Rafael Barbosa
Games
Jornalista r-barbosa@outdoorregional.com.br
Dragon Ball Z: Kakarot Quando a melhor adaptação de Dragon Ball não é necessariamente um bom jogo
Mundo vazio
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ragon Ball Z: Kakarot é um jogo complexo de ser analisado. Se por um lado ele é, sem dúvida, a melhor adaptação da série Dragon Ball Z já feita para os vídeos games, transmitindo com maestria toda a aventura dos guerreiros Z, por outro lado, tudo que foi criado fora das aventuras que conhecemos e amamos parece fora do lugar e simplório demais para se ignorar. O game narra todas as fases da Série Z (Vegeta, Freeza, Cell e Magin Boo), recriando as aventuras vividas por Goku e seus amigos e seguindo à risca os acontecimentos do anime, ou seja, temos uma grande quantidade de cenas animadas, que basicamente vão contar a história que assistimos em nossas TVs até o momento das lutas, que é realmente onde este jogo brilha.
É como jogar o anime Embora o título apresente de forma competente o mundo criado por Akira Toriyama, deixando que o jogador ex44
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plore e interaja com aquele universo, são os combates que realmente se tornam o destaque do game. A equipe da CyberConnect2 conseguiu usar toda a experiência obtida na produção dos jogos da série Naruto e Naruto Shippuden para criar um sistema de combate que traz toda a dinâmica e empolgação da franquia Dragon Ball Z. Embora a sua base de controles seja parecida com a usada na série Dragon Ball Xenoverse, o game consegue evoluir esta fórmula, ao trazer dinamismo e agilidade aos combates tão característicos da franquia, com seus golpes super-rápidos, grandes disparos de energia, habilidades especiais, combates aéreos e as demonstrações de velocidade insanas. Elementos que são combinados numa jogabilidade intuitiva e muito divertida de ser executada. Some isto ao cuidado que a equipe de desenvolvedores teve em recriar os sons característicos da franquia e temos um game que nos transmite rapidamente a sensação que sentíamos quando víamos Goku e sua turma lutando contra seus adversários, com a diferença de que, agora, somos nós que estamos no controle.
Mas embora o game traga um sistema de luta incrível e que recria toda a trajetória da série Dragon Ball Z, o título infelizmente não se sai muito bem no quesito RPG. Os elementos estão todos lá, como os níveis que vão aumentando e evoluindo nossas estatísticas e habilidades, as barras de HP para nossa vida e KI para o uso de habilidades e um sistema de missões principais e secundárias que já são conhecidos por quem conhece este gênero. O problema é que aparentemente faltou tempo para aprimorar estes elementos de forma a torná-los realmente relevantes na aventura. O resultado é um mundo vazio de coisas interessantes para se fazer, e repleto de itens colecionáveis insignificantes e de missões secundárias simplórias que não empolgam. O game até tenta implementar algumas mecânicas interessantes e condizentes com a franquia, como um sistema de melhora de habilidades através de refeições, mas como tantos outros elementos do jogo, eles não são desenvolvidos como deveriam e acabam se provando dispensáveis. No final, tudo o que o jogador tem para fazer é voar pelos cenários coletando alguns itens antes de ir para a missão principal, onde verá os acontecimentos que já conhece no anime. É aí que está a encruzilhada que é Dragon Ball Z: Kakarot, pois embora ele recrie a Saga Z com maestria, ele peca em praticamente todos os seus outros elementos, o que o torna um jogo aconselhável para os fãs da série Dragon Ball que não tenham esta saga muito fresca em suas mentes, mas pouco indicado para quem procura um bom jogo de RPG e ação.
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Ficha Técnica Desenvolvedora: CyberConnect2 Produtora: Bandai Namco Entertainment Plataformas: PC / PS4 / X One Nota Lançamento: 6 Janeiro 2020