.mdconsult.com Acessado em: 25/08/2001. IRWIN, S.; TECKLIN, J.S. Fisioterapia Cardiopulmonar. 2 ed. São Paulo: Manole, 1994. 570 p. NOMORI, H et al. Non-Serratus-Sparing Antero-Axillary Thoracotomy With Disconnection of Anterior Rib Cartilage. The American College of Chest Physicians 1997. Vol. 111, número 3. Disponível em: http://www.home.mdconsult.com Acessado em: 31/08/2001. PITREZ, F.; PIONER, S. et al. Pré e pós-operatório em Cirurgia Geral e Especializada. ArtMed: Porto Alegre, 1999. 474 p. SABISTON JUNIOR, D.C.; LYERLY, H.K. Sabiston: Fundamentos de Cirurgia. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. 658 p. SIAFAKAS, N..M. et al. Surgery and the Respiratory Muscles. Thorax 1999; 54: 458-465. Disponível em: http://www.thorax. bmjjournals.com Acessado em: 31/08/2001. SILVA, L.C.C. Condutas em Pneumologia. Vol.2. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. 1132 p. THOMSON; A.; SKINNER, A.; PIERCY, J. Fisioterapia de Tidy. Tradução Terezinha Oppido. 12 ed. São Paulo: Santos Livraria Editora, 1994. 500 p. WARNER, D.; WEISKOPF, R. Preventing Postoperative Pulmonary Complications. Anesthesiology 2000. Vol. 92, número 5. Disponível em: http://www.home.mdconsult.com Acessado em: 31/08/2001
Ultra-Som Terapêutico na Redução da Lipodistrofia Ginóide. Resumo Com os objetivos de estudar os aspectos clínicos e epidemiológicos (da Lipodistrofia Ginóide (L.D.G.)., e avaliar a eficácia do Ultra-Som Terapeutico (UST) de 3MHz e a fonoforese na redução da L.D.G., utilizando gel hidrossolúvel com princípios ativos: vasoativo - Ginkgo Biloba; lipolítico - Cafeina; trófico do tecido conjuntivo - Centella Asiatica. Os critérios de inclusão foram presença de L.D.G. grau III em glúteos e coxa região posterior, em mulheres com idade de 20-30 anos, raça branca, sedentarismo, uso de anticoncepcional. Foi realizada 15 sessões de UST de 3MHz, com 10 minutos de aplicação (sendo 5 minutos em cada lado), com intensidade de 1,0w/ cm². O estudo revelou melhora no grau da L.D.G., através da analise descritiva e qualitativa houve a penetração efetiva do gel. Palavra chave: celulite, ultra-som e fonoforese. Introdução A popularmente conhecida celulite, cientificamente denominada lipodistrofia ginóide (L.D.G.) configura-se como uma alteração do relevo cutâneo, que ocorre principalmente nas mulheres, nas regiões da cintura pélvica, membros inferiores e abdome, caracterizada por um aspecto acolchoado e em casca de laranja da pele (Rossi (8). O termo celulite pode ser confundido pelos leigos pela patologia tratada pela comunidade médica, definido como infecção bacteriana do tecido celular subcutâneo. Este termo foi utilizado pela primeira vez na década de 20 (Paivot, 1926; Lageze, 1929) na tentativa de nomear a alteração estética, com a descrição do seu quadro histopatológico. Nessa época, já houve controvérsia, pois não foi observado na histopatologia um infiltrado inflamatório na hipoderme. Os fatores desencadeantes compreendem as alterações de natureza hormonal que
ocorrem na adolescência. O principal hormônio envolvido é o estrógeno, considerado o iniciador do processo e principal responsável pelo agravamento da L.D.G.; a evidência disso são (Rosssi (8) : · A presença da L.D.G. na grande maioria das mulheres; · o surgimento após a puberdade; . o agravamento com a gestação, lactação, época do ciclo menstrual e estrogenoterapia; · relação com outros hormônios que interagem na L.D.G. Isidore, 1983, para que a L.D.G. se desenvolva é necessário que haja uma predisposição genética e constitucional, i.e., presença de múltiplos fatores hereditário, como: · Sexo; · Raça; · Biotipo constitucional; · Distribuição do tecido adiposo; · Número, disposição e sensibilidade dos receptores das células afetadas aos hormônios; · Predisposição para desenvolver angiopatias periféricas (ou suscetibilidade à insuficiência circulatória). São muitos os fatores que agravam a L.D.G., entre eles estão: · Hábitos alimentares; · Sedentarismo; · Fatores emocionais; · Hábitos de vida; · Doenças - aquelas que cursam com alterações hormonais, circulatórias, metabólicas, ginecológicas, renais e gastroenterohepáticas; · Gravidez. Curri, 1991, classifica a L.D.G. segundo o aspecto clínico em: Grau I: assintomático, não se observa alterações clínicas. Grau II: palidez, hipotermia, diminuição da elasticidade, sem alterações do relevo em repouso, que surgem, porém, com a compressão da pele ou contração muscular. Grau III: pele acolchoada e/ou com
aspecto de casca de laranja à inspeção estática; sensação palpatória de finas granulações nos planos profundos; dor à palpação, diminuição da elasticidade; palidez e hipotermia. Grau IV: características do grau III e presença de nódulos palpáveis, visíveis e dolorosos; aderência a planos profundos; grandes ondulações na superfície. Bartoletti et al, 1983 classifica a L.D.G. através da consistência da pele. Dura: acomete mulheres jovens que praticam atividade física regularmente, tem aspecto compacto, firme, não se modifica com a posição (em pé ou deitado). Flácida: em mulheres com vida sedentária, tem aspecto acolchoado é evidente, a pele é trêmula aos movimentos e o relevo da superfície se altera com a posição. Edematosa: ocorre aumento do volume dos membros inferiores como um todo. Mista: em um grande número de casos, observa-se mais de um tipo de L.D.G. em diferentes locais, na mesma paciente. O uso do ultra-som terapêutico na L.D.G. está vinculado aos seus efeitos fisiológicos associados a sua capacidade de veiculação de substância através da pele (fonoforese). Dentre seus efeitos podemos destacar o aumento da circulação, rearranjo e aumento da estensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do tecido (Guirro (3). As substâncias utilizadas na fonoforese são enzimas de difusão de mucopolissacaridases, entre outras. Deve se observar que o pulso contínuo é mais utilizado para esta técnica; a intensidade do ultra-som terapêutico não deve ser muito elevada, visto que absorção da onda ultra-sônica pelos tecidos biológicos provoca um aumento da temperatura local, havendo risco de desnaturar as enzimas (Guirro (3). Vemos, assim que a L.D.G. é uma alteração de etiologia multifatorial, www.fisioon.
que cursa com alterações estéticas indesejáveis, levando a busca incansável de novas terapêuticas. A escassez e baixa qualidade de pesquisas nesta área talvez ocorra pela inexistência de uma metodologia padronizada e reprodutível para avaliação da melhoria do quadro da L.D.G. , comprovando cientificamente a eficácia do ultra-som terapêutico na L.D.G. . Metodologia A pesquisa foi realizada com mulheres adultas-jovens de 20-30 anos, da raça branca, não praticantes de atividade física e dietas alimentares, usuárias de anticoncepcionais, com quadro de lipodistrofia Ginóide (L.D.G.) de grau II e III nas coxas região posterior, e/ou glúteos. Sendo constituída por 11 voluntárias que submeteram a aplicação do Ultra-som terapêutico de 3MHz, com intensidade de 1,0W/cm² por 10 minutos, sendo 5 minutos em cada hemicorpo, em onda contínua associado a fonoforese . A fonoforese foi realizada com o gel hidrossolúvel , tendo como princípios ativos: Cafeína, Extrato de Ginkgo Biloba e Extrato de Centella Asiática; que foi manipulada no Centro Universitário Hermínio Ometto UNIARARAS (FHO). O período de coleta de dados foi de Setembro a Outubro de 2002, sendo realizado três vezes por semana (segundas, quartas e sextas-feiras), com duração de 10 minutos a aplicação (sendo 5 minutos em cada lado), com intensidade de 1,0W/cm² com onda contínua. Foram totalizadas 15 sessões de UST, sendo que as voluntárias foram fotografadas no inicio, meio e final do tratamento, primeiro com Glúteos relaxados e logo em seguida contraídos. Os aparelhos utilizados foram deixados e encontrados no mesmo local, durante a realização das sessões da pesquisa. O transdutor, do mesmo, foi submetido a limpeza no início e final de cada sessão e submetido ao teste de cavitação no início de cada sessão. Sendo os aparelhos da marca KW, modelo Sonomaster, microcontrolado, Stand lote 002760 e 002763 respectivamente. Resultado
Através da análise descritiva e qualitativa houve a penetração efetiva do gel associado ao efeito do UST (fonoforese) observando a redução da L.D.G.. Foi avaliado separadamente glúteos e região posterior da coxa de 11 voluntárias, caracterizando os seguintes resultados: Na região glútea a L.D.G reduziu de grau III para II em 3 voluntárias (27%), já em 2 voluntárias (18%) passou de grau III para I, e em 6 voluntárias ( 55%) reduziu de grau II para grau I. O gráfico 1 ilustra o resultado descrito. Na região posterior da coxa, em 1 voluntária (9%) reduziu a L.D.G. de grau III para grau II, em 3 voluntárias (27%) reduziu de grau III para I, 5 voluntárias (46%) observado a redução de grau II para grau I, em 1 voluntária (9%) passou de grau II para zero, e em 1 voluntária (9%) reduziu de grau I para zero. O gráfico 2 ilustra o que foi descrito. Gráfico 1: Redução da L.D.G. em região
Gráfico 2: Redução da L.D.G. em região glúteaposterior da coxa A seguir podemos observar os resultados descritos acima , a foto I (pág. 14) se refere a primeira sessão, onde permite ser observada a L.D.G. de grau III em região glútea e grau II em região posterior da coxa. Já a foto II (pág. 14) se refere a última sessão onde apresenta em região glútea grau II e em região posterior da coxa grau I. permitindo que se observe a redução da L.D.G.
Discussão O termo “lipodistrofia ginóide” (L.D.G.) foi proposto por Ciporkin &Paschoal (1), 1992, significando uma desordem das trocas metabólicas do tecido adiposo local, causador de uma alteração do formato corporal feminino. Em 1983, Binazzi, propõe o termo “paniculose”, por tratar-se de uma única palavra como “cellulite”, uma alteração no tecido subcutâneo, sem infiltrado inflamatório. Curri, 1991 detectou a formação de micro e macronódulos no tecido subcutâneo, por um processo de esclerose. Curri classifica a L.D.G. segundo aspecto clínico e histopatológico em quatro graus ou estágios, já Bartolett et al classifica a L.D.G. através da consistência da pele. O som (UST) é formado por ondas longitudinais de pressão, que se propagam no ar ou em outros meios (Rodrigues & Guimarães, 1998). Para D’ Paula o Ultra - som é definido como constando de vibrações mecânicas inaudíveis, acústicas. Guirro (8) afirma que os efeitos não - térmicos como cavitação estável e o microfluxo, podem ser obtidos utilizando-se o regime pulsado, por outro lado o regime contínuo proporciona um efeito térmico mais pronunciado. Porém, Soriano e Busquets referem que na emissão contínua predomina o efeito térmico, sendo aplicado quando se objetiva um efeito de diatermia localizada. Já quando se aplica em regime pulsado temos efeitos mecânicos como ação analgésica, antiinflamatória, e antiedematosa. Guirro (8) afirma existir uma íntima relação entre o tempo de aplicação e a intensidade do feixe ultra - sônico, os quais são inversamente proporcionais. Já D’ Paula discorda desta afirmação referindo que o aumento da intensidade não pode compensar a diminuição do tempo de tratamento, porque os efeitos produzidos pelas duas variedades são diferentes. Aumentar a intensidade pode elevar excessivamente a temperatura do tecido e, consequentemente, ser indesejável. Segundo Saad e Atlas, fonoforese é uma variante do UST direto, no qual substâncias biologicamente ativas são
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pois o UST, através da fonoforese na redução da L.D.G. promoveu a neovascularização com conseqüente aumento da circulação, rearranjo aumento extensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades do tecido. No uso da fonoforese ao tratar a L.D.G., deve haver a preocupação do fisioterapeuta na escolha não só do produto acoplante, mas do uso do aparelho devidamente calibrado (UST), ou realizando teste de cavitação anteriormente a cada sessão, em prol de melhores resultados terapêuticos. Referência Bibliográfica
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combinadas ao material de transmissão do ultra - som, para serem forçadas através dos tecidos. Acredita-se que o ultra som induza uma mudança na permeabilidade da membrana celular. Guirro refere que uma das razões pelo qual o feixe ultra - sônico facilita a penetração de substâncias é o efeito que a pressão de radiação (efeito mecânico) exerce nas membranas, que provavelmente contribui para o aumento da difusão de eletrólitos através das membranas, o qual torna possível a maior penetração de fármacos. Conclusão O estudo apresentado mostrou resultados favoráveis que justificam o uso do UST e da fonoforese testado para o tratamento da L.D.G., por um período de 15 sessões,
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1.CIPORKIN, H; PASCHOAL, L. H. AtualizaçÃo Terapêutica e fisiopatogênica da Lipodistrofia Ginóide (L.D.G.) “celulite”, São Paulo, Livraria Editora Santos, 1992, 218p. 2.GUIRRO, Rinaldo; GUIRRO, Elaine.Fisioterapai DermatoFuncional, São Paulo, Editora Manole, 3ª edição, 2002, 3-31p, cap. 1, 175-207p, cap.7, 347-388p, cap.13.. 3.GENESER, Finn. Histologia sobre bases biomoleculares, Editora Médica Panamericana, 3ª edição, 2001. 4.LOW, John; REED, Ann. Eletroterapia Explicada: Princípois e Prática, São Paulo, Editora Manole, 3ª edição, 1999,187-224p, cap.6. 5.JUNQUEIRA, L. C. ; CARNEIRO, José. Histologia Básica, Rio de Janeiro,Editora Guanabara, 9ª edição,. 6.MACHADO, Cauton. Eletroterapia Prática, Editora Pancast, 2ª edição , São Paulo. 7.MURRAY, et al; GRANNER, D.K.; MAYES, P.A; RODWELL,V.W. Harper: Bioquímica, São Paulo, 8ª edição, Editora Atheneu, 1998, 254270p, cap27. 8.ROSSI, A B. R. Lipodistrofia Ginóide: aspectos epidemiológicos, clínicos, histopatológicos e terapêuticos. Campinas, 1996. [Tese - mestre em medicina na área de
clínica médica - UNICAMP]
Autoras Principais: Bianca Zaros Conti UNIARARAS Tatiana Degaspari Pereira UNIARARAS Orientadores: Helena Hanna Khalil Dib Giusti, Mestranda em Fisioterapia (UNIMEP), professora das disciplinas Fisioterapia Geral, Prótese e Órteses e Cinesioterapia. Supervisora de estágio de Saúde Pública (UNIARARAS). Vivências em Fisioterapia das Faculdades Integradas Einstein de Limeira (FIEL). Maria da Graça Baldo Deloroso, Mestra, professora das disciplinas Fisioterapia Geral e Pediatria. Supervisora de estágio em Hidroterapia (UNIARARAS). Elem Marta Torello, mestra em Qualidade de Vida. Professora das disciplinas Neurologia Aplicada, TCC e História da Fisioterapia (UNIARARAS)
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Entrevista
Nesta edição tivemos a honra de entrevistar a nº1 na atualidade em Fisioterapia Estética. Com vocês, a Dra. Maria Silvia Revista Fisio&terapia - Onde e quando se graduou? Dra. Maria Silvia - Conclui o curso em 1982 na UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba (SP) F&T - Quais os títulos que você possui? MS - Sou mestre em Educação Motora pela UNIMEP e Doutoranda em Fisiologia pela UNICAMP, possuo curso de Aprimoramento em Fisioterapia Estética pelo Instituto Enclerus (Argentina), curso de Drenagem Linfática pelo método Le Duc na Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica), fui a 1a. Presidente da Sociedade Brasileira de Fisioterapia Estética, além de títulos como o Prêmio de Honra ao Mérito expedida pela ABF 1997, Prêmio ENAF - Profissional do Ano 2002 e atualmente sou coordenadora do curso de Fisioterapia da UNIMEP. F&T - Qual o seu vínculo com a empresa KW? Nos fale um pouco desse trabalho. MS - A KW Eletrônica evidenciou seu
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pioneirismo quando no começo da década de 90 oferecia à Fisioterapia Brasileira equipamentos exclusivos para a área Dermato-Funcional. A preocupação com pesquisas que atestassem os resultados clínicos dos equipamentos direcionou a KW para a necessidade de uma Fisioterapeuta que possuísse esse conhecimento, desde então, sou consultora científica dos Projetos de Equipamentos da área de Fisioterapia Dermato-Funcional (estética) participando de novos projetos de equipamentos para a área de Estética, sugerindo lançamentos, modificações técnicas, testando os resultados clínicos, etc. F&T - O que você acha dos aparelhos Brasileiros em relação aos do exterior. MS - Nos últimos anos tem havido grande evolução dos aparelhos nacionais, seja em tecnologia ou mesmo qualidade técnica. Vejam, por exemplo, a nova linha de equipamentos que a KW lançou e que comunicam-se com o computador, facilitando para o Fisioterapeuta que, mesmo à distância, administra a utilização do equipamento com rapidez e segurança. Essa tecnologia é inteiramente nacional. Por outro lado, dentro dos equipamentos desenvolvidos para a área da Fisioterapia
Dermato-Funcional, temos equipamentos importados de qualidade bem inferior aos nossos, e quando começam a ser comercializados no Brasil, tem dificuldades de conseguir seus registros nos órgãos nacionais. As normas criadas pelo Ministério da Saúde, atualmente, exigem certificações técnicas do produto e do processo fabril. Isto faz com que as indústrias se modernizem e adaptem às normas para não ficarem fora do mercado. Em relação aos fisioterapeutas aconselhoos que na hora da aquisição procurem equipamentos que possuam as certificações obrigatórias para proteger o resultado do tratamento, bem como, a segurança de seu paciente. F&T - Como está o mercado na área de estética para os Fisioterapeutas? MS - A área de Fisioterapia DermatoFuncional tem sido uma das áreas que mais cresce no Brasil. Estamos num momento de reconhecimento pelo mercado de trabalho, então tem havido muita procura por cursos de capacitação na área, tanto que é crescente o número de cursos de especialização em Fisioterapia DermatoFuncional por todo o País. Já tive alunas fazendo o Curso de Aprimoramento em Fisioterapia Dermato-Funcional
Entrevista
que só haviam conseguido emprego, porque estavam se capacitando na área, assim como empresas e franquias da área que, conscientes da necessidade de prestarem um serviço de qualidade, estão contratando fisioterapeutas para atuarem na área e incentivando a capacitação e o aprimoramento.
quadro de fibro-edema-gelóide (celulite) de grau III e seu tratamento solucionou o quadro álgico.
F&T - Você é a favor ou contra a crescente “especialização” dos profissionais, deixando de lado o atendimento “generalista” mesmo num mercado cada vez mais competitivo.
MS - Minimamente um aparelho de ultra-som de 3 MHz com controle de intensidade de 0,1 em 0,1 W/cm² e um aparelho de corrente excitomotora como a Corrente Russa, entre outras. Além desses podemos ter também aparelhos de drenagem linfática, de eletrolipólise, de vacuoterapia (ou endermologia), corrente microgalvânica, alta-frequência, etc. O valor mínimo é de aproximadamente R$ 3.000,00 e o valor máximo, frente ao grande leque de opções em equipamentos e técnicas podem ultrapassar os R$ 50.000,00.
MS - Creio que precisamos ter os dois tipos de profissionais. Aquele que consegue dar uma assistência ao indivíduo e que quando houver um caso de maior complexidade encaminhe-o ao especialista. O ideal é que o especialista tenha uma visão generalista. Que não perca a visão do indivíduo como um todo, que possa fazer uma avaliação generalista, afinal a causa de uma patologia, pode não ser a que se procura numa especialidade. Já tive casos em que a queixa principal era quadro álgico difuso nos membros inferiores, sem diagnóstico conclusivo de vários ortopedistas, sendo que o tratamento era feito com medicamentos para alívio de dor. Na avaliação fisioterapêutica pudemos observar um
F&T - Quais os principais aparelhos utilizados no tratamento? Qual o custo para se abrir um serviço voltado para estética?
F&T - Quais as principais “alterações” estéticas tratadas na Fisioterapia e quais os resultados dentro da relação com o nº de sessões que se pode observar? MS - A área de Dermato-Funcional divide-se em 4 sub-especialidades: Corporal - onde trata de fibro-edema gelóide (celulite), lipodistrofia localizada, obesidade, estrias e flacidez Facial - onde trata de rugas, assimetrias
faciais e acne. Cirurgia Plástica estética e reparadora atua no pré e pós operatório de cirurgias como dermolipectomias, mamoplastias, mastectomias, ritidoplastia, rinoplastia, blefaroplastias, lipoaspiração, etc; queimaduras. Dermatoses - hanseníase, vitiligo, psoríase, pitiríase alba, etc. Os resultados são variáveis de indivíduo para indivíduo, e de patologia para patologia. Por exemplo, a psoríase tem como um dos prováveis fatores etiológicos as alterações emocionais, portanto uma situação de estresse pode agravar o quadro e fazer regredir o tratamento em curso. Outro exemplo é no pós-operatório quando sua evolução é dependente das respostas individuais de cada indivíduo para o processo de reparo. Mesmo levando em consideração estes aspectos, podemos dizer que os resultados são extremamente satisfatórios. F&T - Os Homens procuram o atendimento, ou ainda existe um certo “machismo” em pleno ano de 2003. MS - Com a nova visão das relações de trabalho, onde os Recursos Humanos das grandes empresas tem procurado observar o cuidado que cada funcionário tem consigo mesmo, através, muitas
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Entrevista
vezes, de sua aparência; além do novo comportamento feminino, mais independente, isto fez com que os homens passassem a procurar maiores cuidados com o seu corpo. Eles já não têm mais vergonha de expor sua vaidade. Vaidade já não é mais sinônimo de futilidade, mas sim de cuidado consigo mesmo, de auto estima. F&T - Qual o valor particular de uma sessão? MS - O valor é bastante variável com a região. Às vezes numa mesma cidade pode-se observar preços distintos de acordo com o bairro onde se localiza a clínica. F&T - Os planos de saúde cobrem este atendimento?
MS - Os planos de saúde cobrem somente o atendimento fisioterapêutico de cirurgias reparadoras e queimaduras. Alguns convênios cobrem o tratamento para dermatoses, como vitiligo e psoríase. A Hanseníase, por ser uma doença endêmica e notificável, seu atendimento é feito através do SUS. F&T - Quais as faculdades que oferecem especialização em estética para Fisioterapeutas e qual o tempo de duração do curso? MS - A cada dia tenho notícia de nova especialização na área. A mais antiga é da Universidade Castelo Branco (Rio de Janeiro), mas temos várias outras que iniciarão seus programas a partir deste ano. Somente em Curitiba, tenho
conhecimento de 2 faculdades. F&T - Qual mensagem você gostaria de deixar aos nossos leitores? MS - Todas as áreas da Fisioterapia são lindas desde que exercidas com amor. A melhor área da Fisioterapia é aquela na qual o fisioterapeuta mais se identifica. O reconhecimento vem por conseqüência. F&T - Dra. Maria Silvia, obrigado pela entrevista e até a próxima. MS - A g r a d e ç o a R e v i s t a p e l a oportunidade.
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A Importância dos Exercícios Perineais na Saúde e Sexualidade Feminina. Os exercícios de contração voluntária dos músculos do assoalho pélvico tem sido um dos recursos mais eficientes e barato no tratamento de diversas patologias como: Incontinência Urinária, prolapsos uterinos, cistocele, retocele, vaginismo, anorgasmia entre outros.O objetivo do tratamento é hipertrofiar principalmente as fibras musculares estriadas do tipo II dos diafragmas urogenital e pélvico. Através da biópsia da musculatura estriada periuretral, Bergman demonstrou que após três meses de exercícios houve um aumento significativo das fibras tipo II (Haddad, 1999).
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O pioneiro das técnicas de reeducação perineal foi Arnold Kegel, que em 1948 propunha tratamento para hipotonia do diafragma pélvico. Kegel estudou o músculo pubococcígeo para tratamento da incontinência urinária de esforço, e constatou que a disfunção orgásmica da mulher poderia ser em grande parte atribuída a diminuição ou prejuízo desta musculatura. Com bases em observações clínicas relatou que a sensação vaginal e a freqüência de orgasmo podem ser aumentadas com a prática de exercícios perineais, que são designados para fortalecer o músculo pubococcígeo. (Master et al, 1988; Santos, 2002)
Os exercícios de contração voluntária do assoalho pélvico possuem muitos benefícios, segue abaixo alguns exemplos: - Aumento da vascularização na região pélvica. - Aumento da tonicidade e força da musculatura do assoalho pélvico, fazendo com que a mulher possa, através do seu comando, associado a este vigor, contrair a musculatura vaginal de forma muito significativa. - Melhora a percepção e consciência corporal da região pélvica.
- Auxilia no trabalho de parto principalmente no momento da expulsão do bebê sem que haja uma dilaceração desta musculatura - Mantendo este grupo muscular fortalecido evita-se uma diversidade de problemas físicos que ocorrem nos períodos mais avançados da vida, devido ao enfraquecimento do músculo Pubococcígeo (PC), como já dissemos anteriormente. Estudos apontam que existe uma correlação entre um bom desenvolvimento e a intensidade orgásmica. Atualmente é indiscutível o importante papel da musculatura perivaginal a nível da função sexual ou do pubococcígeo na contribuição da expressão motora da resposta sexual. Os exercícios perineais no tratamento fisioterapêutico de algumas disfunções sexuais como anorgasmia secundária têm alcançado importantes resultados, obtendo cerca de 84% de cura. (Rabelo, 2002). Hoje, o mercado dispõe de aparelhos que auxilia a paciente a obter resultados muito mais rápidos e eficazes como o SensuPower (Figura 1), que é um perineômetro mecânico, de uso individual, que indica o grau da força muscular do assoalho pélvico através de uma escala graduada que vai de 0 a 14 SP, oferecendo também uma resistência para a prática dos exercícios.
Figura 1
É interessante ressaltar que por ser um aparelho de uso individual e de fácil manuseio, possibilita às mulheres, maior privacidade e conforto no tratamento preventivo que é de suma importância.
A Eletroestimulação é outra importante arma no tratamento não cirúrgico de patologias relacionadas à flacidez da musculatura pélvica, obtendo uma taxa de 80% de sucesso. Esse tratamento compreende uma avaliação do desempenho muscular vaginal, através de um Perineômetro digital, que indica o grau da força da musculatura do assoalho pélvico antes do início da Eletroestimulação e avaliações periódicas no decorrer das sessões medindo a evolução do quadro.
Figura 2
O Perineômetro digital (Figura 2) possui um sensor que é introduzido na vagina da paciente. Em seguida, ela realiza a contração vaginal onde se visualiza no display a graduação da contração na escala numérica que varia de 0 a 100 Sauer. Esse display possui duas escalas: a escala superior congela o “pico” de maior contração que a paciente consegue realizar, e a parte inferior da mesma, informa a contração voltando a zero no relaxamento muscular. Conclusão Os exercícios de contração do assoalho pélvico têm auxiliado milhares de mulheres da prevenção e no tratamento de diversas patologias que envolvem a flacidez do mesmo. Hoje em dia não temos mais desculpas para a omissão no tratamento destas patologias, pois possuímos tecnologia e profissionais competentes que se preocupam com a orientação de como praticar os exercícios de forma correta e a conscientização de sua importância. Isso tem proporcionado um tratamento completo a milhares de mulheres visando o bem estar e qualidade de vida. Autora: Dra. Carla Dellabarba Petricelli Bibliografia: -Polden, M; Mantle, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia, 2ª edição . São Paulo: Santos, 2000 -Masters, W.; Johnson V. A inadequação sexual Humana, 1ª edição - São Paulo: Roca, 1988. -Haddad, J. M. Tratamento conservador da incontinência urinária de esforço (IUE) exercício da musculatura pélvica. www.sogesp.com.br/protocolos/manuais/anais_go/cap03_9. html -Santos. V. (2002). Reeducação do pavimento pélvico (PFR). www.iem.pt/ciu/rpe.html. -Rabelo, A. L .G., “Proposta de tratamento fisioterapêutico através de exercícios perineais para mulheres com anorgasmia secundária.” – Universidade Bandeirantes de São Paulo – 2002
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Marketing. A Revista Fisio&terapia irá nas próximas edições dar uma “forcinha” para a galera que anda meio perdida, recém formada ou até mesmo formada já a algum tempo mas que ainda não encontrou um rumo por falta de marketing e algumas idéias. A nova coluna tem a autoria do colega Michel de Lacerda Mendes e falará de marketing pessoal e dicas para trabalhar e ganhar grana (embora ele mesmo não tenha ganho ainda, acho que é porque ele não faz o que fala, tipo - Digo o que faço, mas não faço o que digo!). Nas quatro primeiras matérias ele ensina como montar um marketing com seu próprio nome, se fazer conhecido no meio acadêmico e profissional, cativar seus pacientes, depois pretende escrever uma matéria sobre cartões de visitas dando dicas de como se apresentar, não usando gravuras repetidas, nem cartões coloridos e escandalosos, colocará dicas sobre desing gráfico entre outros assuntos. Também na seqüência terá matérias sobre SEBRAE, documentos necessários para abrir um consultório, enfim dicas de como melhorar o seu trabalho. Mas tudo isso se vocês lerem, gostarem e participarem, pedindo para continuar ou não, dando seus comentários e fazendo suas perguntas. Participe nem que seja para detona-lo pra bem longe. Escrevam para michel@fisioon.com.br Marketing pessoal. Imaginem a cena: um rapaz chega ao balcão de um botequim qualquer do Rio de Janeiro calor insuportável, sol de fevereiro, 13:30 da tarde. -Pode falar. Diz o português do outro lado do balcão. -Por favor, eu gostaria de uma garrafinha daquele refrigerante, aquele preto, como é mesmo o nome? Com borbulhas?... Esta cena se torna impossível a partir do momento em que o rapaz esquece o nome da Coca Cola Você pode esquecer a sua paciente no ondas-curtas, o telefone da sua namorada, o aniversário da sua mãe... mas o nome do refrigerante, jamais! Segundo o poeta Mellamed, um lapso coca-cólico seria imperdoável. E sabe por que nos parece tão surreal a idéia de esquecer o nome de um refrigerante? Propaganda. Bom, você não toma refrigerante, tudo bem, essa historia toda aí em cima é simplesmente para lhe dizer o seguinte: Quem tem o nome lembrado no momento certo, leva uma vantagem enorme. Não é a toa que as empresas gastam milhões com propaganda e comerciais, existe até o que eles chamam de propaganda institucional. Pra quem não esta ligando o nome à pessoa, vou dar uma dica, na contra-capa daquela revista de grande circulação, você encontra na pagina inteira apenas a foto de uma “fumacinha” subindo, e pequenininho perto do rodapé da pagina, apenas uma frase: “Mas com alguma coisa em comum” Pronto foi dado o recado, mesmo sem os tradicionais: Compre! ou beba! Sem logotipo, nem mesmo o nome aparece, mas o recado foi dado. 26
A finalidade dos anúncios institucionais é a seguinte: Nós não queremos lhe vender nada agora, só queremos que você se lembre de nós quando chegar a hora! Se funciona!? Claro que sim, afinal porque se gastaria tanto em propaganda no mundo? E como você explica o fato de qualquer brasileiro hoje, em qualquer classe social saber falar perfeitamente nomes dificílimos como RUFFLES, ou TONICA SWEPPES, MIKEY MOUSE com sotaque e tudo! Mas não acertam a palavra pobrema, ops, eu disse problema hein. Ênfase, divulgação, visibilidade... tudo isso faz parte de um processo, O PROCESSO DE CONSTRUCAO DE UM NOME. É isso mesmo que eu pretendo passar para vocês na minha coluna. Como funciona o processo, quais os primeiros passos, dicas para você diferenciar seu trabalho ou sua clinica dos demais concorrentes (e que infelizmente não são poucos hoje em dia). CONSTRUINDO UM NOME: Como eu já havia dito, ter o nome lembrado na hora certa pode lhe render muitos frutos, mas nem tudo e tão fácil quanto parece. Não se faz um nome da noite para o dia, infelizmente o processo demora um pouco mais do gostaríamos, mas se você seguir essas dicas, quando menos esperar, você vai estar mais famoso que Bombril, epa! eu disse esponja de aço! VISIBILIDADE: Vamos começar do zero, bem do inicio..., Como grande parte dos leitores da revista é de acadêmicos, uma dica especial pra vocês, lá vai: Vamos imaginar o Ronaldinho, ou Gisele, que tal, Pelé? No inicio da carreira apenas um pequeno grupo de colegas os conhecia. Será que eles se destacavam dos demais? Seguinte: -Quem não consegue se destacar num grupinho de colegas, dificilmente conseguirá se destacar num grupão, então vamos lá, ainda acadêmicos, que tal ser o representante de turma? Presidente do grêmio estudantil? Orador da turma de formatura? Tudo isso é ótimo para começar a treinar sua popularidade. Quem já se formou e trabalha em um grande hospital ou clinica, que tal ser o redator de um jornalzinho interno? Relator de um grupo de trabalho, pesquisas são ótimas maneiras de se começar uma carreira brilhante. A partir dai, os círculos vão se aumentando, do pequeno grupo para um outro maior, convidado a dar a sua opinião, e com o tempo, a opinião se transforma em entrevista, e daí em palestra, congressos... Hoje no Brasil, ser professor universitário é uma ótima opção de trabalho para o fisioterapeuta, além é claro, de aumentar ainda mais a sua popularidade! Uma bola de neve. Bom pessoal, neste primeiro encontro vou ficando por aqui, mas não perca na próxima edição a segunda parte onde falaremos mais de marketing. Até a Próxima e escrevam pra mim, michel@fisioon.com.br Abraços, Michel de Lacerda Mendes
A Evolução das Relações Fisioterapeuta e Usuários de Acessórios - Órteses - Próteses
O termo órtese é recente dentro da ortopedia. Foi introduzida em 1956 por Benett, porém seu uso vem desde 1564. Em 1867 Duchene de Bologne definiu a regra das órteses e criou uma para cada tipo de paralisia periférica, denominandoas de próteses musculares funcionais. SULLIVAN, 1993; relata que a partir da II Guerra Mundial, houve a necessidade de desenvolver dispositivos mais funcionais na tentativa de corrigir lesões irreversíveis à perda da funcionalidade temporária e/ ou permanente; surgindo então, neste período a Americam Orthotics ande Prothetics Association, com o objetivo de estudar, desenvolver e aprimorar estes e novos dispositivos. Do século passado para o ano 2000 houveram significativas melhorias desde as definições entre ACESSÓRIOS - ÓRTESES – PRÓTESES, até sua confecção mais leve, funcional e mais acessível à comunidade usuária. Os termos acima citados devem ter suas definições claras e objetivos específicos, pois entre eles há uma inter-relação na melhora de funcionalidade, prevenção da sintomatologia dolorosa, de contraturas e deformidades, bem como de complementação físico-funcional. Há, entretanto diferenças conceituais entre acessórios, órtese e prótese. Os acessórios são dispositivos mecânicos auxiliares para execução de alguma atividade física, com o objetivo de melhorar o desempenho daquele segmento corpóreo que apresenta certo grau de desequilíbrio, prevenir distúrbio osteomusculares, vasculares e cárdiorespiratórios e com isto melhorar a
qualidade de vida do usuário destes dispositivos. Pode-se nomear como acessórios os seguintes dispositivos mecânicos: colchão e almofadas d’água, piramidal e pneumático, as diversas cadeiras de rodas, muletas, bengalas e andadores facilitando desta forma a compreensão quanto do uso associado de uma órtese e/ou prótese a estes dispositivos. Existem estudos sobre a mensuração de andadores, cadeiras de rodas, bengalas e muletas. A altura recomendável para andadores é o trocanter maior do fêmur, o cotovelo em semi-flexão de 20 a 30º, mas muitas vezes há necessidade de uma adaptação na altura para se iniciar o treinamento destes dispositivos com seu usuários, pois a falta de equilíbrio e adaptação para andar com as elas. A altura mais baixa que o recomendável possibilita uma segurança, embora aparente, mas é importante esta sensação no inicio do tratamento fisioterapêutico e no decorrer do treinamento passa-se para a altura recomendável. As cadeiras de rodas estão sempre em estudos quanto à comodidade, funcionalidade, praticidade e em especial ao comando manual ou elétricoeletrônico. Se voltarmos ao passado era muito comum indivíduos presos às cadeiras de rodas como se fossem sua própria condenação à morte. A relação com a cadeira era de inaceitabilidade e transferido este sentimento aos profissionais que lhes assistiam. O fisioterapeuta era o que mais sentia e tinha que criar, incentivar e ao mesmo
tempo cobrar de seus pacientes o espírito de luta, de vitória a cada obstáculo que por ventura surgia. As bengalas evoluíram de um bastão de madeira pesado e desajeitado, da famosa e torneada bengala da “vovó”, para dispositivos de alumínio com 3 ou 4 apoios, reguláveis, leves com agarradeiras mais práticas com uma boa e efetiva biomecânica da mão. As muletas surgiram a partir da necessidade de assessorar o paciente quando este apresentava algum desequilíbrio cinético-funcional. Não se tem conhecimento do idealizador deste dispositivo, mas sua confecção era rústica de madeira maciça, tipo axilar, sem regulagem o que a tornava muito pesada, causado, na maioria das vezes lesões de plexo braquial. Atualmente existe uma variedade de muletas axilares, canadenses tanto nas cores como em tamanhos e regulagens. A muleta axial ainda pode causar lesões de plexo, mas a fisioterapia vem justamente para prevenir, retardar com tratamentos fisioterapêuticos para estes pacientes. Geralmente os primeiros dias do usuário destes acessórios é muito tumultuado, pois, há toda uma reestrutura de equilíbrio, coordenação e neste momento há uma necessidade ímpar do profissional em dar suporte emocional como técnico com muita paciência, clareza e sobre tudo incentivo aos treinamentos, demonstrando seu correto uso sempre que for necessário. São poucas as referências bibliográficas a respeito dos colchões e almofadas d’água, www.fisioon.
piramidal, pneumático. Surgiram, porém da necessidade de posicionar pacientes no leito prevenindo escaras de decúbito, estimulando a circulação de retorno e especial possibilitando ao paciente uma melhora na sua qualidade de vida. As órteses, porém, são dispositivos que alinham, previnem, auxiliam segmento corpóreo; o segmento corpóreo permanece íntegro, não há nenhuma perda corporal. Sua confecção é dos mais variáveis materiais, entre eles cita-se: gesso comum ou sintético, plástico termomoldável, resina de epóxi e polipropileno, talafix e outros. Atualmente busca-se o material mais leve e funcional possível devido a praticidade e funcionalidade na colocação e retirada, na manutenção estrutural e higiênica. Estes dois últimos fatores são de extrema importância para o bem estar do usuário, do objetivo proposto pelo dispositivo e pelo sucesso planejado do tratamento. O que estão sendo muito bem aceitos pela comunidade científica e por nós fisioterapeutas são as órteses tubulares. Estas são, na verdade dispositivos confeccionados de tubos revestidos de espuma e idealizados a partir da biomecânica segmentar. Seu grande avanço está naquelas destinadas aos membros superiores. Sua característica marcante é a pouca zona de contato, porém com grande influência na readaptação, prevenção de deformidades e distribuição do peso corporal desejado. Porém alguns modelos ainda apresentam certa resistência a se moldarem ao diversos segmentos e seu custo elevado às tornam não muito acessíveis para população em geral. Sua diversificação nas cores possibilita que elas sejam aceitas com mais facilidade pelas crianças, principalmente as neurologicamente comprometidas. Enquanto o custo e a não popularidade destes dispositivos no comércio especializado, impossibilitam sua comercialização mais efetiva, faz-se necessário a criatividade e a indicação acertada daqueles dispositivos disponíveis com ou sem adaptações especificas. 28
outros profissionais da saúde. As próteses, são a substituição total ou parcial de um segmento corpóreo, por um dispositivo que realizará a função anterior, quando for possível. Nem sempre a prótese proporcionará funcionalidade completa. Em primeira instância a prótese vem substituir um segmento corpóreo esteticamente e quando possível, devolver sua funcionalidade. Os estudos recentes mostram que as próteses, em especial de Membro Superiores mioelétricas vem, com sucesso devolver a estética e a funcionalidade quase que completa ( Compêndio Otto bock para membros Superiores). As amputações no passado eram realizadas de maneira brutal, dilacerante com resultados nada promissores. Desde a anestesia – um whisky em dose tripla – para diminuir ou amenizar a dor, o óleo fervente para cauterização e a guilhotina como instrumento cirúrgico (BOCCOLIN, 2000). O índice de infecções e septicemias generalizadas levavam na maioria dos caso ao óbito, ou a um prognóstico de reabilitação desfavorável, o que desencadeava um processo social importante e falências pessoais e ocupacionais. Atualmente estas amputações estão em aprimoramento contínuo desde a anestesia, a prevenção de hemorragias comprometedoras, aos instrumentos cirúrgicos apropriados e principalmente ao nível de amputação facilitando desta forma a mais rápida recuperação do paciente amputado. As amputações, quando possíveis são eletivas, diminuindo desta forma os processos infecciosos e acometimentos secundários graves. A relação dos usuários destes três dispositivos mecânicos com a equipe que o assistia, em décadas passadas era muito superficial; pois o indivíduo era avaliado, orientado quanto ao segmento corpóreo ou o acessório que utilizava, não de uma forma globalizada corporal, mas o que ocorria era apenas o binômio paciente e cirurgião, que esporadicamente fazia a reavaliação, não existindo nenhuma afinidade com os
Não se conhecia a atendimento multidisciplinar que poderia trazer benefícios a todos, em especial, ao próprio paciente, pois é ele que espera uma solução, uma ação mais efetiva e globalizada de todos. O pensamento “do ficar doente” em décadas passadas desta época era apenas uma sentença de morte e acomodava a população, ficando a cura além da imaginação. As deformidades e limitações eram naturalmente aceitas como desígnios de Deus, (BOCOLIN, 2000). O relacionamento do fisioterapeuta com o paciente amputado mudou muito nestes últimos 10 anos, as causas podem ser a tecnologia desenvolvida para as próteses, os métodos cirúrgicos e os níveis das amputações designados pelos cirurgiões com a visão de funcionalidade mais presente. No passado a abordagem do profissional estava aquém de qualquer orientação ou sugestão, pois o paciente não procura os serviços e não aceitava nem se quer expor, de maneira natural, àquele segmento amputado, muito menos verbalizar situações que levaram a tal procedimento. A experiência de 20 anos como fisioterapeuta generalista, mas com uma especial dedicação a estes usuários e amputados demonstra que a relação paciente x profissional vai além daquele dispositivo que está entre as partes, mas a convivência com ele e/ou com a falta de um segmento corpóreo significativo. É difícil separar o treinamento fisioterapêutico do emocional, do se colocar como ele, porque deve-se treinar com ele, e mostrar-lhe como se dá o processo do treino, criando situações de risco, medo, e, ao mesmo tempo incentivá-lo a Ter reações de sucesso perante tais circunstâncias. Ao final de mais um treinamento seja ele de sucessos ou fracassos, os simbolismos e as interpretações devem ser verbalizadas e concluídas, não como verdades absolutas, mas como reflexões e perturbações para
novos desafios, novos sucessos e menos fracassos sejam eles físico-motores, psicoemocionais ou ainda, psicossociais. As políticas mundiais de saúde, a necessidade de produção para a sobrevivência, o capitalismo e a globalização mundial, estes pensamentos sofreram evoluções e mudanças radicais. Passou-se dos “desígnios de Deus” para um pensamento de não acomodação, e quanto, as deformidades, tornaram-se um desafio ao próprio paciente. Surgindo nos anos 80-90, a equipe multidisciplinar, agindo, interagindo como um todo, em prol da qualidade de vida de seu paciente e principalmente voltada ao entrosamento dos profissionais, buscando conhecimento técnicocientífico aprimorados. Atualmente a relação do paciente usuário de órtese ou prótese com a equipe profissional que lhe assiste está, muito bem estruturada e consciente do seu real papel, porque busca, em cada caso que surge, novos conhecimentos e maiores estudos personalizados, surgindo então o “estudo de caso”. Sabe-se que o “estudo de caso”, é atualmente, fonte de trabalho científico e pesquisa qualificada. É uma relação norteada pela ética, pela troca de conhecimentos e pela parceria multi-profissional. O profissional fisioterapeuta é um norteador dos objetivos no que se refere à promoção, prevenção e reabilitação do movimento com o uso destes dispositivos mecânicos. Cada caso dever ser avaliado, programado e orientado individualmente com objetivos e planos de tratamento fisioterapêuticos direcionados às suas especificidades e infucionalidades com muita tolerância, competência e de uma forma globalizada, dentro do espírito humanista e não assistencialista. O atual paciente indaga sobre a competência do profissional induzindoos à atualização, especializações, mestrados e doutorados. Este espírito de cobrança tem sido motivado pela mídia que está atenta aos direitos do consumidor e cobra uma atuação
responsável e ética dos profissionais. O atendimento fisioterapêutico individualizado e/ou coletivo é de suma importância para que o paciente usuário de uma órtese, prótese com ou sem acessório possam primeiramente reaprender seu esquema e consciência corporal perdida ou temporariamente alterada. Este trabalho depende da abordagem da “educação fisioterapêutica” (MAYER, 2001) que o profissional fisioterapeuta dará ao seu paciente. A educação fisioterapêutica vai além das fronteiras no que se refere ao programa de tratamento físico, e sim as orientações indispensáveis para o dia a dia do paciente e sua reinserção na comunidade, além de proporcionar novos desafios individuais e em grupo. O trabalho em grupo com estes pacientes em centros, consultórios de fisioterapia são fundamentais para que haja disputas saudáveis entre seus pares e a vontade e perseverança em vencer novos desafios e obstáculos tanto ambientais estruturais como individuais físicos-motores. O paciente no final do século XX e para este século espera ficar o mais próximo de sua funcionalidade, pois quer desfrutar de uma melhor qualidade de vida, voltando desta forma a sua vida produtiva, podendo usufruir do lazer, da produção e em especial do seu aspecto físico íntegro. Para que isso aconteça, aumenta nossa responsabilidade como profissionais da saúde, do movimento e da funcionalidade e participantes ativos na equipe multidisciplinar. Nesta equipe somos profissionais responsáveis pela promoção, prevenção e recuperação física, voltados para uma visão holística e consciente de nosso papel físico-social, preparados e receptivos aos novos desafios científicos nesta área. Cada paciente que chega em nossos consultórios, hospitais, instituições abre-se um novo desafio; para eles em busca de uma melhora física, para nós a busca de técnicas, manobras, dispositivos mais acertados e coerentes com sua patologia.
Como diz Fernando Boccolin, 1990), o amputado “não é um coto que tem um homem e sim um homem que tem um coto”.
Referência bibliográfica : BOCCOLINI, F. Reabilitação Amputados; Amputação, Amputados, Prótese, São Paulo; Robe – Livraria e Editora, 1990 LIANZA, Sérgio, Medicina de reabilitação, Rio de janeiro, Guanabara Koogan, 1995 RASCH, Phillip, Cinesiologia e Anatomia aplicada,,7º ed. Rio de Janeiro, Guanabara, 1989 SUSAN B. .’SULLIVAN & THOMAS J. SCHMITZ, Fisioterapia – avaliação e tratamento, 2º ed. São Paulo; Manole, 1994 VILADOT, R, Órtese e prótese do Aparelho locomotor (coluna vertebral), São Paulo, Santos, 1989 HERBERT, Sizínio; XAVIER Renato –Ortopedia e traumatologia – princípios e prática ,2º ed. Editora Artemed – 1998 OTTO BOCK, Compêndio Prótese de MsSs e MsIs KOTTKE, Frederick j, Lehmann, Justus, Tratado de medicina Física e reabilitação de Krusen, vol.1 e 2 , Ed.4º - Manole LEITE, Antero Sarmento – Lesões Nervosas Periféricas –Livraria Santos REVISTA FISIO&TERAPIA (vários volumes) MEDICINA E REABILITAÇÃO – vol 47 – 1998 CARVALHO, José André –Amputações de membros inferiores, em busca da plena reabilitação- 1ª ed. .Manole – 1999 - São Paulo
Autora Dra. Angela Silva
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Atenção da Fisioterapia Respiratória ao paciente Tetânico. Segundo Veronesi, o tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada pela ação da exotoxina do Clostridiun Tetani sobre as células motoras do Sistema Nervoso Central, se caracterizando por hipertonia generalizada ou não da musculatura estriada, atingindo os seguintes grupos musculares: a) MASSETER dando a origem a um tipo de contração que impede a abertura da boca que é conhecida por TRISMO; b) PARAVERTEBRAIS dando origem a mais conhecida característica da doença -OPISTÓTONO - assim como também a RIGIDEZ DE NUCA; c) ABDOMINAL que vai ocasionar uma rigidez da parede abdominal; d) MUSCULATURA de MMSS e MMII impedindo a deambulação; Esta hipertonia se intensifica em conseqüência a estímulos sensoriais (luminosos, auditivos e manipulações do doente entre outros), ocasionando espasmos ou convulsões tetânicas, que invariavelmente acabarão por conduzir o indivíduo a Insuficiência Respiratória, sendo que alguns autores recomendam o mínimo de manipulação com o doente, chegando ao extremo de sugerir a suspensão do banho. A descrição mais antiga do tétano foi feita em 1500 a.C. tendo sido Hipócrates que a descreveu em 640 a.C. em suas duas formas, isto é, localizada e generalizada. O Clostridiun Tetani é um bacilo granpositivo anaeróbico, esporulado que possui excepcional resistência para a sobrevivência. Sua exotoxina é altamente neurotrópica, sendo que seu potencial só é superado pela toxina botulinica. O bacilo é encontrado na natureza sob forma de esporos na terra, areia, fezes de animais e humanas, espinhos
de arbustos, galhos de árvore, águas putrefatas, pregos, instrumentos de lavoura, latas enferrujadas, fios de categute, agulhas de injeção e material cirúrgico não esterilizado. “Ao contrário do que a população pensa, o bacilo não é encontrado somente em ferros enferrujados, mas também em madeiras velhas, fios de categute, águas putrefatas etc”. Os elementos epidemiológicos mais importantes são a idade, onde observamos prevalência para a idade adulta e neonatal, o sexo, com predominância para o masculino, as atividades profissionais, sendo os mais atingidos os trabalhadores braçais e operários, o nível sócioeconômico e cultural e os cuidados primários de limpeza e desinfecção da área após o ferimento. A doença tem uma prevalência por zonas tropicais e subtropicais, observando-se maior freqüência nos meses quentes, sendo que em laboratórios o bacilo sobrevive em temperaturas que variam de 14º a 34º C. Após atingir o organismo, se o esporo encontrar condições favoráveis (tecido necrosado ou meio anaeróbio) passa a elaborar sua toxina. Caso encontre tecido normal o germe é fagocitado por macrófagos, porém o bacilo pode sobreviver nos tecidos por até três meses sob forma de esporo. Do foco da infecção, a toxina progride até o Sistema Ner voso Central, existindo três teorias do caminho seguido: 1ª) Meyer-Ramson defenderam que do foco infeccioso a toxina chegava por via hematogênica até o neurônio motor e daí até o SNC; 2ª) Abel et alli, defenderam que o caminho era direto da via hematogênica até o SNC;
Estas duas teorias forma posteriormente suplantadas, uma vez que, Kryshanovsky em laboratório inoculou animais com o Clostridiun Tetani e logo após, suprimiu a circulação do segmento afetado e mesmo assim, os animais desenvolveram a doença. Segundo teoria de Kryshanovsky, a progressão da toxina se dá diretamente do neurônio motor até o SNC. Somente quando atinge as células do corno anterior da medula é que se iniciam os sintomas da doença; Segundo Person e cols, a toxina tetânica atua sobre o aparelho sináptico, mais especificamente no botão pré-sináptico da substância cinzenta, aumentando a liberação de acetilcolina e inibindo a ação da colinesterase, causando então, os sintomas de hipertonia. Os sintomas da doença podem ser divididos em ordem cronológica de aparecimento em: 1) Tétano local; 2) Sintomas premonitórios; 3) Contratura permanente; 4) Espasmos paroxísticos tetânicos. O tétano local é representado por uma hipertonia do segmento atingido, sendo o primeiro sintoma da doença e que normalmente passa despercebido pelo doente. Os sintomas premonitórios se caracterizam por irritabilidade, sensação de beliscões, dores no tronco e membros, o que também pode ser confundido com mal estar de outras doenças, como um resfriado. A contratura permanente é um estágio mais avançado da doença onde todos os músculos estriados passam a ser atingidos. Após esta fase, quando estimulada pelo sistema sensorial, mesmo já se encontrando em contração
tetânica, aparecem os espasmos paroxísticos. As complicações do tétano são as alterações hemodinâmicas, insuficiência respiratória aguda, íleo paralítico, edema pulmonar, fraturas vertebrais, sepsis, hemorragias e escaras de decúbito. O tratamento do tétano inclui em primeiro lugar a prevenção através de medidas de orientação a população, vacinação, limpeza da área afetada e a aplicação de antitetânicos. O debridamento do foco, o soro antitetânico são medidas necessárias de serem utilizadas uma vez instalada a doença; assim como, a utilização antibióticos, sedativos e músculorelaxantes, sendo normalmente utilizados para conter a hipertonia o hidrato de cloral, o fenobarbital, a clorpromazina, os derivados diazepínicos, o cloreto de alucrônio e o pancurônio. Estas medicações podem ser feitas isoladamente ou em associação. Caso se faça necessário, devido a curarização ou a insuficiência respiratória, é indicado a imediata entubação orotraqueal e posterior traqueostomia com a instalação de Suporte Ventilatório. Em nosso serviço, a traqueostomia é realizada de forma preventiva, isto é, precocemente para evitar dificuldades maiores com entubação quando já instalado o Trismo. Medidas de cuidados gerais com este paciente devem ser tomadas (colchão antiescaras, mudanças de decúbito, posicionamento no leito), aliadas a medidas especiais para diminuir o aporte sensitivo (escurecimento do ambiente, silêncio austero) durante a fase em que a hipertonia ainda não está em controle. Os critérios para modulação do Suporte Ventilatório são os recomendados pelo Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, ou seja, Volume Corrente em torno de 6 a 8 ml/kg de peso, mantendo-se uma Peep de 3 a 5 cm H2O. A Freqüência Respiratória deverá ser colocada entre 16 a 20 irpm. Após 15 minutos de assistência, realizar uma gasometria para verificar a necessidade ou não de alterar os parâmetros. A menor ou maior concentração de O2 deverá também, ser analisada através dos valores gasométricos. O Fluxo Inspiratório
deve ser o mais próximo do fisiológico uma vez que fluxos muito altos levam a turbulência e irritação da vias aéreas com desencadeamento de espasmo tetânico A fisioterapia respiratória tem uma ação decisiva no tratamento do doente, uma vez que, além de evitar complicações irá diminuir o tempo de permanência do paciente no leito hospitalar. As medidas gerais evitam escarificações, assim como, uma perfeita higiene e toalete brônquica previne infecções do trato respiratório. As escaras de decúbito e as infecções respiratórias são duas portas de acesso para a sepsis. A cinesioterapia passiva deve ser executada de forma lenta, desde que não produza espasmos tetânicos, sendo indicada para manter a integridade articular e muscular. Medidas fisioterapêuticas de intervenção na musculatura diafragmática, durante a manutenção do suporte ventilatório são importantes para que a atrofia da musculatura respiratória proveniente da Ventilação Mecânica e da curarização, não sejam tão intensas, devendo ser realizada desde que o paciente tenha controle de seu drive respiratório e não esteja sob efeito de sedativos e músculorelaxantes. Para que o paciente adquira o controle de seu drive respiratório, ele deverá ser estimulado em ventilações espontâneas por curtos períodos, tomando-se o cuidado de monitorar a SpO2, o EtCO2, a FC, a FR, a espirometria e, verificandose o uso inadequado de músculos acessórios, voltando-se ao ventilador ao menor sinal de desaturação ou de fracasso. Esta medida nos permitirá realizar posteriormente um Treinamento Muscular Respiratório com carga linear pressórica, pois, será necessário desconectar o paciente do ventilador por um período de tempo maior. A carga inicial utilizada geralmente é de 7 cm H2O, visto que uma carga superior poderia provocar a fadiga do paciente e fracasso da terapêutica. Um cuidado especial deverá ser tomado durante o procedimento de aspiração de secreções para os pacientes que se encontram curarizados, devendo em geral ser realizado por duas pessoas.
A aspiração por si só já vai levar ao aparecimento de espasmos tetânicos, levando a hipoxemia transitória. O processo de desmame inicia-se se colocando o ventilador na modalidade assistida sendo gradativamente aumentado o nível de esforço do paciente para “triggar” o ventilador. A forma de desmame mais indicada é a Pressão de Suporte, haja visto ser a que menor trabalho respiratório impõem ao doente, porém muitos serviços ainda não dispõem de equipamento com este recurso, sendo comumente utilizado o IMV, o SIMV e o Tubo em T, que irão levar a um gasto energético maior para uma musculatura tão debilitada. Lembramos que em qualquer modo de desmame que se for utilizar, é importante antes de qualquer coisa um trabalho interdisciplinar entre Médico, Fisioterapeuta, Enfermeiros, Nutricionistas e Psicólogos e que o profissional conheça os mecanismos que levam a um aumento do trabalho respiratório, como a presença de água no circuito do ventilador, traquéias muito extensas e com curvas, presença de secreção em vias aéreas artificiais ou não e, via aérea artificial de calibre inadequado. O Índice de Tobbin, a relação FiO2/ PaO2, a aferição da Pimax, o Índice de Murray e o nível de consciência são critérios para predição de sucesso no desmame. Após a retirada do respirador, continuamos com o Treinamento Muscular Respiratório aumentando-se gradualmente a carga de acordo com a resposta do doente além, de manter um programa de cinesioterapia assistida e ativa, com treinamento de equilíbrio e marcha, para dar continuidade ao tratamento. Autor: Renato da Costa Teixeira Universidade do Estado do Pará
“O desmame é um trabalho multiprofissional onde, cada elemento da equipe faz a sua parte.” www.fisioon.
A Utilização do Flutter VRP1 no Tratamento do Paciente com Fibrose Cística. Resumo Este trabalho consta de uma pesquisa bibliográfica realizada com a finalidade de verificar a atuação do Flutter VRP1 no tratamento do paciente com fibrose cística. Foram selecionados trabalhos científicos que possuíam uma abordagem comparativa entre o Flutter e outras técnicas fisioterapêuticas, tornando assim, a pesquisa mais relevante e com maior possibilidade de discernir o recurso mais eficaz. Introdução A fibrose cística é uma das doenças genéticas mais comum e letal na raça branca, numa proporção de 1:2 000 nascido vivos nos EUA e no norte da Europa. Segundo estudo realizado no Sul e no Sudeste do Brasil por Raskin e cols (1993) a incidência é de aproximadamente 1:10 000 nascidos vivos. Uma disfunção das glândulas exócrinas é a característica patogênica predominante, onde observase alterações no transporte de eletrólitos através da membrana apical das células epiteliais dessas glândulas, resultando em secreções mucosas espessas e viscosas, que causam obstruções dos ductos e canalículos de diversos órgãos, levando a uma tríade clássica: doença pulmonar obstrutiva crônica, eletrólitos anormalmente elevados no suor, insuficiência pancreática. O acometimento pulmonar prediz o prognóstico, conferindo um grande grau de morbidade e mortalidade. A combinação de muco viscoso, clearance mucociliar diminuído, determina fenômenos obstrutivos, predispondo à constantes infecções, que contribuem para a piora da função pulmonar e eventual óbito. As possíveis causas que tem levado a uma melhora na sobrevida desses pacientes é o diagnóstico precoce e, conseqüentemente, o início de uma intervenção terapêutica adequada. Neste contexto, a Fisioterapia Respiratória através das técnicas de higiene brônquica
desempenha um importante papel, sendo indicada já no diagnóstico e persistindo por toda vida. A Fisioterapia Respiratória envolve técnicas e recursos que são destinadas a auxiliar na mobilização e depuração das secreções, promovendo melhoras na função pulmonar, diminuindo a ocorrência de infecções e consequentemente desacelerando o processo de deterioração proteolítica do pulmão. Entre os inúmeros recursos que a Fisioterapia Respiratória dispõem para a higiene brônquica, o Flutter tem demonstrado ser menos, igualmente ou mais eficaz na mobilização das secreções, em comparação com às técnicas tradicionais de fisioterapia. Neste estudo será abordado o uso do flutter em comparação com as técnicas e recursos que são rotineiramente utilizados, de acordo com a literatura, no tratamento desses pacientes. O Flutter VRP1 O Flutter VRP1 foi originariamente desenvolvido na Suíça com intuito de promover maior independência ao paciente com fibrose cística. Ele é composto por um dispositivo em forma de cachimbo, uma esfera de metal de alta densidade que repousa em um cone de plástico circular e uma tampa com vários orifícios (Scanlan e cols). Durante a expiração, a esfera de metal oferece uma resistência ao ar expirado, abrindo e fechando a passagem de ar, provocando um aumento da pressão no interior dos brônquios, que permite que as vias aéreas permaneçam abertas por mais tempo. Associadamente a pressão positiva expiratória (em torno de 5 a 25 cmH 2O), é gerado uma vibração oscilatória da parede brônquica (8 a 26 Hz) e uma aceleração intermitente do fluxo expiratório. Com isso, o muco torna-se incapaz de acompanhar os movimentos das paredes brônquios e então acaba sendo desprendido. Graças a suas propriedades tixotóxicas, o muco
perde a sua viscosidade sobre o efeito das vibrações. O Flutter é preferencialmente usado na posição sentada com os cotovelos apoiados. Gordon e cols (1999) relatam que para uma melhor efetividade da técnica é necessário treinamento, concentração e posicionamento adequado do aparelho a boca. A mudança da freqüência de oscilação e da pressão positiva expiratória, depende do fluxo aéreo expiratório e da angulação que o instrumento é utilizado. Geralmente é solicitado ao paciente que realize uma inspiração profunda fazendo uma pausa respiratória por 2 a 3 segundos e depois expira profundamente pelo aparelho. O tempo para a realização da terapia é variável e preconiza-se de 20 a 25 respirações. Além das vantagens clínicas, esse dispositivo fornece vantagens práticas (é portátil, de uso pessoal, com utilização simples e de fácil manutenção) e também econômica, é um aparelho relativamente barato e de compra única. Análise Comparativa do Flutter Versos Principais Técnicas de Higiene Brônquica na Fibrose Cística A partir do início da década de 90, o Flutter vem sendo introduzido como parte do tratamento nos distúrbios pulmonares obstrutivos, principalmente em paciente com fibrose cística. Vários estudos tem sido realizados com intuito de demonstra a eficácia do Flutter na higiene brônquica e na melhora da função pulmonar no paciente com fibrose cística. Estudo realizado por Pryor e cols. (1994) comparou o uso da técnica do ciclo ativo da respiração com Flutter em um grupo de 16 pacientes com fibrose cística. Ambos os tratamentos resultaram em uma melhora no VEF1 e na saturação de oxigênio, porém no tratamento onde o ciclo ativo foi usado sozinho, houve um aumento significativo na expectoração. App e cols. (1998) compararam a
eficácia da drenagem autogênica e do Flutter em 14 pacientes com fibrose cística, os quais foram submetidos a quatro semanas de cada terapia, duas vezes ao dia. Um grupo de paciente realizou primeiramente drenagem autogênica e depois Flutter e no outro grupo essa seqüência foi invertida. No começo e no final de cada semana a função pulmonar foi mensurado antes e depois de 30 minutos da fisioterapia, tendo sua secreção coletada no final das sessões, e posteriormente pesadas e analisadas quanto sua viscoelasticidade. A função pulmonar não se modificou e a viscoelasticidade foi significativamente menor depois do tratamento com o Flutter do que com a drenagem autogênica. Segundo os autores, existiu uma tendência do Flutter aumentar o volume de secreção expectorado em relação ao uso da drenagem autogênica, provavelmente devido sua atuação na viscoelasticidade do muco. Entretanto, a diferença não foi considerada estatisticamente significante. Em 1998, Winden e cols., avaliaram os efeitos do Flutter em comparação com a respiração com pressão positiva expiratória (EPAP) em 22 crianças com fibrose cística. Esses pacientes foram divididos em dois grupos: 12 usaram o Flutter e 10 a máscara de PEP. Os efeitos na produção de secreção e os resultados dos testes de função pulmonar foram similares em ambos os tratamentos. Uma diminuição da saturação de O2 foi observada em 1 paciente com o uso do EPAP e em 6 que utilizaram o Flutter. Durante as duas semanas do tratamento não foi observado nenhuma superioridade do Flutter sobre o EPAP na expectoração ou na melhora do teste de função pulmonar. Ao serem inqueridos sobre qual método preferido, 10 pacientes indicaram o EPAP e 11 o Flutter. A eficácia do Flutter em comparação a fisioterapia convencional na limpeza das vias aéreas também foi estudada por Konstan e cols (1999), em 18 pacientes com fibrose cística. Esses pacientes foram submetidos a três modalidades de tratamento: drenagem postural associado a vibração e percussão, tosse voluntária vigorosa e o Flutter Cada sessão durou
15 minutos, e para que houvesse uma variação mínima entre esses pacientes, todos as técnicas foram supervisionados e administrado pelo mesmo fisioterapeuta. Após duas semanas de tratamento, demonstrou-se que o volume de secreção expectorada nas sessões com o Flutter foi significativamente maior em comparação com a tosse e a drenagem postural. Além da efetividade na remoção das secreções, essa técnica pode promover uma maior independência no tratamento diário desses pacientes, podendo melhorar a aderência dos pacientes com a fisioterapia respiratória. Em outro estudo acerca desta comparação foi realizado por Gordon e cols (1999) em 20 pacientes com fibrose cística que foram admitidos no hospital com exacerbação da doença pulmonar. Os pacientes foram divididos em dois grupos, dos quais 12 receberam o Flutter, 8 a fisioterapia respiratória convencional Antes de começar o tratamento, os pacientes receberam terapia por broncodilatadores. O estudo foi realizado por 14 dias com quatro sessões diárias de fisioterapia respiratória, com duração de aproximadamente 20 minutos. O grupo que foi submetido a drenagem postural recebeu 2 minutos de percussão e vibração manual torácica nas oito posturas utilizadas. Ao final de cada posição foi solicitado exercícios de respiração profunda e tosse. Na terapia com o Flutter o paciente realizou inspirações profundas fazendo uma pausa inspiratória por 2 a 3 segundos e depois expirou profundamente pelo aparelho. Foram feitas 3 séries de 15 expiração, seguida de huff e tosse. Os efeitos foram avaliados através do teste de função pulmonar que foi realizado na admissão, no 7º dia e no 14º dia. Ao final de uma semana foi observado uma melhora na função pulmonar dos pacientes que utilizaram o Flutter, porém após 2 semanas, não houve diferenças significativas em ambos os grupos. Nesse estudo também foi demonstrado que o Flutter pode ser tão efetivo quanto a fisioterapia respiratória convencional no tratamento a curto prazo dos pacientes portadores de fibrose cística com exacerbação de sua doença pulmonar.
Conclusão O uso do Flutter em paciente com fibrose cística tem demonstrado, em alguns estudos, ser tão eficaz quanto a Fisioterapia Respiratória Convencional, entretanto alguns resultados ainda são conflitantes. Isso justifica a realização de estudos randomizados e comparativos para estabelecer a sua melhor aplicabilidade. Todavia, o Flutter, por sua simplicidade, praticidade e baixo custo, associado a seus efeitos sobre o muco pode se tornar um grande aliado no tratamento desses pacientes. Autora: Dra. Eletícia da Silva Morgado, Graduada em Fisioterapia pela Escola Superior de Ensino Helena Antipoff Sociedade Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro. Bibliografia
APP, E..M.; KIESELMANN,R.T.; REINHARDT, D.; LINDEMAN, H.; LINDEMANN, H.; DASGUPTA, B.; KING, M.; BRAND, P. Sputum rheology changes in cystic fibrosis lung disease following two different types of phisiotherapy - Flutter vs Autogenic Drainage. Chest 114:171-177, 1998. BOAT, T.F. Mucovisidose IN: Richard Behrman; Robert M Khiegman; Ann M. Arvin. Tratado de Pediatria vol.2. 15a edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. DALLALANA, T.L. Mucoviscidose IN: Affonso B. Tarantino. Doenças Pulmonares. 4 ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. DAVIDSON, A.G.F.; MCLLWAINE, M. Physiotherapy in cystic fibrosis: When conventional therapy does not work. Pediatric Pulmonology 9:91-92, 1993. GASKELL, D.V.; WEBBER, B.A. Fisioterapia Respiratória – guia do Brompton Hospital. 4ª edição. Rio de Janeiro: Colina Editora, 1988. GONDOR, M.; NIXON, P.A.; MUTICH, R. Comparison of Flutter device and chest physical therapy in the treatment of cystic fibrosis pulmonary exacerbação. Pediatric Pulmonology 28:255-260, 1999. KONSTAN, M.W.; STERN, R.C.; DOERSUK, C.F. Efficacy of the Flutter device for airway mucus clearance in patients with cystic fibrosis. Journal of Pediatric 124:689-693, 1994. P RY O R , J . D e p u r a ç ã o m u c o c i l i a r I N : Elizabeth Ellis & Jennifer Alison. Fisioterapia Cardiorrespiratória Prática. Sem edição. Rio de Janeiro: Revinter, 1997. PRYOR, J.A.; WEBBER, B.A.; HODSON, M.E.; WARNER, J.O. The Flutter VRP1 as an adjunct to chest physiotherapy in cystic fibrosis. Respiratory Medicine 88:677-681,1994.
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Olá meus caros colegas de trabalho, estou eu aqui outra vez e com tamanha popularidade que a Tininha vem ganhando parece que vou ficar ficando por um bom tempo com vocês. Continuem mandando e-mails. Férias!!! Não há nada melhor do que o período de férias. Estou aqui deitada numa rede, sentindo a brisa no meu rosto, vendo o sol raiar no céu, o cheirinho do mato fresco, ar puro para os pulmões, no meio do nada, embaixo da sombra de uma mangueira, ouvindo o canto dos passarinhos, comendo goiaba tirada na hora do pé e... quase morrendo de tédio não agüento mais essa paz eu quero poluição, buzina, um computador, meu celular funcionando (ai que saudade de falar no telefone) eu quero o progresso novamente do meu lado, na frente, atrás, encima, embaixo, meus pacientes reclamando de dor aqui e ali (nunca pensei que sentiria tanta saudade dos meus “velhinhos”). Acho que depois de dois meses isolada do mundo vou virar adepta da religião Budista, acender uns incensos, cantar uns mantras e lutar com mais vigor por Peace and Love no mundo (eu exagerei no período de isolamento – eu sei)! A única coisa boa é que eu havia impresso os emails que vocês me mandaram (porque ainda não dá para comprar meu notebook) e fiquei me divertindo com as histórias é lógico que eu me empolguei e li tudo na primeira semana. Hoje eu vou contar uma história muito legal, então senta que lá vem história... Estava eu no sétimo período da faculdade quando fiz uma prova para estagiar na enfermaria de um hospital da rede pública, assim como tudo na nossa área (eu sabia que seria difícil), logo durante um mês mais ou menos eu só comia dormia e estudava. No dia da prova (como era de se esperar) as vagas eram infinitamente menores do que a quantidade de candidatos inscritos (e eu estava lá entre eles firme e forte – embora um pouco desanimada ao me deparar com tanta gente). Fiz a prova e achei difícil pois eu tenho um conhecimento um pouco maior na parte de traumato-ortopedia e haviam caído muito mais questões sobre fisioterapia respiratória; mas enfim como eu estava tendo essa matéria na faculdade com um professor que era (era não é) fera eu consegui responder algumas questões. Voltei para casa com aquela sensação de ter feito uma prova razoável mas nem sonhava em ser chamada. Uma semana depois, numa quinta-feira veio o telefonema (de madrugada – 7:00hs) solicitando a minha presença de branco com jalecos de mangas compridas, munida de documentos, cabelos presos, sapatos fechados, 1 foto 3x4, na segundafeira seguinte, 07:00hs no tal hospital, achei que tinha sonhado! Sorte que quem atendeu e me chamou foi a minha mãe que depois confirmou que era realidade. Não preciso dizer que foi a segunda-feira, até então, mais esperada de todos os tempos. A empolgação era tanta e a situação totalmente nova que me lembro como se fosse hoje eu saindo de casa 06:00hs da madrugada, vestida com o jaleco (pode acreditar fiz o percurso todo da minha casa até o local aonde eu tinha que chegar vestida de jaleco) e quando lá cheguei todo mundo (de branco) com seus jalecos pendurados no braço e eu era a única pendurada dentro do meu jaleco (a essas alturas todo amarrotado de tanto senta e levanta de ônibus e suado pois era no mês de fevereiro em pleno verão e eu toda feliz desfilando pela cidade maravilhosa no meu jaleco de mangas compridas num calor de quase 30º). Já no hospital entreguei os documentos, preenchi uma ficha, fui apresentada para a minha supervisora e enfim subimos para conhecer a enfermaria, já eram quase 10:00hs da manhã. Embora
tudo aparentemente feio e esquisito de se ver eu me sentia super à vontade naquele recinto, sei lá parecia que eu podia ser mais útil ali porque as pessoas internadas pareciam mais necessitadas de tudo... Eu ia para o hospital 3x na semana apenas na parte da manhã mas se me deixassem eu ficaria lá o dia todo. Logo no segundo dia a supervisora dividiu as tarefas e mandou cada estagiário (sozinho) atender um leito em cada quarto! Mas como assim, SOZINHA??? Eu falei com ela toda assustada, mas o que eu vou fazer??? Eu não sei fazer nada. E esse acontecer alguma coisa, e se o paciente morrer, e se soltar algum daqueles “fios”, e se... A supervisora me interrompeu e falou que eu tinha apenas que ler o prontuário, fazer a aferição dos sinais vitais, associar o que eu tinha aprendido na faculdade com o quadro do paciente, traçar uma conduta e executá-la, ou seja, brincar de ser formada. Brincar de ser formada, fui eu caminhando (para o quarto 4 leito 3) repetindo essa frase em pensamento com o coração acelerado e um friozão enorme na barriga. Cheguei na porta do quarto, parei e procurei o leito 3 com os olhos e lá estava uma senhora dona Marieta, 68 a, patologia respiratória (logo respiratória o que eu tinha menos experiência), obesa, cheia de “fios” e soro na veia e... tomei coragem, fui caminhando com as pernas bambas, apenas o meu estetoscópio nas mãos (que tremiam mais do que sei lá o quê), cheguei junto ao leito olhei para a paciente e falei: - Bom dia dona Marieta! E logo de cara ganhei um sorriso que acalmou me coração e a partir daí tudo foi fluindo naturalmente eu só precisava “associar o que eu tinha aprendido na faculdade com o quadro do paciente”. Quando a supervisora chegou no quarto eu já tinha aferido os sinais vitais, traçado e executado a minha conduta segundo os meus conhecimentos e estava no maior papo com a dona Marieta. A supervisora conferiu tudo disse que estava ótimo, tudo certinho e que eu podia ir para a sala da enfermaria fazer a evolução e aguardála. Quando ela chegou, me elogiou mais uma vez e perguntou o que eu fiz com aquele medo que eu estava antes de ir atender sozinha. Eu apenas respondi que havia descoberto que um sorriso pode acalentar até uma alma. Fui para casa com a certeza de estar na profissão certa, uma certeza que de tempos em tempos se confirma e me faz perceber o quanto eu adoro ser fisioterapeuta. (nossa que filosófico!) Mas é verdadeiro!!! Até a próxima, Tininha Ah!? Já ia me esquecendo da piadinha que eu conto em cada edição. O problema é que as piadinhas sempre tem alguma coisa de fisioterapia e no momento não tenho nenhuma.... bem vou adaptar uma e vamos ver como fica. É a piadinha de três morceguinhos fisioterapeutas, um querendo ser melhor que o outro e nada de se unirem. Estavam lá na árvore pendurados de cabeça pra baixo quando o primeiro saiu voando e logo voltou com a boquinha cheia de sangue. Ele olha para os outros e pergunta - Vocês tão vendo aquele boi ali? Eu que chupei! O segundo na mesma hora sai voando e sem demorar muito volta com a boquinha também cheia de sangue, olha para os outros e fala: - Vocês tão vendo aquela vaquinha ali? Eu que chupei! O terceiro vendo aquilo, bate as asas e sai voando, não demora nada e já volta com a boquinha cheia de sangue, muito mais que os outros. Ele olha para os outros e fala: Vocês tão vendo aquele muro ali na frente? Eu não vi! Hahahahaha eu adorei quando li esta, espero que vocês gostem também e que fique o recado para os desunidos e individualistas, cuidado pra não dar de cara com o muro! Beijos. Tininha
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