Edição 56

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ISSN 1678-0817

| editorial Nós da Revista Fisio&terapia temos a satisfação de informar que alcançamos a meta que havíamos programado no mês passado. Nossa recente ação, que objetivou uma redução no valor da assinatura, cumpriu com sucesso todas as nossas expectativas. Consolidamos um grande número de novas assinaturas e isso nada mais é do que uma prova que acertamos o passo. Quando se projeta com transparência e competência, os resultados surgem naturalmente. Prova também de que, redução e novo direcionamento de custos podem sim gerar um produto de melhor qualidade com baixo custo. Não são apenas meras palavras, vocês podem conferir esta afirmação nesta nova edição da Revista Fisio&terapia que está em suas mãos. Agradecemos a vocês novos assinantes e leitores que passam, agora, a ser nossos mais novos parceiros neste mundo fantástico que é a Fisio&terapia. Dr. Oston Mendes

EQUIPE - VEJA QUEM FAZ A REVISTA QUE VOCÊ LÊ EDITOR - OSTON DE LACERDA MENDES ASSISTENTE - LUCIENE LOPES REDATOR - EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO E WEB DESIGN - MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO - RICARDO “RICK” RIBAS CONSULTOR - ANTÔNIO CARLOS TRUBIANI

10 Entrevista com

| protocolo

Índia do Vale-tudo.

05 Cartas 06 Clipping de notícias 07 Frases e Coluna Social 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme 09 Fisioterapeutas se manifestam 14 Cinesioterapia no fortalecimento muscular do assoalho pélvico 18 A importância do ortostatismo na disfunção neuromotora

20 Crochetagem

22 A hidrocinesioterapia em

pacientes portadores de mielomeningocele 24 Aplicação da planilha RULA 28 Ciclismo Indoor 32 Tininha 34 Agenda de eventos 38 FisioPerfil

| agradecimentos desta edição Henrique Baungarth, Isis e Rodrigo pela companhia no stand de Salvador e pelas fotos. Ao Flávio Branco pela caranga e Michele Branco pela cachanga. Ao Daniel e Victor pela Manga Banana de Lauro de Freitas.

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| Equipe

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Turbilhão | cartas - escreva também e leia outras cartas no site. Pautar Brasil

Aconteceu em Brasília o evento oficial das profissões 21 e 22/05/2007 O poder e a responsabilidade das profissões. Esse foi o tom de abertura do Pautar Brasil, que começou na segunda-feira, 21, em Brasília. É o início da ação conjunta dos Conselhos Federais para o desenvolvimento do país. Definido como o “evento oficial das profissões”, o Pautar Brasil tem como objetivo apresentar os projetos que os Conselhos Federais têm para o país e promover o debate entre as diversas áreas de interesse, em eventos técnicos. Os Conselhos participantes do evento querem esclarecer à sociedade e aos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo, qual é o verdadeiro papel e que contribuição os Conselhos dão à sociedade brasileira. A abertura do evento contou com a presença de representantes de 13 Conselhos Federais, do coordenador do Fórum dos Conselhos Federais, o chamado Conselhão, Dr. Euclides Poubel e Silva, que também é presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - Coffito. Esteve presente também o ministro do Tribunal de Contas da União - TCU, Augusto Nardes, o presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social – Ibdes, Heitor Kuser e o coordenador técnico do evento, Jenner de Moraes. “Este evento vem ao encontro das percepções que temos da necessidade de aperfeiçoar nossas relações. Começamos hoje a demonstrar para a sociedade nossas verdadeiras ações” disse Dr. Euclides Poubel ao declarar aberto oficialmente o evento. O presidente do Coffito lembrou ainda da contribuição do presidente do Conselho Federal de Economia, Dr. Synésio Batista que, no momento em que o Dr. Euclides assumiu a função de coordenador do Conselhão, pediu o empenho para investir numa relação entre os conselhos feder-

ais, traçando um novo rumo para a sua atuação. “Esse é o nosso objetivo desde que assumimos a coordenação do Fórum”, afirmou Dr. Euclides. O presidente do IBDES, Heitor Kuser, registrou e agradeceu a confiança recebida para realização do evento e reconheceu todo o esforço e empenho do coordenador técnico do Pautar Brasil, Jenner de Moraes. “Estamos convencidos de que a ação positiva dos Conselhos para o desenvolvimento social passa cada vez mais pela profissionalização”, concluiu. Para o ministro do TCU, Augusto Nardes, um dos grandes desafios do país é regulamentar os trabalhadores informais. Para isso, segundo ele, é necessário melhorar a organização e o planejamento dos profissionais, ação que pode nascer a partir do Pautar Brasil. “Aos profissionais cabe a responsabilidade de discutir o Brasil, isto significa auxiliar os trabalhadores a uma ação mais ética e organizada”, afirmou Nardes. Projetos para o Brasil A apresentação de projetos começou com o projeto do Fórum dos Conselhos Federais das Profissões Regulamentadas. O projeto seria o documento único dos Conselhos, consolidando a união das suas ações. “Este será o catalisador das ações profissionais dos Conselhos”, afirmou o Dr. Euclides Poubel, que como presidente do Conselhão apresentou as informações desse projeto aos participantes. “É um documento que mostrará a articulação política e profissional que dará visibilidade a essas profissões”. Segundo ele, em certos momentos pode-se notar que a sociedade não percebe onde os conselhos podem contribuir para o país. Lembrou também do papel dos Conselhos Regionais neste processo. “Nossas profissões organizadas podem contribuir com o desenvolvimento social”, finalizou o coordenador do Conselhão. O segundo Conselho a apresentar seus projetos foi o de Adminis-

tração, através de seu presidente, Roberto Carvalho Cardoso. Ele fez um breve resgate histórico da profissão nesses 41 anos, e lembrou que em 2005 já eram 2.679 cursos de administração em todo o país. Segundo ele, 15% dos acadêmicos no Brasil são estudantes desta área. Entre os projetos apresentados estão uma pareceria com o Sebrae para formação de pequenas empresas, e outro um ciclo de debates e palestras sobre o tema para formação dos profissionais. Os projetos do Conselho Federal de Contabilidade foram apresentados pela vice-presidente, Drª. Silvia Mara Cavalcanti. Entre as ações desse Conselho estão a preocupação com ações sociais, culturais e ambientais. Entre elas o voluntariado, o processo de coleta seletiva para separação dos resíduos sólidos no ambiente do Conselho e exposições de arte para proporcionar lazer aos servidores da instituição. O Conselho Federal de Economia fez um chamamento aos presentes para a preocupação com questões sociais como o trabalho infantil, por exemplo. O presidente Synésio Batista, falou da necessidade dos Conselhos em construir um projeto para o Brasil. “Faz 25 anos que o Brasil não tem crescimento econômico. E para que haja crescimento econômico e redução destas desigualdades, é necessário que terminemos com nossas desavenças e possamos unir nossas forças encontrando uma forma de propor ações integradoras”, disse. A última apresentação da manhã foi do representante do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, Luiz Carlos Correa. Entre os projetos desse Conselho está o Pensar o Brasil e Construir o Futuro da Nação. Trata-se de um conjunto de estudos e documentos que devem balizar e instrumentar a inserção do Sistema na construção de uma visão abrangente e objetiva a respeito de um projeto de desenvolvimento sustentado e sustentável do Brasil.

Confira os Conselhos que apresentam os projetos no Pautar Brasil e acompanhe as próximas matérias, projetos e ações do evento: 1. Dr. José Euclides Poubel e Silva Fórum dos Conselhos Federais das Profissões Regulamentadas; 2. Dr. Roberto Carvalho Cardoso Conselho Federal de Administração – CFA; 3. Dra. Virginia Ana Zimmerman Conselho Federal de Biblioteconomia - CFB; 4. Dra. Maria Clara Cavalcante Bugarim Conselho Federal Contabilidade – CFC; 5. Dr. João Teodoro da Silva Conselho Federal dos Corretores de Imóveis – COFECI; 6. Dr. Synésio Batista da Costa Conselho Federal de Economia – COFECON; 7. Dr. Luiz Carlos Correa Soares Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA; 8. Dr. Jaldo de Souza Santos Conselho Federal de Farmácia – CFF; 9. Dr. José Euclides Poubel e Silva Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFITTO; 10. Dra. Maria Thereza Mendonça C. de Rezende Conselho Federal de Fonoaudiologia – CFFa; 11. Dr. Edson de Oliveira Andrade Conselho Federal de Medicina – CFM; 12. Dr. Celso Bittencourt dos Anjos Conselho Federal de Medicina Veterinária – CFMV; 13. Dr. Miguel Álvaro Santiago Nobre Conselho Federal de Odontologia – CFO; 14. Dr. Manoel Affonso Mendes de Farias Mello Conselho Federal de Representantes Comerciais – CONFERE; 15. Dra. Valdelice Teodoro Conselho Federal dos Técnicos em Radiologia – CONTER. FONTE: Agência Coffito www.novafisio.com.br • ed. 56|2007 •


turbilhão | clipping - leia nosso clipping atualizado diariamente no site www.novafisio.com.br Estudantes de fisioterapia fazem parte de projeto de TJDFT absolve fisioterapeuta em prática de Osteopatia. intervenção na Amazônia. Universitários de três áreas e quatro diferentes instituições se unem no Projeto Esperança Norte Uma equipe interdisciplinar e interinstitucional de estudantes universitários vai passar vinte dias na Amazônia, em julho deste ano, com o objetivo de realizar intervenções relacionadas às suas respectivas áreas em comunidade da região. Além de cinco alunas da Faculdade de Fisioterapia da PUC-Campinas, discentes de Medicina da Ufscar e de Engenharia Ambiental da Unesp e da Escola de Engenharia de Piracicaba (EEP) também compõem o grupo participante do projeto. Os doze universitários, todos voluntários, vão trabalhar no bairro Novo Aleixo, localizado ao norte de Manaus. “Essa população possui difícil acesso a orientações e cuidados fisioterapêuticos. Verifica-se que há uma jornada de trabalho intensa e longa e, como conseqüências, podem-se constatar dores musculares, problemas posturais e respiratórios, câimbras, hérnias discais, além de possuírem carência de assistência nas áreas de ginecologia e obstetrícia, pediatria e geriatria” conta a estudante de fisioterapia Tathiane Tardivel Lima. Já os objetivos gerais, incluem contribuir para prevenção de doenças e para a manutenção da saúde; orientar e incentivar bons hábitos de vida, de acordo com a realidade, a cultura e as particularidades da população e identificar a interação da população com o meio ambiente, possibilitando uma redução de impactos ambientais, entre outros. “As intervenções serão baseadas em palestras, dinâmicas e vivências com propósito educativo e preventivo. Não será praticada nenhuma intervenção invasiva”, esclarece Tathiane. A discente conta, ainda, que para a realização do Projeto Esperança Norte, os alunos contam com o suporte teórico de professores das universidades e com o apoio e a orientação da Pastoral da Juventude Popular (PJP) de Manaus e da ONG Movimento Comunitário pela Cidadania (MOCOCI), bastante atuante no local. Como o projeto não possui suporte institucional, entretanto, ainda são necessários recursos para as passagens aéreas e alimentação.“Embora tenhamos conseguido alguns apoios, ainda precisamos completar a verba para que o projeto seja viabilizado. Queremos mostrar que a concretização desse tipo de trabalho é possível; é um propósito do grupo incentivar iniciativas como essa em qualquer lugar onde haja carência de informações”, conclui a aluna, lembrando que toda a ajuda ao projeto é bem-vinda. Fontes: Leila Rinaldi Ming – (19) 9206-0555

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A 1ª Turma Criminal decidiu absolver o fisioterapeuta Carlos Augusto Pimpão Valente da prática de ato libidinoso numa paciente. No entendimento da maioria dos Desembargadores, o profissional utilizou o canal da vagina para realizar um exame reconhecido pela fisioterapia, não se caracterizando nenhum crime em sua conduta. O procedimento foi autorizado e acompanhado pela mãe da paciente. O exame que acabou criando a controvérsia discutida nos autos é chamado de osteopatia. O procedimento consiste na manipulação do útero através da vagina, e serve como terapia para dores excessivas, decorrentes de cólicas menstruais. A técnica foi reconhecida como existente e válida para casos que se amoldam aos sintomas apresentados pela paciente tratada no consultório, conforme depoimentos de profissionais do Conselho Federal de Fisioterapia (Coffito), juntados aos autos. Há também provas da habilitação do fisioterapeuta na Escola técnica de Madri. De acordo com o presidente do conselho, não se trata de“toque ginecológico”, exame privativo de profissionais médicos, como foi interpretado pelo Ministério Público. Diferentemente dos ginecologistas, no caso da fisioterapia,“mobiliza-se o útero para distinguir restrições de mobilidade da fisiologia” da região manipulada. A vagina é utilizada como canal, meio para se atingir o objetivo da técnica. Por maioria de votos, os Desembargadores afastaram a fraude, presente no tipo previsto no artigo 216, parágrafo único do Código Penal. Isso porque o procedimento invasivo foi autorizado pela paciente e presenciado todo o tempo pela mãe. Concluíram ainda pela inexistência do dolo, já que se comprovou nos autos que, apesar de inovadora, a técnica existe e é indicada para casos como esse. Para a Turma, não haveria sentido em exigir a presença da mãe, se a intenção do fisioterapeuta era“satisfazer a própria lascívia”, conforme interpretação dada pelo Ministério Público. Uma vez ausentes o dolo e a fraude, a conduta é atípica, ou seja, não há crime. Fonte: TV Justiça – JDFT Data: 08/03/2007


turbilhão | frases, coluna social “Nossa profissão é um trabalho braçal, tão logo a abracemos ela se tornará mais leve e poderemos fazer uso de todo o nosso ser.” [Nilzete Maria Schmitt Deschamps]

“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos à realização de nossos propósitos.” [Bezerra de Menezes, que possamos utilizá-la para a união da Fisioterapia. Nilton Petrone]

“Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências juvenis e preparar os homens do futuro.” [D. Pedro II (1825-1891)”]

coluna social | 3º Congresso Internacional de Fisioterapia - Salvador - BA

20 a 23 de maio 2007 Salvador

“A gente aprende a dar valor ao que tem valor.”

[Joana Medeiros em entrevista para Revista Fisio&terapia]

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Crônica | Coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br

Monografia – comprar porque? se tenho capacidade de fazer! por

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Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

“Gente do Céu” a coisa ta realmente feia! Trabalhar é preciso, mas isso tende ao absurdo. Um mercado que se fortaleceu muito nesses últimos anos, PASMEM, foi o mercado da VENDA DE MONOGRAFIAS. Ou seja, venda de idéia, raciocínio, venda do pensar, venda do querer saber. Os caras oferecem de tudo, da monografia de graduação à tese de doutorado. É uma vergonha, no meu pensar. O objetivo do trabalho de conclusão de curso é de “forçar” o aluno a demonstrar, de modo consolidado, o resultado de seu aprendizado ao longo do curso. Naturalmente, cabem discussões acerca do real alcance desse objetivo, ou mesmo se apenas um trabalho final possa ser capaz de cumprir esse papel, mas essa é uma outra discussão. A que se pensar que um mercado é composto de clientes, fornecedores e demanda. Ora, se eles vendem é porque alguém compra! Nós que trabalhamos com ciência, fazemos orientação de alunos de todos os níveis, ficamos surpresos/tristes/decepcionados com as dificuldades apresentadas por alunos que consomem esse tipo de produto. É ser muito lesado! Como um profissional de nível superior não consegue elaborar um trabalho de conclusão de curso, que cá pra nós (dissertações e teses à parte), não tem esse mistério todo. Na nossa área, imagino se esses indivíduos terão condições mínimas de atenderem um paciente. Pedirão alguém para fazê-lo? Será um novo produto a ser lançado – ATENDIMENTO TERCERIZADO POR INCAPACIDADE INTELECTUAL. Perguntei essas coisas pelas Universidades em que trabalho e a fuga é sempre a mesma: É POR FALTA DE TEMPO! Desculpas esfarrapadas deixadas de fora, concluímos que o individuo não tem tempo para pensar!? Loucura, loucura, diria o Luciano Huck, é muito doido mesmo! O indivíduo quer ser um profissional, cuidar da saúde das pessoas, e tem preguiça de pensar?! Pois saiba, que nada nessa vida pode ser feito sem pensar. Pensar é fundamental em tudo na vida! Inclusive, o TCC tem como um de seus objetivos estimular a criação, a reflexão dos futuros profissionais. Afirmo isso porque tenho presenciado diversos casos em que os alunos se comprometem internamente com a realização do trabalho e exuberam de prazer ao final da peleja. É muito gratificante ver um aluno que trabalhou, aprendeu e escreveu, defender seu trabalho diante de uma banca, ou mesmo submetendo seu artigo. Tudo é diferente. Os professores orientadores sabem do que estou falando, pois fica claro quem trabalhou e quem copiou. Reclamamos muito que o País está com dificuldades, mas até nas mínimas coisas há uma isenção de responsabilidades que nos levará ao caos. Imaginem se os pais comecem a fazer os exercícios de casa de seus filhos? Só teríamos notas 10 hoje, e no futuro um contingente enorme de pessoas despreparadas para tudo, conseguindo tirar apenas notas ZERO, na profissão e na vida. Como dizia minha segunda filha, Lahna, quando era muito pequena: Pé tensão! Parem de dar sorte ao azar! “O que será o amanhã, o que vai ser o seu destino?” Depois vai dizer que a Cigana te enganou! Vai chorar na cama, que é lugar quente! Fisioterapeutas do meu Brasil, do mesmo modo que eu digo para não se trocarem por um “DORFLEX”, digo para não comprarem seu PENSAR, pois ele é fundamental para construção da nossa identidade. Tudo contribui para a formação do profissional, cada fase deve ser tratada de modo peculiar. NÃO SE DEPRECIE!!! Quem compra, paga atestado de incapacidade. Continuem mandando seus recados, críticas, comentários e sugestões. Falem conosco, dêem sugestões, mas lembrem-se: mantenham o bom humor! “Se o melhor é possível, o bom já não é o suficiente”. Autor desconhecido

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Pesquisa | mercado de trabalho e satisfação profissional

Fisioterapeutas se manifestam com relação a profissão por

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Eduardo Tavares

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econhecida e regulamentada há mais de 30 anos como uma profissão de nível superior, a área de atuação da fisioterapia aumenta cada vez mais para quem quer seguir a carreira. Hoje é uma área ampla. Profissão em que o reconhecimento do paciente é motivo de orgulho para o profissional que cuidou da sua recuperação. Muitos não sabem que o mercado cresce devido, principalmente, ao aumento de idosos no país. A exemplo de outras ciências, a fisioterapia conquistou domínio científico a partir de sua metodologia própria, afirmando-se, com autonomia, através de métodos e técnicas próprios e distintos dos usados pela medicina física. Com ela (medicina física), a fisioterapia não se confunde, tampouco a compreende. Existem hoje, aproximadamente, 400 cursos de fisioterapia espalhados pelo país, sendo que, a grande maioria, foi aberta nos últimos 5 anos. Estes cursos já formaram mais de 100 mil profissionais e estima-se que 50% destes

profissionais estejam atuando no mercado de trabalho como fisioterapeutas. Mesmos entendendo as reivindicações dos profissionais, estes devem entender que, a fisioterapia é um campo novo de atuação na área da saúde e por isso, necessita de algum tempo para que a profissão ocupe todos os espaços no mercado. Baseado numa recente pesquisa realizada no exterior, a Revista Fisio&terapia, formulou a sua própria pesquisa junto aos fisioterapeutas, a fim de traçar um panorama atual da classe. Enviamos e-mails para apenas 5 mil de nossos assinantes, distribuídos por todos os estados brasileiros, com a seguinte pergunta: “Você é feliz exercendo a profissão de fisioterapeuta?” Computamos 498 respostas até a data do fechamento desta edição e concluímos os resultado abaixo: 76 % afirmaram que são felizes exercendo a profissão. 24 % disseram que estão infelizes.

Os fatores positivos alegados para os que responderam sim, foi, principalmente, a recompensa por poder ajudar as pessoas. Ajudar o paciente a encontrar e eliminar suas dores. Os fatores negativos que levaram os insatisfeitos a responderem “não”, foram vários: Em primeiro lugar, os baixos salários. Seguido pela grande proliferação das faculdades, a exploração do trabalho. Muitos leitores indicaram sugestões que poderiam fazer com que mudassem sua opinião com relação a pesquisa, foram elas: A implantação de uma prova de competência, como a prova de pós-formação da OAB e a reivindicação por um aumento da remuneração por parte dos convênios e planos de saúde. Para a Revista Fisio&terapia foi fundamental tomar conhecimento de como anda a opinião daqueles que fazem nossa publicação e compartilhar este resultado com vocês. Obrigado aos que participaram.

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entrevista | Ana Maria Gomes Soares

A Índia do Vale Tudo por

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Eduardo Tavares

fotos

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Oston Mendes

Os tempos estão mudando e elas também. As mulheres estão independentes, seguras e, principalmente, mais fortes. Os arranhões e puxões de cabelo ficaram para trás. A cada dia, cresce o número de mulheres que vem buscando reconhecimento e experiência nos ringues antes só habitados pelo sexo oposto. Lutar sempre foi coisa de homem? Para Ana Maria Gomes Soares, conhecida como Índia, a resposta é NÃO! Com 28 anos, essa baiana guerreira do Vale Tudo, é disciplinada, determinada, acumula títulos em sua trajetória como lutadora e, acima de tudo, é vaidosa.

“O fato de minha luva ser cor de rosa, não diminui o impacto da pancada” 10 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

ISTA ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREVISTA ENT-

ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREV-


entrevista | Ana Maria Gomes Soares Como foi seu primeiro contato com a luta? Eu fazia Biomedicina em Marília, SP e malhava numa academia que tinha Jiu-Jitsu. Me interessei vendo os movimentos corporais executados pelo professor, eu sabia que poderia fazer aquilo. Comecei a treinar e depois de 1 ano e meio, participei de uma competição, uma lutacasada com uma atleta mais graduada que eu. Ganhei a luta finalizando-a com um arm-lock.

Isso já aconteceu alguma vez? Aconteceu numa boate em São Paulo, estava com algumas amigas, quando me abaixei, um cara me mordeu por trás. Tive que me defender. Ficou ruim pra ele!

Foi o impulso para sua profissionalização? Foi uma sensação maravilhosa. Percebi que queria sentir aquela adrenalina para o resto da vida. Tranquei a faculdade, pois sabia que com 22 anos, havia começado tarde a lutar. Procurei acelerar o processo buscando o profissionalismo.

Música? Reggae e Maracatu.

E as dificuldades iniciais? Treinei até os 5 anos de gravidez. Quando minha filha Rayra (Guerreira em Tupi Guarany) estava com apenas 4 meses, eu já havia participado do campeonato baiano de jiu-jitsu. Venci as 5 lutas e ganhei o campeonato. Nesta época, mudei para Salvador para treinar forte. Hoje, Rayra está com 4 anos de idade.

Um sonho? Competir até meus 35 anos.

Como foi seu ingresso no vale-tudo? Assistindo a um evento do campeão Minotauro, realizado na Bahia, e observando alguns amigos treinando para o vale-tudo, decidi embarcar na modalidade. Comecei a treinar Box, Jiu-jitsu, Luta livre, Wrestling e Muay Thai. Quando me senti preparada, vim para o Rio treinar na BTT (Brazilian Top Team) com meus professores, os campeões José Mario Sperry e Murilo Bustamante. Depois de 1 ano aqui no Rio, o Minotauro me deu a oportunidade de participar do Minotauro Fight, em Salvador. Venci minha luta aos 45 segundos. Sentia algum preconceito? Quando entrava na academia, percebia olhares diferentes dos homens, “o que ela está fazendo aqui?”, mas quando saia, o olhar havia mudado, rolava o respeito pelo meu profissionalismo. Como aconteceu sua atual lesão? Estava me preparando para fazer um vale-tudo no Japão, em 22 de dezembro. Durante o Submission realizado em Botafogo, aqui no Rio, rompi o ligamento do joelho direito, LCA (Ligamento Cruzado Anterior). Tive que me submeter a uma cirurgia, que por sinal, foi um sucesso, com Dr. Cláudio Grossi, que já operou vários atletas. Como tem sido o tratamento fisioterapêutico? Estou com 3 meses e meio de recuperação, fazendo Hidro, Eletro e fortalecimento. Toda parte de hidro, faço com o Dr. José Carlos Brandão, fisioterapeuta responsável pela AABB Rio e o Clube do Caiçaras. E as sessões? A piscina, comecei com 3 semanas do pós-operatório, na época, eu não conseguia sequer pisar no chão. Faço a hidro, 3 vezes por semana e nado com pé de pato, 2.000 metros, outras 3 vezes para fortalecer o ligamento. Sempre respeitando um cronograma.

Um hobby? Gosto de dançar.

Sua meta? Lutar o mundial da Califórnia, em agosto.

Uma mensagem para nossos leitores? Para esforço, compromisso e dedicação, não existe meio termo.

Títulos Campeã norte-nordeste na categoria absoluto pela BTT (Brazilian Top Team) da Bahia. Campeã norte-nordeste na categoria absoluto. Campeã baiana 5 vezes no peso e 4 vezes no absoluto. Campeã sergipana 2 vezes. Vice-campeã brasileira de jiu-jitsu. Duas vezes 3ª lugar na Copa do Mundo de jiu-jitsu, em Salvador e no Rio de Janeiro.

“Não existe nada que o homem faça que eu não possa fazer ...

Qual a importância da fisioterapia na piscina? Para mim tem sido fundamental, pois auxilia na parte de oxigenação muscular. Tive uma grande atrofia na perna direita, uns 4 cm. Você tem preocupação com sua estética? Não sou fresca, mas sou vaidosa.

...no tatame”

Até que ponto o assédio te incomoda? Tenho um problema espacial. Não gosto quando um homem invade meu espaço, ou me toca sem autorização. www.novafisio.com.br • ed. 56|2007 • 11


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entrevista | Ana Maria Gomes Soares

Dr. José Carlos Bessa.

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HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA

AVALIAÇÃO

A história da hidroterapia como modalidade de fisioterapia data de milhares de anos, contam registros de 2.400 (a.C.) sugerindo a Cultura Proto-India que usava a água em instalações higiênicas (profilaxia), Egípcios, Assírios e Muçulmanos, fontes minerais (curativos). Os Hindus 1500 a.C. combatiam a febre. Já os Japoneses, Chineses, Gregos e Romanos faziam banhos (termais) donde surgiu os SPAS (spargére, significa água que brotam), passando por cultos religiosos, com seus banhos de purificação e batismos até hoje. Temos técnicas e pesquisas dando um aval científico ao tratamento empregado.

A atleta Ana Maria “Índia” foi encaminhada para a hidrocinésioterapia com 3 semanas de pós-operatório de ligamentoplastia do LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR do MID, lesão esta produzida após longos períodos de treinamentos exaustivos, agravada por um movimento de passagem de guarda durante uma luta de submission, ocorrendo à ruptura ligamentar total. Apresentando os sinais característicos: hipotonia, hipotrofia de MID, edema frio, rigidez articular, elevação do quadril D. e encurtamentos musculares devido ao uso de órteses, pois a mesma não podia colocar o pé direito no chão por um período de 1 mês.

OBJETIVOS E METAS Na fase inicial, objetiva-se a diminuição da dor, normalização dos padrões de movimento e o início de atividades de mobilidade. Na fase intermediária, incluem o aumento da amplitude de mobilidade para amplitude completa sem dor e o aumento da capacidade dos músculos de produzir torque. Já na fase avançada, prepara-se o paciente para retornar ao nível precedente da atividade.

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TERAPÊUTICA O tratamento de hidrocinésioterapia consistiu inicialmente na dissensibilização através de estímulos cutâneos que ocorrem ao primeiro contato com a água. Quando o corpo imerge gradualmente, a água é deslocada criando a força de flutuação. Isso retira a carga das articulações imersas progressivamente. Com a imersão até o apêndice esternal se consegue uma redução de até 67,5% de massa corporal que é equivalente a diminuir aproximadamente, 7,5kg de força compressiva exercida sobre a


entrevista | Ana Maria Gomes Soares

EVISTA ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREVISTA ENTREV coluna, quadril e joelhos. Sendo assim, esse efeito pode ser de grande utilidade terapêutica, permitindo intervenção reabilitadora quando temos que suprimir carga gravitacional sobre estas articulações. Então, ao colocá-la na água, obteremos diminuição do edema devido ao retorno venoso que aumenta decorrente da pressão hidrostática que produz vasoconstricção periférica, diminuição de carga e facilitação para executar os exercícios de Abdução, Adução, extensão e flexão de quadril. Estando limitado a carga sobre o membro operado, usamos flutuadores visando facilitar os exs. exigidos. Já na 2ª fase, trabalhamos propriocepção de MsIs e endireitamento de tronco e cabeça, alongamento de MsIs, treinos de marcha em todos os sentidos, técnicas de Halliwick (equilíbrio) e técnicas de natação com uso de nadadeiras de natação aumentando a capacidade aeróbica. Exercícios em decúbito dorsal: suaves batidas de costas, decúbito lateral alternado, ora direita ora esquerda com o braço do lado respectivo estendido. Na posição sentada exercícios de abdução e adução. Na posição ortostática treino de marcha do esquiador, com os joelhos estendidos. Na fase atual é um conjunto de técnicas e séries de Halliwick e

Bad-Ragaz (isometria e isotonia com intensidades variadas em diversos sentidos e grupos musculares, altamente extenuantes para o paciente e para o terapeuta), exercícios com carga, extensores e também relaxamento. DESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO DA FOTO 2 Neste exercício, usou-se a técnica de Bad-Ragaz. Ao comando, o paciente faz dorsi-flexão no pé direito com elevação de MID e concomitantemente extensão do pé esquerdo com extensão de MIE, mantendo estabilização do quadril com rotação interna de ambos os MMII, neste momento, o terapeuta faz rotação para o lado direito obtendo como resistência o lastro da água, podendo ser feito também com a flexão do joelho direito. Trabalham-se os dois dimídios. Dr. Josè Carlos Bessa Brandão CREFITO 7288 Sócio da AZ Eventos Desportivos e Reabilitação Física ME. Fisioterapeuta responsável na AABB-RIO e CLUBE DOS CAIÇARAS Site: www.azeventos.net

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artigo | cinesioterapia, fortalecimento muscular, assoalho pélvico feminino, IU

Cinesioterapia no fortalecimento muscular do assoalho pélvico feminino por

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Juliana Nolasco, Letícia Martins, Marcela Berquo, Renato Alves Sandoval

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assoalho pélvico é um conjunto de partes moles que fecham a pelve, sendo formado por músculos, ligamentos e fáscias. Suas funções são de sustentar e suspender os órgãos pélvicos e abdominais, mantendo as continências urinária e fecal. Os músculos do assoalho pélvico também participam da função sexual e distendem-se em sua porção máxima na passagem do produto conceptual (OLIVEIRA & LOPES, 2006). Atualmente, entende-se como assoalho pélvico todo o conjunto de estruturas que dá suporte às vísceras abdominais e pélvicas (SAMPAIO et al., 1999). O assoalho pélvico consiste dos músculos coccígeos e elevadores do ânus, que conjuntamente são chamados de diafragma pélvico, que é atravessado à frente pela vagina e uretra e ao centro pelo canal anal (FREITAS et al., 2002). Os músculos levantador do ânus se divide em pubococcígeo, ileococcígeo e puborretal, os músculos bulbocavernoso, transverso superficial do períneo e o isquiocavernoso compõem o diafragma urogenital, e também a fascia endopélvica que é composta pelos ligamentos pubo-vesical, redondo do útero, uterossacro e ligamento cervical transverso e são importantes para manter a estruturas pélvicas em suas posições normais (MOORE, 1998; ZANATTA & FRARE, 2003; OLIVEIRA & LOPES, 2006). A musculatura estriada do assoalho pélvico, juntamente com a fáscia endopélvica, exerce papel fundamental no suporte dos órgãos pélvicos e na manutenção da continência urinária (RIBEIRO & ROSSI, 2000). Os músculos do assoalho pélvico são constituídos de 70% de fibras do tipo I (fibras de contração lenta) e 30% de fibras do tipo II (fibras de contração rápida). Assim as fibras do tipo I são responsáveis pela ação antigravitacional dos músculos do assoalho pélvico, mantendo o tônus constante e também na manutenção da continência no repouso. E as do tipo II são recrutadas durante aumento súbito da pressão abdominal contribuindo assim para o aumento da pressão de fechamento uretral (CAMARRÃO et al., 2003; ZANATTA & FRARE, 2003; OLIVEIRA & LOPES, 2006). A bexiga urinária está localizada posteriormente à sínfise púbica e anteriormente ao reto, e nas mulheres está em contato com o útero e a vagina. A bexiga é um órgão pélvico muscular côncavo que possui quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e serosa (adventícia). A mucosa é composta de epitélio, que diminui em espessura quando a bexiga enche-se e as células são distendidas. A camada submucosa serve para dar suporte à mucosa. A parte muscular é constituída por 14 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

um músculo liso denominado detrusor, e a camada serosa (externa) é constituída de gordura e tecido conjuntivo, e aparece apenas na face superior da bexiga. (GRAAF, 1992). A uretra feminina apresenta em média quatro centímetros de comprimento e também é composta por fibras musculares lisas (esfíncter interno) e estriadas (esfíncter externo). As fibras lisas têm pouca variedade de contração espasmódica, possibilitando que se mantenha uma pressão de fechamento e, assim, a continência urinária por período prolongado sem fadiga, e as fibras estriadas está sob o controle voluntário do sistema nervoso e pode ser usado para impedir conscientemente a micção, mesmo quando controles involuntários estão tentando esvaziar a bexiga (GUYTON & HALL, 2002; ZANATTA & FRARE, 2003; OLIVEIRA & LOPES, 2006). A submucosa constituída de tecido conjuntivo frouxo misturado com feixes de fibras musculares lisas é um elaborado plexo vascular, cria um efeito vital para o mecanismo de continência (OLIVEIRA & LOPES, 2006). Sob o ponto de vista funcional, a integridade da camada de músculo liso circundante mantém esse mecanismo, direcionando as pressões submucosas de expansão para dentro, em direção à mucosa. A integridade do músculo liso e do tecido esponjoso vascular da uretra fornece uma importante contribuição para o mecanismo de fechamento, possuindo, portanto, grande importância para a continência urinária passiva normal. As fibras de músculo estriado, extrínsecas à uretra no nível do diafragma urogenital, fornecem atividade esfincteriana reflexa e voluntária, contribuindo principalmente para a continência ativa (WEI et al., 1999). Quando os músculos são mais requisitados do que o normal, eles são forçados a um trabalho extra para superar uma resistência ou carga. Este trabalho conduz a um aumento de força, pois o músculo se contrai e a síntese de proteínas musculares é estimulada. Após um período de descanso e recuperação, novas proteínas são construídas tornando as fibras musculares maiores em diâmetro e força (BRINCK & NERY, 2006). A força muscular é a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento e em uma determinada velocidade. O termo treinamento de força tem sido usado para descrever um tipo de exercício que requer que os músculos se movam (ou tentem se mover) (FLECK et al., 1999). O grau de benefício que um programa de treinamento de força pode transferir para o desempenho de um exercício e está muito re-

lacionado ao treinamento de potência muscular e este está em função da velocidade de execução de movimento e da força desenvolvida pelo músculo, caracterizando assim a definição de potência como sendo a velocidade em que se desempenha o trabalho, sendo esta altamente dependente da força (SIMÃO, 2001). Muitos são os trabalhos que evidenciam a importância da força e potência muscular. Os treinamentos destas variáveis têm-se demonstrado efetivos na melhoria de várias capacidades físicas, bem como o aumento da massa muscular (SIMÃO, 2001). Então esses treinamentos visam à melhora na coordenação muscular e na flexibilidade o que garantirá menor risco de lesão (JUNQUEIRA ET AL., 2004). E esses ganhos de força ocorrem devido à capacidade dos músculos de desenvolverem tensão e do sistema nervoso de ativá-los, o que desencadeará um maior recrutamento de unidades motoras (MARCHAND, 2004). O diâmetro do músculo corresponde ao volume da fibra e são através de exercícios elaborados especificamente para desenvolver força que o tamanho dessas fibras musculares esqueléticas pode ser aumentado. Isso é chamado de hipertrofia (KISNER & COLBY, 2002; LEITE et al., 2004). Todos os exercícios de fortalecimento promovem: hipertrofia devido ao aumento no tamanho das fibras musculares, que acontece por aumento na síntese protéica e diminuição da degradação de proteínas, fenômeno que leva de seis a oito semanas para ocorrer; maior eficiência de recrutamento de fibras musculares pelos mecanismos de neurofacilitação (ou aprendizado motor); aumento da capacidade oxidativa e volume das mitocôndrias; aumento da densidade óssea, do conteúdo mineral ósseo e de hidroxiprolina; alterações nas células do corno anterior da medula espinhal e aumento da resistência de tendões e ligamentos (MACHADO, 2005). Como as fibras do tipo I (que representa 70% da musculatura do assoalho pélvico) são responsáveis pela ação antigravitacional dos músculos do assoalho pélvico e as do tipo II (que representa os restantes 30%) são recrutadas durante aumento súbito da pressão abdominal contribuindo assim para o aumento da pressão de fechamento uretral, os exercícios que trabalham com essa musculatura podem melhorar sua função e essa sustentação do fortalecimento muscular se deve à mudança funcional das fibras musculares (CAMARRÃO et al., 2003). A força muscular é então adquirida através da prática de exercícios específicos para o assoalho pélvico baseados no preceito de que


artigo | cinesioterapia, fortalecimento muscular, IU os movimentos voluntários repetidos proporcionam aumento da força muscular e seus efeitos benéficos incluem desenvolvimento, melhora, restauração ou manutenção da força, da resistência, da mobilidade, da flexibilidade, do relaxamento, da coordenação e da habilidade através dos movimentos (RUBINSTEIN, 2001; HILBERATH, 2006). O fisioterapeuta tem sido um membro importante da equipe de obstetrícia durante anos, na verdade, desde 1912. Assim a terapeuta Mennie Randall junto com o obstetra J. S. Fairbairn no Hospital St. Thomas desenvolveram interesses especiais no tratamento da gravidez, parto e puerpério. Mais tarde o campo de interesse estendeu-se a casos ginecológicos (POLDEN & MANTLE, 2000). Por volta dos anos 50, Arnold Kegel, médico ginecologista, foi o primeiro a introduzir o treinamento da musculatura do assoalho pélvico feminino para tratar a incontinência urinária. Em seu primeiro estudo ele obteve 84% de cura de mulheres com incontinência urinária, onde o protocolo incluía palpação vaginal e observação clínica da contração voluntária da musculatura do assoalho pélvico e o uso do biofeedback para mensurar a pressão vaginal durante os exercícios. Hoje existe uma variedade de aparelhos de biofeedback usados na prática clínica para ajudar no treinamento da musculatura do assoalho pélvico feminino (MORKVED et al., 2002). A cinesioterapia é então, uma terapia através dos movimentos, onde estes são utilizados como forma de tratamento, tendo como base de que os movimentos voluntários repetidos proporcionam o aumento da força muscular, uma resistência à fadiga, melhorando a mobilidade, a flexibilidade e a coordenação muscular (AMARO & GAMEIRO, 2001). E baseado neste preceito das contrações repetidas, esses exercícios têm sido indicados em alguns casos de incontinência urinária, devido ao aumento do tônus das fibras musculares lentas ou tipo I (que constituem 70% e que promovam sustentação e resistência na contração muscular) e das fibras musculares rápidas ou tipo II (os 30% restantes, que promovem contrações fortes e breves) (LAYCOCK, 1994; BERNARDES et al., 2000; CAMARRÃO et al., 2003). Mas com o passar do tempo os exercícios para o assoalho pélvico foi sendo esquecida (MORENO, 2004). A partir daí as cirurgias foram a melhor opção para o tratamento de incontinência urinária, porém às recidivas foram aparecendo com freqüência submetendo assim as pacientes as mesmas condições iniciais de perda urinária, ou até mesmo a piora do prognóstico (SOUZA, 2002). Até que no ano de 1992, a Sociedade Internacional de Continência validou cientificamente as técnicas de reabilitação do assoalho pélvico para tratamento de distúrbios perineais, e como conseqüência o reconhecimento e a valorização foram crescendo cada vez mais (MORENO, 2004). A atuação do fisioterapeuta na reeducação perineal do assoalho pélvico, tem como finalidade melhorar a força de contração das fibras musculares, promover a reeducação ab-

dominal e um rearranjo estático lombopélvico através de exercícios, aparelhos e técnicas. Assim estes poderão ajudar a fortalecer os músculos necessários para manter a continência urinária (SOUZA, 2002). A reeducação da musculatura do assoalho pélvico torna-se imperativo no programa de exercícios atribuídos para pacientes vindos sob forma preventiva ou até mesmo curativa da patologia, além de melhorar a função sexual. Porém, os melhores resultados do tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária são obtidos nos casos leve ou moderado (MORENO et al., 2004). A cinesioterapia do assoalho pélvico compreende basicamente na realização dos exercícios de Kegel que objetiva trabalhar a musculatura perineal para o tratamento da hipotonia do assoalho pélvico (SANTOS, 2004). Mas estudos mostram que 30% das mulheres não conseguem exercitar corretamente a musculatura do assoalho pélvico, então se preconizou que os músculos abdominais, glúteos e adutores, devem ficar em repouso ou em tensão constante na tentativa de evitar a contração conjunta (PRADO et al., 2003). Segundo Santos (2004), afirmou que a maioria das mulheres são incapazes de realizar uma contração somente pela simples instrução verbal, por isso é importante um controle palpatório intravaginal e a presença de um fisioterapeuta. E Grosse & Sengler (2002), afirmam que a informação e a conscientização representam uma fase essencial na reeducação. Segundo Moreno (2004), a contração correta dos músculos do assoalho pélvico, principalmente os elevadores do ânus, tem sido muito eficaz no tratamento de incontinência urinária, apresentando melhora no controle esfincteriano, no aumento do recrutamento das fibras musculares tipo I e II, no estímulo da funcio nalidade inconsciente de contração simultânea do diafragma pélvico aumentando assim o suporte das estruturas pélvicas e abdominais prevenindo futuras distopias genitais. De acordo com Géo & Lima (2001), Souza (2002), a cinesioterapia para o assoalho pélvico é isenta de efeitos colaterais e morbidade, ao contrário das cirurgias. Por isso, hoje o tratamento fisioterapêutico está sendo cada vez mais utilizado devido ao seu resultado positivo no tratamento da incontinência urinária feminina, porém depende de uma boa avaliação do paciente e da escolha da técnica e parâmetro de tratamento para cada tipo de patologia que será tratada. Existem várias formas de aplicação da cinesioterapia para o tratamento da incontinência urinária feminina, dentre eles o trabalho com a bola suíça. A bola suíça é um instrumento utilizado para o retreinamento dos músculos enfraquecidos como a hipotonia dos músculos do assoalho pélvico. Os exercícios são funcionais e podem ser realizados de várias maneiras, pois a bola suíça é considerada como um instrumento indispensável e intermediário ideal para os movimentos no treino dessa musculatura (CARRIÉRE & TRANZBERGER, 1999). www.novafisio.com.br • ed. 56|2007 • 15


artigo | cinesioterapia, fortalecimento muscular, assoalho pélvico feminino, IU Outro método utilizado seria os cones vaginais que foram conceituados por Plevnik, em 1985, para a tonificação da musculatura perineal (GROSSE & SENGLER, 2002; MORENO & SANTOS, 2004). Os cones são pequenas cápsulas de pesos diferentes, de uso individual, que se introduz na vagina para fornecer resistência e feedback sensorial nos músculos do assoalho pélvico à medida que eles se contraem (SIZINO et al., 2003; MORENO, 2004; SANTOS, 2004). Os exercícios realizados com os cones são os de Kegel, trabalhando assim contrações perineais. São encontrados de forma e tamanho iguais, porém de pesos diferentes que variam de 25g a 75g (MORENO, 2004). Quando o cone de peso adequado é inserido na vagina, ele tende a deslizar causando uma sensação de perda que irá proporcionar um biofeedback tátil e cinestésico, fazendo com que o assoalho pélvico se contraia de forma reflexa na tentativa de retê-lo (SOUZA, 2002). De acordo com Moreno (2004) e Santos (2004), o uso de cones vaginais além de aumentar força muscular torna a atividade fisiológica do assoalho pélvico mais coordenada com contrações, aumentando assim o recrutamento de unidades motoras, tanto do tipo I quanto do tipo II. As indicações para este tratamento são: IU de esforço, urge-incontinência, assoalho pélvico fraco, pós-parto, disfunção sexual, pouca propriocepção pélvica e incoordenação da contração pélvica. As contra-indicações são: presença de infecções no trato-urogenital, durante a menstruação, paciente com distúrbio psiquiátrico, durante ou imediatamente após relação sexual, gravidez, retenção/obstrução urinária. Já o biofeedback descrito por Kegel em 1948 é essencialmente toda e qualquer abordagem que o fisioterapeuta utiliza para conscientizar um paciente de seu corpo e suas funções, sejam estímulos táteis, visuais, auditivos ou elétricos (perineômetro, toque digital ou cones vaginais). Então é um aparelho que mensura, avalia e trata as disfunções neuromusculares, sendo eficiente na avaliação dos músculos do assoalho pélvico por monitorar o tônus em repouso, a força, a sustentação e outros padrões de atividade, mostrando-se efetivo na orientação da paciente a melhorar as contrações voluntárias dessa musculatura, favorecendo também o treino do relaxamento (MORENO, 2004). Enfim, a cinesioterapia para o assoalho pélvico compreende exercícios para a normalização do tônus muscular, sendo empregada tanto para o fortalecimento de áreas hipotônicas como para o relaxamento de áreas hipertônicas (GROSSE & SENGLER, 2002; MORENO, 2004). MÉTODOS Esta pesquisa é uma revisão da literatura baseada na busca de livros e artigos nacionais e internacionais, datados de 1985 a 2006, nos idiomas português, espanhol e inglês. Realizou-se ainda levantamento junto a sites de busca na área da saúde como: Medline, Pubmed, Scielo, Lilacs e Biblioteca Cochrane. Os descritores 16 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

adotados foram: cinesioterapia, fortalecimento muscular, assoalho pélvico feminino, incontinência urinária. Os descritores adotados em espanhol foram: ejercicios, fuerza muscular, diafragma pélvico, incontinência urinaria. Os descritores adotados em inglês foram: Kinesitherapy, muscle strengthening, pelvic floor female, urinary incontinence. DISCUSSÃO No levantamento literário pôde-se observar que a cinesioterapia para o assoalho pélvico de acordo com o médico ginecologista Arnold Kegel, em 1948, é um importante recurso utilizado pela fisioterapia uroginecológica para acelerar os processos de recuperação, evidenciando resultados positivos quanto ao restabelecimento de força. Os critérios adotados por grande parte dos estudiosos, para considerar uma resposta positiva sobre os efeitos da cinesioterapia do assoalho pélvico para ganho de força muscular e conseqüentemente um tratamento eficaz para incontinência urinária, foram baseados nos trabalhos desenvolvidos por Kegel, em 1948. Seus relatos e eficácia do tratamento contribuíram para que pesquisadores de todo o mundo passassem a utilizar as técnicas de cinesioterapia para fortalecer a musculatura pélvica de mulheres que desencadeassem incontinência urinária de esforço (MORKVED & BO, 1996). De acordo com Sengler & Grosse (2002), a reeducação do períneo agrupa diferentes técnicas de cinesioterapia aplicada com objetivo de melhorar a qualidade e o controle da musculatura estriada do diafragma pélvico. Mas Bernardes et al. (2000), a cinesioterapia é um tratamento efetivo, desde que a motivação da paciente também seja trabalhada para assim promover a melhora ou cura da incontinência urinária por até mais de cinco anos. Segundo Oliveira et al. (2004) as fases da cinesioterapia do músculo do assoalho pélvico seguem a seqüência de aumento do músculo levantador do ânus, conscientização e isolamento dos músculos agonistas e antagonistas, aumento da força muscular e da ação reflexa dos músculos do assoalho pélvico durante as atividades de vida diárias. Assim concluiu que é fundamental que todas as mulheres tenham consciência da musculatura do assoalho pélvico e mesmo sem sintomas clínicos de incontinência urinária elas deveriam se submeter a cinesioterapia destes músculos diariamente. Bernardes et al. (2000) realizaram um estudo comparativo entre cinesioterapia e eletroestimulação endovaginal para o tratamento da incontinência urinária de esforço genuína, concluindo que 71,4% das pacientes ficaram sem sintomas e 28,6% com perda leve de urina no grupo de cinesioterapia. Já no grupo de eletroestimulação 28,6% das pacientes ficaram sem sintomas, 57,1% com perda leve e 14,3% com perda moderada de urina. Concluíram então que tanto a cinesioterapia quanto a eletroestimulação endovaginal se mostraram efetivas no tratamento da incontinência urinária de

esforço genuína, porém, a cinesioterapia para reforço perineal apresentou uma tendência para ser o tratamento de escolha. Burgio et al. (1985) em seu estudo compararam a efetividade dos exercícios da musculatura pélvica usando o feedback verbal e o aparelho de biofeedback em pacientes com incontinência urinária e em seus achados encontraram que o grupo com biofeedback teve 76% de redução de incontinência urinária e o grupo de feedback verbal teve redução de 50%, concluindo a eficácia dos exercícios da musculatura pélvica utilizando os dois métodos. Zacchi et al. (2001) fizeram um estudo com o objetivo de comprovar a eficácia da cinesioterapia na restauração da musculatura perineal de mulheres, sem distinção de faixa etária, com incontinência urinária de esforço. O período de tratamento foi de três meses, onde foram realizados 150 contrações perineais por sessão. Este estudo concluiu que a cinesioterapia é sim eficaz na recuperação do tônus muscular e força que estavam diminuídas. Mas apesar dos resultados indicarem ganhos satisfatórios de força e diminuição ou até a ausência da perda de urina, um tempo maior de treinamento poderia demonstrar resultados mais satisfatórios. Fergusan et al. (1990) mostraram a relação entre o crescimento significante na força muscular e a queda da incontinência urinária utilizando um programa de treinamento de 6 semanas. No final do primeiro ano somente 50% do todo continuaram os exercícios e 25% mostraram melhora significante da perda urinária. Wells et al. (1990) realizaram uma pesquisa de revisão bibliográfica procurando por estudos de exercícios de cinesioterapia da musculatura do assoalho pélvico utilizados para pacientes com incontinência urinária de esforço. O levantamento abrangeu 22 estudos, de 1952 a 1990, onde foram ressaltados e citados alguns estudos. Harrison (1979) apud Wells et al. (1990), estudou um grupo único com 212 mulheres pósmenopausadas com incontinência urinária, realizando exercícios de 4 contrações perineais mantendo 4 segundos cada, a cada 1 hora. Resultou-se em 93% de cura ou melhora e 7% de fracasso. Heendrickson (1981) apud Wells et al. (1990), separou um grupo único com 15 mulheres, de 40 a 60 anos, com incontinência urinária, realizando progressão de até 60 contrações por dia durante 20 segundos cada, resultando em 89% de melhora significativa. Mohr et al (1983) apud Wells et al. (1990), em grupo único com amostra de 46 mulheres, de 42 a 92 anos, com incontinência urinária e com uso diário de estrógeno, realizaram 53 minutos por dia de cinesioterapia, sendo 10 minutos a cada 3 ou 4 horas, resultando em 96% de alívio dos sintomas. Shephered et al. (1983) apud Wells et al. (1990), separou em seu estudo dois grupos randomizados de 22 mulheres de 23 a 67 anos com incontinência urinária. O primeiro grupo foi


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artigo | cinesioterapia, fortalecimento muscular, assoalho pélvico feminino, IU submetido somente a exercícios e o segundo utilizou-se dispositivos de resistência mensurando o resultado com o diário miccional e com o perineômetro. Houve 55% de cura ou melhora da incontinência urinária de esforço no grupo de exercícios e 91% de melhora ou cura no grupo de exercícios com dispositivo de resistência. Casiledden et al. (1984) apud Wells et al. (1990), com uma seqüência randomizada de 19 mulheres de 23 a 85 anos com incontinência urinária, aplicaram 80 vezes os exercícios por dia com ou sem dispositivo de resistência, obtendo 94% de cura ou melhora dos sintomas sem diferença significante para o uso de dispositivo. Burgio et al. (1985) apud Wells et al. (1990), com grupo único de 19 mulheres na faixa etária de 65 a 86 anos realizou 50 exercícios por dia com contrações de 10 segundos cada, utilizando biofeedback. Obtiveram então redução de 82% em média da freqüência incontinência urinária. Burgio et al. (1986) apud Wells et al. (1990), dividiu dois grupos randomizado de 24 mulheres na faixa etária de 29 a 64 anos com incontinência urinária. Utilizaram instrumento de biofeedback e feedback verbal, onde obtiveram 76% de melhora dos sintomas urinários com aparelho de biofeedback e 51% com feedback verbal. Henderson et al. (1987) apud Wells et al. (1990), dividiu dois grupos de faixas etárias diferentes e realizou exercícios de 100 contrações de 10 segundos, resultando em 80% de cura de incontinência urinária em jovens e 67% de cura em idosas. Benvenutri et al. (1987) apud Wells et al. (1990), em um grupo único de 26 mulheres com incontinência urinária, realizou 120 contrações diariamente, intercalando 10 contrações mantidas de 5 a 30 segundos, resultando em 32% de cura. Neste levantamento bibliográfico então Wells et al. (1990) concluíram que os resultados são limitados. Observaram, entretanto que os exercícios da musculatura do assoalho pélvico são seguros e por esta razão foram considerados como tratamento apropriado para incontinência urinária de esforço. Porém encontraram muitas falhas, pois poucos estudos relataram os detalhes técnicos utilizados, como o nível e a intensidade que precisam ter os exercícios para obter resultados positivos e quais fatores os influenciariam. Além disso, não definiram se o sucesso do tratamento varia de acordo com diferentes graus de severidade. Muitos estudos ainda preconizam a importância e eficácia da cinesioterapia durante a gestação. Moreno (2004) diz que a cinesioterapia é um recurso fisioterapêutico mais indicado para gestantes, pois é um método que não possui contra-indicação, além de ser de baixo custo e fácil aplicabilidade. Morkved & Bo (1996) estudaram o efeito do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico após o parto em 132 mulheres, resultando assim no aumento da força desta musculatura mostrando a importância da 18 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

motivação e acompanhamento efetivo do fisioterapeuta para o fortalecimento do assoalho pélvico. Sampselle et al. (1998) avaliaram os efeitos dos exercícios da musculatura do assoalho pélvico nos sintomas de incontinência urinária e da força desta musculatura em primigestas durante e após o parto. Concluíram que a prática da cinesioterapia resultou em redução dos sintomas de incontinência urinária no final da gestação e após o parto, além de uma recuperação muscular perivaginal com maior rapidez. CONSIDERAÇÕES Ao término deste estudo pode-se concluir que a cinesioterapia do assoalho pélvico feminino já se tornou um importante complemento para inúmeros programas de tratamentos utilizados na fisioterapia uroginecológica. Percebe-se o quanto o uso da cinesioterapia do assoalho pélvico, utilizado durante as diferentes fases da reabilitação, ainda é relativamente polêmico. As divergências quanto à efetividade na aplicação de um protocolo cinesioterápico no fortalecimento de músculos saudáveis são bem maiores quanto aquelas encontradas em músculos acometidos por lesão e/ou fraqueza. A difícil determinação quanto a sua efetividade faz-se também, pela metodologia falha apresentada por muitos dos artigos pesquisados, devido a não especificação das técnicas utilizadas, dentre elas, a intensidade e nível dos exercícios utilizados para a obtenção de resultados positivos de acordo com o grau de cada tipo de patologia. Muitos autores sugerem que a prática da cinesioterapia possa favorecer o prognóstico de lesões e patologias que acometem o assoalho pélvico, por promover aumento da força muscular. Porém, pouco se sabe quanto à eficácia da cinesioterapia somente como medida preventiva durante o decorrer do desenvolvimento feminino. Porém, mesmo mediante a todas as metodologias falhas, conclui-se que a prática dos exercícios fisioterápicos para reeducação e fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico se tornam essenciais para toda a vida, podendo ser aplicado sozinho ou em conjunto com técnicas de eletroestimulação e biofeedback, compondo um programa completo de tratamento, treinamento e reabilitação. REFERÊNCIAS AMARO, J. L., GAMEIRO, M. O. O. Incontinência Urinária: tratamento não cirúrgico e cinesioterapia. v l1. Belo Horizonte: Atheneu, 2001. BERNARDES, N. O. et al. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. v 22, n 1; Rio de Janeiro, jan/fev 2000. BERNARDES, N. et al. Métodos de Tratamento Utilizados na Incontinência Urinária de Esforço Genuína: Um Estudo Comparativo entre Cinesioterapia e Eletroestimulação Endovaginal. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 22(1); 281-90, 2000. BRINCK, NB. NERY, TP. O treinamento de potência muscular em membros inferiores e a pos-

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artigo | Fisioterapia, crochetagem, grande dorsal, flexão do ombro

A importância da Crochetagem sobre o músculo grande dorsal na recuperação da limitação da flexão do ombro por

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Henrique Baumgarth, Paulo Henrique Moraes, Isis Maia

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músculo latíssimo do dorso é o músculo do corpo humano que apresenta maior área, ele se localiza imediatamente sob a pele do dorso, moldando os seus contornos na pessoa bem treinada. Trata-se de uma placa muscular de apenas 5 cm de espessura que se transforma em um feixe muscular de até 3 cm de espessura, ao longo do seu trajeto em direção ao úmero. O músculo latíssimo do dorso origina-se através de uma placa larga e forte, a aponeurose toracolombar, nos processos espinhosos das últimas 6 vértebras torácicas e das vértebras lombares e sacrais, assim como das três ou quatro últimas costelas; sua parte cranial encontra-se parcialmente encoberta pelo músculo trapézio. Tornandose mais estreito e fixando o ângulo inferior da escápula à parede do tórax, o músculo latíssimo do dorso executa mais uma volta fechada em torno do músculo redondo maior para se inserir por meio de um tendão chato na crista do tubérculo menor do úmero. Como no caso do músculo peitoral maior, suas fibras se cruzam antes de se inserir no úmero. Inervação: Nervo toracodorsal, C6 à C8. Função: Junto com o músculo redondo maior, o músculo latíssimo do dorso fecha a fossa axilar posteriormente, formando a prega axilar posterior. A contração de suas fibras abaixa o braço erguido trazendo-o para trás com o movimento vigoroso de rotação medial. Esta combinação de adução, retroversão e rotação medial também fazem parte do movimento que precede os exercícios de arremesso. O músculo peitoral maior é capaz de responder com força máxima depois do alongamento ao extremo; observa-se o mesmo com o músculo latíssimo do dorso, cujas fibras se apresentam relativo ao encurtamento quando o braço se encontra suspenso. Por isso, este músculo é capaz de produzir melhor rendimento quando precedido de um movimento plano, quando executamos um golpe com o martelo ou com o machado, movimento este realizado com a ajuda das porções média e inferior do músculo peitoral maior. Estando os braços apoiados, o músculo latíssimo do dorso direito e esquerdo, sustentam o tronco (apoio sobre a barra, apoio cruzado nas argolas). Levantando as últimas costelas, este músculo funciona como auxiliar da expiração (músculo da tosse). Quando a coluna está como ponto fixo, o grande dorsal inclina lateralmente para o mesmo lado e gira para o mesmo lado, visto muito em pacientes hemiplégicos. O músculo latíssimo do dorso constitui um bom exemplo de inversão da função muscular e da manifestação de uma nova função. Conforme vimos acima, este músculo trás o braço pendente em sentido posterior e coloca simultaneamente em discreta rotação medial; mas assim que a 20 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

mão encosta no corpo, o movimento rotatório produzido por este músculo se inverte quando o cotovelo se encontra fletido: o braço é colocado em rotação medial e o cotovelo entra em extensão sob o efeito em cadeia do esqueleto. O fechamento de uma cadeia de elos é capaz de inverter o efeito de um músculo, transformando-o em seu oposto”. A restrição da face do grande dorsal provoca no braço uma exagerada posição de rotação medial incrementando, desta forma, as posturas relacionadas com a protusão da cabeça que impede o retorno linfático normal. Considerando as amplas inserções do músculo grande dorsal, as restrições miofasciais também podem afetar a coluna dorsal e lombar. De acordo como visto a origem e inserção do músculo grande dorsal, a Crochetagem vai atuar nessas áreas descritas. Pode-se iniciar com uma raspagem na lateral do processo espinhoso em todo seu início até na base do sacro. Deve-se também realizar o losango, como visto na região lombar, denominado como “casa de máquina”. Para ganchar o mesmo, devemos iniciar onde for realmente palpável, iniciando próxima a coluna em direção ao úmero. A drenagem deve ser realizada da coluna em direção ao úmero, onde estaremos respeitando o retorno venoso facilitando a drenagem. Referências Bibliográficas: • Tittel, K. Anatomia Descritiva e Funcional do Corpo Humano. Livraria Santos Editora, 2006 • BLANDINE, Calais-Germain. Anatomia para o movimento.Volume.1 Introdução à análise de técnicas corporais. SP,Manole, 1991 • Pilat, A. Terapias miofasciales: Inducción miofascial. Aspectos teóricos y aplicaciones clínicas. McGraw Hill.


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artigo | Hidroterapia, mielomeningocele, fisioterapia

A hidrocinesioterapia em pacientes portadores por

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Paula Braga - AACD - São Paulo

A

mielomeningocele é a forma mais freqüente de um grupo de doenças denominadas defeitos de fechamento do tubo neural (DFTN). Essas doenças têm em comum a falta de fusão dos elementos posteriores da coluna vertebral que produz a malformação das lâminas e processos espinhosos do canal vertebral e também a displasia da medula espinhal. O defeito congênito acontece entre a terceira e a quinta semana de vida intra-uterina e nem sempre é diagnosticada durante a gravidez (MOURA e SILVA, 2005). As mielomeningoceles são as disrafias de maior implicação clínica, uma vez que as crianças afetadas sobrevivem por anos, as mielomeningoceles são responsáveis por quadros neurológicos geralmente graves caracterizados por paraplegia flácida sensitivo-motora associada a distúrbios esfincterianos (ROSEMBERG, 1992). Em relação à etiologia, parece não haver dúvidas que os fatores nutricionais e ambientais desempenham um papel na produção de defeitos do tubo neural. Estudos demonstram que efeitos vitamínicos e ácidos fólicos quando tomados antes da concepção, reduzem essa incidência, certas drogas como o ácido valproíco aumentam o risco da mielomeningocele, este anticonvulsivante causa defeito do tubo neural em 1 a 2% das grávidas, quando tomados durante a fase inicial da gravidez (quarta semana do desenvolvimento), época em que as pregas neurais estão se fundindo (MURPHY et al; 1996, PERSAUD, 1998). SALTER, em 2001, relata que a cada 1.000 nascidos, dois apresentam a malformação. MOURA e SILVA, em 2005, relatam que a incidência na população mundial é de aproximadamente 1: 1.000 nascidos vivos. A doença é mais freqüente na raça branca, sendo mais rara em indivíduos das raças negra e oriental. É mais freqüente em países do Reino Unido onde em algumas áreas pode chegar a 4:1000 nascidos vivos. O tipo e a intensidade das deficiências neurológicas e funcionais dependem da localização e da magnitude da falha. (SHEPHERD, 1998).

A criança pode apresentar complicações neurológicos como: bolsa, hidrocefalia (presente em 90% dos casos de mielomeningocele), síndrome da medula presa e hidromielia; Urológicos: incontinência urinária, infecção urinária, refluxo, malformações renais; Ortopédicos: deformidades de tronco, (cifose congênita, escoliose, hiperlordose lombar), deformidades dos membros inferiores (quadril, joelho, tornozelo, pé); Fraturas: a criança com mielomeningocele possui mobilidade diminuída, isto promove uma menor fixação do cálcio ao tecido ósseo. Úlcera de pressão e alergia ao látex (MOURA e SILVA, 2005). De acordo com Hoffer, a Mielomeningocele é classificada de acordo com a musculatura preservada e descrita em quatro níveis: torácico, lombar alto, lombar baixo e sacral. Neste trabalho será abordado o nível lombar baixo. Pacientes deste nível de lesão apresentam musculatura funcional em psoas, adutores, quadríceps, flexores mediais dos joelhos, eventualmente tibial anterior e /ou glúteo médio. O prognóstico de deambulação é bom e a maioria dos pacientes faz uso de órteses e as muletas canadenses. A maioria desses pacientes atinge a deambulação comunitária (MOURA e SILVA, 2005). No meio líquido a deambulação pode ser realizada com apoio em barras, bastões, espaguetes e pranchas. FISIOTERAPIA AQUÁTICA NA MIELOMENINGOCELE NÍVEL LOMBAR BAIXO A fisioterapia aquática tem como objetivo a função motora, por possibilitar o ganho das habilidades funcionais. Além de desenvolver a auto-estima, auto-conhecimento, integração social e o bem estar psicológico (MOURA e SILVA, 2005). Segundo VELASCO, (1994) o trabalho de hidroterapia em pacientes com mielomeningocele é excelente devido ao comprometimento que a patologia apresenta como a alteração da sensibilidade e paralisia dos membros afetados. Os benefícios que a água pode traz-

PROPOSTA DE PROGRAMA DE EXERCÍCIOS AQUÁTICOS

Flexão de Tronco

Extensão de Tronco

Inclinação Lateral de Tronco

Paciente sentado nos joelhos do fisioterapeuta que o segura pela região do quadril, inclina o paciente para trás, fazendo com que este contraia a musculatura abdominal estabelecendo o equilíbrio perdido.

Fisioterapeuta com apoio nos quadris do paciente, realizando uma anteversão e inclinado o paciente para frente, fazendo com que ative os extensores de tronco. Permanecendo pelo tempo que o paciente conseguir manter a postura, resultando em fortalecimento muscular. Para maior grau de dificuldade, realizar maior inclinação para frente e apoios mais distais, como nas coxas ou abaixo dos joelhos.

Paciente colocado na posição sentado dentro d água ou no colo da fisioterapeuta. Essa segurando na região do quadril realiza a inclinação lateral do paciente este então tendo que contrair a musculatura obliqua contralateral para recuperar sua postura inicial.

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Descarga de Peso em Membros Superiores Paciente sobre um tablado dentro d água, fisioterapeuta utilizase da posição inicial de gato e em seguida realiza a extensão de membros inferiores, fazendo com que o paciente descarregue peso em seus membros superiores, o paciente pode brincar de carrinho de mão indo de um lado ao outro do tablado


de mielomeningocele er a esses pacientes são: maior amplitude de movimento, fortalecimento da musculatura preservada, aquisição das trocas posturais, melhora do equilíbrio estático e dinâmico, prevenção de deformidades, melhora do sistema cardiovascular e melhor integração social. As etapas do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) a serem atingidos no nível lombar baixo são: • Rolar, arrastar e engatinhar; • Passar de decúbito para sentado; • Sentar com boa função de membros superiores; • Passar para em pé com apoio; • Permanecer em ortostatismo com apoio; • Marcha com apoio. CONCLUSÃO Este trabalho demonstra que a hidrocinesioterapia é uma atividade extremamente benéfica ao portador de mielomeningocele. Pois todos os exercícios realizados contribuem para um ganho de força muscular funcional necessária para este paciente, como também proporciona ganho de ADM através de movimentos funcionais e propicia ao paciente vivenciar livremente a posição ortostática juntamente com movimentos específicos. Sempre usando de brincadeiras e brinquedos que estimulem o olhar dessa criança que passará muito tempo de sua vida fazendo terapias e exercícios diversos, portanto o profissional que atende essa criança tem que conhecer as propriedades da água e como essas influencia nos movimentos corporais realizados dentro d água, além de ter conhecimentos relevantes sobre anatomia e biomecânica, e sempre lembrar que está lidando com uma criança que como qualquer outra gosta de brincar. A fisioterapia aquática fornece ao paciente um ganho de controle motor como também um aprendizado neuropsicomotor. Que sempre deve ser transferido para solo local onde realiza suas tarefas do dia-a-dia. BIBLIOGRAFIA 1. MOURA, E. W., e SILVA, P. A. C. Aspectos clínicos e práticos da reabilitação. SP, Artes Médicas, 2005. 2. PERSAUD, M. Embriologia básica. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 1998. 3. ROSEMBERG, S Neuropediatria. São Paulo. Savier, 1992. 4. SALTER, R. G. et al. Distúrbios e lesões do sistema músculo esquelético. São Paulo. Manole, 1999. 5. SHEPHERD, R. B. Fisioterapia em pediatria. São Paulo. Santos, 1998 6. VELASCO, C. G. Habilitações e reabilitações psicomotoras na água. São Paulo. Harbra, 1994.

Transferência de Peso

Postura em Gato

Flexão de Ombro

Paciente sobre um tablado com seus membros superiores apoiados, o fisioterapeuta estimula o paciente visualmente com algum brinquedo e este realiza a elevação de membro superior para busca e apreensão do objeto, gerando contração muscular e ADM. O lado de apoio realiza descarga de peso, contração isométrica da musculatura de ombro e membro superior.

A postura de gato é muito importante de ser vivenciada por um paciente portador de mielomeningocele, principalmente no nível lombar baixo, pois proporciona sinergismo de tronco e maior conscientização corporal. A fisioterapeuta pode realizar a reciprocação de membros inferiores e assim o paciente pode vivenciar o engatinhar.

Paciente sentado em um tablado realiza a flexão de ombros bilaterais para alcance de objetos, gerando fortalecimento e ganho de ADM da musculatura de ombros.

Ortostatismo O ortostatismo além de oferece exploração visual, oferece também fortalecimento e controle motor das musculaturas preservadas, e preparação para a marcha.

Reação de Proteção Paciente sentado sobre tablado onde fisioterapeuta situada posteriormente ao paciente desestabiliza este, que automaticamente ativa suas reações de proteção com os membros superiores.

Ortostatismo com Rotação de Tronco Após vivenciar a postura em pé, o fisioterapeuta estabiliza seus membros inferiores (joelhos ou tornozelos), e estimula o paciente a realizar a rotação do tronco para alcance de brinquedos, com esse movimento paciente passa a ganhar ADM de tronco, conscientização corporal e controle motor.

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artigo | Avaliação, RULA e ergonomia

Aplicação da planilha RULA por

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Andrade, A M S, Costa, M M, Gargano A S, Ribeiro F S, Ribeiro H C C, Silva C P, Guimarães J S.

E

ste trabalho teve por objetivo avaliar as posturas incorretas adotadas em um grupo de colaboradores. Foram incluídos neste estudo 30 colaboradores de ambos os sexos avaliados segundo a planiha RULa. Os dados foram coletados através da observação dos sujeitos durante a execução da sua atividade. Foi observado que a maioria dos sujeitos adota posturas incorretas. Conclui-se que é necessária uma intervenção ergonômica e orientações posturais aos colaboradores. Introdução A ergonomia desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial quando, pela primeira vez na história, houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas, pois nessa situação de conflito máximo exacerbaram-se as incompatibilidades entre o desenvolvimento humano e o desenvolvimento técnico, já que os equipamentos produzidos para a guerra exigiram dos operadores decisões rápidas e execução de novas atividades em situações críticas (3). A palavra ergonomia deriva do grego (ergo: trabalho e nomos: leis ou regras) e, podemos sintetizá-la como as leis que regem o trabalho. A definição mais comumente encontrada na literatura é a proposta por Wisner (1987), que confere ao termo ergonomia o significado de um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência (3). Para a ergonomia, as condições de trabalho são representadas por um conjunto de fatores interdependentes, que atuam direta ou indiretamente na qualidade de vida das pessoas e nos resultados do próprio trabalho e que o homem, a atividade e o ambiente são os elementos componentes da condição de realização do mesmo (4). Na literatura encontramos diversas formas de avaliar as condições ergonômicas do trabalhador. O método RULA (Rapid Upper Limb Assessment) foi criado para detectar posturas de trabalho ou fatores de risco que mereçam uma atenção especial e permite fazer uma avaliação inicial rápida de um grande número de trabalhadores. É um método ergonômico que avalia a exposição de indivíduos a posturas, forças e atividades musculares podendo contribuir para o desenvolvimento de LER/ DORT. Proporciona uma rápida avaliação dos constrangimentos sobre os membros superiores e desta forma, é possível conhecer as influências sobre antebraços, nuca e punhos. O método foi desenvolvido por Mc Atamney e Corlett, em 1993 (1,2). O presente estudo tem como objetivo avaliar 24 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

as posturas dos colaboradores utilizando a planilha RULA para que através desta possamos descrever as posturas inadequadas utilizadas e promover ações que vão de encontro à solução deste problema ergonômico. Metodologia O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva quantitativa. O estudo foi desenvolvido em uma unidade de atendimento ao público do Governo do Estado de Goiás, no período de setembro a outubro do ano de 2006. No presente estudo foram incluídos 30 (trinta) sujeitos de ambos os sexos que trabalhavam em uma unidade de atendimento ao publico no Estado de Goiás. Esses sujeitos executavam sua função no período vespertino entre 13:00 e 19:00 horas. Suas atribuições incluíam ouvir a solicitação do cliente e registrar a mesma em computador. Para isso os sujeitos trabalhavam na posição sentada. Não foram considerados os aspectos raça, idade ou doença préexistente. Critérios de exclusão: indivíduos que trabalham em outros horários e indivíduos que trabalham na postura de pé. Os dados foram coletados através da observação dos sujeitos durante a execução da sua atividade. Antes de iniciado a coleta dos dados os colaboradores receberam orientações quanto à postura adequada durante o trabalho e a adaptação correta do mobiliário que incluiu postura dos ombros, cotovelos e punho; grau de flexão de tronco, joelhos e apoio de pés. Os aspectos observados seguiram a planilha RULA de acompanhamento do funcionário. Nessa planilha o funcionário é avaliado quanto à postura de ombro, antebraço, punho, pescoço, tronco e pernas. Além da postura são observados o uso de força muscular, a manutenção de postura estática ou a execução de movimentos repetitivos. Ao final da observação é obtido um valor numérico que varia de 1 a 7 onde 1 e 2 representam uma postura aceitável se não for mantida ou repetida durante longos períodos, 3 e 4 representam necessidade de investigar e requerer mudanças, 5 e 6 representam necessidade de requerer mudanças rapidamente e 7 mudanças imediatas. Os colaboradores receberam e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, onde autorizaram a divulgação das informações colhidas e a eles foi garantida a impessoalidade da pesquisa. Após a coleta dos dados, os indivíduos foram separados quanto ao sexo, foi realizada a somatória dos escores da planilha RULA e a análise das posturas mais utilizadas. Os dados foram inseridos no Programa Microsoft Excel, versão 2000, elaborados gráficos e tabelas dos resultados.

Resultados No período de setembro a outubro de 2006 foram observados 30 indivíduos de acordo com a planilha RULA. Destes 23 (76,67%) eram do sexo feminino enquanto 7 (23,33) eram do sexo masculino. Os scores obtidos na planilha RULA foram separados de acordo com o gráfico abaixo. Gráfico 1: scores na planilha RULA separados por sexo.

Avaliando as posturas de membros superiores obtivemos os seguintes resultados: Tabela 1: Postura adotada durante o trabalho – ombro

Todos os indivíduos observados adotavam postura de cotovelo em flexão de 90 graus ou maior e executavam ação repetitiva ou mantinham postura estática com carga menor do que 2 kg. Quando observada a postura de punho tivemos os seguintes resultados: Tabela 2: postura adotada durante o trabalho - punho.

Ainda analisando a postura do punho, entre as mulheres observou-se que 52,17% trabalham


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artigo | Avaliação, RULA e ergonomia com desvio radial ou ulnar do mesmo, e entre os colaboradores dos sexo masculino essa porcentagem é de 28,57%. Quando foi observada a postura de tronco e membros inferiores tivemos como resultados o seguinte: 100% dos indivíduos assumem uma postura estática, com carga inferior a 2kg durante a atividade. Entre os colaboradores do sexo feminino a grande maioria 69,57% trabalha com membros inferiores não apoiados, entre os colaboradores do sexo masculino esse número cai para 57,14%. A tabela abaixo representa a postura dos colaboradores em se tratando de coluna cervical. Tabela 3: postura adotada durante o trabalho - coluna cervical.

E por último no que diz respeito à postura de tronco o resultado foi o seguinte: Tabela 4: postura adotada durante o trabalho - tronco.

Discussão Nessa unidade de atendimento do Governo do Estado de Goiás houve uma prevalência dos indivíduos nos scores 3 e 4 e 5 e 6, o que indica a necessidade de se realizar mudanças, atingindo o objetivo de detectar posturas de trabalho ou fatores de risco que mereçam uma atenção especial. Pegatin, no ano de 2004, realizou um trabalho sobre análise ergonômica em um posto de trabalho numa fábrica de calçados. Foram utilizadas três ferramentas de análise, dentro destas a planilha RULA. As possíveis agressões, de acordo com as determinadas regiões corporais a partir da análise proposta foram: pescoço, posição estática durante grande parte da jornada de trabalho, ombros, posição estática durante grande parte da jornada de trabalho (leve flexão e abdução além de 45 26 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

graus); punho, leve flexão e desvio ulnar por grandes períodos de tempo; mãos, preensão pulpar (uso de força e repetitividade de movimentos); coluna trabalho em posição sentada, porém sem apoio adequado ao encosto, ângulo inadequado tronco-quadril. Pernas e pés, altura e dimensões da bancada não adaptadas e reguláveis; tornozelo; trabalho repetitivo de flexo extensão. No estudo feito por Marcon (2004), foram observadas as condições de trabalho dos funcionários que atuam na tarefa de sexagem em um incubatório de aves, para que se pudessem identificar os riscos das condições de trabalho para possibilitar sua análise, correlacionar os riscos com as condições de trabalho e propor recomendações e sugestões para a melhoria do trabalho, em contraposição os riscos detectados. Foram realizadas várias formas de avaliação dos profissionais, dentre elas o Método RULA, onde se obteve um escore final igual a 3, que , de acordo com o método, indica que a situação deve ser investigada. De acordo com Silva, 2001, é importante salientar que o fato de uma equipe trabalhar sentada não é suficiente para diminuir o desgaste físico do trabalhador, no caso do seu estudo, o dentista.

“a maioria das pessoas observadas adota posturas inadequadas no posto de trabalho” Muitas vezes os esforços são maiores e os movimentos tornam-se mais cansativos. Assim, não é correto acreditar que a execução dos procedimentos em posição sentada seja o único fator para racionalizar o trabalho. É fundamental que a equipe, ao sentar-se mantenha postura ergonômica, ou seja, deve trabalhar com as costas relativamente retas e apoiadas no encosto, as coxas paralelas ao chão e formando um ângulo de 90º com as pernas, os pés apoiados no chão, manter os cotovelos junto ao corpo e apoiados em local que esteja nivelado, mantendo um ângulo de 90º de cotovelos. A necessidade de orientação postural e adequação do posto de trabalho se faz necessária quando observa-se a pontuação final dos indivíduos e a análise da postura adotada durante o trabalho nas articulações analisadas que por sua vez são as mais predominantemente envolvidas em lesões ocupacionais. Conclusão A análise das posturas adotadas durante as atividades dos colaboradores em uma unidade de atendimento ao público do governo do estado de Goiás feita através do método RULA, revelou que a maioria das pessoas observadas

adota posturas inadequadas no posto de trabalho. Essas posturas podem acarretar danos como sobrecarga articular, fadiga muscular e conseqüente desenvolvimento de patologias ocupacionais, que levam à diminuição da produtividade, aumento do índice de insatisfação com o trabalho e um maior número de afastamentos. Estas posturas inadequadas podem ser amenizadas de várias formas dentre elas a orientação postural e a adaptação ergonômica do mobiliário. É necessário que além da aquisição de material ergonomicamente adequado seja realizada também a orientação com relação ao uso do mesmo. Este trabalho se faz importante na medida em que chama atenção pra os problemas existentes e para a necessidade mudança. O mesmo pode ser associado em estudos futuros à existência previa de doença ocupacional e fatores como idade e jornada dupla de trabalho. Bibliografia 1. AMARAL, G. F. NAVIERO, R, M. Revisão dos Métodos de Análise Ergonômica aplicados ao estudo dos DORT em trabalho de montagem manual. Revista produto e produção v. 07 n. 01 2004. 2. CASAROTTO, R. A. ÉQUI, M.B. Avaliação do desconforto e da sobrecarga músculo-esquelética em trabalhadores de cozinha industrial através do método rula e mapa de desconforto postural . Universidade de São Paulo | Centro Universitário Capital. Abergo, 2006. Curitiba PR. Universidade de São Paulo | Centro Universitário Capital. 3.DELIBERATO, C. P. Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e aplicações. Ed. Manole, 1ª Ed; 2002; pág. 122 e 123. 4. MARCON C.L. Análise das condições de trabalho em um incubatório de aves o caso do setor de sexagem Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, campus de Florianópolis, como requisito parcial à obtenção do grau Mestrado em Ergonomia. Orientador: Prof. Antônio Renato Pereira Moro, Florianópolis 2004. 5.MARZIOLE, M.H.P. CARVALHO, E. C. Condições ergonômicas do trabalho da equipe de enfermagem em unidade de internação de cardiologia. Revista Latino-Americana de Enfermagem; Vol.6, nº.1;Ribeirão Preto, Jan 1998. 6. PEGATIN T.O. SILVA F. M. Análise ergonômica de um posto de trabalho numa fábrica de calçados XI SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 08 a 10 de novembro de 2004. Universidade Federal de São Carlos – SP. 7.SILVA, C. R. C. Constrangimentos posturais em ergonomia.uma análise da atividade do endodontista a partir de dois métodos de avaliação. Dissertação apresentada ao programa de Pós graduação em Engenharia da Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título deMestre em Engenharia de Produção.Orientadora: Prof.ª Ana Regina de Aguiar Dutra. Florianópolis, 22 de outubro de 2001.


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artigo | Ciclismo indoor, biomecânica, lesões, joelho

Análise cinesiológica da prática de ciclismo indoor para riscos de lesões no joelho por

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Rejane Cândida Andrade, Marilane Fernandes de Oliveira Salmen, Horjana Aparecida Fernandes Navarro Vieira

D

esde a antiguidade, o homem buscou meios para melhorar sua permanência e transporte no planeta. Dentre várias invenções que buscaram facilitar seu deslocamento, a bicicleta apresenta inúmeras vantagens sobre os demais meios de transporte e, assim como estes, evoluiu e adaptou-se às novas realidades (SILVA E OLIVEIRA 2002). Os maiores destaques do processo de aperfeiçoamento da bicicleta foram a possibilidade de sua utilização para avaliação orgânica e funcional, assim como o seu uso em treinamentos específicos do ciclismo em ambientes fechados, com bicicletas estacionárias “spinning® ou ciclismo indoor”. Para ambas as definições de ciclismo indoor, esta é uma modalidade praticada em local específico, dentro de academia de ginástica, em bicicletas estacionárias, projetadas especialmente para esse tipo de atividade, combinando movimentos do ciclismo tradicional com ritmos musicais, buscando condicionamento físico (DOMINGUES, 2005). Porém, alguns praticantes visam principalmente a redução do percentual de gordura através da queima de calorias, variando de acordo com o indivíduo. Os exercícios simulam percursos de ciclismo de rua, com terrenos planos ou aclives, onde o aluno pode praticá-los com a postura em pé, ou sentada. A duração das aulas pode variar de 30 a 60 minutos de atividade contínua ou intervalada, possuindo três fases, quais sejam: aquecimento, sobrecarga e volta à calma. (DOMINGUES, 2005). Pessoas de faixa etária e condicionamento físico variados podem participar das aulas de ciclismo indoor. Porém, a prescrição deve ser adequada para cada individuo. Durante o trabalho em bicicleta estacionária, ocorrem além da exigência cardiovascular, uma exigência postural e muscular que ao ser 28 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

realizada de forma e técnica inadequadas, podem causar complicações ortopédicas e posturais. As lesões características dos ciclistas possuem fatores predisponentes intrínsecos e extrínsecos. Dentre os primeiros estão idade, sexo, alterações biomecânicas, desequilíbrios musculares, fraqueza e/ou encurtamentos

musculares, frouxidão ligamentar, histórico de lesões; quanto aos segundos, compreendem sobrecarga durante a atividade, gestual esportivo e/ou posicionamento inadequado na bicicleta, tipo de aquecimento utilizado, excesso de tempo e intensidade de treino e/ou pouca qualidade da técnica (DOMINGUES, 2005; ANDRADE E FLEURY, 2003). As lesões mais encontradas na literatura são

lesões de membros superiores, coluna, quadril, joelho, tornozelo e pé, sendo as lesões nos joelhos as mais comuns, resultantes, principalmente, de má preparação da bicicleta, técnicas inadequadas, erros de postura e falta de aquecimento prévio e resfriamento, ou seja, biomecânica incorreta (DOMINGUES, 2005; MELLO, 2004; LORETE, 2006). A lesão de joelho é a mais comum entre os praticantes de ciclismo indoor, devido sua exposição e anatomia, sendo responsável pela distribuição de cargas decorrentes da força gravitacional, que desce pelo corpo desde a cabeça até os pés. Além disso, a articulação do joelho é a responsável pela sustentação de aproximadamente 70% da massa corporal total (LORETE, 2006). A Biomecânica do movimento é definida como uma interdisciplinaridade que descreve, analisa e avalia o movimento humano. Quando aplicada ao esporte, estuda os movimentos durante o exercício físico e analisa as ações motoras do esportista como um sistema de movimentos ativos, reciprocamente relacionados (CARPES, 2006). Geralmente, os praticantes de ciclismo indoor queixam-se de dores e procuram assistência médica e fisioterapêutica (DOMINGUES, 2005), portanto, as lesões devem ser conhecidas por ambos, pois, cada profissional tem sua interferência em determinado momento. O médico é o responsável por realizar o diagnóstico clínico, e o fisioterapeuta pela prevenção de lesões e reabilitação do paciente, utilizandose de técnicas para ajudá-lo a superar a fase de dor para, então, orientá-lo ao longo das fases de recuperação. A Biofotogrametria Computadorizada foi desenvolvida pela aplicação dos princípios fotogramétricos nas imagens fotográficas obtidas durante os movimentos corporais. A essas imagens foram utilizadas bases de foto-inter-


artigo | Ciclismo indoor, biomecânica, lesões, joelho pretação, gerando-se uma nova ferramenta de estudo da cinemática (Magazoni VS. apud Baraúna et. al 2006b). Assim, a Biofotogrametria Computadorizada é um recurso utilizado na avaliação e diagnóstico físico-funcional por fisioterapeutas em varias áreas, sendo aplicada em diversos estudos, onde foi demonstrada a sua validade (Leonard, JAJ apud Baraúna et. al., 2006b). O Alcimagem é um algoritmo matemático que tem como função transformar pontos de imagens em eixos coordenados cartesianos e quantificá-los. Possibilitando quantificar a postura com exatidão, a partir de uma imagem capturada (BARAÚNA, 2006a). Como o ciclismo indoor é uma modalidade nova no Brasil, há a necessidade de mais pesquisas para promover informações e conscientização dos professores e praticantes sobre os malefícios e benefícios envolvidos em tal prática. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar os riscos de possíveis lesões no joelho, durante a prática do ciclismo indoor. METODOLOGIA Local do Estudo O presente estudo foi realizado em uma academia localizada na cidade de Governador Valadares – MG. Esta pesquisa, para ser realizada, foi previamente aprovada pelo comitê de Ética da Universidade Vale do Rio Doce (UNI-

VALE). O proprietário da academia assinou um termo de consentimento autorizando a realização do estudo na academia. População e Amostra Fizeram parte da amostra, 15 alunos que praticavam ciclismo indoor e que apresentaram o perfil referente aos critérios de inclusão tais como, ausência de diagnóstico de desordens mentais, capacidade de compreender e responder as questões levantadas, freqüência regular às aulas de ciclismo indoor e participação das mesmas no momento da coleta de dados. Coleta de Dados Para melhor esclarecimento dos procedimentos de coleta de dados ministrou-se uma palestra esclarecedora na academia. Em seguida, os alunos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido para a participação na pesquisa. Questionário Foi aplicado um questionário aos alunos, buscou-se as seguintes informações: gênero, idade, patologia associada, presença ou ausência de dores anteriores, durante ou após a aula. Análise da Atividade A observação in loco dos alunos aconteceu durante as aulas, visando melhor conhecimento da prática do ciclismo indoor e, também, observação específica da postura quan-

to ao comportamento postural dos alunos no decorrer da atividade, além dos movimentos dos joelhos durante as pedaladas. Além da observação durante as aulas, foi realizada mensuração angular dos joelhos. Para isso, os participantes da amostra tiveram os principais marcos ósseos do quadril, joelho e tornozelo (trocânter maior do fêmur, interlinha articular lateral do joelho, maléolo lateral), respectivamente demarcados previamente com etiquetas demarcadoras circulares autoadesivas (Figura 1). A seguir, os alunos foram posicionados espontaneamente na bicicleta de ciclismo indoor. Iniciou-se, então, a aula, e imagens foram captadas em perfil por meio de fotos instantâneas, utilizando-se Câmera Digital CANON POWERSHOT S400 – 4.0 MEGA PIXELS. (Veja na foto os pontos de referência para captação de imagens). Análise Angular do Movimento Para registrar os movimentos realizados durante o ciclismo indoor, utilizou-se a biofotogrametria computadorizada através do software Alcimage 2.1®, que por meio de fotos capturadas quantificou as amplitudes de movimentos dos joelhos. Em seguida, deu-se prosseguimento à análise dos resultados. Os ângulos encontrados foram analisados para identificação de riscos de lesões, que poderiam estar ocorrendo de acordo com o posicionamento dos joelhos na prática indoor.

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artigo | Ciclismo indoor, biomecânica, lesões, joelho RESULTADOS/ DISCUSSÃO dos alunos negaram dor nos joelhos. MELLO femoral era diminuída. Esta combinação do Os resultados deste estudo apontaram que dos (2004) relata a ocorrência de dúvidas, durante o quadríceps, aumentando a força e diminuindo 15 alunos avaliados, 73% são do gênero femini- estudo biomecânico do ciclismo indoor, sobre a área de contato durante a extensão do joelho, no e 27% do gênero masculino, com faixa etária o impacto nas articulações em cada posição resulta em um maior estresse de contato patelomédia de 26 anos. Nos estudos de SALLES et al. atribuída, no decorrer de sua prática. femoral comparado com maiores ângulos de (2003a, 2003b), observou-se que a prevalência Assim, as principais lesões de joelho durante a flexão do joelho, onde a força do quadríceps não de inatividade física é maior entre as mulheres, prática do ciclismo indoor são: tendinites pate- é grande, mas a área de contato é maior. Apesar no tempo destinado ao lazer, do que entre os lares, condromalácia, sinovite capsular e lesão da angulação de flexo-extensão de joelho enhomens. Porém, neste estudo constatou-se que parcial do ligamento cruzado anterior (LCA). contrada durante pedaladas do ciclismo indoor, no ciclismo indoor, mulheres são mais presentes As tendinites patelares, (inflamação do tendão a incidência de queixas de dor nos joelhos foi de na busca de condicionamento físico e, princi- que liga a patela à tíbia) são causadas por hiper- 0%. palmente, na redução de medidas corporais de flexão do joelho, ocasionando um desalinha- Durante a observação in loco, percebeu-se forma rápida. mento do mesmo com o pé de vela. As lesões que os alunos mantinham a altura do selim e Com relação à escolaridade, 33% dos indivíduos também podem ocorrer devido à regulagem do guidom adequada. Para MELLO (2004) e entrevistados apresentaram ensino superior incorreta da bicicleta. A técnica inadequada, DOMINGUES (2005), as lesões nos joelhos, na completo, 40% ensino superior incompleto, 20% aquecimento indevido e a sobrecarga na mus- prática de ciclismo indoor, dependem de três faensino médio completo e 7% ensino médio in- culatura do quadríceps podem desencadear tores: altura do assento (selim), que permite uma completo, indicando que a busca pelo ciclismo a sintomatologia (SILVA E OLIVEIRA 2002; flexão do joelho, altura do guidom, que deve ser indoor é maior em indivíduos com o nível de DOMINGUES 2005). a mesma do selim, para um maior conforto do escolaridade mais alto. Segundo GOMES et. al. A condromalácia, segundo MELLO (2004), ocorre tronco e membros superiores e distância do (2001), quanto maior o nível de escolaridade, devido ao desequilíbrio muscular ou postural, selim guidom, a qual os braços devem ficar em maior é a constância da atividade física durante sobrecarga e treinamento de força em excesso. uma distancia confortável do guidom para faas horas de lazer em ambos os sexos e menor o A sinovite capsular, definida como uma pressão cilitar a respiração. Foi visto também, uma boa tempo gasto assistindo televisão, entre as mu- da patela nos côndilos femorais, ocorre devido à manutenção da postura e realização de alongalheres. De acordo com VELÁSQUEZ et. al. (2004), técnica inadequada e sobrecarga de treinamen- mentos antes e após a prática da atividade. Fato a escolaridade é característica importante na to, durante a pedalada (DOMINGUES, 2005). este, que justifica a ausência de queixa de dor O UnicenP - Centro Universitário Positivo, Instituição de Ensino Superior do inserção dos indivíduos na sociedade, podendo Por fim, a lesão parcial do ligamento cruzado nas articulações dos joelhos por parte da amosGrupo Positivo - um dos maiores grupos educacionais do Brasil - e o Atma Acupuntura (Turmas Curitiba - PR e São Paulo - SP) ser decisiva no autocuidado e na interpretação anterior (LCA) ocorre da hiperextensão do joe- tra deste estudo. Studio, referência Pilates naprevencidade de São Paulo, promovem o Programa Pilates - Funcional Condicionante (Turmas Curitiba PR e São Paulo - SP) de informações referentes às em iniciativas lho, devido ao banco alto e de postura em pé em Como eforma de prevenção das -lesões citadas Especialização em Qualidade de Vida. tivas de saúde. sobreuso, ocorrendo relaxamento da muscula- anteriormente, os alongamentos no ciclismo Início (MELLO, dos Cursos:indoor são eficazes e de extrema importância No histórico de dor ao pedalar, 100% negaram tura da coxa na extensão total do joelho Cursos ofertados: Agosto de 2007 como em qualquer outra atividade física e dedores nos joelhos, 80% relatam ausência de dor 2004). Programa de Vida Ae média Bem-Estar, com as seguintes em outras articulações e cercadedeQualidade 20% da amosdos ângulos encontrados variou de 99 vem ser realizados de forma correta, respeitando opções de áreas de especialização: º a 40º de flexão. Durante exercícios Inscrições: tra relataram dor nas pernas. de cadeia os limites físicos do aluno e englobando os MsIs a partir de(DOMINGUES, 25 de junho, no2005). site www.posunicenp.edu.br Foi observado durante a prática do ciclismo cinética aberta, a quantidade deAbertas, força exigida Personal Trainer Holístico (Turmas Curitiba - PR e São Paulo - SP) indoor a existência da repetitividade dos movi- do quadríceps para estender o joelho aumenta CONCLUSÃO Turmas São Paulo - SP: Turmas Curitiba PR: Qualidade dos de Vida na Terceira (Turma São Paulo - SP) mentos de flexo-extensão joelhos. Se-Idadecom o movimento de extensão do (41) joelho (FILHO Durante a observação, foi observada a existên(11) 3073-1008 3317-3093 Terapias Corporais Manuais Massoterapia (Turmas Curitiba PR e São Paulo SP) gundo KAPANDIJ (2000), quando os joelhos são et. al., 2006). Nos estudos de BEVILAQUA et. al. cia de repetitividade de movimentos de flexocontatopos@atmastudio.com.br posgraduacao@unicenp.edu.br Treinamento Global (Turmas Curitiba -o PRângulo e São Paulo de - SP) 90º de flexão do joelho apreflexionados, estão em posição deFuncional instabilidade, (2004), extensão de joelhos. O total de 100% da amostra Yoga (Turmas Curitibaligamentares - PR e São Paulo - SP) ficando mais susceptíveis às lesões senta uma força de reação femoropatelar maior. apresentou ausência de dor nas articulações dos e meniscais. Durante a extensão ocorre uma No entanto, maior também é o contato articular joelhos; ademais, os alunos mantiveram o posimaior propensão às fraturas articulares e ru- e a estabilidade femoropatelar. Dessa forma, o cionamento do selim e posturas adequadas para ATMA STUDIO - www.atmastudio.com.br pturas ligamentares. O joelho possui um grande estresse femoropatelar diminui à medida queUniversitário a realização do ciclismo indoor. UnicenP - Centro Positivo - www.posunicenp.edu.br número de ligamentos que, ao serem sobrecar- aumenta o ângulo de flexão do joelho. Contudo, mais estudos são necessários, no que regados, pode resultar em lesões irreversíveis, Estudos feitos por Lieb e Perry (1971) apud Filho diz respeito à biomecânica da atividade de fazendo com que esta seja a articulação mais (2006) demonstraram que a força do quadríceps ciclismo indoor, às lesões mais freqüentes e à discutida durante a prática do ciclismo indoor aumenta em 60° nos últimos 15° de extensão do prevenção das mesmas, uma vez que a literatura (MELLO, 2004). joelho. Além deste aumento de força, também mostrou-se escassa nesses aspectos. Pelo presente estudo, observou-se que 100% constatou-se que a área de contato patelo- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS no site.

Programa de Pós-Graduação UnicenP/Atma Qualidade de Vida e Bem-Estar

Programa de Pós-Graduação UnicenP/Atma Qualidade de Vida e Bem-Estar O UnicenP - Centro Universitário Positivo, Instituição de Ensino Superior do Grupo Positivo - um dos maiores grupos educacionais do Brasil - e o Atma Studio, referência em Pilates na cidade de São Paulo, promovem o Programa de Especialização em Qualidade deVida. Cursos ofertados: Programa de Qualidade de Vida e Bem-Estar, com as seguintes opções de áreas de especialização: Personal Trainer Holístico (Turmas Curitiba - PR e São Paulo - SP) Qualidade de Vida na Terceira Idade (Turma São Paulo - SP) Terapias Corporais Manuais Massoterapia (Turmas Curitiba - PR e São Paulo - SP) Treinamento Funcional Global (Turmas Curitiba - PR e São Paulo - SP) Yoga (Turmas Curitiba - PR e São Paulo - SP) Acupuntura (Turma Curitiba - PR) Pilates - Funcional e Condicionante (Turmas Curitiba-PR e São Paulo-SP)

Início dos Cursos: Agosto de 2007 Inscrições: Abertas, a partir de 25 de junho, no site www.posunicenp.edu.br Mais informações:

Turmas Curitiba - PR: (41) 3317-3093

posgraduacao@unicenp.edu.br

Turmas São Paulo - SP: (11) 3073-1008

contatopos@atmastudio.com.br

ATMA STUDIO - www.atmastudio.com.br UnicenP - Centro Universitário Positivo - www.posunicenp.edu.br 30 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T


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tininha | humor - passa-tempo - novidades - tv - música - cinema - automóvel - compras - m

tininha

Tudo Bem pessoal? Continuo aqui, aguardando novidades que vocês desejem enviar-nos. Este espaço é de vocês e um pouco de humor não faz mal a ninguém, pelo contrário, ajuda a nos esquecer um pouco da rotina estressante do dia-a-dia. Como diz o Luís Guilherme, mantenha o bom humor! Envie seu e-mail para: tininha@novafisio.com.br

Três velhinhas reunidas fazendo parafina nas mãos... “Puxa, acho que estou ficando esclerosada” Comenta uma delas. “Ontem me peguei com a vassoura na mão E não me lembrava se já tinha varrido a casa ou não”. “Isso não é nada” diz a outra. “Outro dia eu me vi de pé, ao lado da cama, de camisola, E não sabia se tinha acabado de acordar Ou estava me preparando para dormir”. “Cruz credo” fez a terceira. “Deus me livre ficar assim! Isola!” E deu três batidinhas na mesa: toc-toc-toc. Olhou para a cara das outras e calmamente emendou: “Esperem um pouco que eu já volto! Tem gente batendo na porta!”

Uma mulher entra em uma farmácia e fala ao farmacêutico: - Por favor, quero comprar arsênico. - Mas, não posso vender isso ASSIM! - Qual a finalidade? - Matar meu marido! - Pra este fim... Piorou... não posso vender!!! A mulher abre a bolsa e tira uma fotografia do marido com a mulher do farmacêutico. - Ah bom..... A senhora não me disse que tinha receita!

Dois amigos fisioterapeutas se encontram no boteco. - E aí rapaz... que olho roxo e que cara inchada é essa. Deixou de ser o terapeuta pra ser o paciente, o que aconteceu? - Minha mulher... ontem ela estava uma delícia. Camisetinha amarela, minissaia verdinha curtíssima... - E daí... - Bem, abaixou para pegar o frango no congelador e eu não resisti... Agarrei-a por trás... Hum... - Aí comecei a agarrá-la e apertar cada vez mais... - Quanto mais eu apertava, mais ela queria escapar... - Vai... vai... conta... - Abaixei a calcinha dela... e quando ia ............., ela me deu com o frango congelado na cara. Olha o estrago!!! - Putz, que mulher doida!!! Ela não gosta de fazer sexo com você? - No Carrefour, não!!! 32 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

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moda - economia - turismo - esporte - culinária - curiosidade - arte - mais... Aos colegas que trabalham com ergonomia, ler/dort etc. Transmito explicação de um operário acidentado no trabalho, à sua cia. seguradora, que teria estranhado tantas fraturas num mesmo acidente. Exmos. Senhores: Em resposta ao seu gentil pedido de informações adicionais, esclareço: No quesito 3 da comunicação do sinistro mencionei “tentando fazer o trabalho sozinho” como causa do meu acidente. Em vossa carta V.Sas. me pedem uma explicação mais pormenorizada, pelo que espero que sejam suficientes os seguintes detalhes: Sou assentador de tijolos e, no dia do acidente, estava a trabalhar sozinho no telhado de um prédio de 6 (seis) andares. Ao terminar meu trabalho, verifiquei que haviam sobrado 250 kg de tijolos. Em vez de os levar à mão para baixo (o que seria uma asneira), decidi, num acesso de inteligência, colocá-los dentro de um barril, e, com a ajuda de uma roldana, a qual felizmente estava fixada em um dos lados do edifício (mais precisamente no sexto andar), descê-lo até o térreo. Desci ao térreo e atei o barril com uma corda e subi para o sexto andar de onde puxei o dito cujo para cima, colocando os tijolos no seu interior. Retornei em seguida para o térreo, desatei a corda e segurei-a com força para que os tijolos (250 kg) descessem lentamente (denotar que no quesito 11 informei que meu peso oscila em torno de 80 kg.). Surpreendentemente, porém, senti-me violentamente alçado do chão e, perdendo minha característica presença de espírito, esqueci-me de largar a corda. Acho desnecessário dizer que fui içado do chão a grande velocidade. Nas proximidades do terceiro andar, dei de cara com o barril que vinha a descer. Ficam pois explicadas as fraturas do crânio e das clavículas. Continuei a subir a uma velocidade um pouco menor, somente parando quando os meus dedos ficaram entalados na roldana. Felizmente, nesse momento já recuperara minha presença de espírito e consegui, apesar das fortes dores, agarrar a corda. Simultaneamente, no entanto, o barril com os tijolos caiu ao chão, o que partiu seu fundo. Sem os tijolos, o barril pesava aproximadamente 25 kg (novamente refiro-me ao meu peso indicado no quesito 11). Como podem imaginar comecei a cair vertiginosamente agarrado à corda, sendo que, próximo ao terceiro andar quem encontrei? O barril, que vinha a subir. Ficam pois explicadas as fraturas dos tornozelos, as lacerações das pernas. Felizmente, com a redução da velocidade de minha descida, veio minimizar meus sofrimentos quando cai em cima dos tijolos embaixo, pois, felizmente só fraturei três vértebras. Lamento, no entanto, informar ainda que, aínda houve agravamento do sinistro, pois quando me encontrava caído sobre os tijolos, incapacitado de me levantar, e vendo o barril acima de mim, perdi novamente minha decantada presença de espírito, larguei a corda. O barril, que pesava mais do que a corda, desceu e caiu em cima de mim, partindo-me as pernas. Espero ter fornecido as informações complementares, que me haviam sido solicitadas Esclareço outrossim que este relatório foi escrito por minha enfermeira, pois os meus dedos ainda guardam a forma da roldana.

contando suas histórias e sugestões.

SOBE... Desde dezembro de 2006 os gaúchos são informados sobre as profissões de Fisioterapia e Terapia Ocupacional através da Rádio Band AM. Os textos, distribuídos em horários indeterminados ao longo do dia, e entre 18h e 19h no programa Tempo Real, apresentado por Ozíris Marins, esclarecem sobre a formação acadêmica e as atribuições privativas dos profissionais.. SOBE... Já está confirmada a 3ª edição do Congresso Internacional de Fisioterapia Manual que acontecerá em Fortaleza-CE nos dias 7 a 10 de maio de 2008. Se trata de um evento que foi impecável em suas duas primeiras edições. www.fisioterapiamanual.com.br SOBE... Foi um sucesso absoluto o III Congresso I nternacional de Fisioterapia realizado nos dias 20 a 23 de maio passado em SalvadorBA. A Revista esteve presente e parabeniza a todos os envolvidos pelo sucesso. ...DESCE Alguns colegas fazem confusão no que diz respeito a carga horária. A jornada de trabalho do fisioterapeuta NÃO é de 30 horas semanais, mas sim, de ATÉ 30 horas semanais. Isso faz uma enorme diferença porque podemos negociar jornadas inferiores as 30 horas. ...DESCE O Presidente do Sindicato dos Médicos do Paraná (SIMEPAR) Mario Antônio Ferrari em entrevista em um jornal local afirma que: A acupuntura é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e por isso “Apenas os médicos, a partir de sinais e sintomas, podem realizar diagnósticos precisos”.

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agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE JULHO 10% Em Jul. Pilates - Formação em Instrutor Rio de Janeiro RJ (21) 2521-4002 01 Eletrolipólise no Tratamento da Gordura Localizada Rio de Janeiro RJ (21) 2484-2568 / 3078-1011 05 a 08 Podoposturologia Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 05 a 08 RPG - Mód. I e II Porto Alegre RS 0800 400 7008 05 a 15 IV Encontro Internacional de Esporte e Atividade Física São Paulo SP (11) 6014-5678 06 e 07 IV Encontro de Professores da Educação Superior da Rede Privada Belo Horiz. MG www.sinpromg.org.br 10% 07 a 16 Curso Studio Pilates – Aparelho / Solo / Acessórios Niterói RJ (21) 3123-0152 07 a 28 Consultor de Saúde da Coluna Vertebral Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 09 Conferência Int. (França) - Bricot - “Introdução à Posturologia” Curitiba PR 0800 774 2070 10 Conferência Int. (França) - Bricot - “Introdução à Posturologia” Goiânia GO 0800 774 2070 11 a 15 Curso de Pilates / RDM - Reeducação da Dinâmica Muscular Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 12 Conferência Int. (França) - Bricot - “Introdução à Posturologia” Brasília DF 0800 774 2070 13 Hibrido (Studio e Rehab) São Paulo SP (71) 3261-8000 19 a 22 Fricção Transversa Profunda Curitiba PR (21) 2530-8294 / 2530-2850 20 a 22 RPG / RME - Mód. III Curitiba PR (41) 3262-4545 10% 21 e 22 Fisioterapia Respiratoria em UTI Prática Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 25 e 26 Técnicas Osteopáticas São Paulo SP 0800 400 7008 27 e 28 Mobilização Neural São Paulo SP 0800 400 7008 10% 28 X Curso de Pilates aplicado à Fisioterapia Salvador BA (71) 3347-5313 / 9928-7979 28 e 29 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Porto Alegre RS (41) 3019-2828 / 9973-0610 29 e 30 Curso Internacional de Técnicas Osteopáticas Ribeirão Preto SP 0800 400 7008 30 Curso de Formação em RPG / RAL - Mód. I Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 31 Mobilização Neural Ribeirão Preto SP 0800 400 7008 AGOSTO 02 e 03 Mobilização Neural Porto Alegre RS 0800 400 7008 02 a 05 Curso Mobilização Neural - Neurodinâmica Rio de Janeiro RJ (21) 2223-3632 / 7832-8296 03 Curso Internacional de Formação de Instrutores de Pilates Belém PA (71) 3261-8000 04 e 05 Técnicas Osteopáticas Australianas Londrina PR 0800 400 7008 10% 04 e 05 Reabilitação do Joelho Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 07 e 08 Mobilização Neural Rio de Janeiro RJ 0800 400 7008 09 e 10 Movimento Combinado - Toby Hall Rio de Janeiro RJ 0800 400 7008 10 a 12 Curso Int. (França) - Fournier - “Reeducação das Funções Orofaciais” São Paulo SP 0800 774 2070 11 e 12 II Simpósio Multidisciplinar de Saúde e Terapias Manuais Linhares ES (27) 9905-9900 / 9999-1334 11 e 12 Pilates - Curso Avançado de Aparelhos Rio de Janeiro RJ (21) 2294-2499 13 a 24 Curso Livre Básico de RPG Philippe Souchard - Turma B - 1º Módulo Salvador BA (71) 3331-6272 / 3331-8905 15 a 19 Formação em Osteopatia - Mód. III São Paulo SP (11) 6886-4504 / 9341-0923 18 e 19 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 10% 18 e 19 Curso de Fisiologia Pulmonar e Cardíaca Aplicada à Prática Clínica Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 20 a 31 RPG Souchard - 2ª fase Brasília DF (27) 3349-0799 / (61) 3338-8695 20 a 31 Curso Básico Neuroevolutivo - Conceito Bobath - 2ª Etapa Rio de Janeiro RJ (21) 2522-6291 22 a 25 Pilates Clínico Internacional Porto Alegre RS 0800 400 7008 24 a 26 Curso de Ventilação Mecânica para Fisioterapeutas Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 24 a 31 Pilates Sob a Ótica das Cadeias Musculares Rio de Janeiro RJ (21) 2268-6997 / 2288-8131 25 e 26 Curso de Shantala - Massagem para bebês, crianças e adultos Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 25 e 26 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 27 a 30 Pilates Clínico Internacional Londrina PR 0800 400 7008 30 SULBRAFITO 2007 - Congresso Sul-Brasileiro de Fisio. Traumato-Ortopédica Curitiba PR (41) 3022-1247 31 Curso Internacional de Patofisiologia e Tratamento das Tendinopatias São Paulo SP (21) 2223-3632 / 7832-8296 SETEMBRO 01 a 04 Conceito McConnell Ribeirão Preto SP 0800 400 7008 05 a 08 Conceito McConnell São Paulo SP 0800 400 7008 03 a 14 Curso Livre Básico de RPG Philippe Souchard - Turma A - 2º Módulo Salvador BA (71) 3331-6272 / 3331-8905 07 a 09 Curso Internacional de Patofisiologia e Tratamento das Tendinopatias Rio de Janeiro RJ (21) 2223-3632 / 7832-8296 08 e 09 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Maringá PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 09 a 12 Conceito McConnell Porto Alegre RS 0800 400 7008 10% 15 e 16 Reabilitação do Joelho Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 19 a 25 Curso Internacional da Kinetic Control no Brasil Rio de Janeiro RJ (21) 3325-5339 / 9975-7560 27 Curso Kinetic Control Porto Alegre RS (51) 3671-9921 / 9952-3685 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

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agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE DESC SETEMBRO 27 a 29 XI Congresso de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro RJ (21) 2513-4959 10% 29 e 30 Theraband Academy “Balance, Bolas e Bandas” Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 OUTUBRO 01 a 06 Curso de Formação em RPG / RAL - Mód. II Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 03 a 05 Conceito Bad Ragaz São Paulo SP 0800 400 7008 05 a 07 Conceito Halliwick São Paulo SP 0800 400 7008 06 e 07 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. III e IV Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 07 a 09 Hidroterapia nas Algias - Peggy Schoedinger São Paulo SP 0800 400 7008 10 a 14 Técnica Watus - Direto dos EUA São Paulo SP 0800 400 7008 11 a 14 43º ENAF - Encontro Nacional de Atividade Física Poços de Caldas MG (35) 3222-2344 12 e 13 Curso Internacional (USA) - Okeson - ATM e Dor Orofacial São Paulo SP 0800 774 2070 15 a 26 Curso Básico Neuroevolutivo - Conceito Bobath - 3ª Etapa Rio de Janeiro RJ (21) 2522-6291 20 e 21 Mobilização Neural Belo Horizonte MG (21) 2530-8294 / 2530-2850 27 a 29 XII Congresso Nacional de Acupuntura e Moxabustão Niterói RJ (21) 2719-4808 / 8879-3641 31 Formação em Osteopatia - Mód. IV São Paulo SP (11) 6886-4504 / 9341-0923 NOVEMBRO 01 a 05 Kabat Vallejo no Brasil São Paulo SP 0800 400 7008 02 a 06 Halliwick Integrado (Básico + Avançado) São Paulo SP (21) 3478-1700 02 a 11 Hidroterapia Internacional (J. Lambeck) São Paulo SP (21) 3478-1700 03 e 04 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. III e IV Maringá PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 05 a 09 RPG Souchard - 3ª fase Brasília DF (27) 3349-0799 / (61) 3338-8695 07 e 08 Bad Ragaz São Paulo SP (21) 3478-1700 08 e 09 Pilates Internacional - Saúde da Mulher Ribeirão Preto SP 0800 400 7008 10 e 11 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. III e IV Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 10 e 11 Relaxamento Aquático e Gerenciamento de Dor (21) 3478-1700 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

www.novafisio.com.br • ed. 56|2007 • 35


agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE NOVEMBRO 10 a 13 Pilates Clínico Internacional Ribeirão Preto SP 0800 400 7008 12 a 16 Halliwick Integrado (Básico + Avançado) Rio de Janeiro RJ (21) 3478-1700 12 a 18 Hidroterapia Internacional (J. Lambeck) Rio de Janeiro RJ (21) 3478-1700 14 a 17 I Congresso Internacional da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva Ouro Preto MG www.sonafe2007.com.br 15 a 18 Ergonomia Aplicada aos Postos de Trabalho - Mód. II São Paulo SP (11) 5083-0590 / 5549-3207 16 e 17 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. III e IV Porto Alegre RS (41) 3019-2828 / 9973-0610 17 e 18 Bad Ragaz Rio de Janeiro RJ (21) 3478-1700 10% 24 e 25 Reabilitação do Joelho Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

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FisioPerfil | sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história

Adriana Marinho de Verçoza Onde e quando se formou? Formei-me em 1992, pelo IBMR aqui no Rio de Janeiro Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Ter escolhido a neonatologia como diretriz profissional. O que você mais gosta na profissão? A satisfação de ver o sorriso do meu paciente e da sua família. O que você odeia na profissão? A competição do mercado de trabalho que tem levado alguns colegas a desvalorizarem a fisioterapia para agregar vantagens individuais. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? A competência profissional. Que qualidade detesta nos profissionais que te cercam? A ocupação de lugares que não condizem com sua competência profissional. Qual sua maior virtude? Valorizar o trabalho de quem realmente o faz. Se pudesse mudar algo, o que seria? A formação do profissional de fisioterapia.

Quem é | Adriana Marinho de Verçoza

Qual maior mentira já contou? Não me lembro... Qual foi o fato mais inusitado em sua profissão? A minha defesa de mestrado. A luz da universidade acabou no momento em que me preparava para iniciar a defesa, fazendo com que tivéssemos que mudar de campus com toda a banca de professores nos seguindo, foi realmente inusitado. Qual fato foi o mais cômico? Dando aula em uma turma, com aproximadamente 35 alunos, em um curso de pós-graduação, me apoiei em uma mesa que estava quebrada (eu não havia percebido), fazendo com que eu caísse sentada perante toda a turma. Não preciso dizer que foi trágico e ao mesmo tempo cômico.

Fisioterapeuta com especialidade em terapia intensiva neonatal, professora de fisioterapia das universidades Veiga de Almeida e Unigranrio, coordenadora do curso de pós-graduação de fisioterapia em pediatria e neonatologia do Ibesf. Qual talento gostaria de ter? Ter sempre sucesso na cura de meus pacientes. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Médica veterinária.

Qual seu maior arrependimento? Ter demorado muito tempo para tomar decisões importantes.

E qual profissão jamais queria ter? Advogada.

Qual dica daria aos colegas? Saibam que as realizações são sempre maiores em valores do que as decepções comuns na jornada da fisioterapia. Por isso nunca deixem de amar a profissão que abraçaram com tanto empenho.

Diga uma frase para colocarmos em nossa seção de frases. “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante.”

Qual objeto de desejo? Tenho muitos planos e sei que um dia os realizarei. Qual sua aquisição mais recente? O convênio com diferentes hospitais para o treinamento em serviço do nosso curso de pós-graduação. Tenho certeza que trará um diferencial para a Unigranrio. Qual seu maior sonho? Montar um serviço filantrópico de atendimento a crianças carentes. Qual seu maior pesadelo? A perda de um paciente. 38 • ed.56 | mai/jun 2007 • F&T

Um desafio? Continuar crescendo e aprendendo com a minha profissão. Um livro? O Livro dos Espíritos de Alan Kardec. Quer fazer alguma divulgação? Gostaria divulgar o curso de pós-graduação de fisioterapia em pediatria e neonatologia do Ibesf/Unigranrio, coordenado por mim e pela professora Cleide Câmara, com 360 horas de aulas teórico/práticas e mais 240 horas de treinamento em serviços hospitalares conveniados. Quem quiser informações específicas sobre custos e cronograma das aulas, pode entrar em contato com a secretaria do Ibesf no Tel.: (21) 25087240 ou pelo e-mail: ibesf@terra.com.br.

Indique um profissional com uma longa história para ser nosso próximo entrevistado


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