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Agenda % DATA CURSO CIDADE UF. TELEFONES 2003 SETEMBRO Em Set. Curso Internacional - Ortopedia Funcional - George Aaron - EUA São Paulo SP (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800-43-70-08 Em Set. Curso Internacional Terapia Manual: Ortopedia Funcional - George Aaron - EUA São Paulo SP (43) 3325-7656 / 3336-1107 / 0800-43-70-08 Em Set. PósG. Fisio Traumato-Ortopédica Funcional / Dr. Marco Antônio Guimarães Rio de Janeiro RJ (21) 2536-5072 / 2536-5171 Em Set. PósG. Reequilíbrio Tônico Postural / Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva Rio de Janeiro RJ (21) 2536-5072 / 2536-5171 Em Set. PósG. Fisioterapia Neurofuncional / Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva Rio de Janeiro RJ (21) 2536-5072 / 2536-5171 Em Set. PósG. Fisioterapia na Saúde do Idoso / Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva Rio de Janeiro RJ (21) 2536-5072 / 2536-5171 Em Set. Fisioterapia na Doença de Parkinson Belo Horizonte MG (31) 3337-0155 Em Set. Pós-Graduação Latu-Sensu em Fisioterapia da Aleixo Associados Belo Horizonte MG 0800 - 38 00 50 / (31) 3352-3758 Em Set. Pós-Graduação em Auditoria de Enfermagem da Atualiza Salvador BA (71) 240-7171 Em Set. Instrumentação Científica em Fisioterapia Campinas SP (19) 3213-6822 10 Capacitação em Estudo do Traçado Eletrocardiográfico para Enfermeiros Salvador BA (71) 240-7171 11 Capacitação em Gestão de Convênios em Clínicas, Laboratórios e Hospitais Salvador BA (71) 240-7171 11 Atualização em Auditoria Médica de Especialidades - Módulo I Salvador BA (71) 240-7171 11 a 16 As Cadeias Musculares do Tronco - Curso internacional com Léoplod Busquet Belo Horizonte MG (31) 3226-4836 / 3226-4077 / 9958-4479 12 a 14 I Encontro Carioca de Hidroterapia / Dr. Ricardo Ferreira Cavalcante Rio de Janeiro RJ (21) 2278-6123 / 2422.2041 / 9866-5915 13 Pós-Graduação em Auditoria de Enfermagem da Atualiza Salvador BA (71) 240-7171 10% 13 Manipulação Terapêutica do paciente com dor São Paulo SP (11) 6991-8508 10% 13 Anatomia Palpatória São Paulo SP (11) 6991-8508 13 Curso de Bandagem Funcional Kinesio Taping São Paulo SP (11) 3663-5696 13 Atualização em Auditoria do SUS Salvador BA (71) 240-7171 5% 13 e 14 I Curso de Biomecânica Aplicada de Petrópolis / Dr. Fábio Marcelo Souza Rio de Janeiro RJ (21) 9913-9966 / (24) 8808-0881 13 e 14 Worshop e Curso Profissionalizante em Watsu Rio de Janeiro RJ (21) 2247-9964 / 2523-4462 13 e 14 Curso - Erro Médico - Aspectos Jurídicos, Médico-Legais, Ética e Imprensa Salvador BA (71) 240-7171 13 e 14 IV Curso de Biomecânica - Tornozelo e pé Rio de Janeiro RJ (21) 2278-6l23 / 2422-204l / 9866-5915 13 e 14 Pós-Graduação em Fisioterapia Traumato-Ortopédica da UGF São Paulo SP (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Fisioterapia Pediátrica e Pneumofuncional da UGF São Paulo SP (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional Niterói RJ (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Fisioterapia Tarumato-Ortopédica e Fisiologia do Exercício Campo Grande MS (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Fisio Aplicada à Dermato-Funcional, Traumato-Ortopédica João Pessoa PB (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Ginástica Especial Corretiva da UGF Niterói RJ (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Metodologia da Aprendizagem e Treinamento do Futebol Brasília DF (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício da UGF Campo Grande MS (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Fisiologia do Exercício da UGF João Pessoa PB (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Pós-Graduação em Ginástica Especial Corretiva da UGF João Pessoa PB (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 13 e 14 Drenagem Linfática Manual (Teórico e Prático) Rio de Janeiro RJ (21) 3325-1495 / 2549-2934 / 9616-4107 10% 13 e 14 Eletroterapia - Micro-Corrente; C. Galvânica; Eletrolipoforese Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 13 a 19 Especialização Latu Sensu em Osteopatia - Módulo 2 Porto Alegre RS (19) 3241-2761 e 3242-0033 10% 14 e 21 Kabat Facial Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 15 Capacitação em Estudo do Traçado Eletrocardiográfico para Enfermeiros Salvador BA (71) 240-7171 16 Capacitação em Gestão de Convênios em Clínicas, Laboratórios e Hospitais Salvador BA (71) 240-7171 10% 16 e 17 Curso de Disfunções Cérvico Crânio - Mandibulares / Prof. Nelson Marques Rio de Janeiro RJ (21) 2251-9285 / 2247-8557 15% 16 a 18 IV Jornada de Fisioterapia da Unincor Três Corações MG (35) 9102-6255 17 Capacitação em Estudo do Traçado Eletrocardiográfico para Enfermeiros Salvador BA (71) 240-7171 18 Capacitação em Gestão de Convênios em Clínicas, Laboratórios e Hospitais Salvador BA (71) 240-7171 19 a 21 Curso de Fisioterapia Dermato - Funcional Corporal FT Lorice I. Miguel São Paulo SP (11) 3168-2592 / 3079-0925 20 Capacitação em Implantação e Administração de Farmácia Magistral Salvador BA (71) 240-7171 10% 20 Manipulação Terapêutica do Paciente Neurológico São Paulo SP (11) 6991-8508 10% 20 Propriocepção em Reabilitação São Paulo SP (11) 6991-8508 20 Servical Lombar Torácica São Paulo SP (11) 3161-0004 / 3168-7678 20 e 21 Curso Básico de Auriculterapia da Escola HuangLiChun Rio de Janeiro RJ (21) 2255-8940 / 9628-3496 20 e 21 Escoliose – Parâmetros Clínicos e Radiológicos - Biomecânica e Tratamento Rio de Janeiro RJ (21) 2286-5926 / 2287-7370 20 e 21 Worshop e Curso Profissionalizante em Watsu Rio de Janeiro RJ (21) 2247-9964 / 2523-4462 20 e 21 Curso de Drenagem Linfática Salvador BA (71) 240-7171 10% 20 e 21 Cursos de Meios Terapêuticos de Tto. do Sistema Músculo Esquelético Rio de Janeiro RJ (21) 2251-9285 / 2247-8557 20 e 21 Reabilitação do Membro Inferior / Prof°. Ms. Sérgio de Souza Pinto São Paulo SP (11) 6190 1380 / 6190 1279 20 e 21 Pós-Graduação em Fisioterapia Reabilitação Músculo Esquelética e Desportiva Florianópolis SC (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 20 e 21 Pós-Graduação em Fisioterapia Músculo Esquelética Desportiva e Pneumo. Porto Alegre RS (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 20 e 21 Pós-Graduação em Educação Física Escolar da UGF Belo Horizonte MG (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 20 e 21 Pós-Graduação em Treinamento Desportivo da UGF Belo Horizonte MG (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 20 e 21 Pós-Graduação em Nutrição Esportiva da UGF Belo Horizonte MG (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 20 e 21 Pós-Graduação em Natação e Atividades Aquáticas da UGF Belo Horizonte MG (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 20 e 21 Pós-Graduação em Musculação e Treinamento de Força da UGF Salvador BA (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149
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Agen% DATA CURSO CIDADE UF. SETEMBRO 20 a 26 Fisioterapia e Ergonomia nas Empresas Sâo Paulo SP 10% 21 Kabat Facial Rio de Janeiro RJ 23 Capacitação em Gestão de Convênios em Clínicas, Laboratórios e Hospitais Salvador BA 10% 23 e 24 Curso de Disfunções Cérvico Crânio - Mandibulares / Prof. Nelson Marques Rio de Janeiro RJ 25 e 26 I Simpósio de Fisio em Saúde Pública - Fundação Oswaldo Cruz “GRÁTIS” Rio de Janeiro RJ 25 a 28 Anatomia Palpatória - Dra. Lília Junqueira Brasília DF 10% 26 a 28 Drenagem Linfática Facial e Corporal - Módulo I Rio de Janeiro RJ 26 a 28 VIII Curso de Formação de Consultor em Ergonomia e Método CNROSSI São Paulo SP 26 a 28 Curso Teórico-Prático Ventilação Mecânica de A a Z / Dr. Carlos Caetano Curitiba PR 10% 27 Ergonomia e Ginástica laboral São Paulo SP 10% 27 Terapia Mio-fascial São Paulo SP 27 Capacitação em Gestão de Estoques e Compras na Saúde Salvador BA 27 Capacitação em Implantação e Administração de Farmácia Magistral Salvador BA 27 Medicina Esportiva para Fisioterapeuta e Ed.Física São Paulo SP 27 e 28 PósG. Traumato-Ortopédica e Aplicada à Dermato-Funcional da UGF Belo Horizonte MG 27 e 28 PósG.Traumato-Ortopédica, Pediátrica, Reabilitação Músculo Esquelética... Brasília DF 27 e 28 Pós-Graduação em Treinamento Desportivo da UGF Brasília DF 27 e 28 Pós-Graduação em Administração e Marketing Esportivo da UGF Brasília DF 27 e 28 Pós-Graduação em Educação Física Escolar da UGF Florianópolis SC 27 e 28 Pós-Graduação em Ginástica Especial Corretiva da UGF Florianópolis SC 27 e 28 PósG. Metodologia da Aprendizagem e Treinamento do Futebol e do Futsal Florianópolis SC 27 e 28 Pós-Graduação em Ginástica Laboral da UGF Porto Alegre RS 27 e 28 Pós-Graduação em Desporto Escolar da UGF Porto Alegre RS 27 e 28 Pós-Graduação em Musculação e Treinamento de Força da UGF Porto Alegre RS 27 e 28 Pós-Graduação em Nutrição Esportiva da UGF Porto Alegre RS 27 e 28 Pós-Graduação em Natação e Atividades Aquáticas da UGF Porto Alegre RS 27 e 28 Pós-Graduação em Atividade Física Adaptada e Saúde da UGF Brasília DF 27 e 28 Reabilitação do Membro Inferior / Prof°. Ms. Sérgio de Souza Pinto São Paulo SP Anuncie gratuitamente nesta agenda! veja como em nosso site:
TELEFONES (12) 3941-4406 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (71) 240-7171 (21) 2251-9285 / 2247-8557 (21) 2598-2682 / 2598-2698 (61) 340-2344 / 340-6830 / 347-5457 (21) 2255-7635 / 9984-4195 (11) 3034-3279 (41) 3037-1111 / 9973-0610 (11) 6991-8508 (11) 6991-8508 (71) 240-7171 (71) 240-7171 (11) 3161-0004 / 3168-7678 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 3266-5599 / (21) 2484-3336 / 0800-772 0149 (11) 6190 1380 / 6190 1279
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Por quê é um desafio fazer (e publicar) informação científica de qualidade no Brasil. No final de 2001, o Jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem sobre o drama vivido pela mais respeitada publicação científica brasileira, a “Genetics and Molecular Biology”. A revista ficou parada de dezembro de 2000 a março de 2002, por falta de recursos e disputas políticas internas, por isso quase foi desindexada do ISI (Institute for Scientific Information).
Revista Indexada
No ano seguinte, a revista mudou de editor, passou por uma reestruturação e voltou a circular normalmente. Hoje, continua indexada pelo ISI. A situação pela qual passou a GMB reflete bem o universo da pesquisa científica no Brasil. Com poucas verbas, salários defasados e obstáculos de toda a ordem, fazer pesquisa científica no nosso país é uma tarefa árdua. Basta lembrarmos que pouco mais de 1% do PIB são destinados a esse fim. Esse “pouco caso” deixa o país no atraso tecnológico e o que é pior: agrava a miséria. Não se produz conhecimento e os meios de produção ficam sempre nas mesmas mãos. Nos EUA, país onde se produz inovação tecnológica em maior escala, 75% das pesquisas são desenvolvidas nas indústrias, mas menos de 2/3 são por elas financiadas, o que significa que cerca de 30% dos custos são pagos com dinheiro público, a fim de incentivar o surgimento da inovação tecnológica. Vendo desse modo, os pesquisadores brasileiros que apresentam uma produção científica de bom nível são dignos de merecido aplauso. A ‘Genetics and Molecular Biology’, publicação da Sociedade Brasileira de Genética, foi a primeira revista brasileira a ser editada em inglês e uma das primeiras a ser indexadas (catalogada) pelo ISI, instituição norte-americana que monitora as mais relevantes revistas científicas do mundo. A ‘Genetics and Molecular Biology’ chegou a ser considerada pelo ISI como a mais importante publicação científica da América Latina. Em 2000, segundo o editor da revista, na época, Francisco de Moura Duarte, cerca de 10% dos trabalhos em cada edição vinham do exterior. Mesmo com todo esse prestígio, a GMB passou por momentos complicadíssimos. O editor atual da Genetics and Molecular Biology, Fábio de Mello explica que, no caso das revistas científicas, o grande complicador é a dependência das universidades onde geralmente são editadas. “O propósito da universidade é a Educação. Uma revista tem seus próprios fins – que nem sempre são os mesmo das universidades”, aponta. 6
Mello explica que uma revista deve ter vida própria, independência editorial e financeira. “O grande trunfo da GMB é o fato da revista pertencer à Sociedade Brasileira de Genética e ter autonomia editorial”, completa. Os recursos para a Genetics and Molecular Biology vêm do CNPQ e da própria sociedade. PERIODICIDADE
Em um país onde as incertezas econômicas são uma constante, o compromisso com a periodicidade é um desafio. Tanto as publicações científicas quanto as comerciais sofrem com as dificuldades econômicas e de estrutura. A revista deve ter conteúdo. Ser atraente, seja pelo valor científico ou pelo estilo a que se propõe. Outro fator favorável às publicações de periodicidade comprovada é o permanente interesse de autores qualificados em publicar artigos. “Ninguém quer publicar artigo ou dar entrevista para um veículo que não circula”, afirma Eduardo Campos, editor do Jornal Correio do Sul, em Varginha, MG. O problema crônico das publicações científicas no Brasil é a (in)disponibilidade de verbas. Os maiores financiadores das revistas são o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do Governo Federal. O suporte foi reduzido progressivamente nos últimos anos e, quando existe, só é liberado próximo ao fim do ano – o que acaba afundando as revistas em dívidas que invariavelmente levam à falência. O resultado dessa precariedade é a absoluta falta de opções quando profissionais e acadêmicos buscam publicações com assuntos de interesse específico. Há poucas, pouquíssimas, opções. A Internet ajuda a amenizar esse quadro, mas o problema do leitor que busca conteúdo de qualidade persiste: onde encontrar artigos realmente qualificados? Foi justamente sem o apoio de órgãos oficiais que surgiu a Revista Fisio&terapia - uma publicação especializada em Fisioterapia, mas que se mantém com recursos próprios. Embora não tenha a finalidade estrita de publicar artigos que depois possam ser referenciados - a Fisio&terapia busca sempre a qualidade e a veracidade dos assuntos que divulga. O interesse maior é levar a seu público – geralmente formado por estudantes universitários, novidades do mercado de trabalho, agenda de eventos, trabalhos científicos ou não mas de reconhecida qualidade, e principalmente, informações que possam, de fato, manter o acadêmico ou profissional em contato com a realidade da profissão.
CONTEÚDO GERAL, MAS DE QUALIDADE. Indexadas ou não, as revistas especializadas em Fisioterapia devem ter qualidade de conteúdo. Essa é a opinião do professor Nivaldo Parizotto, da Universidade Federal de São Carlos e editor da Revista Brasileira de Fisioterapia, uma das únicas três* revistas de Fisioterapia indexadas no Brasil. “Torço pela formação de um público crítico, com opiniões bem fundamentadas e com credibilidade. Só assim se elimina a parte ruim, que se aproveita do crescimento da profissão para divulgar material de baixa qualidade”. Segundo o professor, a profissão teve um crescimento exagerado nos últimos oito anos. “Praticamente duplicou o número de escolas, muitas delas de qualidade duvidosa”. A repórter Margarida Hallacoc, do jornal Hoje em Dia segunda maior tiragem em Minas Gerais, acredita que as revistas especializadas devem ser fiéis aos seus propósitos.
Mas podem também publicar matérias de conteúdo geral. “O fisioterapeuta também lê jornal, quer saber o que se passa no mundo. E é bom que revistas da categoria tragam assuntos ‘de fora’, porque isso abre os horizontes e possibilita conhecer melhor a profissão”, compara. Ela cita as publicações especializadas em Jornalismo. “Sempre leio publicações voltadas para a minha categoria, e gosto quando encontro um algo mais. Acho que todo tipo de publicação especializada deve ser fiel aos seus propósitos, mas a meu ver, ser absolutamente específico no que quer que seja, acaba limitando as coisas”. *As únicas três Revistas indexadas pelo Bireme no Brasil são: Revista de Fisioterapia da Usp Revista Brasileira de Fisioterapia da UFSCar Fisioterapia em Movimento da Puc-PR.
Saiba mais ! CRITÉRIOS PARA REVISTAS INDEXADAS Um artigo publicado em revista indexada pode ser referenciado em pesquisa bibliográfica referente à área pesquisada. Para ser indexadas nos índices mais respeitados do mundo, as revistas científicas devem cumprir exigências como periodicidade regular, qualidade de conteúdo e publicação de artigos inéditos. Os critérios adotados pelo ISI (Institute for Scientific Information) e por outros órgãos renomados de indexação de revistas científicas são extremamente rígidos. Entre os mais importantes estão a necessidade de manter a periodicidade e de ter ao menos elementos-chave, como o resumo (‘abstract’) e o título em inglês. Além disso, o ISI faz análises com base estatística, de citações e de impacto. A de citações avalia um trabalho em si, ou seja, quantas vezes um determinado estudo é mencionado em outros trabalhos publicados em revistas indexadas. A de impacto avalia a publicação inteira: o quanto ela é citada em estudos de outras revistas. Outro órgão que serve de referência para as revistas indexadas é o SCI, que usa a internet para divulgar as publicações indexadas. O SciELO, projeto brasileiro de indexação e publicação on-line de revistas científicas, utiliza outro padrão, mais ligado à reputação das publicações em si do que a dados estatísticos. Para um título ser incluído na coleção SciELO Brasil, o periódico deve passar por um processo de avaliação, baseado em critérios adotados internacionalmente pelas bases de dados. Dessa forma, a revista será avaliada não somente por seu conteúdo, mas também por critérios como: - publicação predominante de contribuições originais - revisão e aprovação por pares das contribuições publicadas - comitê editorial de composição pública e heterogênea - periodicidade regular - tempo de existência do periódico - pontualidade na publicação - resumos, título e palavras-chave em inglês, quando esse não é o idioma do artigo - adoção e especificação das normas utilizada no periódico. O projeto SciELO (www.scielo.org) é financiado principalmente pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O objetivo é manter na internet uma base de dados com todos os artigos das revistas brasileiras mais importantes.
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Biomecânica da pelve
FALSA PERNA CURTA — VERDADEIRA PERNA CURTA FALSA PERNA LONGA — VERDADEIRA PERNA LONGA É necessário utilizar palmilhas? Que tipo de palmilhas?
A pelve realiza movimentos de: .Anteversão (fig. 1) - anterioridade dos ilíacos .Retroversão (fig. 2) - posterioridade dos ilíacos .Torção - um ilíaco anterior e um ilíaco posterior .Abertura (fig. 3) - abertura dos ilíacos .Fechamento (fig. 5) - fechamento dos ilíacos .Hemiabertura-hemifechamento - um ilíaco em abertura um ilíaco em fechamento.
Por: Léopold Busquet, Diretor da Formação “As Cadeias Musculares”, Pau, França. Tradução: Dra. Lygia Paccini Lustosa, Fisioterapeuta, Mestranda em Ciências da Reabilitação, UFMG.
As diferenças de comprimento dos membros inferiores é objeto de várias opiniões. Deveríamos ser os primeiros a questionar essa confusão que existe entre as diversas opiniões de fisioterapeutas, osteopatas, ortopedistas, podólogos, médicos, radiologistas... Já é tempo de tentarmos entender esse problema, com base e respeito aos princípios anatômicos e fisiológicos. Uma revisão desses conteúdos torna-se necessária para que a informação que daremos ao paciente seja uma resposta adequada ao seu problema. Igualmente, é necessário que haja uma verdadeira complementação entre os diferentes profissionais da área da saúde, o que infelizmente está longe de acontecer. Para analisar as falsas e verdadeiras diferenças de comprimento dos membros inferiores é necessário fazer uma revisão da biomecânica da pelve, pois é ela que determina ou compensa as diferenças de comprimento. Para que esse artigo seja de fácil compreensão, foram utilizados vários desenhos. O leitor que desejar mais informações poderá consultar o livro “As Cadeias Musculares” - volume 4, do mesmo autor. Se desejar, poderá igualmente enviar suas perguntas pelo site: www.chaines-musculaires.com. Elas serão respondidas na seção “perguntas-resposta” (question-réponses).
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Quais são as influências desses diferentes esquemas da pelve sobre o comprimento dos membros inferiores? As figuras 6-7 mostram uma pelve em anteversão (fig. 6) e uma pelve em retroversão (fig. 7). Para ser fiel a realidade, foi utilizado uma radiografia de uma pelve nessas duas posições e feito alguns cálculos. Através de uma montagem, foi realizado uma
Léopold Busquet
superposição dos dois esquemas (fig. 8), o que permitiu comparar as modificações que ocorrem quando um ilíaco está em anterioridade ou quando está em posterioridade, como acontece nos casos de uma torção pélvica. Nesses casos de torção pélvica, existem algumas observações: Primeira observação: na torção, em posição ortostática, o comprimento dos membros inferiores não se modifica. Segunda observação: na torção, em posição ortostática, a diferença de
comprimento dos membros inferiores está no nível da crista ilíaca que se projeta mais alta do lado da anterioridade. Terceira observação: a diferença de altura das cristas ilíacas não é a assinatura obrigatória de uma perna curta. Durante vários anos, no momento do exame em ortostatismo, cometia-se o erro de corrigir a diferença de altura das cristas ilíacas, colocando-se pequenos calços do lado baixo, com o objetivo de fazer o teste de flexão de pé, de forma equilibrada. Quarta observação: é importante compararmos a altura das cristas ilíacas e dos trocanteres (fig. 8), para sabermos se a diferença de altura das cristas ilíacas é devido a um problema dos ilíacos ou à uma diferença de comprimento dos membros inferiores. Se os trocanteres estão na mesma altura, a diferença está relacionada com o posicionamento dos ilíacos. Se os trocanteres estão em altura diferente, a diferença está relacionada com os membros inferiores.
A medida do comprimento de um membro inferior não é fácil de ser realizada, mas devemos dar importância à “medida funcional” feita em ortostatismo. Essa medida é realizada, através de uma fita métrica, utilizando-se como referência o bordo superior do trocanter e sua distância até o solo. A “medida funcional” nos permite corrigir erros freqüentes de mensuração feita pelas radiografias. Não devemos esquecer que o filme da radiografia registra a projeção da sombra do esqueleto, o que pode levar à algumas distorções. A figura 9 mostra a medida radiológica de uma criança com uma diferença de 15 mm.
No ano anterior, o mesmo exame mostrava uma diferença de 8 mm. Após esse exame, foi proposto aos pais, uma cirurgia para colocação de grampos na epífise óssea do lado mais longo, a fim de impedir o crescimento desse lado e permitir o desenvolvimento do membro mais curto. Após a realização da “medida funcional”, observou-se que a diferença era de somente 5 a 6 mm. Foi solicitado novo exame radiológico (fig. 10). Esse novo exame foi feito de perfil, com a entrada do raio na altura da coxo-femoral. Essa nova incidência demonstrou que a diferença era somente de 5 mm. A intervenção cirúrgica não tinha mais indicação. Como podemos explicar um erro assim? A figura 11 mostra como o raio x projeta a sombra dos fêmures sobre a placa. Se há uma diferença da posição: mais anterior à coxo-femoral, no caso de um ilíaco posterior, a projeção é mais curta (mais baixa sobre a placa); mais posterior à coxo-femoral, no caso de um ilíaco anterior, a projeção é mais longa (mais alta sobre a placa) (ref. Vol. 4).
Quinta observação: ainda não foi falado da articulação sacro-ilíaca. A cintura pélvica deve ter duas qualidades para absorver as resultantes de forças durante a locomoção. Ela deve assegurar a coerência articular, para não haver deslocamento e deve ser deformável para absorver as diferentes forças que chegam à pelve. O movimento não é uma prioridade das articulações sacro-ilíacas. Elas possuem um “jogo de dilatação”, que funcionam como um “sistema de autobloqueio” para preservar a integridade da cintura pélvica (fig. 12). Estudos científicos mostram que a articulação sacro-ilíaca movimenta-se muito pouco. As teorias que valorizavam essa mobilidade quantitativamente estão cada vez mais em discrédito. Sexta observação: a análise completa que fazemos da pelve valoriza a estrutura www.novafisio.com.br 9
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mais densa dos ilíacos, ou seja a porção “coxo-sacro-ilíaca”. Feito essas primeiras considerações, retornaremos ponto a ponto às modificações que ocorrem na ante-rioridade e na posterioridade ilíaca. É importante notar que as diferenças que ocorrem na estática são induzidas pela superprogramação das cadeias de flexão no caso da posterioridade (fig. 19), ou das cadeias de extensão, no caso da anterioridade (fig.18). Após fazer uma revisão minuciosa sobre a anteversão e retroversão, visualizamos o esquema combinado: a torção. A figura 20 mostra a necessidade da plas-ticidade dos ossos para que possam se adaptar. O sacro só pode compensar o movimento se fizer uma torção intra-óssea. 10
A torção da pelve instala-se sobre o efeito da cadeia de flexão do lado da posterioridade e da cadeia de extensão do lado da anterioridade. A torção envolve mais a deformação intra-óssea do que o parâmetro articular da articulação sacro-ilíaca. Em resumo: a articulação sacro-ilíaca esquerda desloca-se para cima e para frente (fig. 24); a articulação sacro-ilíaca direita desloca-se para trás e para baixo. Os deslocamentos devido a anterioridadeposterioridade são importantes. Na maioria das torções da pelve, temos uma torção postural que resultará em uma compensação global. As articulações sacro-ilíacas não apresentam problemas articulares. Elas são submetidas às resultantes de forças musculares o que funcionará como um “jogo de dilatação”. Ao contrário, em caso de traumatismo, teremos um bloqueio desse “jogo de dilatação” o que poderá desencadear dor no nível da pelve. A característica aguda desse quadro faz com que os pacientes busquem tratamento imediato. As influências que ocorrem sobre o sacro são: à esquerda desloca-se para cima e para frente; à direita desloca-se para baixo e para trás. Isso leva à uma inclinação do sacro para baixo à direita com dois pontos de compressão: um ocorre à direita na parte alta da articulação sacro-ilíaca, e o outro à esquerda na parte
baixa da articulação sacro-ilíaca. Esses dois pontos de fixação determinam um eixo oblíquo em torno do qual o sacro organiza sua torção intra-óssea. O sacro vai influenciar a coluna lombar, sendo que do lado da anterioridade à esquerda (fig. 24), a coluna lombar estará lordosada. Sua projeção vertical será mais curta e as apófises transversas estarão para frente. Ao contrário, do lado da posterioridade, à direita (fig. 25) a coluna lombar estará retificada. Sua projeção vertical será mais longa e as apófises transversas estarão para trás (fig. 26). Como compensa globalmente a pelve (fig. 27)? A coluna lombar compensa logicamente através de uma concavidade do lado do sacro que está mais alto (processos transversos anteriores) e uma convexidade do lado direito (processos transversos posteriores). Observamos que através desse raciocínio, nós temos em um primeiro momento, modificações fáceis de serem verificadas e que estão presentes em uma pelve em anterioridade e em posterioridade (fig. 15). Em um segundo momento, serão adicionamos outros componentes, e o esquema de torção vai ser ditado pelas “entradas de base”. É um raciocínio como na informática. Entramos com os dados no computador e fazemos perguntas
Léopold Busquet mais é do que uma torção. Veja o cálculo na radiografia (fig. 29). O que podemos dizer sobre a figura 28 e a figura 29:
“o que acontece quando em torção”? A resposta é matemática. O computador não pensa. Se existe um erro é na entrada dos dados. É fácil corrigir esses erros para melhorar o programa. Nós deveríamos pensar da mesma maneira e evitar as “teorias muito intelectualizadas”. Deveríamos adotar esse raciocínio... ele evidenciaria mais rapidamente os erros possíveis.
Na figura 28, vemos uma radiografia cujo o laudo do radiologista é o seguinte: “Sobre uma igualdade de membros inferiores notamos uma inclinação da pelve com bloqueio lombar. Provavelmente devido a uma má formação do sacro”. Vocês fisioterapeutas, osteopatas, médicos, podólogos, o que podem fazer no caso de um má formação óssea? Talvez seria melhor se tivesse uma perna curta para explicar a inclinação da pelve e do sacro à direita. Mas atenção a essa pelve, nós podemos corrigi-la, é da nossa competência manual. Na realidade, nada
. que o ilíaco direito está posterior? . que o ilíaco esquerdo está posterior? O ilíaco direito tem a sínfise púbica mais alta, a crista ilíaca mais baixa. O ilíaco esquerdo tem a sínfise púbica mais baixa, a crista ilíaca mais alta. É simplesmente uma torção causada pela superprogramação da cadeia de flexão à direita (posterioridade), e pela superprogramação da cadeia de extensão à esquerda (anterioridade). Pelo exame global das cadeias musculares podemos procurar compreender o porque desse esquema, a lógica dessa compensação. Poderemos assim, tratar no nível da causa, que pode estar em um outro nível do corpo, que pode ser resultado de uma posição viciosa de trabalho ou da prática esportiva. Atenção a esse mesmo indivíduo (fig. 28-29) que apresenta uma igualdade perfeita do comprimento dos membros inferiores em posição de pé, e que em decúbito (cadeia aberta) apresenta um falso membro longo (fig. 32 A) com um maléolo mais baixo do lado da anterioridade (fig. 30). Não tendo mais o apoio ao solo, do lado da anterioridade ilíaca, a articulação coxo-femoral pode descer e induzir a descida global do membro inferior que vai parecer mais longo. Do lado da posterioridade ilíaca, a articulação coxofemoral pode subir e induzir a ascensão do conjunto do membro inferior que vai parecer mais curto (fig. 31). Essa modificação de projeção dos membros inferiores em decúbito é na realidade dada pelo desequilíbrio de tensão das cadeias de flexão e de extensão entre o lado direito e esquerdo. No entanto, em posição de pé (fig. 32 B) o comprimento é igual. A diferença está no nível da projeção vertical mais alta da “zona de suporte coxo-sacro-ilíaca” e da crista ilíaca (fig. 32 A). Freqüentemente,
nós dizemos aos pacientes que eles têm uma perna longa após um exame em decúbito (fig. 30). Esse diagnóstico não é suficiente e na grande maioria dos casos é errado. Vocês acham que o paciente da radiografia (fig. 28) vai ser reequilibrado de maneira estável pela simples manipulação da articulação sacro-ilíaca? A colocação de palmilha é uma solução? Por muito tempo aprendemos, acreditamos, ensinávamos que: . um ilíaco anterior determina uma perna longa; . um ilíaco posterior determina uma perna curta. Reconhecendo o erro, podemos melhor observar. Em um primeiro momento a torção em anterioridade-posterioridade www.novafisio.com.br 11
Léopold Busquet não determina uma diferença de comprimento dos membros inferiores em um paciente na posição ortostática. Em um segundo momento, a torção se completa com os parâmetros de aberturafechamento. A compensação ocorre nos três planos do espaço e é mais coerente no nível da cintura pélvica e no nível do púbis (ref. volume 3 - A pubalgia). Nesse momento instala-se progressivamente uma desigualdade do comprimento dos membros inferiores. Porquê? Quais são os parâmetros que desencadeiam essa diferença? Abertura-fechamento. Abertura-fechamento Antes de visualizarmos a aberturafechamento devemos lembrar do trabalho de Paul Klein, professor na “Université Libre de Bruxelles” que demonstra que a articulação sacro-ilíaca movimenta muito pouco em anterioridade-posterioridade e ainda menos em abertura-fechamento. Freqüentemente, esse amigo me colocou atento ao excesso de teorias que valorizam a abertura-fechamento. Seu trabalho me ajudou a desenvolver os princípios sobre as quais eu me apoio até hoje.
É evidente que a articulação sacro-ilíaca não pode gerar a abertura-fechamento do ilíaco. As teorias articulares são mal adaptadas. Se a abertura-fechamento do ilíaco fosse dependente da articulação sacro-ilíaca nós teríamos simplesmente um deslocamento dessa articulação.
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No entanto, pela análise através das cadeias musculares podemos ir muito mais além. É a plasticidade dos ilíacos, que sobre o efeito das cadeias musculares de abertura-fechamento, vai nos dar a repercussão macroscópica sobre a forma da pelve e sobre a arquitetura dos membros inferiores, sempre mantendo a integridade e a fisiologia das articulações sacro-ilíacas.
Devemos lembrar dos eixos em torno dos quais organiza-se essas compensações mantendo sempre a coerência indispensável à cintura pélvica. As cadeias de abertura levam à abertura da pelve e automaticamente à modificação do posicionamento do membro inferior, que projeta-se mais longo para o melhor alinhamento de sua arquitetura. Repercussão da abertura sobre: . a altura do membro inferior: mais longo (fig. 36)
. a coxo-femoral: mais centrada (fig.37,38, 43) . o eixo de abertura: sobe (fig. 42) . a crista ilíaca: (fig. 41-42) . em relação ao eixo vai para fora, para frente e desce; . em relação ao solo, sobe como o eixo e a pelve.
As cadeias de fechamento levam ao fechamento da pelve e automaticamente à modificação do posicionamento do membro inferior, que projeta-se mais curto, por causa de sua arquitetura que valoriza o valgus: quadril, joelho, calcâneo. Repercussão do fechamento sobre: . a coxo-femoral: mais afastada (fig. 43, 44, 45)
. a altura do membro inferior: mais curto (fig. 43)
. a crista ilíaca que: - em relação ao eixo (fig. 47) vai para dentro, para frente e sobe, em relação ao solo (fig. 48) desce como o eixo e a pelve. Quando uma hemi-pelve está em abertura (cadeia de abertura) e uma hemipelve está em fechamento (cadeia de fechamento) teremos um outro esquema de compensação (fig. 49-50, 51-52).
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Atenção quando encontrarem no exame de um paciente (fig. 53) os três pontos altos. Tradicionalmente nos foi ensinado que isso significa um ilíaco em superioridade... Vocês já pensaram nessa proposição? Se a diferença de altura da crista ilíaca é devido a uma superioridade do ilíaco, nós teremos um verdadeiro entorse, um deslocamento da articulação sacro-ilíaca. O paciente não poderia, nesse caso, colocar o pé no solo e fazer apoio. Deverá ser encaminhado ao pronto-atendimento para reparar esse deslocamento gravíssimo... Quando pensamos realmente nessa proposição (que também ensinamos muito) é que compreendemos que um paciente que veio ao consultório não pode ter esse problema. Dois, três, cinco, dez milímetros de deslizamento em superioridade no nível da articulação sacro-ilíaca será uma catástrofe articular. A explicação fornecida pelas cadeias musculares é muito mais coerente. Nós encontramos três pontos altos da pelve que representa: . uma hemi-pelve em fechamento (fig. 49), . uma hemi-pelve em abertura (fig. 5051). Os três pontos altos estão do lado da abertura. Os três pontos baixos estão do lado do fechamento. A concavidade lombar L4-L5-sacro é do lado baixo (ref. Livro 4). Do lado do fechamento, a coluna lombar é lordosada. Do lado da abertura ela está delordosada. Isso leva a uma concavidade lombar do lado do sacro baixo. A reequilibração é feita acima de L3. Os testes de abertura irão indicar se existe um lado ou se os dois estão compensando. Devemos tratar segundo o lado da cadeia de abertura e de fechamento. Se existe uma relação contentor-conteúdo que determina um dos esquemas, associamos ao exame e ao tratamento a cadeia estática visceral no
nível abdomino-pelviano. É freqüentemente o caso. É importante compreender que o objetivo não é unicamente corrigir a pelve, mas questionar porque a pelve está em hemiabertura e em hemi-fechamento.
Existem algumas reflexões a serem feitas. Uma hemi-pelve em fechamento adota um esquema de retração que é bem explicado pelas cadeias musculares, onde existe a compensação das tensões internas no nível de uma cicatriz, de um ovário, de uma trompa, de uma alça intestinal etc. Estatisticamente existe mais o membro inferior mais curto à direita, porque? O ilíaco em fechamento induz ao encurtamento. Na maioria dos casos de tensão, citado acima, encontramos na fossa ilíaca direita as inflamações do apêndice e as tensões íleo-cecais. As vísceras podem ser a causa de um encurtamento de um membro inferior? A prática nos confirma essa relação. A relação contentor-conteúdo desenvolvida pelas cadeias musculares nos permite de ir mais longe na busca da compreensão de nossos pacientes. Em resumo I - O ilíaco em fechamento induz ao encurtamento do membro inferior, o ilíaco em abertura induz ao alongamento do membro inferior. Estaremos frente aos casos de falsas pernas curtas e falsas
pernas longas. O comprimento do esqueleto não é a causa. É a modificação arquitetural do membro inferior que modifica a projeção vertical do esqueleto. No momento de fechamento o valgus é valorizado no nível do quadril, do joelho, do pé (fig. 38). A arquitetura do membro inferior é coerente. No momento da abertura o alinhamento articular também é coerente (fig. 36). A projeção linear é mais longa. Nos casos das desigualdades dos membros inferiores é necessário o uso de palmilhas? Qual o tipo de palmilhas? No caso de um falso membro curto e de um falso membro longo O falso membro curto é a resultante de um ilíaco que procura encurtar-se: falso membro curto = ilíaco em fechamento + posterioridade. O exame mostra uma superprogramação de cadeia de fechamento e de flexão. O falso membro longo é a resultante de um ilíaco que procura alongar-se: falso membro longo = ilíaco em abertura + anterioridade. O exame mostra uma superprogramação das cadeias de abertura e de extensão. Nos casos de um falso membro curto não é necessário o uso de palmilhas para compensar a falsa diferença de comprimento. Na realidade ela agravará a compensação. “De forma irônica” poderíamos dizer que seria mais lógico colocar uma palmilha do lado da falsa perna longa para torná-la uma verdadeira perna curta e obrigar a falsa perna curta a alongar-se... porque não? Mas com toda a seriedade que o assunto exige, não é no nível dos efeitos que teremos as soluções, e sim quando tratamos as causas que são colocadas em evidência através da análise pelas cadeias musculares. II - Nos casos de uma verdadeira perna www.novafisio.com.br 13
Léopold Busquet curta e de uma verdadeira perna longa A verdadeira perna curta procura alongar-se. Ela utilizará logicamente os parâmetros de alongamento. Verdadeira perna curta = ilíaco anterior + abertura. O exame mostrará uma super-programação das cadeias de extensão e de abertura. A verdadeira perna longa procura encurtar-se. Ela utilizará todos os parâmetros ilíacos de encurtamento. Verdadeira perna longa = ilíaco posterior + fechamento. O exame mostrará uma superprogramação das cadeias de flexão e de fechamento. Nos casos de uma verdadeira perna curta é necessário o uso de palmilhas para corrigir cem por cento. Podemos passar por uma etapa intermediária, com correção em cinqüenta por cento, para permitir ao paciente adaptar-se progressivamente. Se a palmilha não for suficiente para compensar, pode-se ainda pensar na cirurgia de alongamento (ou de encurtamento). III - O diagnóstico entre uma verdadeira perna curta e uma falsa perna curta é fácil de ser feito. Sobre uma verdadeira perna curta o ilíaco utiliza todos os parâmetros de alongamento. Sobre uma falsa perna curta o ilíaco utiliza todos os parâmetros de encurtamento. Verdadeira perna curta = ilíaco em abertura + anterioridade. Falsa perna curta = ilíaco em fechamento + posterioridade. IV - O diagnóstico para uma verdadeira perna longa e uma falsa perna longa: Sobre uma verdadeira perna longa o ilíaco utiliza todos os parâmetros de encurtamento. Sobre uma falsa perna longa o ilíaco utiliza todos os parâmetros de alongamento. Verdadeira perna longa = ilíaco em fechamento + posterioridade. Falsa perna longa = ilíaco em abertura + anterioridade. V - As diferenças de comprimento dos membros inferiores: Como mostra o livro 4, as diferenças de comprimento são dependentes da influência em prioridade das cadeias de fechamento e de abertura. Essas cadeias levam à modificações sobre o arco plantar, que altera de maneira coerente a pelve, o quadril, o joelho, tornozelo, pé, arco plantar e dedos. 14
As cadeias de abertura-fechamento têm uma relação privilegiada com o plano visceral. As falsas diferenças de comprimento dos membros inferiores tem freqüentemente sua origem no nível visceral. A influência da cadeia estática visceral é surpreendente pela sua evidência e sua freqüência. Cada um dos esquemas de compensação da pelve tratados nesse artigo determinará, através das ligações das cadeias musculares, uma adaptação específica do arco plantar. Exceto as deformações congênitas e o traumatismo local, o arco plantar é o reflexo do abdome no solo. Após o exame no podoscópio, se contentarmos em corrigir apenas os efeitos no nível do pé, sem tratarmos as causas e as influências descendentes, estaremos permitindo que compensações ascendentes determinem alterações no nível de uma das articulações: joelho, quadril, pelve, coluna. Simplesmente o problema muda de local e surgirão processos álgicos posteriormente. No entanto, quando a fonte dos problemas é tratada, quando as influências descendentes das cadeias musculares são equilibradas, teremos a necessidade de reprogramar o apoio ao solo, de reestimular o arco plantar com um trabalho qualitativo das palmilhas proprioceptivas. Sem esse trabalho no nível do pé, as cadeias musculares gastarão muito mais tempo para equilibrar-se e encontrar seu ritmo proprioceptivo. É importante valorizar a complementaridade de nosso trabalho com o uso dessas palmilhas. No entanto, as estratégias de tratamento devem seguir a mesma lógica do esquema de compensação do paciente. O método das Cadeias Musculares é um programa confiável, coerente, que respeita a anatomia e a fisiologia. Ele pode servir de base comum para melhorar a compatibilidade dos nossos exames, do nosso tratamento junto
com outros profissionais da área da saúde, associando a indicação do uso de palmilhas. Finalmente, vejam dois casos tratados por alunos que seguiram a formação, após o segundo seminário da formação As Cadeias Musculares. Os resultados obtidos após três meses de tratamento (uma sessão por semana) mostra a eficácia do método.
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Entrevista
Dr. Hélio Pio: - Especialista em Didática do Ensino Superior pela ERRY – ABBR; - Especialista em Fisioterapia Respiratória pela SOBRAFIR; - Membro Efetivo da Academia de Ciências de Nova York – USA; - Doutorando em Reabilitação Cardíaca pela Universidade de Buenos Aires – UBA; Revista Fisio&terapia: Quais os motivos que te levaram a estudar fisioterapia em uma época onde quase ninguém sabia o que era fisioterapia? Dr. Hélio Pio: Um grande amigo de infância sofreu um acidente automobilístico no Jardim Botânico. Ele teve um TCE e ficou hemiplégico. Passei a acompanha-lo no tratamento na ABBR, ao ver seu tratamento e conhecer o que era a fisioterapia, empolguei-me em ser fisioterapeuta. Revista Fisio&terapia: Qual a comparação que você faz da fisioterapia daquele tempo com a fisioterapia de hoje em dia? Dr. Hélio Pio: A Fisioterapia daquela época só tratava de assuntos básicos e mesmo assim de forma superficial. Todos nós daquele tempo fomos e somos autodidatas. Hoje a
fisioterapia é bem mais científica, apesar da qualidade de ensino ministrada na graduação. Revista Fisio&terapia: Quais os colegas daquela época que na sua opinião devem ser lembrados, porque assim como você, fizeram ou ainda fazem parte da história da fisioterapia? Dr. Hélio Pio: Os abnegados ícones daquela época na minha opinião são: Edgar Meirelles, Ruy Gallart de Menezes, Carlos Alberto Caetano de Azeredo, Farley Campos, José Roberto Prado Júnior, Claudinei Delgado, Suely Marques, Maria Regina Figueiroa. Revista Fisio&terapia: Como você vê o mercado de trabalho atualmente? Dr. Hélio Pio: Totalmente saturado sem nenhuma perspectiva de melhorar nos próximos dez anos. Revista Fisio&terapia: No seu ponto de vista, o que nós fisioterapeutas podemos fazer para sobreviver neste mercado totalmente saturado, qual a nova tendência do mercado? Dr. Hélio Pio: A nova tendência do mercado é para o Fisioterapeuta generalista, com sólido conhecimento de todas as especialidades.
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Entrevista
Revista Fisio&terapia: Você já ocupou cargos políticos na fisioterapia como Coffito ou crefito’s? Dr. Hélio Pio: Não. E sou apolítico.
Revista Fisio&terapia: Certa vez você me disse que é a favor de cada estado ter o seu próprio Crefito, porque? Dr. Hélio Pio: Sim, pois sendo o Brasil um país transcontinental fica impossível uma boa administração de 2,3 estados simultaneamente por um só Crefito. Revista Fisio&terapia: Você está satisfeito com o sistema Crefito’s Coffito? Dr. Hélio Pio: Eu creio que seria mais interessante a mudança de Presidência a cada cinco anos de gestão. Com eleição a cada cinco anos os presidentes terão tempo hábil para realização da proposta de campanha.
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Revista Fisio&terapia: Quais seus projetos pessoais na fisioterapia? Dr. Hélio Pio: Implantar no Rio de Janeiro Cursos de PósGraduação com alto valor científico. Revista Fisio&terapia: O que você tem a dizer dos cursos de graduação em fisioterapia? Dr. Hélio Pio: Salvo raríssimas exceções, a maioria é de péssima qualidade. Os alunos saem totalmente despreparados para o mercado de trabalho, fazendo barbaridades com os pacientes. Revista Fisio&terapia: E os cursos de pós-graduação em fisioterapia? Dr. Hélio Pio: Mesma coisa, salvo raríssimas exceções, a maioria também são de péssima qualidade.
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Entrevista
Revista Fisio&terapia: Qual sua opinião sobre os aparelhos nacionais de fisioterapia? Dr. Hélio Pio: A indústria nacional melhorou consideravelmente sob todos aspectos. Revista Fisio&terapia: Você ministra cursos em todo país, como são seus cursos.
Dr. Hélio Pio: Pelos telefones (21) 2538-1180 com Sylviane e (21) 2539-3604 com Maria das Graças no horário de 07:00 às 20:00 hrs de 2º à 6º feira. Revista Fisio&terapia: Para terminar que mensagem você tem para os assinantes da Revista Fisio&terapia.
Dr. Hélio Pio: Sim. Eu possuo uma sociedade com o Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim de Curitiba, um dos grandes fisioterapeutas da atualidade. Os nossos cursos abrangem diversos temas. São cursos teóricos-práticos com conteúdo programático definido e, mostrando como nós fazemos dentro de nossa experiência.
Dr. Hélio Pio: A mensagem para os assinantes desta conceituada revista é que todos os alunos e profissionais de fisioterapia deviam ter a assinatura de pelo menos seis periódicos visto que com a velocidade que informações vem surgindo em virtude da globalização, os livros já saem das editoras defasados. Apesar deles serem muito úteis e fundamentais, a aquisição de periódicos se faz necessária. Parabéns aos assinantes da Revista Fisio&terapia pela boa escolha.
Revista Fisio&terapia: Como as pessoas podem entrar em contato com você para seus cursos?
Revista Fisio&terapia: Dr. Hélio Pio, muito obrigado por conseguir um tempo em sua agenda para esta nossa entrevista.
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RESUMO Os seres humanos, através da própria experiência ao longo da vida, tem a perfeita noção do que é ter uma noite mal dormida e o que isso representa no dia seguinte. Comprometimento na concentração, disposição física, produtividade no trabalho ou estudos, humor, dentre outros, são alguns exemplos desses efeitos. Uma postura ruim ao deitar-se pode gerar uma série de patologias já muito bem difundidas na literatura: cefaléias, cervicalgias, lombalgias, bursite, disfunção temporomandibular (DTM), problemas estruturais na coluna vertebral, são alguns exemplos. O travesseiro é importante nesse contexto e tem a finalidade de apoiar a cabeça, alinhando a coluna vertebral quando se está deitado em decúbito lateral. O presente artigo visa fazer uma revisão da literatura sobre as posturas de dormir e de introduzir os conceitos científicos do travesseiro ergonômico Bona’sleep®, um modelo personalizável escolhido através de uma régua especial que mede a largura do ombro do indivíduo, também
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Como Obter com Facilidade a Postura Correta ao se Por: Dr. Boanerges A. Netto Jr Deitar Dr. Fabiano Moreira da Silva Dr. Cristian de Souza Freitas
desenvolvida pelo autor(*). A partir da medida obtida se escolhe um dos cinco modelos disponíveis, que abrange todos os biotipos. Ele permite a regulagem interna de altura possibilitando o ajuste fino dessa, além do inédito encaixe para o ombro que mantém a mandíbula sempre suportada pelo travesseiro, mesmo quando o indivíduo se encolhe um pouco mais ao deitar-se. INTRODUÇÃO Segundo Jean Oliver, aproximadamente, um terço de nossas vidas é despendido no leito, e por essa razão, os efeitos de uma cama e das posições em que nos deitamos
devem ser significativamente relevantes. Uma boa postura do pescoço durante o sono é extremamente importante na prevenção dos distúrbios do pescoço. É muito difícil obter uma boa noite de sono se este não tiver um apoio adequado. Provavelmente, o travesseiro é tão antigo quanto a humanidade, inclusive citado na bíblia sagrada em Gênesis 28:10-11, “onde Jacó ao deitar-se para passar a noite, tomou uma das pedras do lugar e fê-la seu travesseiro”. Durante o sono ocorrem vários processos metabólicos que, quando mal concluídos, dificultam a capacidade de aprendizado,
alteram o humor, comprometem a criatividade, a atenção e a memória. Está comprovado cientificamente que dormir é fundamental para manter equilíbrio de sua saúde física e mental (site www. sono.org.br). Durante o movimento ou em repouso, o homem modifica posições posturais que provocam maior ou menor tensão nos grupamentos musculares. Alterações posturais podem ter relação com as disfunções temporomandibulares (DTM), promovendo dores orofaciais (Reder, 2003). DTM é um conjunto de anormalidades responsáveis por dores, geralmente crônicas, do tipo recorrente, não-progressivas e associadas a um impacto leve ou moderado sobre a atividade social do paciente (Von Korff, 1995). Para um repouso prolongado pode-se adotar a posição de decúbito lateral, que é mais relaxante para os músculos, os discos intervertebrais e os ligamentos (Campos e Coelho, 1999). Alguns pacientes apresentam distúrbios cervicais, sendo seus travesseiros a fonte da irritação e da continuidade ou da recorrência dos sintomas. A altura do travesseiro deve apoiar a cabeça e o pescoço completamente e numa posição neutra (Maitland, 1986). Diversos autores (1, 3, 4, 7, 8, 9 e 11) da área da ortopedia, fisioterapia e odontologia afirmam que o travesseiro tem objetivo de alinhar a coluna vertebral, apoiando a cabeça do indivíduo, quando esse estiver deitado em decúbito lateral. Há uma grande variação na largura da caixa torácica na população adulta em geral, conseqüentemente, o travesseiro deveria ser escolhido de acordo com o biotipo do usuário. Há vários tipos de travesseiros no mercado, todos com o formato retangular tradicional e confeccionados com uma gama de materiais como: plumas, penas, flocos de espuma, de espuma moldada e laminada, látex, etc. No artigo discute-se as posturas corretas para dormir e apresenta o travesseiro ergonômico Bona’sleep® (Figura I), que facilita a postura em decúbito lateral, independentemente do biotipo do usuário. Também será abordado sobre as correlações entre DTM, cervicalgias e
postura incorreta ao deitar-se, além do relato de como se deu o desenvolvimento do Bona’sleep®. DISCUSSÃO Autores da área biomédica como ortopedistas, fisioterapeutas e cirurgiõesdentistas afirmam que a postura correta ao deitar-se é extremamente importante para a saúde geral, bem como para as articulações. Na opinião de Mascarenhas (2003), a relação de equilíbrio postural entre o crânio, a mandíbula e a coluna cervical é de fundamental importância para a manutenção da funcionalidade do sistema formado por estas três estruturas e mais um complexo grupo de músculos, ligamentos, articulações e receptores. Knoplich (1982) comenta em seu livro “Endireite as Costas”, que a posição ideal para dormir é em decúbito dorsal (barriga para cima), porém ronca-se muito e a garganta tende a ficar seca. Nesta posição, a cabeça não precisa de travesseiro. E que dormir de lado é a melhor posição devendo-se usar um travesseiro da altura do ombro. As pernas deverão ser dobradas; quando cansar, esticar a perna de baixo e colocar um travesseiro embaixo do joelho, dobrando a perna de cima. A posição que as pernas assumem durante o período de repouso é fundamental para a saúde da região lombar da coluna, evitando as lombalgias. Os joelhos devem estar alinhados, um apoiado sobre o outro. Você pode usar também um travesseiro fino para facilitar o alinhamento dos joelhos, sendo esse, altamente recomendado pelos ortopedistas e fisioterapeutas para quem tem problema de coluna (Figura II). Outra variação da posição ideal em decúbito lateral é utilizar um travesseiro alto sob a perna que estiver por cima, evitando o giro do quadril (rotação da coluna) e conseqüentemente não sobrecarregando a região lombar. Segundo Mercúrio (1997) em seu livro “Dor nas costas nunca mais”, devemos orientar nossos pacientes para evitar a posição de “bruços” (decúbito ventral). Não é uma boa posição para a coluna vertebral. Durma em decúbito dorsal
com travesseiro baixo ou sem travesseiro. Ou então, durma de lado, com travesseiro “normal”; nunca durma encolhido, sua coluna vertebral deve ficar o mais reta possível. Ainda esse autor comenta que dorsalgias são dores na coluna dorsal com irradiação para a zona anterior do tórax, que podem simular “pontada no coração”. Alguns problemas da coluna cervical poderão causar sintomas como vertigens, zumbidos nos ouvidos, adormecimentos nas mãos, dores de cabeça, distúrbios visuais e mesmo alteração na voz; podendo simular quadros de enxaqueca, labirintite ou doenças na faringe-laringe. De acordo com Maciel (2003), estimase que em torno de 98% da população praticam a postura de dormir em decúbito lateral e, freqüentemente, aplicando pressão externa no rosto. Esta pressão força a mandíbula lateralmente e a desloca de sua posição de repouso cêntrico, resultando em restrições em todos os componentes biológicos articulares, sejam compressões e/ou trações. Este fator deve, portando, ser avaliado nas abordagens craniomandibulares. A postura que a pessoa dorme com a mão sob a mandíbula pode provocar lateroprotrusão dessa, e que, bruxistas (pessoas que rangem os dentes) dormem habitualmente em posições nas quais aplicam pressão externa à mandíbula, exigindo que os dentes forneçam apoio e força oposta proporcional, podendo resultar em contrações prolongadas de vários músculos. Dormir de lado é bom para a coluna e a maioria das pessoas dorme naturalmente nessa posição, fazendo uma curva semelhante à posição fetal. A posição é adequada pois os músculos flexores (da frente do corpo) e extensores (da parte de trás) mantêm uma extensão semelhante (Santos, 2003). Segundo Valladares Neto (2002), especialista na área do sono, dormir bem significa: acordar bem disposto e não sentir sono durante o dia, o que mostra que o organismo cumpriu bem todas as suas funções. O absenteísmo é 2,8 vezes maior em pessoas com problemas de insônia, aumentando em sete vezes o risco de acidentes do trabalho e 2,5 vezes o de acidentes de trânsito. www.novafisio.com.br 27
De acordo com McHorris (1988), pacientes com boa oclusão, coincidente com a relação cêntrica dos côndilos, tinham uma coisa em comum, - todos dormiam com as costas para baixo. A postura de costas ao dormir também é um dos primeiros regimes de tratamento que os pacientes com “disfunção da articulação temporomandibular” são encorajados a seguir. Um pequeno travesseiro ou toalha enrolada para apoiar a curvatura do pescoço pode ser útil, mas a elevação dos joelhos com travesseiros é a coisa mais efetiva que o paciente pode fazer para facilitar a postura de dormir de costas para baixo. Corrobora com esta opinião o professor Maciel (1998), que afirma que a postura dorsal parece ser a melhor para dormir e é interessante lembrar que os portadores de problemas de coluna cervical também são indicados para postura dorsal, sobretudo as vértebras cervicais. Ainda que considerada ideal por alguns autores, a posição em decúbito dorsal a partir de um certo tempo se torna cansativa, levando o indivíduo à mudança para uma outra. Segundo relato do Dr. José Mol (2003):
afirma que vários autores têm descrito a influência da postura nos distúrbios temporomandibulares e da região cervical (Wijer, 1998). As cefaléias neurogênicas são muito específicas e em geral desencadeadas por estados depressivos e emotivos, por fatores climáticos (acompanhados de torcicolo), por distúrbios digestivos e também pelo ato de dormir, pois a má postura durante o sono pode ocasionar compressão das raízes nervosas e arteriais (Campos e Coelho, 1999). As dores de cabeça, costas e pescoço podem ter origem na patologia articular (Sonnesen, 2001). Uma postura ou atividade que ativa um trigger point (ponto de gatilho), se não corrigida, pode também perpetuá-lo. Além do mais, muitos fatores estrutural e sistêmico perpetuarão um trigger point que pode ser ativado por uma sobrecarga aguda ou crônica. Dormir com dois travesseiros (por exemplo, para melhorar “drenagem sinusal”) flexiona o pescoço e encurta os músculos esternocleidomastoideos, tendendo a ativar seus trigger points (Simons et al, 1999).
“A postura em decúbito dorsal não está indicada para pacientes portadores da síndrome da apnéia obstrutiva do sono, devido à posição que a língua assume dificultando a passagem do ar”. No decúbito lateral a espessura adequada do travesseiro deve preencher o espaço entre a ponta do ombro e o pescoço, para manter a coluna cervical em posição neutra. E que as posições ao deitar-se que colocam as articulações em seu limite de amplitude devem ser evitadas. Como por exemplo, a posição prona (decúbito ventral) que tensionam as articulações excessivamente, e que podem causar freqüentemente sintomas originários do pescoço, como, cefaléia, tontura e parestesia no braço (Oliver, 1999). Muitos estudos descrevem a coexistência de distúrbios temporomandibulares e da espinha cervical. Outros estudos também têm enfatizado que uma região cervical disfuncional pode constituir fonte de dor na região da cabeça. Ele
Na opinião de Puertas (2003), uma pessoa muda de posição várias vezes à noite, o que é benéfico para as articulações. Sobre um colchão mais rígido, por exemplo, a pessoa se move cerca de 30 vezes durante a noite; em um colchão de molas, a mesma pessoa não se mexe mais de 8 vezes. Em geral, ocorrem entre 4 e 5 ciclos completos do sono por noite. Cada ciclo tem a duração de 90 a 120 minutos (Maciel, 2003). O processo de dormir buscando uma postura correta é um aprendizado, um reflexo condicionado, tal qual o processo da criança que à medida que vai crescendo, aprende sobre os limites físicos da área da sua cama, que ficam gravados em seu subconsciente, não mais caindo, e tampouco precisando de uma grade. Durante o período em que se está dormindo, normalmente acontece microdespertares entre os ciclos do sono. Com o conhecimento das posturas corretas e incorretas ao deitar-se, com
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Como Obter com Facilidade a
um travesseiro adequado e o indivíduo estando condicionado, no momento que acontece os microdespertares, ele retorna, automaticamente, para uma posição correta, caso não esteja numa boa posição. A tão falada qualidade de vida certamente começa com a quantidade e qualidade do sono e também com a postura correta durante esse período. Para se ter uma boa postura no leito são fundamentais a qualidade do colchão e do travesseiro, dando conforto para a cabeça durante o seu uso, além de proporcionar o alinhamento adequado de toda a coluna vertebral. HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO DO BONA’SLEEP® No ano de 1996 estava sendo veiculado uma propaganda na televisão cuja mídia mostrava um travesseiro que apresentava uma depressão central, prometendo um alinhamento perfeito da coluna vertebral. Adquiri um travesseiro desse modelo e comecei a usá-lo para o meu repouso. Com o seu uso observei um bom alinhamento da minha coluna vertebral, porém comecei a ter sinais e sintomas de DTM. Tinha dor nas ATMs (articulações temporomandibulares) ao mastigar e na ocasião surgiram ruídos (clicks ) nas duas articulações mencionadas. Como cirurgião-dentista, especialista em prótese dentária desde 1990 (na época não tinha a especialidade de DTM e Dor Orofacial), fazia parte da minha rotina clínica tratar pacientes com essa disfunção. Não tendo hábitos nocivos relacionados com essa patologia (bruxismo, onicofagia, apoio diurno e noturno da mandíbula, etc) e sem uma história prévia de macrotrauma na região, conclui que o problema surgiu após a utilização do travesseiro. Percebi que a mandíbula era alavancada pela convexidade localizada na borda do travesseiro, como se tivesse dormindo com a mão sob a mandíbula. Interrompi o uso desse travesseiro, voltando para um modelo comum. Desde então fiquei instigado sobre o assunto. Comprei um travesseiro comum de espuma laminada, o mais próximo
possível da altura ideal para o meu biotipo e resolvi fazer um encaixe para o ombro (Figura III). Foi feito um molde em papelão que orientou o corte na espuma. Essa idéia surgiu vendo minha esposa, também cirurgiã-dentista, dormir normalmente numa posição bem encolhida. Nessa posição sua mandíbula ficava fora da área de apoio do travesseiro, e quase que, automaticamente, ela interpunha a mão, suportando o maxilar inferior. Nos travesseiros comuns, que são retangulares, normalmente acontece essa interposição de uma ou as duas mãos, ou mesmo do braço (Figura IV). Como cirurgiã-dentista ela sabe que esse é um hábito nocivo que deve ser evitado, pois pode gerar uma DTM, apesar de, inconscientemente, não conseguir evitálo durante o sono. Depois de algum tempo dormindo com esse protótipo e me sentindo bem, agora sem os sinais e sintomas relatados anteriormente, senti a necessidade de criar um dispositivo para a regulagem da altura. Idealizei um sistema no qual o travesseiro teria uma cavidade que poderia ser calçada através de cunhas, possibilitando aumentar a sua altura caso necessário, permitindo assim um ajuste fino em sua altura (Figura V). Requeri a patente dessa idéia. Estava imbuído em eliminar todos os pontos fracos dos travesseiros comuns. Normalmente se escolhe um modelo de travesseiro sem critério algum, na tentativa e erro, ou seja, de uma forma totalmente empírica. Para sanar o problema desenvolvi uma régua para se obter de uma maneira científica, simples, rápida e reproduzível a medida da largura do ombro dos indivíduos, surgindo a régua especial Bona’sleep®, cuja patente também foi requerida (Figura VI). A partir da leitura obtida pelo operador, se escolhe um dos cinco modelos disponíveis, que abrange todos os biotipos, desde as pessoas com os ombros estreitos (crianças a partir dos oito anos de idade aproximadamente já conseguem o alinhamento ideal da coluna com o modelo mais baixo) até aos de porte físico avantajado, com os ombros bem largos.
Fiz uma parceria com a companhia Nipobrasileira® que é do ramo de colchões, sediada em Belo Horizonte – MG para a fabricação do travesseiro ergonômico Bona’sleep®. Ele foi lançado oficialmente no “II Simpósio de DTM e Dores Orofaciais”, acontecendo nos dias 8 e 9 de novembro último, em Belo Horizonte e também no “II Congresso Brasileiro da Ciência e Arte da Oclusão, Sensibilidade e Motricidade”, de 11 a 16 de novembro de 2002, na cidade de São Paulo. Estudos clínicos já estão sendo realizados para dar o necessário suporte científico ao produto. CONCLUSÃO 1. A postura correta ao deitar-se é extremamente importante para a saúde geral do indivíduo, visto que passamos aproximadamente oito horas diárias no leito. 2. O travesseiro tem a função básica de alinhar a coluna vertebral, apoiando a cabeça do indivíduo quando se está deitado em decúbito lateral. Conseqüentemente, ele deve ser escolhido de acordo com o biotipo do usuário. 3. Com o travesseiro ergonômico Bona’sleep®, ora apresentado à comunidade científica, se consegue de uma maneira previsível o perfeito alinhamento da cabeça e coluna cervical com o restante da coluna vertebral (desde que o colchão tenha qualidade). 4. A introdução do uso da régua Bona’sleep® também desenvolvida pelo autor(*) definiu um critério científico para se determinar a altura exata do travesseiro ideal, de acordo com as características físicas do indivíduo. 5. O encaixe para o ombro permitindo o apoio da mandíbula mesmo quando se dorme encolhido (posição fetal) e o sistema de regulagem interna de altura são dois diferenciais inéditos e importantes para se obter a melhor ergonomia durante o repouso. 6. Esse modelo de travesseiro está indicado para a prevenção e tratamento de disfunções temporomandibulares (DTM) e de sintomas originários da região do pescoço e ombros.
a Postura Correta ao se Deitar
7. Serão necessários mais estudos científicos para comprovação da eficácia do modelo de travesseiro apresentado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Oliver J. Postura. Cuidados com as Costas – Um guia para Terapeutas. São Paulo: Editora Manole Ltda; 1999. p 61 e 64. 2- Korff V. Health services research and temporomandibular pain. In: Sessle B J at al. Temporomandibular disorders and related pain conditions, progress in pain research and management. Seattle: IASP press, 1995, v.4, p. 227. 3- J M Campos e Coelho G D. A Medicina Resgatada – Uma introdução à Praxis Vertebralis. São Paulo: Editora Pensamento; 1999. p 111 e 130. 4- Maitland G D.Manipulação Vertebral. São Paulo: Editora Panamericana; 1986, p.422. 5- Reder M C. A postura corporal como fator etiológico de desordens do sistema estomatognático. Dissertação apresentada ao CPO São Leopoldo Mandic – Centro de Pós-graduação, para obtenção do grau de Mestre em Prótese Dentária. Campinas 2003, p. 11. 6- Mascarenhas M. H. et al. Interrelações funcionais entre ATM e coluna cervical. In: Maciel R. N. ATM e Dores Craniofaciais – Fisiopatologia Básica. São Paulo: Editora Santos; 2003. p 215. 7- Knoplich J. Endireite as Costas. São Paulo: Ibrasa, 1982. 8- Mercúrio R. Como proteger sua coluna vertebral. Dor nas costas nunca mais. São Paulo: Editora Manole Ltda; 1997. p 146. 9- Maciel R. N. e Cols. ATM e Dores Craniofaciais – Fisiopatologia Básica. São Paulo: Editora Santos ; 2003. p 176 e 365. 10- José Mol – Psiquiatra e especialista do sono – Ipatinga / MG Comunicação Pessoal. 11- Santos A . Travesseiro – Parceiro da Noite. Revista Marie Clarie. Editora Abril de 2003; p 128. 12- Valladares Neto D C. Sono em Revista. Ano I – Nº 1 – março/ www.novafisio.com.br 29
setembro de 2002, p 4. 13- McHorris W. H. Ajuste oclusal através de desgaste seletivo do dentes naturais. In: Milton Miranda. Review em ATM e Oclusão – Artigos Clássicos. São Paulo: Editora Quintessence Ltda; 1988. p 79-80. 14- Maciel R. N. Manifestações Clínicas. Oclusão e ATM – Procedimentos Clínicos. São Paulo: Editora Santos; 1998. p 208. 15- Wijer A. Distúrbios Temporomandibulares e da Região Cervical. Distúrbios Temporomandibulares e da Região Cervical. São Paulo: Editora Santos; 1998. p14. 16- Simons D G, et al. Myofascial Pain and Dysfunction: The Trigger Point Manual. Head and Neck Pain. Baltimore, USA: Williams & Wilkins; 1999. p 314. 17- Sonnesen L et al. Temporomandibular disorders in relation to craniofacial dimensions, head posture and bite force in children selected for orthodontic treatment. Eur J Orthod, v. 23, n.2, p. 179-192, Apr. 2001. Puertas E. Travesseiro – Parceiro da Noite. Revista Marie Clarie. Editora Abril de 2003; p 129. (Responsável pelo Grupo de Coluna do Setor de Ortopedia da UNIFESP). AUTORES: Dr. Boanerges Araújo Netto Jr. Cirurgião-Dentista (*) Desenvolveu a Régua e o Travesseiro Ergonômico Bona’sleep® Especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Especialista e Mestrando em Prótese Dentária Dr. Fabiano Moreira da Silva Fisioterapeuta Coordenador e professor do curso de Fisioterapia da UNIVAÇO - IpatingaMG. Coordenador estadual da ABENFISIO (Assoc. Bras. de Ensino em Fisioterapia) Fisioterapeuta do Ipatinga Futebol Clube Delegado Regional do Conselho de 30
Fisioterapia no Vale do Aço (CREFITO-4) Gerente de saúde da prefeitura municipal de Ipatinga. Dr. Cristian de Souza Freitas Fisioterapeuta Especialista e Mestrando em Ergonomia Professor da UNIVAÇO, UNILESTEMG e FUNEC
Figura III: Formato diferenciado do Bona’sleep® mostrando o encaixe para o ombro. Os pontos escuros na superfície são as pastilhas de lúmenmagnetic que é tecnologia da empresa Nipobrasileira® (opcional).
FIGURAS
Figura I: Postura correta. A coluna vertebral está alinhada devido a qualidade do colchão e a ergonomia do travesseiro Bona’sleep®, que está corretamente ajustado.
Figura II: Postura correta. Observar posição da cabeça, mandíbula e braços. Um travesseiro fino entre as pernas elimina a rotação da coluna vertebral, evitando lombalgias.
Figura IV: Os travesseiros comuns têm o formato retangular. Quando se dor me de lado fazendo uma curva semelhante à posição fetal, a mandíbula fica fora da área de apoio do travesseiro, ocorrendo a tendência de apoiá-la com a mão, gerando sobrecarga na região das ATMs. Observar linhas demarcadas na face mostrando o desalinhamento da mandíbula.
Figura V: Vista da parte de trás do Bona’sleep® mostrando a cavidade no travesseiro e também as cunhas que acompanham o produto, que permitem um ajuste fino na regulagem na altura. Figura VI: A régua especial Bona’sleep® tem a finalidade de medir a largura do ombro dos usuários, escolhendo um dos cinco modelos disponíveis de uma maneira r á p i d a , científica e reproduzível.
RESUMO O artigo pretende contribuir para o esclarecimento de algumas lacunas na compreensão e no tratamento das ESTRIAS. As constatações neste contidas, foram verificadas após tratamentos realizados ao longo dos anos em pacientes que apresentam esta patologia.No âmbito da etiologia da ESTRIA, confirmaram suas hipóteses de trabalho e a técnica de tratamento por eles administradas. A descrição da estria atrófica da pele foi realizada pela primeira vez por TROIZIER e MENETRIER como uma deformação inócua. RIERAGGI em 1982, segundo GUIRRO e GUIRRO em “Fisioterapia em Estética”, diferencia lesões dérmicas como estrias, lesão senil e cicatriz. Após alguns estudos, foi evidenciado que a pele estriada apresenta modificações nas fibras colágenas, na substância fundamental amorfa e nos fibroblastos. Macroscopicamente, tais alterações se caracterizam na pele lesada como lesões inicialmente eritemato-violáceas, evoluindo com tonalidades esbranquiçadas, de tamanhos variados, de aspecto atrófico e enrugado, obedecendo as linhas de expressão da pele e que, sobretudo, provocam um desconforto estético em diversas fases do processo. O tratamento destas manifestações cutâneas, tão comuns e relacionadas a condições muito conhecidas e ora predisponentes (como gravidez, crescimento e emagrecimento rápidos, uso de corticóides, entre outros) tem se mostrado um desafio para aqueles profissionais envolvidos com a dinâmica dos fenômenos ligados à pele. Apresentam grande refratariedade às tentativas de terapêutica por meio da cosmetologia, procedimentos eletrofisiológicos e fisioterápicos. A estimulação destas lesões através da corrente galvânica contínua filtrada tem sido um método promissor na modificação do curso desta entidade. Considerações sobre Estrias Atróficas da Pele As estrias são classificadas como uma atrofia adquirida e possuem várias outras denominações, por vezes, atribuídas a prováveis etiologias e aparências da pele: “vergetures”, “atrophoderme striée”, “macules atrophiques lineaires”, “striae cutis distensae”, “stretch marks”, “lash marks”, “striae albicantes”, “estrias atróficas” e “víbices”. As estrias atróficas caracter-
izam-se como lesões atróficas lineares paralelas, em geral, seguindo as linhas de clivagem da pele. São inicialmente eritemato-violáceas, para mais tarde se tornarem esbranquiçadas. Segundo EDWARD et al. a causa deste distúrbio é desconhecida. Muitas vezes, as estrias atróficas são encontradas em associação com a gestação, obesidade, doença de Cushing e o uso prolongado de glicocorticóides. Outro fator causal é o exercício vigoroso, especialmente o levantamento de peso. Contudo, os adolescentes e os adultos jovens podem apresentar estrias sem qualquer correlação com os fatores acima mencionados. Três teorias tentam explicar o aparecimento das estrias. A teoria mecânica admite que a excessiva deposição de gordura no tecido adiposo, especialmente a que ocorre repentinamente, com subseqüente dano às fibras elásticas da pele, é a causa fundamental do aparecimento das estrias no indivíduo obeso. As estrias são consideradas também seqüelas de períodos de rápido crescimento (stretch marks), do estiramento da pele do abdomen na gravidez causado pelo crescimento do feto, do uso prolongado de cortisona. Muitos autores postulam uma relação entre os esteróides e as estrias. Com a teoria endocrinológica pode-se explicar que o aparecimento das estrias em algumas doenças (Febre tifóide, Febre reumática, entre outras) não tem como efeito causal à afecção em si, mas sim as drogas utilizadas na sua terapêutica. Esta teoria é reforçada pela presença de estrias em meninos e meninas na adolescência, obesos ou não. Nesta fase, ocorre uma estimulação adrenocortical significativa. Ainda, chama-se a atenção para a associação entre acne e estrias em adolescentes. Os glicocorticóides aumentam o catabolismo protéico e atuam sobre a formação de fibras colágenas junto aos fibroblastos
na pele. A origem mais aceita das estrias baseia-se nessa teoria. Na teoria infecciosa, admite-se que processos infecciosos provocam danos às fibras elásticas ocasionando estrias. Notou-se o aparecimento de estrias púrpuras em adolescentes após febre tifóide, febre reumática, hanseníase e outras infecções. CARRAMASCHI et al. evidenciaram que as fibras oxitalânicas vão estar diminuídas quantitativamente nas estrias atróficas em relação à pele normal, ocorrendo também redução de sua absorvência e, conseqüentemente, uma maior irregularidade tissular, conforme foi observado nos cortes de tecidos lesados. Manifestações Clínicas e Diagnóstico De acordo com SAMPAIO, as estrias atróficas caracterizam-se por faíscas de enrugamento e atrofia da pele. São inicialmente eritêmato-purpúricas e, posteriormente, ligeiramente despigmentadas. A localização é muito característica. Nos jovens, ocorrem predominantemente nas regiões lombossacral e coxas, com uma distribuição bilateral e simétrica. Na gravidez, são mais observadas nas faces laterais e anterior do abdômen, coxas e mamas. Nas doenças endócrinas acompanhadas de obesidade, surgem no abdômen, nádegas, coxas e pregas axilares. A atrofia da pele com estrias é exuberante e pode-se observar diminuição da espessura da pele, decorrente da redução do número e volume de seus elementos, adelgaçamento, pregueamento, secura, menor elasticidade, rarefação dos pêlos e, muitas vezes, perda da coloração da pele no local, apresentando-se amarelada ou esbranquiçada. Geralmente, as estrias atróficas são assintomáticas, embora alguns pacientes
Tratamento Fisioterápico Dermato-Funcional Por Estimulação das Estrias com Corrente Galvânica Por: Dra. Andrezza Monteiro da Fonseca Araújo Filtrada Dra. Adalgisa Mafra Moreno www.novafisio.com.br 31
apresentem um leve prurido no estágio inflamatório. São encontradas em ambos os sexos, com predominância do sexo feminino, principalmente a partir da adolescência. O diagnóstico dá-se, essencialmente, por: a) Inspeção visual. b) Biópsia da pele: as fibras de colágeno podem apresentar separações casuais. As fibras elásticas podem estar diminuídas ou aglomeradas. Abordagem Terapêutica A prevenção deve ter grande importância. EDWARD et al (1993) cita instruções de prevenção, como: ¨ Mudanças bruscas de peso (efeito sanfona); ¨ Exercícios vigorosos; ¨ Evitar uso de corticóides, tanto tópicos como sistêmicos; ¨ Roupas apertadas e o cigarro (prejudicam a circulação e oxigenação); ¨ Evitar banhos muito quentes. A resistência dos autores, em considerar a estria como sendo uma seqüela irreversível está embasada no próprio exame histológico das estrias, onde nota-se uma redução no número e volume dos elementos da pele, e o rompimento das fibras elásticas. Ainda, pode-se observar que a epiderme é delgada e há diminuição da espessura da pele, as fibras colágenas estão separadas entre si, e no centro da lesão não há muitas fibras elásticas, ao contrário da periferia onde aparecem onduladas e agrupadas. Contudo o aparecimento de fibras elásticas rompidas não tem a importância que lhe é atribuída, pois essas correspondem apenas a 2 a 4% do total de fibras do conjuntivo, não tendo, portanto, grande influência no quadro apresentado pela estria. Tratamento das Estrias Cutâneas Atróficas com a Corrente Galvânica Filtrada A corrente galvânica ou contínua é uma corrente unidirecional utilizada em baixa voltagem e baixa amperagem. Em estudo recente GUIRRO et al. (1991), utilizando corrente contínua filtrada constante, abriu uma nova perspectiva no tratamento das estrias. Dados preliminares mostraram que ocorre um acentuado
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aumento no número de fibroblastos jovens, uma neovascularização e o retorno da sensibilidade dolorosa após algumas sessões de eletro-estimulação. O método é invasivo e o processo de regeneração da estria está baseado na compilação dos efeitos intrínsicos da corrente contínua, que são eles: ¨ Eletroquímicos ¨ Osmóticos ¨ Modificações no tamanho ¨ Alterações na excitabilidade e também dos processos envolvidos na inflamação aguda O tratamento da estria vai depender da fase em que esta se encontra, utilizandose procedimentos diferentes, com objetivos próprios, de acordo com a etapa clínica observada. Todos os pacientes são submetidos a uma minuciosa avaliação pré-tratamento, quando são consideradas as principais características das lesões, o que permite uma proposta ou abordagem terapêutica adequada. Considera-se: *Cor da pele (pele clara tratamento demorado). *Ano da menarca.(meninas com descontrole hormonal ) *Aparecimento das estrias.(adolescência, pós-emagrecimento, uso de medicamento ) *Uso de medicamentos. (cortisona, tratamento hormonal) *Diabetes.( distúrbio de cicatrização) *Coloração das estrias.(quando eritematovioláceas-contra-indicado) *Quelóides. *Sensibilidade dolorosa.(alterada no decorrer no tratamento) *Tipo de alimentação. *Alergia.(medicamento, cosmético ) *Hemofilia. Na fase inicial, quando a estria apresenta-se hiperêmica ou violácea, não é aconselhável realizar a estimulação com a corrente galvânica, porque esta pode agravar o processo inflamatório que está presente neste tipo de estria. Portanto, é interessante esperar a evolução até um estágio clínico caracterizado pelo esbranquiçamento da lesão, quando a estria cutânea atrófica está “maturada”. Ainda assim, enquanto aguarda-se o momento mais propício para se intervir por estimulação com a corrente galvânica, alguns procedimentos fisioterápicos podem ser utilizados:
· Massoterapia: a massagem não apresenta bases fisiológicas de ação comprovadas cientificamente, porém sendo do tipo profunda, melhora a vascularização no local que está sendo tratado. · Laser: a ação do laser é exercida a nível celular aumentando o número de fibras colágenas e, conseqüentemente, a tensão da epiderme, melhorando consideravelmente o aspecto da pele. Após a fase inicial, pode-se realizar o tratamento com a corrente galvânica filtrada em microamperagem. Procedimentos Técnicos Para a realização da terapia anti-estrias, utiliza-se o aparelho STRIAT, desenvolvido pelos fisioterapeutas Elaine Guirro e Rinaldo Guirro, sendo um gerador de corrente galvânica filtrada. Possui um eletrodo ativo especial, o qual consiste de uma agulha fina acoplada a uma caneta. O eletrodo passivo é uma placa. Pelo fato dos eletrodos possuírem tamanhos diferentes, o menor, a agulha, apresenta maior concentração de corrente. A faixa ideal para o tratamento das estrias concentra-se entre 70 e 100 micro-ampères (m A), faixa amarela, podendo variar dependendo da sensibilidade do paciente. A intensidade não pode ser aumentada em demasia para o tratamento das estrias, por ser um método invasivo. O procedimento técnico consiste no posicionamento do eletrodo passivo, previamente umedecido, junto ao paciente. O eletrodo ativo, a agulha, deve ser descartável. A área estimulada deve ser esterilizada a cada execução. A introdução da agulha deve ser subepidérmica, paralela à pele, superficialmente sobre toda a extensão da estria. Deve-se obter um quadro de hiperemia e edema sobre toda a extensão da estria. Ao término do tratamento, observam-se estrias mais visíveis, edemaciadas e hiperêmicas. Não se deve efetuar nova sessão até que esse quadro tenha desaparecido por completo. Em estrias profundas a sensibilidade está alterada com freqüência e, portanto, no início do tratamento (dias ou semanas) a paciente pode não referir dor. Com o passar das aplicações, pode surgir sintoma de dor perfeitamente suportável, com a mesma intensidade de uma aplicação em pele normal. Devido ao caráter de bilateralidade das estrias, devem, no
Tratamento Fisioterápic
início do tratamento, ser estimuladas unilateralmente deixando o contralateral para controle, com a finalidade de compará-los na evolução. Na fase final, quando o aspecto da pele já está próximo aos padrões de normalidade, pode haver rompimento de pequenos vasos, dada a neovascularização. As petéquias serão absorvidas por completo dentro de um a três dias. Os primeiros sinais de regeneração das estrias são: 1. Nivelamento da estria em relação à pele normal (podendo até tornarem-se mais largas); 2. Alteração de coloração; 3. Aumento da sensibilidade dolorosa e, por fim, 4. O desaparecimento da estria. A seqüência e o número de aplicações variam de acordo com a resposta de cada paciente. Efeitos Fisiológicos Segundo GUIRRO et al (1996), a estimulação com a corrente promove uma inflamação aguda localizada, não apresentando qualquer efeito sistêmico. Embora o padrão da inflamação aguda seja único, a intensidade e a duração da reação são determinadas tanto pela intensidade da corrente como pela capacidade reacional do paciente. Este processo dura de 2 a 7 dias A vasodilatação é um momento fundamental da inflamação, onde ocorreu a abertura das arteríolas pré-capilares, dos esfíncteres capilares e a dilatação das vênulas, que ocorrem nessa seqüência e são responsáveis pela hiperemia e calor. Assim, acontece um aumento do fluxo sangüíneo, marca fundamental das alterações hemodinâmicas precoces da inflamação aguda. Ao mesmo tempo, aumenta a permeabilidade vascular com saída de líquido para o compartimento extra-celular, constituindo-se em exudato rico em proteínas. A resposta à agressão, no caso específico a perfuração pela agulha, pode finalizar com a recuperação da estria, restituindo a sua arquitetura original. O edema provido no tratamento, não deverá sofrer ação de nenhum agente aintiinflamatório. As estimulações subseqüentes só poderão ser realizadas quando o processo inflamatório cessar por completo, evitando assim, o
risco de desenvolver uma inflamação crônica, onde a persistência do estímulo inflamatório agudo pode desencadear a inflamação crônica. A corrente contínua incrementa o edema promovido pela inflamação aguda decorrente da mobilização da H2O (água) presente nos tecidos e das respostas vasomotoras. Precauções e Contra-Indicações ¨ Se as estrias ocorrem durante a gravidez, o tratamento só poderá ser iniciado quando os níveis hormonais regredirem aos níveis anteriores a gravidez. ¨ O tratamento não deve ser iniciado na puberdade, por se tratar de um período de grandes alterações hormonais, que acreditam alguns autores, ser a causa do aparecimento. ¨ Todos os fatores que modificam a qualidade da resposta inflamatória, exercem influência sobre a terapia. ¨ Pacientes portadores de : ¨ Diabetes ¨ Hemofilia ¨ Síndrome de Cushing ¨ Propensão a quelóides ¨ Pacientes que fazem uso de esteróides e corticóides. BIBLIOGRAFIA ALONSO, Avelino Miguez. Sinópse de Dermatologia. Editora Cultura Médica. Rio de Janeiro - 1981 (cap. 21 - Atrofias). AZULAY. Rubem David, AZULAY, David Rubem. Dermatologia. Editora Guanabara - Rio de Janeiro - 1992 (cap. 4 Dermatoses inespecíficas com bases morfológicas - Estrias atróficas - p. 85). BONDI, Edward E., MD, , TEGASOTHEY, Brian V, MD e LAZARUS, Gerald S., MD. Dermatologia - Diagnóstico e Tratamento. Editora Artes Médicas. Porto Alegre - 1993 (Secção II: cap. 11 - Lesões Atróficas p. 280-2810). CARRAMASCHI, Fábio Rosa, LANDMAN, Guilles, VANA, Luiz Philipe Molina. FERREIRA, Marcus Castro. Estudo das fibras oscitalânicas em estrias: variações em relação à pele. Fonte - Rev. Hospital de Clínicas Faculdade Médica Universidade S.P. 50 (supl): 35-8, 1995 ilus. tab. DÂNGELO, José Geraldo, FATTINI, Carlo Américo. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2a ed. Editora Atheneu. Rio de Janeiro - 1995. (Cap. 16 - Sist. Tegumentar p. 173 -176). FARINA, Roberto, FARINA, Gláucio. Cirurgia
co Dermato-Funcional...
Estética e Reparadora. Editora Campus - Rio de Janeiro - 1997 (cap. 15. abdome, pernas, nádegas, coxas e pés. P. 115). GUIRRO, Elaine Caldeira de O., GUIRRO, Rinaldo Roberto de J. Fisioterapia em estética, fundamentos recursos e patologias2a ed. S.P. Editora Manole - 1996. GUIRRO, E. C. O., FERREIRA, A. L. GUIRRO, R. R. J. Estudos Preliminares dos efeitos da Corrente Galvânica de baixa Intensidade no Tratamento de Estrias Atróficas Cútis Humanas. Anais do X Congresso Brasileiro de Fisioterapia. Fortaleza, CE - 1991. PINTO, Kátia Teixeira. Apostila do Curso de Fisioterapia Estética Corporal do AMA. Abril 2000. PEYREFITTE, Gerard, MARTINI, Marie Claude, MARTINI, Chivot. Cosmetologia: Biologia Geral e Biologia da pele.1a ed. em português. Editora Andrei Ltda. S. P. - 1998. SAMPAIO, Sebastião A. P., RIVETTI, Evandro A. Dermatologia. 19a ed. Editora Artes Médicas S. P. (Parte VI cap. 24). SAMPAIO, Sebastião A. P; CASTRO, Raymundo M., RIVETTI, Evandro A. Dermatologia Básica. 3a ed. Editora Artes Médicas, S.P. - 1989 (cap. 10 Distúrbios atróficos e escleróticos) SILVA, Marizilda Toleto. Eletroterapia e Estética corporal. 1a ed. Editora Robel S. P. - 1997. (cap. Corrente Galvânica p. 49 a 58). TROISIER, E and MENETRIER. Histologia des Lergetures. Ann Gynecol., 31: 206, 1889.
Autoras: Dra. Andrezza Monteiro da Fonseca Araújo - Fisioterapeuta - Pós Graduada em Terapia Intensiva, Cardiovascular e Respiratória. (UNIVERSO). - Mestranda em Educação e Ciências Médicas. (UERJ). - Professora do SENAC Nova Friburgo e consultório próprio. Dra. Adalgisa Mafra Moreno - Fisioterapeuta - Mestre Fisioterapia Cardio Vascular – UNIT - MG - Coodenadora de Pós-Graduação da Universidade Salgado de Oliveira. (Niterói) - Chefe do Serviço de Fisioterapia do Hospital de Cardiologia Procordis (Niterói)
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O Equilíbrio Postural no Idoso: Influência das Alterações da Visão e da Por: Ana Paula Souza da Silva Postura Marineuza Azevedo Jardim Carla Vellasco Muniz Figueredo Alaor Messias Paulino de Santa Brígida
INTRODUÇÃO Equilíbrio pode ser definido como a habilidade em manter o centro de massa do corpo sobre sua base de suporte com uma oscilação postural mínima (11). No entanto, o equilíbrio humano é uma sucessão de desequilíbrios estáticos contidos na musculatura tônica, a qual deve evitar e controlar os desequilíbrios necessários e inevitáveis (1). O controle do equilíbrio é considerado uma habilidade fundamental, pois constitui um pré-requisito para se iniciar qualquer movimento. Em termos fisiológicos o equilíbrio “consiste na resposta biomecânica do sistema musculoesquelético quando o indivíduo encontra-se de pé, sentado, deambulando ou executando algum outro movimento” (9). O controle postural adequado requer a manutenção do centro de gravidade sobre a base de sustentação durante situações estáticas e dinâmicas. O corpo deve ser capaz de responder as transações do centro de gravidade impostas voluntariamente. Para Gardiner, a boa postura é aquela que se cumpre a finalidade para qual é usada, com eficiência máxima e esforço mínimo (2). O equilíbrio se faz quando uma pessoa adquire continuamente informações sobre a posição do corpo e sobre a trajetória no espaço; o corpo determina antecipadamente uma resposta efetiva (regulada no tempo); e o corpo executa aquela resposta através do sistema efetor (força, amplitude de movimento, flexibilidade e resistência). Ademais estabilidade postural é a capaci34
dade de manter a postura de sustentação de peso por um intervalo de tempo necessário para que o paciente realize tarefas funcionais, caracterizando o aspecto dinâmico do equilíbrio postural. Para tanto o SNC deve ser capaz de fornecer múltiplas alternativas para alcançar o objetivo da estabilidade postural (3,8). Medidas de estabilidade postural são úteis na caracterização de mudanças ligadas à idade, doenças neurológicas e trauma. Particularmente entre idosos, a perda de força muscular e déficits sensoriais leva à diminuição do controle postural, o que traz a essa população quedas freqüentes, lesões e custos hospitalares (9). O indivíduo idoso apresenta uma fragilidade característica, ou seja, uma diminuição da reserva fisiológica associada ao declínio do equilíbrio postural e da independência funcional. O processo de envelhecimento afeta todos os componentes do controle postural: sensorial, efetor e processamento central, cuja conseqüência maior será a predisposição às instabilidades posturais e quedas propriamente ditas (3,8,12). Baseado nesta realidade o objetivo deste estudo é analisar a influência das alterações visuais e da postura no que concerne ao controle postural no idoso. Utilizou-se a metodologia de revisão bibliográfica baseada na literatura brasileira dos últimos dez anos. Aspectos Fisiológicos X Alterações Sensoriais Que Alteram O Equilíbrio Postural Do Idoso. Os dados sensoriais primordiais para o
equilíbrio são fornecidos principalmente pelos sistemas vestibular, visual e somatossensorial. O estímulo vestibular é utilizado para gerar os movimentos oculares compensatórios e as respostas posturais durante os movimentos da cabeça e ajuda a resolver as informações conflitantes oriundas das imagens e do movimento real. As informações advindas de receptores sensoriais no aparelho vestibular interagem com as informações visuais e somatossensoriais para produzir o alinhamento corporal e o controle da postura adequada. A importância das contribuições vestibulares para a postura e para o equilíbrio é resolver conflitos quando um ou mais sistemas enviam informações equivocadas (1,3,8). Enquanto que o sistema visual ajuda a orientar o corpo no espaço ao referenciar os eixos verticais e horizontais dos objetos ao seu redor. Na posição de pé, a visão ajuda a detectar discretos deslocamentos posturais ao fornecer as informações para o sistema nervoso central sobre a posição e os movimentos de partes do corpo em relação as outras partes e ao ambiente externo. Há um declínio visual em paciente da faixa etária entre 60 aos 80 de idade e a acuidade visual pode declinar em 80% até a nona década de vida. Os problemas oftalmológicos nos idosos incluem a catarata, o glaucoma e a degeneração. Dentre as questões mais sérias relacionadas com a acuidade visual e o avanço da idade está o medo de quedas e de sofrer lesões graves levando a alterações posturais (2,8). Como a capacidade proprioceptiva do idoso fica diminuída o idoso torna-se tipicamente mais confiante na visão. A visão é que percebe a posição corporal relativa ao ambiente externo, não está sujeita apenas a muitos erros, mas é na melhor das hipóteses um sistema perceptivo lento, demonstrando deterioração significativa com a idade. Os idosos estão mais comprometidos na sua percepção de fenômenos visuais de baixa freqüência. Os diferentes distúrbios que interferem no desequilíbrio tônico postural a partir da entrada ocular podem ser os distúrbios de refração (miopia, astigmatismo e hipermetropia), que dizem respeito à exterocepção sensorial do olho; e os distúrbios de convergência e heteroforias, que interferem à propriocepção muscular
extra-ocular. Os distúrbios da refração são na maioria das vezes conhecidos e corrigidos, já o mesmo não acontece com os distúrbios da convergência, que são muitos raramente diagnosticados (2). Os indivíduos idosos devem adaptar-se aos problemas, como, um campo visual diminuído, alterações na acuidade visual, demanda aumentada por iluminação compatível com as necessidades para diminuir a ofuscação, adaptação tardia a pouca iluminação, necessidade aumentada de contraste, diminuição da capacidade de acomodação e alterações na visão em cores e na percepção da profundidade, as quais são alterações comuns com a senilidade (2,8). - Campo Visual - Uma diminuição nos campos visuais periféricos e superior acelera-se com o envelhecimento. Como conseqüência, o olhar para cima pode ser comprometido em até 20 graus em uma pessoa com 70 anos de idade. Os exemplos comuns de indícios encontrados acima do nível da cabeça podem incluir sinais de transito e de pedestre, placas de sentido ou de informações, letreiros e riscos ambientais, como galhos de árvore pendentes. - Acuidade Visual - A capacidade dos olhos discriminarem os detalhes finos de objetos no campo visual, geralmente diminui com a idade. Auxílios visuais podem ser benéficos para melhorar a capacidade visual do idoso (óculos, lentes, lupas). Além dos auxílios visuais determinadas modificações nos estímulos ambientais podem incrementar o funcionamento visual das pessoas idosas (uso de letras grandes em rótulos, livros, receitas, teclados, etc.). - Iluminação - No ambiente, a acuidade visual em declínio exige um estímulo ou fonte luminosa mais forte. Um dos métodos para modificar a quantidade de iluminação necessária, consiste em deslocar a fonte luminosa para um ponto mais próximo ao material da tarefa, pois a quantidade efetiva de iluminação é inversamente proporcional à distância entre a fonte luminosa e a superfície. - Ofuscação - Quando a iluminação é aumentada, deve-se ter cuidado de evitar uma iluminação excessiva e intensa que pode criar um perigo para o idoso na forma de ofuscação, a qual pode ser diminuída pela modificação das fontes luminosas. Os filtros solares e o aproveitamento das sombras das
árvores são recomendados para limitar a ofuscação a partir da luz solar direta. As pessoas idosas devem usar óculos de sol, visores, bonés com aba ou guardachuvas. A ofuscação noturna por causa dos faróis no sentido oposto também pode ser perigosa. - Adaptação ao Escuro - A adaptação ao escuro ou a capacidade dos olhos de ser tornarem mais sensíveis à luz depois de permanecerem no escuro durante um intervalo de tempo é tardia nas pessoas idosas. O uso de uma luz noturna é recomendado para auxiliar a superar a capacidade diminuída dos olhos de se adaptarem ao escuro. - Acomodação - A acomodação, a capacidade do olho de focalizar as imagens sobre a retina, é comprometida pelo envelhecimento. Os indivíduos idosos têm dificuldade quando tentam ler letras pequenas ou ver detalhes, a menos que o material seja mantido a uma certa distância. São indicados óculos para a leitura, óculos bifocais, etc. - Percepção de Profundidade - A alteração na percepção de profundidade ou capacidade de estimar a distância relativa e a nitidez dos objetos está relacionada a perda da discriminação para a cor. Alterações Posturais e Controle Postural. O tônus muscular é que mantém a posição ereta agindo contra a força da gravidade. Desde modo a postura ereta é conseguida de modo complexo, no qual já participam os sistema nervoso e o sistema músculo-esquelético, que por sua vez, sofrem os efeitos do processo de envelhecimento, determinando declínio da força, atrofias e fibroses, especialmente por desuso ou devido às condições patológicas ou não, como cifose, artropatias, degeneração nervosa, distúrbios endócrinos, metabólicos ou nutricionais, determinando a instabilidade da postura e insegurança no andar (3,4,12). Portanto, no sistema efetor, a rigidez articular e a perda de amplitude de movimento ocorrem em conseqüência das alterações degenerativas e das próprias alterações relacionadas com a idade. Os declínios na força muscular estão associados com a diminuição no tamanho e no número de fibras musculares, uma vez que há uma perda de fibras rápidas, em particular tipo II b e um aumento de fibras lentas (10).
Havendo ainda a substituição progressiva de massa corpórea magra por gordura e tecido conjuntivo que parece ser uma conseqüência do envelhecimento. Essa sarcopenia tem sido reconhecida como a mudança mais funcionalmente significante nos idosos, pois nenhuma característica tem efeito mais dramático sobre o metabolismo basal, sensibilidade à insulina, apetite, respiração, mobilidade ou independência do que a perda de massa muscular (5). A rigidez aumentada nos tecidos conjuntivos em geral, provavelmente, contribui para as perdas da amplitude de movimento e da flexibilidade. Pouco se sabe sobre a influência das limitações articulares sobre as reações de correção e as quedas. Em geral a extensão das costas e a amplitude de movimento do pescoço podem estar reduzidas e a osteoartrose é mais comum nos idosos que sofrem quedas. De maneira intuitiva, a flexibilidade suficiente na estrutura mecânica é necessária para a execução efetiva das respostas de equilíbrio. Logo, a perda da flexibilidade pode levar a uma estratégia de resposta menos eficiente e ineficaz (3,6,8). A conseqüência final é a alteração no alinhamento postural dos idosos, que se mostra mais fletido que no adulto jovem provenientes de fatores atribuídos à idade e ao sedentarismo. As alterações clássicas na postura do idoso são descritas como (6,12): - Cabeça anteriorizada e em algumas vezes rodada, causando aumento na flexão na região cervical e aumento extensão na articulação atlanto- occipital (pode ser devido frouxidão ligamentar). - Alterações na coluna vertebral, decorrente de perda de fluídos entre os discos intervertebrais, degeneração dos discos e corpos vertebrais causam aumento da curva torácica normal (hipercifose dorsal), que resulta em um encurtamento dos músculos flexores tronco e alongamento dos extensores. - A amplitude de movimento dos joelhos, quadril, tornozelo e tronco podem estar restritos devido encurtamento muscular e atrofia por desuso. - O tempo de resposta postural idosos é maior que nos jovens. - Ocorre aumento da base de sustentação quando estão de pé para ter margem de segurança (maior equilíbrio). www.novafisio.com.br 35
Aliadas a tais modificações há a necessidade de análise do componente do processamento central, no qual há a lentificação geral do processamento das informações sensoriais, juntamente com a lentificação da velocidade da condução nervosa pode contribuir para o retardo no estabelecimento das respostas posturais automáticas. No idoso é difícil diferenciar os efeitos puros da idade dos efeitos das doenças subclínicas e as alterações no estilo de vida que acompanham o processo de envelhecimento. Contudo, como pontifica Chandler (2002): “é importante compreender que as alterações sutis em qualquer componente isolado do sistema de controle postural não são suficientes para provocar instabilidade postural, pois a redundância no sistema pode proteger contra as perdas sutis em qualquer componente individual. O acúmulo de déficits brandos através de componentes múltiplos do controle postural, no entanto, pode diminuir a capacidade compensatória do sistema, levando a um limiar diminuído para a instabilidade”. Portanto as informações sensoriais fornecidas pelos sistemas visual, vestibular e somatossensorial são algo redundante no controle do equilíbrio, uma vez que as pessoas cegas podem ficar em pé e caminhar sem perder o equilíbrio. Contudo, na ausência de doenças diagnosticável, os estímulos visuais, vibratórios e proprioceptivos estão geralmente diminuídos no idoso. Lord e cols mostraram que a perda clínica da sensibilidade ao contraste estava associada a uma maior incidência de quedas entre os idosos (3,8). Deve-se atentar ainda que os fatores externos à função física - psicossociais, cognitivos e ambientais - podem modificar o risco de quedas nas pessoas com mobilidade gravemente comprometida. Desse modo, o componente físico pode ser uma condição necessária, porém insuficiente para a queda. Portanto, a avaliação do idoso encaminhado devido a instabilidade deve incluir não somente a verificação dos comprometimentos fisiológicos e os déficits de desempenho físico, mas também um exame dos fatores cognitivos, comportamentais, ambientais e sociais. Ademais a pesquisa da história clínica do paciente, o exame dos medicamentos antigos e atuais quanto às interações potenciais e aos efeitos colaterais (hip36
nóticos, sedativos, anti-depressivos tricíclicos, tranqüilizantes e medicamentos anti-hipertensivos foram associados à instabilidade e às quedas) são essenciais. Além da identificação das condições clínicas que podem contribuir para o desequilíbrio (lesão neurológica focal, condições cardiovasculares, ortostase); as doenças que se manifestam com distúrbio do equilíbrio e causas metabólicas da instabilidade. A fisioterapia é muito importante nestes casos, sendo o fortalecimento muscular, treino de marcha, uso adequado de auxílios medidas preventivas das instabilidades e quedas, mas cabe ainda melhorar a postura e adaptação da propriocepção. É indiscutível ainda a necessidade de aumento da força muscular, redução da dor, aumento da flexibilidade, prevenção e correção das deformidades articulares e dos vícios posturais, possibilitando uma melhora na qualidade de vida destes idosos. Considerações Finais O padrão completo da boa postura não emerge como resultado do ajustamento de qualquer de uma das áreas vestibular, visual ou somatossensorial, uma vez que deve ser criado gradual e progressivamente, a partir do relaxamento completo. Inicialmente, é necessário um estado de tensão equilibrada e muita concentração, mas o esforço e a tensão são reduzidos progressivamente pela repetição. Cada pose ou movimentos novos necessitam inicialmente de um esforço, que é porém, reduzida à medida que o padrão no qual ele se baseia é simplificado e se torna mais eficiente e a passagem de impulsos coordenados nas vias neuromusculares é facilitada. Desde que haja suficiente repetição, os novos e satisfatórios padrões de postura tornam se habituais e não requerem mais controle voluntário, pois são mantidos por um reflexo condicional que faz parte do reflexo postural. Referências Bibliográficas 1.BIENFANT, M. Os desequilíbrios estáticos: fisiologia patologia e tratamento fisioterapêutico. 2ª ed. São Paulo: Sumus,1999. 2.BRICOT. B. Posturologia. 2ª edição, São Paulo. Ícone. 2001, p. 123 - 126. 3.CHANDLER, J. M. Equilíbrio e quedas no idoso: questões sobre a avaliação e o tratamento. In: GUCCIONE, Andrew
A. Fisioterapia Geriátrica. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 265 - 276. 4.KAY, A. D. & TIDEIKSAAR. Quedas e distúrbios de marcha. In: ABRAMS, W. B. & BERKOW, R. Manual Merck de Geriatria. São Paulo, Roca, 1995. 5.MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: alimentação, nutrição e dietoterapia. 9ª ed. São Paulo: Roca, 1998. p. 298 - 299. 6.NORKIM,C. C.; PAMELA, L. K. Articulação uma estrutura e função:uma abordagem prática abramgente. São Paulo: Revinter, 2001. p.413-435. 7.PAPALEO, N.M. Geriatria clínica e terapêutica. São Paulo: Atheneu,1994. p.319. 8.PATTEN, C.; CRAIK, R.L. O sistema visual. In: GUCCIONE, Andrew A. Fisioterapia Geriátrica. 2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 83 - 131 9.PERES, M.S.; GONÇALVES, C.A. Equilíbrio de tronco em pessoas com lesão medular: como mensurar. Revista Fisioterapia Brasil. Vol 2, nº 2, 2001, p. 10.POWERS, S.K.; HOWLEY, E.T. Fisiologia do exercício: terapia e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2000. p.141. 11.SHUMWAY-COOK. Postural Sway Biofeedback: its effect on reestablishing stance stability in hemiplegic patients. Arch. Phys. Med. Rehabil. 1988, 69:395400. 12.VARGAS, M. Instabilidade e quedas no idoso. O Diário do Pará. 2003, 15 de junho. Caderno da Família. p. 5. Autores: Alaor Messias Paulino de Santa Brígida* Ana Paula Souza da Silva* Carla Vellasco Muniz Figueredo* Marineuza Azevedo Jardim** * Acadêmicos do 4º ano de fisioterapia da Universidade do Estado do Pará - UEPA. ** Fisioterapeuta, Docente responsável pela disciplina Fisioterapia nas Disfunções da 3ª idade da Universidade do Estado do Pará - UEPA.
Bom dia meus colegas de profissão. Bom dia sim, porque eu atrasei o conto e tive que acordar as 06:00 da madruga de um domingo, em pleno inverno, para escrever (pelo menos eu aprendi que nunca mais vou deixar para escrever na última hora). Ai, ai, que soninho (estava eu lá na minha cama macia, enrolada igual rocambole no meu edredom quentinho, com o meu travesseiro que é um sonho de bom... Pensando no que iria lhes contar nesse encontro; foi aí que eu tomei coragem e revoltada dei um pulo da cama e finalmente levantei, até porque se eu continuasse ali mais alguns minutinhos com certeza esse conto se resumiria a Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z Z ZZZZZZZZZ ZZZZZZZZZZ.............. Então vamos lá porque, como diz um paciente meu, “o tempo urge” (e quanto mais rápido eu escrever maior é o tempo que sobra para continuar dormindo mais um pouquinho - que eu não sou boba!) Ah, antes que eu me esqueça, li um livro sugerido por uma paciente: “Alimentação para um novo tempo”, de Marcio Bontempo. É sobre alimentação (é lógico) e o livro é muito bom. Por causa dele me tornei vegetariana (de verdade ) bem pelo menos já faz quase um mês que eu não coloco nenhum tipo de carne animal na boca). Está sendo ótimo, estou tendo a oportunidade de conhecer e experimentar pratos deliciosos e que não agridem a minha saúde (parece papo de quem quer convencer alguém a largar o “cigarro” mas acho que vale a pena ler). Que fique muitíssimo claro: Eu não estou recebendo nenhum centavo pela propaganda - infelizmente para o meu bolso e sorte de vocês - porque senão iam ouvir um sermão enorme sobre o livro)... Estava fazendo estágio em uma clínica (por sinal onde eu aprendi muitas coisas
“e não é porque eu parecia o E.T de Varginha quando colocava ele...”
que eu não devo fazer com o meu semelhante), e fui apresentada ao aparelho de laser. Como eu ainda não havia dado termo eletro e fototerapia na faculdade eu só sabia ligar, colocar nos números que me mandaram aplicar e desligar o tal conforme tinham me dito (mal e porcamente). Não me explicaram sequer o objetivo da aplicação (a falta de interesse era tanta que acho que nem eles sabiam) porque lá o lance era impressionar o paciente. O fato é que todos os aparelhos fisioterápicos têm suas indicações e contra-indicações e, além disso, existem normas de segurança para a administração desses aparelhos. Por exemplo, uma gestante no início da gravidez não pode ter contato com as ondas emitidas pelo aparelho de ondas curtas. E para uso do laser é preciso ter óculos de proteção para as retinas do terapeuta e do paciente (vou citar apenas esses dois mas existem muitas outras normas que vão desde a administração de aparelhos até segurança no ambiente de trabalho). Eu fazia questão de usar o tal óculos. Até porque as outras fisioterapeutas formadas sequer usavam o equipamento, talvez porque soubessem que era falso e não protegia m. Nenhuma. Mas mesmo assim eu sempre procurei usar o óculos, afinal era a minha retina que estava em jogo. Mesmo assim sempre achei o óculos esquisito, simples demais para uma função tão importante (e não é porque eu parecia o E.T de Varginha quando colocava ele!) Um dia perguntei para um professor como era o tal óculos do aparelho de laser e ele falou algo completamente diferente do que era o da clínica, aí eu chata do jeito que sou, peguei o endereço de uma loja de aparelhos fisioterápicos e fui finalmente conhecer o tal. Peguei todas as informações possíveis, inclusive o preço (descobri que estava sendo enganada). Quando cheguei na www.novafisio.com.br 37
clínica tentei conversar com a dona sobre o fato de o óculos não ser o adequado para o aparelho e fui convidada a ficar quieta, na minha, porque ela não ía dar um valor tão alto num ítem que para ela não era tão necessário. Eu, com medo de sair de lá e de danificar a minha retina, a partir daquele dia só fazia laser com o aparelho desligado). Depois de uns meses eu saí daquela clínica e, para ser sincera, existem alguns “buracos” por onde eu passei que eu nem faço questão de constar no meu currículo, mas que valeram a pena.Pelo menos eu posso contar aqui para vocês (parece mentira mas é pura verdade - infelizmente). Eu pensei seriamente em denunciar a tal clínica para algum órgão responsável (embora na época eu não conhecesse nenhum) porque eu achei um absurdo, mas eu acredito cegamente que aqui se faz aqui se paga... Bom, já tem um tempo que eu não conto minhas piadinhas para sorte de quem não gosta e para tristeza dos meus fãs. Sendo assim, para alegria dos que gostam. Como eu acabei de ler o artigo desta edição sobre “O Equilíbrio Postural no
Idoso” vou contar duas para os colegas que trabalham com geriatria. Lá vai: As Velhinhas Esclerosadas Três senhoras muito velhinhas se reúnem para fazer parafina nas mãos na salinha da Fisioterapia. -Puxa, acho que estou ficando esclerosada - comenta uma delas. Ontem eu me peguei com a vassoura na mão e não me lembrava se já tinha varrido a casa ou não. -Isso não é nada - diz a outra. Outro dia eu me vi de pé, ao lado da cama, de camisola, e não sabia se tinha acabado de acordar ou estava me preparando para dormir. -Cruz credo! - fez a terceira. Deus me livre de ficar assim! Isola! -e deu três batidinhas na mesa: toc-toctoc. Olhou para a cara das outras e emendou: -Esperem um pouco que eu já volto! Tem gente batendo na porta!
Prova de Amor É o amor... Um casal de velhinhos sai da sessão de mecanoterapia.Famintos, eles vão direto para um McDonald´s. Pedem um hamburger, uma porção de batata frita, uma Coca-Cola e um copo extra. Sentam-se, e o velhinho divide o hamburger exatamente ao meio, divide as batatas uma a uma e depois, divide a Coca-Cola entre os dois copos. O velhinho começa a comer a sua metade do lanche, enquanto a velhinha fica olhando. Um funcionário, que assistia à cena, se comove e oferece ao casal um lanche a mais, pago do seu bolso, para que eles não tenham que repartir um lanchinho tão pequeno. O velhinho agradece e responde com voz trêmula: - Estamos casados há mais de 50 anos e a vida toda sempre dividimos tudo meio a meio. Obrigado pela sua gentileza, de qualquer forma. O funcionário, então, pergunta para a velhinha se ela não vai comer a sua metade, e ela responde: - Daqui a pouco, meu filho... tô esperando a dentadura...
Bom, pessoal, é só piadinha para descontrair. Mantenham o bom humor e, por favor, continuem mandando notícias, novidades, histórias, e mais piadas pois eu as adoro... tininha@fisioon.com.br Até a próxima, Tininha.
Minha dica desta edição é o melhor evento de Fisioterapia que já fui e participo. 35º ENAF Em poços de Caldas - MG. Dias 16 a 19 de outubro de 2003 Os cursos são de Coluna Vertebral, Massagem, Fisio Respiratória, Seqüelas Neurológicas, Lesões no Esporte, Síndrome de Dominância Muscular, Avaliação Radiológica, Neuropediatria, Ventilação Mecânica, Método Glide, Kabat, Hidroterapia, Joelho e Coluna Lombar, Diagnóstico Clínico Funcional... Veja o site www.enaf.com.br ou ligue (35) 3222-2344. Imperdível e estarei lá, nos veremos então. 38
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