Carazinho

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Sábado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018, Carazinho

Diário da Manhã -

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CARazinho, Sábado e domingo, 26.05.2018 e 27.05.2018

www.diariodamanha.com 37 ANOS - Nº 383 - R$ 2,00

foto: DM/Isadora Stentzler

Carazinhenses enfrentam falta de produtos

Nesta Edição

Incêndios aumentam 20% no inverno Com temperaturas frias, orientação do Corpo de Bombeiros é de que as pessoas tenham mais cuidado ao manusear fogões a lenha, lareiras e aquecedores elétricos. Página 11

Escola será inaugurada em agosto Localizada no bairro Oriental, Emei Irmão Martin vai gerar 130 vagas na educação infantil. Página 5

Armando Roos vai apresentar defesa no Legislativo

Na manhã de sexta-feira alguns postos já não possuíam gasolina na bomba, enquanto outros registravam filas de veículos para abastecer. Nos supermercados, hortifrútis estavam em falta. Página 3

Prefeito de Não-Me-Toque é alvo de uma comissão processante. Roos concedeu entrevista coletiva sobre acusações de suposto assédio sexual. Página 4


RADAR

2 - Diário da Manhã

Sábado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018, Carazinho

Sorteio na Cotrijal

Foto: Nathan Schultz/ DM

acontece em frente ao Supermercado Cotrijal Sede, em Não-Me-Toque. Dez televisores de 43 polegadas serão sorteados. Foto: Divulgação

Neste sábado (26), a partir das 10h30min, aconteceu o terceiro sorteio da Campanha “Cotrijal Ligada em Você!”. O evento

A gerente da loja matriz Varejão Paulista, Salete Vieira, participou na manhã desta sexta-feira do quadro “Alô, gerente!” da rádio Diário. Ela falou sobre as promoções da loja para o inverno.

Sorteio acontece neste sábado (26)

Novas turmas no EJA As secretarias de Educação dos 26 estados e do Distrito Federal poderão solicitar recursos para financiamento e manutenção de novas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação enviou ofício aos secretários com orientações sobre procedimentos para a abertura dessas turmas, sendo esta

uma de suas prioridades. Serão oferecidas cerca de 12 mil novas vagas e os recursos poderão ser usados em remuneração e em capacitação de professores, aquisição de material escolar e de alimentos e no transporte escolar. Os beneficiários da ação Novas Turmas de EJA são as pessoas com 15 anos ou mais que não completaram o ensino fundamental e com 18 anos ou mais que não finalizaram o ensino médio.

Prevenção Foi liberado pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) um total de R$ 1,4 milhão para prevenção ao suicídio. Valor este que será direcionado para ações em Manaus (AM), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), Teresina (PI), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC), sendo estas as capitais dos estados prioritários para ações da RAPS, devido ao alto índice existente.

Os recursos, que variam entre R$ 220 mil e R$ 250 mil, serão repassados em parcela única do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Estadual de Saúde. Esse recurso pode ser usado pelos serviços da rede, tais como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Ambulatórios, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em casos de emergência os serviços de urgência e emergência.

Trânsito O Conselho Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Cetran RS) promove audiências públicas em cidades gaúchas visando reduzir o número de acidentes e mortes nas estradas e

ruas do estado. Usando-se da pergunta “Qual é o trânsito que você quer?”, o governo busca descobrir quais as melhorias que podem ser feitas. A votação poderá ser feita online.

ANIVERSÁRIOS 26/05 Andréia A . Presta Anna Carolina Ferreira Anery Barden Xavier Ashley Giovanella Carmen C. Andrade Dalmerita Aparecida Bernardi Etalini Muller Ethiene Muller Fátima Goulart Esteris Fernando Zirbes Glaucio Guagliarello Horaide Thiesen Leoni Vendramin Maria Inês Fabro Thiesen Pâmela Bohm Rosa Agostinha Moreira Rosimeri Guerra Reny Hoppen Sandro Rodrigues Tadeu Rodrigues Bordignon Tami Zanon Yuri Carla da Rosa

27/05 Adão Mendes dos Santos Alcides Dias de Quadros Carlos Adriano Oliveira Cláudio Luzardo Lunardi Cristiane Lopes Conte

Fundador Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) Presidente-Emérito Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Daniela Guimarães Edilce Schmitt Klein Elemar César Barroso Eliane C. Ramos Jorge Luis Piva Honorio Mello Lenara K. da Rocha Luis Alan Pavan Maise Moraes Fragoso Marcelo Goes Marcelo Piva Marcos Marmitt Maria Cristina Sabatino Marlize Moraes Fragoso Michelini Oliveira Naldir Maria Guagliarello Roseni Steffens Salvador Souza Sérgio Luiz Smaniotto Silvana da Silveira Silvana Gausmann dos Santos Valter Marcondes Lohring 28/05 AAdaltro Nunes Souza Adelar Oliveira Adelio Antônio Linck da Cruz Ângela Souza Ângela Toniolli Cristian Cristofari Daniel dos Santos Paixão

Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Editora Geral Nadja Hartmann

Edilce Bervig Eliane Menezes Eloísa Pichler Geny Ribas Scheuermann Giancarlo Coletto Helga Lermen Santos Hilda Elsing Ieda Napp Fenner José Carlos Borges Filho Jomar Gomes Leonardo S. Schuster Lisiane Soares de Medeiro Loreci M. Santos Oliveira Luis Antunes Ribeiro Luciana Fetter dos Santos Mônica Freitas Manoel Antônio dos Santos Marcel Angelo Cirino Márcio Lopes Márcio Luciano Stangler Maria Rosa Hahn Michele Sbruzzi Godoi Olavo Porto Brignol Quirino Alves do Nascimento Rayan Barbizier Ricardo Kuhn Rodrigo Andreis Rosane Adriana Orth Sharon Xavier Oliveira Vanessa de Quadros Martins Valdir Pedro Dickel

Diretora Comercial: Jussara Alberton Sirena Editor Interino: Rodolfo Sgorla da Silva (MTE 18546/RS)

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ECONOMIA POLÍTICA

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Combustível e hortifrútis começam a faltar em Carazinho FOTOS: DM/Isadora Stentzler

Na manhã de sexta-feira alguns postos já não possuíam gasolina na bomba. Tendência é de que no final de semana a situação se agrave

Alguns manifestantes pediram intervenção militar durante carreata Isadora Stentzler Isadora@diariodamanha.com Postos de Combustíveis e mercados de Carazinho já sentem o impacto da paralisação dos caminhoneiros. Na sextafeira de manhã, algumas unidades de abastecimento já não possuíam gasolina e etanol nas bombas e mercados exibiam as primeiras caixas vazias. Nos locais em que a comercialização ainda não havia sido afetada, a tendência era de que o fornecimento durasse até o final de semana. Apesar da falta de combustível, serviços básicos da cidade seguem normalizados. Segundo o empresário Henrique Leonhardt, responsável pela rede Boa Vista de postos e supermercados, na noite de quinta-feira (24) as duas unidades localizadas nos trevos da cidade já estavam com as bombas zeradas. A única que permanecia com combustível era próximo à rodoviária, com abastecimento suficiente até a sexta-feira (25). Nos mercados, a parte de hortifrutigranjeiros, frios e iogur-

tes também já está visivelmente afetada. “O que temos é o que está na prateleira”, aponta o empresário, que apoia a paralisação, mas especula o aumento da cesta básica quando recomeçarem os abastecimentos. Os produtos da rede seguem parados em Fontoura Xavier (a 130 quilômetros) de Carazinho) e não há expectativa de chegada. “E quando chegar aqui estará sem condições”, aponta. “Então para o consumidor pode ter um aumento significativo no preço. Um exemplo que vi é que a batata pode aumentar seis vezes o valor. Mas acredito que nos primeiros 15 dias todos os preços devem subir. É a lei da oferta e procura”, comenta. Em outra unidade de mercados de Carazinho já faltavam orgânicos como abacaxi, alface comum e brócolis. Consumidores também foram flagrados pelas gerências enchendo carrinhos para estoque.

Serviços

Apesar do fornecimento de combustível estar comprometi-

Da cabide de um caminhão, criança presta apoio à paralisação no Centro de Carazinho

do na cidade, a reportagem do Diário da Manhã apurou que os serviços básicos não serão afetados. Eles incluem as rondas da polícia militar (que possuem fornecedores próprios de combustível), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que conta com três ambulâncias mais uma moto e possui reserva junto da Secretaria de Obras) e transporte público. Em relação às viagens intermunicipais, a estação rodoviária informou que as linhas Unesul, Ouro e Prata e Hélios seguem normalmente. Apenas a empresa Ametista tur, que faz transportes para Constantina, Ronda Alta, Sarandi, Engenho Velho e Rodeio Bonito, cancelou os serviços por tempo indeterminado. Os correios também mantém o funcionamento, porém sem postagens de encomendas com dia e hora marcados (SEDEX 10, 12 e HOJE). Os Correios continuam aceitando postagem de SEDEX e PAC, mas com acréscimo de dias no prazo de entrega devido à greve. Apoio Na manhã de sexta-feira (25), motoristas de Carazinho prestaram apoio à paralisação dos caminhoneiros com uma carreata pela Avenida Flores da Cunha. Eles cruzaram de um trevo a outro da cidade, com caminhões e carros utilitários. Algumas bandeiras do Brasil estavam estendidas sobre veículos e outros possuíam frases pedindo a intervenção militar e baixa dos valores do combustível.

Abacaxi já está em falta em uma das unidades de mercados

Última bandeja de brócolis em área de hortifrúti. Produto não possui estoque para ser reposto

Bombas secam e permanecem fechadas por falta de combustível


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POLÍTICA

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Armando Roos vai apresentar defesa em comissão processante do Legislativo

Prefeito sustenta que denúncias têm cunho político

Sobre o vídeo que circulou nas redes sociais, Ross afirmou que o conteúdo é forjado com intenções políticas. O prefeito, que afirmou que em sua gestão não há denúncias de desvio de recursos públicos, relatou que somente prestou depoimento na Polícia Civil como vítima. “Eu sou vítima. Eu acusei a senhora que largou o vídeo por crime, pois eu não autorizei ninguém. Denunciei a presidente da Câmara que largou um documento quebrando o sigilo da Justiça. Um documento que nem eu conhecia, e foi distribuído aos vereadores. Isto é prova de ma fé”, apontou. O Legislativo A Câmara de Vereadores de NãoMe-Toque instaurou uma CPI e também uma Comissão Processante sobre os casos. O vereador Alberto Maurer, que foi escolhido relator da Comissão Processante, explica que a CPI tem cunho investigativo, sobre os fatos de assédio sexual em relação ao prefeito. A CPI tem prazos que somadas as prorrogações podem se estender por até 180 dias. Já a Comissão Processante deve ter concluídos os seus trabalhos em 90 dias. “Neste meio tempo em que foi formada a CPI, o Legislativo recebeu uma denúncia formal, indicando dois fatos concretos, onde já se indica provas e isto nos obrigou a levar a plenário a proposição da Comissão Processante”, diz Maurer. Os fatos narrados na denúncia recebida teriam ocorrido no interior da Prefeitura no ano passado. O vereador comenta que, segundo o Regimento Interno da Casa, no

mesmo dia em que foi recebida no Legislativo, os vereadores votaram e aprovaram a abertura da Comissão Processante. Roos deverá apresentar defesa na comissão na próxima semana A investigação da Polícia Civil O delegado Gerri Adriani Mendes, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Não-MeToque coordena as investigações de assédio sexual nas quais Roos é suspeito. “São três denúncias de assédio sexual envolvendo o prefeito. Duas representaram e uma não. Além disso, ha uma queixa generalizada de uma conduta do investigado que desagradava funcionárias da Prefeitura. Do primeiro caso, já procedemos as diligências proferidas pela Promotoria. Do segundo, que é o caso no qual há um vídeo que vazou em redes sociais, remetemos ao Tribunal de Justiça e até agora não recebemos pedido de diligências”, explica. Na entrevista coletiva de ontem, o prefeito se disse vítima da situação na qual está envolvido. “Ele alega ser vítima de crimes contra honra e de um suposto vazamento de documentos usados na investigação. Ele só foi ouvido como vítima desses casos que registrou. Como acusado dos casos de assédio sexual ele ainda não foi ouvido”, comenta o delegado.

Carazinho recebe pré-candidato à presidência Carazinho vai receber na próxima semana um précandidato à presidência República. Flávio Rocha (PRB) é o convidado do Ideias na mesa da Associação Comercial e Industrial de Carazinho (Acic). O evento acontece a partir das 19h da segunda-feira (28) na Ulbra Carazinho. Rocha, que também é CEO da Riachuelo e Midway Financeira, vai palestrar sobre o tema “O Brasil que queremos para 2022”. Rocha dissertará sobre o movimento Brasil 200 anos que promove ideias liberais no país, liderado por ele, possuindo este nome em referência aos dois séculos da independência do país, data comemorada em 2022. foto: Divulgação

Na Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque, tramita uma CPI para investigar uma denúncia de suposto assédio sexual envolvendo o prefeito Armando Roos. No Legislativo, também foi aberta uma comissão processante relativa a essa situação. As acusações vieram à tona no começo de abril, quando um vídeo mostrando um dos supostos casos passou a circular em redes sociais. Somente após quase dois meses do vídeo se tornar público é que o prefeito de Não-Me-Toque decidiu falar sobre o assunto. Nesta semana, Roos, que se disse instruído a não se manifestar até então, convocou a imprensa para uma coletiva em que se pronunciou sobre a CPI e a Comissão Processante que tramitam na Câmara de Vereadores. Acompanhado do vice-prefeito, Pedro Paulo Falcão da Rosa e de seu advogado Luiz Paulo Morais Malaquias, o prefeito falou por quase uma hora, iniciando seu pronunciamento descrevendo avanços durante sua administração. Roos afirmou que em sua vida pública de mais de 20 anos sempre manteve conduta irrefutável e afirmou estar sofrendo perseguição política. “O dia em que uma das denunciantes saiu do meu gabinete, ela foi dispensada naquele dia, por razões que não cabem trazer, cruzou a rua e foi direto para uma reunião com os vereadores de oposição. Minutos depois a imprensa estava na Câmara. Fiquei sabendo olhando a TV. Imagine qualquer pessoa ter sua família jogada ao lixo. Com 23 anos de mandato, de dedicação ao município vi meu nome jogado no lixo. Isto é perseguição eleitoral”, disse o prefeito.

foto: DM/Alessandro Tavares

Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque recebeu denúncia de que o prefeito teria agido de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo, o que gerou o início de uma Comissão Processante. O Legislativo também conduz uma CPI para apurar denúncia de suposto assédio sexual.

Flávio Rocha vai palestrar na Ulbra


EDUCAÇÃO

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Emei Irmão Martin deve inaugurar em agosto Como as obras da Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) Padre Gildo não evoluíram e como as instalações na Rua Goiás, no bairro Oriental, já não comportavam a demanda, no início deste ano a escola foi reinaugurada em espaço onde funcionava o antigo Juvenato, que foi locado pelo Município. No mesmo endereço, a Prefeitura alugou também outra casa, onde pretende ampliar o número de vagas na Educação Infantil. De acordo com Lucas Lopes, secretário municipal de Educação e Cultura, o objetivo é inaugurar em agosto a Emei Irmão Martin, que ficará no mesmo terreno onde atualmente está a Emei Padre Gildo. O secretário revela que aguarda-se a conclusão do concurso público municipal, do qual as provas devem ser aplicadas na segunda quinzena de junho, para que em agosto, com os professores da Educa-

Foto: DM/Rodolfo Sgorla da Silva

Escola terá capacidade para atender aproximadamente 130 crianças

Escola está localizada no bairro Oriental ção Infantil aprovados e contratados, inaugure-se a nova EMEI. Lopes conta que a EMEI Irmão Martin deve ter capacidade para atender entre 120 e 130 crianças. Como as duas EMEI's ficam a menos de 50 metros uma da outra, a intenção

é de que na nova escola sejam atendidas as crianças de berçário na faixa etária entre zero e 3 anos, passando a concentrar na Padre Gildo o atendimento de crianças de 4 a 5 anos. Hoje a Padre Gildo atende crianças a partir de 2 anos.

Conforme já divulgado pelo jornal Diário da Manhã, é intenção da Prefeitura buscar junto ao Ministério da Educação uma forma de retomar a construção da nova sede da

E mais...

La Salle promove o Molequinho bom de bola

Dema envolve alunos em atividade criativa e sustentável Foto: Divulgação

Nesta semana, o Colégio La Salle de Carazinho promoveu o Molequinho bom de bola. O evento chegou à sétima edição e reuniu várias escolas de Carazinho. A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Carlinda de Brito ficou em primeiro lugar. Na segunda colocação ficou a Emef Patronato Santo Antônio e em terceiro o Colégio La Salle. O Molequinho bom de bola é um momento de integração entre as escolas e de incentivo à prática esportiva para alunos nascidos de 2007 a 2009, dos 4° e 5° anos do ensino fundamental.

Planejamento trabalha um novo projeto da Emei Padre Gildo

Emei Padre Gildo, cujas obras não foram concluídas pela empresa responsável. De acordo com a secretária municipal de Planejamento, Urbanismo e Obras Públicas, Vanderlise Girardello, a pasta já trabalha para que aconteça a retomada das obras da Emei Padre Gildo e que um engenheiro está fazendo as alterações no projeto. No entanto, de acordo com a gestora, trata-se de um plano complexo e que deve demandar um tempo maior, pois exige um levantamento detalhado do que é possível se aproveitar do que já está construído. Também é necessário elaborar um novo projeto, pois muda o sistema construtivo, o que exigirá um novo orçamento, memorial e cronograma. Vanderlise acredita que este novo projeto deva demorar ainda entre 60 e 90 dias até ser finalizado, para só então ser encaminhado para o Ministério da Educação para uma nova análise e aprovação do governo federal.

O Departamento Municipal de Meio Ambiente (Dema), ligado à Secretaria de Desenvolvimento, realizou a atividade “Fábrica de Brinquedos do Dema”, com os alunos dos 8º e 9º anos da Escola Municiapl de Educação Fundamental (Emef) Políbio do Vale. A ação teve como objetivo a confecção de brinquedos com materiais reutilizados, desenvolvendo assim uma consciência ambiental nos alunos. Conforme a diretora do Dema, Camila Huning, os brinquedos são confeccionados com carinho e dedicação pelas turmas que estão encerrando seus ciclos na escola, para posteriormente serem entregues como um presente aos alunos das séries iniciais. Antes da realização da atividade, ocorreu uma conversa com os alunos sobre sustentabilidade, consumo consciente e ciclos de vida.

Um espaço de magia e encantamento Evento reuniu escolas de Carazinho

Espaço com temática “Brincar é aprender com alegria… magia e encantamento” foi inaugurado na Brinquedoteca. O local foi apresentado a representantes da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec). Com muita atenção aos detalhes, os ambientes criados refletem um trabalho realizado com amor e compromisso, gerando resultados importantes e desenvolvimento dos pequenos alunos. Além de ser um espaço lúdico voltado às crianças, traz consigo uma mensagem de cultura para a paz, sustentabilidade, educação fiscal e empreendedorismo. “A Brinquedoteca cria um mundo de encantamento e magia para quem quiser apreciar”, afirma a coordenadora do espaço Ivana Machado.


OPINIÃO

6 - Diário da Manhã

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Nadja Hartmann nadja@diariodamanha.com

Indignação

Não poderia ser diferente...A indignação estava entalada na garganta dos brasileiros e bastou alguém soltar o primeiro grito para o efeito cascata iniciar. Mais do que apoiadores, os caminhoneiros a cada dia ganham mais e mais aliados...Ontem, durante carreata, o comércio de Carazinho fechou as portas, agricultores estão colocando máquinas nas estradas em frente às propriedades e o apoio aos caminhoneiros já virou até tema de foto do perfil do Facebook...Destaque também para prefeituras da região, como a de Almirante Tamandaré do Sul, que não se limitou apenas em decretar ponto facultativo – o que em uma sexta-feira é interpretado como feriadão pela maioria dos servidores -, mas fez questão de levar os funcionários até os pontos de mobilização na região para auxiliar na organização...Aliás, era isso que todos as Prefeituras e Câmaras de Vereadores deveriam ter feito...Dois feriadões seguidos só irão servir para provocar ainda mais indignação na população...

Sem reação

Por falar em indignação, o fato da Seara não ser realizada este ano não ter provocado muitas reações na população é a prova que do jeito que estava, o Festival já não causava as mesmas paixões do passado nos carazinhenses...Um dos motivos pode ser mesmo a falta de identificação do público jovem que não viveu os tempos de ouro da Seara...Porém, se este fosse o motivo determinante para o insucesso, a Coxilha, por exemplo, não se manteria com o sucesso de público que vem se mantendo...Portanto, não é apenas um motivo que explica o desapego dos carazinhenses com o Festival que já foi a marca de Carazinho... São muitos motivos, desde o modelo adotado nos últimos anos, as datas, o local, etc, etc...De qualquer forma é uma lástima...

Para quê??

Aliás, diante da falta de eventos na área da cultura promovidos pela Prefeitura, é de se repensar a necessidade de além de ter um departamento de Cultura, também ter um departamento de Eventos e Turismo na administração municipal. Duas estruturas voltadas praticamente para a mesma

área até se justificaria se a Prefeitura possuísse um amplo repertório de eventos...Além disso, qual ação que Carazinho possui no sentido de fomentar o turismo???

De volta...

Sem dúvida, uma forma de fomentar o turismo é atraindo consumidores para a cidade, fomentando também a economia como um todo...E o Executivo não desistiu de tentar atrair grandes investimentos para receber consumidores da região, especialmente nos finais de semana...Após um recuo estratégico no projeto de abertura do comércio aos domingos nas BRs, a pauta vai voltar para a Câmara, assim como a polêmica. O vereador Tenente Costa já protocolou um projeto de mudança na Lei Orgânica, mais especificamente no artigo 109, que determina quais estabelecimentos que podem funcionar em horário livre. De acordo com o projeto, a Lei vai ganhar mais um inciso, o 15º, garantindo o horário livre em qualquer tipo de comércio situado nas BRs...O vereador, que é líder do governo, está otimista quanto a aprova-

ção, que pode inclusive ser quase unânime, a exceção, é claro do vereador Ivomar de Andrade...Só tomara que desta vez os vereadores do PSB não deixem se levar pela ingenuidade...

Conselhos

Uma resposta a um Pedido de Informação de autoria do vereador Ivomar de Andrade, foi revelada uma realidade que chega até ser inusitada em Carazinho: o número de Conselhos... São exatamente 21 Conselhos, sendo que dois não está em funcionamento, entre eles, o de Cultura... Mas tem Conselho para tudo, uma verdadeira sopa de letrinhas...Temos até um CMCC - Conselho Municipal da Cidade de Carazinho -, que até no nome é redundante...É claro que alguns possuem uma atuação importante e são até uma forma de garantir recursos, mas vamos combinar que a maioria deles, se funcionam, ninguém vê...

Campanha

Definitivamente estamos em plena campanha eleitoral, e faltando menos de cinco meses para as eleições, Carazinho está recebendo a atenção de pré-candidatos de chapas

majoritárias, tanto para o Piratini quanto para o Planalto...Ontem, foi a vez do pré-candidato ao Governo pelo PP, Luis Carlos Heinze se reunir com os progressistas de Carazinho, e na próxima segunda-feira quem vai estar em Carazinho é o pré-candidato pelo PRB à presidência, Flávio Rocha, proprietário da Rede Riachuelo...O nome do empresário é um dos cotados para ser vice de Bolsonaro...

Coletiva (?)

E falando em PP, o prefeito de Não-Me-Toque Armando Roos chamou uma coletiva esta semana para anunciar que apesar das acusações de assédio sexual contra uma servidora, ele não irá renunciar...Aproveitou para destacar as ações positivas do governo, dizendo estar sendo vítima de uma perseguição política...Se a coletiva foi uma jogada de marketing para se fortalecer como gestor, fica difícil de compreender, até porque só serviu para trazer à tona um assunto que já estava abafado...A sorte dele é que a coletiva acabou abafada na imprensa por conta da greve dos caminhoneiros...


CIDADE

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Falta de apoio enfraquece a Seara As incertezas que subiram aos palcos da Seara da Canção, principalmente depois de 1991, quando houve a primeira interrupção no festival, criaram desconfiança no público e um clima de lamento nos autores de letras, intérpretes e músicos. Tudo indicava que no retorno em 2010, o festival retomaria o caminho sequencial de suas noites de glória nos palcos. Um tanto desconhecido do público mais jovem, a Seara tende a seguir uma nova modalidade e ser realizada a cada dois anos. O sucesso do evento não passa apenas pelas mãos do poder público. A população precisa abraçar o festival, fato que não aconteceu nas

duas últimas edições. Estruturas montadas e cadeiras vazias. O parque onde o evento tem sido realizado é distante do Centro da cidade. Uma das justificativas pela ausência de público. Em outros festivais promovidos na região, como por exemplo, o Canto Galponeiro em Passo Fundo e o Carijo da Canção de Palmeira das Missões, há público de Carazinho. Admirador de festivais, Vilson Mockfa não vê na distância motivo para a falta de público. “O que falta é uma data definida e observada todos os anos. Não podemos ter o festival um ano em setembro, no outro em novembro e depois em janeiro. Um ca-

Ita Cunha venceu a penúltima edição do festival, realizada em janeiro de 2015

Fotos: Arquivo/DM

Segundo a administração municipal, não há planos para o festival nativista ser realizado neste ano

Seara chegaria à 21ª edição neste ano lendário a exemplo de outros festivais seria muito importante no resgate da Seara”, disse. Não é só o público que lamenta a ausência do festival. “A falta de mais apoio à cultura é um fato que acontece em praticamente em todo o estado do Rio Grande do Sul. Será lamentável se não tivermos a Seara neste ano”, desabafa o cantor Ita Cunha, vencedor da 19ª Seara da Canção. Segundo ele, a responsabilidade de um festival, que enaltece a cultura de um povo, precisa estar dividida entre o poder público e

a comunidade. “As pessoas, quando há interesse público, precisam apoiar os eventos”, completou Cunha. De acordo com o artista, quando acontece a passagem de braçadeira de um prefeito para outro parece que os festivais enfraquecem, quando na realidade deveriam seguir de maneira mais consistente pela sequência do evento. 25 anos de interrupções Para Cunha as interrupções dos festivais criam um vácuo na cultura musical, que não chega às crianças, aos jovens e ao público mais adulto. “São mais de 25 anos que as inter-

rupções acontecem na Seara. Por aí podemos ter uma ideia de quantos artistas e músicos deixaram de subir ao palco mostrando e cantando aquilo que a música nativista tem de melhor. Lamento, pois foram nos palcos da Seara que fui apresentado ao mundo artístico. Tudo que conquistei na música teve início no festival de Carazinho”, comentou o cantor. De acordo com o intérprete, ao menos uma boa notícia ele recebeu esta semana, a confirmação da realização de um festival nativista na cidade de São Gabriel, sua terra natal.

Aline Prestes aline@diariodamanha.com Reunindo representações de mais de 500 Lions Clubes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o maior Conclave Leonístico do Sul do país ocorre em Passo Fundo desde quinta-feira (24), com programação que segue neste fim de semana. A XIX Convenção do Distrito Múltiplo LD traz mais de 500 convencionais à cidade, que representam ao menos 15 mil associados de Lions Clubes. Promovido pelos Lions e Leo Clubes de Passo Fundo e com uma vasta programação pensada para a formação dos participantes, o evento tem entre um dos pontos principais a palestra do CL Nicolás Jara Orellana, destacado integrante do leonismo equatoriano e diretor internacional de Lions, conforme explicou o diretor-geral da XIX Convenção, CL Juarez de Souza Moreira. “O momento com o Nicolás é muito importante, por ser muito qualificado em pro-

mover e instruir da melhor forma ações para buscarmos oferecer o melhor atendimento para as comunidades carentes. Apontando novas opções para fortalecer esse trabalho, dividindo esses conhecimentos, tendo resultados melhores e mais positivos”, fala ele. Nicolás já palestrou na sexta-feira (25) e continua presente na Convenção. Juarez salienta que a Convenção serve como um grande momento para concretizar os sonhos dos participantes, tendo em vista uma sociedade mais justa, menos desigual e avançando nos ideais, pensados em cuidar do próximo. “Neste momento realizamos o planejamento anual de nossas ações, direcionadas também para a manutenção das delegações. Além disso, priorizamos também a formação para os mais novos. Os que já participaram de eventos dessa natureza vêm palestrar e motivar os leões para que façam a doação, pensando sempre no nosso principal móvel que é o servir”.

Foto: Aline Prestes/DM

Conclave Leonístico reúne delegações de Lions do Sul do país em Passo Fundo

Evento reúne delegações de Lions do Sul do país Neste sábado (26), serão eleitos os novos dirigentes do Conselho de Governadores do Distrito Múltiplo LD para o ano leonístico 2018-2019, devendo participar da votação os delegados de dezenas de Lions Clubes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sendo elegíveis os candidatos apresentados na primeira sessão plenária da Convenção. “Após o encerramento do conclave, convencionais e dirigentes leonísticos visitarão o Hospital de Olhos CL Dyógenes A. Martins Pinto que é o principal empreendimento, do Rio Grande do Sul, quem sabe até no Brasil”, pontua. As atividades de sábado estão ocorrendo no Centro de Eventos da Universidade de Passo Fundo.


EDUCAÇÃO

8 - Diário da Manhã

Sábado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018, Carazinho

Com a chegada do frio intenso, não há outro jeito que não andar agasalhado. Pensando nisso, a Lincal Calçados preparou combinações para seus clientes. De acordo com a proprietária, Juliana Ritter Linck, a

loja dispõe de diversas combinações quentinhas para este inverno. “Temos opções em bolsas, calças, botas, blusões, vestidos de inverno, enfim, variedades que cabem em todos os bolsos”, comentou Juliana.

Criatividade na Arteria! Neste domingo (27), a Arteria está promovendo uma oficina de histórias em quadrinhos e a balança crítica, a partir das 16h. A entrada é gratuita e a classificação é livre. Os responsáveis por ministrar a oficina são o professor de literatura Jair Pereira e o mágico e ilusionista Jim Gauto. Segundo uma das criadoras da Arteria, Bruna Anacleto, a ideia da oficina é estimular o pensamento crítico, através das histórias em quadrinhos. “Pensando para além dos personagens conhecidos, buscando ampliar a discussão das HQs transformadas em filmes ou séries de tv”, explicou Bruna, que aproveita para estender o convite a todos que tenham interesse em participar. Os participantes também são livres para levar seus quadrinhos

favoritos, vestir alguma peça sobre seus personagens preferidos e socializar a sua impressão desse universo tão amplo e pouco explorado.

Oportunidade Pensando também no dia dos namorados, a Lincal está com uma promoção. Todas as compras feitas até o dia 11/06 dão direito aos clientes que quiserem preencher o cupom a concorrer a um book foto-

Não descuide de sua saúde no inverno Com a chegada das temperaturas mais baixas, chega também a época dos vinhos, massas, fondues, chocolate quente… Porém não podemos esquecer do mais importante: nossa saúde Nessa estação, com a queda da temperatura o organismo trabalha mais para equilibrar a temperatura corporal, que é de 36,7°C, podendo variar de 36,1°C a 37,5°C. Isso faz com que o metabolismo basal, que é a quantidade mínima de energia necessária para manter as funções vitais do corpo em repouso acelere, com isso ocorre uma maior queima de calorias e a fome tende a aumentar. Patricia Del Sávio Flores, especialista em nutrição clínica e funcional, que hoje atende no Centro de Especialidades Médicas (CEM), conta que muitos de seus pacientes reclamam dos quilinhos extras que são adquiridos no período, e

dá dicas de como driblar as tentações. “Os alimentos quentes se tornam nossos aliados quando ingeridos com moderação. Na questão das massas é preferível as opções integrais, evitando temperos prontos, que têm uma grande quantidade de sódio e gordura, componentes que aceleram o aumento de peso e podem até agravar doenças cardiovasculares. Além de possuírem vitaminas do complexo B, que é muito importante para o funcionamento correto das células, alimentos integrais são absorvidos de forma mais lenta, fazendo com que a nossa fome demore mais tempo para aparecer do que

as opções refinadas. Os chás se tornam nossos parceiros: verde, canela e gengibre, são termogênicos e auxiliam na aceleração do metabolismo”, conta a nutricionista. A especialista também frisa a importância de que sejam ingeridos ao mínimo dois litros de água diariamente, não apenas no inverno como durante o ano inteiro. Mesmo que a sensação de sede diminua, a importância do líquido para o organismo continua a mesma, sendo ele o encarregado de ajudar na digestão e evitar problemas renais, doenças de pele e desidratação.

gráfico com seu amor. “Qualquer compra, de qualquer valor, já pode estar concorrendo. Junto com o book, vem também a produção, então, é completinho”, explicou Juliana.


Sábado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018, Carazinho

A febre das pantufas personalizadas O frio está chegando, o dia dos namorados também e as lojas Brink-Lândia e ABC não te deixam errar no presente. Pensando no conforto de seus clientes, a rede de

lojas investiu em uma linha extensa de pantufas para esquentar este inverno, também servindo como presente para o seu amor neste dia dos namorados. Confira a linha de pantufas e chinelos que as lojas dispõe:

Ela faz a

diferença

Catiane Grespan “Ainda estou descobrindo como é ser uma mulher empresária em nossa cidade. Como sou nova no ramo, desafios sempre vão existir, mas com dedicação e amor pelo trabalho acredito que conseguimos atravessar cada um deles! Sair da zona de conforto nem sempre é tão ruim, é uma mistura de sentimentos e incertezas, mas também com muita recompensa de ser dona do próprio negócio. A Amô surgiu através de uma necessidade de satisfazer quem busca pelo diferente e novo, e a resposta dos carazinhenses está sendo muito positiva, o que nos dá a certeza que estamos indo pelo caminho certo. Cada elogio e palavra positiva recebida de nossos clientes é um incentivo para continuarmos na bus-

ERRATA

ca de novidades! E espero que continuemos com essa prosperidade nos negócios para agradar e cada vez alcançar mais amigos e clientes para a nossa loja!” - Catiane Grespan, sócia-proprietária da Loja Amô - Decoração e Presentes, sobre ser uma nova empresária na cidade e investir em seu próprio negócio.

Na semana passada, a mulher destaque desta sessão foi Diandra Lippert, que na verdade é sócia-proprietária da loja Geral, e não da Planalto, como havíamos divulgado.

EDUCAÇÃO

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RODA VIVA Arlete Rohde

“O artesanato deve refletir o potencial da cidade” palavras da artista plástica Ilse Ana Piva Paim em sua palestra na manhã de l8 que passou, na Casa do Artesão. Promovida pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social, tendo à frente sua Diretora Cleonice Magalhães, incansável em bem receber, colocando todos à vontade. Acompanhados pelas melodias executadas pelo Grupo Musical da Fuccar, percorremos interessados os diversos setores de artesanato expostos no local. Abrindo a programação, Cleonice falou de sua proposta em tornar a Casa do Artesão – a melhor do Rio Grande do Sul- mais conhecida das pessoas ligadas à cultura em Carazinho. “ A casa está aberta e todos estão convidados a conhecê-la melhor.” Ilse Ana disse que veio falar sobre Carazinho “que ama de todo o coração”. Aconselhou a usar o recurso histórico e o visual da cidade dentro do artesanato. Chamar a atenção sobre Carazinho pela arte, pelo artesanato e pela riqueza do município. Puxar a nossa origem e colocar em nosso trabalho. Conheça sua cidade que você se apaixona conclamou ela, afirmando também, que patrimônio é gente. “Temos que deixar para as próximas gerações a história”. O artesanato surgiu na pré-história e foi crescendo e se aperfeiçoando pelas mãos de milhares de artesãos, com sua criatividade até os dias de hoje. Carazinho teve seu desenvolvimento no passado, graças à madeira. Hoje nossa riqueza está na produção da soja, do trigo e do milho, lembrou a artista plástica. Tentar instaurar o artesanato local, porque “ele deve refletir o potencial da cidade” frisou. A palha do milho pode produzir lindas peças de artesanato. Os aplausos foram unânimes à palestrante e, em seu agradecimento Cleonice prometeu implantar a palha no artesanato local. – Eu mesma sei trabalhar a palha, comentou. Agradecendo a presença de cada um, convidou a todos para participar do café da manhã, servido com carinho pelas integrantes da Casa, sob a liderança da Coordenadora Berenice. Num rápido giro pelas dependências, vi peças belíssimas em diversos materiais, comprovando ser a entidade carazinhense a melhor do Estado. O Cuidado pela Terra “Ensinar as

crianças, hoje, a proteger a natureza é a garantia de termos mais adultos conscientes amanhã.” O nosso planeta já existia antes de nós. Todos sabemos que a Terra nos foi dada, com a missão de cultivar, guardar e nela produzir alimentos para a nossa sobrevivência e a de nossos filhos. “Nós mesmos somos terra” (Gn 2,7) que constatação positiva. Assim, o cuidado pela Terra, deve estar no centro de nossas responsabilidades. São Francisco louva a nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta, governa e produz bons frutos , com flores coloridas e legumes variados. Já o cuidado pelo mundo passa pelo amor a todas as criaturas e pela humanidade, principalmente pelos mais frágeis. O Papa revela: “ o cuidado autêntico da nossa própria vida e das relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade aos outros”. Em especial das crianças. É importante compartilhar este amor e preocupação pela terra com os pequeninos, assim que eles se iniciem nos primeiros anos na família e na escola. (Adaptação do texto de frei Rodrigo Péret, OFM.)

Noticiando

É hoje a 21a edição do Café Colonial do Recanto São Vicente, com muitas atrações: Inauguração do Salão de Festas e comemoração dos 400 Anos da Instituição. Haverá desfile musical com apresentações de César e Zéu, Tip e Saulo, e do Cesta Básica. Imperdível. Na novena do Espírito Santo aconteceu na sexta feira à noite, o sorteio do novo Imperador. Fato inédito, o primeiro nome retirado da caixa, já confirmou como Imperador José Antônio Possetti, que com sua esposa Edna estarão recebendo em seu apartamento de número 1101 no Edifício Agenello Senger, durante este ano, os devotos do Divino para orações especiais, nas quartas feiras, com horário a combinar.


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VARIEDADES

Sรกbado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018, Carazinho


SEGURANÇA

Sábado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018, Carazinho OFÍCIO DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS Rua Venâncio Aires, 279 - Carazinho/RS - Fone: (54) 3329-5588 Sílvia Regina de Assumpção Carbonari, Oficial de Registro, faz saber que pretendem casar-se: RODRIGO ANDRADE DE MATTOS e ELISE DOS SANTOS OLIVEIRA.

Quem souber de algum impedimento, acuse- na forma da lei. Carazinho, 26 de maio de 2018.

Rayra Mendes Oficial Escrevente Autorizada

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Cuidado e prevenção com incêndios no inverno Ao utilizar aquecedores elétricos, lareiras e fogões a lenha, é necessário ter em mente o cuidado necessário para que não aconteçam sinistros provocados por estes objetos fotos: DM/Samir Oliveira

Isabella Westphalen isabella@diariodamanha.com

A impressão de que se vê mais incêndios em residências no período do inverno é real, pelo menos em Carazinho. De acordo com o Sargento e Comandante do 1º Pelotão de Bombeiros Militar de Carazinho, Zineu Muhl, o número de ocorrências aumenta no mínimo 20% no inverno, principalmente pela falta de cuidado e atenção. Mesmo que o inverno só chegue no mês que vem, o frio já é intenso, aumentando a adesão de lareiras, fogões a lenha, aquecedores elétricos, entre outros itens do gênero nas residências. Segundo Muhl, é fundamental que a população invista em prevenção neste período. “É bom evitar equipamentos como aquecedores elétricos sem antes fazer uma revisão porque um curto-circuito pode causar incêndio”, afirmou o sargento. Ele também pontua que é importante a presença de técnicos que entendam de materiais elétricos para realizar algum conserto. Do contrário, o risco de gerar problemas é maior. “É fundamental que os adultos fiquem atentos enquanto os aparelhos estiverem funcionando porque muitas vezes podem cair ou encostar em materiais combustíveis”, advertiu o sargento. Atenção é a chave para a prevenção Segundo Muhl, os dados comprovam que os acidentes

No início desta semana, uma residência em Carazinho sofreu com um incêndio de pequenas proporções, provocado por um curto-circuito em uma das tomadas da casa, queimando parte da parede e forro do imóvel deste tipo acontecem mais nesta época do ano, e um cuidado importante que se deve ter é com as crianças que se tem em casa. “As crianças devem ser mantidas a uma distância segura deste aquecedor, lareira, fogão, enfim, porque pode haver a possibilidade de queimaduras e outros transtornos”, salientou. A circulação de ar no ambiente também é um fator importante, afinal, os aquecedores acabam “queimando” o oxigênio do ambiente, podendo levar a morte pelo fenômeno de hipóxia, que é a falta de oxigênio no corpo. “Esses aparelhos todos de aquecimento devem ser instalados estritamente de acordo com o manual de instruções”, comentou Muhl. Outra orientação que o sargento ressalta é para as pessoas que costumam colocar o aquecedor elétrico no

OBITUÁRIO Marcio Pereira Rocha Giane Cristine Arendt Paulo Helio Baumgratz Imponina de Souza Costa Miro Carlos Zambiasi Maria Zilda de Souza Argeu Almeida e Silva Fredolino Manoel de Moraes Vidalmina Garcia Felizzetti Erica Olívia Hahn Mário da Silva Vilma Gema Danieli Paludo Nilda Marcondes de Oliveira

35 anos 52 anos 65 anos 91 anos 69 anos 89 anos 79 anos 81 anos 86 anos 78 anos 69 anos 76 anos 71 anos

22 de maio 22 de maio 20 de maio 18 de maio 17 de maio 16 de maio 25 de maio 24 de maio 22 de maio 22 de maio 21 de maio 18 de maio 16 de maio

O Corpo de Bombeiros conseguiu agir com rapidez, contendo maiores danos. Ninguém se feriu

banheiro, na hora do banho, afirmando que a umidade pode danificar o aparelho, além da possibilidade de causar um acidente. “O ideal é ligar antes de entrar no banho, aquecer o ambiente e depois retirar o aparelho”, avaliou Muhl. Lareiras e fogões a lenha As lareiras e os fogões a lenha são excelentes para esquentar os ambientes no inverno, porém, também podem se tornar vilões se não forem bem manuseados. De acordo com o sargento, é necessário evitar que hajam sobras de lenha para fora do fogão ou lareira, para que não caiam no chão e iniciem um incêndio. “A orientação é que as pessoas não saiam de casa com a lenha queimando, sempre se certifiquem que o fogo está totalmente apagado antes de sair”, salientou o sargento, que complementa que muitos incêndios começam desta forma, tomando grandes proporções. Em relação ao choque térmico que se pode ter ao sair de um ambiente quente para um frio, Muhl salienta que as pessoas devem esperar alguns minutos antes de mudar de local com diferentes temperaturas para que o corpo não sofra um choque. “Tendo atenção e cuidados preventivos, é só aproveitar o inverno ficando bem aquecido e agasalhado”, disse o sargento.


12 - Diário da Manhã DIÁRIO PASSO FUNDO redacao@diariodamanha.net - (54) 3316.4800 DIÁRIO CARAZINHO redacao.carazinho@diariodamanha.net - 54.3329.9666 DIÁRIO FM 98.7 MHz diariofm@diariodamanha.net - 54.3311.1309 DIÁRIO AM - 570 KHz diarioam570@diariodamanha.net - 54.3311.7756 DIÁRIO AM CARAZINHO - 780KHz diarioam780@diariodamanha.net - 54.3331.2422

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DM Sábado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018

PREVISÃO PARA HOJE CARAZINHO

Sábado e Domingo, 26.05 e 27.05.2018, Carazinho PASSO FUNDO

10ºC 22ºC

10ºC 22ºC Mínima

PORTO ALEGRE

06ºC Mínima

Mínima

Máxima

Máxima

LUAS

22ºC

Minguante 07-05

Nova 15-05

Máxima

Crescente 22-05

Cheia 29-05

Rodrigo Moledo

Dia desses aqui nessa coluna eu elogiei o desempenho de Marcelo Grohe, injustamente esquecido por Tite na lista de convocados. Eu citei que o goleiro fazia parte da espinha dorsal do modelo tático vencedor implantado por Renato, junto com Geromel, Arthur e Luan. Neste ano, Everton ganhou sequência no time titular, deu uma boa resposta e é uma parte importante na engrenagem do time. Porém, destes cinco nomes, três estiveram fora de combate e a equipe sentiu as perdas. Geromel convocado e Arthur e Everton lesionados são nomes para os quais não há substitutos à altura, mesmo numa equipe com um bom plantel, como é o caso do Grêmio. Essa é a razão para a queda de desempenho do time. Arrisco dizer que no contexto do futebol brasileiro não há uma equipe que consiga manter o mesmo padrão de desempenho perdendo três titulares importantes. Ou seja, não me assusta o rendimento abaixo da média do time e os empates pelo Brasileirão. As razões para pânico perdem ainda mais força ao olhar a tabela da Copa Libertadores, na qual o Tricolor ficou com a segunda melhor campanha entre os 16 classificados para as oitavas de final, o que lhe garante a chance de fazer todos os jogos da volta em casa, com exceção de um eventual confronto com o Palmeiras. O adversário nas oitavas da competição continental será conhecido em sorteio no começo do próximo mês. Grandes são as chances de que novamente um argentino surja no caminho gremista. Dos oito times que podem ser sorteados, cinco são hermanos.Boca Juniors, Independiente, Estudiantes, Atlético Tucumán e Racing (um dos melhores times da Libertadores deste ano) podem ser os adversários. Os confrontos acontecerão somente após a Copa do Mundo. Até lá, a engrenagem gremista terá tempo para se ajustar e provavelmente voltará a funcionar com as suas melhores peças.

Quando surgiu como alternativa para a zaga colorada, lá por 2012, Rodrigo Moledo já chamava a atenção pelo porte físico. Era, na época, mais avantajado que seus pares no miolo da defesa e fazia uma boa dupla com o experiente Juan. Tinha, ainda na época, nomes históricos como Índio e Bolívar. Na condição de mais jovem e promissor, acabou sendo negociado em um período onde o Internacional era profícuo na revelação de talentos. Da mesma fase era o volante Fred, agora da Seleção Brasileira. Pois bem, Moledo saiu e a zaga do Inter mudou completamente. Nestes anos em que ficou sobretudo na Grécia, Moledo geralmente era apontado como reforço colorado, na maioria das janelas de transferência. Ao mesmo tempo, a torcida ia à loucura (no sentido desesperador da palavra) e tinha pesadelos ao ver jogadores como Alan Costa, Ernando, Paulão, Léo Ortiz e outros menos cotados envergarem a camisa vermelha e branca. Tanto eram zagueiros inconsistentes que “qualquer um” fazia seus gols naquelas defesas. O panorama, sejamos francos, começou a mudar ano passado, quando Cuesta chegou. O zagueiro argentino é canhoto e por aí houve um novo posicionamento lá atrás, primeiro com Klaus e depois com Moledo. Quando da sua volta, Rodrigo Moledo causou desconfiança e teve atuações abaixo da crítica. Alguns apressados trataram de criticar a sua volta, questionando inclusive o valor de R$ 1 milhão pago ao futebol grego. Mas nada como o tempo: ganhando sequência de jogos, Moledo hoje aparece como o melhor zagueiro do Beira-Rio, superando até mesmo Cuesta. Mostra-se como uma boa contratação da temporada, quem sabe possa ser até a melhor, em breve. Em tempo: está na zaga menos vazada do Brasileirão 2018 até agora, acreditem ou não. Lamento, apenas, que a dupla Moledo e Cuesta não possa estar em campo domingo (se tiver rodada, que fique registrado), quando o Inter recebe o Corinthians no Beira-Rio. Cuesta está suspenso e aí está um problema para Odair: deslocar Moledo para a esquerda, ingressando Klaus na direita? Colorar Klaus na esquerda? Danilo Silva? Enfim, mistério.

KLEITON

Falta um pedaço

VASCONCELLOS

SGORLA DA SILVA

RODOLFO

O tricolor e o colorado

Campeonato de Bocha chega à final O Campeonato Municipal de Bocha de Carazinho está em sua reta final. A competição acontece

nas modalidades equipes, simples, duplas e trios e é promovida pela Liga Carazinho de Bocha.

Quatro equipes classificaram-se para a semifinal. Arsenal e Medianeira Laranjal superaram, res-

pectivamente, Acorep A e CTG Alfredo D’Amore. Conforme a organização da competição, Arse-

nal e Medianeira Laranjal fazem a final do campeonato nesta segunda-feira (28).


Conexão

Sábado e domingo, 26 e 27.05.2018 - www.diariodamanha.com

Foto Caetano Barreto / DM

“O que fazemos aqui é para um Brasil melhor”

PASSO FUNDO - CARAZINHO

A fala de um profissional do transporte ouvido pelo Diário indica a proposta defendida nas manifestações junto às rodovias. Categoria ressalta as dificuldades da carreira e para manutenção do caminhão na estrada, reforçadas pelo preço alto dos combustíveis Caetano Barreto caetano@diariodamanha.com

Os caminhoneiros chegaram ao quinto dia paralisados nas margens das rodovias estaduais e federais de todo país na sexta-feira (25), recebendo o apoio de representantes de vários outros setores. Embora o governo tenha feito tratativas para diminuir o preço do óleo diesel e amenizar os ânimos dos grevistas, os manifestantes

ainda consideram sua situação desfavorável e existe a possibilidade de que continuem parados até a próxima semana, prazo dado pelo Planalto para publicar novas resoluções no Diário Oficial da União. Na noite da última quinta-feira (24), o presidente Michel Temer, membros do Executivo e representantes de caminhoneiros teriam fechado um acordo para a suspensão da greve por 15 dias,

segundo divulgou a Empresa Pública de Comunicação. Em troca, a Petrobras teria garantido a redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias enquanto o governo costura formas de reduzir os preços. A Petrobras também alegou que manteria o compromisso de custear esse desconto, estimado em R$ 350 milhões, nos primeiros 15 dias. Os próximos 15 dias seriam patrocinados pela União. Mas os caminho-

Acordo com governo não foi o suficiente para conter manifestações

neiros que estão paralisados afirmam que não se sentiram representados nesse encontro, e que nada de concreto foi repassado a eles. “Esse acordo até agora não existe, nós não sabemos de nada, passamos a noite inteira aqui acordados e ninguém nos informou nada. A gente desconhece esses representantes aí”, desabafa Luiz Carlos Ceolin, um dos motoristas

que estava em uma das manifestações nas rodovias. São três concentrações de caminhoneiros em Passo Fundo, uma na ERS 324 e duas na BR 285. Segundo os manifestantes, os caminhões com cargas perecíveis estão sendo liberados. Além de profissionais do transporte de cargas, representantes comerciais também aderem às paralisações, como César Sandri, Segue pg 2


REGIÃO proprietário de uma revendedora de caminhões e uma fábrica Sábado e domingo, 26 e 27.05.2018 de carrocerias. Sandri Passo Fundo indica que seu setor Carazinho também passa por embaraços: “A nossa dificuldade vem do caminhoneiro, de empresa ou autônomo, que sofre para pagar as contas. O que nos mata é o imposto. É muito imposto e a gen-

te não sabe onde vai esse dinheiro, as estradas continuam horríveis”. Na tarde de sexta-feira (25), o presidente Temer anunciou em um pronunciamento que autorizou o uso das forças armadas para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não fossem liberadas pelo movimento. Em seu pronunciamento, Temer disse que uma “minoria radical” está impedin-

DIÁRIO DA MANHÃ

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do que muitos caminhoneiros cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias. Temer enfatizou que o governo atendeu às principais demandas da categoria. “O acordo está assinado e cumpri-lo é naturalmente a melhor alternativa. O governo espera e confia que cada caminhoneiro cumpra seu papel”. Para Ceolin, a categoria está sendo diminuída desde que começou a

Horas a mais na estrada, dinheiro a menos no bolso Adalto Lubian é casado e tem um filho de 16 anos, mas vê a família só nos fins de semana, já que passa boa parte do seu tempo na estrada. “Saio na segunda-feira cedinho, 6 horas da manhã, e só volto no sábado. Eu rodo das 6h às 11h da noite. Até faço um intervalo, não é direto, mas é que se não andar a gente não ganha, e já ganha pouco mesmo”. Ele é caminhoneiro há 23 anos, começou trabalhando em uma empresa e há uma década comprou seu caminhão e passou a ser autônomo. “Eu mais lido com grão mesmo, é o que sai da roça e vai pra mesa da família”, afirma. Lubian tem um caminhão com 26 anos de fabricação. “É o meu primeiro, e acho que vai ser o último”. Em números, a potência do motor impressiona, com mais de 330 cavalos, algo somente visto em automóveis importados esportivos com mais de 2 mil cilindradas. “Ele vai. Vai do jeito dele, não acompanha os novos, mas chega lá também. E nunca me deixou na mão”, brinca Lubian, ao se referir à força do Mercedes-Benz 1935, que comprou usado. O caminhoneiro viaja sozinho e em silêncio, já que o rádio estragou há muito tempo. Mas isso não chega a ser problema: “Eu não ligo, prefiro assim, sigo guiando ouvindo só meus pensamentos”. Todo caminhoneiro faz as contas do que ganha e do que gasta, mas Adalto relata que mesmo as-

sim não há como evitar prejuízos não planejados. “A gente diz entre nós que a calculadora mente, porque nos cálculos sempre sobra algum dinheiro, mas na prática eu volto pra casa com muito pouco. Tem colega que faz cálculo de perda de carga, de gasto de pneus, e mesmo assim não dá certo, então eu nem me aprofundo muito nisso”, explica. E o preço do diesel é o que pesa mais nessa conta, já que o consumo é alto e constante. “Um caminhão novo, que não é o caso do meu, faz dois quilômetros e alguma coisa por litro. O meu faz um e meio”. E mesmo com um tanque com capacidade de 600 litros, Lubian alega que é impossível manter a autonomia na estrada. “Há um tempo atrás até dava para se manter, mas de uma semana ou duas pra cá, quando eu estava fazendo Curitiba, o meu ganho diminuiu R$ 300 por viagem. Fazendo uma viagem por semana, dá uns R$ 1.200, um dinheiro que eu deixo de ganhar”. Dinheiro esse que faz falta, que faz cancelar planos, como no caso de Adalto, que praticamente já desistiu de tentar adquirir um caminhão novo. “Qualquer caminhoneiro quer evoluir, não quer ficar parado no tempo. Mas eu tenho um caminhão velho, ano 1993, e não vejo perspectiva de comprar um caminhão melhor e conseguir pagar”. Assim como os manifestantes que pararam

mobilização. “Do jeito que estão nos mostrando, tão denegrindo a nossa imagem. A crise tá formada não é de hoje, e tão falando só do leite desperdiçado, dos caminhões parados com produto perecível, as ninguém vem aqui ver de perto o problema”. Sandri alega que a reivindicação é muito maior do que parece: “O que fazemos aqui é para um Brasil melhor. Nós somos brasileiros e merecemos”.

Foto Caetano Barreto / DM

Adalto Lubian

Na estrada há mais de duas décadas, Lubian ainda não conseguiu trocar seu caminhão as rodovias, Lubian se revolta quando lembra que quase metade do preço que paga nos combustíveis é imposto. “A gente se sente humilhado, pisoteado, porque tu vê que as coisas eram para nós, ninguém passa, e ninguém faz nada. Se você paga um imposto e ele vai para saúde, ótimo. Mas agora tu pagar algo, para passar na mão de um, e não chegar a quem precisa, é revoltante”. Lubian tem orgulho de sua profissão, mas acredita que as condições de sua categoria precisam melhorar. “É uma coisa que eu gosto de fazer, a minha vida inteira eu fui motorista de cami-

Combustível por direitos Isadora Stentzler isadora@diariodamanha.com

Do alto do caminhão em que transporta combustível, Odacir da Silva Dias, de 43 anos, observava a aglomeração dos colegas grevistas no trevo do avião, junto a BR 285, em Carazinho. Ele abriu a porta da cabine vermelha, desceu e se escorou nos degraus. Está desde a segunda-

feira ali, quando foi barrado pelos organizadores enquanto seguia de Ijuí, onde mora, para Porto Alegre. A intenção era buscar combustível na capital gaúcha, mas optou por apoiar a paralisação, de antemão anunciada, e posicionou sua carreta no acostamento atrás de um transporte de madeira. “Já haviam avisado”, conta, deixando a porta aberta para

www.diariodamanha.com Presidente

Vice-Presidente

Janesca Maria Martins Pinto

Ilânia Pretto Martins Pinto

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Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800

lhe fazer sombra na tarde de sexta-feira (25), enquanto contava a sina. “Antes de sair de Ijuí falei com meu patrão: ‘Olha, podem me parar’. E ele entrou de acordo. Também apoia. E seguimos aqui.” Caminhoneiro há 16 anos, pai de dois filhos de 19 anos cada e casado com uma mulher da qual carrega duas pequenas fotografias na carteira, diz que o pouco mais de R$ 2 mil que recebe mensalmente junto de benefícios não condizem com os riscos da estrada. Há dois anos, quando ainda trabalhava com transporte de grãos e percorria o Sudeste brasileiro em viagens que duravam dias, cita pelo menos duas vezes em que temeu a morte. Em uma delas, Dias estava no Rio de Janeiro, quando foi cercado por assaltantes. “Mas de uma forma que não sei como”, narra, “apareceu a polícia e fui protegido”. Da segunda vez, o caminhoneiro estava em São Paulo e assaltantes, da mesma forma que no Rio de Janeiro, vieram na lateral do caminhão. Segundo Dias, a alternativa foi jogar o veículo para a pista, o que fez os pneus estourarem, mas desviar a atenção dos la-

“A gente se sente humilhado, pisoteado, porque tu vê que as coisas eram para nós, ninguém passa, e ninguém faz nada. Se você paga um imposto e ele vai para saúde, ótimo. Mas agora tu pagar algo, para passar na mão de um, e não chegar a quem precisa, é revoltante”,

nhão, e tirando a parte financeira, eu me sindo bem. Eu fico contente em poder contribuir para alguma coisa, mas daí se chega em um ponto que a gente faz a viagem, começa a andar, e o dinheirinho que tu pegou começa a ficar todo pelo caminho. Aí chega no fim, planeja uma coisa para comprar, mas não tem mais dinheiro porque gastou na viagem, na manutenção do caminhão”. FOTO: DM/Isadora Stentzler

Odacir da Silva Dias é caminhoneiro há 16 anos e com uma foto da esposa na carteira, é incisivo sobre a paralisação: “Ninguém me tira daqui” drões. “Quando vi que o ramo estava perigoso, o deixei e passei a transportar combustível. Hoje [25] meu tanque está vazio porque estou aqui, e não terei prejuízo em relação a meu salário, já que tenho apoio do patrão. Por isso não vou sair daqui”, diz, com orgulho sobre a profissão que segue e que garante ajudar a família. No trevo, no desconforto de estar parado dormindo no caminhão, Dias tem se alimentado em um restaurante e tomado banho em um ponto vizinho – onde antes era cobrado R$ 10 e agora se

tornou gratuito. Vez ou outra consegue manter contato com a família e, desinformado, não sabia da debandada de Michel Temer (MDB) que pedia intervenção das forças armadas. “Mas ninguém me tira daqui! Se eles chegarem, a gente senta, não vai brigar. Mas ninguém leva meu caminhão. Podem até entrar, mas minha chave ninguém tira de mim!” O combustível que carrega ultrapassa o que preenche as bombas: é a vontade de ter o trabalho assegurado junto de um Brasil que, fala, precisa ser melhor.


Sรกbado e domingo, 26 e 27.05.2018 Passo Fundo Carazinho

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Sábado e domingo, 26 e 27.05.2018 Passo Fundo Carazinho

Inter recebe o Corinthians Dono da melhor defesa do Brasileirão, Colorado tem desfalques para o jogo deste domingo, que inicia às 16h no Beira-Rio Foto Ricardo Duarte/ Divulgação

Klaus é cotado para substituir Cuesta na zaga colorada, a menos vazada do Brasileirão revelar os 11 iniciais de domingo. A tendência é que Klaus apareça na zaga. Já no meio-campo, Hellmann pode optar por manter o trio ofensivo Pottker/ Damião/ Lucca ou colocar o meia Juan Alano.

Grêmio jogará em Fortaleza Tricolor volta a campo às 19h de domingo, pelo Brasileirão. Poupado, Luan é desfalque confirmado Classificado com a segunda melhor campanha da fase de grupo da Libertadores, o Grêmio volta agora as suas atenções para o Campeonato Brasileiro. Somando 9 pontos e aparecendo na 8ª colocação, o Tricolor vai até Fortaleza encarar o vice-lanterna Ceará, no Estádio Castelão. Os jogadores do Grêmio se reapresentaram na manhã fria de sexta-feira (25), no CT Presidente Luiz Carvalho, para o treino final antes da viagem a Fortaleza. Em campo, como de praxe, inicialmente os atletas realiza-

Agora é a vez dele no perfil dos convocados por Tite para a Copa do Mundo: Geromito. Na verdade, ter o nome na lista era uma incerteza para Pedro Tonon Geromel, pouco chamado para a Seleção Brasileira. Mas não para boa parte da torcida e crítica: Geromel vem obtendo destaque há pelo menos três temporadas, sempre com a camisa do Grêmio. Contudo, a carreira do paulista de São Paulo começou há muito tempo. Nascido em 21 de setembro de 1985, Geromel começou na base da Portuguesa e do Palmeiras, além do pequeno Chaves, de Portugal. Na Europa já aos 19 anos, Geromel Geromel fez três temporadas no Vitória de Guimrães (Portugal), outras quatro no Colônia (Alemanha) e uma no Mallorca (Espanha). Embora tivesse qualidade, ficava longe da disputa pelos títulos devido ao tamanhos dos clubes. Então surgiu o Grêmio. O zagueiro de 1,90m chegou sob desconfiança em 2016. Mas logo ajeitou a defesa e passou a empilhar títulos: Copa do Brasil em 2016, Libertadores em 2017, Recopa e Gauchão em 2018. Já foi eleito três vezes o melhor zagueiro do Brasileirão. Pela Seleção, tem apenas duas convocações: uma em 2016 e outra em 2018. Foto Divulgação

Com apenas dois gols sofridos em seis jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro, o Internacional tem um difícil desafio neste domingo (27). O Colorado recebe, a partir das 16h, o poderoso Corinthians no Estádio Beira-Rio. E o técnico Odair Hellmann tem problemas para montar o time. Destaque do Inter no início de Brasileirão, a defesa estará desfalcada para receber os paulistas. É que o zagueiro Victor Cuesta recebeu o 3º cartão amarelo na vitória sobre a Chapecoense e fica fora do jogo de domingo. Outro que não vai a campo é o meia D’Alessandro, suspenso por três partidas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Com 8 pontos e na 10ª colocação, o técnico Odair Hellmann optou pela privacidade. Assim, comandou treinos com portões fechados no Beira-Rio, com a clara intenção de não

Perfil dos convocados

ram uma atividade física, trabalhando em circuito e com bola. Após, foram divididos em duas equipes para um trabalho técnico, de troca de passes e movimentação, em campo reduzido. O atacante Everton, assim como já havia ocorrido na quinta-feira (24), participou

das atividades normalmente. Em contrapartida, Luan será preservado e está fora do jogo contra o Ceará por conta de dores musculares. O lateral Marcelo Oliveira sofreu uma lesão no reto femoral da coxa esquerda e voltará às atividades somente após a Copa do Mundo.

Brasileirão - 7ª rodada Sábado: Fluminense x Chapecoense (16h), Palmeiras x Sport (19h) e Atlético-MG x Flamengo (21h). Domingo: Paraná x Atlético-PR (11h), Bahia x Vasco (16h), Inter x Corinthians (16h), Botafogo x Vitória (16h), Santos x Cruzeiro (16h), Ceará x Grêmio (19h) e América-MG x São Paulo (19h).

Seleção faz treino físico

A sexta-feira (25) foi de treino físico para os jogadores da Seleção Brasileira que estão na Granja Comary. As atividades foram realizadas no novo Centro de Excelência da CBF, inaugurado há pouco. A delegação brasileira fica concentrada em Teresópolis até a segunda-feira (28), quando vai para Londres. Na Inglaterra, receberá os três jogadores que ainda não se apresentaram: Firmino, Marcelo e Casemiro, que disputam neste sábado (26) a final da Champions League.

Listas de convocações Arábia Saudita

Dirigida pelo técnico argentino naturalizado espanhol Juan Antonio Pizzi, a Arábia Saudita tem uma lista de 28 jogadores convocados para a Copa do Mundo. Porém, cinco atletas deverão ser cortados até o dia 4 de junho, quando as seleções enviarão a relação final para a Fifa. Convocados Goleiros: Assaf Al-Qarny, Mohammed Al-Owais, Yasser Al-Musailem, Abdullah Al -Mayuf; Defensores: Mansoor Al-Harbi, Yasser Al-Shahrani, Mohammed Al-Breik, Saeed AlMowalad, Motaz Hawsawi, Osama Hawsawi, Omar Hawsawi, Mohammed Jahfali, Ali Al-Bulaihi; Meio-campistas: Abdullah Al-Khaibari, Abdulmalek Al-Khaibri, Abdullah Otayf, Taiseer Al-Jassim, Houssain Al-Mogahwi, Salman Al-Faraj, Nawaf Al-Abed, Mohamed Kanno, Hattan Bahebri, Mohammed Al-Kwikbi, Salem Al-Dawsari, Yehya Al-Shehri; Atacantes: Fahad Al-Muwallad, Mohammad Al-Sahlawi, Muhannad Assiri.


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Depressão pós-parto

Demandas exageradas e culpabilização constante “Eu tinha medo de machucar o bebê”. O desabafo de uma mãe que teve depressão pós-parto na segunda gestação ilustra um pouco do cenário experenciado por quem sofre com os sintomas da doença. A incapacidade de criação de vínculos com o bebê e o sentimento intenso de tristeza são alguns indicativos de que é o momento de procurar ajuda. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a mãe não tem pelo que se culpar: a ausência de uma rede de apoio de qualidade e a insuficiência de nutrição emocional são gatilhos que podem desencadear a doença em qualquer mulher. Páginas 04 e 05

Foto: Isadora Stentzler /DM

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Carta da editora Olá, leitor! Infelizmente, ainda (sobre) vivemos em uma sociedade na qual há uma cultura enraizada de culpabilização da vítima, especialmente se a vítima em questão for uma mulher. A insistência em, de alguma forma, encontrar indícios que coloquem a responsabilidade nela chega a ser surreal. Confirmei minha percepção ao desenvolver, em parceria com a colega Isadora Stentzler, a matéria principal que ilustra o caderno deste final de semana. No mês das mães, tentamos desvendar a realidade sobre a depressão pós-parto - ainda tratada como motivo de vergonha e fomentada pelo excesso de expectativas em torno da maternidade. Aparentemente, há sempre uma receita pronta sobre como uma mãe deve ser/agir. Seja pela intromissão de familiares ou conhecidos, seja pelo alto grau de cobrança que a própria mãe se impõe, não faltam gatilhos para desencadear os sintomas da doença. A psicóloga Dayani Croda Machado faz um alerta extremamente pertinente: o caráter devastador do “tem que”. Você, que é mãe, já deve ter se deparado com essa proposição inúmeras vezes. Você tem que agir assim, você tem que fazer isso, você tem que ser esse tipo de mãe. Ser mãe, caro leitor, não é receita de bolo. A maternidade é uma experiência única e individual – e deve ser respeitada. O que representa um processo de adaptação da rotina familiar razoavelmente tranquilo para umas pode ser desesperador para outras. O que uma mãe menos precisa nesse momento é do julgamento alheio, algo que só corrobora a vergonha em pedir ajuda. Nas páginas centrais, você vai conhecer a história da Paula (cujo nome foi alterado para preservar a identidade dela), uma mãe que enfrentou a depressão pós-parto na segunda gestação. Até hoje, ela carrega as cicatrizes emocionais do período difícil que passou. Em um dos trechos da entrevista, ela relata o sofrimento vivenciado nos meses seguintes ao parto. “Quando eu recebia visitas, fazia questão que elas ficassem com ele. Às vezes, até pensava que podiam levá-lo. Ele era agitado e chorava bastante. De alguma forma, achava que era culpa minha”. O desabafo provoca uma reflexão necessária e obriga-nos a deixar a zona do senso comum para abarcar a empatia. Há prevenção e há tratamento, só não há motivo para culpa. Boa leitura! Daniele Freitas

v Ce ntro de Saúde (Posto Central) Rua Fagundes dos Reis, 270 (54) 3311-6494 v Hospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 Centro (54) 3316-4000 v Hospital da Cidade Rua Tiradentes, 295 Centro/Annes (54) 2103-3333 v Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes (54) 3313-4435 v Hospital Municipal Rua Alcides Moura, 100 Centro (54) 3316-4500 v Hospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José w(54) 3318-0200

A

equipe do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital da Cidade recebeu as voluntárias do Projeto Naninhas do Bem, de Soledade, que são responsáveis pela confecção dos bonecos com tecido de algodão conhecidos nacionalmente. As doações entregues pelo grupo serão destinadas aos pacientes oncológicos. A iniciativa é realizada em vários municípios do país e surgiu em Curitiba, no Paraná. A solidariedade que move as voluntárias, também motiva a comunidade a contribuir com os projetos realizados pelo centro oncológico. Um deles é o projeto ‘Laços de Amor’ que auxilia no resgate da autoestima das pacientes em tratamento oncológico no Hospital da Cidade e tem a contribuição da comunidade de toda a região através da doação de lenços e mechas de cabelo, que são utilizadas para a con-

Foto: Divulgação

fecção de perucas. Para contribuir com o projeto basta entregar um lenço ou uma mecha de 15 centímetros de cabelo seco diretamente no Centro de

Oncologia e Hematologia do Hospital da Cidade. Quem doar também poderá deixar uma mensagem a quem receberá a peruca feita a partir do material doado.

Frente Parlamentar vai lutar por pacientes de hemodiálise no RS O Rio Grande de Sul ganhou, na última segunda-feira (21,) a Frente Parlamentar em Defesa da Nefrologia Gaúcha. O ato de instalação da Frente ocorreu na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. A iniciativa foi proposta e é liderada pelo Simers – Sindicato Médico do Rio Grande do Sul e SGN – Sociedade Gaúcha de Nefrologia, e será presidida pela deputada Liziane Bayer (PSB). A Frente vai reforçar a mobilização em prol dos pacientes que fazem a Terapia Renal Substitutiva (TRS), que abrange hemodiálise e diálise. Hoje a in-

suficiência de recursos e os valores defasados, praticamente congelados pelo Ministério da Saúde, pode restringir cada vez mais o acesso ao tratamento. No RS, são cerca de 5,8 mil pessoas nessa condição, sendo que 5,2 mil dependem do SUS (90% dos doentes), alerta o Simers. Durante o lançamento, informações mais detalhadas sobre a situação, como as cidades mais afetadas, o volume de recursos e valores e até fechamento de clínicas que atendem SUS no Interior afetando a vida de quem depende da terapia, serão apresentados no evento. Recentemente, Simers, SGN e

a senadora Ana Amélia Lemos se reuniram, em Brasília, com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, para cobrar medidas urgentes. “A crise vem levando ao desamparo, em especial, dos portadores de doenças renais crônicas. Não há fila de espera para hemodiálise. Se a terapia não é instalada imediatamente, o paciente morre”, adverte a diretora do Sindicato Médico e nefrologista Gisele Lobato. Participam do ato de instalação da Frente Parlamentar nesta segunda-feira os presidentes do Simers, Paulo de Argollo Mendes, e da SGN, Miriam Gressler Gomes, e a senadora Ana Amélia.

HCC terá Campanha de Doação de Sangue

ENDEREÇOS l Passo Fundo

Acontece Oncologia do HC recebe Projeto Naninhas do Bem

Prontoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 Centro (54) 3313-5100 v Bombeiros -193

l Carazinho v Hospital de Caridade Rua General Câmara 70 (54) - 3329-9898 v Ambulatório Municipal Av. Pátria – próximo a Secreta ria Municipal de Saúde Hospital de Caridade de Carazinho Centro de Especialidades Médicas (CEM) Av. Pátria – próximo a Secretaria Municipal de Saúde e Hospital de Caridade de Carazinho (54) 3331-4510 v Bombeiros -193

O Hospital de Caridade de Carazinho, em parceria com o Hemocentro de Passo Fundo – Hemopasso, estará promovendo, no dia 02 de junho (sábado), a primeira edição da Campanha de Doação de Sangue de 2018. A ação acontecerá em frente ao HCC, das 9h às 12h e das 13h às 17h. Assim como no ano passado, a coleta será realizada pela ordem de chegada dos doadores e de acordo com a capacidade da unidade móvel do Hemopasso. Ainda, para melhor organizar o processo de doação,

metade das senhas será distribuída no período da manhã e o restante no turno da tarde. Para efetivar a doação, de acordo com a enfermeira supervisora da Agência Transfusional da instituição de saúde, Mari Luciane Bernhard, a pessoa deve pesar mais que 50 kg, estar bem alimentada e em boas condições de saúde, ou seja, não pode estar resfriada, ser hipertensa, estar tomando medicamentos antibióticos e anti-inflamatórios, nem ter estado internada nos últimos seis meses. Além disso, os jovens de 16 e 17 anos de-

Editor

Édson Coltz RP:17.059

www.diariodamanha.com

Jornalista

Daniele Freitas RP:18590

Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência,917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800

vem estar acompanhadas de um dos responsáveis, portando documento com foto. Outros requisitos para efetivar a doação são: não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 24 horas; não ter ingerido alimentos gordurosos nas últimas quatro horas; e ter evitado o fumo nas duas horas que antecedem a doação.

Diagramação Rosane C. Anjos da Silva @diariodamanhars facebook.com/redediariodamanha


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Oftalmologia

Hospital de Olhos bate a marca Em maio, instituição completa 23 anos do lançamento da pedra fundamental e comemora resultados alcançados “Chegou a um ponto que eu não conseguia mais ver nada”, lembra Márcia Aparecida, natural de Campos Borges, que durante oito ano conviveu com a catarata, doença que causa severas perdas de visão. Mas as dificuldades de enxergar, hoje, são apenas uma lembrança para a paciente, que comemora o resultado da cirurgia no olho esquerdo, realizada no Hospital de Olhos Dyógenes A. Martins Pinto. “Começou no lado direito e passou para o esquerdo. Foi uma luta, mas depois do processo de encaminhamento aqui para o Hospital foi uma bênção. Eu chegava com medo e os médicos me tranquilizavam sempre”, relata. Depoimentos como o de Márcia refletem em todos os 103.691 atendimentos realizados pela instituição hospitalar no ano passado. Com este número, o Hospital de Olhos atinge a marca de 1 milhão e 100 mil atendimentos desde que iniciou as atividades ambulatoriais em 1999. No dia 19 de maio, a entidade comemorou 23 anos do lançamento da pedra fundamental. Constituise, desde o início, como uma entidade civil sem fins lucrativos, com plena autonomia

administrativa e patrimonial, instituída pela Fundação Lions do Distrito L-22 – atual LD-7 – e a Fundação Universidade de Passo Fundo. Assim como Márcia, que teve de viajar cerca de 115 km de Campos Borges até Passo Fundo, o Hospital de Olhos é referência em atendimentos para uma área que compreende 143 municípios de toda a macro região Norte, em que se localizam 76 clubes de Lions do Distrito LD7. Em 2017, cerca de 77% dos pacientes atendidos eram de outros municípios do RS. A importância e a imponência dentro da Capital do Planalto Médio contribuiu para que quase 23% dos pacientes fossem passo-fundenses. Para o administrador do Hospital, Ivan Paulo de Freitas, a marca de um milhão de atendimentos possui um significado especial para a instituição. “Nos últimos seis

anos, ultrapassamos os cem mil atendimentos/anos. Saber que um milhão de pessoas foram atendidas aqui nos faz ter a exata noção da nossa importância como referência em saúde da visão. O que mais nos alegra é que não somos referência apenas para Passo Fundo, e sim para toda macro região Norte do RS e inclusive para outros Estados”, comemora. De acordo com o Serviço de Estatística do Hospital de Olhos, no ano passado, o cálculo de atendimento medido por paciente-dia, via Sistema Único de Saúde (SUS), atingiu o percentual de 75,24% e ressalta a importância da filantropia para a comunidade regional. Do total de atendimentos em 2017, a instituição realizou 4,1 mil cirurgias, 26,9 mil consultas, 68,8 mil exames e 3,7 mil terapias. Dados que só foram possíveis graças ao trabalho vo-

Foto: Daniel Rohrig/Ascom Hospital de Olhos

O Hospital conta com 11 consultórios oftalmológicos, sendo oito deles completamente equipados

Foto: Daniel Rohrig/Ascom Hospital de Olhos

de 1,1 milhão de atendimentos

Márcia Aparecida procurou a instituição para uma cirurgia de catarata e agora, faz o acompanhamento pós-operatório luntário e a doação de todos os agentes envolvidos com o Hospital de Olhos, conforme ressalta a presidente da instituição, Janesca Maria Martins Pinto. “Foi graças aos esforços dos companheiros do Lions Internacional, e aqui, friso a contribuição imensu-

rável do Distrito LD 7, que essa obra e estes números estão materializados. Também temos recursos aplicados de emendas parlamentares, recursos próprios, que como um todo, nos colocam nessa posição de destaque”, entende a presidente.

Obras e ampliações Além de possuir uma área total de 4.000 m², com área física construída já existente de 2.560 m², o plano de modernização e ampliação vai tornar possível uma área construída de 3.807m², quando tudo pronto. Deste total, 920m² de estrutura foram entregues só no ano passado e fazem parte de um projeto maior, idealizado e construído para preencher uma lacuna regional em consultas, diagnósticos, exames, cirurgias e tratamentos oftalmológicos. Os recursos para a realização deste sonho são oriundos de doações do Lions Clube Internacional, Clubes de Lions do Distrito LD7, recursos próprios, emendas parlamentares e demais parceiros. Os 600 m² de área já edificada, por exemplo, com estruturas fechadas e reboco externo, irão abrigar, no futuro, o bloco cirúrgico da instituição, dobrando a capacidade de atendimento deste setor.


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Depressão pós-parto

“Eu tinha medo de machucar o bebê”, lembra mãe Após 13 anos, a depressão seguiu na vida de Paula*, que hoje precisa tomar três remédios e fazer tratamento para conviver com a doença Isadora Stentzler saude@diariodamanha.com

“É uma das piores doenças que se pode ter”, desabafa Paula*, 48, após contar sobre os últimos 13 anos em que convive com depressão oriunda de uma depressão pós-parto. Ela mareja as vistas e fixa o olhar para a parede vazia, contraindo-se e puxando as mãos ao rosto. “Desculpe”, e chora. Dona de uma voz doce e tranquila, tal qual seus olhos, a mãe de dois filhos desenvolveu a depressão pós-parto após o nascimento do segundo, aos 35 anos. Sentada em uma lanchonete de Carazinho, ela detalha a história, repetindo mais de uma vez que “não sabe os motivos” que causaram a doença – em uma necessidade de justificar o injustificável, devido aos pré-conceitos com que a tratam pela depressão. “E hoje eu vou te dizer: Eu não estou bem ainda. Tenho me apegado muito na oração, pois sou uma pessoa muito religiosa, e tenho tomado medicamentos”, relata. Desde a gravidez, Paula fora

tomada pelo medo que a seguiu a partir do terceiro mês de gestação. Um exame que levantara a possibilidade da criança nascer com hidrocefalia (quando há acumulo de líquido na cabeça do bebê, fazendo-a inchar e podendo levar a transtornos mentais), anencefalia (ausência de cérebro) ou síndrome de down passou a assombrar sua mente com o pavor do “será?”: “Será que sou capaz de ser mãe de uma criança ‘especial’?” Mas tão pronto a hipótese foi levantada, foi descartada. Em uma nova bateria de exames foi identificada que a criança não teria nenhuma deficiência. Embora Paula lembre que o posicionamento dos médicos era claro sobre o assunto, a ansiedade do nascimento não a deixou. “Ele nasceu em uma noite de domingo. Lembro que a primeira coisa que pedi pro médico foi: ‘Ele é normal? Meu filho é normal?’ É que a gente acha que essas coisas só acontecem com os outros e quando nos vemos nela, não sabemos como agir. Eu mesmo não sabia”, conta. Na época, Paula não imaginava que

já demonstrava sinais para o desenvolvimento da doença. Foi só dois meses após o nascimento do menino que a exaustão a fez deixá-lo por cinco dias, quando precisou abrigar-se em um hospital da cidade. Narrar isso, para Paula, é reviver uma lembrança dolorida. Eram tempos que ela não conseguia entender o próprio comportamento arredio. A criança, tão frágil, tornava-se mais frágil aos seus olhos e um medo de fazer mal ao bebê lhe possuía. “Eu pensava que eu iria machucá-lo. Que eu fazia mal para ele. Quando eu recebia visitas fazia questão que elas ficassem com ele. Às vezes, até pensava que podiam levá -lo. Ele era agitado e chorava bastante. De alguma forma, achava que era culpa minha”, lembra, com expressões que demonstram a agonia das memórias. Não uma vez, a ideia do suicídio, diante da impotência que sentia, acometeu seus pensamentos, como sendo essa a única forma de se livrar daquele problema. Embora fosse o segundo filho, a expe-

riência que tivera da primeira maternidade foi anulada em sua mente. Paula recorda que o único sentimento era de incapacidade. Por não saber que se tratava de uma doença, ela também evitava desabafar sobre suas ideias e medos. Via-se apenas como culpada de ter um filho inquieto que ela temia machucar. Nesses dois meses, seu sono fora abalado, bem como sua alimentação e ânimo. Foi em uma segunda-feira, após a visita de uma tia, que a doença fora diagnosticada. “Nós a visitamos. Como sempre, eu não disse nada. Mas na segunda-feira ela apareceu com outros familiares. Era uma comitiva. Ela disse que tinha percebido e que iam me levar para o hospital. Nesse momento, ela pegou meu filho no colo e eu desmaiei. Só acordei dois dias depois”, contextualiza. “Acho que desmaiei quando ela pegou meu filho porque toda a força que eu precisava fazer pra ele ficar bem, agora não precisava, já que alguém estava cuidando dele. Então caí.” O incidente foi um marco para Paula que, desde então,

Quando eu recebia visitas fazia questão que elas ficassem com ele. Às vezes, até pensava que podiam levá-lo. Ele era agitado e chorava bastante. De alguma forma, achava que era culpa minha.

descobriu a doença e passou a conviver com ela. Hoje, entre tratamentos, idas a igreja e orações, sua relação com o filho passa longe do que foi há 13 anos, mas a mente e os sentimentos da mãe seguiram com um “fantasma da tristeza”, que ela não sabe como driblar. “Eu preferia ter uma patologia. Uma ferida que precisasse de cirurgia. Algo que eu pudesse ver e que os outros também pudessem ver. Porque não consigo dizer um motivo pra isso. Apontar um início ou dizer que foi a partir daquilo. A tristeza para mim vem de um jeito diferente do que pra quem não tem a depressão. É como minha psiquiatra diz: ‘o alerta precisa estar sempre ligado. É possível conviver com ela’. E eu tenho tentado. Mas é uma das piores doenças que se pode ter”.


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5 Foto: Isadora Stentzler/DM

Demandas exageradas e culpabilização constante Na avaliação de especialista, o excesso de informações e as expectativas criadas em torno da maternidade contribuem para um cenário propício ao desenvolvimento da depressão pós-parto Daniele Freitas

saude@diariodamanha.com

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scilação de humor, sentimento de tristeza, desinteresse pelas atividades que, anteriormente, desencadeavam uma sensação de prazer e satisfação: o quadro, aliado a outros sintomas que se manifestam de forma constante e com intensidade, pode significar um alerta para as mães. Com uma incidência ainda preocupante entre as mulheres, o fortalecimento da rede de apoio e o acompanhamento psicológico já durante a gestação servem como aliados na prevenção da depressão pós -parto. O período de adaptação à nova rotina familiar, naturalmente, demanda esforços, mas há um limite a ser respeitado. Quando a maternidade começa a representar um fardo para a mulher, um sacrifício constante que a impede de nutrir canais emocionais, é sinal de que algo não está saudável na relação entre mãe e bebê. A depressão pós-parto é definida, clinicamente, quando esses sintomas se manifestam nos três a quatro meses seguintes ao nascimento do bebê. Sob a ótica da psicologia, o período pode ser estendido até um ano depois da chegada do filho. De acordo com a psicóloga e terapeuta de casal e familiar, Dayani Croda Machado, a diminuição do apetite, alterações no sono, irritabilidade e dificuldade de concentração também podem ser indicativos da doença. “No caso da depressão pós-parto, também há a dificuldade de estabelecer vínculos de cuidado com o bebê, em atividades básicas com a amamentação ou a higiene do bebê – ações que seriam naturais nesse período. Mas vemos que a mãe começa a ficar muito chorosa, muito triste, muito pessimista. Então, percebe-se uma diminuição de energia e a mãe fica muito desvitalizada, algo além de um simples cansaço. Ela não consegue ter o cuidado consigo mesma, nem o mínimo de organização para ir retomando algumas atividades após o período de resguardo”, detalha.

É necessário, contudo, diferenciar a depressão pós-parto do cansaço característico do momento de adaptação da rotina posteriormente ao nascimento. Para se ter uma ideia, no primeiro mês de vida do bebê, a mãe sofre uma desregulação hormonal, o que torna os sintomas compatíveis com a depressão até bastante comuns. “O humor estará fisiologicamente alterado nessas três a quatro semanas depois do nascimento do bebê, em razão da queda hormonal brusca que ocorre na mulher pós-parto. Soma-se a isso a privação de sono, especialmente devido à amamentação do bebê, então é natural que haja uma desvitalização”, explica a especialista. A depressão pós-parto, portanto, não pode ser confundida com a desnutrição emocional. Isso acontece quando a mãe fica tão envolvida com os cuidados com o bebê – algo perfeitamente compreensível e esperado nos primeiros meses – que encontra dificuldades para voltar a interagir com outras atividades. “Podemos incluir aí o trabalho, os amigos, as coisas que essa mãe gostava de fazer, o autocuidado, ou seja, ela começa a abrir mão de coisas que a nutriam. A mulher não consegue voltar ao seu círculo social ou reassumir a sua identidade profissional, que é algo muito importante. Nesse caso, pode não ser necessariamente uma depressão, mas, sim, um desequilíbrio entre o dar e o receber, quando as suas fontes de nutrição emocional deixam de ser ativadas. Temos que observar a duração e a intensidade dessas oscilações para identificar se há a depressão pós-parto. O companheiro, a família e os amigos percebem essas alterações, se os sintomas são constantes e duram longos períodos, e não apenas em situações específicas”, complementa. Na percepção da psicóloga, alguns fatores estão relacionados ao aumento na incidência de depressão pós-parto nos últimos anos: o excesso de informações e a culpabilização constante das mães. O principal erro é tentar rotular a

maternidade ideal, impondo à gestante a doutrina do “tem que”. “A mãe tem que ser boa nisso e naquilo, tem que cuidar a alimentação, tem que cuidar as vacinas. Essa sobrecarga de informações que se coloca sobre a mulher, muitas vezes, como um modelo de maternidade que não se encaixa no seu padrão de conduta faz com que se gere muita culpa. As informações distorcidas fazem com que as inseguranças naturais desse período se potencializem. A culpa induz a mulher a uma demanda exagerada de cuidado com o bebê em detrimento do seu cuidado pessoal e, por isso, ela fica mais suscetível à depressão pós-parto”, pontua. Em contrapartida à avalanche de dados que podem ser obtidos pela internet, há pouco espaço para que as mães possam refletir sobre o seu jeito de experenciar a maternidade, a sua peculiaridade, a sua identidade pessoal. A especialista argumenta que a culpabilização gerada pelos altos níveis de exigência ou de todas as expectativas familiares criadas em torno da chegada do bebê delineiam o cenário propício para a dedicação excessiva na esfera da maternidade, tornando as mães mais suscetíveis. “É preciso olhar para todo o sistema familiar, porque os pais também podem ter essa depressão, por verem a sua companheira mudar drasticamente de identidade em função da chegada do bebê e eles se sentem culpados por ver o lado ruim dessa paternidade. Tanto que os maiores índices de divórcio acontecem no primeiro ano de vida do bebê justamente por essa dificuldade do casal de lidar com as adaptações. Muitas vezes, além de um caso clínico de depressão pós-parto, há uma crise de relacionamento que pode resultar em uma separação e em quadros depressivos posteriores. Para que possamos prevenir, é muito importante mostrar para as pessoas que elas precisam buscar ajuda, às vezes, já durante a gestação, quando elas percebem que as mudanças e as limitações que

*A identidade da fonte foi preservada a pedido dela a gravidez está trazendo para essa mulher ou para esse casal geram acomodações difíceis”, orienta. No caso da Paula, relatado anteriormente, a depressão pós-parto surgiu na segunda gestação. Essa manifestação, conforme a psicóloga Dayani Croda Machado, é mais comum do que parece. “Cada gestação é um contexto, é uma rede de apoio, é uma estrutura psíquica. Não é porque se teve a doença em uma gestação que se terá na outra, e o contrário também é válido. Aliás, na minha experiência, no segundo filho, é até mais suscetível a mãe ter uma depressão pós -parto pela sobrecarga da gestação e do cuidado com uma outra criança e as culpas geradas pelo fato de estar tirando a prioridade do primeiro filho em detrimento da chegada do segundo. Cada momento de vida da mulher em que a maternidade acontece vai despertar forças e fraquezas, então não podemos dizer que vai ter mais ou menos chance. O que podemos afirmar é que, certamente, uma nutrição emocional inadequada e uma rede de apoio que não priorize o cuidado da mãe serão fatores de risco para qualquer gestação, seja ela primeira, segunda, décima... não importa”, ressalta. O caminho da prevenção inicia pelo autoconhecimento. Se a mulher já teve algum episódio de transtorno de humor ou quadro depressivo, ela terá uma probabilidade maior de desenvolver sintomas de depressão pós-parto, ou seja, o risco é aumentado para quem já tem o histórico ou quem terá que passar por uma mudança muito brusca na rotina. O grande segredo passa, diretamente, pela forma como essa

família se organizará para a chegada do bebê: com quem essa mãe poderá contar, o quanto ela ficará sobrecarregada pela maternidade e em que momento ela poderá abastecer seus canais de nutrição emocional. “Há uma inversão bastante comum e que acaba sendo danosa: querer abrir mão de tudo em função da maternidade. Nos cursos da Bem Acolher, priorizamos muito para que o casal mantenha um relacionamento saudável, para que as mulheres se deem conta do que é importante para elas e para que possam retomar isso aos poucos. Manter um convívio adequado com as amigas, bons espaços de higiene mental, o autocuidado, a relação conjugal com qualidade, com momentos que não incluam o bebê, são todas ações que podem minimizar os efeitos da depressão pós-parto. Assim, mesmo que ela apareça, poderá sem administrada sem a necessidade de intervenção com medicamentos ou com um processo de psicoterapia. O grande sucesso de um puerpério saudável é manter canais de nutrição e organizar para que a rede de apoio cuide a mãe para que a mãe possa cuidar do bebê”, finaliza. Foto: Divulgação

Psicóloga e Terapeuta de Casal e Familiar, Dayani Croda Machado


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Mamografia

Cobertura mamográfica é a menor dos últimos cinco anos Rio Grande do Sul ocupa o 8º lugar no ranking de cobertura nacional, um percentual de cobertura de 26,2%, muito abaixo dos 70% recomendado pela OMS

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percentual de cobertura mamográfica de 2017 nas mulheres da faixa etária entre 50 e 69 anos, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é o menor dos últimos cinco anos. Os dados foram divulgados pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia. O oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN) de Passo Fundo/RS, Dr. Alvaro Machado, comenta os resultados do estudo e salienta que a situação é preocupante, uma vez que a mamografia é a principal forma de diagnóstico precoce do câncer de mama. Em 2017, eram esperadas no Brasil 11,5 milhões de mamografias, mas só foram realizadas 2,7 milhões, o que representa uma cobertura de 24,1%, muito abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O Rio Grande do Sul realizou pouco mais de 205 mil exames, o que representa um percentual de cobertura de 26,2%, ocupando o 8º lugar no ranking de cobertura nacional. Na macrorregião Norte (147 municípios) foram feitas 34 mil mamografias nesta faixa etária utilizada para

a pesquisa, segundo dados do DataSUS. Passo Fundo, que é a maior cidade dessa região, realizou cerca de 3,3 mil mamografias. “Conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Passo Fundo, por exemplo, a população de mulheres entre 50 e 69 anos é de cerca de 18 mil. Considerando que grande parte da população utiliza o SUS, acredita-se que esse número de mamografias é muito abaixo do esperado”, comenta o oncologista do CTCAN. Conforme a pesquisa, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam as menores coberturas. Os três piores estados foram Amapá, que realizou apenas 260 exames em detrimento dos 24 mil esperados, seguido do Distrito Federal, com 5 mil realizados quando eram esperados 158,7 mil, e Rondônia, cuja expectativa era de realizar 76,9 mil, mas somente 5,7 mil foram realizados. Para Machado, um dos principais motivos para esse cenário é a dificuldade no acesso ao exame pela população. “Há vários problemas associados. Inicialmente devemos lembrar que o orçamento da União está congelado. Não menos importante é a falta de manutenção dos equipamentos de mamografia, falta de técnicos, falta de radiologistas e a dificuldade

Foto: Divulgação

de acesso, desde a marcação de consulta até a realização do exame”, comenta o oncologista. A realidade pode ser ainda pior se forem consideradas mulheres de outras faixas etárias. “O fato do Ministério da Saúde não recomendar a mamografia entre 40 e 49 anos, e também recomendar apenas exames bianuais entre os 50 e 69 anos, significa que a realidade é ainda pior”, enfatiza.

Mamografia é essencial para o diagnóstico do câncer de mama O câncer de mama é o mais incidente e a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres no Brasil. Esse cenário apresentado pela pesquisa contribui para o diagnóstico tardio da doença, trazendo consequência graves para a cura do câncer de mama. A mamografia é o exame padrão para o diagnóstico de câncer de mama, permitindo detectar o câncer em fase inicial, quando é pequeno e ainda não é palpável. “Não há dúvidas que a baixa cobertura de mamografias na população seja a causa principal dos diagnósticos tardios do câncer de mama. Em pesquisa do Instituto Nacional de Câncer em 2017, mais de 60% de suas pacientes autoidentificaram o tumor na mama, por meio do autoexame e não pela mamografia. Isso é sinônimo de alta mortalidade”, ressalta Machado. O acesso à mamografia precisa melhorar. “Quando falamos em política de rastreamento para diagnóstico precoce deve haver a busca ativa da população alvo para realizar o exame. O que temos no Brasil são recomendações. Precisamos encaminhar as mulheres para o exame, disponibilizar exames em tempo adequado para todas elas, e fazer com que o resultado do exame chegue ao médico para o encaminhamento pertinente. A partir deste ponto teremos que vencer outros desafios”, observa o oncologista do CTCAN.

Ranking de cobertura nacional (%) 1 - Bahia 33,8 2 - Paraná 30,4 3 - Piauí 29,6 4 - Minas Gerais 29,3 5 - Pernambuco 29 6 - São Paulo 28,7 7 - Santa Catarina 27,4 8 - Rio Grande do Sul 26,2 9 - Alagoas 25,5 10 - Espírito Santo 25,5 11 - Sergipe 25,3 12 - Paraíba 21,1 13 – Roraima 20,1 14 - Ceará 18,4 15 - Mato Grosso do Sul 18,1 16 - Rio Grande do Norte 17,9 17 - Amazonas 17,2 18 - Acre

16,6

19 - Rio de Janeiro 14,5 20 - Goiás 11,8 21 - Pará 10,4 22 - Tocantins 9,3 23 – Maranhão 9 24 - Mato Grosso 8,3 25 - Rondônia 7,4 26 - Distrito Federal 3,2 27 - Amapá 1,1


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Tabagismo

Consumo de tabaco é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão Foto: Divulgação

Apesar das intensas campanhas de conscientização, Brasil deve fechar 2018 com mais de 31 mil novos casos registrados da doença

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tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de câncer de pulmão no mundo - entre os 10% restantes, 1/3 é dos chamados fumantes passivos –, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil deverá somar 31.270 novos casos de tumores pulmonares em 2018. Além disso, o mau hábito aumenta as chances de desenvolver ao menos outros 13 tipos de câncer: de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, bexiga, colo de útero, ovário e alguns tipos de leucemia. Apesar desses dados não serem novidade, o País ainda registra um elevado número de casos de neoplasias malignas entre a população fumante. A oncologista Dra. Mariana Laloni afirma que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como: tosse, falta de ar e dor no peito. “Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o pacien-

te realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença”, relata. Segundo a médica, existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca a Dra. Mariana. O tratamento do câncer de pulmão se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Sempre que possível, a cirurgia é realizada na tentativa de se retirar uma parte do pulmão acometido. Atualmente, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, por vídeo (CTVA) são cada vez mais realizados com menor tempo de internação e retorno mais rápido do paciente às suas atividades. A indicação da cirurgia depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente. Após a cirurgia, a quimio-

terapia e a radioterapia são indicadas para destruir células tumorais microscópicas residuais ou que estejam circulando pelo sangue. Para a Dra. Mariana, a combinação de tratamento sistêmico e radioterapia também pode ser administrada no início do tratamento para reduzir o tumor antes da cirurgia ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor. Mas o grande avanço dos últimos anos, ainda de acordo com a oncologista, é a imunoterapia. Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo esse tumor passa a se disfarçar para o sistema imunológico e, então, se aproveita para crescer, a imunoterapia busca reativar a resposta imunológica contra este agente agressor. “Atuando através do bloqueio dos fatores que inibem o sistema imunológico, as medicações imunoterápicas provocam um aumento da resposta imune, estimulando a atuação dos linfócitos e procurando fazer com que eles passem a reconhecer o tumor como um corpo estranho”, explica.

E se eu parar de fumar? Principal fator de risco evitável de tumores pulmonares, o tabaco está presente em cigarros, charutos, cachimbos, narguilé e também nos cigarros eletrônicos. E, ao contrário do que muitos usuários desses produtos acreditam, nunca é tarde demais para parar. Segundo a especialista, os benefícios à saúde começam apenas 20 minutos após interromper o vício: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés são normalizadas. Em oito horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui. E, após apenas 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar de novo e os sentidos de olfato e paladar melhoram. De duas semanas a três meses, a circulação sanguínea melhora consideravelmente. Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%. A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão, e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou. Para mais informações, acesse www. eseeuparardefumar.com.br.


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Artigo

Foto: Nei Marcon

A OBESIDADE quando se torna um incômodo

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alar em obesidade não significa necessariamente falar em problema de saúde. Há pessoas que estão acima do peso que não apresentam nenhuma dificuldade orgânica (cardíaca, circulatória, respiratória) ou psíquica (compulsão alimentar, transtorno depressivo) e se relacionam muito bem com o sobrepeso. Contudo, infelizmente, não é assim para todos, pois para muitas pessoas a obesidade é sinônimo de sofrimento. Vários são os fatores que podem contribuir para o surgimento da obesidade nesses indivíduos: genética, ambiente, comportamento, estados emocionais, etc. Entre as causas emocionais cito: ansiedade, raiva, tristeza, depressão, frustração profissional, decepção amorosa; além disso, podem representar determinantes do quadro, a baixo autoestima, a autoavaliação negativa, o sedentarismo e o estresse. E por que é tão difícil cumprir aquela promessa que se faz no início do final de semana: “segunda-feira eu vou começar um regime e ir para academia”. Porque antes da segunda-feira, vamos aproveitar para comer, sem restrições, os alimentos que nos dão muito prazer. Assim, se antes da segunda-feira tudo é prazer, o que vem deste dia em diante é o desprazer, ou seja, o

João Eglior Psicólogo CRP 07/28427 Telefone: 996310855 Av. Pátria, 426, sala 51, Carazinho, RS

controle, a proibição de consumo alimentar e a obrigação de exercício físico. Então, na segunda-feira é mais fácil, ao invés de colocarmos nosso plano de mudança em prática, optar por abrir um pacote de chocolate e ficar no sofá assistindo programas no televisor, pois traz satisfação de forma imediata, muito diferente de ter que se vestir e sair de casa para um exercício físico. O interessante é que as pessoas têm plena consciência que os excessos alimentares podem trazer prejuízo a sua saúde, então, por que motivo excedem na comida? Quem come regularmente mais que o necessário, está buscando saciar outra coisa que não a fome, isto é, é uma tentativa de saciar uma fome não orgânica, mas emocional. O comer desregrado e, às vezes, de forma compulsiva, pode ter a finalidade de tentar preencher um vazio interno. Para um esclarecimento maior, podemos mencionar a autoavaliação negativa, isto é, a pessoa que sempre pensa que não vai conseguir atingir seus objetivos,

que é indecisa ou insegura, como um aspecto que vai influenciar o sujeito a buscar, comendo, conforto para dor emocional. Contundo, neste caso, é muito provável que a baixo autoestima já estava presente bem antes que o sobrepeso começou a tornar-se uma perturbação. Diversos estudos e pesquisas, conforme Deluchi, Souza e Pergher (in: Desafios clínicos em terapia), demonstram a relação entre obesidade e dificuldades de ordem psicológica, estas que podem aparecer tanto como consequência quanto como causa da obesidade. É, por esses motivos, que se torna fundamental trabalhar o aspecto emocional, as crenças, as causas comportamentais e os conflitos psíquicos do sujeito, pois, caso contrário, as forças interiores continuarão a atuar como um impedimento a colocar a meta em prática (emagrecer) e, principalmente, mantê-la, bem como, não deixarão emergir recursos internos que auxiliariam a pessoa a lidar com essas dificuldades.


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