Expodireto

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Quarta- feira, 12.03.2014

Foto DM/Michelli Beis

Especial expodireto

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Expodireto 2014 bate seu primeiro recorde Público de 52.300 pessoas foi 3% superior ao ano passado e representa mais um recorde na história da feira e o primeiro desta edição. Pág 3

Emater: filantropia assegurada por mais três anos Anúncio da ministra Tereza Campello foi comemorado pela Emater/ Ascar-RS durante a Expodireto Cotrijal Pág 8

O ouro do campo em discussão Cultura da soja: as tendências de mercado, a economia e a praga que trouxe preocupação no campo foram debatidas na 25ª edição do Fórum Nacional da Soja. Pág 4

Estrangeiros em busca de conhecimento ‘made in Brazil’ Com mais de 77 países representados, o Pavilhão Internacional se torna um grande centro de encontro, misturando culturas, povos, línguas e, principalmente, interesses. Nigerianos dizem que estão em busca de tecnologias para melhorar seu rendimento na produção de alimentos. Pág 9


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#Selfie Expo... Fotos: Arquivo Pessoal

...um tipo de fotografia de autorretrato, normalmente associado com redes sociais. A selfie se tornou viral a partir do Oscar 2014, quando a foto do grupo comandado pela apresentadora Ellen DeGeneres, teve mais de 2,7 milhões de partilhas, chegando a colapsar o Twitter por alguns minutos. Entrando na brincadeira, o Grupo Diário propôs ao grupo de teatro, Os Invertidos, promover uma selfie. Confira o resultado do click protagonizado pelos produtores rurais!

Os dançarinos da Stara também aceitaram o desafio! Durante o show, em que eles apresentam a coreografia do Imperador (vídeo que viralizou na internet), eles pararam para registrar o momento junto ao público!

#Visitas na Casa Diário Expodireto Cotrijal Fotos: Redação DM

Representantes da Acisa, de Passo Fundo, visitaram a Casa Diário. Na foto, o grupo com o diretor executivo do Grupo, Rogel Mello

Everton Dalla Vecchia, Diretor Regional do Sesc, com a diretora comercial do Grupo Diário em Carazinho, Jussara Alberton Sirena

Promotor de justiça de Erechim, Marcelo Petry, jornalista Nadja Hartmann, e vice-prefeito de Passo Fundo, Juliano Roso

Representantes das delegações da Nigéria e China visitaram a Casa Diário

O gerente da unidade da Cotrijal em Carazinho, Luiz Di Domênico, visitou os estúdios das Rádios Diário

# Clicks

# Eu Recomendo

O público pode comparecer ao estande da Stara para posar para foto em frente ao imperador

A auxiliar administrativa de Toledo (PR), Camila Fernanda Daniel Koeche, de 33 anos, em sua primeira visita à Expodireto Cotrijal, destacou a qualidade do artesanato, no pavilhão da agricultura familiar. Ela disse que também gostou do setor de turismo

Registro do encontro de autoridades regionais no Pavilhão Internacional, Mariano Petashi, Edio Schrader, Ilse Hubner, Paulo Naud, Teodora Lutkemeyer e Bernardete M. Mallmann

Fundador Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) Presidente-Emérito Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Diretor Executivo Rogel Mello

www.facebook.com/diariodamanha

@jornal_dm

Edição: Nadja Hartmann (DRT:6416) Reportagens: Alessandro Tavares, Cristian Puhl, Alessandra Pasinato, Mayara Dalla Libera, Rodolfo Sgorla da Silva Diagramação: Tiago Almeida Moreira Portal: Michelli Beis Supervisão: Jussara Sirena


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“Esta feira ficará na história”, diz Mânica

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Presença maior de representantes de outros países e do presidente da República em exercício, Michel Temer, são alguns dos pontos que já marcam na história a 15ª Expodireto Cotrijal Durante o café da manhã para a imprensa, realizado na Casa do Produtor nesta terça-feira (11), o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, destacou que a 15ª Expodireto ficará Foto: DM/Rodolfo Sgorla da Silva

Enio Schroeder falou para os jornalistas presentes no café da manhã

marcada na história. A presença de um número maior de representantes de outros países, consolidando o caráter internacional da feira, e a vinda do presidente da República em exercício, Michel Temer, e do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves foram os alguns dos destaques do primeiro dia da feira, iniciada nesta segunda-feira (10). “Mostramos para os visitantes a pujança dos produtores da nossa região. Tivemos um primeiro dia de feira bem intenso, com certeza esta edição da feira ficará marcada na história”, destaca Mânica. Durante sua entrevista coletiva, o presidente da Cotrijal revelou o público presente no primeiro dia da feira. “Tivemos 22 mil pessoas no parque da Expodireto nesta segunda-feira. Esse número é 8% maior do que no primeiro dia da Expodireto do ano passado”, comemora Mânica. O café da manhã e a coletiva de imprensa foram realizados na Casa do Produtor, uma das novidades da 15ª Expodireto Cotrijal. Na oportunidade, o vice-presidente da cooperativa, Enio Schroeder também se manifestou. “Esta é a primeira Expodireto em que estou atuando como vice-presidente. Talvez agora

Mânica concedeu entrevista coletiva na Casa do Produtor

esteja um pouco mais ocupado e com mais dificuldades para atender a imprensa. Mas, continuo o Enio de sempre e tenho muita gratidão pelo trabalho desempenhado por vocês”, reitera Schroeder. Em seguida, o vice-presidente da Cotrijal, concedeu entrevista ao vivo para a Diário AM. “Temos uma expectativa de grande público para esta feira. Ontem

52.300 pessoas no segundo dia da Expodireto Cotrijal Público recorde marca a terça-feira da 15ª edição da Expodireto Cotrijal 2014, totalizando 52.300 pessoas, número 3% maior que em 2013, quando 50.900 pessoas passaram pelo parque. O dia de abertura contou com 22.600 visitantes Em entrevista coletiva à imprensa, no final da tarde de terça-feira (11), o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, anunciou público 3% superior, no segundo dia da Expodireto Cotrijal, se comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2014, 52.300 pessoas estiveram presentes no parque de exposições, enquanto em 2013, o número foi de 50.900 pessoas. Em 2012, 39.500 visitaram a Expodireto na terça-feira; em 2011 esse número foi de 34.260; e em 2010, 39.880. No primeiro dia da feira – números que não foram divulgados pela organização anteriormente – houve aumento de 8% no número visitantes, totalizando em 2014, 22.600 – enquanto em 2013, esse montante foi de 21.000. Schroeder ainda comemorou o sucesso da organização do evento nesses dois primeiros

Foto: DM/Mayar Dalla Libera

Entrevista coletiva à imprensa, com o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder dias de feira, em vista que os imprevistos foram mínimos. “A feira tem essa característica, começando as 8h e encerrando as 18h, contagiando todos que estão no parque com o espírito do agronegócio. É algo mágico que acontece nesse parque”, enfatiza, dizendo que a Expodireto Cotrijal, em sua 15ª edição é um verdadeiro show de tecnologia e conhecimento que está ao alcance de todos. “Quem não veio, ainda tem três dias para conferir o que há de mais

moderno no setor”. Para concluir, o vice-presidente destacou a internacionalização da feira. “Ouvimos muitos elogios das delegações internacionais, dizendo que nunca antes viram uma feira desse porte, tão bem organizada”, conclui. Até agora, apenas seis atendimentos de emergência com ambulância foram registrados. O número total, no ano passado, foi de 28, em todos os dias da feira.

(segunda-feira), recebemos o governador Tarso Genro, o presidente da Câmara, Henrique Alves, o presidente da República em exercício, Michel Temer. Isso mostra a grandiosidade da feira, a qual muitas vezes não temos noção. Eu conversava com as delegações estrangeiras e eles disseram que não há feira no mundo que tenha uma organização igual à Expodireto”, finaliza Schroeder.

Programação de quarta-feira (12) – 10° FÓRUM ESTADUAL DO LEITE Horario: 9h Local: Auditório Central do Parque da Expodireto Cotrijal Palestrantes: Lorindo Stock - Pesquisador da Embrapa Gado de Leite; Wagner Beskow - Transpondo pesquisa, treinamento e consultoria agropecuária; Eduardo de Mérico Figueira Condorelli - Assessor Técnico do Sistema Farsul – 5º SEMINÁRIO DA AGROINDÚSTRIA FAMILIAR NO ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR Horario: 13h30min Local: Auditório Central Palestrantes: Ivar Pavan - Secretário de Desenvolvimento Rural Pesca e Cooperativismo; Elton Weber - Presidente da Fetag; Lino de David - Presidente da Emater/RS - ASCAR – WORKSHOP PROJETO EXTENSÃO PRODUTIVA E INOVAÇÃO Horario: 13h Local: Auditório da Produção Palestrantes: Natanael Mucke - Coordenador do Projeto AGDI; Luisa Preniz - Coordenadora do Núcleo do Alto Jacuí Unicruz; Representante da empresa Produfort; Adriana Spolavori – Badesul; Sérgio Feltraco – BRDE; Renato Chagas - FEPAM – PRÉ LANÇAMENTO DO RS MAIS ETANOL E RS MAIS GRÃOS Horario: 16h Local: Auditório da Produção Painelistas: Vilson Machado – VINEMA; Valdir Zonin - Engenheiro Agrônomo Emater/RS-Ascar – Seapa;


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O ouro do campo em discussão

Cultura da soja: as tendências de mercado, a economia e a praga que trouxe preocupação no campo foram debatidas na 25ª edição do Fórum Nacional da Soja Uma estimativa de produção que beira os 90 milhões de toneladas de soja. Uma cultura a principal delas – que é dita como o ouro do campo e principal responsável pela economia mundial. Apesar do surgimento de uma nova praga e de perdas comprovadas em algumas áreas, a colheita garante o abastecimento e a tendência de mercado aponta que ao longo do segundo semestre de 2014, os preços devem começar recuar com a ampliação da oferta nos Estados Unidos e a ampliação de área no Brasil e na Argentina, que também podem promover valores de comercialização mais baixos em 2015. O tema foi debatido durante a realização do Fórum Nacional da Soja, nesta terça-feira (11), durante a Expodireto e trouxe para a mesa de discussões assuntos que circundaram a realidade e as tendências de mercado e

José Roberto Salvadori

Fotos: DM/ Alessandra Pasinato

de no mínimo 20% para o milho e 50% na soja, ter rotação de cultura, utilizar no máximo duas vezes o mesmo produto de ação e ter treinamento técnico no combate a Helicoverpa. Atualmente, a previsão é de que os problemas para as próximas safras devem ficar com a Helicoverpa armigera e a Falsa Medideira, além da Spodoptera, que tende a surgir.

Safra positiva

Fórum da soja é realizado há 25 anos e traz um debate amplo acerca do setor produtivo e comercial preço, o cenário econômico nacional e internacional e a ocorrência da Helicoverpa armigera na cultura.

A nova praga Em 2013/2014, o Rio Grande do Sul teve a primeira safra de ocorrência plena da Helicoverpa armigera, uma praga que já havia surgido como problema ainda na safra 2012/2013 e que trouxe como característica a dificuldade de afirmação da espécie, que pode ser confundida com outros três exemplares. De acordo com o entomologista, agrônomo e pesquisador, José Roberto Salvadori, a confirmação se deu em novembro de 2013, depois de estudos que confirmaram ao Ministério da Agricultura a ocorrência da

Helicoverpa armigera. A partir de então, iniciou o monitoramento direcionado para a captura de mariposas, com armadilhas de feromônio. “Hoje são 105 armadilhas espalhadas no Rio Grande do Sul”, constata ele, apontando que o banco de informações da Secretaria de Agricultura conta com 62 municípios que tiveram a confirmação da praga. Para evitar perdas na produtividade, o ideal é que o produtor faça o manejo com lagartas até 7 mm. Quando a larva atingir até 13 mm, já ocorre a dificuldade de controle, de 14 a 23 mm não há mais controle e de 24 a 28 mm as perdas são inevitáveis. O manejo ideal contempla o monitoramento da pupa, ter área de refúgio

Apesar da ocorrência da Helicorvepa armigera, a produção deve se manter com bons índices. Quanto a comercialização, o agrônomo da Agroconsult, André Pessoa, aponta que em 2014 deve ser bastante satisfatória. “Há uma combinação de bons preços do mercado internacional com uma taxa de câmbio favorável. A produtividade não era a esperada pelos produtores, mas também não é um desastre, algumas regiões sofreram com a estiagem, mas ainda tem um nível de colheita satisfatória que permite uma boa rentabilidade. A minha preocupação é com a safra 2014/2015”, avalia ele. Pessoa enfatiza que para esse ano deve haver uma margem remuneradora em quase todas as regiões do país, mas para 2015, há a tendência de redução dos preços. “Chamei a atenção dos produtores para tomarem cuidado na hora de fazer o seu planejamento, na hora de comprar os insumos,

aumentar as técnicas na gestão da propriedade, pois as margens reduzidas exigem cautela no planejamento da safra”, constata. Segundo ele, a recuperação da safra americana no segundo semestre, uma boa safra na América do Sul e os cerca de 90 milhões de toneladas de produção no Brasil, garantem a safra. Ainda, a Argentina deve ter uma produção de 54 milhões de toneladas de grãos. “Essa combinação de uma safra americana no ano passado, com uma safra sul-americana

André Pessoa boa, na medida em que começar a ser escoada no mercado internacional, deve contribuir para uma redução dos preços, nos patamares muito altos que foram alcançados na última semana”, conclui.


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Manejo: palavra de ordem para o produtor Avanços na biotecnologia permitiram aumentos consideráveis de produtividade, mas não tiraram do agricultor a responsabilidade de estar atento ao surgimento de novas pragas e doenças. Olho na lavoura e gerenciamento adequado das culturas ainda são essenciais, afirmam os especialistas Foto: Cristian Puhl/DM

Perdas nas lavouras de algodão e outras culturas em estados do cerrado e da Bahia e a migração de uma lagarta capaz de provocar grandes prejuízos aos produtores gerou preocupação no Rio Grande do Sul. Nesta safra, o reconhecimento de uma nova praga nas plantações gaúchas de soja e milho pôs em alerta agricultores, técnicos, agrônomos, especialistas e lideranças do agronegócio. A Helicoverpa armígera tornou-se um inimigo a ser combatido antes que o problema fugisse de controle. De acordo com o entomologista e pesquisador da Embrapa Trigo, Paulo Pereira, o dano é provocado pelo inseto em sua fase de larva. “A lagarta é a praga responsável pelas quebras de produtividade, pois o inseto em sua fase adulta tem apenas a função reprodutiva”, explicou, complementando que a situação foi diagnosticada no Brasil, oficialmente, no início de 2013. “Foi detectada, inicialmente, no cerrado da Bahia, em algodão e soja, com perdas severas, porque não houve enfrentamento ao problema”. Até então praticamente desconhecida dos especialistas, a Helicoverpa migrou para o Rio Grande do Sul e foi diagnosticada em novembro do ano passado. “Depois dos primeiros registros se percebeu que a lagarta, talvez, já pudesse estar no Brasil há mais tempo, mas sem ter sido confirmada como tal por estar em pequenas populações no campo”, apontou o entomologista, confirmando que os focos no Estado surgiram a partir de migrações do Centro Oeste. “No Brasil, ela começou a se proliferar em regiões de clima seco, com alimentos em larga escala, o que favorece a sua proliferação. A migração se dá pela mariposa, que pode voar até mil quilômetros”.

Praga problemática De acordo com o pesquisador da Embrapa, a lagar-

Na Expodireto Cotrijal, segunda geração de soja tem despertado a atenção dos produtores pelo potencial supressivo com relação a lagarta ta tem um potencial biótico muito grande, capaz de se proliferar em diferentes culturas. “Na soja, a Helicoverpa ataca o grão, passando de um para o outro de uma forma bastante agressiva, independente do grau de formação na planta”, definiu, argumentando que a melhor forma de combater esta e outras doenças é o conhecimento e a informação. “Precisamos usar as pesquisas e os desenvolvimentos tecnológicos a nosso favor. Manejo continua sendo indispensável”. O uso indiscriminado de produtos é prejudicial para a lavoura. “Ir para o campo e conferir a situação das plantas é a forma ideal de saber o momento e o produto correto a ser aplicado naquele determinado

momento. E isso não tem ocorrido. Estamos percebendo que o nosso produtor está, de certa forma, mais acostumado a agir automaticamente em relação ao controle de pragas, mas a biologia é muito dinâmica e tudo deve ser acompanhado de perto”, reforçou.

De olho nos avanços genéticos Onze anos de pesquisas em biotecnologia resultaram na produção de um cultivar que tem chamado a atenção dos produtores na Expodireto Cotrijal 2014. Desenvolvida especialmente para o mercado brasileiro e sul americano, a soja da segunda geração da Monsanto já está presente em mais de 12 mil propriedades espalhadas em diversos estados brasileiros – 25% estão no Rio Grande

do Sul. Conforme o supervisor comercial da multinacional, Fábio Pastana, a Intacta RR2 PRO é um evento de biotecnologia que combina três soluções em um único produto: controle sobre as principais lagartas que atuam sobre a soja, tolerância ao herbicida glifosato e incremento de produtividade. Diante de um cenário em que a Helicoverpa assustou os agricultores, Pastana garante que a variedade possui um efeito “supressivo muito grande em cima dessa lagarta”. “Notamos que nesta última safra em que a lagarta foi uma preocupação dos produtores, não tivemos reporte de aplicação de inseticida visando essa praga, justamente pelo seu efeito de supressão”. Segundo ele, relatos de produtores gaúchos que utilizaram a segunda geração de soja dão conta que a aplicação de inseticidas foi reduzida pela metade. “Disponível no mercado brasileiro desde junho do ano passado, a RR2 não descarta a necessidade de o produtor manter o manejo de sua lavoura. A supressão contra as lagartas, incluindo a Helicoverpa armígera, não significa controle total sobre a praga. É necessário que haja monitoramento constante”, adverte Pastana.


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Despedida E grande parte das autoridades presentes nesta edição da Expodireto já está em clima de despedida dos cargos, já que o prazo de desincompatibilização para os ocupantes de cargos públicos que irão concorrer é no dia 05 de abril, mas a desincompatibilização irá ocorrer até o dia 31 de março...Mas, é claro, que antes de arrumar as gavetas, tem uma Expodireto no caminho, uma vitrine e uma oportunidade que nenhum político pode perder...Um dos secretários que está em clima de despedida do cargo na Expodireto é o secretário Ivar Pavan, autoridade onipresente na feira, e que deve ser substituído na SDR por Helton Scapinni, que já desenvolve um trabalho junto à Emater e foi secretário de Administração do governo Olívio. Foto: DM/ Cristian Puhl

Números O dia é de expectativa hoje no Governo e na Expodireto Cotrijal. Nesta quarta-feira, serão divulgados os números do PIB do RS em 2013 pela Fundação de Economia e Estatística – FEE. Todas as atenções estarão voltadas para o anúncio, inclusive do setor primário, já que a estimativa é que o agronegócio seja confirmado mais uma vez como o grande responsável pela alta do PIB gaúcho em relação à média nacional. E tem mais números vindo por aí...Além dos dados do PIB, a Emater deve divulgar hoje durante o seu tradicional Café da Manhã, os números oficiais da safra no Estado, e ainda esta semana, a Conab também deve estar atualizando as estimativas da produção agrícola esta semana...O problema é que nem sempre os números da Emater e da Conab batem, gerando interpretações confusas e alguns constrangimentos entre as lideranças do setor. Vamos aguardar...

Público Falando em números, surpreendeu o dado divulgado ontem de que o público no primeiro dia superou em 8% o total do ano passado, isso porque a segunda-feira tradicionalmente não é um dia de grande volume de pessoas no parque, já que a maioria das excursões começa a visitar a feira a partir do segundo dia. Além disso, a chuva no início da manhã também poderia ter atrapalhado...Por isso, uma das conclusões que se pode chegar para o número superior de público é pela presença maciça de políticos com seus assessores – nunca antes vista na história da feira – e principalmente pelo número de seguranças e integrantes do cerimonial do presidente em exercício Michel Temer...

Secretário Ivar Pavan: Expodireto em clima de despedida

Frustração

Boa notícia Porém, a boa notícia que não veio no primeiro dia, foi dada ontem durante uma coletiva extraordinária na Emater, quando foi confirmada a renovação do certificado de filantropia da Emater/Ascar pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A certificação será válida por três anos, até março de 2017, quando deverá ser renovada. O anúncio foi comemorado pelo Governo do Estado e pela direção da Emater presente no Parque. Apesar da decisão, a audiência pública do Senado sobre a importância da extensão rural está mantida para a próxima sexta-feira.

Problema crônico Depois do apagão logístico nas telecomunicações do Parque no ano passado, o problema em parte foi resolvido este ano, com a instalação de torres de transmissão de celular no Parque. Porém o problema do trânsito nas rodovias que circundam o Parque, ao que tudo indica, está muito longe de uma solução. Mesmo após as melhorias na RS 142, com o tráfego que praticamente quintuplica nos dias da feira, está sendo impossível evitar os engarrafamentos nos trevos de acesso ao Parque. O transtorno no trânsito está provocando, inclusive, atrasos na programação, principalmente pela parte da manhã...O pior é que este problema não será resolvido apenas com instalação de torres, até porque não depende da iniciativa privada... Foto: DM/ Mayara Dalla Libera

Apesar da grande presença de políticos, do governador, de dois ministros e da presença histórica de um presidente em exercício, o saldo do primeiro dia em matéria de anúncios importantes de políticas públicas para o setor foi negativo... Vale lamentar, inclusive, o despreparo de autoridades federais, que não souberam nem mesmo citar corretamente o nome de lideranças importantes do setor, o que mostra que apesar da importância da agricultura para o PIB do país, o pessoal lá de Brasília ainda tem muito a aprender sobre o setor primário...Mas nunca é tarde!

Engarrafamentos no acesso ao Parque: problema de difícil


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Logística volta a ser pauta de debate na feira

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Na tarde desta terça-feira (11), na Casa Cotrijal, a logística foi o tema debatido por representantes de instituições ligadas ao setor. O evento Safra Agrícola X Escoamento Logístico foi promovido pela Cotrijal, Porto de Rio Grande e a Cooperativa Central Gaúcha Limitada (CCGL). Dirceu Lopes, superintendente do Porto de Rio Grande, afirma a necessidade de uma integração entre os modais de escoamento de safra. “A integração entre os diferentes modais de escoamento da produção é uma imposição. É necessário gestão e o uso racional dos meios. Temos ordens do governo estadual e federal para a racionalidade no trabalho”, destaca. Lopes aponta um mecanismo utilizado pelo Porto no escoamento da produção de soja.

“Realizamos um agendamento para a entrega da cargas de caminhões no porto. Quem não estava agendado era deslocado a um pátio. No começo isso gerou resistência dos próprios caminhoneiros, porém, depois eles perceberam que desta forma havia maior agilidade”, pontua o superintendente do Porto de Rio Grande. Para Caio Viana, diretor-presidente da CCGL, outra necessidade é de que o aumento na produção de grãos, previsto para ocorrer no Brasil, seja acompanhado de melhores condições logísticas para o escoamento dos produtos. “O Brasil deve produzir 187 milhões de toneladas de grãos. Se as condições contribuírem, todos os portos brasileiros têm capacidade para escoar 75 milhões de grãos.

foto: DM/Rodolfo Sgorla da Silva

Evento promovido pela CCGL, Cotrijal e Porto de Rio Grande apontou que aumento na produção deve ser acompanhado de melhorias no escoamento da safra

Coletiva reuniu entidades na Casa Cotrijal Precisamos que melhorias logísticas acompanhem o aumento de produção”, reforça Viana. Lopes salienta que o Porto de Rio Grande tem maior competitividade frente aos demais portos brasileiros pois o tempo de deslocamento da produção é menor. “O governo está investindo

R$ 100 milhões no cais do porto novo, com a construção de um calado de 14 metros, que abrirá a possibilidade de receber navios maiores. O Porto deve ser ágil e um mecanismo de desenvolvimento do Rio Grande do Sul”, finaliza Lopes.


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Emater: filantropia assegurada por mais três anos Anúncio da ministra Tereza Campello foi comemorado pela Emater/Ascar-RS durante a Expodireto Cotrijal Durante encontro com o governador Tarso Genro no Palácio Piratini, nesta terça-feira (11), a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, anunciou a aprovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) para a Emater/ Ascar-RS. Isso assegura o que popularmente é conhecido como a filantropia da Emater. Com isso, a instituição está isenta de tributos por ser uma entidade privada cumprindo trabalho que seria de responsabilidade pública. O anúncio foi comemorado pela Emater durante a Expodireto Cotrijal. Uma coletiva de imprensa, com a presença do presidente estadual da Emater, Lino de David, do secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, e do presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, detalhou o assunto. O certificado assegura a filantropia por mais três anos. “Hoje é um dia muito especial para o Rio Grande do Sul e para a agricultura familiar. O anúncio da ministra assegura a recuperação da filantropia da Emater. Sem a filantropia, não há a Emater”, destaca Pavan.

David comemorou o anúncio. “Eu não quero falar muito para não me emocionar. Mas esta foi uma peleia da sociedade gaúcha. Uma peleia que unificou o Rio Grande do Sul seja entre partidos, parlamento, poder Executivo, imprensa”, salienta David. O certificado deverá ser renovado em março de 2017. O anúncio não extingue o passivo de cerca de R$ 2 bilhões referentes às cobranças de débitos decorrentes da revogação da imunidade tributária. Porém, isso será um argumento utilizado pela entidade na ação judicial para comprovar o caráter social de seu trabalho. Mânica reiterou o valor do trabalho desempenhado pela Emater. “Nós precisamos da Emater. Não haveria Expodireto se não fosse o trabalho desenvolvido pelo quadro de servidores da Emater. Vamos continuar mobilizados em defesa da entidade”, salienta o presidente da Cotrijal.

fotos: DM/Rodolfo Sgorla da Silva

Coletiva de imprensa na Expodireto Cotrijal: comemoração pela aprovação do certificado

Debate na Diário AM

A filantropia da Emater foi debatida ao vivo da Expodireto pela Diário AM, com a presença do presidente da entidade, do vice-presidente da Cotrijal Nei César Mânica e do superintendente de Agropecuário da cooperativa, Gelson Lima

Antes do anúncio da ministra, a filantropia da Emater foi um dos assuntos abordados pela programação especial da Diário AM transmitida ao vivo da Expodireto Cotrijal. “O que se chama de filantropia é o fato de que a Emater é uma instituição privada prestando um serviço de natureza pública, o que lhe dá direito à imunidade tributária”, explica David, que esteve no estúdio da Diário AM no Parque da Expodireto Cotrjal. Segundo o presidente da Emater, a entidade é a única em todo o Brasil que se enquadra nos mesmos moldes da Agência Nacional de Assistência Técnica e Exten-

são Rural (Anater). “Essa agência nacional é pública com gestão privada. A única agência estadual de extensão rural com essa característica é a Emater no Rio Grande do Sul. Ela assegura um controle público dos recursos mas conta com a agilidade e tranquilidade da gestão privada”, explica David. O assunto voltará a ser pauta na Expodireto na sexta-feira (14) com a audiência pública da Comissão da Agricultura do Senado com o tema “O Futuro da Assistência Técnica e Extensão Rural no Brasil e o Papel da Anater nesse setor”.


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Conhecimento é a ‘commodity’ mais procurada pelos estrangeiros Com mais de 77 países representados durante a 15ª Expodireto Cotrijal, o Pavilhão Internacional se torna um grande centro de encontro, misturando culturas, povos, línguas e, principalmente, interesses. Nigerianos dizem que estão em busca de tecnologias para melhorar seu rendimento na produção de alimentos. Na Casa Diário, representantes da delegação da Nigéria e da China promoveram um debate exclusivo Seguindo o modelo de anos anteriores, o Pavilhão Internacional está estruturado para receber representantes de 77 países, que participarão de rodadas de negócios e troca de informações nos cinco dias de feira. Segundo o coordenador do pavilhão, Evaldo Silva Júnior, além das rodadas de negócios no pavilhão, acontecem visitas na área de máquinas e implementos, quando os importadores que vão até os estandes dos expositores, para poder conferir os equipamentos e receber explicações técnicas, diretamente das empresas. “Na quinta-feira ocorre a rodada internacional de negócios do Sebrae, juntamente com a organização da feira, para países da América Latina’’, pontua. No ano passado, o montante de recursos negociados superou os R$ 200 milhões, somente no estande internacional, durante os cinco dias de feira. “Cremos que vamos superar o volume de negócios do ano passado, em função do aumento de Fotos: DM/Mayara Dalla Libera

Adamu Azimyeh Emazozo, embaixador da Nigéria, durante negociação

participação de países. Isso gera novas oportunidades de negócio, que vão propiciar o aumento de negociação”, comemora. Evaldo lembra que alguns países estão visitando Não-Me-Toque pela primeira vez, como o Paquistão, Guiné Bissau, Guiné Conacri, entre outros. Mas ele destaca a presença do continente Africano. “No ano passado os africanos já se destacaram, esse ano continua sendo em voga e vai continuar sendo, porque é o maior mercado mundial, que ainda tem muito a crescer”, pontua o coordenador do pavilhão internacional.

Da Nigéria, em busca da diversificação brasileira Adamu Azimyeh Emazozo, embaixador da Nigéria, visitou a Casa Diário nesta terça-feira (11). Em sua entrevista para as Rádios Diário AM, ele mencionou que é a primeira vez que visita o Brasil e a Expodireto está surgindo como uma grata

Na Casa Diário, representantes da delegação da Nigéria e da China promoveram um debate exclusivo surpresa para negócios. “Eu penso que isso tudo é fantástico”, garantiu o embaixador, dizendo que pretende fechar uma relação de negócios com o Brasil. “Estamos investindo cada vez mais no setor agrícola nacional”, disse em entrevista à equipe diário, ao lado da tradutora Ceres Hartmann. “Nós

Hu Shaohua, integrante da Donghai Futures, da China, também participou do debate na Casa Diário Expodireto Cotrijal, nesta terçafeira. “A China é uma grande importadora de produtos brasileiros, são mais de 60 milhões de toneladas de soja, mais de quatro milhões de toneladas de açúcar. Também importamos uma pequena quantidade de milho, que pode aumentar. Em um breve futuro deveremos importar mais produtos”, comenta. Hu Shaohua elogia que esta é uma feira muito complexa, com a presença de empresas de vários segmentos. “Com certeza vamos aproveitar e incentivar a possibilidade de aumentar mais relações entre China e Brasil”, conclui.

temos fazendas, terras, gente pra trabalhar, clima adequado, queremos ter a vocação que o Brasil tem para a diversidade, tecnologia em maquinários e sementes”, destaca Adamu Azimyeh Emazozo, embaixador da Nigéria.

Coordenador do pavilhão, Evaldo Silva Júnior


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Quarta- feira, 12.03.2014

Cadastro Ambiental Rural: a dúvida do momento O agricultor que não se cadastrar poderá ter dificuldades em acessar crédito bancário para o financiamento das atividades das propriedades rurais. O tema vem sendo abordado pelo Senar/RS e Cotrijal em palestras e teatros que tratam do assunto no Espaço da Natureza O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Novo Código Florestal são os temas que vem sendodiscutidos pelo Serviço Nacional deAprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar/RS) eCotrijalnoEspaço daNaturezadoParque da ExpodiretoCotrijal. Diariamentequatro palestras de 30 minutos abordando os temas estão sendo ministradas aos interessados. Os encontros que iniciam às 10h, 11h, 15h e 16h tem capacidade de receber 30 ouvintes a cada palestra. Já as sessões de teatros acontecem as 10h, 11h, 14h e 15 horas com o tema “CAR? Venha se informar!” Conforme oinstrutordo Senar/RSCristiano Gotuzzo, a propostado espaçoé dedivulgar o Cadastroe tirar asdúvidasdos produtores emrelação aonovo Código Florestal. Segundo o profissional, asprincipaisdúvidas são referentesaáreas de reserva legale de preservação permanente. Gotuzzo, explica que o cadastro anunciado em 2013, aindanãovem sendoexigido, pois dependede umaportariaa ser inscrita peloMinistériodo Meio Ambienteequetemprevisão depublicaçãoaindapara o primeiro semestre deste ano. A partir da publicação da aguardada portaria, os agricultores

Fotos: Divulgação

Em busca de informações O produtor Darci Quadros Sabini da localidade de Bom Sucesso, Não-Me-Toque veio ao espaço na intenção de clarear suas dúvidas quanto à reserva legal e área de preservação. “Tenho na propriedade uma área com sanga e um rio com 10 metros de largura, onde em um dos pontos os animais bebem água. Vim para saber o que preciso fazer para me adequar, gostei do que vi e pretendo voltar amanhã para conversar com os instrutores” comenta Sabini. A professora de escola agrícola Marines Leiria,também assistiu as instruções e pretende repassar o que viu e ouviu a seus alunos. “Achei excelente, pela primeira vez o tema foi tratado de uma forma clara e que aponte quais são os caminhos e procedimentos que os agricultores devem fazer” comenta a professora.

Instrutor do Senar/RS Cristiano Gotuzzo terãoprazodedoisanosparaefetuaremo cadastro.O relato doSenar,indicaquepartir demaio de 2017,o agricultor que não estiver adequado com as novas exigências legais terá restrição ao acessode créditoemcaso de financiamentosbancários paraatividadeeatémesmo poderãoficarimpedidos de regularadocumentação das propriedades em caso de venda deáreaou partilha. Momentaneamente a Secretaria nãoestá recebendoainda tais protocolos, o quedeve serfeitopossivelmentea partir de maio.

Darci Sabini, produtor rural de Não Me Toque

Professora Marines Leiria


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Cresce número de cooperativas no Estado Dados da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) apontam que há mais de duas mil entidades registradas na Junta Comercial do Estado, operando em diferentes setores produtivos Os dois anos de execução e os resultados obtidos com o Programa Gaúcho de Cooperativismo, criado pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), foram avaliados durante a manhã desta terça-feira (11), no Auditório da Produção, no Parque da Expodireto, no Fórum de Avaliação do Cooperativismo. As discussões contaram com a participação do secretário da Pasta, Ivar Pavan, que falou sobre as perspectivas para o setor cooperativista gaúcho, destacando a presença de jovens e mulheres no Fórum. “Os jovens não vão permanecer no campo porque o governo ou os pais querem. Eles vão dar sequência ao trabalho no meio rural se tiverem motivos para isso. E o número expressivo de jovens neste Fórum mostra que, talvez, estejamos construindo um caminho concreto para isso”, ponderou. Pavan reforçou que o Programa Gaúcho de Cooperativismo é fruto de uma articulação importante das

No Rio Grande do Sul, conforme um dos painelistas do Fórum desta terça-feira, Gervásio Plucinski, há mais de duas mil cooperativas registradas na Junta Comercial do Estado, operando em diferentes setores produtivos. Plucinski disse ainda que as cooperativas fortalecem não apenas a economia, mas a sociedade como um todo. “O sistema cooperativista tem a característica de gerar uma inclusão econômica, produtiva e social que é extremamente importante para as comunidades, pois promovem aumento de renda e melhoria da qualidade de vida dos produtores envolvidos e do comércio como um todo, que se beneficia com o aumento de renda da agricultura”, ponderou o diretor da SDR, alegando também que as unidades de acompanhamento cooperativista, criadas pelo Programa Gaúcho, trabalham diretamente com 167

Foto: Cristian Puhl/DM

Maioria de jovens na plateia entusiasmou Pavan. “Estamos diante do futuro da agricultura familiar e do cooperativismo”, afirmou

cooperativas que levaram suas demandas ao Governo. Uma das principais ações concretizadas em dois anos de existência do Programa foi a criação das unidades regionais de cooperativismo, por meio do Programa de Extensão Cooperativista (PEC). De acordo com Pavan, em todo o Estado há sete regionais trabalhando em parceria com a Emater/RS – Ascar na formalização e consolidação de cooperativas. “Com isso, nós acreditamos que está havendo a construção de um novo modelo de cooperativismo, resgatando a identidade cultural do agricultor, que é ser o dono da produção”, refletiu ele. Demanda mundial Uma pesquisa desenvolvida pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), com a colaboração da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), mediu o índice de confiança no agronegócio brasileiro, colocando as cooperativas entre as instituições de maior credibilidade diante do cenário nacional. Os dados revelam que mais de 76% dos agricultores são de pequenos e médios produtores, sendo que 64,2% estão integrados a uma cooperativa.

entidades. A pesquisa feita pela Fiesp mostra que as cooperativas comercializam mais de 43% da produção nacional. Nos Estados do Sul, esse volume sobe para 73,4%. Mudanças na legislação beneficiaram o setor Para um dos painelistas do Fórum, Ari De David, em 10 anos a legislação cooperativista evoluiu consideravelmente, possibilitando que as entidades crescessem. “Passamos 30 anos sem uma legislação específica para o setor. Agora, na última década, o Brasil e o Rio

Fonte: ICagro

“A cooperação é estratégica para o desenvolvimento da agricultura familiar”, disse o secretário da SDR Grande do Sul avançaram bastante neste sentido. Só no Estado nós temos 12 leis regulamentando as cooperativas”, reforçou, salientando que a legislação promove apoio e estímulo às cooperativas. “Ainda não temos a solução definitiva, mas houve avanços consideráveis para destravar impasses e problemas”. Neste aspecto, comenta De David, as principais mudanças que beneficiaram o setor estão relacionadas ao acesso a mercados institucionais e a simplificação no processo de licitações públicas.

“Tudo isso foi normatizado e legalizado para estimular o agronegócio cooperativista”, frisou, dizendo que isso também possibilitou o aumento do número de cooperativas no país. O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Estado, Marcos Rebolin, que o Governo Federal aposta no cooperativismo como forma de promover a agricultura familiar. “Organizados, os agricultores podem fazer frente a competitividade estabelecida no cenário produtivo e econômico”, finalizou Rebolin.


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A variedade e a diversidade que vem do campo Alimentos com a qualidade e o sabor de quem produz com carinho e a habilidade da mulher do campo, que além de alimentos produz artesanato são os destaques do Pavilhão da Agricultura Familiar na Expodireto

Incentivos ao setor A agricultura familiar, conforme o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, é um dos setores que tem prioridade no governo estadual.

Incentivos Sabor Gaúcho Estabelecemos uma meta de até o final do governo de ter mil agroindústrias com o Selo Sabor Gaúcho e estamos comemorando em março 1,7 mil agroindústrias com o selo, com a perspectiva de ultrapassar as 2 mil agroindústrias.

Fotos: DM/ Alessandra Pasinato

Uma série de incentivos tem proporcionado desenvolvimento a um dos setores que tem importância significativa na cadeia alimentar brasileira: a agricultura familiar, o setor que responsável pela produção de alimentos. Entre outros 149 expositores, a agricultora de 42 anos Dalva Savadinschy, traz para a Expodireto aquilo que há quatro gerações vem proporcionado emprego e renda à família que tem agroindústria de embutidos. Há pelo menos quatro anos, o negócio recebeu o Selo Sabor Gaúcho, certificado de qualidade estadual que já beneficia mais de 1700 agroindústrias, uma das políticas adotadas que buscam fortalecer este setor produtivo e traz renda para o homem do campo que produz alimentos. Além da agroindústria de embutidos, a família implantou uma agroindústria de panificação, um gosto antigo de Dona Dalva que se tornou negócio. O segredo do sucesso do trabalho ela não esconde: “fazer tudo com muito carinho”, conta. De Não-Me-Toque, a família é uma das anfitriãs locais de outras tantas agroindústrias que expõe seus produtos no Pavilhão da Agricultura Familiar na Expodireto Cotrijal e que trazem uma amostra daquilo que fazem. Ao todo, 150 expositores compõe o Pavilhão, um dos destaques da feira e que a cada ano tem implementado melhorias.

Fonte extra de renda no campo, o artesanato tem espaço no Pavilhão da Agricultura Familiar “Agora, estamos na fase de execução dos programas implantados e que foram planejados. Temos R$ 1 bilhão de recursos orçamentários somente na agricultura familiar e chegaremos ao final deste ano com R$ 1,4 bilhões”, pontua. Pavan comenta que, através de programas, as cooperativas acessaram mais de R$ 1 milhão para financiar novos investimentos ou mesmo para refinanciar suas dívidas. Ainda, o programa irrigando a agricultura familiar tem mais de 2 mil projetos executados ou em execução e o programa dos microaçudes tem centenas de agricultores expandindo e diversificando a propriedade. O secretário avalia que no incentivo na participação

de feiras tem permitido encontros como o Pavilhão da Agricultura Familiar. “Há 10 ou 15 anos atrás, dificilmente teríamos uma feira com a participação da agroindústria, hoje, dificilmente temos uma feira que não tenha um pavilhão da agroindústria familiar, isso é resultado de uma política adotada que está produzindo resultados em todos os setores produtivos”, pontua. Sobre a feira, Pavan assegura: “a mostra que está aqui é um pouco do resultado de um política que dialoga com o interesse do agricultor. Tem assistência técnica, crédito e estímulo a comercialização, com esses ingredientes o agricultor percebe que dá para projetar uma vida boa no campo, a partir da industrialização dos seus produtos”, conclui.

Leite O programa Leite Gaúcho foi um pedido da indústria que estava ociosa e precisava de um programa de incentivo a produção. Em 3 anos, formamos mais de 20 mil agricultores produtores de leite e pelo bom preço e investimento, hoje a indústria gaúcha está com todas a sua capacidade tomada, que estava 40% ociosa.

SUSAF Para entrar no sistema tem que haver a fiscalização municipal de forma individual ou consorciada. Se o município não se organiza, só a política estadual não resolve. Já temos dezenas de municípios que pediram adesão e que temos muitas agroindústrias familiares em condições de comercializar em todo o Estado.

Bolsa Jovem Um compromisso do Plano Safra prevê a implementação do Programa Bolsa Jovem, inicialmente beneficiando 2 mil jovens que vivem no campo. Ao todo, 35 jovens já receberam o benefício e outros 225 já foram selecionados e tem recurso já repassado ao Badesul para ser contratado. Ainda, mais de 1,7 mil devem ser contratados até abril, na sequência do Programa.

Há quatro gerações a indústria de embutidos tem mantido a renda da família de Dona Dalva, que também passou a atuar na panificação e expõe seus produtos na Expodireto

Ivar Pavan, secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo


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