Passo Fundo

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Terça-feira, 05.06.2018

Terça-feira, 05.06.2018 , Passo Fundo

DIÁRIO DA MANHÃ -

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82 ANOS - Nº 362 - R$ 2,00

Foto: arquivo /DM

Falta de agentes dificulta fiscalização dos postos Apesar do prazo determinado pelo Governo para a redução no preço do diesel já valer, Procon de Passo Fundo aguarda definições quanto ao método a ser adotado. Conexão

Foto: Daniel Rohrig/DM

Arrecadação sindical despenca

Após o fim da obrigatoriedade do recolhimento de imposto, queda abrupta de até 90% nas receitas de entidades representativas Pág 3 demonstra a não adesão dos trabalhadores à contribuição sindical.

Lei regulamentará o transporte de carga

Caminhoneiro é multado em R$ 400 mil

Para enfrentar o inverno

Passo-fundense foi autuado durante a greve que Pauta passa a tramitar no Congresso Nacional e visa atender à uma das reivindicações dos caminhoneiros. ocorreu em todo o Brasil nas duas últimas semanas.

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Campanha da Legião da Boa Vontade entregará 500 cobertores à famílias de Passo Fundo.

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RADAR

2 - DIÁRIO DA MANHÃ

Arrecadação da campanha Lacre do Bem A aluna do curso de Medicina da IMED, Larissa de Rossi, está engajada na campanha Lacres do Bem. A iniciativa consiste em arrecadar lacres de latinhas de alumínio para vender à reciclagem e com o dinheiro comprar cadeiras de rodas que são doadas para pessoas com deficiência. Larissa ressalta que no Centro de Conveniência IMED serão distribuídos dois coletores, garrafas de 2L com o rótulo da campanha. “É necessário a reciclagem de 140 garrafas de 2 litros cheias de lacres para adquirir uma cadeira de rodas de uso geral (352 mil lacres)”, aponta ela, lembrando que a campanha existe desde 2013 e já doou muitas cadeira.

É notícia na Diário No programa Estúdio Aberto News de hoje, transmitido em cadeia entre a Diário AM 570 e FM 98.7, você acompanha as principais notícias da cidade, Estado e país. É a partir das 8h. Participe da nossa programação pelo 3311-7756 ou envie mensagem para 999588492. Ouça pelos 570 do seu rádio, 98.7 ou pelo www.diariodamanha.com

Encontro de reservistas A Associação dos Reservistas Militares Arma 2008 – ARMA2008 promoveu o 5º encontro da turma, alusivo aos 10 anos do serviço militar obrigatório, na cidade de Alegrete, sede do 6° Regimento de Cavalaria Blindado. Segundo o presidente da Associação, Marcelo Colombo (que enviou fotos ao Diário), o grupo foi recebido pelo comandante Tenente-coronel Pacheco. Na recepção, os ex-militares fizeram a visitação nos espaços do quartel, almoço comemorativo e a realização do campeonato de futebol com a Taça Cametin. Foto divulgação

A intenção de consumo das famílias gaúchas em maio teve elevação de 5,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Frente a abril/2018, a alta foi de 3,3%, atingindo 77,1 pontos. Apesar de as famílias gaúchas avaliarem que a situação da renda melhorou, os indicadores que medem a situação do emprego, do acesso ao crédito e de perspectiva profissional tiveram recuo na comparação interanual, segundo a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgada nesta segunda-feira (4) pela Fecomércio-RS. Em relação ao mercado de trabalho, o indicador que avalia a segurança com a situação do emprego chegou ao patamar otimista, com 105,9 pontos. Sobre o mesmo período do ano passado, a queda foi de 2,8%. A pesquisa pode ser no site fecomercio-rs.org.br

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Intenção de consumo tem alta

Terça-feira, 05.06.2018 , Passo Fundo

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DATAS COMEMORATIVAS

Ainda, o grupo realizou uma ação beneficente, com donativos, na Moradia Transitória de Alegrete, instituição que atende crianças e adolescentes em vulnerabilidade social.

Foto divulgação/ Eduarda Perin/CDL

oportunizar aos empresários o debate e o conhecimento sobre as tecnologias disponíveis para o setor. “O varejo passa por transformações por conta do avanço da tecnologia e o empresário precisa estar por dentro das mudanças e das ferramentas disponíveis”, enfatizou.

Curso Técnico de Enfermagem A Escola de Educação Profissional do Hospital da Cidade iniciou o período de inscrições para o Curso Técnico de Enfermagem. Os interessados podem se inscrever até o dia 06 de julho, diretamente na Escola HC. O processo seletivo será composto por redação e teste psicológico, que serão realizados

Dia da Ecologia Dia Mundial do Meio Ambiente

Gestão de equipes

Congresso Brasileiro do Varejo Um grupo de empresários e empreendedores ligados à CDL Passo Fundo e ao SEBRAE/RS visitaram a Feira e o Congresso Brasileiro do Varejo, na última semana. Promovida pelo Sindilojas Porto Alegre, a 6ª edição da FBV reuniu cerca de 70 expositores de empresas especializadas em soluções de tecnologia, gestão, segurança, marketing, entre outros serviços e produtos voltados ao segmento. Paralelo à Feira, o Congresso Brasileiro do Varejo reuniu mais de 40 painelistas de renome nacional no setor. Temas como varejo, empreendedorismo, inovação e o momento econômico do país foram tratados pelos palestrantes. De acordo com o diretor da CDL Passo Fundo, Valter Ceolin, a visitação à FBV foi promovida pela entidade e pelo SEBRAE para

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no dia 7 de julho, às 08h30min. Os interessados devem realizar a inscrição diretamente na Escola HC (Rua Paissandu 876, sala 10 - Galeria Bristol), das 13h30min às 22h. Informações sobre a documentação necessária podem ser obtidas através do telefone 3315-7300 ou e-mail escenfhc@hcpf.com.br.

FUNDADOR Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) PRESIDENTE-EMÉRITO Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Entre 05 e 07 de junho, o setor de Desenvolvimento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo realiza o curso “Gestão de equipes de alta performance” com a instrutora Lucimara Verzeri – administradora, coach, MBA em Gestão de Pessoas e mestranda em Psicologia. Usar ferramentas para conhecer e gerir sua equipe, identificar o papel do líder no desenvolvimento de equipes de alta performance e trabalhar competências básicas na formação de equipes são tópicos que serão abordados. De acordo com a presidente da CDL, Carina Sobiesiak, o curso tem como objetivo apresentar aos participantes conceitos, dinâmicas e técnicas para treinar e desenvolver equipes de alta performance. Detalhes pelo telefone (54) 3045-8834 ou e-mail cursos@cdl-pf.com.br.

Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Editora Geral Nadja Hartmann

Diretora Comercial: Eliane Maria De Bortoli Editor: Édson Coltz - RP 17.059

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DANIEL ROHRIG

POLÍTICA

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Novas regras impactam na arrecadação de sindicatos locais Seis meses após entrar em vigor, a não obrigatoriedade da contribuição sindical reduziu significativamente os recursos destinados às entidades representativas de diversas categorias, culminando na reorganização dos sindicatos Foto: Daniel Rohrig/DM

O valor da contribuição sindical equivalente a um dia de trabalho, descontado direto na folha de pagamento de todos os trabalhadores (sindicalizados ou não), passou a ser facultativo desde novembro do ano passado, data em que entrou em vigor as mudanças previstas na Reforma Trabalhista. Seis meses após a adoção das novas regras, entidades representativas de diversas categorias em Passo Fundo já sentem os impactos da legislação sobre as finanças. A baixa na arrecadação após a extinção do antigo desconto chega a 80%. Neste novo contexto, os sindicatos precisaram imprimir mudanças desde a forma de atuação até novos meios de captar filiados para garantir sua sustentabilidade. Com cerca de 12 mil filiados, o Sindicato dos Comerciários se constitui como uma das maiores associações que representam trabalhadores na região. Antes, a arrecadação do imposto sindical correspondia a cerca de R$ 400 mil por ano, captados e destinados a manutenção de uma clínica médica para atender associados e dependentes. O local ofertava cinco especialidades médicas com consultas gratuitas aos comerciários. A entidade contava também com quatro colaboradores responsáveis pelas rescisões em cidades como Passo Fundo, Marau e

Sindicato que representa setor varejista registra queda de até 80% na arrecadação de imposto sindical Guaporé. Diante da redução drástica na arrecadação após a reforma, os Comerciários encerraram as atividades da clínica e reduziram o efetivo de colaboradores para apenas uma pessoa. O presidente do sindicato, Tarciel da Silva, explica que o fim da contribuição não impactou no funcionamento direto da entidade, mas que a reforma representou uma série de ataques ao trabalhador. “O maior problema não foi nem em relação ao imposto, mas em diversos fatores da reforma trabalhista que atacam os trabalhadores. Todos os sindicatos em nível de país tiveram de reduzir drasticamente o seu efetivo, pois muitos viviam apenas do imposto sindical, o que não é o nosso caso. Nós, quando fechamos a

O fim da obrigatoriedade do recolhimento do imposto sindical não deixa de ser uma pauta polêmica, conforme salienta o professor de Direito do Trabalho da Universidade de Passo Fundo (UPF), Paulo Henrique Schneider. Se por um lado, a nova lei impacta sobre aspectos econômicos das entidades, por outro, aumenta o poder das categorias enquanto decisões coletivas, já que a lei prevê que acordos colegiados se sobressaiam a própria legislação. “É o que chamamos do ‘negociar sobre o legislar’, que nada mais é do que o empoderamento dos sindicatos. A legislação deu uma nova força ao sindicalistas. Mas na mesma hora em que ele ganha força, ele perde consideravelmente seu poder econômico com o fim do recolhimento do imposto sindical. Era a sua grande fonte de arrecadação e esse contexto acaba se tornando um contrassenso”, considera. Para Schneider, a discussão sobre o fim do imposto ainda não foi encerrada, já que inúmeras ações na Justiça pedem a volta deste recolhimento. “São ações ajuizadas diretamente contra os empregadores. Temos também uma manifestação do ministro do STF, Édson Fachin, que se mostrou favorável a contribuição sindical obrigatória, com a alegação que ela desestabilizou a atuação dos sindicatos. Então, no âmbito jurídico, temos estes cenários, mas atualmente o que prevalece é a não-obrigatoriedade”, explica o professor universitário. Sobre o futuro, Schneider projeta que a médio prazo pode haver a extinção em massa da grande parte das entidades sindicais com o fim destas receitas. “É difícil de prever. Mas o que podemos afirmar é que se não tiver uma alteração via jurisprudência da situação posta pela Reforma Trabalhista, vamos verificar o enxugamento maciço dos sindicatos, como uma espécie de aniquilação. Aqueles que têm sua existência condicionada ao imposto sindical, eles serão fatalmente encerrados. Por outro lado, é o momento dos sindicatos se mostrarem para seus representados. Mostrar que vale a pena contribuir pois eles efetivamente lutam pela classe”, observa Schneider. O professor universitário alerta ainda, que todas as empresas necessitam formalizar a opção do empregado de contribuir ou não com o imposto sindical, para não infringir nenhuma cláusula das novas lei trabalhistas. “A gente alerta aos empregadores a ter muito cuidado para não parar repentinamente de recolher o imposto, pois primeiramente é necessário verificar se o colaborador autoriza esta ação”, completa.

Abril registra queda de 90%

Tempo de se reinventar No Sindicato do Comércio Varejista de Passo Fundo (Sindilojas), os impactos na baixa da arrecadação do imposto sindical superam os 80%, de acordo com o presidente, Jefferson Luiz Kura. A entidade busca se reinventar para, além de manter os mais de 400 integrantes filiados, implementar ações para a captação de novos membros. “Enquanto Sindilojas, junto a Fecomércio-RS, nós continuaremos lutando em prol do trabalhador. A nossa maior luta é a carga tributária que incide sobre o varejo e esta pauta é levada ao Governo do RS e a União. A força é a associatividade. Vamos buscar novos atrativos, como nossa assessoria jurídica, assistência médica, tudo para agregar ao sindicato”, cita. Os impactos só não foram maiores em virtude do Sindilojas trabalhar com efetivo reduzido há, pelo menos, dois anos. Atualmente, a entidade conta com três colaboradores e

convenção coletiva, o trabalhador contribui com o sindicato. Mas há dois anos nós não conseguimos fechar a convenção dos mercados nem a convenção do comércio atacadista. Os empresários acreditam que depois da reforma os sindicatos perderam os papéis”, pondera. Silva afirma ainda que o enfraquecimento das entidades sindicais representa uma vitória para os patrões e uma derrota para a classe trabalhadora. “Ao longo de diversos Governos nossas entidades foram sendo enfraquecidas. A Reforma Trabalhista, em si, é a maior prova disso. A quem interessa enfraquecer os sindicatos? Quando os trabalhadores enfrentarem problemas, a quem vão recorrer com o fim dos sindicatos”, questiona.

Negociar sobre o legislar

mantém os demais serviços terceirizados, como contabilidade e a parte jurídica. “Antes da reforma, tudo era feito no sindicato laboral o que não nós acarretava nenhum custo. Agora, a partir de uma nova convenção isso poderá mudar. A lei prevê que as rescisões podem ser feitas, inclusive, até na própria empresa”, lembra. Mesmo sem a contribuição sindical, Kura salienta que na convenção, a entidade capta recursos a partir de uma contribuição assistencial, paga durante a convenção da categoria pelos associados. “Estamos negociando com o sindicato laboral para a realização da nossa convenção o quanto antes. Mas a partir de agora nós pretendemos inventar novas vias para atrair os filiados. Precisamos nos reinventar para que a função do sindicato seja ainda mais representativa”, complementa o presidente do Sindilojas.

Os dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelam que a arrecadação das Centrais Sindicais, por exemplo, caiu 90% em abril se comparado ao mesmo período do ano passado. Enquanto as Cen-

trais arrecadaram R$ 151 milhões em abril de 2017, o mesmo mês de 2018 registrou apenas R$ 15 milhões na arrecadação. Confira a tabela abaixo referente às receitas dos sindicatos, centrais, federações e confederações:

Ano Entidade Sindical Valor

2017 Sindicato Laboral R$ 1.050.766.225,64 Sindicado Empregador R$ 521.377.629,03 Federação Laboral R$ 276.324.943,68 Confederação Laboral R$ 108.417.655,95 Centrais Sindicais R$ 151. 349.082, 58 2018 Sindicato Laboral R$ 102.485.561,08 Sindicado Empregador R$ 137.068.839,54 Federação Laboral R$ 25.832.192,19 Confederação Laboral R$ 9.505.299,97 Centrais Sindicais R$ 15.051.349,40 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego


GERAL

4 - DIÁRIO DA MANHÃ

Ivaldino Tasca itasca@uol.com.br

Brasil assaz caótico e supinamente ambíguo

Caminhoneiro de Passo Fundo é multado em R$ 400 mil durante a greve Multa é, pelo menos, quatro vezes maior do que o valor do veículo utilizado pelo motorista VINICIUS COIMBRA

vinicius@diariodamanha.com

Celso Jorge Almeida Riter, de 53 anos, foi multado em R$ 400 mil durante a greve dos caminhoneiros que ocorreu em todo o Brasil nas duas últimas semanas. A determinação foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 30. A autuação ocorreu devido ao descumprimento de decisão judicial para desbloquear vias estaduais e federais. O caminhoneiro de Passo Fundo disse que não aderiu voluntariamente à mobilização da categoria. Riter afirma que retornava de São Paulo na madrugada do último dia 22, quando ficou parado na rodovia Régis Bittencourt, em Embu das Artes, no estado de São Paulo. “Não participei. Estava apenas fazendo o meu serviço em São Paulo. Me cercaram quando eu vinha embora e fizeram ficar. Não deixavam ninguém passar”, lembra ele, que normalmente fazia transporte para

capitais como São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Por isso, ficou parado oito dias na rodovia. Nesse tempo, a empresa de Riter foi uma das 96 multadas em todo o país pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas BRs 282, 116, 101, 230, 040, 050, 226 e 364. No Rio Grande do Sul foram seis multadas.“Com tal postura, além de atentarem gravemente contra a autoridade do Poder Judiciário, causaram sensíveis transtornos à população, privada, inclusive, do abastecimento de produtos essenciais à subsistência e à saúde”, disse o ministro na decisão. O valor deve ser pago em 15 dias após a determinação. Caso isso não ocorra, os autuados podem ter o bloqueio de contas e aplicações financeiras eventualmente existentes em nome dos envolvidos; e também a expedição de mandado de avaliação e penhora de outros bens passíveis para quitar o débito. Segundo a decisão,

o valor da multa tem como base três elementos. “(i) o valor da penalidade mínima estabelecida pela decisão judicial (R$ 100.000,00 por hora - inteira -, por pessoa jurídica); (ii) o momento da concessão da ordem (19h08 do dia 25/05/2018) como termo inicial do período infracional; e (iii) a lavratura de cada autuação pela autoridade policial rodoviária como termo final”, diz o documento. O valor arbitrado é, pelo menos, quatro vezes superior ao do veículo com o qual trabalha. “O caminhão não vale nem R$ 100 mil. Não tem como, não existe isso. Acredito que ninguém vai pagar [a multa]. É um absurdo”, resumiu. Riter disse que até o momento não foi notificado oficialmente sobre a multa e que soube quando chegava em casa, na última quinta-feira (31). O caminhoneiro de Passo Fundo abriu a Riter Transportes no fim do ano passado, na qual trabalhava sozinho para uma empresa.

E mais... Obras no Complexo Gastronômico da Gare A antiga Estação Férrea da Gare já recebe as intervenções que irão transformar o espaço em um complexo gastronômico e cultural. A empresa vencedora da concorrência pública, a Fazenda Vento Norte, de Blumenau, já realiza a reforma e restauração do local, utilizando de concessão onerosa de uso do imóvel pelo período de 10 anos. Tombado como patrimônio histórico e cultural da cidade, a reforma se dá apenas na parte interna, com preservação da fachada restaurada. No momento, a equipe de obras retirou o foro de PVC e realiza a restauração do telhado. A execução dos serviços conta com a fiscalização da Secretaria de Planejamento. Conforme contrato, a empresa é responsável pela limpeza, manutenção, conservação e vigilância do espaço; por arcar com custos de energia elétrica e de água nas dependências; e por utilizar no projeto linguagem que valorize o resgate

Foto divulgação/ Alex Borgmann

Caracas, que dias passamos com a paralisação dos caminhoneiros! “Está tudo bem como o capeta gosta”, disse o cara do alto da sabedoria adquirida na dura experiência da vida que passou dos oitenta! Nunca ouvi tanto a palavra “caos”. Caos? Afinal, o que é esse tal de caos? Nas tradições mitológicas o caos é “o vazio primordial de caráter informe, ilimitado e indefinido, que precedeu e propiciou o nascimento de todos os seres e realidades do universo”. Trocando em miúdos quer dizer que somos todos grandíssimos filhos do caos? Já na tradição platônica, dizem os livros, caos é o estado geral desordenado e indiferenciado de elementos que antecede a intervenção do demiurgo. Quem é esse tal de demiurgo? Segundo o filósofo grego Platão é “o artesão divino ou o princípio organizador do universo que, sem criar de fato a realidade, modela e organiza a matéria caótica preexistente através da imitação de modelos eternos e perfeitos”. Que modelo estamos querendo imitar? Com pouco trabalho, recebendo frete defasado (a recessão tem mais de quatro anos), pedágios caros e o preço do diesel nas alturas (alguém quebrou nossa Petrobrás e a conta do populismo chegou azeda) os caminhoneiros resolvem parar. Um segmento profissional faz algo singelo em qualquer democracia e expele o esperma que gesta o caos? E não mais do que de repente tudo degringola: empresários malandros usam gasolina para apagar um fogo que vira fogueira e, parecendo coisa de estudantes radicais, gente e mais gente pede intervenção militar. A humanidade se esgualepando nas batalhas por democracia e brasileiros (não poucos) vãos às ruas pedir para se tornarem vassalos, escravos de um Maduro qualquer? Pode tanta insanidade? O cidadão berra: “oh, garçom, tô com baita pressa, sem tempo para leguleios, manda rápido uma ditadura ao ponto”. Com serviço de primeira o atendente quer saber: “qual sua preferência, de esquerda, de direita ou de centro?” E nesse momento de interrogação surgiu a frase lucida para este tempo escuro da nossa escritora Nélida Piñón “o caos não gera senão o despotismo”. Uma coisa leva a outra e recordei da frase tida como pesada do Paulo Francis, mas que no contexto chega até com certa leveza: “o Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle”. Foram dias e tanto esses últimos de maio de 2018; algo como lembrancinha do maio de 1968? Para tranquilizar transcrevo a Eliane Cantanhede do vetusto jornal Estadão: “A paralisação dos caminheiros sacudiu o governo, acionou o Legislativo e o Judiciário e deixou rastro de prejuízos bilionários, mas ensinou duas lições: 1) diferentemente do que ocorre na Venezuela, as crises são pontuais, enfrentadas por instituições sólidas e solucionadas; 2) a insatisfação é generalizada, inclusive nos meios militares, mas não há lideranças dispostas a transformar o CAOS em inferno”. Ufa, melhor assim, mesmo que o Brasil siga assaz caótico e supinamente ambíguo. Agora dá inclusive para citar Descartes que, como incrível pitonisa, sacou estes dias redes sociais tem 500 anos: “Não há nada no mundo que esteja melhor repartido do que a razão: toda a gente está convencida de que a tem de sobra”.

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histórico do local e integre o espaço interno com o seu entorno. No espaço, também haverá uma sala coordenada pela Secretaria de Cultura, com o objetivo de promover exposições e demais manifestações artísticas. Construído entre 1898 e 1920, o espaço onde funcionava o antigo sistema do transporte ferroviário faz parte da história da cidade, sendo ponto de referência do desenvolvimento na época.


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CIDADE

DIÁRIO DA MANHÃ -

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Paralisação será definida hoje Trabalhadores da Codepas decidem na manhã de hoje se aceitam nova proposta de reajuste salarial ou se iniciam paralisação dos coletivos matheus@diariodamanha.com

Os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de Passo Fundo (Codepas) devem decidir nesta terça-feira (5) se paralisam suas atividades ou aceitam a nova proposta da empresa, expedida no fim da tarde dessa segunda-feira (4). Em nova tentativa, a empresa oferece 2% de aumento salarial – 1% retroativo à data base de abril e 1% retroativo ao mês de junho -, além de R$ 517 líquido no tíquete alimentação ou R$ 630 por dia trabalhado. Com a nova oferta, os trabalhadores devem se reunir na manhã de hoje e atrasar em, pelo menos, uma hora a saída dos coletivos às ruas. Se recusarem novamente, eles iniciam as conversas a respeito da

paralisação da categoria. Os trabalhadores rejeitaram na última semana uma proposta de aumento salarial de 2% - 1% retroativo ao mês de abril (data base da empresa) e mais 1% a partir de agosto -, além do mesmo reajuste para o tíquete alimentação. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Passo Fundo (Sindiurb), 60% dos trabalhadores não aceitaram a nova proposta na votação da semana passada. Essa foi a terceira tentativa da empresa, que já havia oferecido propostas de 1,56% e 1,81%, além de R$ 615 no tíquete alimentação diário, que acabaram rejeitadas. A categoria, por sua vez, havia feito uma contraproposta de 2,84% no salário e R$ 780 no

Foto: Caetano Barreto / DM

Matheus Moraes

Ônibus devem atrasar as saídas nesta terça-feira pela manhã tíquete diário ou 11% no tíquete alimentação no formato atual. Atualmente, os trabalhadores recebem cerca de R$ 507 de tíquete alimentação mensal. O Sindiurb alega que comunicou a empresa sobre uma possível paralisação dentro das 72 horas de antecipação exigidas. De acordo com o presidente do Sindicato, Miguel

Valdir dos Santos Silva, o atraso deve ocorrer com ou sem nova proposta. “Possivelmente vai ter atraso de uma ou duas horas na saída dos ônibus. Vamos analisar a proposta. Se não for aceita, vamos ver se inicia a paralisação e por quanto tempo deve durar. Vamos discutir o que eles acham”, afirma.

Empresa pede “bom senso”

O presidente da Codepas, Tadeu Karczeski, declara que é necessário haver bom senso dos trabalhadores, em razão dos custos da empresa com manutenção, pneus e, sobretudo, óleo diesel, que foi pauta do setor de transportes nas últimas semanas. “Não temos de onde tirar o que querem. É brincar com coisa séria. Tem que ter um consenso. Tem uma série de fatores nessa questão. Com ameaça dos trabalhadores não vai acontecer. A ameaça, se tem fundamento, até entendemos. Se for comparar com outras empresas do ramo, os valores são maiores, mesmo com reajuste deles. Eles têm que analisar também. Não é com ameaça de greve que vai se resolver a situação”, completa. Em nota oficial, a Codepas afirma que “não vê sentido no estado de greve apontado pelo sindicato, que está sendo veiculado na mídia, sendo que já foi aceito proposta das outras empresas do ramo da cidade, ainda mais que as propostas da Codepas têm valores superiores que as demais empresas”, diz. Segundo a nota da Codepas, a empresa oferece cerca de R$ 100 a mais no salário do cobrador e R$ 140 do motorista se comparado com as outras empresas. A diferença do valor do tíquete alimentação para as outras empresas é de R$ 168.


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GUIA

Melhor Idade

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Amor próprio em primeiro lugar Aline Prestes

aline@diariodamanha.com

“Aprendi a dizer não”. A frase é citada repetidamente por diferentes participantes da oficina Descortinando Emoções, oferecida pelo Centro de Referência e Atenção ao Idoso da Universidade de Passo Fundo (Creati/UPF), e resume parte dos resultados buscados no trabalho, que é se conhecer, entender suas limitações e priorizar as ações que lhe fazem bem. Os encontros quinzenais organizados pela psicóloga, Lisiane Ligia Mellla, e a pedagoga, Roberta Dalpaz, visam fortalecer a mente do idoso, refletindo no cuidado de si, na sua valorização e no amor próprio. Com 79 anos, a dona de casa Joanita Chiaradia conta que criou seus quatro filhos, sendo além de mãe, cozinheira,

faxineira, enfermeira e protetora. “Cuidei sempre da minha família e da casa, quase não saia. Foi quando surgiu o Creati na cidade, comecei a fazer logo que foi fundado há uns 26 anos. Inicialmente, eu fazia dança e ginástica postural, depois surgiu o Descortinando Emoções”, relata ela. Joanita conta que graças a participação e a crença em Deus ela vive muito bem. O marido, com 81 anos, ainda segue trabalhando com um dos filhos, então, se não tivesse as atividades, ficaria sozinha em casa. “Tem coisas que a gente sente e não fala. Aprendemos a dizer não, ‘não posso’, ‘não faço’. Lá, se aprende que a gente é gente. Eu sei das minhas limitações, mas faço todo serviço de casa, venho aqui cinco vezes por semana. Se tirassem isso de mim não sei o que iria fazer”, aponta.

Fotos: Aline Prestes/DM

Estímulo cuidado, ao fortalecimento e o aprendizado ganham destaque na oficina Descortinando Emoções, oferecida pelo Creati/UPF

Descortinando emoções permite que participantes se fortaleçam na experiência do outro

Envelhecer um dia de cada vez Aprendizado com o outro, acolhimento, cuidado e apoio, são exemplos que Elisabeth Vasconcellos Morsch, de 70 anos, ressalta quando questionada sobre o Descortinando Emoções. “Existe uma troca, somos muito parecidas, vivenciamos momentos parecidos e uma entende o que a outra passa, sem julgamentos, simplesmente nos apoiamos”.

Já sobre a importância em sua vida, ela cita o aprender a envelhecer com autoestima. “Nós sentimos a valorização e o carinho que recebemos cada vez que participamos dos encontros. Nos mantemos mais felizes, com mais vitalidade. Nosso segredo em se manter assim é envelhecer um dia de cada vez”, encerra ela.

O Descortinando Emoções

Encontros ocorrem quinzenalmente no Campus III da UPF

Restruturação após um câncer Um período difícil – a descoberta de um câncer na tireoide e o momento de aceitação da aposentadoria - forçou que Regina Serena Fontaneli buscasse reestruturar toda sua vida em 2010, e foi quando começou participar do Creati. “Tive que reencontrar meu equilíbrio, e aqui descobri diversas atividades que me fortaleceram em relação ao físico e ao emocional. No Descortinando, buscamos formas de se-

guir firme, lidando com nossas emoções, atividades diárias e aceitando nossas limitações, já que o corpo físico envelhece antes que nossa mente”, aborda ela. O apoio que recebeu e ainda recebe do Centro faz com que Regina, hoje com 62 anos, se sinta preparada pra essa nova fase, “a passagem do adulto para o idoso” como ela diz, aprendendo o que é melhor para si. “Compreendemos que é necessário aceitar cada pessoa dentro do seu tempo e a dizer não, quando sentimos ou não podemos fazer algo. Existe um preconceito muito grande com o envelhecimento e aqui trabalhamos vários assuntos, desde a educação financeira, de cuidar dos netos, a vontade de fazer determinadas coisas e romper preconceitos” pontua a aposentada.

A proposta da oficina se norteia em trabalhar em círculo, sendo um espaço para fala, escuta, acolhimento, incentivo e cuidado ao idoso. “A grande questão da oficina é trazer para elas a força que já existe. Usamos alguns sinais para facilitar a comunicação, com uma metodologia diferente, priorizando que elas se sintam acolhidas ao participar, fortalecendo seu empoderamento, mostrando que elas podem ser o que desejarem”, relata a psicóloga Lisiane Ligia Mellla. A pedagoga, Roberta Dalpaz, salienta que é muito importante que cada uma expresse seus sentimentos, tendo o seu

momento de fala, e, quando desejam falar, devem usar sinais específicos para dar continuidade ao diálogo. “Nos colocamos como facilitadoras desse processo, mas aprendemos muito com elas. Trazemos alguns conteúdos como literatura, atividades pedagógicas, poesia, música, entre outros. Nestes momentos trocamos informações, sentimentos, momentos e objetos”, comenta a pedagoga. A psicóloga salienta também sobre a temática ser construída por meio do desejo das participantes, observando também a realidade do grupo. “A experiência de uma ajudar a outra, permitindo também que ampliem sua percepção em como lidar, como é

possível, e ao se ver fortalecida, elas também desejam que as outras também se fortaleçam”. Já quanto aos benefícios do Descortinando Emoções, Roberta diz ser difícil de mensurar como uma atividade física, por trabalhar a mente, o cuidado, respeito, fortalecimento de quem participa. “Desejamos fazer com que elas possam se sentir mais livres, abertas nas tomadas de decisões do dia a dia, facilitando que a vida seja vivida de uma forma saudável. Quantas vezes o ser humano sofre e adoece por coisas que vão ficando internalizadas? Dizer não faz parte do fortalecimento de si”, encerra.

Como participar

Inscrições e outras informações das oficinas podem ser obtidas na secretaria do Creati, entre 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h30, Campus III UPF, ou pelo telefone (54) 3316-8580.

Dica da semana Quando o cérebro vai a campo... Isso muda o jogo! Junho abordaremos habilidades importantes para termos uma alta cional, o autocontrole e a concentração. Com essas habilidades eles garantem performance. A mente de um atleta num início de competição mundial a alta performance mesmo em situação de estresse. A preparação da mente é está a todo vapor, com um turbilhão de emoções, sensações, muita an- tão importante quanto a física. Aproveitando a Copa do Mundo de futebol, convidamos os leitores a cosiedade e pressão por todos os lados. Segundo o Dr. Fernando Gomes Pinto, neurocirurgião do Hospital das locarem seus cérebros em campo e aprimorar habilidades que podem ser Clínicas de São Paulo, o talento para brilhar na Copa não está nos pés de extrema importância em situações que exigem esforços constantes para dos jogadores, e sim, no cérebro. O médico afirma que o segredo dos mudarmos o jogo a nosso favor, situações essas que podemos enfrentar no atletas de alta performance está em habilidades como o controle emo- mercado de trabalho, na escola e no vestibular. Dica proposta pela Supera Ginástica para o Cérebro, Paissandú, 1066.


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Regulamentação possibilita maior confiança, entendem transportadores Matheus Moraes matheus@diariodamanha.com

A regulamentação do transporte rodoviário de cargas estará sob votação nesta terça-feira (5), no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. A decisão sobre o marco regulatório, baseado na lei 4860/16, pode significar um novo futuro para a profissão, que abrange caminhoneiros autônomos, de empresas ou cooperativas. No texto da legislação, são estabelecidas formas de contratação dos transportadores, regras para a segurança nas estradas e normas para a contratação de seguros em caso de acidentes, perda de mercadoria e até furtos e assaltos. Outro ponto citado no texto do marco regulatório é a criação do vale-pedágio, um mecanismo de pagamento automatizado que será obrigatório. Torna, ainda, obrigatória a inspeção de segurança veicular de todos os veículos de carga, com maior frequência quanto mais velho o veículo. Em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Rio Grande do Sul (Setcergs), o vice-presidente institucional Sérgio Gonçalves Neto, declarou que o marco é um aperfeiçoamento da Lei dos Motoristas (13.103/15). Segundo ele, diversas lideranças rodoviárias do país se reuniram em Brasília, nos últimos anos, para alinhar as reivindicações da categoria e buscar garantias para o setor. “É uma reivindicação antiga do transporte. A ideia é aperfeiçoar essa lei, para dar algumas garantias para o trabalhador e também para quem pretende iniciar no ramo e investir”, define. De acordo com Gonçalves, o objetivo é fazer com que todos estejam regularizados com a profissão. Sem a regulamentação, os caminhoneiros estavam reféns do precedente que possibilitava o trabalho efetuado por qualquer indivíduo, desde que tenha comprado um caminhão. “Era um merca-

Foto: Matheus Moraes / DM

Transporte rodoviário de carga poderá ser regulamentado ainda nesta semana, em votação na Câmara dos Deputados. Reivindicação é exigida há anos pelo setor, que pede por valorização e regularidade profissional

Medidas provisórias acordadas durante a greve dos caminhoneiros também serão votadas do muito aberto. Qualquer um comprava um caminhão, montava uma empresa e saía entregando carga. Na verdade, sabemos de todos os riscos, as dificuldades que o setor têm e que precisam ser enfrentadas. É mais complexo do que as pessoas imaginam”, declara o vice-presidente do Setcergs. “Entendemos que o marco traz um pouco mais de confiança ao setor, que pode ajudar a normatizar algumas coisas, regulamentar outras. São benefícios que vão trazer, alguns ajustes dentro do próprio setor. Mas é um momento que temos que passar para ter maior regularidade na profissão”, completa. Um dos pontos abordados pelo vice-presidente do Setcergs é quanto a questão securitária dos transportes, que terão normas obrigatórias. “Nós entendemos que o setor tem que ter o apólice de seguro. Hoje não é regulamentado isso. Atualmente, quem contrata pode ter seu seguro e fazer o repasse para a transportadora. Mas se nós ficamos com todo o risco, é importante que o setor mesmo tenha capacidade de fazer seu próprio seguro”, pontua Gonçalves.

“Fomos extorquidos por muitas empresas”, lamenta caminhoneiro Um dos líderes dos caminhoneiros de Passo Fundo e região, que participou das manifestações da categoria na última semana, André Pretto, afirma que a possível regulamentação é uma exigência que se aguarda há anos pela classe. Segundo ele, a categoria acabou sucateada na mão de empresas durante o período em que a profissão não estava regulamentada. “Tudo no país é regulamentado. A passagem de ônibus, a tarifa de táxi, o salário mínimo. Aconteceu uma demora por parte do governo em não ter feito ainda uma regulamentação dessa profissão, que não se submete apenas ao diesel, mas a prestação do veículo, os pneus e a manutenção. Esperamos essa regulamentação, porque durante muito tempo fomos extorquidos por muitas empresas. Essas empresas ganharam muito dinheiro até hoje e sucatearam o nosso

negócio. Nada mais justo que regulamentar”, declara o caminhoneiro autônomo. Mais do que regular o serviço, Pretto acredita que a regulamentação valoriza a categoria. “O caminhoneiro é um investidor, seja autônomo ou dono de frota. Ele compra um caminhão para trabalhar, ele pega sua frota e paga os caminhões em prestação. Dão emprego para muita gente. Todos esses ficavam à mercê do desleixo do governo. Os veículos de carga são diferentes de um veículo de uma pessoa que sai para trabalhar e que vira um vendedor de estrada. É bem diferente. É lamentável que tenhamos que fazer uma greve, como foi nos últimos dias, para discutir direitos básicos como a regulamentação do trabalho”, finaliza o caminhoneiro, ao lembrar, também, um dos pontos reivindicados durante a paralisação da classe no último mês.

Medidas oriundas da greve também serão votadas As seis medidas provisórias (MPs) editadas como parte do acordo firmado entre o governo federal e caminhoneiros, na última semana, também devem ter instaladas suas respectivas comissões mistas de deputados e senadores. Na relação de medidas está a 832/18, que institui a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas. Editada sob o argumento de promover condições razoáveis à realização de fretes no território nacional, ela já enfrenta resistência do

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Há ainda a 833/18, que altera a Lei dos Motoristas (13.103/15) para estender para as rodovias estaduais, distritais e municipais a dispensa de pagamento de pedágio do eixo suspenso de caminhões, uma das principais reivindicações dos grevistas. As medidas provisórias 836, 838 e 839/18 também aguardam votação. Com elas, o governo pretende compensar os gastos que serão gerados pelo acordo, que inclui a redução dos tributos so-

bre o óleo diesel. Após serem discutidas nas respectivas comissões mistas, as medidas provisórias precisam ser apreciadas pelo plenário da Câmara e depois pelo do Senado. O prazo de vigência de uma medida provisória é de 60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período. Se não for aprovada no prazo de 45 dias, contados da sua publicação, ela passa a trancar a pauta do plenário da Casa em que se encontrar (Câmara ou Senado) até que seja votada.


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Entrega de cobertores beneficia famílias em Passo Fundo Através de doações, ação da associação LBV ajudará a aquecer 500 pessoas nesse inverno Édson Coltz redacao@diariodamanha.com

Rebecca Mistura rebecca@diariodamanha.com

Wilson Lill A Legião da Boa Vontade (LBV) deu início à entrega das doações arrecadadas por meio de sua tradicional campanha Diga Sim!, iniciativa de caráter emergencial. Até o mês de agosto, a LBV vai entregar 17 mil cobertores e mais de 12 mil cestas de alimentos não perecíveis a famílias em situação de pobreza que enfrentam as baixas temperaturas e a seca em dezenas de cidades brasileiras. Em Passo Fundo, serão entregues 500 cobertores hoje à tarde, no bairro Vera Cruz. A LBV é uma associação ecumênica sem fins lucrativos fundada em 1950, que hoje atua em 82 unidades de atendimentos divididas em centros comunitários de assistência social, lares de idosos e escolas. Neste ano, a instituição completou 68 anos de trabalho, sendo que em 2017 a LBV atingiu um número recorde: mais de 13.500 atendimentos em todo o Brasil. Ao todo, mais de 300 mil pessoas foram impactadas pelos programas socioeducacionais. Em 2018, a campanha de arrecadação começou no início

“Estamos lutando para que seja possível trazer a LBV para Passo Fundo”. de maio e arrecadou 2.800 cobertores em todo o Rio Grande do Sul. Por aqui, o foco é a doação de cobertores em uma ação emergencial, o que significa que a demanda pelos cobertores é grande e o frio muito intenso. Já nas regiões norte, nordeste e centro-oeste, em virtude das frequentes secas, as famílias recebem doações de alimentos. As ações dividem-se entre emergenciais e permanentes e, em quase sete décadas de trabalho, a LBV influenciou também a atuação do trabalho da LBV da Argentina, da Bolívia, dos Estados Unidos, do Paraguai, de Portugal e do Uruguai, nas quais as atividades são mantidas graças a doações da população local. Conforme informações do secretário da Cidadania e Assistência Social de Passo Fun-

do, Wilson Lill, a intenção é trazer uma unidade para o município. “Estamos lutando para que seja possível trazer a LBV para Passo Fundo”, afirmou o secretário. Assim, as ações podem ser inteiramente realizadas no município, sem precisar vir de Porto Alegre, como vem acontecendo desde 2012, ano em que iniciou a parceria entre a secretaria e a Legião. De acordo com Wilson, 500 pessoas serão beneficiadas com os cobertores nesse ano, 200 pessoas a mais em relação ao ano passado. As fichas para retirar os cobertores são individuais e todas as cobertas são novas, compradas com as doações que são realizadas pela população. Para o secretário, a instalação de uma sede na cidade, além de beneficiar mais famílias, seria um alívio para o CRAS, Centro de Referência de Assistência Social. Os CRAS contam com sedes abarrotadas de doações de roupas que chegam a somar em torno de 20 mil peças todos os anos, principalmente no inverno. Conforme o LBV, a intenção seria estar presente em um número maior de cidades, mas por questões de orçamento, somente algumas acabam selecionadas, sendo que a sede procura se instalar sempre no bairro mais carente do município.

Outras ações

O ano de 2017 foi marcado pelo aumento das ações assistenciais oferecidas pela organização. Dentre os destaques, está o projeto Criança: Futuro no Presente! Este programa beneficiou diretamente 12.762 meninos e meninas em todo o país. Porém, o alcance desta ação chegou a impactar mais de 28 mil pessoas considerando a família das crianças beneficiadas. O programa Rede Sociedade Solidária, ação de assessoramento a organizações do Terceiro Setor, também teve grande alcance. Com essa parceria, a LBV impactou 87.120 pessoas no ano passado com ações focadas em entrega de cestas de alimentos, kits pedagógicos, cobertores na época do frio e palestras educativas. Além da campanha permanente de cobertores realizada pela LBV, esse ano a organização já doou 200 kits de material escolar na cidade e, nos finais de ano, realiza a doação de cerca de 1.500 sacolas de Natal. Além desses projetos, para as futuras gerações, o Cidadão-Bebê realiza mais de 30 mil atendimentos e benefícios em todo o Brasil, auxiliando mães e crianças de até três anos de idade, dando total apoio no período gestacional. Todos que desejam colaborar com recursos financeiros podem realizar doações para a LBV através do site (www.lbv.org) ou telefone da organização (0800 0555 099). Em Passo Fundo, a entrega dos cobertores será realizada na tarde de hoje, às 13h, no Salão da Igreja São José Operário, no bairro Vera Cruz.

Foto divulgação/ LBV

Em 2018, a campanha de arrecadação começou no início de maio e arrecadou 2.800 cobertores em todo o Rio Grande do Sul


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SEGURANÇA

VINICIUS COIMBRA

vinicius@diariodamanha.com

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GERAL POLÍCIA EDUCAÇÃO

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www.diariodamanha.com DIÁRIO PASSO FUNDO redacao@diariodamanha.com - (54) 3316.4800 DIÁRIO CARAZINHO redacao.carazinho@diariodamanha.com - 54.3329.9666 DIÁRIO FM - 98.7MHz diariofm@diariodamanha.com - 54.3311.1309 DIÁRIO AM - 570KHz diarioam570@diariodamanha.com - 54.3311.7756 DIÁRIO AM CARAZINHO - 780KHz diarioam780@diariodamanha.com - 54.3331.2422

DM Terça-feira, 05/06/2018

PREVISÃO PARA HOJE PASSO FUNDO

8ºC Mínima

CARAZINHO

15ºC

9ºC

Máxima

15ºC

Mínima

LUAS Nascente: 6h50min Poente: 18h30min

PORTO ALEGRE Máxima

Minguante 06/06

Nova 12/06

13ºC Mínima

Crescente 19/06

18ºC Máxima

Cheia 27/06

Suspensa comercialização de planos de saúde

Doze operadoras de saúde suplementar serão proibidas de comercializar 31 planos de saúde a partir de sexta-feira (8). A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com base em reclamações recebidas pelo Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento da agência reguladora, durante o primeiro trimestre deste ano. Foram analisadas cerca de 14 mil reclamações no período, a maioria (39,53%) por causa de questões gerenciais, como autorização prévia, franquia, coparticipação, etc. Também houve grande número de problemas relacionados ao rol de procedimentos e coberturas (15,85%) e prazos máximos para atendimento (15,04%). Os planos atendem a 115,9 mil beneficiários, que não são afetados pela medida, uma vez que os planos são obrigados a manter a assistência aos clientes. A decisão da ANS proíbe apenas a venda para novos clientes. A suspensão é temporária e pode ser revertida se as operadoras comprovarem melhoria no atendimento nesses planos. A lista dos planos pode ser conferida no www.ans.gov.br.

Copa de Kart movimenta a Roselândia Kartódromo recebeu cerca de 40 pilotos durante o fim de semana para a primeira etapa da competição Fotos Kleiton Vasconcellos/ DM

Kleiton Vasconcellos kleiton@diariodamanha.com

Os motores voltaram a roncar. Durante o sábado e domingo (dias 02 e 03), o Kartódromo da Roselândia recebeu cerca de 40 pilotos para a disputa da Etapa LS Cosméticos da Copa de Kart. Dividida em sete categorias e com duas baterias cada, sobrou emoção na pista. A próxima etapa será disputada em setembro. A retomada da Copa de Kart também serviu como cartão de visitas da nova administração do Kart Clube de Passo Fundo. De acordo com o novo presidente do KCPF, Cláudio Ricci, “avaliamos a etapa como excelente. O dia ajudou, os kartistas vieram para disputar a primeira das três etapas de 2018 e mostraram união de todos os pilo-

Provas tiveram gris cheio no kartódromo tos e associados. Esperamos fazer uma boa gestão, com apoio de todos. Agora já se mostrou isso, com grid cheio e boa presença de público”. No total, foram 40 pilotos inscritos, vindos de cidades como Porto Alegre, Erechim e Caxias do Sul. “Como teve corridas em Lajeado e Farroupilha, alguns

Pequenos

Entre os destaques da etapa, atenção especial para o grid das categorias Cadete e Mirim, que chegou a 10 inscritos. “Um ponto positivo agora é a presença dos jovens pilotos. 10 cadetinhos, entre 6 e 10 anos. É o que vamos incentivar, colocar como prioridade. Eles são o futuro do nosso kartismo, têm muitos pilotos novos” observou Ricci. Segundo o presidente, uma das ações da nova gestão será abrir uma escolinha de kart, incentivando e com foco nas crianças. É o caso do pequeno Lucca Rosso. Aos 7 anos, ele venceu a primeira bateria na categoria Mirim e fechou a etapa em segundo lugar. “Foi difícil ganhar essa corrida, mas fiquei muito feliz e comemorei bastante” disse o garotinho.

Asfalto

Embora a estrutura do Kartódromo esteja renovada, há um velho problema ainda a ser solucionado. “A gente pretende cada vez mais melhorar a nossa estrutura, mais ainda o asfalto. Independente se a gente não conseguir, vamos tentar. Temos uma das melhores estruturas do Rio Grande do Sul, mas a pista apresenta esse problema, que gera maior custo no desgaste dos pneus” finalizou o presidente.

Os resultados Pequenos kartistas serão estimulados a seguir na carreira não vieram agora, mas mais de 50 inscritos vão vir nas próximas e nas etapas seguintes” esperamos contar com comentou Ricci.

Mirim: 1º Pedro Ricci, 2º Lucca Rosso e 3º Rodrigo Batistella. Cadete: 1º Dudu Schons, 2º Abner Mignoni e 3º Francisco. TAG: 1º Bruno Bertoncello, 2º Diego Burlamaque e 3º João Lucas Batistella. Força Livre: 1º Hélio Alves Filho, 2º Breno Rubin e 3º Luiz Dorigon. Força Livre 175: 1º Henrique Pacheco, 2º Elas Ferreira e 3º Jeferson Feldman.

Passo Fundo Futsal soma pontos A torcida teve que esperar quatro jogos para comemorar a primeira vitória do Passo Fundo Futsal/Fasurgs/Valtra Razera, e ela veio em uma noite fria que teve mais uma vez o ginásio Capingui com ótimo público nas arquibancadas. Todos viram um grande jogo e a goleada de 4x1 aplicada sobre o Nadas Branco de Rio Pardo. O primeiro gol do jogo foi uma pintura. Depois da cobrança de escanteio, Dani Ottoni bateu forte para mandar a bola no ângulo. Ainda na primeira etapa Gui Favero ampliou a vantagem, e Luquinhas cobrando falta descontou para o time visitante. No segundo tempo o goleiro Zanco se transformou no grande nome do jogo, neutralizando as chances de gols do Nadas Branco. E para melhorar o ataque funcionou. Romarinho e Gui Favero marcaram mais dois para o PFF e garantiram a vitória, a primeira na competição. O próximo jogo do Passo Fundo Futsal será sábado, dia 9, diante do Lagoa Futsal em Lagoa Vermelha. Com a vitória o PFF assumiu o quinto lugar da Série Prata com 11 pontos.

Foto Guilherme Canal/ Divulgação

Vitória sobre o Nadas Branco, no último sábado, deixa a equipe em 5º lugar na Série Prata

Equipe teve boa atuação e bateu o Nadas Branco por 4x1

SC Gaúcho segue líder Com gols de Rafinha, Matheus Paulista e Henrique, o Sport Clube Gaúcho obteve mais uma vitória na Terceirona. O Alviverde foi até Santo Ângelo, no domingo (03) e bateu a SER Santo Ângelo por 3x0. Com o resultado, o time dirigido por Gelson Conte chegou aos 16 pontos, isolando-se na liderança da Chave A. A equipe volta a campo no dia 17, quando recebe o Elite na Arena BSBios Wolmar Santon.


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