Edição 41

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Caros Assinantes, Anunciantes e Amigos,

Editorial.

Mais um ano se passou e a nossa querida Revista completou nesta edição 07 anos de existência e persistência. É isso aí, com a ajuda de todos vocês e de todos os amigos que durante todo este tempo de alguma forma nos ajudaram a Fisio&terapia cada dia que passa está sempre pensando em vocês e na nossa profissão. Parabéns para todos os fisioterapeutas, o mês de Outubro foi o nosso mês! Nesta edição temos entre outras coisas um artigo que fala sobre a documentação que uma clínica de fisioterapia deve ter para estar sempre em dia e não ter problemas com a Lei, afinal, acho que ninguém gosta de problemas, não é mesmo? É uma matéria muito interessante não só para quem já possui sua própria clínica, mas também para os acadêmicos que estão se formando e com certeza irão precisar dessas informações e a Fisio&terapia está aqui para dar uma forcinha. Também temos a nossa agenda mais completa que nunca e muitos outros artigos. Esperamos que vocês gostem. Dr. Oston de Lacerda Mendes Luciene Lopes Fisioterapeuta, editor. Diretora Comercial.

Índice.

04 - Agenda.

Promoção.

06 - Cartas.

Segue aqui a lista dos contemplados desta edição. Regina Roque da Glória Belo Horizonte / MG - Mat. 200780 Prêmio: Aparelho Kromaster PLus da Kroman Juliana Gonçalves Moreira Goiânia / GO - Mat. 200914 Prêmio: TENS/FES Clínico, marca HTM Michael Rodrigo Leme da Silva Campinas / SP - Mat. 5626 Prêmio: O Livro “Fisioterapia Respiratória” Juliana Franca Andretta Paranaguá / PR - Mat. 200812 Prêmio: O Livro “Fisioterapia Respiratória”

08 - Eletroterapia. Juliana de F. Fracon e Romão Taguatinga / DF - Mat. 200792 Prêmio: Kit FisioLine

10 - Cadê os Documentos? 12 -Papo com o Advogado.

Patrícia Passos de Holanda Salvador / BA - Mat. 11353 Prêmio: Kit FisioLine

14 - Entrevista com Dra.

Camila Bertoni Spengler Campo Grande / MS - Mat. 6973 Prêmio: Kit FisioLine

24 - Podometria.

Gilda Janeth Alé de Simon Cacaulândia / RO - Mat. 7084 Prêmio: Kit FisioLine

Mirca Ocanhas.

27 - Laser Nas Úlceras. 29 - Crianças Fumantes.

Raquel Taumaturgo Dias de Brito Macapá / AP - Mat. 200869 Prêmio: Kit FisioLine

31 - Ergonomia.

Supervisor em São Paulo: Dr. Antônio Carlos Trubiani Supervisor no Rio de Janeiro: Diogo Trajano dos Santos Colunista: Dra. Edna Cristina

Jornalista Responsável Marcos Antônio Alves Assessoria Jurídica Dr. Gustavo Lana Ferreira Redação - Assinaturas Rio (21) 2294-9385 Minas (31) 3826-0007 São Paulo (11) 4232-2308

37 - Contos da Tininha.

Expediente. Diretor Editor: Dr. Oston de Lacerda Mendes Vice Diretora: Luciene Lopes dos Santos Supervisora em Minas Gerais: Regina Martins

A Revista Fisio&terapia não se responsabiliza por cartas e artigos assinados. Endereço da Redação: Rua José Linhares, 134 - Leblon - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22430-220 Tel. Rio (21) 2294-9385 Minas (31) 2836-0007 São Paulo (11) 4232-2308

www.fisioon.com.br revista@fisioon.com.br www.novafisio.com.br

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AGENDA DESC DATA CURSO NOVEMBRO Em Nov. Curso Internacional de Mobilização Neural - Toby Hall - Aust. Em Nov. Curso Internacional de Mobilização Neural - Toby Hall - Aust. Em Nov. Curso Internacional de Mobilização Neural - Toby Hall - Aust. Em Nov. Curso Internacional de Reeducação Postural: RPG - Sistema Australiano Em Nov. Curso Internacional de Reeducação Postural: RPG - Sistema Australiano Em Nov. Curso Internacional de Método Mulligan - Toby Hall - Aust. 5% Em Nov. Pós-Graduação em Pediatria e Neonatologia Global - IBESF/UNIGRANRIO 5% Em Nov. Pós-Graduação em Pediatria e Neonatologia com Treinamento em Serviço 01 Capacitação em Como Implantar o Serviço Social em Hospitais e Organizações 01 Capacitação em Gestão de Laboratórios 01 Eletroterapia de Voll para Fisioterapeuta e Biorressonância 01 e 02 Curso Básico de Auriculterapia da Escola HuangLiChun 01 e 02 Estabilização Segmentar Terapêutica 01 e 02 II Jornada de Coluna Vertebral 01 e 02 Revisão de Téc.Músculo-Esqueléticas Unidade Superior 5% 03 ATM 03 Capacitação em Gestaão Estratégica de Planos de Saúde 04 Capacitação para Assistência a Pacientes com Distúrbios Cardiovasculares 04 Capacitação em Tto do Linfedema pela Fisioterapia Complexa Descongestiva 10% 04 Controle e Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 05 Capacitação em Gestão Estratégica de Planos de Saúde 10% 05 Protocolos de Fisioterapia em Revascularização do Miocárdio 05 a 07 I Jornada Acadêmica de Fisioterapia da UNIAMÉRICA 10% 05 a 08 XXV Encontro de Fisioterapia da UNICRUZ 05 a 08 VI Jornada de Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia 10% 05 a 08 II Congresso Brasileiro De Ensino Em Fisioterapia Da ABENFISIO 05 a 09 Técnicas Viscerais e Cranianas - Módulo III 06 Capacitação em Tto do Linfedema pela Fisioterapia Complexa Descongestiva 06 Capacitação para Assistência a Pacientes com Distúrbios Cardiovasculares 10% 06 e 07 III FISIOHUPE 06 a 09 X Congresso Paulista de Pneumologia e Tisiologia 06 a 11 Procedimentos Manipulativos e Posturais 10% 07 e 08 Curso de Fisioterapia Dermato - Funcional / Dra. Lorise Issa Miguel 07 e 08 1º Encontro Inspirar de Fisioterapia 10% 07 a 09 Técnicas de Terapia Manual Articular e Miofacial Baseado no Conceito Maitland 10% 07 a 09 Curso de Reabilitação Uroginecológica e Saúde da Mulher 07 a 09 Estabilização Segmentar Terapêutica 08 Captação e Retenção de Clientes Através do Relacionamento Pessoal 10% 08 Semiologia Neurológica / José Vicente Martins 10% 08 e 09 Cursos de Meios Terapêuticos de Tto. do Sistema Músculo Esquelético 08 e 09 II Módulo: Cintura Escapular e Ombro / Dr. Paulo Cotecchia 08 e 09 Curso Teórico e Prático de Laserterapia em Patologias Traumato-Ortopédicas 08 e 09 IV Jornada de Rotinas em Fisioterapia Respiratória do HNSL 08 e 09 GOT -Tratamento Geral Osteopático - Gilles Drevon DO Ar, F 9 Curdo de Inevarção do Aparelho Locomotor (Teórico) 10 a 15 Watsu Vila Madalena 11 Capacitação para Assistência a Pacientes com Distúrbios Cardiovasculares 11 Capacitação em Tto do Linfedema pela Fisioterapia Complexa Descongestiva 3% 11 Curso Internacional de Hidroterapia (J.Lambeck) 3% 11 Curso Internacional de Hidroterapia (J.Lambeck) 3% 11 a 13 Bad Ragaz 10% 12 Fisioterapia Desportiva / José Roberto Prado Junior 12 a 14 VIII Jornada de Fisioterapia / HCE 13 Capacitação em Tto do Linfedema pela Fisioterapia Complexa Descongestiva 13 Capacitação para Assistência a Pacientes com Distúrbios Cardiovasculares 10% 13 a 15 II Congresso Sul-Brasileiro de Fisioterapia Respiratória 13 a 15 Curso Teórico e Prático - ATM / Prof. Mariano Rocabado 13 a 16 XVII CONAFF - Convenção Nacional de Atividade Física e Fisioterapia 10% 13 a 17 Conceito Maitland Módulo II 14 e 15 XII Simpósio de Fisioterapia da UFSCar 10% 14 e 15 A Utilização do Exame Computadorizado na Avaliação Clínico-Postural 3% 14 a 16 Halliwick Básico 14 a 16 I Simpósio Internacional de Fisioterapia Pediátrica da UFRJ

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CIDADE São Paulo Rio de Janeiro Rio Grande do Sul São Paulo Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Salvador São Paulo Rio de Janeiro Campinas São Paulo Rio de Janeiro São Paulo Salvador Salvador Salvador Rio de Janeiro Salvador Rio de Janeiro Foz do Iguaçu Cruz Alta Santa Maria Criciúma Rio de Janeiro Salvador Salvador Rio de Janeiro São Paulo São Paulo Fortaleza Curitiba Juiz de Fora Brasília Porto Alegre São Paulo Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro São Paulo Rio de Janeiro São Paulo São Paulo Salvador Salvador Rio de Janeiro São Paulo São Paulo Rio de Janeiro Rio de Janeiro Salvador Salvador Itajaí São Paulo Fortaleza Rio de Janeiro São Carlos Salvador São Paulo Rio de Janeiro

UF. TELEFONES SP RJ RS SP RJ RS RJ RJ BA BA SP RJ SP SP RJ SP BA BA BA RJ BA RJ PR RS RS SC RJ BA BA RJ SP SP CE PR MG DF RS SP RJ RJ RJ RJ SP RJ SP SP BA BA RJ SP SP RJ RJ BA BA SC SP CE RJ SP BA SP RJ

(43) 3325-7656 / 0800-43 7008 (43) 3325-7656 / 0800-43 7008 (43) 3325-7656 / 0800-43 7008 (43) 3325-7656 / 0800-43 7008 (43) 3325-7656 / 0800-43 7008 (43) 3325-7656 / 0800-43 7008 (21) 2508-7240 (21) 2508-7240 (71) 240-7171 (71) 240-7171 (11) 3161-0004 / 3168-7678 (21) 2255-8940 / 9628-3496 (19) 3213-6822 (11) 5018-4730 / 5018-4729 (21) 2278-3050 (12) 3942-1219 / 3941-4406 (71) 240-7171 (71) 240-7171 (71) 240-7171 (21) 2576-9577 / 9821-3916 (71) 240-7171 (21) 2508-7240 (45) 575-3000 (54) 9114-5400 / (55) 9121-4927 (55) 220-8479 / 9962-7667 (48) 431-2652 / 9107-0700 (21) 2278-3050 (71) 240-7171 (71) 240-7171 (21) 2587-6251 / 9983-2921 0800-171618 (21) 2484-2966 (85) 9981-9569 (41) 3037-1111 / 9973-0610 (32) 3234-1850 / 3213-3129 (61) 9618-5411 / 9975-3132 (19) 3213-6822 (11) 3161-0004 / 3168-7678 (21) 2508-7240 (21) 2251-9285 / 2247-8557 (21) 2278-6123 / 2577-1826 (21) 2484-2568 / 9688-1073 (11) 5018-4730 / 5018-4729 (21) 2278-3050 (11) 5096-3961 (11) 3814-5676 / 3037-7192 (71) 240-7171 (71) 240-7171 (21) 2287-8413 (21) 2287-8413 (21) 2287-8413 / 9647-3463 (21) 2508-7240 (21) 3891-7182 / 3891-7031 (71) 240-7171 (71) 240-7171 (47) 261-1286 (11) 5549-3207 / 5083-3009 (85) 266-7700 / 8806-5142 (21) 9414-1410 (16) 3372-6903 / 261-2081 (71) 271-0151 / 9987-8071 (21) 2287-8413 / 2522-8841 (21) 2562-2223 / 9104-9548


AGENDA

NOVEMBRO 14 a 17 Halliwick 10% 15 e 16 Fisioterapia Labiríntica / Abordagem da Fisioterapia no Tratamento da Vertigem 15 a 21 Especialização Latu Sensu em Osteopatia - Módulo 3 3% 17 a 19 Hidroterapia na Geriatria 18 Capacitação para Assistência a Pacientes com Distúrbios Cardiovasculares 10% 19 CTI Abordagem Clínica / Equipe CTI Hospital Quinta D’ OR 20 Capacitação para Assistência a Pacientes com Distúrbios Cardiovasculares 20 a 23 Halliwick Básico (J. Lambeck) 3% 21 a 23 Bad Ragaz 3% 21 a 23 Halliwick Básico 21 a 23 Método Mulligan 22 Cervical, Lombar, Torácica 10% 22 Osteopatia / Letízia Maddaluno e Ana Paula Ferreira 5% 22 e 23 Pilates na Conduta Cinesioterápica 22 e 23 Hérnia de Disco Lombar – Clínica e Tratamento Fisioterápico 10% 22 e 23 Drenagem Linfática Facial e Corporal - Módulo II 10% 22 e 23 Curso de Fisioterapia em UTI Neonatal e Pediátrica (Teórico e Prático) 22 e 23 Anatomia Palpatória Unidade Superior - Lilia Junqueira DO Br 23 Análise Funcional das Articulações do Membro Superior - 23 Como Montar e Administrar sua Clínica 3% 25 a 27 Relaxamento Aquático para Fisioterapia 10% 26 Ventilação não Invasiva / Leandro Azeredo 27 Sistema Músculo-Esquelético - Módulo II 27 a 02 As Cadeias Musculares e as Cavidades - Curso de Formação Léoplod Busquet 10% 28 a 30 Drenagem Linfática Facial e Corporal - Módulo I 3% 28 a 30 Halliwick Avançado 28 a 30 Neurologia do Tocar - Epistemologia - Yves Lepers DO F 29 Fisioterapia em Lesões Desportivas 29 Medicina Esportiva para Fisioterapeuta e Ed.Física

Vila Madalena Rio de Janeiro Campinas Rio de Janeiro Salvador Rio de Janeiro Salvador Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Joinville São Paulo Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro São Paulo São Paulo Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Belo Horizonte Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro São Paulo São Paulo

Anuncie seu evento gratuitamente nesta agenda! veja como em nosso site:

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CARTAS A.G.I.R. Alongamento Global Isométrico Reeducativo Responda sinceramente as perguntas: * Você está em forma? * Faz exercícios regularmente? * Tem problema de coluna? * Cuida do corpo de forma consciente? * Está com a musculatura firme? * Se preocupa com estas questões, mas não sabe o que fazer? O cuidado com a forma física, a consciência corporal, o combate ao stress e a saúde holística são questões fundamentais da vida contemporânea. A fórmula é simples: quem se exercita conscientemente vive melhor. Muitas são as técnicas e as aulas que ajudam a manter a forma e a saúde. O método AGIR é uma junção de várias técnicas inovadoras, como RPG, Iso Stretching, Cadeias Musculares e Ginástica Abdominal Hipopressiva. Sua criação é o resultado de 20 anos de experiência da fisioterapeuta Elizabeth Dantas com práticas corporais. O que é o AGIR? O AGIR é uma ginástica individual ou em grupo, corretiva e preventiva, que visa a reeducação postural por meio da consciência corporal, respeitando a coluna vertebral e fortalecendo os músculos na posição correta. O AGIR respeita as possibilidades e os limites corporais de cada indivíduo e, por isso, é indicada para todas as faixas etárias. O AGIR é também recomendada para quem não faz qualquer atividade física e, por outro lado, para quem pratica esportes e faz exercícios que podem ser prejudiciais se feitos em excesso ou mal orientados. Quais os objetivos do AGIR? * Força e alongamento * Flexibilidade muscular e mobilidade articular * Concentração mental * Consciência corporal * Controle respiratório, com esforço concentrado na expiração * Trabalho isométrico da cinta abdominal Como é a prática? Música relaxante, consultório bem equipado e aconchegante, turmas com no máximo 10 alunos, com idades que variam de 17 a 60 anos. O aluno passa por uma avaliação física e é fotografado. A partir daí, faz 4 aulas individuais preparatórias antes de ser integrado a alguma turma. A cada 4 meses, o aluno é novamente fotografado para que sua evolução seja estudada e documentada. Nas aulas são utilizados bastões, bolas com peso, bolas suíças, 6

barras espaldares, molas extensoras e pulseiras com peso. Curso para profissionais A partir deste mês, a professora Elizabeth Dantas estará ministrando bimestralmente um curso para fisioterapeutas e alunos do último período.

A professora Elizabeth Dantas Beth Dantas é fisioterapeuta formada pela Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro, da ABBR, em 1975. É pioneira na aplicação do método Iso Streching no Rio de Janeiro. Há cerca de 20 anos vem estudando e se especializando em diferentes práticas corporais, o que resultou na criação do AGIR. Atualmente, Beth faz aulas de kempô e yoga com o intuito de utilizar princípios dessas técnicas em seu trabalho. Alguns cursos de especialização que constam da vida profissional de Beth: * R.P.G - (por E. Souchard – 1986) Método de fisioterapia que visa reeducar a postura através de exercícios de alongamento, equilibrando e reeducando músculos da dinâmica da estática. Beth tem formação siperior em RPG, RPG aplicada ao esporte, aplicada à escoliose, com e interpretação de radiografia. * KINESITHERAPIE - OSTEODINÂMICA – (Por Sylvie Boé – 1982) Trabalho de ginástica com consciência corporal e exercícios de alongamento com movimentos espirais, rotações e torções de braços, pernas e tronco. * CURSO DE GINÁSTICA SUAVE – (Por Georges Courchinoux – 1996) ginástica com princípios de medicina chinesa, exercícios específicos para cada estação do ano, trabalhando equilíbrio energético e físico. * CRANEO SACRO – (Por André Luiz Navya e José Mauro Garcia – 1997) técnicas ligadas a Osteopatia, que visam equilíbrio de energia ao longo da coluna vertebral. * VISCERAL MANIPULATION – (Por Didier Prat, em Berkeley, Califórnia – 1997) * CADEIAS MUSCULARES - BUSQUET- (por professores da equipe de Leopold Busquet – 2000) trabalho para reequilibrar as diferentes cadeias musculares e buscar melhoria de flexibilidade muscular e articular . * GYM BALLON – ( Por André Petit – 2002) Ginástica para a mobilidade articular . * ISO STRETCHING – GYMNASTIQUE d´EQUILIBRE (Por Bernard Redondo – 1998) Exercícios posturais e globais,com a finalidade de prevenção, correção e/ou manutenção das alterações musculo-esqueléticas, problemas de coluna em geral e postura. AGIR Av. Nossa Senhora de Copacabana,1059/ 504–Rio de Janeiro


CARTAS PENSAR AYURVÉDICO: UM NOVO CONCEITO EM FISIOTERAPIA Nos últimos 20 anos, a Fisioterapia tem se voltado para métodos e técnicas holísticas e globais que tratam o indivíduo como um todo, reconhecendo que o corpo humano é indissociável e funciona como um mecanismo conjunto. Hoje, a Fisioterapia atende a questões muito mais abrangentes dentro de um tratamento corporal. Com as diversas técnicas globalistas, o fisioterapeuta tem nas mãos, recursos ricos para alcançar resultados de tratamento cada vez mais efetivos e duradouros, que buscam a origem de processos de desorganização corporal, que levam a quadros álgicos e/ou limitações articulares. Acreditando que, o fisioterapeuta sente a necessidade cada vez maior de buscar conhecimentos que colaborem para a solução de detalhes, muito individuais, dentro da nossa rotina terapêutica; devemos compreender, profundamente, o complexo funcionamento do corpo humano e sua expressão. Certamente, esta é a chave para o nosso aperfeiçoamento e diferenciação profissional. O fisioterapeuta, na área da saúde, é um profissional com características muito peculiares, que mantém maior contato com o cliente. Os tratamentos, muitas vezes, são longos, com freqüência regular, e o toque manual é a ferramenta fundamental na nossa rotina. Esse toque dá o tom de intimidade ao tratamento, demandando responsabilidade extra ao fisioterapeuta, já que é um dos profissionais da área de saúde que mais preparo e suporte precisa ter, devido este contato tão próximo ao cliente. O toque manual utilizado extrapola os limites físicos, chegando ao contato com a expressão corporal de questões profundas da mente e emoção do cliente. Esse toque deve ser, portanto, uma forma importante de leitura de aspectos sutis, que envolvem a representação de uma imagem postural. Há 15 anos, tivemos contato com a Massagem Ayurvédica, uma técnica de manipulação de tecidos miofasciais, que nos surpreendeu com bons resultados não só no relaxamento e na liberação de tecidos miofasciais; como também, na reorganização corporal e gestual do individuo. Para afirmarmos isto, alem da nossa experiência profissional, fomos estudar detalhadamente as bases que regem esta técnica, e nos deparamos com um amplo e profundo estudo do indivíduo, a Medicina Ayurvédica, um sistema de saúde que data de mais de 5000 anos, mais antigo que a Medicina Chinesa. A Medicina Ayurvédica tem como base de todas as suas terapêuticas, dentre as quais a Massagem Ayurvédica, o conhecimento da natureza básica do indivíduo, o seu dosha, palavra sânscrita que quer dizer marca. A partir do conhecimento desta natureza básica é que todos os tratamentos são elaborados, personalizando a terapêutica, pois a Medicina Ayurvédica acredita que cada indivíduo é único; e, também, precisa ser tratado como tal. A partir da definição de Dosha, tem-se um princípio inteira-

mente aplicável e enriquecedor para a avaliação fisioterápica, que traz uma nova forma de pensar. Além dos limites da estrutura corporal e gestual, revela-se a essência do indivíduo que rege a organização corporal, postural, gestual e seus desequilíbrios e fragilidades. Sabendo-se como acontecem os mecanismos corporais, podese ter uma abordagem terapêutica mais incisiva no indivíduo, criando uma linguagem comum entre terapeuta e cliente. Para que essa linguagem possa surgir, é preciso que se desenvolva uma leitura específica, uma forma própria de raciocinar sobre os dados que coletamos rotineiramente, o que chamamos de “Pensar Ayurvédico em Fisioterapia”. Esta linha de análise proporciona ao fisioterapeuta uma riqueza de informações para direcionar seu tratamento; mas, por outro lado, obriga-o buscar soluções terapêuticas múltiplas, tornando-o um generalista com especializações; e, não mais, o especialista em uma só técnica ou método. Não é possível tratar todos com uma única solução. Tomando-se, como exemplo, o tratamento de uma lombalgia, independentemente da técnica aplicada, o fisioterapeuta, teoricamente, tem bons recursos para solucioná-la. Mas, muitas vezes, sabemos que ela pode ser resistente ao tratamento, envolvendo mais retrações persistentes ou apresentar recidivas freqüentes, mesmo com um bom trabalho de cadeias musculares. Num quadro de dor articular, com indicação de crioterapia, o sintoma álgico deve ser aliviado; mas, para outro cliente, pode ocorrer a intensificação do quadro. O que caracteriza essas respostas é exatamente a diferença indiscutível entre cada indivíduo - “a diferença que faz a diferença”. Muitos profissionais de saúde, com freqüência, ao orientar um esporte a um adolescente, afirma: Faça natação! E, em nenhum momento, leva em consideração à vontade, o interesse ou a real necessidade daquele indivíduo, naquele momento. Em que se baseia a afirmação que uma mesma atividade pode ser boa para todos, em todos os momentos da vida? O foco principal para a Ayurveda é o bem-estar, que envolve equilíbrio da saúde física e mental, tranqüilidade, harmonia nas relações pessoais, de trabalho, familiar e meio ambiente; e, acima de tudo, o estado que leva o indivíduo ao encontro com a felicidade. Para conquistar o bem estar, pelo principio Ayurveda, o indivíduo deve estar o mais próximo possível de sua natureza básica, seu dosha, e o distanciamento desta, traz o desequilíbrio e o caminho para a doença. O fisioterapeuta que usa o “Pensar Ayurveda”: avalia, programa e trata seu cliente buscando deixa´-lo sem sintomas; e, com organização postural e gestual o mais adequada possível ‘a sua natureza básica. Isso pode se conseguir, independente das técnicas, métodos ou recursos fisioterápicos utilizados. Dra. Maria Inês Marino e Dra. Walkyria Giusti Dambry www.novafisio.com.br

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Eletroterapia A EVOLUÇÃO EM ELETROTERAPIA Kromaster Plus

sistema eletroterápico, que vem preencher a lacuna que faltava na Eletroterapia.

A empresa Kroman, com 25 anos no mercado, pioneira no lançamento de diversos equipamentos nas áreas de Fisioterapia, Estética, Uroginecologia, Odontologia e Fitness, tais como:

Kromaster Plus é um equipamento versátil que reúne a tecnologia dos microcontroladores com a praticidade de um aparelho portátil com bateria recarregável. Possui três funções: FES (Function Eletric Stimulation), TENS (Transcutaneous Eletric Nerve Stimulation) e o Perineômetro Digital com a Escala Sauer, podendo ser utilizado em diversas especialidades da Fisioterapia como: Ortopedia, Traumatologia, Fisioterapia Desportiva, Neurologia, Dermato Funcional e Uroginecologia. Isso é possível pela diversidade de acessórios que acompanham o equipamento, como mostrado na fig. 02. Todos eles ficam disponíveis em um prático estojo, facilitando dessa forma, a locomoção do mesmo para qualquer lugar. Por possuir características de uma corrente quadrada e bifásica, com uma variação na freqüência de 10-100 Hz e na largura de pulso de 100 a 400 mS, ajustamos os parâmetros necessários para uma estimulação elétrica funcional ou para analgesia.

- Ultra Som com dosagem de potência em watts/ cm2 em 1979, e posteriormente, Ultra Som com controle de potência e leitura digital, em 1980; - Ondas Curtas com timer e sistema de refrigeração de válvulas, em 1980; - Primeiro equipamento de Correntes Diadinâmicas completamente digital, em 1982; - Em 1984, primeiro equipamento de Eletroanalgesia (TENS), denominado EXOR-TENS, testado em humanos no Centro Mundial da Dor na Escócia. E, primeiro Eletroestimulador usado inicialmente por lesados medulares visando o fortalecimento de MMII e MMSS e, em alguns casos, chegando a treinar marcha, (na área FES, Estimulação Elétrica Funcional), com trabalhos publicados pelo Dr. Sérgio Lianza. Neste mesmo ano, fomos pioneiros na fabricação de órteses elétricas funcionais - equipamentos utilizados na correção da marcha; - Microondas Terapêutico desenvolvido e fabricado no Brasil, com trabalhos e livros publicados pelo Dr. Enio Carmelo dos Santos, em 1987; - Em 1996, fabricamos o primeiro Microcorrentes nacional, onde as primeiras pesquisas foram realizadas no Centro de Estudos Godoy Moreira (CEGOM) do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da U.S.P.; - Em 1997, inovando a linha dos Eletroestimuladores, lançamos o aparelho para o Tratamento da Incontinência Urinária - T.I.U., composta por estimuladores, avaliadores, biofeedback, perineômetros para as avaliações necessárias. Posteriormente, no ano de 2001, lançamos o perineômetro mecânico denominado SensuPower, de uso individual, que indica o grau de força da musculatura do assoalho pélvico; - Em 2000, revolucionando conceitos em Eletroterapia lançamos a MICROTERAPIA CELULAR (M.T. C). E mantendo nosso pioneirismo, é com grande satisfação que apresentamos o Kromaster Plus, revolucionário 8

Além disso, o Kromaster Plus possui sensor de pressão que avalia a força da musculatura do assoalho pélvico através da conceituada Escala Sauer, que em uma variação de zero a 100 sauers, é possível verificar e congelar o “pico” de maior contração que a paciente consegue realizar, e também, informa a contração voltando a zero no relaxamento muscular. Isso permite um diagnóstico preciso e a indicação da melhor


conduta para o tratamento das Incontinências Urinárias. Também acompanha um eletrodo para o fortalecimento do músculo pubococcígeo. A Escala Sauer é uma unidade de medida, foi desenvolvida com o objetivo de padronizarmos esse tipo de avaliação muscular. Para isso desenvolvemos um equipamento denominado Vaginômetro (Fig. 03), onde uma câmara de pressão com ar comprimido e com controles digitais, simula a contração da musculatura do assoalho pélvico (Fig. 04). Através dele, definimos um tamanho e medida padrão para os sensores dos avaliadores (Fig. 05). A Escala Sauer possui uma equivalência em libras de pressão, pois a câmara de pressão produz uma força externa nesta unidade de medida. Vista Superior do Vaginômetro

TABELA DE EQUIVALÊNCIA SAUERS X LIBRAS DE PRESSÃO

Para chegarmos a um padrão de normalidade avaliamos 40 mulheres voluntárias, em uma faixa etária de 25 a 35 anos, com vida sexual normal e sem nenhuma patologia aparente. Através dessa pesquisa de campo descobrimos que 28 sauers equivale a uma musculatura saudável, ou seja, não possui nenhum grau de flacidez, mas também não tem uma musculatura super fortalecida. E, apartir daí, conseguimos chegar a algumas conclusões:

- - - - - -

De 0 a 10 sauers - ruim De 11 a 25 sauers - regular De 26 a 40 sauers - normal De 41 a 60 sauers - bom De 61 a 80 sauers - excelente De 81 a 100 sauers - extraordinária

Câmara Simuladora Contração Vaginal Além disso, o perineômetro digital do Kromaster Plus pode ser utilizado como um biofeedback, pois durante a terapia a paciente consegue visualizar no display a contração muscular sendo realizada voltando ao relaxamento. Isso facilita a percepção da contração muscular e com o auxílio do comando verbal do fisioterapeuta facilita o treinamento muscular efetivo, melhorando desta forma, a consciência corporal da mesma. Kromaster Plus vem para preencher a lacuna que faltava na eletroterapia, não perca essa oportunidade de adquirir essa realidade.

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Cadê os documentos? Uma Conversa com dois fiscais do CREFITO-4

Roberto Márcio Sena e Guilherme Diniz de Cássia

É desnecessário ficar irritado. Imagine, você ali no meio de um atendimento ou resolvendo problemas que exigem atenção total e um fiscal aparece para “conferir” a clínica. Na hora, é melhor pensar um pouco. Por quê não pedir à secretária ou outra pessoa de confiança para procurar as documentações ou pelo menos “esquentar cadeira” junto com os fiscais. Dali à pouco você mesmo vai e resolve a questão. Bem, mas se aquele documento que você passou a semana passada inteira pensando em regularizar lhe vem à memória, muita calma nessa hora. Um fiscal não hesita: a fiscalização trabalha em cima de Legislação. Se a documentação não está em cima, ele vai interpelar o responsável pelo estabelecimento e pedir uma satisfação. No caso, o papelzinho carimbado, confirmando que está tudo legalizado. Não adiantam desculpas. E nós mesmos sabemos que, diante de uma situação dessas, não há o que fazer. De uma simples advertência até punições mais severas como a cassação do registro, o profissional de fisioterapia em falta com o fisco está sujeito às mais diversas penalidades. Pior ainda para os casos em que leigos exercem a profissão. Aí, a punição também pode ser determinada pela Justiça Comum. O rigor da fiscalização aumenta junto com o crescimento do número de clínicas e profissionais de fisioterapia. O Crefito-4 agora está exigindo a exibição, em lugar visível, do Registro de Empresa, que são 4 números/MG. O RE deve constar em todo o material de apresentação do estabelecimento, como placas, cartão de visita, receituário, anúncio em rádio, jornal, panfletos etc. Os fiscais alertam que não estão ali para verificar a conduta ou avaliar o desempenho fisioterápico do profissional ou da clínica. Não estão interessados em resultados. Eles conferem a documentação do estabelecimento. A fiscalização atinge tanto os profissionais de Fisioterapia como as pessoas que exercem a profissão ilegalmente. Segundo os fiscais, Roberto Sena e Guilherme de Cássia do Crefito-4, isso ajuda a distinguir os bons dos maus profissionais. “Isso é para ver se um leigo está exercendo ilegalmente a profissão”. 10

Roberto Sena e Guilherme de Cássia dizem que a função do conselho é proteger o bom profissional e punir o profissional ruim. Segundo eles, a fiscalização é um trabalho de rotina, portanto mantenham os documentos em ordem! “Dentro da rotina são feitas também às denúncias. Em casos mais graves quando não estiver programado fiscalização de rotina a delegacia pode solicitar e enviar alguém para atender a denúncia”, diz Roberto Sena. Uma curiosidade: os fiscais demonstram certa precaução nos atendimentos a clínicas de estética. “Em caso de fiscalização em clinica de estética, será exigida a documentação e o que é previsto dentro da lei. Se houver obstrução, ou seja, resistência ou agressão é chamada a polícia Militar e abre-se um inquérito policial”, afirmam. Os fiscais do Crefito exigem toda a documentação pertinente ao funcionamento de uma empresa e os documentos específicos da atividade fisioterápica. A verificação é feita no ato da fiscalização e se for constatada alguma irregularidade outros órgãos serão notificados. Por exemplo, se tiver problema com o alvará de localização, o Crefito notifica a prefeitura, se for com o CNPJ é notificada a Receita Federal. As punições são aplicadas pelo Conselho Regional de Fisioterapia. As penas são advertência, multa, multa em dobro, tomar censura que é ter o livrinho profissional carimbado, processo ético, suspensão de 1 a 3 anos e proibição do exercício profissional. A fiscalização verifica também o Certificado de Registro de Empresa, expedido pelo Crefito e que é vitalício. Exige ainda a DRF (Declaração de Regularização para Funcionamento) que é anual e vence todo dia 31 de março. Só depois de tudo pago é que a clínica pode começar a funcionar. Segundo os fiscais do Crefito, a maior briga do Conselho hoje é com os leigos (pessoas não registradas). “São os chamados auxiliares: pessoas que aprendem, na prática, a manusear aparelhos e algumas técnicas e quando demitidos abrem suas próprias clínicas”. Um alerta: existem lugares no Brasil onde estão surgindo cursos técnicos ilegais. O Crefito já publicou uma resolução informando que estes cursos não serão registrados,


e que casos de fisioterapeutas que ministram esses cursos serão tratados com o máximo rigor. Os fiscais lembram conforme o decreto lei 938/69 o crefito ofereceu um exame para técnicos ou pessoas que atuavam na área de fisioterapia. Não apareceu ninguém para fazer a prova. Os fiscais se queixam de serem mal vistos, e se defendem dizendo que ajudam os fisioterapeutas. “A nossa função é meio estigmatizada, mas não queremos apenas apontar irregularidades. Queremos é que a profissão realmente decole e que os fisioterapeutas se tornem uma classe unida, assim como os médicos”. E mandam um recado aos espertinhos: “não adianta tentar burlar a fiscalização escondendo leigos, pois através dos documentos eles serão descobertos”. Falou e disse. ANTÍDOTO Fique atento à data de inscrição e prazo de validade da franquia. Se a franquia estiver vencida, o profissional pode ser enquadrado por exercício ilegal da profissão. É feito um auto de infração (os fiscais não tem poder de multar) e a pessoa tem dez dias para se regularizar. O segundo passo é retirar uma franquia provisória de três ou seis meses para não ficar descoberto, pois o documento definitivo leva 90 dias para ficar pronto em qualquer Crefito do país. O trâmite passa primeiro pelo Conselho Federal para depois voltar ao Crefito Regional. Uma dica aos recém-formados: quem não está com o diploma pronto não deve esperar o registro provisório vencer para pedir o definitivo. No ato do Registro Profissional, assine um documento para acertar a renovação antes do vencimento. As clínicas devem apresentar o CNPJ, alvará de localização, contrato social e situação dos profissionais que ali trabalham. Tudo depende do tamanho da clínica e se tudo está dentro da lei. Aí é fundamental a participação do contador. É preciso manter em ordem a situação dos funcionários, parceiros e colaboradores. É deixar tudo claro – especialmente com eles – os colaboradores. Não é sábio trabalhar com gente insatisfeita.

Roberto Márcio Sena e Guilherme Diniz de Cássia

SAIBA MAIS Os agentes fiscais Roberto Sena e Guilherme Diniz, há mais de dez anos exercem suas funções sem temor, visando sempre o princípio ético e moral, na aplicação correta e justa das legislações vigentes. “A palavra do fiscal tem fé pública” diz, Roberto Sena, por isso devemos agir nos parâmetros da lei. “Temos o poder de política, delegado, e não precisamos de mandato para fiscalizar” diz, Guilherme Diniz.

Se você ainda tem dúvidas sobre sua documentação ou curiosidades, você pode escrever para revista@fisioon.com.br e falar de sua dúvida ou sobre o que deseja saber, os fiscais irão responder suas perguntas por e-mail. Se você está organizando cursos ou evento e deseja oferecer todo este embasamento aos seus alunos, entre em contato com os fiscais. Palestras, Congressos e Eventos: Os agentes fiscais Roberto Sena e Guilherme Diniz, convidados por universidades, faculdades e associações, por diversas vezes ministram palestras e cursos, “Tema: Legislação e Ética Profissional. Ex:. Leis, decretos, resoluções e procedimentos para abertura de empresas e consultórios.

Público alvo: profissionais Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais e acadêmicos.

Interessados devem ligar: (31) 9914-8381 / 9918-9499

E-mail: robsenna@bol.com.br diniz1758@bol.com.br www.novafisio.com.br

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Advocacia. INDENIZAÇÃO EM TRATAMENTO FISIOTERÁPICO? Caros leitores. Antes de tratar do tema a qual me proponho neste momento, gostaria de me identificar e indicar quais serão os nossos reais motivos de fazer parte deste time: “Revista Fisio&terapia”, da qual nos orgulhamos muito. Sou formado em Direito pela Universidade Federal de Viçosa, Mestrando pela Universidade Gama Filho. Tive a oportunidade através de meu irmão Vinícius Lana, fisioterapeuta, de conhecer o Oston, atualmente grande amigo. Logo no primeiro encontro percebi que se tratava de profissional sério e dedicado com suas responsabilidades profissionais, o que sem dúvida alguma me incentivou a aceitar o presente desafio. Fui convidado, a escrever uma coluna para vocês sob o “Direito”, tentando trazer, naquilo que puder, um pouco de orientação nas questões que envolvem tão respeitada profissão: a fisioterapia. Logo de início aceitei, pois estamos assistindo, em nosso país, um grande aumento de ações judiciais contra os profissionais de saúde, que devem sempre ter em mente seus deveres e também, porque não, os seus direitos respaldados em nossa legislação. É claro que não tenho o objetivo de solucionar e acabar com todas as dúvidas que por ventura possam surgir. Nosso objetivo aqui é, primordialmente, trazer à baila nossa opinião e orientar naquilo que for necessário. Dito isso, passaremos agora a tratar de um dos temas mais em voga na atualidade: os erros dos profissionais de 12

saúde. Quando deve um fisioterapeuta ser condenado, aqui falando em ressarcimento por Danos Morais e Materiais, por tratamentos que não alcançaram seus objetivos e que por ventura tenham piorado a situação do paciente. Isto posto. Passo a opinar! Primeiramente, para respondermos melhor a questão ora analisada, precisase responder outra questão: tem o fisioterapeuta obrigação de meio ou de resultado pelo tratamento realizado? Explico. A obrigação é de resultado quando o profissional se compromete a realizar um certo fim, como, por exemplo, transportar uma carga, ou concertar e pôr em funcionamento uma certa máquina. Se não alcançá-lo, tem responsabilidade pelos prejuízos ocorridos. Já a obrigação de meio é aquela quando o profissional assume prestar um serviço ao qual dedicará atenção, cuidado e diligências exigidas pelas circunstâncias, de acordo com seus títulos, com os recursos, meios de que dispõe e com o desenvolvimento atual da ciência, sem se comprometer com a obtenção de um certo e específico resultado. Penso que a Fisioterapia, apesar de ser uma profissão que visa à recuperação de pacientes, pelo menos em tese, mesmo assim possui esta última modalidade de obrigação, ou seja, a de meio. Isto quer dizer que o profissional deste ramo não tem obrigação com o resultado. Deve sim ser cauteloso, prudente, cuidadoso na labuta de sua profissão. A prestação deve cingir-se a pôr seus conhecimentos técnicos a disposição do paciente, desempenhando-os com zelo

Por: Dr. Gustavo Lana Ferreira

e adequação. Se cumprir tal prestação, sua obrigação estará cumprida, malgrado o insucesso do tratamento. Quando é então que um fisioterapeuta poderá ser condenado a pagar indenização por perdas e danos no exercício de sua profissão? Eis o que prescreve o nosso Novo Código Civil: “Art. 951 CC: O disposto nos art. 948, 949, e 950, aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, por negligência, imprudência, ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-la para o trabalho”. Apesar de não estar vinculado com o resultado, como já foi dito, entendo que o profissional de fisioterapia tem que ser sempre prudente, estudioso, atento a seus atos para não ser surpreendido por uma futura demanda judicial. Ou seja, não poderá, como diz a lei, ser negligente, imprudente ou imperito. Atuando assim estará agindo com culpa. Caso incida em um destas características, poderá sim ser responsabilizado por seus atos e pelas conseqüências deles advindas. Porém, não basta haver a presença de tal ato culposo, ou seja, negligencia, imprudência ou imperícia por parte do profissional fisioterapeuta. Além disso, terá que ocorrer mais dois pré-requisitos para que se posso falar em Responsabilidade Patrimonial: o nexo causal e o prejuízo efetivo. Passo a explica-los. Deve haver entre a ação culposa do profissional e o prejuízo causado o que a doutrina denomina “nexo causal”.


Deve haver, pois, a conclusão que sem o erro cometido, como dito pelo menos culposamente, não haveria o resultado, o dano ao paciente. Vale trazer aqui a opinião de um dos grandes juristas argentinos: “Não é suficiente, para que seja exigível a responsabilidade civil, que o demandante (paciente) tenha sofrido um prejuízo nem que o demandado (fisioterapeuta) tenha agido com culpa. Deve-se reunir-se um outro requisito, a existência de um vínculo de causa e efeito entre a culpa e o dano; é necessário que o dano sofrido seja a conseqüência da culpa presumida”(Mazeaud; Tunc). Grifos nossos. Tal laço causal deve ser demonstrado às claras, atuando as duas pontas que conduzam à responsabilidade. Se a vítima sofre o dano, mas não se evidencia o liame de causalidade com o comportamento do profissional fisioterapeuta, improcedente será o pedido de indenização. Por fim, deverá haver para que se possa falar em Indenização o prejuízo efetivo. Sem o dano real, ainda que provado o ato culposo do fisioterapeuta (negligência, imprudência ou imperícia), não haverá que se falar em responsabilidade civil. Deve-se provar efetivamente que o erro do profissional acarretou tal prejuízo. .

Mas fica a pergunta: quais seriam tais danos? Os danos indenizáveis podem se os físicos (prejuízos corporais), materiais (perdas patrimoniais, lucros cessantes, gastos médicos hospitalares, medicamentos, viagens, aparelhamento ortopédicos, pensão,...) e morais (lesão estética, a dor sofrida, o mal-estar gerado, frustração de carreira, etc). Dito isto, podemos concluir que para o fisioterapeuta ser condenado a ressarcir possíveis danos matérias e morais causados a seu paciente por tratamento realizado, deverá ser provado três requisitos. Lembre-se que o ônus da prova é de quem alega, ou seja, do paciente. Este é quem deve demonstrar as presenças indispensáveis de tais pressupostos. São eles: o ato culposo do profissional (negligência, imperícia ou imprudência), o prejuízo efetivo e, por fim, o nexo de causalidade entre estes. Gostaria de salientar também que o grande problema e talvez até uma “solução” para vocês profissionais da saúde, incluindo aqui os fisioterapeutas, os médicos, é que, como dito anteriormente, o ônus da prova pertence a quem alega (regra geral do Código de Processo Civil). Sendo assim, como para caracterizar um erro de tais profissionais demandam um conhecimento técnico e específico, a

prova técnica será de suma importância na solução da lide. Surge aqui o grande entrave para a responsabilidade de tais profissionais: o corporativismo! Fica a seguinte indagação: quando é que um colega de profissão terá coragem de dar um parecer contrário a seu amigo de classe? No Brasil não temos um órgão especializado para realizar tais perícias. O Juiz do feito nomeará um profissional de sua confiança para realizá-la, e geralmente, é um que trabalha na mesma cidade que o Réu/Demandado na Ação de Responsabilidade. Mesmo assim, percebe-se que tem aumentado, e muito, os processos por erros profissionais. Acho que os fisioterapeutas ainda não foram atingidos por essa “onda”, mas devem estar sempre atentos a seus deveres e direito, como dito. Por tudo que foi dito, gostaria de deixar claro que não foi nosso objetivo esgotar todo o tema, que sem dúvida alguma traria páginas e páginas de discussão. Quero aqui só jogar a semente. Caso V. Sa. tenha alguma dúvida, tanto neste tema como em qualquer outro na área jurídica, basta nos enviar um e-mail para gustavo@fisioon.com.br que responderemos com maior prazer. Obrigado! Dr. Gustavo Lana Ferreira

Lançamento Livro: Fisioterapia Respiratória: Uma Nova Visão. De Bruno Presto & Luciana Damázio de Noronha Presto Capítulo 01 - Fisiologia Respiratória / Capítulo 02 - Avaliação Respiratória Capítulo 03 - Oxigenoterapia / Capítulo 04 - Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) Capítulo 05 - Insuficiência Respiratória / Capítulo 06 - Ventilação Não Invasiva (VNI) Capítulo 07 - Técnicas e Manobras Fisioterapêuticas / Capítulo 08 - Vias Aéreas Artificiais Capítulo 09 - Introdução à Ventilação Mecânica / Capítulo 10 - Modos e Parâmetros Ventilatórios Capítulo 11 - Monitorização Respiratória / Capítulo 12 - Desmame da Ventilação Mecânica Capítulo 13 - Ventilação Mecânica: no pós-operatório Capítulo 14 - Ventilação Mecânica na DPOC finalmente, recrutamento alveolar. Capítulo 15 - Ventilação Mecânica na Asma Capítulo 16 - Ventilação Mecânica no Traumatismo Cranioencefálico (TCE) Capítulo 17 - Ventilação Mecânica na Síndrome da Angústia Respiratória Aguda. Capítulo 18 - Recrutamento Alveolar

Vendas pelo tel: (31) 3826-0007 / Fax: (31) 3826-3693 e-mail: livros@fisioon.com.br Aceitamos (Depósito / Cheque / Cartão de crédito) www.novafisio.com.br

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Entrevista Pioneirismo! Uma das primeiras!

Dra. Mirca Ocanhas Por: Dr. Antõnio Carlos trubiani

Obstetrícia Revista Fisio&terapia Onde e quando você se formou, quais os títulos e cursos você possui?

Ponta pé inicial! Estes são chavões comumente usados para identificar pessoas, que de forma exemplar iniciam trabalhos diferenciados, nas diversas profissões. Lembro-me de uma jovem estudante de fisioterapia da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública. Isso foi no Rio de Janeiro em um congresso realizado pelo meu amigo “Carlinhos Azeredo” Naquela ocasião, eu estava fazendo sorteio de equipamentos em um stand de uma empresa onde trabalhava e percebi uma aluna muito empolgada. Era uma alegria total, uma disposição típica de uma futura fisioterapeuta que com certeza mudaria conceitos e iniciaria algo de novo dentro do universo da fisioterapia. Formou-se, o tempo passou, e como eu previa, se tornou uma excelente profissional, pioneira, iniciou e faz um trabalho dedicado a saúde da mulher. Nada mais justo de receber nossa homenagem, pois você merece Dra. Mirca.

Um abraço, Dr. Antônio Carlos Trubiani Pioneirismo na Fisioterapia Aplicada à ginecologia e

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Dra. Mirca Graduei-me em 1979 pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública de Salvador, BA. Hoje sou especialista em fisiologia do exercício pela E.P.M. – UNIFESP (Escola Paulista de Medicina). Tenho também Formação em R.P.G., pelo Método Philipe Souchard. Formação em Reeducação Uroginecológica em Paris – França. Sou responsável pelo Serviço de Fisioterapia no Centro de Continência Urinária do Hospital Israelita Albert Einstein e do Hospital do Servidor Público Estadual. Também sou responsável pelo Serviço de Fisioterapia Obstétrica no Pré-natal Personalizado, depto. De Obstetrícia da E.P.M. – UNIFESP. F&T Porque escolheu a fisioterapia como profissão? Dra. Mirca. A escolha da profissão é difícil na adolescência. Tive contato com a fisioterapia ortopédica quando meu irmão quebrou o braço e resolvi prestar vestibular. No ano seguinte fiz faculdade de dança, onde já tinha experiência e grande interesse pelo movimento do corpo. Assim que formei, corri atrás do meu sonho e ideal que era a ginecologia e obstetrícia, de lá para cá não parei mais, somente agreguei. Hoje, atuo fortemente


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na área de urologia, proctologia, ginecologia, obstetrícia e sexologia, áreas que resumimos como a Reeducação Funcional do Assoalho Pélvico. F&T Como é trabalhar em Reeducação Funcional do Assoalho Pélvico? Dra. Mirca. Trabalhar em uroginecologia, proctologia e sexologia é estudar todos os sistemas envolvidos e perceber a grande ajuda que a fisioterapia pode dar atuando tanto no tratamento das patologias, mas principalmente na prevenção, aliás sempre foi o meu árduo trabalho com a obstetrícia onde tudo começou. Comecei prevenindo e acabei tratando e hoje faço os dois. Confesso que não imaginava trabalhar com homens nesta área, hoje faço parte de um pequeno grupo de fisioterapeutas que se dedicam ao tratamento das disfunções urinárias, fecais e sexuais em pacientes homens. F&T Essa é uma boa área para atuação? Dra. Mirca. Sempre acreditei nesta área. Para muitos essa área é nova, mas eu já, há muitos anos, a vejo como uma área de excelente ação. F&T Ser um profissional do sexo masculino ou feminino faz alguma diferença? Dra. Mirca. Não sou e nunca fui preconceituosa, acredito na capacidade profissional e não no sexo de quem executa. Nunca enfrentei problemas por ser mulher e atender o sexo oposto.

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F&T Quais os colegas que com você se destacam nesta área? Dra. Mirca. Desculpe alguns colegas se eu fizer injustiça e esquecer alguns nomes. Vamos lá: - Adila Marques; - Adriana Moreno; - Ana Cristina B. Cassiano; - Carla Torrieri; - Cristiane Magaldi; - Cláudia Oliveira; - Elza Baracho; - Maura Seleme; - Silvana Uchoa. F&T Na sua opinião quais outras áreas da fisioterapia são boas para trabalhar? Dra. Mirca. Sou apaixonada pela fisioterapia e sinto-me atraída por quase todas as áreas, mas eu destaco algumas: - Fisioterapia Esportiva; - Fisioterapia Aplicada à Saúde da Mulher; - Fisioterapia Respiratória (por onde comecei); - Fisioterapia em Neurologia (lendo trabalho). F&T Você já ocupou cargos políticos na fisioterapia, CREFITO’S e COFFITO? Dra. Mirca. Nunca ocupei cargos políticos.


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Acho que deveria, tenho perfil para isso, porém não sobra tempo diante de tantos compromissos. F&T Quer falar alguma coisa da situação do seu atual CREFITO-3 SP? Dra. Mirca. Eu não acrescentaria nada a mais do que todos os fisioterapeutas paulistas observam. F&T Qual sua opinião sobre os aparelhos nacionais em geral e os para Reeducação Funcional do Assoalho Pélvico? Dra. Mirca. Eu acredito no Brasil, nos fisioterapeutas brasileiros criativos e capazes, e, também, nas indústrias brasileiras. Se percebo falhas nos equipamentos ou dificuldade em utiliza-los adequadamente, ofereço a minha ajuda antes de critica-los. Porém se tivermos algum fabricante que não esteja aberto a ouvir opiniões, sugestões e crescer junto com a nossa profissão certamente não vai está no mercado por muito tempo. F&T Você ministra cursos em todo Brasil, como é feito o contato para quem quiser lhe convidar para um evento e o que você tem a dizer sobre os outros cursos que acontecem no Brasil? Da. Mirca. Podemos dividir em 3 (três) grupos: Graduação, Pós-graduação e Extra curricular. Quanto à graduação, hoje temos uma proliferação de cursos em todo o Brasil e vários de qualidade ruim. Já estamos caminhando para a seletividade de material onde ficarão aqueles que, de fato, conseguirem cumprir as exigências para uma qualificação adequada. Fico triste com o panorama atual da graduação, mas acredito numa mudança política que resgate a boa qualificação. Quanto à pós-graduação, já é um grande passo termos estes cursos, agora a nossa preocupação deve ser na busca de nível cada vez melhor deste com profissionais qualificados e muita

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experiência. Sobre os cursos extras curriculares que são ministrados no Brasil, tenho uma preocupação quanto a não existência de uma regularização para que os mesmos aconteçam o que gera cursos de péssima qualidade com profissionais não habilitados o que vem a denegrir a imagem do fisioterapeuta no mercado de trabalho. Existe um outro lado em que os profissionais e acadêmicos já sabem escolher e exigir mais daquele que se propões ensina-lo e com isso uma seleção natural ocorre. Eu ministro cursos em todo Brasil há 20 anos e adoro ensinar e poder dividir um pouco do que aprendemos e vivemos na nossa experiência profissional. Vivo uma eterna busca de informações e aprendizado em congressos, cursos, trabalho científico, pesquisa, etc. Sou da comissão organizadora do curso de Reeducação Funcional do Assoalho Pélvico do Hospital Servidor Público Estadual que acontece 2 vezes ao ano no H.S.P.E. F&T Ainda sobre Reeducação Funcional do Assoalho Pélvico, você é a favor ou contra a “especialização” dos profissionais, deixando de lado o atendimento generalista? Dra. Mirca. Já que falamos de pós-graduação como uma necessidade de aperfeiçoamento, é na pesquisa que focamos um interesse, e isto é ser específico, especializado. Trabalhando com uma equipe multidisciplinar onde cada profissional trabalha na sua especialidade, nós fisioterapeutas temos que ser especialistas também. Não devemos esquecer que o conhecimento generalista é saber. F&T Quais os principais aparelhos utilizados nesta área e quanto custa ter um serviço voltado pra sua área? Dra. Mirca. Montar um serviço de Fisioterapia Aplicada à Reeducação Funcional do Assoalho Pélvico e na Saúde da Mulher dependerá dos objetivos. É simples começar, pode ser em


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instituição pública ou privada, o que mais precisamos é de qualificação. Quanto à aparelhagem necessitamos de E.E., “biofeedback” mesa ginecológica, sala para ginástica com utensílios, etc. F&T Como desenvolver um serviço? Dra. Mirca. Precisamos difundir nosso trabalho e o melhor caminho é a pesquisa, através desta apresentamos em congressos, simpósios, reuniões científicas, mídia e com toda certeza chega até o paciente seja indireta ou diretamente. Os médicos nossos aliados, ficam conhecendo o trabalho da fisioterapia nesta área. Quanto à indicação do paciente para a fisioterapia a quem ele vai encaminhar vai depender da competência, profissionalismo, simpatia, respeito, amizade, proximidade de consultórios e custo, etc. Nesta área que atuamos destacam-se 2 (dois) trabalhos da fisioterapia; - Preventivo; - Reabilitativo. Prevenção: - Orientação e educação; - Mudanças comportamentais; - Correções posturais; - Fortalecimento da musculatura do ap.; - Preparação para gestante. Reabilitação: Tratamento para: - I.V.E. - I.D. - I.F. - Reeducação Sexual; - Cistite Intesticial; - Endométrios; - Disparemia;

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- Enurese noturna; - Mielomeningocele; - Quadros Neurológicos. F&T Os planos de saúde pagam estas sessões, qual o valor de uma sessão particular? Dra. Mirca. Quanto ao pagamento das sessões, temos muitos poucos convênios pagando, porém temos um bom número reembolsando os atendimentos. Nas universidades e instituições oferecemos atendimento gratuito junto ao desenvolvimento da pesquisa. As sessões deste tipo de fisioterapia variam de R$40 a R$60,00 de acordo com a região. F&T Você sabe de alguma faculdade que tenha esta cadeira na graduação? Dra. Mirca. Algumas faculdades em São Paulo e outros estados já oferecem a fisioterapia na reabilitação do Assoalho Pélvico na cadeira de ginecologia e obstetrícia. O que também temos são cursos de Pós-graduação na saúde da mulher e em uroginecologia. F&T. Dra. Mirca obrigado pela entrevista.

Informações para cursos: Fone: (11) 3045-7859 falar com Cristina Site: www.mirca.com.br E-mail: mirca@mirca.com.br


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Podometria A avaliação da função motora e do movimento, isto é, ter informações objetivas, mensuráveis e reprodutíveis sobre a capacidade de um indivíduo realizar uma determinada atividade que envolva o aparelho locomotor ainda é uma das grandes dificuldades para a prática da medicina de reabilitação baseada em evidências. O ganho funcional obtido com os procedimentos terapêuticos reabilitacionais nem sempre pode ser avaliado de forma quantitativa. As atividades motoras são dependentes da condição física do indivíduo: fatores genéticos, fatores ambientais, do treinamento e aprendizado motor, dado pela quantidade de engramas motores cerebrais adquiridos ao longo da vida. Desta forma, muitos são os possíveis padrões de normalidade na execução de um mesmo ato motor e

fundamentadas, há muitas pequenas variações na execução da mesma, que criam os padrões individuais distintos de locomoção, que, no entanto permanecem dentro dos critérios de normalidade.

esta, talvez seja, uma das grandes dificuldades para estabelecer parâmetros de avaliação funcionais universais.

do movimento do membro inferior, utilizando-se o impulso obtido no final da fase de apoio. A atividade muscular ativa da fase de balanço prepara a perna para a nova fase de apoio e a repetição do ciclo. Muitos são os parâmetros que podem ser utilizados para se avaliar a marcha humana e outros movimentos. Análise cinemática – avalia o desloca-

A marcha, uma atividade motora executada de forma automática, é um bom exemplo desta variabilidade, pois mesmo que a marcha normal do ser humano tenha bases biomecânicas bem

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A marcha é uma seqüência de movimentos realizados pela integração neuromúsculo-esquelética que arremessam o corpo para frente, desequilibrando-o a todo instante e que se utiliza da força de reação do solo para acelerar e desacelerar o organismo nesta progressão. Para tal, existem as duas fases do ciclo da marcha: fase de apoio – onde é feita a absorção do impacto e desaceleração, estabilização e aceleração, onde o movimento do pé e tornozelo é fundamental para esta seqüência; fase de balanço-onde ocorre o deslocamento anterior do corpo, através

Por: Dra. Júlia M. D´Andréa Greve Dra. Denise Vianna e Dr. Sergio Carvalho

mento do corpo no espaço e como os diferentes segmentos se movimentam neste deslocamento. Análise pressão plantar – verifica a pressão desenvolvida na planta do pé de acordo com o desenvolvimento da marcha. Análise cinética – avalia as forças que agem no sistema, a partir da força de reação do solo e as alavancas musculares. Análise eletromiográfica - avalia a atividade elétrica muscular gerada pelos movimentos realizados. Goniometria – avalia a amplitude de movimento das articulações durante a atividade motora realizada. Outros tipos de aquisição podem ser acoplados e sincronizados para se avaliar os parâmetros da marcha normal: consumo

de oxigênio, imagens (ultra-sonografia e ressonância magnética), sinais eletrocardiográficos e espirométricos, pressão arterial e outros. Fica evidente que um ato motor pode ser avaliado e quantificado de várias maneiras, utilizando-se parâmetros distintos, que podem ser mais ou menos relevantes,


do ponto de vista clínico, dependendo da doença ou incapacidade estudada. A diversidade e complexidade destas avaliações e a interpretação clínica de cada uma delas exige equipamentos e recursos humanos qualificados com altos custos de instalação e operação. Há necessidade de se dispor de recursos de avaliação funcional mais simples, menos custoso de operação ágil que possam auxiliar na prática clínica diária e acrescer conhecimentos com pesquisas qualificadas é fundamental e nesta linha, um dos equipamentos de avaliação funcional mais interessantes é o sistema de avaliação de pressão que se utiliza de sensores flexíveis e medem a pressão de apoio plantar (ortostatismo, marcha, desenvolvimento de calçados; prática esportiva; cotos de amputação); dos assentos (prescrição de cadeiras de rodas, ergonomia, colchões) e da oclusão dental (ortodontia e cirurgias buco-maxilo-facial) . A possibilidade de se utilizar sensores mecânicos flexíveis que dentro dos calçados é uma enorme vantagem operacional, pois é possível se medir as variações da

pressão aplicada durante a execução de um movimento (marcha, salto corrida). O sistema de sensores flexíveis, ainda que limitado do ponto de vista de aquisição, pois só mede a pressão plantar (força vertical/ área de aplicação), é muito eficiente porque faz uma avaliação dinâmica de forma simples e rápida.

Figura 1. Sensor plantar flexível, modelo F-Scan. O pé humano constitui a base de apoio e propulsão para a marcha, sendo considerado um amortecedor dinâmico capaz de suportar e distribuir as cargas fisiológicas nele impostas8. A extensão dos dedos da fase final do apoio traciona a aponeurose plantar e reforça o arco plantar proporcionando maior rigidez na alavanca de impulsão.9,11. A limitação da extensão do hálux aumenta a pressão no antepé no primeiro metatarso1 e a extensão dos dedos no final da impulsão aumenta a área de contato do antepé e reduz a pressão6. As alterações

na mobilidade do tornozelo também contribuem para alterar a distribuição das cargas plantares nos indivíduos com artrodese do tornozelo7. A alteração na mobilidade da articulação sub-talar está relacionada com o aparecimento de úlceras16 ,3, sendo padrão de risco nos pés neuropáticos 12,1,5,21,. A redução da mobilidade é apontada como causa de dor nos pés cavos, quando comparados com pés planos, pela menor deformação e absorção dos choques18. Os movimentos do pé são responsáveis pela absorção dos impactos, manutenção do equilíbrio e distribuição das cargas20 . Há uma crescente redução da na mobilidade fisiológica dos pés causada pelos calçados e sedentarismo. A mobilidade é necessária e sua redução acarreta traz conseqüências aos pés a curto ou longo prazo. Figura 2 – Movimento dos pés e possibilidades de avaliação

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A quantificação do grau de mobilidade dos pés é bastante difícil, principalmente devido à complexidade de suas estruturas e à inexistência de equipamentos de medição adequados. Segundo OLIVEIRA et al. (1998)14, existe uma correlação significante entre o peso corporal e a força vertical de reação do solo para todos os segmentos do pé. A possibilidade de se fazer uma avaliação da marcha de forma dinâmica e simples é a grande vantagem do equipamento Tekscan, através do dispositivo Fscan, onde se avalia a qualidade da marcha: cadência, tempo de apoio e duplo apoio e distribuição da força aplicada e pressão plantar nas diversas fases da marcha. É muito útil para se utilizar na avaliação do uso órteses e palmilhas. A podobarometria é fundamental na avaliação dos pés insensíveis diabéticos ou hansenianos, pois auxilia na prevenção do mal perfurante plantar. É um importante auxiliar no tratamento dos pés dolorosos, pois permite a visualização de áreas de maior pressão e desequilíbrios causados por vícios de marcha e postura.

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Laser nas úlceras

Autores: Rafael de Souza Bussulo Sylvia Karine de Deus

Ação do Laser de baixa intensidade no tratamento das úlceras de pressão (levantamento bibliográfico)

Resumo As úlceras de pressão são responsáveis por um alto índice de morbidade e mortalidade, gerando situações de difícil manejo. As úlceras são formadas a partir do momento em que os elementos responsáveis pela cicatrização estão deficientes, determinando a cronicidade da ferida, além da interferência dos fatores extrínsecos, sendo classificadas em quatro estágios. A estimulação com o laser tipo He-Ne e Ar-Ga promovem uma proliferação dos fibroblastos, estimulando a produção de colágeno, aumentando a produção de ATP, a vascularização e potencializando o funcionamento do sistema imune. O presente artigo pretende revisar o papel do laser de baixa intensidade como um meio de tratamento nos processos ulcerativos cutâneos crônicos. Palavras-chaves: úlceras de pressão; laser de baixa intensidade; tratamento; fisioterapia. Introdução Úlceras de Pressão Úlceras de decúbito, escaras do leito, escaras por pressão são sinônimos dados a uma complicação clínica penetrante e persistente que afeta pessoas com mobilidade restrita.Carvalho et al (2001) As úlceras de pressão ocorrem quando a superfície corporal é comprimida pelas proeminências ósseas contra colchão, maca ou cadeira, considerando-se a intensidade e duração desta compressão. O peso do corpo gera uma concentração da pressão nos pontos de contato (superfície óssea) e provoca isquemia e anóxia tecidual, e em conseqüência disso as células sofrem um processo de autoagressão.Marinho (1997) As úlceras de pressão são graduadas de

acordo com a classificação de Danel Shea em estágios I, II, III, IV : Estágio I É um eritema da pele intacta que não embranquece após a remoção da pressão. Em indivíduos com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema ou o endurecimento também podem ser indicadores de danos. Bergastrom (1992) Estágio II É uma perda parcial da pele envolvendo a epiderme, derme ou ambas. A úlcera é superficial e apresenta-se como uma abrasão, bolha ou uma cratera rasa. Bergastrom (1992) Estágio III É uma perda da pele na sua espessura total, envolvendo danos ou uma necrose do tecido subcutâneo que pode de aprofundar, não chegando até a fáscia muscular. Bergastrom (1992) Estágio IV É uma perda da pele na sua total espessura com uma extensa destruição ou necrose dos músculos, ossos ou estrutura de suporte como tendões ou cápsulas das juntas. Bergastrom (1992) Há ainda os fatores adicionais que aumentam o risco de úlceras e promovem sua evolução, tais como incontinência urinária e fecal, ingesta inadequada tanto de alimentos quanto de água, alteração do estado nutricional e nível de consciência, alterações cutâneas relacionadas à idade e fricção sobre a área do corpo. O´ Sullivan (1993) Laserterapia LASER (é a sigla de Light Amplification by Stimulated Emission of Radoation). (GONÇALVES et al,2000 apud BAXTER, 1991), ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. A radiação laser é constituída por ondas eletromagnéticas, visíveis ou não de acordo com o comprimento de onda dos mesmos, obtida a partir de um mecan-

ismo de emissão, ou seja, de acordo com o tipo de substância estimulada a receber radiação. Beckerman et al (1992) Na fisioterapia são utilizados basicamente dois tipos de laser: -Laser de Hélio-Neônio (He-Ne): radiação visível (vermelha); comprimento de onda de 632,8nm, apresenta potencial terapêutico mais destacado em lesões superficiais, como em lesões dermatológicas, estética ou em processos cicatriciais. Boulton (1986) -Laser de Arseneto de Gálio (As-Ga): radiação infravermelha (invisível); comprimento de onda 904nm, regime de emissão pulsado, apresenta potencial terapêutico em lesões profundas do tipo articular, muscular, entre outras. Baxter (1994) O laser de baixa intensidade, na remodelação de tecidos cicatriciais, é uma modalidade que apresenta resposta mais efetiva frente a outros recursos utilizados em clínica. Gonçalves et al (2000) e Baxter (1994) Justificativa Partindo do princípio de que o tratamento terapêutico empregado nas úlceras de pressão envolve os mais variados recursos existentes na medicina reabilitativa, e sabendo que o laser tem como efeitos: redução de edema, diminuição do processo inflamatório, aumento da fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização, Ortiz et al (2001); Gogia (1995); Baxter (1994), aumento na capacidade linfocitária e antibactericida. Thompson (1994) e Gupta et al (1997); Mester et al (1985). Procuramos saber se nas úlceras de pressão este recurso usado isoladamente é mais satisfatório para o paciente, ou se o seu emprego associado a outros meios terapêuticos produzirá um efeito mais benéfico, acelerando o processo cicatricial e o restabelecimento do paciente. www.novafisio.com.br

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Discussão Pesquisa realizada na Universidade Federal de Pernambuco obteve redução da área de úlcera e maior tecido de granulação, com o uso de tratamento clínico associado ao laser He-Ne com baixa intensidade. Comprovando o caso acima se obteve 60% de cura em um grupo de pacientes tratados com o laser de baixa intensidade associado ao tratamento clínico, estudo este que apresentou maior tempo de cicatrização (16 semanas) utilizando-se somente o tratamento clínico. Souza et al (1999); Arantes et al (1991-1992) ; Kitchen e Bazin (1998); Schindl et al (1997). Em relação ao tratamento de laser associado a outros recursos, foi verificado menor tempo (30 dias) de tratamento, sem recidivas, com diminuição ou ausência de complicações. Ainda foi comprovado o efeito antibactericida do laser em úlceras de pressão com redução de 48% do crescimento bacteriano em culturas retiradas dessas úlceras. Souza et al (1999); Arantes et al (1991-1992); Kottke (1994). A eficácia do laser de baixa intensidade (3-6J/cm2 ), associado a outros recursos terapêuticos, como uso de pomadas, cinesioterapia, massagens, curativos, enfaixamento, infravermelho e gelo; também foi comprovada mediante resultados obtidos com sucesso, com média de 1:4 de superioridade deste método. Souza et al (1999); Arantes et al (1991-1992); Lianza (2001); Marinho (1985). Conclusão Estudos têm demonstrado a eficácia da laserterapia de baixa intensidade através da modalidade de He-Ne e Ar-Ga pelo efeito de bioestimulação que provoca nos tecidos acometidos, promovendo redução de edema, diminuição do processo inflamatório, aumento de fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização. Apesar das evidências revelarem tratar-se de uma alternativa terapêutica capaz de acelerar o reparo tecidual e diminuir o processo infeccioso, a literatura revela que o laser apresenta melhor resultado associado a outros recursos terapêuticos, enquanto o tratamento clínico isolado também apresentou resultados positi28

vos, porém com uma duração de tempo maior do que os tratamentos associados a laserterapia. Referências Bibliográficas ARANTES, C.; GRISS, M.; RODRIGUES, R.; MARTIS, L. Fisioterapia preventiva em complicações de úlceras de membros inferiores. Revista Fisioterapia em Movimento, v. 4, n. 2, p. 47-66, out/ mar, 1991-1992. BAXTER, D. Therapeutic Lasers; Theory and Practice. Churchill Livingston, Edinburgh, 1994. BECKERMAN, H.A.; DE BIE, R.; BOUTER, L.M.; CUYPER, H.J. The efficacy of laser therapy for musculoskeletal and skin disorders: A criteria-based meta-analysis of randomized clinical trials. Physical Therapy, n. 72, p. 483491, 1992. BERGASTROM, N.; ALLMAN, R.M.; CARLSON, C.E. et al. Pressure Ulcers in adults: Prediction and Prevention. Clinical Practice Guideline. Department of Health and Human Services, Public Health Service. AHCPR Publication, n.92-0050, may, 1992. BOULTON, M.; MARSHALL, J. He-Ne laser stimulation of human fibroblast proliferation and attachment in vitro. Laser in Life, n. 1, p. 125-134, 1986. CARVALHO, P.; SILVA, R.; SILVA, R. Estudo microbiológico in vitro do crescimento bacteriano após aplicação do laser He-Ne em úlceras de decúbito com infecção bacteriana. Revista Fisioterapia Brasil, v. II, n. 3, p. 183-189, maio/jun, 2001. GOGIA, P.P. Laser Treatment. Clinical Wound Management. United States of America; Slack Incorporated, p. 177-178, 1995. GONÇALVES, R.; SAY, K.; RENNÓ, A. Ação do laser de baixa intensidade no tratamento das úlceras cutâneas. Revista de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta, p. 11-15, 2000. GUPTA, A. K. et al. The use of low energy photon therapy in the treatment of leg ulcers – a preliminary study. Journal Dermatol. Treat. London, n. 8, p. 103108, 1997. KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia de Clayton. 10.ed. São Paulo: Manole,

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Crianças Fumantes

Autores: Dra. Andrezza Monteiro da Fonseca Araújo Dra. Adalgisa Mafra Moreno

Prevalência de Sintomas Respiratórios na Idade Escolar Estudo entre crianças fumantes e nãofumantes passivas. Resumo No trabalho em questão, analisam-se as principais variáveis relacionadas às doenças respiratórias de crianças submetidas ao hábito passivo de tabagismo ou não. Tal processo se dará a partir de uma análise empírica da população com análise estatística de resultados obtidos. Mostrando alta relevância no estudo da área de saúde, o projeto proposto se mostrará inovador no âmbito de estudo de doenças respiratórias. Palavras-chave Doença respiratória Nicotina Tabagismo Crianças O tabaco, de nome científico Nicotina tabacum, é uma planta a partir da qual é extraída uma substância chamada nicotina.Seu uso surgiu aproximadamente no ano de 1000 a.C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágico-religiosos com objetivo de proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além de se acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro. No Brasil, acredita-se que a planta tenha chegado pela migração de tribos tupi-guaranis. Inicialmente utilizada para fins curativos, o tabaco, sob a forma de charutos e cigarros, tornou-se mais tarde símbolo de ostentação entre homens e mulheres por todo o mundo, sendo incluído amplamente no cotidiano da sociedade mundial a partir da Primeira Guerra Mundial. A partir de meados do século XX, o tabaco encontra nos avançados

meios de comunicação, o marketing necessário para sua aparentemente inexorável dominação. Embora desde a década de 60, relatórios científicos exponhem de forma cada vez mais intensa os malefícios do fumo, o tabaco atinge o novo milênio como uma das drogas mais consumidas em todo mundo. Efeitos tóxicos A fumaça do cigarro contém um incontável número de substâncias tóxicas ao organismo. Dentre as principais, podemse destacar a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão. O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade de ocorrência de doenças como a pneumonia, câncer, infarto do miocárdio, bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrame cerebral; úlcera digestiva, etc. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarréia, vômitos, cefaléia, tontura, bradicardia e fraqueza. Tabaco e gravidez Quando a mãe fuma durante a gravidez “o feto também fuma”, recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. O risco de abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas gestantes que fumam. Tabagismo passivo Os fumantes não são os únicos expostos à fumaça do cigarro, pois os nãofumantes também são agredidos por ela, tornando-se fumantes passivos. Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não fumantes próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas. Estudos comprovam que filhos de pais

fumantes apresentam uma incidência três vezes maior que de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não fumantes. Pesquisa Escolar Diante da crescente preocupação com o hábito tabagista passivo de crianças em idade escolar e com a decorrente prevalência de sintomas respiratórios, o Departamento de Pós Graduação da Universidade Salgado de Oliveira, sob Orientação da Prof. Adalgisa Mafra Moreno, desenvolveu uma pesquisa de campo com alunos compreendidos na faixa etária de 3 a 5 anos de diferentes escolas ao longo do país, notadamente as cidades de Cantagalo e Niterói – RJ. Para a realização da pesquisa de campo proposta, formulou-se inicialmente um questionário que, distribuído aos pais das crianças a serem avaliadas (seleção aleatória), visava coletar as informações básicas necessárias à análise das variáveis de resposta determinadas. O formulário limita-se ao questionamento sobre os hábitos tabagistas do núcleo familiar da criança em questão e as principais doenças respiratórias constatadas no indivíduo. Na realização desta atividade empírica, vale ressaltar a adoção de conceitos probabilísticos e estatísticos. Em outras palavras, a partir de uma amostra da população, representada pelas crianças aleatoriamente escolhidas das escolas analisadas, pretende-se obter informações a respeito do todo, ou seja, estatísticas e porcentagens aplicáveis à população como um todo. A determinação aleatória da amostra é um tópico que merece destaque neste estudo, visto que apenas indivíduos escolhidos randomicamente, sem privilégios ou distinções, serão capazes de representar de forma correta, no âmbito estatístico, a população estudada. www.novafisio.com.br

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Após coletadas as fichas já preenchidas, as mesmas passaram por processos de avaliação, onde foram descartadas aquelas que apresentaram carência de dados ou incoerências no preenchimento. As fichas consideradas viáveis foram à base do estudo probabilístico das doenças respira-tórias na população. Resultados Dentre os 576 formulários entregues durante estudo estatístico das doenças respiratórias entre crianças em idade escolar, apenas 217 foram recolhidos e avaliados como válidos dentro dos critérios de organização pré-estabelecidos. A partir das informações coletadas, tornouse possível a formulação de um estudo que representasse de forma estatística a correlação entre os hábitos tabagistas e problemas respiratórios em crianças submetidas ou não ao hábito passivo. A partir dos dados coletados, verifica-se que: · 48,85% das crianças apresentam hábito de fumar na família; · 3,22% das famílias têm o hábito de fumar no quarto das crianças; · 7,83% das mães mantiveram hábitos tabagistas durante a gestação; · Em 40,09% dos casos, procurou-se ajuda médica por conta de problemas respiratórios; A Fig. I relaciona as principais doenças analisadas na pesquisa realizada, bem como sua freqüência de ocorrência dentro das 217 fichas avaliadas. Outra vertente importante neste estudo estatístico das Doenças Respiratórias é a análise da freqüência de diagnósticos constatados para as doenças do sistema respiratório. A Fig. II ilustra de forma esquemática os principais diagnósticos constatados e suas freqüências dentro das 217 verificações feitas. Observando os resultados da Fig. II, verificamos que apenas 41% das crianças avaliadas apresentaram-se 100% sau30

dáveis, onde entenderemos por saudável as crianças em que não constataramse diagnósticos médicos das doenças respira-tórias analisadas. Por fim, a partir dos dados coletados, verificamos que, dentre as 217 crianças analisadas: · Apenas 48 tinham feito uso de medicamento diante da constatação de doenças respiratórias; · 10 haviam sido internadas nos últimos 2 anos devido a problemas respiratórios;

Conclusões Após ampla análise dos resultados coletados empiricamente, podemos afirmar que os índices de doenças respiratórias verificados nas escolas em geral ainda são muito altos e, em grande parte, agravados ou até mesmo causados pela submissão de crianças ao hábito passivo do tabagismo. É cada vez mais forte a correlação existente entre as doenças respiratórias (sejam elas as mais freqüentes, como tosse e coriza, ou as menos comuns, como a dispnéia) e a exposição aos resíduos resultantes do hábito tabagista de terceiros. A partir daí, é prioridade dos órgãos superiores conscientizar a população em geral para os riscos que o cigarro representa tanto para os que exercem ativamente o hábito quanto para aqueles que apenas respiram a fumaça do outro. Os danos ao sistema respiratório são fatais a longo prazo, principalmente quanto se é exposto desde a infância aos gases nocivos resultantes do tabagismo. Agradecimentos A Antonio Henrique Monteiro da Fonseca Thomé da Silva , acadêmico de

Engenharia Mecânica da UERJ (Campus regional – Instituto Politécnico de Nova Friburgo), pela colaboração na Análise estatística dos resultados coletados empiricamente; Autoras Dra. Andrezza Monteiro da Fonseca Araújo - Fisioterapeuta Pós Graduada em Terapia Intensiva, Cardiovascular e Respiratória. (UNIVERSO) Mestranda em Educação e Ciências Médicas. (UERJ) Dra. Adalgisa Mafra Moreno Fisioterapeuta Mestre em Fisioterapia Cardio Vascular – UNIT - MG Coodenadora de Pós-Graduação da Universidade Salgado de Oliveira. Chefe do Serviço de Fisioterapia do Hospital de Cardiologia Procordis Bibliografia 1. Epidemioloy 2002; 13:417-423. 2. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine 2002:166:92-97. 3. www.geocities.com/qpn_nicotina/ 4. Brit.Med.Journal:18/10/97:315: ed.7114. 5. Arch.Pediari.Adolesce. Med.01/02/1997; 151:135-139. 6. Pereira EDB, Torres L, Macedo J, Medeiros MMC. Efeitos do fumo ambiental no trata respiratório inferior de crianças com até 5 anos de idade. Ver.Saúde Pública; Fev 2000 34 (1):39-43. 7. Viggiano MG; Caixeta AM, Barbacena ML. Fumo e gravidez: repercussões sobre concepto e placenta. Jornal Bras. Ginecol;100(7): 147-52, Jul.1990.tab, Graf. 8. Fisberg M, Sole D, Percebo A, Katiti T, Gonçalves AV,: Huey CC. Tabagismo passivo e asma na infância. J.brás.med; 71(4):37-42, 45, out.1996.tab, graf. 9. Aleixo NA. Efeitos do fumo na gravidez. Ver. Saúde pública; 24(5):420-4, out.1990. 10. Stuart AG. O pulmão – Correlações radiológicas e patológicas.São Paulo: ed. Medsi; 1997. 11. Asma e a imunologia das doenças alérgicas . Revisado por Philip Fireman adaptado de “Atlas of Allergies”,segunda edição Philip Fireman e Raymand G.


Ergonomia EVOLUÇÃO DAS CONDIÇÕES ERGONÔMICAS NO POSTO DE TRABALHO DO MOTORISTA DE ÔNIBUS URBANO “EVOLUTION OF ERGONOMIC CONDITION IN THE WORKING PLACE OF URBAN BUS DRIVER”. RESUMO Este trabalho tem o objetivo de um melhor entendimento sobre os problemas ergonômicos no posto de trabalho do motorista de ônibus urbano. Foi desenvolvido em uma empresa de Florianópolis, no estado de santa Catarina Trata-se de um levantamento bibliográfico destes temas, da realização de uma análise ergonômica e realização de um questionário com os motoristas de ônibus urbano. Observou-se uma evolução ergonomica no posto de trabalho do motorista, evolução tecnológica e rigor no cumprimento dos horários. Este estudo remete a muitas reflexões sobre a evolução ergonômica no posto de trabalho do motorista de ônibus urbano que contribuirão para o avanço cientifico nesta temática.

rigorous accomplishment of scheolules. This study purposes many reflections about the ergonomic advance in the bus driver working place, that certainly will contribute for the scientific adavance in this thematic. TERM-KEY : Driver; bus; Perception professional; Evolution ergonomic; Influence Technologic INTRODUÇÃO

SUMMARY

A evolução das condições ergonômicas no posto de trabalho do motorista de ônibus é um estudo que busca compreender e estudar os diversos pensamentos e opiniões sobre problemas causados nos profissionais em função de suas atividades diárias no ônibus. Sobre a Evolução das Condições Ergonômicas no local de trabalho deste profissional, enfoca-se alguns trabalhos de pesquisas já realizados nesta temática que contribuem cientificamente, dando uma melhor concepção ergonômica de onde se concentram os principais problemas que atingem esse profissional, como, também, proporcionam uma visão de como o engenheiro ergonômico realiza sua análise, ou ainda, permitem identificar com maior clareza os problemas que persistem apesar de todos os recursos ou instrumentalização utilizada pelos ergonomistas.

This work has the objetive of a better comprehension about the ergonomic problems face by bus drivers in their working place. It was developed in a company of Florianópolis, in the state of Santa Catarina, and treats of a bibliographic survey of these subjects, accomplishment of an ergonomic analysis and also the accomplishment of a questionary with the urban bus drivers. Its has noticed the Ergonômy evolution in the working place of drivers, the tecnologycal evolution and the

Um estudo sobre o motorista de ônibus faz questionar e discutir sobre um profissional urbano, que neste mundo moderno e contemporâneo mesmo dispondo do avanço tecnológico, ainda sofre conseqüências múltiplas que necessitam do auxílio fisioterápico e da ergonomia. A ergonomia avança no sentido de retificar também os fatores físicos e condições ambientais desfavoráveis que comprometem a vida do motorista de ônibus. Esta nova era implica ao trabalhador, em especial o motorista de ônibus urbano,

PALAVRAS-CHAVES: Motorista de ônibus; Percepção profissional; Evolução Ergonômica; influência tecnológica

Por: Dr. Iramar Baptistella do Nascimento Dra. Leila Amaral Gontijo,

a manutenção de uma postura extremamente estafante, principalmente devido às condições estressantes do trânsito nos dias atuais, na qual o motorista permanece a maior parte do tempo sentado e dele é exigido momentos de grande concentração e elevada demanda mental, fisiológica e antropométrica. Estes processos poderão influenciar diretamente a personalidade, o envelhecimento, as capacidades físicas e a estrutura corporal, podendo, até mesmo modificar seu estilo de vida contemporâneo. No desenvolvimento deste estudo percebe-se que a evolução ergonômica no trabalho do motorista de ônibus está diretamente ligada a sua produtividade. Aborda-se também vários aspectos, como a postura e movimentos corporais do motorista (sentado posicionamento dos membros superiores, membros inferiores e, principalmente, o seu espaço de atuação). Segundo Weerdmeester (1995), a análise e ajuste adequado destes fatores ambientais e comportamentos sensóriomotor possibilita projetar ambientes seguros saudáveis, confortáveis e eficientes, tanto para o trabalho quanto para as atividades diárias, já que o profissional motorista de ônibus urbano está, de certa forma, direta ou indiretamente ligado à vida da população. A análise ergonômica no ambiente de trabalho é de fundamental importância para observar as dificuldades atuais do motorista de ônibus, fornecendo informações que podem ser aplicadas na elaboração de instrumentos, a fim de que este profissional não fique exposto a acidentes e, principalmente, à má postura, podendo-se com isto, moldar suas atividades ao conforto, segurança e eficiência. A observação sobre toda a atividade profissional exige entre outros estudos o conhecimento das condições e do ambiente de trabalho, sua tarefa a cumprir e o comportamento físico e mental do operador. A análise da atividade profissional exige uma análise 31 www.novafisio.com.br


de todos os sistemas envolvidos para a execução da mesma e funciona como uma ponte para a fisioterapia, ou viceversa, que se preocupa com a prevenção dos problemas. Esta área da engenharia faz do fisioterapeuta um especialista em detectar os movimentos específicos durante o trabalho do profissional. Unindo a cinesiologia e a fisiologia e conhecimentos da fisioterapia à ergonomia, o fisioterapeuta atua de forma bastante significativa nos meios de produção do profissional, construindo uma melhor competência e trabalho na manutenção e promoção de sua saúde. Desta forma, a ergonomia procura focalizar o ser humano no projeto de trabalho e nas atividades cotidianas. As condições de insegurança, insalubridades, desconforto e ineficiência podem ser eliminadas quando são adequadas às capacidades e limitações físicas e psicológicas do mesmo (DUL & WEERDMEESTER, 1995). MATERIAIS E MÉTODOS O universo maior da pesquisa foi o grupo de motoristas de ônibus urbano de uma determinada Empresa de Transporte de Passageiro Urbano em Florianópolis, no Estado de Santa Catarina. Destes oito, dois fizeram parte de uma análise ergonômica realizada no primeiro semestre de 2002 e seis responderam a um questionário no mês de agosto de 2002. Para realizar a análise ergonômica que baseado em Guérin (2001) significa a observação de situações existentes através da tarefa, da atividade e dos meios de produção, levando-se em consideração as possíveis concepções de transformação e adaptação do trabalho, optou-se por acompanhar dois motoristas que realizavam a mesma rota de percurso da linha do ônibus. Para que isso fosse possível entrou-se em contato com a administração da empresa e apresentou-se os objetivos do estudo que fazia parte da Disciplina de Mestrado chamada Análise Ergonômica do Trabalho. Após a aprovação da empresa, procurou-se a autorização para acompanhar dois motoristas que realizassem o mesmo percurso de uma determinada linha de ônibus. O passo seguinte foi o contato com os motoristas, uma vez que era necessário o seu consentimento. Só a partir de então é que o estudo pôde ser iniciado. Identificar as dificuldades de um projeto 32

ergonômico futuro que por sua vez era um dos objetivos, frente aos aspectos ergonômicos encontrados no posto de trabalho do motorista de ônibus de uma empresa de Florianópolis. E, identificar de que forma os motoristas mais antigos estão sentindo as mudanças tecnológicas e técnicas em seu posto de trabalho. Para o alcance destes objetivos foi elaborado um questionário (APÊNDICE I) e aplicado a seis motoristas de ônibus urbano com idade entre 35 a 50 anos e com um período de tempo de trabalho mínimo na empresa de 15 anos. Buscouse então, identificar os problemas atuais e os passados relacionados à saúde, ergonomia e qualidade de vida do motorista de ônibus. Para a construção deste questionário, utilizou-se como fundamento teórico o conceito de Leopardi (2001, p. 208), que explica o termo “questionário” como “um meio de obter respostas às perguntas que o próprio informante preenche; contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central”. * Foi usada uma abordagem qualitativa para a coleta, registro e análise dos dados, pelo fato dela permitir uma reformulação sem a necessidade de uma comprovação formal, ou seja, os dados não são generalizáveis (MINAYO, 1999). * Neste estudo foram utilizadas duas ferramentas metodológicas a observação simples, ou não participante, e o questionário com questões abertas como pode ser verificado no modelo anexo I. * A observação simples é, de acordo com Leopardi (2001, p. 199-200), útil e viável quando se trata de conhecer fatos ou situações que, de algum modo, tenham um certo caráter público, ou que, pelo menos, não pertençam estritamente a esferas das condutas privadas...o registro no momento em que o evento é observado. Entretanto, ela pode ser feita através de gravações, fotografias, filmagens, mas com cuidado de fazê-la de maneira discreta, para não comprometer o processo. Na análise ergonômica, a fim de que o registro fosse fidedigno, foram utilizadas uma filmadora e uma máquina fotográfica, com o consentimento da empresa e de ambos os motoristas. Com este equipamento, obteria-se maior quantidade de registros possíveis evitando assim, que momentos importantes da análise

ergonômica fossem perdidos. * Após o término da atividade proposta, ou seja, do acompanhamento do percurso e da filmagem junto ao motorista de ônibus, passou-se então a realizar o registro sob a forma de notas de campo e uma avaliação com maior profundidade sobre o processo vivido nas filmagens para a análise ergonômica, facilitando assim, a análise da tarefa e da atividade realizada pelo motorista de ônibus. As anotações de campo, segundo Triviños(1987), podem referir-se as entrevistas individuais e coletivas e a observação livre. * As anotações de campo podem ter uma dimensão muito específica, como quando estamos preocupados em delinear nosso comportamento como pesquisadores, atuando como observadores livres de uma situação de investigação claramente limitada. O significado específico das anotações de campo não impede que muitas das idéias colocadas sejam validadas para diferentes fases da pesquisa. * Foi construído um questionário com perguntas abertas, com o objetivo dos motoristas terem a oportunidade de colocar como era o sistema ergonômico e administrativo antigamente e como se encontra nos dias atuais. O anexo 1 é o questionário aplicado aos motoristas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste estudo, a análise ergonômica desenvolvida é a análises dos seguintes sistemas: da demanda (problema), da tarefa e da atividade. O objetivo foi detectar aspectos ergonômicos que influenciam na atividade do motorista A demanda foi definida a partir do alto índice de afastamento dos motoristas de ônibus da empresa por atestados de saúde referentes a problemas de coluna. Para que a demanda, ou seja, o problema fosse devidamente delimitado, foi necessário realizar as seguintes fronteiras: a) local: uma Empresa de ônibus de Florianópolis-SC. b) população: motoristas de ônibus que já estiveram afastados por problemas de coluna no ano de 2001. Para esta análise ergonômica, foram utilizados como sujeitos pesquisados dois motoristas de ônibus urbano, e a eles foram dados nomes de deuses mitológi-

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cos através de uma concepção subjetiva. como integrantes daquela empresa. Passo, então, à descrição e à análise deles. MOTORISTAS ANALISADOS: Para esta análise, far-se-á a descrição das características dos dois sujeitos estudados, URANO e APOLO: * Idade: 35 anos (URANO) / 50 anos (APOLO); * Estatura: 1m 75 cm (URANO) / 1m 81 cm (APOLO); * Peso: 80 kg (URANO) / 92 kg (APOLO); * Estado civil: casado (URANO) / separado (APOLO); * Grau de instrução: segundo grau completo (URANO) / primeiro grau completo (APOLO); * Tempo de empresa: 16anos (URANO) / 26 anos (APOLO); * Outras atividades remuneradas: não (URANO E APOLO); * Trabalhos anteriores: motoristas de ônibus (URANO E APOLO); * Atividades físicas: não realizam (URANO E APOLO); ANÁLISE DA TAREFA Competência do Motorista de Ônibus Urbano De acordo com o manual de normas da empresa estudada, ao motorista de ônibus urbano compete: “Assumir o serviço e receber a chave do ônibus. Inspecionar o mesmo com relação a batidas, condições dos pneus, molas, cinto de segurança, iluminação, bancos, água do radiador, itinerário das linhas a executar, etc. Qualquer anormalidade, o motorista deverá informar à fiscalização da empresa antes de movimentar o ônibus”. Condições em que o trabalhador desenvolve suas atividades: O motorista de ônibus desenvolve suas manobras num espaço de: - 1m e 05cm - da cadeira ao painel - 72 cm - da cadeira ao volante da direção - 82 cm - da janela à esquerda ao câmbio de marcha (à direita do motorista) - 89 cm - da janela à esquerda à caixa do motor (à direita do motorista) - 1m e 56 cm - da posição sentada ao teto - Ônibus das marcas: Mercedes e Ford Tempo de realização de sua tarefa:

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O tempo de duração da realização de tarefas do motorista de ônibus nesta empresa é de 6h e 40min diários, assim distribuídos: - 4h e 40min em movimento/trânsito; - 2h parado - tempo de recolhimento e largada de passageiros e espera nos terminais (bairro/centro). - 40min à 50min - tempo de cada percurso estabelecido. Obs: o motorista de ônibus tem 20min, dentro das suas 6h e 40min para realizar suas atividades de necessidades básicas. PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DA FUNÇÃO DE MOTORISTA DE ÔNIBUS As principais exigências da função de motorista de ônibus foram observadas durante a análise ergonômica, sendo elas: - Mentais - Sensoriais (visuais e auditivas): a) cuidados com o veículo; b) atenção ao trânsito; c) atenção às paradas (pontos de ônibus); d) observar os limites de velocidade; e) atenção aos passageiros; f) atenção aos sinais do cobrador; g) controle das manobras do veículo; h) cumprir horários e itinerários estabelecidos; - Exigências físicas: * coordenação dos movimentos de membros superiores e inferiores; * precisão na realização das ações em relação aos mostradores e controles do ônibus; * manutenção da postura correta (sentado); * adaptação ao espaço de sua atividade; * controle do estresse (causados pela temperatura, ruído, trânsito e passageiros). * Exigências ambientais: a) pressão sonora - 80 à 82db (NA) e vibrações; b) limitação da postura (espaço); c) agentes tóxicos; d) agentes térmicos( calor); e) luminosidade externa e interna. ANÁLISE DA ATIVIDADE A) Análise da atividade (ao chegar na empresa): A análise da atividade humana de tra-

balho foi conceituada por Guérin et al (2001, 16) como: “o conjunto dos fenômenos (fisiológicos, psicológicos, psíquicos... que caracterizam o ser vivo cumprindo atos)”. Parte I: O motorista chega até a empresa e desloca-se até o local onde se assina o ponto de presença. Neste momento, o supervisor dos motoristas no setor interno da empresa começa a observa-lo para verificar o seu comportamento ao realizar suas tarefas. Após a primeira etapa, o motorista desloca-se até o ônibus caminhando e faz uma verificação dos pneus do veículo, batendo-os com um martelo de borracha a fim de identificar se os mesmos estão cheios ou se existe alguma irregularidade. O movimento aqui realizado pelo motorista é uma inclinação lateral do tronco e uma flexão do ombro para logo depois desenvolver uma semi-extensão do braço ao bater nos pneus. Em seguida, o motorista inspeciona a lataria do ônibus deslocando-se ao redor do veículo, aproveitando para verificar o tanque de gasolina. O próximo passo é o deslocamento para dentro do ônibus, onde o motorista inspeciona as poltronas e o seu posto de trabalho. Logo após esta vistoria, ele caminha até a administração e relata para o supervisor se todos os compartimentos do ônibus estão adequados para partir. Em seguida, o motorista se apropria das chaves do veículo. Ao receber as chaves, dirige-se até o veículo sentando em sua poltrona e regulando-a de acordo com a sua musculatura vertebral. O ônibus, então, é deslocado para as ruas em direção à rota estabelecida pela empresa. Ainda dentro do pátio da empresa, o motorista realiza uma manobra para mover o ônibus onde utiliza movimentos de abdução dos braços associados a movimentos de adução e abdução horizontal. Logo no início de suas atividades, o motorista mantém uma postura adequada na poltrona (ereta) num ângulo de 90o, sendo que os membros inferiores trabalham coordenadamente durante as manobras de apertar e soltar o acelerador e a embreagem. Os movimentos realizados nos membros inferiores exigem uma total coordenação e dinamismo do motorista. São eles a semiflexão e semi-extensão dos joelhos, juntamente com o trabalho das 33 www.novafisio.com.br


articulações do pé tais como dorsi-flexão e flexão plantar na articulação talocrural do tornozelo, e, após um determinado tempo, começa-se a desenvolver no pé direito (que é usado no acelerador do veículo) uma semi inversão na articulação mediotárcica do mesmo. Estes movimentos são acompanhados de olhares rápidos e precisos em direção aos retrovisores laterais e interno do ônibus, que objetivam o cuidado com os passageiros e o próprio veículo. O membro superior direito trabalha em total coordenação com o membro inferior esquerdo durante os movimentos de mudanças de marcha. Obs.: tempo de execução: 15 min (média). B) Análise da atividade (movimentos durante a rota). Parte II Início do percurso: o veículo sai da garagem e inicia sua rota diária (cada motorista tem uma mesma rota a seguir); Movimentos repetitivos utilizados: * cabeça * pescoço * membros superiores * tronco * membros inferiores Principais movimentos realizados pelo motorista durante sua atividade: inclinações do tronco; semi-flexão e extensão do cotovelo; supinação e pronação do antebraço; flexão , extensão e rotação do ombro, manguito rotador e cintura escapular; flexão e extensão da cabeça; semi-flexão e extensão dos membros inferiores (articulação do joelho e músculos posteriores e anteriores da coxa e perna); dorso-flexão e flexão plantar do pé; contrações e extensões dos músculos flexores e extensores da coluna para manter a posição sentada. Observou-se a exigência de uma combinação de coordenação visual, auditiva, psicomotora e raciocínio rápido durante a mobilização de um veículo grande no trânsito urbano. Após um determinado tempo (cerca de 50 minutos), em conseqüência de fatores internos e externos (cansaço, dor, temperatura, vibrações, ruídos, trânsito, etc...), o motorista abandona sua postura correta, adotando as mais variadas regu34

lações de sua coluna. A velocidade dos movimentos realizados pelo motorista aumenta quando o mesmo atrasa-se nos horários de paradas, nos pontos e no terminal de ônibus (no centro da cidade). Registro do número de movimentos realizados numa rota: Marchas (Câmbio) / Inclinação do Tronco para Frente / Elevação da Cabeça (Esp. Retr.) / Flexão da Cabeça para a Esquerda (Esp.Retr.) / Pé Esquerdo (Embreagem). Nº de Repetições de Movimento do Motorista / 220 (URANO) 172 (APOLO) / 18 (URANO) 25 (APOLO) / 185 (URANO) 221 (APOLO) / 248 (URANO) 255 (APOLO) / 172 (URANO) 204 (APOLO). Obs.: os dados são aproximados e resultam de uma média dos movimentos realizados durante a atividade dos dois motoristas analisados (URANO E APOLO). Estes dados foram registrados no período das 8h às 10 h da manhã e das 11h às 13h durante um percurso de 40 min. Período de repouso: 20 min (10h às 10h 20min) realizado em um local próximo ao terminal urbano (pátio grande onde ficam vários ônibus estacionados e que possui apenas um banheiro). Neste período, os motoristas ficam conversando com colegas, geralmente ficam em pé. Os motoristas sugerem que o espaço deveria conter uma sala, com mobiliário para descanso e deveria ter mais banheiros. C) Análise da atividade (final do expediente) Parte III Ao terminar o seu horário de trabalho, o motorista desloca-se em direção à empresa com o ônibus, abandonando, neste instante, sua rota de trabalho prescrita pela empresa. Realiza, então, movimentos de semiflexão e extensão do cotovelo para manobrar o volante, algumas inclinações leves da coluna vertebral, sendo que, neste momento, a postura na poltrona já não é tão correta como no início do percurso. Os membros inferiores já estão cansados, segundo o motorista, que recorre a uma maior inversão do pé direito no acelerador na tentativa de descansar o pé. Ao entrar no pátio da empresa, percebe-

mos que o motorista tenta mostrar que ainda está apto fisicamente, realizando manobras mais rápidas com o ônibus dentro da empresa. O motorista estaciona o veículo seguindo a ordem de chegada dos ônibus que terminaram o seu período de trabalho e novamente começa a investigação, batendo nos pneus para verificar se os mesmos estão em perfeitas condições ou não. Neste momento, as inclinações laterais da coluna para bater os pneus não são tão precisas como no inicio das atividades. Logo depois, ele inspeciona o estado externo e interno do ônibus caminhando ao seu redor e dentro do ônibus, averiguando as poltronas e as janelas do veículo. Observou-se, nesta hora, que o motorista está preocupado com o supervisor que está olhando a sua atuação e comportamento para com as suas obrigações de motorista. Inspecionado todo o veículo, o motorista desloca-se até a administração e devolve as chaves do mesmo ao supervisor dizendo se está tudo adequado ou não. PERCEPÇÃO DOS MOTORISTAS SOBRE SEU COTIDIANO E A EVOLUÇÃO ERGONÔMICA EM SEU POSTO DE TRABALHO O questionário foi aplicado no dia dezoito (18) de agosto de 2002, quando outros seis motoristas da mesma empresa, compareceram para respondê-lo, individualmente, em uma sala de palestras na própria empresa de ônibus urbano. No questionário mostra percepção dos seis motoristas de ônibus escolhidos sobre a evolução ergonômica em seu posto de trabalho. Resposta dos motoristas no questionário ASSUNTO DECLARAÇÃO DOS MOTORISTAS 1) Relacionamento - antigamente era melhor, nos dias de hoje é necessário fazer valer seus direitos sindicais. 2) Horários - as exigências são as mesmas e sempre foram metas principais das empresas de ônibus. 3) Rota a cumprir - é mais estressante atualmente, mesmo com toda a tecnologia. 4) Comprometimento corporal - a coluna sempre foi o local mais comprometido.

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5) Vantagens atuais - a tecnologia reduziu o comprometimento corporal. 6) Tecnologia - houve uma melhora acentuada na poltrona, volante, painel, câmbio de marcha. 7) Espaço físico - houve melhora no espaço de acesso dos passageiros os demais locais continuam o mesmo. 8) Segurança - o ônibus moderno é 100% mais seguro. 9) Vantagens no veículo antigo - nenhuma vantagem tecnológica, apenas o respeito dos passageiros. 10) Obrigações - realizam dentro dos limites da lei, porém às vezes são obrigados a infringi-la.­­­ 11) Qualidade de vida - melhorou devido à tecnologia e piorou devido ao salário e ao trânsito. 12) Valorização profissional - atualmente sentem-se menos valorizados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na análise ergonômica realizada junto aos motoristas URANO E APOLO, concluiu-se que, apesar de existirem evoluções tecnológicas nos ônibus atuais, ainda constata-se uma exigência psicomotora da profissão do motorista de ônibus urbano. Estas exigências por sua vez trazem conseqüências nefastas que podem afetar a vida do motorista, como por exemplo na tentativa de manter um controle sobre o posicionamento adequado dentro de um transito estressante, onde exige uma coordenação sensório motora precisa com pouca a flexibilidade da empresa para com os horários. O questionário permitiu uma melhor identificação de como funcionava todo o sistema em relação ao comportamento da empresa e o funcionário, e conclui-se que existe uma melhor flexibilidade da situação da empresa em relação ao empregado em alguns casos, por força das organizações dos sindicatos e direitos, agentes, estes, que favoráveis aos motoristas por criarem, desta forma ou de outra, uma situação de maior estabilidade. Quanto aos horários, conclui-se que sempre existiu uma grande pressão temporal, em que os horários são de total importância para as empresas de ônibus, desde os anos passados até os dias de hoje. A idéia dos horários colocada pelos motor-

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istas já foi observada em dissertações e teses como a de Queiroga (1998) e Oran (1980), entre outras, onde, comparandose os anos de observações de outros autores, observa-se preocupação semelhante referidas pelos profissionais. Além dos horários buscou-se a revisão de dissertações e teses como a de Oran (1980), de Pegorin & Balistieri (1997), Queiroga (1988) e outros que relatam uma evolução na qualidade dos veículos de maneira considerável. Esta evolução envolve uma tecnologia bastante sofisticada que por sua vez não resolveu os problemas relatados de estresse existente durante as manobras pelas rodovias urbanas. Concluiu-se que, com o relato dos motoristas no questionário realizado, o grande congestionamento atual e as regras de horários a cumprir tornam o fator estresse bastante marcante em suas vidas, e que a tecnologia e as evoluções ergonômicas incluídas neste processo evolutivo tornaram esta profissão bem menos desgastante. Quanto aos locais de maior incidência de dor relatada pelos motoristas e observados por outros autores em livros, dissertações e teses pode-se concluir que a coluna lombar seria a maior causadora, dentre outras áreas também comprometidas. Quanto aos fatores etiológicos destas dores, eles são muitos, às vezes genéticos, ou da própria funcionalidade motora do profissional em questão, que, por sua vez, está realizando os movimentos de maneira incorreta ou até mesmo em função do seu posicionamento frente à estrutura técnica ergonômica oferecida ou devido ao conteúdo do trabalho. Observou-se que muitos autores como Queiroga (1998) ou Mayolino (2000), dentre outros, tentaram justificar estas dores e o comprometimento sensório e motor. Estas informações contribuíram para este estudo porque ajuda a cercar e analisar as constatações ergonômicas de trabalho de um profissional que faz parte da rotina de quase toda a população de uma cidade, seja de maneira direta ou indireta. Quanto ao desenvolvimento de projetos futuros, vêm sendo observadas dificuldades de se concretizar os projetos de teses já realizadas, como a grande idéia de Mayerle (1980) sobre os valores operacionais. Ele sugere que se coloque um maior número de profissionais motoristas e diminuam-se as horas extras que

proporcionam um grande desgaste e um grande comprometimento psicomotor do profissional. Porém, com o relato dos motoristas e com as idéias de outras pesquisas, observa-se claramente que existe uma dificuldade de projetos futuros. Muitas vezes os projetistas ergonômicos desenvolvem grandes idéias visando a qualidade de vida do profissional, contudo, elas se chocam com valores de custo empresarial. Noutras o projetista consegue contentar em seu projeto os desejos da administração, porém dificulta-se a situação financeira ou a qualidade de vida dos motoristas. Há algumas dissertações que visam identificar, de maneira mais sofisticada possível, os detalhes de posicionamentos, levando-se em consideração as leis da gravidade e análises biomecânicas e que pouco se consegue fazer, devido a questão ajustes de espaços e administrativos. Após a observação da análise ergonômica no posto do motorista de ônibus e as constatações do questionário aplicado para os motoristas de ônibus urbano de Florianópolis e pelas citações de alguns autores, constata-se que existe uma evolução da tecnologia nos instrumentos e equipamentos de trabalho dos motoristas de ônibus, porém ela ainda não é o suficiente para resolver os problemas sobre questões sociais e descontentamentos dos profissionais da área. Conclui-se, portanto, que existe uma distância ainda bastante grande entre os setores administrativos e funcionários motoristas, que desencadeia descontentamentos pessoais pelo fato de estes se sentirem manipulados por regras e horários de maneira inflexível. As obrigações com os horários existem e sempre farão parte do sistema, até mesmo como título de uma boa organização empresarial, porém, a falta de flexibilidade, muitas vezes de forma exagerada por parte da administração, pode levar a uma vulnerabilidade do profissional em relação ao seu emprego. Verifica-se que o profissional motorista de ônibus se submete a várias agressões de estresse e fadiga para obedecer aos horários, que são de ordem prioritária para a administração. Quanto às referências de dores por parte do profissional, constata-se que o desenvolvimento técnico ergonômico influenciou no sentido de amenizá-las 35 www.novafisio.com.br


no decorrer dos anos, contudo, deve-se levar em consideração o tipo de trabalho e a maneira como este se apresenta para o profissional. Foi claramente observado que as condições de trabalho são difíceis, principalmente em relação ao trânsito e que a tecnologia e as evoluções ergonômicas têm ajudado e muito, porém existem dificuldades que ainda impossibilitam uma qualidade de vida adequada como salários, relacionamentos internos e até mesmo o próprio espaço onde as mudanças têm que desempenhar suas funções. Como resultado desta dissertação, o autor sente-se dando um salto qualitativo, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Ele tem consciência de que as questões levantadas foram o princípio de uma grande construção, que devem ainda suscitar muitas outras discussões e aprofundamentos. Por este motivo, finaliza-se o trabalho utilizando as palavras de Malschitzky (1993, p. 15) que diz em: “Nenhum caminho de semeador será em vão. ANEXO 1: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MOTORISTAS 1. O que o senhor/você percebe de diferença entre o ambiente de trabalho dentro do ônibus, no local onde o senhor/você dirige em relação há anos passados e agora? 2. Como era a exigência da empresa em relação ao seu horário de trabalho? 3. Como você se sentia durante a sua rota diária com relação ao movimento do trânsito nos anos passados e agora? 4. Qual o local do seu corpo que você sentia mais dor e/ou desconforto quando os ônibus tinham outra estrutura? 5. E agora, com esta nova estrutura no ônibus você tem alguma dor ou desconforto? 6. Houve alguma mudança específica na: poltrona, painel, volante, câmbio de marcha. 7. Houve alguma mudança em relação ao espaço físico entre a poltrona, o painel, o volante, o câmbio de marcha, entre outros. 8. Você se sente mais seguro nos ônibus modernos? 9. Havia vantagens nos ônibus antigos? 10. O que você faz no seu cotidiano de trabalho para manter o horário correto de chegada nas paradas? 36

11. Você percebe uma melhora de qualidade de vida nos tempos atuais em relação aos anos passados, no que se refere a sua vida de motorista de ônibus? 12. Como você é visto pelas pessoas, em relação a ser valorizado, como um profissional com a responsabilidade de transportar vão. Notas 2 De acordo com OSOL (1982, p. 118) SUPINAÇÃO: “é virar a palma para cima. Inversão do pé. Estado do que é supino. Decúbito dorsal”. 3 PRONAÇÃO de acordo com OSOL (1982, p. 118) “é virar a palma para baixo. Eversão do pé. Estado do que é prono. Decúbito ventral”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBUD,L.R. Doenças aumentam 161% em 5 anos. Jornal Folha de São Paulo. 4 abril. 1999. Classificados e emprego. ABRAHÃO, J. Ergonomia modelo, métodos e técnicas. Brasília: Universidade de Brasília- Instituto de psicologia, out. 1993. AZEVEDO, M. R. O dano Moral: a violação dos princípios fundamentais da dignidade da pessoa humana e a valorização do trabalho. Tese (engenharia de produção), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC, 1999. P.. 167-175. BERALDO, L. C.; SCHEVER, J. C. Rede News. Revista Assobens. Editora. Volvo do Brasil Veículos. Curitiba:. n. 91. 2001. P4..COUTO , H.A Ergonomia aplicada ao trabalho. V.1. Belo Horizonte: Ergo editora Ltda. 1995. p.147 GRANDJEAN,E. Manual de Ergonomia. 4.ed. São Paulo: Bookman.1998. p.337-338. GUÉRIN, F. et al. Comprender o trabalho para transformá-lo. São Paulo: ed. Edgard Blucher Ltda.1997. p.200. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produto. São Paulo: Blucher. 1993. p. 254 KLEIN, M. Inveja e gratidão. 2edição, Rio de Janeiro: Editora Imago, 1984, p. 13. KNOPLICK, J. Enfermidades da coluna vertebral. 2.ed. São Paulo:Manole 1986. p 65 LEOPARDI, M. T. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria: Pallotti,

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AUTORES: Dr. Iramar Baptistella do Nascimento, Fisioterapeuta Mestre em Ergonomia, prof: da Universidade do Sul de Santa Catarina Dra. Leila Amaral Gontijo, PHD em Ergonomia e prof. Da Pós graduação da eng. produção da UFSC.

Ergonomia


Olá meus amigos, Esse mês tenho muitas novidades para vocês. Em primeiro lugar dia 13 de outubro foi o nosso dia (grande novidade né, mais velha que a minha vó)! Parabéns para todos nós FISIOTERAPEUTAS!!! Faço votos para que a nossa profissão continue crescendo e ganhando os lugares de destaque que ela realmente merece. Em segundo lugar estamos comemorando um ano desta coluna e eu tenho que dizer que estou muito feliz de estar comemorando em mais um de nossos bate-papo. Tenho que agradecer a paciência e carinho de todos os leitores, os milhares de e-mails, as histórias, as piadas, enfim espero continuar por aqui por um bom tempo (ou enquanto vocês me agüentarem). Continuem mandando os e-mails para tininha@fisioon.com.br E para completar tenho uma novidade imperdível para vocês. Na verdade é mais que uma simples novidade é UM PRESENTE para nós fisioterapeutas. Inaugurou no dia 13/10/03 o portal mundofisio.com e nós resolvemos dar uma força para a galera desse portal. Eu tive a oportunidade de ver (em primeira mão) o esboço do portal e conhecer a história do mesmo, fui conversar com a dona dessa idéia. Então lá vem história... Um dia uma maluquinha (assim como eu) que hoje é fisioterapeuta formada, mas na época da idéia ela ainda era estudante e estava pesquisando alguma coisa de fisioterapia (é claro) na internet e percebeu uma coisa óbvia. Na world wide web existe de fato tudo que a gente precisa de fisioterapia, porém estava tudo meio largado, sites desatualizados, de

péssima qualidade, páginas expiradas, cursos vencidos, algumas informações desencontradas, enfim salvo alguns sites sérios o resto estava uma bagunça só, e ela resolveu dar uma arrumadinha na casa (ou pelo menos tentar). Foi um ano planejando, pesquisando, pensando nos detalhes e mais alguns meses tomando coragem para assumir um compromisso tão sério. Aí enfim ela partiu para a criação da marca do portal, segundo ela foi a hora mais complicada até então porque ela não conseguia convencer a equipe de design a incorporar na logo um SAPINHO (“eles achavam que não tinha nada haver um sapinho com um portal de fisioterapia e ela não abria mão dele de jeito nenhum”), fizeram várias reuniões para tentar convencê-la a esquecer o bicho mas nada deu certo “até que um dia chegou um e-mail para ela de uma das estagiária da firma de design com um “esboço” de como poderia ser a logo e ela não teve dúvidas, não quis ver mais nada. É essa a minha logo!!! Impressionante como foi amor á primeira vista, é do jeitinho que ela imaginava!” Daí por diante tudo ficou um pouco mais fácil porque o portal já tinha uma cara e o mais importante tem como principal objetivo reunir o maior conteúdo de informações de todos os segmentos da fisioterapia em um só lugar de forma atualizada, de fácil leitura, simples, bonito, sério, conceituado e a maluquinha tá na batalha e o portal está realmente muito legal, não deixem de visitar. Obs.: Como vocês me conhecem bem, sabem que eu tinha que perguntar o PORQUE de um sapo, é algum tipo de promessa? Religião? S eita? Culto ao Rei sapo...??? “ Nada disso é só porque ela sempre adorou a figura do sapo (só em desenho, escultura, bichinho de pelúcia; na vida real eles são realmente muito esquisitos)

faço coleção de sapinhos e como eles sempre estiveram tão presentes na minha vida eu resolvi que queria um sapinho vinculado a minha marca – mas se a gente quiser ir um pouquinho mais além podemos perceber que o sapo é alongado, flexível...” Então boa sorte para o portal mundofisio.com e ... Até a próxima, Tininha Ah, as piadinhas de sempre né... Bom este mês não recebi nenhuma piadinha legal de ninguém e vou ficar devendo e vou cobrar também, poxa, ninguém tem uma piadinha boa para me mandar não? Manda aí vai! tininha@fisioon.com.br Para não deixar passar em branco, eu não vou publicar nenhuma piadinha, mas um e-mail muito interessante que eu recebi e que vou contar agora no lugar da piadinha tá. Espero que gostem. Essa é pra quem tem o hábito de falar mal do Brasil. Leia e aprenda. COMENTÁRIOS DE UMA BRASILEIRA QUE MORA NA HOLANDA “Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil. E realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. Só existe uma companhia telefônica e (pasmem!) se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado. Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o din37 www.novafisio.com.br


heiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne. Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta. Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador. Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de “Como conquistar o Cliente”. Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos. Temos uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Somos vitimas de vários crimes contra nossa pátria, crenças, cultura, língua, etc. Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar nossas raízes culturais. Os dados são da Antropos Consulting: 1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial. 2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

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3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária. 4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo. 5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina. 6. No Brasil, temos 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma. 7. Das crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos, 97,3% estão estudando. 8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês. 9. Na telefonia fixa, nosso país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas. 10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO 9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina. 11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos. Por que temos esse vício de só falar mal do nosso Brasil?

1. Por que não nos orgulhamos em dizer que nosso mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano? 2. Que temos o mais moderno sistema bancário do planeta? 3. Que nossas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? 4. Por que não falamos que somos o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários? 5. Por que não dizemos que somos hoje a terceira maior democracia do mundo? 6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados? 7. Por que não nos lembramos que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? 8. Por que não nos orgulhamos de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando? É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada Brasil!


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