Edição 64

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ISSN 1678-0817

| editorial

Caros leitores e assinantes, a equipe de profissionais da Nova Fisio, não poderia deixar de lembrar que no próximo dia 13 de outubro se comemora o dia do fisioterapeuta. Além do parabéns antecipado, queremos frisar que o compromisso de produzir uma publicação impressa com qualidade cada vez melhor continua de pé. Para isso, acabamos de firmar parceria com alguns profissionais de ponta do mundo da fisioterapia, mais novidades estarão em breve ao alcance de vocês. Nesta edição, apresentamos uma imperdível entrevista com o campeão de Vale Tudo, Vítor Belfort, que mais do que ninguém, e devido a profissão que escolheu, tem um relacionamento direto e constante com a fisioterapia. O Caderno Especial de Beleza, elaborado pela doutora Vilma Natividade também está dentro desta edição. Agora é só virar a página e se deparar com o que está agitando o mundo da fisioterapia. Dr. Oston Mendes Fisioterapeuta e editor

| protocolo

05 Cartas 06 Clipping de notícias 07 Frases e Coluna Social 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme 10 Entrevista com o lutador Vitor Belfort 14 Atividade física na qualidade de vida do trabalhador 21 Microcorrente elétrica na restauração da pele de ratos submetidos ao peeling de ácido tricloroacético. 24 Efeitos da Eletroporação em Lipodistrofia Abdominal 28 O uso da drenagem linfática manual e do ultra-som no pósoperatório de lipoaspiração 32 Tininha 34 Agenda de eventos

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www.novafisio.com.br 4 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

| Equipe

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Turbilhão | Cartas - Escreva também Basquete Fisioterapeutas, os anjos da guarda dos atletas Uma delegação de basquete não é formada somente por atletas, técnicos e preparadores físicos. Longe dos holofotes, os fisioterapeutas são peças importantes nas equipes. Junto com os médicos, eles trabalham para prevenir lesões, recuperar os atletas de contusões, e cuidar de todo medicamento do time. Entre uma bota de esparadrapo e outra, tem os tratamentos com os aparelhos de ultra-som, “TENS” (sigla em inglês para Neuroestimulação Elétrica Transcutânea) e laser (amplificação de luz por emissão estimulada de radiação). O trabalho começa cedo, bem antes dos jogadores entrarem em quadra pela manhã, e só termina quando o último atleta vai dormir. Felipe Tadiello é o fisioterapeuta responsável pelo tratamento da seleção adulta masculina. Por influencia do pai, o técnico Emerson, Felipe começou no basquete como jogador, mas mudou de carreira. Mesmo com a mudança, não abandonou a modalidade, provando que o esporte está mesmo no DNA da família Tadiello. — Eu escolhi a fisioterapia quando sofri uma entorse jogando basquete. Durante o meu tratamento, decidi que queria fazer o mesmo por outros atletas. Entrei na faculdade com 17 anos. Ainda jogava no São Caetano, quando fiz a proposta para o clube de ser fisioterapeuta do time. Eu estava no segundo período e sabia que não ia ser um jogador de alto nível, então decidi ficar na área da saúde. Em 1999, trabalhava com basquete e coordenava toda a fisioterapia das outras modalidades. Comecei na seleção brasileira em 2000, com a equipe juvenil que tinha Leandrinho, Nenê e Tiago Splitter. Fui para um Sul-Americano feminino e acompanhei a delegação masculina no Pan-Americano de Santo Domingo, em 2003. Passei dois anos trabalhando somente durante as fases de treinamento e fiquei afastado em 2005. Voltei para a seleção no final de 2006, quando o Carlos Andreoli assumiu o departamento médico da seleção masculina e me convidou para trabalhar com ele. Felipe é um dos poucos fisioterapeutas homens que trabalhou com uma seleção feminina. Em 2001, acompanhou a equipe do técnico Antonio Carlos Barbosa na conquista de mais um título sulamericano no Peru. — Trabalhar com as jogadoras foi uma experiência diferente. Passei por situações engraçadas e inéditas na minha vida, como sair no

meio da noite no Peru, procurando farmácia para comprar absorvente. No começo foi difícil. Algumas atletas eram mais velhas do que eu, na época estava com 23 anos, e era uma pessoa nova na delegação. Também tinha o fato de ser homem num ambiente feminino, entrando nos quartos das atletas para tratamento. Mas todo mundo me deu muito apoio. A Adrianinha e a Adriana Santos me trouxeram para o grupo e logo todas passaram a confiar em mim e no meu trabalho. Em poucos dias, elas já conversavam sobre os assuntos de mulher na minha presença sem nenhum problema. Formado pela Universidade do Grande ABC, em São Paulo, e com pós-graduação no Centro de Traumatologia do Esporte da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Felipe é um dos poucos brasileiros com formação no Método Rolf de Integração Estrutural pela associação americana Guild for Structural Integration. Além do trabalho com a seleção, ministra aulas sobre Rolf e se dedica ao tratamento dos pacientes na recém-inaugurada clínica. — Desde 2001, eu tenho um consultório particular e, no início deste ano, montei uma clínica com outros três fisioterapeutas, dois deles companheiros de seleção. Era um projeto que eu tinha desde que comecei minha carreira. Não sabia como ia ser essa nova etapa, mas a clínica está dando certo. Voltei dos 42 dias que fiquei com a seleção e minha agenda estava lotada. Trabalhamos com fisioterapia postural e esportiva. Agora posso ficar mais tranqüilo quando viajar, porque sei que meus pacientes vão estar sob cuidados de pessoas que eu conheço bem. Já na seleção feminina adulta, o anjo da guarda atende pelo nome de Flávia Rocco. Desde 2002 na equipe médica da CBB, Flávia está em Pequim acompanhando a seleção olímpica, que vai em busca de sua terceira medalha. — Participar de uma Olimpíada é o sonho de qualquer profissional que trabalha com esporte, não só do atleta. A emoção é inexplicável. Já participei de dois Mundiais (adulto no Brasil, em 2006, e Sub-21 na Croácia, em 2003) e o Pan-Americano do Rio de Janeiro, mas a sensação de estar nos Jogos Olímpicos é única. Na Vila você tem contato com atletas de todas as modalidades, de todos os países. É uma mistura de culturas muito grande, o mundo inteiro está num lugar só. É uma experiência que vou carregar por toda a minha vida. Mas não é só a equipe adulta que conta com os serviços dessa fisioterapeuta, mestranda da USP em

Ciências Aplicadas ao Aparelho Locomotor. Flávia já atuou em todas as categorias, da cadete à adulta e, segundo ela, cada uma tem sua especificidade. — As atletas da seleção adulta possuem mais problemas crônicos do que as de base devido ao tempo da prática esportiva. Independente da categoria, o trabalho tem caráter preventivo, para evitar lesões, e curativo para as já existentes. Cada faixa etária deve ser bem estudada e, junto com os médicos, analisamos qual o melhor tratamento a ser realizado. Com seis anos de seleção brasileira, Flávia teve oportunidade de conhecer mais de dez países. Do Equador à Oceania, passando pelo Leste Europeu, precisou aprender a pedir gelo e água quente em vários idiomas. As viagens são ótimas, mas a melhor parte do trabalho é ver o atleta novamente em quadra após se recuperar de lesão. E foi por esse motivo que decidiu se dedicar a fisioterapia esportiva. — É maravilhosa a sensação de reabilitar uma atleta e vê-la novamente em atividade. É a maior recompensa pelo trabalho. A fisioterapia na área esportiva faz com que os resultados aconteçam com mais rapidez. Recentemente, a ala Micaela se lesionou às vésperas da Olimpíada. Conseguimos recuperá-la a tempo de defender o Brasil em Pequim e realizar seu sonho como atleta. Na seleção brasileira Sub-15 masculina, dava para confundir o fisioterapeuta Gabriel Peixoto com os atletas durante o treinamento. O uniforme era o mesmo, a altura (1,94m) coincide com a maioria dos jogadores, a diferença ficava mesmo pela idade, apesar de ter apenas 25 anos. Às vezes, Gabriel arrisca umas cestas no final dos treinos, mas o forte dele mesmo é a fisioterapia esportiva. — Até tentei jogar basquete no Círculo Militar, em São Paulo, mas fiquei mesmo no amadorismo. Eu gostava de tênis de mesa e corrida de rua, também como diversão. Uma vez ou outra, arremesso algumas bolas no final dos treinos. Decidi pela fisioterapia porque achava um ramo interessante e, além disso, meu pai sofre de uma doença reumática na coluna e era uma oportunidade para também cuidar dele. E como eu sempre gostei muito de esportes, trabalhar com atletas foi juntar o útil ao agradável. Formado pela Universidade Federal de São Carlos (SP) e com pós-graduação em fisioterapia esportiva pelo Centro de Traumatologia do Esporte da Escola Paulista de Medicina da Unifesp,

Gabriel está na seleção brasileira há dois anos e já trabalhou com as categorias cadete, juvenil e adulta. — O Carlos Andreolli, médico da seleção adulta masculina, trabalha no Centro de Traumatologia do Esporte e me convidou para fazer parte da equipe médica da Confederação. Comecei em 2006, com o time cadete que foi campeão sul-americano no Uruguai. No ano seguinte fui para a Sérvia, onde o Brasil ficou em quarto lugar no Mundial Sub-19, e para meu segundo Sul-Americano cadete em Posada Misiones, na Argentina. Este ano, tive a oportunidade de trabalhar com jogadores da categoria adulta no Sul-Americano do Chile e, em setembro, devo acompanhar a seleção Sub-15 na Venezuela. Em 2008, Gabriel conviveu com duas seleções e realidades bem diferentes: a experiência da seleção adulta e a inexperiência dos adolescentes de 14 e 15 anos. — Os meninos da Sub-15 são muito inocentes, chegam com muitos sonhos e tudo é festa. Só em estar na seleção já é motivo de comemoração. Para alguns, as duas fases de treinamento no Rio foram as duas primeiras viagens. Eles nem pensam em corte, só querem aprender e melhorar cada vez mais. São poucos os que já se machucaram e por isso ainda não sabem o que fazer para prevenir as lesões. E uma parte do trabalho é justamente conscientizá-los da importância de usar a tornozeleira. Na adulta, os atletas já são profissionais, têm mais vivência. Como eles têm mais tempo de jogo, são mais independentes. Alguns até fazem a própria bota de esparadrapo. Gabriel também é um dos supervisores da pós-graduação do Centro de Traumatologia do Esporte da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e ainda montou uma clínica de fisioterapia no bairro Pinheiros, em São Paulo, junto com mais dois colegas de seleção. — No início do ano, o Felipe Tadiello, que trabalha com a adulta masculina, a Érika Toma, a Cinthia Violante, que esteve com a Sub-18 feminina, e eu montamos a nossa própria clínica. Estamos ainda no começo dessa nova empreitada. O início do ano foi bem agitado com as fases de treinamento e as viagens das delegações brasileiras. Mesmo assim, conseguimos nos organizar para atender satisfatoriamente, as duas coisas. ELETROBRÁS, PATROCINADORA OFICIAL DO BASQUETE BRASILEIRO Luiz Carlos Pinto , Renata Martins Fernanda Di Lorenzo www.novafisio.com.br • ed. 64|2008 • 5


Turbilhão | Clipping de notícias Dormir na postura correta favorece a saúde do corpo inteiro.

Dormir. Mais um pouco.

Especialistas advertem sobre as conseqüências de dormir de forma incorreta

Um bom dia depende de uma boa noite

Passamos aproximadamente um terço de nossa vida dormindo. Dormir bem é essencial para melhorar a qualidade de vida e até aumentar a longevidade. Sem o merecido descanso, o organismo deixa de cumprir uma série de tarefas importantíssimas. Especialistas acreditam que a principal peça dessa engrenagem é a melatonina - hormônio produzido no cérebro pela glândula pineal. Ele começa a ser secretado assim que o sol se põe, como um aviso para o organismo se preparar para dormir. Portanto, é durante o sono, que todo o corpo se recompõe e se prepara para o dia seguinte. “O momento do sono é reparador e se tomarmos alguns cuidados com a postura, poderá fazer uma grande diferença para a saúde de nosso corpo como um todo. Dormir alinhado e na postura mais adequada, que é a de lado, poderá interferir positivamente na qualidade do nosso sono”, afirma a fisioterapeuta Silmara Rodrigues Bueno, pesquisadora em postura do sono. “A postura correta ao dormir, com o auxílio do travesseiro correto para o seu biótipo, favorece a anatomia fisiológica da coluna vertebral e esta anatomia irá contribuir com o alinhamento do corpo para chegar mais próximo da postura fisiológica humana, evitando rotações, trações, hiperextensões no funcionamento correto de todo o corpo”, afirma a fisioterapeuta. Outra vantagem também da postura lateral é na prevenção de roncos e até mesmo nos casos de apnéia do sono, que são caracterizadas por interrupções breves e repetidas da respiração quando estamos dormindo. “Dormir de barriga para cima é uma das causas que pode provocar a apnéia, pois esta posição gera um grande estreitamento das vias respiratórias”, assegura o médico Drº Flávio Aloé que é Neurologista e Neurofisiologista do Sono e Médico Especialista em Medicina do Sono pela Sociedade Brasileira de Sono. Outro ponto a ser destacado é o ronco que também é um distúrbio do sono causado pela má postura ao dormir, pois a língua cai sobre a glote dificultando a troca gasosa. “A postura lateral facilita então esta troca gasosa que ocorre durante o sono e diminui o ronco”, afirma Dr. Flávio. Dormir na postura correta acarreta benefícios para todo o organismo a curto, médio e mesmo a longo prazo. Um exemplo é a influência da postura ao dormir desde criança para a saúde bucal. Durante o sono, o corpo libera o hormônio do crescimento, o GH, e dormindo na postura inadequada, sua coluna fica desalinhada e consequentemente ocorre o desalinhamento esquelético, acarretando no desalinhamento maxilar, dentes, mandíbula e até da face. “É fundamental que os pais se preocupem, com a postura correta das crianças para evitar futuros problemas bucais. A postura alinhada faz toda a diferença no desenvolvimento da dentição e na respiração noturna e na formação do esqueleto axial da criança”, comenta Silmara Bueno. Alfapress Comunicações Manuela Cardoso

VEM AÍ! 6 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

Tão importante quanto comer é dormir, principalmente para a prevenção e recuperação de diversas doenças e ainda para o aumento da expectativa de vida. A qualidade do sono é tão essencial, que pesquisadores do Instituto do Coração, em São Paulo, já demonstraram que o tratamento de distúrbios do sono, como a apnéia, pode prevenir a aterosclerose, diminuindo o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares. Até mesmo outro velho dito popular tem fundamento. As crianças realmente crescem enquanto dormem, pois é nesta hora que os hormônios do crescimento são liberados em maior proporção. Seguindo o caminho inverso, noites mal-dormidas redundam em queda nos desempenhos físico e mental, entre outros problemas. Isso sem falar no comprometimento da coordenação motora, do raciocínio e da capacidade de tomar decisões. As conseqüências podem inclusive ser irreparáveis. No volante, o sono chega a ser comparado à embriaguez. Prova disso são as cerca de 20 mil vítimas fatais de acidentes de trânsito, registradas no último anuário estatístico do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Estima-se que o sono tenha sido responsável por 20% destes óbitos. Também podem acontecer acidentes durante a operação de máquinas, pela dificuldade de concentração. Há pessoas que precisam dormir 10, 11 horas por noite, outras ficam bem com apenas 4 ou 5 horas. Com a idade, a necessidade diminui, assim como o gasto energético. O fato é que não há regra que sirva para todos. Cada organismo tem um ritmo e uma necessidade maior ou menor de horas de sono. O fundamental é conhecer a sua necessidade e respeitá-la. Por outro lado, há importantes recomendações para uma boa noite de sono. O ambiente tem que ser confortável (com bom colchão e travesseiro, por exemplo) e sem ruídos. Antes de deitar é fundamental que se evite o consumo de bebidas que contenham estimulantes, como café, guaraná, coca-cola e bebidas alcoólicas. Também é importante um intervalo de no mínimo duas horas entre a última refeição do dia e a hora de deitar. Esta refeição, inclusive, deve preferencialmente ser feita com alimentos leves, como verduras, legumes e grelhados. Outra dica é tomar pouco líquido antes de ir dormir, para evitar a necessidade de urinar durante a noite, o que acarreta um despertar comprometedor para a continuidade de um bom sono. Para os mais tensos podem ajudar um banho de imersão com água morna e um chá de camomila ou erva-doce antes de deitar. Por fim, a prática de exercício físico e o não consumo principalmente de café contribuem para um sono reparador. Dormir mal não é normal, qualquer que seja a idade. Dr. Antônio Carlos Lopes Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica


Turbilhão | Frases, coluna social “Eu não pensava em ser atriz, meu sonho era ser fisioterapeuta, trabalhar em UTI e cuidar dos recém-nascidos” [Atriz Paola Oliveira que chegou a se formar em fisioterapia]

“Não basta apenas ser fisioterapeuta, é necessário ter o dom” [Michael Maschio, Capinzal - SC]

“Otimista é aquele que transforma suas dificuldades em oportunidades” [Dra. Tatianne Teófilo - Fisioterapeuta, Fortaleza - CE]

Fotos | 4º Congresso Internacional de Fisioterapia - Maceió - AL

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Crônica | Coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br

Síndrome da Hiperfobia Umbilical. Você saberia tratar? por

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Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

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omo colaborou meu amigo André Luis, é uma Síndrome que fixa os olhos na região umbilical, provocando flexão extrema de cabeça, acompanhada da inversão da curvatura lombar, juntamente com o pensamento: EU ME AMO; EU SOU O MELHOR!!! Pois é, a Fisioterapia já possui diversas estrelas, as famosas “STARS”, em muitos casos as “STAR WARS”. É a galera que não se denomina fisioterapeuta, mas RPgista, Acupunturista, Osteopata, entre outras denominações mais. Essas criaturas são facilmente identificáveis, pois fazem propaganda de suas atividades de forma agressiva (não que ninguém possa, ou não deva, falar do que faz), de modo a parecer querer esfregar na cara de todo mundo suas atividades, seus “títulos”. Eu acho muita graça desses currículos enormes, onde o indivíduo faz tanta coisa, que nos remete a imaginar se o dito cujo (coisa rica de mãe) dorme, se faz sexo, toma banho, toma chopinho, vê futebol, vai a cinema, coisas que nós normais fazemos, nem sempre com tanta folga, mas que dá para encaixar dá. Seria engraçado se não fosse ridículo, ou cômico se não fosse trágico, como preferirem. Querem parecer muito mais do são, ou do que realmente representam para a comunidade a que pertencem (ou será que a comunidade é que pertence a ele?), como se isso tivesse alguma utilidade pública. No meio artístico há a eterna curiosidade popular de saber quem é homossexual, pois vive-se a vida das celebridades, bastando para isso identificar quem tem namorado(a), porque nossa sociedade, ainda conservadora em alguns aspectos, não permite trânsito livre dessas coisas. Similarmente você quer saber quem é quem nesse meio, aqui vai uma fórmula simples: observem que os homossexuais não aparecem com seus namorados(as), logo, guardando-se as devidas proporções, podem ver que essas STARS da Fisioterapia não falam de ninguém, a equipe nunca aparece, eles são os tais. No mundinho deles só eles têm espaço, parecem híbridos que se desenvolveram sem a ajuda de ninguém, provavelmente não tiveram Mãe, ou então, eles sempre escolhem um ou outro só para servirem de disfarce. O cara tem todo um vocabulário, uma maneira de olhar a vida. Vejam suas opiniões sobre alguns assuntos.

FISIOTERAPEUTA STAR: 1) Estagiário – infeliz que está tentando, desesperadamente, aprender alguma coisa e do qual devemos nos aproveitar o máximo possível; 2) Pobre – é o cara que ainda não morreu de teimoso; 3) Professor – é o cara que tem mais é que aprová-lo porque não vai acrescentar nada à sua formação, porque está muito abaixo da sua capacidade de estrela. É pura perda de tempo ouvir as baboseiras, mas cuidado para não ficar reprovado. Fale por trás do professor, nunca pela frente; 4) Sinceridade – muito cuidado com esta ação porque as pessoas todas têm inveja e, certamente, não vão entender que somos os maiores, melhores, superiores e adjetivos similares; 5) Paciente – é o cara que anima a sessões antes mesmo de terminar e não enche o saco e não fica bom rápido para não atrapalhar o faturamento; 6) Dinheiro – mais importante que mãe, ou qualquer outra coisa que valha. Só tem uma coisa que concorre com o dinheiro – a exposição na mídia, pois aparecer é quase orgástico. Tem mais coisas, mas não lembro agora e sempre que lembrar vou mostrar, ou se você souber de algum mande-me que divulgarei. Agora te pergunto: Precisamos disso? Aonde vamos chegar assim? Uma profissão nova como a nossa já afetada dessa maneira! É claro que não precisamos ficar de cabeça baixa, pois quem muito se abaixa os fundilhos aparecem, já dizia minha bisavó, mas assim é demais. Precisamos combater essa gente, antes que vire uma pandemia e não se consiga mais controlar. Um forte abraço para a Elydiani da Faculdade Anhanguera de Piracicaba; para a Liliane, da Católica de Salvador; para meu amigo Eduardo Ferro, gostei de saber que é nosso leitor e para o Fernando Borelli, seja bem vindo à Fisioterapia do Trabalho.

ATENÇÃO: Se sua região precisa de capacitação em Ergonomia, Fisioterapia do Trabalho e Empreendedorismo, ou qualquer outro tema, fale com a GESTO (gesto@globo.com), que buscaremos o profissional que você precisa, mas sem descuidar da qualidade.

“Muito estudar não basta para nos ensinar a compreender” (Heráclito)

Prof. Luís Guilherme Barbosa (ABERGO e ABRAFIT) Fisioterapeuta do Trabalho, Ergonomista, Professor Universitário, Diretor da GESTO-Ergonomia e Saúde no Trabalho Ltda. Ah! Ta vendo este anúncio aí do lado, eu vou estar lá também! 8 • ed.62 ed.64 | mai/jun Set/Out 2008 • NovaFisio


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Entrevista | com o lutador

Vitor Belfort

por | Eduardo Tavares fotos | Douglas Shineidr

Nasceu no Rio de Janeiro, tem 31 anos e começou a praticar artes marciais aos 8. Aos 14, se tornou campeão brasileiro de jiu-jitsu com a faixa azul na sua categoria e no absoluto, onde competem atletas de todos os pesos. Um ano depois, se mudou para os Estados Unidos com seu então treinador, Carlson Gracie. Foi o lutador de jiu-jitsu mais novo do planeta a receber a faixa preta, com 17 anos. Hoje, é um dos maiores lutadores de Mixed Martial Arts (MMA) do mundo, apesar de sua aparição ter sido meteórica, muitos não sabem quanto ralou para chegar ao topo na carreira. Vítor Belfort precisou superar muitos obstáculos e colocar em prática uma metodologia de preparação nunca vista antes para um atleta brasileiro. Hoje, morando no Rio, após um período de dois anos vivendo em Belo Horizonte, decidiu vir com a família, a modelo Joana Prado, os filhos Davi, 3 anos e Vitória, 9 meses, para sua cidade natal. Em entrevista a NovaFisio, ele conta como utiliza a fisioterapia para tratar as seguidas lesões que surgem durante as pesadas lutas e revela suas preocupações com o panorama atual de violência no país.

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oje, casado e com filhos pequenos, a violência do Rio te assusta?

–Me preocupa muito e acredito que a todos que moram no Rio e no Brasil. Nosso Chefe de Segurança Pública está sendo procurado pela policia como foragido, isto já diz tudo. A impunidade me preocupa. Vivemos um momento em que falta amor, onde ninguém respeita ninguém. Lembrando casos de violência entre jovens de classe média e alta da Barra, como o caso de espancamento da doméstica Sirlei, a que você atribui estas práticas entre os jovens da região? –A impunidade cria isso. Atribuíam muitos casos de violência a luta, mas a arte marcial é um esporte que se difere dos outros, pois existe um contato direto, honesto e aberto entre os oponentes. Isso leva o lutador para dentro de si acalmando-o. Os jovens que espancaram a domestica são pessoas desumanas que devem ser punidas. Pior foi o pai de um deles falar que foi normal o que ocorreu. O educador não pode errar. Existem muitos filhos com pais presentes que na verdade estão ausentes. O boxe profissional é sua verdadeira paixão esportiva? –O boxe também foi uma das minhas paixões. Não segui nele por falta de oportunidade. Muitos boxeadores acabaram migrando para a MMA, que esta tomando conta agora. 10 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

Quais são seus ídolos no esporte? –O ex-jogador de basquete Michael Jordan e o Zico. Os boxeadores Evander Holyfield e o Mike Tyson no inicio Apesar da disseminação do jiu-jitsu e do vale tudo no mundo, você acredita que o Brasil ainda é uma referência quando o assunto é arte marcial? –O Brasil foi e será sempre referência em arte marcial. Se os empresários brasileiros não se derem conta de que o MMA esta dominando o mundo ficaremos para trás. Deveriam investir em um esporte que esta em pleno crescimento. Não podemos deixar de fazer parte deste cenário. A imagem que construiu vai além dos ringues. Houve em algum momento um projeto para te tornar uma pessoa pública? –Não consigo fazer coisas que muitas personalidades fazem. Muitos camuflam o que realmente são. Não consigo atuar, nem no esporte nem na vida pessoal. Sou eu mesmo e as pessoas acabam se identificando com isso. Acreditam que os valores que tenho são naturais. Em meu blog recebo cerca de 30 mil visitas diárias de mães e pais que abrem o coração. A maior felicidade que tenho não esta em uma vitória no ringue, mas sim em nocautear o coração das pessoas com a palavra de Deus. Por ser um campeão de artes marciais, existem aqueles mal intencionados que resolvem tirar a prova com um lutador

nas ruas. Você nunca teve seu nome envolvido em episódios de violência. Como se esquivar destas provocações? –Me esquivo da maneira mais simples. Quando um não quer dois não colidem. Confio em mim e tenho autoconfiança. A grande virtude é ganhar uma luta sem desferir um golpe, apenas com a sugestão. Qual seu principal adversário? –Alguns dizem que é Satanás, mas acredito que o pior inimigo e o nosso íntimo. O próprio ser humano acaba com seus sonhos, o medo e a insegurança são criados dentro de nos. Só devemos temer a Deus. Há poucos dias, assisti uma palestra com autoridades onde vi cenas que rasgaram minha alma. Eram imagens horrorosas de pedofilia, pais tendo relações com as filhas e empresários fazendo sexo com crianças. Hoje, a Internet promove a comunicação, mas permite o consumo bilionário da pedofilia. Após a palestra tive a convicção de que o ser humano e o pior animal do planeta. Alguns dizem uma vida estabilizada sem dificuldades financeiras amolecem um lutador. Você concorda com isso? –O lutador quando fica a vontade no esporte, ele acaba amolecendo. Ele nunca deve perder o foco em seu objetivo. Isso eu tenho mais do que antes. Com 14 títulos mundiais de MMA, oito vezes campeão do Ultimate Fighting Championship (UFC) nos Estados


No futuro, quando parar de lutar profissionalmente, o que fará da sua vida? –Seguirei no ramo empresarial. Em breve estarei lançando um açaí com 0% de gordura trans. Um produto saudável e orgânico que será lançado no próximo verão. Estará disponível nos quiosques da Orla Rio. Também realizarei o projeto de uma pagina na Internet onde darei palestras virtuais abordando treinamento, dieta e auto-ajuda para os internautas. Quando ocorreu sua última lesão? -Foi na minha última luta em Los Angeles, na Califórnia. Mais precisamente no dia, 19 de julho. Como foi a contusão? -Foi na mão esquerda e senti na hora quando desferi um golpe no rosto do adversário. Continuei a lutar com a mão quebrada durante aproximadamente oito minutos. Quebrei a mão no início da luta e venci por nocaute no segundo assalto.

e o fisioterapeuta Paulo Dutra.

–Minha família. O esporte ainda é minha plataforma de vida.

Vítor Belfort

Unidos, cinco conquistas no Pride do Japão e campeão do Cage Rage em Londres. O que ainda te estimula no vale-tudo?

-Quem opta por um esporte radical não pode fugir disso. Tem coisas que um atleta não pode pensar muito. Atletas trabalham em cima de superação. Sem ação nada acontece. Como vem sendo feito o tratamento com a fisioterapia? -Tento conciliar os diversos compromissos profissionais com as sessões que são duas vezes por dia todos os dias da semana. A fisioterapia agora é prioridade. De todos os tratamentos que já fez, como você vê a fisioterapia? - A fisioterapia abrange todos os outros tratamentos. É a mãe de todos. Ela age em duas vertentes, na prevenção e no tratamento da lesão. Ela é fundamental.

Dra. Lilian Braga,

Como você convive com as freqüentes lesões que surgem?

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Entrevista | com o lutador Vitor Belfort O Diagnóstico Seqüela de trauma na mão esquerda. Quadro degenerativo na articulação trapézio-metacarpiana com seqüela de várias fraturas na base do primeiro metacárpo. Último trauma há cerca de um mês que resultou na fratura da cabeça do segundo metacárpo e fratura da base do primeiro metacárpo esquerdo. O Tratamento “O lutador está fazendo um fortalecimento ativo e passivo para ganhar amplitude articular. As sessões são duas vezes por dia, cerca de 1h30 cada sessão, já que não é um paciente comum. Atletas podem fazer uma fisioterapia mais intensiva. Vitor também está fazendo bandagem e drenagem linfática no local para diminuir o edema. Sua articulação já é comprometida devido as lutas que participa. Acredito que voltará a competir daqui há dois meses” – explicou a doutora Lílian Braga, fisioterapeuta e diretora da Clínica FisioBarra, localizada no Universidade Estácio de Sá, na Barra da Tijuca - Rio de Janeiro.

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Artigo | LER/DORT, atividade física, saúde do trabalhador

Atividade física na qualidade de vida do trabalhador por | Alexandre Marcon Alfieri e Fábio Marcon Alfieri.

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ltimamente os indivíduos estão cada vez mais preocupados com sua situação dentro do contexto do trabalho ou emprego, isto indica que as pessoas estão cada vez mais atentas com as condições de trabalho e com o ambiente onde elas passam a maior parte de sua vida. Por outro lado, as empresas também começam a chegar num consenso de que, o fator chave da competitividade de uma empresa não está nos processos, nos produtos e serviços oferecidos pela própria empresa, mas sim em seus funcionários que são os principais responsáveis pela capacidade de criar e agregar valores aos negócios. Contudo devido as condições atuais, como o ritmo acelerado de vida, as grandes jornadas de trabalho, às pressões da sociedade, pressões do próprio ambiente de trabalho referente à quantidade e qualidade, além da concorrência do mercado, fazem com que as condições de vida dos trabalhadores fique prejudicada. Ou seja, como relatam Buchalla e Pastore (2000) e Orso (2001), os indivíduos com o processo de industrialização e urbanização verificado nos últimos quarenta anos fez que a modernidade também exibisse a sua face sombria. As pessoas se alimentam mais de comidas industrializadas, dispõem de inúmeros confortos no cotidiano e trabalham num ritmo alucinante. Assim, têm-se indivíduos mais inativos, com sobrepeso, estressados como nunca, fazendo com que haja aumento das doenças psicossomáticas e das doenças ocupacionais, ou seja, das doenças ligadas ao trabalho. Estas alterações na vida dos trabalhadores em geral, fazem com que a haja diminuição nas capacidades funcionais dos indivíduos afetando sua saúde e sua qualidade de vida. Dentre as diversas formas de intervenção para melhoria das condições de trabalho, a atividade física vem sendo destacada como forma de promoção de saúde, prevenção de doenças específicas ocupacionais dos trabalhadores e até mesmo no incremento da produção e economia das empresas. Doenças relacionadas ao trabalho: Atualmente devido à maior competição entre as empresas, e a busca por maior produtividade, é comum o aparecimento de longas jornadas de trabalho, ambientes ergonomicamente errados, ritmo intenso de trabalho, que fazem com que o trabalhador esteja mais predisposto a adquirir as doenças relacionadas ao trabalho. No Brasil, o fenômeno chegou à década de 80, mais precisamente em 1984 e 1985, onde começaram a descrever os primeiros casos de LER – lesões por esforços repetitivos em digitadores, e o tema foi discutido pela primeira vez no Rio Grande do Sul (FILHO & PEREIRA, 2004; SATO et al. 1993; BRASIL, 1997). Atualmente as estatísticas demonstram um número crescente de casos de DORT – Dis14 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

túrbios ósteo-musculares relacionados ao trabalho, nos mais diversos trabalhadores: digitadores, bancários, telefonistas, operadores de caixa registradores, trabalhadores de linha de montagem, auxiliares de enfermagem, entre outros. A linguagem LER/DORT ainda é confusa e de terminologia bastante variada até mesmo entre os profissionais que lidam diretamente com elas, pois estas terminações não dizem respeito a doenças, e sim ao conjunto heterogêneo de afecções músculo-esqueléticas que estão relacionadas ao trabalho (FILHO & PEREIRA, 2004; SATO et al. 1993; BRASIL, 1997) Segundo o Ministério da Saúde, por definição as LER/DORT abrangem quadros clínicos do sistema músculo-esquelético adquiridas pelo trabalhador submetido a determinadas condições de trabalho. Caracterizam-se pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como: dor, parestesia, sensação de peso, fadiga de aparecimento insidioso, isto, geralmente nos membros superiores. Doenças neuro-ortopédicas definidas como tenossinovites, sinovites, compressões de nervos periféricos podem ser identificadas ou não. Freqüentemente são causa de incapacidade laboral temporária ou permanente. É resultado da utilização excessiva das estruturas anatômicas do sistema músculo-esquelético e da falta de tempo de recuperação. O Ministério da Saúde aponta algumas doenças ditas ocupacionais: - síndrome do desfiladeiro torácico; • tenossinovite dos flexores dos dedos e dos flexores do carpo; • síndrome do supinador; • tendinite distal do bíceps; • síndrome do pronador redondo; • tenossinovite do braquiorradial; • síndrome do interósseo anterior; • cisto sinovial; • síndrome do túnel do carpo; • lesão do nervo mediano na base da mão; • síndrome do canal ulnar; • síndrome miofascial; • síndrome do canal de Guyon; • tendinite do biciptal; • síndrome do interósseo posterior; • bursite; • doença de DeQuervain; • contratura de Dupuytren; • dedo em gatilho; • síndrome de Wartenberg ou compressão do nervo radial; • epicondilite lateral; • tendinite do supra-espinhoso; • epicondilite medial ou epitrocleíte; • tenossinovite dos extensores dos dedos e do carpo. Portanto é fundamental lembrar que nas LER/ DORT pode-se encontrar um ou mais quadros clínicos, juntamente com quadros dolorosos vagos e sem território definido. O exame clínico deve dar ênfase aos sistemas musculoesquelético e neurológico relacionados às queixas do paciente. Quanto a epidemiologia, ou seja, a freqüência da distribuição dos agravos sobre determinada população, o Ministério da Saúde aponta que o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) classifica as LER/DORT entre os dez mais significativos problemas de saúde ocupacional nos Estados Unidos, esti-

mando que correspondam a cerca de metade das doenças ocupacionais notificadas. Em algumas empresas, estimou-se que a prevalência de LER atinge cerca de 25% da população trabalhadora. Estudo de prevalência realizado naquele país, com 44.233 entrevistas a partir de amostra de base domiciliar, encontrou a auto-referência à síndrome do túnel do carpo por parte de 2,65 milhões (1,55% entre 170 milhões de adultos). Os ramos de atividades com maiores prevalências foram: produtos de alimentação, serviços de reparos de automóveis, transportes e construção civil. As ocupações que registraram maior número de indivíduos com queixas de LER foram: trabalhadores dos correios, profissionais de saúde e de montagem de equipamentos em geral. Outro estudo nos Estados Unidos estimou em cerca de 400.000 a 500.000 as cirurgias de túnel do carpo realizadas anualmente, traduzindo-se em um custo econômico da ordem de 2 bilhões de dólares por ano. Atividade física: A atividade física pode ser definida segundo Nahas (2001), como: “qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética (portanto voluntário), que resulte num gasto energético acima dos níveis de repouso. Este comportamento inclui as atividades ocupacionais (relativas ao trabalho), atividades da vida diária (vestir-se, banhar-se, comer, transporte) e atividades de lazer (exercícios físicos, dança, artes marciais etc)” . Ao passo que segundo o mesmo autor, os exercícios físicos são uma das formas de atividade física, e se caracteriza por ser planejado, estruturado e repetitivo que tem por objetivo o desenvolvimento da aptidão física, de habilidades motoras ou da reabilitação orgânicofuncional. Quanto à aptidão física temos duas formas de abordagem: *Aptidão Física relacionada à performance – inclui componentes necessários para uma performance máxima no trabalho ou nos esportes. É adquirida por meio de exercícios físicos intensos e treinamento desportivo. *Aptidão Física relacionada à saúde – congrega características que, em níveis adequados, possibilitam mais energia para o trabalho e o lazer, proporcionando, paralelamente, menor risco de desenvolver doenças associadas a baixos níveis de atividade física. É adquirida por meio de exercícios físicos moderados e uma rotina semanal de exercícios leves (NAHAS, 2001). A inatividade física é algo que atinge todos os segmentos populacionais, até mesmo os idosos, que em teoria teriam maior tempo “livre” para se exercitarem. Segundo Bij et al. (2002) atinge 60% dos idosos americanos. Segundo Nahas (2001) a inatividade física se torna um problema de saúde pública, pois a inatividade física vem aumentando nos últimos ano e conseqüentemente o número de


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Artigo | LER/DORT, atividade física, saúde do trabalhador mortes associadas a inatividade física também vem aumentando, segundo o autor alguns especialistas afirmam que este fenômeno se deve ao estilo de vida do homem e da mulher moderna. Rodeado das inovações tecnológicas e da comodidade na realização das tarefas diárias, o cidadão do século XXI só se movimenta se quiser. Benefícios gerais da atividade física: Em 1992, 100 experts se reuniram no Canadá, na busca de esgotar o assunto e chegar num consenso sobre atividade física, aptidão e saúde (SHEPHARD, 1995). Neste encontro, se examinou a influência do exercício nos diferentes sistemas orgânicos, com implicações em mudanças na saúde. Eles evidenciaram as condições que podem ser prevenidas ou tratadas com o auxílio do exercício. Atualmente tem sido divulgado e comentado pelos meios científicos e leigos, sobre a importância da promoção da atividade física. Esta sem dúvida traz benefícios nos aspectos físicos, sociais e mentais na vida das pessoas. O exercício físico regular tem sido reportado na literatura científica como fator favorável à saúde por diminuir riscos potenciais de doenças, melhorar a capacidade cardiovascular, metabólica, hormonal, locomotora, Além dos benefícios fisiológicos da atividade física no organismo, evidências mostram que existem alterações nas funções cognitivas dos indivíduos envolvidos em atividade física regular, sugerindo que o processo cognitivo seria mais rápido e mais eficiente em indivíduos fisicamente ativos; dentre os efeitos psicológicos, a diminuição da tensão emocional pode ser considerada como um dos mais. Também há o fato da promoção de relacionamentos, sobretudo quando a atividade física é realizada em grupos. Desta forma a atividade física estaria aumentando as capacidades funcionais e promovendo assim melhores condições de vida dos indivíduos. (NETO, 1997; SHARKEY, 1998; NIEMAN, 1999). Qualidade de Vida Quando se fala em Qualidade de Vida (QV), pode-se recair no discurso comum, devido à complexidade e imprecisão associada à definição de um conceito de qualidade de vida. A qualidade de vida pode ser resultante da percepção das condições de saúde, capacidade funcional e outros aspectos da vida pessoal e familiar. Nahas (2001), também salienta a dificuldade de estabelecer um conceito preciso de QV, mas tenta defini-la como resultante de um conjunto de parâmetros individuais, socioculturais e ambientais, que caracterizam as condições em que vive o ser humano, uma comunidade ou uma nação. A organização Mundial da Saúde através do grupo WHOQOL (1995) definiu qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” Pode-se deduzir que são muitos os fatores que influenciam a qualidade de vida de um indivíduo, incluindo-se aspectos mais objetivos (condição de saúde, salário, moradia) e aspectos mais subjetivos (humor, auto-estima, 16 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

auto-imagem). Entretanto, independente do enfoque - global (qualidade de vida) ou específico (qualidade de vida relacionada à saúde) os fatores sócio-ambientais e, mais especificamente, o contexto onde se estabelecem as relações e as vivências de trabalho, parecem ter impacto significativo na QV. Basta lembrar que a maioria dos adultos (no Brasil, infelizmente também as crianças e adolescentes) destinam grande parte de suas vidas ao trabalho (KERR, GRIFFITHS & COX, 1996). Conceito e Modelo de QVT Com o aumento da competitividade internacional, principalmente do Japão – cujas práticas se voltavam para os funcionários – cresce nos Estados Unidos o interesse pela Qualidade de Vida no Trabalho. Tal interesse é refletido no grande número de trabalhos publicados, inclusive no Brasil. Entre os conceitos de QVT, o que mais se alinha a nossa abordagem é o de que: “Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) é o conjunto das ações de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial” Em torno da expressão Qualidade de Vida no Trabalho, temos uma série de abordagens que buscaram descrever situações e métodos que pudessem representar as contribuições implícitas no termo. Richard Walton (1973) propõem um modelo de qualidade de vida que, além de ser o mais explorado nas pesquisas sobre QVT, também nos fornece dados importantes para indicadores de qualidade de vida: C o m p e n s a ç ã o justa e adequada Remuneração adequada, Condições de segurança e saúde Jornada de trabalho razoável, Ambiente físico seguro e saudável, Ausência de insalubridade, Uso e desenvolvimento de capacidades Autonomia, Oportunidade de crescimento e segurança, Possibilidade de carreira, Integração social na organização, Ausência de preconceitos, Constitucionalismo, Direitos de proteção ao trabalhador, Trabalho e o espaço total de vida Papel balanceado do trabalho, Relevância social do trabalho na vida Imagem da empresa. Ultimamente têm sido discutido um tema importante para a promoção da qualidade de vida no trabalho. Como apresentado anteriormente, a qualidade de vida, embora seja algo relativo, subjetivo, está ligada à saúde, e como esta diz respeito segundo a Organização Mundial da Saúde, com os aspectos físicos, mentais e sociais, o exercício físico, ou atividade física, também certamente está relacionado à qualidade de vida dos indivíduos em geral e especificamente entre os trabalhadores. Claro que outros fatores, como os citados por Richard Walton (1973), também interferem na qualidade de vida no trabalho, porém a atividade física pode interferir de forma benéfica interferindo nos aspectos físicos, mentais e sociais dos trabalhadores. A atividade física no contexto do trabalho A atividade física dentro do contexto do trabalho é denominada de Ginástica Laboral. Os primeiros registros da prática de Ginástica Laboral são de 1925. Neste ano, na Polônia, operários

se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupação particular. Alguns anos depois esta ginástica foi introduzida na Holanda e na Rússia. No início da década de 60, ela começou a ser praticada na Alemanha, Suécia, Bélgica e Japão. Os Estados Unidos adotaram a Ginástica Laboral em 1968. Os norte-americanos criaram a International Management Review, uma das mais significativas avaliações sobre a saúde do trabalhador pelo exercício físico. Ainda nesta época, a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, envolveu 259 voluntários numa pesquisa, que obteve resultados significativos. No Brasil, as primeiras manifestações de atividades físicas entre funcionários foram registradas em 1901, mas a Ginástica Laboral teve sua proposta inicial publicada em 1973. Algumas empresas começaram a investir em empreendimentos com opções de lazer e esporte para os seus funcionários, como a Fábrica de Tecido Bangu, a pioneira e o Banco do Brasil, com a posterior criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB). A Ginástica Laboral é praticada com intervalos de cinco a dez minutos diários. O seu objetivo é proporcionar ao funcionário uma melhor utilização de sua capacidade funcional através de exercícios de alongamento, de prevenção de lesões ocupacionais e dinâmicas de recreação. O programa de atividades deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do ambiente de trabalho e de cada funcionário em particular, respeitando a realidade da empresa e as condições disponíveis. Existem dois tipos de Ginástica Laboral: a Preparatória e a Compensatória. 1- A ginástica preparatória é realizada antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho. Na maioria das vezes não é possível implantar em todos os setores antes de iniciar a jornada, mas logo no seu início e isso não descaracteriza como preparatória. Ela é constituída de aquecimentos e ou alongamentos específicos para determinadas estruturas exigidas. O objetivo é aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e tendões. Geralmente tem duração de 5 a 10 minutos. 2- A ginástica compensatória é realizada no meio da jornada de trabalho, como uma pausa ativa para executar exercícios específicos de compensação. Praticada junto às máquinas, mesas do escritório e eventualmente no refeitório ou em espaço livre, utilizando exercícios de descontração muscular e relaxamento, visando diminuir a fadiga e prevenir as enfermidades profissionais crônicas. (E. F., 2004) Relação da atividade física na promoção da qualidade de vida dos trabalhadores Apesar de se reconhecer a importância do exercício para a prevenção de distúrbios e, com isto, a diminuição dos gastos com saúde pública, é muito difícil dar maior importância e investir mais dinheiro com programas de aptidão física do que com programas curativos. Outro fator para dificultar tal atitude é a demora para o aparecimento dos resultados da prática de atividades físicas para o status de saúde. Muitas vezes são necessários investimentos no próprio local de trabalho e no pessoal, como por exemplo, adequação quanto à vestimentas (roupas, calçados etc. apropriados à prática),


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Artigo | LER/DORT, atividade física, saúde do trabalhador locais apropriados (ginásios, salas de ginástica, salas para avaliação etc.) e profissionais (professores de Educação Física, médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, etc.) para orientar as atividades com os funcionários, portanto as empresas pensam duas vezes antes de criar um programa de exercícios dirigidos à ‘promoção de saúde. Porém, apesar de tais fatores influenciarem negativamente na implantação de tais programas, muitas empresas têm adotado os mesmos. Claro que embora muitas vezes o interesse na promoção da atividade física nas empresas, seja o de aumentar a produtividade e o lucro entre as empresas, mesmo assim, alguns estudos têm demonstrado que com o exercício físico alguns fatores são observados como, por exemplo: a melhoria da aparência dos funcionários; aumento da satisfação no desenvolvimento das atividades profissionais com aumento da produtividade, diminuição do absentismo no trabalho, diminuição dos acidentes de trabalho, e diminuição dos custos com serviços médicos (DEVIDE, 1998) A prática de atividade física além de combater e prevenir as L.E.R./D.O.R.T. Ela é uma arma contra o sedentarismo, estresse, depressão e ansiedade. Também melhora a flexibilidade, força, coordenação, ritmo, agilidade e resistência, promovendo uma maior mobilidade e postura. Além disto, reduz a sensação de fadiga no final da jornada, contribuindo para uma melhor qualidade de vida do trabalhador. Outro resultado importante da Ginástica Laboral é favorecer o relacionamento social e o trabalho em equipe, desenvolvendo a consciência corporal, pois as esferas psicológicas e sociais são beneficiadas. Para a empresa alguns benefícios são: redução de despesas por afastamento médico, acidentes e lesões, melhorando a imagem da instituição perante os funcionários e a sociedade, além de aumentar a produtividade e qualidade. Nos Estados Unidos uma mineradora chegou á conclusão que a cada 1 dólar investido em programas de atividade física em 1996, havia um retorno de 6 dólares no aumento na produtividade ou de economia em tratamentos das doenças ocupacionais (CARDOSO, 1996). Num estudo realizado em operadores de caixa em agências bancárias em Florianópolis, em 1997, foi proposto ginástica laboral para os trabalhadores como medida de prevenção de doenças ocupacionais inerentes naqueles indivíduos. Ao final do trabalho, a ginástica laboral despertou a idéia nos trabalhadores de que a atividade física não está restrita somente a atletas profissionais, desta forma muitos passaram a praticar atividade física regularmente (PINTO, 1997) Devide (1998) aponta que o ponto positivo, sem dúvida, é a melhoria do status geral de saúde dos funcionários: a melhoria da aparência, da satisfação em desenvolver as atividades, da diminuição dos riscos de trabalho e de saúde. Contudo, há de se questionar se tais programas têm impacto sobre os hábitos de atividades físicas dos funcionários fora do ambiente de trabalho e se as práticas desenvolvidas no trabalho são realmente efetivas do ponto de vista de prevenção de distúrbios orgânicos tais como problemas cardíacos entre outros. 18 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

A seguir temos alguns exemplos de relatos de indivíduos que participaram de programas de ginástica laboral apontados numa revista ( E. F, 2004): - E.F.R.C., documentadora do BNDES, participa das aulas de Ginástica Laboral desde quando as aulas começaram no banco. Ela é uma das mais assíduas ao Programa. E. confessa que antes de praticar a atividade na Empresa era preguiçosa, não fazia nenhum exercício e as conseqüências de seu comportamento sedentário eram ombros cansados e falta de flexibilidade. Hoje, E. sente-se mais ágil e disposta para as atribulações do dia-a-dia. - M.B.J, 46 anos, Analista de Sistemas, pratica musculação e Ginástica Aeróbica há 20 anos. Ela é adepta de exercícios físicos e conhece seus benefícios. “A Ginástica Laboral trabalha músculos do corpo que eu nunca havia exercitado na academia, além de aliviar o estresse no meio da jornada de trabalho e promover a integração entre os funcionários”, afirma a analista de sistemas, que faz a atividade todos os dias. - R.B.R., 46 anos, Analista de Sistemas, fazia pouca atividade física até que descobriu ter diabetes. Apartir de então caminha três vezes por semana e participa das atividades de Ginástica Laboral todos os dias. “A atividade física no trabalho promove a integração dos funcionários pela saúde e alivia o estresse,” diz. produtividade. Considerações Finais Obviamente, a prática de atividade física não garante um bom nível de qualidade de vida e saúde. A atividade física é um dos fatores que associados à dieta adequada, organização do trabalho, favorecem a adoção de outros comportamentos e atitudes favoráveis à QV e saúde. Existem evidências apontadas na literatura, demonstrando que ao incorporar um comportamento favorável à saúde, as pessoas acabam operando outras mudanças em seu estilo de vida que são concorrentes com melhores níveis de saúde e QV. Uma das formas de alterar a prevalência de comportamentos de risco nas populações de trabalhadores é através dos Programas de Promoção da Saúde no Trabalho. No Brasil, são poucas as iniciativas em larga escala visando a promoção da saúde dos trabalhadores, a maioria das experiências é restrita a uma empresa, ou mais comumente, a um setor de uma empresa. A nível nacional, temos o programa “Agita São Paulo”, criado em 1997 pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul e pela Secretária de Estado da Saúde de SP, um programa de promoção de atividades físicas que agrega iniciativas visando alterar outros comportamentos de risco. Em Santa Catarina, existe o Lazer Ativo, dirigido aos trabalhadores da indústria catarinense, um programa do Serviço Social da Indústria que visa promover a prática da AF, redução do consumo de bebidas alcoólicas e melhoria da qualidade da alimentação desse grupo de trabalhadores. Desta forma, percebe-se que há um benefício muito grande quando através de esforços

coletivos a empresa e funcionários se sensibilizam quanto à prática de atividade física. Como visto anteriormente, além de benefícios para a saúde em geral dos trabalhadores, estes passam a incorporar sentimentos de auto-estima, de valorização profissional, de prevenção quanto às doenças ocupacionais, ao passo que as empresas através desta responsabilidade social passam a ter o retorno no aumento da produtividade, conseqüentemente nos lucros e no desenvolvimento de seus maiores patrimônios que são os trabalhadores. Referências bibliográficas BUCHALLA, T. PASTORE, V. S. As doenças da modernidade. REVISTA VEJA, São Paulo, nº 44, p. 105, nov. 2000. ORSO, PJ. Reflexões acerca das lesões por esforços repetitivos e a organização do trabalho. Rev. online Bibl. Prof. Joel Martins, Campinas, SP, v.2, n.2, 47-58, fev.,2001. FILHO, LGC, PEREIRA, AJ, Ler/Dort: multifatorialidade etiológica e modelo explicativo. Interface-Comunic, Saúde, Educ, v. 8, n. 14, p. 146-62, 2004. SATO et al. Atividade em grupo com portadores de Ler e achados sobre a dimensão psicossocial. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. V. 21, n. 79, 1993. BRASIL. Atualização clínica dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Diário oficial da União. Brasília. n. 131, secção 3 , p. 14231 a 14233, 1997. http:// www.saude.gov.br . LER / DORT - Protocolo de Investigação, Diagnóstico, Tratamento e Prevenção. NAHAS, M.V. Atividade Física , Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2001. BIJ, A.K.V.D.; LAURANT, M.G.H.; WENSING, M. Effectiveness of physical activity interventions for older adults. Am J Prev Med. v. 22, n. 2, p. 120 – 133, 2002. SHEPHARD, Roy J. Physical Activity, Fitness, and Health: The Current Consensus. QUEST, v.47, n.3, p.288-309, 1995. NETO, TLB. Exercício, Saúde e Desempenho Físico São Paulo - Editora ATHENEU - 1997. SHARKEY, BJ. Condicionamento físico e saúde. Porto Alegre – RS: ARTMED, 1998. NIEMAN, DC. Exercício e saúde. São Paulo: Manole, 1999. The Whoqol Group. The development of the World Health Organization quality of life assessment instrument (the WHOQOL). In: Orley J, Kuyken W, editors. Quality of life assessment: international perspectives. Heidelberg: Springer Verlag;1994. p 41-60. KERR, J.; GRIFFITHS, A.; COX, T. (1996). Workplace Health, Employee Fitness and Exercise. London: Taylor & Francis, 193 p. WALTON, R. E. Quality of working life: what is it? Sloan Management, Vol. 15, n. 1, 1973, p. 11-21. E.F – Ginástica laboral . agosto de 2004. Disponível em : www.sipportesaude.com.br CARDOSO, M. Devagar e sempre. Revista veja, 1996, 80-81 PINTO, ACCCS. Orientação de um programa de exercícios laborais em operadores de caixa de banco. Monografia de especialização em Fisiologia do Exercício. Florianópolis: UDESC, 1997. DEVIDE, FP. Atividade física na empresa: para onde vamos e o que queremos. Motriz, v. 4, n.


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Nova

Fisio &estética

CADERNO ESPECIAL DE ESTÉTICA Nº 5 Setembro/Outubro 2008

Vilma Natividade

Participe! Escreva para: vilma@novafisio.com.br

Caros leitores Inicialmente não poderia deixar de agradecer o convite da professora Vilma Natividade, pois como psicólogo e companheiro (Marido) tenho o privilegio de acompanhar a trajetória de seu trabalho de perto. Muitas vezes participei de camarote em seus experimentos e trabalhos de pesquisa. Confesso que foi muito curioso acompanhar a cicatrização nos ratos e verificar que existem processos de ordem psíquica que alteram o tempo e a qualidade da cicatrização nos ratos e vislumbrei a ação em seres humanos. Quanto a tecnologia, passei a conhecer alguns aparelhos de perto não só por carregá-los para a universidade mas por acompanhar sua ação como o eletroporador no artigo apresentado neste caderno. Pude observar também que a fisioterapia dermato funcional não possui uma identidade consolidada, existe certo equivoco quanto ao que se refere a beleza e reabilitação. Esta especialidade trabalha sim com a beleza, mas o que e belo mesmo? Atender um cliente que procura amenizar a cruel ação do tempo, ou restabelecer a confiança ou mesmo resgatar a auto imagem de um queimado / ou de uma paciente mastectomizada. A dermato funcional possui fins estéticos, mas os fisioterapeutas devem descobrir a beleza em reabilitar a função, onde pequenos ganhos são certamente para eles (pacientes) um grande passo para a inclusão no mundo da normalidade e padrões de beleza. Por conhecer de forma especial o trabalho da professora Vilma, espero que todo fisioterapeuta desenvolva seu senso critico com a finalidade pesquisarem mais e visualizarem de fato o que a dermato é e o que faz.

Abraços a todos Gilson Santos Psicólogo Especialista psicologia hospitalar e humanização FMU-ABC

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Artigo | Cicatrização de ferida. Terapia por estimulação elétrica. Dermoabrasão.

Estética

Microcorrente elétrica na restauração da pele de ratos submetidos ao peeling de ácido tricloroacético. |

por Vilma Natividade Silva Santos, Lydia Masako Ferreira, Edith Kawano Horibe, Ivone da Silva Duarte

O

bjetivo: Investigar a influência da estimulação elétrica neuromuscular por microcorrente (MENS - Microcurrent Electric Neuromuscular Stimulation) na restauração da pele de ratos submetida ao peeling com ATA (ácido tricloroacético).Métodos Foram utilizados 32 ratos hair less machos adultos, separados em dois grupos (com 16 animais cada).No Grupo Controle (G1) foi simulada a aplicação da microcorrente 48 horas após o peeling. No Grupo Experimental (G2) a MENS foi aplicada 48 horas após o peeling com ATA, realizada, a cada 48 horas, até o 21º dia, com freqüência de 0,5 Hz, intensidade de 50A e duração de 20 minutos. Avaliou-se a área da lesão no 7º,14º e 21º dia pós-peeling, com o Método Gabarito de Papel, e no 21º dia foi realizada a análise histológica. Resultados: Na microscopia foram observadas modificações na quantidade e na estrutura dos fibroblastos, e no colágeno do Grupo Experimental em relação ao Grupo Controle. Pelo Método Gabarito de Papel, observou-se redução do tempo para a restauração total da área de lesão no grupo experimental , com diferença de significância estatística de (p<0,01) .Conclusão: A MENS diminuiu o período de restauração da área submetida ao peeling com ATA em pele de ratos. INTRODUÇÃO O ácido tricloroacético (ATA) tem sido utilizado em peelings químicos, com o intuito de tratar as irregularidades, e alterações da pigmentação, na superfície cutânea e nas dermatoses com repercussão inestética¹. O paciente submetido ao peeling de ATA passa por desconforto e, até mesmo, sofrimento no período da restauração da pele. Barne² afirmou, em seus estudos, que a superfície de uma ferida cutânea é eletricamente positiva em relação à pele circunjacente. Baseado neste conceitos, Assimacopoulos³ demonstra que a estimulação elétrica neuromuscular por microcorrente (MENS), aplicada no tratamento de úlceras por insuficiência venosa, acelerou o processo cicatricial e estimulou o crescimento do tecido conjuntivo³. Estudo realizado em pele de rato demonstrou a eficácia da MENS no crescimento da geração

de adenosina trifosfato (ATP), evidenciando o aumento de síntese protéica e o incremento do transporte pela membrana plasmática4. A ATP é fator essencial no processo curativo, além de ser a principal fonte de energia da célula. Maior aporte de ATP é exigido para controlar funções primárias das células lesadas, como o transporte de minerais vitais (sódio, potássio, magnésio e cálcio) para dentro e fora da célula4. O objetivo deste estudo foi investigar a influência da microcorrente elétrica na restauração da pele de ratos submetida ao peeling com ATA. MÉTODO Amostra Utilizou-se 32 ratos Wistar exogâmicos, (hair less) machos adultos, com idade entre 3 a 5 meses, peso médio de 300 gramas, oriundos do Centro de Desenvolvimento de Pesquisa Experimental CEDEME –EPM. Procedimentos Os ratos foram distribuídos em 2 grupos contendo 16 animais cada: Grupo Controle (G1) e Grupo Experimental (G2). Os animais foram submetidos a anestesia geral com pentobarbital sódico (40 mg/kg) por via intraperitoneal. Posicionados em decúbito ventral sobre superfície plana, delineou-se a área de 18 cm2 na região dorsal, lateralmente à esquerda da quarta vértebra torácica do animal. O peeling foi realizado com ATA a 50%, sendo utilizado, em cada animal, o volume de ATA de 0,2 ml, aplicado com a técnica ininterrupta de apenas uma passagem sobre a pele. No grupo G1, os animais foram tratados com simulação da MENS, sendo sedados com inalação de éter etílico . Eletrodos de borracha condutora, medindo 2cm de diâmetro, foram colocados ao redor da lesão e o aparelho da MENS não foi ligado. No grupo G2, ligou-se o aparelho da MENS, da marca EmdutosR, regulado com uma freqüência de 0,5 Hz, intensidade de 50A, tipo de onda pulsada, por um período de 20 minutos, 48 horas pós-peeling de ATA, e continuamente, a cada 48 horas, repetiu-se o procedimento até o 21º dia. Para avaliar a área restaurada do animal, decalcou-se a lesão em papel vegetal e foi usado

o Método Gabarito de Papel5. Recortou-se o fragmento correspondente à área tratada de 6cm por 3cm (18cm²), que foi pesado em balança de precisão, com erro de +/- 0,001g. Calculou-se as porcentagens da área de lesão dos animais no 7º,14º e 21º dia. Os resultados foram submetidos a estudo estatístico com o teste de Variância de Medida Repetida6, com erro padrão de 0,05%, por meio do uso do software SPSS for Windows, versão 10. No 21º dia, fragmentos circulares de tecido medindo 7mm foram retirados do centro da área tratada com ATA, utilizando punch 7mm, tanto no grupo G1 e G2. Esses fragmentos foram conservados em solução formoldeídoR 10%(Formol) e enviados para serem processados no laboratório de histologia pela técnica de coloração Hematoxilina Eosina (HE). Para análise microscópica, utilizou-se microscopia de luz com aumento de 100 vezes. As lâminas foram examinadas conjuntamente com a Disciplina de Patologia - UNIFESP. Ao término do procedimento experimental foi realizada a eutanásia por meio da transeção dos principais vasos sanguíneos cervicais, após indução anestésica com Pentobarbital, por via intraperitoneal. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP sob o protocolo de pesquisa nº 250/01. RESULTADOS Os animais evoluíram sem complicações no período de observação, sendo todos sacrificados no período previsto

Gráfico 1: Diferença significante, entre a proporção da lesão em relação ao tempo, nos grupos G1 e G2. Quadro 1. Médias das porcentagens de área de lesão dos ratos. www.novafisio.com.br • ed. 64|2008 • 21


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Artigo | Cicatrização de ferida. Terapia por estimulação elétrica. Dermoabrasão.

Estética

A diferença estatística foi significante para o Grupo Experimental entre o 7º e 14º dia, com p = 0,033. Na avaliação histológica do Grupo G1 observou-se regeneração epitelial, fibrose cicatricial e espessamento da epiderme (figura 3), além de proliferação de fibroblastos, com núcleos arredondados e ovóides, e fibras colágenas delgadas e dissociadas. No Grupo G2 observou-se regeneração epitelial homogênea, fibrose cicatricial mais evidente e espessamento da epiderme. O número de fibroblastos foi maior do que no Grupo G1, apresentando, também, colágeno mais compacto e eosinófitico (figura 4) .

Figura 1 : Fotomicrografia do exame da pele do rato no 21º dia pós peeling de ATA no grupo controle (G1) ( HE, 10X)

Figura 2 : Fotomicrografia do exame da pele do rato no 21ºdia pós peeling de ATA no grupo experimental( G2) ( HE, 10X) DISCUSSÃO Na literatura pesquisada não foi encontrado procedimento padrão que pudesse diminuir o desconforto do paciente submetido ao peeling com ATA profundo. Por isso, este estudo padronizou um procedimento utilizando meios físicos para aliviar o desconforto do período de restauração e o tempo de afastamento do paciente de seu convívio social. A eletroterapia é utilizada na medicina para tratamento de sintomas, e não como curativa. Baseada na obra de Cheng col 4, comprov-

aram que corrente de baixa amperagem estimula a atividade fisiológica da célula lesada. Foram utilizados ratos hair less para que os pêlos não interferissem nas observações das lesões durante o período de restauração da pele. Existem vários estudos na literatura 3,7,8,9,10,11,12,13, em que os autores aplicaram a MENS no processo de cicatrização, porém nenhum trabalho foi encontrado para procedimentos pós-peeling. Este estudo baseou-se na literatura e no plano piloto com 6 animais, quando se elegeu a concentração do ATA, a freqüência, a intensidade do equipamento e o tempo de aplicação. Em relação aos efeitos estimulatórios das correntes elétricas e à formação de ATP no tecido cutâneo, foram relatados que, durante a aplicação da MENS, os elétrons reagem com as moléculas de água pelo lado catódico (para produzir íons hidróxilos), enquanto são formados prótons no lado anódico4. Assim, entre a interface anódica e a catódica, um gradiente de prótons e um gradiente potencial atravessam o tecido, criando um campo elétrico. Em conseqüência, os prótons, sob a influência do campo elétrico e da diferença de concentração, devem movem-se do anodo para o catodo, desde que haja a formação de prótons na interface anódica. Sendo igual à razão de consumo de prótons na interface catódica, o pH do sistema (meio e tecido) permanece sem interferência. A oxidação dos substratos, que é acompanhada pela migração dos prótons pelas membranas, pode igualmente ser estimulada eletricamente pela corrente induzida de prótons, ativando um processo de feedback. CHENG col 4 demonstraram também que o metabolismo do DNA não é afetado pela estimulação elétrica, sugerindo que os efeitos estimulatórios e inibitórios, sobre a atividade sintética da proteína, ocorrem independentemente dos efeitos sobre o processo de transição entre anodo e catodo. Outra explicação da MENS no processo de restauração deve-se a migração dos íons H+, que são responsáveis por engatilhar o processo de obtenção de ATP, e posterior armazenamento no citoplasma. Apesar de algumas pesquisas reportarem a importância da troca de polaridade dos eletrodos sobre a lesão7,8, este estudo discorda, já que foi verificado, no plano piloto, que por ser uma corrente pulsada, é importante ter

anodo e catodo ao redor da lesão. Este estudo também sugeriu que os períodos para avaliação das porcentagens de área de lesão deveriam ser menores, para se conseguir maior precisão em relação ao encurtamento do tempo de restauração com o uso da MENS. Novas pesquisas, com diferentes tipos de correntes elétricas e outros agentes físicos, poderão ser realizados para contribuir com esta área de investigação. Assim, evidenciou-se a importância da realização de mais pesquisas com a MENS, desta vez direcionadas à restauração da pele humana, pois a literatura existente ainda é escassa. CONCLUSÃO A estimulação elétrica neuromuscular por microcorrente (MENS) diminui o período de restauração da área submetida ao peeling com ATA em pele de ratos.

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Artigo | Eletroporação, adiposidade loco-regional.

Estética

Efeitos da Eletroporação em Lipodistrofia Abdominal |

por Maria da Graça Soares de Oliveira, Maria de Fátima Michielin Dias A adiposidade loco-regional constitui-se no desenvolvimento irregular do tecido conjuntivo subcutâneo e apresenta adipócitos aumentados. Eletroporação é a técnica pela qual acontece a inversão do potencial de repouso da membrana celular, através de pulsos elétricos, sendo ativada por emissão de ondas eletromagnéticas pulsadas, moduladas e atérmicas. Isto causa a abertura dos poros, aumenta a permeabilidade da membrana e permite a passagem de substâncias através das células da pele, com uma absorção em até 400 vezes. O objetivo deste estudo descritivo é comprovar os efeitos da permeação de princípios ativos ao interior das células, utilizando-se e forma de permeação a eletroporação. Foi avaliada uma voluntária com gordura loco-regional abdominal, 47 anos, sedentária e com uma única gestação efetiva, com gordura locorregional abdominal, alimentação balanceada, sem relatos de bulimia ou anorexia nervosa. Perimetria abdominal a 10 cm abaixo da cicatriz umbilical. Como instrumentos de medição ecografia, onde constatou-se diminuição média na espessura da parede abdominal de gordura de 34,07%; perimetria onde houve diminuição de 4 cm na medida da circunferência abdominal; e adipometria onde ficou evidenciada uma diminuição de 6 cm, num percentual de 8,57%. Os resultados obtidos sugerem que a eletroporação associada a princípios ativos desintoxicantes, ativadores da circulação e emulsificantes têm efeitos efetivos e satisfatórios sobre as gorduras, proporcionando uma diminuição das medidas locais num percentual de 30 a 40%. A adiposidade loco-regional (lipodistrofia) constitui-se no desenvolvimento irregular do tecido conjuntivo subcutâneo adiposo. A patologia apresenta adipócitos aumentados com grande quantidade de triglicerídeos, sem sinais de esclerose ou fibrose e o metabolismo local é lento, mas sem maiores transtornos. A lipodistrofia pode ser causada por alterações posturais, genéticas ou circulatórias, disfunções hormonais, alimentares e medicamentosas. A adiposidade loco-regional é encontrada em dois tipos. A lipodistrofia unilocular, do tipo branca ou amarela, é importante no metabolismo energético, promove isolamento térmico e amortecimento mecânico. É en-

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contrada principalmente na tela subcutânea e, nos indivíduos do sexo feminino, localiza-se em maior quantidade. A lipodistrofia multilocular, do tipo marrom ou parda, geralmente é um tecido termogênico presente em crianças recém-nascidas com função de manter temperatura e peso corporal estáveis quando da exposição ao frio ou consumo de dietas hipercalóricas [6]. Para ocorrer uma efetividade alta de permeação e penetração de substâncias para o interior é necessário ultrapassar a barreira natural da epiderme, que é constituída pelo extrato córneo, que são vários planos de células mortas e queratolíticas [10]. A atual tecnologia, baseada em muitos estudos e pesquisas, investiga vários métodos para retirar a resistência da barreira cutânea, como o uso de tensoativos, lipossomas, ou métodos eletrotermoterapêuticos como iontoforese, fonoforese e ultimamente a eletroporação. A eletroporação constitui-se num método nãoinvasivo, revolucionário, capaz de carrear uma grande concentração de ativos para o interior das células, numa velocidade de até 400 vezes maior do que das formas até então conhecidas [1, 2, 3, 4, 5, 9, 10]. Essa evolução mudou muito o conceito dos tratamentos dermatofuncionais. Os equipamentos e as técnicas permitem a realização de um tratamento eficiente aos pacientes sem provocar dor e de forma não-invasiva. Assim, as pesquisas dos cientistas Peter Agree e Roderick MacKinnon – que receberam o Premio Nobel de Química em 2003 – permitiu a utilização de técnicas de ressonância magnética que, aplicadas à célula, criam poros em sua membrana e permitem uma maior penetração de produtos ativos no interior. O fisioterapeuta, através desta nova descoberta e pela fabricação de equipamentos de eletroporação que atuam baseados nestas pesquisas, pode então desenvolver um trabalho com grande eficiência e utilizar ativos nos tratamentos relacionados aos distúrbios dermatológicos, que irão atuar diretamente nas células. Na fisioterapia dermato-funcional, uma das maiores preocupações encontra-se com relação à lipodistrofia ginóide – gordura localizada. O objetivo principal do presente trabalho é possivelmente corroborar os efeitos da permeação de princípios ativos ao interior das células. Para tanto, propõe-se a mensurar a espessura do tecido subcutâneo através dos

instrumentos de perimetria, adipometria e ecografia, utilizando substância lipolítica associada à eletroporação. 1 Eletroporação Eletroporação é a técnica pela qual acontece a indução transitória da inversão do potencial de repouso da membrana celular, através de pulsos elétricos de intensidade em kilovolts por centímetro e de duração de milissegundos, ativada pela emissão de ondas eletromagnéticas (OEM) pulsadas, moduladas, atérmicas e de freqüência hectométrica, causando a poração – abertura dos poros - pelo campo eletromagnético ali produzido, aumentando a permeabilidade das mesmas e permitindo a passagem de substâncias através das células da pele, sem a necessidade de agulha e, portanto, sem dor ou hematomas, sendo um método completamente não-invasivo [1, 2, 3, 4, 5, 7, 9, 10]. A partir deste fato, a célula tem a possibilidade de ter sua capacidade de absorção elevada em até 400 vezes, independentemente da polaridade do ativo veiculado. Esta mudança no potencial da membrana celular proporciona a introdução de substâncias em camadas mais profundas, com maior efetividade e expressividade do que recursos atualmente utilizados [11,13]. Há cinco anos, o Dr. Prausnitz descreveu este fenômeno, que consiste no aumento do poder de captação celular, pela facilitação da passagem de substâncias através da membrana, devido à alteração do seu no potencial elétrico [15]. Suas descobertas foram aperfeiçoadas pelos pesquisadores norte-americanos Peter Agree e Roderick Mackinnon, ganhadores do Prêmio Nobel de Química em 2003. Este processo gera uma espécie de deformação reversível na camada lipídica, por um mecanismo de rotação dos lipídios determinado pela aplicação de uma onda eletromagnética [12]. Pela ação da onda acima descrita, é proporcionada a abertura dos canais protéicos e dos poros de penetração celular - chamados canais aquosos (aquaporinas). Esta técnica de permeação de substâncias, através da abertura dos canais aquosos, induzidos pela aplicação de onda eletromagnética, é também conhecida como dermoeletroporação [10]. As substâncias devem ser lipossomadas e associadas a princípios ativos. 1.1 Mecanismo de ação das ondas eletro-


Artigo | Eletroporação, adiposidade loco-regional.

estado normal, sem alterações (mecanismo

magnéticas A célula possui em sua membrana uma bicamada lipídica e cargas dielétricas iônicas nos meios intra e extracelular, as quais produzem uma diferença de potencial elétrico de - 90mV. Quando este potencial se situa entre 240 e 320 mV, o tamanho e o número dos poros aumenta [10]. A radiação, que possui com freqüência parecida com as ondas de rádio, ao incidir sobre a membrana celular, adota direção tangencial à membrana, assim como o campo eletromagnético gerador da mesma. Na superfície da membrana, a ação do campo elétrico, que age sobre as cargas iônicas do meio externo, provoca o seu deslocamento, formando uma corrente elétrica de condução [10] . A ação do campo magnético sobre as cargas elétricas que se deslocam produz uma força magnética, levando as cargas positivas para o interior da célula, através dos canais protéicos. A força resultante das forças elétricas e magnéticas faz com que a penetração das cargas iônicas positivas não seja puramente radial. Assim, ocorrerão choques mecânicos dos íons contra as paredes dos canais protéicos. Esses choques, devido à elasticidade dos canais, provocam o aumento do diâmetro dos mesmos, facilitando a penetração de íons e invertendo a diferença de potencial elétrico para valores entre 0,5 e 1V [10] . O aumento do diâmetro dos canais protéicos gera uma onda de choque sobre os fosfolipídios da bicamada lipídica da membrana celular, a qual provoca rotação dos fosfolipídios da bicamada lipídica, abrindo poros na mesma, o que facilita a penetração de ativos adicionados a um veículo compatível, elevando a permeabilidade da membrana em até 400 vezes. A freqüência da radiação não permite que a mesma se aprofunde além do panículo adiposo. Dessa forma, após encerrado o processo da eletroporação, a fim de não

on-off ). Figura 2 – Canais de aquaporina Figura 3 – Canais iônicos A eletroporação é indolor, não provoca alterações musculares e a velocidade de absorção dos princípios ativos é de aproximadamente 1 ml por minuto. 1.2 Vias de permeação transcutânea As vias de penetração transcutânea podem ser classificadas da seguinte forma: 1. Via transdérmica: após ultrapassar a barreira da camada córnea da pele, as substâncias passam por via transcelular, ou seja, através dos poros formados nas membranas celulares ou atravessando os lipídios do cimento intercelular [8]. 2. Via anexial: a permeação segue pela via pilossebácea onde a absorção (de substâncias não iônicas) ocorre através das células epiteliais da glândula sebácea. Ocorre também a absorção através das vias sudoríparas, onde são veiculadas as substâncias iônicas [8]. 1.3 Como transpor a barreira cutânea A barreira cutânea tem por função proteger o corpo e manter o seu equilíbrio. Mas para que haja a transposição desta barreira, se faz necessário considerar alguns aspectos, como:

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ocorrer distúrbios na estrutura da membrana, a radiação utilizada deve ser pulsada, com freqüência de transição apropriada para esta finalidade e a membrana celular volta ao seu

• Cosmetologia específica: deve vencer a resistência natural da camada córnea da pele, considerando-se para isto as propriedades de penetração, oclusividade, presença de ativos, atividade termodinâmica e pH. Estudos indicam que, para se obter o máximo de absorção, é necessário utilizar um veículo biocompatível (que quer dizer acesso através da matriz intercelular lipídica, permitindo a passagem do ativo através do extrato córneo) composto de uma microemulsão de lipossomas fosfolipídicos, que são constituintes naturais da membrana celular. • Condições da pele: são importantes a espessura do extrato córneo, idade, área do corpo a ser aplicada, grau de hidratação, pois alguns estudos indicam que, para que haja uma maior permeação e captação de ativos pela pele, é necessário um estreitamento da espessura do extrato córneo e uma boa hidratação do tecido. Sabe-se que para diminuir a espessura da camada mais externa da pele, não deve ser utilizada nenhuma substância que deixe resíduos, pois podem formar um tamponamento ou reagir com a substância lipossomada. Assim, o ideal é aplicar o peeling ultrassônico na região a fim de remover a camada córnea, impossibilitando assim acúmulo de resíduos e facilitando a abertura das vias de penetração, porém, na ausência deste, uma bucha vegetal pode ser utilizada para a esfoliação local [1]. • Recurso eletroterapêutico: forma de onda e freqüências com características específicas para uma maior permeação de produtos ativos pelas camadas do tecido cutâneo. Materiais e métodos Participantes Participou deste estudo uma voluntária com gordura loco-regional abdominal, 47 anos de idade, sedentária e com uma única gestação efetiva. Local O estudo foi realizado na cidade de Porto Alegre, RS, no período de março a junho de 2008, sendo totalizadas 10 sessões durante 30 minutos , duas vezes por semana. Tipo de estudo Estudo descritivo. Critérios de inclusão e exclusão Como critérios de inclusão foi determinado que a pessoa participante deveria ter gordura locoregional abdominal, sexo feminino, não exercendo atividade física regular, alimentação balanceada e sem relatos de bulimia ou anorexia nervosa. Materiais A mensuração foi realizada utilizando-se os seguintes instrumentos de medida, pré e pós-tratamento:

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Artigo | Eletroporação, adiposidade loco-regional. - Perimetria abdominal a 10 cm abaixo da cicatriz umbilical; - Ecografia para medição da quantidade de gordura abdominal, com o equipamento de Ultra-som, da marca Philips, modelo Ultramark 4000. A sonda usada como transdutor foi na freqüência de 10 MHz, de forma linear. Como meio de acoplamento e contato foi utilizado o carbogel. O parâmetro de mensuração pelo exame de ultra-sonografia foi um estudo comparativo do quadrante dos lados direitos e esquerdo em regiões infra e supra-umbilicais. O transdutor foi acoplado à pele da paciente de forma leva, objetivando não exercer pressão e com a finalidade de não alterar a espessura da camada do tecido subcutâneo. A medida do tecido adiposo foi feita eletronicamente pelo aparelho e arquivada em computador servidor central. O profissional que aplicou o exame é especialista em diagnóstico por imagem pelo Colégio Brasileiro de Radiologia. - Adipometria horizontal, com a utilização plicômetro, na região infra-umbilical, músculo reto abdominal, a 10 cm abaixo da cicatriz umbilical; Após a higienização na área a ser tratada com Clorexedine a 0,5%, foi feita uma esfoliação com bucha vegetal para afinamento da camada córnea da pele para proporcionar maior possibilidade de penetração de ativos. O aparelho utilizado para a eletroporação foi o M.E.S. (Master Eletroporation Sistem), da empresa Advice Máster em potência de 20%, modo contínuo. As substâncias lipossomadas eletroporadas foram: fluído fosfatidilcolina 3%, pso 100 ml; e fluído ativador composto de gingko biloba 4%, extrato de hamamelis 3%, extrato de centella asiática a 3%, extrato de hera a 3%, extrato de castanha da índia a 4%, extrato de cordia verbacea a 3%, qsp 100 ml. Uma bandagem com faixas de algodão e compressas de gelo, a fim de fazer uma vasoconstrição superficial foi aplicada durante 3 minutos para não ocorrer aumento da circulação local e nem da circulação de retorno, mantendo assim o princípio ativo no local, pois o mesmo é metabolizado por até 24 horas. Procedimentos Foram realizadas dez sessões no total, sendo que as duas primeiras sessões foram feitas com o fluído ativador, utilizado para a desintoxicação e ativação da circulação local, permitindo maior distribuição dos princípios ativos no tecido subcutâneo. Nas outras oito sessões, foi eletroporado o complexo lipossomado transdérmico fosfatidilcolina diretamente no local, com a finalidade de emulsificar as gorduras, transformando-as 26 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

em partículas menores, as quais serão expulsadas através da drenagem linfática. A eletroporação foi realizada com equipamento específico, gotejando-se 2,5 ml por quadrante até a completa absorção. Esta aplicação foi realizada em movimentos circulares suaves nas regiões supra e infra-umbilicais, numa área total de 16 cm2, sendo dividida em quatro quadrantes de 2 cm2 cada um. O quadrante A correspondeu à região supra-umbilical direita; o quadrante B ficou localizado na região supra-umbilical esquerda; o quadrante C correspondeu à região infra-umbilical direita; e quadrante D localizou-se na região infra-umbelical esquerda. Antes do início da pesquisa e ao final da mesma, a voluntária submeteu-se a: exame de ecografia da parede abdominal, bem como adipometria e perimetria. Ao início de cada sessão foi realizada uma drenagem linfática abdominal e ao final de cada sessão foi feita uma bandagem fria. Nos primeiros 5 minutos da sessão, foi aplicada a microcorrente para a ativação celular, no protocolo de normalização, com carbogel em toda região, na onda quadrada, com os objetivos de: ativação celular, aumentando o estado vibratório da membrana e melhorando a capacidade de captação os nutrientes pelas células, o que proporciona uma facilitação de penetração do princípio ativo eletroporado. Como seqüência do tratamento, nos dias intercalados à aplicação da eletroporação, a voluntária foi submetida a uma sessão de trabalho aeróbico em esteira elétrica por 30 minutos, com a finalidade de metabolizar possíveis acúmulos de gorduras no fígado. 3. Resultados e discussão O exame de ecografia da parede abdominal apresentou os seguintes parâmetros: o quadrante A apresentou, uma espessura de tecido celular subcutâneo inicial de 20 mm e final de 14 mm, evidenciando uma diferença de 6 mm (30%). No quadrante B, a espessura inicial foi de 18,5mm e final de 11 mm, diminuindo a parede abdominal em 7,5 mm (40,54%). No quadrante C, a espessura inicial foi de 18,7mm e final de 12 mm, numa diferença de 6,7 mm (35,82%). No quadrante D, a espessura inicial foi de 15,7mm e final de 11 mm, com uma diferença de 4,7 mm (29,94%). A adipometria teve como resultados iniciais: lado direito 20 mm, lado esquerdo 18 mm; e resultados finais: lado esquerdo 14 mm e lado direito 12 mm. A perimetria abdominal foi de 70 cm inicial e 66 cm final. Ao final das dez sessões, houve uma diminuição média na espessura da parede abdominal de gordura de 6,225 mm, num percentual de 34,07%; uma diminuição de 4 cm na medida

da circunferência abdominal; e adipometria evidenciando uma diminuição de 6 cm, num percentual de 8,57%. Levando-se em consideração que a voluntária é uma pessoa de hábitos sedentários e que sua alimentação não foi alterada durante o período de realização da pesquisa, os resultados obtidos são sugestivos de que a eletroporação associada a princípios ativos desintoxicantes, ativadores da circulação e emulsificantes têm efeitos efetivos e satisfatórios sobre as gorduras, proporcionando uma diminuição das medidas locais onde são aplicados num percentual de 30 a 40%, o que também pode ser comprovado pelos parâmetros obtidos com a adipometria e perimetria abdominais. Conclusão A eletroporação é uma técnica satisfatória para a penetração de princípios ativos para o interior das células, através da abertura dos canais de aquaporinas sendo comprovada sua eficácia desde que seja associada a princípios ativos lipossomados. É uma técnica reversível, sem danos invasivos ao organismo. Neste estudo, a eletroporação produziu efeitos satisfatórios sobre as gorduras, proporcionando uma diminuição das espessuras da parede abdominal. O objetivo proposto inicialmente foi alcançado, pois os resultados dos exames laboratoriais comprovaram a eficácia da técnica da eletroporação, assim como dos princípios ativos lipolíticos utilizados de forma associativa. Referências bibliográficas 1. Borges, F.S. Ultra-Som. In Borges, F. S. Dermato-funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 1ª ed. São Paulo: Editora Phorte; 2006. p.55-59; 252-258. 2. Burian, M; Formanek, M; Regele, H. Electroporation therapy in head and neck cancer. Acta Otolaryngol 2003; 123: 264-268. 3. Chang, DC; Chassy, BM; Saunders, JA; Sowers, AE. Guide to electroporation and electrofusion. San Diego, California: Academic Press, Inc.; 1992. p.1-10. 4. Denet, AR; Vanbever, R; Préat, V. Skin electroporation for transdermal and topical delivery. Advanced Drug Delivery Reviews 2004; 56: 659-674. 5. Gehl, J. Electroporation: theory and methods, perspectives for drug delivery, gene therapy and research. Acta Physiol Scand 2003; 177: 437-447. 6. http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/ iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&base=LILA CS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=go rdura%20and%20parda&label=gordura%20 and%20parda 7.http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.


Artigo | Eletroporação, adiposidade loco-regional. Tabela 1 – Ecografia da parede abdominal

Estética

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Tabela 2 – Adipometria da parede abdominal

Tabela 3 – Perimetria da parede abdominal

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Artigo | Lipoaspiração; Drenagem Linfática Manual; Ultra-som; Fisio Dermato-funcional

O uso da drenagem linfática manual e do ultra-som no pós-operatório de lipoaspiração por | Danielle Vieira e Raquel Bressan de Souza A lipoaspiração é uma das cirurgias plásticas mais realizadas nos últimos anos, indicada para retirar o excesso de gordura subcutânea por meio de cânulas. Esta cirurgia pode ocasionar algumas complicações, como: edema, hematoma, equimose, fibrose, dor, entre outras. Para evitar e/ou tratá-las é importante o acompanhamento do fisioterapeuta dermato-funcional no pré-operatório e principalmente no pósoperatório (PO). Na fisioterapia existem alguns recursos para o tratamento de PO, sendo que a Drenagem Linfática Manual (DLM) e o Ultra-som (US) são os mais utilizados. A DLM possibilita ao paciente melhora da sensibilidade local e da dor, diminuição do edema, hematomas e equimoses, além de prevenir fibroses. Quanto ao US, é utilizado na freqüência de 3MHz, sendo modulado de acordo com o objetivo do tratamento. O US promove os mesmos efeito da DLM, mas em graus diferentes, além de melhorar a cicatrização e reparação tecidual, evita o aparecimento de fibrose. Com base nas referências pesquisadas, pode-se concluir que as duas técnicas são relevantes no PO de lipoaspiração, dado que as mesmas se complementam, obtendo-se resultados positivos. Introdução O presente artigo científico pretende discutir a importância da utilização da Drenagem Linfática Manual e do Ultra-som no pós-operatório de lipoaspiração, utilizando-se da metodologia de revisão de literatura em diferentes autores que tratam sobre a temática. Uma das cirurgias plásticas mais realizadas é a lipoaspiração, que consiste basicamente na remoção de gordura subcutânea por meio de cânulas [1]. Sendo assim, a cirurgia plástica visa à reparação dos defeitos congênitos ou adquiridos, com conseqüente melhora da aparência ou, eventualmente, restituindo a função comprometida. Atua na pele e estende, muitas vezes, o seu campo de ação sobre as estruturas mais profundas, a fim de restaurar a forma e função [2]. Nesse aspecto, a lipoaspiração pode trazer algumas complicações para o paciente como: edemas, equimoses, fibroses, aderências, hematomas, seromas, entre outras [3]. Para evitar que essas complicações apareçam ou mesmo tratá-las quando presentes, conforme Guirro e Guirro [4], a fisioterapia tem importante papel no pré e pós operatório da lipoaspiração, utilizando-se de alguns recursos como a Drenagem Linfática Manual e o Ultra-som. Revisão Bibliográfica Lipoaspiração Segundo Utiyama et al [1], a lipoaspiração ou 28 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

lipossucção consiste na remoção cirúrgica de gordura subcutânea, por meio de cânulas submetidas a uma pressão negativa e introduzidas por pequenas incisões na pele. Segundo Borges [3] a lipoaspiração é realizada nas regiões onde existe acúmulo de gorduras, chamadas de lipodistrofias, presentes mais em abdômen, região pubiana, flancos e culotes. A mesma é indicada para adultos saudáveis, que possuem gordura localizada, levando sempre em consideração o estado de elasticidade da pele, para evitar complicações estéticas como as estrias. A lipoaspiração corresponde atualmente a uma técnica simples, rápida, pouco dispendiosa e, quando bem indicada, apresenta excelentes resultados [1]. A lipoaspiração é uma cirurgia plástica recente, introduzida na prática da medicina em 1979, pelo médico Illouz. A partir daí, e especialmente em razão da evolução das suas técnicas, se difundiu entre os profissionais médicos [5], a ponto de ser atualmente, segundo a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASAPS) (1998), a mais realizada no mundo há vários anos [6; 5]. Desde sua criação, várias alterações ocorreram em seus fundamentos e equipamentos, a fim de diminuir a incidência de seqüelas deixadas no pós-operatório [4] e permaneceu, pois é uma cirurgia fechada que possibilita o retorno rápido às atividades físicas e sociais [3]. Um ponto relevante da lipoaspiração é a finalidade de sua utilização, ao contrário do que supõe o senso comum, não é um procedimento utilizado para emagrecimento. O princípio dessa cirurgia é remover gorduras localizadas, difíceis de serem eliminadas com a atividade física e dieta. A retirada do excesso de gordura quando ultrapassa 5% do peso corporal é considerada uma cirurgia de grande porte, onde requer maiores cuidados, sendo realizada somente em ambiente hospitalar especializado Algumas seqüelas podem surgir no pós-operatório (PO) de lipoaspiração, estas incluem irregularidades, depressões, aderências, fibroses, cicatrizes mal posicionadas e excessos cutâneos. Com a lipoaspiração, alguns eventos clínicos comuns podem ocorrer no pós-operatório, tais como: hematomas [9], seromas, equimoses, edema tecidual intenso que cederá entre 18 a 21 dias com o tratamento do fisioterapeuta [3]. Na superação desse quadro, a fisioterapia possui um importante papel, tanto no acompanhamento do pós-operatório, como também em uma avaliação prévia à cirurgia, quando serão analisados aspectos clínicos gerais e as condições da pele (presença de depressões, irregularidade e flacidez), para que no pós-operatório, o fisioterapeuta obtenha melhores resultados. Em relação aos eventos clínicos, citados a cima, de um pós-operatório de lipoaspiração, o trabal-

ho fisioterápico tem sido amplamente indicado. Sem o trabalho da fisioterapia, normalmente as equimoses podem desaparecer num período de duas ou três semanas, enquanto o edema pode persistir de três a quatro meses. Porém, com o acompanhamento fisioterápico, podese observar sua recidiva em até sete semanas. Quanto a sensibilidade que pode se encontrar diminuída, com o tempo tende a se normalizar. O trabalho fisioterápico pode ser iniciado num período de 72 horas a 15 dias, após a cirurgia, pois neste momento é possível atuar na prevenção de fibroses ou retrações. Os sinais e sintomas do pós-operatório podem ser reduzidos pelo atendimento da fisioterapia através de várias técnicas, como a Drenagem Linfática Manual (DLM) e o equipamento de ultra-som. Com a utilização desses recursos, observa-se rápida diminuição do edema e hematomas, com favorecimento da neoformação vascular e nervosa, além de prevenir ou minimizar a formação de cicatrizes hipertróficas ou hipotróficas, retrações ou quelóides [4]. O tratamento pós-operatório inicia-se precocemente. Cintas elásticas são utilizadas durante um mês, sendo que, inicialmente, recomendase seu uso 24 horas por dia. É importante esclarecer ao paciente que a silhueta começará a delinear após o 18º dia e o melhor resultado pode ser observado após o primeiro mês pósoperatório, com o tratamento fisioterápico adequado [3]. O fisioterapeuta tem uma função muito importante no PO de cirurgias plásticas em geral, incluindo a lipoaspiração. Quando os recursos fisioterápicos são bem utilizados, pode diminuir o tempo de repouso, restaurar a funcionabilidade e acelerar a recuperação [3]. Segundo Silva [9], a fisioterapia, após o 15º dia, estende o seu trabalho através de um acompanhamento para uma cicatrização e reestruturação tecidual adequada. Drenagem Linfática Manual A drenagem linfática foi descrita pela primeira vez em 1936, como uma técnica especifica de massagem, quando Phil Emil Vodder, fisioterapeuta e biólogo alemão, iniciou, experimentalmente, tratar de gripes e sinusites manipulando gânglios linfáticos através de movimentos circulares suaves [10], que favorecia a drenagem da linfa da periferia do organismo para o coração [11]. Mais recentemente Leduc, de Bruxelas, fez algumas adaptações nesta massagem que tem como principal finalidade esvaziar os líquidos exsudados e os resíduos metabólicos por meio de manobras nas vias linfáticas e nos linfonodos [12]. Hoje em dia, a Drenagem Linfática Manual (DLM) é utilizada em várias patologias, pois fa-


Artigo | Lipoaspiração; Drenagem Linfática Manual; Ultra-som; Fisio Dermato-funcional vorece o aumento do transporte da linfa, melhora a vascularização, a anastomose linfolinfática e linfovenosa, proporciona mais defesa imunitária do organismo [11]. Ainda, segundo Leduc e Leduc [13], mantém o equilíbrio hídrico do espaço intersticial, através de absorção de líquidos excedentes e de proteínas, já que o sistema linfático se torna a principal via de captação e o excesso de líquido é eliminado do meio tissular para os vasos venosos e linfáticos. A DLM, inicialmente, foi divulgada nos congressos de estética sendo realizada por esteticistas. Nos últimos anos, com a incorporação da DLM como parte importante de tratamentos, os médicos passaram a estimular sua prática por parte de fisioterapeutas, iniciando assim uma série de contribuições aos procedimentos [14]. A DLM é baseada no trajeto dos coletores linfáticos e linfonodos, associando três manobras: manobras de captação, manobras de reabsorção e manobras de evacuação [4]. Cada manobra deve ser realizada de 5 a 7 vezes [12]. Essas manobras devem ser feitas de modo lento, rítmico, suave, direcionando a pressão sempre em sentido da drenagem linfática fisiológica [15] e requer o conhecimento da anatomia do sistema linfático para sua aplicação eficaz [10]. De acordo com Guirro e Guirro [4] e Lopes [11], as manobras de DLM são indicadas na prevenção e/ ou tratamento de: edemas, linfedemas, dores, hematomas, equimoses, diminuição da sensibilidade cutânea, pré e pós-operatório de cirurgia plástica, e desempenha um papel auxiliar na reparação de ferimentos, devido à ação do fibrinogênio da linfa, que é o elemento responsável pela formação de coágulos que irão formar as barreiras protetoras das lesões. Segundo Ribeiro [16], também está indicada para gordura localizada, cicatrizes hipertróficas e retráteis. O edema é um acúmulo de excesso de líquido no espaço intersticial como resultado da quebra do equilíbrio entre a pressão interna e externa da membrana da célula, ou de uma obstrução do retorno linfático e venoso [17]. É o caso das cirurgias plásticas, onde ocorrem alterações estruturais ou funcionais dos vasos linfáticos, essa obstrução mecânica modifica substancialmente o equilíbrio das tensões, resultando inevitavelmente em edema [3].

A principal função do fisioterapeuta, ao utilizar o recurso da DLM, é melhorar o desconforto e o quadro álgico, ao diminuir a congestão tecidual e normalizar a sensibilidade cutânea local. Outro fator importante é de prevenir a formação de aderências, um importante fator agravante no PO, pois as mesmas impedem o fluxo normal de sangue e linfa, aumentando ainda mais o quadro edematoso, retardando a recuperação [3]. Ultra-som O US terapêutico constitui num recurso altamente utilizado por profissionais que atuam na área da fisioterapia dermatofuncional, em virtude de prover ótima resposta terapêutica a algumas afecções, por exemplo, na cicatrização e reparação tecidual pós cirurgia plástica. A utilização do US de 3MHz no PO está vinculada diretamente ao processo de cicatrização, sendo os protocolos mais efetivos, os iniciados imediatamente após a ocorrência da lesão, isto é, durante a fase inflamatória. O objetivo da utilização precoce do US é promover uma melhora tanto na circulação sangüínea, quanto na linfática, estimulando a reabsorção de edemas, hematomas para que não ocorra formação de fibrose, possibilitando assim uma melhor nutrição celular [4], aumento na extensibilidade do colágeno, incremento na síntese protéica, regeneração tecidual [18]. Ainda em relação ao uso do US nos processo cicatriciais, esse é capaz de promover o aumento da difusão do cálcio através da membrana celular. Isso é de grande importância, já que o cálcio, como segundo mensageiro celular, pode ter um efeito acentuado no aumento da produção e liberação de fatores que contribuem para a cicatrização. Isso inclui a liberação de histamina dos mastócitos, e fatores liberados dos macrófagos [19]. Desse modo, o US tem o potencial de acelerar a resolução normal da inflamação desde que o estímulo inflamatório seja removido [20]. No caso especifico do PO da lipoaspiração é a formação de fibrose, decorrente do processo de cicatrização tecidual, onde o fisioterapeuta atua mais com o uso do US. Mesmo sem uma fundamentação científica, mas baseada em resultados publicados, o US tem sido utilizado com freqüência no PO com o intuito de minimizar a incidência www.novafisio.com.br • ed. 64|2008 • 29


Artigo | Lipoaspiração; Drenagem Linfática Manual; Ultra-som; Fisio Dermato-funcional incidência das fibroses [21]. Recomenda-se o uso do US imediato, acelerando o processo fibrinolítico [18], após o procedimento cirúrgico (36 à 48 horas), no modo continuo, quando não houver processo inflamatório agudo, e quando houver, usar no modo pulsado, com doses que podem variar de 1 a 1,5W/cm2 de acordo com o tempo de aplicação calculado [3]. Harveym, Dyson e Suckling [22] relatam que se houver aderências ou fibroses instaladas, o US pode ser utilizado na diminuição dessas seqüelas, aumentando a elasticidade do tecido conjuntivo. Nestes casos, a energia ultrasônica depositada deverá ser maior, aumentando o tempo de aplicação e-ou intensidade. Segundo Starkey [23], o US continuo de baixa freqüência (0,75MHz) intensifica a liberação de fibroblastos pré formados, ao passo que o US de alta freqüência (3MHz) aumenta a capacidade da célula sintetizar e secretar as partes componentes dos fibroblastos. Nos processos fibróticos no PO lipoaspiração, orientamos cautela quanto a expectativa de resultados, pois caso a sua aplicação seja após um ano por exemplo, os resultados tenderão a serem mínimos, o que justifica o uso do US no PO imediato [3]. O Ultra-som também é utilizado no PO de cirurgias plásticas para recuperar processos cicatriciais. Autores como Young e Dyson [24] relatam que o uso do US proporciona significante aumento no número de fibroblastos, alinhamento ideal para contração da ferida e aceleração da fase inflamatória. Segundo Starkey [23], isso ocorre pois o US contínuo influencia de forma positiva a atividade dos macrófagos e aumenta a adesão de leucócitos nas células endoteliais danificadas. Para acelerar o reparo tecidual, Hoogland [25] e Young [26] recomendaram o uso do US no modo pulsado, com freqüência de 3 MHz, com intensidade abaixo de 0,5W/cm2. Já Draper e Prentice [27], indicam o uso do US no modo contínuo com dose de 0,1W/cm2. Young e Dyson [19] relatam que o regime de pulso deve ser condizente com a resposta esperada, sendo o pulsado mais indicado para intervenção imediata, e que a intensidade pode variar entre 0,1 a 0,4W/cm2, com o tempo variando em decorrência da área irradiada. O US pode produzir uma micromassagem capaz também de reduzir o edema [20] dos PO. O edema pós lipoaspiração pode ser tratado com o US de 3 MHz, modo contínuo, com intensidade de 1,5W/cm2. O calor promovido na terapêutica parece liquefazer os restos celulares. Em seguida, o seguimento corpóreo pode ser elevado, massageado, ou drenado para bombeamento do fluido [27]. O US pode ser usado ainda para influenciar os movimentos de drogas através da pele, isso se chama fonoforese. Essa é uma alternativa de administração de fármacos por uma técnica não invasiva. Na fisioterapia, esta técnica é muito utilizada. O US pode facilitar a difusão dos ativos presentes nos medicamentos de uso tópico, embora isso não seja um senso comum. Polacow et al [28] realizaram um tratamento de reparo tecidual em ratos em uma ferida com cicatriza30 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

ção por segunda intenção e confirmou em seu estudo que a ferida tratada com a fonoforese, a recuperação foi mais rápida do que aquela que foi usada somente a droga tópica. Discussão dos resultados Segundo Tacani et al [29], nos últimos anos, com o surgimento da fisioterapia dermato-funcional, vários questionamentos foram levantados em relação ao papel do fisioterapeuta no pré e pós-operatórios de cirurgias plásticas como a lipoaspiração. Observações feitas na prática clínica, é que muitos pacientes são submetidos à lipoaspiração e não são encaminhados para a realização de tratamentos PO com fisioterapeutas, ou o são em fases tardias, o que pode levar a resultados poucos satisfatórios. Os mesmos autores fizeram um estudo com 33 cirurgiões plásticos (CP) utilizando o Formulário Investigativo das Perspectivas Atuais do Encaminhamento a Tratamentos Pós-operatórios de Lipoaspiração, onde verificou-se que 84,8 por cento dos CP encaminham os pacientes submetidos a lipoaspiração a tratamentos PO, com a Drenagem Linfática Manual (DLM) apresentando 92,8 por cento de indicação. Observou-se, também, que não há uniformidade na utilização de critérios para realizar o encaminhamento, o que denota ausência de um consenso sobre este aspecto. Concluiu-se que a maioria dos CP valoriza os tratamentos no PO de lipoaspiração, em especial a DLM, mas estes tratamentos não são feitos prevalentemente por fisioterapeutas. Em relação a DLM nos PO de cirurgias plásticas,vários autores reforçam sua importância. Soares, Soares e Soares [30] afirmam que o edema, hematomas e dor, podem ser reduzidos mais rapidamente com o atendimento imediato fisioterápico, utilizando-se da DLM. Winter [31] afirma que a DLM faz com que a pele recupere o seu aspecto saudável e normal, pois provoca a desintoxicação dos tecidos e melhora a oxigenação e a nutrição celular. Ribeiro [12] relata que a DLM é indispensável no PO de cirurgias plásticas, iniciando o mais rápido possível na penetração do líquido excedente nos capilares sanguíneos e linfáticos intactos da região adjacente a lesão, assim evitando a estase linfática e prevenindo a formação de fibrose. Em todos os materiais pesquisados, foram encontradas respostas positivas em relação a DLM no pós-operatório de cirurgias plásticas, particularmente na lipoaspiração, sendo um ótimo recurso, quando realizado pelo fisioterapeuta. Em relação ao US de 3 MHz, Pirola e Jesus [18] realizaram um estudo de caso sobre a importância do mesmo para o tratamento de hematoma subcutâneo. Nas quatro primeiras sessões foi usado o modo pulsado com intensidade de 0,5W/cm2. Da 5ª sessão até a 9ª foi usado o modo pulsado com intensidade de 1,2W/cm2 e a partir da 10ª até a 15ª foi usado o modo contínuo com intensidade de 0,8W/cm2, pois foi verificado um pequeno edema residual, para evitar assim a fibrose. Neste estudo, o US mostrou-se eficaz evitando o estabelecimento e calcificação do hematoma, facilitando a drenagem do exsudato pelo sistema linfático.

Para acelerar o processo fibrinolítico, quando houver inflamação aguda, no caso em um PO imediato de lipoaspiração, o US deve ser usado no modo pulsado, com intensidade de 1 a 1,5W/cm2 e quando não houver inflamação aguda, aplicar no modo contínuo [3]. Segundo Draper e Prentice [27], no caso de edema, o US é usado no modo contínuo, com intensidade de 1,5W/cm2. Os mesmos autores indicam o US também para acelerar o reparo tecidual no modo contínuo com dose de 0,1W/cm2, mas para Hoogland [25] e Young [26] o US deve ser usado no modo pulsado, com intensidade abaixo de 0,5W/cm2. Houve uma contradição dos autores, mas eles não relataram em que época do PO que eles indicam estas modulações do US. O US pode ser utilizado para aquecer estruturas constituídas por tecido fibroso, causando um aumento temporário na sua extensibilidade, e, portanto, uma diminuição na rigidez articular [20]. Isso condiz com a importância que o US tem nos tratamentos pós lipoaspiração, tratando uma das complicações comuns, a fibrose. Estudos clínicos recentes mostram que o ultrasom pode reduzir edemas, favorecer a circulação sangüínea, relaxar a musculatura, aliviar a dor, acelerar o reparo tecidual e modificar a formação de cicatriz [25; 32; 33; 34; 35; 36; 37]. Tais efeitos, também, são eventos clínicos que podem ocorrer no PO de lipoaspiração, portanto, o US é indicado nesses casos. Conclusão De acordo com os autores pesquisados, pode-se concluir que a intervenção fisioterápica no PO imediato de lipoaspiração é de grande importância, pois atuará nas eventuais complicações e/ou na prevenção das mesmas. Dessa forma, foram estudados dois recursos mais utilizados no campo da Fisioterapia Dermato-Funcional, se tratando de tratamento PO de cirurgia plástica em geral, e em particular da lipoaspiração, quais sejam: a DLM e o US. A DLM possibilita a obtenção de bons resultados, trazendo benefícios ao paciente, tanto estético, quanto da redução de dor na palpação, edema, hematomas, equimoses, melhora da sensibilidade local, e na prevenção de fibroses. O US de 3MHz promove melhor circulação sangüínea e linfática, estimula a reabsorção de edemas e hematomas para que não ocorra formação de fibrose, melhorando assim a cicatrização e reparação tecidual. Pode-se observar, através da pesquisa, que as duas técnicas são importantes no PO de lipoaspiração, as duas se complementam. Porém, não encontrou-se nenhum estudo prático sobre a utilização da DLM e do US conjuntamente no PO de lipoaspiração, o que indica que há um escasso número de publicações sobre a temática, o que dificulta muitas vezes a comprovação das técnicas citadas no PO de lipoaspiração, e de outras cirurgias plásticas. Além disso, a comprovação dos benefícios e da eficácia dos tratamentos em fisioterapia dermato-funcional constitui uma fonte de referência para futuros estudos e crescimento da área.


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Mais uma nova edição e continuamos com aquele espaço reservado para vocês. Para espantar o baixo astral e levantar a poeira, contamos com esta sessão para receber seus recados e sugestões. Afinal, a rotina do dia a dia dos profissionais de fisioterapia não é mole. Mande seu e-mail para: tininha@novafisio.com.br E por falar em espantar o baixo astral, vocês já estão sabendo do cruzeiro até Fernando de Noronha? Eu vou estar lá com certeza, vai ser em janeiro de 2010 e será imperdível. Vamos contar muitas piadas e nos divertir bastante lá. Te espero.

Enquanto isso no consultório chega a seguinte carta...

Feia....Feia...Feia Um fisioterapeuta desempregado resolveu mudar de profissão e tentar a vida como motorista de táxi. Ele ia guiando numa grande avenida quando avistou linda mulher caminhando na calçada uns metros adiante e fala ao passageiro que leva no carro: - Olha que mulher bonita! Nossa, ela é um avião! E o passageiro responde gritando: - Feia! O motorista: - Feia nada! Ela é linda E o passageiro gritando de novo: - Feia! Feiaaaaa... - Que feia o quê! Tá louco? -Responde o motorista. E o passageiro aos berros: -Feia! Feia! Feiaaaa! O motorista, que não estava olhando pra frente, bate em outro carro. Ficou louco da vida e falou pro passageiro: - Pô cara! Cê viu que eu ia bater!!! Por que não me avisou? E o passageiro: - Aralho!!! Eu ava aiando: - feia... feia.... e ocê num feiô. É urdo é? Zi udeu...

Mãe é mãe, sogra é sogra! A diferença entre ser sogra do genro e sogra da nora. Duas distintas senhoras encontram-se após um bom tempo sem se verem. Uma pergunta à outra: - Como vão seus dois filhos... a Rosa e o Francisco? - Ah! querida... a Rosa casou-se muito bem. Tem um marido maravilhoso... Casou com um fisioterapeuta lindo e atencioso. É ele que levanta de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, faz o café da manhã, lava as louças e ajuda na faxina. Só depois é que sai para ir pro consultório. Um amor de genro! Deus que o abençoe! - Que bom, hein amiga, e o Francisco? Casou também? - Casou sim, querida. Mas tadinho dele, deu azar demais. Casou-se muito mal... Imagina que ele tem que levantar de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, fazer o café da manhã, lavar a louça e ainda tem que ajudar na faxina! E depois de tudo isso ainda sai para trabalhar, para sustentar a preguiçosa da minha nora, aquela preguiçosa nojenta! 32 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

tininha@novafisio.com.br Participe, escreva


moda - economia - turismo - esporte - culinária - curiosidade - arte...

Toca o telefone... - Alô. - Alô, poderia falar com o responsável pela linha? - Pois não, pode ser comigo mesmo. - Quem fala, por favor? - Edson. - Sr. Edson, aqui é da TELEMAR, estamos ligando para oferecer a promoção TELEMAR linha adicional, onde o Sr. tem direito... - Desculpe interromper, mas quem está falando? - Aqui é Rosicleide Judite, da TELEMAR, e estamos ligando... - Rosicleide, me desculpe, mas para nossa segurança, gostaria de conferir alguns dados antes de continuar a conversa, pode ser? - ...bem, pode. - De que telefone você fala? Meu bina não identificou. - 103 - Você trabalha em que área, na TELEMAR? - telermarketing Pró Ativo. - Você tem número de matrícula na TELEMAR? - Senhor, desculpe, mas não creio que essa informação seja necessária. - Então terei que desligar, pois não posso ter segurança que falo com uma funcionária da TELEMAR. - Mas posso garantir... - Além do mais, sempre sou obrigado a fornecer meus dados a uma legião de atendentes sempre que tento falar com a TELEMAR. - Ok.... Minha matrícula é 34591212 - Só um momento enquanto verifico. (Dois minutos) - Só mais um momento. (Cinco minutos) - Senhor? - Só mais um momento, por favor, nossos sistemas estão lentos hoje. - Mas senhor... - Pronto, Rosicleide, obrigado por haver aguardado. Qual o assunto? - Aqui é da TELEMAR, estamos ligando para oferecer a promoção linha adicional, onde o Sr. tem direito a uma linha adicional. O senhor está interessado, Sr. Edson? - Rosicleide, vou ter que transferir você para a minha esposa, por que é ela que decide sobre alteração e aquisição de planos de telefones. Por favor, não desligue, pois essa ligação é muito importante para mim. - Minha mulher atende: - Obrigado por ter aguardado.... pode me dizer seu telefone pois meu bina não identificou... - 103 - Com quem estou falando, por favor. - Rosicleide - Rosicleide de que? - Rosicleide Judite (já demonstrando certa irritação na voz) - Qual sua identificação na empresa... - 34591212 (mais irritada ainda!) - Obrigada pelas suas informações, em que posso ajudá-la? - Aqui é da TELEMAR, estamos ligando para oferecer a promoção linha adicional, onde e a Sra. tem direito a uma linha adicional. A senhora está interessada? - Vou abrir um chamado e em alguns dias entraremos em contato para dar um parecer, pode anotar o protocolo por favor.....alô, alô! - TUTUTUTUTU... - Desligou.... nossa que moça impaciente!!!

contando suas histórias e sugestões.

SOBE... O colega Gleisson Ribeiro Dutra, fisioterapeuta formado pela Universidade Presidente Antônio Carlos (Minas Gerais) foi entrevistado pelo Jornal da Cidade e explanou sobre a Fisioterapia Respiratória e Terapia Intensiva ajudando na sua divulgação entre a população. Veja entrevista completa no site: http://2008.jornaldacidade. net/2008/noticia.php?&id=8338 SOBE... A colega Mariana Prado criou o blog de fisioterapia Dermato funcional. Uma boa opção para troca de informações. Aos interessados o endereço é: http://zaharafisio.blogspot.com/ SOBE... A atriz Paola Oliveira em entrevista a revista Gloss disse que queria ser fisioterapeuta e chegou a se formar. Veja em: http://odia.terra. com.br/cultura/htm/paola_oliveira_estampa_a_capa_da_revista_ gloss_deste_mes_184656.asp DESCE... Em agosto foram abertas as inscrições para o município de Arraial do Cabo. Salário para fisioterapeuta (nível superior completo) R$495,00 20h Salário para merendeira (ensino fundamental incompleto) R$415,00 30h Aos interessados o site é: http:// w w w. p c i c o n c u r s o s . c o m . b r / concurso/100070

OBS: Par ticipe do elevador você também. Envie para nosso e-mail o fato que você achou que subiu ou desceu sobre nossa profissão e publicaremos aqui! www.novafisio.com.br • ed. 64|2008 • 33


Agenda | Cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO OUTUBRO 10% Todos Auriculoterapia à distância 02 Curso de formação Physio Pilates - Polestar 02 a 07 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica - Exclusivo p/ Fisioterapeutas!! 03 Curso de formação Physio Pilates - Polestar 04 e 05 Técnicas Avançadas em Terapia Manual 04 e 05 Drenagem Linfática Corporal e Facial 04 e 05 Curso Ventilação Mecânica Avançada 04 a 05 Reeducação Uroginecologico 04 a 05 Curso de Correção Postural sobre a Bola Suíça 04 a 05 Técnicas Avançadas em Terapia Manual 07 e 08 Técnicas Osteopáticas 08 a 10 Bad Ragaz 09 e 10 Mobilização Neural 10% 10 Ginástica Laboral: Metodologia e Projeto 10 a 12 Avançado de Pilates no Solo, Bola e Mat Wall 10% 10 a 12 Bandagem Funcional Fisioterapêutica 10 a 12 Conceito Halliwick 10 a 12 Pilates Smart® Módulo 7- REAB 10 a 12 Isostretching 11 Curso Identificação de Arritmias Cardíacas ao Monitor 11 e 12 Movimento Combinado - Algias da Coluna 10% 11 e 12 Massagem Pedras Quentes 11 a 12 Curso Interpretação de Exames Laboratoriais para Fisioterapeutas 11 a 12 Pilates Contemporâneo na Bola 11 a 12 Estimulação Eletrica Neuromuscular 11 a 12 Tecnicas Avançadas em Terapia Manual 12 a 14 Hidroterapia nas Algias 13 e 14 Correção Postural sobre a Bola Suiça 14 Prova Terapia Manual 15 a 19 Hidro - A Técnica Watsu para Fisioterapeutas 16 a 19 Reequilibrio Somato Emocional 16 a 19 45º ENAF 16 a 21 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica 17 Curso de Osteoporose Physio Pilates - Polestar 17 a 19 Isostretching 10% 18 Carboxiterapia 18 a 19 Curso Estabilização Dinâmica da Unidade Funcional Inferior. O Joelho. 18 a 19 Eletrodiagnostico e eletroterapia em lesões nervosas perifericas 18 a 19 Reeducação Uroginecologica 18 a 19 Curso Interpretação de Exames Laboratoriais para Fisioterapeutas 10% 18 a 19 1º Ciclo de Cursos de Aperfeiçoamento em Dermato Funcional 10% 19 Massagem com Bambu 100% 19 2º Simpósio de Fisioterapia do Trabalho - UNISA 20 Prova de Terapia Aquática 10% 22 Crochetagem 23 a 25 I Encontro Sudeste Physio Pilates 23 a 26 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 1 23 a 28 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica 24 Pós Graduação Fisioterapia do Trabalho (UNICAPITAL - IAPROBIO) 24 a 26 Isostretching 10% 25 Fisioterapia na Gestação Pré e Pós parto 25 a 26 Alongamento em Cadeias Musculares 25 a 28 Lesões Articulares para Fisios formados em RPG Philippe Souchard 25 a 28 Reatualização da RPG para Fisios formados em RPG Philippe Souchard 10% 25 a 28 Crochetagem 26 a 30 Kabat Vallejo 27 a 28 Técnicas Osteopáticas 30 e 31 I Congresso Multidisciplinar de Estética 30 e 31 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica 31 Curso de Hidroterapia

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Agenda | Cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO NOVEMBRO 10% Todos Auriculoterapia à distância 01 a 04 Cervical para Fisioterapeutas formados em RPG Philippe Souchard 03 a 10 Formação em RPG / RPM 10% 04 a 12 Vivência no Tratamento do Lesado Medular 05 a 09 Curso de Formação em Cadeias Musculares 10% 05 a 21 Drenagem linfática manual / linfoterapia 10% 06 a 14 Reabilitação Cardíaca do hospital ao ambulatório 07 a 09 Avançados na Obstetricia Pre e Pos Parto 10% 07 a 09 Bandagem Funcional Fisioterapêutica 07 a 09 Isostretching 08 e 09 Gestão de Projetos de Qualidade de Vida nas Empresas 08 e 09 Atividade Física e Saúde Funcional para Seniors 08 e 09 Eletrodiagnostico e eletroterapia em lesões nervosas perifericas 10% 08 e 16 Auriculoterapia Francesa com Enfase em Estética 10% 08 e 22 Drenagem Linfática Manual Corporal no Pré e Pós-operatório 12 a 16 Curso de Formação em Cadeias Musculares 13 a 16 Reequilibrio Somato Emocional 13 a 18 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica 13 a 18 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica 14 a 16 Avançado De Pilates No Solo, Bola e Mat Wall 14 a 16 Reformer Foundations II 10% 15 e 16 Vivência em traumato ortopedia no pré e pós-operatório de MMII 17 e 18 Reformer Foundations I 10% 17 a 28 Avaliação postural global com ênfase estabilização segmentar vertebral 19 e 20 Mat Pilates I e II Formação de Instrutores 10% 20 a 28 Métodos e Técnicas de Avaliação do Sistema Músculo Esquelético

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FisioPerfil | Sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história

Dra. Ludmila Bonelli Cruz Em que ano e em qual faculdade se formou? Formei-me em 1984, na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Qual foi a melhor coisa que fez? Sem dúvida concretizei um sonho ao realizar o Encontro Internacional de Fisioterapia Dermato-Funcional. O sucesso do I e do II Encontro Internacional de Fisioterapia Dermato-funcional, realizados em fevereiro de 2007 e de 2008, em Belo Horizonte (MG), nos estimulou a organizar a terceira edição deste evento que, efetivamente, já faz parte do calendário da nossa especialidade. O III Encontro acontecerá de 5 a 7 de março de 2009, na capital mineira. O que você mais gosta na profissão? O que me fascina na Fisioterapia é a constante busca pelo conhecimento que ela me proporciona. Sempre temos algo novo para estudar. Além disso, é muito gratificante ver o resultado do meu trabalho em meus ou minhas pacientes. O que você odeia na profissão? A falta de visão empreendedora na nossa classe. É preciso investir para colher bons frutos. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? O companheirismo, a dedicação e o profissionalismo. O que mais detesta nos profissionais que te cercam? Não tenho ressalvas quanto às pessoas que me cercam. Independente da profissão, o que eu mais detesto nas pessoas é a falta de ética e de respeito. Qual sua maior virtude? Ser honesta e sincera. Qual seu pior defeito? Às vezes, ser sincera demais. Se pudesse mudar algo, o que seria? Não mudaria nada! Qual maior mentira já contou? É tão raro isso acontecer, que não me lembro. Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? Tornar-me Fisioterapeuta Dermato-Funcional. Nunca havia imaginado trabalhar nesta área e agora, sem dúvida, se tornou impossível eu trabalhar em outra especialidade. Qual fato foi o mais cômico que já passou? Quando fiz a minha primeira palestra em espanhol, na Argentina, eu estava ansiosa por não ter o domínio da língua. No meio da palestra, sem que eu percebesse, comecei a falar em português. As pessoas se entreolhavam assustadas e eu não compreendi aquela atitude. Quando percebi o meu equívoco, tive um acesso de risos. Lógico que a platéia também deu boas risadas, mas tudo acabou bem. Eles compreenderam o meu “portunhol” e tudo foi muito cômico. Qual seu maior arrependimento? Não ter estudado espanhol na minha adolescência, para falar com fluência. Atualmente, como tenho muitos compromissos profissionais em outros paises, eu tive que correr contra o tempo e aprender. Qual dica daria aos colegas? Fiquem atentos para estarem sempre à frente do seu tempo. Pesquisa e inovação são ferramentas fundamentais. 38 • ed.64 | Set/Out 2008 • NovaFisio

Quem é | Dra. Ludmila Bonelli bellebonelli@bellebonelli.com.br Especializada em Fisioterapia Dermato-Funcional pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Há quatro anos foi uma das responsáveis pela introdução da prática na Argentina. Atualmente é docente na graduação na Universidade Salgado de Oliveira, em Belo Horizonte e Faculdade Pitágoras também em Belo Horizonte. Diga um objeto de desejo? Ter uma clínica que reúna todos os profissionais da área de estética e beleza. Cirurgião plástico, fisioterapeuta dermato-funcional, dermatologista, esteticista, nutricionista e endocrinologista juntos, em um mesmo espaço, para trabalhar de uma forma harmônica, oferecendo o que há de melhor para os clientes. Qual sua aquisição mais recente? (pode ser curso, equipamento, tudo!) Um aparelho de Radiofreqüência em que eu possa colocar em prática tudo o que eu e os meus parceiros estudamos e comprovamos sobre a eficiência desta técnica. Este era um dos meus objetos de desejo. Qual seu maior sonho? Ver a Dermato-Funcional reconhecida como especialidade da Fisioterapia. Qual seu maior pesadelo? Ficar sem fazer o meu trabalho. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Não me vejo em outra profissão, acho que nasci para ser o que sou. E qual profissão jamais queria ter? Ascensorista. Ficar o dia inteiro na mesma posição e fazendo a mesma coisa não é comigo.


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