ISSN 1678-0817 NovaFisio.com.br • 1
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FISIO
Editorial|
DESDE 1996
Caros leitores, Estamos quase na metade do mês de dezembro, e isso significa que, em poucos dias, o ano de 2010 irá embora dando passagem a um novo ano. 2011 vem aí! Para muitos é a hora de parar, descansar, recarregar as energias e, principalmente, fazer planos para o ano que ainda nem começou. Nós da Revista estamos justamente planejando novidades para 2011. A principal delas é a inauguração da FisioTur, uma agência de viagens dedicada aos fisioterapeutas. Ao longo de 2011 traremos em nossas páginas artigos sobre turismo sempre em cidades onde houver eventos de fisioterapia. Já nesta edição temos um artigo sobre o “Mariner Of The Seas” o maior navio na costa brasileira desta temporada, não deixe de ler pois ele é fascinante. Em tempo, desejo a todos os leitores um feliz Natal, um 2011 maravilhoso com muitas viagens e momentos agradáveis e que em muitas destas viagens, nós estejamos juntos. Oston de Lacerda Mendes Fisioterapeuta - Editor
Índice| 06 Cartas. 08 Frases e Coluna Social. 10 Entrevista com a saltadora Juliana Veloso. 12 Coluna do Dr. José da Rocha. 14 Coluna do Dr. Geraldo Barbosa. 16 Coluna do Dr. André Luiz de Mendonça. 18 Coluna do Dr. Luis Guilherme. 20 Trabalhadores com deficiência física: Estudo da qualidade de vida. 26 Análise histopatológica dos efeitos da laserterapia e microcorrentes no processo de cicatrização dos traumatismos cirúrgicos em ratos. 32 I Cruzeiro da Fisioterapia. 34 Agenda de eventos. 36 Tininha. 38 FisioPerfil com Dr. Paulo Moté.
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EDITORES: OSTON MENDES oston@novafisio.com.br & LUCIENE LOPES luciene@novafisio.com.br SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES nina@novafisio.com.br
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Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br LITERATURA LANÇAMENTOS DRENAGEM LINFÁTICA
FOTOTERAPIA ASPECTOS CLÍNICOS DA REABILITAÇÃO
Gérard Monsterleet Este livro descreve as manobras da drenagem linfática manual e sua relação com a anatomia e a fisiologia do sistema linfático, além de esclarecer como o praticante pode potencializar suas forças a fim de canalizá-la em suas mãos e transmití-las ao cliente. Inúmeras fotos, desenhos e esquemas coloridos ajudam o leitor a visualizar a técnica e compreender a fisiologia linfática. O autor, com décadas de prática, preocupa-se não somente em mostrar como se faz, mas também em explicar o porquê, e esse conhecimento com certeza ajudará o praticante a obter os melhores resultados.
Marcus Vinicius de Mello Pinto Esta obra vem enriquecer e trazer ao leitor novas ferramentas em fototerapia clínica e esclarecer aos profissionais da área de saúde. Os fundamentos, aplicabilidade e resposta biológica desta técnica. Sua classificação é feita segundo o tipo de irradiação usada, que pode ser por vários tipos de laser, o ultravioleta (UVA e UVB). A terapia fotodinâmica e o diodo emissor de luz. As tecnologias vistas neste livro nos mostra a fototerapia na produção de colágeno, entre outras substancias importantes na processo de cicatrização, regeneração e reparo fotobiologico. SUMÁRIO 1-INFLAMAÇÃO 2- TERAPIA FOTODIÂMICA E SUA ABORDAGEM CLÍNICA 3-TERAPIA FOTODIÂMICA E SUAS GENERALIDADES 4-FOTOTERAPIA E ASSOCIAÇÃO DA FARMACOGNOSIA 5-LEDTERAPIA UMA NOVA PERSPECTIVA TERAPÊUTICA 6-FOTOBIOLOGIA DO UV E DO LASER TERAPÊUTICO 7-LASERTERAPIA E SUAS PECULIARIDADES CLÍNICAS E FOTOBIOLOGICAS 8-RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA 9- LASERTERAPIA 10-FOTOENVELHECIMENTO: MECANISMOS ASSOCIADOS E AÇÕES DOS PROFISSIONAIS
TUINA MEDICINA MANUAL CHINESA Cláudio Lopes, 1ª Edição São Paulo - 2010 Tuina é a arte do homem harmonizar o homem no espaço entre o céu e a terra com o uso de suas mãos, realizando manipulações integrativas para o fluir continuo do seu organismo.
Você encontra estes e outros lançamentos na Livraria Andreoli Fone 11 3679-7744 www.livrariaandreoli.com.br
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Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br Projeto de Lei do Ato Médico não entrará em regime de urgência O presidente do Senado Federal, José Sarney, garantiu que o Projeto de Lei 268/2002, conhecido como Ato Médico, não entrará em regime de urgência nesta legislatura. Atendendo à solicitação de representantes do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), dos Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefitos) e de várias entidades nacionais de trabalhadores da saúde, Sarney reconheceu a complexidade do assunto e a inviabilidade da apreciação do Projeto enquanto não houver consenso. As lideranças argumentaram que o texto do projeto não respeita os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e que vai de encontro ao modelo de saúde multiprofissional. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) reforçou que realizar a votação em final de mandato não atende ao interesse público e que é necessário retomar o debate com a oitiva do Conselho. Caso seja aprovado, o Ato Médico afetará diretamente os pacientes, que não poderão ser beneficiados com o atendimento integrado de profissionais de várias áreas da saúde. A maioria das entidades do setor é contra a proposição. Em 2004, a categoria enviou à presidência do Senado um documento com mais de um milhão de assinaturas contrárias à aprovação do Ato Médico e, desde lá, tem atuado ativamente nesta causa. Fonte: Newsletter COFFITO 23/11/2010
Fisioterapeuta Apresenta Pesquisa Inédita em Congresso O fisioterapeuta Artur Padão do Centro Multidisciplinar da Dor apresentou no 7º Congresso Mundial de Dor Lombopelvica duas pesquisas realizadas no CMD em pacientes que fizeram uma cirurgia chamada artrodese lombar. A artrodese significa fusão das vértebras, onde as vértebras são presas por parafusos e hastes metálicas para dar sustentação da coluna e evitar que os nervos sejam esmagados na coluna lombar. No primeiro trabalho, foi criado um protocolo de orientações e exercícios da fisioterapia para ajudar no pós operatório imediato. Esse protocolo foi criado porque não existe nenhum outro no mundo, ou seja, para recuperar os pacientes desta 6 • NovaFisio.com.br
cirurgia os profissionais lançam mão da própria experiência e das poucas pesquisas que existem. Esse protocolo estimula os pacientes a se manterem ativos e retornarem as suas atividades de vida diárias de acordo com a melhora da dor e da mobilidade corporal. Esses pacientes foram acompanhados pelo período de 4 meses e todos no final do trabalho conseguiram melhorar a dor e a função da coluna lombar. Os resultados mostram que manter os pacientes dentro de suas atividades diárias tem efeitos positivos e, provavelmente, se recebessem orientações de repouso, iriam demorar mais tempo para se recuperar. A segunda pesquisa tratou sobre um problema bastante comum em pacientes com dores crônicas : após a cirurgia não conseguiam cruzar as pernas para calças sapatos ou chinelos por rigidez e dor nos glúteos. Esse problema tem a ver com alguns fatores como o mau funcionamento dos glúteos antes da cirurgia, a própria cirurgia em si, pelo corte e imobilismo ou por todos esses fatores juntos. Então, como foi encontrado em todos esses pacientes, a fisioterapia no pós operatório precisa abordar esses músculos para recuperar a função deles. Fonte: Assessoria de Imprensa
Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva: Como um conceito criado na década de 40 do século passado pode estar atualizado nos dias de hoje? Nos últimos anos a fisioterapia no Brasil e no mundo tem avançado muito em termos de pesquisa e em qualidade no atendimento. Os fisioterapeutas brasileiros cada vez mais se especializam e tem contato com fisioterapeutas de várias partes do mundo, Hoje em dia é muito comum sabermos de colegas que foram fazer cursos de aperfeiçoamento nos Estados Unidos, Europa, Austrália e em outros países. Isto tudo faz com que tenhamos acesso a vários tipos de conceitos e técnicas de tratamento, para podermos melhor atender aos nossos pacientes e também nos destacarmos no mercado de trabalho. Alguns questionamentos me fazem refletir na hora de escolher qual o curso que devo fazer: - será que esta técnica ou conceito de tratamento está atualizado e poderá realmente me ajudar na abordagem dos meus pacientes?
Há doze anos tive o meu primeiro contato com a Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, na época mais conhecido como método Kabat. Desta época em diante venho estudando e me aperfeiçoando cada vez mais neste conceito que me oferece tantas ferramentas para tratar meus pacientes ortopédicos, reumatológicos e neurológicos. Este aperfeiçoamento me levou a trabalhar em cursos de pós-graduação nos quais ministro aulas nas disciplinas de fisioterapia traumatoortopédica e neurológica. Nas aulas da pós graduação tenho como um dos objetivos responder a questão que é o título deste artigo. Como o conceito de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, criado na década de 40 do século passado, pode ainda hoje, depois de tantos avanços científicos, estar atualizada? Para responder a esta pergunta temos que fazer um breve passeio pela história do conceito, da sua criação até os dias de hoje. A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva foi desenvolvida nos anos 40 pelo médico Herman Kabat e pela fisioterapeuta Margaret Knott. Diferente de outros conceitos em que os terapeutas experimentavam determinadas técnicas e depois procuravam a explicação fisiológica para os resultados, Dr Kabat desenvolveu sua abordagem de tratamento baseado na observação dos movimentos normais e nas pesquisas neurofisiológicas da época, baseadas principalmente nos trabalhos do médico neurofisiologista Charles Sherrington. As pesquisas de Sherrington formaram a base para a teoria reflexa do controle motor. Nesta teoria acreditava-se que os reflexos eram blocos que construíam o comportamento complexo do movimento. Baseado nestes estudos a FNP passou a usar os reflexos de estiramento junto com as diagonais ( padrões de movimento), para facilitar os movimentos. Na década seguinte começam os primeiros cursos de FNP e o primeiro livro foi publicado por Margareth Knott e Dorothy Voss. Anos depois, o professor e cinesiólogo argentino Julio Gerardo Sanchez fez o curso de FNP com Knott e Voss e passou a divulgar o conceito na América Latina. Muitos profissionais brasileiros adquiriram seus conhecimentos com o professor Julio (que foi muito importante para o conhecimento do conceito no nosso país), e também passaram a ministrar os cursos de FNP no Brasil. Alguns destes fisioterapeutas que se dedicavam a estudar mais profundamente a FNP perceberam a necessidade de atualização, já que muito
Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br do que se acreditava na década de 40 já se mostrava sem atualização, como por exemplo, a teoria de controle motor . Em 1985 foi formado o grupo internacional de instrutores de FNP nos EUA e regras foram criadas para a formação dos novos instrutores. Em 1990 foi fundada a Associação Internacional de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (IPNFA). Esta associação ficou responsável pela normatização e formação dos instrutores, além da atualização e unificação das várias correntes que existiam no conceito e em desenvolver pesquisas em FNP. Essa Associação passou a organizar encontros anuais com o objetivo de promover a atualização científica do conceito. Toda esta organização nos mostra a seriedade com que este conceito é tratado e como a FNP vem se desenvolvendo no decorrer destes anos. No Brasil, por exemplo, temos dois instrutores reconhecidos pela associação internacional, a professora Mônica Cilento e o professor José Vicente Martins, ambos do Rio de Janeiro. Depois de terem estado em diversos países para fazerem suas formações, eles continuam viajando todos os anos para os encontros da associação internacional, para trazerem para o nosso país as mais recentes mudanças. Quando encontro com alunos em diversas pós-graduações em que ministro aulas, em vários lugares do Brasil, e estes me relatam que fizeram cursos de FNP com pessoas que ainda ensinam o conceito da forma como se ensinava na década de 50 (sem a preocupação com a atualização nos conceitos de controle motor, aprendizado motor e biomecânica) e dizendo que o conceito ensina a tratar pacientes apenas nas macas e fazendo diagonais, isto me mostra o porque que algumas pessoas questionam a eficácia do FNP no tratamento dos pacientes. Espero que a pergunta do título, possa ter sido respondida depois deste rápido passeio pela história, que também é a história de um pouco da nossa profissão. Se depois deste texto você quiser conhecer mais sobre a FNP, convido você a fazer parte deste grupo de pessoas que fizeram a formação (cuidado que normalmente quem conhece se apaixona), e a única coisa que recomendo é que procure um instrutor reconhecido pela associação internacional, o que pode ser verificado no site oficial da IPNFA (www.ipnfa.org). Obrigado e bom curso! Fonte: Dr. Paulo Moté CIRTA
Pilates auxilia na deformidade do tórax
Desconhecida por grande parte da população, a pectus carinatum e excavatum é uma deformidade do tórax que atinge uma parcela pequena da sociedade. Apesar do pilates atualmente parecer sinônimo de “modinha”, é a atividade física mais adequada para tratar da anomalia. O problema é conhecido como “peito de sapateiro” ou “tórax escavado”. As causas ainda não são totalmente conhecidas, mas há hipóteses que a deformidade advém do momento do parto. O fisioterapeuta Grayson de Figueiredo Pereira, representante da Metacorpus Stúdio Pilates em Vitória-ES especializou-se na enfermidade e há cinco anos desenvolve o pilates exclusivamente para pacientes com esse problema. De acordo com o fisioterapeuta, o pilates é trabalhado em conjunto com o RPG e com a órtese Compressor Dinâmico de Tórax (CDT). Ele alerta para a importância do pilates ser trabalhado junto ao tratamento tradicional. “Posso garantir que há uma aceleração impressionante nos resultados”, afirma o especialista. Ele alerta que o problema deve ser tratado em conjunto com um especialista no caso. O tempo médio de tratamento pode variar dependendo do grau de anomalia, mas o tempo médio é de um ano de tratamento. Grayson afirma que muitos pacientes passam anos desconhecendo o problema em seu corpo, e só procuram o tratamento médico em fase avançada. Por isso, é bom ficar atento a excessos na curvatura da coluna de seu filho.
Coluna sem agressão O pilates é conhecido por grande parte dos praticantes por ser uma modalidade de baixo impacto, que evita que a coluna seja sobrecarregada durante os exercícios. “O pilates tem sido uma das atividades mais recomendadas por médicos para o tratamento de diversas patologias, incluindo correção da má postura, sedentarismo, estresse e outros problemas na coluna, devido principalmente, ao baixo impacto dos exercícios nas articulações”, explica um dos sócios-diretores da Metacorpus Stúdio Pilates, o fisioterapeuta Michel Salgado. Sua empresa, uma das pioneiras do Brasil no segmento, possui estúdio em 11 estados brasileiros e inclui mais de sete mil pacientes, incluindo os que estão em reabilitação. Por seus benefícios e conceito, o pilates é apontado por fisioterapeutas como a proposta de saúde mais completa para qualquer idade. De acordo com Sérgio Machado, outro sócio da empresa, os resultados podem ser percebidos em três semanas. “A postura mental, física e emocional das pessoas muda radicalmente”, garante o sócio, que também é fisioterapeuta. A Metacorpus é uma das empresas mais completas do país quando o assunto é Pilates. Atuante em diversos segmentos do mercado brasileiro, passando pela fabricação de aparelhos de Pilates, estúdios para a prática do método, cursos de formação e aprimoramento profissional, consultoria na montagem de novos estúdios e uma griffe de roupas de ginástica Metacorpus. A empresa oferece também cursos de aprimoramento para profissionais e estudantes de Fisioterapia, Educação Física e áreas afins. Realizados em todo o Brasil, os cursos “Pilates: uma visão atual na área de saúde” e “Pilates no tratamento das patologias da coluna vertebral” já formaram mais de 4.000 profissionais. “A proposta dos cursos é qualificar pessoas oferecendo uma nova visão para o mercado de atividade física, que concilia condicionamento físico, consciência corporal e aumento da autoestima”, resume Michel Salgado. Fonte: Assessoria de Imprensa Armazém Comunicação Atendimento: Juliana Alcantara Tels: 21. 2294-8929 / 3874-7111 Email: atendimento@armazemcomunica.com.br NovaFisio.com.br • 7
Frases|Mande a sua frase: revista@novafisio.com.br “Por trás de cada terapeuta existe, sobretudo, um homem”. [Dr. Armand Angibaud]
“Todos os humanos são educadores em algum momento de suas vidas”. [Sara Pontes]
“O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem.” [Arthur Schopenhauer]
Coluna Social|Mariner Of The Seas - O navio do I Cruzeiro da Fisioterapia.
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Entrevista de capa|Juliana Veloso Por| Eduardo Tavares Foto| Alice Kohler
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...o fisio muitas vezes é mais psicólogo do que fisioterapeuta.
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arioca, nascida no Humaitá e filha de atletas, Juliana Rodrigues Veloso foi desde pequena incentivada a praticar esportes. Ainda criança resolveu abandonar a ginástica olímpica e se dedicar totalmente ao esporte preferido da família, o salto ornamental. Com o esporte em sua carga genética, as conquistas vieram num curto espaço de tempo com vitórias em provas infantis e juvenis. Já na fase adulta, Juliana foi finalista na Copa do Mundo 1999, sendo a primeira brasileira a se classificar para as Olimpíadas de Sidney nas provas de trampolim e plataforma. Entre os títulos ela acumula: a 2ª colocação no Circuito Mundial do México 2002, (primeira brasileira a conquistar medalha); semifinalista na plataforma e trampolim nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004; medalha de prata na plataforma (1ª medalha brasileira na modalidade em Pan na história) e bronze no trampolim nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003; medalha de bronze na plataforma e a 4ª colocação no trampolim nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Além de ter sido campeã sul-americana absoluta na plataforma em 1996-1998-20002002-2004-2006-2008 e 2010. A saltadora conversou com NovaFisio e lembrou das contusões que sofreu, revelou a importância que a fisioterapia tem na sua trajetória de atleta e quais as metas para o futuro.
V
ocê tem atletas na sua família? - Meus pais foram saltadores. Meu irmão Gustavo, um ano mais velho que eu, também é. Ele foi o meu maior espelho. Hoje, tenho uma irmã treze anos mais nova que faz parte da seleção brasileira de pólo aquático. O que te motivou a ser uma atleta, e mais especificamente optar pelo salto ornamental? - Minha família sempre conversava sobre saltos. Eu fazia ginástica artística, até que um dia eu parei para analisar... eu nunca treinava saltos e já era bicampeã brasileira de G.A. Então pensei ... talvez seja realmente genético. Acho que no salto ornamental eu posso ir mais longe, e foi assim que tudo aconteceu. Quando ingressou no esporte? A natação foi o início de tudo? - Eu tinha uns 2 ou 3 anos de idade. Meus pais fizeram tipo uma escola russa que consiste em obter todos os ensinamentos através do esporte. Fiz judô pela disciplina, natação pela capacidade cardio respiratória, ginástica artística para aprimorar a coordenação, equitação onde você aprende a lidar com um animal sabendo que ele também tem seus desejos próprios, fiz futsal para desenvolver a coletividade, laser para aprender um pouco sobre vento e mar.... enfim, de tudo um pouco. Quem é seu maior ídolo no esporte? - Ayrton Senna. Existem outras opções no salto ornamental além do trampolim de 3 metros e a plataforma de 10? - Existe também os 3 metros sincronizado, plataforma sincronizado e trampolim de 1 metro. Quantas variações de movimentos existem aproximadamente para este esporte? E qual o mais difícil de ser executado? - Tem o salto de frente, o de costas, o pontapé que você sai de frente e roda para trás , o revirado em que você sai de costas e roda para a frente e o parafuso, que você pode sair de qualquer uma das formas anteriores só que tem que rodar junto com o mortal uma pirueta, ou parafuso como nós falamos. Quanto a dificuldade, cada atleta tem a sua. As vezes pode mudar, tipo eu tenho no revirado só que numa determinada época ele está bom, aí passa a ser o de frente.... depende. Para o jurado da prova, a entrada na água tem o mesmo peso da execução ou da elevação durante o salto? - Sim e não. Conta tudo na verdade. Altura, o salto não pode ser longe nem perto do trampolim, tem que ter uma distância segura, tem que ter beleza e a entrada na água. Teoricamente tudo tem o mesmo valor, mas sabemos que uma boa entrada na água impressiona o juiz e também a plateia. Se não me engano, em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, um saltador americano bateu com a cabeça na prancha logo após o salto, antes do contato com a água.
A imagem foi impressionante. Já aconteceu algo parecido com você? - Aconteceu duas vezes no trampolim, no treino durante o Mundial da China, em junho deste ano. Foi só um encostão com a ponta dos pés, assusta mas não dói. Como é sua rotina de treinamento? - Treino quatro horas atualmente. Corrida, piscina, musculação e ginásio (tipo o de G.A mas voltado para os saltos com um trampolim, só que a gente cai num colchão ao invés de ir para a água). Tem cuidados com sua alimentação? - Mas ou menos. Me cuido para comer o que meu corpo precisa, mas sem deixar de comer o que eu gosto. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira esportiva? - Quando sofri uma lesão séria de ombro. Foi péssimo, mas quando você chega ao seu objetivo, tudo se apaga, nada mais importa. E o mais importante e prazeroso? - Aí sim eu tive vários. A conquista do Pan, em 2003, o Pan do Rio, em 2007, Olimpíadas, todas. Um momento mais recente e especial foi a conquista do ouro nos Jogos Sul-Americanos, que foi a prova de fogo para o meu retorno. Em seguida, o quarto lugar na etapa mais acirrada do circuito mundial nos EUA, em maio. Dentro do seu esporte quais são os tipos de lesões mais frequentes? - No ombro, punho, joelho e pescoço. Qual você considera a pior lesão que sofreu? Qual foi o diagnóstico? - Tive pinçamento de um nervo cervical. Só que eu perdi o movimento do braço esquerdo e três médicos disseram que eu não mexeria mais ele. E tive também seis fraturas em cinco anos no mesmo punho. Tive também uma ruptura de panturrilha, isso sim. A dor era insuportável. Não conseguia nem mexer o pé. Foi horrível. Faltavam dois minutos para começar uma prova em Melbourne, na Austrália. Tentei fazer mais um salto de aquecimento e tive a ruptura. Não competi e não conseguia sequer andar. As dores eram intensas? - Sou meio esquisita com relação a dor. Quando tenho fraturas, normalmente penso que está doendo um pouco, mas sempre acho que é frescura. Hoje, tento tomar mais cuidado para me preservar. Mas com certeza doía bastante. Em algum momento, diante da contusão, você pensou que teria que abandonar o esporte? - Nunca, jamais. No alto nível só os fortes sobrevivem (rsrsrsrsrsrs). Vo c ê s e g u i u d i s c i p l i n a d a m e n t e a fisioterapia? - Sempre. Fisioterapia faz parte do treinamento do atleta. Você fez aproximadamente quantas sessões de fisioterapia? Quais eram os exercícios? - Puxa....não vou me lembrar, mas em determinadas épocas, tipo quando eu
tratava da lesão no ombro, eram três vezes de manhã bem cedinho. Depois perto do almoço e no fim da tarde, mas nesse caso eu nem treinava, era só a fisio. Por ser uma atleta de ponta a fisioterapia é uma constante na sua vida? - Faz parte do treino. E o principal é ter um fisioterapeuta legal. Fisioterapia as vezes é um tratamento longo que exige paciência. O que mais te incomodava durante as sessões? - É bem chato porque é repetitivo e lento, mas você tem sempre que ter foco e um objetivo. Se o fisioterapeuta é legal você conversa e acaba se distraindo. Você acredita que atingiu a recuperação necessária com as sessões? - Sim. Com certeza. Porque quando se tem muita dor, aliás, dor temos sempre, a gente se dedica para melhorar. Lembra-se de algum fato curioso que aconteceu com você durante as sessões de fisioterapia? O principal é que nos casos mais graves eu sempre contei com fisios fenomenais, que além de serem ótimos, são pessoas legais, como Henrique Jatobá Barreto do COB, o Rafael André, na época do Fluminense e o Guilherme, que até hoje, trabalha no Futebol do Flu. Você se tornou mãe há pouco tempo. Já retomou completamente a v ida esportiva? - Há muito tempo (rsrsrsrrrsrs). Na minha primeira competição após a volta, o Pedro estava com apenas 5 meses. E o que você planeja para o futuro como atleta, pois também terá que dividir o tempo com as tarefas de mãe? - Meu objetivo não mudou, quer dizer, antes eu queria ser finalista olímpica na plataforma, agora quero uma final nos 3 metros e também tenho o direito de sonhar com uma medalha em 2012. Né?! O que você gosta de fazer quando está fora dos compromissos profissionais? Qual o seu hobby? - Amo praia, cinema, comer, conversar com os amigos e ir aos parquinhos com o Pedro. Qual mensagem você deixaria para os profissionais de fisioterapia que dedicam seu trabalho à recuperação das pessoas lesionadas? - Vocês são muito importantes para todos, atletas e não atletas. Mas o mais importante é amar o que estão fazendo. Isso eu digo sempre para tudo, e vocês têm uma grande arma nas mãos. Todas as pessoas querem ficar bem, então isso joga muito a favor de vocês. Mas sabemos também que o fisio muitas vezes é mais psicólogo do que fisioterapeuta. Por isso tem que ter bom humor também. Eu estudei fisio até o sétimo período e hoje estou com a matrícula trancada, mas o que me motivou foram os tratamentos que eu fiz. Eles me fizeram um bem tão grande que eu queria poder fazer isso para os outros. NovaFisio.com.br • 11
Colunas | Coluna do Dr. José da Rocha - Leia todas as outras no site. AÇÃO PRIMÁRIA DO FISIOTERAPEUTA, MAGISTÉRIO, TITULAÇÃO.
A
lém da reconhecida ação secundária e terciária do fisioterapeuta, a ação primária vem ganhando cada vez mais espaço no desempenho profissional, com a chamada fisioterapia preventiva. Esse termo nos dá a impressão errônea de que a fisioterapia preventiva somente atua em situações saudáveis de menor ou maior risco, como por exemplo, evitar quedas em idosos, portadores ou não de alguma situação patológica, acompanhamento gestacional, visando a gestante e também o bebê que pode evoluir com potenciais lesões cerebrais de acordo com a gestação e o parto a ser realizado, avaliação postural infantil com a proposta de inibir possíveis desvios futuros em maior ou menor grau. Esses são alguns exemplos clássicos, embora não aproveitados totalmente pelo fisioterapeuta ora por desconhecimento, ora por desinteresse em determinadas áreas de atuação. Ao início da era globalizada e neo-liberal foi notória a fala de um economista norte-americano, o qual sentenciou que, no mundo de economia globalizada, emprego seria sinônimo de inovação, propostas alternativas e relevantes que fizessem diferença. Mais uma vez o fisioterapeuta desponta como um profissional capaz de se adequar e propor coisas novas dentro das várias frentes que a nossa legislação específica oferece, pois somos todos, aos olhos legais, fisioterapeutas clínicos por formação, podendo atuar e devendo atuar de forma generalista em todas as áreas cabíveis ao conhecimento e bom desempenho ético e respeitoso aos pacientes e às instituições. Onde estão essas propostas? Onde está o fisioterapeuta para ocupar um espaço que pertence a ele? Quantas inovações podemos realizar a partir do interesse científico associado à pesquisa. Quantos trabalhos de conclusão de curso, quando bem orientados, podem se transformar em trabalho de pesquisa e acesso ao mercado de trabalho. Como orientador, tenho vários exemplos de alunos que trouxeram idéias novas, as quais poderiam se transformar em frente preventiva e curativa de trabalho. Porque não dar sequência a essas idéias brilhantes e factíveis? O que falta para o fisioterapeuta se lançar, propor, ousar e fazer valer a sua competência? Segundo um velho ditado, contra fatos não há argumentos; se o trabalho é bom, embasado, sério e de resultados positivos, não há profissional de qualquer outra categoria que possa tirar o mérito dessas conquistas. Infelizmente, na prática, não é isso que ocorre. Durante a graduação o aluno não é estimulado a participar efetivamente da categoria profissional, não é estimulado a criar, passa pela formação básica sem comprometimento, salvo honrosas exceções. Com o aumento excessivo da procura pelo curso de fisioterapia no final dos anos 90 e início da década de 2000, a grande proposta de conseguir um espaço no mercado de trabalho passou a ser ligada ao magistério – salários mais altos e possível estabilidade. A partir daí, passamos a ver novos fisioterapeutas, inexperientes, sem bagagem, querendo exercer a docência como única saída. Inicialmente, com poucas universidades disponibilizando o curso, a procura pela docência era relativamente pequena e os professores apresentavam um nível de qualidade proporcional melhor. Com a abertura de cursos sem critério e sem estrutura, com baixos investimentos em laboratórios e, visando essencialmente o lucro em função da ocasião propícia, o número de alunos explodiu no Brasil inteiro e na região sudeste, a qual respondia e responde por mais da metade dos alunos em formação. O Ministério da Educação não impediu essa abertura desenfreada de escolas, como também não incentivou e/ou facilitou a abertura de escolas públicas de fisioterapia; pelo contrário, o curso na Universidade Federal da Bahia foi desativado. O que se viu a partir da metade da década de 2000 foi lastimável. Os cursos edemaciados, o mercado não absorvendo o potencial real de profissionais – um estudo realizado pelo crefito-3 de São Paulo em 2000 caracterizava a necessidade de 150000 profissionais de fisioterapia no país para atender razoavelmente as necessidades da população; à época a categoria dispunha de aproximadamente 60000 profissionais no geral, ou seja, não significando que todos estavam no mercado ativo de trabalho e a necessidade de professores aumentou sobremaneira. A falta de critério para admissão permitia a entrada de “professores” sem a mínima condição de atuar como docentes; a qualidade dos cursos desabou, os alunos debandaram e o mercado continuou na mesma. Para piorar esse quadro, o Ministério da Educação passou a priorizar a titulação em pós-graduações stricto sensu como maneira de avaliar os cursos; quanto mais mestres e doutores o curso possuir, maior é o grau potencial obtido na avaliação (outros pontos também são levados em consideração). A partir disso, muitos fisioterapeutas passaram a buscar essa formação em mestrados e doutorados que não possuem linha de pesquisa específica em fisioterapia em sua imensa maioria, obrigando os profissionais a buscarem áreas afins para se titularem e, logicamente, na maior parte não dando continuidade às pesquisas iniciadas. O governo Lula priorizou os cursos de mestrado e doutorado, gerando uma verdadeira fábrica de certificados e muitos profissionais desqualificados, apesar de serem legalmente qualificados. Muitas universidades estão diminuindo acentuadamente ou zerando a carga horária de professores mais antigos e sem a mesma titulação, admitindo professores jovens, titulados, inexperientes, com ganho menor em torno de 30%; é a tendência clara dos cursos particulares visando lucro com poucos gastos e qualidade de formação, questionável. Faço aqui um contraponto a essa tendência desenfreada que vemos na fisioterapia. Um insistente academicismo sem estrutura científica para tal, levando os profissionais a buscarem titulação de forma precoce e com poucos resultados práticos. É importante a pesquisa? É fundamental. É importante a titulação e a visão da evidência científica? Sem dúvida; mas isso é uma construção gradual, progressiva, voltada para a fisioterapia. Querer negar a assistência e priorizar o acadêmico é, neste momento, um erro. É importante frisar que todas as pesquisas saem e voltam para a assistência, pois a linha final de todo cientificismo é a melhora funcional no seu aspecto mais amplo dos nossos pacientes. É necessário prudência e objetivos bem direcionados. Enquanto o profissional não estiver trabalhando em locais que permitam boa remuneração, com tempo para pesquisa, documentação, levantamento de dados, além da atuação terapêutica de qualidade de nada adiantará todo esse movimento. Quanto tempo demorou para o Direito alcançar o academicismo? A qualidade era questionável antes desse advento? Não, e quem respondia pelo ensino? Juízes, desembargadores, promotores, advogados experientes. O que fazia a diferença? A experiência prática. Em relação à fisioterapia, defendo radicalmente a vivência clínica como soberana e como ponto de partida para o acadêmico e cientificismo. O caminho traçado hoje é o contrário e o risco de fracasso é crescente como estamos vendo. Quantos titulados estão confortavelmente e dignamente em atuação? Não estou absolutamente na contra-mão do processo; estou alertando para os equívocos que estão sendo cometidos em função de distorções a que a fisioterapia está sendo submetida com total passividade da categoria. Na próxima edição darei continuidade a esse tema instigante e aos seus desdobramentos e porque a cegueira do governo em relação à saúde e educação. Reflitam, discutam, abram para outras vertentes, entrem em contato, pois essa discussão interessa a todos nós. Dr. José da Rocha E-mail: ze.rocha@oi.com.br 12 • NovaFisio.com.br
Até a próxima.
Colunas | Coluna do Dr. Geraldo Barbosa - Leia todas as outras no site. A RESPONSABILIDADE SOCIAL DO FISIOTERAPEUTA
F
alar ou escrever sobre responsabilidade social conduz a mente ao que tanto se alardeia nos meios de comunicação, relacionados a empresas ultimamente voltadas para ações favorecedoras do meio ambiente ou que interessem à sociedade. A estrutura midiático-mercadológica financiada com recursos da indústria, do comércio e da área prestadora de serviços, bombardeia o público com mensagens explícitas de empresas cuja aparente preocupação maior é o bem-estar social, e de que elas não visam unicamente o lucro por meio da cooptação de consumidores para seus produtos e serviços. Isso que foi dito traduz-se como política compensatória, pela incapacidade de impedir os malefícios causados pelo capitalismo. Mas isso não é tudo – pior, muito pior – o capitalismo atua por meio da sua mais importante instituição a Corporação, cujo imenso poder é capaz de transformar a história e levar o planeta à destruição. As raízes dessa política estão no Welfare State que instituiu a partir da Segunda Guerra Mundial, um modelo de práticas reparadoras de danos cujo motor principal seria o Estado como garantidor da universalidade de direitos, bens e serviços. Em suma, um Estado meramente assistencial que, ao longo dos anos 80 mostrou-se incompetente para se contrapor aos efeitos nefastos do capitalismo sobre as camadas menos favorecidas da população. A partir de então as empresas passaram a ser vistas, paradoxalmente, como a salvaguarda da manutenção do emprego, com o setor privado sobrepujando-se ao estatal. Não só a questão social; como também as possíveis soluções para os problemas ambientais, vieram a constituir o lema das Corporações, com um discurso forte, porém não tão eficaz na prática, principalmente quanto as questões ambientais que atingem escala planetária na atualidade. O exame preliminar do discurso da responsabilidade social das empresas parte do pressuposto da existência de não incluídos no processo para, em seguida afirmarmos que ter responsabilidade social também é imperativo – no bom sentido – para o sujeito, aqui entendido como o entende a filosofia, ou seja, o ser individual, que se considera como tendo qualidades, e, nesse caso específico, o sujeito investido de uma profissão, o Fisioterapeuta. Diametralmente oposta, a responsabilidade social das empresas (cujo ideário, hoje, é impulsionado por estratégias de marketing) a responsabilidade social do Fisioterapeuta está centrada na ética do humano e naquilo que era o viver e o fazer cotidiano dos Terapeutas do Deserto, tão bem descritos por Jean-Yves Leloup no livro Cuidar do Ser, cuja figura central é Fílon de Alexandria, que ensinava “a aprender a ver com clareza”. É do conhecimento geral, mas não custa acrescentar: no exercício da profissão, cabe ao Fisioterapeuta, segundo preceito legal, privativamente executar métodos e técnicas terapêuticas, compreendendo-se que, “métodos formam um conjunto sistemático de procedimentos orientados para os fins de produção ou aplicação de conhecimentos, e que técnicas são todas as atividades específicas apropriadas aos princípios gerais delineados na metodologia”. Dentro desses princípios legítimos, o Fisioterapeuta procede “a avaliação físico-funcional, estabelece a prescrição fisioterapêutica, a programação do tratamento e o uso dos recursos do arsenal terapêutico à sua disposição, bem como reavalia periodicamente a programação prescrita e, no momento em que a máxima funcionalidade corporal, compatível com o quadro clínico apresentado, é atingida, estabelece a alta do paciente”. Sendo o homem objeto da ação do Fisioterapeuta desde a concepção até a morte, ressalta em importância a responsabilidade social aos seus cuidados, responsabilidade esta, que vai da atenção com os recém-nascidos de alto risco – onde ela é incondicional, não havendo de modo algum reciprocidade ou neutralidade ética possível, cujo compromisso maior é com a manutenção da vida e com a qualidade de vida futura – passando pelo atendimento às vítimas do trânsito, aos acidentados do trabalho e às pessoas idosas as suas fragilidades e carências, e de outros indivíduos vítimas de doenças metabólicas e cardiovasculares. Assim, como reiteradas vezes afirmamos ao termos oportunidade de tornar explícito, é missão do Fisioterapeuta a responsabilidade de devolver ao convívio social e à força de trabalho grande parcela da população, contribuindo desse modo para o fortalecimento da economia do País, reduzindo custos previdenciários e liberando mais rapidamente as pessoas dos leitos de enfermo. Contribuição maior, que não é contabilizada em termos de custos financeiros ou operacionais, é a responsabilidade social e primordialmente ética de diminuir o sofrimento humano.
Dr. Geraldo Barbosa E-mail: geraldobarbosa43@yahoo.com.br Blog14-F http://geraldobarbosa43.blogspot.com Adquira o livro Herdeiros de Esculápio – História e organização profissional da Fisioterapia, pelo e-mail. geraldobarbosa43@yahoo.com.br 14 • NovaFisio.com.br
Texto publicado originalmente no livro Herdeiros de Esculápio – História e organização profissional da Fisioterapia. Edição do autor – Recife 2009
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Colunas | Coluna do Dr. André Luiz de Mendonça - Leia todas as outras no site. BOAS FESTAS!
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ueridas leitoras, queridos leitores, estamos chegando ao final de mais um ano. Ano este certamente inesquecível e cheio de acontecimentos marcantes: Perdemos uma copa do mundo, elegemos pela primeira vez na história do país uma mulher para presidente, estamos “limpando” a cidade maravilhosa do crime e o nosso Brasil continua crescendo.
Um ano marcante! Sem sombra de dúvida. Mas e para nós? Fisioterapeutas? Como foi o ano? O que fizemos para melhorar nossa amada profissão? E pela nossa carreira? Um ano marcante requer atitudes marcantes. E uma atitude marcante requer conhecimento de um profissional. Domínio técnico e científico é fundamental, e melhorando a qualidade do profissional da Fisioterapia, melhoramos automaticamente o nível de reconhecimento da nossa profissão. É simples como um efeito dominó.
Cada um de nós é responsável pelo engrandecimento da Fisioterapia. Sendo assim, para impulsionar o nosso crescimento profissional e cultural, em parceria com a revista NovaFisio e com a FisioTur , trabalharemos “duro” nas próximas Edições para que você, querida leitora, querido leitor, tenha acesso ao mais variado leque de escolhas para promover o seu desenvolvimento profissional e cultural, principalmente fora do Brasil. Seja uma pós graduação, um curso de terapia manual ou um congresso internacional, um curso de idioma ou uma viagem cultural. Ou mesmo tudo junto. Pode contar conosco!! Nós levaremos você até onde você quiser. Mas agora vamos esquecer um pouco o trabalho e a carreira: só por poucos instantes, e vamos pensar nas festas de fim de ano. O natal, família reunida, comida na mesa (para os que possuem esta sorte, o que infelizmente no nosso país não é a realidade de todos) é hora de celebrar. Para os Cristãos o renascimento de Jesus Cristo, para os ateus uma ocasião para estar com a família. O importante mesmo é celebrar a união. Referente ao NATAL sabe-se que São Nicolau (Papai Noel), bispo de Mira, seja proveniente da Ásia Menor hoje atual Turquia, onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 6 de dezembro de 342. Sob o império de Diocleciano, Nicolau foi encarcerado por recusar-se a negar sua fé em Jesus Cristo. Após a subida ao poder de Constantino, Nicolau volta a enfrentar oposição. Diante de um debate com outros líderes eclesiásticos, Nicolau levanta-se e esbofeteia um de seus antagonistas. Isso o impede de permanecer como um líder da Igreja. Nicolau, porém, não se dá por vencido e permanece atuante, prestando auxílio a crianças, doentes e outros necessitados (seria ele FISIOTERAPEUTA?). A ele foram atribuídos vários milagres, sendo proveniente daí sua popularidade em toda a Europa e sua designação principalmente como amigo das crianças. Sendo assim, São Nicolau, foi tardiamente relacionado e transformado no ícone do Natal, Papai Noel, um velhinho corado de barba branca. Agora que já sabemos de onde o Papai Noel vem, depois que o bom velhinho se for chega a virada do ano. O REVEILLON, palavra que vem do francês e que designa uma festa a noite sem hora pra acabar (olha a Europa aí de novo) e mais do que adequada para a festa que fazemos. Neste dia todos nós ficamos cheios de esperanças e, pensamos no que fizemos, e no que poderíamos ter feito melhor e esperamos ansiosos pelo novo ano...e é assim com todo mundo... no mundo todo. Desejo a todos boas festas. Como diz o nosso eterno Pedro Bial: - Que nos venha saúde e paz, que o resto a gente corre atrás - ano que vem vamos correr atrás, atrás dos nossos sonhos... e quem sabe não estaremos juntos numa cidade europeia qualquer? Celebrando o próximo Reveillon?
Dr. André Luiz de Mendonça Fisioterapeuta. Mestrando em Motricidade Humana pela Universidade de Porto. Reside atualmente na cidade Alemã de Mainz contato:andremendonca@hotmail.de 16 • NovaFisio.com.br
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Coluna do Prof. Luis Guilherme - Leia todas as outras no site.
SE FOR MEXER FAZ DIREITO! Moleque atrevido, Jorge Aragão. “Quem foi que falou que eu não sou um moleque atrevido... ganhei minha fama de bamba nos sambas de roda... hoje é fácil dizer que esse samba é nossa raiz... tem gente que fala de samba e não sabe o que diz... respeite quem pode chegar onde a gente chegou... e a gente chegou muito bem, sem desmerecer a ninguém... respeite quem pode chegar onde a gente chegou!”
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ois é, estou bastante preocupado com essa história da titulação dos Especialistas. Sinceramente, acredito que mereça um debate mais amplo, devido a importância que carrega. É fácil entender minha preocupação para aqueles, que a meu exemplo, participaram da criação de uma especialidade. Entrei nessa história em 1990 pela disciplina de Fisioterapia Preventiva com o Prof. Luiz Cláudio, lá na FRASCE, aquele Cantinho do Céu, que adoro com todos os defeitos de uma Escola pequena. Era um filme da WEG, onde o Médico do Trabalho Hudson de Araújo Couto, fazia diversas colocações interessantes sobre a saúde dos trabalhadores e a relação com a atividade de trabalho. Há uns 10 anos atrás tive a oportunidade de conversar como Hudson sobre isso num congresso da ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia em Salvador. Foi quando minha ficha caiu e, literalmente em cima de mim, pois eu que havia abandonado a Engenharia Elétrica no 4º período para fazer Fisioterapia, ainda me perguntava o que estava passando na minha cabeça naquela decisão. Às vezes eu pensava que tinha sido só uma forma de implicar com minha ex-mulher, mas essa é outra história! Me encontrei nessa profissão linda de cuidar das pessoas – Eu seria um Fisioterapeuta em uma empresa. Imagina se eu iria, naquela época, largar a PETROBRAS para viver de Fisioterapia?! Então, poder trabalhar dentro da minha empresa na profissão que escolhi! É claro que eu não fazia idéia das urubuzadas, covardias, pernadas, canalhices e carinhas de anjo falso no caminho, mas essa também é outra história. Em 1993 tive que oferecer um curso como estágio probatório no Curso de Especialização em Docência Superior do IBMR, cuja monografia nunca entreguei, para arrependimento meu, mas que me agregou demais como docente, e escolhi Fisioterapia do Trabalho, ou seja, tava lançando minha sorte. Não faz muito tempo encontrei as transparências que usei naquela época e, só rindo saudosamente de tudo aquilo. Pensar que um dia ensinei aquilo a alguém. Aceitei a orientação da monografia de uma colega, que até hoje deve morrer de raiva de mim... são os caminhos de quem mete a cara, com, sem e apesar da ajuda, diria Mário Vidal! Enfim, estamos aí, escrevi um livro, dei minha cara a bater, e bateram; saí oferecendo cursos, me apresentando em eventos, apresentei trabalhos em congressos, publiquei artigos, formatei cursos de pós-graduação e, fiz doutorado em área correlata, inclusive participei da fundação de uma sociedade e uma associação de Fisioterapia do Trabalho – SOBRAFIT e ABRAFIT e agora ainda tenho que fazer PROVA para ser titulado Especialista em Fisioterapia do Trabalho?! Pergunto: Não deveria eu, sem falsa modéstia, ser convidado a participar dessa discussão? Naturalmente, falo por mim, pois cada um sabe as fichas que tem para por na mesa, até porque tem gente que só sabe falar às escondidas, mas tenho certeza de que tem muita gente boa que poderia participar disso tudo. Conversei muito com meu amigo particular Dr. Wilen, a quem respeito muito e por quem tenho carinho de irmão, mas confesso que não fiquei satisfeito! Estão assando um churrasco sem saber a quantidade de sal que me faz bem e se pensarmos que essa carne só está aí porque eu estive lá ajudando a destrinchar o boi, fica uma sensação de que estão cumprimentando com meu chapéu! Respeite quem pode chegar onde a gente chegou, vejam só! Um forte abraço ao Eduardo Assis de Juiz de Fora – manda ver, que estamos juntos! Caratinga acabou, muita coisa foi ruim, mas muita coisa foi boa, valeu a experiência. Sucesso ao Marcus Vinicius e ao Mário Baraúna! Parabéns ao meu amigo Fabiano Moreira, esse cara é bom, véio! Aí Pessoal, sou FisioTur também! Até que enfim alguém resolveu fazer algo legal para os Fisioterapeutas! Vem nessa! ATENÇÃO: Se sua região precisa de capacitação em Ergonomia, Fisioterapia do Trabalho, Fisioterapia Ambulatorial na Empresa e Empreendedorismo, fale com a GESTO Soluções em Fisioterapia e Ergonomia (gesto@globo.com; luisbarbosa@globo.com; www.gestosolucoes.com.br)..
Prof. Luís Guilherme Barbosa (ABERGO e ABRAFIT) Fisioterapeuta do Trabalho, Ergonomista, Professor Universitário, Diretor da GESTO-Ergonomia e Saúde no Trabalho Ltda 18 • NovaFisio.com.br
Mande seu e-mail. Contribua: críticas, discussões, opiniões e até elogios são bem vindos. Vale repetir a citação, novamente! How, how, how... FELIZ NATAL E BOM ANO NOVO! Papai Noel.
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| Deficiente físico, trabalho, qualidade de vida. Trabalhadores com deficiência física: Estudo da qualidade de vida numa instituição de ensino superior Por | Elyda de Araújo Florentino, Priscilla Ferreira Lemos, Alecsandra Ferreira Tomaz, Neide Maria de Lucena Artigo
O
conceito de deficiência hoje em dia ainda está ligado à incapacidade ou invalidez, porém essa visão está sendo mudada devido ao aumento de trabalhadores portadores de alguma deficiência. Esse aumento do número de portadores de deficiência no trabalho se dá devido à criação e aprovação de leis que tendem a assegurar esse direito aos portadores. A qualidade de vida pode ser definida como a junção de diversos fatores e pode ser traduzida pela satisfação de viver. Assim sendo, este estudo teve por objetivo a análise da qualidade de vida dos trabalhadores portadores de alguma deficiência física de uma instituição de ensino superior. O tipo de pesquisa caracteriza-se como sendo exploratória e descritiva. A população pesquisada foi composta por trabalhadores portadores de deficiência física do Centro Universitário de João Pessoa- UNIPÊ, tendo como amostra 20 indivíduos. Utilizou-se como meio de pesquisa uma entrevista contendo um questionário sócio-demográfico, além de uma versão adaptada em português do formulário WHOQOL-BREF. Pôde-se concluir que a média de satisfação encontra-se neutra e que o que dificulta a inserção laboral de deficientes físicos é a falha no processo de formação e qualificação profissional. 1 INTRODUÇÃO Os conceitos sobre deficiência variam, porém a maioria deles se resume ao universo da incapacidade e da invalidez. Felizmente esses conceitos estão se dissipando, e um dos fatores deste acontecimento é a crescente colaboração dos deficientes no mercado de trabalho. A cada dia mais empresas buscam se enquadrar na chamada Lei de Cotas, onde obriga a contratação de 2% a 5% de funcionários com deficiência. Apesar dos esforços, muitas empresas têm encontrado dificuldades para desenvolver projetos que cumpram as exigências dessa lei. Empresas que aprendem a localizar, contratar e treinar pessoas com deficiência estão conseguindo adaptar seus locais de trabalho e preparar seus funcionários para a atuação em equipe. A 20 • NovaFisio.com.br
ergonomia entra em ação dando suporte para essas adaptações, fazendo com que o trabalhador tenha um ambiente adequado de trabalho e que influenciará diretamente na sua qualidade de vida. A qualidade de vida é avaliada segundo vários fatores como físicos, psicológicos, ambientais e sociais. Buscando esclarecer melhor o conceito de qualidade de vida, o Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde, definiu qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
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O conceito de deficiência hoje em dia ainda está ligado à incapacidade ou invalidez, porém essa visão está sendo mudada devido ao aumento de trabalhadores portadores de alguma deficiência.
”
2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 DEFICIÊNCIA E ATIVIDADE LABORAL A sociedade tende a misturar as limitações relativas à vida diária com as relativas a vida social, caracterizando o deficiente físico como um incapaz ou inválido, porém as limitações dos portadores de deficiência são variadas e não devem ser tratadas de qualquer forma. Há pessoas que possuem pequenas limitações para andar ou vestirse, porém têm grande capacidade de trabalhar mediante alguma acomodação (PASTORE 2000). O mesmo autor afirma que o pensamento preconceituoso das pessoas em relação aos portadores de deficiência é variado. Porém, é no universo laboral que os deficientes físicos sofrem mais, sendo comum a rejeição de profissionais qualificados pelo simples fato de serem portadores de alguma limitação. Em 1991 entrou em vigor a Lei de Cotas, onde obriga as empresas instaladas no país com mais de 100 funcionários a preencher de 2 a 5% de seus cargos com beneficiários da Previdência Social reabilitados ou com portador de deficiência física (BRASIL, 2000). Segundo Pastore (2000), nem todo empregador está pronto para entender as dificuldades que um portador de deficiência possa apresentar. Sendo os portadores de deficiência vistos no campo de trabalho como geradores de custos. 2.2 QUALIDADE DE VIDA A Qualidade de Vida (QV) pode ser definida como a junção de diversos fatores individuais e sócio-ambientais que estão diretamente ligados ao indivíduo e diz respeito ao seu grau de satisfação com sua vida. Dentre eles estão o estado de saúde, moradia, transporte, alimentação, lazer, realização profissional, vida sexual, o relacionamento com os outros, liberdade, autonomia, segurança financeira e religiosidade (NAHAS, 2001). O termo qualidade de vida foi definido pelo Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos
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| Deficiente físico, trabalho, qualidade de vida.
seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (Orley J, Kuyken W, 1994. p 41-60). Segundo Milioni (2003), a expressão qualidade de vida tem livre interpretação, variando conforme os valores, filosofia e propósitos das pessoas e entidades que a queiram usar como referência na busca da felicidade humana. Para que haja qualidade de vida, necessita-se satisfazer muitos aspectos ligados a diversas áreas da vida cotidiana.
produtividade. Ao manifestarem suas dores ou a necessidade de atendimento, interferindo com isso na produtividade exigida, o trabalhador começa a ser motivo de chacotas e, por vezes, é transferido de setor etc. Essa lógica organizacional e o enfrentamento das adversidades decorrentes do adoecimento desencadeiam um questionamento maior sobre sua própria postura profissional e as condições de trabalho (GARBIN, NEVES E BATISTA 1998).
2.3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO A qualidade de vida no trabalho (QVT) está relacionada apenas com a atividade laboral, porém a satisfação no setor não pode ser encarada de forma isolada, sendo assim, a QVT deve apresentar uma relação entre a qualidade de vida dentro e fora do ambiente de trabalho. O bem estar deve estar relacionado ao emprego e a extensão em que sua experiência é compensadora e satisfatória (MENDES, 2008). Por outro lado Hackman e Suttle apud Búrigo (1997, p.19) citam que:
3 METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA O tipo de pesquisa, quanto aos fins, conforme classificação de Vergara (1997) caracteriza-se como sendo exploratória e descritiva. De acordo com Gil (1994), as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o intuito de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato, sendo este tipo de pesquisa realizada especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado. Seguindo este conceito, esta pesquisa buscou, inicialmente, através do levantamento bibliográfico, estabelecer uma maior familiaridade entre a qualidade de vida e o trabalhador portador de deficiência, para posteriormente, na pesquisa de campo conseguir também esse intento, visando além disso, expor as características do ambiente de trabalho da IES estudada, em particular dos setores onde se encontram os trabalhadores portadores de deficiência física, desenvolvendo assim um caráter descritivo. Quanto aos meios, este estudo se constitui em pesquisa de campo, bibliográfica e estudo de caso. Trata-se de uma pesquisa de campo, pois de acordo com a definição de Vergara (1997), a investigação será realizada no local onde ocorre o fenômeno ou que dispõe de elementos para explicálo, neste caso na empresa objeto de estudo. Tem caráter bibliográfico, conforme definição de Gil (1994), porque desenvolveu-se a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros, artigos científicos, jornais, revistas e redes eletrônicas, e por fim, caracterizase como um estudo de caso. Possui esta configuração porque focou apenas uma empresa.
“A qualidade de vida no trabalho referese à satisfação das necessidades da pessoa. Ela afeta atitudes pessoais e comportamentais, tais como criatividade, vontade de inovar ou aceitar mudanças, capacidade de adaptar-se a mudanças no ambiente de trabalho e o grau de motivação interna para o trabalho, que são fatores importantes para a produtividade do indivíduo” . Portanto, a qualidade de vida no trabalho tem um conceito amplo que inclui tanto necessidades e expectativas pessoais como fatores ligados à tecnologia, condições de trabalho, plano de carreira, cargos e salários, entre outros. Por outro lado, quando não há essas condições para uma boa jornada de trabalho, a qualidade de vida desses trabalhadores diminui e produzem efeitos na saúde física e mental dos profissionais (MELLO) As deficiências muitas vezes aparecem como um obstáculo que atrapalha esse empenho individual na busca da estabilidade profissional, como conseqüência disto, a maior parte das pessoas que apresentam limitações tenta evitar que se tornasse público no ambiente de trabalho seu adoecimento, buscando tratamentos e orientações em horários alternativos, como almoço, férias etc. Essas atitudes podem ser consideradas como de submissão às empresas e empregadores. Afirma-se ainda que o estímulo a esse tipo de postura é forma de agregação e exploração do trabalhador, visando maior 22 • NovaFisio.com.br
3.2 POPULAÇÃO, AMOSTRA E AMBIENTE DA PESQUISA A população pesquisada foi composta pelos trabalhadores portadores de deficiência física de uma Instituição de Ensino Superior, localizada na cidade de João Pessoa/PB. A coleta dos dados foi realizada no período
entre 27 de setembro e 20 de outubro de 2007, sendo a amostra da pesquisa composta por 20 indivíduos. 3.3 INSTRUMENTALIZAÇÃO DE COLETA DE DADOS Para coleta de dados, utilizou-se uma entrevista constando de um questionário sócio-demográfico, buscando uma melhor caracterização destes trabalhadores além da versão abreviada em português do formulário do World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-BREF), que trata da avaliação da qualidade de vida nos padrões preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 3.4 ANÁLISE DOS DADOS Os dados coletados foram analisados de forma estatístico-descritiva sendo utilizado o software Excel. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na caracterização dos trabalhadores portadores de deficiência física (TPDF) da IES estudada, destaca-se a incidência da faixa etária entre 30 e 39 anos, representando assim 50% dos entrevistados, conforme a tabela 1. TABELA 1: Faixa etária dos TPDF desta
Foram entrevistados 20 TPDF, estando os mesmos divididos em 11 do sexo masculino e 09 do sexo feminino. Desses entrevistados, 25% são casados e 40% vivem com companheiro em uma relação estável, sendo este fato revelado com bastante orgulho, pois para eles formar família já é uma forma de demonstrar que é capaz de cumprir com suas obrigações perante a sociedade, além da realização pessoal. A tabela 2 revela o tipo de deficiência mais freqüente entre os entrevistados, estando divididas entre congênitas e adquiridas, representando estas últimas 70% dos casos e em sua maioria tendo início na infância. Para Garbin (1998) o enfrentamento dos problemas decorrentes do adoecimento provoca um questionamento sobre sua própria postura profissional e as condições de trabalho. TABELA 2: Tipo de deficiência.
Além dos fatores citados no decorrer do
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| Deficiente físico, trabalho, qualidade de vida.
trabalho (fatores individuais, econômicos e sociais) outro aspecto que dificultaria a inserção da pessoa com deficiência no trabalho é a falha no processo de formação e qualificação profissional (TANAKA, 2005). A tabela 3 apresenta claramente o grau de escolaridade dos entrevistados, chamando atenção para o fato de que o percentual daqueles que possuem ensino superior ainda são minoria, tendo isso uma ligação direta com as funções e cargos ocupados por essa população. TABELA 3: Grau de escolaridade e freqüência dos mesmos entre os TPDF desta Instituição de Ensino Superior
Como resultado da escolaridade demonstrada nesta Instituição de Ensino Superior, os trabalhadores portadores de deficiência física estão distribuídos em nove cargos, sendo eles: técnico administrativo (20%) e serviços gerais (45%). Os outros cargos correspondem a 5% cada, telefonista, auxiliar técnico de laboratório, jardineiro, marceneiro, operador de xerox, programador/operador de microcomputador e professor. 4.2 QUALIDADE DE VIDA DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA FÍSICA A satisfação de viver traduz bem a qualidade de vida. Porém é muito difícil medir essa qualidade, pois é um conceito subjetivo e intrínseco. O estado de satisfação ou de insatisfação está ligado ao propósito de obtenção de melhores condições de vida e a possibilidade ou os desejos de mudança podem servir para a presença ou ausência de satisfação (KARA; TEMPORINI, 1999). Na figura 1, podemos observar que as respostas dadas pelos entrevistados revelou um grau neutro de contentamento para um grau de bom contentamento no que diz respeito às dimensões físicas de sua qualidade de vida.
que diz respeito a dimensão física em sua qualidade de vida. Fonte: dados da pesquisa O nível de contentamento dos entrevistados foi de 3,83, podendo esse resultado ser entendido como uma ascensão da positividade, porém ressaltando que esse resultado está no campo de satisfação quase neutra.
FIGURA 2: Média das alternativas/ respostas dadas pelos entrevistados no que diz respeito a dimensão psicológica em sua qualidade de vida. Fonte: dados da pesquisa. Dentre todas as dimensões abordadas nesta pesquisa, a social foi a que mais tendeu ao negativismo (figura 3). Esse fenômeno pode ser explicado segundo a visão de Azevedo (2004) onde a exclusão social é tida como um fenômeno de várias dimensões que excedem as dimensões da pobreza, considerada enquanto renda, sendo apontada através de outras dimensões como a saúde, a educação, o lazer, a qualidade ambiental, a política, a economia, etc. Segundo o mesmo autor a “autonomia de renda” pode ser compreendida como a capacidade do cidadão suprir suas necessidades vitais, culturais, políticas e sociais, sob as condições de respeito às idéias individuais e coletivas relacionandose com o mercado não importando apenas as responsabilidades do indivíduo, mas também do Estado.
FIGURA 3: Média das alternativas/ respostas dadas pelos entrevistados no que diz respeito a dimensão social em sua qualidade de vida. Fonte: dados da pesquisa. FIGURA 1: Média das alternativas/ respostas dadas pelos entrevistados no 24 • NovaFisio.com.br
No que se refere a dimensão ambiental, a figura 4 mostra que a maioria dos entrevistados encontra-se neutra ou
indiferente ao seu entorno, isso pode ser indicativo de um algum desinteresse da parte dos mesmos, ou de um certo medo ao reclamar do seu ambiente, por acreditar que não vale a pena.
FIGURA 4: Média das alternativas/ respostas dadas pelos entrevistados que diz respeito a dimensão ambiental em sua qualidade de vida. Fonte: dados da pesquisa. A Figura 5 apresenta um comparativo entre o grau de contentamento e as quatro dimensões propostas pelo questionário e nos dá a noção da percepção destes trabalhadores quanto a sua qualidade de vida.
FIGURA 5: Gráfico comparativo entre todas as dimensões na percepção dos entrevistados em relação a sua qualidade de vida. Fonte: dados da pesquisa. Os percentuais indicam o que representa cada dimensão no contexto geral. Merece atenção o fato de todas as dimensões terem apresentado médias próximas do valor 3, ou seja da alternativa neutra, porém as dimensões física, psicológica e ambiental tendem a um resultado mais positivo de satisfação, enquanto que, a dimensão social tende a um resultado negativo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização desta pesquisa proporcionou um melhor conhecimento e entendimento da realidade dos deficientes físicos, que geralmente não costumamos enxergar. Com ela percebe-se a importância do trabalho na vida do ser humano, e o quanto se sentir capaz é importante para uma boa qualidade de vida. A qualidade de vida não é medida apenas por um parâmetro, mas por um conjunto deles e pode afetar tanto o lado emocional, como o trabalho, sendo importante tentar manter uma boa qualidade de vida.
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| Microcorrente, laser, cicatrização. Análise histopatológica dos efeitos da laserterapia e microcorrentes no processo de cicatrização dos traumatismos cirúrgicos em ratos Por | Edjane Delgado, Frederico Dantas, Janaina Pinto, Josicleiber Medeiros, Luana Queiroz, Artigo
Renata Patricio, Tiago Batista
Resumo:Apesquisa desenvolvida insere-se na necessidade de aprofundar o conhecimento sobre a eficácia da laserterapia e da terapia com microcorrentes como recursos fisioterapêuticos empregados no processo de reparo tecidual nos traumatismos cirúrgicos (Incisão cutânea). O objetivo do estudo foi comparar o resultado dessas terapias no processo de cicatrização dos traumatismos cirúrgicos em Ratos Wistar, analisando a resposta do reparo tecidual após a laserterapia de AlGaInP (660nm) com potência de 30 mW e após a aplicação de microcorrentes com intensidade de 160μA e freqüência de 60Hz, comparando o reparo tecidual entre as duas formas de tratamento com um grupo controle, através da análise histológica do tecido em neoformação. Os parâmetros histológicos analisados foram: regeneração epitelial, processo inflamatório, fibroblastos, colágeno, neoangiogênese e anexos cutâneos. Foram utilizados 20 ratos Wistar, machos, com peso corpóreo aproximado de 250 a 300 gramas, escolhidos de forma aleatória simples, provenientes do Biotério da Universidade Potiguar. A divisão dos animais foi realizada em 3 grupos, GC (Grupo Controle), GL (Grupo LASER) e GM (Grupo Microcorrentes). Após dez sessões de tratamento encontrou-se melhora significativa na média de regeneração epitelial, fibroblasto, colágeno para o grupo microcorrente e uma discreta melhora no grupo LASER para neoangiogênese. 1 INTRODUÇÃO: A cicatrização de feridas é um processo fisiológico que se inicia com resposta inflamatória, caracterizada pelo aumento de fluxo sangüíneo, permeabilidade capilar e migração de leucócitos para a região lesada. A permeabilidade capilar promove extravasamento de plasma e seus componentes com formação de exsudato inflamatório. Inicialmente, uma ferida é preenchida por coágulos, fibrinas e exsudato formando uma crosta que a isola do meio ambiente quase que imediatamente. O tecido de granulação ao se contrair, retrai as bordas da ferida para o centro da lesão, permitindo que a área a ser reepitelizada se torne menor (VASHEGHANI et al, 2008). As células do corpo humano são como minúsculas baterias eletrônicas, cada uma com um potencial de fluxo de corrente 26 • NovaFisio.com.br
de aproximadamente 4 ampéres. Uma lesão no tecido faz com que essa corrente elétrica seja interrompida, ocasionando um distúrbio bioelétrico no local da lesão. Com esse decréscimo do fluxo elétrico, o tecido fica com uma capacidade de cura diminuída. Partindo dessa compreensão, diversos recursos terapêuticos estão sendo aplicados, com o objetivo de promover maior e mais rápido o processo de cicatrização (AGNE, 2005; BORGES, 2006). A radiação laser é monocromática, ou seja, sua emissão ocorre em um único comprimento de onda, relata Lopes (1999). De acordo com Delisa e Gans (2002); Agne (2004); Veçoso (1993), os lasers de baixa potência têm sido usados para acelerar a cicatrização, e sua irradiação estimula a produção de colágeno melhorando a função do tecido lesado pela melhoria da síntese do DNA. A laserterapia atua também como analgésico local, ação antiedematosa e antiinflamatória o que acelera os processos de cicatrização. Ele ainda provoca aumento da produção de ATP o que acelera a velocidade de divisão celular, estimula a microcirculação, aumentando a nutrição celular, e multiplica o numero de células nos tecidos. Tudo isto garante uma cicatrização mais rápida e esteticamente superior. Partindo das citações da literatura, observa-se a necessidade de estudos onde questionem a eficácia da Laserterapia e da microcorrente como coadjuvante no processo de reparo tecidual em úlceras profundas de pressão, acelerando este processo. Portanto, este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos do LASER e Microcorrente no processo de cicatrização de um traumatismo cirúrgico em Ratos Wistar. 2. CICATRIZAÇÃO A cicatrização das feridas é uma resposta complexa e organizada do organismo à lesão dos tecidos que perderam sua integridade e inicia imediatamente após a lesão, por meio de um processo dinâmico, contínuo, complexo e interdependente, composto por uma série de fases sobrepostas, que somadas determinam à cicatrização (POTTER; PERRY, 1997; BRASIL, 2002). A injúria do endotélio dispara uma seqüência de eventos iniciando com a deposição de plaquetas para a formação de um trombo que, provisoriamente, tampona
a lesão para cessar o extravasamento de líquido. No local da lesão ocorre a proliferação e migração de células teciduais parenquimatosas e conjuntivas, acompanhadas de brotos vasculares neoformados que permitirão a passagem de proteínas e células vermelhas para dentro do espaço extra vascular, a partir da rede vascular íntegra (BALBINO; PEREIRA; CURI, 2005; KUMAR, ABBAS; FAUSTO, 2005). 2.1 LASERTERAPIA: O LASER é um acrônimo de “Light Amplification by Stimulation Emission of Radiation” que significa “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. O fenômeno físico da emissão estimulada foi postulado por Albert Einstein em 1916. Baseados nesses princípios, em 1950, Towes, Gordon e Zeiger constroem o MASER ou amplificador de microondas por emissão estimulada de radiação, criando, portanto, a possibilidade de trabalhar na região visível da radiação (AGNE, 2005). O intervalo espectral mais utilizado está entre os comprimentos de onda de 630 a 980nm (nanômetros), constituindo a chamada “janela terapêutica” para tecidos biológicos (ORTIZ et al., 2001; AGNE, 2005; BOSSINI, 2007). Os efeitos fotoelétricos do LASER contribuem para normalizar a situação iônica de ambos os lados da membrana celular, restabelecendo o equilíbrio e contribuindo para recuperar a vitalidade celular e as funções normais. A radiação a LASER estimula a micro circulação como conseqüência da ação específica que exerce sobre o esfíncter pré-capilar na união dos capilares das arteríolas e vênulas, paralisando e deixando-o, consequentemente, aberto ao estimular a produção de mediadores químicos como a histamina (ROCHA et al., 2007). Os efeitos da radiação LASER nos tecidos dependem da absorção de sua energia e da transformação desta em determinados processos biológicos. A penetração do LASER nos tecidos biológicos é definida principalmente pelo comprimento de onda, secundariamente pela potência do aparelho, além dos fenômenos de dispersão e absorção (ORTIZ et al., 2001; CORRÊA et al., 2003; LANGE et al, 2003; BAXTER apud WEIS, 2004; AGNE, 2005). A análise da literatura demonstra resultados concisos de que a terapia
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com LASER de 30mW e dosagem entre 10 e 12J/cm² apresenta boa repercussão terapêutica, sendo ideais para o tipo de lesão em estudo e para a comparação ou outras modalidades terapêuticas. 2.2 TERAPIA COM MICROCORRENTE A microcorrente consiste em uma corrente quadrada, bipolarizada, bifásica, simétrica e aleatória, com saída de corrente constante e amplitude ajustada produz variação entre 0 a 1000 microampéres (mA). Diversos estudos têm observado que estas microcorrentes aceleram a síntese protéica de ATP de 300 a 500%, além de incrementar o transporte de aminoácidos pela membrana celular de 30 a 40%, aumentar o crescimento dos fibroblastos e promover alinhamento das fibras de colágeno. A correta aplicação da microcorrente em um local lesado aumenta o fluxo de corrente endógena. Isto permite uma normalização da capacitância da área traumatizada. A resistência do tecido lesado é então reduzida permitindo a entrada da bioeletricidade na área, restabelecendo a homeostase (AGNE, 2005; BORGES, 2006). As microcorrentes são indicadas em diversos casos, tais como: cicatrização de úlceras, queimaduras, diminuição da dor, estética (rugas e estrias), controle da ansiedade, depressão e insônia. A aplicação de microcorrentes está contra indicada em casos de síndromes dolorosas, nas quais a etiologia não está estabelecida, gravidez, usuários de marca-passo, diretamente sobre feridas infectadas, tumores malignos ou benignos, globo ocular, seio carotídeo, osteomielite, musculatura laríngea, na presença de substâncias tópicas contendo íons metálicos e em feridas que requerem uma lavagem completa com íons metálicos antes da eletroestimulação (AGNE, 2005; BORGES, 2006). Ainda em grande discussão acadêmica, os parâmetros da terapia com microcorrentes foram selecionados a partir da análise de estudos prévios de alto impacto científico. Para a aplicação de seus parâmetros, o estudo observou que a intensidade de 160mA (visto que ela pode variar de 0 a 1000mA) demonstrou melhora significativa para cicatrização de tecido cutâneo. 3 METODOLOGIA A pesquisa desenvolvida para o presente estudo caracteriza-se de uma pesquisa experimental que, de acordo com Cervo; Bervian (2002), iniciada com uma pesquisa exploratória que envolve um levantamento bibliográfico e visitas a web sites e posteriormente seguida de uma pesquisa experimental, caracterizada por manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Ela busca relações entre fatos sociais ou fenômenos físicos através de identificação e manipulação das variáveis. O pesquisador observa a realidade, problemática e 28 • NovaFisio.com.br
levanta a hipótese, testa esta hipótese e se confirmada ela se transforma em lei no final do trabalho. Os procedimentos experimentais dessa pesquisa tiveram inicio após o recebimento do Parecer Consubstanciado do Projeto de Pesquisa (anexo A) emitido pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Potiguar (061/2009). Fundamentando-se na aplicação da teoria estatística da probabilidade e do método experimental, que constitui importante auxílio para a investigação, foram utilizados 20 ratos Wistar, machos, com peso corpóreo aproximado de 250 a 300 gramas, escolhidos de forma aleatória simples, provenientes do Biotério da Universidade Potiguar. Após pesagem dos animais foi realizada a divisão em 3 grupos , Grupo Controle (GC), Grupo LASER (GL) e Grupo Microcorrentes(GM). Para todos os grupos os procedimentos experimentais foram aplicados na seguinte seqüência: (1) administração de anestésico dissociativo Zoletil® 50 com doses de 50mg/kg de acordo com o peso corpóreo do animal, por via intramuscular no músculo quadríceps; (2) tricotomia dos pêlos do dorso do animal; (3) em seguida uma incisão cirúrgica com um bisturi no tamanho de 1cm de comprimento no dorso do animal Após o traumatismo cirúrgico os ratos foram divididos aleatoriamente em 3 grupos, GC, GM e GL. No GC apenas houve a lesão sem nenhuma terapêutica associada. No GL foi realizado a aplicação do aparelho laser GaAIInP da marca Photon Lase III da marca DMC com os seguintes parâmetros: 5J na modalidade continua, comprimento de onda 658nm e potencia de 10mW, a aplicação será pontual por 2 minutos e com distancia de 2 cm por cada ponto. No GM foi realizado a aplicação do aparelho Physiotonus Microcurrent Stimulator da marca Bioset com intensidade de 250uA e freqüência de 10Hz por 10min, a aplicação será com 2 eletrodos de silicone carbono com área de 2cm2 com duração de 10 dias, diariamente, das 16:00 às 20:00. Todos os grupos foram submetidos ao mesmo ambiente, com mesmo ciclo biológico dia/ noite com 10 a 12 horas de luz ambiente, temperatura e iluminação controladas, umidade mantida por ar condicionado e mínimo barulho, confinados em gaiolas individuais forradas com serragem, onde receberam ração Labina da marca Purina e água livremente. Houve um acompanhamento diário e o registro fotográfico de todos os procedimentos realizados no início e no fim de cada aplicação para que possa comparar o reparo do tecido. Ao final da pesquisa foram sacrificados todos os animais em câmara de CO2. Imediatamente após o sacrifício dos animais foi realizada a biopsia do tecido em cicatrização para estudo histopatológico.
Após a biópsia o fragmento foi colocado em formol a 10% e levado ao laboratório de Histologia da UnP, onde continuou mantido na substância durante 24h para fixação. Após esse procedimento, a peça sofreu desidratação através de 3 passagens pelo álcool com duração de 1 hora cada, sendo em seguida realizada a fase de diafanização através de 3 passagens pelo Xilol durante apenas 10 minutos cada. Então teve início o processo de inclusão, através da imersão do tecido na parafina aquecida a 65ºC, também realizada em 3 passagens de 1 hora cada. Após a parafina endurecer, o fragmento foi levado ao Micrótomo e cortado em fitas de 3 a 5 micras de espessura. As fitas foram colocadas em banho-maria com água a 35ºC para que pudessem fixar-se na lâmina. Depois de prontas, as lâminas foram colocadas na estufa a 65ºC para secagem, seguido do processo de bateria de coloração com Hemotoxilina e Eosina (HE) para que se realizar a análise através de um estudo histopatológico. Através desses métodos de coloração investigou-se a presença de regeneração epitelial, processo inflamatório, número de fibroblastos, fibras colágenas, neoangiogênese e presença de anexos cutâneos nos 3 grupos e comparamos a resposta ao tratamento entre eles. A análise histopatológica teve como base os parâmetros descritos por Meireles et al. (2008) apresentados a seguir na tabela 1 e os scores adotados para os parâmetros histológicos foram adaptados de Lordanou et al. (2008), organizados na tabela 2. ____________________________________ Tabela 2 – Parâmetros histopatológicos com escores variando de 0 a 3 mediante análise histológica do tecido. Parâmetros histopatológicos Nulo Mínimo Moderado Intenso Regeneração epitelial 0 1 2 3 Processo inflamatório 0 1 2 3 Fibroblastos 0 1 2 3 Colágeno 0 1 2 3 Neoangiogênese 0 1 2 3 Anexos cutâneos 0 1 2 3 ________________________________ Fonte: Adaptado de IORDANOU et al. (2008) in Photomedicine and Laser Surgery Tabela: 0 – Nulo; 1 – Mínimo; 2 – Moderado; 3 – Intenso. Inicialmente utilizou-se a estatística sumária como o cálculo das medias e desvios padrões. Os dados descritivos foram representados através de gráficos e tabelas, por meio de estatística
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descritiva e os demais achados analisados 30 utilizando-se o software estatístico GraphPad InStat®. A primeira etapa da análise estatística foi realizada para testar o padrão de normalidade dos parâmetros, através o Bartlett Test. Empregou-se a análise do Dunn’s Multiple Comparisons Post Test para avaliar se há diferença significativa entre o tratamento do GL, GM e GC. Foi considerado p valor <0,05 para resultados estatisticamente significativos. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram avaliados 30 ratos da linhagem Wistar com peso entre 250 e 300 gramas, sendo 10 do Grupo laser (GL), 10 do Grupo microcorrentes (GM) e 10 do Grupo controle (GC). As analises dos tecidos foram realizadas por um medico patologista em microscopia óptico Nikon. Foi observado o grau de regeneração do endotélio, o grau de processo inflamatório, o número de fibroblastos e fibras colágenas, o grau de neovascularização nos três grupos estudados. 4.1 ANÁLISE DA REGENERAÇÃO EPITELIAL Houve uma diferença significativa em relação ao grupo microcorrente aos grupos LASER e controle. Os dados da tabela 3 demonstram que a microcorrentes apresentou media (1,9 ±0,9) superior aos GL (0,6 ±0,8) e ao GC (0,5 ±0,8), em relação à regeneração epitelial, com o P.valor de 0,024, sendo assim considerado um aumento considerado significativo. Segundo Clark apud Pereira (2005), a laserterapia de baixa potência, através dos efeitos provocados nos tecidos, como redução de edema, diminuição do processo inflamatório, aumento da fagocitose e das sínteses de colágeno e proteínas, favorece um incremento no processo cicatricial e na regeneração epitelial. Ribeiro et al. (2004) observou em estudo realizado com 20 ratos, utilizando LASER HE-NE (632,8 nm) com 10 mW de potência, que a terapia a LASER é capaz de acelerar a formação da epiderme, aumentar a espessura da camada epitelial,
aumentar a neovascularização, promover reorganização de fibras colágenas e melhorar o processo de cicatrização de queimaduras. Wolcott e Wheeler apud Silva (2006) aplicaram correntes com intensidade de 200-800μA, a cada três dias, em 67 pacientes com úlceras, sendo o grupo controle tratado com métodos tradicionais (assepsia e medicamentos tópicos). O grupo tratado com microcorrentes mostrou uma melhora da taxa de cicatrização de 2 a 3,5 vezes mais rápida que a taxa do Grupo controle. Neste estudo com ratos Wistar e com 10 aplicações de LASER ou microcorrentes, verificou-se uma alteração significativa diante da regeneração do epitélio na área de lesão dérmica no Grupo microcorrente de 2 a 3 vezes aos demais grupos, o que evidência que a microcorrente promove uma maior regeneração epitelial. 4.2 ANÁLISE DO PROCESSO INFLAMATÓRIO No que diz respeito ao processo inflamatório foi observado que tanto o GM como o GL apresentaram uma discreta melhora do processo inflamatório enquanto que o GC apresentou um discreto aumento, não podendo dizer que houve significância já que o P.valor ficou > 0,05. Mas esse resultado pode ser explicado por Pereira (2005) que realizou um estudo utilizando os equipamentos de LASER HeNe de 632,8nm, AlGaInP de 685nm e AsGaAl de 830nm com densidade de energia de 4J/cm², para avaliar o processo de cicatrização de queimaduras de terceiro grau. Com esses três diferentes tipos de LASER foi possível diminuir o processo inflamatório e favorecer a reparação tecidual. Já no estudo de Silva (2006), que analisou um grupo de 21 ratos Wistar divididos em 3 subgrupos, um grupo controle e dois grupos tratados com terapia por microcorrentes, sendo um tratado com 30μA e o outro com 160μA, foi visto que dentre os vários aspectos analisados ficou constatado que na porção superficial do grupo controle uma
___________________________________________________________________ Tabela 3: Resultados das diferenças entre as médias dos parâmetros histopatológicos analisados dos grupos microcorrentes, LASER e controle. Parâmetros histopatológicos Microcorrentes LASER Controle Média/DP Média/DP Média/DP P valor Regeneração epitelial 1,6/0,9 0,6/0,8 0,5/0,8 0,024* Processo inflamatório 1,1/0,6 1/0 0,6/0,5 1,000 Fibroblastos 1,4/0,5 0,6/0,8 0,3/0,5 0,044* Colágeno 1,2/0,8 0,1/0,3 0,1/0,3 0,003* Neoangiogênese 0,7/0,4 0,8/0,7 0,4/0,4 0,825 ___________________________________________________________________ Média e desvio padrão (DP). *Significativo com p<0,05 30 • NovaFisio.com.br
predominância de células inflamatórias e uma diminuição significante dos sinais inflamatórios nos animais tratados em relação ao grupo controle, estes aspectos podem representar um efeito antiinflamatório da microcorrentes. No presente estudo, dentre os vários aspectos analisados, ficou constatado uma diminuição sem significância dos sinais inflamatórios nos animais tratados em relação ao grupo controle, estes aspectos podem representar um efeito antiinflamatório da microcorrentes e da laserterapia. 4.3 ANÁLISE DOS FIBROBLASTOS A tabela 3 demonstra haver uma diferença significativa do GM aos demais grupos em relação ao aumento no número de fibroblastos. O GM apresentou (1,4 ± 0,5) um leve aumento no número de fibroblastos, enquanto o GL (0,6 ±0,8) e o GC (0,3 ±0,5) apresentaram um discreto aumento. Esse resultado pode ser explicado por Santos et al. (2004), que aplicou microcorrentes em 16 ratos, com freqüência de 0,5 Hz, intensidade de 50μA, para o tratamento de restauração da pele de ratos submetidos ao peeling com ácido tricloroacético, repetindo o procedimento por 21 dias, durante 20 minutos. Em comparação ao grupo placebo, também composto por 16 ratos, observou-se uma regeneração epitelial homogênea, com um montante de fibroblastos e colágeno superior ao outro grupo. Bayat et al. (2005), em estudo com 60 ratos utilizando o LASER HE-NE (632,8nm) com potência de 10mw e duas doses diferentes, 1,2J/cm² e 2,4J/cm² e comparando com a utilização de nitrofurazona e com um grupo controle observou que a terapia a LASER não produziu nenhum efeito benéfico sobre a cicatrização de queimaduras de segundo grau, no ponto de vista histológico para os parâmetros avaliados: fibroblastos, macrófagos, neutrófilos e vasos sanguíneos. Enquanto que os achados de GómezVillamandos et al. apud Rocha Jr et al. (2006), evidenciaram um aumento da cicatrização de feridas após terapia com LASER, havendo aumento na atividade mitótica e número de fibroblastos. No presente estudo foi observado que, tanto os animais do GM quanto os do GL, apresentaram um maior número de fibroblastos quando comparados ao GC, o que evidência que ambas as terapias promovem uma melhor proliferação fibroblástica, sendo o GM mais significativo. 4.4 ANÁLISE DO COLÁGENO A microcorrentes apresentou-se uma media
superior aos demais grupos, com media 1,2 e, consequentemente, um aumento significativo na produção de fibras de colágeno. Em contrapartida o LASER e o controle apresentaram medias idênticas (0,1), o que não se pode descrever que o LASER não produz fibras de colágeno pois Bisht et al. apud Posten et al. (2005) investigaram o efeito do LASER HeNe com dose de 4J/cm2 em feridas abertas na pele de ratos e constaram um aumento expressivo no tecido de granulação e no número de fibras colágenas. Reddy et al. apud Pereira (2005) demonstraram, experimentalmente, que o LASER terapêutico possui um efeito cicatrizante através da estimulação da matriz colagenosa. Eles utilizaram 24 coelhos da raça Nova Zelândia, realizando uma tenotomia no tendão de Aquiles, seguida de uma sutura. Os animais foram submetidos a uma dose de 1J/cm² do LASER He-Ne (632,8nm) por 14 dias no tendão de Aquiles. Após a terapia eles observaram um aumento de 26% de colágeno quando comparado com o grupo controle. Sonnewend et al. (2005) realizou estudo utilizando 18 ratos Wistar, divididos em 3 grupos (n=6): grupo controle, grupo com estimulação de 30μA e grupo com estimulação de 160μA. Os animais dos grupos 30μA e 160μA foram expostos à microterapia celular por um período de 30 minutos iniciando imediatamente pós lesão e prosseguindo durante 7 dias. Os resultados sugerem que a ação da microterapia celular a 30μA promoveu uma aceleração no processo de cicatrização com diminuição do processo inflamatório, ao passo que o grupo 160μA se mostrou eficaz nos últimos períodos do processo de reparação onde ocorre um aumento na produção de colágeno e a neovascularização atingiu seu limite máximo. Em contrapartida, Alvarez et al. apud Silva (2006) demonstraram a ativação da biosíntese de colágeno na derme e na epiderme na espessura relativa da ferida, em porcos Yorkshire. No grupo experimental foi aplicada corrente contínua de baixa intensidade, decrescendo linearmente a partir de 300μA até atingir 50μA. Nesse grupo foi obtido um aumento significativo na produção de colágeno. Na análise das fibras colágenas neste estudo foi observado que o grupo Microcorrentes apresentou um maior número de fibras de colágeno em relação aos grupos controle e LASER. Sendo assim, pode-se concluir que a microcorrentes promove um incremento significativo na velocidade de cicatrização. 4.5 ANÁLISE DA NEOANGIOGÊNESE A tabela 3 demonstra não haver diferença significativa na formação de novos vasos. No entanto, foi observado uma diferença mínima do grupo LASER em relação
aos demais grupos, corroborando com Bossini (2007) que realizou um estudo com 100 ratos divididos em 5 grupos (n=20), utilizando LASER de AlGaInP com comprimento de onda 670nm, potência de 30mW e dose variando de 3J/cm² a 24J/ cm², para avaliar a viabilidade do LASER de baixa potência no retalho cutâneo. Foi observado que a laserterapia mostrou-se eficaz na redução da área de necrose na porção distal do retalho e no aumento dos vasos sanguíneos. Batassini et al. (2007) realizaram pesquisa utilizando 12 ratos Wistar subdivididos em grupo submetido à terapia por microcorrentes numa intensidade de 80 μA, por 15 minutos e grupo sem terapia, contendo 06 ratos em cada. Em ambos os grupos foram realizadas queimaduras (lesão de 3º grau) sob região dorso lombar de cada animal. Na análise histológica realizada após 21 dias da lesão e com 15 sessões de terapia, observou derme com pouco edema entre os fibroblastos, menor reação inflamatória e menor formação de novos vasos. Enquanto que Silva (2006) estudou um grupo de 21 ratos Wistar divididos em 3 grupos, um grupo controle e dois grupos tratados com terapia por microcorrentes, sendo um tratado com 30μA e o outro com 160μA, apesar de não encontrar resultados estatisticamente significativos foi observado que o grupo estimulado com 160μA, quando comparado aos demais grupos, possuía intensa vascularização. Com relação a neoangiogênese, neste estudo, o LASER foi discretamente melhor do que a microcorrentes, por isso sugerese um maior tempo de terapia para que seja possível encontrar um resultado estatisticamente significante. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos resultados e discussões presentes neste estudo, é possível concluir que a microcorrentes e o LASER são recursos fisioterapeuticos a serem utilizados no processo de cicatrização de procedimentos cirúrgicos, acelerando-a e impedindo infecções. A microcorrentes apresentou uma melhora quando comparada ao LASER, em relação à regeneração epitelial, analise dos fibroblastos e colágeno, o que mostra um processo de reparo tecidual mais avançado. Já o LASER apresentou uma discreta melhora quando comparada a microcorrentes em relação à neoangiogênese, mas não houve uma diferença significativa. A partir dos resultados obtidos recomendase que sejam realizadas novas pesquisas nessa área, para esclarecer os parâmetros ideais da microcorrente e do LASER. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As referências bibliográficas deste artigo estão disponíveis em nosso site. www.novafisio.com.br NovaFisio.com.br • 31
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| Mariner Of The Seas, cruzeiro, fisioterapia, Revista NovaFisio, D&D, FisioTur. I Cruzeiro da Fisioterapia “Nada melhor do que embarcar em uma viagem com pessoas que tem interesse em comum”
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ela primeira vez no Brasil, o Mariner Of The Seas chega com status de maior embarcação no litoral brasileiro. Com capacidade para 3.114 hóspedes, o navio vem em fevereiro para uma temporada de pouco mais de um mês. O último cruzeiro que ela fará aqui no Brasil antes de ir embora será o I Cruzeiro da Fisioterapia com saídas de Santos no dia 11/03/2011 sexta-feira e do Rio no dia seguinte. No sábado a noite quando todos os colegas de Santos e do Rio já estiverem abordo, ele vai para o mar onde será oferecido um coquetel e teremos sorteios de brindes dos patrocinadores e um Estúdio de Pilates da D&D. É um mini cruzeiro de confraternização de apenas um final de semana que não terá paradas em cidades badaladas sendo o próprio navio a grande estrela e o destino. Com ótima infraestrutura de lazer, o transatlântico não deixa faltar opções para que o hóspede tenha momentos inesquecíveis a bordo. Parede de escalada, minicampo de golfe, quadras poliesportivas, patinação no gelo, piscinas, jacuzzis e muitas outras atrações para toda a família estão à disposição. Um dos destaques da embarcação é a Royal Promenade, uma “Avenida” (Isso mesmo!) com butiques, restaurantes e bares que enlouquece o público consumista e, é claro, os apreciadores da boa mesa. Os passageiros do Mariner of the Seas desfrutam um dos mais magníficos navios de cruzeiro já construído. Com comprimento total de 1.020 pés, peso de 138.000 toneladas, o Mariner of the Seas tem diversão para todos. Possui o maior índice de espaço público por passageiro no mercado de cruzeiros, esse navio espetacular foi projetado com cabines aprimoradas, oferecendo mais opções para refeições e instalações de ponta para recreação. Veja muitas fotos, videos, depoimentos e informações no site www.fisiotur.com.br/cruzeiro
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01 Tabua proprioc redonda 01 Tabua proprioc retangular 01 Tabua along. Tríceps 01 Banquinho (mocho) 01 Bota exercícios em couro 01 Inalador ultra-sonico 01 longari01 cadeira turbilhão ISP 01 turbilhão ISP digital 220Lt
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Nome: Aline Freire Cidade: Rio de Janeiro – RJ e-mail: alineazf@yahoo.com.br Anuncio: Vendo livros e seminovos em perfeito estado: *Fisioterapia Respiratória no Paciente Crítico – George Jerre Vieira Sarmento – 1ª ed. (2005) R$120,00. *Fisioterapia Respiratória Pediá¡trica – Guy Postiaux – 2ª ed. (2004) R$150,00 *Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen – Volumes 1 e 2 – Kottke Lehmann – 4ª ed. (1994) R$200,00 *Fisioterapia CardioPulmonar – Scot Irwin e Jan Stephen Tecklin – 3ª ed. (2003) R$150,00 *Tratamento de Queimaduras Um Guia Prático – Dino R. Gomes – 1ª ed. (1997) R$50,00 *As Escolioses – Philippe Souchard e Marc Olliver – 2ª ed. NOVO R$100,00 *Reeducação Postural Global – Método do Campo Fechado – P. E. Souchard – 6ª ed. (2006) R$20,00 *Esculpindo Seu Corpo – Autoposturas de Endireitamento – P.E. Souchard – 1ª ed. Veja todos os anúncios e anuncie gratuitamente também no site : www.novafisio.com.br NovaFisio.com.br • 35
Tininha | Humor - passa-tempo - game - novidades - música - cinema - moda - TV - DVD Olá pessoal, a novidade vocês já sabem né?! A FisioTur. Pois é, a Luciene Lopes que é junto com o Oston Mendes editora desta revista, está se formando também em Turismo e juntos eles estão abrindo a FisioTur, uma agência de turismo totalmente dedicada a nós fisioterapeutas. Por conta disso, a Revista NovaFisio a partir de agora, terá sempre em suas páginas uns artigos sobre turismo e eventos e eu além de minhas histórias e piadinhas, agora pretendo falar dos lugares que iremos visitar, dicas e muito mais. Também quero muito saber de vocês onde já foram, o que recomendam, dicas de viagem e tudo que possa ser legal comentar aqui para os colegas.
VIAJAR EM GRUPO SAI MUITO MAIS BARATO E É MUITO MAIS DIVERTIDO! É com esta filosofia que nasce a FisioTur. Depois de participar de muitos eventos de fisioterapia no Brasil e exterior, e percebendo que raramente os fisioterapeutas viajavam em grupo, surgiu a ideia de montar uma agência especializada ao segmento. Para isso a Luciene Lopes sócia diretora da Revista NovaFisio tratou de se formar em Turismo pela UniverCidade-RJ para aprender todos os detalhes desta atividade e agora oferece aos leitores da Revista NovaFisio, a FisioTur – Agência de Turismo dedicada aos Fisioterapeutas. Embora nosso foco principal sejam os eventos e congressos de fisioterapia, também estamos aptos a vender todo tipo de passagem e pacotes, por isso em suas próximas férias, ou quando quiser mandar seu filho para Disney ou ainda dar um pulinho na Argentina (eu recomendo). Conte conosco! Para começar nossas atividades com o pé direito, estamos com algumas opções bem interessantes: A primeira é um cruzeiro no MAIOR navio da temporada que sai dia 11/03/11 de Santos e 12/03/11 do Rio de Janeiro. Veja mais informações em www.fisiotur.com.br/cruzeiro Depois teremos em junho do dia 20 a 23 o Congresso Mundial de Fisioterapia que acontece de 4 em 4 anos em um país diferente e em 2011 será na Holanda. Já imaginou isso em seu currículo por um preço acessível, já que iremos em grupo? Por fim temos já definidos alguns dos principais eventos do calendário em nossa agenda, veja quais deles te interessam e vamos nessa (sempre em grupo pra ficar mais barato e divertido). FisioTur, a partir de hoje ficou mais fácil para os fisioterapeutas viajarem. Agora que já falamos de nós, queremos te escutar também. O que você tem a dizer? Gostou da novidade? O que você espera da FisioTur? Tem algum pedido a fazer? Alguma dúvida? Para qual cidade você gostaria de viajar? Diga e a mais votada, faremos um pacote! Ajude a deixar a FisioTur do seu jeito, afinal ela foi feita pensando exclusivamente em vocês fisioterapeutas! Escreva para: fisiotur@fisiotur.com.br ou responda nossas enquetes no site www.fisiotur.com.br A FisioTur irá trabalhar em conjunto com a Revista NovaFisio (são os mesmos donos) e por isso teremos boas novidades a começar por sorteios de inscrições nos principais eventos e sorteio de brindes dos anunciantes da Revista para os viajantes da FisioTur e também artigos de turismo para os leitores da Revista. Por isso, apertem os cintos que nossa viagem já vai começar. Amsterdam Holanda
RESPOSTA: Maria toma banho porque sua. Mãe , disse ela, pegue a toalha. A “pegadinha” está no fato do uso do verbo suar, confundindo com o pronome possessivo (sua)... A Língua Portuguesa é fogo, mesmo... 36 • NovaFisio.com.br
tendências - automóvel - compras - economia - turismo - esporte
ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE A HOLANDA
pELEVADORq pSOBE... No dia 17 de novembro, quarta-
A Holanda é extremamente plana (praticamente não possui montanhas) e 40% do país fica abaixo do nível do mar.
feira houve uma mobilização de representantes do COFFITO, dos CREFITOs no SENADO FEDERAL para que o Projeto de Lei do Ato Médico não entrasse em regime de urgência. Dr. Robson de Jesus Pavão participou representando o CREFITO-2.
A capital dos Países Baixos é Amsterdã, mas a sede do Governo fica na cidade de Haia.
pSOBE...
A Holanda é normalmente chamada de Países Baixos (ou Nederland, literalmente “países baixos”). Ela recebeu esse nome por causa das 12 províncias locais, os tais países.
Os neerlandeses comemoram o Natal durante dois dias: 25 e 26 de dezembro. A troca de presentes, porém, é feita no dia 5 de dezembro, dia de São Nicolau.
Respostas 1 - Esmalte. 2 - Na África 3 - A Beleza. 4 - O Joelho. 5 - A cama. 6 - Um CD. 7 - Bicicleta.
Os holandeses/neerlandeses são um povo extremamente liberal. O naturismo, o casamento gay, a eutanásia, o aborto e a prostituição são praticamente liberados. No município de Itamaracá, a cerca de 50 quilômetros ao Norte do Recife, fica o Forte Orange, erguido pelos holandeses em 1631.Foi denominado Forte Orange em homenagem à Casa de Orange, dos príncipes que descendiam de Guilherme, o Taciturno. O Forte, que continua sendo chamado de Orange, encontra-se aberto à visitação, constituindo-se na principal atração turística da Ilha de Itamaracá. O Nordeste brasileiro chegou a ser, durante um certo tempo, colônia holandesa. O domínio holandês teve três fases. A primeira iniciou-se em 1630 e foi marcada pelo esforço holandês para eliminar o principal núcleo resistente à invasão, o Arraial do Bom Jesus, que caiu em 1635. A segunda correspondeu à consolidação do domínio flamengo, de 1635 a 1645, com destaque para a gestão de Maurício de Nassau. Finalmente, a terceira durou até 1645, ano em que a Insurreição Pernambucana conseguiu expulsar os holandeses do Nordeste. Os Países Baixos possuem dois territórios autônomos no Caribe : as Antilhas Holandesas e Aruba. A Indonésia (um dos mais populosos países do mundo) foi colônia holandesa até 1963. A Guiana Holandesa foi possessão dos neerlandeses até 1976, quando conseguiu sua independência e adotou o nome de Suriname. Detalhe: o Suriname faz fronteira com o estado brasileiro do Pará. O município brasileiro de Holambra (derivado da junção de Holanda, América e Brasil), no estado de São Paulo, recebeu esse nome em virtude de uma colônia holandesa que estabeleceu na região. Holambra é um dos maiores produtores de flores (inclusive tulipas) do país. Os africâneres (ou bôeres) são descendentes de colonos franceses, alemães e, em sua grande maioria, holandeses que se estabeleceram na África do Sul. Eles desenvolveram sua própria língua, o africâner, que é atualmente uma das onze línguas oficiais da África do Sul. O hino nacional mais antigo do mundo é o holandês. Chama-se Wilhelmus e foi composto entre 1568 e 1572 em homenagem a William de Orange (mártir da independência da Holanda) e é usado até hoje como hino oficial do país. O curioso é que ele só foi oficializado como o hino nacional em 1932. Os Países Baixos têm mais de 15.000 ciclovias, há tantas bicicletas quanto habitantes.
A resposta certa e 4100!!! Se não acreditar, verifique com a calculadora. O que acontece e que a sequencia decimal confunde o nosso cérebro, que salta naturalmente para a mais alta decimal (centenas em vez de dezenas). O maior porto do mundo é o de Roterdã, na Holanda.
Por que a camisa da seleção holandesa de futebol é laranja? Simples, o laranja é a cor da dinastia de Orange (laranja, em português), da família real da Holanda, que começou em 1544 e continua até hoje com a rainha Beatriz. Detalhe: o país é uma monarquia parlamentarista.
...e deu certo. O Projeto de Lei do
Ato Médico não entrou em regime de urgência
pSOBE...
Câmara Municipal de São Paulo homenageou o fisioterapeuta Luiz Alberto Rosan que recebeu o título de “Cidadão Paulistano”. Luiz Alberto desenvolve trabalhos na área de reabilitação no Centro de Prevenção de Lesões, Fisioterapia e Fisiologia, conhecido como Reffis, um dos mais respeitados institutos de recuperação de atletas do Brasil.
pSOBE...
O fisioterapeuta Artur Padão do Centro Multidisciplinar da Dor nos representou no 7º Congresso Mundial de Dor Lombopelvica que aconteceu em Los Angeles, EUA.
pSOBE...
A Revista NovaFisio inaugurou a FisioTur, uma agência de turismo dedicada aos fisioterapeutas. Os pacotes são todos voltados aos colegas e teremos muitas coisas boas. Faça as malas.
pSOBE...
O ex-Beatle Paul McCartney foi atendido, antes do seu show, pelo fisioterapeuta Mauren Mansur para tratar de um cansaço muscular. É a fisioterapia brasileira cada vez mais em evidência. Participe! Você sabe de algum fato bom ou ruim na fisioterapia? Escreva-nos NovaFisio.com.br • 37
|FisioPerfil
FP
Dr. Paulo Moté
Sempre uma breve entrevista com quem tem uma longa história.
paulofisiot@hotmail.com
Quem é, o que faz | Paulo Moté é fisioterapeuta, trabalha no CIRTA com pacientes neurológicos e ortopédicos e esta fazendo a formação para se tornar instrutor do conceito de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva pela IPNFA. Qual ano e em qual faculdade se formou? Me formei em 2000 pelo IBMR Rio de Janeiro -RJ Qual foi a melhor coisa que fez na vida? A melhor coisa é difícil dizer, mas algo que me emociona é ver um paciente e sua família após as vitórias que são alcançadas, como por exemplo os primeiros passos de um hemiparético, que muitas vezes pelo tamanho da lesão nem o médico acreditava que pudesse voltar a andar. Qual foi a pior coisa que fez na vida? A pior coisa foi tentar dar aula em um curso preparatório para concursos na área de fisioterapia, porque as alunos não estavam querendo ser tornarem melhores fisioterapeutas, mas sim, aprenderem a responder as questões das provas, de preferência com fórmulas mágicas. O que você mais gosta na profissão? O contato com novas pessoas, tanto pacientes, quanto familiares e alunos. O que você odeia na profissão? A indiferença de alguns colegas que parecem esquecer que nós tratamos de seres humanos, e não apenas de partes do corpo, ou de sequelas. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? A atenção com o outro. Que qualidade você mais detesta nos profissionais que te cercam? O orgulho. Qual sua maior virtude? É complicado falarmos de nós mesmos, mas acho que tento tratar todas as pessoas da mesma maneira, não fazendo diferença se estou falando com o médico, o paciente ou o acompanhante do meu paciente, por mais humilde que ele seja. Qual seu pior defeito? As vezes falo demais. Se pudesse mudar algo, o que seria? Eu gostaria de ser mais paciente com minha mulher e minha filha, as vezes estou tão cansado quando chego em casa que não uso o meu tempo para ouvir o que elas tem para me dizer. Qual maior mentira já contou? Para um paciente que era vascaíno, falei que esperava que o vasco ganhasse um
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jogo (impossível eu torcer algum dia para o vasco). Mas estava tentando estimular o sistema límbico do paciente. Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? Mais inusitado posso dizer que foi ministrando aula na pósgraduação, no final sempre peço uma avaliação da aula, e a avaliação ficou mais a cargo da minha pessoa. Qual fato foi o mais cômico? O mais engraçado hoje, mas que na época não teve graça, foi porque eu não li em sala de aula as tais avaliações e levei para casa. Minha mulher pegou as avaliações para ler só que alguns alunos de brincadeira fizeram alguns elogios em relação a minha pessoa e não a minha aula. Até ela acreditar que eu não tinha a menor ideia quem escreveu aquilo foi complicado, até porque não sabia mesmo pois peço para as pessoas não se identificarem para que possam escrever com mais liberdade. Só sei que agora sempre leio as avaliações antes de chegar em casa para pelo menos saber o que vou falar para ela dependendo do que estiver escrito. Qual seu maior arrependimento? Sei lá, já me arrependi tanto na minha vida, vivo fazendo besteira. Qual dica daria aos colegas? Procurem tratar da melhor maneira possível o seu paciente, com as melhores técnicas possíveis, mas principalmente como seres humanos que merecem respeito, não se sujeitem a fazer um tratamento indigno porque o convênio ou o local que você trabalha não te paga bem, procure dar sempre o melhor. Qual objeto de desejo? Meu objeto de desejo hoje é umas férias de 30 dias viajando com a minha família, quanto tempo não sei o que é isto. Qual sua aquisição mais recente? Minha aquisição mais recente e importante, foi ter me tornado instrutor assistente da IPNFA, depois de ter feito o curso e passado nas provas na Alemanha. Qual seu maior sonho? Meu maior sonho é ver uma maior igualdade
social no Brasil e no mundo, é uma pena ver que apenas poucos podem ter uma reabilitação realmente digna, falando apenas do que está diretamente ligado ao meu trabalho. Qual seu maior pesadelo? Meu maior pesadelo são alguns acompanhantes de pacientes (apesar de ter alguns maravilhosos). Que talento mais gostaria de ter? Gostaria de ser músico, tocar um instrumento e cantar bem. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Sei lá, algo que pudesse viajar e me divertir ao mesmo tempo, tipo um fotógrafo de esportes radicais. E qual profissão jamais queria ter? Qualquer uma que precisasse mentir, ser anti ético ou enganar alguém. Diga um desafio? Ser um pai e um marido melhor a cada dia. Ah, um fisioterapeuta também. Um livro? A Bíblia. Quer fazer alguma divulgação? Fisioterapeutas do Brasil, o CIRTA tem procurado organizar cursos da melhor qualidade, com profissionais super competentes do Brasil e de outros países. Agora por exemplo estamos trazendo um fisioterapeuta da Alemanha para ministrar o curso de FNP avançado. Qualquer informação sobre estes cursos é só entrar em contato comigo. Um grande abraço a todos.
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