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FISIO

EDIÇÃO 73 MAR/ABR 2010 ANO XV

DESDE 1996

Editorial|

Caro leitor, Estamos na segunda edição de 2010 da Revista NovaFisio e elaboramos matérias ainda mais interessantes sobre o mundo da fisioterapia. Nesta edição nº73, apresentamos uma entrevista com o craque Petkovic, que apesar da intensa rotina de treinos e jogos, revelou um pouco da sua vida e o que faz para se manter bem fisicamente. Também produzimos uma reportagem sobre a pubalgia que afeta jogadores de futebol. Isso é só o começo do que vem pela frente este ano, já que guardamos uma surpresa para vocês leitores. Após cinco anos da primeira matéria para a NovaFisio, publicaremos uma entrevista reveladora com o cantor Marcus Menna do LS Jack, que passados vários longos anos de fisioterapia, agora volta aos palcos. É só aguardar! Oston de Lacerda Mendes Fisioterapeuta - Editor

Índice|

06 Cartas. 10 Frases. 12 A pubalgia nos jogadores de futebol. 14 Entrevista com o jogador Petkovic. 16 Coluna do Dr. Luís Guilherme Barbosa. 18 Coluna do Dr. Geraldo Barbosa. 20 Coluna do Dr. André Luiz Rivas. 22 Coluna do Dr. Antônio Fernandes. 24 Efeitos fisiológicos da solução de cloreto de sódio isotônico (Soro Fisiológico) no procedimento de aspiração traqueal. 28 A importância da marca para profissionais da saúde. 30 Sling Training. 34 Agenda de eventos. 36 Tininha. 38 FisioPerfil com Renée Lutz.

Equipe|

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EDITORES: OSTON MENDES oston@novafisio.com.br & LUCIENE LOPES luciene@novafisio.com.br SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES nina@novafisio.com.br 4 • NovaFisio.com.br

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#.73

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Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br MANIFESTO AOS COLEGAS FISIOTERAPEUTAS Inicialmente, gostaria de parabenizar os colegas que me enviaram mensagens direta ou indiretamente pela iniciativa de lutar pela categoria. Sou fisioterapeuta há trinta e três anos, vivenciando a profissão de forma visceral e apaixonada de domingo a domingo e passei por momentos importantes da fisioterapia vivenciando sua ascensão e a atual queda. Participei do movimento da AFERJ em prol da criação do Conselho, vivenciei o momento de glória com a lei que criou os Conselhos, fui um dos primeiros profissionais do Rio de Janeiro a ter vivência em hospitais gerais, pois nessa época a visão da fisioterapia era somente de atenção terciária com a mentalidade de centros de reabilitação por iniciativa pioneira do saudoso prof. Edgard Meirelles; juntamente com o também saudoso prof. Carlos Alberto Azeredo, iniciamos o movimento da fisioterapia respiratória em ambulatórios, leitos e unidades de terapia intensiva, chegando a criar a Sociedade de Fisioterapia Respiratória do Estado do Rio de Janeiro – SOFRERJ em 1977 com a realização de um congresso na UERJ em 1978, ano de seu término. Participei dos movimentos que solicitavam a presença contínua do fisioterapeuta nas unidades de terapia intensiva como plantonista, o que hoje é um fato em crescimento. Ingressei na vida acadêmica em 1988 na Universidade Castelo Branco e, posteriormente, na Universidade Estácio de Sá como docente da graduação e coordenador e docente de cursos de pós-graduação lato sensu nas áreas cardiorrespiratória e terapia intensiva até os dias de hoje. Qual é o motivo dessa introdução resumida. Primeiramente, mostrar que é possível vivermos daquilo que estudamos; segundo, ressaltar a importância da experiência em diversas frentes para que eu possa chegar aos pontos que gostaria de expor para reflexão de todos nós. Há alguns anos venho realizando palestras no âmbito acadêmico e, em alguns congressos e fóruns direcionados a respeito do gravíssimo momento previsto e que agora é uma realidade, assim como a respeito da necessidade de melhora do nível de formação dos futuros profissionais. O ato médico é somente a ponta de um iceberg muito mais profundo e dramático. Ele em si não a nossa maior temeridade, pois sabemos que, operacionalizar essa fiscalização é impossível, como sabemos também que os médicos, em sua maioria, não estão preocupados em gerenciar outras categorias se a própria medicina, com suas sub-especialidades, mostra que o seu próprio exercício já é bastante complicado. Além disso, sabe-se pela própria realidade de mercado que, movimentos como esse têm apenas interesse financeiro, de reserva de mercado com o incômodo que a autonomia de várias categorias vem ocasionando, levando a perdas financeiras. 6 • NovaFisio.com.br

De qualquer modo, essa discussão facilita a solicitação de todos os fisioterapeutas brasileiros em prol de pontos que realmente farão a diferença a favor da fisioterapia. As Diretrizes Nacionais Curriculares definem o fisioterapeuta como um profissional de formação generalista, humanista e crítico-reflexivo. Pelo menos do Rio de Janeiro essa formação não é uma realidade. Os jovens formandos não possuem clareza generalista, não percebem que a fisioterapia está definitivamente ligada a fatores sociais, econômicos e políticos. Na minha época de formação não existiam especialidades e o profissional era um reabilitador. Mesmo com a amplitude do saber em fisioterapia, só podemos pensar em recuperação funcional se tivermos uma ótica sistêmica, pois todos os órgãos e sistemas trabalham de forma interacional e interdependente. A especialização é importante, mas depois da visão generalista. A formação do fisioterapeuta não se dá ao final da graduação, mas desde a sua entrada no curso. O moldar a visão crítico-reflexiva e social e humanista começa no primeiro período, na disciplina fundamentos e história, a qual só deveria ser ministrada por profissionais experientes. É necessário que lutemos arduamente pelo fortalecimento ético da profissão. O profissional está levando o seu trabalho ao aviltamento, à prostituição ao divulgar tratamento fisioterápico a R$1,99, R$5,00. Isso é o fundo do poço, é jogar a fisioterapia no lixo, ao passo que sabemos da sua importância para a sociedade que cada vez precisa mais dela. O aumento médio de vida, a violência urbana, a violência no trânsito, o aumento das doenças cardiovasculares e vasculares entre outras coisas, aumenta, infelizmente, o mercado de trabalho do fisioterapeuta. Mas onde ele está? Porque não se mostra? Porque se submete a ser sub-empregado em cliniquetas que atendem mais de 500 pessoas por dia, se contentando em receber o tratamento prescrito e realizando tens-ultra-som e gelo? Isso é tratar? O fisioterapeuta não avalia, não prescreve, não executa cinesioterapia, não evolui nem dá alta fisioterápica. Isso é ser fisioterapeuta? Até quando iremos tolerar essa situação aviltante? Até o fisioterapeuta melhorar seu nível de competência e não aceitar mais esse aviltamento. Capazes nós somos. O momento para a fisioterapia é ótimo, mas para o fisioterapeuta é péssimo. Baseado no que citei acima, fazse necessário, com urgência, uma frente permanente de negociação com os planos de saúde, pois sabe-se que esse é um dos fatores que contribuíram para a desvalorização da categoria. Quem determina os tratamentos fisioterápicos? Por que são necessárias dez “sessões” de tratamento? Com que base isso é avaliado? Por que alguns procedimentos são limitados a poucos atendimentos por ano? Quem determinou o CH a ser cobrado? Por

que os atendimentos de clínicas conveniadas duram 15 a 30 minutos de modo geral? Isso é uma aberração e precisa ser modificado de forma digna para os profissionais e, principalmente, para os pacientes que são tratados falsamente. Ao ser questionado pela não melhora com a fisioterapia qual é a posição do médico? Meu encaminhamento foi correto, a fisioterapia é que não foi bem realizada. Mais uma vez, a fisioterapia é aviltada, distorcida e confundida. O fisioterapeuta precisa se conscientizar de que hoje somos mais de 160.000 no país e podemos pressionar. A lei está do nosso lado quando preconiza que para qualquer tratamento fisioterápico deve existir um fisioterapeuta. Ora, se os fisioterapeutas se negarem a atender nos moldes atuais não poderão ser substituídos; só resta a adequação às necessidades reais dos pacientes e nossas. Isso significa amplitude de mercado, pois serão necessários muito mais fisioterapeutas para que as 500 pessoas possam ser atendidas dignamente, significa aumento de ganhos, pois se nos recusarmos a aceitar essa tabela aviltante os valores têm que ser alterados. O lucro do proprietário da clínica certamente diminuirá, mas isso não tem a menor importância, pois ele ganha muito dinheiro nas costas do fisioterapeuta que continua a ganhar R$400,00; isso é aceitável? É digno? Vamos colocar na ponta do lápis com um pequeno exemplo. Uma clínica que atende 500 pessoas por dia a R$6,00 cada atendimento, apresenta um retorno de R$3.000,00 diários. Em uma semana de 5 dias, esse valor vai a R$15.000,00. Mensalmente, o total é de R$60.000,00. Que o dono da clínica gaste R$10.000,00 com impostos, salários e manutenção, a fisioterapia proporciona R$50.000,00 líquidos. Como é um empreendimento que dá certo, novas filiais são abertas em bairros de grande movimento, perfazendo um total de quatro bairros populosos. O ganho final passa a R$200.000,00. E o fisioterapeuta? Continua ganhando os seus R$400,00 para enriquecer aqueles que sabem ser a fisioterapia uma mina de ouro e não querem que o sistema mude. Mas nós queremos que mude, assim como fizeram os anestesiologistas. Nenhum plano de saúde, por mais abrangente que seja, cobre anestesia. Por que? Porque os anestesistas não aceitaram as regras impostas pelos planos. Sem anestesia, não ocorre cirurgia. Sem fisioterapeuta, não acontece o tratamento fisioterápico. O que estamos esperando? Por mais amplas que sejam as discussões a respeito da valorização profissional, sem o enfrentamento dialogado com os planos de saúde não chegaremos a lugar algum. Outra distorção significativa que ocorre há vários anos é a exploração de fisioterapeutas por outros fisioterapeutas. Em função dos altos gastos trabalhistas, os hospitais preferiram, salvo honrosas exceções, terceirizar os serviços de


Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br fisioterapia. Um grupo de profissionais forma uma firma e passa a responder pelas ações da fisioterapia no ambulatório, leitos e unidades de terapia intensiva. Até ai nenhum problema. Quem vai realizar tantos atendimentos/dia nos valores pagos pelos planos de saúde? A firma, então, contrata profissionais diretamente, pagando em muitos lugares a aviltante quantia de R$50,00 por um plantão de doze horas. Não são todos os lugares assim, mas uma grande parte. Na maioria das vezes são profissionais pouco experientes que, para conseguir o máximo de atendimentos/dia divide os atendimentos com estagiários que atuam sozinhos sem a preceptoria alcançável, sem supervisão . Outras vezes quem atende o paciente é o “dr. Respiron” em função do uso indiscriminado de incentivadores inspiratórios, substituindo o atendimento pleno. Isso é possível continuar? Se nenhum fisioterapeuta se submeter, o próprio dono da firma passa a atender ou muda os critérios de ganho para tornar a profissão digna. Esse mesmo problema acontece com os grupos de home care. Está uma vergonha! A partir dos motivos expostos acima, quero trazer uma outra situação extremamente grave e que colabora para que a nossa situação não mude com a rapidez que queremos; é o problema dos estágios. Por lei, os estágios só devem ser iniciados a partir do sexto período e evoluindo de forma abrangente de acordo com a matriz curricular, permitindo que o aluno saia da graduação com uma visão troncular neurológica, cardiorrespiratória e do sistema locomotor como um todo; infelizmente, nem sempre é o que acontece. Há locais em que os estagiários começam no terceiro período. Há estagiários que só fazem estágio em uma área do conhecimento, tornando-se um profissional potencialmente medíocre se houver necessidade de outras abordagens. A lei também rege que, cada preceptor só pode se responsabilizar por três acadêmicos; se for clínica-escola ou hospital-escola esse quantitativo pode chegar a seis acadêmicos se o local de estágio permitir e suportar. Isso também na é uma realidade em todos os lugares. O que acontece quando o estágio termina? A esperada vaga de trabalho passa a ser ocupada por um novo estagiário, contribuindo para diminuir as vagas para novos fisioterapeutas. Além disso, os estagiários atendem sozinhos, como citei acima, situações de extrema delicadeza. Tive relatos de alunos que estagiavam sozinhos atendendo pósoperatório de cirurgia cardíaca nos finais de semana, pois não havia supervisor; se o estagiário não comparecesse, o paciente não era atendido e o dono da firma ficava enfurecido pela perda financeira. Isso é muito grave. Uma outra frente importante de discussão é a saúde pública. Por que somos tão poucos profissionais nos hospitais públicos das redes federal, estadual e municipal? Por

que os concursos abrem tão poucas vagas e com salários tão baixos? Poso responder, levando em conta dois aspectos. Primeiro, os profissionais de fisioterapia não comparecem regularmente às reuniões dos Conselhos de Saúde onde são deliberadas as necessidades e o número de vagas. Como o fisioterapeuta não comparece, profissionais de outras categorias sugerem o que acham necessário, ou seja, um ou dois fisioterapeutas para hospitais de mais de 300 leitos. Como a nossa autonomia incomoda, quanto menor for o contingente, menos barulho faremos. Os salários são baixos porque não temos um sindicato de classe atuante, nem profissionais que se engajem na luta por um sindicato forte, porque contingente para isso nós temos. Um outro aspecto que limita a quantidade profissionais nos hospitais públicos é de ordem econômica e muitos não sabem que isso ocorre. Os hospitais públicos são mantidos pelo SUS, o qual é um grande projeto, mas muito distorcido e desatualizado, levando muitos hospitais a déficits enormes. Quando o hospital, seja federal, estadual ou municipal, abre concurso público, o pagamento desse fisioterapeuta sai dos cofre públicos. O que entra para o hospital vem do SUS, ou seja, os governos só têm gasto com o profissional, não sendo interessante manter um quadro volumoso. Por que isso acontece? Porque o SUS paga um pacote fechado por alta hospitalar. Se o paciente foi submetido a procedimentos de vários profissionais o SUS pagará exatamente a mesma coisa por um paciente que só foi submetido a um tipo de procedimento. O SUS não cobre os atendimentos fisioterápicos realizados à beira do leito, somente os de ambulatório. Se os atendimentos fossem computados, a quantidade de vagas nos concursos públicos aumentaria significativamente. Entretanto, há um aspecto que os dirigentes não percebem, mas que contribuiria muito como argumento para o aumento de vagas na rede pública – a abordagem cinesiológica precoce à beira do leito. O SUS não cobre esses procedimentos, mas contribuiríamos para a prevenção de estase venosa, transtornos respiratórios e/ou pulmonares, fecalomas, úlceras de decúbito, hipotrofias etc. Diminuiríamos a quantidade de curativos, exames radiológicos, medicamentos, infecções e aceleraríamos a rotatividade de leitos. Isso não é presunção, é fato. Na década de 90 uma rede de hospitais privados realizou esse estudo, demonstrando reduções significativas de custos e gastos com a presença da fisioterapia. No Brasil, aproximadamente 41 milhões de pessoas pagam planos de saúde. O que fazer com os 150 milhões restantes? Temos mais de 25 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, fora as situações transitórias. A necessidade de fisioterapia digna para toda a sociedade é uma emergência nacional. O que falta para

nos mexermos? Temos tudo a nosso favor. Os fatos falam por si só; só não conseguiremos se não quisermos. Por fim, quero trazer um outro tópico para ser discutido nacionalmente que é o da graduação. No Rio de Janeiro, os cursos estão se esvaziando, há faculdades fechando turnos e fechando campi por falta de alunos. Há universidades com salários atrasados e as cargas horárias vem diminuindo significativamente. É um paradoxo, pois nesse momento o Ministério da Educação solicita aumento da carga horária, modificações das matrizes curriculares e a volta do curso para dez períodos. Para nós é motivo de comemoração, mas as salas de aula não refletem isso. Por que? É necessário entender que, quem regula a academia é o mercado de trabalho. Se você, hoje, fosse escolher uma carreira e se interessasse por fisioterapia, qual seria a conduta? Procurar saber sobre o curso, mercado de trabalho, alternativas de atuação, quantidade de anos, estágio remunerado ou não, autonomia profissional, respeitabilidade e credibilidade. Baseado nesses aspectos o que temos hoje? Mercado de trabalho aparentemente saturado, profissão tutelada por outra categoria e sem autonomia para delinear tratamentos, salários baixos sem possibilidade de ascensão, honorários baixos, contribuindo para diminuir a credibilidade e respeitabilidade do profissional, outros profissionais sem nível superior competindo com você sem a menor qualificação. É melhor procurar outra carreira que dê maiores e melhores chances – farmácia, nutrição, enfermagem etc. É isso que queremos? Não, mas é o que temos hoje. O nível dos alunos vem caindo significativamente a cada ano, com honrosas e poucas exceções. Percebo em sala de aula total desinteresse, nenhum compromisso com a categoria e com a graduação. No final do segundo semestre de 2008 ouvi de uma aluna:”professor, meu negócio é estética, eu gosto de bundinha com celulite”. De uma aluna conversando com outra: “o meu estágio é muito legal, a gente não precisa pensar em nada, já vem tudo pronto”. Isso é possível? Resta, então, a possibilidade de ingressar no magistério. Sou radicalmente contra o ingresso na docência de profissionais recém-formados. Comecei minha vida acadêmica com doze anos de experiência e achava que era pouco para tamanho compromisso. Docência não é complemento de salário, é compromisso sério, muito sério. Vivência prática, experiência clínica são fundamentais para quem quer ingressar na vida acadêmica. À medida que os cursos esvaziam o Ministério da Educação enaltece a titulação como modo de avaliar os cursos de graduação, não dando o real valor ao docente com vivência clínica, soberana para o exercício pedagógico. Qual é o resultado disso? Os profissionais experientes sem mestrado ou doutorado estão sendo NovaFisio.com.br • 7


Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br substituídos por colegas com dois anos de formação, mas que fizeram mestrado de áreas afins, nem de fisioterapia foi, e que na sala de aula são um desastre. Com isso, a qualidade dos cursos de graduação vem despencando rapidamente. Isso é uma distorção grave e que precisa ser corrigida, pois mesmo que o fisioterapeuta hoje possa atuar em pesquisa, gerenciamento, docência, não podemos esquecer que o tronco de tudo é a assistência. Dela tudo sai e para ela tudo volta. Temos o exemplo do Direito. Academicamente, a história é parecida com a nossa. Não havia mestrado nem doutorado direcionados, mas havia juízes, desembargadores, promotores, defensores que exerciam a docência. Quando começaram os cursos stricto sensu direcionados, o que fazer com profissionais com trinta anos de experiência que estavam em sala de aula? Essa leitura é aplicável a nós. A popularização dos cursos de mestrado e doutorado proporcionada pelo atual governo levou a uma quantidade significativa de pessoas sem emprego. Um exemplo claro disso é a abertura de inscrições para concurso público de gari no município do Rio de Janeiro. Em termos de escolaridade, é solicitado o ensino fundamental . Entre os milhares de inscritos para ganhar R$450,00 mais vale-transporte, ticket refeição e plano de saúde, mais de 1.100 possuem nível superior e a maioria desses com pós-graduação lato sensu, 28 mestres e 50 doutores? Isso é admissível? Quem quer ser professor do ensino básico hoje? Na década de 60, o professor era respeitado, bem remunerado e vivia dignamente com uma única escola de vínculo. Nas décadas de 80 e 90, a categoria sofreu um massacre, as escolas públicas perderam qualidade, as particulares cresceram e o nível de quem procurava a docência era cada vez pior, a ponto de sobrarem vagas por falta de competência. Quem quer ser fisioterapeuta hoje? Há alguns meses atrás, quando falei sobre esse tema com alunos de pós-graduação, foi colocado por um deles que, se esse esvaziamento continuar vai ser positivo, pois somente os bons ficarão. A realidade é exatamente o contrário, só ficarão os ruins. Se continuarmos a caminhar dessa maneira somente pessoas de nível muito baixo escolherão fazer fisioterapia, porque ela não terá mais nada a oferecer. A academia só voltará a encher, assim como os cursos de extensão, pósgraduação, mestrado e doutorado, quando tivermos os requisitos mínimos de dignidade profissional e sustentabilidade de uma profissão absolutamente necessária para a sociedade brasileira. Como vemos, as frentes de discussão são variadas, graves, sérias e demandam a conscientização e participação de todos nós. Me coloco à disposição de todos os colegas que quiserem ampliar o debate, 8 • NovaFisio.com.br

tenho possibilidade de ir a qualquer ponto do país que se interesse pelas minhas idéias para a realização de palestras, debates, fóruns de discussão, jornadas, congressos, grupos de trabalho, pois como apaixonado que sou pela profissão e ciente de sua beleza e importância não posso deixar esse sonho de 33 anos escapar por entre os dedos. Se você considerar pertinente minhas colocações ou quiser debatê-las com maior amplitude, divulgue esse manifesto para o máximo de colegas, entidades e associações de classe que conhecer, pois esse debate é urgente e nacional. e-mail: zecunha@terra.com.br contatos: (21) 2572-6309 / 9992-7754 Atenciosamente, José da Rocha Cunha Crefito 769F

MENSAGEM AOS SENADORES DO RIO DE JANEIRO Exmos. Senadores Reporto-me às V.Excias. para solicitar atenção e reflexão a respeito do projeto denominado “Ato Médico” recentemente aprovado pela Câmara Federal. Como é do conhecimento de todos o referido projeto tem por objetivo a regulamentação da medicina. Para uma profissão milenar, isso soa, no mínimo, como incoerente. Na realidade, a proposta é subjugar todas as categorias da saúde, com exceção da odontologia e da medicina veterinária, ao crivo da medicina para que elas possam existir. Sou fisioterapeuta atuante há trinta e três anos, vivenciando todas as áreas de abrangência da fisioterapia, atuando na assistência, docência de graduação e de pósgraduação, em hospitais públicos e privados e acompanho a evolução dessa profissão maravilhosa, regulamentada há quarenta anos. Ao longo desse período muitas coisas foram conquistadas, inclusive a autonomia profissional, inegociável, pois a especialidade é direcionada e embasada legalmente. A medicina argumenta que é necessário um bom diagnóstico para que o tratamento seja realizado sem riscos e erros que possam prejudicar o paciente. Nada temos a discordar nesse aspecto. O diagnóstico clínico é uma atribuição médica. O diagnóstico realizado pelo fisioterapeuta é funcional, ou seja, a partir do que foi diagnosticado clinicamente será avaliado por nós as possíveis conseqüências e/ou seqüelas funcionais que o paciente apresenta, pois a principal proposta da fisioterapia é recuperar função. Não nos cabe prescrever medicamentos, realizar cirurgias ou quaisquer procedimentos invasivos; isso é claro na nossa legislação e essa discussão não cabe nem está na pauta. O que queremos preservar

é a autonomia de prescrever e realizar tratamentos fisioterápicos baseados no diagnóstico funcional e respeitando os limites impostos pela clínica e/ou pela cirurgia. Queremos trabalhar em conjunto, somando à equipe e não limitando o tratamento do paciente se esse projeto vier a ser aprovado também pelo Senado Federal. Porque limitará o tratamento? Com o avanço tecnológico dos métodos diagnósticos, terapêuticos e técnicas cirúrgicas, houve necessidade de se criar sub-especialidades na medicina para que casos específicos pudessem ser melhor tratados e hoje é uma realidade a segmentação dos pacientes de acordo com essas sub-especialidades. Como vai ser possível, dentro do crescimento dos saberes das demais categorias da saúde, o médico ter domínio tão amplo que permita que ele prescreva tratamentos totalmente fora da sua seara? Se esse domínio fosse pleno, não haveria necessidade de cursos de nível superior como fisioterapia, enfermagem, nutrição, psicologia, fonoaudiologia, farmácia; todos seriam auxiliares do médico, senhor absoluto do conhecimento – e isso não é verdade. As outras categorias foram sendo criadas pela necessidade da diversificação, exatamente para que a sociedade fosse melhor atendida. Esse projeto mostra um retrocesso, pois não cabe nos dias atuais esse tipo de reserva de mercado, ferindo a autonomia e a ética de cada categoria que, em momento algum, tem no médico um competidor, mas sim, um forte aliado. Não é admissível esse tipo de tutela, não estamos com a nossa dignidade à venda!. No tocante à fisioterapia, temos, no Brasil, mais de 25 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, além dos novos pacientes gerados pela violência urbana, no trânsito, envelhecimento populacional, doenças cardiovasculares e vasculares, doenças ocupacionais entre outras. Quem vai recuperar essa população? A fisioterapia é uma necessidade nacional e imperiosa. Só queremos trabalhar com dignidade, liberdade e consciência da nossa missão, tão nobre quanto a de cada profissional da área da saúde, seja de que categoria for. Solicito que leiam esses argumentos com carinho e isenção, principalmente porque no meio médico, a grande maioria não aprova esse tipo de tutela. Agradeço antecipadamente a acolhida e espero que esse e-mail, o qual se juntará a milhares de outros possa ser democratizado para que mais senadores possam ter acesso à outra face dessa moeda. Me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos que possam ajudar na decisão imparcial de V.Excias. Fiquem com Deus, a verdade e a justiça. Atenciosamente, Jose da Rocha Cunha


Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br Edivaldo Vieira de Azevedo, conhecido como Dr. Edivaldo Fisioterapeuta, 38 anos, casado, pai de 4 filhos, graduado pela Universidade Castelo Branco em 2000. Pós graduado em PSF e pós graduado em gerontologia, RPGista , representante do Crefito2 em Campos dos Goytacazes, São Fidélis, São Francisco e São João da Barra. (Nucrin 6). Sou idealista e busco a nossa autonomia, valorização e o respeito para com a nossa classe. Logo que recebi o titulo de graduação, iniciei minha caminhada no PSF em campos dos Goytacazes (minha cidade natal), atuando muito com a prevenção. Já em 2005 iniciei um trabalho com a terceira idade no NAVI (núcleo de atenção e valorização ao Idoso), onde estou até hoje atendendo com Fisioterapia, Hidroterapia e com a Dança Sênior (Coreoterapia adaptada ao idoso com fins terapêuticos). O objetivo desta dança é incentivar a prática de exercícios Físicos e mentais, proporcionando melhor qualidade de vida com efeito preventivos e terapêuticos, desenvolvendo as capacidades e aptidões do próprio idoso em favor de seu Bem-Estar pleno.

Como surgiu o interesse pela Fisioterapia? Tudo começou a 16 anos atrás, quando fui fazer uma visita em um hospital aqui em minha cidade e lá, conheci uma criança (Bruno) com paralisia cerebral que iria completar 6 anos e que residia naquele hospital desde um ano de idade sem tratamento e sem perspectiva de vida. Me comovi e quis ajudar aquela criança. Então pedi autorização para leválo para a fisioterapia e um mês após, ainda solteiro quis cuidar desta criança e comecei a levá-la para passar o fim de semana em minha casa e meus pais também pegaram um amor muito grande por ele e passado mais um mês meus pais decidiram adotar o Bruno. Foi através do tratamento do Bruno que conheci e me apaixonei pela fisioterapia. Hoje o Bruno está com 22 anos e apesar de suas limitações ele é um jovem muito feliz por ter uma família que o ama de verdade. Como vê a fisioterapia hoje? Vejo a Fisioterapia como a peça fundamental na prevenção e no tratamento, mas apesar de toda conquista ao longo de todos esses anos e da população ser mais esclarecida em relação a nossa profissão e aos nossos profissionais, encontramos barreiras como a desvalorização e com o desrespeito profissional. Como por exemplo, a lei do ato

médico ( querendo nos amarrar ); o número de vagas em concursos públicos relacionado ao numero de contratados; a falta de condições de trabalho oferecido ao profissional que vem limitando a qualidade de atendimento; O nosso HONORÁRIO atual. Quer maior desvalorização e desrespeito do que este! Existem planos de saúde que estão construindo suas próprias clinicas e estão contratando recém formados para prestar serviços o dia inteiro com um salário de R$ 700,00 mensal e as vezes até mesmo acadêmicos. Estão também fechando o credenciamento com as clinicas não permitindo ao usuário a opção de escolher onde quer se tratar. Isso precisa acabar!!! Como mudar isso? Lançando profissionais nossos na política, pois a bancada de médicos nas câmeras de vereadores, deputados e prefeitos é muito grande e com isso estamos perdendo espaço. O profissional nosso precisa se unir para eleger gente nossa. Ano de eleição, hora de mudar, hora de renovar e de escolher com muito cuidado quem vai governar o nosso país e o nosso estado nos próximos 4 anos. Toda eleição tem sido sempre a mesma coisa. Candidatos sem preparação, sem projetos políticos, aqueles que só querem usar a máquina administrativa em benefício próprio e suspeitos de corrupção. Nós podemos mudar isso através do nosso VOTO!!! Tirar essa máfia que suga os recursos que deveria atender a população.

Para bem Governar, Basta não Roubar Prometeu não Fez, perdeu a vez Temos o poder de tirar e colocar quando for preciso. Errar é humano, desumano é continuar no erro. Temos o poder de tirar e colocar quem a gente quiser. O nosso voto é a nossa chance de mudar e conquistar o respeito e a valorização de nossa profissão e de nossos profissionais. Você que tem o dom de amar e servir ao próximo e que deseja que sua profissão seja valorizada e respeitada filie-se a um partido que tenha o compromisso com a verdade e saia candidato a prefeito e a vereador em sua Cidade em 2012. Vamos conquistar o nosso espaço e ser o porta voz de nossa profissão na conquista dos nossos ideais. NovaFisio.com.br • 9


Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br CONHEÇA O PROJETO INTERAÇÃO Praticar esportes, fazer exercícios físicos, trocar experiências e fazer amizades são aspectos importantes para qualquer pessoa. Mas quando os participantes são cadeirantes, essas simples ações se transformam em momentos especiais. Foi pensando nisso que Paulo Scarpelli, idealizou e atualmente coordena o projeto INTERAÇÃO. Cerca de 10 cadeirantes encontram-se todos os finais de semana no ginásio do CEU (Centro Educacional Unificado) Cidade Dutra e outras duas vezes no meio de semana na UNISA (Universidade de Santo Amaro) para práticas de exercício físico. Mas nada disso aconteceria se não fosse o transporte do serviço ATENDE da prefeitura, dos fisioterapeutas voluntários e nosso amigo Paulo, educador físico da Academia HP Sport, no CEU Dutra, e da equipe de alunos de fisioterapia do professor Wladimir na Unisa.

“Eu já realizava, individualmente, esse tipo de atividade. Pude observar o quanto isso me ajudou e tive a idéia de proporcionar aos meus amigos com as mesmas dificuldades que eu”, declara Paulo. Com o projeto já funcionando o desafio agora passa a ser como mantê-lo. Além da constante

Márcia Martins da ONG Comunidade Cidadã, parceira do projeto, “Estamos buscando novos apoios não só para manter o projeto mas também expandi-lo. Todos aqueles que quiserem contribuir de alguma forma são mais que bem vindos a este mutirão de solidariedade.” Todos aqueles que quiserem apoiar esta bela iniciativa podem entrar no site da comunidade cidadã (www. comunidadecidada.org.br) e contribuir com recursos ou como voluntário. Mais informações sobre o projeto no blog http://grupo-interacao. blogspot.com.

busca para aumentar o quadro de voluntários, diversos materiais específicos de exercício físico e fisioterapia, alimentação e transporte aparecem como as principais dificuldades. Segundo

Frases|Mande a sua frase: revista@novafisio.com.br “professor, meu negócio é estética, eu gosto de bundinha com celulite” ou “o meu estágio é muito legal, a gente não precisa pensar em nada, já vem tudo pronto” [Duas estagiárias de Fisioterapia]

“o verdadeiro líder é aquele que forma líderes” [Dr. Wiron Correia - Presidente da Sociedade Brasileira de Fisioterapia]

“Não seja arrogante com os humildes, nem humilde com os arrogantes” [Eduardo Fraga - D&D Pilates]

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|Pubalgia, futebol, biomecânica A pubalgia nos jogadores de futebol Por|Rafael Gustavo Simon - Fisioterapeuta da Força Aérea Brasileira Artigo

RESUMO pubalgia é um termo que significa dor na região do púbis, que pode ser na inserção da musculatura .abdominal e adutora, na articulação ou componentes articulares da sínfise púbica. É uma patologia que requer certo tempo de repouso que muitas vezes com atletas não é possível, por isso o trabalho preventivo pode ser de grande ajuda. Este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica, que apresenta a biomecânica da cintura pélvica e as sobrecargas imposta a sínfise púbica durante algumas atividades, apresenta também as etiologias possíveis para o aparecimento da pubalgia. Após a conclusão do artigo, o leitor será capaz de entender porque os jogadores de futebol são muito suscetíveis a pubalgia.

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INTRODUÇÃO Os profissionais que trabalham na área desportiva sabem da incapacidade temporária provocada por uma pubalgia e que a recuperação desta patologia não ocorre de forma rápida, mas sim de maneira prolongada, fazendo com que o atleta permaneça afastado dos treinamentos e jogos. A pubalgia é a expressão de sintomas localizados ao nível de púbis, podendo apresentar irradiações para os músculos adutores, para os abdominais e para as arcadas crurais Estas irradiações não são constantes, dependendo da gravidade da pubalgia e pode traduzir-se por uma dor ao bater na bola, ao recebe-la, nos movimentos de extensão (saltos). Isoladas ou associadas, podem ser agravadas por repercussões viscerais: bexiga, intestino, estômago BUSQUET (1985).BUSQUET (1985). AYALA, BUSSOLARO e PEDRONI A sínfise púbica é uma região submetida a trações musculares com direções diferentes, e sofre deslocamentos de cima para baixo, quando os músculos adutores são solicitados e de baixo para cima quando os músculos abdominais são solicitados. BUSQUET (1985). Esse deslocamento é muito pequeno e se produz no apoio monopodal durante a marcha. DIAZ (2000). Ocorre que o apoio monopodal a cada passo durante a marcha transmite forças reacionais ao solo, elevando a articulação coxo-femoral do lado do apoio, enquanto que no outro lado o peso do membro em sustentação tende a fazer baixar a coxo-femoral, gerando então a nível da sínfise púbica uma força 12 • NovaFisio.com.br

de cisalhamento. KAPANDJI (1980). Fig. 1 – Forças de Cisalhamento sobre a sínfise púbica no apoio monopodal (direito e esquerdo)

Além dessa força de cisalhamento a sínfise púbica está sujeita a movimentos de compressão e tração que ocorre devido ao movimento oscilatório de rotação anterior e posterior do osso ilíaco (DIAZ, 2000), juntamente com os movimentos de nutação, consiste em uma rotação do sacro de forma que o promontório se desloque para baixo e para frente e também uma aproximação das asas ilíacas e um afastamento das tuberosidades isquiáticas, e contra-nutação da articulação sacroilíaca que consiste na rotação do sacro de modo que o promontório se desloque para cima e para trás e além disso ocorre um afastamento das asas ilíacas, uma aproximação das tuberosidades isquiáticas. KAPANDJI (1980). Fig. 2 – Movimentos de Nutação e Contranutação e seu efeito sobre a sínfise púbica

Esses movimentos são fisiológicos, mas que porém durante a corrida, saltos e chutes ocorre na sínfise púbica movimentos para cima, para baixo e uma rotação leve que pode levar a microtrauma. HOWE apud MELLION (1997). Durante a corrida as forças transmitidas por meio da articulação do quadril podem atingir até cinco vezes o peso do corpo na fase de apoio e em até três vezes o peso do corpo na fase de oscilação. CANAVAN

(2001). Os jogadores de futebol do meio campo chegam a correr em média por partida de 6 a 8 Km. PECK apud MELLION (1997). Nos jogadores de futebol a pubalgia pode ocorrer de duas formas, que pode ser a maneira traumática ou crônica. Na instalação traumática a pubalgia pode ocorrer quando o jogador salta e cai sobre os membros inferiores gerando forças reacionais do solo desiguais, podendo gerar uma elevação maior de um ramo púbico e fazendo um estiramento dos ligamentos púbicos. Pode também ocorrer quando um jogador realiza o movimento de chute e é bloqueado por um adversário ou quando na tentativa de alcançar uma bola faz uma abdução excessiva do quadril, e com esses movimentos gera uma tensão excessiva da musculatura adutora, podendo sofrer estiramentos. BUSQUET (1985). Fig. 3 – Queda sobre os pés gerando forças reacionais desiguais e movimentos que geram tensão excessiva na musculatura adutora

A pubalgia crônica ou insidiosa é decorrente de um excesso de uso da musculatura abdominal e adutora, e muitas vezes ela ocorre devido a um esquema funcional alterado, que pode ser diagnosticado com uma análise das cadeias musculares. BUSQUET (1985) Os jogadores de futebol trabalham muito em semi-flexão de joelho, e a articulação do joelho quando em semiflexão apresenta uma estabilidade menor do que em extensão, e esta diminuição na estabilidade do joelho é compensada por uma participação ativa dos músculos ísquiotibiais, com isso, os jogadores tendem a desenvolver músculos ísquio-tibiais fortes e encurtados. BUSQUET (1985) E quando esta musculatura se apresenta muito encurtada, pode apresentar compensações tanto estáticas com dinâmicas. Uma da compensações estáticas que a retração dos ísquio-tibiais pode apresentar encontra-se a nível do corpo do osso ilíaco, que devido a sua inserção na tuberosidade isquiática faz com que essa


mesma se desloque para baixo e provoque uma rotação posterior do osso ilíaco, levando a uma elevação do ramo púbico e conseqüente estiramento dos músculos adutores homolaterais, o que deixa estes músculos mais susceptíveis a lesões. BUSQUET (1985 Fig. 4 – Compensação estática do encurtamento de ísquio-tibiais

Em uma fisiologia normal do quadril, na flexão do quadril o fêmur descreve o arco de um círculo, KAPANDJI (1980) porém para uma boa fisiologia do quadril é necessária uma boa fisiologia dos músculos ísquiotibiais, pois quanto mais flexível a cadeia posterior, mais livre é o movimento do quadril. BUSQUET (1985) Para a ilustrar as compensações dinâmicas pode ser utilizado o movimento do chute. >> A primeira compensação que pode ser vista é um limite no ângulo do chute devido ao encurtamento dos músculos ísquio-tibiais; >> A segunda compensação que ocorre é uma flexão do joelho na tentativa de preservar os músculos posteriores; >> A terceira compensação ocorre quando um jogador tem que dar um chute em uma bola relativamente alta e com o joelho esticado, e com o joelho esticado a flexão do quadril está limitada, utilizando então neste caso uma flexão do joelho de apoio, para que a báscula da bacia permita a elevação que falta. Porém o mais importante nesta terceira compensação é a participação dos abdominais que ajudam na elevação dos ramos púbicos, percebendose assim uma participação muscular muito importante. BUSQUET (1985) Fig. 5 – Compensações dinâmicas

Nos jogadores de futebol, a musculatura abdominal já é solicitada em vários movimentos como no cabeceio (CARNAVAL), tem uma grande participação no movimento do chute (CARNAVAL, 2000), nos dribles e no simples fato da corrida. Se além dessa solicitação normalmente empregada a essa musculatura, for adicionado um encurtamento da musculatura ísquiotibial, sua participação se torna excessiva na tentativa de elevar o ramo púbico da perna do chute, permitindo assim uma maior amplitude no movimento de flexão do quadril (BUSQUET, 1985). Para que a musculatura abdominal consiga elevar o ramo púbico é necessário que ocorra a sua contração, porém para que isso ocorra suas inserções proximais devem estar fixas, e na tentativa de bloquear a cintura escapular, ocorre a contração dos esterno-cleido-mastoideos, trapézios, peitorais e feixes musculares dos membros superiores. (BUSQUET, 1985). Na perna de impulso acontece uma forte contração do quadríceps e adutores, que impede a elevação do ramo púbico apesar da contração do reto abdominal, que faz baixar a caixa torácica e ombro homolaterais, percebe-se a sobrecarga que os abdominais impõem ao púbis. Os músculos oblíquos participam da torção do tronco no momento do chute, juntamente com os músculos (chamados de feixe cruzado): ílio-psoas, oblíquos internos do lado do chute, oblíquo externo, serrátil do lado oposto (BUSQUET, 1985). O resultado desta situação é a aproximação da extremidade superior do lado oposto à perna do chute, e na extremidade inferior provoca o movimento de nutação do ilíaco, o que leva a uma compressão superior do núcleo fibroso da sínfise púbica, adicionando-se ao desgaste vertical. Por isso é fácil de se compreender que o núcleo fibroso se deteriore rapidamente, ao ponto de já não permitir a menor mobilidade sem que apareçam dores intensas. A amplitude de flexão do quadril se torna ainda mais limitada, pelo excesso de uso dos ísquiotibiais, e por isso o jogador precisa manter uma certa amplitude do chute, para conservar sua força. Se a flexão é insuficiente, ele vai procurar compensala com uma adução e rotação ao final do chute (BUSQUET, 1985).

Fig. 6 – Fixação das inserções proximais dos abdominais e elevação do ramo púbico, forças que atuam sobre o púbis no movimento do chute. A pubalgia pode decorrer também de disfunções das articulações sacro-ilíacas, que levam a alterações posicionais de um ilíaco em relação ao outro, essas alterações posicionais causam estresse na sínfise púbica levando os ramos púbicos a um posicionamento inadequado em superioridade ou inferioridade (ANDREWS, 1998). Percebendo-se assim um uso excessivo da musculatura abdominal e adutora, o que pode provocar susceptibilidade destes músculos a contraturas, distensões, tendinites, entre outras patologias e a um desgaste a nível dos ramos púbicos. DUSCUSSÃO O púbis é uma região sujeita a grandes forças de tração e cisalhamento. A ação dessas forças em torno da sínfise tornam-se aumentadas quando são realizados alguns movimentos ou exercícios, e com um aumento da sobrecarga sobre a articulação da sínfise púbica, pode ocorrer o desgaste do disco intrapúbico. Esse desgaste pode ser apresentado nos jogadores de futebol, devido ao excesso de chutes, saltos e corrida. As lesões da musculatura que se insere nesta região podem ocorrer por excesso de uso, por traumas e por desequilíbrios musculares e também são geralmente encontrados em jogadores de futebol. Estes jogadores, que possuem fatores predisponentes como apresentado anteriormente, se fossem orientados e seguissem um bom programa de alongamento muscular, dando ênfase a musculatura ísquio-tibial, com certeza poderiam ter o número de lesões a nível de púbis reduzidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o término desta pesquisa é possível compreender as maneiras de instalação desta patologia e assim trabalhar para sua prevenção e desenvolver um tratamento adequado. Pode-se então concluir que é de fundamental importância, para entender a instalação da pubalgia, o conhecimento da anatomia, biomecânica e cinesiologia para qualquer fisioterapeuta ou profissional que deseje trabalhar com a área desportiva ou ortopédica. REFERÊNCIAS As referências bibliográficas deste artigo estão disponíveis em nosso site. www.novafisio.com.br NovaFisio.com.br • 13


Entrevista da capa

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Petkovic

á treze anos, um sérvio de Majdanpek, desembarcou no Brasil para jogar pelo Vitória da Bahia por duas temporadas. Sua técnica refinada e o futebol vistoso o levaram à conquista de dois títulos estaduais pelo clube baiano. Após uma breve passagem pela Itália, Dejan Petkovic retornou ao Brasil para brindar os cariocas com seu futebol técnico e se consagrou. É chamado carinhosamente por alguns de “o gringo mais brasileiro”. Entre os títulos conquistados se destacam: dois estaduais (2000 e 2001) e o Hexa Brasileiro de 2009 pelo Flamengo e o carioca de 2003 pelo Vasco. No currículo, o meia Pet acumula passagens pelo Fluminense, Goiás, Real Madrid, Santos, onde vestiu a camisa 10 de Pelé, e Atlético Mineiro. O reconhecimento da torcida e da crítica desportiva veio com a homenagem recebida em 20 de novembro do ano passado, quando o sérvio colocou os pés no Hall da Fama do Maracanã. “Foi um dos dias mais importantes da minha vida”, emocionou-se. NovaFisio conversou com o craque que revelou seu projeto de vida quando pendurar as chuteiras e, é claro, sobre suas contusões e fisioterapia.

De inimigos a aliados na recuperação e desenvolvimento dos pacientes.

Petkovic

NovaFisio: A paixão pelo futebol veio de família? Petkovic - Sim. Meu pai e meu irmão jogaram futebol. E muito bem. Quando tinha 14 meses ganhei de presente uma bola de futebol, e antes mesmo de engatinhar, ia atrás da bola. Verdade que a não-interrupção dos estudos foi uma exigência dos pais para você poder jogar bola, por isso a opção pelo curso de enfermagem? Acontece que na Sérvia, é normal priorizar os estudos. Os pais pensam no estudo primeiro, na incerteza de que o filho poderá vencer como jogador. Disputar uma Copa do Mundo é um sonho não realizado? Não era um sonho, mas pode se considerar uma meta não realizada. Quem são seus ídolos no esporte? Zico e Platini. Você tem uma carreira vitoriosa no futebol, mas é reconhecidamente curta para jogador. Qual seu principal projeto para o futuro fora dos campos? Ele ainda não está 100% traçado. Mas pretendo continuar trabalhando no futebol e no esporte em geral. Quais são seus negócios fora do futebol? No Brasil, tenho uma pizzaria, PIZZA 10, que fica no Condomínio Mandala e uma empresa de Marketing e Eventos, que ficam na Barra da Tijuca; o IDH (Instituto de Desenvolvimento Humano), que fica em Juiz de Fora e uma academia - CORPORE na Sérvia. Como surgiu a gastronomia na sua vida? É um negócio ou um hobby? 14 • NovaFisio.com.br

MARCAS DE PETKOVIC Nome: Dejan Petkovic Nascimento: 10 de Setembro de 1972 Local: Majdanpek, Sérvia Apelidos: PET (no Brasil) e RAMBO (na Sérvia) Posição: meio-campo * No dia 20 de novembro de 2009, Petkovic recebeu uma homenagem. Deixou sua marca no HALL DA FAMA do MARACANÃ. * No último Campeonato Brasi leiro, também em 2009, ao marcar um gol contra o Náutico, em Recife, alcançou a marca de jogador estrangeiro com o maior número de gols em Campeonatos Brasileiros, são 78 no total. * Desde 1997 no Brasil, tornou-se ídolo nos clubes onde jogou, com destaque no Vitória da Bahia, onde, após votação, foi consagrado como o Craque do Século na História do Clube. * Pelo Vasco da Gama, conquistou o Campeonato Carioca de 2003. Ao voltar para o clube, em abril de 2004,


Por

| Eduardo Tavares

Foto

| Divulgação

Hoje é um negócio, mas surgiu apenas como um hobby. Você lançará um Portal? O que você pretende com isso? Estaremos relançando o meu site, todo reformulado, com link para um Blog e Twitter, o mesmo endereço: www. petkovic10.com. Como novidade, terá uma área com venda de produtos, toda uma linha Petkovic. Há mais de 10 anos vivendo no Brasil, chamado por muitos “como o gringo mais brasileiro”, tendo recebido inclusive título de benemérito e cidadão do Estado do Rio de Janeiro, você já pensou em se naturalizar brasileiro junto com sua família? Sim, pensei e quero, mas a burocracia brasileira nestes casos é muito grande. O que não tem no Brasil que você traria da Sérvia? Muitas coisas. Apesar de muitas semelhanças entre os dois países, também existem muitas diferenças. Qual o segredo da sua boa forma física? Vivendo uma vida regrada. Acha que a maturidade e a família contribuem para uma carreira mais duradoura no esporte? Sim. A família ajuda a evitar os eventuais desvios do caminho. Além do futebol, você tem alguma outra paixão como esporte? Gosto de todos os esportes. Mas, a preferência depois do futebol é pelo basquete. Um jogador técnico como você é o alvo predileto dos chamados cabeças de bagre, até incentivados por treinadores adversários. Você se revolta com isso? Absolutamente não. Graças a Deus consigo lidar bem com essas eventuais situações. ganhou o PRÊMIO BOLA DE PRATA, como melhor jogador meio campo do Campeonato Brasileiro. * No Fluminense, recebeu uma placa no Estádio das Laranjeiras, ao marcar o GOL 1.000 em Campeonatos Brasileiros. * Também no Fluminense, ganhou o seu segundo PRÊMIO BOLA DE PRATA, na categoria melhor jogador meiocampo na temporada 2005 do Campeonato Brasileiro. * No Flamengo, marcou o GOL HISTÓRICO do TRI CAMPEONATO em 2001, no MARACANÃ. Nenhum torcedor rubro negro esquece o gol marcado aos 43 minutos do segundo tempo, que deu o título ao Flamengo, contra seu maior rival o Vasco da Gama. * Em agosto de 2007, transferiu-se para o SANTOS, onde disputou o Campeonato Brasileiro, vestindo a lendária CAMISA 10 de PELÉ. *Outra marca foi a conquista do primeiro título inédito de HEXA CAMPEÃO BRASILEIRO pelo Flamengo em 2009. *Especialista em cobranças de faltas e escanteios, Petkovic é recordista mundial em GOLS OLÍMPICOS, foram 8 no total, nessa categoria.

Com relação aos tratamentos utilizados para recuperação de atletas e a qualidade dos profissionais de fisioterapia no Brasil, como você vê o nível aqui no país comparado com os profissionais e métodos usados na Europa? A fisioterapia no Brasil está bem avançada e respeitada. Tem bons profissionais que conseguem acelerar a recuperação dos atletas. Através de experiência própria, só tenho a dizer que os tratamentos aqui estão entre os melhores que eu conheci. Alguma vez teve uma lesão que achou que poderia encerrar sua carreira de jogador? Qual foi a lesão? Não. Nenhuma a ponto de pensar em encerrar minha carreira. A pior que tive, foi quando fraturei o 5º metatarso do pé direito. As demais foram musculares, sempre tratadas com sucesso. Você costuma seguir os tratamentos de fisioterapia à risca ou não tem paciência? Desde que aprendi um pouco sobre os tratamentos, se estou convencido da necessidade de fazê-los, sigo sempre.

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Coluna do Prof. Luis Guilherme - Leia todas as outras no site.

“E a cola, não vai acabar nunca?!

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alha-me DEUS e Nossa Senhora, esse pessoal não leva a vida acadêmica à sério mesmo. Há alguns anos escrevi uma crônica sobre a cola, que foi usada por muitos colegas em sala de aula. Foi motivo para alguns debates, que me chegaram por mensagem, sobre a questão da formação profissional etc, etc. Pois é, mas tanto tempo se passou e nada mudou, logo concluo que nada vai mudar. É uma verdadeira guerra entre professores querendo evitar a cola e os alunos buscando burlar a determinação! Parece brincadeira ver alunos com certa idade, profissionais no seu segundo curso universitário, parecendo crianças desesperadas para pegar o doce oferecido! Seria engraçado se não fosse trágico! Minha reflexão passa pelo compromisso ético dessas pessoas com a profissão, com seus pacientes, filhos e todos que os rodeiam. Como dizer às minhas quatro filhas que sou um fisioterapeuta conceituado na minha comunidade, mas que passei a maior parte da faculdade colando?! É claro que tem gente que dá cola, o que parece menos grave, mas no final das contas só contribuem com o processo. Equivalem aos usuários de drogas que alegam nada terem a ver com o tráfico, mas se pensarmos que o mercado é alimentado somente pelos usuários... Retomo aqui, ainda a velha classificação que fiz da cola em dois tipos básicos: a patológica e a fisiológica. A patológica ocorre quando o aluno(a) que nada estudou, nada sabe – e nem quer saber – decide fazer a prova e passar a qualquer custo. Então, senta atrás de um(a) colega, as vezes aquele(a) é considerado(a) o(a) melhor da turma, mas no fundo serve qualquer um(a) e fica cutucando, chamando, pedindo ajuda, ou seja, atrapalhando o(a) colega. Ou ainda, prepara aqueles “verdadeiros tratados”, com letras ínfimas e fazem verdadeiros malabarismos para conseguir acessar esses papéis, ou mesmo copiam toda a matéria nas carteiras etc. A fisiológica é quase uma troca de informações entre pessoas preparadas, por exemplo: se você vem estudando sempre com um(a) colega, mantendo a matéria em dia, chega no dia da prova você vai ficar do lado de quem? Ao terminar sua prova, você simplesmente entrega sua prova e vai embora, ou espera um pouco para saber como o(a) colega está indo? Quantas vezes troca algum tipo de informação, seja falando baixo, sinalizando de algum modo um erro percebido? E você supõe que o professor não percebeu? São nesses momentos que surgem os pigarros, os “shhiiiis” do professor, ou mesmo aquele aviso – olha para sua prova! Os profissionais quase sempre mantêm contato com seus colegas de profissão, trocando idéias e tudo o mais, ou mesmo consultando livros e revistas – isso significa colar, então?! Mas o que vale afinal, o que é lícito e o que é ilícito? Como o nosso objetivo não é definir ou normatizar nada ficam os seguintes questionamentos: deve um candidato a profissional recorrer a meios pouco éticos para garantir aprovação em alguma disciplina? Ou ainda, se um candidato a profissional já tem atitudes anti-éticas, será este um bom profissional no futuro? Há que se pensar a respeito. Cabe dizer aqui, que o mercado seleciona e, inclusive, é muito comum encontrarmos ex-colegas, conhecedores do passado acadêmico de outros(as) colegas evitando trabalhar com aqueles(as) que pouco se esforçavam na Universidade. Todo mundo pode mudar, é verdade, mas você já ouviu falar que “a primeira impressão é a que fica”? E a vida vai passando, as coisas vão acontecendo e vamos recebendo “inputs” importantes provenientes de paradigmas diversos, tais como: “os últimos serão os primeiros!” “gato escaldado tem medo de água fria”, “pancada de amor não dói”, entre tantos, visto que – aspectos religiosos à parte – os últimos serão sempre desclassificados, gato escaldado morre e pancada, mesmo dada com amor, deixa vários hematomas e dá cadeia. Entretanto, podemos afirmar que os bons profissionais sempre serão respeitados, lembrados e convidados ao trabalho. Mas para ser bom tem de estudar, buscar entender, crescer no saber e aplicar no fazer. Ser bom profissional começa com a ética, com o respeito a si mesmo e, em seguida, aos colegas e professores. Essa gente que vai para as faculdades brincar de estudar ficam criando óbices diversos no mercado porque nada sabem, não se garantem profissionalmente e aceitam qualquer coisa, se vendem “à preço de banana” e a coisa toda enlouquece, como temos vistos atualmente. Não quer estudar, vai “encher o saco de outro”, vai para a praia, mas deixa quem quer estudar e aprender. Uma profissão como a nossa e todas as outras da área da saúde, que dependem de tomadas de decisão rápidas do profissional não podem ficar reféns desses irresponsáveis. E você que anda dando colinhas por aí, se achando o gostosão porque é fornecedor, saiba que estás dando um tiro no pé, porque amanhã esse besta que você ajudou a formar ainda vai roubar seu emprego!!!

“A necessidade ensina a lebre a correr.”.

Provérbio gaúcho

Prof. Luís Guilherme Barbosa (ABERGO e ABRAFIT) Fisioterapeuta do Trabalho, Ergonomista, Professor Universitário, Diretor da GESTO-Ergonomia e Saúde no Trabalho Ltda. 16 • NovaFisio.com.br

ATENÇÃO: Se sua região precisa de capacitação em Ergonomia, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Ambulatorial na Empresa e Empreendedorismo, fale com a GESTO Soluções em Fisioterapia e Ergonomia (gesto@globo.com; luisbarbosa@globo.com; WWW.gestosolucoes.com.br). Mande seu e-mail. Contribua: críticas, discussões, opiniões e até elogios são bem vindos.


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Colunas | Coluna do Dr. Geraldo Barbosa - Leia todas as outras no site. Herdeiros de Esculápio – Parte III

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sclépio, como todos os deuses gregos tem um nome latino correspondente, no seu caso é Esculápio (notem a sutileza da assimilação). Isso decorre da conquista da Grécia pelas legiões romanas no século II a.C. e da difusão da cultura grega para outras regiões pelos mitógrafos latinos. Nesse contexto, Esculápio já reconhecido como um deus de grande prestígio era cultuado em mais de trezentos templos, destacando-se como principal o situado em Epidauro cidade em que nasceu, aos pés do monte Mirtião. Epidauro era uma pequena cidade no nomo de Argólida, península do Peloponeso, onde após a morte de seu ilustre habitante, promoviam-se regularmente as Asclepéias, festividades nas quais se incluíam disputas atléticas, musicais e um concurso de rapsodos. De um desses concursos nos chega, conforme Platão, o encontro do rapsodo Íon com o filósofo Sócrates pelas ruas de Atenas onde travam um diálogo: -

Sócrates: Salve, Íon! Você chega agora à nossa cidade vindo de onde? De sua casa em Éfeso? Íon: De jeito nenhum, Sócrates, mas de Epidauro, das Asclepéias! Sócrates: Ora essa, os epidauros também promovem para o deus um concurso de rapsodos? Íon: Com certeza, e do resto da arte das Musas! [...].

Foi Sófocles, o mais clássico dos tragediógrafos gregos e ativo participante da vida religiosa, o responsável pela ampliação da influência de Asclépio (Esculápio) em Atenas, quando por sua iniciativa, introduziu-se o culto ao deus naquela cidade, edificando-lhe um templo. Os templos onde cultuava-se o deus, denominados Asclépia, eram verdadeiras clínicas de Fisioterapia, funcionando sob a orientação de sacerdotes, vestidos de alvas túnicas - que correspondem, hoje, aos prosaicos jalecos brancos - para a prática de exercícios físicos e métodos naturais, sendo constante o uso das águas das proximidades com fins terapêuticos.. Daí a origem dos exercícios aquáticos, da hidroterapia. O tratamento por meio da água em aplicações externas. Uma peculiaridade deve ser observada: a quantidade de milagres operados no templo de Epidauro era bem maior que nos de outras cidades e aldeias, como acontecia com alguns deuses que obtinham do povo maior devoção para determinados templos e estátuas; sobretudo se considerarmos que Epidauro era, como já foi dito, uma pequena cidade aos pés de um monte e que Esculápio pertencia na classificação romana das divindades, obviamente assimilada de cultura grega, a categoria dos deuses minorum gentium, juntamente com Baco e Hércules. A categoria Dii majorum gentium era ocupada por doze grandes deuses, tendo Júpiter, nome latino de Zeus, como a maior divindade do Olimpo. Nascer e ser abandonado ao relento, salvando-se por milagre, e pertencer ao segundo escalão dos deuses na hierarquia olímpica, não abalou em nada o prestígio do deus. A profecia de Ocírroe concretizou-se, porque era verdadeira. Ele alcançou a glória. Voltando a Platão, observemos que cita Heródico de Megara, um Asclepíade, como pioneiro ao combinar cientificamente os exercícios físicos com a dieta. A mitologia descreve um Asclepíade como membro de uma família de médicos gregos que pretendia descender de Asclépio. Na verdade, o deus teve com Epíone dois filhos que se fizeram médicos: Podalírio e Macáon, cuja participação na guerra de Tróia comandando trinta navios e um contingente de tessálos foi importante; porém a habilidade que possuíam na medicina tornou-se tão útil aos combatentes daquela guerra que foram dispensados do serviço militar. Cabendo-lhes somente exercer a medicina. Também um Asclepíade, Hipócrates tornou-se o mais célebre membro dessa família. (continua na próxima edição).

Dr. Geraldo Barbosa E-mail: geraldobarbosa43@yahoo.com.br Blog14-F http://geraldobarbosa43.blogspot.com Adquira o livro Herdeiros de Esculápio – História e organização profissional da Fisioterapia, na livraria Saraiva Mega Store do Shopping Center Recife pelo Tel: (81) 3464-9393 Fax (81) 3464-9399 ou pelo e-mail. 18 • NovaFisio.com.br


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Colunas | Coluna do Dr. André Luiz de Mendonça - Leia todas as outras no site. Preparativos

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ochila cheia e passaporte na mão? É hora de se preucupar com as partes práticas da viagem. Fazer o que e aonde? Uma viagem acadêmica (tipo para pós, mestrado ou doutorado) ou um passeio cultural? Um intercambio para curtir ou para melhorar o inglês? Ou mesmo todas as modalidades juntas. Por que não? Primeiramente é necessário escolher o destino e o propósito da viagem. E seja lá onde for, salvo raras exceções, para estadia superior a 90 dias você precisará de um visto. Este poderá ser solicitado num Consulado ou Embaixada do país de destino e para isto além do passaporte válido você precisará de um comprovante de matrícula (para um visto de estudos), um comprovante de renda, que pode ser um contra-cheques dos últimos meses, um extrato bancário, ou mesmo os contra-cheques dos pais caso você ainda não trabalhe, neste caso será pedido provavelmente em anexo uma declaração dos seus pais ou responsáveis explicitando que eles irão arcar com suas despesas no destino. É possível que seja solicitado também um comprovativo de antecedentes criminais. A desconfiança é normal. Pense na seguinte situação: se um desconhecido fosse pedir para viver em sua casa de certeza você iria querer saber sua procedência não é mesmo? No demais o resto dos documentos é difícil especificar pois isto varia de embaixada para embaixada ou mesmo de pessoa para pessoa, é bem capaz de eu ir a um consulado e receber uma lista de exigências, e você ir ao mesmo consulado e sair com outra. Mas não se assuste! Em geral existe uma lista pré-escrita e um pedido feito com planejamento e antecedência costuma não causar problemas. O passo seguinte é garantir a sua subsistência no local escolhido, moradia, alimentação, transporte etc… e nesta hora vale procurar ajuda de toda as formas. Aquela poupança de infância, uma ajuda dos pais, ou mesmo um “chá de dólares“ com os amigos, tudo é válido para angariar fundos para o grande sonho. Porém se isto não for suficiente, um pedido de financiamento junto a CAPES do Brasil, ou junto ao ALBAN para quem gosta da Europa, ou ao FULLBRIGHT para quem é louco pela América do norte, se tornarão uma solução viável pois arcam com 100% ou quase toda totalidade das despesas. Mas lembre-se que seja qual for o programa de financiamento acadêmico, o processo de seleção é longo e uma das cláusulas principais do contrato é o retorno imediato ao Brasil após o curso. Por isso pense bem nos prós e contras. É bem comum ouvir histórias de relacionamentos amorosos com estrangeiro(a) arruinados ou mesmo daquela proposta de trabalho da “China“ que teve que ser posta de lado por que chegou a hora de voltar. Tudo resolvido? E hora de se despedir dos amigos e da família e por o “Pé na estrada“ Encha sua mala com coragem e bom humor além dos objetos pessoais, traga um largo sorriso um pouco de dinheiro e descubra o que este mundo tem a oferecer: Novas línguas, novas músicas e danças, novas culturas, comidas, novos estilos de vida, pessoas maravilhosas… tudo isso além é claro daquela pós que no futuro pode fazer toda a diferença no seu currículo.

Dr. André Luiz Relvas de Mendonça Dr. André Luiz Relvas de Mendonça - Fisioterapeuta Mestrando em Motricidade Humana pela Universidade de Porto Reside atualmente na cidade Alemã de Mainz contato:andremendonca@hotmail.de 20 • NovaFisio.com.br


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Fernandes Fisioterapia - Leia todas as outras no site.

Quem é o Cliente do Fisioterapeuta?

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ueridos leitores Fiquei muito feliz em receber o convite do nosso querido amigo OSTON, Editor Chefe da Revista para montar esta coluna.

Me lembro das boas conversas que sempre tivemos e em algumas delas percebemos que, embora não atuássemos como Fisioterapeutas, temos em comum o respeito e o agradecimento à profissão por tudo que conquistamos em nossa trajetória profissional, especialmente o reconhecimento do público que atendemos. Certamente fazendo da informação nossa principal missão, foi possível contribuir para o crescimento da profissão Fisioterapia e aumento de sua visibilidade na área de saúde. Esta coluna tem o objetivo de compartilhar com vocês alguns conceitos do Marketing de Relacionamento e sua real utilidade. Vou procurar ir direto ao assunto com propostas possíveis de serem implementadas afinal, você leitor, escolheu a área de saúde e não de mercado. Deixa comigo e vamos em frente nessa caminhada! Começo propondo uma reflexão: Quem é o Cliente do Fisioterapeuta? Creio que podemos listá-los em 03 grupos 1º - Pessoas que estão com alguma limitação física por dor ou pela idade geralmente chegam até a Fisioterapia pelo caminho de um diagnóstico médico. Neste caso, penso que devemos atuar com programas que tragam soluções rápidas e objetivas para o problema relatado pelo Cliente pois, todos nós queremos voltar à ativa o mais rápido possível. Você precisa ser criativo, propor pequenos desafios ao seu cliente e mostrar-lhe que ele está evoluindo bem, quando ficar bom ou se sentir melhor sugira que dê esse retorno ao médico ou profissional que o encaminhou ao tratamento. A partir daí poderá ocorrer um novo encaminhamento para uma nova seqüência de terapias. 2º Pessoas que estão bem e querem ficar melhor; aí a coisa muda um pouco pois, as palavras “bem estar e qualidade de Vida” certamente traduzem bem o que esse Cliente quer. Ele é mais exigente, mais informado e com certeza irá se direcionar para o atendimento particular. Você tem ótimas “ferramentas” para atender a expectativa dele e a maioria delas está direcionada as terapias manuais e outras como: RPG, Osteopatia, Pilates, Acupuntura e demais. Isso quer dizer : “um pra um” e o teu conhecimento técnico precisará ser percebido já a partir da avaliação que deverá criar expectativa alem de motivar seu cliente. É também nesta área que se encaixa a especialidade Dermato-Funcional pois todos nós queremos ficar mais bonitos e atraentes e a questão Auto-Estima precisa ser bem explorada. Não podemos nos esquecer do nosso 3º Cliente: os indicadores ou formadores de opinião e aí podemos listar algumas especialidades médicas como: Cardiologistas, Geriatras, Ortopedistas, Neurologistas e Cirurgiões plásticos. Para isso será preciso criar um bom “networking” que será o tema de nosso próximo encontro na edição de Junho da Revista, ou seja: Como faço para criar um bom relacionamento com os Médicos? Até breve ! Em breve confiram este e outros artigos a respeito no blog do Fernandes http://www.fisioterapiafernandes.com.br/blogdofernandes/

Dr. Fernandes Fisioterapia E-mail: marketing@fernandesfisio.com.br

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|Aspiração traqueal, soro fisiológico, efeitos fisiológicos. Efeitos fisiológicos da solução

Revisão de literatura

de cloreto de sódio isotônico (Soro Fisiológico) no procedimento de aspiração traqueal Por

|Adriana Yumi Matsumoto, Graciane Bertequini Leão, Fabio Yudi Horikawa

O

procedimento de aspiração traqueal visa melhorar a depuração das secreções pulmonares, diminuindo a obstrução das vias aéreas e melhorando a ventilação pulmonar. A instilação de solução de cloreto de sódio isotônico (soro fisiológico), durante o procedimento de aspiração traqueal, tem sido uma prática clínica difundida há anos, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva, tendo como propósito fluidificar as secreções pulmonares, lubrificar o cateter de sucção e estimular a tosse, porém a evidência de sua eficácia ainda não está claramente estabelecida. Esta revisão de literatura visa discutir os efeitos fisiológicos da utilização do soro fisiológico no procedimento de aspiração traqueal. De acordo com os estudos, a instilação do soro fisiológico durante a aspiração traqueal causa uma diminuição nos níveis dos gases arteriais sanguíneos, queda na saturação de oxigênio, e aumento do risco de infecções pelo deslocamento de bactérias para as vias aéreas inferiores. Portanto, atualmente, a utilização do soro fisiológico durante procedimento de aspiração traqueal pode não ser benéfica, causando efeitos deletérios ao paciente e devendo ser evitada como rotina clínica.

de oxigenação arterial, melhorando a ventilação pulmonar [1,2]. O procedimento da aspiração traqueal é realizado mediante a utilização de uma sonda conectada a um gerador de pressão negativa, devendo ser aplicada em pacientes com tosse produtiva e ineficaz, ou naqueles que fazem uso de via aérea artificial [3]. Deve-se introduzir o cateter de sucção de maneira lenta e suave, através do tubo endotraqueal ou da traqueostomia, da narina e da cavidade oral respectivamente, preferencialmente sem aspirar, até que o reflexo da tosse seja provocado ou uma firme resistência seja encontrada. Porém, a aspiração traqueal através da boca deve ser evitada, pois pode causar espasmo [2,4,5].

Introdução

introduzir e retirar várias vezes a sonda, quando esta estiver em contato com o tecido traqueal, facilita a erosão deste

Os pacientes com presença de distúrbios respiratórios ou outras alterações, como a perda de consciência, que possam comprometer a função respiratória, frequentemente necessitam de auxílio para a mobilização e retirada de secreções pulmonares. A quantidade aumentada, a viscosidade e/ou a incapacidade de depurálas através do mecanismo normal de tosse podem levar ao acúmulo de secreções nas vias aéreas pulmonares inferiores, o que pode acarretar em infecção e ventilação alveolar inadequada, podendo promover atelectasia, que resulta na redução da oxigenação arterial e aumento do dióxido de carbono arterial. A retenção de secreção também causa aumento do trabalho respiratório e diminuição da complacência pulmonar [1,2]. A técnica de aspiração traqueal visa melhorar a depuração das secreções pulmonares, diminuindo a obstrução da parede brônquica, mantendo a integridade das vias aéreas e os níveis adequados

O cateter estará ligado a um sistema aspirador e, então, a aspiração é realizada quando a ponta do cateter estiver no interior da traquéia. A retirada da sonda deverá ser realizada com movimentos suaves e circulares, produzidos com os dedos polegar e indicador, permitindo a limpeza das secreções com o mínimo de dano à parede traqueal do paciente [5]. Este procedimento deve ser realizado com uma duração de tempo não superior a 15 segundos, pois o fator tempo é um determinante muito importante na aspiração, podendo acarretar sérios problemas ao paciente como risco de hipoxemia, uma vez que o conteúdo aéreo nos pulmões fica reduzido, já que, juntamente com as secreções, aspira-se ar [3,5]. A aspiração traqueal deve ser repetida para que se retire o máximo de secreção, porém introduzir e retirar várias vezes a sonda, quando esta estiver em contato

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com o tecido traqueal, facilita a erosão deste e não remove quantidades superiores de secreção. É necessário respeitar as condições clínicas do paciente, sendo importante verificar constantemente a saturação de oxigênio, frequência cardíaca e traçado eletrocardiográfico [3,6]. Além da hipoxemia, a aspiração também expõe o paciente a outros potenciais riscos ou complicações como arritmias cardíacas, broncoespasmo, aumento da produção de muco brônquico, hipertensão arterial, estimulação do nervo vago, aumento da pressão intracraniana, lesões da mucosa traqueal, atelectasia, hemorragia pulmonar e infecções nosocomiais, só devendo ser realizada quando necessário [7]. A necessidade é determinada principalmente pela observação visual do acúmulo de secreções e pela ausculta pulmonar, para determinar a presença de secreções ou obstruções das vias aéreas [8]. No procedimento devem ser usadas sondas traqueais maleáveis, descartáveis, estéreis, com três orifícios (no mínimo) na extremidade distal, dispostos lateralmente e na ponta, para que não haja colabamento da traquéia, que poderia provocar ulcerações e sangramentos. Durante a aspiração pode ser necessário o suporte de oxigênio de acordo com o quadro clínico do paciente [5]. Pequenas quantidades (cerca de 10 a 20 mililitros (ml)), de solução de cloreto de sódio isotônico a 0,9% (soro fisiológico (SF)), podem ser instiladas intrabronquicamente com o objetivo de fluidificar e mobilizar as secreções brônquicas espessas, estimulando a tosse e facilitando a remoção das mesmas [5]. Outros autores, como Ackerman et al. [9], afirmam que é rotina normal instilar de 3 a 10 ml de SF nas vias aéreas durante o procedimento de aspiração. Este procedimento de instilação de SF durante a aspiração traqueal tem sido uma prática clínica difundida durante anos, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), porém a evidência de sua eficácia ainda não está claramente estabelecida na literatura [10]. Diferentes estudos já foram realizados para verificar a efetividade da instilação de solução salina isotônica como meio de tornar mais líquido as secreções antes da aspiração. Este trabalho tem como objetivo discutir os efeitos fisiológicos da utilização do SF


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Revisão de literatura

|Aspiração traqueal, soro fisiológico, efeitos fisiológicos.

no procedimento de aspiração traqueal. Material e métodos Apesquisa realizada foi de cunho exploratório e descritivo, sendo desenvolvida através de pesquisa bibliográfica, contendo dados obtidos a partir de livros técnicocientíficos, periódicos científicos, teses e dissertações, periódicos de indexação e resumo, etc. Foram realizadas consultas nos bancos de dados da Scielo, Bireme, Medline e Pubmed. Inicialmente foram avaliados os resumos e em seguida, selecionados os artigos que compõem este trabalho. Resultados e discussão Efeitos da instilação de SF nos gases sanguíneos e na mecânica respiratória Akgül e Akyolcu [11] realizaram um estudo no hospital universitário de Peru com 20 pacientes em ventilação mecânica devido a problemas pulmonares, cardíacos e traumáticos, para determinar os efeitos do SF no procedimento de aspiração traqueal, acreditando que esses fatores afetariam o batimento cardíaco e alterariam a concentração dos gases sanguíneos arteriais. Os pacientes foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo foi aspirado sem a utilização de SF e o outro grupo com a utilização de 5 ml de SF. A avaliação dos gases no primeiro e no quinto minuto após o procedimento da aspiração com a instilação de 5 ml de SF mostrou diminuição na pressão parcial sanguínea de oxigênio (PaO2), na pressão parcial sanguínea de gás carbônico (PaCO2), redução do íon bicarbonato (HCO3-) e na saturação arterial de oxigênio (SaO2), porém sem alcançar níveis estatisticamente significativos. Não foram registradas alterações significativas nos níveis de pH antes ou após 5 minutos da aspiração sem a utilização do SF. Entretanto, o aumento do pH após a aspiração com a utilização de SF foi significante. Além disso, pacientes que foram aspirados com uso de SF exibiram aumento significante na frequência cardíaca no 4o e 5o minutos, enquanto nenhum aumento foi detectado nos pacientes aspirados sem a utilização de SF. Ackerman e Mick [12] realizaram um estudo em 29 pacientes adultos críticos com infecções pulmonares que foram divididos em dois grupos. Um grupo recebeu instilação de 5 ml de SF antes da aspiração traqueal e o outro grupo não recebeu. Os resultados mostraram que o SF foi um fator de stress para os pacientes, e resultou num pequeno aumento da frequência cardíaca, 26 • NovaFisio.com.br

porém estatisticamente insignificante. No mesmo estudo, os autores relataram um grande decréscimo na SaO2 imediatamente após a aspiração nos pacientes com o uso de 5 ml de SF, se comparado aos pacientes que não fizeram uso da solução. Além disso, nos pacientes aspirados com uso de SF, a SaO2 não retornou aos valores de base anteriores após 10 minutos da aspiração. No entanto, Gray et al [13] analisaram as repostas fisiológicas da frequência cardíaca, pressão sanguínea, frequência respiratória, pH, PaCO2, PaO2, SaO2, pico de pressão inspiratório, ventilação minuto e quantidade de material aspirado, com e sem instilação do SF no procedimento de aspiração traqueal. Foram randomizados 15 pacientes críticos, aspirados uma vez com utilização de SF, e outra sem, durante um intervalo de tempo de 90 minutos. Os pesquisadores avaliaram a hemodinâmica, as trocas gasosas e a mecânica respiratória antes e 15 minutos depois do procedimento de aspiração, em cada método. Não existiu nenhuma diferença estatisticamente significativa na frequência cardíaca, na pressão sanguínea, na frequência respiratória e nos gases sanguíneos arteriais entre os dois métodos de tratamento imediatamente, ou 15 minutos após a aspiração. Bostick e Wendelgass [14] realizaram um estudo que foi conduzido durante seis meses em uma unidade de cirurgia cardíaca de uma universidade. A amostra consistiu de 45 pacientes que sofreram cirurgias cardíacas, valvulares e aqueles pacientes que necessitavam de ventilador mecânico por mais de doze horas. Estes pacientes foram divididos em três grupos: grupo 1 (controle), que durante o procedimento de aspiração endotraqueal não foi instilado o SF; grupo 2 (experimental), que durante o procedimento de aspiração foram instilados 5 ml de SF e grupo 3 (experimental), onde foram instilados 10 ml de SF. Foram coletadas amostras de gases sangüíneos 5 minutos antes da aspiração e 20 minutos após o término completo do procedimento. Os dados obtidos tiveram uma tendência à diminuição da PaO2 com quantidades maiores instiladas de SF. No grupo 1, a PaO2 antes e depois da aspiração, teve uma queda de 4.0 mmhg, no grupo 2 de 11.7 mmhg e no grupo 3 de 13.5 mmhg. Esta diminuição, segundo os pesquisadores, possivelmente foi resultado da instilação do SF, impedindo a troca de oxigênio na membrana alvéolo-capilar. Ji, Kim e Park [7] realizaram um estudo com 16 pacientes traqueostomizados e diagnosticados com pneumonia, que tinham sido admitidos à UTI neuro-cirúrgica em um hospital universitário da Coréia do

Sul, para investigar os efeitos do SF no procedimento de aspiração traqueal. Os pacientes foram divididos em três grupos: 1) sem a utilização do SF, 2) com a instilação de 2 ml de SF e 3) com instilação de 5 ml de SF durante a aspiração. O tempo de recuperação da SaO2 aos níveis normais, foi logo após a aspiração, 45 segundos depois da aspiração e mais de 5 minutos após a aspiração, com 0, 2 e 5 ml de SF instilados respectivamente. O estudo mostrou que quanto maior a quantidade instilada de SF durante o procedimento de aspiração traqueal, maior é o tempo de recuperação da SaO2 aos níveis normais. Em estudo realizado por Ridling, Martin e Bratton [15], envolvendo 24 pacientes com idade entre 10 semanas a 14 anos, analisou-se os efeitos da instilação do SF durante o procedimento de aspiração traqueal sobre a saturação arterial de oxigênio (SpO2) medida pelo oxímetro de pulso. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu entre 0,5 a 2,0 ml de SF e o outro não. Os efeitos da instilação do SF durante a aspiração traqueal em crianças foram similares aos achados em adultos, causando uma diminuição da SpO2 de 1 a 2 minutos após a aspiração. Após 10 minutos, a diferença de SpO2 entre os dois grupos estudados não foi significativa. Em relação à alterações na mecânica respiratória, O´neal et al [16] realizaram um estudo recrutando onze unidades de terapia intensiva em dois hospitais localizados em uma área metropolitana dos Estados Unidos. A amostra foi constituída de 25 pacientes intubados em ventilação mecânica para avaliar os efeitos da instilação de SF durante o procedimento de aspiração. Os resultados mostraram que a instilação de SF precipitou uma significante subida do nível de dispnéia para mais de 10 minutos após o término do procedimento em pacientes acima de 60 anos. Risco de infecções pulmonares A instilação do SF durante da aspiração endotraqueal também pode aumentar o risco de infecção de pneumonia nosocomial. Hagler e Traver [17] obtiveram tubos traqueais que foram removidos de 10 pacientes após 48 horas de intubação e avaliaram o deslocamento da bactéria causado pela inserção do cateter de sucção sem e com a instilação de 5 ml de SF. Foram registradas 60.000 colônias de bactérias deslocadas sem a instilação da solução e 310.000 colônias de bactérias deslocadas com a instilação da solução, aumentando portanto cinco vezes mais o deslocamento. O resultado indicou que a


Revisão de literatura

|Aspiração traqueal, soro fisiológico.

instilação de SF durante o procedimento de aspiração traqueal desloca as bactérias e as transportam para as vias aéreas inferiores, aumentando os riscos de infecções pulmonares. Quantidade de secreção retirada Não há evidências científicas de que a instilação de SF altere a quantidade de secreção brônquica removida na aspiração traqueal. A primeira menção da aparente ineficácia da instilação do SF sobre a quantidade de secreção removida data de 1973, quando Demers e Saklad [18] questionaram a prática, pois segundo estes muco e água não se misturam, “mesmo após vigorosa agitação”. Depois disso, vários estudos foram realizados para investigar se a instilação de SF aumenta o volume de secreção removida. Bostick e Wendelgass [14] realizaram seus estudos comparando 5 e 10 ml de instilação de SF, para observar se maiores quantidades da solução afetavam o peso de secreções retiradas. A quantidade de secreção retirada foi maior quando utilizados 5 ml de SF, porém o motivo que justifica tal resultado não foi esclarecido. A limitação deste estudo foi que a investigação não pode medir a porcentagem de solução salina recuperada nas secreções. Outros trabalhos como Gray et al [13] e Reynolds et al [19] apud Blackwood [20], também relataram uma diferença significante no peso de secreções pulmonares removidas quando 5 ml de SF eram instilados durante a aspiração traqueal, se comparado com a não instilação de SF. Porém algumas falhas metodológicas comprometem esses achados. O material aspirado não foi analisado e portanto a “real” quantidade de secreção desta amostra não foi determinada. Bostick e Wendelgass [14] e Gray et al [13] subtraíram o peso da secreção do peso total do material aspirado incluindo muco e SF, mas não levaram em consideração o peso da solução salina. A diferença no peso de secreção retirada variou de 0,5 a 1,3 gramas, sendo estatisticamente significante, porém não é claro o quanto deste peso foi devido à instilação do SF. Reynolds et al [19] apud Blackwood [20] consideraram o peso da solução salina em suas mensurações. Eles subtraíram o peso do SF do peso total da secreção retirada, e reportaram diferenças significantes variando de 2,5 a 3 gramas quando o SF foi instilado durante a aspiração. Infelizmente, conclusões claras não podem ser tiradas deste estudo, primeiro porque o tamanho da amostra (n=12) era pequeno, e segundo porque a discussão e clareza dos achados

foram limitadas, já que este estudo não foi publicado. Lerga et al [21] realizaram um estudo com 25 pacientes de cirurgia cardíaca que não tinham nenhuma doença pulmonar prévia. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: 1) Com a instilação do SF; 2) Sem a instilação do SF. O resultado mostrou quantidades similares de secreção retiradas nos dois grupos. A validade de experimentos que visam medir a quantidade de secreção brônquica removida ainda está em questão. Para estabelecer se a instilação de SF realça a remoção de secreção, são necessários estudos com uma metodologia clara e uma variável de amostra maior. A teoria de que a instilação de SF é benéfica para remover as secreções está atualmente sem suporte científico e as evidências na literatura indicam que a instilação SF não está padronizada, podendo causar efeitos prejudiciais na função fisiológica e no bem estar psicológico do paciente [20]. Outros autores como Thompson [22] e Dreyer e Zuñiga [23] também afirmam que a instilação de SF pode ter efeito adverso na SaO2, além do aumento do risco de infecção, não devendo ser utilizada como rotina. Neste mesmo aspecto, Colombrini et al [24] ressaltam que a instilação com SF, além de causar hipoxemia e infecções, pode prejudicar o bem-estar psicológico do paciente. Conclusão As pesquisas realizadas mostram que, a instilação de SF no procedimento de aspiração traqueal pode causar queda nos níveis de PaO2, PaCO2, HCO3 e SaO2. Além disso, ocorre aumento do risco de infecções pulmonares e não há diferença na quantidade de secreção removida. Portanto, a utilização do SF no procedimento de aspiração traqueal pode não ser benéfica, causando efeitos deletérios ao paciente. Ao invés do uso do SF com o objetivo de diminuir a viscosidade das secreções pulmonares, outras ações podem ser realizadas, como por exemplo, uma adequada umidificação dos gases inspirados e correta hidratação do paciente. A instilação de SF durante a aspiração traqueal deve ser evitada como rotina clínica, até que, mais estudos sejam publicados demonstrando os reais benefícios deste procedimento. REFERÊNCIAS As referências bibliográficas deste artigo estão disponíveis em nosso site. www.novafisio.com.br NovaFisio.com.br • 27


Artigo

|“O marketing não é uma batalha de produtos, é uma batalha de percepções”

A importância da marca para profissionais da saúde O valor dos serviços na saúde é definido pelo reconhecimento no mercado das competências do profissional Por

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Ari Lima - Al Ries, co-autor de “Marketing de Guerra”

A

construção da marca das empresas, dos produtos, dos serviços ou do profissional sempre foi importante . para o sucesso nos negócios. No mundo atual, com globalização, competição acirrada e ofertas abundantes tornou-se essencial a diferenciação entre tantos conceitos. Na saúde, estas afirmações são cada vez mais verdadeiras, dado o grande número de médicos, fisioterapeutas, psicólogos, dentistas e outros profissionais e consultórios oferecendo serviços, a cada dia mais difíceis de serem distinguidos pelos clientes. Segundo Philip Kotler, em seu livro Administração de Marketing, São Paulo, 10ª Edição, 2004, uma marca é um nome, termo, símbolo, desenho - ou uma contribuição desses elementos - que deve identificar os bens ou serviços de uma empresa e diferenciá-los da concorrência. Essa prática é anterior à Revolução Industrial. Nas oficinas medievais as marcas já eram utilizadas. O artífice, obrigatoriamente, colocava o seu sinal em produtos como ouro, prata e tecidos. Hoje, vivemos sob o domínio de símbolos e conceitos e, nesse contexto, a marca de uma empresa ou produto é a síntese de seus valores. Para um consultório ou clinica, a marca pode tornar-se o ativo mais importante, superando o seu patrimônio material. É comum o nome do consultório sobreviver à morte do fundador e permanecer influenciando o mercado através de seus sucessores. Para a maioria dos profissionais reconhecidos, no entanto, foram necessárias varias décadas para a consolidação de sua reputação no mercado. A questão fundamental que se coloca, para os pequenos consultórios e profissionais recém-formados, é a seguinte: é possível construir uma marca e uma reputação positiva no mercado, de forma planejada, em um prazo relativamente menor do que os tradicionais? A resposta é sim, porém é preciso desenvolver uma série de ações coordenadas para alcançar este objetivo. 28 • NovaFisio.com.br

Construção da marca A construção da marca é uma das principais prioridades de um profissional de saúde, uma vez que ela será o fator fundamental na pavimentação do caminho para o sucesso do consultório e de seus profissionais.

é estabelecer e negociar honorários, uma vez que a prestação de serviços não é um produto tangível, e o cliente nem sempre tem uma percepção real da importância e da complexidade do serviço prestado. Se o consultório, ou o profissional, tem uma reputação positiva e reconhecida no mercado, a tendência é o cliente-paciente valorizar mais a prestação do serviço, e aceitar com maior facilidade o valor cobrado.

do e m o n mo É comu o sobreviver óri consult o fundador e ed à mort ecer n a m r e p ando i c n e u infl és de v a r t a ado c r e m o sores. s e c u s seus

Principais vantagens de se ter uma marca consolidada do escritório: • Captar clientes com maior facilidade – uma marca reconhecida no mercado facilita a captação de clientes, pois populariza o negócio junto a seu público alvo. • Diferenciar o consultório dos concorrentes - uma marca consolidada no mercado possibilita ao cliente diferenciar o consultório em um mercado competitivo. Esta diferenciação será altamente positiva no processo de escolha, negociação e tomada de decisão. • Negociar honorários em melhores condições – uma das principais dificuldades dos profissionais de saúde

• Facilitar a decisão de contratação - confirmar a contratação dos serviços é sempre uma decisão difícil por parte do cliente e de muita ansiedade da parte do profissional. O consultório que possui uma marca reconhecida no mercado gera confiança e maior segurança no cliente, que sente-se tranqüilo para realizar a contratação. Como desenvolver ações para construir a marca de um consultório.

Todo plano de marketing necessita de um conjunto de ações que visem à construção da marca e consolidem a reputação de seus profissionais junto à sociedade. Vamos apresentar a seguir algumas ações que ajudarão a construir a marca: • Criação da logomarca e padronização de cores e design do consultório – para a construção da marca, o primeiro passo é a elaboração de uma logomarca compatível com a posição que se quer estabelecer no mercado, além do estabelecimento de padrões e cores para o material gráfico a ser utilizado como, blocos, impressos, cartão de visita, folders e página na internet. • Publicação de artigos – utilizar a produção literária para difundir suas idéias e se tornar reconhecido como especialista na sociedade, recurso utilizado por grandes profissionais, atuais


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|“O marketing não é uma batalha de produtos, é uma batalha de percepções”

e do passado. • Realização de eventos – ministrar palestras, cursos e conferências, torna o profissional reconhecido como especialista e autoridade na área em que trabalha, ajudando-o a construir sua marca e uma reputação positiva no mercado.

• Construir rede de relacionamentos – a networking é uma excelente forma de construir a marca, pois difunde o nome do profissional e de seu consultório junto a um grupo de pessoas conhecidas, que por sua vez poderá repercutir esta marca em outros grupos, criando um circulo virtuoso de relacionamento.

• Participação em eventos, associações e entidades – participar de eventos, tornarse membro de associações e entidades, inclusive procurando, eventualmente, participar de sua diretoria, expõe de maneira positiva a carreira do profissional, que rapidamente constrói sua marca.

• Relacionamento com a imprensa – todas as ações anteriormente apontadas ajudarão o profissional a chamar a atenção da imprensa. Um médico, psicólogo, fisioterapeuta ou dentista de grande reputação costuma ser solicitado a dar entrevistas, participar de matérias, e dar sua contribuição em reportagens.

• Relacionamento com clientes – manter um relacionamento freqüente com os clientes é expor a marca do consultório e o nome do profissional junto a este grupo. O contato contínuo consolida a marca junto ao cliente e repercute o nome do escritório junto a outros grupos que fazem parte do ciclo de relacionamento dele.

É fato reconhecido que, em termos de atendimento e qualidade de serviços, os consultórios de grande reputação prestam serviços equivalentes a muitos outros consultórios, porém são muito melhor remunerados.

Quanto maior o reconhecimento social, mais facilmente os profissionais alcançarão o sucesso. Acreditamos que a construção da marca de um profissional de saúde deve ser um dos objetivos prioritários em sua trajetória profissional, além, claro, de sua qualificação técnica.

Em nosso trabalho de consultoria em marketing na saúde, percebemos que uma das principais reclamações dos profissionais

Ari Lima - arilima@arilima.com 31 8813 5871 www.arilima.com

é a dificuldade de reconhecimento do valor de seu trabalho. Por menor que seja o valor proposto para a cobrança de seus honorários, os clientes sempre acham o preço alto. Esta situação ocorre justamente quando o profissional e seu consultório são pouco conhecidos e ainda não construíram uma marca e uma reputação positiva. Nestes casos, a marca do consultório, que é seu principal patrimônio, desempenha um papel fundamental, gerando credibilidade e confiança suficientes para que seus clientes aceitem pagar um valor superior pelos serviços prestados.

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Artigo

|Alças, fisioterapia, Sling Training.

Sling Training Método criado na Alemanha ajuda na reabilitação e prevenção de lesões, e também aumenta o condicionamento físico.

U

m novo método que utiliza cordas e alças, que associa fisioterapia e ginástica e parece brincadeira de criança, tem mostrado resultados excelentes na recuperação de pacientes com lesões por acidentes e dores musculares. O método, conhecido como Sling Training, foi desenvolvido na Alemanha e já possui vários usuários no Brasil. Além de sua utilização no tratamento de lesões, ele é também muito utilizado para treinamento / condicionamento físico, com resultados surpreendentes como aumento de força e resistência. O criador do método, o fisioterapeuta alemão o Dr. Hannspeter Meier (ex-jogador de vôlei profissional) - possui sua clínica de fisioterapia dentro do clube de futebol de Nuremberg - o 1.FCN - Nürnberg Fussball Club, atendendo não só a atletas profissionais de alto nível como a todo tipo de pacientes. A princípio o método foi desenvolvido para tratamento de lesões em atletas, o qual se mostrou muito rápido e eficaz, pelo rápido retorno do individuo à suas atividades. Desta forma o método tornouse rapidamente um método preventivo. A técnica utiliza-se de uma aparelho chamado Sling Trainer, que lembra um balanço e pode ser pendurado em qualquer lugar, até mesmo em uma árvore ou uma trave de futebol. Baseando-se nos novos conceitos de neurofisiologia e da fisiologia muscular, é possível obter uma estabilização local das articulações através de uma estimulação instável, rápida e intensa realizada com o aparelho – Sling trainer - que trabalha com a vibração de cordas e a força do próprio corpo.

30 • NovaFisio.com.br

Por

|Ingrid Güth

Representante Sling Training


Artigo

|Alças, fisioterapia, Sling Training.

Estabilização local

Os exercícios dinâmicos convencionais trabalham com os músculos retos e transversos do abdômen, das costas e eventualmente com os músculos laterais do tronco. Estes músculos têm como função primária o movimento. Pela visão anatômica estes criam uma espécie de manto que envolve os músculos pequenos que estabilizam a coluna vertebral por segmento - musculatura mais interna do nosso corpo, chamados estabilizadores locais. Quando esses pequenos músculos estão plenamente ativados pode-se falar de estabilização local. Muitos dos pacientes de Dr. Hannspeter são atletas profissionais, ligados ao futebol, vôlei e fisiculturismo, que o procuram não apenas para reabilitação mas para prevenção de lesões e alívio de dores. Isso porque o treinamento ativa intensa e instantaneamente a musculatura estabilizadora, a qual dificilmente consegue se ativar em treinamentos convencionais.

Equilíbrio

É exatamente essa estabilização local o princípio do Sling Training. Os exercícios trabalham principalmente o equilíbrio e a musculatura interna mais profunda, principalmente dos músculos abdominais. Com a instabilidade e a vibração das cordas o fisioterapeuta ativa músculos estabilizadores do indivíduo, principalmente o transverso abdominal. - Não há contra-indicações ao método porque trabalhamos principalmente músculos estabilizadores, em muito baixa intensidade, em 10% a 25% da contração máxima voluntária - diz o fisioterapeuta alemão Cornell Coezijn, o qual possui uma vasta experiência com o Sling Training, além de ser o instrutor oficial dos cursos de Sling Training no Brasil. Uma importante vantagem é que a fisioterapia com o Sling Training pode ser iniciada, segundo Cornell, ainda no hospital. Um exemplo é no pós-operatório de cirurgia para implante de prótese de quadril, quando ainda não se pode fazer grande pressão sobre os membros inferiores. - “Podemos iniciar os exercícios com o Sling Training sem o paciente sentir dor”explica Cornell. “Tenho casos de pessoas com hérnia de disco grave, além de outros problemas de coluna, tratados com a técnica e que apresentam ótimos

resultados. Isso se planejar a exercícios de possibilidades de A fisioterapeuta física e também Sling Training Marília Pires de vem utilizando o de um ano e já vários casos Ela conta acompanhado um caso grave de

porque podeintensidade dos acordo com as cada indivíduo”. e educadora responsável pelo no Brasil, Azevedo, que método há mais acompanhou de sucesso. t e r

rompimento de t e n d ã o- d e - A q u i l e s no qual o Sling Training permitiu a recuperação mais rápida no pós-operatório. - “Começamos a reabilitação três dias após a cirurgia. Com apenas trinta minutos duas vezes por semana a recuperação foi excelente”. - conta Marília. - A técnica também é muito boa para crianças com deficiência motora e idosos para ganho de equilíbrio e condicionamento global. Porém o sling training não substitui outras formas de fisioterapia”. - acrescenta Marília. É uma importante técnica complementar, quando bem orientada. “Os resultados são extremamente rápidos”, conta Antonio Guedes, economista usuário do método. – “Tive certeza que o método era eficaz, quando vi minha sogra no meio de uma enorme crise de hérnia-de-disco ter alívio imediato de suas dores. Me dei conta aí que esse método poderia ajudar milhares de pessoas aqui no Brasil também”.

Fortalecimento muscular

Para atletas e praticantes de atividades físicas, o Sling Training traz uma série de benefícios, segundo Cornell. Com os exercícios nas cordas eles conseguem estimular o core (a musculatura abdominal e de parte das costas, do centro do corpo), sendo ótimo também como um complemento em treinamento funcional. Há um reforço de estruturas importantes como o transverso abdominal, oblíquos internos, lombar e diafragma. Quando esses músculos profundos estão bem preparados há menos chance de se sofrer uma lesão. Pois são esses pequenos músculos que sustentam toda a estrutura corporal.

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|Alças, fisioterapia, Sling Training.

Sling Desk O Sling Desk Therapy é um método muito utilizado na Alemanha e outros países europeus já há mais de 1 século. Com esse método consegue-se anular por completo a força da gravidade, o que facilita muito o trabalho do fisioterapeuta e é muito prazeroso para o paciente, pois sem gravidade articulações e coluna cervical são aliviadas. Com esse método consegue-se uma infinidade de possibilidades para reduzir problemas e atenuar dores dos pacientes. - “Venho utilizando o Sling Desk em pacientes com quadros diversos, diferentes idades, com excelente aceitação e diminuição de sintomas. Tenho obtido melhoras em dores lombares, cervicais, grande prazer para pacientes nas trações da coluna. Sinto que posso soltar melhor as tensões musculares mais profundas que eram muito doloridas sem a utilização do Sling Desk.” - afirma a fisioterapeuta Elizabeth Dantas que já utiliza o método há 7 meses. 32 • NovaFisio.com.br

“O que vem me encantando no Sling Desk é o conforto que oferece para o fisioterapeuta. O esforço para o mesmo é quase nenhum e possibilita a aplicação de diferentes técnicas de fisioterapia, como trações musculares e articulares mais precisas.” completa Elizabeth Dantas Ingrid Güth - Marilia Azevedo - Cornell Coezijn Representantes do Sling Training no Brasil (021) 32810733 - 99941284 www.slingtraining.com.br


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Agenda |

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DESC DATA CURSO MAIO 10% Em Maio Curso de Light Sheer 10% Em Maio Carboxiterapia 01 Anatomia Palpatória 01 e 02 Pós Graduação em Acupuntura lato Unidade Macaé 10% 07 Atualizações no tratamento da Lombalgia (Paul Hodges) 07 a 09 Curso de Miofasciaterapia (Tratamento dos Trigger Points) 10% 08 Curso de Quiropraxia 30% 08 e 09 Fisioterapia para Terceira Idade 30% 08 e 09 Curso de Drenagem Linfática 10% 09 Atualizações no tratamento da Lombalgia (Paul Hodges) 10 e 11 Curso Internacional inédito do Kinetic Control: Diagnóstico e Reabilitação 12 a 15 IV Congresso Internacional de Fisioterapia Manual 12 Pontos Gatilho 10% 13 Curso Tao Pilates no Solo com acessórios: bola, rolo, theraband, flex 13 a 16 Formação em Kinesiology taping (básico e avançado) 10% 14 Curso de Florais de Bach 14 Curso de Drenagem Linfática com Dr. José Maria Pereira de Godoy 30% 14 a 16 Primeiro Módulo Curso de RPG/RCF 30% 15 Massagem Terapêutica (Clássico) Curso de massagem 15 Work Pilates para Crianças / PHYSIO PILATES – POLESTAR 15 Workshop Coluna Viva I / PHYSIO PILATES – POLESTAR 15 Crochetagem Autêntico Turma 84ª 15 Therapy Taping 30% 15 e 16 Moxabustão e Ventosa 15 e 16 Pós Graduação em Acupuntura Unidade Cabo Frio

CIDADE

UF CONTATO

Niterói RJ Niterói RJ Rio de Janeiro RJ Macaé RJ Rio de Janeiro RJ Nova Friburgo RJ Navegantes SC Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Belo Horizonte MG Rio de Janeiro RJ Fortaleza CE Rio de Janeiro RJ Belo Horizonte MG Nova Friburgo RJ Niterói RJ Belo Horizonte MG Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Porto Alegre RS Brasília DF Brasília DF Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Cabo Frio RJ

21 2711-4682 21 2711-4682 21 2530-8294 / 9984-2190 22 2523-8863 21 4063-7914 22 2523-8863 47 3319-1806 21 2269-5963 21 2269-5963 21 4063-7914 51 3671-9921 / 9952-3685 85 3091-0044 / 8803-3273 21 2530-8294 / 9984-2190 31 3466-0792 / 8834-8685 22 2523-8863 21 9995-5317 31 3264-4864 21 2269-5963 21 2269-5963 71 2361-8000 / 0800 606 8008 71 2361-8000 / 800 606 8008 61 7813-3865 21 2530-8294 / 9984-2190 21 2269-5963 22 2523-8863

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Agenda | DESC DATA MAIO 15 e 16 10% 16 17 10% 18 10% 20 21 10% 21 e 28 10% 21 a 30 10% 22 30% 22 e 23 30% 22 e 23 22 a 30 22 a 30 25 a 27 10% 27 10% 28 29 30% 29 29 29 30% 29 e 30 30% 29 e 30 29 e 30 30% 29 e 30 30% 29 e 30

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CURSO

CIDADE

UF CONTATO

Formação em Acupuntura Auricular III Curso teórico-prático de Fisioterapia respiratória em CTI Formação em Manipulação das Fáscias Reflexologia Podal Spiral Therapeutic Taping VI Congresso Goiano de Fisioterapia Curso de Pedras Quentes e Cristais Pilates: Formação Profissional Completa Curso Teórico-Prático de Atualização em Carboxiterapia Curso Exercícios na Bola Curso: Atendimento Domiciliar em Fisioterapia (Home Care) Curso de Fisioterapia Dermato Funcional Curso de Sling Training Curso de Sling Training Estabilização Segmentar Vertebral Curso Avançado 2 de Terapia Integração Craniossacral® Curso de Bambuterapia Massagem Estética Curso de Massoterapia Crochetagem Autêntico Turma 88ª Curso de Shiatsu em 4 meses Curso Ginástica Laboral Curso: Tratamento fisioterapêutico no amputado de membro inferior Pós Graduação em Acupuntura Unidade Nova Iguaçu Curso Exercícios na Bola Curso: Atendimento Domiciliar em Fisioterapia (Home Care)

Cabo Frio RJ Rio de Janeiro RJ Campinas SP Fortaleza CE Fortaleza CE Goiânia GO Niterói RJ Niterói RJ Niterói RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Nova Friburgo RJ Rio de Janeiro RJ Porto Alegre RS Rio de Janeiro RJ São Paulo SP Macapá AP Rio de Janeiro RJ Vitória da Cnq. BA Nova Friburgo RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Nova Iguaçu RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ

22 2523-8863 21 7866-1869 19 3241-2761 85-3081-8270 85-3081-8270 62 8118-7425 21 9995-5317 21 7841-7815 21 9995-5317 21 2269-5963 21 2269-5963 22 2523-8863 21 3281-0733 21 3281-0733 21 4063-7914 11 3052-1924 96 3222-8690 21 2269-5963 77 8104-5185 / 8113-1302 22 2523-8863 21 2269-5963 21 2269-5963 22 2523-8863 21 2269-5963 21 2269-5963

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Tininha | Humor - passa-tempo - game - novidades - música - cinema - moda - TV - DVD POEMA ARABE - LINDO

‫ايعألل دحاو نيسلجم ىلا‬ ‫جئاتن ددع و باونلل دحاو و نيع لبي ءاضعأ ددع‬ ‫بئان تاباختنالا‬. ‫جئاتن‬

‫ةلود اينابسإ تحبصأ ماع لدعملا روتسدلا بس‬ ‫ةيطارقميد و ةيعامتجإ نوناق‬ ‫يناملرب يكلم ماظن حت‬. ‫و نر و يرخف هبصنم كلملا‬ ‫ه ءارزولا سيئدحاو‬ ‫دالبلل يلعفلا مكاحلا‬. ‫مسقم ينابسإلا ناملربلا‬

‫تحبصأ نم ةرشابم ريخألا تاباختنالا‬ ‫تاونسبعشلا‬، ‫تاونس لك امنيب‬، ‫امنيب‬

(Autor Desconhecido)

Quase chorei...no trecho que fala da fisioterapia: ‫جئاتن ىلع ًادامتعا ناملربلا لبق‬

CORRIGINDO 20 VELHOS DITADOS 0102030405060708091011121314151617181920-

“É dando que se ... engravida” “Quem ri por último... é retardado” “Alegria de pobre... é impossível” “Quem com ferro fere... não sabe como dói” “Em casa de ferreiro... só tem ferro” “Quem tem boca... fala. Quem tem grana é que vai a Roma!” “Gato escaldado... morre, claro!” “Quem espera... fica de saco cheio” “Quando um não quer... o outro insiste” “Os últimos serão ... os desclassificados” “Há males que vêm para ... acabar com tudo de uma vez !” “Se Maomé não vai à montanha... deve estar na fisioterapia” “A esperança... e a sogra são as últimas que morrem” “Quem dá aos pobres... cria o filho sozinha” “Depois da tempestade vem a .... enxurrada e a gripe” “Devagar.... nunca se chega” “Antes tarde do que..... mais tarde” “Em terra de cego quem tem um olho é... caolho” “Quem cedo madruga... fica com sono o dia inteiro” “Pau que nasce torto... mija no chão”

DICA IMPORTANTE O Brasil sediará a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Como muitos turistas de todo mundo estarão por aqui, é imprescindível o aprendizado de outros idiomas (em particular o inglês) para a melhor comunicação com eles. E para nós fisioterapeutas tirarmos uma onda, a Revista bolou esta solução prática e rápida!! Veja como é fácil se comunicar com os nossos brothers! a.) Is we in the tape! = É nóis na fita. b.) Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara. c.) I am more I = Eu sou mais eu. d.) Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom? e.) Not even come that it doesn’t have! = Nem vem que não tem! f.) She is full of nine o’clock = Ela é cheia de nove horas. g.) I am completely bald of knowing it . = To careca de saber. h.) Ooh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme! i.) I will wash the mare. = Vou lavar a égua. j.) Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho! k.) If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come! l.) Before afternoon than never. = Antes tarde do que nunca. m.) Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva. n.) The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo! o.) To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.

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TESTE DE MATEMÁTICA PARA OS FISIOTERAPEUTAS... Sua idade pela fisioterapia.......... legal Não diga sua idade! Eu vou dizer pela MATEMÁTICA DA FISIOTERAPIA! Não trapaceie! É rápido! 1. Primeiro: Pense em quantos congressos você gostaria de participar por ano (mais do que 1 menos que 10) 2. Multiplique o número por 2 (apenas para ser ousado) 3. Adicione 5 4. Multiplique por 50 (vou esperar enquanto você pega uma calculadora) 5. Se você já tiver feito aniversario esse ano some 1760. Se não tiver feito, some 1759. 6. Agora subtraia os quatro dígitos do ano em que você nasceu. Você agora deve ter um número de três dígitos. O primeiro digito foi o número que você escolheu! E os próximos dois números são SUA IDADE! OBS: ESTE É O ÚNICO ANO QUE ISSO VAI FUNCIONAR (2010).

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- tendências - automóvel - compras - economia - turismo - esporte...

POEMA FEMININO Qual mulher nunca teve: *Um sutiã meio furado, *Um primo meio tarado, *Ou um amigo meio veado? Qual mulher nunca tomou: *Um fora de querer sumir, *Um porre de cair *Ou um lexotan para dormir? Qual mulher nunca sonhou: *Com a sogra sumida, *Em ser muito feliz na vida *Ou com uma lipo na barriga? Qual mulher nunca pensou: *Em dar fim numa panela, *Jogar o marido pela janela *Ou que a culpa era toda dela? Qual mulher nunca penou: *Para ter a perna depilada, *Para aturar uma empregada *Ou para trabalhar menstruada? Qual mulher nunca comeu: *Uma caixa de Bis, por ansiedade, *Uma alface, no almoço, por vaidade *Ou, um canalha por saudade? Qual mulher nunca apertou: *O pé no sapato para caber, *A barriga para emagrecer *Ou um ursinho para não enlouquecer? Qual mulher nunca jurou: *Que não estava ao telefone, *Que não pensa em silicone *Que ‘dele’ não lembra nem o nome? Só as mulheres para entenderem o significado deste poema! Estamos em uma época em que: *Homem dando sopa, é apenas um homem distribuindo alimento aos pobres. *Pior do que nunca achar o homem certo é viver pra sempre com o homem errado. *Mais vale um cara feio com você do que dois lindos se beijando. *Se todo homem é igual, porque a gente escolhe tanto? Mostre para suas amigas que precisam rir, ou para os amigos que possam lidar com essa realidade!

ELEVADOR SOBE...

No dia 8/03/2010 houve a assembléia para votação dos novos dirigentes do SINFITO RJ e da AFERJ. Assim foi reaberto o Sindicato e a Associação de Fisioterapeutas do Estado do RJ.

SOBE...

O Centro Universitário Celso Lisboa promoveu a Semana da Campanha Solidária, com o objetivo de ajudar as pessoas que perderam suas casas devido às fortes chuvas que castigaram o Estado do Rio de Janeiro. Iniciativas iguais a esta sempre devem ser merecedoras de congratulações. Parabéns Centro Universitário Celso Lisboa, o elevador sobe pra vocês!

SOBE...

D&D Pilates na Body Mind Spirit. A D&D Pilates foi a única empresa da América Latina presente na 10ª edição da Body Mind Spirit, maior conferência de bem-estar do mundo, que aconteceu de 16 a 18 de abril, na Califórnia (EUA). Cerca de 60 equipamentos de pilates, produzidos na fábrica da empresa, no Rio, foram usados por mais de três mil alunos em todos os workshops sobre o método que foram ministrados no evento. A empresa anunciou, ainda, o lançamento da linha de aparelhos MK, iniciais de Michael King, instrutor inglês que trabalha com pilates há mais de 30 anos e que já teve entre suas alunas Madonna e Demi Moore.

DESCE...

As eleições do Crefito 2 NÃO aconteceram no prazo devido, ou seja, antes do dia 24 de março, quando terminou o mandato dos conselheiros que lá estavam desde março de 2006. NovaFisio.com.br • 37


|Fisio Perfil

FP

Renée Lutz-Delaney

Sempre uma breve entrevista com quem tem uma longa história.

dra.renee@terra.com.br

Quem é |

Especialista em Terapia CranioSacral e representante do criador da técnica, Dr. Jonh Upledger, aqui no Brasil. Qual ano e em qual faculdade que se formou? 1990 - Hogeschool Van Amsterdam Holanda. Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Decidir ir para a Holanda para fazer a faculdade de Fisioterapia. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Não foi por opção, mas por obrigação: colocar pacientes nas máquinas de tração mecânica, tanto lombar quanto cervical, quando trabalhei nos Estados Unidos. Me sentia a verdadeira Torturadora Medieval! O que você mais gosta na profissão? Adoro ver o brilho nos olhos dos profissionais quando começam a entender a Terapia CranioSacral e suas possibilidades. O que você odeia na profissão? Politicagem e burocracia. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? Humildade, honestidade e sinceridade. Que qualidade você mais detesta nos profissionais que te cercam? Arrogância. Qual sua maior virtude? Não sei se é virtude ou defeito, creio que dependa do ponto de vista: sou muito trabalhadora e batalhadora. Qual seu pior defeito? Sou perfeccionista ao último extremo. Se pudesse mudar algo, o que seria? Seria menos exigente comigo mesma. Qual maior mentira já contou? E quem disse que eu minto??? Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? O fato de estar à frente do Upledger 38 • NovaFisio.com.br

Brasil, divulgando a TCS no país. Ironia do destino MESMO! Qual fato foi o mais cômico? Foi ter levado uns tapas na cara de um golfinho, junto com o meu marido!!! Na hora não foi nada engraçado (na verdade doeu bastante) mas foi uma situação tão cômica e inusitada, que hoje dou boas risadas. Qual seu maior arrependimento? Pode parecer altivo, mas não me arrependo de nada, apesar de ter feito MUITA besteira na vida. Porém tudo me levou ao aprendizado e à pessoa que sou hoje. Qual dica daria aos colegas? Seja o melhor que possa ser na área que te interessa, e faça o que gosta! ESTUDE SEMPRE! Qual objeto de desejo? Uma maca que sobe e desce, só no botãozinho do pé; que abre os braços, dobra os joelhos, flexiona o tronco. É o sonho de consumo! Qual sua aquisição mais recente? A representação dos cursos do Dr. Barral, dentre eles o currículo da Manipulação Visceral. Qual seu maior sonho? O ideal seria ter um mundo mais justo, menos cruel e agressivo, e seres humanos mais humanos. Como isso é uma utopia, meu maior sonho no momento é só dar conta do meu trabalho e minha missão de maneira digna! Qual seu maior pesadelo? Nem quero dizer! Vai que acontece...

Que talento mais gostaria de ter? Diplomacia. Acho fantástico! E eu não sou nem um pouco! Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Bailarina. Porém nunca conseguiria ganhar a vida com isso, apesar de ter tentado por muitos anos. E qual profissão jamais queria ter? Não sei - já fiz tanto na minha vida, que não sei se teria algo que eu realmente não gostaria de fazer... Diga um desafio? Continuar mantendo os cursos de TCS no mesmo nível de qualidade e ainda atender à grande demanda de profissionais interessados no Brasil inteiro. Um livro? “Seu Médico Interno e Você” de Dr. John Upledger. Quer fazer alguma divulgação? Opa, claro.

www.upledgerbrasil.com


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