Um sonho antigo. Uma Revista nova.
Revista Leblon, o novo lanรงamento da Editora Oston Ltda. Em breve na sua casa!
Check-up |
ISSN 1678-0817
| Editorial Reconhecendo que a nova tendência das empresas é otimizar serviços para poder oferecer ao final produtos de melhor qualidade com preços mais baratos, fazemos aqui um importante comunicado: Este mês de abril, marca o ingresso definitivo da Revista Fisio&terapia num grupo de empresas que buscam oferecer, de uma forma mais acessível, um produto de qualidade a seu público alvo. Colocar no mercado, e ao acesso da maioria, bens de qualidade a preços compatíveis com o padrão de renda dos cidadãos. Assim, a partir deste mês, aplicamos uma significativa redução no preço da assinatura anual da nossa revista: de R$75,00 para R$30,00 (trinta reais). Num país onde verificamos constantemente o inverso deste procedimento, ou seja, o aumento de preços, uma pergunta surge naturalmente. O que estará sendo retirado da publicação para justificar tal redução? Nada, pelo contrário, conseguimos fechar o ano de 2006 de forma saudável financeiramente e iniciamos 2007 com a possibilidade de investir, ainda mais, na qualidade editorial e gráfica de nossa revista. Você leitor, já pode verificar estas transformações nas nossas edições mais recentes. Concretizando melhores negociações com nossos fornecedores, anunciantes e acreditando no crescimento da economia e no aumento do número de assinantes, podemos, agora, reverter esses ganhos para você assinante. Ficamos sim mais baratos, porém mais ricos com relação ao que oferecemos para você. Além dos benefícios oferecidos através do Cartão do Assinante, a cada edição, teremos uma nova entrevista com personalidades interessantes que tenham feito tratamento fisioterápico, os melhores artigos científicos, novas matérias ilustradas e muito mais. Tudo isso dentro de um projeto mais moderno, linguagem objetiva, layout inovador, funcional e de extremo bom gosto. Assine a Revista Fisio&terapia e seja bem vindo a este encantador mundo da Fisioterapia.
| Protocolo 05 Cartas 06 Clipping de notícias 07 Frases e Coluna social 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme 14 Corpos Plastificados 16 Plataforma Revolucionária 18 O uso do ultra-som de 3 mhz na
redução de hematoma subcutâneo 22 Análise do perfil neurocomportamental na alta hospitalar 24 Abordagem cinesioterápica na síndrome do ombro doloroso 26 A dor lombar como conseqüência da postura inadequada 30 Fisioterapia no pré-operatório de fratura de platô tibial • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
Dr. Oston de Lacerda Mendes
32 Contos da Tininha 34 Agenda de Eventos 38 Fisioperfil 10 Entrevista com o músico e compositor Rogério Skylab
| Equipe EQUIPE - VEJA QUEM FAZ A REVISTA QUE VOCÊ LÊ EDITOR - OSTON DE LACERDA MENDES ASSISTENTE - LUCIENE LOPES REDATOR - EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO E WEB DESIGN - MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO - RICARDO “RICK” RIBAS CONSULTOR - ANTÔNIO CARLOS TRUBIANI
COMO CONTATAR A NOVAFISIO PARA ENVIAR COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS E INFORMAÇÕES SOBRE QUALQUER SEÇÃO OU SOBRE O SITE DA REVISTA. ENDEREÇO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 3521-6783 / 2294-9385 E-MAIL: REVISTA@NOVAFISIO.COM.BR (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) Toda correspondência que chegar à Redação poderá ser publicada de forma resumida. Deve conter o nome do autor, a cidade e o estado. SITE NOVAFISIO Não esqueça que se você é assinante da Fisio&terapia, pode navegar livremente pelo nosso site: www.novafisio.com.br e solicitar artigos já publicados. PARA ASSINAR O VALOR DA ASSINATURA ANUAL É R$30,00 (TRINTA REAIS) E PODE SER FEITA COM CHEQUE, DEPÓSITO, BOLETO E CARTÃO DE CRÉDITO www.novafisio.com.br revista@novafisio.com.br PARA RENOVAR SUA ASSINATURA, COMUNICAR MUDANÇA DE ENDEREÇO OU TIRAR DÚVIDAS SOBRE PAGAMENTO E ENTREGA DA REVISTA revista@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) PARA ANUNCIAR NA REVISTA, NO SITE OU FAZER MAILLINGS (e-mail marketing) revista@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) A REVISTA FISIO&TERAPIA NÃO SE RESPONSABILIZA POR CARTAS E ARTIGOS ASSINADOS. LEIA TAMBÉM: WWW.REVISTALEBLON.COM.BR
Turbilhão | cartas - escreva também e leia outras cartas no site. AFR - Associação Fluminense de Reabilitação.
Prezado Editor, em referencia a página 33 da edição 54 de jan/fev de 2007 julgamos oportuno esclarecer a V.Sa. e , por estensão, aos leitores da Revista que: a) O recrutamento de Estagiários no 5º período é perfeitamente legal, visto que o Estágio de Observação tem início no Último mês deste período: b) As Faculdades / Centros Universitários e Universidades permitem a AFR divulgar o recrutamento entre os acadêmicos do 5º período, nos campi, validando desta forma a ação empreendida; c) As Faculdades / Centros Universitários e Universidades divulgam nos seus sites o recrutamento de Estagiários do 5º período. A AFR é Instituição Filantrópica reconhecida de Utilidade Pública Minucipal, Estadual e Federal. A AFR está entre os 42 Centros Reabilitação do Brasil, referenciados pelo Ministério da SAúde, para atendimento à Pacientes de Alta Complexidade em Reabilitação. A AFR proporciona Estágios a 400 acadêmicos por semestre, em média. Em 2007 a AFR completa 49 anos de serviços prestados a coletividade, primando sempre pelo respeito a Lei e a Ética. Atenciosamente Marcos L. Soares Coordenador Padagógico www.afr.org.br afr@afr.org.br
Os carros terão lugar para 2 acompanhantes. Os usuários poderão fazer contrato mensal com o taxista se tiverem um deslocamento fixo permanente diário. Como, por exemplo, uma pessoa que vai para o trabalho sempre no mesmo horário. Ou que vai uma vez por semana a qualquer lugar.
Mara Ferreira Rio de Janeiro - RJ minervina17@hotmail.com Carci Instala Isocinético no Santos Futebol Clube.
O táxi é equipado com um mecanismo hidráulico, semelhante a um elevador, que permite ao motorista levantar e abaixar a cadeira de rodas do passageiro apertando apenas um botão. O carro escolhido foi um Fiat Doblò, que tem estrutura técnica para a adaptação.
Ótimas notícias para os Cariocas! Foi criada agora a Cooperativa Especial Cooptaxi com veículos equipados para atender pessoas que usam cadeira de rodas, o serviço terá a mesma tarifa dos táxis convencionais e poderá ser acionado por telefone. Pelo telefone 3295-9606 o usuário poderá solicitar o serviço. Serão estabelecidos locais fixos onde ficarão os veículos, como já acontece com os pontos de táxis convencionais.
a um Shopping legal na sua cadeira ou Scooter. Isso nos tornará independentes e mais alegres. Prestigie este empreendimento para que assim seja garantida sua viabilidade e consequentemente sua continuidade. Mara Ferreira Usuária
O fato de ser uma Cooperativa garante ao usuário a segurança tão necessária nos tempos atuais. Pense também que este serviço poderá atender também a pessoas que poderão contratá-lo para quando tiverem vontade de dar um “rolé” pelo calçadão de Copacabana ou pela Lagoa ou ainda
A Carci, líder no fornecimento de produtos para fisioterapia, acaba de fornecer para Santos Futebol Clube o equipamento Isocinético Biodex. A solução, indicada para a avaliação músculo-esquelético é uma das mais sofisticadas disponíveis no mercado e ajudará a equipe de fisioterapeutas do time a analisarem a condição real dos atletas e desenvolverem tratamentos mais eficazes. Além disso, o sistema possibilitará a realização de treinos objetivos e precisos, assim como reabilitações em menor tempo. “Entre os principais destaques do modelo estão a performance e precisão nos resultados que proporcionam total acurácia no diagnóstico”, explica Orlando de Carvalho, diretor comercial da Carci. O sistema tem design modular e combina diversas técnicas que permitem, inclusive, teste de reeducação muscular, teste de coluna, simuladores de trabalho, avaliação de joelho, tornozelo e ombro entre outros. Além disso, oferece ainda um protocolo que auxilia na identificação de risco de queda do paciente através do isocinético. Relatórios são gerados por software específico que, acoplado a
um dinamômetro, encarrega-se de fazer a coleta dos dados. A versatilidade proporcionada por intermédio da eletromiografia de superfície (EMG), que acoplada ao sistema, deixando-o como uma opção a mais de diagnóstico. “Como o paciente pode acompanhar visualmente toda a avaliação, há um aumento na motivação, o que também ajuda muito no resultado final do tratamento”, acrescenta o diretor da Carci. De acordo com Cláudio Pavanelli, fisiologista do Santos, “uma das principais vantagens na utilização do sistema é a praticidade da aplicação dos testes e também em treinamentos”. Para o especialista, que utiliza a dinamometria isocinética desde 1999, a confiabilidade do equipamento é outro destaque. Em utilização no clube desde janeiro deste ano, o sistema Biodex já auxiliou no tratamento de vários jogadores, entre eles Pedrinho, Denis e Geilson. “Todos com êxito”, confirma o fisioterapeuta. Mas, segundo Pavanelli, outros atletas também serão avaliados e iniciarão uma série de exercícios específicos. Sobre a Carci Pioneira na produção e exportação de equipamentos para Reabilitação Física, a Carci www.carci.com.br foi fundada em 1966 por Ivo de Carvalho. A empresa detém cerca de 60% do mercado brasileiro. Especialista em equipamentos de alta qualidade, a empresa conta com certificação junto ao Ministério da Saúde para sua linha de produtos fabricados e importados. A Carci fornece soluções para Eletroterapia, Termoterapia, Hidroterapia, Mecanoterapia, Avaliação Física e Mobilização. Entre as parcerias estabelecidas ao longo de sua atuação comercial estão companhias líderes mundiais, como as empresas: Biodex Medical, Enraf Nonius, NeuroCom, Axelgaard e Qualisys, que proporcionam à companhia capacidade de ampliar sua estratégia de atuação e oferecer ao mercado Brasileiro e da América Latina, o que há de melhor no mundo. www.novafisio.com.br • ed. 55|2007 •
Turbilhão | clipping - leia nosso clipping atualizado diariamente no site www.novafisio.com.br Pneumo Funcional agora é Fisioterapia Respiratória. COFFITO publicou no dia 15/02, resolução que altera a nomeclatura. Resolução Nº. 318, de 30 de agosto de 2006. Designa Especialidade pela nomenclatura Fisioterapia Respiratória em substituição ao termo Fisioterapia Pneumo Funcional anteriormente estabelecido na Resolução nº. 188, de 9 de dezembro de 1998 e determina outras providências. O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e cumprindo o deliberado em sua 154ª Reunião Ordinária, realizada no dia 30 de agosto de 2006, em sua, situada na SRTS, Quadra 701, Conj. L, Ed. Assis Chateaubriand, Bloco II, Sala 602, Brasília – DF, na conformidade com a competência prevista nos incisos II, III e IV do Art. 5ª, da Lei nº. 6.316, de 17.12.1975, Considerando que o termo Fisioterapia Respiratória é, e sempre foi, baseado em evidências científicas no Brasil e no mundo, conforme se pode observar nas publicações científicas e acadêmicas produzidas para a área de conhecimento; Considerando que os 4 (quatro) últimos Simpósios Internacionais de Fisioterapia Respiratória, organizados pela ASSOBRAFIR (Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva) realizados no Brasil criaram oportunidade para apresentação e publicação de trabalhos na Revista Brasileira de Fisioterapia, de ampla circulação no meio científico e acadêmico nacionais, a exemplo como os apresentados nos Congressos Mundiais de Fisioterapia organizados pelaWorld Confederation of PhysicalTherapy (WCPT), nos quais o termo Fisioterapia Respiratória é predominante para designação da especialidade; Considerando que até o armazenamento e publicação de trabalhos científicos e acadêmicos por intermédio dos sítios digitais, também nos especializados em busca na Internet, o termo Fisioterapia Respiratória sobrepõe-se de forma inconteste, em constância infinitamente superior ao termo Fisioterapia Pneumo Funcional; Considerando o anseio dos fisioterapeutas associados da ASSOBRAFIR para que o termo Fisioterapia Respiratória seja considerado com o nome oficial da especialidade, pois é o que melhor traduz, tecnicamente, cientificamente e academicamente, o exercício profissional de especialidade, conforme pedido e razões formuladas por intermédio do processo administrativo nº. 198/2005. Considerando a realidade acadêmica e científica expressada pela ASSOBRAFIR de que o termo Fisioterapia Pneumo Funcional não traduz técnica e cientificamente o exercício dessa especialidade; RESOLVE: Artigo 1º - Designar pela nomenclatura Fisioterapia Respiratória a especialidade própria e exclusiva do profissional Fisioterapeuta, em seu campo de atuação, anteriormente designada Fisioterapia Pneumo Funcional. Artigo 2º - Os Títulos de Especialista em Fisioterapia Pneumo Funcional emiti-
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dos em data anterior à publicação desta Resolução serão considerados, para efeitos de registro e atuação profissionais, equivalentes aos de Especialista em Fisioterapia Respiratória. Artigo 3º - O COFFITO promoverá, a pedido do interessado e sem cobrança de emolumentos, alterações do registro profissional para constar a titulação de Especialista em Fisioterapia Respiratória. Artigo 4º - Os casos omissos serão deliberados pelo Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Artigo 5º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas disposições em contrário, especialmente as contidas na Resolução COFFITO nº. 188, de 9 de dezembro de 1998, para efeito de alteração do nome da especialidade. FRANCISCA RÊGO OLIVEIRA DE ARAÚJO Diretora-Secretária JOSÉ EUCLIDES POUBEL E SILVA Presidente do Conselho
Lançamento LANÇAMENTO da 2ª EDIÇÃO DO LIVRO “FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NO PACIENTE CRÍTICO” 1ª Edição esgotada em 15 meses / 4 CAPÍTULOS NOVOS Preço de R$ 135,00 divididos em 3x. Já com despesas de correio. A forma de pagamento poder ser em 3 cheques (Nominal ao CEFIR) ou a vista com deposito bancário. Forma de cheque (Nominal): Mandar para Rua das Perobas 344 Centro de Estudos - Bairro Jabaquara. São Paulo - Capital - CEP: 04121-120 Deposito Bancário: Banco ITAÚ Ag. 0885 C/C 47882-6 CNPJ 05.476.458/0001-35 Fazer deposito e mandar o comprovante por fax ou por e-mail junto com seu endereço de correspondência. Fax: (11) 5011-0206 E-mail informartivo@cefir.com.br Se quiser podemos te mandar o livro autografado pelo autor.
Turbilhão | frases, coluna social “Defendo a democracia e os preceitos republicanos: ouvir os dois lados, presunção da inocência, liberdade de imprensa com responsabilidade, isenção das instituições e direito de opinião.”
[Dr. Rivaldo Noaves]
“No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres, do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pau duro, mas eles não se lembrarão para que servem..” [Dr. Drauzio Varela]
“A bursite de Lula não atrapalha em nada o exercício da Presidência da República. Não pode é a dor no ombro subir-lhe à cabeça.” [Tutty Vasques]
“O desmembramento dos conselhos seria altamente benéfico para ambas as categorias profissionais, principalmente para a terapia ocupacional.
Coluna social | Algumas fotos de nosso site.
“Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências juvenis e preparar os homens do futuro.” [D. Pedro II (1825-1891)”]
[Marcelo Sidney Gonçalves]
Turbilhão | coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br
Fisioterapia a Profissão do Futuro! Mas porque começamos a fechar as portas? por
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Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa
P
ois é pessoal, fiquei sabendo que está havendo um “contra- muita reclamação. Os coordenadores sempre dizem: - “professor bom é boom” nos Cursos de Graduação em Fisioterapia em todo aquele que me traz solução, nunca problema!” Então, todos os enganao País. Vários Cursos não conseguem mais fechar turmas, ou dores buscam se esconder no silêncio, se fingem de morto, acreditam quando o fazem estas turmas são compostas de 15 e, no máxi- que quem não é visto não é lembrado. Ledo engano, porque quando a mo de 20, alunos. Alguns dizem que é pela falta de emprego, pois o coordenação sabe o que está fazendo, percebe o excesso de ausência. mercado não absorve a galera e, então, essa turma resolveu fazer Enfer- Hora, hora, ninguém acerta sempre e, por outro lado, reclamação de magem. Outros “inspecialestas” dizem que é porque a Fisioterapia não aluno não significa incapacidade do professor. Na verdade tem casos tem resultado efetivo e que não passa de “placebão brabo”. Sei lá, num que é o contrário, ou seja, quando o aluno não reclama é porque está sabe, mas tem horas que me bate uma chateação muito grande com fácil demais e o erro está no docente. Eu sempre digo que 100% dos esses caras que nada entendem de sua virilha e se aventam a falar do meus alunos gostam muito de mim! Na verdade um grupo gosta muiperíneo dos outros! Realmente as coisas não andam to-muito e outro grupo gosta muito-pouco, mas lá muito fáceis, mas não é só para a Fisioterapia não! todos gostam muito, logo ninguém é indiferente. Tem muita profissão em baixa e nem acho que esPode parecer arrogante num primeiro momento, tejamos em baixa, mas que o olho grande das Unimas é importante que o aluno seja estimulado a versidades atrapalhou muito é inegável. Quando produzir. Talvez essa seja a grande função do procomecei minha formação na FRASCE, em 1988, já fessor: estimular seja pelo aluno querer ser igual tarde porque fui me meter na Engenharia Elétrica a ele, seja porque o aluno quer se livrar dele. Para antes, tínhamos no Estado do Rio de Janeiro apterminar essa análise eu quero criticar os profesenas seis Cursos de Fisioterapia, hoje são mais de sores que ministram aula de tudo que é assunto. quarenta Campus Universitário oferecendo o CurEsse pessoal fala de cardio, de gineco, de traumato, so. Já viram como está em São Paulo? E em Minas de respiratória, de trabalho, de órteses/próteses, Gerais, Brasília e por aí vai? Não precisa fazer muita de dermato, “vixe” vá ser bom assim na casa do força para ver que isso não poderia dar certo por chapéu! É demais para minha visão de honestimuito tempo. Na minha opinião até que demorou “Esse pessoal fala de dade com o aluno e com a profissão. Então, retorno bastante. Quanto à questão de demanda não acho minha tese inicial, pois entrei por esse assunto cardio, de gineco, de para problemático não porque sempre haverá necessipara concluir que estamos formando profissionais dade de fisioterapeuta. Artrose não tem remédio, traumato, de respira- muito fracos e que acabam por dinamitar o merna hérnia de disco temos ótimos resultados de cado, gerando na população uma falsa sensação tória, de trabalho, de de que a Fisioterapia não tem resolubilidade. Esses intervenção, escoliose não tem remédio, não se consegue adaptar uma órtese e ensinar a usa-la órteses/próteses, de pseudo-fisioterapeutas ficam naquelas tais 10 sessem a nossa intervenção. Por mais que tenham tensões, colocam o paciente em aparelhos e nem se tado nos excluir do Programa de Saúde da Família dermato, “vixe” vá ser aproximam mais, ainda lançam na evolução a difajá perceberam que fica muito mais fácil quando o “conduta mantida”, enfim fingem que tratam, bom assim na casa do mada fisioterapeuta está lá. Logo, sempre haverá um lumas cobram de verdade e, mais uma vez, o justo chapéu!” gar ao sol para aquele militante sério da Fisioterapaga pelo pecador. Cabe refletir ainda que em sala pia. No meu entender, o que realmente representa de aula nossa obrigação primária é com a Fisioteraum problema oriundo dessa excessiva oferta de Cursos é a qualidade. pia, logo não adianta querer bancar o puxa-saco de instituição porque Conheço muito profissional que foi dar aulas por estar desempregado. se ela for séria não irá ficar te exigindo ações anti-éticas. Como os Cursos tinham que ter professores não havia jeito. O pessoal É isso gente: estudar sempre, criticar tudo, melhorar a cada dia, ajudar entrava em sala de aula sem a menor condição, nunca poderia estar quem precisar e manter os ouvidos sempre abertos. Vamos virar essa ali. Eu mesmo quando comecei a dar aulas, já fazia Docência Superior, mesa e mostrar para quê viemos! cometi diversos erros, imagina essa galera que foi de “bicão”! Gente, a qualidade do professor é fundamental para o rendimento do aluno, Um forte abraço aos colegas e aos alunos da UNIFESO, aos alunos do 6º aquela empatia gostosa que rola quando o sujeito vai para sua aula período do Curso de Fisioterapia do UNIFOA (uma das melhores turmas mesmo sendo chata porque é você que vai dar aula, é bom demais! com as quais já trabalhei) e aos formados da turma 2006.2 do Curso de Entretanto, entrar em uma sala de aulas onde os caras ficam lendo Fisioterapia do UNIFOA que entre tantos carinhos comigo deram meu transparências, falando de coisas que não sabem é complicado. O alu- a sua turma. UNEC, aí estamos nós. no mais interessado do mundo reclama, imagina o que está a fim de tomar cerveja (verdade seja dita, não é parcela pequena) não vai dizer?! Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. O problema é que esse pessoal acaba de um jeito ou de outro conseg- Geraldo Vandré uindo o canudo, porque o professor sem convicção de suas verdades tende a ser permissivo e passa a mão na cabeça do aluno para não ter Prof. Luís Guilherme Barbosa, FT, MSc, DSc. • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
Fisioterapia Pós-Graduação - Lato Sensu 1º Semestre 2007 Carga Horária 360h São Paulo Curso:
Dia dos Cursos:
Ergonomia Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Pediátrica Fisioterapia Reab. Músculoesquelética e Desportiva Fisioterapia Manipulativa Fisioterapia Integrada à Saúde da Mulher Fisioterapia Cardiorrespiratória Fisioterapia Neuro Funcional Fisioterapia Neuro Funcional Fisioterapia Reab. Pré e Pós-cirúrgica Fisioterapia Pneumo Funcional Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício)
Sábado e Domingo Quartas-Feiras/Noite Sábado e Domingo Sábado e Domingo Sábado e Domingo Segundas-Feiras/Manhã Sábado e Domingo Sábado e Domingo Terças-Feiras/Noite Quintas-Feiras/Noite Sábado e Domingo Sábado e Domingo Sábado e Domingo Segundas-Feiras Sábado e Domingo
João Pessoa
Início: 17 e 18/03/2007
Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Cardiorrespiratória
Curitiba
Início: 05 e 06/05/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Integrada à Saúde da Mulher Fisioterapia Neuro Funcional
Vitória
Início: 05 e 06/05/2007
Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Cardiorrespiratória
Porto Alegre
Início: 24 e 25//03/2007 21/03/2007 24 e 25/03/2007 24 e 25/03/2007 17 e 18/03/2007 19/03/2007 31/03 e 01/04/2007 17 e 18/03/2007 20/03/2007 22/03/2007 31/03 e 01/04/2007 31/03 e 01/04/2007 31/03 e 01/04/2007 19/03/2007 17 e 18/03/2007
Santos
São José dos Campos
Goiânia
Florianópolis
Início: 24 e 25/03/2007
Juiz de Fora
Cuiabá
Início: 17 e 18/03/2007
Início: 19 e 20/05/2007 Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Reab. Músculoesquelética e Desportiva Início: 14 e 15/04/2007 Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Reab. Músculoesquelética e Desportiva Fisioterapia Pneumo Funcional Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Início: 31/03 e 01/04/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Pneumo Funcional
Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia
Dermato Funcional Traumato-ortopédica Cardiorrespiratória Neuro Funcional
Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Cardiorrespiratória
Início: 24 e 25/03/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Pediátrica Fisioterapia Cardiorrespiratória
Início: 05 e 06/05/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Cardiorrespiratória Fisioterapia Neuro Funcional
Campo Grande
Brasília
Campinas
Niterói
Salvador
Joinville
Recife
Início: 14 e 15/04/2007 Fisioterapia Reab. Músculoesquelética e Desportiva Fisioterapia Cardiorrespiratória
Início: 31/03 e 01/04/2007 Fisioterapia Reab. Músculoesquelética e Desportiva Fisioterapia Manipulativa Fisioterapia Pneumo Funcional
Início: 24 e 25/03/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisioterapia Dermato Funcional
Início: 24 e 25/03/2007
Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Pneumo Funcional
Início: 31/03 e 01/04/2007
Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica
Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia
Início: 24 e 25/03/2007 Dermato Funcional Traumato-ortopédica Integrada à Saúde da Mulher Cardiorrespiratória Neuro Funcional
Início: 05 e 06/05/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Traumato-ortopédica Fisioterapia Manipulativa Fisioterapia Integrada à Saúde da Mulher Fisioterapia Cardiorrespiratória Fisioterapia Neuro Funcional
Belo Horizonte Natal
Início: 05 e 06/05/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício) Fisioterapia Dermato Funcional Fisioterapia Reab. Músculoesquelética e Desportiva Fisioterapia Cardiorrespiratória
Volta Redonda
Início: 31/03 e 01/04/2007 Fisioterapia Traumato-ortopédica
Uberlândia
Início: 17 e 18/03/2007 Fisiologia do Exercício (Prescrição do Exercício)
Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia Fisioterapia
Início: 19 e 20/05/2007 Dermato Funcional Pediátrica Reab. Músculoesquelética e Desportiva Manipulativa Neuro Funcional Pneumo Funcional
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Entrevista | Rogério Skylab por
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Eduardo Tavares Fotos: Solange Venturi
E
le nasceu no Rio mas não canta as belezas naturais da Cidade Maravilhosa, muito menos as meninas douradas das praias ensolaradas, não possui sequer a espontaneidade e o espírito carioca de ser, muito pelo contrário, Filósofo Graduado, funcionário Público e figura marcante da cena cult, o cantor e poeta Rogério Skylab exalta o bizarro e a loucura imprevisível em sua obra. Iniciou sua carreira musical em 1992, ganhando grande notoriedade nacional ao aparecer, mais de duas vezes, no programa de entrevistas de Jô Soares. Sempre criativo e misturando diferentes ritmos ele fala sobre seu sexto CD e o acidente que o levou a lona
Para alguns, um gênio, para outros, louco Leia também as entrevistas de Herbert Vianna, Lars Grael, Luciana Gimenez, Beto Silva, Marcus Menna, Nalbert em nosso site. www.novafisio.com.br 10 • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
Entrevista | Rogério Skylab Verdade que sua maior qualidade é não fazer nada? A questão é a seguinte: a coisa mais difícil que existe é provar para as pessoas que quando estou quietinho, deitado na rede, enrolando o cabelo, é o momento em que eu estou mais trabalhando. Qual seu Hobby? Meu hobby é justamente este: não fazer porra nenhuma. Claro, depois que as músicas estão compostas aí sim vem à moleza: fazer ensaios, arranjos, ficar enfurnado no estúdio... ou seja, aí é tranqüilo. Difícil mesmo é quando você está só, olhando pro nada, confabulando consigo mesmo, fazendo música. É quando eu não estou fazendo nada que eu fico muito cansado. O que é mais deplorável em você? Eu sou um ser deplorável. Fica realmente difícil dizer o que é mais deplorável em mim. O meu corpo, a minha cara, ou o meu pensamento? Talvez o meu hálito, talvez o meu mau cheiro. Os meus vícios são deploráveis. A minha saúde é deplorável. Os meus poemas então... A minha música, coitada. Não há nada mais deplorável do que minha música. Você acha que o reconhecimento que vem recebendo por parte da mídia pode te domesticar? Hein???? Qual melhor a definição para sua música, rock, punk, death...? Eu vou te dizer uma coisa, eu luto em prol da indefinição. Quanto mais indefinido melhor. Daí porque não tem sentido nenhum definir a minha música como punk, metal ou coisa que o valha. O que você disser de mim, eu desdigo. Você já censurou alguma música sua? Já censuraram a minha música. Por exemplo: a Revista Outra Coisa quando lançou o SKYLAB V, cortou a música FÁTIMA BERNARDES EXPERIÊNCIA. Eu compreendo o problema que eles poderiam estar comprando, caso a lançassem. Eu não os censuro, muito menos a mim. Eu tenho um poema no livro DEBAIXO DAS RODAS DE UM AUTOMÓVEL, chamado ESPAÇO EM BRANCO, que diz assim: “Ontem a noite não usei camisinha. Em verdade, nunca a uso. Transo em banheiros públicos, saunas, clubes privês. A poesia não é serviço de utilidade pública.” Quer dizer... acho que respondi a sua pergunta. Cantando o bizarro o que você acha do
tropicalismo? Céu ou inferno? Há há há há há. Boa pergunta. Caberia num livro. O que dizer, meu Deus? Sabe cara, vou te responder de uma maneira meio enviesada, assim como eu sou mesmo. Diferentemente do que muitos podem pensar, eu me sinto ligado à Poesia Contemporânea. Eu não sou nenhum caso à parte. Muitos quiseram me isolar, como uma forma mesmo de me tornar inofensivo. “Esse é aquele cara maluco, uma figuraça, engraçado à beça, o matador de passarinho, que foi no Jô”. É uma forma de tornar o outro “exótico”, desarmá-lo, torná-lo digno de uma boa risada. Claro que eu não estou só. As minhas relações de afinidade passam por muita gente: Zumbi do Mato, Daminhão Experiença, Marcelo Birck, Maurício Pereira (dos Mulheres Negras), Arrigo Barnabé, e talvez a minha referência maior – Frank Zappa. Ora, ao que me consta, excetuando Tom Zé que sempre foi um renegado, o Tropicalismo não passa por essas trilhas. Beatles ou Rolling Stones foram grandes referências para os tropicalistas. Zappa não gostava de nenhum dos dois. A estratégia tropicalista era juntar Jovem Guarda, Beatles e qualquer outro movimento de massa, para fazer dessa junção, o seu próprio movimento de massa. Algo semelhante a Pop Art. Daí porque o Tropicalismo é o último grande movimento. Depois dele, não existe mais nenhum grande discurso, e isso é maravilhoso. É o que eu chamo de contemporâneo. Portanto, eu não tenho muito a ver com o tropicalismo não. Se bem que eu reconheça que ele está presente ainda em muitas expressões artísticas, inclusive no rock. Como vê a cena alternativa carioca? Quanto à cena carioca, tá cheia de tropicalistazinhos... Qual é seu o hino, o Stairway to Heaven de Rogério Skylab? Meu Stairway to Heaven? Nossa !!!! Vou dizer “Wille the Pimp” do Hot Rats do Zappa, disco de 1969. Skylab VI foi gravado ao vivo com a banda? Todos os meus discos são gravados ao vivo com a banda. As músicas deste álbum já existiam ou foram compostas apenas para ele? Minhas músicas vão sendo compostas independentemente dos álbuns. Depois faço as minhas escolhas. Como nossa revista é sobre fisioterapia, devo lhe perguntar. Como foi seu acidente? Eu saí do meu trabalho no Banco do Brasil (não é agência, é órgão da Direção Geral) e fui rápido pra casa porque uma fotógrafa do Globo me aguardava. Eu ia tirar umas fotos
para a coluna “Gente Boa” do jornal o Globo. Estava ansioso porque era o lançamento do SKYLAB V. Naquele dia estava chovendo. Eu escorreguei e caí de queixo em cima daqueles gelos baianos que ficam nas calçadas para impedir o estacionamento dos carros. Quando caí, eu cheguei a desmaiar, mas recobrei a consciência logo e percebi que a minha boca não estava fechando direito. Assim mesmo, continuei meu caminho, meio cambaleando, porque precisava tirar as fotos. Cheguei em casa todo sujo, meio sangrando, e a fotógrafa ainda me aguardava. Pedi pra que ela esperasse dois minutos, tomei um banho rápido e tirei as fotos. Depois foi que vi o estrago: eu tinha fraturado a mandíbula. As fotos acabaram não sendo publicadas no jornal. Quantas cirurgias? Fiz duas cirurgias. A primeira foi uma embromação: fizeram uma atrocentese e não mexeram no osso fraturado. Se eu não fizesse a segunda cirurgia, com uma outra equipe médica, que introduziu um pino na minha mandíbula direita, é bem possível que hoje eu estivesse sofrendo um processo de anquilose, não abrindo a boca direito. Onde foi operado? Foi no hospital São Vicente de Paula. Como foi o tratamento fisioterapêutico? O processo de fisioterapia pelo qual eu passei, contou com elásticos que eu colocava nos dentes a fim de voltá-los a posição original. Com o acidente, eles ficaram fora de posição e estão até hoje, se bem que houve um processo de adaptação. De qualquer maneira, eu trago algumas seqüelas: eu não mastigo mais como mastigava antigamente. Logo eu que gosto tanto de carne. Você cumpriu direito as recomendações? Eu fui impaciente. Chegou uma hora que eu passei a não acreditar mais nos efeitos daqueles elásticos e desisti do tratamento. Não preciso perguntar se a recuperação foi dolorosa? O mais doloroso foi após a cirurgia, foi nesse momento que pedi a minha esposa que tirasse esta foto. A foto está na capa do SKYLAB VI e expressa o meu maior momento de dor.
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Entrevista | Rogério Skylab Após o acidente você passou a levar a morte a sério ou se tornou mais íntimo dela? Eu sempre fui íntimo da morte. Minhas músicas estão recheadas do tema. Mas a cirurgia é o momento de maior estresse. Eu sempre penso no pior. Você acredita que seu acidente foi uma mensagem divina, tão marcante a ponto de você registrá-lo na capa de Skylab VI? O SKYLAB VI é um disco em homenagem aos acidentes, a todos os sequelados vítimas de colisões, atropelamentos, balas perdidas. Eu vi um filme tempos atrás que muito me impressionou: CRASH, Estranhos Prazeres, do David Cronemberg, um dos meus cineastas preferidos. Ali, ele erotizava os acidentes automobilísticos. Acho que a gente pode erotizar os acidentes com balas perdidas. Quantas pessoas trazem consigo, no interior de seus corpos, balas perdidas que não puderam ser extirpadas? Levarão para o resto de suas vidas à bala alojada na cabeça, no peito, ou na medula. Permanecem vivas, em cadeiras de rodas, com próteses de todas as espécies. A música PARAFUSO NA CABEÇA que está no SKYLAB IV é um hino em louvor às próteses. Qual seria seu último pedido na frente de um pelotão de fuzilamento? Um minuto pros nossos comerciais. O que escreveria na sua lápide? Aqui jazz Rogério Skylab. Qual mensagem você deixaria para nossos leitores? A mensagem que eu deixo aqui aos leitores e assinantes dessa revista, é que vivemos num mundo tão louco, tão cheio de fissuras, balas perdidas, pessoas lesionadas... que nunca na história foi tão necessária a fisioterapia como tem sido nos dias de hoje. Essa idéia de reabilitação perpassa nossas cabeças (no sentido literal e no sentido figurado). Se a Europa se reergueu terminada a segunda grande guerra; se Nova York, através do seu prefeito Juliani, conseguiu superar o estado de violência em que estava banhada algumas décadas atrás... por que não pensarmos na nossa própria reabilitação?
Anexo Fisioterapia no tratamento das desordens têmporomandibulares (dtms) A fratura da mandibula, pode levar a alterações no sistema mastigatório e ao aparecimento de vários sinais e sintomas. A Desordem Têmporomandibular (DTM) é considerada uma subclasse das Desordens Músculo-Esqueléticas e abrange alterações na musculatura da mastigação, articulação têmporomandibular (ATM) e estruturas associadas. Essas desordens já foram identificadas como a principal causa de dor na região orofacial. Os sintomas das DTMs incluem dor na região pré-auricular, ATM e músculos da mastigação, limitação ou desvio na trajetória do movimento mandibular e ruídos articulares (estalos ou crepitações). Podem ainda aparecer manifestações concomitantes como sensação de rigidez e/ou fadiga nos músculos mastigatórios (bochechas e têmporas) e zumbidos ou vertigens. No que diz respeito à etiologia das DTMs, não há um fator único que possa ser responsabilizado, pois a patologia abrange importantes elementos tanto funcionais (neuromusculares) quanto anatômicos (oclusais) e psicossociais. Sendo a DTM uma patologia multifatorial, a abordagem terapêutica também deve ser como tal, de preferência mediante uma equipe formada por vários especialistas (dentista, médico, cirurgião bucomaxilofacial, fisioterapeuta, psicólogo e fonoaudiólogo) ou, pelo menos, com estreita colaboração entre os mesmos. Aqui cumpre destacar o papel importante do fisioterapeuta na equipe multidisciplinar, sobretudo nos casos com predomínio de fatores neuromusculares. Após a realização do diagnóstico diferencial, da história médica e odontológica, da avaliação estrutural e neuromuscular, o tratamento sintomático e paliativo deve ser iniciado. Por se tratar de uma patologia multifatorial, terapias agressivas e irreversíveis devem ser evitadas. Uma vez eliminada a causa odontogênica da dor orofacial, há duas fontes de dor associadas com a DTM que deve ser considerarada: 1) Dor articular: podem surgir de uma variedade de condições, sendo as mais comuns a capsulite, artrite traumática e deslocamento do disco. 2) Dor de origem muscular: Sabe- se que o uso excessivo de um músculo normalmente profuso ou a isquemia deste que está trabalhando normalmente podem causar dor. Há evidências que o aparecimento do quadro clínico de DTM esteja relacionado com a hiperatividade dos músculos mastigatórios, desajustes oclusais e condilares, agravados por distúrbios emocionais, em especial depressão e ansiedade e por hábitos parafuncionais como bruxismo e apertamento dental. O objetivo do tratamento fisioterápico é promover analgesia, restaurar a mobilidade e função da ATM e musculatura mastigatória, diminuir, coordenar e fortalecer a atividade muscular, reduzir a inflamação, promover a reparação tecidual e melhorar a postura corporal como um todo. Para tal, os recursos fisioterápicos mais utilizados atualmente são: 1) Treinamento e orientação postural Envolve a prevenção e reeducação de atitudes e atividades incorretas principalmente dos músculos da cabeça, mandíbula, pescoço e ombro, assim como da língua e mastigação. 2) Exercícios terapêuticos Devem ser aplicados nos casos onde haja modificações do padrão motor, limitação da mobilidade, vícios posturais, mobilidade excessiva da ATM e sintomas devido às parafunções. 2.1 – Exercício passivo: servem para manter a função normal ou mesmo para guiar o paciente na execução correta de um determinado movimento, sempre realizados dentro de limites indolores de movimento. 2.2 – Exercício ativo: são indicados quando a mialgia não é a causa predominante. Quando utilizados em repetição, ajudam a estabelecer a função muscular rítmica e coordenada. 2.3 – Exercícios resistidos: compreendem os exercícios estabilizantes, de fortalecimento e também de relaxamento quando utilizado com o princípio da inibição recíproca. Por exemplo, o paciente é orientado à abrir a boca contra uma leve resistência imposta pela mão sob o queixo. A contração dos músculos abaixadores da mandíbula leva à inibição da tensão dos músculos antagonistas, ou seja, os elevadores. 2.4 - Exercício de alongamento: tanto de forma passiva ou assistida, sempre livre de dor, são indicados quando há necessidade de reaver o comprimento dos músculos e também para diminuição do espasmo muscular. Neste caso, pode ser associado ao uso de spray de resfriamento.
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Artigo | corpos plastificados
Discutida exposição exibe corpos e órgãos fotos
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Divulgação
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polêmica exposição “Corpo Humano: real e fascinante” que passou por vários países, chegou mês passado ao Brasil e foi apresentada em São Paulo, na Oca do Ibirapuera. A mostra apresenta 16 corpos e 225 órgãos humanos conservados através da utilização de uma técnica inovadora de polimerização, um método de conservação que possibilita aos corpos manterem um visual plastificado, sem danificar seus tecidos. Mais de dois milhões de pessoas já visitaram a exposição em diversos países. E discussões éticas vêm sendo colocadas em pauta, principalmente quanto ao objetivo da mostra e à origem dos corpos utilizados (provavelmente de indigentes chineses). O idealizador de “Corpo Humano: real e fascinante” é o americano Roy Glover. Educador, médico há mais de 30 anos, ele é professor emérito de anatomia e biologia celular da universidade de Michigan, além de diretor-chefe do laboratório de preservação polímera da escola médica da mesma universidade. Roy ingressou no departamento de anatomia da universidade de Michigan e criou o laboratório, considerado um dos maiores e mais equipados dos Estados Unidos, sendo um dos únicos no mundo capazes de oferecer corpos preservados em técnicas de polimerização para estudos de medicina em mais de 150 programas de graduação e pós-graduação. Entre os principais prêmios que ele recebeu estão: “O´Conner Research Award”, da Arthroscopy Association of North America (1991); “Nation Neuroscience Excellence in Teaching Award”, da New Jersey Medical School (1990);
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“AMOCO Foundation Teaching Award” da Universidade de Michigan (1985); e o “Kaiser Permanent Teaching Award”, da mesma universidade. Quanto à polêmica que envolve seu trabalho, o Dr. Roy Glover afirma que se trata de um trabalho educativo e propõe uma rediscussão a respeito da falta de conhecimento do próprio ser humano com relação ao seu corpo, inclusive levando a “maltratá-lo” com falta de exercício, poucas horas de sono, uso de álcool e drogas e uma má-alimentação. A exposição pode ser entendida como uma forma de promover uma educação corporal. A empresa que trouxe a exposição é a CIE Brasil que explica em seu material de divulgação que todos os corpos utilizados são de pessoas que morreram de causas naturais, pessoas que aceitaram participar de um programa, realizado na China, de doação de seus corpos em prol da ciência e educação, doando todo o material anatômico para as comunidades médicas e científicas. Na China, por exemplo, estão os maiores especialistas em dissecação de corpos. Na exposição, os visitantes podem até tocar alguns órgãos em setores de interatividade. Podem perceber a diferença entre órgãos saudáveis e doentes, como nos casos de pulmões dos fumantes. São imagens fortes. Impressionante a área dedicada aos músculos, onde se pode observar o emaranhado de tecidos vermelhos dos cadáveres expostos, imperdivel aos fisioterapeutas e acadêmicos de fisioterapia. Outros setores exibem o sistema nervoso central, circulatório, respiratório, digestivo, urinário e reprodutor. Só os olhos dos corpos são substituídos por cópias de vidro.
Como se dá o Processo Na primeira etapa do processo de polimerização, os corpos são embalsamados e recebem um agente de preservação que evita a decomposição normal dos tecidos. Numa segunda etapa, um dissecador passa a prepará-lo, de acordo com orientações para sua exibição a um determinado público. Nos corpos inteiros, esta etapa pode levar alguns meses, ao contrário de órgãos em separado, cuja preparação leva menos tempo. Em seguida, os corpos sofrem uma desidratação, feita com imersão em acetona, que substitui os líquidos corporais e é facilmente eliminada em forma de vapor na etapa seguinte - a câmara de vácuo. Com o gradual aumento de pressão, o corpo libera a acetona como gás e a substitui por uma solução aplicada de polímeros em silicone líquido em nível celular. Para finalizar o processo, um agente catalisador é aplicado em sua superfície e reage com um composto chamado crosslinker, que enrijece a consistência do silicone. Isso permite uma colorização seletiva para fazer com os corpos fiquem mais propícios à exibição pública. Uma coisa é certa, mesmo chocante, a exposição tem sido de suma importância, ajudando nos esforços educacionais de companhias de biotecnologia, agências de educação para a saúde, museus, colégios e universidades. Dando a todos: pacientes, médicos e estudantes, a oportunidade de conhecerem o maravilhoso corpo humano.
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Artigo | Power Plate
Plataforma revolucionária por
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Eduardo Tavares / Fotos: Divulgação
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Power Plate, a plataforma vibratória que proporciona um aumento da força gravitacional, tem sido a grande sensação não só nas academias de todo o país, mas também no setor de fisioterapia e reabilitação. O aparelho já é utilizado em tratamentos que vão desde a prevenção da degeneração óssea como em casos de esclerose múltipla.
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Artigo | Power Plate
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udo começou na década de 60, quando as primeiras experiências com a tecnologia vibratória foram testadas no Leste Europeu. Em meados dos anos 70, os Russos utilizariam esta tecnologia em suas missões espaciais com o objetivo de manter a musculatura dos astronautas fortalecida e o bom nível da densidade óssea. Com a utilização desta tecnologia, conseguiram atingir a incrível marca de mais de 400 dias no espaço. Mais de duas décadas passaram, mais precisamente em 1998, até o treinador olímpico holandês, Guus van der Meer, integrar as técnicas vibratórias em programas de treinamento dos seus atletas olímpicos, pessoas com uma má condição física e na terapia médica. Após os resultados satisfatórios obtidos, em 2000, o primeiro protótipo da Power Plate é recebido positivamente pela comunidade científica. Devido a enorme curiosidade despertada, cientistas da área do desporto revelaram os resultados dos seus estudos para o mundo e a produção da Power-Plate iniciou-se com força total. Em menos de um ano as vendas do aparelho superaram as 1000 unidades. Academias, centros de beleza, Spas, centros de recuperação e instituições médicas confirmam então que, a Power Plate produz resultados incríveis em vários aspectos. Muitos centros de reabilitação no mundo já utilizam o aparelho, o Power Plate também chegou recentemente ao Brasil e além da área de fitness, vem sendo usado com grande sucesso no setor de fisioterapia e reabilitação. De acordo com a empresa que fabrica o aparelho, tanto crianças como pessoas da terceira idade, atletas e indivíduos com problemas de saúde podem utilizar o equipamento. “Conheci o aparelho em 2003, através de uma aluna da Unigranrio. Pesquisei sobre o treinamento vibratório e o Power Plate era o equipamento que se destacava nesse segmento. Também pesquisei bastante na literatura científica e pude verificar que o material era de grande valia. Tive a oportunidade, no segundo semestre de 2006, de adquirir o aparelho, fui treinado pela Power Plate do Brasil, tornando-me assim apto a trabalhar com o equipamento. Montei o serviço Paulo Cotecchia Power Center onde o atendimento é realizado com hora marcada e através de um serviço especializado em que o carro-chefe é o Power Plate. Os resultados do treinamento vibratório são diversos, mas os que mais tem me chamado à atenção, através do relato dos clientes são: melhora da postura e do equilíbrio, diminuição de medidas (principalmente da cintura), diminuição da sensação de peso nas pernas e bem-estar para realização das atividades tanto laborais quanto de lazer”, explica o Dr. Paulo Cesar Cotecchia Salgueiro, Fisioterapeuta Especialista em fisioterapia traumato-ortopedia, Mestre em Ciências da Motricidade Humana e Responsável Técnico do Paulo Cotecchia Power Center. Princípios do aparelho Sobre a plataforma vibratória o usuário executa exercícios básicos de alongamento, flexões e abdominais enquanto isso, as vibrações do aparelho criam uma reação de contração e relaxamento de alta intensidade na musculatura. O seu objetivo é fazer com que os músculos sejam estimulados através do reflexo
constante de contração e relaxamento gerados pela instabilidade da placa. Para se ter uma idéia, o Power Plate gera de 30 a 50 reflexos por segundo, a plataforma vibratória especial alonga os músculos, ativando os Reflexos de Vibração Acentuados. Além dos músculos contraírem e relaxarem a esta grande velocidade, a quantidade de fibras musculares envolvidas em cada músculo excede a quantidade de tecido muscular utilizado num treino normal. Na maioria das pessoas, num treino convencional, são envolvidas 40% de fibras musculares por músculo. As vibrações da Power Plate envolvem entre 95% e 97% de fibras musculares. Assim, é possível estimular os músculos posturais e estabilizadores profundos, tais como os músculos espinais e os músculos pélvicos, músculos, geralmente, difíceis de exercitar. Resultados obtidos O aparelho possui várias aplicações terapêuticas, e sua principal função na área da fisioterapia é a prevenção da osteoporose e contribuir para o ganho de massa e força muscular. Aumento da taxa metabólica intensificando a queima de gorduras; alívio da dor, devido ao aumento da circulação sanguínea e à estimulação adicional dos nervos, com isso a dor é aliviada; aumento da flexibilidade, a circulação intensa e o aquecimento dos músculos e dos tendões aumentam a flexibilidade do corpo e libertam tensão. Melhoria da condição física já que à medida que a musculatura se fortalece, aumentam as solicitações sobre os sistemas de suporte do corpo, incluindo o coração. Ativando a circulação, os músculos trabalham como uma bomba que introduz sangue até nos vasos sanguíneos menores, até 50 vezes por segundo. Como resultado, o corpo também elimina produtos de excreção muito mais rapidamente, obtendo uma melhor regeneração. Melhoria da coordenação, uma vez que todos os receptores do corpo são estimulados em simultâneo. Possíveis contra indicações Gravidez Trombose aguda Doenças cardiovasculares sérias Cortes cirúrgicos recentes Próteses nos quadris ou joelhos Hérnia de disco, discopatia ou espondilolistese Diabetes agudas Epilepsia Inflamações agudas Portadores de Marca passo Implantação recente de placas e pinos Tumores Retinal Detachment CONTATO Paulo Cotecchia Power Center Av. das Américas, 2300 bl. B, sl. 320 Barra da Tijuca – Rio de Janeiro Tels. 3325-4485 ou 9999-2758 paulocotecchiapowercenter@yahoo.com.br paulocotecchia@yahoo.com.br www.novafisio.com.br • ed. 55|2007 • 17
Artigo | ultra-som, hematoma, fisioterapia
O uso do ultra-som de 3 MHz na redução de hematoma subcutâneo por
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Flávia Maria Pirola & Luciana de Jesus
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inalidade: Ultra-som é uma modalidade comumente utilizada em desordens músculo-esqueléticas. A proposta desse caso é relatar a intervenção, incluindo o uso do Ultra-som, Microcorrentes e Bandagem Funcional, no tratamento de hematoma no tecido adiposo em face posterior da coxa ocasionado em um mesmo membro inferior em tratamento de hematoma intermuscular em face medial de coxa. Descrição do caso: Atleta de Down Hill, 27 anos, feminino, sofre acidente automobilístico com queda da moto após a 6ª sessão de fisioterapia para o tratamento de um hematoma intermuscular em face medial de coxa de MID, acarretando em nova contusão no mesmo membro com formação de novo hematoma em face posterior de coxa. Resultados: A intervenção apresentou uma rápida resolução do hematoma com retorno da atleta aos treinos e competições. Discussão: O caso ilustra como o Ultra-som pode ser utilizado no tratamento de hematomas em contusões graves, ajudando na reabsorção do mesmo. Introdução Hematoma é uma condição comumente diagnosticada e com várias causas descritas na literatura, incluindo terapias com anti-coagulantes, desordens hematológicas, traumas, exercícios físicos, gestação, entre outros, gerando uma coleção extravascular circunscrita de sangue e coágulos, formando uma massa, localizado em um órgão, espaço ou tecido. (PDAMED, 2007) As contusões são lesões relacionadas ao trauma direto, com compressão dos tecidos moles contra o osso subjacente e normalmente resultam em hematoma subcutâneo, intramuscular ou intermuscular. A permanência da coleção sanguínea promove reação inflamatória circundante, resultando processo fibrótico de reparo, com formação de cápsula fibrosa, que vai se espessando até o ponto de conter o hematoma que se organiza. O Ultra-som é uma modalidade terapêutica ou agente físico empregado no tratamento de desordens músculo-esqueléticas. A terapêutica que tem como efeito principal uma massagem à nível celular, obtendo um incremento na circulação sangüínea e linfática, redução de edema, hematoma, dor e de espasmos musculares, aumento na extensibilidade do colágeno, incremento na síntese protéica, re18 • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
generação tecidual e melhora de processos inflamatórios. O ultra-som pode apresentar freqüência de 1 ou 3 MHz, sendo que a freqüência de 1 MHz consegue ser absorvida no tecido em torno de 3 a 5 cm, enquanto a freqüência de 3 MHz é recomendada para o tratamento lesões superficiais por atingir cerca de 1 a 2 cm de profundidade. Para ajudar na reabsorção do hematoma e diminuição do edema o tratamento com ultrasom deve ser iniciado rapidamente, uma vez que disponibiliza efeitos de incremento na circulação e aceleração do processo fibrinolítico, contribuindo para sua resolução. A proposta do caso é descrever o tratamento utilizado na reabsorção do hematoma e os resultados obtidos com a terapia por Ultra-som associado à Microcorrentes e Bandagem elástica. Descrição do Caso Atleta durante os treinos com sua bicicleta, sofre queda com perda do controle do guidon levando a uma contusão da face medial da coxa de membro inferior direito (MID), ocasionando um hematoma intermuscular na região. Na quinta semana de tratamento sofre nova contusão devido acidente automobilístico evoluindo imediatamente com hematoma subcutâneo extenso em face posterior do mesmo membro inferior, agora localizado em face posterior da coxa (Figura 1). Durante a avaliação fisioterápica a área apresentava dor intensa à palpação e ao movimento ativo de flexão e extensão de joelho, espasmo muscular de ísquio-tibiais, edemaciada e com equimose extensa. Linfonodos inguinais à direita dolorosos e intumescidos. Marcha claudicante. Antes, durante e após o tratamento a paciente foi submetida a realização de fotos posicionada em uma maca em decúbito ventral. O exame de Ultra-sonografia Coxa – Face Posterior – 3 dias após o acidente evidenciou: - Coleção líquida subcutânea lateral com dimensões de 15,0 x 13,0 x 1,0 cm (88 ml), a 1,5 cm da pele. - Músculos Semitendinosos, Semimembranoso, Grácil, Bíceps Femural (porção longa e curta) de aspecto e textura normal. - Trato iliotibial ecogênico, de aspecto preservado. - Conclusão: Hematoma e coleção líquida subcutânea. - Tratamento medicamentoso: Prexige – 1 comprimido dia por 7dias
Material e Métodos Na intervenção com Ultra-som (US) utilizouse do aparelho Sonacel Dual, fabricado pela Bioset Indústria de Tecnologia Eletrônica Ltda, que possui freqüências de 1 MHz e 3 MHz e apresenta 6 modos de emissão: contínuo, pulsado 100Hz 50%, 100Hz 20%, 100Hz 10%, 48Hz 20% e 16Hz 20%. Para a realização do tratamento a atleta foi posicionada em uma maca, em decúbito ventral, onde foi aplicado gel sobre a área do hematoma e da equimose. Com o resultado da ultra-sonografia foi selecionada a freqüência de 3 MHz, uma vez que o hematoma estava localizado a 1,5 cm da pele sendo esta freqüência a mais recomendada para o tratamento de lesões superficiais por atingir cerca de 1 a 2 cm de profundidade. Foram selecionados os parâmetros (tabela 1) de acordo com a evolução das fases de cicatrização. O modo pulsado foi selecionado primeiramente devido sua emissão de ondas interrompidas por um intervalo de tempo, acarretando em um maior efeito mecânico e menor deposição de energia. Sendo assim, há o aumento da permeabilidade das membranas celulares, capaz de alterar a taxa de difusão dos íons, causando o aumento na liberação de histamina, na captação de cálcio e maior produção de fator de crescimento pelos macrófagos, diminuindo o processo inflamatório e o edema, ocasionando a aceleração do processo de cicatrização (PRENTICE, 2003). A partir da 10ª sessão foi verificado à palpação um pequeno edema residual e para evitar a formação de fibroses e a calcificação desse edema, foi selecionado o modo contínuo, pelo seu maior efeito térmico, onde há emissão constante de ondas durante o tempo programado, gerando uma vasodilatação local, aumento da permeabilidade da membrana, na reabsorção tecidual e na extensibilidade do colágeno.
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Artigo | ultra-som, hematoma, fisioterapia A técnica de aplicação utilizada foi a de contato tendo o gel como meio de acoplamento, sob a forma dinâmica / deslizante, realizando movimentos circulares de forma homogênea e com ritmo muito lento, para distribuir a energia tão uniformemente quanto possível ao longo do tecido, sobre a área da equimose e do hematoma (BORGES, 2006, KITCHEN, 2003). O tempo de aplicação do ultra-som foi calculado dividindo-se a área da equimose e do hematoma ser tratado pela Área de Radiação Efetiva (ERA) que no equipamento utilizado era de 3,5 cm², sendo 1 minuto por área efetiva do transdutor (KITCHEN, 2003). A aplicação do Ultra-Som pulsado de baixa intensidade na paciente foi iniciado 2 dias após o trauma, durante 4 semanas consecutivas, 4 x por semana num total de 15 sessões. Foram associados ao tratamento com Ultrasom os tratamentos com Microcorrentes e Bandagem elástica. Devido a escoriações nas regiões próximas à área da lesão e às fortes dores à palpação não foi possível o uso de bandagem elástica desde o início da lesão; assim optou-se por utilizar a Microcorrentes ou MENS (Microcurrent Electrical Neuromuscular Stimulation) após o uso do Ultra-Som visando a resolução de edema, hematoma, dor, inflamação e acelerar a cicatrização devido sua ação no sistema linfático e aceleração do processo de reparação tecidual (SANTOS, 2004). Foi utilizado o equipamento Physiotonus Microcurrent fabricado pela Bioset Indústria de Tecnologia Eletrônica Ltda, que possui correntes elétricas de formas contínuas e alternadas, com parâmetros de baixa freqüência e de intensidade subsensorial, na faixa dos microampéres (µA). Uma corrente bipolar com intensidade de 80µA, foi aplicada na área da contusão, com gel base e com eletrodos em forma de bastões colocados na face lateral e medial da coxa de MID e permanecendo na região durante 20 minutos. O parâmetro da freqüência foi de 0,6 Hz, pois freqüências com intensidades abaixo de 1 Hz apresentam penetração profunda e são indicadas para os processos de regeneração e cicatrização. O uso de bandagem elástica só foi possível a partir da 8ª sessão onde foi acrescentado o seu uso durante o dia para auxiliar na redução do edema e para o retorno aos treinos. A partir da 8ª sessão (Figura 2) com a diminuição do quadro álgico e do edema, foi possível substituir a MENS pela utilização da técnica de compressão por bandagem elástica. O objetivo foi diminuir mecanicamente o espaço disponível para o edema pela aplicação da pressão na área lesada de forma firme e uniforme em um maior período de tempo, aumentando a pressão extravascular e auxiliando a reabsorção do edema residual (LIMA, P. A. L., et all, 2007).
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Resultados A aplicação da metodologia descrita resultou em uma rápida e progressiva diminuição do hematoma e da equimose com liberação médica para a atleta pedalar sem peso na 3ª semana de tratamento e ao final da 4ª semana na 15ª sessão de fisioterapia (Fig. 3), retorno aos treinos e competições. O Ultra-som mostrou-se eficaz evitando o estabelecimento e calcificação do hematoma, facilitando a drenagem desse exsudato pelo sistema linfático. Nenhuma complicação foi observada na terapia com o Ultra-som e o paciente apresentou condições físicas normais, no entanto, com o uso da bandagem elástica houve a formação de íngua na virilha direita com o seu uso em 24 horas. A atleta foi orientada para a utilização durante o dia e nos treinos. Os linfonodos inguinais direitos retornaram ao tamanho da avaliação inicial, vale lembrar que a atleta vem se recuperando de 2 contusões graves em um mesmo membro. Discussão As descrições de estudos de caso não são escritas para provar a eficácia de métodos de tratamento, são apenas descrições de práticas. Portanto, os resultados no tratamento dessa paciente não deverá ser generalizado para outros quadros clínicos similares. Esta apresentação de caso tem por objetivo ajudar a divulgar experiências clínicas entre fisioterapeutas, gerando hipóteses para serem investigadas em pesquisas futuras, fornece material para o ensino da profissão e auxilia a formular parâmetros e guias de práticas clínicas (MCEWEN,1996). Nas atividades esportivas, existe uma permanente preocupação com o atleta de alto nível, no cumprimento do planejamento de treinamento e na manutenção do estado atlético, durante a temporada. Segundo Dupuytren as contusões são classificadas anatomo-patológicamentes como de 1º ao 4º (MIRANDA, A., 2007). - Nas contusões de 1º grau ocorre a lesão dos capilares cutâneos e subcutâneos com ou sem participação das células, fibras e filamentos nervosos. Há o surgimento da infiltração sangüínea expressa pela equimose, juntamente com dor discreta por compressão dos filetes nervosos da região. - Contusões de 2º grau promovem o rompimento de vasos sanguíneos de maior calibre acumulando-se sangue em cavidade acidental, conhecido como hematoma. - Em contusões do 3º grau há lesões em tecidos mais profundos podendo sofrer processo ulterior de necrose. Neste grau a pele é comprometida apresentando-se, horas ou dias após o trauma, isquemiada, insensível, fragmentada, desprendendo-se facilmente do plano profundo. - Os de 4º grau das contusões caracterizam-se pela mortificação imediata dos tecidos moles,
sobrepondo-se, ainda, fratura do esqueleto da região. Segundo Menezes input Lima (2007), de acordo com a perda de função, as contusões podem ser classificadas em leves, moderadas e graves ou severas. - Nas contusões leves ocorrem pouco edema e dor, com mobilidade articular quase normal apresentando alguma rigidez, mas não existe alteração na marcha. - Nas contusões moderadas surgem edema moderado e dor difusa, a mobilidade articular é de 75%, a marcha é antálgica e o músculo, em geral, está em espasmo. - Nas contusões graves ou severas ocorre a instalação de edema rapidamente e pode ser extremo em decorrência da hemorragia, além disso, o quadro doloroso e espasmo muscular são mais intensos que os graus anteriores, a mobilidade articular é reduzida a 50% e a marcha é claudicante. O tratamento físico com Ultra-som e Microcorrentes foi iniciado rapidamente com o propósito de diminuir o edema, acelerar o processo cicatricial, reabsorver o hematoma, evitando o seu estabelecimento e calcificação. O estudo apresentado mostrou resultados favoráveis que justificam seu uso para o tratamento de hematoma subcutâneo de contusões de grau 3 grave. Utilizando as fotos é possível observar a melhora satisfatória do quadro clínico da atleta, com a redução da equimose e do hematoma, diminuindo assim as perdas no condicionamento físico da atleta garantindo um rápido retorno aos treinos e as competições. Bibliografia BISSCHOP, G., BISSCHOP, E., COMMANDRÉ, F. Eletrofisioterapia. Ed. Santos:2001. 194p. Borges, F.S. Dermato-Funcional : Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo: Phorte, 2006. Kitchen, S. Eletroterapia: Prática Baseada em Evidências. São Paulo: Manole, 2003. LIMA, P. A. L., MARIANO, R. F. S., SILVA, W. M. S. Jr. Proposta de tratamento fisioterapêutico nas contusões musculares Disponível em http://www.fisionet.com. br/monografias/interna.asp?cod=21 Acessado em: 26/01/2007. LOPES A.S., KATTAN R., COSTA S., MOURA C. E., LOPES R. S. Estudo clínico e classificação das lesões musculares Rev Bras Ortop. 1993 – Vol. 28, nº 10 p. 707-17. LOPES A.S., KATTAN R., COSTA S., MOURA C. E., LOPES R. S. Diagnóstico e tratamento das contusões musculares. ReV Bras Ortop 1994: Vol. 29, nº 10 p.714-22 MCEWEN, I. Writing case reports: a how-to manual for clinicians – V. A. Alexandria, American Physical Therapy Association. Apud. LADEIRA, C. E., Avaliação e tratamento de um paciente com tensão neural adversa no membro inferior: Estudo de caso. Rev. Brás. Fisioter.Vol.3, Nº 2 (1999). p.69-78. MIRANDA, A..Contusões. Disponível em http://blog. compredetudo.com.br/index.php/2005/03/04/ p723 . Acessado em: 26/01/2007. PDAMED. Dicionário Digital de Termos Médicos – Hematoma – Disponível em http://www.pdamed. com.br/diciomed/pdamed_0001_2852.php Acessado em: 25/01/2007. Prentice, W. E., Modalidades Terapêuticas em Medicina Esportiva. São Paulo: Manole, 2002. PRENTICE, W.E., VOIGHT,M.L. Técnicas Em Reabilitação Musculoesquelética. Ed. Artmed: 2003. 727p. Protective Taping and Wraps. Disponível em http:// connection.lww.com/products/anderson-fundamentals/documents/tapingsupplement.pdf . Acessado em 04/01/2007. RENNÓ, A. C. M.; FAGANELLO, F. R.; NAVEGA, M. T.; CARVALHO, D. C. L. O efeito osteogênico do ultrasom de baixa intensidade.Fisioterapia e Movimento;14(2):52-57, out. 2001-mar. 2002. SANDRI, J.L., SOUZA, J.M. NETTO, JACQUES C.M., PREZOTTI B.B., SANDRI G.A. Lesão de artéria femoral comum por trauma de guidom de bicicleta.
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Artigo | neonatologia, pediatria, bebê de risco
Análise do perfil neurocomportamental na alta hospitalar por
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Paula Rangel Pinto; Adriana Verçoza / Fotos: Adriana Verçoza
O
estudo analisou o perfil neurocomportamental de bebês prematuros no momento da alta hospitalar. Foram avaliados dez bebês internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal no Estado do Rio de Janeiro, com idade gestacional entre 30 e 36 semanas, que não foram submetidos ao acompanhamento da fisioterapia, e que evidenciaram ultra-som transfontanela de aspecto normal ou de asfixia leve. Durante a avaliação foram testados tônus, reflexos e estados de comportamento e irritabilidade através do método Dubowitz. Os resultados sugeriram diminuição global de tônus corporal em 6 crianças, e alteração na atividade reflexa em 9 bebês. Com relação aos estados de comportamento e irritabilidade, apenas um recém-nascido apresentou alteração, o que juntamente com a prevalência tônica corporal diminuída e alterações nas respostas reflexas, indica a possibilidade de comprometimentos no sistema nervoso central. Com isso conclui-se que se faz relevante o acompanhamento fisioterapêutico na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) tendo como objetivo a facilitação do processo de maturação necessária ao desenvolvimento motor proporcionando ao bebê prematuro, aspectos do crescimento e de desenvolvimento neuromotor, semelhantes aos encontrados na fase intra-uterina. Introdução Com o nascimento de um bebê surgem expectativas, dúvidas, preocupações, e naturalmente a alegria da família. A preocupação imediata da equipe de profissionais de saúde envolvida no trabalho de parto é a saúde do bebê. As possibilidades de complicações clínicas em um recém-nascido a termo são normalmente pequenas comparadas a casos de nascimento prematuro. Neste último caso, normalmente o recém-nato é conduzido para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), visto os cuidados especiais para preservação da vida do mesmo. O nascimento precoce de um bebê representa um risco real para seu crescimento e desenvolvimento, cujo processo é interrompido abruptamente antes que o feto esteja preparado morfológica e funcionalmente para a transição do meio intra-uterino para o extrauterino. O recém-nascido passa bruscamente de um ambiente escuro, quente e úmido, com poucos estímulos sensoriais, onde as necessidades respiratórias e nutricionais estão garantidas, para um ambiente completamente oposto, onde deve se esforçar até para respirar. O termo recém-nascido de alto risco caracteriza os neonatos que devem permanecer sob observação estreita e monitorização constante, sendo incluídos os bebês prematuros. Estes por sua vez são classificados pela 22 • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo todos os bebês nascidos vivos antes de 37 semanas a contar do primeiro dia do último período menstrual. Considera-se também, aqueles que se encontram inseridos num contexto socioeconômico, cultural e psicofamiliar que interfira nas fases de seu desenvolvimento extra-uterino. Atualmente nascem por ano cerca de 38 milhões de recém-nascidos de risco, o que representa cerca de 27% das crianças que nascem com vida. A incidência da prematuridade varia de acordo com o país ou região, isto devido, principalmente, as condições socioeconômicas da população. Nos países desenvolvidos a incidência da prematuridade é de 6 a 8%. Na América Latina essa incidência varia de 10 a 43%. No Brasil, o índice é em torno de 11%. As UTINs obviamente têm como foco primário cuidar das funções autônomas (hemodinâmicas, cárdio-respiratórias, nutricionais) fazendo com que a manutenção da vida desses bebês seja muitas vezes agressiva ocasionando eventos estressantes e dolorosos. Com relação ao ambiente da UTIN, este deve ser visto tanto superestimulador como privado. Com o aumento da sobrevivência dos recém-nascidos de alto risco, e por isso, um longo tempo de permanência no hospital, a atenção deve ser direcionada para a fisiologia e efeitos do desenvolvimento pelo ambiente. Um ambiente apropriado para futuro crescimento e desenvolvimento deve ser criado e incluído no cuidado com a saúde. De uma forma geral, a UTIN é privada dos estímulos sensoriais naturais que o bebê nascido a termo recebe em sua ambiência social. Neste
ambiente, o recém-nascido é privado das estimulações tátil-cinestésica, que geralmente é suprida em ambiências de contato materno ou por contatos de estimulação associada. Outros fatores que prejudicam o desenvolvimento e a recuperação do prematuro são as intervenções médicas, que mesmo sendo necessárias, afetam o organismo e interferem no seu equilíbrio. Sendo assim, estes problemas serão repercutidos no comportamento do bebê. Uma longa permanência na UTIN gera reflexos da privação, que sendo de natureza física podem resultar em perda da qualidade do tônus, devido à manutenção da postura e das respostas posturais, nível das atividades reflexas, entre outras. O recém-nascido prematuro apresenta características anatômicas, fisiológicas e motoras que o diferencia de um recém-nascido a termo. Quase todos os sistemas e órgãos são imaturos, porém alguns exigem atenção particular para salvar a vida destes bebês. Além disso, a imaturidade neurológica pode persistir levando a alterações identificadas pela avaliação de Dubowitz. Este exame leva em consideração os estados de consciência, além de itens relacionados à habituação, tônus e movimentos, seguido da avaliação de alguns reflexos; e termina com a aplicação de itens neurocomportamentais. Portanto, permite o recolhimento de padrões próprios para recém-nascidos nas diferentes idades gestacionais. Permite também a documentação da evolução dos sinais individuais com o aumento da maturação pós-natal do recém-nascido prematuro, sendo possível detectar desvios
Artigo | neonatologia, pediatria, bebê de risco em alguns desses sinais, e assim diagnosticar precocemente algumas anormalidades. Materiais e Métodos A pesquisa realizada foi não experimental, do tipo observacional clínica, incluindo uma amostra de 10 recém-nascidos prematuros com idade gestacional variando de 32 a 35 semanas (de acordo com a escala de Ballard modificado), internados no CETRIN/RJ, de outubro de 2004 a abril de 2005, avaliados na data da alta hospitalar onde as idades gestacionais corrigidas variavam de 36 a 38 semanas e 6 dias, com assinatura dos responsáveis em termo de consentimento livre esclarecido. O teste de Ballard citado como identificador das idades gestacionais é descrito por Klaus e Fanaroff como uma versão abreviada do sistema de Dubowitz, sendo que os critérios neurológicos usados dependem menos de o neonato estar quieto e repousado e, por isso, são mais confiáveis nas primeiras horas de vida. Entretanto, comparando-se a determinação clínica da idade gestacional pelos sistemas de índice de Dubowitz e Ballard em neonatos com menos de 96 horas com a determinação obtida por uma combinação do último período menstrual e a melhor estimativa obstétrica em prematuros, foi visto que o sistema de Dubowitz e o de Ballard superestimam a idade gestacional em mais de 2 ½ semanas nos neonatos pré-termo com peso inferior a 1.500 gramas. Com isso, foi desenvolvido um novo sistema expandido de índices de Ballard, que serve não só para os neonatos de baixos pesos comuns como também para os de peso extremamente baixo. Este sistema proporciona uma válida avaliação maturacional pósnatal para todas as idades gestacionais acima de 20 semanas e, para a maioria dos neonatos imaturos, é mais acurada quando feita menos de 12 horas após o parto. Neste estudo foi utilizada a avaliação de Dubowitz modificado para a avaliação de recém-nascidos prematuros, sendo analisados os seguintes itens: movimentos corporais e tônus muscular avaliados com base na observação e/ou aplicação de manobras; reflexos de preensão palmar, pontos cardeais, sucção, marcha e Moro; comportamento, como, reação de defesa, pico de excitabilidade, irritabilidade e consolabilidade. Os demais itens, como a capacidade do bebê em se habituar aos estímulos luminosos e sonoros repetidos; os reflexos tendinosos; as orientações auditivas e visuais, assim como o estado de alerta, que constam na avaliação de Dubowitz, não foram analisados visto que não fazem parte dos objetivos propostos pelo presente estudo.
de que seis crianças apresentavam a segunda fase do Moro ausente ou diminuída, comprova a tendência da fixação de cintura escapular comumente encontrada em recém-nascidos com eixo corporal hipotônico, oferecendo assim um controle de cabeça inadequado e não real. No que se refere aos estados de comportamento e irritabilidade, foi identificado neste estudo, apenas um recém-nascido com características de choro inconsolável e constante, o que juntamente com a dominância tônica corporal diminuída e alterações nas respostas dos reflexos de marcha e preensão palmar, denota a possibilidade de comprometimentos no sistema nervoso central (vir quadro abaixo). Não houveram outros achados relacionados ao restante dos itens do método Dubowitz. Aspectos direcionados a habituação, foram 100% normais nos bebês avaliados por esta pesquisa. Conclusão De acordo com os dados encontrados e descritos no capítulo de discussão, cabe a relevância do acompanhamento fisioterapêutico na UTI neonatal, no que se refere a minimizar as seqüelas de alteração em tônus postural e atividade reflexa. Lembrando-se que quanto menor a idade gestacional do recém-nascido, maior a probabilidade dessas seqüelas. Portanto, cabe então aos profissionais da equipe multidisciplinar, inclusive ao fisioterapeuta, identificar, o mais cedo possível, desvios de desenvolvimento que possam interferir na qualidade de vida do recém-nascido e proporcionar ao prematuro um crescimento e desenvolvimento semelhante ao que ele teria se estivesse na vida intra-uterina, para que dessa forma ele recupere o atraso em relação ao recém-nascido a termo. Concluímos então, que os índices de mortalidade neonatais por prematuridade vêm diminuindo bastante, por isso, é necessário que se tenha mais cuidados com estes recémnascidos na tentativa de minimizar possíveis seqüelas, sendo para isso fundamental a intervenção fisioterapêutica a partir da fase hospitalar, inclusive na UTI neonatal.
Análise e discussão dos resultados O perfil de tônus encontrado na amostra estudada foi: das dez crianças avaliadas, seis tinham tônus diminuído em eixo corporal, nove tinham reflexo de marcha diminuído ou ausente, sete tinham alterações na resposta do reflexo de Moro onde, uma apresentava a primeira fase mais exacerbada que a segunda fase. As outras seis crianças apresentavam a segunda fase abolida ou diminuída. Tais características sugerem diminuição global de tônus corporal. Entretanto, a afirmação www.novafisio.com.br • ed. 55|2007 • 23
Artigo | ombro doloroso, cinesioterpia, acidente vascular cerebral
Abordagem cinesioterápica em pacientes com síndrome do ombro doloroso por
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Elsiane Stangarlin Fernandes de Souza & Karoline Rodrigues Lourente
E A síndrome do ombro doloroso é freqüentemente encontrada em pacientes que sofreram acidente vascular cerebral.
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la pode surgir a partir de inúmeras causas, bem como a partir da imobilidade articular, a qual irá causar diversas mudanças no interior da articulação gerando rigidez articular e dor. Esse trabalho tem por finalidade verificar os efeitos benéficos sobre o ombro doloroso em pacientes que sofreram acidente vascular cerebral. Foi realizado um estudo uma revisão bibliográfica, na qual foram utilizados artigos com publicação entre os anos de 1993 e 2006. A partir do estudo realizado pude comprovar a eficácia do tratamento da Síndrome do ombro doloroso, após acidente vascular encefálico, através do trabalho fisioterapêutico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Acidente Vascular Encefálico consiste “no rápido desenvolvimento de sinais clínicos de distúrbio focal (por vezes global) da função cerebral, durando mais de 24 horas ou levando a morte sem nenhuma outra causa aparente que a origem vascular”. (STOKES 2000, SANTOS et al, 2003; ROWLAND, 2002). A síndrome do ombro doloroso é uma das principais complicações trazidas pelo Acidente Vascular encefálico (AVE), a qual causa dor e desconforto no paciente acometido, limitando ainda mais a realização de suas atividades funcionais, fazendo com que o mesmo torne-se totalmente dependente. Pacientes que sofreram Acidente Vascular Encefálico apresentam diversas seqüelas do lado contra lateral a lesão cerebral como baixa de tônus, paresia ou paralisia muscular, gerando dor ao paciente, por posicionamento incorreto e por imobilidade do membro acometi-
do, dificultando assim a recuperação motora causando incapacidade funcional. Hemiplegia é denominada como sendo uma paralisia dos músculos de um lado do corpo, contra lateral ao lado do cérebro que ocorreu a lesão; a qual acarretará em uma série de complicações, como encurtamentos dos músculos devido ao desuso, imobilização ou espasticidade que também afetam as funções motoras (STOKES, 2000). A dor no ombro desenvolve-se em um padrão típico, o paciente começa a queixar-se de dor aguda ao final da amplitude de movimento passiva principalmente em movimento de abdução e elevação do ombro, conseguindo demonstrar o local exato da dor (DAVIES, 1996). Objetivos Esse trabalho terá por objetivo analisar, através de revisão literária, os benefícios acarretados pelo tratamento da síndrome do ombro doloroso através da cinesioterapia. Metodologia Esse estudo consiste em uma revisão bibliográfica, na qual foram utilizados artigos com publicação entre os anos de 1993 e 2006, indexados nas seguintes bases: Pubmed, Scielo, Bireme, Lilacs, com as seguintes palavras chaves, acidente vascular encefálico, síndrome do ombro doloroso e cinesioterapia e pesquisas diretas através de livros. Discussão O presente estudo adveio da necessidade de verificar a reabilitação da dor ombro hemiplégico em pacientes que sofreram acidente vascular cerebral, sabendo-se que quando
Artigo | ombro doloroso, cinesioterpia, acidente vascular cerebral
não tratada corretamente a síndrome do ombro doloroso pode tornar-se incapacitante. Klotz (2006) aborda que a causa do ombro doloroso hemiplégico está associado a vários fatores, o que interfere na escolha do recurso fisioterápico a ser utilizado. Em sua pesquisa o autor mencionado procurou analisar os métodos fisioterapêuticos utilizados para tratar ombro doloroso em pacientes hemiplégicos após acidente vascular encefálico, através de uma revisão literária. O mesmo concluiu que a eletroestimulaçao consiste no recurso fisioterapêutico mais estudado para esse tipo de tratamento. Segundo Teles (2003) a abordagem fisioterápica deve ser precoce, se possível desde o período pós icto imediato, se estendendo até a alta hospitalar e se necessário deve ser realizado atendimento pós-alta. Em seu trabalho, baseado em revisão de literatura, o autor conclui que o posicionamento correto no leito e a manutenção da mobilidade articular são fundamentais para boa recuperação e também para prevenção do ombro doloroso hemiplégico. No trabalho feito por Horn et al (2003), foram analizados 21 pacientes com diagnostico de acidente vascular encefálico, em fase hospitalar. Os mesmos receberam atendimento fisioterapêutico durante o período de internação. O objetivo do trabalho era verificar a eficácia do tratamento para prevenir a instalação de dor no ombro. Sua pesquisa foi finalizada com êxito, pois nenhum paciente apresentava dor na alta hospitalar.O autor afirma ainda que a utilização da cinesioterapia aplicada na fase aguda do acidente vascular encefálico, quando o
paciente ainda encontra-se hospitalizado, tem importância fundamental para evitar o ombro doloroso, além de contribuir para que a recuperação motora do paciente seje antecipada. Pacientes hemiplégicos podem apresentar dor no ombro principalmente pelo desalinhamento do tronco e pela fraqueza dos músculos estabilizadores da cintura escapular agravada pela espasticidade (BACHIR, 2004). Este autor realizou um estudo com 4 pacientes que apresentavam dor no ombro após acidente vascular encefálico, com intuito de analizar a influencia do alinhamento do tronco na melhora do ombro doloroso. O autor utilizou um protocolo de exercícios baseado no conceito do método neuroevolutivo Bobath e pode constatar que houve melhora da dor e da amplitude de movimento articular ativa do membro acometido. Nicolleti et al (1996) relata que a dor no ombro pode ser causada pela frouxidão ligamentar, a qual causa instabilidade articular. A mobilidade escapular pode ser devidamente restaurada, a partir do alivio da dor, o que pode-se conseguir com uso de atividades de mobilização a mesma volta a realizar suas funções normalmente. Neste caso o trabalho cinesioterápico é voltado para a diminuição do tônus membro superior do hemicorpo plégico, provocado por desuso (BACHIR, 2004). No período hospitalar, bem como no período pós alta, o fisioterapeuta e/ou o cuidador devem ficar atentos para o posicionamento correto no leito e deve-se manter a mobilidade articular, para que o mesmo possa se recuperar o mais rápido possível (TELES, 2003).
RECICLAGEM EM ESTÉTICA FACIAL Data:11, 14, 25, 26 e 27/05/07 / 6ª à 2ª- feira das 09:00 às 18:00h / C.H: 45h DRENAGEM LINFÁTICA FACIAL E CORPORAL - PRÉ E PÓS OP. IMEDIATO Data: 18, 19 e 20/05/07 / 6ª à dom. das 09:00 às 19:00h / C.H:30h BÁSICO EM SHIATSUTERAPIA Data: 01 à 05/06/07 / 6ª à 3ª- feira das 09:00 às 17:00h / C.H:40h ELETROMEDICINA APLICADA Data: 04/06 à 13/07 / 2ª E 6ª- feiras das 18:00 às 22:00H / C.H:34h
Considerações finais A partir do estudo realizado pude comprovar a eficácia do tratamento da Síndrome do ombro doloroso, após acidente vascular encefálico, através do trabalho fisioterapêutico. Muitos autores mencionam a Cinesioterapia como principal tratamento da patologia, pois normalmente esses pacientes apresentam inatividade do membro afetado, o que pode causar uma rigidez articular levando a dor no ombro. A utilização de exercícios ativos e passivos restabelece a função articular, permitindo a normalização do tônus muscular e possivelmente facilitando a mobilidade articular. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BACHIR, Larissa A.; BARALDI, Izabel. A influencia do alinhamento do tronco na melhora do ombro doloroso hemiplégico – estudo de caso. Reabilitar, vol. 6, nº 25, dez 2004. p. 1837 DAVIES, Patrícia M. Passos a Seguir: Um manual para tratamento da hemiplegia no adulto. São Paulo: Manole, 1996. p. 26, 226 e 233 HORN, Agnes Irna, FONTES, Sissy Veloso, CARVALHO, Sebastião Marcos Ribeiro de et al. Cinesioterapia previne ombro doloroso em pacientes hemiplégicos/paréticos na fase sub-aguda do acidente vascular encefálico. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, vol.61, no.3B, p. 768-771, setembro/2003 KLOTZ, Tatiana et al. Tratamento fisioterapêutico do ombro doloroso de pacientes hemiplégicos por acidente vascular cerebral – Revisão da Literatura.. Acta Fisiatria, 2006. p. 12 – 16 NICOLETTI, Sergio et al. Estudo da prevalencia de dor no ombro associado a laxidão ligamentar, em pacientes atendidos em um hospital geral. Revista Brasileira de Ortopedia, Vol. 31, Nº 9, Set, 1996. p. 697–701 ROWLAND, Lewis P. Merrit. Tratado de Neurologia. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2002. p. 34 e 185 STOKES, Maria. Neurologia para Fisioterapeutas. São Paulo, SP: Editorial Premier, 2000.p. 83,85, 97 e 99 TELES, Juliano. Ombro hemiplégico doloroso: definido o problema e sua abordagem. Estudos Goiânia, v. 30, n. 2, p. 339-352. fevereiro/2003
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: R. Figueiredo de Magalhães, 219 Grupo 1.109 Copacabana - Rio de Janeiro - RJ Central de Atendimento:(21) 2255-7635 Celulares (21) 9984-4195 / 7894-1359 / 7894-1361 E-mail: caciaestetica@caciaestetica.com.br site: www.caciaestetica.com.br
APRIMORAMENTO EM ESTÉTICA CORPORAL Data: 22, 23 e 24/06/07 / 6ª à dom. das 09:00 às 17:00 e 09:00 às 13:00 / C.H:20h www.novafisio.com.br • ed. 55|2007 • 25
Artigo | distúrbios posturais, dor lombar, fisioterapia
A dor lombar como conseqüência da postura inadequada do acadêmico de fisioterapia por
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Gerliane Cera Liesner, Dardânia Moreira Sales
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ercebemos que dores ou desconfortos são freqüentemente encontrados nos estagiários de fisioterapia, observamos que a importância de investigar e identificar a incidência dos distúrbios posturais, relacionados com os movimentos e posturas adotadas durante as atividades práticas de trabalho, em diferentes locais de estágios da Universidade Iguaçu Campus V – Itaperuna-RJ. Para a realização desta pesquisa, foi necessário utilizarmos uma abordagem do conhecimento qualitativo e quantitativo com a participação voluntária de 65 estagiários. Na análise e discussão dos dados, verificamos que o maior índice de desconforto postural foi encontrado na região lombar, 65,79%. Concluímos com a pesquisa que os acadêmicos de fisioterapia ficam expostos a um grau de riscos posturais importante, podendo classificar a profissão como alto risco a doenças ocupacionais Introdução Sabemos que os profissionais da área da saúde, em especial os estagiários de fisioterapia, estão expostos a diversos fatores de riscos para a saúde no trabalho, este estudo focou a identificação destes riscos, e sintomas correlacionando estes com o ambiente de trabalho, as técnicas e procedimentos utilizados. O interesse em realizar esta pesquisa surgiu de conversas informais com estagiários de fisioterapia das mais diversas áreas de atuação, o qual confirmamos por meio de relatos, a presença de desconforto/dor durante e/ou após o processo de atendimento fisioterapêuticos aos pacientes. O fisioterapeuta é um profissional que utiliza seu corpo como instrumento de trabalho. A força quase sempre é empregada durante a atividade laboral, sendo, na maioria dos casos, utilizadas de maneira inadequada. A prevalências de posturas inadequadas mantidas por longo tempo, durante a jornada de trabalho, é fator que constitui risco para o desenvolvimento de dor e desconforto nas regiões da coluna vertebral. Este fato deve-se a realização de posturas críticas como flexão e/ou rotação de tronco durante o manuseio dos pacientes em movimento súbito ou inesperado de pacientes confusos ou agitados, nas aplicações de técnicas manuais, manutenção de posturas desajeitadas, uso de força inadequada durante as atividades laborais, assim como o mobiliário, macas e leitos com alturas inadequadas. Todos estes fatores são desencadeantes de desconfortos na coluna vertebral, como ênfase, a região lombar. Apesar da fisioterapia ser uma profissão cujo objetivo maior é promover a saúde do indivíduo, na grande maioria dos ambientes de trabalho, as condições ergonômicas são 26 • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
precárias. Proporcionando a execução de tarefas de trabalho, que induzem danos à sua própria condição física no atendimento a seus pacientes, utilizando sua força corporal em posição indesejável e com tarefas repetitivas tendo poucas opções na mudança de posturas tornando sua jornada de trabalho exaustiva levando-os a sintomatologia de lombalgia.
constrangimento corporal e atividades em posição ortostática. A amostra foi composta por 65 estagiários da graduação de fisioterapia da UNIG Campus V, sendo que 21 encontrava-se no 6° período, 22 encontrava-se no 7° período e 22 encontravase no 8° período no decorrer do 1° semestre de 2005.
Este estudo foi realizado, visando compreender os problemas que levam os acadêmicos ao processo saúde/doença durante o atendimento, passando a ser um instrumento que pode fornecer subsídios à instituição, para refletir sobre a importância de uma boa postura no atendimento e um aspecto ergonômico implantado nos locais de estágio, contribuindo para uma boa qualidade de vida destes acadêmicos no seu cotidiano, visando minimizar prejuízos às estruturas musculoesqueléticas dos estagiários.
Resultados
Material e Métodos A pesquisa caracteriza como um estudo epidemiológico de prevalência. Está configurada no paradigma qualitativo e quantitativo. Os locais de estágio dos alunos do curso de Fisioterapia da UNIG Campus V – Itaperuna –RJ, foi o contexto onde se desenvolveu a investigação do presente estudo, este teve objetivos tais como: observar, descrever e explorar determinados aspectos posturais utilizados durante o atendimento de pacientes realizados pelos acadêmicos de Fisioterapia. A amostra conta com a participação voluntária de 65 acadêmicos do 6°, 7° e 8° período de fisioterapia, atuantes nos locais de estágios oferecidos pela Universidade Iguaçu Campus V, em Itaperuna, RJ: APAE, clínica escola e Hospital Santo Antônio (asilo). Os acadêmicos que participaram dos estudos foram escolhidos de forma aleatória de certa forma saudável ou com síndrome dolorosa. O instrumento utilizado para coleta de dados foi uma entrevista com uso de questionário com questões fechadas. Este instrumento de coleta de dados continha as seguintes informações: dados pessoais, dados sobre a atuação profissional, informações sobre distúrbios ocorridos recentemente, como ocorreu o distúrbio, que tipo de distúrbio postural qual a região do corpo afetada, com o objetivo de avaliar a influência da dor lombar nas Avds diárias dos estagiários. Foram utilizadas também registros fotográficos dos procedimentos fisioterapêuticos dos estagiários nas instituições desenvolvendo seus procedimentos utilizando instrumentos como: atividades no tatame, atividades no divã, atividades no tablado. Por serem atividades que requerem posturas de maior
Análise dos questionários Os dados foram analisados e interpretados através de uma observação criteriosa, procurando identificar fatores que prejudicam a postura dos acadêmicos nos atendimentos, levando-os a terem problemas lombares. Os dados serão apresentados e discutidos em números relativos, ou seja, dados percentuais em relação ao número total da amostra. Ressalta-se que o questionário foi aplicado nos meses de março à maio, nos três locais de estágios, evidenciando desta forma os resultados sentidos no corpo após quatro meses, um ano e um ano e meio de execução das atividades em locais de estágio. De acordo com os resultados obtidos no questionário aplicado aos 65 estagiários foi possível detectar dados como: Fig. 01: Distribuição do Estagiário: Tempo de Atuação (n = 65).
Revelou-se que 32,30% dos entrevistados relataram estarem atuando há quatro meses, 33,85% há um ano e 33,85% relataram está atuando há um ano e meio. Fig. 02: Distribuição de horas de estágio por dia (n = 65).
Artigo | distúrbios posturais, dor lombar, fisioterapia Houve uma evidência de 56,92% para aqueles estagiários com carga horária de até 5 horas de estágio por dia, 43,08% com carga horária de 8 horas de estágio diário, evidenciando sobrecarga de trabalho ao estagiário.
Tabela I: Distribuição da Freqüência de Movimentos e Postura de Trabalho do Estagiário ( n = 65 )
Fig. 03: Freqüência de Atendimento Diário (n = 65).
Quanto a freqüência de atendimentos por dia, foi revelado que 63,08% dos estagiários entrevistados apresentam uma freqüência de atendimento em até 5 pacientes por dia, 30,77% realizam de 5 à 10 atendimentos diários e 6,15% até 10 à 15 pacientes por dia. Fig. 04: Distribuição de incidência de dor corporal.
Ao questionarmos os estagiários em relação à freqüência da postura durante a sua atividade, obteve-se os seguintes relatos: 25,58% utilizam flexão de tronco, 11,63% utilizam sustentação de peso na postura em pé, 11,63% utilizam postura estática por tempo prolongado em pé, 10,85% utilizam flexão cervical, 10,08% utilizam agachar-se com ou sem sustentação de peso, 9,30% utilizam postura estática por tempo prolongado sentado, 6,98% utilizam transferência de pacientes (leito, maca, cadeira de rodas, etc..), 8,52% utilizam postura dinâmica por tempo prolongado em pé e 5,43% utilizam movimentos repetidos com membros superiores. Discussão
De acordo com os resultados demonstrados sobre a região de incidência de dor corporal, é possível observar que foi registrado 65,79% dor na região lombar, 15,79% relataram dor na região dorsal, 13,16% dor na região cervical e 5,26% relataram dor no joelho. Fig. 05: Resultado obtido em relação ao uso de força inadequada que possa desenvolver dor durante o estágio.
Verificou-se que 36,67% dos estagiários relataram não haver o uso de força inadequada durante suas atividades laborais e 63,33 % dos estagiários afirmaram existir força inadequada nas atividades laborais. Os estagiários relataram que realizam força inadequada durante o atendimento de pacientes neurológicos citando: mudanças nas posturas destes, no tratamento de pacientes espásticos, atendimento no solo e pacientes pouco colaborativo. Relataram também que transferências da cadeira de rodas para o leito, na deambulação assistida do paciente, são tratamentos que exigem posições desconfortáveis e que são fatores desencadeantes de dor/desconforto, devido ao uso de força a postura inadequada.
Os resultados obtidos nesta pesquisa revelaram alta incidência de distúrbios posturais nos acadêmicos de fisioterapia. De fato há um consenso na literatura de que um número cada vez maior de trabalhadores das mais diversas áreas profissionais, entre elas, os Fisioterapeutas, vêm sendo acometidos por dores na região lombar decorridos de atividades no trabalho. (KISNER, 1998). Os dados obtidos pela aplicação de questionários confirmaram estes resultados demonstrando a necessidade das modificações a serem tomadas para esses profissionais da área de saúde. A amostra apresentou em geral idade média entre 21 a 39 anos de idade. Os dados obtidos neste trabalho auxiliaram para confirmar a ocorrência de distúrbios na coluna vertebral, em região lombar, dorsal e na cervical. A ocorrência de distúrbios na coluna vertebral nesta pesquisa revela que 65,79% dos estagiários pesquisados incidem dor na região lombar, 15,79% na região dorsal e 13,16% incidem na região cervical. Essa diferença pode estar relacionada com o tipo de procedimento realizado com os pacientes. Grande parte dos estagiários pesquisados utiliza técnicas manuais com grande esforço em membros superiores e região alta da coluna vertebral. A grande maioria dos estagiários pesquisados demonstrou não fazer uso de qualquer prática desportiva e nem utilizar qualquer tipo de aquecimento ou alongamento muscular antes do atendimento ao paciente, proporcionando maiores riscos de lesões músculo-esquelético ocasionando síndrome dolorosa na coluna vertebral. Foram observadas várias posturas em atividades desenvolvidas pelos acadêmicos durante o atendimento fisioterapêutico. Cada atendimento é realizado num tempo médio de 30 minutos. Numa jornada de 5 (cinco)
horas diárias, o estagiário atende em média quatro pacientes e na jornada de trabalho de 8 (oito) horas diárias atende em média 7 (sete) pacientes. O trabalho do fisioterapeuta é praticamente manual e individual, com pacientes infantis ou adultos, portadores de seqüelas neurológicas, ortopédicas, ou dependentes físicos, que necessitam de cuidados especiais, para mudança de decúbito, transferência de peso, auxílio na deambulação e na realização dos exercícios terapêuticos cujo esforço físico requer além da habilidade, coordenação motora por parte do estagiário atuante. Os comprometimentos da coluna lombar nos estagiários estão, relacionados com os procedimentos fisioterapêuticos tais como: mobilizar, fletir, segurar, transportar, empurrar e levantar pacientes. Esses procedimentos são evidenciados nesta pesquisa, quando demonstramos através das análises, os movimentos mais utilizados por esses estagiários em atendimento aos seus pacientes (ver tabela n° 1). A sintomatologia e localização da dor, na coluna varia conforme o tipo de atividades por eles desenvolvidos, ocasionando na coluna vertebral dores nas costas, região dorsal e lombar. As causas mais comuns de sintomatologia na coluna lombar são devido às posturas ocupacionais que requerem inclinação para frente por longos períodos, posturas relaxadas ou devido a uma postura inadequada de pelve e coluna lombar. Os distúrbios posturais estão relacionados também principalmente com: à transferência de posicionamento de pacientes, transporte e deambulação de pacientes dependentes, movimentos súbito ou inesperado de pacientes confusos ou agitados, aplicação de técnicas manuais, levantar ou mover equipamentos ou materiais pesados, manutenção de posturas desajeitadas ou restritas com movimentos constantes de flexão, rotação ou extensão do tronco. Através desta pesquisa, podemos observar e analisar a incidência das sobrecargas posturais em acadêmicos, decorrentes das posturas adotadas nos procedimentos terapêuticos durante as atividades de trabalho, identificar as posturas corporais inadequadas em suas atividades e as regiões corporais com maior relato de queixas e dores músculo-esquelético. O fisioterapeuta está totalmente inserido num contexto de risco, principalmente pelas posturas utilizadas na suas atividades cotidianas. Os resultados obtidos foram descritos de acordo com os procedimentos adotados na pesquisa. Conclusão Nesta pesquisa, avaliou-se a incidência de alterações posturais em acadêmicos de fisioterapia e como essas alterações estão relacionadas as suas atividades profissionais, principalmente sob os aspectos biomecânicos na rotina de trabalho. O estudo deste grupo de profissionais demonstra aspectos interessantes por se tratar de atividades desenvolvidas com sobrecargas físicas e psíquicas, das quais os fisioterapeutas estão expostos no ambiente de trabalho, e que nem sempre estão em condições físicas www.novafisio.com.br • ed. 55|2007 • 27
Artigo | distúrbios posturais, dor lombar, fisioterapia apropriadas para o auxílio de seus pacientes. A compreensão dos conhecimentos da biomecânica corporal se faz necessária para entender os mecanismos de defesa da fadiga muscular e conseqüentemente dos distúrbios posturais relacionados aos fisioterapeutas que se submetem a altas cargas de trabalho e tempos prolongados de atividades diárias. (CHAFFIN, 2001) Realizações de técnicas manuais com esforço, associado à flexão e rotação de tronco e esforço dos membros superiores é freqüentemente utilizados por esses profissionais, principalmente àqueles que apresentaram distúrbios músculos-esqueléticos. As técnicas utilizadas pelos profissionais de fisioterapia são aplicadas sem qualquer auxílio, mesmo que seja para transferir o paciente de local ou muda-lo de posicionamento. Isto proporciona movimentos e esforços indesejados pelos constrangimentos posturais dos quais são submetidos. De acordo com este estudo e as revisões bibliográficas, pode-se constatar que a incidência de sobrecargas posturais em fisioterapeutas ocorre em alta incidência, decorrentes das posturas adotadas nos procedimentos terapêuticos durante as atividades de trabalho. Através dos resultados desta pesquisa devemos enumerar algumas medidas preventivas relativas à postura, a esses profissionais da área da saúde como: consciência postural corporal, adaptação ergonômica do local de trabalho pela utilização de tablados, divãs e barra paralela adequadas aos posicionamentos utilizados durante a atividade laboral, prever pausas entre os atendimentos a exercitar a musculatura corporal através de alongamentos e relaxamento muscular durante as pausas, utilização de atividade física regularmente, evitar jornadas de trabalho prolongadas, aquecimento muscular através de exercícios físicos antes do início das atividades. Recomendamos para trabalhos futuros, destacar a importância na formação acadêmica dos estudantes de fisioterapia, futuros fisioterapeutas que sejam conscientizados, com medidas preventivas, das possíveis futuras alterações corporais promovidas pelas inadequações das posturas adotadas durante ao longo da vida profissional, através de estimulação da prática de atividade física, orientação postural e desenvolvimento de senso crítico quantos as condições de trabalho e introdução da ergonomia como uma disciplina na grade curricular no curso de Fisioterapia.
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Artigo | fratura de platô tibial, amplitude de movimento, força muscular.
Fisioterapia no pré-operatório de fratura de platô tibial por
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Aline Knepper Mendes
E
ste trabalho teve como objetivo geral preparar um paciente com fratura de platô tibial para o procedimento cirúrgico. Os objetivos específicos do trabalho foram: treino de padrão ventilatório diafragmático; manutenção da amplitude de movimento de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII); manutenção do alongamento de MMSS e MMII; ganho de força muscular de MMSS e MMII; redução do edema de membro inferior esquerdo; preparação do paciente para marcha com auxílio e evitar contraturas e deformidades durante o período de restrição ao leito. O estudo foi realizado no Hospital Governador Celso Ramos em Florianópolis – SC, no período de 09 de Junho de 2005 a 16 de Junho de 2005. O tratamento fisioterapêutico ao qual o paciente foi submetido, contribuiu grandemente para a manutenção das funções musculares, articulares e pulmonares durante o período de restrição ao leito, ficando clara a importância da Fisioterapia no atendimento aos pacientes em pré operatório. Introdução As fraturas do platô tibial envolvem o aspecto proximal ou metáfise da tíbia, e freqüentemente também a superfície articular [1]. Essas fraturas são mais freqüentes em pessoas cuja idade oscila entre os 50 e os 60 anos. Nos anciãos podem produzir-se por traumatismos mínimos devidos à presença freqüente de osteoporose; em troca, nos jovens (cujos ossos são mais resistentes) é necessário um traumatismo de grande intensidade (acidentes de trânsito, quedas de alturas elevadas) para que o produzam. Também nos jovens, vemos com freqüência que as fraturas do platô tibial vêm acompanhadas de lesões ligamentares, assim o ligamento mais afetado é o colateral medial, ainda que os cruzados também possam ser lesados [2,3].
Figura 1: Classificação das fraturas de platô tibial por Schatzker [5]. 30 • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
As fraturas de platô tibial são divididas em 6 tipos por Schatzker (figura 1): Tipo I (fratura em cunha ou com divisão vertical do platô tibial lateral); Tipo II (fratura com depressão e divisão vertical do platô lateral, envolvendo lesão articular); Tipo III (fratura puramente por depressão do platô lateral, que também envolve lesão articular); Tipo IV (fratura com divisão vertical e depressão do platô tibial medial, freqüentemente envolvendo a eminência intercondiliana e ligamento cruzado); Tipo V (fratura bicondilar envolvendo os dois platôs); Tipo VI (fratura da junção diafisária-metafisária tibial proximal) [1]. Mais comumente as fraturas do platô tibial são causadas pela aplicação de força medialmente direcionada, resultando em uma deformidade valga, fratura de pára-choque [1,3]. Também podem ser decorrentes de uma força lateralmente direcionada, força compressiva axial, ou uma combinação delas [1]. Como a fratura do platô tibial é intra-articular, o deslocamento do fragmento e a depressão da superfície articular, quando não tratados em tempo hábil e de maneira eficaz, levarão a artrose pós traumática em articulação que suporta o peso [4]. Segundo Schatzker (1993), citado por Schmiedt (2004), o objetivo a alcançar no tratamento das fraturas do platô tibial é obter estabilidade, alinhamento, mobilidade, eliminação da dor articular, bem como reduzir os riscos de evolução para osteoartrose. Existem diferentes formas de tratamento: redução fechada mantida com gesso ou tração, fixação percutânea (com parafusos, fios ou fixador externo), sob visualização artroscópica ou artrotomia limitada e redução aberta por abordagem ampla fixada com placa e parafusos[6]. Antes de determinar o tratamento final, deve ser feita avaliação radiográfica adequada do padrão de fratura usando tomografia computadorizada, se necessário, e possivelmente um estudo por ressonância magnética, para avaliar as lesões a ligamentos e meniscos [1]. Segundo Faustino Jr, et al. (1998), a tomografia axial computadorizada é de grande valor na avaliação da fratura de platô tibial, fornecendo identificação nítida dos fragmentos, grau de cominução e a depressão articular, proporcionando maiores detalhes quando comparada com as radiografias convencionais [4]. A indicação do tratamento operatório do platô tibial baseia-se na depressão articular maior que 5mm, nas condições gerais do paciente, na demanda funcional e, sobretudo, no tipo de fratura [4]. Quando for realizado o tratamento cirúrgico, a fixação interna da fratura é feita por placas de contraforte, ou placa em “T” e parafusos (figura 2) [1].
Figura 2: Dispositivo de fixação interna, placa em T ou de contraforte [7]. As fraturas de platô tibial podem deixar seqüelas como problemas de alinhamento, artrose secundária e rigidez articular, esta relacionada a pacientes com idade avançada que não podem iniciar uma recuperação precoce [2]. Materiais e Métodos Grandes conseqüências interferem na capacidade funcional dos indivíduos que sofreram uma fratura de platô tibial, por isso tal temática foi escolhida para estudo de caso, sendo que os dados contidos na pesquisa foram obtidos através de análise do prontuário do paciente, exames, entrevista com o paciente e acompanhamento fisioterapêutico (6 sessões de atendimento). A conduta fisioterapêutica teve início no primeiro dia de internação hospitalar do paciente, um dia após a fratura. Os atendimentos foram realizados no período de 9 de Junho de 2005 a 16 de Junho de 2005, no setor de Ortopedia do Hospital Governador Celso Ramos, Florianópolis – Santa Catarina. As sessões foram realizadas diariamente, com duração média de 30 minutos. O tratamento fisioterapêutico teve como objetivo: • Reeducação do padrão ventilatório diafragmático; • Manutenção da amplitude de movimento (ADM) de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII); • Manutenção do alongamento de MMSS e MMII; • Ganho de força muscular de MMSS e MMII; • Redução do edema de membro inferior esquerdo (MIE); • Preparação do paciente para marcha com auxílio; • Evitar contraturas e deformidades durante o período de restrição ao leito. Em geral, foram utilizados os seguintes procedimentos para alcançar os objetivos estipulados: • exercício respiratório diafragmático com estímulo manual proprioceptivo; • alongamentos ativos de MMSS; • alongamento passivo de membro inferior direito (MID); • fortalecimento isotônico ativo de MMSS e MID; • fortalecimento isométrico de MIE; • exercícios metabólicos de MMII. Relato de Caso Paciente M.B, sexo masculino, 41 anos. Relatou que no dia 08 de Junho de 2005 sofreu uma queda de altura de aproximadamente
Artigo | distúrbios posturais, dor lombar, fisioterapia 3 metros, em pé. Foi levado para o hospital Governador Celso Ramos onde foi submetido a exames radiográficos podendo então ser confirmado o diagnóstico de fratura de platô tibial esquerda, tipo VI, segundo Schatzker. No mesmo dia da internação foi submetido a um procedimento cirúrgico para colocação de tração transesquelética de calcâneo esquerdo. Paciente permaneceu em tração por 7 dias sendo depois encaminhado para a cirurgia de redução da fratura. No dia 9 de Junho de 2005 foi realizada a avaliação fisioterapêutica do paciente no leito. O paciente encontrava-se restrito ao leito, em decúbito dorsal, pela presença da tração transesquelética. Observou-se: • À ausculta pulmonar, murmúrio vesicular presente bilateralmente, sem ruídos adventícios; • Amplitude de movimento de MMSS e MID, sem alteração. • MIE imobilizado pela tração; • Força muscular (FM) de MMSS e MID grau 5 (tabela I); • Presença de edema do joelho ao tornozelo de MIE; • Padrão ventilatório apical; • Paciente deitado no leito com elevação de 30º da cabeceira; Para avaliar a força muscular (FM), foi utilizada a escala de força da tabela II. Tabela I: Força muscular. Fonte: dados do pesquisador. Fonte: HOPPENFELD, 2001.
Tabela II: Parâmetros para verificação de FM.
Resultados O tratamento fisioterapêutico ao qual o paciente foi submetido, contribuiu grandemente para a manutenção das funções musculares, articulares e pulmonares durante o período de restrição ao leito.
Após 7 sessões de fisioterapia hospitalar, o paciente mantinha todas as funções inicias, não apresentou desconfortos musculares e articulares no período de restrição ao leito, e também não apresentou complicações pulmonares que poderiam ocorrer pelo longo período acamado. Discussão Segundo Serra (2001), se o paciente está em tração transesquelética, os objetivos da fisioterapia se concentrarão na prevenção das deformidades e das seqüelas devidas à imobilização [2]. Nessas seqüelas estão incluídos problemas pulmonares e articulares. O padrão ventilatório do paciente era apical, para reverter essa situação foi realizado exercício de padrão ventilatório diafragmático com estímulo proprioceptivo manual e verbal. Segundo Kisner e Colby (1998), os exercícios de respiração diafragmática podem ser usados para melhorar a eficiência da ventilação, diminuir o trabalho respiratório, aumentar a excursão diafragmática e melhorar a troca de gases e oxigenação [8]. Para manutenção do alongamento muscular do paciente eram realizados exercícios ativosassistidos de MMSS e passivo de MID. Os alongamentos eram repetido duas vezes e por 30 segundos cada. Segundo Hall e Brody (2001), o alongamento é utilizado para alongar um tecido encurtado e para diminuir a rigidez muscular. Além disso é uma das intervenções mais aceitas em reabilitação. Como efeito agudo da técnica tem-se o alongamento do componente elástico da unidade musculotendinosa. Os resultados a longo prazo, efeito crônico, mostram que há acréscimo de sarcômeros na musculatura alongada [9]. Para a manutenção da força muscular de MMSS era realizado fortalecimento isotônico com resistência fixa (bolas medicinais com peso de 2 kg, 3kg e 4kg). Os exercícios eram realizados segundo a técnica de Oxford. Kisner e Colby (1998), afirmam a importância dos exercícios pelas propriedades fortificantes e de alívio da dor. Segundo os autores, os exercícios irão apressar a cura reduzindo o edema e estimulando uma boa circulação [8]. Com o exercício isotônico pode-se desenvolver força dinâmica, resistência à fadiga, e potência. O exercício resistido isotônico é uma forma dinâmica de exercício executado contra a resistência à medida que o músculo se alonga ou encurta na amplitude de movimento existente. A técnica de Oxford foi elaborada para diminuir a resistência à medida que a fadiga muscular se desenvolve, para isso as repetições do paciente vão sendo realizadas com diminuição de carga pré estabelecida [8]. Para o MID foi realizado o fortalecimento com exercício isotônico de resistência manual. Quando a contração muscular isotônica é resistida manualmente, o terapeuta pode variar
a resistência apropriadamente para suprir as capacidades de força que se alteram no músculo através da amplitude de movimento [8]. Como o MIE estava em tração transesquelética, o fortalecimento isométrico foi o eleito. O exercício isométrico é uma forma de exercício que ocorre quando um músculo se contrai sem uma mudança apreciável em seu comprimento ou sem movimento articular visível. São utilizados após lesões ou cirurgias locais [8]. Para a redução do edema foram utilizados exercícios metabólicos de flexo-extensão de tornozelo. Feitos para estimulação do aparelho circulatório através da contração muscular favorecendo o retorno venoso. A contração muscular faz com que o líquido no interstício seja mobilizado e reabsorvido pelo sistema linfático [10]. Conclusão A
fisioterapia iniciada precocemente em pacientes hospitalizados, contribui grandemente para prevenir os problemas da restrição no leito. Além disso é fundamental para o alívio dos desconfortos musculares que a imobilização trás.
s da o v i t e bj se “os ooterapia na fisi ntrarão as e conc venção d e das pre idades as à id rm defoüelas devção” seq obiliza im
Após a boa evolução do paciente neste relato de caso, fica claro a importância da Fisioterapia no atendimento aos pacientes em pré operatório.
Referência Bibliográfica 1. HOPPENFELD, S; MURTHY, V.L. Tratamento e Reabilitação de Fraturas. São Paulo: Manole, 2001. 2. SERRA, G. Fisioterapia em Traumatologia, Ortopedia e Reumatologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. 3. APLEY, A.G. Ortopedia e Fraturas em Medicina e Reabilitação. 6.ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 1998. 4. FAUSTINO JR, N.A; ANDRADE, R.S; CALAPODOPULOS, C.J. Estudo da fratura do planalto tibial através da tomografia computadorizada. Rev. Bras. Ortop – vol.33. nº 6 – Junho, 1998. 5. SOFARTHRO. Classification of Schatzker. Disponível em: http://www.sofarthro.com/TOPOS/SFA99/Plateau_tibial/classific.jpg. Acessado em: 15/06/05. 6. SCHMIEDT, I; et al. Acesso anterior amplo para as fraturas de alta energia do planalto tibial. Rev. Bras. Ortop – vol.39. nº 10 – Outubro, 2004. 7. METABIO. Placas. Disponível em: http://www. metabio.com.br/?pagina=placasAcessado em 15/06/05. 8. KISNER, C; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 3.ed. São Paulo: Manole, 1998. 9. HALL, C.M; BRODY, L.T. Exercício Terapêutico na Busca da Função. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 10. GUYTON, Arthur C; HALL, John E. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. www.novafisio.com.br • ed. 55|2007 • 31
Tininha | humor - passa-tempo - novidades - tv - música - cinema - automóvel - compras -
Tininha
Oi pessoal, este início de ano tem sido agitado aqui na Redação. Como havia dito em nossa última edição, boas novidades estão surgindo e como indicado no editorial desta revista, além de mais incrementada, a Fisio&terapia agora tem uma irmã, a Revista Leblon, uma publicação de entretenimento que circulará entre os moradores do Leblon. Dá para imaginar a agitação nestes dias! Mas vamos lá! Seguem aqui mais historinhas, piadas e informações que nos tem chegado por e-mail. Você também pode colaborar enviando seu e-mail para: tininha@novafisio.com.br Beijinhos a todos e aguardo seus e-mails. Tchau.
Um guarda-noturno trabalhava numa clínica de fisioterapia.... Uma manhã ele contou a sua chefe um sonho horrivel que tivera na noite anterior. Disse-lhe que o avião que ela iria tomar com destino à um evento sofreria um acidente e, em conseqüência, todos os passageiros morreriam. Sua chefe, uma jovem fisioterapeuta empreendedora e dinâmica, tinha verdadeiro pânico de aviões. Assustada com a informação do empregado, decidiu cancelar o vôo. Três dias mais tarde, leu nas manchetes dos principais jornais que o Avião que ela deveria ter tomado caíra no mar e, até o momento, não havia notícias de sobreviventes. Imediatamente, chamou o guarda-noturno, mostrou a notícia do jornal, agradeceu-lhe efusivamente o aviso que lhe salvara a vida e, a seguir, sem nenhuma explicação, despediu-o. O guarda não compreendeu por que tinha sido despedido depois de salvar a vida de sua chefe. Pergunta: - Por que o guarda foi mandado embora? Não leia a resposta abaixo da página ao lado, pense um pouco...
Uma velhinha que estava na fisioterapia chega pra sua fisioterapeuta e fala baixinho ao pé do ouvido. Querida, soltei um peito silencioso, não deu pra segurar, e agora, o que você acha que eu devo fazer? E a Dra. Responde: -Agora nada, mas assim que terminarmos e a senhora estiver indo pra casa, passa na farmácia e compra uma pilha nova por seu aparelho de surdez porque o ondas curtas descarregou-as.
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A partir de agora, quem quiser estudar em peças humanas verdadeiras, não precisa mais revirar túmulos atrás de um autêntico crânio humano. Um americano chamado Jay Vallemarette fundou uma loja em Oklahoma que comercializa esqueletos humanos e de diversos tipos de animais. Em seu catálogo, um crânio “meia sola” sai por US$349. Já um com a dentição completa é oferecido por US$749. Os interessados podem procurar no site www.skullsunlimited.com
tininha@novafisio.com.br Participe, escreva
moda - economia - turismo - esporte - culinária - curiosidade - arte - mais... Você sabe que para qualquer profissional liberal, saber uma segunda língua é muito importante. Para nós fisioterapeutas a coisa não é diferente, e saber inglês e espanhol é muito bom devido a quantidade de artigos escritos nestas línguas. Então vamos fazer um teste, vamos ver como está o seu espanhol. Traduza a frase abaixo:
“La vien un tarado pelado com su saco en las manos corriendo atraz de la buseta.”
Você acha que a situação está ruim pra conseguir emprego? Pode ser, mas a coisa não tá só ruim para fisioterapeuta não. Por isso vamos dar uma dica pra melhorar o currículo de todo mundo. É muito simples, basta fazer algumas substituições nos nomes das profissões! Veja agora algumas dicas para você dar um “plus”, apenas falando de seus empregos anteriores: - Especialista em Marketing Impresso (boy do xerox). - Supervisor Geral de Bem-Estar, Higiene e Saúde (faxineiro). - Oficial Coordenador de Movimentação Interna (porteiro). - Oficial Coordenador de Movimentação Noturno (vigia). - Distribuidor de Recursos Humanos (motorista de ônibus). - Distribuidor de Recursos Humanos VIP (motorista de táxi). - Distribuidor Interno de Recursos Humanos (ascensorista). - Diretora de Fluxos e Saneamento de Áreas (a tia que limpa o banheiro). - Especialista em Logística de Energia Combustível (frentista). - Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil (peão de obra). - Segundo Auxiliar de Serviços de Engenharia Civil (coitado...). - Especialista em Logística de Documentos (office-boy). - Especialista Avançado em Logística de Documentos (moto-boy). - Consultor de Assuntos Gerais e Não Específicos (vidente). - Técnico de Marketing Direcionado (distribuidor de santinho nas esquinas). - Especialista em Logística de Alimentos (garçom). - Coordenador de Fluxo de Artigos Esportivos (gandula). - Distribuidor de Produtos Alternativos de Alta Rotatividade (camelô). - Técnico Saneador de Vias Publicas (gari). - Especialista em Entretenimento Masculino (puta). - Especialista em Entretenimento Masculino Sênior (puta de luxo). - Dublê de Especialista em Entretenimento Masculino (travesti). - Supervisor dos Serviços de Entretenimento Masculino (cafetão). - Técnico em Redistribuição de Renda (ladrão). - Técnico em Reabilatação (não existe).
Respostas: - O empregado era guarda-noturno. Se teve um sonho à noite, é porque estava dormindo em serviço. Conclusão: Chefe é chefe..., então, por melhor que você seja e por mais que você faça, você nunca agrada. & A tradução da frase é: “Lá vem um tonto careca com seu paletó nas mãos correndo atrás do microônibus.”
contando suas histórias e sugestões.
SOBE, ou desce não sei!!! Senado arquiva projeto de desmembramento dos Conselhos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. SOBE... Nasce a Federação das Associações de Fisioterapia do Brasil Idealizado no I Fórum Nacional de Políticas Profissionais de Fisioterapia, em 2005, e aprovado em plenária no II Fórum realizado no mês de novembro em Belo Horizonte, nasce, no dia 02 de fevereiro de 2007, o Colégio Brasileiro de Associações da Fisioterapia. SOBE... No dia 30 de janeiro de 2007, o prefeito Pimentel, sancionou o projeto de lei 117/05 de autoria do vereador Ronaldo Gontijo ( PPS) e o transformou na Lei 9.332 , de janeiro de 2007. A nova lei inclui o Fisioterapeuta não só na Equipe de Saúde da Família, mas em todos as áreas assistenciais da saúde no Município de Belo Horizonte. ...DESCE A Justiça de Goiânia negou o pedido de um grupo de estudantes do sétimo semestre do curso de farmácia-bioquímica da Unip para reduzir a duração do curso de cinco para quatro anos, como acontece com as novas turmas formadas pela instituição. Os próprios alunos querem reduzir a carga horária de seus cursos indo na contra mão dos que querem garantir uma formação de qualidade. Para nossa sorte a fisioterapia ficou fora da resolução que diminuiu a carga horaria. ...DESCE A Prefeitura de São Paulo determinou a INTERRUPÇÃO IMEDIATA do acompanhamento em reabilitação de pessoas com deficiência na região de V.Prudente e Sapopemba. Muitas pessoas deixarão de contar com o Programa de Atenção à Pessoa com Deficência do Programa de Saúde da Família da Fundação Zerbini. www.novafisio.com.br • ed. 55|2007 • 33
Agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE ABRIL 18 a 20 Curso Internacional (França) - Bricot M1 - “Posturologia” Recife PE 0800 774 2070 19 a 22 Curso de Podoposturologia Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 19 a 24 Curso Completo de Studio Pilates e Solo Com Equipe Pilates Total SJ do Rio Preto SP (17) 3231-0084 / 9774-1059 20 Hibrido (Studio e Rehab) Rio de Janeiro RJ (71) 3261-8000 10% 20 a 22 Reprog. Func. e Postural Através de Manobras Manipulativas e Pilates Sorocaba SP (15) 3212-4700 Esp. 21 e 22 Curso de Crochetagem - Mód. II Rio de Janeiro RJ (21) 2530-8294 / 9984-2190 Esp. 21 e 22 Fricção Transversa Profunda - Mód. II Rio de Janeiro RJ (21) 2530-8294 / 9984-2190 10% 21 e 22 Reabilitação do Joelho - Prof. José Roberto Prado Junior Rio de Janeiro RJ (21) 2223-0587 21 e 22 Pilates Internacional - Saúde da Mulher São Paulo SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 22 a 24 Curso Internacional (França) - Bricot M1 - “Posturologia” Porto Alegre RS 0800 774 2070 23 a 26 Pilates Clínico Internacional com Chloe Lorback Porto Alegre RS 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 10% 23 a 27 Curso de Fisioterapia em UTI Prática Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 24 a 07 Formação em GYROTONIC ® Rio de Janeiro RJ (21) 2511-3388 27 a 29 XV Curso de Formação de Consultor em Ergonomia e Método CNROSSI São Paulo SP (11) 3645-0223 27 a 29 Curso de Escoliose Tridimensional Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 27 a 29 Curso de ATM Santos SP (12) 3674-2544 27 a 29 Curso de Pilates Solo e Bola para Fisioterapeutas e Ed. Físicos Brasília DF (61) 3568-5892 / 9698-9534 10% 28 e 29 Theraband “Balance, Bolas e Bandas”- Prof. José Roberto Prado Junior Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 28 e 29 VII Jornada de Fisio e Ventilação Mecânica do H. de Clínicas de Niterói Niterói RJ (21) 2729-1066 28 a 01 42º ENAF - Encontro Nacional de Atividade Física Poços de Caldas MG (35) 3222-2344 28 a 01 Congresso Brasileiro de Hidroterapia e Terapias Aquáticas São Paulo SP (11) 3691-0859 Esp. 30 e 01 Mobilização Neural Timóteo MG (21) 2530-8294 / 9984-2190 30 e 01 I Simpósio Multidisciplinar no Tratamento de Feridas Jequié BA www.uesb.br 30 a 11 Curso Livre Básico de RPG Philippe Souchard - Turma A - 1º Módulo Salvador BA (71) 3331-6272 / 3331-8905 MAIO 02 a 05 III Simpósio de Fisioterapia da UESB Jequié BA www.uesb.br 10% 3 Curso de Reabilitação Cardíaca Rio de Janeiro RJ (21) 2223-0587 03 a 06 VII Ciclo de Fisioterapia Dermato-Funcional - Mód. IV Belo Horizonte MG (31) 3241-2978 4 Hibrido (Studio e Rehab) Belém PA (71) 3261-8000 4 Hibrido (Studio e Rehab) Brasília DF (71) 3261-8000 04 a 06 Curso de Pilates na Estabilização Segmentar Vertebral Brasília DF (61) 3568-5892 / 9698-9534 5 Postural Ball São Paulo SP (11) 4524-4571 05 e 06 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 05 a 13 Curso de Pilates/RDM Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 08 a 11 Conceito Mulligan São Paulo SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 10 a 12 Curso Internacional (Chile) - Rocabado M1 - ATM Fortaleza CE 0800 774 2070 10 a 15 Curso de Pilates - Visão cinesioterapêutica - D&D em Goiânia Goiânia GO (61) 3568-5892 / 9698-9534 11 Reciclagem em Estética Facial Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 12 e 13 Movimento Combinado - Kim Robinson São Paulo SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 14 a 16 Curso Internacional (Chile) - Rocabado M1 - ATM Brasília DF 0800 774 2070 16 e 17 Curso Internacional de Técnicas Osteopáticas São Paulo SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 16 a 20 Formação em Osteopatia - Mód. II São Paulo SP (11) 6886-4504 / 9341-0923 18 Atuação da Fisioterapia nas Desordens Temporomandibulares São Paulo SP (11) 4524-4571 18 a 20 Drenagem Linfática Facial e Corporal - Pré e Pós Op. Imeditato Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 18 a 20 VII Ciclo de Fisioterapia Dermato-Funcional - Mód. V Belo Horizonte BH (31) 3241-2978 18 a 20 Curso de Ventilação Mecânica para Fisioterapeutas Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 10% 18 a 20 Curso de Posturoterapia - Mód. I Sorocaba SP (15) 3212-4700 18 a 21 Conceito Mulligan - Kim Robinson Ribeirão Preto SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 19 Ergonomia Básica - Mód. I São Paulo SP (11) 4994-1205 / 4436-4066 10% 19 e 20 Curso de Fisioterapia em UTI Prática Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 22 e 23 Curso Internacional de Mobilização Neural Ribeirão Preto SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 23 a 30 Formação RPG / RPM Método Barreiros & Victoni Porto Alegre RS (51) 9836-4977 24 e 25 Curso Internacional de Mobilização Neural Londrina PR 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 24 a 27 Curso de ISO-RDM-STRETCHING Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 25 Hibrido (Studio e Rehab) Porto Alegre RS (71) 3261-8000 25 a 27 XV Curso de Formação de Consultor em Ergonomia e Método CNROSSI São Paulo SP (11) 3645-0223 25 a 27 IV ENAF - Encontro Nacional de Atividade Física Belo Horizonte MG (35) 3222-2344 25 a 27 Curso Avançado de Pilates no Pré / Pós-parto e Obstretícia Brasília DF (61) 3568-5892 / 9698-9534 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR
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Agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF MAIO 10% 26 Atualização em Interpretação de Exames Laboratoriais Niterói RJ 26 e 27 Curso de Shantala - Massagem para bebês, crianças e adultos Curitiba PR 26 e 27 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Florianópolis SC 10% 26 e 27 Curso ABC da Fisioterapia Respiratória Rio de Janeiro RJ 26 a 29 Conceito Mulligan - Kim Robinson Londrina PR 10% 28 a 03 Curso de RPG Sorocaba SP 31 a 03 II ENAFEF - Encontro Nacional de Fisioterapia e Educação Fisica Caldas Novas GO JUNHO 1 Hibrido (Studio e Rehab) Salvador BA 1 Hibrido (Studio e Rehab) Curitiba PR 01 e 02 Pilates Internacional - On The Ball São Paulo SP 01 a 03 I Congresso Multidisciplinar de Saúde e Estética Rio de Janeiro RJ 01 a 03 XIII Encontro Paranaense de Fisio. Respiratória e II Consenso de Fisio. Paranaguá PR 01 a 05 Básico em Shiatsuterapia Rio de Janeiro RJ 02 a 06 World Physical Therapy 2007 Vancouver 4 Eletromedicina Aplicada Rio de Janeiro RJ 05 a 08 Pilates Clínico Internacional Curitiba PR 07 a 10 Ergonomia Aplicada aos Postos de Trabalho - Mód. I São Paulo SP 07 a 12 Curso de Pilates - Visão Cinesioterapêutica - D&D em Brasília Brasília DF 09 e 10 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. III e IV Curitiba PR 10 e 11 Pilates Internacional - On The Ball Porto Alegre RS 12 e 13 Pilates Internacional - Saúde da Mulher Porto Alegre RS Esp. 16 e 17 Curso de Crochetagem - Mód. I Vitória ES 16 e 17 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. III e IV Florianópolis SC
TELEFONES OU SITE (21) 2718-2413 / 2705-0517 (41) 3019-2828 / 9973-0610 (41) 3019-2828 / 9973-0610 (21) 2224-7744 / 3970-3715 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 (15) 3212-4700 (62) 3261-1467 (71) 3261-8000 (71) 3261-8000 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 (21) 3273-2210 / 3979-0078 (41) 3019-2828 / 9973-0610 (21) 2255-7635 / 9984-4195 http://www.wcpt.org/congress (21) 2255-7635 / 9984-4195 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 (11) 5083-0590 / 0800 774 2070 (61) 3568-5892 / 9698-9534 (41) 3019-2828 / 9973-0610 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 (21) 2530-8294 / 2530-2850 (41) 3019-2828 / 9973-0610
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Agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE JUNHO 16 a 19 Maitland - Lombar e Membros Inferiores São Paulo SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 20 a 23 Curso de RPG/RDM - Mód. I Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 20 a 23 Maitland - Cervical e Membros Superiores São Paulo SP 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 22 a 24 XV Curso de Formação de Consultor em Ergonomia e Método CNROSSI São Paulo SP (11) 3645-0223 22 a 24 Aprimoramento em Estética Corporal Rio de Janeiro RJ (21) 2255-7635 / 9984-4195 10% 23 e 24 Theraband “Balance, Bolas e Bandas”- Prof. José Roberto Prado Junior Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 10% 25 a 29 Curso de Fisioterapia em UTI Prática Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 25 a 30 Curso de Formação em RPG / RAL - Mód. II Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 25 a 03 RPG Australiano Rio de Janeiro RJ 0800 400 7008 / (43) 3325-7656 27 a 01 Curso de RPG/RDM - Mód. II Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 29 Hibrido (Studio e Rehab) T2 Belo Horizonte MG (71) 3261-8000 Esp. 30 e 01 Curso de Crochetagem - Mód. II Vitória ES (21) 2530-8294 / 2530-2850 JULHO 9 Conferência Internacional (França) - Bricot - “Introdução à Posturologia” Curitiba PR 0800 774 2070 10 Conferência Internacional (França) - Bricot - “Introdução à Posturologia” Goiânia GO 0800 774 2070 11 a 15 Curso de Pilates/RDM Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR
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CURSO DE Brasília 7 a 12 de junho de 2007
MDO Squash Club - SCE/Sul - trecho 03 Lote 03 Parte B
PILATES D&D Goiânia 10 a 15 de maio de 2007
Informações
Agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos.
Thiago Alvim
Instrutor de Pilates Tel. (61) 9698.9534 / 3568.5892
Luiz Augusto Rino S. Silva
Fisioterapeuta - Crefito 11/57.024 Tel. (62) 84423353 - 32867796 lifepilates@gmail.com
San Marino Suíte Hotel - Rua 05, nº 1090 Setor Oeste
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Fisioperfil | sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história
Nilton Petrone Qual o ano e em que faculdade se formou? Em 1985, na FRASCE. A cidade e o estado? Rio de Janeiro – RJ. O que já fez, faz ou fará na fisioterapia? Vocês podem responder melhor. Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Atender aqueles que realmente necessitavam da Fisioterapia e estavam desorientados, pessoas comuns, simples e que te permitem entender a responsabilidade e a grandiosidade desta profissão. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Felizmente ainda não passei por nenhuma situação desagradável na Fisioterapia. O que mais gosta na profissão? A possibilidade de ajudar permitindo assim a troca de experiências em momentos de muito sofrimento da criatura humana, criando uma relação que por certo se perpetuará por toda vida como forma de gratidão e amor. O que odeia na profissão? A inveja, o orgulho, a falta de respeito, a desunião que denigrem o profissional Fisioterapeuta e consequentemente esta maravilhosa profissão. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? A dedicação, a ética, o comprometimento e a determinação.
Quem é | Dr. Nilton Petrone
Atual fisioterapeuta do Santos Futebol Clube Tratou atletas famosos como Guga, Ronaldinho.
O que mais detesta nos profissionais que te cercam? A palavra detesta não se aplica ao nosso serviço aqui no Santos F.C., às vezes a inexperiência pode levar alguns equívocos que graças a Deus são passíveis de solução. Qual sua maior virtude? Simplicidade.
Que dica daria aos colegas? COMPROMETIMENTO, ÉTICA, RESPEITO.
Qual seu pior defeito? Exigência absoluta a um alto padrão de qualidade de atendimento.
Qual foi sua aquisição mais recente? Ser Fisioterapeuta do Santos Futebol Clube e poder trabalhar com o maior Técnico do Mundo Prof. Wanderley Luxemburgo e a melhor comissão técnica que já conheci.
Se pudesse mudar algo, o que seria? Eleições diretas para o COFFITO. Qual a maior mentira que já contou? Não conto mentira, mentira tem perna curta. Qual foi o fato mais inusitado em sua carreira? Ir para Holanda em 1990 sem saber falar uma palavra de inglês. Já imaginaram? Qual o mais cômico? Receber o apelido de Filé. Foi com o Romário na Holanda em 1990. Qual seu maior arrependimento? Graças a Deus não tenho arrependimentos. Um objeto de desejo? Saber que os profissionais estão unidos em prol desta maravilhosa profissão que, com certeza, é a maior profissão da área da saúde. 38 • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T
Qual seu maior sonho? Saber que para cada 1000 habitantes no Brasil tem um Fisioterapeuta. Seu maior pesadelo? Todas as formas de violência. Que talento gostaria de ter? Deus já me permitiu ser Fisioterapeuta que talento mais necessitaria? Se não fosse Fisioterapeuta o que gostaria de ser? Acho que nasci para ser Fisio, não me vejo em mais nada. E qual profissão jamais queria ter? Todas são honrosas, portanto respeito a todas. Um desafio? Transformação moral, vencendo as nossas tendências para o mal do dia a dia.
Indique um profissional com uma longa história para ser nosso próximo entrevistado
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40 • ed.55 | mar/abr 2007 • F&T