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FISIO

Editorial| Prezado leitor, você tem em mãos o novo exemplar da Revista NovaFisio. Nesta edição preparamos duas matérias especiais para vocês, uma sobre o tratamento conhecido como dry Needling (com agulhas) que, segundo Gustavo Cunha fisioterapeuta do atleta olímpico Diego Hypolito, proporciona uma recuperação quase imediata em alguns casos de lesões. O próprio atleta endossa a afirmação do fisioterapeuta. Outra matéria é sobre a prática do Pilates, onde especialistas atestam que a atividade pode incrementar ainda mais a relação sexual. Como não poderia deixar de ser, convidamos mais uma personalidade para compor nossa edição. Desta vez, a atriz da TV Globo, Paula Pereira, a Durga de Caminho das Índias. Agora basta virar a página para aproveitar a publicação feita com tanto cuidado e carinho para você. Oston de Lacerda Mendes Fisioterapeuta - Editor

Índice| 05 Cartas 08 Clipping de notícias 09 Frases e coluna social 10 Coluna Luís Guilherme Barbosa 12 Entrevista com a atriz Paula Pereira 14 Trigger point dry needling 16 Relato de caso de Flávio Lucio Peralta 18 Pilates em Espondilolistese 22 Características empreendedoras dos fisioterapeutas empresários de Natal-RN 28 Análise do controle postural de indivíduos que praticam exercícios resistidos versus sedentários 30 Incidência de dor e alterações posturais em mulheres praticantes de Dança do Ventre 32 Agenda de eventos 34 Classifisio 36 Tininha 38 FisioPerfil com Eduardo Fraga

Equipe| EQUIPE: EDITORES: LUCIENE LOPES & OSTON MENDES SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES REDATOR: EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO, WEB DESIGN E MIDIA DIGITAL: MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO: RICARDO “RICK” RIBAS

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Cartas|Escreva também. revista@novafisio.com.br Pilates em dose dupla

Pilates em dose dupla

Pilates é um conjunto de exercicios elaborados em 1920 pelo alemão Joseph Pilates, sobre a influências do yoga, zen budismo, artes marciais e exercícios gregos e romanos. Unindo mente é corpo, Joseph criou os exercicios físicos fundamentados em seis princípios básicos: respiração, concentração, controle, alinhamento, centralização e integração de movimentos. DESENVOLVIMENTO: Baseado em seus estudos e pesquisas Pilates, constatou que a vida moderna, aliada a má postura e a uma respiração inadequada contribuem para uma saúde comprometida. O método possui objetivos específicos como o equilibro, força muscular e flexibilidade, porém não ocasiona a hipertrofia. Variando de paciente para paciente e de acordo com os resultados obtidos durante a avaliação para o uso dos exercícios é indicado individualmente quais serão executados. Ao contrario de muitas aplicações essas séries visão sempre a qualidade e conscientização contrapondo-se as grandes repetições. Cada movimento é realizado concentradamente visando entender e conhecer cada parte envolvida no mesmo, a precisão é fundamental para a qualidade da execução, a respiração é uma aliada das atividades, existe um centro de força (região abdominal) que gera a força para a execução dos movimentos e a precisão é crucial assim a qualidade é mais importante que a quantidade. Cada exercício deve ser repetido no máximo 12 vezes. Visando a reabilitação de pacientes é indicado para pós-cirúrgico com dor aguda, seqüelas neurológicas decorrentes de AVC, parkinson, distrofias musculares, tratandose de patologias articulares é indicado para artroses, tendinites, torções e também estiramentos musculares. Diante das inúmeras aplicabilidades e benefícios do método, o pilates tem algumas limitações e pontos negativos. Não é um programa completo de treinamento físico, não oferece os benefícios cardiovasculares dos exercícios aeróbicos. Sendo assim seus praticantes deveriam combinar o método a alguma forma de atividade aeróbica que beneficie a saúde cardiovascular. CONCLUSÃO: Pilates é um método muito amplo, e vem apresentando bastante resultado, através da conscientização corporal é possível não só reabilitar como prevenir várias patologias, tanto com os exercícios mais simples realizados nos aparelhos como os mais complexos no solo que exigem uma maior consciência corporal.

Pilates aprimora o ato sexual. Exercício trabalha os mesmos músculos usados durante a relação sexual Quando pensamos em exercício físico, na maioria das vezes, focamos na saúde, estética, aliviar o estresse ou mesmo na recuperação de alguma lesão. Além desses benéficos, certos exercícios agem como grande aliado para aprimorar o desempenho sexual de homens e mulheres. Pouca gente sabe, mas o pilates, método criado por Joseph Pilates na década de 20, pode ajudar e muito na hora da relação sexual. Isso é possível porque os exercícios melhoram a flexibilidade, a postura, a respiração, a coordenação e fortalece os diferentes grupos musculares, como os períneos e adutores (parte interna da coxa), os mesmos usados nas posições sexuais. Além disso, o pilates ajuda a liberar serotonina, hormônio associado ao humor e ao prazer, o que diminui o estresse, uma das principais causas para o mau desempenho sexual. - Além de propiciar a sensação de prazer e bem estar, a serotonina contribui para deixar a pessoa mais sensível aos estímulos sexuais explica Michel Salgado, fisioterapeuta e sócio-diretor da Metacorpus Studio Pilates. Ele também aponta a melhora da mobilidade pélvica (bacia) e do quadril e o aumento do alongamento muscular. - Já tive pacientes que relatavam dor lombar durante o ato sexual, que melhorou com o fortalecimento abdominal e o alongamento dos músculos da coluna - relata Rodrigo Nascimento, coordenador técnico. Segundo ele, outro ponto positivo é a manutenção da isometria (contração sem movimento) por tempo prolongado, o que favorece a musculatura a se manter em uma postura por um tempo mais prolongado retardando assim a fadiga muscular. E não pára por aí, quando o assunto é saúde, o sexo prazeroso fica lado a lado com a prática regular de exercício e uma alimentação equilibrada, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). - Costumamos associar saúde apenas à aparência física. Os programas de bem-estar oferecidos pelos nossos estúdios são elaborados para que as pessoas entendam saúde como a conexão entre corpo e mente. Com mais consciência do corpo, ganhamos também maior consciência sobre nossos estados mentais. Um momento de raiva ou de grande frustração, por exemplo, tem um impacto forte sobre a saúde do corpo - alerta Michel Salgado, que de 2000 a 2002 foi o fisioterapeuta do Centro de Futebol Zico.

Fonte: S. A. Cavalcante; M. R. Marinho; A. M. D. de Medeiros; A. C. da Silva; D. N. de Queiroz; F. N de S. Cunha; G. R. da Silva Junior; L. G. dos Santos; T. P. Moura; C. C. Fernandes

Fonte: Armazém Comunicação NovaFisio.com.br • 5


Cartas|Escreva também. revista@novafisio.com.br Sala de espera Como tornar a espera, na ante sala, menos angustiante? Conheça 07 sugestões da C+ A Arquitetura de Interiores. O paciente entra na sala de espera tenso. Em algumas ocasiões, apreensivo, em função do tratamento, ou abatido, devido a dores constantes que o incomodam. Ele sabe que terá que esperar para receber a atenção do fisioterapeuta. Será chamado dentro de alguns minutos, se a agenda de atendimentos não estiver atrasada. Senta-se no espaço vago do sofá, que não é individualizado, se incomoda com o barulho da televisão alta, decide tomar um cafezinho para ajudar a matar o tempo, mas percebe que a bebida está fria e amarga. Opta, então, por ler uma revista e se depara com publicações do Carnaval de 2007... Enquanto espera, muito provavelmente pensa: “há poucas coisas tão desconfortáveis quanto uma sala de espera...”. “Essa cena, corriqueira em alguns consultórios, nos mostra uma oportunidade única: a de transformar ‘as antigas salas de espera’ em espaços atuais, projetados para serem funcionais e ao mesmo tempo aconchegantes. Através do design, é possível transmitir o cuidado no acolhimento deste paciente e ainda aproveitar para fidelizá-lo à sua clinica ou ao seu consultório”, defende a arquiteta Ana Carolina M. Tabach, diretora de projetos da C + A Arquitetura e Interiores. 01) Ofereça informação de qualidade A sala de espera da clínica ou consultório deve ser projetada de forma a oferecer “algo a mais” para seus usuários, neste caso, o foco é oferecer conforto ao paciente e aos acompanhantes. “Ao invés da TV em um volume alto e incômodo e com uma programação que nem sempre agrada a todos, é importante ter luz natural nestes ambientes, com vista para o skyline da cidade, ou, se possível para um jardim externo. Também podemos criar um suporte adequado e diferenciado para oferecer folhetos explicativos e matérias com informações sobre programas de saúde preventiva, de preferência na especialidade do fisioterapeuta. Estes detalhes do projeto fazem a diferença”, diz a arquiteta Ana Carolina Tabach. Os folderes podem informar, por exemplo, a utilização das novas técnicas na especialidade em questão, além de trazer diferentes informações sobre doenças – causas, sintomas, diagnóstico e, principalmente, tratamento. Os folhetos podem ser comprados prontos ou desenvolvidos. Revistas e livros sobre temas relacionados à especialidade tratada no consultório também são opções para que os pacientes descubram novidades, doenças e tratamentos. A Revista NovaFisio neste caso é imprescindível. Livros são sempre muito consultados, desde que não sejam estritamente técnicos. Uma alternativa para quem optar pela colocação da TV na sala de espera é fazer um vídeo educativo de curta duração com demonstração das técnicas, exercícios, antes e depois, etc. Na verdade, o que importa é o bem-estar de quem está no local. 02) Planeje bem a iluminação Além de iluminar, o projeto de luminotécnica dos ambientes de saúde deve contemplar também o estudo do impacto dos efeitos biológicos e psicológicos da luz sobre o usuário. “Devemos considerar ainda as características específicas das atividades e procedimentos, dos equipamentos e tecnologias utilizados no consultório e as suas demandas de luminosidade”, explica a arquiteta Ana Paula Naffah Perez, diretora de projetos da C+A Arquitetura e Interiores. O clima tropical do Brasil proporciona condições para um maior aproveitamento da luz natural no interior das edificações. “A iluminação natural traz diversos benefícios para a saúde, além 6 • NovaFisio.com.br

de proporcionar a sensação psicológica do tempo, tanto cronológico quanto climático. A luz artificial, necessária à noite e nos dias nublados, deve ser vista sempre como uma complementação e nunca como uma substituição da luz natural”, destaca Perez. “No ambiente que criamos na Casa Cor, a iluminação é um elemento arquitetônico essencial. Foi pensada para valorizar o espaço de convivência do fisioterapeuta com o paciente, tornando-o mais acolhedor. Trabalhamos com elementos atuais, para criar diferentes cenas para o espaço, valorizando cada detalhe do projeto. Destaque para os pendentes italianos Aqua Cil, instalados sobre a bancada da recepção, que são do designer inglês Ross Lovegrove, comercializados no Brasil pela Dominici. Essa peça foi lançada na Eurolucce de Milão deste ano. Esta luminária não emite apenas luz, internamente, o difusor reflete ondas para fora de maneira ampla. Externamente, sua superfície espelhada reflete e desmaterializa o caráter físico do objeto”, detalha a arquiteta. 03) Escolha cores apropriadas As pesquisas e estudos sobre o uso das cores nos ambientes de saúde têm, continuamente, reforçado o quanto estes elementos podem contribuir para o conforto e recuperação dos pacientes. “A cor pode ser entendida como uma poderosa linguagem que afeta não apenas as sensações psicológicas, mas também desperta os sentidos e a percepção do espaço, influenciando no estado de espírito das pessoas. A utilização de referências cromáticas na ambientação dos espaços de saúde é uma prática incontestável”, informa Ana Carolina M. Tabach. As diferentes sensações provocadas pelas cores podem ser utilizadas para valorizar ou mesmo incrementar um ambiente. “As cores mais suaves e neutras podem trazer sensações de tranqüilidade e conforto, já cores mais intensas e quentes podem dar mais vida e energia ao ambiente. Também é possível utilizar cores combinadas, criando brincadeiras com listras, arabescos ou formas geométricas, tornando os espaços mais alegres e divertidos”, explica Tabach. 04) Pense no conforto Nos edifícios de assistência à saúde, onde é freqüente a ocorrência de situações críticas e estressantes, envolvendo relações interpessoais e indivíduos com algum grau de sofrimento físico e/ ou psíquico, os fatores ambientais que definem as condições de conforto assumem responsabilidade significativa durante o desenvolvimento do projeto arquitetônico. Enquanto espera pelo atendimento, é muito importante que o paciente esteja acomodado num local confortável, para evitar que o seu mal estar e a sua ansiedade aumentem. “No nosso ambiente na Casa Cor São Paulo – Espera do Consultório-Lincx – procuramos refletir esta preocupação. O design arrojado e contemporâneo dos móveis, com suas formas orgânicas e arredondadas, bem como a escolha de cores neutras - com destaque para uma única cor: o amarelo - imprimem personalidade ao projeto e deixam o ambiente muito confortável”, conta a arquiteta Ana Paula Naffah Perez. 05) Disponibilize o acesso à Internet Como vivemos numa era de hiperconectividade, a sala de espera pode oferecer computadores com acesso à internet, com o site da clínica como página inicial, ou mesmo uma rede wireless. “A tendência é que cada vez mais as salas de espera de consultórios e clínicas tenham espaços exclusivos para os pacientes e acompanhantes acessarem a internet, por isso, sempre procuramos criar um local adequado para acesso à rede em nossos projetos, além de optarmos por mobiliários adequados e ergonômicos”, informa a arquiteta Ana Paula Naffah Perez.


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Cartas|Escreva também. revista@novafisio.com.br O Casamento 06) Sobre bebidas e comidas A rigor, nenhuma clínica ou consultório é obrigado a fornecer bebidas ou comidas para os pacientes. Entretanto, a partir do momento em que esta opção é feita, tudo o que for servido deve refletir a preocupação e o cuidado do fisioterapeuta com os seus pacientes. Consultórios e clínicas que atendem pacientes diabéticos, gestantes e idosos devem sempre contar com um estoque de alimentos apropriados, que possam ser oferecidos sem causar problemas. A escolha da água, do café, do chá, do suco ou de um lanche rápido deve ser feita levando em conta a qualidade destes produtos. Para adotar um parâmetro real, o fisioterapeuta deve servir na clínica o mesmo produto/marca que ele consome em casa. O cuidado, aqui, se estende às louças, copos, bandejas, tudo deve ser escolhido para reforçar o lado positivo desta prestação de serviços. “Para acomodar de maneira convidativa água e café, sempre projetamos uma bancada, ou um carrinho que comporte uma bandeja e demais acessórios necessários, com fácil acesso aos pacientes e acompanhantes”, diz a arquiteta Ana Paula Naffah Perez. 07) Cuide da sua comunicação visual Os elementos gráficos da comunicação visual devem apresentar clareza de leitura, precisão, objetividade, dimensões adequadas e harmonia com o ambiente onde estejam inseridos. Devem permitir a percepção a distância sem, no entanto, interferir nos elementos arquitetônicos do espaço. “Outro aspecto significativo refere-se ao design e cores propostos, que devem estar em sintonia com os revestimentos e mobiliários especificados. Também é preciso projetar um sistema de sinalização com boa relação custo/benefício, que não inviabilize a sua implantação”, informa a arquiteta Ana Carolina Tabach. Sobre a C+A Arquitetura A C+A Arquitetura e Interiores está em São Paulo, capital. Desenvolve projetos de arquitetura criativos e inovadores, com foco nas áreas residencial, comercial, saúde e interiores. Há dez anos, tem como valores fundamentais que norteiam sua atuação o profissionalismo e o comprometimento com a entrega de projetos com alto nível de qualidade técnica. As arquitetas Ana Paula Naffah Perez e Ana Carolina M. Tabach estão à frente da equipe que congrega, hoje, mais de 10 profissionais. Conheça um pouco mais do trabalho destas profissionais, acessando: www.caarquitetura. com.br. Conheça o blog das arquitetas: http://www.anasnacasacor. blogspot.com e o flickr também: http://www.flickr.com/photos/ anasnacasacor INFORMAÇÕES E ENTREVISTAS: Assessoria de Imprensa C+A Arquitetura de Interiores: Márcia Wirth (11) 3791-3597/ 9394-3597 pautas@excelenciaemcomunicacaonasaude.com www.excelenciaemcomunicacaonasaude.com.br Assessoria de Imprensa Lincx: Patrícia de Andrade (11) 3065-1600 R.: 140/ 9762-0990 patricia.andrade@lincx.com.br www.lincx.com.br 8 • NovaFisio.com.br

O jogador de futebol Roberto Carlos e sua noiva, a fisioterapeuta Mariana Luccon, se casaram. Os dois formalizaram sua união - já que já viviam juntos há um ano na Turquia, onde Roberto joga - , e reuniram amigos como o cantor Chitãozinho e sua mulher Márcia Alves, o jogador Juninho Paulista e Juliana Giroldo, e o cantor Alexandre Pires e sua mulher Sara Campos, que foram padrinhos do craque. Apesar de toda a movimentação, na festa para 600 pessoas, a grande expectativa era em torno da presença de Ronaldo Fenômeno, apontado como um dos padrinhos também. Mas sobre isso, Roberto Carlos desconversou quando perguntado. Mesmo em um momento de festa, Roberto Carlos teve de mostrar seu futebol, graças à turma do Pânico, que deu uma bola ao jogador. Alexandre Pires também arriscou algumas embaixadinhas. Quando o assunto é filhos, para muitos falar em ter um ou dois é mais do que suficiente, mas não para Roberto Carlos. O jogador, que tem sete filhos, afirmou durante o lançamento de sua marca de roupas, RC3, que pretende ter mais dois herdeiros com a Mariana Lucon. “Com a Mariana penso em ter um ou dois. Ela ainda não tem filhos, se tiver a possibilidade de ter mais um ou dois, eu vou tentar”, disse o jogador. “Ela está sempre ao meu lado e me apóia em tudo”, afirmou ele. “Nos conhecemos, há sete anos, em um rodeio em Jaguariúna, mas só no ano retrasado nos reencontramos e começamos a namorar”, contou o jogador, que é natural do interior de SP - da cidade de Garça -, assim como Mariana, nascida em Santo Antonio de Posse. “Temos muita coisa em comum, até mesmo o ciúme”, brincou o craque. Fonte: Site dos Famosos http://www.sitedosfamosos.com.br/ultimas-dos-famosos/ojogador-roberto-carlos-se-casa-com-mariana-lucon/


Frases|Mande a sua frase. revista@novafisio.com.br “O médico salva vidas e o fisioterapeuta faz com que ela continue valendo a pena!!!”.

[Dr. Sandro Lisboa Bass]

“O fracasso do outro não é meu fracasso”. [Dr. Gleisson Dutra]

“Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos”. [Eduardo Galeno]

Coluna Social|Lançamento do Livro Terapia Manual - 04/07/09 - Rio

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Blog |

Coluna do Prof. Luis Guilherme - Leia todos os outros no site.

Novos Tempos, Novos Desafios!

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stamos aqui hoje para trazer novidades, que ótimo, não acha?! É assim mesmo que acontecem as evoluções em todos os setores da vida, quando muitos pensam que a candeia se apaga surgem holofotes iluminando novos caminhos. “Olhos de ver e ouvidos de ouvir”, simplesmente há muitas maneiras de perceber o que está pulsando em volta. Muitos se abaixam, outros param e esperam, enquanto nós buscamos o movimento, a produção! A Revista NovaFisio Científica é um periódico, que publica artigos originais, artigos de revisão, artigos de opinião, cartas ao editor e resenhas. Sua missão é de divulgar a produção científica do conhecimento ligado à Fisioterapia e suas áreas, incluindo pesquisas na área básica, que sejam de interesse. Aberto esse primeiro edital da Revista NovaFisio Científica, e com muita alegria e consciência queremos oferecer aos nossos colegas da Fisioterapia, e áreas profissionais afins, um novo veículo de divulgação científica. A Revista NovaFisio Científica é um periódico científico, patrocinado pela Editora Oston Ltda, que se amplia no sentido de prestar serviços à Comunidade Científica. Esse periódico possui, atualmente, Qualis B5, mas ao ser convidado para assumir a função de Editor me impus a missão de elevar esse resultado. Iniciamos o nosso trabalho analisando as necessidades para a elevação dos resultados e uma série de modificações foi realizada, inclusive nosso grupo de avaliadores composta eminentemente por doutores, onde a grande maioria é de fisioterapeutas. Naturalmente, não inventamos a roda e aprendemos muito com nossos pares, que já vêm fazendo esse trabalho há tempos. Estamos trabalhando pelo melhor, sem desfazer de ninguém, queremos buscar o topo e oferecer a todos esse espaço. Publicar um artigo científico não é fácil, e não é para sê-lo, visto que o primeiro critério é a qualidade do trabalho realizado, entretanto se tivermos poucos espaços maiores serão as dificuldades. Certamente o reforço de um novo periódico não significa que os artigos sem qualidade serão publicados, pois se nossa proposta é de buscar o topo esse é um critério que será priorizado em nosso dia-a-dia. No entanto, se temos mais periódicos temos mais espaço para tentar publicar. Queremos pedir a todos aqueles que já colaboravam com a Revista NovaFisio, agora transformada em Revista NovaFisio Magazini, que compreendam as mudanças e procurem se adaptar às novas regras, porque para atingirmos novos patamares precisaremos dar passos maiores e, certamente, novas exigências devem ser atendidas. Porém, a certeza de que quando subimos em qualidade mais valores agregamos à sua produção. Contamos com todos, contamos com as sugestões e críticas, que vão engrandecer nosso trabalho, contamos com a colaboração daqueles que gostam de por a mão na massa, mas tenham certeza de que nosso compromisso será com a busca dos melhores resultados. Um forte abraço aos colegas que aceitaram participar conosco no corpo editorial, compartilhando esse ideal de investir no que acreditamos. XVIII Congresso Brasileiro de Fisioterapia – Fisioterapia 40º Anos. Encontro vocês lá!!!!! http://www.jz.com.br/congressos/fisioterapia/fisioterapia.htm ATENÇÃO: Se sua região precisa de capacitação em Ergonomia, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Ambulatorial na Empresa e Empreendedorismo, fale com a GESTO Soluções em Fisioterapia e Ergonomia (gesto@globo.com; luisbarbosa@globo.com; www.gestosolucoes.com.br). Mande seu e-mail. Contribua: críticas, discussões, opiniões e até elogios são bem vindos. Vale repetir a citação, novamente!

A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio. Martin Luther King

Prof. Luís Guilherme Barbosa (ABERGO e ABRAFIT) Fisioterapeuta do Trabalho, Ergonomista, Professor Universitário, Diretor da GESTO-Ergonomia e Saúde no Trabalho Ltda. 10 • NovaFisio.com.br


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Entrevista

|Paula Pereira

Entrevista com a Atriz Paula Pereira |Eduardo Tavares

Por

|Ana Colla e Elizabeth Figueiredo

Fotos

Paula Pereira, a Durga, de Caminho das Índias da TV Globo, tem sua veia artística aflorada desde o berço. A mãe, Sônia Pereira foi atriz em pleno movimento do Cinema Novo. Dedicada à carreira, do estilo cowboy ao indiano, Paula vem mostrando sua versatilidade atuando em diversas áreas da dramaturgia brasileira: cinema, teatro e TV. Uma profissão desconhecida para seus fãs é a de arteeducadora em um Centro de Convivência para pessoas com transtornos emocionais, função exercida, há oito anos, com muito carinho e dedicação. No currículo de Paula também constam os trabalhos desenvolvidos nas novelas Kananga do Japão (1989/1990), O Clone (2001/2002) e Celebridade (2004). Nesta conversa com a NovaFisio a atriz revela como fraturou o pé dois dias antes de estrear a novela Caminho das Índias.

NovaFisio: Você considera a atual personagem Durga seu trabalho mais importante na TV? Paula Pereira: Não. Acho que a Déia da novela América teve um vôo maior. Eu gosto mais de um trabalho que fiz na novela chamada Guerra sem fim, na extinta Rede Manchete. Esse eu gosto mais. NF: Como aconteceu sua entrada no elenco de Caminho das Índias? Paula: A autora Glória Perez escreveu a Durga pra mim e me convidou para participar da novela. NF: Além da carreira de atriz, você também desenvolve outro tipo de trabalho. Como surgiu isso na sua vida? Paula: Na função de arte-educadora que desenvolvo, eu uso o teatro como instrumento para trabalhar as pessoas. Surgiu através da indicação de uma amiga. Estavam precisando de uma atriz para dar aula de teatro no Centro de Convivência para pessoas com transtornos emocionais. Deu certo e eu faço o trabalho há oito anos. NF: Você pratica alguma atividade física? Paula: Atualmente estou sem tempo, mas faço alongamento, meditação, musculação, step, jump e 12 • NovaFisio.com.br

quando posso, dança. Adoro dançar. NF: Verdade que você se contundiu dias antes de estrear na novela Caminho das Índias? Paula: É verdade, dois dias antes da estréia da novela eu torci e fraturei o pé. Fiquei cinco meses sem poder fazer a dança indiana que eu tinha preparado. NF: Como aconteceu a lesão? Paula: Eu saí da praia, pisei em um bueiro e caí. NF: Qual foi exatamente o tipo de lesão que você teve? Paula: Fratura no calcanho. NF: Que tipo de tratamento foi utilizado para recuperação? Paula: Eu não sei o nome técnico, mas lembro que foi utilizada uma máquina para tirar a dor e outra para melhorar o edema. Todas as duas têm uns fios coloridos (não sei o nome). NF: Com relação às sessões de fisioterapia, quanto tempo você fez?


Paula: Fiz quase dois meses, mas eu não parei de trabalhar, continuei a mil, trabalhando. NF: Você seguiu corretamente o prazo ou interrompeu o tratamento? Paula: Eu não interrompi o tratamento com os exercícios para fortificar a musculatura, mas não pude continuar com a mecanoterapia. NF: Não se preocupou com a interrupção? Você não acha que em longo prazo isso poderia te prejudicar? Paula: Acho não, tenho certeza! Quando estou cansada eu ainda sinto um pouco. A fisioterapia é feita pra zerar o acidente, mas como não pude continuar com o tratamento, assim que a novela terminar retomarei. NF: O que mais te incomodava com relação à fisioterapia? A obrigação de comparecer em todas as sessões? A falta de paciência ou de atenção dada pelo fisioterapeuta ou mesmo alguma truculência por parte dele? As instalações da clínica? Paula: Para mim, a questão do deslocamento foi muito complicada. Tratei-me em um lugar que era por ordem de chegada, essas coisas eram bem chatas. Mas não o tratamento em si, pois ele tem mesmo que ser feito. NF: Lembra de algum fato curioso que aconteceu durante as sessões de fisioterapia? Paula: Rola muita fofoca. Uns contam caso de fulano e cicrano, às vezes uma pessoa sai e aí rola o comentário sobre ela. O tempo que você fica ali acaba conhecendo várias pessoas que são atendidas no mesmo horário, acaba criando certa intimidade com elas. NF: A fisioterapia é um tratamento que deve ser feito durante algum tempo para que se obtenha um resultado satisfatório na recuperação da lesão. Você costuma ter paciência para lidar com situações que façam você esperar? Paula: Eu coloco na minha cabeça o seguinte: é necessário. E isso faz com que eu tenha paciência. É seguir o objetivo. NF: Você acha que teve a recuperação esperada? Você está 100%? Paula: Eu estou 80% recuperada, como disse antes, pretendo voltar com o tratamento assim que terminar a novela Caminho das Índias. NF: Valeu Paula, sucesso na sua carreira. Paula: Obrigado e um abraço para os leitores da NovaFisio. NovaFisio.com.br • 13


|Informativo Trigger point dry needling Por|Eduardo Tavares Artigo

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rigger point dry needling ou agulhamento seco é uma técnica eficiente utilizada no tratamento das disfunções miofasciais e musculares. A técnica é baseada em princípios ocidentais anatômicos e neurofisiológicos. A técnica é feita através de uma estimulação intramuscular onde a agulha é inserida atingindo a pele e o músculo. Todo músculo apresenta pontos gatilho (trigger point) ou como alguns fisioterapeutas chamam pontos de dor, e muitas vezes são notados à palpação numa avaliação clínica, como por exemplo, numa avaliação de uma contratura muscular. Quando existe uma lesão muscular, as fasciais musculares ficam aderidas às camadas superficiais e profundas da pele ocasionando um déficit de circulação sanguínea, sendo essa musculatura mal irrigada e consequentemente mal oxigenada. A aplicação da agulha se mostra bem eficaz pois ao furar os pontos gatilhos da musculatura, se dá um estímulo neurofisiológico e uma reestruturação da fibra muscular lesada em questão, aumentando assim a circulação e oxigenação. A musculatura lesada em questão apresenta nós ou nódulos pequenos, e ao furar com a agulha visa-se atingir o ponto de dor da musculatura para liberar esses nós como no processo descrito acima. - Já utilizei essa técnica diversas vezes em atletas quando trabalhei no Clube de Regatas do Flamengo e nos atletas de ginástica olímpica quando fui fisioterapeuta deles. Sou fisioterapeuta do Diego Hypolito até hoje. Trabalho com ele já há oito anos e por centenas de vezes apliquei as agulhas no atleta sempre gerando conforto e alívio imediato da dor. Principalmente nos diagnósticos de contraturas musculares, em uma ou duas semanas de sessões, a recuperação é imediata. -O Gustavo sempre me ajudou muito com as agulhas. Por diversas vezes, eu mesmo ligava pra ele e pedia pra me furar, pois só com o alívio imediato que sentia após a técnica é que me sentia pronto para voltar aos treinamentos e sem sentir nenhuma dor das contraturas. É realmente incrível!!! - confirma o campeão Diego. O fisioterapeuta Gustavo Cunha explica que na ginástica olímpica o surgimento de contraturas musculares, principalmente na região das costas é muito comum devido a movimentos repetitivos e ao trabalho isométrico forte aos quais os atletas são submetidos para ganho de força e resistência. - Na minha opinião é de muita importância o fisioterapeuta fazer um curso de anatomia palpatória antes de um curso ou mesmo antes de aplicar a técnica do Agulhamento seco, pois não deve se furar em qualquer lugar. Deve-se respeitar a direção das fibras musculares, deve se respeitar os lugares que apresentam mais irrigação, etc. - garante Gustavo. Colaboração de Gustavo Cunha, fisioterapeuta do atleta Diego Hypolito (campeão mundial no solo) e fisioterapeuta da ginástica olímpica do Flamengo (2000-2003). Crefito: 42038-F Contatos: tel.: 21 7824-9937 Email: gucunha@yahoo.com.br

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|Relato de caso Flávio Lucio Peralta Artigo

www.amputadosvencedores.com.br O dia do Acidente Eu trabalhava em uma empresa que fazia troca de transformador de alta tensão. No dia 21 de Agosto de 1997, logo após o almoço saímos para fazer uma troca de um transformador em uma chácara. Chegando ao local preparamos todas as ferramentas para executar o serviço. Logo em que subi a escada seria o momento em que levaria um choque de 13.800 volts, ficando pendurando ao poste e preso ao cinto, o que evitou que caísse lá de cima. Graças à equipe de resgate, que chegou logo ao local, eu fui retirado lá de cima. Aí começaria toda uma longa historia em minha vida. A internação hospitalar Chegando ao hospital com os braços queimados e parte do pé esquerdo

fui sair do hospital me colocaram numa cadeira de rodas e quando cheguei perto do carro me levantei e levei um tombo, pois estava sem equilíbrio devido a perda dos braços. As cirurgias de enxerto Devido ao fato dos meus braços estarem totalmente abertos foi necessário fazer várias cirurgias para prepará-los para a colocação futura das próteses. Para isso fiz cinco cirurgias corretivas, retirando pele de um lado, colocando em outro lado. Quando tive alta do hospital em LondrinaPR fui até São Paulo fazer uma cirurgia para alongar meu cotovelo, utilizando um aparelho chamado Ilizarove. Foi um período de muito sofrimento e meses para esperar a cicatrização. À partir daí meu

devolveram minha qualidade de vida. Para o amputado, a fisioterapia é essencial. Após esses dois anos fiz hidroterapia com uma fisioterapeuta chamada Silvana, que se especializou na Inglaterra. Foram mais dois anos de esforço constante e dedicação na piscina. Atualmente viajo o Brasil fazendo palestras sobre segurança no trabalho, motivação e superação. Na palestra apresento um slide sobre esse momento da minha vida e abordo o que a fisioterapia fez por mim. O uso do computador No ano de 2000 e quando estava namorando a Jane eu tive o prazer de conhecer essa máquina maravilhosa que é o computador. Até o dia do meu acidente eu nunca tinha digitado uma tecla sequer. Foi então que comprei um 286. Imagine o museu que era aquilo. Mas para mim foi uma grande alegria. Eu ainda não usava a prótese do braço esquerdo e ainda fazia hidroterapia, n a q u e l e m o m e n t o . Comecei a digitar com o coto e a brincar com os jogos do computador. Foi somente em 2001, após meu casamento é que tive acesso à internet. Minha esposa tinha um computador mais avançado e percebi que esse mundo é fantástico. Para sair da minha ignorância, contratamos um professor e desse encontro surgiu a idéia de criar o site amputados vencedores. A idéia era ajudar as pessoas que se tornaram amputados, as pessoas com deficiência, familiares e os profissionais que lidam com essas pessoas, fisioterapeutas, inclusive. Ao mês recebemos 50.000 mil visitas. Para usar o computador eu não utilizo nenhum software. Digito com ambos os braços quer dizer, com o meu coto. Quando estou com a prótese no braço esquerdo utilizo o dedo polegar da mão. Deixo a mão inclinada e posiciono o polegar nas teclas. Eu uso uma mão importada da

“Havia muitas limitações nas articulações de cotovelo e ombro, devido a queimadura. Foram trabalhados movimentos passivos, visando ganho da amplitude de movimento. Movimentos ativoassistidos e movimentos ativos, visando fortalecimento e alongamento muscular, juntamente com trabalho de enfaixamento para posterior adaptação da prótese, associados a um trabalho postural. Posteriormente houve uma adaptação da prótese”. Glauce Viviane De Sordi Belluomini - CREFITO 14162-F machucado, fui parar direto na UTI, mas a preocupação não seria essa no momento, mas sim com a parte interna do meu corpo. Meu rim não estava funcionando e se ele não funcionasse, eu estaria morto hoje. Fazia três dias que estava urinando sangue, mas graças a Deus ele começou a funcionar. Após passar isso, os médicos se dedicaram à recuperação dos meus braços que estavam queimados, devido ao choque. Infelizmente não teria mais jeito e a única possibilidade seria a amputação dos braços. Eu estava inconsciente e não sabia o que estava acontecendo. A autorização para fazer a amputação ficou para os meus pais. O que não deve ter sido muito fácil para eles. Logo que sofri acidente com o choque de 13.800 volts e fui para cirurgia voltei para o quarto do hospital sem dois braços. Após alguns dias já comecei fazer fisioterapia deitado na cama do hospital. Nessa primeira internação fiquei 45 dias quando 16 • NovaFisio.com.br

coto estava seis centímetros mais longo. Para finalizar essa etapa fiz uma última cirurgia no braço esquerdo. O médico abriu um corte em minha barriga e colocou meu braço dentro de mim. Eu fiquei com o braço “pendurado”, preso na barriga e foi bastante difícil esse momento. Por 40 dias eu fiquei dormindo no sofá, com medo de desprender meu braço. Graças à Deus deu tudo certo e minha pele ficou como o desejado. As sessões de fisioterapia Quando voltei para casa o médico me indicou que começasse a fazer fisioterapia. Foi então que conheci a Glauce. Ela ia todos os dias na minha casa e trabalhava meu corpo por quase duas horas. Todo meu corpo estava travado. Após alguns meses eu já consegui adquirir equilíbrio, abrir e fechar os braços, agachar, sentar e me levantar sem muita dificuldade. Foram dois anos de atividades que


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lávio Lucio Peralta Profissão: palestrante na área de segurança no trabalho, motivação e superação Idade: 41 anos / Cidade: Londrina-Pr Tipo Deficiência: Amputado dos membros superiores (ambos os braços) Criador do site: www.amputadosvencedores.com.br flavio@amputadosvencedores.com.br Alemanha que mexe dedos, chamada mão myoelelétrica. Com essa prótese eu digito no computador, seguro um copo, uma garrafa, aciono o controle da televisão, enfim, algumas atividades que me deixam mais independente. Isso também só foi possível devido às fisioterapias que foram realizadas. Mesmo sem a prótese eu consigo digitar no teclado. Porém, não costumo fazer muito isso por causa das dores que passo a sentir nos ombros. Procuro evitar fazer isso. Agradeço ao técnico de prótese Sergio Kamia, de Sorocaba, por ter feito essa prótese do braço esquerdo. A prótese do braço direito eu nunca consegui usar e até hoje esta guardada, por ser muito mais difícil pelo fato de ter cotovelo. A fisioterapia no momento atual Desde que me acidentei já fui atendido por seis profissionais. Cada uma delas me propiciou uma melhora em meu corpo e em minha vida. Após a hidroterapia, nos outros anos, as duas fisioterapeutas seguintes procuraram trabalhar com alongamento para garantir minha flexibilidade.

OUTRO CASO Um ano após a cirurgia, o agricultor alemão Karl Merk mostrou ao mundo, o resultado do primeiro transplante de dois braços já realizado. Ao lado dos cirurgiões Christoph Hoehnke e Edgar Biemer, ele tocou em objetos que estavam sobre uma mesa, mostrando que já pode controlar os braços. Os médicos pensavam que levaria pelo menos dois anos para que os nervos crescessem o suficiente para permitir o movimento, mas o paciente de 55 anos obteve progressos mais rápido que o previsto graças a um programa intenso de fisioterapia e estímulo elétrico. - Meu sonho maior é que meus dedos sigam melhorando para que eu possa pegar coisas e voltar a valer por mim mesmo. O agricultor teve os dois braços amputados até os ombros em um acidente com uma ceifadeira, na fazenda onde trabalhava. Depois de tentar usar próteses artificiais, sem sucesso, ele procurou especialistas em cirurgia reparadora. Karl recebeu os braços de um rapaz de 19 anos com diagnóstico de morte cerebral em consequência de um acidente de carro.

Sugestão de Congresso para Fisioterapeutas Em Setembro de 2009, do dia 24 à 25, acontecerá o Congresso Brasileiro de Reabilitação em Amputados e do dia 26 à 27, acontecerá no mesmo lugar o Encontro Brasileiro de Amputados – 7ª Edição. Ambos eventos se realizarão em ItapemaSC. Mais informações favor acessar nosso site Amputados Vencedores. NovaFisio.com.br • 17


|Espondilolistese, fisioterapia, modalidades de fisioterapia. Pilates em Espondilolistese Por|Natássia F. Costa Lima, Alessandra A. de Castro Oliveira, Théo Abatipietro Costa, Lívia A. Ramalho Artigo

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ntervenção Fisioterapêutica com Método Pilates no atendimento de uma paciente com diagnostico clínico de espondilolistese de grau I: Estudo de caso

A espondilolistese é uma patologia caracterizada pelo deslizamento anterior de uma vértebra superior sobre a vértebra subjacente. O deslizamento vertebral pode gerar acometimentos sensitivos, motores e neurológicos. O Método Pilates é uma das técnicas de condicionamento físico/mental e terapêutico que vem sendo difundido cada vez mais no Brasil. Sabendo-se dos benefícios que esse recurso terapêutico pode trazer aos pacientes que são tratados e reabilitados com exercícios que seguem seus princípios, o presente estudo objetivou realizar uma intervenção fisioterapêutica através de exercícios de pilates para investigar e demonstrar a eficácia do método no tratamento e reabilitação de uma paciente com espondilolistese de grau I em nível L4-L5. O tipo de estudo adotado na realização desse trabalho foi um estudo de caso, com metodologia qualitativa. A pesquisa foi dividida em 3 etapas: avaliação fisioterapêutica inicial, intervenção fisioterapêutica utilizando um protocolo de exercícios de pilates préestabelecidos em aparelhos específicos, e avaliação fisioterapêutica final. Obtevese como resultado: melhora do quadro álgico da paciente, melhora da mobilidade lombossacra, melhora da mobilidade global e a paciente não apresentou mais sinais de compressão nervosa (nervo ciático) à esquerda, além disso, a paciente aprimorou sua conscientização corporal e seu alinhamento postural. Através do estudo realizado, concluiu-se que o método pilates foi um recurso terapêutico eficaz no tratamento da paciente com espondilolistese. INTRODUÇÃO O Método Pilates é uma das técnicas de condicionamento físico/mental e também terapêutico que vem sendo difundido cada vez mais no Brasil, estudado, e utilizado como recurso para intervenção fisioterapêutica nos dias atuais, devido seus inúmeros benefícios proporcionados aos seus praticantes. É um método diferencial que está conquistando as pessoas de todos os biótipos, de crianças a adultos e idosos, atletas, dançarinos e sedentários, pessoas com disfunções osteomioarticulares, portadoras de patologias reumáticas, ortopédicas, neurológicas, mulheres que apresentam incontinência urinária, gestantes e também por aqueles que buscam manter a boa saúde com um bom condicionamento físico e mental. Os exercícios de Pilates se baseiam na combinação de técnicas orientais e ocidentais, pois ao realizar os movimentos é necessário concentração, equilíbrio, percepção, controle corporal, flexibilidade (aspectos integrantes da cultura oriental) para desenvolver força muscular, ganhar resistência e melhorar o tônus muscular (aspectos integrantes da cultura ocidental).

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São mais de 500 séries de exercícios que podem ser realizados no solo, com auxílio de equipamentos, como as bolas, discos entre outros e também podem ser executados em aparelhos específicos. Os benefícios alcançados com o Método Pilates são inúmeros, os principais são: melhora da concentração, equilíbrio corporal, coordenação motora, alinhamento postural, flexibilidade articular e alongamento muscular, melhora do tônus muscular, ganho de força e resistência muscular e o essencial da técnica conscientização corporal, dessa forma ocorre à interligação corpo e mente, o praticante passa a utilizar toda sua musculatura corporal de forma correta, evitando o desenvolvimento de patologias relacionadas á biomecânica corporal incorreta, com isso os exercícios de pilates, previne patologias e promove saúde. No tratamento de patologias que acometem a coluna, como por exemplo, a lombalgia (dor na região lombar), já foi evidenciada, através de estudos, os benefícios da intervenção fisioterapêutica com exercícios de Pilates. Sabendo-se que o surgimento de patologias traumato-ortopédicas da coluna se deve aos desequilíbrios biomecânicos desse segmento, é necessária sempre uma intervenção eficiente, para restabelecer a utilização correta da coluna e sua integridade para evitar seqüelas que as devidas patologias que acometem a coluna podem resultar. A espondilolistese é uma patologia da coluna vertebral, que pode gerar acometimentos sensitivos, motores e neurológicos quando não tratada, ou também não tratada com medidas terapêuticas eficazes. Neste caso, pode-se sugerir uma intervenção fisioterapêutica com o Método Pilates, dependendo do estágio de acometimento da patologia, para reabilitar os pacientes que apresentam os comprometimentos gerados pela espondilolistese. Como há poucas evidências na literatura científica brasileira da aplicação do Método Pilates em patologias da coluna vertebral, o presente estudo pretende realizar uma intervenção fisioterapêutica através de exercícios de pilates para investigar e demonstrar a eficácia do método no tratamento e reabilitação de uma paciente com espondilolistese de grau I em nível L4L5 e acrescentar conhecimentos sobre o Método Pilates e a patologia. ESPONDILOLISTESE O termo espondilolistese significa o escorregamento ou deslizamento anterior de uma vértebra superior sobre a vértebra subjacente, por exemplo, L4 sobre L5, L5 sobre S1 (1-2). De fato, a espondilolistese significa apenas “escorregamento vertebral” e deve ser distinguida da espondilólise, que significa “vértebra quebrada” (3). Pode ser congênita ou adquirida (2). De acordo com Dandy (3), a espondilolistese quanto a sua etiologia pode ser classificada em cinco tipos: ístmica, displásica, degenerativa, traumática e patológica. E dependendo da gravidade do deslocamento da vértebra, a espondilolistese é classificada

conforme a Escala de Meyerding como sendo de Grau I: quando ocorre até 25% de deslizamento; Grau II: quando ocorre entre 26% a 50% de deslizamento; Grau III: quando ocorre de 51% a 75% de deslizamento; Grau IV: quando ocorre de 76% a 100% de deslizamento (1,4). Em paciente com espondilolistese o deslizamento vertebral pode ocorrer aos poucos, mas o aparecimento dos quadros dolorosos pode ser repentino e violento (1) (CAILLIET, 1994). Os sinais e os sintomas irão depender do grau de deslocamento e da faixa etária (5). Segundo Valença (2) os quadros dolorosos podem ser assintomáticos em alguns pacientes. A dor acentua-se na posição ortostática e ao deambular, diminui ou alivia na posição deitada e pode estar associada à lombociatalgia, nesses casos o teste de Laségue é positivo. Quando há um deslizamento em graus maiores será palpável uma proeminência óssea no segmento lombo-sacro afetado (2), “... havendo também um aumento da lordose lombar com uma retroversão da pelve” (4). Um dos aspectos físicos característicos do paciente é que em posição ortostática eles fazem à flexão dos joelhos e ao tentar estendê-los o tronco flexiona-se mais para frente e as nádegas ficam aplainadas. A mobilidade da coluna lombar apresenta-se diminuída. O reflexo do tendão de Aquiles diminuído também (2,4). O tratamento fisioterapêutico, considerado como conservador, visa minimizar os sinais e sintomas que o paciente apresenta. A intervenção fisioterapêutica segue-se com orientações, quanto a restrições de alguns esportes e atividades da vida diária que exijam esforço da coluna e que possa prejudicar ainda mais as articulações envolvidas com a lesão; com prescrições de coletes (Putti, Williams ou OTLS) e cintas; nos casos dolorosos condutas que buscam a analgesia, como o calor superficial e profundo (ondas curtas, ultrasom, infravermelho, forno de bier, entre outras) e também as correntes elétricas (eletroterapia) analgésicas (TENS, Corrente Interferêncial) para aliviar os quadros álgicos do paciente; a cinesioterapia, uma conduta muito utilizada para a melhora do alongamento axial, lombar e de ísquios tibiais e fortalecimento abdominal (série de willans) para diminuir a lordose e consequentemente o ângulo sacral, reeducar a postura do paciente e evitar a progressão do escorregamento vertebral (1,2,4). A hidroterapia, a RPG (Reeducação Postural Global), entre outras modalidades terapêuticas, como também o Método Pilates que irá ser exposto no decorrer dessa pesquisa como formas de intervenção, poderão trazer a melhora da qualidade de vida desses pacientes, pois todas essas condutas podem ser utilizadas para evitar o tratamento cirúrgico (2). A progressão grave da dor e o comprometimento neurológico são indicações para intervenção cirúrgica. Isso só acontece quando o tratamento conservador não for mais eficaz. O mero achado de um defeito na porção interarticular não é indicação cirúrgica, pois muitos pacientes


com defeitos encontrados com estudos radiológicos não apresentam sintomas porque o defeito é mantido seguramente pela fixação fibrosa (1). A cirurgia de GILL onde se faz à retirada do arco posterior e artrodese do póstero-lateral com placas e parafusos pode ser a última solução no tratamento desses pacientes (2). MÉTODO PILATES Quando criança o alemão Joseph Humbertus Pilates (1880 – 1967), sofria por ter uma saúde muito frágil, era portador de raquitismo, asma e febre reumática. Com determinação e persistência, para melhorar sua qualidade de vida, estudou sobre várias técnicas e modalidades, tais como, ioga, mergulho, esqui, técnicas gregas e romanas, e o fisioculturismo. Com isso, adquiriu um grande conhecimento sobre os sistemas anatomofisiológicos e cinesiológicos do corpo humano e desenvolveu seu próprio método, conhecido internacionalmente nos dias atuais como Método Pilates (6-7). O crescimento do método de “condicionamento físico integral” pode ser explicado pelos inúmeros benefícios que oferece: redução de dores e estresse, alongamento, flexibilidade e fortalecimento muscular, corrige a má postura, melhora o equilíbrio estático e dinâmico do corpo, a coordenação motora, promove a conscientização corporal e o condicionamento físico e mental (8-10). Pilates teve como base em seu trabalho a contrologia “centro da força” que compreende os músculos abdominais, paravertebrais inferiores (lombares) e os glúteos. Defende que as lesões ocorrem por desequilíbrio entre esses músculos que são responsáveis pelo equilíbrio estático e dinâmico do corpo humano, uma vez fortalecidos permitem a harmonia dos movimentos do corpo e previnem lesões ortopédicas (6). Através disto, Pilates se baseou em oito princípios básicos: a respiração, a concentração, o controle, precisão e coordenação, isolamento e integração, centralização, fluxo de movimento, respiração e rotina. Esses princípios foram desenvolvidos para orientar seus exercícios (11). O objetivo principal do Método Pilates é proporcionar conscientização corporal. De forma que todos poderão utilizar seu corpo de maneira mais eficiente, aprimorando o desempenho nas atividades de vida diária e profissional (12). Para Rodrigues (6), os objetivos do método são: fortalecimento muscular global e localizado, ganho e melhora da flexibilidade global, melhora do alinhamento postural, melhora do equilíbrio dinâmico e estático, aprimoração da coordenação motora, melhora do alongamento axial, melhora da capacidade respiratória, relaxamento muscular global, promover propriocepção, promover decoaptação de articulações periféricas, ganho e melhora da consciência corporal. Existem mais de 500 exercícios desenvolvidos por Pilates, que são desenvolvidos em aparelhos de madeira, com tiras de couro, argola molas e barras de metal. E também outros acessórios, além de variações que podem ser realizadas no solo, cujo nome é “Mat Pilates” (12). Os exercícios de pilates podem ser realizados no solo utilizando alguns acessórios (Mat Pilates), com aparelhos específicos (Stúdio Pilates) e ou também com auxílio da bola suíça. Os exercícios realizados no solo se caracterizam por serem educativos, ou seja, enfatizam o aprendizado de respiração e do power house o centro da força (13). Já os aparelhos que são utilizados no

método, foram criados pelo próprio Joseph Pilates e têm como objetivo facilitar os movimentos que são realizados. Eles possuem molas (exceto o Ladder Barrel) que geram resistência gradual ao fortalecimento dos músculos necessário ao movimento funcional. Os aparelhos utilizados no Método Pilates são: Studio Reformer, Clinical Reformer, Cadillac ou Cadillac, cadeira Combo, cadeira Wunda, Ladder Barrel e Unidade de Parede (Wall Unit, um versão simplificada do Cadillac (7). Como já descrito anteriormente as molas é que fornece a resistência aos exercícios realizados nos aparelhos. A intensidade é classificada através das cores das molas, em ordem decrescente de intensidades elas podem ser preta, vermelha, verde azul e amarela. Além de promover resistência nos treinamentos, elas também servem como assistência durante os movimentos (13). Os níveis técnicos de aprendizado dos exercícios de pilates são divididos da seguinte maneira: nível básico, nível intermediário e nível avançado (14). Os exercícios são realizados sempre de forma ativa. É necessário que o praticante controle os equipamentos ao executar os exercícios. Cada exercício deve ser executado em média de seis a oito vezes (repetições), baixas repetições e alta concentração “... pois o que se busca não é a massa física, mas sim a execução de forma lenta, para que se tenha tempo de organizar o tronco, trabalhando a musculatura de forma pesada” (15). Dessa forma observase que o importante ao desenvolver os exercícios de pilates, não é a quantidade de repetições e sim a qualidade da execução de cada movimento. Os exercícios de pilates quando praticados com freqüência traz os seguintes benefícios: melhora do condicionamento muscular global, principalmente da musculatura abdominal, alongamento e flexibilidade, deixa as articulações com mais mobilidade, aprimora a coordenação e desenvolve a consciência corporal, ajuda a descomprimir lesões na coluna; desenvolve as musculaturas que suportam a coluna, diminuindo as dores crônicas dessa região; aumenta a capacidade de contração muscular; melhora a densidade óssea; melhora a postura global, diminui a tensão a fadiga e auxilia no combate ao estresse físico e mental; aumenta a capacidade cardiovascular e respiratória, desperta, revitaliza e gera uma sensação de suavidade e leveza; aprimora o desempenho de atletas e dançarinos; reduz o percentual de gordura corporal; melhora a circulação; reduz a tensão pré-menstrual (9). Os benefícios do Método Pilates foram colocados à prova em hospitais dos EUA, eles adotaram seus princípios, utilizaram alguns equipamentos específicos do método e o resultado observado foi à redução do tempo de internação dos pacientes (7). “Utilizando à biomecânica da consciência corporal e do controle motor, os exercícios de Pilates, alongam, flexibilizam, tonificam e transforma o corpo, enquanto corrige a postura” (7). Além disso, não gera desgaste articular, promove a profilaxia e/ou o tratamento de certas patologias, especialmente as ocupacionais (6). “Uma boa condição física é o primeiro requisito para ser feliz”. Esta frase do mestre J.H. Pilates resume à perfeição do programa de treinamento físico e mental criado e desenvolvido por ele (14). METODOLOGIA O tipo de estudo adotado na realização desse trabalho foi um estudo de caso, com metodologia qualitativa, sendo a

modalidade metodológica mais adequada para a realização deste estudo, pois busca novas formas de realizar um questionamento de um fenômeno pela ótica científica, que não se baseia somente no paradigma positivista, indo além do que há de comum em relação a um fenômeno, mas o que há de peculiar, de “como ocorre” o fenômeno em estudo e sua manifestação (16). Para participar desta pesquisa, foi selecionada uma paciente com 61 anos de idade, do gênero feminino, com diagnóstico clínico de espondilolistese de grau I em nível L4-L5 que se queixava de lombalgia bilateral com irradiação da dor para o membro inferior esquerdo. Foi considerado como critério de exclusão o uso de medicamentos pela paciente durante todas as etapas de intervenção fisioterapêutica, pois qualquer medicação poderia interferir nos resultados dessa pesquisa. O estudo foi realizado nas dependências de um consultório de fisioterapia com stúdio de pilates, na cidade de Ourinhos-SP. PROCEDIMENTOS Seguindo a resolução específica do conselho nacional de saúde (nº 196/96), a paciente foi informada detalhadamente sobre os objetivos da pesquisa e os procedimentos serem utilizados. Sendo assim, a paciente assinou um termo de consentimento segundo as determinações da Resolução 196/96 concordando em participar de maneira voluntária do estudo, declarando conhecimento total quanto ao conteúdo do estudo e dos seus direitos em poder desistir da pesquisa quando desejasse e de garantir o sigilo de sua identidade e de qualquer informação obtida que não quisesse expor na pesquisa. A pesquisa foi dividida em três etapas: Avaliação Inicial, Intervenção Fisioterapêutica e Avaliação Final. A avaliação inicial foi realizada através de uma ficha de avaliação para obtenção dos seguintes dados: dados pessoais, anamnese e exame físico. O exame físico era constituído de testes específicos, tais como, de escala visual analógica (EVA), para mensurar a intensidade da dor da paciente e também de testes específicos, tais como, o Teste de Laseg, Teste de Schober e Teste Dedos Solo (flexão anterior de tronco). Esses testes serviram como parâmetros para obtenção de resultados da pesquisa. Para intervenção fisioterapêutica foi aplicado um protocolo de exercícios de pilates dos níveis básico (R1-Nível 1), intermediário (R2-Nível 2) e avançado (R3Nível 3), utilizando os aparelhos específicos do método. Na avaliação fisioterapêutica pósintervenção, foi reavaliada a dor da paciente através da escala visual analógica de dor e foi realizado os testes específicos de Schober, Laségue e Dedos solo para detectar quais os benefícios do Método Pilates no quadro patológico da paciente após a intervenção fisioterapêutica. Ao todo foram realizadas 20 sessões de fisioterapia, duas sessões por semana, nas terças-feiras e quintas-feiras, com duração de 50 minutos cada sessão, entre os meses de maio, junho e julho de 2008. MATÉRIAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Os materiais utilizados para realização de alguns testes específicos foram: fita métrica, lápis dermatográfico e uma escala analógica visual. Para execução dos exercícios de pilates foram utilizados os aparelhos Reformer, Cadillac e Cadeira Combo. NovaFisio.com.br • 19


AVALIAÇÃO PRÉ-INTERVENÇÃO Foi constatado na avaliação fisioterapêutica inicial que a paciente apresentava anteriorização pélvica, hiperlordose lombar e retificação da região torácica. Apresentou desequilíbrio muscular dos músculos responsáveis pela dinâmica do tronco e da pelve. O músculo reto abdominal e os músculos oblíquos internos e externos bilateral estão mais fracos enquanto os músculos paravertebrais principalmente em região lombar e os músculos ílio psoas estão mais tensionados. Nos testes específicos realizados a paciente qualificou seu quadro doloroso em região lombar bilateral de acordo com a escala analógica visual, dor de intensidade 7. O teste de laségue obteve-se resposta positiva à esquerda, indicando compressão nervosa ciática. A paciente referiu dor irradiada no membro inferior esquerdo até a região posterior medial da coxa. Em relação aos testes de mobilidade global e da região lombossacra, foi observado que a paciente apresenta uma mobilidade consideravelmente boa para seu quadro patológico. No teste dedos solo a paciente conseguiu alcançar as pontas das 2°, 3° e 4° falanges bilateral no chão. No teste de schober ela obteve 4 cm de mobilidade lombossacra. RESULTADOS A paciente iniciou o tratamento realizando os exercícios de pilates pré-estabelecidos do nível 1. Após a 5° sessão a paciente notou grande melhora do seu quadro de dor, ela através da escala analógica visual classificou sua dor com intensidade 2. Ao final da 7° sessão a paciente relatou não estar mais sentindo dores locais e irradiadas, foi aplicado então o teste de laségue para confirmação, e a resposta obtida ao teste foi negativa. A paciente não refere mais dor irradiada no membro inferior esquerdo. Sendo assim, a partir da 8° sessão foi iniciado os exercícios do nível 2. Ao decorrer das sessões a paciente não referiu mais quadros álgicos, sua desenvoltura ao realizar os exercícios foi aos poucos se aprimorando , com isso, na 14° sessão a paciente começou a executar também os exercícios do nível 3. Com o término da intervenção fisioterapêutica com exercícios de pilates stúdio, a paciente foi reavaliada e observou-se que ela não apresentava mais quadros álgicos e também sinais e sintomas de compressão nervosa ciática. No teste de schober sua mobilidade lombossacra inicial era de 4 cm agora passou a ser 4,5cm, ganhou 0,5 de mobilidade lombossacra, e a sua mobilidade global apresentou também resultados satisfatórios, antes a paciente encostava as pontas das 2°, 3° e 4° falanges bilateral no chão, após intervenção a paciente conseguiu colocar as palmas das mãos inteiras no chão, realizando também leve flexão bilateral do punho. DISCUSSÃO Avaliando a paciente notou-se que esta apresentava sensibilidade dolorosa na coluna lombar com irradiação para o membro inferior esquerdo até terço medial da coxa na região posterior. De acordo com Thomson, Skinner & Piercy (17), a dor radicular referida nos membros inferiores pode compor o quadro clinico dos pacientes com espondilolistese. Esse quadro apresentado pela paciente é caracterizado por Vieira Filho & Carneiro (18), como lombociatalgia, eles acrescentam que essa radiculopatia pode chegar até a região do calcanhar dependendo do nível segmentar. Cailliet (1), afirma que em paciente 20 • NovaFisio.com.br

com espondilolistese o deslizamento vertebral pode ocorrer aos poucos, mas o aparecimento dos quadros dolorosos pode ser repentino e violento. SAKAKI (5) descreve que, com a progressão da patologia, a dor aparecerá nas nádegas e nas porções posteriores da coxa, esse sintoma indica que o segmento vertebral acometido apresenta-se instável, acrescentando ainda que a dor irradiada, tipo ciática, como é o caso, pode acometer um ou dois membros, com ou sem sinais neurológicos, e pode ser causada por irritação da raiz nervosa pela massa fibrocartilaginosa que se forma no defeito. Para confirmação da compressão nervosa ciática foi realizado na avaliação inicial da paciente o teste de laségue, no qual foi obtida resposta positiva. Segundo Valença (2), nesses casos o teste de laségue é sempre positivo. Outro achado literário sobre o quadro clínico de pacientes com espondilolistese, e que também pode ser observado na avaliação inicial da paciente, é que eles podem apresentar diminuição da mobilidade lombossacra (19). Como observado e analisado, a paciente apresentava uma mobilidade lombossacra boa, mas que poderia ser melhorada através dos exercícios de pilates. Tanto o teste de schober quanto o testes dedos solo foram utilizados para verificar se a paciente apresentava ou não diminuição da mobilidade lombossacra e da mobilidade global. Nos dois testes a paciente apresentou uma mobilidade consideravelmente boa, mas com o alívio da dor, melhora da flexibilidade e alongamento de tronco e de membros inferiores teria uma mobilidade melhor do que a inicial. O Método Pilates, é um recurso terapêutico que tem como objetivo: relaxamento muscular global; ganhar e melhorar da flexibilidade global; fortalecer as musculaturas globais e localizadas, melhorar o alinhamento postural; melhorar o alongamento axial; ganhar e melhorar a consciência corporal (6). Esses também foram os objetivos traçados no tratamento da paciente, por isso o método pilates foi benéfico a ela. Durante o tratamento pode-se perceber que a paciente não apresentou dificuldades ao realizar os exercícios, sempre executava com grande controle, concentração e precisão. Gradualmente ela conseguiu aprimorar sua conscientização corporal. A partir do momento que a paciente começou a utilizar corretamente à musculatura abdominal e a musculatura de paravertebrais, o tronco readquiriu um equilíbrio entre as musculaturas. Esse reequilíbrio muscular fez com que a postura e o alongamento axial da paciente melhorassem ainda mais, e tanto as dores locais quanto irradiadas foram cessadas. Rodrigues (6) acrescenta em seu estudo sobre desequilíbrios musculares e exercícios de pilates: [...] por se tratar de exercícios que buscam o tensionamento e estiramento dos grupos musculares, em detrimento de força e potência. Nesse caso, busca-se promover o alongamento ou relaxamento de músculos encurtados ou tensionados demasiadamente e o fortalecimento ou aumento do tônus daqueles que estão estirados ou enfraquecidos. Portanto, diminuem-se os desequilíbrios musculares que ocorrem entre agonistas e antagonistas e são responsáveis por certos desvios posturais e problemas ortopédicos [...]. O autor anteriormente citado, também destaca que “a melhora da postura é um dos pontos fortes do método”. Pois além

dos músculos do “powerhouse”, é possível trabalhar as musculaturas responsáveis pela estática e dinâmica corporal, musculaturas profundas e superficiais, responsáveis pela manutenção postura. Quando fortalecidas, passam a ser utilizadas corretamente, sem maior desgaste de energia. Um estudo realizado sobre a abordagem fisioterapêutica do método pilates, reportou que “o método pilates produz resultados significativos na recuperação e prevenção de patologias, dessa forma, deve ser encarado como mais um procedimento seguro dentro de inúmeros recursos fisioterapêuticos já existentes” (7). CONCLUSÃO Concluiu-se que o protocolo exercícios préestabelecido utilizando o método pilates foi eficaz no tratamento e reabilitação da paciente com espondilolistese. Sendo assim, o método pilates pode ser um recurso a mais na reabilitação de pacientes com acometimentos gerados pela espondilolistese. Em relação às limitações encontradas para a realização deste estudo as mesmas são referentes ao fato de que apenas uma paciente se submeteu a intervenção fisioterapêutica, e também por haver uma grande escassez de material teórico sobre o método pilates, principalmente, no que diz respeito do mesmo como recurso de intervenção fisioterapêutica no tratamento conservador da espondilolistese de grau I. Assim espera-se que o presente estudo seja utilizado como fonte de inspiração para novas pesquisas sobre o método pilates como forma de intervenção fisioterapêutica no tratamento conservador da espondilolistese, de maneira a suprir a carência de material científico e teórico nessa área da ciência da fisioterapia. REFERÊNCIAS

1.Cailliet, R. Doenças e Deformidades. In: Koohke, F.J; Lenmann, J.F. Tratado de Medicina e Reabilitação de Krusen. 4. ed. São Paulo: Manole, 1994, v. 2, p. 790-791. 2.Valença, T.D.C. Coluna Vertebral. Disponível em: <http://www.wgate.com.br/conteudo/ medicinaesaude/fisioterapia/traumato/coluna_ vertebral2.htm>. Acesso em: 20 fev. 2008. 3.Dandy, D.J. Ortopedia e Traumatologia Prática: diagnóstico e tratamento. 2°. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. 4.Borba, A; Mozzini, C; Cattelan, A. Espondilólise e Espondilolistese: um estudo de caso. Disponível em: ‹http://www.wgate.com.br/conteudo/ medicinaesaude/fisioterapia/traumato/ espodilolistese/espondilolistese.htm›. Acesso em: 20 fev. 2008. 5.Sakaki, M.H. Lombalgias de origens ortopédicas e neurogênicas. In: Greve, J.M. D; Amatuzzi, M.M. Medicina de Reabilitação Aplicada à Ortopedia e Traumatologia. São Paulo: Roca, 1999. 6.Rodrigues, B.G.S. Método Pilates: Uma nova Proposta em Reabilitação Física. 2006. Disponível em: ‹http://www.efisioterapia.net/articulos/leer. php?id_texto=178› . Acesso em: 11 de fevereiro de 2008. 7.Geanetti et al. A abordagem fisioterapêutica do método Pilates. 2006. Disponível em: ‹http:// esclerosemultipla.wordpress.com/2006/04/17/ metodo-pilates/›. Acesso em: 22 de fevereiro de 2008. 8.Gallagher, S.P; Kryzanowska, R. The Pilates method of body conditioning. Philadelphia: Bain Bridge Books, 2000. 9.Costa, T. A. Benefícios do método Pilates na Reabilitação. 2003. Disponível em:‹http:// www.abpilates.com.br/site/downloads/ aBenef%C3%ADcios_do_metodo_pilates_na_ rabilita%C3%A7%C3%A3o.pdf›. Acesso em: 11 de fevereiro de 2008. 10.Camarão, T. O pilates pode mudar sua vida. 2008. Disponível em: ‹http://www.giropilates.com.br/ pila.html›. Acesso em: 29 de março de 2008. 11.Anderson, B. Reabilitação com Pilates. In: DAVIS. C.M. Fisioterapia e Reabilitação: terapias complementares. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p. 258 - 269. 12.Bergamo, G. Um corpo que sobe. 2003. Disponível em: ‹http://www.kalunga.com.br/revista/revista_ fevereiro_03.asp›. Acesso em: 19 de maio de 2008.


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|Empreendedorismo. empreendedor, fisioterapia Características empreendedoras dos fisioterapeutas empresários de Natal-RN Por|Eduardo Fernandes Júnior, Francisca Rêgo Oliveira de Araújo, Jorge Ivan da Costa Nogueira Artigo

A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. É aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. (Shumpter; Kisner Apud DORNELAS, 2005). O espírito empreendedor é a prática de empreender (o ato, ação árdua, inovadora), sendo o resultado dessa prática (a empresa, o empreendimento, o negócio). Não é uma arte nem ciência, mas uma prática e uma disciplina.(LEITE, 2000). Todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. Este tem algo mais, algumas características e atitudes que o diferenciam do administrador tradicional (DORNELAS, 2005). Nesse sentido, Drucker (1986) comenta que o empreendedor demonstra ter um comportamento inovador, criando uma nova satisfação para o seu cliente, enquanto o administrador deve estar mais preocupado com os aspectos operacionais da administração do negócio. É considerada uma pessoa que identifica as oportunidades de negócios, nichos de mercado, estabelece metas, corre riscos calculados, busca novas informações, realiza um planejamento e monitoramento sistemático, persistência, comprometimento, persuasão, exigência de qualidade, independência e autoconfiança (Filion, Apud LODI,1999D). A organização, estrutura e funcionamento do sistema de serviços de saúde são dinâmicos e estão relacionados com o desenvolvimento sócioeconômico dos países. (SCARPI, 2004). Temos vários fatores que contribuíram para o despertar da necessidade de inovação e planejamento na Fisioterapia, entre os quais se podem destacar uma maior exigência da clientela, atendimentos domiciliares, aumento da concorrência das clínicas, dos números de profissionais ingressando no mercado e novas técnicas fisioterápicas, excedendo as ofertas de emprego no mercado (BOSSATO, 2006). Dentro desse contexto sobre empreendedorismo e o empreendedor, tevese como problema norteador para esta pesquisa a falta de conhecimento sobre as características empreendedoras dos fisioterapeutas empresários da cidade de Natal-RN. Por isso, o objetivo geral desse trabalho cientifico foi conhecer as características empreendedoras dos fisioterapeutas empresários. Por tanto, buscou-se caracterizar as empresas quanto à localização, número de pessoas ocupadas e tempo de existência; determinar o sexo, idade, formação profissional, tempo de graduação e a instituição de ensino 22 • NovaFisio.com.br

superior dos fisioterapeutas; identificar se os fisioterapeutas empresários de Natal são comprometidos, determinados, identificam oportunidades, toleram os riscos e incertezas; bem como, averiguar se tem criatividade, habilidade de adaptação, se são motivados a superar obstáculos, se possuem liderança. Diante da carência cultural e vendo a importância sócio-econômica do empreendedorismo, observou-se um assunto pouco abordado em nível escolar, universitário, profissional, principalmente na área da saúde onde despertou o interesse pessoal pelo assunto. Por isso, esta pesquisa poderá contribuir para o desenvolvimento acadêmico e profissional, por conseguinte, mostrar as reais características dos profissionais da fisioterapia no mercado atual, despertando o interesse dos estudantes e profissionais sob o assunto proposto; promovendo, subsequentemente, profissionais mais capacitados e maior qualidade dos serviços prestados, favorecendo a sociedade de forma direta. A pesquisa desenvolvida foi do tipo descritiva, em que se investigou as características empreendedoras dos fisioterapeutas empresários de Natal-RN, que estavam com suas empresas registradas no CREFITO-1 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). Para tanto, se utilizou questionários como instrumento de pesquisa para avaliar as características empreendedoras dos sócios-gerentes das empresas. Foram realizadas visitas aos estabelecimentos para aplicação dos mesmos. 2 EMPREENDEDORISMO 2.1 CONCEITO DO EMPREENDEDORISMO Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e empregado para fazer referência aos estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação. A palavra empreendedor é utilizada principalmente às atividades que se dedicam à geração de riquezas, seja na transformação de conhecimentos em produtos ou serviços. O empreendedorismo deve conduzir ao desenvolvimento econômico, gerando e distribuindo riquezas e benefícios para a sociedade. O termo empreendedorismo é o estudo da criação, administração de novo negócios, características e problemas dos empreendedores. (DOLABELA,1999); (Gimenez Apud SOUZA; GUIMARÃES,2005). Empreendedorismo pode ser definido como a geração de riquezas em diferentes níveis, inovando e transformando conhecimento em produtos ou serviços em diferentes áreas, dando ênfase e aplicação prática a algo que já existe. O empreendedorismo é o processo dinâmico de criar mais riqueza. A riqueza é criada por indivíduos que assumem os principais riscos em termos de patrimônio, tempo e ou comprometimento

com a carreira ou que provêem valor para algum produto ou serviço. O produto ou serviço pode ou não ser novo ou único, mas o valor deve de algum modo ser infundido pelo empreendedor ao receber e localizar as habilidades e os recursos necessários (HISRICH; PETERS, 2004.). O empreendedorismo envolve o estudo das fontes de oportunidades, o processo de descoberta, a avaliação e obtenção destas, bem como o grupo de indivíduos que as descobre, as avalia e as explora. Dentre os aspectos que caracterizam uma corporação empreendedora podem ser citados: atitude próativa, objetivos maiores do que o potencial ou fontes existentes, cultura do trabalho em equipe, habilidade para aprender e habilidade para resolver situações problemáticas (ULHOI, 2005; GLOSIENE, 2002). 2.2 HISTÓRICO DO EMPREENDEDORISMO O primeiro exemplo de empreendedorismo foi creditado a Marco Polo, que tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Na Idade Média o termo empreendedor definia aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Os primeiros indicativos da relação entre assumir riscos e empreendedorismos ocorreram no século XVII, em que o empreendedor estabelecia um contrato com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. No século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, possivelmente pelo início da industrialização. No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram freqüentemente confundidos com os gerentes ou administradores (o que ocorre até os dias atuais), (DORNELAS, 2005). 2.3 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL O Brasil é considerado um dos países mais empreendedores do mundo, considerando a evolução política e econômica no Brasil sob um ponto de vista histórico. Podemos perceber uma enorme disposição, grande habilidade e, principalmente uma admirável criatividade do povo brasileiro para superar crises e dificuldades. Muitos de nossos empreendedores criam negócios por falta de oportunidade de trabalho, apesar desta parcela ser significativa, o brasileiro tem um elevado grau de ousadia, para criar novas empresas. Infelizmente, nosso empreendedor, ainda precisa de capacitação empreendedora, que lhe forneça a base necessária para identificar oportunidades, criar a empresa e gerenciála de maneira eficiente e eficaz. Devido a este atraso cultural em empreender, os brasileiros ainda utilizam-se, apenas, de seus dons, vontade, pequenas economias e sua fé para montar seu negócio, faltandolhe o essencial que é o aprimoramento. Outros aspectos é a falta de lei tributária e trabalhista mais apropriada aos pequenos e novos empreendimentos, a burocracia na criação de empresas e a necessidade


de mais opções de financiamentos e capitalizações efetuados de forma justa. Pode-se dizer que o empreendedorismo está apenas começando, mas os resultados já alcançados no ensino indicam que estamos no início de uma revolução. O primeiro curso que se tem noticia na área surgiu em 1981, na escola de administração de empresas da Fundação Getúlio Vargas, seguido da USP – Universidade de São Paulo. (DOLABELA, 1999). O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990 quando entidades como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e SOFTEX (Sociedade Brasileira para exportação de Software) foram criadas. Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas, os ambientes político e econômico do país não eram propícios e o empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na jornada empreendedora. (DORNELAS, 2005). Destacou-se o oferecimento de workshops nos anos de 1992 a 1994, ministrados por professores canadenses que, liderado por Louis Jacques Filion, se transformaram em núcleos de propagação de seguidores na área. A teoria desenvolvida por Filion, baseada em pesquisas feitas com 51 empreendedores em vários paises, se constituem no fundamento da metodologia de ensino utilizada hoje no Brasil. (DOLABELA, 1999). 2.4 SER EMPREENDEDOR Segundo Cunninghan e Lischeron (1991), o estudo sobre o empreendedor está orientado em torno de seis escolas de pensamento. A escola do “grande homem” partindo do ideal de que o empreendedorismo é uma habilidade inata, intuitiva, composição de traços e instintos que acompanha o individuo desde seu nascimento. Na escola das características psicológicas, que relaciona aos empreendedores valores, atitudes e necessidades, que os motivam a aproveitar as oportunidades. A escola clássica que refere a inovação como principal característica do comportamento empreendedor. A escola da gestão, esta centrada no empreendedor como dono de uma empresa ou empreendimento econômico. Na escola da liderança, os empreendedores são principalmente líderes com capacidade de adaptar-se e servir aos outros. Por última a escola intra-empreendedorismo as habilidades empreendedoras, podem ser eficientes dentro das empresas. (Cunninghan; Lischeron Apud SOUZA; GUIMARÃES, 2005). Segundo Gartner, o espírito empreendedor também está presente em todas as pessoas que, mesmo sem fundarem uma empresa ou iniciarem seus próprios negócios, estão preocupadas em assumir riscos e inovar continuamente. Não é somente uma questão de acúmulo de conhecimento, mas a introjeção de valores, atitudes, comportamentos, formas de percepção do mundo e de si mesmo voltados para atividades em que o risco, a capacidade de inovar, perseverar e de conviver com a incerteza são elementos indispensáveis. O empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, mas não só. Deve saber persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores e convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro. (Gartner Apud DOLABELA, 1999).

Drucker (1986), comenta que o empreendedor está atento a contingências, como o inesperado, as mudanças na estrutura de um setor ou de um mercado, os novos conhecimentos para colocar em prática a mudança. Inova no presente, guiado pelo mercado, diminuindo os riscos, concentrando-se nas oportunidades, saber lidar com as incertezas e que qualquer indivíduo que tenha à sua frente uma decisão importante a ser tomada, tenha conceitos e teorias dando suporte aos seus atos. (Filion; Drucker; Apud SOUZA; GUIMARÃES, 2005). Os empreendedores são pessoas populares do mundo dos negócios, fornecendo empregos, implantando inovações e incentivando o crescimento econômico. Não são simplesmente provedores de mercadorias ou de serviços, mas pessoas que assumem riscos calculados em uma economia em transformação e crescimento. Continuamente, milhares de pessoas com essas características, não relacionando idade e classe social, inauguram novos negócios por conta própria e acrescentam a liderança dinâmica que direciona ao desenvolvimento econômico e ao progresso das nações. (Longenecker; Scheen, 1998). O comportamento do empreendedor é influenciado pelo seu contexto e momento histórico, conduta e valores, que podem representar capacidade de adaptação às mudanças em seu meio, realizando soluções originais, tendo sensibilidade para o mundo em sua volta e ir além do esperado, tendo idéias originais. 2.5 ORIGENS E TIPOS DE EMPREENDEDORISMO 2.5.1 Origens Sabe-se que o empreendedorismo é um fenômeno cultural, ou seja, é fruto de hábitos, práticas e valores das pessoas. Existem famílias (assim como cidades, regiões, países) mais empreendedoras do que outras. A pessoa aprende a ser empreendedor no convívio com outros empreendedores, num clima em que ser dono do próprio nariz, ter um negócio é considerado algo muito positivo. Pesquisas indicam que famílias de empreendedores têm maior chance de gerar novos empreendedores e que os empreendedores de sucesso quase sempre tem um modelo, alguém que admiram e imitam. (Filion Apud DOLABELA,1999). Dolabela (1999) considera três níveis de relações: •Primário: familiares e conhecidos; •Secundário: ligações em determinada atividades; •Terciários: cursos, livros, viagens, feiras, congressos. (DOLABELA,1999). Bernardi (2003) contrasta com a idéia de que não é possível desenvolver o empreendedorismo; deve-se nascer empreendedor. Tomando-se por base uma análise mais criteriosa dos vários empreendimentos existentes. Existem várias situações que originam um empreendimento e o surgimento do empreendedor, que podem ou não relacionar aos traços de personalidade. Tendo as seguintes circunstâncias como origem: O empreendedor nato é tido como a figura integral do empreendedorismo que, normalmente desde cedo, por motivos próprios ou influências familiares, evidenciam traços de personalidade comuns as atitudes empreendedoras. O herdeiro pode ou não ter as características do empreendedor. Se for

por afinidade e vocação, dá continuidade ao empreendimento em que se encontra desde cedo, o que é muito comum. Não tendo características, e sendo por imposição desde cedo, pode vir a ser um problema para a continuidade da empresa. O funcionário da empresa pode possuir atitudes de empreendedor, sentindo ao longo da carreira uma falta de reconhecimento das suas atividades ou interferência da burocracia da empresa. Frustrado em suas necessidades de realização pessoal, em algum momento de sua carreira decide partir para um negócio próprio. Excelentes técnicos que dispõem do conhecimento de know-how sobre algum produto ou serviço e, possuidor de experiência no ramo, decide iniciar um negócio próprio. (BERNARDI, 2003). Os vendedores, usualmente excitados pela dinâmica de suas funções diárias, conhecem o mercado e têm experiência do ramo iniciando negócio próprio em indústria, comércio ou serviço. Opção ao desemprego é uma modalidade de empreendimento arriscada que, por questões circunstanciais, acaba por ser adotada podendo ter características empreendedoras com possibilidade de sucesso ou sem características empreendedoras, tendo chance de sucesso dependendo de como a oportunidade é encarada. Se a opção for aguardar outra possibilidade de emprego, diminui ou elimina qualquer chance de sucesso do empreendimento. No desenvolvimento paralelo, o funcionário, tendo características empreendedoras, estrutura-se entre amigos ou familiares e desenvolve um negócio derivado de sua experiência ou não, ou associa-se a outro ramo de atividades como sócio-capitalista. Aposentadoria com experiência adquirida, e devido à idade precoce com que o mercado marginaliza as pessoas inicia um negócio próprio, usualmente em comércio ou serviços, se não é oriundo da área de vendas ou produção. (BERNARDI, 2003). 2.5.2 Tipos Os lutadores são os que vêem o processo empreendedor como a única maneira de subsistir, perante a impossibilidade de fazer parte de um projeto existente. Chamo de “lutador” aquele que não decide se tornar um empreendedor, empreende porque essa é a única alternativa que se apresenta. Os caçadores de ondas são aqueles que montam sobre as grandes ondas dos modismos – muito típicas, sobretudo, nos países em desenvolvimento -, em busca de fortuna. Como no surf, passam de uma onda para outra sem muito compromisso com nenhuma delas. Os gladiadores são os que sentem o processo empreendedor no sangue e vão sê-lo independente da circunstância. Embora tendo outras opções, escolhem esta atividade como profissão, e embora procurem tirar o melhor partido das oportunidades, se comprometem com o que realizam. (FREIRE, 2004). 2.6 CARACTERÍSTICAS Uma pesquisa do empreendedorismo com foco comportamental, Filion (1997), revelou que as características dos empreendedores refletem as características do período e do local onde eles vivem, caracterizando o empreendedorismo como um fenômeno regional e histórico. Segundo essa concepção, o autor identificou algumas características comportamentais comuns aos empreendedores. Filion (1996) ainda realizou estudos no sentido de identificar NovaFisio.com.br • 23


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características que fossem comuns aos empreendedores. Suas pesquisas concluíram que esses atores possuíam contato com pelo menos um modelo empreendedor durante a sua infância e juventude, com o qual adquiriam valores de suma importância para o seu sucesso. Ele assegura que o empreendedor é, geralmente, o indivíduo que possui experiência administrativa, capacidade de diferenciar-se da concorrência, discernimento, tenacidade, tolerar incertezas, faz bom uso dos recursos disponíveis, orienta-se para resultados, estabelece e cumpre metas e faz uso de redes de contatos. (FILION, 1996). Os empreendedores não acumulam nenhum tipo de bem, não criam meios de produção, mas empregam os meios de produção existentes de maneira diferente, mais apropriada, mais vantajosa. Eles implantam novas combinações e deixam de ser empreendedores no momento em que param de inovar. O perfil traçado descreve um indivíduo que possui o sonho e a vontade de fundar um império pessoal, a vontade de conquistar; o impulso de lutar, de se mostrar superior aos outros, de ser bem sucedido, não tanto pelos frutos do sucesso, mas pelo sucesso em si mesmo; a alegria de criar e realizar coisas, ou simplesmente de empregar a própria energia e engenho; um tipo que procura a dificuldade, que se transforma para tornar possível a transformação, que se deleita com novos empreendimentos, e para quem o ganho pecuniário é de fato a expressão consumada do sucesso. Esse tipo de personalidade, para o autor, seria “inata” ao indivíduo. (SCHUMPETER, 1997). Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma idéias em realidade, para benefício próprio e para benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma idéia simples e mal estruturada em algo concreto e bem sucedido no mercado. Trata-se de um tema complexo, mas características básicas identificam o empreendedor. (CHIAVENATO, 2004). Eles são determinados e dinâmicos implementando suas ações com total comprometimento. Atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos com uma vontade ímpar de “fazer acontecer”. Cultivam um certo inconformismo diante da rotina. Sabem explorar ao máximo as oportunidades, onde para a maioria das pessoas, as boas idéias são daqueles que as vêem primeiro, por sorte ou acaso; já para os empreendedores, as boas idéias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidade, por meio de dados e informação. Assumem riscos calculados e sabem gerenciá-los, avaliando as reais chances de sucesso. São otimistas e apaixonados pelo que fazem e é esse amor ao que fazem, o principal combustível 24 • NovaFisio.com.br

que os mantém cada vez mais animados e auto determinados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços. O otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso em vez de imaginar o fracasso. São líderes e respeitados pelos seus funcionários, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. (DORNELAS, 2005) Tais características devem ser equilibradas, aplicadas com bom senso e, se possível distribuídas também entre os parceiros ou colaboradores do empreendedor, para assim constitui um todo harmonioso. Não basta buscar oportunidades se o empreendedor não se aprofundar na tomada de informações. Também não adianta estabelecer metas objetivas se o empreendedor não for perseverante na sua conquista. De nada vale ser independente e autoconfiante se o empreendedor não tiver profundo comprometimento emocional com o seu negócio. O segredo está em desenvolver todas essas características em seu conjunto, pois elas constituem a matéria prima básica para o homem de negócios, a essência do homem empreendedor. (CHIAVENATO, 2004). 2.7 FISIOTERAPEUTA X EMPREENDEDOR 2.7.1 Fisioterapeuta O fisioterapeuta pode ser considerado um profissional de saúde, com formação acadêmica superior, habilitado à construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticofuncionais, a prescrição das condutas fisioterapêuticos, a sua ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da evolução do quadro clínico funcional e as condições para a alta do serviço. Pode atuar juntamente com outros profissionais nos diversos níveis de assistência à saúde, na administração de serviços, na área educacional e no desenvolvimento de pesquisas, considerando que métodos e técnicas fisioterápicas são atos privativos de profissional fisioterapeuta. (COFFITO-80). O fisioterapeuta é considerado um profissional apto a atuar em todos os níveis de atenção à saúde, muito além das atividades curativas e de reabilitação. Apesar de ampliada e regulamentada, a prática profissional continua fortemente enfatizada no tratamento e na reabilitação, devido também ao contexto histórico e ao nível de desenvolvimento do trabalho com a saúde no país. (REBELATTO;BOTOMÉ, 1999). O fisioterapeuta deve desenvolver um perfil baseado em competências e habilidades que supram as exigências das demandas sociais, de modo, que tal profissional seja capaz de atuar com qualidade e eficiência a fim de resolver os problemas da comunidade, o que expressa a preocupação com o social. (TEIXEIRA,2004). 2.7.2 Empreendedor O empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Requer a devoção, o comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer, requer ousadia, que se assuma riscos calculados, que se tomem decisões críticas e que não se desanime com as falhas e erros. O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Em qualquer definição de empreendedorismo

encontram-se, pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: iniciativa para criar um negócio e paixão pelo que faz; utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente sócio-econômico em que vive; aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar. (DORNELAS,2005). O empreendedor, além do conhecimento técnico sobre o produto que pretende oferecer e o mercado no qual pretende atuar, formaliza estratégias e faz uso de ferramentas de planejamento e controle que lhe proporcionam uma visão sobre a viabilidade ou não de seus empreendimentos. Ser empreendedor significa realizar coisas novas, pôr em prática idéias próprias, assume riscos e está presente nas atividades da empresa, é aquele que não se cansa de observar negócios, na constante procura de novas oportunidades, em qualquer lugar por que passe. (Degen Apud SOUZA; GUIMARÃES, 2005). O empreendedor é alguém que desempenha um controle sobre os meios de distribuição e produz mais do que pode consumir, objetivando a venda ou troca para obter lucro. É movido pela necessidade de realização, o que diferencia dos demais, levando os empreendedores a nunca parar de trabalhar, sempre motivados pela vontade de fazer o que gosta. (McClelland Apud LEITE, 2000). Drucker contrasta com a idéia que o termo empreendedor não pode ser aplicado a todo audacioso que inicia um pequeno negócio, tentando fazer algo familiar. Portanto, ele pode estar em um negócio totalmente novo e, ainda assim, não se qualificar como empreendedor/criador de empresas. O autor afirma que os empreendedores são pessoas que estão simultaneamente criando novos tipos de negócios e aplicando-os novos e insólitos conceitos administrativos. (Drucker Apud LEITE, 2000). 3 METODOLOGIA O presente estudo caracterizou-se por ser uma pesquisa de natureza descritiva. Esse processo metodológico pode ser utilizado na coleta de dados observando, registrando, analisando e correlacionando os fatos ou fenômenos, sem manipulá-los. Procura descobrir com maior descrição possível à freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os outros. (SEVERINO, 2000). A população foi composta por 67 fisioterapeutas, com registro de consultórios, pessoas físicas e jurídicas no CREFITO-1, cujo estabelecimento estivesse situado em Natal-RN. A amostra foi composta por 24 fisioterapeutas empresários de ambos os sexos, que respeitaram os seguintes critérios de inclusão: profissionais donos de clínicas ou empresas (sendo único dono ou em sociedade), salas alugadas (desde que fossem autônomos), incluídos na lista do CREFITO-1, tivesse disponibilidade de tempo e interesse em participar da pesquisa, representa-se o estabelecimento juridicamente e assinasse o termo de consentimento livre e esclarecido proposto. E exclusão: foram excluídos os profissionais de instituições públicas, profissionais de Terapia Ocupacional, mais


de um nome de pessoa física de um mesmo estabelecimento, empresas com donos não fisioterapeutas, empreendimentos que não disponibiliza dos serviços de fisioterapia atualmente, estabelecimentos não mais existentes no local citado pela lista, profissionais (assalariados ou com porcentagem de cotas), e não dispostos a participar da pesquisa, resultando em um total de vinte e quatro fisioterapeutas empresários. Foi utilizado como instrumento para pesquisa, uma relação de profissionais do CREFITO-1, questionário (DORNELAS, 2005) e um questionário formulado pelo próprio autor para levantamento sóciodemográfico, um computador AMD Athlon (tm) MP 2000+ 1.66Ghz, 480MB de RAM, programa Excel e statística (versão 6.0). Para iniciar a pesquisa, realizou-se uma visita ao SEBRAE para uma consultoria e orientações sobre a elaboração dos questionários e possíveis formas da coleta e análise dos dados. Em seguida foi enviado um ofício ao CREFITO-1 para levantamento dos números, endereços e telefones das clínicas particulares e empresas de serviços fisioterapêuticos de Natal-RN. Recebido a lista do órgão, iniciou-se a pesquisa de campo com visita às clínicas, entrando em contato com o fisioterapeuta empresário responsável para a aplicação dos questionários, explicando sucintamente, para evitar um possível falso resultado e dado um prazo de sete dias úteis para o recolhimento dos mesmos. Finalizando as visitas, foi constatado o número exato da amostra (profissionais responsáveis). Após a coleta, os dados foram categorizados e analisados quantitativamente. Entendese como tratamento quantitativo os dados coletados e submetidos à avaliação estatística, com ajuda de computadores. No caso desta pesquisa para auxiliar no tratamento dos dados, foi utilizado statistica (versão 6.0) e Excel, com finalidade de agrupar as informações em tabelas e gráficos para ter uma melhor visualização das informações. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados foram apresentados na forma de gráficos e tabela, com as respectivas discussões, e segundo a literatura pesquisada, confrontando com a ótica dos autores a partir do que foi obtido por meio dos questionários aplicados. Os resultados indicam que o perfil dos fisioterapeutas empreendedores de Natal-RN é o seguinte: 32% com mais de 10 anos para tempo de empresas, 79% do sexo feminino, 33,33% tem entre 25 e 29 anos de idade, 62% com pós-graduação, 45,83% com o tempo de graduação variando de 2 a 5 anos, 62% graduados em instituição pública, 50% localizados na zona leste, 62,5% empregando de 1 a 4 funcionários. Segundo o SEBRAE (1999), a pequena empresa representa 98,5% das empresas existentes no país, 60% da demanda de emprego e 21% do produto interno bruto (PIB) brasileiro. Entretanto, pesquisa realizada no ano de 2004, por esta mesma instituição nas cinco regiões brasileiras, pequenas empresas abertas entre 2000 e 2002 possuem um índice de mortalidade de 49,4% para empresas com até dois anos de existência, de 56,4% para até três anos e de 59,9% para aquelas com até quatro anos de existência (Sebrae Apud LEITE, 2000). O resultado do gráfico 1 mostrou que 45% das empresas, com idade superior a cinco anos, ultrapassaram o período de alta

mortalidade, podendo estar relacionado com o perfil empreendedor dos sóciosgerentes. Em contrapartida, 55% ainda encontram-se nessa faixa de alto risco. Segundo Carland e Carland (1991), não encontraram diferenças significativas nas características entre os sexos, embora as medidas para as mulheres foram levemente inferiores que a dos homens. Apesar do resultado, os autores ressaltaram a necessidade de pesquisas adicionais na área. Sexton e Bowman-Upton (1990) constataram um maior desejo de autonomia por parte de empreendedoras do sexo feminino, coincidindo com a abertura das empresas que foi notadamente mais intensa para as mulheres do que para os homens. O resultado pode dever-se ao maior número de fisioterapeutas do sexo feminino, embora esse dado não possa ser confirmado já que não foi feito esse levantamento. Observou-se um maior percentual entre as idades 25 a 49 anos que pode ser devido a uma certa maturidade profissional e uma maior vitalidade encontradas nesta faixa etária. Até 24 anos foi encontrado um pequeno número de profissionais que se envolvem na atividade empreendedora, podendo ser devido a pouca experiência profissional. Por outro lado, após os 50 anos, o pequeno número dos profissionais pode ser relacionada a idade cronológica e por não apresentarem motivação para novos empreendimentos. Leite (2000) afirma que não é só com o espírito empreendedor, intuição e muita vontade de vencer que se faz sucesso de um empreendimento. Além de coragem para arriscar um setor ainda não explorado, o empreendedor precisa levar muito a sério a capacitação e gestão do seu negócio. O elevado índice para pós-graduações, mostra que estes fisioterapeutas buscam novas informações e aperfeiçoar-se na sua área de atuação. Por outro lado, apresentam um baixo percentual para capacitação na área empreendedora, mostrando que a grande maioria pode empreender sem o aprimoramento necessário. Existe um pequeno número de fisioterapeutas empreendedores com o tempo de graduação menor que dois anos, podendo ter sofrido influência pela falta de capital e incentivo de políticas governamentais, inexperiência profissional e medo de correr risco que o empreendimento oferece. Entretanto, notou-se um elevado percentual para profissionais com tempo de graduação entre 2 e 5 anos, podendo estar relacionado por uma maior motivação em função da pequena experiência profissional adquirida e pela busca do seu próprio negócio (às vezes entrando em empreendimentos já existentes). Distribuição das empresas e consultórios fisioterápicos de acordo com a localização das empresas por Zona Urbana. Apesar da maioria dos fisioterapeutas serem originados da rede privada, devido a um maior número de vagas oferecidas nas Instituições de Ensino Superior (IES) particulares, o resultado mostra que os egressos dessas últimas podem estar em sua maioria como empregados. Notou-se um maior número de profissionais atuando nas zonas Leste e Oeste, em alguns bairros específicos (Petrópolis, Tirol, Lagoa Nova), podendo estar relacionado por uma maior densidade demográfica e uma população de maior poder aquisitivo. Também se observou um pequeno número na Zona Sul e Norte, talvez por ser uma

região dormitória e com baixo poder aquisitivo, respectivamente. - Distribuição das empresas segundo a quantidade de funcionários empregados. Segundo o SEBRAE (2007), de um modo geral, os empregados não chegam às empresas preparados para exercer a função para qual foi contratada, a maioria das vezes trabalha com o que aprendeu na própria empresa; porém, são à base de sustentação de qualquer empreendimento. Se não capacitados devidamente, irão prejudicar a qualidade dos serviços, acarretando em uma imagem negativa, além de aumentar os custos. Um alto índice de empresas que contratam até quatro funcionários, podendo relacionar-se à dificuldade em encontrar mão-de-obra capacitada e, conseqüentemente, não corresponder com o esperado pelos clientes e pela própria instituição, como também o alto custo para qualificá-las. Outras hipóteses para esse índice é que esses profissionais já tenham passado por um processo de capacitação, desempenhando as funções com mais eficiência e não necessitando de um número maior de pessoas para satisfazer as necessidades do meio onde trabalha, ou consista em um empreendimento de menor porte. O resultado da aplicação do questionário, onde foram estudadas seis características de um empreendedor e, com o auxílio da tabela sugerido por (DORNELAS 2005), pode-se observar nos profissionais pesquisados, que apenas um não atingiu a pontuação suficiente para ser considerado um empreendedor. Quase que a totalidade dos profissionais atingiu a faixa de 120 a 150 pontos, onde (DORNELAS 2005) afirma que já se pode considerar um empreendedor e tem tudo para crescer no mundo dos negócios. Analisando as características individualmente como não existe literatura própria, fez-se uma analogia com a pontuação final e determinou-se os percentuais que cada característica podia atingir para ser feito um diagnóstico dos empreendedores quanto às características. Na análise, observou-se os seguintes valores para as características, comportamento e determinação com 91,7% dos gerentes totalmente determinados, 79,17% têm obsessão por oportunidades, na tolerância ao risco, 8,3% teriam pouquíssima tolerância ao risco e 45,83% dos pesquisados empatados teriam alguma tolerância e tolerância total ao risco. A criatividade foi a característica que apresentou maior equilíbrio entre ser totalmente criativo e possuir alguma criatividade, os que têm total criatividade foram 58,33% e os de alguma criatividade 41,67%. Já a característica motivação e superação apresentaram 75% com total motivação e 25% com alguma motivação e finalmente a característica de liderança foi a que apresentou a maior porcentagem de ter totalmente a característica, pois apenas um gerente mostrou ter alguma liderança, os outros afirmaram ter total liderança. Características empreendedoras dos fisioterapeutas empresários de Natal-RN Dornelas 2001 relata que os empreendedores comprometem o relacionamento com amigos, família e até mesmo com a própria saúde, sendo profissionais exemplares, tendo energia para continuar mesmo quando encontram problemas, implementam suas ações com NovaFisio.com.br • 25


Artigo

|Empreendedorismo. empreendedor, fisioterapia

total comprometimento, atropelam as adversidades, ultrapassando os obstáculos com vontade de fazer acontecer. Para Schumpeter, persistência é fundamental pela razão de que empreender leva tempo, sendo um processo de aprendizagem através dos próprios erros e seguir em busca de novas oportunidades. (Schumpeter Apud LEITE, 2000). A maioria dos fisioterapeutas empresários possui todas as características de comprometimento e determinação, e segundo a literatura é de fundamental importância para um perfil empreendedor. Os empreendedores são dotados de uma visão especial para encontrar e aproveitar oportunidades criadas por mudanças, introduzindo novos processos de produção, abrindo novos mercados, conciliando novas fontes de matérias-primas e estruturando novas empresas. (Schumpeter Apud LEITE, 2000). Observou-se um alto índice de profissionais com todas as características de obsessão pelas oportunidades, preconizando o que é relatado na literatura. Segundo McClelland, os empreendedores avaliam e calculam riscos no intuito de controlar os resultados, colocando-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. (McClelland Apud LEITE, 2000). Seguindo esta concepção, Dornelas afirma que o empreendedor é aquele que corre riscos calculados e sabe gerenciá-los, avaliando as reais chances de sucesso. (DORNELAS, 2001). A característica tolerância ao risco foi à única que apresentou valores iguais entre possuem todas e possuem muitas e um maior percentual para possuem poucas, mostrando que alguns empresários não estão preparados para lidar com os riscos que o empreendimento venha trazer. Novamente Schumpeter aborda esse tema, ressaltando que os empreendedores de sucesso para gerar um diferencial, eles próprios têm de ser diferentes, inovadores e criativos. (Schumpeter Apud LEITE, 2000). Seguindo esta linha, Degen afirma que a criatividade desempenha papel importante, auxiliando na geração de novos empreendimentos. (Degen Apud SOUZA; GUIMARÃES, 2005). Esta característica, sendo uma das mais enfatizadas na literatura para caracterizar um perfil empreendedor, apresentou valores próximos entre possuem todas e possuem muitas, mostrando que tais profissionais são inovadores. McClelland refere-se à motivação como um traço comum para toda a classe empresarial, motivação para sair-se bem, realizar algo ou competir com padrões de excelência, traço importante para qualquer cultura preocupada com o desenvolvimento socioeconômico. (McClelland Apud LEITE, 2000). Lalkala assegura que a motivação é importante para o êxito dos processos de um empreendimento, representando uma poderosa aliada. (Lalkala Apud BARROS; PRATES, 1996). É o que foi confirmado pela pesquisa, onde grande parte dos profissionais apresentou quase todas as características relacionadas à motivação. Os empreendedores têm um senso de liderança incomum sendo respeitados por seus funcionários por saberem valorizálos, formando uma equipe na sua empresa contribuindo para a obtenção de êxito 26 • NovaFisio.com.br

e sucesso. (DORNELAS, 2001). Souza (2000), por sua vez, relata a importância do desenvolvimento de uma consciência para a formação de líderes, sendo uma característica fundamental para a formação de empreendedores no mundo moderno. (Souza Apud SOUZA; GUIMARÃES, 2005). Tal característica foi a mais presente nos empresários pesquisados, mostrando que estes têm grande chance de formar equipes em seus empreendimentos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com este estudo concluiu-se que os fisioterapeutas empresários de Natal-RN são empreendedores, enquadrando-se num perfil com prevalência feminina, idade entre 25 e 29 anos, tempo de formatura de 2 a 5 anos, IES púbica, com pós graduações, empresas localizadas predominantemente na Zona Leste da cidade, com idade acima de 10 anos e empregando até 4 funcionários. O que não se pode afirmar, ou seja, garantir através da pesquisa é que houve um grau elevado de honestidade nas respostas do questionário para garantir um resultado tão alto de profissionais com perfil de empreendedor e características com percentuais bastante elevados de excelência. REFERÊNCIAS BARROS, B. T.; PRATES, M. A. S. O estilo brasileiro de administrar. São Paulo: Atlas, 1996 BERNARDI,L.A.; Manual de empreendedorismo e gestão: Fundamentos, Estratégia e Dinâmicas. 1ª.ed.São Paulo: editora Atlas S.A,2003. BORSATTO,Vera Lucia; Empreendedorismo em Fisioterapia. A visão e o planejamento de um negócio inovador. Rio de Janeiro: Faculdade Ibmec. 2006. CARLAND, A. & CARLAND, J. An empirical investigation into the distinctions between male and female entrepreneurs and managers. International Small Business Journal, 9, 3. p. 62-72, 1991. CHIAVENATO,I.; Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2004. COFFITO. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Resolução nº 80: baixa atos complementares à resolução COFFITO-8, relativa ao exercício profissional do fisioterapeuta, e à resolução COFFITO37, relativa ao registro de empresas nos conselhos regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, e dá outras providências. 1987. DORNELAS,José Carlos Assis.; Empreendedorismo: Transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001. DORNELAS,José Carlos Assis.; Empreendedorismo: Transformando idéias em negócios. 2ª.ed. Rio de Janeiro: Campos, 2005. DOLABELA,F.; Oficina do Empreendedor: A metodologia de ensino que ajuda a transformar conhecimento em riqueza. 1ª.ed.São Paulo: cultura editores associados, 1999. DOLABELA,F.; O segredo de Luisa. Uma idéia, uma paixão e um plano de negócio: como nasce o empreendedor e se cria uma empresa; 1ª.ed.São Paulo: editora de cultura LTDA.1999.

FREIRE,A.; Paixão por empreender: como colocar suas idéias em prática: como transformar sonho em projetos bem sucedidos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GARTNER, William B. What are we talking when we talk about entrepreneurship? Journal of Business Venturing, 1990. GLOSIENE, A. The Information Professional’s Role in the Today’s World & Conference Closing. Inforum Papers, 2002. Disponível em: <http://www.inforum.cz/inforum2002/ english/prednaska78.htm>. Acesso em: 26 jun. 2007. HASHIMOTO,M.; Espírito empreendedor nas organizações: aumentando a competitividade através do intraempreendedorismo. São Paulo: Saraiva, 2006 HISRICH, R. D.; PETERS, M. P. Empreendedorismo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. LEITE, Emanuel; O fenômeno do empreendedorismo. Recife: Bagaço, 2000. LONGENECKER, Justin G.: MOORE, Carlos W.: PETTY, J. William. Administração de Pequenas Empresas. São Paulo: Makron Books, 1998. LODI, Euvaldo. Empreendedorismo: Ciência, Técnica e Arte. Curitiba, 1999. LUFT,Celso Pedro. Dicionário Prático de Regência Verbal, São Paulo: Editora Ática, 2001. 27 OLIVEIRA, Bráulio; MATTAR, Frauze. Para um Correto Entendimento Acerca das Extensões de Marca e de Linha de Produtos. Artigo Acadêmico, 2001. Disponível em: h t t p : / / w w w. e a d . f e a . u s p . b r / Semead/5semead/MKT/Para%20um%20 correto%20entend.pdf. Acesso em 01 de Março de 2007. REBELATTO,J.R.;BOTOMÉ,S.P. Fisioterapia no Brasil – Fundamentos para uma ação preventiva e perspectivas profissionais. 2ªed.São Paulo: Manole, 1999 SCARPI, Marinho Jorge (Org.). Gestão de Clínicas Médicas. Editora Futura, 2004. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas. Brasileiras estão entre as dez mais empreendedoras. Brasília: SEBRAE, 2007. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas. Pesquisa de fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil. Brasília: SEBRAE, 2004. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas. Profissionalização dos funcionários. São Paulo: SEBRAE, 2007. SEVERINO, A.J.;Metodologia do trabalho científico. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. S O U Z A , E . C . L . ; G U I M A R Ã E S , T. A . ; Empreendedorismo além do plano de negócio. São Paulo: editora Atlas S.A, 2005 TEIXEIRA,C.B.; Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Fisioterapia: o perfil do fisioterapeuta. Curitiba, 2004. ULHI, J. P. The Social Dimensions of Entrepreneurship. Thecnovation, Amsterdam, v. 25, p. 939-946. Aug. 2005.


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|Propriocepção, controle postural, levantamento de peso, Biodex Balance System Análise do controle postural de indivíduos que praticam exercícios resistidos versus sedentários Por|Diego M. Santos, Ione L. Carniato; Fábio Mosconi; Fábio Marcon Alfieri. Artigo

O

controle postural é essencial para as atividades de vida diária. A propriocepção, que é a capacidade que o ser humano tem de perceber o posicionamento estático e dinâmico do corpo, faz parte deste controle. Na pratica esportiva, sabe-se que essa é uma habilidade indispensável para o bom desempenho físico e está diretamente relacionada com a diminuição do risco de lesões osteomioarticulares. Este trabalho buscou avaliar a influência de exercícios com pesos (musculação) no controle postural. Participaram do estudo dez indivíduos do gênero masculino (idade 20,9 ± 0,34 anos), destes, cinco praticavam atividades com pesos mais que 4 vezes por semana há mais de 1 ano, e cinco indivíduos sedentários no grupo controle. O controle postural foi mensurado com base em três índices: total, ântero-posterior e médio-lateral, por meio do Biodex Balance System, no setor de Medicina e Reabilitação Esportiva do Hospital do Coração – Hcor, São Paulo - SP. As médias de todos os resultados foram calculadas. Ao avaliar as diferenças entre os grupos pelo teste de Wilcoxon, não houve diferença significante entre os grupos (P>0,05). Pode-se concluir que neste grupo a prática regular de exercícios com peso não permitiu diferença significante sobre o controle postural quando comparado com o grupo controle. INTRODUÇÃO O controle postural é essencial para as atividades de vida diária.9 Esse controle é dado pela propriocepção, que é a capacidade que o ser humano tem de perceber o posicionamento estático e dinâmico do corpo. As informações proprioceptivas permitem ajustes na busca pela manutenção do equilíbrio. Os impulsos proprioceptivos são transmitidos por fibras aferentes do grupo I, e são integrados em vários centros sensoriomotores para regular automaticamente os ajustes na contração dos músculos posturais, mantendo assim o equilíbrio postural.1 Os sistemas somatossensorial, vestibular e visual, formam os três canais básicos de aferência do controle do equilíbrio.14 Estudos afirmam que as informações proprioceptivas desempenham papel importante na realização e no controle postural durante o ato motor.6 A prática de esportes requer elevado nível de habilidades motoras como coordenação, equilíbrio e propriocepção.10 O aprimoramento dessas habilidades esta diretamente relacionado ao melhor desempenho na prática esportiva, como também o treinamento proprioceptivo é utilizado para a prevenção das lesões osteomioarticulares.4,8 Esse treinamento ocorre basicamente por meio de exercícios que promovem deslocamento do centro de gravidade, como apoio monopodal, bipodal e desequilíbrio provocado pelo próprio exercício, variando em intensidade, superfície e visão: olhos abertos ou fechados.2,15

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Um tipo de exercício que vem aumentando a sua popularidade em função da facilidade com a qual pode ser adaptado às condições físicas de cada pessoa é o exercício com pesos.7 Os exercícios com pesos estimulam particularmente o aumento da força e da massa muscular, a normalização da flexibilidade em todas as articulações, e a maior capacidade para prolongar os esforços comuns da vida diária. Estas são as qualidades de aptidão físicas mais importantes para a independência funcional das pessoas, justificando a crescente aplicação dos exercícios com pesos em reabilitação.13 O Biodex Balance System ([BBS] Biodex Medical System, Shirley, NY) usa uma plataforma circular computadorizada que se move livremente com inclinação de 20 graus na horizontal nos eixos ântero-posterior (AP) e médio-lateral (ML) simultaneamente. Somado ao movimento sobre esses eixos, é possível variar a instabilidade da plataforma pela variação da força de resistência aplicada na plataforma. Estudos sugerem que o BBS pode ser uma ferramenta útil na tentativa de mensurar objetivamente a função proprioceptiva.16 O objetivo deste estudo foi analisar os indicadores de controle postural de indivíduos que realizam treinamento com pesos e pessoas sedentárias, por meio do Biodex Balance System. INDIVÍDUOS E MÉTODOS Participaram do estudo 10 indivíduos do gênero masculino, sendo 5 praticantes de exercícios com pesos (idade: 21,4 ± 3,1 anos, peso: 76,4 ± 6,2 kg, altura: 179,4 ± 5,3 cm, com índice de massa corpórea - IMC 23,07 ± 1,1) e 5 indivíduos sedentários (idade: 20,4 ± 2,3 anos, peso: 72,4 ± 10,03 kg, altura 178,4 ± 5,05 cm, IMC 22,8 ± 3,4) para o grupo controle. Os critérios de inclusão para o grupo de indivíduos ativos (G1) foram: praticar atividade física com peso mais de 4 vezes por semana por no mínimo 1 ano, e para os indivíduos sedentários (G2), praticar atividade física não mais de 1 vez por semana há mais de 1 ano, e ambos os grupo deveriam ter faixa etária entre 18-26 anos. Os critérios de não inclusão foram: possuir histórico de lesões músculo-esqueléticas de membros inferiores nos últimos seis meses, ter participado de programa de reabilitação, ter sido submetido a algum tipo de cirurgia do sistema músculoesquelético e ter queixas de tonturas. Após serem completamente informados de todos os procedimentos envolvidos no estudo, os indivíduos que concordaram em participar deram seu consentimento livre e esclarecido por escrito. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário Adventista de São Paulo – Campus São Paulo. A avaliação do controle neuromuscular foi realizada por meio do Biodex Balance System no setor de Medicina Esportiva e Reabilitação do Hospital do Coração na ci-

dade de São Paulo-SP. Foram realizados três testes: Equilíbrio Dinâmico (ED) com olhos abertos, ED com olhos fechados e Limites Dinâmicos de Estabilidade (LDE). No teste ED quanto menor os índices obtidos, melhor é o controle postural. Já no teste LDE, quanto maiores os índices obtidos e menor tempo gasto, melhor o controle postural. Depois de registrados no sistema do aparelho a idade, o peso e a altura de cada indivíduo, selecionouse o nível 8 como nível de instabilidade da plataforma. Os níveis de instabilidade variam numa escala de 0 a 8. Os indivíduos foram instruídos a subir na plataforma do BBS e a manterem posição ereta e confortável com os braços cruzados e as mãos sobre os ombros. Quando a plataforma foi destravada os sujeitos foram orientados a encontrar a posição mais confortável possível. Encontrada a posição ideal, a plataforma foi travada e foram registradas as coordenadas da posição dos pés de acordo com as marcações da plataforma. O primeiro teste foi ED com olhos abertos. O procedimento do teste consistia das seguintes ações: o voluntário deveria esforçar-se para manter a plataforma estática e nivelada durante período de 30 segundos, e após esse tempo a plataforma era travada automaticamente. O ED era mensurado baseado em três índices de estabilidade: total (IET), ânteroposterior (IEAP) e médio-lateral (IEML). O próximo teste foi o ED com olhos fechados no qual o avaliado deveria tentar manter-se em equilíbrio, seguindo protocolo semelhante ao anterior. O teste de LDE avalia a habilidade de deslocamento do centro de gravidade sem a perda do equilíbrio. Por meio do controle da plataforma, o indivíduo deveria mover um ponto no visor do aparelho de forma a colocá-lo dentro de quadrados aleatórios que apareciam piscando na tela um de cada vez, até todos os quadrados pararem de piscar, sendo registrado o tempo total do teste conforme mostra a figura 2.

Figura 2 - Imagem de orientação mostrada na tela do sistema ao avaliado durante o momento do teste.


Artigo

|Propriocepção, controle postural, levantamento de peso, Biodex Balance System

[O controle postural é essencial para as atividades de vida diária. Esse controle é dado pela propriocepção, que é a capacidade que o ser humano tem de perceber o posicionamento estático e dinâmico do corpo] Os dados obtidos foram analisados com a ajuda do sistema computacional Graph Pad InsStat [DATASET1./SD], utilizando o teste de Wilcoxon para comparação das médias dos resultados entre os grupos, considerando nível de significância 5% (P < 0,05). RESULTADOS Os resultados dos testes de equilíbrio dinâmico (olhos abertos e fechados) e de Limites Dinâmicos de Estabilidade são encontrados na tabela 1. Vale lembrar que no teste ED, os índices são inversamente proporcionais ao controle postural e no teste LDE, quanto maior os índices obtidos e menor tempo gasto, melhor é o controle postural. Comparando-se os índices IET, IEAP e IEML do teste de ED com os olhos abertos, não encontramos diferenças estatisticamente significantes entre os grupos G1 e G2 (P > 0,25). Também não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nas comparações dos índices IET, IEAP e IEML do teste ED com os olhos fechados (P > 0,18) entre os grupos G1 e G2. Finalmente, ao serem comparados os valores do IET e o tempo gasto para a realização do teste LDE, também não encontramos diferenças estatisticamente significantes entre os grupos G1 e G2 (P = 0,62 e P = 0,87, respectivamente).

Tabela 1 – Índices de estabilidade total (IET), índices de estabilidade ântero-posterior (IEAP), índices de estabilidade médio-lateral (IEML) expressões como média ± DP. DISCUSSÃO A eficiência do movimento, do controle postural e o equilíbrio dinâmico do corpo é mais complexo do que meramente uma produção adequada de força pelos músculos.3 Sale et al12 mostrou que o treinamento com pesos promove aumento significante no potencial de reflexo muscular, que pode ser interpretado como aumento na habilidade de ativar unidades motoras, e da velocidade de condução nervosa. O aprimoramento desses mecanismos neurofisiológicos está relacionado com aumento do controle neuromuscular, o que não foi observado nos indivíduos avaliados que realizavam exercícios com pesos quando comparados ao grupo de sedentários. Goff5 mostrou o conceito de classificação dos músculos pela função em músculos es-

tabilizadores e os mobilizadores. Funcionalmente, os músculos estabilizadores tendem a ter o papel de manutenção da postura associado com um mecanismo eficiente de controle do excesso de amplitude de movimento. Os músculos mobilizadores por sua vez têm a função de produção de movimento dos segmentos corporais.3 Durante o exercício com pesos, os praticantes dão ênfase ao treinamento da musculatura dinâmica ou mobilizadora de uma forma isolada, sendo essa uma possível explicação para a ausência de aprimoramento nas habilidades de controle postural encontradas nos resultados da avaliação dos indivíduos ativos, pois esse controle se dá principalmente por meio da musculatura estabilizadora. Existem exercícios que requerem o domínio de uma vasta quantidade de habilidades motoras, assim como adequada estrutura lógicocognitiva, tendo maior influência no controle postural, pois envolvem o deslocamento do centro de gravidade e mudanças bruscas de direção, fazendo uso constante tanto da musculatura mobilizadora como da estabilizadora, como por exemplo, o basquete, que é considerada uma modalidade esportiva que exige coordenação motora e movimentos de grande intensidade.11 Diferente do exercício com pesos, no qual geralmente os indivíduos

assumem uma posição estática podendo essa ser uma outra hipótese de não termos encontrado diferença significante no controle postural dos indivíduos que praticavam essa modalidade quando comparados com os sedentários. Os resultados deste estudo mostraram que os exercícios com pesos não tiveram relação com alteração do controle postural dos grupos avaliados. No entanto este estudo apresenta algumas limitações como o tamanho da amostra assim como o fato de os voluntários não serem atletas profissionais, como no caso de fisiculturistas ou levantadores profissionais de pesos, e, portanto não se dedicarem de maneira exclusiva e intensa à prática dos exercícios com pesos. Futuras pesquisas que tenham amostras maiores e de diferentes modalidades esportivas, fazendo um estudo comparativo mais abrangente, a fim de detalhar precisamente qual a influência de cada modalidade esportiva sobre o controle postural pode ser de

grande valor a fim de aumentar o conhecimento sobre o assunto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Brunnstrom, S. Cinesiologia clínica. São Paulo: Manole, 1989. 2. Duncan PW, Chandler J, Studenski S, Hughes M, Prescott B. How do physiological components of balance affect mobility in elderly men? Arch Phys Med Rehabil. 1993 Dec;74(12):1343-9. 3. Comerford MJ, Mottram SL. Movement and stability dysfunction – comptemporary developments. Manual Theraphy 2001; 6(1): 15-26. 4. Emery CA, Cassidy JD, Klassen TP, Rosychuk RJ, Rowe BH. Effectiveness of a homebased balance-training program in reducing sports-related injuries among healthy adolescents: a cluster randomized controlled trial. CMAJ. 2005 Mar; 15:172(6):749-54. 5. Goff B. The application of recent advances in neurophysiology to Miss Rood’s concept of neuromuscular facilitation. Physiotherapy. 1972; 58(2): 409-415. 6. Misailidis MAL. Qual o papel das informações proprioceptivas no ato motor? Revista Fisioterapia Brasil 2002; 3(6): 389-393 7. MCCartney N. Acute Responses to Resistance Training and Safety. Med Sci Sports Exerc. 1999; 31(1): 31-37. 8. Paterno MV, Myer GD, Ford KR, Hewett TE. Neuromuscular training improves single-limb stability in young female athletes. J Orthop Sports Phys Ther. 2004; 34(6):30516. 9. Pendergrass L, Moore JH, Gerber JP. Postural control after a 2-mile run. Mil Med. 2003 Nov;168(11):896-903. 10. Perrin P, Perrin C, Courant P, Bene MC, Durupt D. Posture in Basketball Players. Acta Otorhinolaryngol Belg. 1991; 45(3): 341-7. 11. Ruiz LM, Bañuelos FS. Rendimiento deportivo: Claves para la optimización del aprendizaje. Madrid: Gymnos, 1997. 12. Sale DG, Upton AR, MCComas AJ, MACDougall JD. Neuromuscular function in weight-trainers. Exp Neurol. 1983 Dec; 82(3):521-31. 13. Santarém, JM. Exercícios com Pesos. Disponível em: http://www.saudetotal. com.br/artigos/atividadefisica/expeso. asp, 14/08/2008. 14. Schwartz S, Segal O, Barkana Y, Schwesig R, Avni I, Morad Y. The Effect of Cataract Surgery on Postural Control. Investigative Ophthalmology & Visual Science, 2005; 46(3): 920-924 15. Skinner BH, Barrack RL, Cook SD. Age– Related decline in Proprioception. Clin. Orth. Res. 1984 184: 208-11. 16. Testerman C, Vander Griend R. Evaluation of ankle instability using Biodex Stability System. Foot Ankle Int. 1999:20(5):31721. NovaFisio.com.br • 29


|Dor, Dança do Ventre, mulher, coluna vertebral, postura Incidência de dor e alterações posturais em mulheres praticantes de Dança do Ventre Por|Carla Priscila da Costa Leão, Melissa Medeiros Braz Artigo

A

dança do ventre é ligada ao rito de fertilidade, sendo a modalidade de dança que melhor simboliza a essência da criação, onde se agradecia o milagre da vida, louvando, com a dança e oração, o prazer, o nascimento e a sexualidade feminina. Apesar de ter ficado conhecida como uma dança originária da Arábia, foi criada como ritual de fecundidade há sete mil anos, por sacerdotisas egípcias (ABRÃO E PEDRÃO, 2005). No início, a dança do ventre era um ritual sagrado, praticado por sacerdotisas em honra ao deus Rá (Sol). Os movimentos dos braços eram inspirados nos animais, em especial o falcão, e o ventre permanecia exposto. A intenção não era seduzir, mas sim exaltar as energias da criação, concentradas no útero. Essa dança coloca a mulher em contato com as energias positivas. É uma dança sagrada, trabalhada e desenvolvida para sustentar as fragilidades, os sofrimentos, realçar o brilho dos corações agitados pela rotina e resgatar a identidade feminina (ABRÃO E PEDRÃO, 2005). Para Fahlbusch (1990), dançar é transmitir um estado de espírito, uma maneira de se ver e de ver o mundo, de sentir plenamente o corpo e utilizá-lo para conhecer outros sentimentos e sensações. A prática da dança pode exigir treinamentos exaustivos, que envolvem as articulações em posições excessivas, algumas vezes não fisiológicas, podendo exceder a amplitude de movimento normal, resultando em lesões músculo-esqueléticas e alterações posturais (GUERRA, 2008). As estruturas articulares e musculares da coluna, pelve, pé, cintura escapular, entre outras, são fundamentais na prática da dança. Torna-se importante, desta maneira, a conscientização de que tipos de movimentos podem influenciar nas cadeias musculares e na postura da dançarina (FARUK, 2008). A boa postura é um bom hábito que contribui para o bem-estar do indivíduo. A estrutura e função do corpo proporcionam todas as potencialidades para obter e manter a boa postura. De outro modo, a má postura é um mau hábito e, infelizmente, é de incidência mais alta. As alterações posturais têm sua origem no mau uso das capacidades proporcionais, não na estrutura e função do corpo normal (KENDALL, MCCREARY, PROVANCE, 1995). Os fatores mais comuns que acarretam em queixas músculo-esqueléticas sâo os maus hábitos posturais, isto é, o sujeito não mantém uma postura correta por alguma razão. A manutenção da postura correta exige músculos fortes, flexíveis e facilmente adaptáveis a alterações ambientais. Esses músculos têm que trabalhar continuamente contra a força da gravidade e harmonia entre si para manter uma postura ereta. As deformidades estruturais envolvem

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principalmente alterações ósseas e, consequentemente, elas não são facilmente corrigíveis sem cirurgia. Entretanto, os pacientes geralmente conseguem aliviar os sintomas através de instruções adequadas relativas aos cuidados posturais. Diante do exposto acima, este trabalho teve como objetivo analisar o padrão postural de mulheres praticantes da dança do ventre, com faixa etária dos 18 a 30 anos, da cidade de Santa Maria, RS. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizada uma pesquisa do tipo descritiva, que visa analisar o padrão postural de mulheres praticantes de dança do ventre em escolas de dança da cidade de Santa Maria, RS. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNIFRA. A população foi composta por mulheres com idade variando entre 18 aos 30 anos. Como critério de exclusão, constava praticar dança do ventre há no mínimo um mês. A amostra foi constituída por 8 mulheres, sendo do tipo não-probabilítica acidental. Primeiramente foi feito o convite às alunas de dança do ventre para participação da pesquisa, sendo esclarecidos os objetivos desta. Após o aceite à participação, as pesquisadas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram garantidos o sigilo e o anonimato dos participantes. A coleta de dados foi realizada através de uma ficha de avaliação postural de Santos (2001); e de uma escala análoga – visual de dor, que tem como objetivo avaliar o local e intensidade da dor referida, caso haja queixa álgica (REBELATTO E MORELLI, 2004). Foi agendada uma avaliação postural com as pesquisadas, sendo solicitado que estas estivessem em trajes de banho. A avaliação foi realizada nas vistas anterior, posterior e perfil com auxílio da ficha de avaliação postural de Santos (2001). Além disto, foi solicitado que as investigadas indicassem os locais e intensidade das dores músculo-esqueléticas referidas, sendo para isso utilizada a ficha de Rebelatto e Morelli (2004). 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS A pesquisa foi desenvolvida com 8 praticantes de dança do ventre do gênero feminino, com faixa etária de 18 a 30 anos. O tempo de prática de dança variou de 2 meses a 1 ano, com freqüência de 2 vezes por semana. Queixas álgicas Quanto à incidência de queixas músculoesqueléticas, 62,5% das praticantes referiram queixas álgicas, com intensidade de leve (80%) a moderada (20%). As investigadas referem que a intensidade da dor diminuiu depois do início da prática de dança do ventre.

Dore (2006), avaliando a incidência de queixas álgicas em bailarinos profissionais, encontrou a maior prevalência de intensidade da dor (60,3%) entre moderada e severa, o que não corresponde aos dados encontrados nesta pesquisa. Tognini et al (2008) realizaram uma pesquisa com mulheres que convivem com dor crônica, a fim de investigar se a dança do ventre diminuiria as queixas álgicas. Estes identificaram que a prática dos movimentos realizados ampliaram a consciência corporal e a auto-estima. Observaram melhora na qualidade de vida através do questionário WHOQOL nas áreas: dor e desconforto físico, relações pessoais, sentimentos positivos e diminuição dos negativos com relação à vida, diminuição do senso de dependência de medicação ou tratamentos. Locais referidos de dor Os locais referidos de dor foram coluna lombar (28,58%), coluna cervical (57,14%) e joelho (14,28%). No entanto, as pesquisadas referem não sentir dor durante a prática da dança do ventre, mas sim nas atividades de vida diária e laborais. Dore (2006), em sua pesquisa realizada com bailarinos profissionais, avaliou a incidência de queixas álgicas, sendo os locais mais prevalentes a coluna lombar (85,8%), seguida de joelhos, pescoço, quadris e pés, o que corrobora o resultado desta pesquisa. Dentre as queixas álgicas que podem surgir com a prática da dança do ventre, Faruk (2008) cita a dor no quadril e na região lombar, pela execução de movimentos mal compreendidos, deslocamentos mal estruturados, ondulações da coluna que exijam um preparo que não foi respeitado ou desenvolvido, e que podem levar ao desenvolvimento de patologias. Peña e Leite (2004) realizaram uma pesquisa a fim de investigar a prevalência de dores lombares em dançarinos, de intensidade leve a moderada. Os resultados revelaram que esta incidência oscilou entre 30,4% e 40,7%. A prevalência de dor lombar entre dançarinos foi semelhante à da população geral. Na mesma pesquisa, a incidência de dor cervical foi de 18,9%. Faruk (2008) refere que a flexão do joelho é extremamente importante para a prática da dança do ventre. O deslocamento do joelho na dança do ventre ocorre partindose com o joelho levemente estendido, com o metatarso tocando o solo, deslocando o corpo sobre o centro de gravidade, relaxando o joelho, quando o pé inteiro toca o solo. Padrão postural A avaliação postural verificou os diferentes segmentos corporais em vista anterior, perfil e posterior. Os dados obtidos são representados agora pelos segmentos.


Na região cervical, as alterações mais prevalentes foram a inclinação lateral da cabeça (62,5%) e retificação da lordose cervical (50%). No ombro, a alteração mais prevalente foi a elevação do ombro (50%). No tórax encontrou-se hiperlordose lombar alta em 50% das praticantes, com anteversão da pelve em 62,5% delas. Para Bienfait (1995), a lordose lombar é responsável por uma anteversão pélvica de compensação em um processo ascendente, podendo isso ser devido a diversas causas. Dentre os praticantes de dança, essas causas podem estar associadas à utilização excessiva de extensão da coluna lombar. Na execução deste movimento durante a dança, o fortalecimento da musculatura abdominal fica a encargo do encaixe do quadril, o que nem sempre ocorre de forma adequada. Assim, pode ocorrer desequilíbrio entre os importantes grupos musculares mantedores da postura da coluna lombar. Nos membros inferiores, encontrou-se o ângulo coxo-femural aberto em 50% das pesquisadas, joelho recurvatum em 62,5%, ângulo tibio-társico aberto em 50% da amostra, eversão do tornozelo em 62,5% das mulheres. Em uma pesquisa realizada por Cunha e Rosas (2002) sobre as alterações mais comuns em praticantes de ballet clássico, o resultado encontrado foi hiperlordose lombar com anteversão pélvica em 75% da amostra, joelho valgo em 67% da amostra e joelho recurvatum em 42% da amostra.

4 CONCLUSÃO Através desta pesquisa, observou-se que 62,5% das praticantes referiram queixas álgicas, com intensidade de leve (80%) a moderada (20%). Os locais referidos de dor foram coluna lombar (28,58%), coluna cervical (57,14%) e joelho (14,28%). No entanto, as praticantes referiram diminuição das queixas álgicas após o início da prática de dança. Entre as alterações posturais mais comuns, encontrou-se retificação da lordose cervical (50%), hiperlordose lombar alta (50%), anteversão da pelve (62,5%), joelho recurvatum (62,5%) e eversão do tornozelo (62,5%). Os dados encontrados foram semelhantes à literatura pesquisada e aos dados encontrados sobre as alterações posturais na prática do ballet clássico. Sugere-se a realização de mais pesquisas na área, devido a escassez de conteúdo nesta temática. Propõe-se também a realização de pesquisas com uma amostra maior. A Fisioterapia pode estabelecer uma parceria importante, orientando sobre posturas no prática da dança, buscando a promoção da saúde e a prevenção de lesões e alterações posturais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRÃO, A.C.P.; PEDRÃO, L.J. A contribuição da dança do ventre para a educação corporal, saúde física e mental de mulheres que freqüentam uma academia de ginástica e dança. Revista Latino-americana de enfermagem, v. 13., n.2., p. 243-248, Ribeirão

Preto, mar-abr. 2005. BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáticos. 3. ed. São Paulo: Summus, 1995. CUNHA, L.G.; ROSAS, R.F. Alterações posturais em crianças que praticam ballet clássico entre 8 e 12 anos de idade. Monografia: Universidade do Sul de Santa Catarina, DORE, B.F. Prevalência e fatores associados à dor em bailarinos profissionais. Natal (2006). Dissertação de mestrado. Universidade federal do Rio Grande do Norte. Programa de Pós Graduação de Ciências da Saúde. FAHLSBUSCH, H. Dança moderna-contemporânea. Rio de Janeiro: Sprint, 1990. FARUK, L. Anatomia e cinesiologia aplicadas à dança do ventre. Disponível em: http://www.centraldancadoventre.com. br/content/view/115/64/. Acesso em: 12/12/2008. GUERRA, H.S. Lesões na dança. Disponível em: http://www.conexaodanca.art.br/imagens/textos/artigos/Les%F5es%20na%20 Dan%E7a.htm. Acesso em: 14/12/2008. KENDALL, F.P.; MCCREARY, E.K.; PROVANCE, P.G. Músculos: provas e funções. 4° ed. São Paulo: Manole, 1995. MACHADO, Y.F. A análise biomecânica das lesões do joelho no ballet clássico profissional: uma revisão bibliográfica. Trabalho de conclusão de curso. Centro Universitário São Camilo. Disponível em: http://www. dancarecife.net/artigos/19_analise_biomecanica_lesoes_no_joelho.pdf. Acesso em: 12/12/2008. MAGEE, D.J. Avaliação Musculoesquelética. 4°ed. São Paulo: Manole, 2005.

Organizações de cursos no Brasil Organização de São Paulo Tel: (11) 5044-9605 / (11) 5044-0675 Fax: (11) 5531-4442 organizacao@rpgsouchard-sp.com.br Site: www.rpgsouchard-sp.com.br Brasília NPC – Núcleo Permanente de Cursos Tel: (27) 3329-8307 / (27) 8823-3390 (27) 9316-4744 E-mail: rpg.bsb@gmail.com E-mail: npcelisabeth@gmail.com Rio de Janeiro AXIS Tel: (21) 2266-4421 E-mail: organizacaorpgrio@gmail.com Site: www.rpgrio.com.br Salvador IRPOS Tel / Fax: (71) 3331-8905 (71) 3331-6272 E-mail: irpos@irpos.com.br Site: www.irpos.com.br

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Agenda|Divulgue seus evento de graça em nossa agenda. Visite o site. DESC DATA CURSO AGOSTO Agosto Pós Graduação em Fisioterapia Manipulativa com ênfase em Osteopatia Agosto Curso de Especialização Fisioterapia nas Afecções da Coluna 01 Workshop Coluna Viva 01 e 02 Prosciences Unidade Campos Realiza Curso de Drenagem Linfática 01 a 10 Método Pilates com a visão Australiana 03 a 09 Maitland 04 Especialização em Fisioterapia Trumato-Ortopédica 06 a 09 I Congresso Mineiro de Fisioterapia 08 Workshop Feldenkrais 08 e 09 Introdução à TCS (à confirmar) 08 e 09 Pós-Graduação em Gerontologia 13 Curso teórico-prático de Dermato-Funcional (Corporal e Facial) 10% 13 Curso Básico de Drenagem Linfática – Técnica de Vodder 13 e 14 Pilates - Solo 13 a 16 Terapia CranioSacral 1 (à confirmar) 13 a 16 Curso de Mat Pilates 14 Encontro com a criadora do Workshop Pilates p/ Crianças, Mayra Nascimento 14 Workshop Flymoon (Meia Lua) 14 Curso de Formação Physio Pilates - Polestar 14 Curso de Formação Physio Pilates - Polestar 14 Pós Graduação em Terapêuticas Relacionais 15 Workshop Feldenkrais 15 Workshop Pilates para Crianças 15 e 16 Pilates - Bola e Theraband 15 e 16 Curso de Formação em Dor 15 e 16 Introdução à TCS 15 a 22 Método Pilates com a visão Australiana 19 a 22 Pilates Clínico Internacional 20 a 22 II Congresso da Sulbrafito de Fisioterapia Traumato-ortopédica 19 a 25 Conceito Maitland 10% 21 a 23 Pilates Avançado na Obstetricia / Pré e Pos Parto (Saúde da Mulher) 10% 21 a 23 6º ENAF 21 a 24 Terapias Manuais - Drenagem Linfática - Pedras Quentes e Bambuterapia 21 a 25 Reeducação Funcional do Assoalho Pélvico 22 e 23 Intro à Terapia CranioSacral 22 a 25 Terapia Manipulativa e Reprogramação Postural no Pilates (3º Modulo) 10% 27 Aprimoramento em Terapia Manual (Avaliação, Abordagem e Tto) 120h 27 a 30 Terapia CranioSacral 1 (à confirmar) 28 Encontro com a criadora do Workshop Coluna Viva, Isabela Moody 28 Curso de Formação Physio Pilates - Polestar 28 a 30 Conceito Bad Ragaz 29 Workshop Coluna Viva 29 Workshop Flymoon (Meia Lua) 29 e 30 Prosciences Unidade Campos Realiza Curso de Dermato-funcional 30 a 01 Conceito Halliwick SETEMBRO 01 a 03 Hidroterapia nas Algias 03 a 06 Conceito McConnell 10% 04 a 06 Pilates Avançado na Escoliose 04 a 08 Técnica de Watsu para Fisioterapeutas 05 e 06 Curso de Pilates na Gravidez 05 e 06 Prosciences Unidade Campos Realiza Curso de Pilates de solo com bola 05 a 08 Manipulação Visceral 07 a 10 Conceito McConnell 10% 10 Cursos de Disfunções da ATM (Avaliação, Abordagem e Tratamento) 11 Curso de Pilates Mat PhysioPilates - Polestar 11 a 14 Conceito McConnell 11 a 14 Conceito McConnell 12 e 13 Prosciences Unidade Campos Realiza Curso de Acupuntura em Estética 12 a 19 Método Pilates com a visão Australiana

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Agenda|Divulgue seus evento de graça em nossa agenda. Visite o site. DESC DATA CURSO CIDADE UF SETEMBRO 16 a 19 Drenagem Linfática Modulo Básico 2 Rio de Janeiro RJ 10% 17 a 20 Curso de Formação em Uroginecologia (Avaliação e Tratamento) Salvador BA 18 Curso de Formação PhysioPilates - Polestar Florianópolis SC 18 Encontro com a criadora do Workshop Pilates p/ Crianças, Mayra Nasc. Natal RN 10% 18 e 19 Curso de Posturologia Rio de Janeiro RJ 10% 18 a 20 Ergonomia do Posto de Trabalho e Atividade Laboral São Paulo SP 18 a 21 Pilates Clínico Internacional Belo Horizonte MG 19 Workshop Pilates para Crianças Natal RN 19 Pós-Graduação Fisioterapia - Universidade Gama Filho São Paulo SP 19 e 20 Introdução à TCS (à confirmar) Cuiabá MT 19 e 20 Prosciences Campos Realiza Curso de Atualização em Massoterapia Campos Goyt. RJ 24 a 27 Terapia CranioSacral 1 Guapimirim RJ 25 Encontro com a criadora do Workshop Coluna Viva, Isabela Moody Recife PE 25 a 27 Atualização Fisioterapia Dermato-Funcional - Eletroacupuntura e Peelings Goiania GO 26 Workshop Coluna Viva Recife PE 10% 26 e 27 ABC da Fisioterapia Respiratória Rio de Janeiro RJ 26 e 27 Curso de Dermato-funcional e Eletroterapia aplicada a Estética Campos Goyt. RJ 10% 26 e 27 Ergonomia Voltada para Funcionários com Deficiência São Paulo SP 26 a 29 Terapia Manipulativa e Reprogramação Postural no Pilates (4º Modulo) Fortaleza PE 26 a 29 Pilates Clínico Internacional Rio Janeiro RJ 10% 27 Reabilitação Vestibular Teresina PI OUTUBRO 01 a 03 V Congresso Sulbrasileiro de Fisioterapia Cardiorrespiratória Florianópolis SC 01 a 03 6ª Polestar Int. Conference & 3ª Conferência Sul-Americana Physio Pilates Salvador BA 10% 02 a 04 Ambulatório de Fisioterapia do Admissional à Reabilitação São Paulo SP 03 Terapia Postural na Bola Rio de Janeiro RJ

CONTATO (21) 2224-7744 (85) 3281-8270 / 3067-7072 0800 606 8008 / (71) 3261-8000 0800 606 8008 / (71) 3261-8000 (21) 2565-7690 (11) 4997-6916 0800 400 7008 0800 606 8008 / (71) 3261-8000 (11) 2714-5656 www.upledgerbrasil.com (21) 2258-7991 www.upledgerbrasil.com 0800 606 8008 / (71) 3261-8000 (11) 3079-0925 / 8141-6719 0800 606 8008 / (71) 3261-8000 (21) 2224-7744 (21) 2258-7991 (11) 4997-6916 (85) 3281-8270 / 3067-7072 0800 400 7008 (85) 3081-8270 www.sulbrafir2009.com (71) 3261-8000 / 0800 606 8008 (11) 4997-6916 (21) 2224-7744

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CLASSIFISIO Paulo Marcio Cidade: Rio de Janeiro - RJ paulo.riera@terra.com.br Anúncio: Vendo ondas curtas marca HTM, pouco uso com nota, u.s e tens/fes marca ibramed. contato 21-86358815 Ana Póvoa Cidade: Rio de Janeiro - RJ anapovoa.fisio@gmail.com Anúncio: fisioterapeutas, exceto dermatofuncional, alugo salas montadas em consultório de Fisioterapia na Saens Pena. Interessados: (21) 3904-1368 Maisa D´Elia Cidade: São Paulo-SP mdelia@elementuvitalle.com.br Anúncio: Procuro fisioterapeuta com experiência em ginástica laboral para trabalhar em Barueri - SP, dou preferência a residentes próximos: Barueri, Osasco, Santana do Parnaíba, Jandira. Contato (11) 5084-8415 Sheila Adesina Cidade: São Paulo-SP sheilaadesina@hotmail.com Anúncio: Clínica delcor aluga salas por período P /Médicos, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas. Preço período: a partir de 100 a 180. Sala c/toda infra-estrutura, secretaria, faxineira

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e estacionamento (limitado). BAIRRO: Bela vista (Próximo ao Hospital sírio libanês.) (11) 6667-4387 / sheila. Felipe Mascarenhas Cidade: Campinas-SP felipe@colunasemdor.com.br Anúncio: vendo mesa de rpg mesa em bom estado, com bom preço a combinar... estou localizado em campinas, e o interessado deverá retirar a mesa no local. Nathalia Cidade: Ribeirão Preto-SP n_fisio@yahoo.com.br Anúncio: Vendo equipamentos usados para fisioterapia dermatofuncional: -Ionizer Plus Cell (Eletroliporedução e ionização corporal) da marca Advice R$900,00; -Still Cell (Corrente Russa - facial e corporal) da marca Advice R$3.500,00; -Conjugado facial 5x1 da marca GS R$900,00. Luis Guitler Cidade: Indaiatuba-SP guitler@uol.com.br Anúncio: Vendo equipamentos para clinica de fisioterapia; 01 bola de bobath Theraband 75 Azul, 02 bolas de bobath Gymnic 55 vermelha, 01 ultrasom 1 e 3 mhz

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Tininha |

Humor - passa-tempo - tv - novidades - música - cinema - moda -

LÓGICA

...E POR FALAR EM GORDURA.

O garoto apanhou da vizinha, e a mãe, uma fisioterapeuta muito brava, foi tomar satisfação: - Por que a senhora bateu no meu filho?

- Doutor, como eu faço para emagrecer? - Basta a senhora fazer uma rotação do eixo occipital da esquerda para direita e da direita para esquerda. - Quantas vezes, doutor? - Todas as vezes que lhe oferecerem comida.

- Ele foi mal-educado, e me chamou de gorda. - E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele?

FACULDADE MUITO CARA. O pai horrorizado com as mensalidades da Faculdade da filha, reclama... - Minha filha, eu não aguento mais pagar este seu curso de fisioterapia, tá uma fortuna! - É mesmo pai, tá muito caro, e olha que eu sou uma das que menos estuda hein!

NA UTI Um eletricista, atendendo o chamado do fisioterapeuta responsável por uma UTI, vai até o hospital, olha para os pacientes ligados a diversos tipos de aparelhos e diz-lhes: - Respirem fundo: vou mudar o fusível.

O QUE ESTÁ ESCRITO? Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.

35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3 P4R4BÉN5!

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INFORMÁTICA Prezados técnicos, Há um ano e meio troquei o programa [Noiva 1.0] pelo [Esposa 1.0] e verifiquei que o programa gerou um aplicativo inesperado chamado [Bebê.exe] que ocupa muito espaço no HD. Por outro lado, o [Esposa1.0] se auto-instala em todos os outros programas e é carregado automaticamente assim que eu abro qualquer aplicativo. Aplicativos como [Cerveja_Com_A_Turma 0.3], [Noite_De_Farra 2.5] ou [Domingo_De_Futebol 2.8], não funcionam mais, e o sistema trava assim que eu tento carregá-los novamente. Além disso, de tempos em tempos um executável oculto (vírus) chamado [Sogra 1.0] aparece, encerrando abruptamente a execução de um comando. Não consigo desinstalar este programa. Também não consigo diminuir o espaço ocupado pelo [Esposa 1.0] quando estou rodando meus aplicativos preferidos. Sem falar também que o programa [Sexo 5.1] sumiu do HD. Eu gostaria de voltar ao programa que eu usava antes, o [Noiva 1.0], mas o comando [Uninstall.exe] não funciona adequadamente. Poderia ajudar-me? Por favor! Ass: Usuário Arrependido RESPOSTA: Prezado usuário, sua queixa é muito comum entre os usuários, mas é devido, na maioria das vezes, a um erro básico de conceito: Muitos usuários migram de qualquer versão [Noiva x.0] para [Esposa 1.0] com a falsa idéia de que se trata de um aplicativo de entretenimento e utilitário. Entretanto, o [Esposa 1.0] é muito mais do que isso: é um sistema operacional completo, criado para controlar todo o sistema! É quase impossível desinstalar [Esposa 1.0] e voltar para uma versão [Noiva x.0], porque há aplicativos criados pelo [Esposa 1..0], como o [Filhos.dll], que não poderiam ser deletados, também ocupam muito espaço, e não rodam sem o [Esposa 1.0]. É impossível desinstalar, deletar ou esvaziar os arquivos dos programas depois de instalados. Você não pode voltar ao [Noiva x.0] porque [Esposa 1.0] não foi programado para isso. Alguns usuários tentaram formatar todo o sistema para em seguida instalar a [Noiva Plus] ou o [Esposa 2.0], mas passaram a ter mais problemas do que antes (leia os capítulos “Cuidados Gerais” referente a “Pensões Alimentícias” e “Guarda das crianças” do software [CASAMENTO]. Uma das melhores soluções é o comando [DESCULPAR.EXE/flores/all] assim que aparecer o menor problema ou se travar o micro. Evite o uso excessivo da tecla [ESC] (escapar). Para melhorar a rentabilidade do [Esposa 1.0], aconselho o uso de [Flores 5.1], [Férias_No_Caribe 3.2] ou [Jóias 3.3 ]. Os resultados são bem interessantes! Mas nunca instale [Secretária_De_Minissaia 3.3], [Antiga_Namorada 2.6] ou [Turma_Do_Chopp 4.6], pois não funcionam depois de ter sido instalado o [Esposa 1.0] e podem causar problemas irreparáveis no sistema. Com relação ao programa [Sexo 5.1] esquece! Esse roda quando quer. Se você tivesse procurado o suporte técnico antes de instalar o [Esposa1.0] a orientação seria: NUNCA INSTALE O [ESPOSA 1.0] sem ter a certeza de que é capaz de usálo! Agora, boa sorte!

ELEVADOR SOBE...

Hospital diz que ex-BBB faz fisioterapia, mas ainda não sente as pernas. O ex-BBB Fernando Fernandes sofreu acidente de carro em São Paulo no dia 4. O Modelo de 28 anos está em unidade de terapia semi-intensiva onde vem realizando as sessões.

DESCE...

Chegou o inverno e com ele as dores. A chegada do inverno costuma ser motivo de reclamação para quem sofre com dores crônicas. Mas até quem não tem problemas de saúde pode achar ruim quando a temperatura cai por sentir incômodo ou mal-estar. “Quem sofre com alguma patologia nas articulações, nervos e circulação está mais sensível durante o inverno”, explicou a fisioterapeuta Eloisa Guimarães, Segundo a fisioterapeuta até o hábito de ficar encolhido para tentar diminuir a sensação de frio pode gerar tensão muscular, contraturas, má circulação ou mal-estar.

DESCE...

Acadêmico de fisioterapia se perde em trilha da Pedra da Gávea. O universitário Daniel Maggio, 22 anos, se perdeu na Pedra da Gávea, na Zona Sul do Rio. Ele ficou cerca de 20h perdido dentro da mata fechada e foi resgatado, por volta das 8h, por um helicóptero do Corpo de Bombeiros. Debilitado fisicamente, mas sem ferimentos.

DESCE...

O Papa se acidentou e fará fisioterapia. Patrizio Polisca, médico pessoal de Bento XVI, informou que o Pontífice foi submetido a uma osteosíntese, procedimento cirúrgico para unir as partes de ossos fraturados por meio de peças metálicas como pinos, placas e parafusos. O Vaticano informou que o Papa foi por conta própria ao hospital e que, antes disso, ele ainda celebrou uma missa e tomou o café da manhã no chalé nas montanhas. A operação, de acordo com nota da Santa Sé, durou 20 minutos, com anestesia local.

DESCE...

O Quarto dos jogadores e do fisioterapeuta Odir de Souza foi invadido no hotel onde a Seleção Brasileira estava hospedada em Pretoria, na África do Sul, e foi furtado. A informação foi revelada pelo técnico Dunga ao final da vitória do Brasil por 3 a 0 sobre a Itália, pela Copa das Confederações. As vítimas teriam sido os laterais Kléber e André Santos, além do fisioterapeuta Odir de Souza. O fisioterapeuta Odir de Souza reportou a falta de dinheiro e de um agasalho. NovaFisio.com.br • 37


|Fisio Perfil

FP

Eduardo Fraga

Sempre uma breve entrevista com quem tem uma longa história

eduardo.fraga@dedpilates.com.br

Quem é | Iniciei minha vida profissional na área Desportiva, oportunidade dada a mim por um grande Mestre, o Prof. Odir de Souza Carmo, trabalhei no Botafogo de Futebol e Regatas por 3 anos e depois fui convidado para trabalhar no Oriente Médio, onde fiquei por 4 anos num Clube chamado All Rayyan Sports Club do Qatar e servindo também a Seleção Nacional de Futebol. Durante uma Pré Temporada que passamos na França tive contato pela primeira vez com o Método Pilates, ao voltar para o Brasil em 2002 passei a me dedicar a essa área e desde então tenho uma empresa que ministra cursos de formação e fabrica equipamentos de Pilates.

Qual ano e em qual faculdade que se formou? Me formei em 1997 pela Universidade Gama Filho no Rio de Janeiro – RJ Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Sempre apostar em complementar minha formação, de diversas formas e em diversas áreas, apostar no Conceito Pilates de forma dedicada e exclusiva a Fisioterapia, empreender e ter nossa própria Fábrica de Equipamentos de Pilates. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Deixar que o tempo e os compromissos me afastassem dos bons profissionais e Mestres que amo e respeito. O que mais gosta na profissão? O compromisso e a responsabilidade em recuperar, ajudar, confortar de forma única, ser Fisioterapeuta é um orgulho! O que você odeia na profissão? Nossa falta de atitude, nossa ausência, a falta de mobilização entre nós profissionais em buscarmos e reivindicarmos nossos direitos, em nos defendermos mutuamente, de não sermos mais unidos. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? Bom caráter, compromisso profissional, humildade. Que qualidade mais detesta nos profissionais que te cercam? Arrogância e vaidade... mas os que me cercam se controlam e tentam esconder isso de mim, rsrsrsrs! Qual sua maior virtude? Tentar a todo custo ser justo. Qual seu pior defeito? A ingenuidade em alguns momentos... às vezes demoro a acreditar que o ser humano seja capaz de determinadas atitudes. Se pudesse mudar algo, o que seria? Tentaria ser menos crítico e perfeccionista em alguns casos, acho que ficaria menos estressado. 38 • NovaFisio.com.br

Qual maior mentira já contou? Acho engraçado quando leio as entrevistas e os entrevistados dizem que não lembram... Aliás, não me lembro de nenhuma mentira... rsrsrs... ops... essa foi a última!!! Mas lembro que trabalhando com Futebol, nós Fisioterapeutas somos sempre o álibi perfeito... tive que passar por situações complicadas... era frequente uma esposa de um jogador ligar e perguntar se o marido dela esteve tratando comigo naquela tarde... e eu mentia.... que horrível!!! Mas era minha pele em jogo... afinal se ele mentia para ela o que podia fazer... depois reclamava com ele e pedia pra não me colocar em situação difícil... não adiantava muito... Qual fato mais inusitado em sua carreira? Certa vez em 2004 recebi uma ligação no celular, um espanhol, eu na época não dominava bem o idioma, e ele queria marcar um encontro comigo... achava que era algum paciente indicado por alguém... sorte que comecei a entender, era o Fisioterapeuta Espanhol Dr. Ginés Almazán, dono da Escuela de Osteopatia de Madrid, me fazendo um convite para ministrar o curso de Pilates exclusivo para Fisioterapeutas na Espanha! Qual fato foi o mais cômico? Ao chegar à Arábia, fui ser apresentado ao Sheike, presidente do clube, filho e herdeiro do Rei, todo pomposo, eu cheio de medo e vergonha... Depois do almoço ele quis fazer uma demonstração com seu Falcão, caríssimo... fomos a uma parte do “quintal” que era um descampado enorme... colocou o bicho no braço, com chapeuzinho e tudo, pediu ao empregado para soltar uma lebre... ela saiu correndo... eu olhando... ele tirou o capuz do Falcão... o bicho saiu voando, deslumbrante... voou... voou... voou... todo mundo olhando... o coelhinho sumiu no descampado... o Falcão começou a ficar pequenininho no céu... o Sheike começou a ficar nervoso, sem graça, gritando com os empregados, todo mundo correndo atrás do Falcão caríssimo... e eu com uma vontade de rir danada e disfarçando !!! Qual seu maior arrependimento? Após minhas decepções, procuro não me sentir arrependido... tento primeiro me refazer... e depois aprender e crescer com meus erros, e me manter firme em minhas convicções caso o erro seja alheio... Qual dica daria aos colegas? Além das atualizações e estudos constantes

e necessários, trabalhe!!! A prática diária, o toque e a resposta de seu paciente, são sua melhor escola. E acredite em você e na Fisioterapia. Qual objeto de desejo? O Doutorado. Qual sua aquisição mais recente? Duas máquinas CNC´s, que são Centros de Usinagem, máquinas informatizadas para aprimoramento e automação de alguns processos em nossa fábrica de equipamentos de Pilates. Qual seu maior sonho? Minha filha, Beatriz, ao crescer ter orgulho de mim pelo que sou e pela profissão e profissional que me tornei. Sempre digo aos meus alunos que quero que ela tenha orgulho em dizer aos seus amigos “Meu pai é Fisioterapeuta !”. Se no futuro, ela optar por ser Fisioterapeuta, será um sonho perfeito, mas ela diz que quer ser Veterinária, e eu ficarei feliz também ! Qual seu maior pesadelo? Falhar... não ser uma referência para minha filha e não ser motivo de orgulho para os meus pais. Que talento mais gostaria de ter? Saber dançar... Se não fosse Fisioterapeuta gostaria de ser o que? Chefe de Cozinha. E qual Profissão jamais queria ter? Com o maior respeito a profissão e aos grandes amigos que tenho que são, Advogado... jamais conseguiria defender um criminoso... e a justiça brasileira deveria passar por uma profunda reforma. A impunidade assola nosso país... Diga um desafio? Vencer meus medos, submeter minhas vontades... corrigir meus defeitos, vencer meus desafios, me tornar um ser humano e um profissional melhor. Um livro? Ficção: Cavalo de Tróia, de J.J. Benitez Romance: As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley Para Fisioterapeutas: Atlas Fotográfico de Anatomia, de Rohen-Yokochi Quer fazer alguma divulgação? Vem ai a ABRAPI – Aliança Brasileira de Pilates. Uma Aliança entre os profissionais dos mais representativos do Brasil, que trabalham de forma séria e democrática com Pilates. http://aliancabrasileiradepilates. blogspot.com/


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