Carazinho

Page 1

Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

1


2 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Editorial

Informação e Conhecimento

R

esultado de décadas de inovação e desenvolvimento, o Brasil se tornou o maior exportador líquido de alimentos ao mesmo tempo. O país é o quarto maior produtor mundial de alimentos. Colheu uma safra de 242 milhões de toneladas no ano passado, o que ajudou a manter superávit comercial no ano em que o país saía de uma das piores recessões de sua história. Direta e indiretamente, o agro responde por quase um quarto do PIB do país. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) informam que o planeta conta, atualmente, com 7,3 bilhões de habitantes. Em 2030, serão 8,6 bilhões, e, em 2050, esse número saltará para 11,2 bilhões de pessoas. Dentro desse cenário, a utilização de tecnologia, com o objetivo de tornar a cadeia produtiva mais eficiente na produção de alimentos, tem um papel de destaque para atender essa demanda populacional. A responsabilidade por alimentar boa parte do planeta, exige que o agronegócio brasileiro dê um novo salto tecnológico, onde além das mudanças já introduzidas no sistema de cultivo e de gerenciamento da produção, será preciso acrescentar outras, que exigem habilidades novas, principal delas, é diante do dilúvio da informação, captar e filtrar os dados mais importantes no sentido de transformar tecnologia em resultado. Ou seja, colher e interpretar uma imensa variedade de dados e utilizar a seu favor. Tal desafio pode ser resumido em uma palavra: CONHECIMENTO, que nos remete diretamente a outra palavra: INFORMAÇÃO. E este é o papel de uma feira como a Expodireto Cotrijal, que todos os anos transforma um Parque de cerca de 80 hectares em uma verdadeira Arena do Conhecimento, onde milhares de agricultores são apresentados as mais avançadas tecnologias em máquinas, equipamentos, insumos e defensivos. Tudo isso em uma cidade que carrega o título de Capital Nacional da Agricultura de Precisão e coordenado por uma das maiores cooperativas do sul do país. E para fazer jus a um evento que respira INOVAÇÃO, o Grupo Diário da Manhã está preparando uma cobertura baseada no desafio da inovação e da tecnologia, iniciando por este caderno de abertura da Expodireto, que é a primeira publicação a circular na feira nas primeiras horas da manhã de segunda-feira. Antes mesmo da abertura dos portões do Parque em Não-Me-Toque, leitores do jornal já estarão recebendo a sua edição, adiantando tudo o que vai acontecer na feira esta semana. Além disso, a edição de abertura dedica uma atenção especial à tecnologia no campo e presta uma homenagem a toda potencialidade do Agro. Mas o principal homenageado é você leitor, que mais um vez está sendo privilegiado por ter em mãos uma edição com muita informação e conhecimento. Ou seja, uma edição a altura de uma Expodireto Cotrijal. A Redação.

Cobertura multiplataforma O Grupo Diário da Manhã mais uma vez está presente com a Casa Diário instalada no coração do parque em Não-Me-Toque. É de lá que será transmitida mais de oito horas de programação diária ao vivo do estúdio da Rádio Diário. Serão painéis, entrevistas e noticiários, levando a milhares de ouvintes tudo o que acontece na feira. A Casa Diário ainda sedia a Redação do Jornal Diário da Manhã, de onde será elaborado diariamente um caderno exclusivamente dedicado à exposição. O jornal Diário da Manhã já se notabilizou por ser o veículo impresso que mais espaço dedica à Expodireto durante a semana de realização da feira. Além disso, é a única publicação autorizada a circular no Parque, o que permite que ao chegar ao Parque, os expositores e visitantes já tenham acesso as edições, que circulam também entre os assinantes do jornal em Passo Fundo e Carazinho. A diretora-presidente do Grupo Diário da Manhã, Janesca Martins Pinto destaca que esta cobertura se diferenciará por ser efetivamente multiplataforma, reunindo além das rádios e jornais, também os canais digitais do Grupo, o portal diariodamanha. com e as páginas nas redes sociais Facebook, Instagram e Twitter. “São mais de dez jornalistas das Redações e Rádios de Passo Fundo e Carazinho escalados para a cobertura, o que demonstra a importância que a empresa sempre dedicou à Expodireto Cotrijal e, consequentemente, ao agronegócio”, afirmou. Além da cobertura jornalística , o Grupo Diário da Manhã também faz parte da programação oficial da feira, com a realização do Fórum do Jovem Cooperativista, em parceria com a Cotrijal.

Cobertura Especial Expodireto Cotrijal: Rádios: Oito horas de programação diária direto do Parque Jornais: Seis edições exclusivas da feira Digital: Cobertura em tempo real nas redes sociais e portal diariodamanha.com

diariodamanhars @diariodamanhapf http://diariodamanha.com facebook.com/redediariodamanha

O que foi dito: A Expodireto é o retrato de um “Rio Grande forte e aguerrido governador José Ivo Sartori

A Expodireto é motivo de orgulho. Esse é o maior orgulho do cooperativismo gaúcho, a realização de um evento dessa grandeza em termos de exposição. presidente da Fecoagro, Paulo Pires

Especialmente essa feira, sempre nos mostra o que vem pelo futuro, novas tecnologias em agricultura de precisão

A Expodireto tem se consolidado como uma referência em inovação para o setor do agronegócio mundial Nei César Mânica, presidente da Cotrijal

Ministro da Agricultura Blairo Maggi

FUNDADOR Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) PRESIDENTE-EMÉRITO Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Diretor executivo Túlio Martins Pinto

Edição Especial Expodireto Cotrijal 2018 Reportagens: Alessandro Tavares, Daniela Freitas, Daniel Rohrig, Fabiana Duarte Rezende, Isabela Wetsphalen, Matheus Moraes, Rodolfo Sgorla da Silva, , Sereno Azevedo, Vinicius Coimbra Diagramação: Marcelo Lange Capa: Rodrigo Teixeira Edição: Nadja Hartmann (DRT-RS: 6416) Supervisão Comercial: Eliane De Bortoli; Jussara Sirena


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

3

Nei César Mânica

“A história da Expodireto foi construída com muito suor e dedicação”

O

timismo é a marca da abertura da 19ª Expodireto Cotrijal, que se encerra no final da tarde de sexta-feira, 9 de março. O assunto dos indicativos apontados para uma retomada dos níveis de crescimento da economia nacional, deve predominar nos corredores e estandes do parque que abriga a mais alta tecnologia disponível no mercado para o agronegócio brasileiro. O presidente da Cotrijal e da Expodireto, Nei César Mânica fala sobre a trajetória da feira, que está no pico maior dos eventos do agronegócio no País. Já conhecida e reconhecida internacionalmente movimenta milhões em negócios e recebe milhares de visitantes, nos cinco dias de mostra, no Parque de Exposições, na cidade de Não-Me-Toque, no Norte do estado gaúcho. DM - A cada ano se anuncia que a feira seguinte é a mais importante, então a que abre hoje é a principal? Nei Mânica- É. Este ano de 2018 temos um grande desafio em nível nacional, mas a Expodireto é uma realidade, que a gente construiu junto com vocês também, desde o inicio há 19 anos. Toda a Expodireto que passa, sempre depois vem a pergunta: Como será o ano que vem? Eu sempre coloco muito otimismo. Vai ser a melhor. Então esta é melhor até por todo o cenário que a compõe, desde o início do ano passado, quando iniciamos com todos os lotes, todos os plotters, comercializados. DM – Como foi à estruturação da feira? Mânica – Trabalhamos muito os eventos oficiais que dão suporte a feira, a informação e a parte politica. A economia vem num início de recuperação dando bons sinais já, está aí uma boa perspectiva de safra, o tempo está colaborando muito bem e com isso os negócios vão fluir. Sempre lembrando que a Expodireto é um palco para apresentação de tecnologia, inovações e oportunidades de negócios. Muitos negócios são realizados, mas sobra mais 360 dias no ano para as empresas fazerem as suas comercializações. DM - Quem é o principal ator da Expodireto? Mânica - Eu diria que o principal ator da Expodireto é o produtor, é o visitante, por que a Cotrijal, os expositores, os patrocinadores, eles organizam a feira para dar oportunidade que essas pessoas venham. Então diria que os mais importantes, que todos eles, são os visitantes que vem em busca da informação, tecnologia e negócios. DM - A Expodireto hoje é uma das principais feiras do País. O presidente acha que esses 19 anos foram suficientes ou a Expodireto tem uma longa caminhada em termos de evolução? Mânica – Eu diria que a Expodireto é uma jovem exposição, são 18 anos e agora a 19ª edição, se nós olharmos, a Copavel completa 30 anos este ano, é uma grande exposição. Temos o Agrishow, assim como outras exposições no Brasil. A Expodireto hoje está consolidada entre as principais do país, se não a primeira, entre as primeiras. Mas o que mais me vem, assim, no dia a dia, eu fico até impressionado, embora a gente tem já esse conhecimento, é o quanto a Expodireto é importante para o agro e quanto ela marcou o setor nessa caminhada. Por onde você anda,

sempre vem aquilo de que a Expodireto, é citada pela organização, a limpeza, o parque, a receptividade, as condições, Ela é uma feira que realmente ninguém imaginava. São 18 anos, que parece ontem.

a Expodireto, da oportunidade que ela ofereceu as novas tecnologias para o campo. Se nós olharmos a região hoteleira, se nós olharmos a produtividade da nossa região tudo mudou para melhor.

DM – O reconhecimento veio? Mânica – Sim. São 18 anos de uma história construída com muito suor, muita dedicação, com grandes parcerias e isso nos deixa muito feliz porque a Expodireto é reconhecida estadualmente, nacionalmente e internacionalmente, então a gente fica super gratificado e por isso eu digo que esta vai ser a melhor feira porque a cada contato que a gente faz, tanto no Brasil como no exterior, a gente nota o entusiasmo para que eles venham na Expodireto e a vontade que eles tem de vir buscar novamente esse conhecimento, essa informação,

DM- Qual foi o resultado da tecnologia no campo? Mânica - Se pegarmos a produtividade da Cotrijal, lógico que aqui tem um trabalho muito forte de nossa área técnica, mas tudo isso motivado em cima da busca de tecnologia da inovação. Saímos de um patamar de seis, sete anos atrás de 41 sacas de soja por hectares para estimativas acima das 70 ou 80, este ano. Então a Expodireto tem muito a ver com isso. Se nós olharmos a nossa região no Rio Grande do Sul, é um celeiro de produção. O comércio e indústria também são importantes. Quantas empresas se desenvolveram ao redor que montaram seus negócios em cima da Expodireto. Então acho que movimentou a economia e ela traz sempre essa expectativa de termos um movimento muito grande. Alguns empresários dizem: Mânica faz duas Expodireto no ano, que não preciso mais trabalhar. Então para ver como a Expodireto traz reflexos na economia regional.

DM - No parque não é só a venda, de espaços e de tecnologia. Quais os objetivos da Expodireto? Mânica – Você coloca muito bem porque se olharmos o objetivo da Expodireto para a Cotrijal, ele não é econômico de ganhar dinheiro com alocação de stands, de venda de materiais. É uma exposição para dar oportunidade às empresas de trazer tecnologia, conhecimento, as inovações para os nossos produtores, a cadeia produtiva, para que ela possa ter uma agregação de crescimento na produção, na venda e na rentabilidade. Eu também diria que ela é um palco onde se lança muitas novidades. Já pegou uma tradição que a Expodireto, para a maioria das empresas que tem um lançamento, anunciarem que o mesmo vai ser em março, na Expo/Cotrijal. Já é mais um atrativo para o nosso visitante. Mas o mais importante é que as empresas fazem o cadastro, atualizam seus dados e depois seus vendedores, seus comerciantes, seus diretores tem oportunidade do ano inteiro estar vendendo, oferecendo e mostrando seus produtos. DM - Em nível de região da cooperativa, de Estado como o presidente vislumbra o nosso agronegócio? Mânica – Bem, nunca esqueço que quando fizemos à primeira Expodireto, o presidente da Copavel dizia: Mânica depois de dez anos você vai ver que a Expodireto é um divisor de águas. Quantas empresas de metalmecânica se fortaleceram, se expandiram e hoje são empresas que exportam para vários países do mundo. Muito tem a ver com

DM - Praticamente dobra a produtividade em cinco anos. O que isso representa da porteira para dentro, de uma propriedade rural? Mânica – Bom, isso representa a eficiência do produtor. O Brasil nos últimos 30, 20, 10 anos cresceu e evoluiu em tecnologia, de equipamentos, sementes, químicos e fertilizantes. Dentro da porteira o produtor é supereficiente. Ele está aumentando a produtividade, produzindo mais em menos área, preservando o meio ambiente, preservando o solo. Nós sempre defendemos uma agricultura sustentável, com rotação de culturas, com plantio direto, com cultura de precisão, então, com tudo isso dentro da porteira, podemos dizer que o nosso produtor é um profissional. DM – E do lado de fora da porteira como as coisas andam? Mânica - Da porteira para fora vem um monte de problemas que fogem da nossa alçada de produtor, que é questão de logística, infraestrutura cambial, todo esse processo do dólar, da variação cambial. Realmente dentro da porteira, eu diria que o nosso produtor está num top, dos mais eficientes do mundo em termos de produção.


4 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Daqui para frente

O futuro

promissor do campo Estimativas apontam que, em 2050, o Brasil seja responsável por produzir alimentos para 40% da população mundial

O

s bons indicadores do agronegócio brasileiro, mesmo em épocas em que a economia apresenta dificuldades, levam à questão: por que o país tem sucesso nesse setor? O professor e engenheiro agrônomo Elmar Floss destaca o ano de 1994 como um marco para o aumento que viria a ocorrer na produção do campo brasileiro. A partir de 1º de julho daquele ano entrou em vigou o Plano Real, que conseguiu controlar a inflação que chegou a mais de 2.000% no ano anterior. No ano passado, por exemplo, a inflação registrada foi de 2,95%. Floss faz um histórico da situação. Na

época, os 44 milhões de brasileiros que ganhavam até três salários mínimos tiveram um ganho de renda quando a inflação caiu a patamares bem abaixo daqueles registrados em anos anteriores. Como os preços dos produtos mudavam rapidamente, os consumidores acabavam tendo de comprometer maior parte de seus vencimentos para o consumo. Por isso, sobra pouco no bolso do brasileiro. Isso mudou. “Os trabalhadores gastavam 50% do seu salário só para comprar comida. Com o Plano Real, com o controle da inflação, passaram a gastar de 20% a 25%”, explica o professor. Com menos dinheiro comprometido para alimentação, o

brasileiro passou então a consumir outros tipos de produtos, o que impulsionou um a produção nacional. “Os produtores viram ali o aumento da demanda de consumo de carne, de leite, derivados. Com esse aumento eles começaram a aplicar tecnologia cada vez melhor, melhores cultivares, controle de pragas”, explica Floss. Essa maior produtividade no mercado interno ajudou anos depois a alcançar resultados expressivos quando o assunto é o Brasil no comércio internacional. “A produtividade cresceu maravilhosamente e isso aumentou a oferta interna e permitiu esses recordes da exportação dos excedentes [da produção interna]”, completa o professor.

Agronegócio impulsiona exportações brasileiras O ano de 2017 foi de bons resultados para as exportações brasileiras. No período, o país exportou US$ 217,7 bilhões, com alta de 18,5% sobre 2016. Foi o primeiro crescimento após cinco anos. O resultado, no entanto, foi insuficiente para retomar o recorde de exportações registrado em 2011, quando as vendas externas tinham somado US$ 256 bilhões. A consequência disso foi uma balança comercial com saldo positivo de US$ 67 bilhões, melhor resultado desde o início da série histórica, em 1989. Esse dado, no entanto, precisa ser contextualizado, aponta Luiz Ataídes Jacobsen, engenheiro agrônomo e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF) e da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) de Carazinho. Para ele, é preciso entender o histórico das exportações brasileiras. Segundo ele, desde a década de 1980, o Brasil continua com praticamente a mesma participação que tinha no comércio internacional: 1,2%. Ou seja, de uma forma geral, o país exporta mais, mas isso não reflete no aumento da participação global. Isso, no entanto, muda quando o assunto é o agronegócio. Quando levado em conta as

exportações de produtos agropecuários - uma parcela do setor - a presença do país no mercado internacional chega a cerca de 5%. Esse resultado coloca o país em até 2º lugar no ranking de exportadores, atrás apenas dos Estados Unidos. O professor afirma que o agronegócio corresponde a aproximadamente 40% das exportações do país e a cerca de 60%

Se o cenário atual do agronegócio é de bons resultados, o futuro é igualmente promissor. Isso porque a expectativa é de um papel cada vez mais importante do Brasil na economia mundial. Floss justifica a afirmação com base na ideia de um aumento da população mundial e, em consequência, da demanda por alimentos. Projeções da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization) apontam a população mundial em 2050 na casa dos 9,3 bilhões de pessoas. Mas há outro fator – já citado neste texto – que é o aumento da renda de diversos países, que fará com que os aproximadamente de 1 bilhão de pessoas que não têm alimentação adequada hoje no mundo passem a tê-la até 2030. O último fator no aumento da demanda por alimentos é justamente a mudança de hábito alimentar em virtude da obesidade registrada em diversos países: pessoas com problemas de pessoas passam a comer mais carne – principalmente de frango e suína - no lugar de cereais e tubérculos. Mas para ser produzida, a carne demanda maior produção de grãos, por sua vez: exemplo disso é que para produzir 1 kg de proteína animal é necessário de 4kg a 6kg de proteína vegetal. “Se há mudança alimentar, temos que ter cada vez mais grãos”, diz Floss. A FAO projeta que 2050, o mundo terá de produzir 600 milhões toneladas de grãos de soja. A produção no ano passado, que foi derecorde, foi de 351 milhões de toneladas. “E esse é o negócio da nossa região, do nosso Estado, do Brasil. Quem está na soja continuará tendo bons resultados”., projeta o professor. Ele cita também o caso do milho que demandará também um aumento expressivo na produção dos próximos anos e que tem no país hoje o segundo maior produtor. E esse protagonismo pode ser explicado em um dado. Segundo Floss, a partir do planejamento da FAO, em 2050, o Brasil terá de ser responsável por produzir alimentos para 40% da população mundial. Atualmente, o país atende 1 bilhão de pessoas entre o mercado interno e externo.

no Rio Grande do Sul. “A importância do agronegócio é fundamental para o saldo das exportações brasileiras. Se não fosse o agronegócio, nós teríamos uma balança comercial negativa”, disse. As exportações brasileiras do setor somaram US$ 96,01 bilhões em 2017, registrando aumento de 13% em relação ao ano anterior. Com o crescimento do valor exportado sobre as importações, o saldo da balança comercial do setor foi de superavit de US$ 81,86 bilhões ante os US$ 71,31 bilhões registrados em 2016 – o segundo maior saldo da balança do agronegócio da história, inferior apenas ao de 2013 (US$ 82,91 bilhões). Esses dados foram divulgados no mês passado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

5

Qualidade tipo exportação Pesquisadores e especialistas no setor primário são categóricos em ressaltar que os produtos agrícolas brasileiros possuem alta qualidade

Os percalços na rota da exportação

D

e acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu no último ano mais de 114 milhões de toneladas de soja. Dados da Emater, referentes à última safra de verão gaúcha analisa pela instituição, revelam que o estado produziu mais de 16 milhões de toneladas da oleaginosa. Para onde vai todo esse volume de grãos? “Hoje, parte de nossa produção fica no mercado interno, mas a maior fatia vai para exportação. 70% da soja brasileira vai para outros países. Já o Rio Grande do Sul exporta 70% de sua produção de soja”, revela Jairo Kohlrausch, superintendente comercial da Cotrijal. Pode parecer uma realidade distante do produtor rural, que, essencialmente, está focado em plantar, manejar e colher toda essa riqueza do solo com qualidade. “Neste cenário, o produtor deve ter em mente três fatores: seus custos de produção, planejamento anual de gastos que terá e saber identificar os momentos que o mercado oferece para uma venda mais rentável”, aconselha Kohlrausch. E a qualidade de toda essa produção? “Muitas regiões

• Jairo Kohlrausch, superintendente comercial da Cotrijal

do mundo ainda precisam descobrir a nossa produção. Na realidade, há países, como é o caso da China, que vivem uma situação de estabilidade no seu abastecimento porque sabem que podem contar com a qualidade dos produtos agrícolas oriundos do Brasil”, argumenta Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Outro ex-ministro que elogia os produtos primários brasileiros é Odacir Klein, atual diretor financeiro do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). “Temos condições de abastecer o mercado interno, fornecer alimentos, energia e sermos excelentes exportadores. Apesar de enfrentar percalços na área sanitária, uma certa guerra comercial, o Brasil tem condições de exportar com qualidade”, ressalta. Para Claudio Santos, médico veterinário e doutor em sociologia política, o país precisa saber competir melhor no exterior. Ele é autor de uma pesquisa que analisou a visão do europeu sobre os produtos primários brasileiros, especificamente a carne, e o que o Brasil faz para atender normativas internacionais. O professor da Cesurg Sarandi argumenta que “não estamos conseguindo fazer uma disputa de mercado lá fora. Estamos produzindo alimentos de qualidade, mas que são comprados a preços baixos. A carne brasileira é considerada a melhor do mundo na Europa, porém, o Brasil não sabe disso. O governo, em nível de comércio e exportação, tem que começar a se impor. Nossa carne é melhor, mas temos menos soberania política do que outros países. Precisamos ter um corpo técnico qualificado e uma propaganda eficiente para que consigamos vender melhor nossos produtos”, encerra.


6 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Lideranças apontam os desafios do Agro em 2018 Além de ser uma vitrine da potencialidade do agronegócio, a Expodireto Cotrijal já se notabilizou por lançar luz aos principais temas de interesse do setor. Os Fóruns, debates e seminários ao mesmo tempo que apontam tendências, reforçam os desafios que cada elo deste setor da economia ainda precisa enfrentar. Em edições anteriores, a feira já levantou bandeiras e fez ecoar as reivindicações do produtores em todo o país. Sabe-se que gastar menos, produzir mais e vender melhor são os principais desafios que se impõem aos produtores atualmente, onde o custo de produção acaba se confirmando com um dos principais vilões da atividade. Acompanhe nos depoimentos a seguir, a opinião de lideranças sobre os desafios dom agronegócio para o ano de 2018.

“Gerir custos é o maior desafio da porteira para dentro”

nos dá a importância devida” Foto: divulgação Farsul

Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Gedeão Silveira Pereira, não são poucos os desafios que as diferentes cadeias do agronegócio tem a enfrentar a médio prazo. No Estado, Pereira ressalta que de momento uma cadeia que vive um de seus momentos mais críticos dos últimos anos é o arrozeiro. “Um dos desafios que nos preocupa e muito neste momento é com o tema arroz, que atinge principalmente a meGedeão Pereira, assumiu a tade Sul do Estado. É uma cadeia que está passando por momentos muito presidência da Farsul em 2018 desafiadores e grandes dificuldades de endividamento. Os produtores saíram muita das linhas de crédito oficial e tem sido muito financiados pela indústria, e agora com esta derrocada dos preços está nos trazendo grandes prejuízos”, comenta Pereira. Sobre a cadeia da soja, um dos principais produtos agrícolas na região Norte do Estado, Pereira ressalta que embora os preços pagos ao produtor estejam menores quando comparados aos últimos dois anos, e no contraponto, os custos de produção das lavouras seja fator que mereça atenção quando ao seu controle por parte do sojicultor, tal cultura ainda tem maior condição de competitividade quando comparada a outras cadeias na percepção do presidente. “ O agronegócio continua reluzente e despontando como o sucesso da balança comercial, mas nós estamos preocupados com muitas coisas inerentes ao setor e que nos impactam diretamente como as oscilações na economia e as climáticas, mas com tudo o que o agronegócio faz, em muitas das vezes é o poder público que não nos dá a importância devida”, frisa.

Para o presidente da Fecoagro, Paulo Conforme o presidente, para fazer frente Pires, gerir os custos da produção de forao atual cenário, uma das ferramentas ma eficiente e de modo a garantir lucraé o aumento da produtividade, Pires tividade é o principal desafio dos produressalta que já algum tempo as coopetores quando se considera a porteira rativas tem fomentando a aplicação de para dentro. Por isso, Pires acredita que tecnologias entre os seus cooperados. este também deve ser um dos temas “As cooperativas elegeram a tecnologia foco da Expodireto Cotrijal 2018. “ Nós não como o principal foco junto ao produtemos a euforia que tínhamos há alguns tor. Com custos mais apertados, só com anos atrás. O que temos é um desafio. Os tecnologia teremos renda, por isso, as Paulo Pires, presidente custos de produção do setor agrícola subicooperativas estão investindo muito em da Fecoagro ram enormemente e os preços de praticaassistência técnica e difusão de tecmente todos os produtos do setor caíram. Temos alguns nologia. A Expodireto é o momento em que se mostram desafios, como o equilíbrio entre custo e produção, o que tecnologias novas para todos os integrantes dessa cadeia. geralmente se faz com mais produtividade. Hoje, mesQuanto mais tecnologia tivermos, mais teremos probabimo com a atividade bem conduzida, os resultados são lidade de êxito e lucratividade na atividade agrícola” resmais apertados do que há alguns anos” comenta Pires. salta Pires. Foto: divulgação Fecoagro

“O poder público que não

Preocupação com os preços “Entre nossos maiores desafios podemos destacar os preços, especialmente do milho, que está muito baixo, da soja, que se mantém irregular, e do trigo que, com os valores que vêm sendo negociados, praticamente não podemos mais plantar. Acreditamos que, em 2018, a produção de soja será muito boa. Mas o produtor ainda não decidiu se irá investir ou não no trigo. Os que optarem por esta cultura, certamente usarão uma área menor. A importação da Argentina ainda é alta, já que lá os agricultores têm custos de produção muito mais baixos. Os brasileiros usam os mesmos insumos, mas nosso custo é maior, em diferentes aspectos. Além destas culturas, também temos problemas com o preço do leite, que precisa de atenção do governo. São decisões políticas que definem os preços do trigo e do leite, enquanto o milho e a soja contam com o andamento do mercado. Felizmente, nossos produtores fazem uso das tecnologias disponíveis e estão atualizados. Se o clima colabora, sabem produzir bem”.

Willibrordus Henricus van Lieshout,presidente Sindicato Rural de Não-Me-Toque


7

7

Segunda-feira, 5.03.2018 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018 DIÁRIO DA MANHÃ -

Desafios

“É preciso foco na gestão” Foto: Divulgação/ Secretaria da Agricultura do RS

“Estamos vivendo mais um ano desafiador para todo o agronegócio, tendo em vista o ano complicado e de superação, especialmente na busca de renda. Neste sentido, é preciso foco na gestão, passando pela gestão de produção, a gestão financeira e de comercialização, buscando otimizar os resultados, com mais eficiência e, consequentemente, garantindo mais renda na propriedade. Neste aspecto, a Expodireto/Cotrijal contribui e tem contribuindo ao longo dos anos com o avanço, crescimento e resultados que o produtor, pela sua competência e capacidade Secretário da Agricultura, empreendedora, vem produzindo nos últimos anos, Pecuária e Irrigação do Rio transformando e ampliando muito a produtividade Grande do Sul, Ernani Polo dentro da propriedade. A Feira, por sua grandeza e qualidade, sempre traz novidades, especialmente em tecnologias. Mais uma vez, a Expodireto vai cumprir sua missão, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento do agronegócio gaúcho e brasileiro. Importante, também, destacar a visão de futuro de Nei Mânica, que soube, em todos esses anos, transformar a feira em um referencial mundial para o setor. Sem dúvidas, tem cumprido com seu papel e isso devemos a ele e a equipe Cotrijal, que participam, juntos, desse processo de construção”.

“Da porteira para fora falta seriedade”

Diz o ditado popular que água Um exemplo clássico na região é mole em pedra dura tanto bate a BR 386 que tem um alto fluxo, até que fura. Embora não seja a maior parte não é duplicada e água, nem pedra, o que é dura, é esta cheia de buracos. A mesa realidade das condições para o ma condição é estrada ao Porto escoamento da produção primária de Rio Grande. Falta seriedade no Estado e no Brasil. O assunto do Governo Federal” lamenta infraestrutura para o escoamento Schroeder. Para o vice-presidenda produção é tema que se debate te da Cotrijal, já algum tempo os há anos, e a cada nova Expodireto agricultores entraram em um Cotrijal está em pauta. Porém para corrida que passa a exigir das Enio Schroeder, vice-presidente da Cotrijal propriedades, para que se mano vice-presidente da Cooperativa, Enio Schroeder, este continua sendo o principal tenham no mercado e como um negócio rentádesafio a ser superado pelo agronegócio. “A lovel, de que as áreas tenham altas produtividades. gística continua sendo fator que nos preocupa. O “Cada vez mais temos as atividades agropecuáfrete é caríssimo, temos péssimas condições de rias baseadas em cima de alta tecnologia. Cada estradas e não temos ferrovias e hidrovias para vez mais as altas produtividades serão exigidas escoar a produção. Da porteira pra dentro o proe isto demanda de altos investimentos. Agriculdutor brasileiro é referência, mas da porteira para tura é negócio de risco, e não bastasse isto temos fora falta seriedade e isto faz perdermos compegargalos a serem enfrentados como é a logística” titividade. A necessidade de investimento sério e comenta Schroeder. Ao se referir a setores producom planejamento em infraestrutura é algo do tivos específicos, Schroeder ressalta que vê com que se fala ha anos, mas que não acontecem. preocupação o contexto do trigo e o leite.

“Desafios passam por menor custo de produção” “País precisa avançar em logística

para aumentar sua competitividade

Não é de hoje que a logística país.“ O estado tem que se fazer é apontada como o grande garpresente nas políticas voltadas ao galo do agronegócio brasileiro. setor primário, de propor incentivos, O secretário dos Transportes do de entender e compreender que o Estado do Rio Grande do Sul , Brasil hoje é um país que alimenta Pedro Westphalen, reconhece o mundo inteiro e que não pode ter que a nação precisa avançar a falência de seus produtores rurais, muito em infraestrutura para que vem sofrendo seguida e reiteraalcançar melhores níveis de damente pelas ações de Brasília, e competitividade. “ O produtor que muitas vezes são encaminhadas rural, o setor de máquinas, o por pessoas que estão sentadas em Pedro Westphalen é secrecooperativismo, o agronegócio gabinetes e que não compreendem tário dos Transportes do em si na maior parte de seus as realidades regionais deste nossegmentos fizeram o seu tema Estado do Rio Grande do Sul so país”, diz Westphalen. De acordo de casa. O importante agora é o Estado, e quando com o secretário, cabe agora ao poder público digo estado me refiro ao Rio Grande do Sul, aos observar e agir para com o setor com o mesmunicípios e ao governo federal, se preocupamo dinamismo e profissionalismo que o setor se rem com a infraestrutura e a logística para que aperfeiçoou nos últimos anos. “ O setor primário os agentes deste setores possam diminuir seus da porteira pra dentro fez sua parte. Da porta da custos com transporte. Precisamos melhorar fábrica pra dentro as industrias estão fazendo nossos sistema intermodais e é o que estamos sua parte, o que tem que ocorrer agora é o poder tentando fazer aqui no Estado”. comenta Wespúblico promover programas e desoneração ou tphalen. Para o secretário, o setor público ainda incentivos para estes setores, e principalmente precisa compreender e entender as dimensões ações para melhorar a logística e transporte”, e a importância que o agronegócio tem para o afirma. Foto: divulgação

Foto: divulgação

Reeleito para continuar da”. comenta Cherini. Por como líder e coordenador da ordem, o parlamentar bancada gaúcha no congresso elenca que os desafios nacional pela quarta vez conpara o agronegócio são secutiva, o deputado Giovani a diminuição dos custos Cherini, comenta que um dos de produção, o aumento desafios do setor é continuar da produtividade, a elimicrescendo em produtividade. nação dos desperdícios “Embora tenha havido, nos últina produção por meio mos anos, crescimento expresda melhoria da infraessivo no agronegócio, ampliando trutura logística, especonsideravelmente as vendas cialmente da rodoviária. externas, faz-se necessário o O parlamentar também Giovani Cherini continua aumento da produção. A deelenca que é preciso hano comando da bancada manda de consumo de aliver a melhora da qualidagaucha na Câmara mentos exige que a produção de dos serviços públicos dobre até o ano de 2050 para atender toda como o licenciamento ambiental, por exemplo, a população mundial, que deverá chegar a que hoje na maior parte das vezes continua 9 bilhões de pessoas. Considerando este sendo um processo demorado e oneroso. Para mercado que se ampliará, o Brasil, em esCherini, neste aspecto é preciso que se reduza pecial, o Rio Grande do Sul, terá que proo que considera excesso de burocracias nos duzir ainda mais. No entanto, para que isso processos. Da porteira pra dentro, Cherini desaconteça, teremos que sanear problemas taca que cada vez mais é fundamental gestão para que a produção e a produtividade posprofissionalizada e mão de obra especializada sam crescer e atender essa futura demannas propriedades rurais.


8 - DIÁRIO DA MANHÃ

Desafios

Segunda-feira, 5.03.2018

“Precisamos de políticas

públicas mais adequadas Os desafios do agronegócio para 2018 estão divididos em quatro linhas prioritárias, que envolvem desde a negociação entre o Sistema até políticas públicas mais adequadas. Internamente, entre as cooperativas, estamos estabelecendo um projeto de autogestão liderado pela Fecoagro. Queremos que setores como vinho, lã e grãos também participem. Assim, o setor se fortalece reciprocamente, através de um programa de informações precisas e melhor desempenho administrativo. Olhando para fora, uma dessas linhas é voltada à criação de políticas públicas mais adequadas ao compromisso com as cooperativas, que têm apresentado bons retornos e geração de empregos. Até mesmo em época de recessão, investem em bons negócios.

Um exemplo está no setor leiteiro, onde o produtor precisa de melhores preços e tributação mais adequada em relação aos implementos. O leite é matéria prima de excelência e 160 mil produtores dependem desta atividade. Outro aspecto importante está na produção de milho, que precisa de atenção do Governo Federal, especialmente no estabelecimento de uma política de preço mínimo que leve os agricultores a semearem este cereal, fortalecendo o processo. Também é preciso agregar mais valor ao setor da agroindústria, através de menores tributações, gerando mais renda e mais empregos. Esta é uma área que transforma a matéria prima e dá resultados para todos os envolvidos, desde o Estado à comunidade. Vergilio Frederico Perius Presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS

“A reforma é necessária para cortar privilégios,

mas que não seja feita em cima do trabalhador

“A agricultura familiar, a mesmo tempo, o presidente exemplo de outros segmenpondera que “não é hora de tos da economia, segue enjogar a toalha, pois o trabafrentando adversidades para lhador rural nunca desiste colocar o alimento na mesa e é nos momentos difíceis dos brasileiros. Os custos de que encontra forças para produção continuam elevareagir.” E um dos caminhos dos, enquanto os preços desdesta reação, segundo ele, é pencaram e a rentabilidade reforçar os mecanismos que média dos últimos 12 meses garantam preços mínimos do agricultor, reduziu cerca de para a venda da produção, 27%.”. Este é o cenário atual como exemplo do Programa desenhado pelo presidente Carlos Joel da Silva Presidente de Garantia de Preços da Federação dos Trabalhadores da Fetag-RS, Carlos Joel da Agricultura Familiar – PGPAF. na Agricultura noRio Grande Silva, que ainda destaca a “A FETAG-RS espera que o do Sul (Fetag-RS) elevada carga tributária para governo dê uma atenção quem produz, em especial na aquisição de melhor ao agricultor familiar. Neste sentido, produtos, insumos, grãos, máquinas e imple- que sejam controlados os custos e formação mentos. Para o dirigente, é fundamental que de estoques reguladores para equilibrar oferta ocorra uma redução nos juros no que se refe- e produção. Que o agricultor seja remunerado re a contratação de investimentos e custeios adequadamente e que o consumidor não papara o setor, isto é, que eles sejam compatí- gue em demasia pelo produto final. Por sinal, veis com a realidade, nos mesmos patamares esse é um desafio para nós enquanto Federada Taxa Selic de 6,9% e inflação de 2,9%. Ao ção, bem como dos governos

“O principal desafio é o custo de produção” A minha opinião é de que mesmo tempo, tentar baixar o principal desafio que os os custos. Para isso aconteprodutores terão para 2018 cer, o agricultor precisa, até e driblar os custos de promesmo correr riscos como, dução. Hoje, estamos com por exemplo, utilizar soja com a soja com o preço próximo ciclos mais curtos, que exiao de cinco anos atrás, engem menor tratamento com quanto os custos de produfungicidas. Esperar a melhoção apenas aumentam. O ria de preço em determinados preço do produto não tem períodos como a entressafra acompanhado o aumento também pode ser um risco, Leomar Tombini do valor do diesel e outros assim como a dependência Presidente do Sindicato Rural insumos. do mercado internacional. de Carazinho Quanto maior a produtiviCada um precisa saber dade, maior a atenção aos tratamentos culfazer a administração de sua propriedade. O turais, uso de melhores sementes e colheita agricultor já passou 2017 vendendo somente mais rápida, para evitar perdas. Tudo isso reo necessário (e quando precisava), esperando quer maior investimento. Temos que produzir preços melhores. Acredito que vai passar o ano cada vez mais para sustentar a lavoura e, ao de 2018 fazendo a mesma coisa.

Zanchin defende união no campo para vencer desafios Titular da Comissão da qualificar e modernizar a Agricultura da Assembleia produção.“O campo já deLegislativa desde o início monstrou repetidas vezes do mandato, o deputado sua competência da porestadual Vilmar Zanchin teira pra dentro. Mas é vital (MDB) vê com otimismo as que siga mobilizado, busperspectivas para o agroque parcerias e leve adiante negócio em 2018, apesar as suas demandas aos gode reconhecer que há devernos. Apesar da crise, os safios importantes a segestores públicos são cienrem superados, especialtes de que um bom resultamente diante dos efeitos do no campo significa mais da crise econômica em dinheiro circulando nos nível estadual e nacional. municípios, o que impulsioDeputado Vilmar Zanchin “O setor vem de uma na a economia”, destaca. sequência de safras positivas, com aumento Zanchin também salienta a sua preocupade qualidade e produtividade. Por outro lado, ção com a situação do setor leiteiro, que vem os negócios são influenciados pelo mercaenfrentando problemas em razão da contido internacional, que tem oscilado. Logo, o nuidade dos baixos preços pagos ao produtor. produtor precisa de atenção e planejamento Para ele, a busca por alternativas, em espepara fazer as escolhas certas”, diz Zanchin, cial que agreguem mais valor ao produto, é que também faz parte da Frente Parlamentar urgente. do Cooperativismo. “Precisamos unir todas as pontas da cadeia O deputado aponta três principais desafios para construir ações que fortaleçam o setor, para este ano: a abertura de novos mercados, até porque isso passa por decisões dos goinvestimentos em logística, principalmente vernos. A produção leiteira, que responde por no que diz respeito às estradas para escoar 9% do PIB e abrange 94% dos municípios gaúa safra, e a busca por mais incentivos para chos, precisa ser mais valorizada”, finaliza.

“O desafio maior deste ano será o câmbio” Os desafios para 2018 serão muitos, já que a perspectiva é de iniciarmos o ano com problemas climáticos em algumas regiões do Estado. Temos, também ,a cobrança do Funrural que teremos que pagar retroativo a cinco anos. O que já era uma decisão consolidada a nosso favor voltou atrás, e vai prejudicar muito os produtores. Além destas questões, na minha opinião, o desafio maior deste ano será o câmbio. Estamos sentindo uma desvalorização muito grande do nosso produto principal, que é a soja, que está com o custo de produção cada vez maior, como o diesel que sobe toda a semana, enquanto o valor de comercialização continua muito baixo.

Jair Dutra Rodrigues Presidente do Sindicato Rural de Passo Fundo

“O desafio de levar internet ao campo” Para o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do Estado, Tarcisio Minetto, vários são os desafios das pequenas propriedades rurais e dos pequenos produtores, e dentre estes, pelas características da própria atividade a necessidade contínua de se ter alta produtividade e diversificação para obter renda. Formas das quais se consigam meios para agregar valor aos produtos, e neste caso, as agroindústrias se apresentam como solução, também são

Tarcisio Minetto é secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do RS

fundamentais. Por outro lado, para abastecer uma agroindústria é preciso que se tenha escala continua de produto em oferta, e por vezes uma propriedade pequena não consegue. Neste sentido ter a capacidade de se organizar seja por meio de parcerias, associações ou de cooperativa é fundamental e também se configura como um desafio manter tal tipo de relação. Contudo para Minetto, uma das sua maiores preocupações e que considera um dos desa-

fios do setor, é em relação a sucessão familiar. Sobre este aspecto, não bastassem o peso que as questões culturais e comportamentais de cada família, e o potencial e possibilidade de renda de cada propriedade tem de forma natural sobre o assunto, é cada vez mais latente, e para o secretário, ha campo para evoluir, é a informatização. Para tanto o sinal de internet ainda precisa chegar ha muitos locais.“É preciso avançarmos

na comunicação pensando na sucessão rural. Internet é algo que nos preocupa pois é uma ferramenta importante para a comunicação. Não só pela relação entre as pessoas, mas do peso que ela tem para os negócios e a forma que ela pode contribuir para gestão das propriedades” comenta Minetto. Para o secretário, gestão e planejamento das propriedades são pontos dos quais muitas famílias no Estado podem e precisam evoluir.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

Tecnologia à serviço da tomada de decisões

dade de novidades na agricultura digital, que está ganhando força. Cabe a cada produtor saber filtrar o que lhe interessa no sentido de gerenciar melhor seu negócio”, pontua. De acordo com ele, anteriormente a dificuldade era conseguir informação. Hoje, a dificuldade é selecionar a informação que realmente serve. “No dia a dia, a Cotrijal auxilia o produtor aproximando-o de informações e da tecnologia. Inclusive, é importante somar o conhecimento do técnico da cooperativa com a sabedoria do homem do campo”, finaliza.

Com muitas inovações à disposição, produtores rurais contam com um aporte enorme de informações para gerir suas lavouras

S

egundo a pesquisa na área agrícola, em torno de 56 fatores atuam individual e coletivamente para determinar o rendimento de uma área. Alguns desses elementos, caso dos fenômenos climáticos, obviamente não podem ser manejados pelo ser humano. É sobre os demais que deve recair a atenção do produtor. “Imagine se o agricultor não cuidar com eficiência dessas questões nas quais ele pode interferir? Hoje, a tecnologia proporciona avanços que são qualificadores na hora do produtor rural tomar uma decisão. Quanto mais e melhores informações ele tiver, menor a chance

de erro em suas ações”, explica Gelson Melo de Lima, superintendente de produção agropecuária da Cotrijal. E o “cardápio” e tamanho das ferramentas tecnológicas à disposição do produtor é imenso. Varia desde aplicativos que informam a previsão do tempo em um smartphone que cabe na palma da mão até gigantescas máquinas agrícolas que operam de forma inteligente e reduzem drasticamente o esforço humano, baseadas, claro, em modernos softwares instalados em seus componentes. Para Marcos Haerter, produtor rural e instrutor de cursos do Senar-RS, todos esses fatores fazem parte da

administração de uma lavoura. “A gestão de uma propriedade perpassa vários fatores de uma lavoura. Quais e quantas variedades usar, como posicioná-las no ciclo, cuidar a meteorologia, qual o limite de custos, enfim, quanto mais informações o produtor tiver e com as tecnologias tornandose mais práticas, o produtor vai gerenciando cada vez melhor sua propriedade”, argumenta. Para Lima, incorporar tecnologia significa buscar renda na atividade. “A Expodireto é uma oportunidade de conhecer o que tem de novidade nos diversos segmentos que fazem parte do setor agrícola. Temos uma infini-

9

Quanto mais e melhores informações ele (o produtor) tiver, menor a chance de erro em suas ações. Gelson Melo de Lima, superintendente de produção agropecuária da Cotrijal.


10 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Inovação como chave para fortalecer o agronegócio Para o Secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Márcio Biolchi, a utilização e o desenvolvimento de tecnologias tem sido a chave para os ganhos de produtividade dos últimos anos

O

Secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Márcio Biolchi, espera que este ano seja marcado pela retomada do crescimento econômico e destaca que a Expodireto Cotrijal deve servir de termômetro para medir tal expectativa. “A Expodireto Cotrijal é um dos momentos mais importantes para destacar as potencialidades do Rio Grande do Sul na produção agrícola e no desenvolvimento de produtos e soluções para o agronegócio. É também um momento de grande expectativa no sentido de que 2018 marque uma retomada mais consistente da economia, recuperando o poder de compra dos mercados” comenta Biolchi, que destaca que a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, tem apoiado ações voltadas a aplicação de inovação em diferentes setores considerados estratégicos para o Rio Grande do Sul. “ Temos a certeza de que a crescente utilização e o desenvolvimento de tecnologias pelos produtores tem sido a chave para os ganhos de produtividade dos últimos anos. A indústria tem apresentado tecnologias cada vez mais modernas e que respondem por grande parte dos ganhos do agronegócio brasileiro nas últimas décadas” diz Biolchi.

Biolchi destaca que parte das tecnologias criadas pelas universidades, parques tecnológicos e incubadoras tem como foco as atividades do agronegócio

Pesquisa

Conforme o secretário, o governo do Estado vem repassando recursos para programas de desenvolvimento da ciência e tecnologia em universidades, parques tecnológicos e incubadoras, e parte expressiva destas iniciativas estão voltadas à pesquisa aplicada ao campo. Biolchi destaca o lançamento de um programa que aproxima a pesquisa, empresas e governo para a inovação em Mobilidade Urbana, Logística e Transporte (o Mult), tendo em vista que a eletrificação de veículos, a conectividade, a indústria 4.0 são um novo paradigma tecnológico e um desafio para os atores que participam do arranjo produtivo e institucional. “ Essas questões são, acima de tudo, para a identificação de soluções para que o setor público possa dar uma contribuição mais efetiva nas questões que envolvem o transporte – fator chave para o agronegócio gaúcho” destaca Biolchi. O secretário pondera que de acordo com as projeções de longo prazo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção de grãos deverá passar de 232 milhões de toneladas em 2016/2017 para 288 milhões em 2026/27. Isso indica um acréscimo de 56 milhões de toneladas à produção atual do Brasil. Por isso, o esforço de produtividade e para investimentos em pesquisa e infraestrutura deve ser permanente.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

A gestão na ponta dos dedos

D

e acordo com o produtor Carlos Scheibe, a gestão é fundamental. “Todas as profissões estão evoluindo de forma surpreendente. A agricultura acompanha isso, às vezes até na vanguarda, é uma atividade que está se sobressaindo na economia, mantendo nossa balança comercial. A mecanização da agricultura e a tecnologia de informação, desde GPS até outros materiais, tem feito a gente trabalhar de forma cada vez mais tecnológica porque temos que ter rendimento. Competimos com países como a Argentina, que tem uma fertilidade de solo muito maior do que a nossa, e com os Estados Unidos, que possuem uma tributação e uma logística muito melhores do que o Brasil. Ou seja, precisamos ter um trabalho extremamente bem cuidado e uma gestão afinada para nos mantermos no mercado”, comenta. Uma das táticas de Scheibe é computar todos os custos que possui na atividade. Absolutamente todos, desde a compra dos insumos até despesas que não são tão

Na parte prática da agricultura, precisão é colocar o que precisa onde precisa sem desperdício e buscando o máximo rendimento. Carlos Scheibe, produtor

volumosas assim. “Eu parto do seguinte princípio, não se pode vender um produto sem saber quanto ele te custou. Sem saber isso, você pode não ter a dimensão exata da relação lucro e prejuízo. Por isso é muito importante ter a ideia de custos. Nesse sentido, por exemplo, acabamos deixando de lado algumas culturas, que possuem um alto risco ou não tem rentabilidade. Mas a rotina é dinâmica, mudam as variedades, o mercado também varia bastante. Hoje, o principal desafio é saber gerir num contexto de relação de lucros e despesas tão apertada”, comenta. Além de pensar em custos e lucros, a administração que Scheibe faz de sua propriedade está atenta a outros detalhes. “Na parte prática da agricultura, precisão é colocar o que precisa onde precisa sem desperdício e buscando o máximo rendimento. Neste contexto, entram as aplicações com taxa variável e a análise de colheita depois. Doenças e pragas são mutáveis, por isso a importância de ter uma assistência técnica bem feita. Isso é gestão também”, ressalta.

11

A tecnologia no tamanho das necessidades

O

uso da tecnologia de forma correta é a primeira observação que o homem do campo precisa fazer ao levar o sistema para dentro da sua propriedade. O solo precisa ser utilizado de forma inteligente, com aproveitamento que garanta mais rentabilidade. Hoje, por exemplo, existem cultivares de grãos que não necessitam de tanta água, como nas épocas anteriores ao ingresso da tecnologia no campo. São variedades mais eficientes,” destaca o produtor rural e vice-presidente do Sindicato Rural de Carazinho, Paulo Vargas. De acordo com ele, a tecnologia também esta relacionada com as inovações e práticas que contribuem na redução de uso dos recursos naturais e ao mesmo tempo garantam a segurança alimentar com produção qualidade e produtividade. A entrada do plantio direto é tida como o ponto principal dos avanços tecnológicos na produção agrícola brasileira. A tecnologia de ponta coloca hoje a disposição dos agricultores aplicativos que garantem a supervisão das lavouras de dentro de casa a quilômetros de distância. “Mesmo com todo o processo evolutivo o empreendedor rural tem que estar consciente de que a supervisão do seu negócio pode ser feita a distância, mas o controle da proprie-

Tecnologia também esta relacionada com as inovações e práticas que contribuem na redução de uso dos recursos naturais Paulo Vargas, produtor

dade continua sendo feito no local,” comenta Vargas. Segundo ele, o aplicativo que permite acompanhar em tempo real a movimentação do clima é um dos sistemas que está sendo utilizando em sua propriedade. Salienta ser importante o acompanhamento climático em todas as etapas da produção.


12 - DIÁRIO DA MANHÃ

O novo empreendedorismo no Agronegócio

Fomentar o desenvolvimento no campo é a força motriz para o surgimento de startups que, por meio da inovação tecnológica, buscam otimizar recursos nas propriedades e incrementar os lucros dos agricultores

Segunda-feira, 5.03.2018

O

futuro: é assim que as startups vêm sendo concebidas por quem aposta na tecnologia para fomentar o desenvolvimento do agronegócio. A busca constante por soluções para antigos problemas e a projeção de melhorias que aumentem a produtividade no campo são os combustíveis para impulsionar novas empresas cujo lema é a inovação. O movimento, bastante popular nos Estados Unidos há várias décadas, só passou a ser difundido no Brasil a partir de 2011, quando empreendedores de diferentes estados vislumbraram, na expansão das startups, a possibilidade de aliar boas ideias, baixo investimento e geração de lucros. Na região Norte do Rio Grande do Sul, tida como um celeiro do Estado, a realidade não poderia ser diferente: em ritmo acelerado, esse novo modelo de negócio, mais que uma projeção, se torna realidade para quem trabalha no campo. A definição sobre o conceito de startup ainda é motivo de impasse. De um lado, os que defendem que qualquer pequena empresa, em seu estágio inicial, pode ser considerada uma startup; de outro, os que atribuem o termo somente àquela empresa que apresenta custos de manutenção baixíssimos, crescimento rápido e lucros cada vez maiores. Para abarcar tal definição, contudo, um requisito é essencial: encontrar sua nascente em uma base tecnológica que permita criar soluções que facilitem a vida das pessoas. Há consenso em afirmar que, cada vez mais, jovens empreendedores apostam nesse formato, especialmente em um cenário de crise econômica. Para se ter uma ideia, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o número de startups ligadas à agricultura - as chamadas agritechs ou agtechs – praticamente quadriplicou nos últimos dois anos.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

Brasil conta com cerca de 500 startups do Agro

A

estimativa é de que, atualmente, haja cerca de 500 startups do Agro no Brasil, conforme um levantamento realizado pela Startse. Algumas delas, inclusive, já estão se expandindo para fora do País, chegando, até mesmo, ao Vale do Silício, na Califórnia (EUA) – local considerado o centro mundial de inovações. Quem atua no ramo não tem dúvida: as startups vieram com tudo. “São essas empresas que vão ajudar os pequenos, os médios e os grandes produtores a resolverem os problemas do dia a dia deles, com mais facilidade, com mais velocidade, reduzindo custos, otimizando processos e, no final de contas, tendo mais produtividade e rentabilidade. O futuro do Agro é a tecnologia, é a comunicação, é a internet, é o acesso a informações mais rápidas em tempo real que possam ajudar na tomada de decisões. E é impossível você conseguir essa otimização sem tecnologia”, destaca o diretor do Comitê de Agtechs da ABStartups, Maikon Schiessl. A velocidade de crescimento e a rápida valorização no mercado são alguns dos principais atrativos para quem pensa em empreender. O crescimento acelerado tem uma razão de ser: a tecnologia. Segundo o diretor, a startup se caracteriza por oferecer aos clientes uma solução desenvolvida para ser usada simultaneamente por um grande número de pessoas e que não requer personalização no atendimento ou uma consultoria. “Você consegue ter a mesma quantidade de funcionários e a mesma funcionalidade para mil, dez mil, cem mil pessoas ao mesmo tempo. Já está pronto. É só você se adaptar àquela

13

tecnologia e utilizá-la. Então, a o crescimento é veloz e a curva do faturamento é exponencial”, reforça. De forma prática, Schiessl cita o exemplo da Egro, uma startup que desenvolveu um software de gestão agrícola. Em janeiro de 2017, nove clientes utilizavam a ferramenta. Em fevereiro deste ano, já são 350 usuários e previsão é de que, em 18 meses, esse número chegue a cinco mil. Vislumbrar um cenário de ascensão e lucratividade em pleno período de crise econômica no Brasil parece um contrassenso – só parece. Responsável por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do País, o agronegócio é um mercado em constante avanço, com safras recordes, aumento da produtividade e disponibilidade de recurso para investimentos. Em um contexto de fatores propulsores, o momento não poderia ser mais perfeito para fomentar o empreendedorismo. “É, sem duvida, a melhor hora. No período de crise, as pessoas estão justamente buscando reduzir custos ou aumentar lucros, que são os motivos que levam os clientes a comprarem as soluções propostas pelas startups. Em tempos assim, todas as empresas estão tentando otimizar recursos. O empreendedor que cria uma solução capaz de reduzir os custos em 10% a 20% obviamente vai conseguir mercado para vender sua solução. Hoje, há potencial para mais 500 startups ainda”, pontua Schiessl.

Crescimento

No período de crise, as pessoas estão justamente buscando reduzir custos ou aumentar lucros, que são os motivos que levam os clientes a comprarem as soluções propostas pelas startups. diretor do Comitê de Agtechs da ABStartups, Maikon Schiessl.

Uma pesquisa oficial, realizada em 2016, mapeou 98 startups voltadas ao agronegócio no País. Já no final do ano passado, a Pulse, uma aceleradora de startups exclusiva do Agro, abriu inscrições e recebeu cerca de 400 propostas. O crescimento significativo, entretanto, não corresponde exatamente ao número de empresas que já estão atuando no mercado. Conforme o diretor do Comitê de Agtechs, aproximadamente 88% das startups do setor estão em fase de ideação. “É o momento em que o empreendedor tem uma ideia. Ele encontrou um problema e ainda está desenvolvendo essa solução, tentan-

do descobrir se ela é viável. Aquelas que possuem investimento, já estão no mercado e estão faturando representam um número bem menor, algo em torno de 60 empresas”. Pela facilidade de criação e de desenvolvimento, é difícil estimar um crescimento para os próximos anos. A ABStartups, no entanto, projeta o surgimento de 10 a 20 startups por mês – ainda que muitas delas acabem fechando em um curto período de tempo por não conseguirem encontrar um modelo de negócio ou um público que atenda à proposta. No caso do Agro, a estimativa de crescimento é de três a quatro vezes ao ano.


14 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Desenvolvimento eletrônico como solução no campo

A

coragem de empreender atrelada a experiência no ramo eletrônico foram os componentes que fizeram a Inel surgir em meados do segundo semestre de 2014. Voltada para suprir uma lacuna existente entre indústrias e empresas, o empreendimento almejou, por meio da implantação de desenvolvimento eletrônico nos equipamentos agrícolas, o nicho de mercado que crescia de maneira gradativa na região de Passo Fundo. A ideia de apresentar inovação e tecnologia em busca da automação na atividade agrícola entrelaçou com a proposta do Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio. Instalada no módulo II do Parque há mais de três anos, a empresa iniciou como incubada, com suporte de assessoria oriundo da Universidade de Passo Fundo. Após um período de um ano e meio nesse molde, já com apresentação de produtos, a empresa tornou-se graduada e entrou de vez ao mercado. Na prática, a Inel se caracteriza por resolver problematizações de empresas que atuem no setor agrícola, mas que não disponham de tecnologia de precisão no formato eletrônico para levantamento de dados e apresentação de resultados que possam otimizar custos, solucionar a complexidade operacional e beneficiar as empresas. “Muitas das empresas que atendemos possuem produtores de máquinas agrícolas, mas não tem um setor de desenvolvimento, de engenharia voltado para a parte eletrônica. Apenas para o setor mecânico, que é o normal. A parte eletrônica, atualmente, é indispensável para o controle de máquinas. Encontramos o nosso nicho de mercado nessa lacuna”, afirma um dos sócios-proprietários da empresa, Daniel Martins. Foi a partir da necessidade de existir uma empresa especificamente para pesquisa e desenvolvimentos de projetos eletrônicos que a startup iniciou suas ações no mercado de Passo Fundo e região.

para a empresa na intenção de conhecer a viabilidade e rentabilidade do objeto. Após meses de trabalho em cima da proposta, o dispositivo foi criado como um equipamento eletrônico autônomo de indicação de nível. O aparelho possui um indicador que opera a máquina e a inclinação do veículo para definir que ele se desloque em nível. Com essa realização de tarefas, em áreas de topografia irregular, o aparelho permite uma inclinação constante prédefinida. Como benefício, o agricultor consegue reduzir perdas de solo e água por erosão hídrica em áreas agrícolas.

De incubada a graduada: os passos da startup no UPF Parque “Nós trabalhamos especificamente com a coleta de dados da máquina. Trabalhamos em hardware, com equipamento instalado na máquina para a coleta de dados. A gente produz um tipo de equipamento que fica instalado dentro do maquinário e

transforma esses dados em resultados”, aponta um dos sócios-proprietários da empresa. Um dos cases que gerou frutos para a empresa foi o dispositivo de indicação de nível. Na oportunidade, o professor do PPGAgro, Vilson Klein, propôs o projeto

A parte eletrônica, atualmente, é indispensável para o controle de máquinas. Encontramos o nosso nicho de mercado nessa lacuna sócios-proprietários da empresa, Daniel Martins

As barreiras de lutar contra gigantes Embora de característica particular, a concorrência é uma das adversidades para a startup passo-fundense. Ciente do seu trabalho em nível regional, a empresa garante que no meio rural, algumas corporações possuem pacote tecnológico inserido às máquinas, o que dificulta a competição no mercado. “É um mercado que demanda muita tecnologia. O nosso, principalmente, é disputado por grandes empresas do setor. Em uma grande feira, você tem todos equipamentos importados, de grandes empresas, que geralmente já têm um serviço semelhante ao nosso. Então, competir com empresas grandes é sempre muito difícil”, explana Daniel. Outra adversidade para o sócio-proprietário é quanto a localização da empresa em nível nacional, longe de um grande polo tecnológico do Brasil, como São Paulo. Segundo Daniel, trazer inovação para o Brasil já é uma missão dificultosa para aplicação com custo benefício menor ao mercado para que o custo

seja considerado razoável. “No Brasil, muitas vezes é difícil desenvolver produtos como o nosso. Isso se deve pelos preços caros, pela importação. Estamos longe de um polo tecnológico. É difícil reinventar a roda. Você desenvolve uma tecnologia totalmente inovadora, traz pontos positivos ao nosso mercado, tenta aplicá-la com custo benefício menor para que a tecnologia possa chegar ao nosso mercado, ao pequeno produtor. Nesse meio, a captação de recursos é difícil, porque qualquer tecnologia que haja demanda para desenvolvimento vai gerar muitos custos”, considera Daniel. Com margem de lucro de 100% sobre seu desenvolvimento, a startup sobrevive com ajuda de custo individual para manutenção de projetos e desenvolvimento de produtos até chegar no resultado final. A estimativa de lucro, de acordo com a empresa, é de oito meses após o planejamento inicial de cada produto.

Espaço de sinergia em prol da inovação Uma das alternativas para quem pretende iniciar um empreendimento é buscar suporte nas universidades, que servem como berçário para o surgimento de novas empresas. Um exemplo é o Parque Científico e Tecnológico UPF Planalto Médio, sediado na Universidade de Passo Fundo. O espaço é considerado pelo gestor da incubadora do UPF Parque, Marcos Cittolin, como um ambiente de sinergia entre as necessidades do mercado, o mundo acadêmico e o aporte de recursos. O incentivo à pesquisa e o fortalecimento do sistema produtivo permitem que a inovação vire negócio, alimentando um ecossistema de novas oportunidades. Aqui, em oposição a outros grandes centros, o termo startup é deixado de lado para dar lugar às em-

presas pré-incubadas. A justificativa é de que a nomenclatura estrangeira é muito própria para locais onde há um alto investimento no fomento de novos negócios, enquanto, no UPF Parque, a iniciativa parte de egressos ou de estudantes da instituição que precisam de suporte para desenvolver seus projetos. “Nosso berçário está vocacionado para isso, por conta de todo o complexo de excelência que a Universidade possui em todas as áreas que se relacionam com o agronegócio e até pela questão da economia na qual estamos inseridos. Como incubadora, contamos com algumas empresas que atuam na agricultura de precisão e, como parque, também possuímos empresas hospedadas. Nesse sentido, não poderia ser diferente. Não há

Não há como imaginar um parque tecnológico, localizado nessa região do Rio Grande do Sul, que não estivesse relacionado com a pesquisa no agronegócio Marcos Cittolin, gestor da incubadora do UPF Parque

como imaginar um parque tecnológico, localizado nessa região do Rio Grande do Sul, que não estivesse relacionado com a pesquisa nessa área”, salienta Cittolin. Atualmente, o local concentra empresas pré-incubadas, incubadas e graduadas que atuam juntamente com empresas maiores ou de forma independente na busca por soluções para a área de monitoramento de chuvas, de ventos, desenvolvimento de softwares e de equipamentos acoplados em maquinário agrícola. O modelo de relação com o UPF Parque depende da proposta que a empresa ou empreendedor pretende desenvolver. “A nossa incubadora é de base tecnológica. Por isso, as empresas que nos procuram tem que inovar, desenvolver uma ideia”, orienta.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

15

A inovação que nasce da necessidade

A

Z2S nasceu da necessidade do dia a dia. A startup criada pelo engenheiro eletricista Elias Francisco Sgarbossa, de 25 anos, foi pensada a partir de um problema observado pelo jovem ainda durante os anos de faculdade. A família de Elias se dedica à produção de leite no município de Ibiraiaras. Na rotina diária, ele observou que o processo de ordenhar as vacas necessitava de uma melhora na parte da higienização. “A gente tinha um tambo leiteiro e pouca mão de obra, era muito serviço. Sempre que se faz a ordenha, tem de fazer um processo de limpeza. Essa limpeza leva em torno de 30 minutos, que tu é obrigado a ficar lá acompanhando”, explica. “A minha ideia foi automatizar esse processo de limpeza.” E foi a partir de 2010, quando ingressou no curso de Engenharia Elétrica da UPF, que ele começou a pensar em como resolver esse problema. Depois de pesquisas, o então estudante decidiu desenvolver a ideia nos dois últimos semestres como o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da faculdade. O TCC desse curso exige um protótipo, que foi feito e testado na propriedade da família de Elias. E deu resultado. “Todo o processo passou a ser 100% automático. Não tinha mais a necessidade de ficar acompanhando

o processo, dosar detergente, colocar água fria e quente”, lembrou. Surgia o ROV Sistema Automático de Limpeza e Sanitização, um sistema de limpeza para ordenhadeiras canalizadas. Na avaliação do TCC, o protótipo recebeu nota 10 dos três professores que o avaliaram. Esse cenário motivou Elias a trabalhar na ideia da comercialização do produto. Ele se uniu a mais dois sócios – um deles o professor que o ajudou com o projeto desde o início - e fizeram uma pesquisa de mercado: descobriram que não havia nada parecido. “O único no mercado nacional e internacional automatizado”, diz o material de apresentação da empresa sobre o ROV. A partir do segundo semestre do ano passado, a Z2S se tornou uma das empresas encubadas no UPF Parque. Além do espaço, a Universidade ajudou no pedido de proteção de patente do sistema. De acordo com Elias, o ROV impacta positivamente no indicador de Contagem Bacteriana Total (CBT). A CBT representa a quantidade de micro-organismos (bactérias) que estão presentes no leite, isso é, reflete os cuidados higiênicos durante todo o processo de obtenção e manipulação do leite cru, principalmente durante a ordenha e armazenamento. Para um leite ser considerado de qualidade é fundamental valores baixos para CBT. E é isso o que o

produto ajuda a fazer, explica Elias. Segundo ele, antes do projeto, o leite apresentava um indicador de entre 20 mil a 30 mil unidades formadoras de colônia por mililitro (UFC/mL). Depois da instalação chegou a 0,5 mil UFC/mL. Esse indicador ajuda o produtor a

vender o leite por um preço melhor no mercado devido ao aumento da qualidade. Outro ponto destacado por Elias é que o equipamento ajuda na economia de energia e detergente durante todo o processo. Outra propriedade, também em Ibiraiaras, utiliza o ROV.

UPF Parque

A empresa está no UPF Parque desde o segundo semestre do ano passado e tem outros projetos que são desenvolvidos, todos com foco na produção de leite. “É uma área que não está muito desenvolvida. Existe, sim, tecnologia, mas uma tecnologia acessível para apenas produtores grandes. A nossa ideia é desenvolver produtos para aqueles produtores médios e pequenos que acabam não tendo acesso a determinados produtos pela questão do valor que é cobrado”, diz Elias.


16 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Do nascimento até a maturação das startups De acordo com o último levantamento do Sebrae-RS, em 2016, cerca de 150 modelos de negócios despontavam no Estado. Passo Fundo e região ocupava oitavo lugar no ranking de desenvolvimento de startups no Rio Grande do Sul Fomentar uma cultura empreendedora na qual a comunidade passe a ser mais criativa e busque resolver novos problemas ao passo que construa uma grande canal para a economia com potencial de crescimento para o Rio Grande do Sul. Antes de mesmo de citar a importância das startups para um dos setores mais emergentes do mercado, que é o agronegócio, o gerente regional do Sebrae-RS, César Maurício Samuel do Nascimento, conduziu a pauta para um dos pontos chaves para se chegar ao futuro, segundo ele. “Temos como objetivo fazer com que os empreendedores saibam como empreender e ter sucesso como um todo, para eles mesmos e para o desenvolvimento da nossa região”, explicou. Em outras palavras, esta foi a conclusão do diagnóstico sobre o mapeamento de Startups Digitais do Rio Grande do Sul, com base no ano de 2016, disponibilizado pelo Sebrae. O levantamento considerou cerca de 150 modelos de negócio em pelo menos seis regiões do Estado, com o objetivo de

rastrear o ecossistema das startups digitais. Do montante, Passo Fundo ocupa o oitavo lugar no ranking de startups criadas com a ajuda da instituição, totalizando

O agronegócio, por sua vez, é um mercado emergente aqui na região. Em abril deste ano, o Sebrae vai lançar o projeto Agrotech, voltado diretamente para as startups do agronegócio gerente regional do Sebrae-RS, César Maurício Samuel do Nascimento

três empreendimentos. Já na lista de organizações de apoio às startups, a região do Planalto se sobressai e soma oito instituições de um universo de 42 apoiadoras em todo o RS. A análise foi realizada junto de empreendedores destaques de cada região, com o objetivo de entender quais as motivações de empreender, mapeando as características de estímulo aos negócios. “Quem quer empreender ou trabalhar com uma startup geralmente pensa que teve a melhor ideia do mundo e que só falta dinheiro. Nós prestamos um serviço de diagnóstico, se aquela ideia terá mercado para o empreendedor saber o terreno que está pisando. A intenção não é fazer algo por fazer. É importante saber primeiro se o mercado vai ter clientes para atender as necessidades de empreender daquele negócio”, salienta Nascimento. O Sebrae define as startups digitais como projetos inovadores de alto potencial de crescimento que utilizam o digital como ponto central do seu modelo de negócio e que buscam se tornar um negocio real. O tra-

balho, nesse nicho, é realizado desde 2004 em que mais de 800 empresas do setor foram apoiadas. Mesmo que haja uma concentração maior de startups no ramo de desenvolvimento de sistemas de gestão para empresas, sinalizando um perfil mais tradicional de negócios, setores fundamentais para a economia ganham evidência. O agronegócio figura em sétimo lugar de principais setores de atuação, lado a lado de áreas como logística e prestação de serviços, por exemplo. O varejo, e-commerce, saúde e educação permanecer os setores mais emergentes e ambicionados pelas startups. “O agronegócio, por sua vez, é um mercado emergente aqui na região. Em abril deste ano, o Sebrae vai lançar o projeto Agrotech, voltado diretamente para as startups do agronegócio. Consiste em apoio, consultoria qualificada, assessoria de negócios, para que elas [startups] possam saber como ajudar esse mercado. Está crescendo muito e a gente observa isso há muito tempo”, relata.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

17

Tecnologia transformada em produção e renda

O

produtor rural Valdir Ahlert buscou alternativa simples para agregar renda dentro da propriedade rural, investindo na compra de caminhões espalhadores de calcário. A decisão abriu vaga de trabalho para motorista de caminhão. Com mais de 40 anos na atividade produtiva de grãos o agricultor carazinhense destaca a importância que tem a gestão da propriedade. “Percebemos ser possível termos mais uma fonte de renda para a família e compramos dois caminhões, equipados com tecnologia, que realizam trabalhos terceirizados em intervalos de safras como, por exemplo, na recuperação de solo pela utilização de calcário,” explica Valdir. Ao comentar sobre tecnologia, o produtor rural destaca os avanços que

chegaram ao campo tanto nas máquinas como nos insumos. “A corrente do agronegócio tem vários elos e cada um deles é responsável por geração de empregos. Um dos elos produz a tecnologia, outro monta os equipamentos e nós compramos. No campo transformamos a tecnologia em produção, que depois é transportada, armazenada e depois transformada. Tudo isto gera empregos. O campo pode ter reduzido mão de obra, mas em contrapartida as indústrias contrataram milhares de operários,” avalia o produtor rural. Dentro da gestão da propriedade Valdir destaca que existem dois pontos importantes a serem observados pelo produto de grãos, que hoje tem um custo maior de produção, que precisa ser compensado na produtividade. “Saímos de uma média de 30 a 40 sacas por hectare para médias

acima das 65 sacas e, por exemplo, com projeções para este ano de até 80 sacas/ há. No plantio, na pulverização das plantas, na colheita e no transporte não podemos mais ter perdas por falta de tecnologia. Vejam a importância que passa a ter uma tecnologia bem aplicada para o ganho financeiro do homem do campo,” comenta Valdir, que garante utilizar em sua lavoura a tecnologia disponível no mercado. Pela necessidade do produtor levar a tecnologia para dentro da sua porteira o agricultor aponta para a Expodireto Cotrijal, feira que, segundo ele, aproxima duas pontas do agronegócio que são a tecnologia e o resultado que é a produção do grão. Ao mesmo tempo lembra que o preço e o clima continuam sendo as duas grandes preocupações dos produtores rurais.

Os desafios do mercado para empreender

T

er uma ideia inovadora é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma startup. Geralmente, o crescimento de uma nova empresa voltada ao agronegócio tem, em sua base, o suporte de três perfis empreendedores: o business development, que é a pessoa que entende de negócios e de vendas; o especialista que entende do agronegócio, geralmente com formação acadêmica e vasta experiência no ramo; e o profissional de Tecnologia da Informação (TI), que será responsável por desenvolver o aplicativo e/ou software. Os perfis complementares são fundamentais para que a startup ganhe espaço no mercado, porque as áreas de atuação convergem para uma troca de saberes essencial ao empreendimento. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups, mais de 50% das startups do Agro

possuem profissionais técnicos com mestrado ou doutorado. O entrelaçamento entre as diferentes áreas do conhecimento atende a um dos principais desafios para as startups: a viabilidade da proposta. Nesse sentido, o suporte oferecido pela ABStartups cumpre o papel de orientar, direcionar e aproximar as empresas do mercado. “Os empreendedores procuram a Associação para desenvolver o seu negócio e encontram mentoria, indicação e educação empreendedora, com o objetivo de encontrar clientes e usufruir dos benefícios que temos com algumas empresas que possuem soluções para startups. A partir de 2016, em razão de grande demanda de associados em diferentes áreas, criamos os comitês específicos para cada nicho de mercado. Nosso serviço é fomentar o desenvolvimento empreendedor e o ecossistema, ou seja, ajudar esses empreendedores a se conectar com as pessoas

Não podemos mais ter perdas por falta de tecnologia Valdir Ahlert, produtor rural

certas”, salienta Maikon Schiessl. A principal referência que norteia a atuação do Comitê de Agtechs é o Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos. Na região da baía de São Francisco, encontrase um dos maiores pólos tecnológicos a nível global - hoje, o maior ecossistema empreendedor de startup. Conforme o diretor, são três os pilares fundamentais para o desenvolvimento dessas novas empresas: networking, troca de informações e mão de obra qualificada. “Destes, o comitê resolve dois: a conexão e o conhecimento. Então, vários empreendedores acabam trocando experiências, projetando soluções e tentando ajudar cada um a se desenvolver”, elucida. A grande diferença, na avaliação de Schiessl, é cultural. Para ele, o brasileiro não tem perfil empreendedor. “Ele é super criativo, consegue resolver problemas mais facilmente, mas não tem essa característica de empreender. Diferentemente de outros países, como os Estados Unidos, no Brasil, os pais protegem os filhos até os 24 anos, esperam que eles se formem para só depois ir trabalhar. Isso prejudica o mindset empreendedor”, completa. Os desafios para o desenvolvimento das startups voltadas ao agronegócio não esbarram somente no caráter individual. A qualidade e o acesso à internet no campo, por exemplo, ainda são problemas recorrentes. Apesar de muitos aplicativos e softwares rodarem em modo offline, a infraestrutura de conexão, via rádio ou satélite, segue sendo uma barreira para que mais soluções sejam incorporadas à rotina de trabalho dos produtores. Além disso, a extensão territorial do País implica em dificuldades logísticas, o que impõe ao empreendedor a necessidade de delimitar uma microrregião e encontrar uma solução tecnológica para aquele público específico. “Outro desafio é que, diferentemente de outros mercados, o ciclo de desenvolvimento do Agro é mais longo. O ciclo da lavoura, por exemplo, pode durar seis meses. Ter que testar a solução por esse período até você ter resultados e ver se é viável ou não é um fator dificultante, até pelo aspecto financeiro. Quando você começa uma startup, você não tem muito dinheiro para investir. Os recursos são limitados e o tempo é um desafio. Por isso, essa aproximação com aceleradoras, com investidores e com institutos que fomentam inovação é crucial para o empreendedor ter fôlego, poder testar a solução e ter resultado”, finaliza o diretor.


18 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

O

agronegócio tem se consolidado como o principal gerador de empregos do país. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que de 10 ocupações profissionais com os melhores saldos de emprego no Brasil em 2017, metade é do setor agropecuário. O saldo líquido de empregos gerados no campo teve em 2017 a maior expansão dos últimos cinco anos. De janeiro a outubro, as contratações superaram as demissões em 93, 6 mil vagas, 84% a mais do que o mesmo período de 2016. No acumulado de 12 meses, a agropecuária foi o único segmento a aumentar os postos de trabalho, com saldo de 19,2 mil vagas.

O agronegócio como potência na geração de empregos

E

nquanto algumas empresas efetuam demissões para conseguir se manter em pé, o agronegócio conseguiu manter a maioria dos empregos e ainda gerar mais vagas. A Fundação Gaúcha de Trabalho e Ação Social (FGTAS/Sine) registrou a abertura de mais de 200 vagas temporárias em 23 de suas agências espalhadas pelo estado. As propostas de emprego são referentes a safra de soja. Segundo a coordenadora do FGTAS de Carazinho, Cleonice Magalhães, o agro é essencialmente importante, pois essa é uma região agrícola e polo logístico, afirmando que as duas áreas caminham juntas. “Esse é o grande mote de Carazinho, foi o que mais empregou aqui na nossa agência, para o médio empreendedor. Nós contratamos gente para época de colheita, a procura sempre existe”, afirmou Cleonice, que ainda

salienta que o agronegócio é um setor que nunca pode parar, por isso consegue segurar a empregabilidade, mesmo em momentos delicados da economia Há 12 anos a frente da Plantiagro Comercial Agrícola, Augustinho do Prado é sócio-proprietário da empresa, que atua em parceria com a Stara, no maquinário e implementos agrícolas. Trabalhando no segmento do agronegócio há mais de 12 anos, o empresário acredita que enquanto outros setores tem problemas seríssimos, o agro é o que vem segurando a balança comercial, as exportações e mantendo o Brasil em pé, como ele mesmo cita. Só na Plantiagro, Prado afirma que são cerca de 40 funcionários empregados, contando a matriz e a filial, que fica na cidade de Espumoso. “Já é bastante coisa e isso somos nós. Acredito que, com certeza, o agro segurou empre-

Mais de 2500 empregos gerados na Expodireto Entre funcionários terceirizados e próprios da empresa, são mais de 2.500 pessoas trabalhando na Expodireto. De acordo com o coordenador administrativo do parque da Expodireto Cotrijal, Marlon Lauxen, entre esses serviços estão de montadora, serviços gerais de limpeza, segurança, estacionamento, guaridas, pessoal que cuida do maquinário, entre outros. “A feira consegue, todos os anos, absorver mão de obra do pessoal que está sem serviço. Durante o ano todo, são 20 pessoas trabalhando no parque, a partir de janeiro começam a chegar as empresas terceirizadas, de parte elétrica, limpeza, obras, enfim”, salientou Lauxen. A demanda é tanta, que a equipe de organização tem que contratar empresas especializadas de outras cidades próximas, pois somente as de Não-Me-Toque não são suficientes, é necessário ajuda de mão de obra da região. Segundo Lauxen, a expectativa para essa feira é alcançar, ou ultrapassar, os números conseguidos no ano passado. “Acredito que vão sair bons negócios da feira, creio que 230 mil pessoas vão estar circulando por aqui. Já temos em torno de 530 expositores”, afirmou.

gos, principalmente aqui na nossa região. Só a Stara tem aproximadamente 2.300 funcionários, então é um impacto grande”, exemplificou o empresário, que ressalta o impacto que isso tem em uma região e acredita que isso deva ser reconhecido. “Acho que o governo vendo tudo isso, tendo essas informações, devia incentivar ainda mais os recursos para financiamento, investimento, porque o agro é a saída do país, é a forma que o Brasil tem para sair da crise”, acrescentou. Para o presidente do Sindicato Rural de Não-Me-Toque, Willibrordus Henrics Van Lieshout, o crescimento da classe dos produtores e a evolução do agro, não aconteceu da noite para o dia, veio através do esforço do produtor e dos investimentos que faz. “Já faz muitos anos que as entidades trabalham nesse sentido, de profissionalizar o produtor e

queremos cada vez maios trazer tecnologias para que essa evolução continue”, afirmou o presidente, que ressalta também a importância de investir nesse aspecto, de atualização. “O produtor tem todas as condições de ter todo o conhecimento nessa área, de toda a tecnologia que existe, não vamos ficar para trás”, complementou Lieshout. Sobre a empregabilidade, o presidente afirma que o agro só tem a colaborar positivamente com o desenvolvimento do país, gerando emprego, renda e bons salários. “Vamos criar mais empregos, e não só com salário mínimo. Estamos trabalhando, cada vez mais, com tecnologias, então, o funcionário precisa de instrução, pois deve ter conhecimento de todo o aparelhamento, enfim”, salientou Willibrordus, que ainda ressalta que a produção agrícola é feita com profissionalismo e capacitação.

Quando fala-se que a feira da Cotrijal movimenta a região, também é no sentido da geração de empregos


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

19

Pensando além da soja e do milho Além da geração de emprego direta que o agronegócio proporciona, o setor incrementa outros ramos da economia das cidades da região

A

realidade do agro nas cidades menores da região é em torno do trabalho dos pequenos produtores, em vários segmentos, fugindo um pouco da soja e do milho, que são parte das grandes empresas. Diante de um ano de crise, o prefeito de Chapada, Carlos Catto, afirma que o agro se superou e que, sem dúvidas, na região, é o segmento econômico mais importante. Segundo Catto, 30% da população em Chapada vive do meio rural e acredita que o que move a economia nesta região é o agronegócio e a produção significativa desse meio, sendo o carro chefe a soja, e depois o milho. “A própria bacia leiteira que temos aqui é significativa, mexe com os dados, faz o índice de retorno do ICMS”, avaliou o prefeito. Ainda sobre o impacto da produção rural na vida da comunidade, o prefeito afirma que a dependência do segmento já foi maior, porém, ainda é o carro chefe através de pequenos, médios e grandes produtores. “Diante da crise, o agro se superou, foi o que salvou, o que deu importância nas exportações. A questão da empregabilidade que gera, é muito importante. Sem dúvidas, o agro é um multiplicador”, frisou Catto, que também alega que isso não se vê somente da lavoura para dentro, pois o agronegócio gera empregos em várias áreas de atuação. “Gera empregabilidade através de qualquer segmento, em empresas, produção de grãos, mão de obra para colocar as máquinas em ação, enfim”, complementou o prefeito, que atribui ao agronegócio o mérito de ter conseguido “segurar” o desemprego na região.

Preocupação com os pequenos produtores De acordo com o prefeito de Santo Antônio do Planalto, Elio Freitas, as cooperativas devem prestar mais atenção ao pequeno produtor, para que consiga crescer sempre mais. “Eu falo da realidade da minha cidade, é claro. Mas, acredito que se o pequeno não for olhado, vai ter dificuldades para crescer e se desenvolver”, explanou o Freitas. O prefeito acredita também que as grandes empresas e produtores tem mais facilidade em acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos que favorecem o segmento do agro, também salienta que as cooperativas não devem ficar presas somente aos produtores de soja e milho, devem ampliar esse leque. “Tem que olhar para todos os segmentos, para que os pequenos não sejam engolidos. Se os pequenos produtores enfraquecem, teremos problemas futuramente, sem dúvidas. Sem falar que o pequeno luta, diariamente para sobreviver a toda essa evolução tecnológica, mas não é fácil”, avaliou Freitas, que reforça que o produtor tem que estar sempre aberto às mudanças que vem para agregar na produção, porém, tudo deve ser feito com cautela.

Produtor tem que estar sempre aberto às mudanças Elio Freitas, prefeito de Santo Antônio do Planalto

Setor Agropecuário

Não há crise que segure o agronegócio Valoir Chapuis, prefeito de Coqueiros do Sul

Com a mesma linha de pensamento, o prefeito de Coqueiros do Sul, Valoir Chapuis, afirma que o setor agropecuário e a produção de leite são segmentos que vem crescendo e gerando empregos, algo que as cooperativas também devem ficar atentas. “As propriedades estão aumentando, só as famílias não conseguem dar conta do trabalho e acabam empregando outras pessoas, assim vai o crescimento. Nossa principal economia é a soja, porém, tem que ficar atento para o crescimento de outros setores”, explicou Chapuis, que acredita que a soja e o milho acabam não gerando novos postos de trabalho e acredita na diversificação do agronegócio. O prefeito de Coqueiros afirma que o agro cresceu 15 a 16% na Balança Comercial, o que foi fundamental no momento de crise que o Brasil atravessa. “Praticamente dobrou-se a produção, dessa forma gira mais dinheiro. Enquanto outros setores estavam desempregando, o setor de alimentos está empregando, produzindo e atravessando a crise, que na hora que melhorar, ganham dinheiro”, explanou Chapuis, que acredita que o Brasil está voltando a crescer.

Expodireto Para Chapuis, não há crise que segure o agronegócio e a Expodireto é uma prova disso, devido a sua grandeza e envolvimento de tantas pessoas, sendo muito importante para Não-Me-Toque e região. “Você vê os números lá, as máquinas, a tecnologia, o produtor acaba se empolgando e consumindo, isso é importante, gira. Os bancos se mobilizam, tem recurso disponível, com juros acessíveis”, revelou o prefeito de Coqueiros do Sul.

Sobre a Expodireto, Freitas afirma que por tratar-se de uma feira que está a nível mundial, mostra um crescimento que pode assustar o pequeno produtor, pois eles também participam, porém, acredita ser uma feira para grandes negócios. “O que pode ser feito é que se aumente, por exemplo, as linhas de crédito para o pequeno produtor, para que se possa ajudá-los sempre mais”, reforça o prefeito de Santo Antônio do Planalto.


20 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

O agronegócio é a mola propulsora da economia” O prefeito de Carazinho Milton Schmitz fala sobre o impacto do agronegócio no desenvolvimento da região, dando destaque a Expodireto Cotrijal, que abre hoje em Não-Me-Toque.

P

ara o prefeito de Carazinho, Milton Schmitz, a Expodireto é um divisor de águas, se tratando de acesso ao produtor à tecnologia. De acordo com o prefeito, as feiras de menor porte são importantes para a microrregião, para cidades menores, que expõem seus produtos, “mas em nível de Brasil realmente necessita ser do porte de uma dessas feiras, como a Expodireto/ Cotrijal que é a que nós defendemos”. A importância, segundo ele, passa pelo debate de temas de extrema relevância para o setor e para o desenvolvimento. Empresário com uma trajetória construída no setor da logística, Schmitz lamenta que a falta de investimentos em infraestrutura e na intermodalidade continue sendo um dos principais entraves para o crescimento do agronegócio.

Na medida que se sai da porteira, o Brasil perde muito, porque deixou de investir na intermodalidade prefeito Milton Schmitz

DM - Uma visão do prefeito sobre o agronegócio? Prefeito Milton Schmitz - O agronegócio tem avançado muito devido a tecnologia e ao que se investe em novos equipamentos, em mais produtividade. O agronegócio tem na verdade, de uma certa forma carregado o Brasil nas costas pela sua produtividade e pelo que agrega de valor para a população. Do que estou falando, um exemplo é se tiver uma seca em determinada região do país aquela região sofre, aí está um exemplo muito claro de porque o agronegócio é importante, de certa forma é a mola propulsora da economia, em cima de uma grande safra a economia toda gira, gira a economia, o emprego, a renda, a cadeia toda é impulsionada.

DM – É possível agregar mais valores ao agronegócio? Prefeito - As outras atividades econômicas são um pouco reflexo da agricultura, claro, o país poderia trabalhar um pouco melhor essa produção na questão da transformação, exportar um pouquinho menos de grãos para poder agregar mais valor, mas isso é um desafio para as pessoas que estão ligadas a esta atividade. Vejo aqui na região uma Cotrijal muito preparada, muito desenvolvida, com uma estrutura fantástica de atendimento ao produtor, muitos armazéns recebendo grãos, trabalhando na questão de agregar valor com fábrica de ração, suinocultura, produção de leite, entre outras inúmeras atividades. O que quero dizer é que efetivamente o grão move essa mola propulsora. Claro que o Brasil precisa avançar em muitas outras coisas, mas, agricultura tem crescido gradativamente, ano a ano tem aumentado sua produtividade, em função da tecnologia, de novos equipamentos, do plantio com precisão, com maquinário de precisão.

DM - O agro e a logística caminham juntos? Prefeito – Com certeza, é uma pena que a questão da logística dependa bastante no modal transporte, por exemplo, de uma infraestrutura adequada e infelizmente nesta questão o Brasil não tem avançado. Falo em nível de Brasil, a região não é diferente pois está inserida no país e aí aquilo que sempre dizemos da porteira para dentro a coisa vai muita bem obrigado. Na medida que se sai da porteira, o Brasil perde muito, porque deixou de investir na intermodalidade, no próprio modal rodoviário, que o Brasil é muito rodoviário ao extremo, talvez um dos países do mundo que mais está dependente deste transporte de carga e deixou de investir melhor no rodoviário e na intermodalidade, aproveitando ferrovias. O que precisaria no país no tocante a logística é a questão da distribuição dos produtos, pois é uma etapa do processo logístico.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

Logística do agro alavanca o desenvolvimento Uma das grandes empresas de logística que se tem na região é o Grupo Toniato, que está instalado há pouco mais de um ano e meio em Carazinho e apostando no desenvolvimento do agronegócio

A

localização privilegiada vem consolidando o município de Carazinho como um dos principais polos logísticos do sul do país, o que garante ao setor o título de o carro-chefe da economia do município. O resultado dessa vocação têm se refletido nos números da arrecadação, cerca de 60% do retorno do ICMS vem das empresas desse segmento, todas voltadas ao transporte da produtos inseridos na cadeia do agronegócio. Uma destas empresas é o Grupo Toniato. De acordo com o em Carazinho, Guilherme Quadros, a empresa veio contando com o desenvolvimento do agro e também apostando na região para atender bem, com serviços de transporte, armazenagem de defensivos agrícolas e buscando impulsionar a economia. “Viemos para desenvolver e estabelecer, de fato, a empresa. Estamos bastante otimistas, aguardando que o mer-

Em Carazinho, cerca de 60% do retorno do ICMS vem das empresas desse segmento cado tenha uma evolução ainda mais significativa nos próximos períodos, para que possamos ampliar resultados”, explicou Quadros.

Sobre a geração de empregos, o gerente acredita que a logística e o agronegócio como aliados é fator fundamental para que sejam geradas cada vez mais vagas de

21

Nós entendemos que se trata de uma feira muito importante para o agronegócio, especificamente no nosso ramo de atuação. Nossos principais clientes serão expositores, é um evento muito útil, interessante para o ramo e entendemos como a principal feira nesse segmento, aliada as exposições e aos debates que acontecem em paralelo, que são muito oportunos Guilherme Quadros gerente do Grupo Toniato

emprego, em vários setores. “Nós somos totalmente voltados para o agro, vivemos e convivemos dentro desse segmento. Ano passado tivemos empregabilidade de aproximadamente 120 funcionários e nossa expectativa é de continuar ampliando nosso quadro de funcionários”, afirmou Quadros, que salienta também, que a empresa depende do sucesso do agronegócio, das safras e das movimentações feitas no setor, porém, apostam nisso e por isso investem na região. “Hoje temos duas unidades em Carazinho, fizemos isso principalmente visando esse crescimento econômico e expansão do mercado do agro. Certamente vamos ter que aumentar nossa mão de obra, se o agro cresce, nós crescemos junto com ele”, reforçou o gerente.


22 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Negócios da feira impactam na logística

O

entroncamento rodoviário de Carazinho, formado pelas rodovias federais 386 e 285, vem sendo um dos fatores para investimentos de empresas que operam com centros de distribuição de mercadorias. O sistema tem fomentado a logística do transporte de cargas, principalmente, no setor do agronegócio. A indústria de máquinas e implementos agrícolas é outro segmento que reflete positivamente no transporte rodoviário. Além de agregar nas revendas de implementos agrícolas e ajudar a fomentar diversas fábricas, segundo o presidente do Sindicar Moisés Santos, a Expodireto também contribui no setor de transportes. Ele lembra que Carazinho se consolidou como maior polo logístico da região e isso também se deve ao trabalho da Cotrijal como um todo. “Junto com uma série de segmentos que tem na atividade da comercialização do grão, internamente e principalmente para o exterior. Praticamente 100% da sua produção é transportada via caminhão, para os portos de Rio Grande e outros”, explicou. De acordo com o empresário do ramo de transportes de carga, Alexandre Schmitz, eventos como a Expodireto Cotrijal, também acabam impulsionando a atividade. “A TW é uma empresa de Carazinho que tem uma participação importante na logística local. O município se projeta muito nesse cenário e a Expodireto, que se inicia hoje, é uma vitrine do agronegócio que impulsiona outros ramos. É uma das maiores feiras agrícolas

Carazinho se consolidou como maior polo logístico da região presidente do Sindicar Moisés Santos

do País, com reflexo positivo na economia,” salienta o empresário. Segundo o empresário, em função da feira, muitos outros serviços e necessidades do agronegócio acabam sendo con-

Na incorporação da tecnologia no campo, temos mais produção de grãos, que precisa ser transportado Alexandre Schmitz diretor da TW Transportes

templados. “Dentro de todo este complexo a logística é um dos pilares para quem quiser avançar na geração de empregos. Cada empresa de logística se incorporando, como por exemplo, no município de

Carazinho, é claro que teremos demanda gerando mão de obra. A Expodireto tem uma importância muito grande para a logística do transporte, pois na incorporação da tecnologia no campo temos mais produção de grãos, que precisa ser transportado,” destaca Alexandre. De acordo com ele, a feira acaba sendo uma ponta de lança, uma vitrine porque projeta como vai se comportar a economia, tanto de venda como a perspectiva do agricultor, se vai investir mais, se vai aumentar a área plantada e toda a vez que se fala em aumentar vai demandar de transporte com certeza. “O crescimento do setor de transportes de tecnologia e equipamentos que saem da feira de Não-Me-Toque para outros lugares, tem importância fundamental porque todos os clientes, expositores, invariavelmente, ocupam dos serviços de transportes onde nós da TW Transportes estamos inseridos” .


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

23

Momento de iluminar conhecimentos e expandir horizontes Enriquecimento cultural, troca de informações e proximidade com autoridades são diferencial da programação da Feira

T

razer os principais debates que instigam, movimentam e iluminam os olhares nos mais diversos setores do agronegócio estão entre os objetivos da programação da Expodireto/Cotrijal 2018. Com Fóruns, Premiações, Palestras, Seminários e inúmeros debates sobre os desafios para toda a cadeia agrícola, serão cinco dias de atividades intensas, em Não-Me-Toque. Nesta segunda-feira, após a abertura oficial, com o pronunciamento de diferentes autoridades, a programação inicia com o 10º Fórum Nacional do Milho, que irá tratar sobre “Os desafios do abastecimento”; “O futuro do milho”; “Milho e segurança alimentar em nível global”; e “Milho: a expansão do Brasil no mercado global e o abastecimento doméstico”. A data ainda será marcada por discussões promovidas pela OAB, no Auditório da Produção. Para este dia também acontece a entrega do

Prêmio Semente de Ouro 2018. Um dos eventos mais esperados, o 29º Fórum Nacional da Soja, está marcado para o segundo dia da Feira, com início às 08h. As palestras irão tratar sobre “Plantio Direto: história, motivações e fundamentos técnicos”; “A busca por altas produtividades: o solo, as plantas de cobertura e a qualidade da lavoura”; e “O Futuro do Agronegócio”. Ainda na terça-feira (06), acontece o 3º Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água, contando com a presença de Nei César Mânica, presidente da Cotrijal, Clair Tomé Kuhn, presidente da Emater/RS-Ascar, Tarcísio José Minetto, secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo e Ernani Polo, secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação. No Auditório da Produção, haverá o Seminário Monitora Percevejos, Painel Manejo de

percevejos na soja, Painel Manejos de percevejos na soja, Palestra “A Evolução da Energia Fotovoltaica”, entre outros. Na quarta-feira (07), o 14º Fórum Estadual do Leite ocupa o Auditório Central, com os paineis “Quais os desafios para intensificar a produção de leite?”; “Quais os desafios para garantir bons resultados técnicos e econômicos no sistema de confinamento (free stall e compost barn)?”; “Quais os desafios de um sistema de produção a base pasto, de alta eficiência?”, além da palestra “Quais as perspectivas do mercado de lácteos para 2018?”. Neste dia, também será promovido o Fórum da Cultura do Trigo, o 4º Encontro de Empresárias Rurais Cotrijal/Bayer. A quinta-feira (08), é data do 11º Fórum Florestal do RS, que contará com os painéis “Potencial das florestas e a agricultura de

baixo carbono”, além da “Integração lavoura-pecuária-floresta – ILPF”. O penúltimo dia de Expodireto também contará com a realização do Fórum Soja Brasil, com o tema “Tecnologia, custos de produção e políticas de apoio à cultura da soja”. O último dia da programação da Expodireto contará com o Fórum Internacional Jovem Cooperativista, no Auditório Central, a partir das 09h. Após a abertura, o Fórum terá a palestra “Palestra Inovação: uma espiada no futuro”, com o escritor e comunicador, Marcos Piangers. Além do Talk Show “Tecnologia e Startups no Agronegócio”, do Sebrae/RS. Para a data, também está prevista a Audiência Pública da Comissão de Agricultura do Senado, que terá como tema “Inovação e Sustentabilidade na Agricultura” e condução da senadora Ana Amélia Lemos.


24 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Fórum insere jovens na feira Evento que chega a sua sétima edição é promovido pelo Grupo Diário da Manhã e Cotrijal, com apoio do Sescoop

O

último dia da feira tem o seu principal debate focado no jovem do campo. Das 8h30min ao meio dia de sexta-feira, o auditório central do parque de exposição estará ocupado por filhos e filhas de produtores rurais que acreditam e apostam na permanência deles na sucessão da propriedade e no gerenciamento dos negócios. Na 7ª edição do Fórum Internacional Jovem Cooperativa mais uma vez as atenções dos participantes ficará voltada exclusivamente ao palco do auditório onde estarão os palestrantes. O evento, que é promovido pelo Grupo Diário da Manhã e Cotrijal, conta com apoio do Sescoop-RS. Os debates do Fórum abrem às 9h30min com o palestrante Marcos Piangers, que traz o tema Inovação: uma espiada no futuro. Marcos é especialista em novas tecnologias, criatividade e inovação, apresentador do programa Pretinho Básico, escritor e colunista. Às 10h45h haverá um Talk Show Tecnologia e Startups no Agronegócio, com participação do Sebrae-RS. O vice-presidente da Cotrijal Ênio Schreader atribui ao Fórum a abertura da porta que coloca os jovens no centro das discussões do agronegócio. “Na feira eles conhecem o mundo das tecnologias, que estão disponíveis no mercado e prontas para serem aplicadas na produção da pro-

As edições do Fórum vem sendo um marco dentro da programação oficial da feira diretora-presidente do Grupo Diário da Manhã, Janesca Martins Pinto

priedade familiar. O Fórum é o estimulador dos jovens. Vai ser dentro da propriedade que darão sequência do aprendizado. É muito importante os pais abrirem o mundo dos negócios aos filhos, para que eles se sintam prestigiados, fator que ajudará na decisão de permanecerem no campo fazendo a sucessão familiar,” explica Ênio. Segundo o dirigente cooperativista, durante a semana os jovens terão oportunidade de acesso a informações tecnológicas tanto

Direção da Cotrijal destaca a importância do jovem na feira para pequenas, médias e grandes propriedades rurais. “Os pais que envolverem seus filhos na atividade dividindo as responsabilidades certamente estarão garantindo a permanência do jovem no campo. O fórum tem entre seus objetivos aproximar toda a família das decisões que devem ser tomadas dentro de uma propriedade rural, que é uma empresa,” explica Ênio. Para a diretora-presidente do Grupo Diário da Manhã, Janesca Martins Pinto, o Fó-

rum foi idealizado a partir da percepção sentida junto aos produtores envolvendo a sucessão rural e a permanência do jovem no campo. “Há sete anos apresentamos a ideia ao presidente da Cotrijal Nei César Mânica, que imediatamente abraçou a proposta, já que esta também é uma preocupação da cooperativa. Desde ai, as edições do Fórum vem sendo um marco dentro da programação oficial da feira”, destaca Janesca.

Sucessão Aos 22 anos Ezequiel Alan Weber já administra o tambo de leite da família no interior do município de Coqueiros do Sul. Da propriedade familiar dos 114 hectares de área 80 são destinados ao plantio de soja e 20 a bacia leiteira. A produção de grãos continua sendo responsabilidade dos seus pais. “Participei dos últimos quatro fóruns, mas foi o último se não estou enganado que mais prendeu a minha atenção, pois estava em discussão a

sucessão familiar e os conflitos entre as gerações. Hoje posso dizer que estou mais tranquilo, pois tenho a responsabilidade de tocar parte dos negócios da família,” disse o jovem. Entre os motivos que influenciaram permanecer no campo o jovem cita os debates promovidos pelo Fórum Internacional do Jovem Cooperativado. “Estes eventos devem continuar, pois ajudam muitos jovens a permanecerem trabalhando em atividades rurais,” concluiu. Ezequiel Alan Weber


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

25

Emater traz para a feira 18 espaços temáticos

A

Emater-RS participa da 19ª Expodireto Cotrijal com 18 espaços temáticos distribuídos nos 20 mil metros quadrados de área que tem dentro do parque de exposições. O coordenador da Emater-RS na feira, Celso Siebert explica que o visitante mais uma vez encontrará perto de 100 profissionais que estarão dentro de suas especializações garantindo informações de qualidade e precisão sobre cada um dos temas, que integram o calendário de eventos da instituição este ano durante os cinco dias de feira aberta hoje. Conforme o coordenador, o produtor que for até o espaço da Emater-RS poderá buscar informações sobre solos, florestas comerciais, leite, horto de plantas medicinais, cozinha didática, turismo rural, horticultura, cooperativismo, secagem e armazenagem de grãos, energia fotovoltaica, irrigação, piscicultura, tecnologia de aplicação de defensivos, qualidade de plantio, meliponídio e apicultura. Segundo o coordenador, este ano o recanto temático, com a agricultura de baixo carbono e o efeito estufa terão ênfase diferenciado dentro dos trabalhos que a Emater-RS estará apresentado durante a feira. “Nos organizamos mais uma vez com uma grande equipe, para darmos continuidade com os objetivos da Emater-RS que é de interagir com o público, nestes

Agricultura de baixo carbono e efeito estufa terão destaque no espaço da Emater cinco dias de feira,” salienta o coordenador. Conforme Siebert, toda a visitação terá acompanhamento de equipes preparadas para responder as questões que forem

levantadas pelos visitantes. A estimativa é que pelo menos 30% do público, que acessar o parque de exposições entre hoje e sexta-feira, busque conhecimentos junto

aos espaços temáticos. A divulgação dos números da produção agrícola do estado gaúcho também acontece dentro da casa da Emater-RS no parque.


26 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Fórum do Milho é o primeiro grande debate da Expodireto 2018

10º Fórum Nacional do Milho 14h – Abertura 14h10 – Os desafios do abastecimento Rogério Kerber – Presidente do FUNDESA RS 14h35 – O futuro do milho Antônio da Luz – Economista-Chefe do Sistema FARSUL 15h – Milho e segurança alimentar em nível global Alan Bojanic – Representante da FAO no Brasil

D

e grande importância para a produção mundial de alimentos, o milho é tema de um dos principais eventos da Expodireto/Cotrijal 2018. Logo após a abertura oficial da Feira, que contará com a presença de autoridades nacionais do agronegócio, o primeiro grande debate da programação acontece com o 10º Fórum Nacional do Milho. O evento está marcado para as 14h, no dia 05 de março, no Auditório Central. Quem abre o Fórum é Rogério Kerber, presidente da

Fundesa/RS, que irá abordar “Os desafios do abastecimento”. Em seguida, o palco será do Economista-Chefe do Sistema Farsul , Antônio da Luz, sobre “O futuro do milho”. Representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, irá falar sobre “Milho e segurança alimentar em nível global”. Por fim, “Milho: a expansão do Brasil no mercado global e o abastecimento doméstico”, será o tema da palestra de encerramento, com o consultor de agronegócios, Carlos Cogo.

15h30 - Milho: a expansão do Brasil no mercado global e o abastecimento doméstico Carlos Cogo – Consultor de agronegócios 16h – Encerramento Promoção: Cotrijal, com apoio da Klein & Associados.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

Carlos Sperotto será homenageado com o Semente de Ouro

H

omenagear aqueles que contribuíram com a Expodireto e dedicaram a vida ao agronegócio gaúcho e brasileiro. Este é o objetivo do Troféu Semente de Ouro, que neste ano, em sua 14ª edição, será entregue aos familiares de Carlos Rivaci Sperotto, falecido em dezembro de 2017 e que por muitos anos presidiu a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul). O Troféu Semente de Ouro será entregue nesta segunda-feira, no, às 16h30, no Auditório Central, durante a 19ª Expodireto Cotrijal.

SEMENTE DE OURO

O HOMENAGEADO Sperotto foi presidente da Farsul por mais de 15 anos, sendo o líder que mais tempo permaneceu no cargo. Em 2015, ele venceu mais uma eleição para presidência da entidade, para o triênio 2016/2017/2018. Muito engajado no setor rural, ainda acumulava a presidência do Conselho Deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado (Sebrae/RS) e era também vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Natural de Palmeira das Missões, era médico veterinário formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), além de produtor de grãos e criador de ovinos. Sperotto faleceu no dia 23 de dezembro de 2017, aos 79 anos, vítima de câncer no esôfago.

Carlos Sperotto foi presidente da Farsul por mais de 15 anos, sendo o líder que mais tempo permaneceu no cargo

O Troféu Semente de Ouro foi instituído pela Lei Municipal nº 3.046, por solicitação da Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque. Em 13 edições, já foram homenageados: presidente da Cotrijal Nei César Mânica – 2005; diretora da Revista Plantio Direto, Juliana Borges – 2006; governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto – 2007; Emater/RS-Ascar – 2008; ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues – 2009; governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius – 2010; senadora Ana Amélia Lemos – 2011; ex-ministro da Agricultura Francisco Sérgio Turra – 2012; empresário rural e comunicador Breno Pinheiro Prates – 2013; empresário e jornalista, vice-presidente da Rede Pampa, Paulo Sergio Pinto – 2014; Stara – 2015; ex-ministro dos Transportes e organizador do Fórum Nacional do Milho, Odacir Klein – 2016; e sócio-fundador da Brasoja, Antônio Sartori – 2017.

27


28 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Inovação e tecnologia em destaque

“Recursos não serão problema para a realização de negócios”

Presidente do Sicredi, José De Negri

O

s produtores que visitarem a Expodireto Cotrijal 2018 terão muitos motivos para ir até os estandes da Produção Vegetal/Sementes Cotrijal e Produção Animal/ Lojas. Nos dois espaços vão encontrar novidades em tecnologias e ótimas oportunidades de negócios. Na área da Produção Vegetal/Sementes Cotrijal, a cooperativa apresenta o desempenho de 14 cultivares de soja de alto potencial produtivo, sendo dois lançamentos, que estarão à disposição dos produtores já na próxima safra. Também haverá parcelas comparativas mostrando a diferença do uso de uma semente de baixa qualidade em relação ao uso de uma semente de alta qualidade. E ainda parcelas analisando os diferenciais da semente certificada em relação ao grão salvo. O espaço terá ainda parcelas mostrando a importância do controle adequado do percevejo, praga que nas últimas safras vem preocupando a pesquisa em função do aumento da popu-

lação e dos danos na soja. “Graças às ações desenvolvidas pela Cotrijal, através do Programa Monitora, temos conseguido êxito no controle na área de ação da cooperativa. Na Expodireto vamos mostrar o impacto do manejo adequado na produtividade e também na qualidade dos grãos”, explica o gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Juliano Recalcatti.

SEMENTES COTRIJAL

O trabalho qualificado da Cotrijal tem levado cada vez mais produtores a investirem nas sementes produzidas pela cooperativa. Na última safra, além dos associados da cooperativa, optaram por semear as Sementes Cotrijal produtores de vários pontos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná, de São Paulo, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul e de parte de Goiás.

“Neste ano, teremos mais uma grande Expodireto/Cotrijal. A exemplo das edições anteriores, teremos uma equipe preparada, com colaboradores prontos para receber todos os que visitarem a feira e que, posteriormente, farão eventuais negócios. Estaremos prontos para protocolar os pedidos e encaminhamentos para onde for necessário, até mesmo para outros estados brasileiros. Em anos anteriores, praticamente a totalidade dos pedidos que ingressaram no Sicredi tiveram seus valores aprovados e liberados. Os recursos não serão problema para realizarmos bons negócios”.


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

Plantio Direto é tema do Fórum da Soja

O

Plantio Direto e as suas contribuições para o sistema de produção estarão em debate na 29ª edição do Fórum Nacional da Soja. O tradicional evento acontecerá na terça-feira (06/03/18), no Auditório Central da Expodireto Cotrijal. Os produtores, pesquisadores, acadêmicos e público em geral poderão acompanhar a participação de especialistas renomados sobre o tema. A primeira palestra será sobre “Plantio Direto: história, motivações e fundamentos técnicos”, com o coordenador técnico da Cooperativa Central Gaúcha Ltda – CCGL, José Ruedell. O segundo momento terá a participação de Antônio Luis Santi, represen-

tante do Fórum dos Pro-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (FOPROF) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão – CBAP. Ele falará sobre o tema: “A busca por altas produtividades: O solo, as plantas de cobertura e a qualidade da lavoura”. Uma projeção sobre o “Futuro do Agronegócio” será o destaque da última palestra do Fórum, que terá a coordenação de Marcos Fava Neves, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Até o final de 2016, ele já havia realizado 900 palestras em 22 países, sendo um dos pesquisadores brasileiros mais conhecidos no exterior em sua área de pesquisa.

Programação: 8h – Credenciamento dos participantes 9h – Abertura: 9h15 – 1ª palestra: Plantio Direto: história, motivações e fundamentos técnicos, com José Ruedell – Coordenador Técnico da Cooperativa Central Gaúcha Ltda – CCGL. 9h45 – 2ª palestra: A busca por altas produtividades: O solo, as plantas de cobertura e a qualidade da lavoura, com Antônio Luis Santi – Representante do Fórum dos Pro-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (FOPROF) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão – CBAP. 11h – 3ª palestra: O Futuro do Agronegócio, com Marcos Fava Neves – Engenheiro agrônomo e professor titular da FEA/USP em Ribeirão Preto. Moderadores: Caio Cézar Vianna (presidente da CCGL) e Paulo Cezar Pires (presidente da Fecoagro/RS) 12h30 – Encerramento/Almoço

29


30 - DIÁRIO DA MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Agribusiness Investor Road Show será destaque na Área Internacional Pelo segundo ano consecutivo a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participará das tradicionais rodadas de negócios da Área Internacional da Expodireto Cotrijal

N

os dias 5 e 6 de março acontecerá o Agribusiness Investor Road Show, em que potenciais investidores e fundos de investimentos, do exterior, terão a oportunidade de conhecer diversos produtos ligados ao agronegócio brasileiro. Serão rodadas de investimentos, entre empresas gaúchas e brasileiras e representantes estrangeiros. Nessas rodadas, as empresas cadastradas terão espaço para apresentar os seus projetos para captação de investimentos. No dia 7 de março, em parceria com o SEBRAE-RS e também com a Secretaria de Relações Internacionais do MAPA, ocorrerá o Projeto Comprador Internacional, com a realização de Rodada de Negócios de compra e venda, diretamente das empresas e indústrias expositoras, com importadores estrangeiros. Também acontecerão, ao longo de toda a semana, no Auditório do Pavilhão Internacional, palestras e seminários, de entidades e países, onde serão apresentadas oportunidades de negócios, formas de se fazer negócios com determinado país ou região, além de assuntos ligados ao agronegócio mundial.

Rodadas de Investimentos e nas Rodadas de Negócios – Máquinas, equipamentos e implementos agrícolas; – Frutas e sucos; – Pescados em geral; – Olivas e azeite; – Carnes (gado, frango, suíno, ovinos); – Grãos (soja, milho, trigo, arroz, girassol); – Energias renováveis; – Infraestrutura ligada ao agronegócio (ferrovias, estradas, navegação fluvial e marítima). Representantes de mais de 70 países confirmaram presença


Segunda-feira, 5.03.2018

DIÁRIO DA MANHÃ -

31

Fóruns e debates marcam programação SEGUNDA-FEIRA – 5 DE MARÇO

QUARTA-FEIRA – 7 DE MARÇO

AUDITÓRIO CENTRAL 10º Fórum Nacional do Milho Prêmio Semente de Ouro 2018

AUDITÓRIO CENTRAL 14º Fórum Estadual do Leite

QUINTA-FEIRA – 8 DE MARÇO

8h30 – 8h55: Abertura 9h: Painel: Quais os desafios para intensificar a produção de leite? Moderador: CCGL 9h – 9h45: Quais os desafios para garantir bons resultados técnicos e econômicos no sistema de confinamento (free stall e compost barn)? – Zootecnista Renato Palma Nogueira – Consultor Técnico em Bovinos de Leite, São Paulo/SP. 9h45 – 10h: Depoimento de Augusto Hoffstaedter, produtor de leite em Victor Graeff/RS.

Presidente da OAB, Claudio Lamachia TERÇA-FEIRA – 6 DE MARÇO AUDITÓRIO CENTRAL 29º Fórum Nacional da Soja 3º Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO Seminário Monitora Percevejos Palestra A Evolução da Energia Fotovoltaica

11h50 – 12h30: Debate entre os painelistas, palestrante e os participantes. Fórum Cultura do Trigo 4º Encontro de Empresárias Rurais Cotrijal/Bayer AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO 14h - Palestra não se produz só com NPK

AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO Evento OAB 14h - Brasil, liberta-te – O papel da OAB em tempos de crise Ricardo Breier – presidente OAB RS 15h – OAB e seu compromisso com a democracia Claudio Lamachia – presidente nacional da OAB

Engenheiro Agrônomo MsC Marcelo Carvalho – Sócio-Fundador e CEO da AgriPoint, Piracicaba/SP.

10 – 10h45: Quais os desafios de um sistema de produção a base pasto, de alta eficiência? Engenheiro Agrônomo PhD Wagner Beskow – Pesquisador, Consultor, Sócio-Diretor da Transpondo Consultoria, Cruz Alta/RS. 10h45 – 11h: Depoimento de Valdir Jacoby, produtor de leite em Selbach/RS. 11h – 11h50 – Quais as perspectivas do mercado de lácteos para 2018?

AUDITÓRIO CENTRAL 11º Fórum Florestal do RS Fórum Soja Brasil Tecnologia, custos de produção e políticas de apoio à cultura da soja AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO Seminário Monitora Manejo e Conservação do Solo SEXTA-FEIRA – 9 DE MARÇO AUDITÓRIO CENTRAL Fórum Internacional Jovem Cooperativista Audiência Pública da Comissão de Agricultura do Senado AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO Reunião Famurs EVENTOS ESPECIAIS VI Encontro de Lideranças do Agronegócio TERÇA-FEIRA – 6 DE MARÇO Jantar Área Internacional QUARTA-FEIRA – 7 DE MARÇO Café da Manhã para Imprensa e Patrocinadores QUINTA-FEIRA – 8 DE MARÇO Ciclo de palestras Mulheres que Cooperam Formatura Aprendiz Cooperativo Cotrijal


DA MANHÃ Contracapa 32 - DIÁRIO DADIÁRIO MANHÃ

Segunda-feira, 5.03.2018

Sustentabilidade na pauta da audiência do Senado

em agricultura de alta precisão. É preciso que os agricultores tenham conhecimento e acesso à tecnologia e à inovação voltada para o campo. Esse é um tema importante sob aspecto do aumento da produtividade, da sustentabilidade, da segurança alimentar e da segurança dos produtores”, afirmou. Estão sendo convidados para o debate o coordenador de Tecnologia da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Reginaldo Minaré, o professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ricardo Silveiro Balardin, o diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Mario Von Zuben, o presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Mânica, o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja), Marcos da Rosa, o pesquisador da Embrapa, Vitor Hugo de Oliveira, e o engenheiro agrônomo da Emater-PR, Germano Kusdra.

A

programação acontecerá na tarde de 9 de março, último dia da feira, no Auditório Central do Parque. A realização da audiência já foi aprovada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), com debate sobre o tema “Inovação e Sustentabilidade na Agricultura”, por iniciativa da senadora Ana Amélia Lemos (Progressistas-RS). Será o sétimo ano consecutivo em que a comissão promoverá a audiência em Não-Me-Toque, durante a Expodireto Cotrijal. A TV Senado transmitirá a programação ao vivo. Segundo a senadora Ana Amélia, é importante discutir a inovação na sustentabilidade ambiental para garantir segurança na renda dos produtores, na sanidade da produção e nos ganhos da economia. “Estamos falando muito

Audiência é um dos principais momentos da politicos


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.