Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Diário da Manhã -
1
CARazinho, Sábado e domingo, 07.07.2018 e 08.07.2018
www.diariodamanha.com
foto: Divulgação/Fifa
37 ANOS - Nº 409 - R$ 2,00
Sonho adiado Mais uma vez a conquista do hexa vai ficar para a próxima Copa. Com um fraco desempenho, Seleção Brasileira foi derrotada por 2 a 1 para a Bélgica e acabou eliminada nas quartas de final frustando torcedores. Conexão e Página 12
foto: DM/Anderson Favero
Vocação por voar
Emplacamentos crescem 30% em Carazinho Levantamento da Fenabrave aponta que a região Sul do Brasil foi a segunda que mais emplacou veículos novos. Página 3
Nesta Edição
Força que se renova Aeroclube de Carazinho completa 78 anos de fundação como a maior escola de pilotos da região. Página 6
Nei César Mânica, presidente da Cotrijal, salienta a importância de alianças e relações comerciais entre cooperativas para o fortelecimento do setor. Páginas 4 e 5
RADAR
2 - Diário da Manhã
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Se você tem um smartphone e um aplicativo de QR Code instalado, posicione o leitor desta imagem e tenha acesso direto ao nosso site.
Festa na Praça A Festa Junina da Praça Soldado Adriano estava programada para acontecer neste domingo (8). Porém, devido à possibilidade de instabilidade
no clima para o final de semana, o evento foi novamente adiado. A nova data da festa ainda será definida pela comissão organizadora.
Dia da Pizza por apenas R$ 24,90 o rodízio (no dinheiro, por pessoa). Dia da Pizza é na Nonno Fiorello, na Rua Marechal Floriano, 998. Telefone: (54) 3331-2526.
Foto: DM/Nathan Schultz
Terça-feira, 10 de julho, é Dia da Pizza! Para comemorar esta data especial, a Nonno Fiorello estará servindo 50 diferentes sabores de pizza,
Vacinação As vacinas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde, exceto a da gripe, que faz parte de uma campanha e exige um período específico de proteção, que é antes do inverno. O calendário Nacional de Vacinação do SUS contempla 19 vacinas para toda a população. Segundo o Ministério da
Saúde, outros 25 imunobiológicos, entre soros e vacinas para pessoas com condições especiais, também são ofertados por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), totalizando 44 imunobiológicos. Em caso de perda da caderneta de vacinação o paciente deve procurar o posto de saúde onde costuma receber as doses em busca de resgatar seu histórico.
Alimentação Escolar Foram repassados pelo Governo do Brasil às escolas e creches estaduais e municipais mais de R$ 9 bilhões para garantir uma alimentação saudável e rica para as crianças brasileiras. Em 2017, por exemplo, mais de 41 milhões de estudantes foram beneficiados por estes repasses. O número vai aumentar neste ano, já que a execução dos recursos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ainda não foi encerrada e, até
o momento, já chegou a R$ 1,8 bilhão dos R$ 4 bilhões previstos no Orçamento Federal. A introdução à educação alimentar e a garantia da segurança alimentar são muito necessárias diante de um País em que a obesidade aumenta a cada ano. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostram que, no Brasil, mais da metade da população está com sobrepeso e 20% dos adultos já apresentam obesidade.
Hepatite C Um plano pactuado entre o Ministério da Saúde, estados e municípios pretende eliminar a hepatite C no Brasil até 2030. Atualmente, a hepatite C tem o maior número de notificações dentre todas as hepatites. Em 2017, a taxa de incidência foi de 11,9 casos por 100 mil habitantes. São mais de um milhão de pessoas que tiveram contato com o vírus do tipo C, o que representa 0,71% da população brasileira. A ideia é simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e
fortalecer o atendimento às hepatites virais. Um dos maiores desafios impostos pela doença é buscar as pessoas que ainda não foram diagnosticadas e as que já foram, mas ainda não estão em tratamento. A doença é transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos cortantes, e, com o tratamento oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), há mais de 90% de chance de cura.
O farmacêutico Mauro Mazzutti participou ao vivo, na manhã desta sexta-feira (6), da programação da Rádio Diário. Ele falou sobre conjuntivite. O farmacêutico fornece suas orientações de saúde semanalmente na programação da Diário AM 780. ANIVERSÁRIOS 07/07 Adalberto Rolin de Moura Angelo Alves da Silva Angélica Braga Arlete Rohde Arno Weber Júnior Ataides Webber Beatriz Bósio Carlos Adonai Freitas Beckel Clair Antônio Backes Claudio Becker Cleuza Lopes Walter Dalano Rodrigues da Silva Denise Brentano Oliveira Eunice de Lima Eva Soares Mello Francine da Silva Hartmann Jandira de Moura Aires João S. Rosa Jones Erlo José Adriano Tatim Jossana Marlise Schenkel Jorge Barbosa de Moraes Leia Regina Solto Luciano Albarello Marcelo Scholler Margareth M. Wollmeister Maria Doroti Moreira Micheli Pilotto Diehll Natalino Parreiras Nedir Pereira Nilza Pasqualotto Patricia Teran Diehl Ruth Saute Sabrina Vieira Weise
Fundador Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) Presidente-Emérito Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)
Tania Maria Quadros Lopes Vanderli Borges
Simone Luzia Pilger Zilá da Rosa Almeida
08/07 Adriane Gnadt Henika Airton Luiz Gaelzer Antônio Davi Ebert Cleonice Pádua dos Santos Cleuber Roni Xavier Diéssica Ribeiro Cabral Denise Becker Dionice Teresinha Lopes Elizabete A . Brandão Gilmar da Silva Gilson T. de Oliveira Guilherme Ruschel dos Santos Iara Denise Becker Idalia Mokoski Ieda Miranda Jacó Paulo Braun João Francisco G. da Silva José Leodir Denicoló Lessi Liana Ulrich Lori Urnau Lourival Bandeira Margarete Kochemborger Maria Eloi de Souza Satico Maria Helena Machado Maria L. Urnau Maria Pilotto Noris C. Granville Paulo César Makoski Rian Wolfart de Almeida Romeu Ilário Noll Salete Belaver
09/07 Aidê Cristina Vargas Nolasco Ângela Bosio Anes Azelar Kissmann Deonir Rufato Diego Moraes Elaine Fátima Pereira Chagas Elena Missio Elida Missio da Rosa Eraldo Lucas Correa de Olivieria Evandro Luis de Almeida Gabriel Kienast Radtke Gilberto Roos da Silva Guilherme Gobbi Setti Guilherme Scheidemantel Hélen Costa da Silva Jovelina dos Santos Gheno Juliana Ambos Leony M. de Ávila Leonardo Teran Pacheco Luis Henrique Xavier da C. Devens Márcio Schneider Nara Lisiane Silveira Oswaldo Martins Pedro C. Loss Ricardo Timm Renata Ambos da Silva Reginaldo da Silva Almeida Teomir Rulfato Terezinha Albuquerque Pinto
Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Editora Geral Nadja Hartmann
Diretora Comercial: Jussara Alberton Sirena Editor Interino: Rodolfo Sgorla da Silva (MTE 18546/RS)
www.diariodamanha.com www.facebook.com/diarioam
@diariodamanhaRS
ECONOMIA POLÍTICA
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Diário da Manhã -
3
Região Sul é a segunda que mais emplaca veículos Levantamento da Fenabrave aponta crescimento nos emplacamentos. Setor também relata aumento de vendas em Carazinho Fotos: DM/Isadora Stentzler
Isadora Stentzler isadora@diariodamanha.com
Um levantamento feito pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revela o crescimento do setor automotivo no primeiro trimestre de 2018 a partir do número de novos emplacamentos. Segundo os dados, só de automóveis e veículos comerciais leves, a variação foi de 13,7%, passando de 991.287 para 1.127.217 novos emplacamentos nos primeiros seis meses do ano. A pesquisa não aponta dados municipais, mas de acordo com coordenador do Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) de Carazinho, Rafael Sperry, o índice ultrapassa o nacional e atinge os 30%. “Até fevereiro, nós vínhamos no mesmo patamar, com uma média de quatro, cinco veículos por dia emplacados. Mas hoje essa média atingiu oito veículos novos por dia. Não são todos pra Carazinho, mas feitos em Carazinho. É como se a cada 10 veículos emplacados, três ou quatro fossem para fora daqui. Então cerca de 70% ficam em Carazinho”, explicou Sperry. Segundo os dados nacionais do levantamento da Fenabrave, a região Sul teve a segunda maior porcentagem de emplacamentos quando comparada às outras regiões do país.
Coordenador do CRVA aponta aumento de 30% nos novos emplacamentos na cidade A participação foi 16,72% do total nacional, atrás do Sudeste, que tem a expressiva marca de 55,11%. Na sequência vem o Nordeste, com 13,70% dos emplacamentos, Centro Oeste, com 9,46%, e o Norte, 5,02%. Em maio, de acordo com a Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), o número de licenciamento registrou 964,8 mil unidades, uma eleva-
Responsável pela concessionária Carazinho Veículos, Eduardo Pinto relata a Expodireto como impulsionadora de vendas
ção de 17% sobre as 824,5 mil de 2017. No mesmo mês foram comercializadas 201,9 mil unidades, resultado 3,2% superior no comparativo com o mesmo período do ano passado, quando 195,6 mil unidades foram negociadas.
Aumento local
Em Carazinho o reflexo também foi positivo no setor. De acordo com o responsável pela concessionária Carazinho Veículos, Eduardo Pinto, um dos fatores que auxiliaram no equilíbrio do mercado foi a Expodireto, em março, que alavancou as vendas. - Tivemos um crescimento no mercado de novos. Na nossa região ele cresceu em torno de 8% a 12% em número de vendas. E a gente nota que o mercado está em pleno crescimento e evolução das vendas. Com a chegada dos carros da Expodireto, aumentou o volume. Foi um número expressivo vendido na feira e depois disso alavancaram os emplacamentos”, apon-
tou. Apesar dos números positivos para o setor e o período, a expectativa é que o segundo semestre ultrapasse as valores atuais. De acordo com Jair Francisco Andriato, da Marina Veículos, a tendência é que a partir de julho as vendas apresentem uma significativa elevação. “No primeiro semestre ven-
demos em torno de 13%, algo que se deve pelo mercado. Houve uma safra boa porque o pessoal colheu bem e o preço do produto estava bom no mercado. Mas como o segundo semestre sempre é melhor que o primeiro, a tendência é que de julho a dezembro haja um acréscimo”, defendeu Andriato.
EDUCAÇÃO
4 - Diário da Manhã
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Cooperativismo: força que se renova Para o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, alianças e relações comerciais entre as cooperativas estão entre os novos caminhos do fortalecimento do cooperativismo. A Cotrijal conta hoje com mais de 7.300 associados e está presente em 32 municípios gaúchos. Foto: Assessoria de comunicação da Cotrijal
Sociedades sustentáveis por meio da cooperação" é o debate que propõe o Dia Internacional do Cooperativismo em 2018 perativas de produção. Conforme o presidente, como qualquer outro segmento da sociedade, o cooperativismo também enfrenta dificuldades de mercado. “Estamos trabalhando muito forte na intercooperação entre as cooperativas, com alianças, fazendo relações comerciais para fortalecer a marca do cooperativismo e agregar mais valor ao nosso produtor. Eu diria que o cooperativismo tem o papel importante na geração de empregos, mas o principal é que o cooperativismo consegue trabalhar com todos os produtores independentemente de tamanho, fazendo trabalho de assistência técnica, projetos que a Cotrijal tem junto ao produtor, no sentido de manter o homem
foto: Arquivo/DM
Neste sábado, 07 de julho, comemora-se o Dia Internacional do Cooperativismo. Data em que mais de 1,2 bilhão de cooperados, em 107 países ao redor do mundo, celebram o movimento cooperativista. No Rio Grande do Sul, tornou-se uma das principais forças econômicas: são mais de 400 cooperativas gaúchas, que somam um faturamento bilionário ao ano. "Sociedades sustentáveis por meio da cooperação" é o debate proposto em 2018. A temática do Dia Internacional do Cooperativismo em 2018 reforça ainda a necessidade do 'Consumo e Produção Responsável', alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – uma agenda propositiva elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU), com a intenção de erradicar a pobreza do mundo até 2030. Para Nei César Mânica, presidente de uma das cooperativas mais fortes do estado, a Cotrijal, a força do cooperativismo é a resposta dos números positivos do agronegócio brasileiro. “No mundo, cooperativismo, num todo, é o sistema que mais consegue superar os momentos de crise, é ele que faz além da parte econômica, a social. Nos municípios onde está instalado se tem o melhor Índice de Desenvolvimento Humano. Em nosso estado tem importância muito grande para a economia e sociedade”, destaca o presidente da Cotrijal. De acordo com o dirigente, no Rio Grande do Sul o sistema está se rejuvenescendo, com novas lideranças nas instituições representativas das coo-
“
no campo”, disse Mânica. O presidente salienta ainda que a bacia leiteira tem momentos difíceis e injustos na sua remuneração. Cita outras cadeias importantes como a soja, milho e trigo, mas este ainda na necessidade de políticas para dar sustentabilidade e rentabilidade ao produtor. “O Brasil vem passando por um momento complicado, política e economicamente. As eleições vêm como um divisor de águas no mês de outubro, quando teremos que ter a lucidez de ver o que é melhor para o Brasil, porque depende muito de como será conduzido o pleito e eleito o presidente da república, governador, senadores, deputados. Se sabe que o tamanho do estado não tem mais sustentabilidade, precisamos ter uma reforma, uma redução de custos, porque nenhuma empresa, nenhum cidadão suporta esta carga tributária,” comenta o presidente. Segundo ele, se o
A Cotrijal vem crescendo, os números têm sido sempre positivos. Isso é muito pela confiança do seu próprio dono que é o agricultor.
”
agronegócio vai bem a indústria vai bem, o comércio vai bem, os serviços vão bem.
Confiança “Cada vez mais o associado vê na Cotrijal segurança e confiança. Aqui tem a tranquilidade de ter os seus produtos armazenados para comercializar no momento certo. Na Cotrijal, encontra um balcão de serviços, com ações bastante significativas e ativas durante o ano, com planejamento da propriedade, com troca-troca, com lotes, com assistência técnica, campanha, evento com os jovens, com as mulheres, seminário, reuniões com os núcleos. Todo esse processo faz com que cada vez mais o produtor se sinta dono da sua
Confira a reportagem especial em vídeo, do Grupo Diário da Manhã, para o Dia do Cooperativismo:
cooperativa e acredita, porque a cooperativa vem crescendo, os números têm sido sempre positivos, isso é muito importante, isso é muito pela confiança do seu próprio dono que é o agricultor, que é o verdadeiro dono da Cooperativa,” avalia Mânica. Para o dirigente, o homem do campo não pode ser meio agricultor, como não dá para ser meio cooperativista, precisando tomar uma decisão e se aliar a quem realmente está do lado dele os 365 dias, que é a Cooperativa. “Ficamos felizes porque a cada ano que passa a cooperativa vem crescendo e vemos que muitos produtores que trabalhavam parte com a cooperativa já aumentaram sua participação. Outros são 100% fidelizados, e esta é a busca que nós queremos fazer, trazer o produtor cada vez mais para dentro da cooperativa que é a sua casa”, completou. De acordo com Mânica, mesmo na atual situação de crise o faturamento está superando o planejamento com uma boa rentabilidade podendo superar o faturamento do ano passado.
EDUCAÇÃO
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Diário da Manhã -
5
“O Cooperativismo Setor é forte aliado contribui de forma decisiva ao desenvolvimento de para o desenvolvimento Carazinho Prefeito Milton Schmitz avalia a participação do poder da região” público no setor e cita as principais propostas da região dentro do agronegócio
foto: Arquivo/DM
O cooperativismo é um sistema que vem fazendo muito bem as pessoas contribuindo de forma decisiva no desenvolvimento da nossa região, estado e país e por que não dizer mundialmente. Quem faz a avaliação é o vice -presidente da Cotrijal, Ênio Schroeder. Lembra que existem cooperativas atuando das mais variadas formas fazendo com que pessoas de diferentes segmentos possam de forma cooperada estar inseridas no processo, e desta forma participar do desenvolvimento e também fazer com que a sua atividade se torne econômica, rentável e de forma sustentável. Em relação ao atual momento concorda que sempre que há uma situação de crise econômica ou de natureza semelhante no país ou em nível mundial, quando todos são afetados. Schroeder lembra que a sustentabilidade e o compromisso com a comunidade fazem parte do sétimo princípio do cooperativismo. "A Cotrijal trabalha constantemente para mostrar como a fraternidade e a solidariedade transformam vidas. Exemplo disso é a campanha do agasalho desenvolvida na cooperativa, que encerra neste 7 de julho, mostrando a força da cooperação", exemplifica. "A Cotrijal só alcançou solidez e se tornou uma cooperativa de que todos têm orgulho porque o quadro social é muito unido. Nestes 60 anos de história, seguimos trabalhando conjuntamente para alcançar os melhores resultados para o produtor e para todos que estão inseridos de alguma forma a nossa volta", acrescenta Schroeder, destacando que o sistema cooperativo também é afetado porque a economia faz parte de todo o sistema. “O agronegócio tem sido a grande alavanca. O agronegócio tem sustentado o Brasil, isto porque os agricultores tem procurado cada vez mais produzir, aumentando sua produtividade através das cooperativas que mantém seus quadros, mantém seus departamentos técnicos muito preparados e as evidências estão muitos presentes. “Saímos de um patamar de 30 a 40 sacas por hectare que se colhia no passado, e hoje nós temos muitas propriedades que no caso de nossa cooperativa que chegam próximo a 100 sacas, isso já é muito comum no meio dos nossos produtores, o que é fruto de um trabalho muito bem feito, muito bem elaborado pela cooperativa através de seus profissionais, também fazendo com que o produtor faça o seu melhor. O produtor, por sua vez, contribui de forma decisiva,” comenta Ênio. Para o vice-presidente da Cotrijal, o produtor deve estar cada vez mais
“
Ênio Schroeder, vice-presidente da Cotrijal
Com o sistema cooperativo conseguimos fazer com que milhares de produtores tenham acesso as modernas tecnologias responsáveis pela produção em grande escala
”
atento, pois para se produzir bem se gasta e se investe muito. Explica que é preciso haver um equilíbrio, porque a renda do produtor deve ser mantida para que ele possa produzir de forma sustentável através das mais modernas técnicas. “Com o sistema cooperativo conseguimos fazer com que milhares de produtores tenham acesso a isso, porque no mundo cada vez mais percebemos que as modernas tecnologias estão aqui sendo responsáveis pela produção em grande escala. Se pegarmos a agricultura em 30, 40 ou 50 anos atrás, o preparo do solo era feito a boi, depois vieram os tratores. Fomos evoluindo e hoje estamos com drones, GPS, e inclusive máquinas que funcionam sem o operador. E assim é com transporte, caminhões, no comércio, a tecnologia da informação, tudo isso foi evoluindo, se faz negócios em questão de segundos quando no passado se levava muito tempo para concretizar um negócio. Hoje estamos conectados, o mundo está conectado”, salienta Ênio. Segundo ele, as equipes da Cotrijal estão permanentemente atentas para este novo desafio, participando de eventos e levando as informações sobre as novas tecnologias aos agricultores.
Anderson Favero
Foto: DM/Anderson Favero
redacao.carazinho@diariodamanha.com
O cooperativismo é um dos modelos de negócio que mais cresce em todo o mundo. Estimativas do setor apontam que o sistema é a principal fonte de renda de mais de 1 bilhão de pessoas no planeta. Apenas no Brasil, as cooperativas de crédito geram 372 mil empregos e beneficiam cerca de 51,6 milhões de pessoas direta ou indiretamente. Tendo em vista esses números e a forte presença do cooperativismo ligado ao agronegócio no município de Carazinho, neste sábado, 7 de ju“Enquanto poder público temos lho, Dia Internacional do Coopera- participado ativamente das assembleias tivismo, o prefeito Milton Schmitz, a de cooperativas que ocorrem em nossa convite do jornal Diário da Manhã, gestão” - prefeito Milton Schmitz destaca as iniciativas do poder público em prol da atividade e faz uma que emenda: avaliação do sistema na região. “O pequeno produtor sempre tem “Enquanto poder público temos dificuldades no tocante às negociaparticipado ativamente das assem- ções, e quando ele passa a integrar um bleias de cooperativas que ocorrem sistema cooperativista, se junta aos em nossa gestão. Exemplo disso, é demais e ganha força. Ou seja, todos a própria Cotrijal, que sempre nos saem ganhando”, sentencia. convida a prestigiar suas reuniões e estar em contato com seus associaEventos fortalecem dos. Além disso, também estamos o setor sempre atentos às atividades que Em se tratando de cooperativisenvolvem esse segmento nos colo- mo na região, outra atividade citada cando como apoiadores”, salienta pelo prefeito é a Expodireto, feira Schmitz. realizada pela Cotrijal em Não-MeNesse contexto, o prefeito tam- Toque. Para ele, o evento que é fobém destaca a importância dos pe- cado na tecnologia e na prospecção quenos produtores para a economia de negócios, contribui de forma do município através das cooperati- decisiva para o desenvolvimento vas. “A exemplo da Cotrijal, temos do setor. “A cada edição somos suroutras cooperativas excelentes na preendidos pelas oportunidades região dentro do agronegócio. E ne- trazidas pela Expodireto. Não sonhuma delas teria se consolidado mente porque o produtor tem acessem a participação dos pequenos so a novas tecnologias, mas porque e médios produtores, que além de é algo que envolve diversos grupos atuarem como fornecedores tam- com poder decisório, tanto do Brabém participam das discussões en- sil quanto de outros países. Tudo quanto associados estabelecendo isso acontecendo aqui ao lado, na qual o melhor caminho para o cres- nossa vizinha Não-Me-Toque”, cimento econômico”, cita o prefeito conclui.
Prefeito com autoridades na Expodireto Cotrijal: “feira contribui de forma decisiva para o desenvolvimento da região”
CIDADE
6 - Diário da Manhã
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Aeroclube de Carazinho comemora 78 anos de fundação Com quase oito décadas de atuação, a maior escola de pilotos da região vai superando as dificuldades impostas pela crise econômica vivida no país. Seu presidente, Paulo Barboza, o Pastel, está otimista com o futuro FOTO: DM/Anderson Favero
Anderson Favero redacao.carazinho@diariodamanha.com
Aos seis anos, quando viu pela primeira vez um avião cruzar a imensidão azul do céu, Paulo César Barboza, hoje com 45 anos, sentiu algo diferente. Além de ser uma novidade para seus olhos, a aeronave lhe causou um fascínio nunca antes percebido. A partir daquele dia, ele nunca mais foi o mesmo. - Lembro que eu estava na propriedade de um vizinho e tinha um avião agrícola sobrevoando a lavoura. As manobras no ar me encantaram demais. Depois desse dia, meus brinquedos mudaram, eu não queria mais saber de tratorzinho e patrolinha. Tudo era avião – relembra Paulo que, em Carazinho, é mais conhecido por “Pastel”, apelido recebido ainda na época do colégio. O tempo passou e o encantamento do garoto pela aviação só fez aumentar. Entretanto, tornar-se piloto de avião, para quem não tem as condições financeiras ideais para investir na profissão, pode ser uma caminho demorado. - Eu não tinha recursos para me tornar piloto, mas tinha vontade e interesse – conta. E foram justamente essas duas características que lhe abriram as portas que tanto almejava. No ano de 2000, aos 27 anos, ele, enfim, conseguiu concluir o curso de piloto privado no Aeroclube de Carazinho e fez seu primeiro voo solo. De lá pra cá, Pastel concluiu todos os outros cursos exigidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para atuar na formação de novos pilotos. Hoje, dentro da entidade, ele se tornou uma figura importante e exerce muitas funções, entre elas a de coordenador de instrução, examinador e instrutor. Em 2008, tornou-se vice -presidente da entidade e, em 2013, passou a presidir o Aeroclube. “Muitas pessoas trabalhadoras e honrosas estiveram à frente do Aeroclube, dedicando muitas horas de trabalho em prol do fortalecimento da gestão e da qualidade dos cursos ofertados. Agora, chegou a minha vez e sou muito feliz
Do sonho à realidade: Aos seis anos, quando viu um avião pela primeira vez, Paulo Barboza notou que ali estaria o seu futuro
“
em poder dar a mipara não passar em nha contribuição – branco, mas nossa comemora o piloto, situação econôque calcula ter 2,5 Temos notado um aumento no mica não permite horas de voo em seu e interesse pelos cursos do Aeroclube. comemorações currículo. não faremos nada”, Nesta segundaEntão, acredito que nosso avião sentencia o piloto. feira, 9 de julho, o Apesar disso, Pascomeça a levantar o nariz de novo e Aeroclube de Caratel está otimista. zinho comemora 78 logo vai deixar para trás essa fase Em 2018, ele tem anos de fundação. sentido uma meeconômica ruim Nesta semana, Paslhora nas contas do tel recebeu a equiAeroclube. “Temos pe de jornalismo do notado um aumenDiário da Manhã, na to no interesse pesede do clube, onde los cursos do clube. falou sobre as ativiEntão, acredito que nosso dades da escola e como a crise do tivemos uma diminuição avião começa a levantar o nade 35% nas horas de voo aqui econômica tem afetado os trano Aeroclube. Para nós, tem riz de novo e logo vai deixar balhos desenvolvidos. sido um período complicado para trás essa fase ruim”, ressalta. - avalia. Números em queda O período turbulento, no Nesse contexto, os altos cusNascido com a proposta de formar pilotos e idealizado por tos do combustível também entanto, não altera em nada Aparício Nunes, já falecido, o encareceram as atividades todo o trabalho conduzido Aeroclube de Carazinho oferta na escola. Por precisar de um pelo Aeroclube nessas quase sete cursos que unem teoria e produto mais refinado, a avia- oito décadas de história. Esprática. São eles: piloto priva- ção utiliza-se de uma gasolina tima-se que no decorrer desdo, piloto comercial, instrutor diferente das que são comer- ses anos milhares de pilotos de voo, piloto agrícola, lança- cializadas aos condutores de tenham se formado na escola. E eles vem de todo o Brasil e dor de paraquedista, piloto re- veículos. “A gasolina que conbocador de planador e regras sumimos vem de Passo Fun- até de outros países. “Eles nos principalmente do. É um produto mais caro e procuram de voo com instrumento. Atualmente, 30 alunos estão requintado. E nossa demanda por causa do curso de piloto matriculados nesses cursos. é grande. Um avião agrícola, agrícola que é nosso principal Entretanto, houve um período por exemplo, consome um eixo de atuação, tendo em visem que esse número chegou litro de gasolina por minuto. ta que estamos entre as cinco a 60. A queda nas matrículas, Então, calcule os custos de melhores escolas do país nessegundo Barboza, tem relação tudo isso com o preço da ga- se quesito”, destaca Barboza. Nos últimos anos, outro curso com a crise econômica que as- solina nas alturas”, pontua. O momento é tão delicado que tem atraído maior intesolou o país nos últimos anos: - Assim como outros setores, que até mesmo as comemo- resse é o de lançador de paraa aviação também sentiu os rações pelo 78º aniversário do quedista que, segundo Pastel, impactos da crise, principal- Aeroclube estão suspensas. não existem mais do que três mente a partir de 2016, quan- “Gostaríamos de fazer algo no país inteiro, e um delas é a
”
carazinhense.
Frota
No total, entre as aeronaves próprias, cedidas e arrendadas, o Aeroclube conta com uma frota de 15 modelos. Não raro, as instalações também comportam o pouso de grandes aeronaves. Na pista de 1.670 metros por 30 de largura é possível o pouso até de um Boeing 737, avião de grande porte e que pode comportar até 215 passageiros. - Num caso de emergência, em que uma aeronave não possa chegar a Passo Fundo, por exemplo, ela poderá pousar aqui em Carazinho. Nosso piso não tem a compactação ideal para receber um grande número de aeronaves. Desse porte, uma vez ou outra e numa situação atípica, essas aeronaves podem pousar aqui sem nenhum problema. Toda a nossa sinalização está em dia para isso”, afirma Pastel, que finaliza: - Sempre reforço às pessoas que aviões são os meios de transporte mais seguros do planeta, desde que sejam feitas as manutenções de acordo com o manual do fabricante e a condução seja realizada com responsabilidade. Há mais risco em andar de bicicleta no Centro de Carazinho do que fazer aula de piloto aqui conosco – pontua.
Voando alto
Aos interessados em ingressar no curso de piloto privado – que é a primeira habilitação – é necessário ter 16 anos, ensino médio concluído e apresentar um exame médico que comprove que a saúde do requerente está em dia. - A partir dos 16 anos já é possível iniciar com as aulas teóricas, aos 17 as aulas práticas e, aos 18, realizar o primeiro voo solo. Não é necessário ser um super atleta, mas é preciso comprovar a capacidade física e psicológica para pilotar uma aeronave. A linha aérea está em franca expansão. É um mercado muito bom para ingressar, principalmente no mercado exterior, que tem buscado pilotos no Brasil aos montes - esclarece Barboza. Um curso de piloto no Aeroclube pode se estender por até 2 anos e cinco meses. Geralmente, os alunos permanecem alojados no local durante esse período.
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
VARIEDADES
“A escrita e a leitura sempre fizeram parte de mim” “Queria ler um livro que se passasse no Brasil, porque eu achava que faltavam histórias que fossem ambientadas aqui. Que mostrassem algum elemento do nosso governo, de Brasília, que apresentassem segredos, talvez até espiões (risos). Então pensei: Se eu quero ler algo assim, será que não existe mais gente que também gostaria?”, conta Stefani sobre iniciativa “A Missão”. Estudante de arquitetura e urbanismo, a jovem de 20 anos fala sobre como foi a experiência de alcançar um sonho almejado há muito tempo.
7
Diário da Manhã -
Passo-fundense, Stefani Pinheiro Paludo, estreia nas bancas com “A Missão”
//MIOPIA
Foto: Arquivo Pessoal
ção. Logo, não foi fácil, nem rápido divulgá-lo. Pesquisei e descobri sites como o Wattpad, lugar onde os autores podiam publicar suas histórias gratuitamente. Então publiquei a primeira versão de “A Missão” pela plataforma, pois eu sabia que sempre haveria chance de uma editora me descobrir por lá. Fui aos poucos, capítulo por capítulo, e consegui mais de 30 mil leitores. E então ela ficou lá, até um ano depois, quando descobri que ela não me agradava mais, e reescrevi inúmeras vezes. Foram três anos à procura, enviando para várias editoras, indo atrás, até que ganhei um sorteio, e através dele o revisor da Editorial Hope (realizadora do sorteio), decidiu que miBella: Como surgiu a ideia de partir para algo nha obra merecia não só vinte exemplares apenas, mas que vai tão além da arquitetura, de se tornar uma publicação tradicional. uma escritora? Stefani Pinheiro: A escrita e a leitura sempre fizeram Bella: Como sua família reagiu quando você parte de mim. Desde pequena sempre gostei de ler, de falou sobre o interesse de publicá-lo? inventar histórias, tanto que a minha brincadeira favorita Stefani Pinheiro: Minha família ficou muito orgulhosa! na infância era montar teatros, interpretados por mim e Saíram contando para todos os parentes. E eu morria pela minha irmã mais nova, coisa que nunca diminuiu de vergonha, morria de medo de eles falarem as vecom o passar do tempo. Comecei escrevendo fanfics, lhas frases “literatura não dá dinheiro”, “escrita é só um fui para blogs de moda, e então segui para o Facebook passatempo”, “não é nada sério”, mas foi totalmente ao com páginas sobre o mesmo assunto. Foi aí que tudo contrário. Me parabenizaram, elogiaram, me ajudaram mudou. Iniciei com novelas e, quando vi que o retorno na divulgação da pré-venda, e até leram, mesmo não era grande dos curtidores, não parei mais. tendo o costume. Meu pai, após ler meu livro, quis ler mais e mais livros de ficção, e eu fico muito feliz com Bella: Morar em Passo Fundo, cidade que isso, espero que ele continue lendo, pois sabemos a imsedia a Jornada Nacional de Literatura, aju- portância disto. dou na hora de publicar a obra? Como foi essa caminhada? Bella: E agora, vem continuação por aí? PreStefani Pinheiro: Morar na cidade sede da Jornada tende ir mais além nesta carreira? me fez se apaixonar ainda mais pela leitura. Fora isso, Stefani Pinheiro: Este é o principal pedido do meu pai o Estado não costuma incentivar a escrita, a publica- e de todos que me acompanham até aqui (risos). Comecei a escrever “A Missão 2” essa semana. Mas, enquanto isso, já tenho mais dois livros que estão disponíveis online. Sei o quanto é difícil essa carreira, e é também um dos motivos pelo qual continuo #saúdedavisão na Arquitetura. Pretendo conciliar as duas profissões, é o meu sonho!
SINOPSE Nossos hábitos, pensamentos e toda a tecnologia, tão necessária, podem ser agravantes para a necessidade do uso de óculos. de A miopia é um defeito de refração de luz, onde a dificuldade de enxergar longe acontece porque o eixo do globo ocular é muito longo e o olho focaliza melhor as imagens mais próximas. Com a miopia, pe percebemos a dificuldade quando se torna dificl reconher as pessoas do outro lado da rua, as placas ao dirigir, bem como dor de cabeça no final do dia. Fique atento e procure um especialista para avaliar os seus amados olhos. E, é claro, uma óptica especializada e de sua confiança!
“Em uma sociedade futurística e distópica um governo negligente, corrupto e com poderes ilimitados permanece no poder, satisfazendo apenas suas próprias necessidades. Isso até que um grupo de amigos decide agir e forma um grupo revolucionário e secreto. Seus principais líderes são militares com cargos de confiança dentro do próprio governo e tem como objetivo principal tirar os governantes do poder, implantar a democracia e tornar o país um lugar melhor e mais justo. Ao longo da história vemos o grupo se formando, o plano sendo criado e os aliados sendo convocados. Pouco a pouco a revolução começa a se tornar uma realidade e manter o plano secreto torna-se ainda mais complicado. A Missão mostra as semelhanças entre o Brasil e o país da história, trazendo diversas críticas sociais e reflexões, além de apresentar personagens verdadeiramente humanos, com defeitos, qualidades e dilemas éticos que os perseguirão em todas as decisões que tomarem”.
8 - Diário da Manhã
Obrigado pela parceria!
Ocorreu no último sábado (30/06), na sede do Grupo Diário da Manhã, o Dia D da Campanha do Agasalho 2018. Com um ótimo retorno, meia tonelada de roupas, calçados e cobertores foram arrecadados, e após passarem por uma triagem nos
Centros de Referência de Assistência Social já estão sendo distribuídos para as mais de 2 mil famílias de Carazinho. O Grupo Diário da Manhã agradece aos parceiros que acreditaram nesta importante ação social. Na foto, os gerentes Luis Fernando Neuberger e Jonas Gomes, das Lojas Deltasul de Carazinho, que além de serem pontos de coleta para doações, também disponibilizaram um fogão à lenha, que foi sorteado no final da Campanha.
Guilherme de Quadros, gerente da unidade carazinhense do Grupo Toniato, que cedeu um caminhão para o transporte das doações até o local de entrega.
A JCI, que é comandada pela presidente Susiane Schneider, acreditou na iniciativa e arrecadou inúmeros agasalhos por conta própria, participando também da ação que aconteceu no sábado.
Importante parceira da Campanha, a secretária de Assistência Social, Andréia Schmitz, também esteve presente no Dia D e, acompanhada por voluntários, ajudou na organização das doações
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
RODA VIVA Arlete Rohde
O Trabalho e a dedicação dos Voluntários é algo que encanta. São pessoas que dispõem de seu tempo, de suas mãos, de parte de sua vida até, para atender as necessidades de outros. Fazem um trabalho voluntário, em silêncio, sem quererem aparecer. Sua intenção é uma só; ser solidários e disponíveis para alcançar um objetivo ou diminuir a dor e a preocupação de seus irmãos. São gestos anônimos ou não, mas que sempre fazem diferença. Dois campos, entre os muitos que existem, apenas para ilustrar. Um: As/os voluntários que trabalham na Liga de Combate ao Câncer. Pessoas que ano, após ano, dão um pouco de si para amenizar a jornada diária dos pacientes de câncer. Eles atendem crianças e adultos, sem distinção, esbanjando cuidados e carinhos nos hospitais, casas de saúde e até dando um acompanhamento direto nos lares. São anjos de aventais cor de rosa. Trabalham com um sorriso na face e mãos que afagam. Tenho respeito por cada um destes voluntários e a certeza de que nenhum espera recompensa maior além de suavizar a dor e construir esperança. O prêmio maior é ver um paciente retornar à vida, completamente curado. Dois: Os colaboradores em festas da comunidade. São homens, mulheres e jovens que dão o melhor de seu trabalho em prol das festas de igreja, de instituições e até de associações de bairros. Levantam cedo e vão para casa tarde. Trabalham com disposição, sem queixas. Pegam em todas as pontas quando necessário. São os obreiros do bem. Dois exemplos para confirmar a crônica: Os voluntários que organizam as festas na Praça Soldado Adriano e a equipe de colaboradores e festeiros do Patronato Santo Antonio. Estive na festa do Patronato e me impressionei com a movimentação dos voluntários: era gente arrumando a decoração do pavilhão assim como as muitas mesas para o Uma missa foi celebrada e os voluntários lembrados nas orações. Também os pequenos cantores do Patronato fizeram sua homenagem aos participantes, cantando em louvor a Santo Antônio.
Parabéns pelos 77 anos! Os filhos da querida Maria Edi Siqueira de Toledo, dão os parabéns pelos 77 anos completados no dia 04 de julho, e a equipe do Sindicato da Construção cumprimenta o colega, Olmiro Chaves de Oliveira, que também chega aos 77 anos, no dia 10 de julho! Que os amigos sintam-se abraçados com nossa homenagem!
jantar e também atendê-las depois; era a equipe dos galetos preparando as aves, eram os churrasqueiros comandando centena de espetos contendo dois mil galetos e inúmeros assados de porco, gado e ovelha. Eram as senhoras lavando, cortando e enchendo as embalagens com as saladas; era a equipe das cucas que foram ao forno cedinho. Finalmente a turma da cozinha preparando a massa e o molho gostoso para ser servido à noite. Eram os encarregados da tenda dos doces, fatiando as tortas maravilhosas, e os integrantes da tesouraria administrando as contas. Eram o grupo de escoteiros, atentos e prestimosos no cuidado do estacionamento. Era o casal coordenador da festa controlando e ajudando em tudo, como já fazem há vários anos. Também se destacando aquela senhora bondosa que, anualmente, confecciona e vende em benefício do Patronato, dezenas de seus belos panos de prato... Vendo aquela centena de pessoas em ação me perguntei:- O que move esta gente toda além da intenção de ajudar? Penso que, em primeiro lugar, o seu espírito fraterno, depois, principalmente o seu desejo de dar um pouco de si em benefício de uma comunidade especial. Certo, e é isto que fala mais alto! Noticiando *Fuccar passou o filme sobre a Ópera O Guarani, quando da sua apresentação original em nossa cidade. Foi na noite de quarta feira 04 de julho, e aqueceu o coração de todos. *Associação Etnia Alemã de Carazinho promovendo para a noite de 25 de Julho no Restaurante do Q’Assado, um jantar comemorativo ao Dia do Imigrante. Convite/ingresso à disposição com o pessoal da Etnia. Vem aí o “Dia do Amigo”: 20 de julho próximo.
Style
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Diário da Manhã -
Social
by Jonatas Lampert
Fala galera, tudo bom com vocês?! Eu, com muito entusiasmo e felicidade, começo hoje esta nova experiência de falar um pouco sobre o que mais amo: moda! Trabalhei por muitos anos diretamente com moda e com público, focando sempre na criação de looks descolados e dentro de cada personalidade dos clientes. Então, para iniciarmos esta coluna, nada melhor do que falar um pouco do que eu mais me identifico e acho que está com força total, o STREET STYLE ou seja, moda de rua. A moda do lado de fora, nas ruas, na cidade, na vida real, aquela que eu e você usamos e criamos no dia a dia....O street style revolucionou o mercado fashion. Mas o que ele representa de fato? Trata-se da moda que vem do cotidiano, dos indivíduos, independente de classe social, cultura ou etnia, e não das marcas ou semanas de moda. O street style te proporciona uma criação de looks mais livres, podendo misturar desde o estilo clássico com o esportivo e também fazer várias sobreposições! Como aderir esse estilo? Aí vão algumas dicas práticas e simples de você criar na sua casa e arrasar nas ruas...
Esse look é sensacional! Adorei a mistura de um casaco clássico e o scarpin, com um moletom de estampagem e a calça jeans rasgada... Fácil de compor e muito descolado, né?! E para os meninos também super vale o street style...
Super fácil de criar, todo homem deve ter um blaser no guarda-roupas, jogue uma camiseta descolada e um tênis e pronto... Para várias ocasiões e ambientes esse look estará perfeito.
E ai curtiram as dicas? Quero sugestões para a próxima coluna, viu?!
Deixe um direct no meu insta @jonataslampert com o que você gostaria de ver aqui... Até a próxima!
FORMATURA
9
FESTA A bela, Miréli Panazollo, comemorou seus 15 anos em uma linda festa na Utópica, no dia 30 de junho. Ela se divertiu na companhia da família e muitos amigos, em uma noite cheia de encantos e diversão. Creditos: Bruna Toso fotografias
Fernanda De Carli colou grau em Medicina e recebeu a família e os amigos para comemorar esta conquista em uma belíssima festa, no Rancho Bier, no dia 28 de abril. Sempre muito dedicada, merece todo sucesso em sua carreira! Parabéns!
CUIDADOS E BELEZA A Biomédica, esteticista, Taís Maria Brenner, está cada vez mais cheia de novidades. E traz uma dica ótima sobre um procedimento que vem trazendo muitos resultados: os Bioestimuladores. A sua principal função é gerar uma reação inflamatória temporária positiva, aumentando a produção de colágeno e elastina na pele. Entre muitos outros tratamentos para deixar suas clientes cada vez mais belas e satisfeitas. Ela aguarda vocês para uma avaliação!
Ela faz a diferença Giovana Suss “Assumir responsabilidades e seguir um caminho construído com tanto amor por meus pais, Renato e Marlene, é sem dúvida, desafiador; principalmente por estar cercada das pessoas que mais amo. Há 12 anos sou atuante na empresa, hoje na administração, com o apoio e suporte do meu irmão Adriano, formamos uma dupla. Nesta trajetória iniciada por conta própria, comecei levando à empresa o sistema de informatização de cadastramento de todo nosso crediário; passando pelas vendas e retornei como caixa e crediarista. Neste período, sempre busquei dar meu melhor até onde pude alcançar e, sempre seguindo os passos de meus pais, busco ser participativa de obras de amor e caridade aos necessitados de nossa cidade. Hoje, estou indo mais adiante, talvez abrindo mais uma opção de futuro à minha vida, estudando e procurando entender melhor o ser humano através da psicanálise e linguagem do corpo. Uma paixão que tem movido ainda mais meu coração, fazendo um entendimento maior sobre a vida, nossos atos, pensamentos e a essência de sermos pessoas cada dia melhores, ainda que errantes; afinal somos seres humanos”, conta a empresária e Sócia Proprietária da Óptica Renato Joalheiro, formada em Designer de Moda, MBA em Gestão de Pessoas pela FGV, estudante de Psicanálise Integrativa.
INAUGURAÇÃO
A talentosa modista Aline garbin inaugurou seu novo ateliê. Um local diferenciado, para atender todas as suas clientes. Aine, além de trabalhar com peças exclusivas para festas, também faz criação de jalécos personalizados e roupas casuais! Tendência, né? Ela aguarda todas para um café em seu novo espaço.
10 - Diรกrio da Manhรฃ
cidade
Sรกbado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
CIDADE
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho
Diário da Manhã -
11
CRVR inaugura unidade em Victor Graeff Empreendimento deverá dar o destino final a resíduos sólidos de mais de 100 municípios do norte do estado Paulo Santos redacao.carazinho@diariodamanha.com
No final da manhã da sexta-feira (6) ocorreu a inauguração da unidade da Companhia Riograndense de valorização de Resíduos (CRVR) na BR 386. O empreendimento fica no quilômetro 206, em trecho pertencente ao município de Victor Graeff. A empresa deverá dar destino final aos resíduos sólidos urbanos de cerca de 140 municípios do norte do estado, com capacidade de recebimento inicial de 700 toneladas por dia. O empreendimento conta com usina termoelétrica movida à biogás e um aterro
sanitário orçado em R$ 40 milhões, sendo o plano de investimento final na planta de R$ 500 milhões. Para o presidente da CRVR, Alexsandro Ribeiro, a inauguração da unidade é mais um grande passo rumo à meta de tornar o Rio Grande do Sul o primeiro estado brasileiro com disposição final de resíduos sólidos urbanos exclusivamente em aterros licenciados, portanto, livre de lixões. “Já são cinco aterros sanitários no estado, atendendo 8 milhões de gaúchos”, revelou. O governador José Ivo Sartori, presente na solenidade de inauguração, reiterou que o empreendimento inaugurado é uma grande demons-
tração de compromisso com os gaúchos, pois coloca o estado um passo à frente no desenvolvimento do sistema de controle dos resíduos sólidos. “É um grande exemplo de modernização, responsabilidade ambiental e visão de futuro”, pontua. O prefeito de Victor Graeff Cláudio Afonso Alflen enfatizou que a chegada da empresa em seu município é uma grande oportunidade da região solucionar definitivamente o problema do destino final aos resíduos sólidos, não necessitando mais o deslocamento a grandes distâncias para levar esses componentes. Outro ponto levantado pelo prefeito victorense é a questão da criação de empre-
Inauguração aconteceu nesta sexta-feira (6) gos diretos e indiretos, bem como parcerias com universidades, estímulos à inovação e aumento da arrecadação municipal de impostos. além do governador José Ivo Sartori, prestigiaram o
evento a Secretária de Estado de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Ana Pellini, deputados estaduais e federais, prefeitos e vice-prefeitos, vereadores e demais autoridades da região.
Senac realiza simulação de incêndio no prédio Atividade fez parte das instruções do curso técnico de Segurança do Trabalho Sereno Azevedo sereno@diariodamanha.com
A unidade de Carazinho do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) realizou na noite da quinta-feira (5) uma simulação de incêndio no prédio. A atividade, que movimentou o Corpo de Bombeiros e ambulância de empresa privada, faz parte das instruções para os alunos do curso Técnico de Segurança do Trabalho. - Trabalhamos para que tudo fosse o mais real possível objetivando uma preparação com qualificação dos alunos - afirma o diretor do Senac de Carazinho, Ismael Wimmersberger.
Fotos: DM/Sereno Azevedo
A atividade
Tudo começou por volta das 20h30min, quando o alarme de incêndio disparou e as luzes foram desligadas. Na sequência, começou a evacuação das 180 pessoas (alunos e professores) que estavam no prédio. O Corpo de Bombeiros foi chamado para atender a ocorrência, a exemplo do que ocorreu com os serviços de socorro médico e de transporte por ambulâncias. A evacuação durou cerca de três minutos e a retirada dos feridos de dentro do prédio foi realizada pelos bombeiros. Já do lado de fora voluntários com conhecimento de primeiros socorros e socorristas prestavam os primeiros atendimentos às víti-
“Trabalhamos para que tudo fosse o mais real possível”, afirma Ismael Wimmersberger, diretor do Senac de Carazinho mas, que eram levadas até a ambulância para, na sequência, serem encaminhadas ao pronto socorro, pois além de queimaduras, algumas vítimas simulavam apresentar ferimentos expostos. Todo o trabalho de combate ao incêndio, retirada das vítimas e primeiros atendimentos durou cerca de 20 minutos. Os bombeiros no final explicaram ao público que foi até o local assistir a simulação da importância que tem um trabalho de resgate ser realizado com segurança. Os socorristas destacaram a importância dos primeiros socorros a uma vítima acidentada.
Avaliação
Evacuação do prédio e atendimento a vítimas também foram simulados
Conforme o diretor do Senac local, participaram da simulação os 25 alunos do curso de Técnico de Segurança no Trabalho, capacitação que tem
duração de dois anos. “Ao mesmo tempo que repassamos informações aos nossos alunos também conhecemos de perto a realidade do trabalho do Corpo de Bombeiros e dos socorristas que trabalham nas ambulâncias levando os primeiros socorros”, comentou Wimmersberger. Segundo ele, a evacuação do prédio aconteceu de forma muito real, pois para sair as pessoas se guiavam apenas pelas luzes de emergência, pois a energia elétrica estava cortada. A estagiária e aluna do curso de Segurança do Trabalho Pamela Almeida aprovou a simulação, na qual participou como vítima de queimaduras pelo corpo. “Nós que estamos aqui aprendendo técnicas destacamos o quanto é necessário as pessoas tentarem manter a calma em situações de risco”, frisa.
12 - Diário da Manhã DIÁRIO PASSO FUNDO redacao@diariodamanha.com - (54) 3316.4800 DIÁRIO CARAZINHO redacao.carazinho@diariodamanha.com - 54.3329.9666 DIÁRIO FM 98.7 MHz diariofm@diariodamanha.com - 54.3311.1309 DIÁRIO AM - 570 KHz diarioam570@diariodamanha.com - 54.3311.7756 DIÁRIO AM CARAZINHO - 780KHz diarioam780@diariodamanha.com 54.3331.2422
www.diariodamanha.com
DM Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018
PREVISÃO PARA HOJE CARAZINHO
Sábado e Domingo, 07.07 e 08.07.2018, Carazinho PASSO FUNDO
13ºC 23ºC
13ºC 23ºC Mínima
Mínima
Máxima
PORTO ALEGRE
14ºC Mínima
23ºC Máxima
Máxima
LUAS Minguante 06-07
Nova 12-07
Crescente 19-07
Cheia 27-07
Apesar da torcida, não deu o hexa para o Brasil No HOP Lounge Bar a torcida compareceu em peso para o jogo, começou acreditando na partida e no potencial dos jogadores da amarelinha. Mas, infelizmente, não deu para o Brasil novamente. Apesar do bom plantel e bom treinador da
Seleção Brasileira, a Bélgica foi superior e segue para a semifinal contra a França. Com uma Seleção Brasileira que veio meio “aos trancos e barrancos”, o Brasil apresentou um futebol superior no jogo contra o México, porém, não conseguiu
manter o bom desempenho contra os Belgas, apresentando um time desconexo e que não acertava o chute a gol. De qualquer forma, ao final da partida, o clima foi de “vida que segue”, afinal, perder faz parte, não levamos 7 e 2022 é logo ali.
Fotos: DM/Isabella Westphalen
Mesmo com a derrota, a torcida seguiu unida e confraternizando no HOP
Jogos da Seleção reduzem o consumo de energia na cidade De acordo com equipe da Eletrocar, a diminuição do consumo de energia elétrica é comum em época de Copa do Mundo devido principalmente à paralisação das empresas no horário dos jogos do Brasil Isabella Westphalen isabella@diariodamanha.com
Como parâmetro de avaliação sobre os impactos dos jogos do Brasil na Copa do Mundo no consumo de energia elétrica, a equipe da Eletrocar analisou o período de quase três horas que envolve os jogos da Seleção Brasileira. Geralmente, esse é o tempo em
que as empresas ficam paradas em função da Copa, gerando essa redução de, em média, 6,24% no consumo. Para o levantamento, foram analisados os dias 22 e 27 de junho e 2 de julho. Segundo o gerente comercial da Eletrocar, Fernando Vanin, no dia 22 a redução foi, em média, de 5,4%, no dia 27 de 7,84% e no dia 2 também de 5,4%.
“Isso acontece porque as empresas param, as pessoas se deslocam, o subsetor público parou também. Tudo bem, aumentou o consumo da TV, mas não é tão grande quanto o consumo do setor produtivo ou comercial”, explicou Vanin. Fenômeno comum em época de Copa do Mundo, Vanin afirma que nos ou-
tras edições do Mundial a redução de consumo foi até maior do que neste, porém, ainda que sejam 6,24%, é uma oscilação significativa e que mostra essa movimentação das pessoas. - É algo que estamos atentos, com certeza. Nossa subestação é monitorada instantaneamente, então, qualquer variação, nosso pessoal percebe na hora -
ressaltou Vanin, que conta também que na última Copa, que aconteceu no Brasil, o cuidado era ainda maior nos períodos de jogos, pois a oscilação de carga era grande. “Os picos de consumo quando oscilam muito ou são muito bruscos não são legais para o sistema, então a gente fica sempre atento”, salientou o gerente comercial.
Sábado e domingo, 7 e 8.07.2018 www.diariodamanha.com
PASSO FUNDO - CARAZINHO
Decreto do governo federal para reduzir preço do óleo diesel tem encontrado dificuldades para ser aplicado, pois órgãos têm pouca estrutura para fiscalizar
Caetano Barreto caetano@diariodamanha.com
Um levantamento da Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (PLURAL), divulgado esta semana, alertou que a redução de R$ 0,46 no preço do óleo diesel, prometido pelo governo como medida para encerrar a paralisação dos caminhoneiros, até o momento foi cumprida em apenas cinco estados do país. O reajuste foi decretado no final de maio, quando, sob forte pressão, o governo criou um programa de subvenção ao diesel fóssil, que congelaria os preços e ressarciria a Petrobras e outras refinarias e importadores envolvidas em até R$ 0,30 por litro. Os R$ 0,16 restantes seriam angariados com corte de impostos que incidem no preço do combustível e na cobrança dos Estados, e que foram compensados com o encerramento parcial de uma série de programas do governo, que incluem a cisão de recursos destinados à saúde e edu-
cação. Para o gaúcho, isso ainda não é realidade, pois somente os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amapá e Mato Grosso do Sul organizaram seus tributos para que a correção do valor do diesel fosse cumprida. Além da regulação da Petrobras, os tributos também pesam no preço dos combustíveis, e boa parte desse valor arrecadado vai para os cofres dos estados, graças ao Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e o Rio Grande do Sul tem uma das maiores taxas do país, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. O Plural indicou que os estados podem auxiliar: “Esse desconto, neste primeiro momento, não chega a R$ 0,46, porque o produto entregue pelas distribuidoras aos postos leva 90% de diesel mineral e 10% de biocombustível. Proporcionalmente, portanto, o desconto equivaleria a R$ 0,41, porém o biodiesel acaba de sofrer um reajuste, tornando o desconto ainda menor. Para chegar aos R$ 0,46, é necessário que haja redução do ICMS nos Estados”, relatou em nota.
Falta fiscalização intensiva No início de junho, o governo criou, através de portaria publicada pelo Ministério da Justiça, um esquema para garantir que os donos de postos repassassem à população o desconto de R$ 0,46 no preço do óleo diesel, que contava com a participação de órgãos como a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a Advocacia-Geral da União (AGU), os ministérios públicos dos estados e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), além dos Procons estaduais e municipais. Uma denúncia registrada na região foi atendida pelo Procon de Carazinho, que recebeu a reclamação e informou ao cidadão como proceder. “Recebemos esta informação e repassamos a este senhor que, possivelmente, se tratava de uma acomodação de estoque de combustível e que por isso este estabelecimento estaria praticando, ainda, o preço anterior”, pontuou Gilvani Pedrolo, diretor do órgão no município. O denunciante informou que em um posto de combustível, em que ele é cliente, o valor estava em R$ 0,41 abaixo do preço praticado anteriormente, o que ainda não atingia o valor anunciado de redução de 0,46 por litro. Na mesma cidade, no entanto, alguns postos optaram por reduzir o preço através de promoções próprias. Henrique Leonhardt, sócio-proprietário da Rede Boa Vista de postos e mercados, fala sobre as mudanças. “Antes da greve dos caminhoneiros, o preço do nosso diesel era de R$ 3,48. Além da diminuição de 46 centavos que foi solicitada pelo governo federal, contamos com uma oferta agressiva de R$ 2,99, visando atrair um público ainda
maior para os nossos postos”, aponta. Seguindo a mesma linha, outros postos do município também fazem uso de promoções. O Posto PV é um deles, mas aponta que mesmo com as alterações, não se notou um grande aumento nas vendas. “Embora o valor esteja consideravelmente baixo, a procura também não tem aumentado”, diz Márcio Vendruscolo, proprietário da Rede. Conforme os dados apurados pela ANP, o diesel em Passo Fundo custa, segundo levantamento semanal, R$ 3,345. A redação do Diário da Manhã constatou que, em alguns postos, o mesmo combustível era vendido a R$ 3,69 durante a greve dos caminhoneiros, o que aponta uma redução menor do que os R$ 0,46 exigidos pelo decreto federal. As punições para estabelecimentos que não repassarem o desconto passam por multas de até R$ 9,4 milhões, suspensão temporária das atividades, interdição do estabelecimento e cassação da licença. Mas, para aplicar essas sanções, seria necessário uma equipe que o Estado e muitos municípios não dispõe, como é o caso de Passo Fundo, uma das 84 cidades que possuem um órgão de defesa do consumidor mantido por prefeituras. “A princípio não estamos fazendo nada no momento, e não recebemos nenhuma denúncia ainda”, relatou o coordenador do Procon de Passo Fundo, Augusto Beirão. O Procon municipal há tempos trabalha com uma equipe composta pelo coordenador, uma estagiária de Direito e uma menor aprendiz.
Postos foram notificados para comprovar que realizaram reajuste
Postos estão sendo notificados Já o ProconRS, órgão que atua em mais de 400 cidades de todo o Estado, está cumprindo a determinação dentro de seus limites: “Nós aqui no ProconRS enviamos notificações a todos os postos que vendem diesel, para que eles nos apresentem, de acordo com a portaria do Ministério da Justiça, a nota de compra e a nota de venda do dia 21 de maio e, posteriormente, as notas de compra e de venda do dia 1 de junho, para que com essas quatro notas a gente possa verificar essa redução, de acordo com o que o governo determinou. Nossa notificação era para que os postos apresentassem em 10 dias esse documento, e foram já mais de 1,5 mil notificações. Nós continuamos notificando, diante do grande número de postos, e estamos recebendo muitas respostas, e faremos a análise assim que encerrar o prazo, que é 31 de julho, quando começaremos a verificar aqueles que responderam, e de que forma cada um cumpriu com essa determinação”, explicou Maria Elizabeth Pereira, diretora do ProconRS. Pereira indicou que os órgãos municipais, que são autônomos, contatam o órgão estadual para pedir recomendações. “Esses Procons nos procuram para ter orientações a respeito, e nós recomendamos que utilizem a notificação. Se não têm condições de fiscalizar no local, que notifiquem via correio, da mesma forma que nós estamos fazendo aqui, pois nós também não temos funcionários suficientes para fiscalizar mais 400 municípios”. Pereira defendeu que a demanda é grande: “O Procon é um órgão que atende desde esta questão do combustível, como também dos alimentos, da saúde, ou seja, uma gama de assuntos relacionados ao consumidor, que não pode parar”. A diretora também declarou que esse tipo de ação dificilmente é resolvida imediatamente. “Em um período curto, é difícil para os prefeitos, para os governadores, aumentarem o quadro de pessoal para atender uma tarefa específica. Então cada um viabiliza da melhor forma”, concluiu.
Foto Caetano Barreto / DM
Fiscalização em postos ainda é insuficiente
2
REGIÃO
Sábado e domingo, 7 e 8.07.2018
Passo Fundo Carazinho
Brasil fora da Copa Derrota para a Bélgica teve um primeiro tempo ruim e um segundo nervoso. Torcida reprovou a atuação brasileira na Rússia Foto Divulgação
Kleiton Vasconcellos kleiton@diariodamanha.com
Victor Ferreira victor@diariodamanha.com
Ainda não foi em 2018 e terá que esperar, pelo menos, até 2022. Mesmo que tivesse a confiança retomada ao longo da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira está fora, momentaneamente, da disputa pelo hexacampeonato. Em um jogo com dois tempos distintos ontem, em São Petersburgo, os comandados de Tite perderam para a Bélgica e foram eliminados. Embora tenha perdido o jogo, o Brasil teve inúmeras chances de sair de campo com a vaga garantida para a semifinal. Thiago Silva, por
exemplo, acertou a trave ao completar escanteio, antes dos 10min. Mas a Bélgica foi eficiente. Com meia hora de jogo, já vencia por 2x0 – um gols contra de Fernandinho, outro do meio-campo De Bruyne. No segundo tempo, o Brasil fez uma pressão total, Tite realizou modificações que deixaram o time mais ofensivo e Renato Augusto saiu do banco de reservas para fazer o seu gol. Mas de nada adiantou. A derrota por 2x1 foi o fim da linha brasileira em terras russas.
Time de Neymar novamente ficou pelo caminho na Copa do Mundo
Voz do Povo “Voz do povo, é a voz de Deus”. Este ditado popular também é usado na copa do mundo. Torcedores brasileiros foram assistir ao jogo da seleção contra a Bélgica em bares de Passo Fundo. Mesmo apenas assistindo, os torcedores também gostam de opinar sobre as partidas da seleção. “Acho que o Brasil está jogando muito atrás, fica esperando a Bélgica ir pra cima. A gente tá esperando e acaba entrando no jogo deles. Se o Firmino fosse titular, certamente o Brasil estaria em uma situação melhor. O Neymar está muito abaixo do esperado. Ele vem de lesão e ainda não está 100% recuperado, pode melhorar muito ainda”. Comentou Odacir Tobias, proprietário do bar Ponto 8.
“Eu particularmente achei muito abaixo o futebol da Seleção. O Neymar vem fazendo uma ótima copa, mas no jogo contra a Bélgica não mostrou o que ele vinha apresentando pela Seleção, talvez por conta da lesão, outro que merece destaque na Copa é o Coutinho. Acho que seria mais fácil o jogo contra a França do que a Bélgica”, disse o comerciante Guilherme Rodrigues.
“A seleção começou muito desarticulada. Os jogadores da Bélgica são grandes demais, não podia ficar jogando a bola pro alto o tempo todo. O Brasil deveria ter jogado por baixo, com toque de bola, talento e com a habilidade que o Brasil tem, deveria ter usado mais os lados do campo com os jogadores de ponta para tentar ganhar do adversário. Mas a Bélgica jogou muito bem, o Neymar estava bem marcado e o Brasil não conseguiu jogar”, relatou o assessor parlamentar, Marcelo Chaves.
www.diariodamanha.com Presidente
Vice-Presidente
Janesca Maria Martins Pinto
Ilânia Pretto Martins Pinto
@diariodamanhaRS www.facebook.com/redediariodamanha
Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência, 917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800
“Eu acho que o Brasil esteve muito fraco. É o país do futebol e não mostrou o futebol que a torcida esperava. Mas a Bélgica também é muito forte. Além de futebol, tem muita força física. O que deixou o Brasil nesta situação foi o Neymar, completamente apagado, não fez absolutamente nada”, disse o porteiro, Jorge Nascimento.
“Achei que o Brasil estava muito mal, esse não era o Brasil que a gente esperava, estavam totalmente desligados do jogo. O Neymar está muito mal, eu esperava algo muito melhor dele, apareceu pouquíssimo para ajudar, largou mão da bola. O Neymar não foi o mesmo do que a gente conhecia”, comentou Daiane, que é comerciante.
ESPORTE
Sábado e domingo, 7 e 8.07.2018
Passo Fundo Carazinho
3
Kleiton Vasconcellos kleiton@diariodamanha.com
A trave Não adianta, você pode falar o que quiser. Pode exaltar a tal “Geração Belga”, que eu reconheço, tem sim qualidades individuais muito acima da média. Essa Bélgica falhou miseravelmente em 2014, ficou pelo caminho na Eurocopa de 2016 e eliminou com muita dificuldade o fraco Japão. Mas teve lá os seus méritos, principalmente no primeiro tempo, para eliminar o Brasil. Ainda sobre os belgas: tiveram muitos méritos na sexta-feira. O principal talvez seja a efetividade. Veja, ela abre o placar da mesma forma como o |Brasil perde gols, logo depois do apito inicial – assunto que estou citando abaixo. Se a gente for analisar em números gerais, concluiu menos a gol que o Brasil, mas acertou quando os brasileiros erraram. Foi, ainda, muito eficiente na marcação, bloqueando as tentativas de ataque da equipe do Tite. E puxou mais um contra-ataque de cartilha, aquele do segundo gol. Méritos, então, a quem o tem. Agora, o Brasil. ocorre que a eliminação em São Petersburgo talvez não tivesse existido se um lance lá no início do jogo tivesse sido revertido em gol. É aquela conclusão de Thiago Silva, logo após escanteio, em que a bola explode no travessão. Veja bem: não eram 10 minutos ainda jogados e, caso tivesse feito o gol naquele momento, acredito piamente que o resultado seria outro – e favorável ao Brasil, logicamente. Mas a bola teimou em não entrar. Aí, pouco depois, ficou evidente o grande erro cometido pelo Brasil ontem: não soube bloquear as investidas da Bélgica. Não vou nem citar o primeiro gol, aquele em que a bola raspa no braço de Fernandinho e mata o Alisson. O lance falta foi o do segundo gol. Lukaku levou a bola por mais de meio campo sem sem combatido. Teve tempo, espaço e tudo mais para armar a jogada. Também devemos destacar a felicidade no chute do meiocampo De Bruyne. Alisson (e qualquer outro goleiro) pouco poderia fazer. No mais, o Brasil foi aguerrido. Acho apenas que Tite demorou demais para ver o óbvio – Douglas Costa não poderia ser reserva de Gabriel Jesus. O segundo tempo brasileiro foi bom, de pressão e inúmeras chances criadas. Mas nada, nem mesmo o gol de Renato Augusto, foi capaz de reverter aquela bola na trave. Ah, se ela entrasse...
4
ESPORTE
Sábado e domingo, 7 e 8.07.2018
Passo Fundo Carazinho
Giro pelas seleções França, a adversária belga Vitória sobre o Uruguai deu aos franceses um lugar na semifinal da Copa Foto Divulgação
Franceses celebram a vitória e a classificação para a semifinal jogando em seus domínios, os franceses venceram por 3x1. Já na edição de 1986, a França goleou a Bélgica pelo placar de 4x2, no Mundial realizado no México.
Croácia quer quebrar tabu Em cinco participações até aqui em Copas, a Croácia tem um retrospecto curioso. Será a terceira vez que enfrentará os anfitriões. Na edição de 1998, perdeu a semifinal para a França e acabou com o terceiro lugar. Em 2014, foi derrotada pelo Brasil na abertura do Mundial. Agora, terá a Rússia, pelas quartas de final, a partir das 15h deste sábado (07), em Sochi. “Não podemos escolher nossos oponentes. A partir desta fase são sempre grandes jogos, não importa quem seja oponente, e a única coisa de diferente é o apoio da torcida. Enfren-
Foto Divulgação
Croatas querem, finalmente, vencer um anfitrião de Copa tar uma casa cheia não pode ser um problema para a gente. Não podemos achar uma desculpa. Temos que fazer uma boa partida” disse o treinador Zlatko Dalic.
Suécia completa para sábado Buscando voltar a uma semifinal de Copa desde 1994, a Suécia tem um adversário complicado neste sábado (07). A partir das 11h, os suecos encaram a forte Inglaterra, em Samara. Para o técnico Janne Andersson, será um jogo memorável. “Cresci nos anos 70 assistindo o Campeonato Inglês pela televisão. Era o que mostravam para a gente. Sempre fui fã. A Inglaterra é minha segunda nação É incrível poder enfrentá-los nesta fase” disse. Quanto ao time titular, Andersson revelou que não tem nenhum desfalque. Portanto, todos os jogadores estão aptos para atuar.
Foto Divulgação
Andersson está confiante para a atuação da Suécia
A anfitriã tem uma dúvida pra o jogo deste sábado (07), em Sochi. A Rússia ainda não sabe se poderá contar com o meia Yuri Zhirkov, que não vem treinando com o restante do elenco para a partida diante da Croácia, pelas quartas de final. Zhirkov, de 34 anos e três participações em jogos da Copa, sofre com uma inflamação na canela e é considerado fundamental, visto a sua experiência. Sem Zhirkov, o técnico Stanislav Cherchersov deve promover a volta do goleador Cheryshev.
Foto Divulgação
Primeira seleção a se garantir na semifinal da Copa do Mundo da Rússia, a França será a adversária da Bélgica na sequência da competição. A vaga agora veio após vitória de 2x0 sobre o Uruguai. Sem o lesionado Cavani, os uruguaios perderam muito do seu potencial ofensivo. Assim, os franceses pressionaram desde o primeiro tempo, atuando sempre no campo defendido pelos sul-americanos. Mesmo que não tenham criado grandes oportunidades, abriram o placar aos 40min, em cabeçada do zagueiro Varane. Já no segundo tempo, aos 15min, o atacante francês Griezmann arriscou de longe e o goleiro uruguaio Muslera aceitou. 2X0. Com a vitória, a França chega a sua sexta semifinal de Copa. E terá pela frente a Bélgica. Não será um confrontos inédito. Em 1938,
Rússia tem uma dúvida
Meia Zhirkov pode ficar de fora do jogo de sábado
Inglaterra aposta na geração atual Foto Divulgação
Southgate e Kane, nomes importantes desta Inglaterra versão 2018 Sem vencer uma Copa do Mundo desde 1966 e distante das semifinais desde a Itália, em 1990, a Inglaterra vê agora a chance de voltar a ganhar a competição. Para isso, porém, terá que eliminar a Suécia neste sábado (07), em Samara, pelas quartas de final. “Chegamos aqui com um dos times menos experientes. Tenho muito orgulho desse time. Queremos fazer nossa própria história.
A primeira vitória em mata -mata em anos, a primeira vitória em disputa de pênaltis em um Mundial, artilharia. Desde 1990 não chegamos em uma semifinal, e temos ambições. Mas não há nada na nossa cabeça que não seja esse jogo” disse o técnico Gareth Southgate. A esperança de gols está depositada em Harry Kane, artilheiro da Copa, com 6 gols anotados até aqui.
PASSO FUNDO - CARAZINHO DIÁRIO DA MANHÃ - 1
Resgate
O socorro pede passagem “Pelo amor de Deus, senhor, vai para o lado porque nós precisamos passar!”. O pedido, relatado pelo Sargento Dagoberto, do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Passo Fundo, revela uma realidade enfrentada diariamente pelos socorristas: a falta de conscientização dos motoristas que não cedem espaço para os veículos de resgate. A principal justificativa utilizada pelos condutores é o medo de ser autuado por uma infração, como avançar no sinal vermelho. O que eles esquecem é que, além de uma obrigação prevista no Código de Trânsito Brasileiro, o gesto de liberar a passagem é uma questão de humanidade. O tempo perdido no trânsito pode ser determinante para a vítima que aguarda atendimento. Em alguns casos, um minuto pode significar a vida ou a morte. Páginas 03, 04 e 05
Foto: Daniele Freitas/DM
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 - www.diariodamanha.com
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
2 - DIÁRIO DA MANHÃ
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
Carta da editora
Olá, leitor! Há certo tempo, li uma publicação no Facebook. “Vou pensar duas vezes antes de dar passagem a uma ambulância novamente”. O desabafo indignado na rede social era de um conhecido que foi multado por avançar no sinal vermelho ao dar passagem a um veículo de emergência. A infração, se bem me recordo, lhe custaria cerca de R$ 80. “Espero que tu não esteja falando sério”, respondi. Ele replicou que havia sido injustiçado, que praticou o bem e foi punido pelo gesto. Não repetiria a “boa ação”, portanto. Desisti de seguir com a discussão, mas carreguei até hoje o questionamento sobre qual era, de fato, a injustiça: receber uma notificação e, “na pior das hipóteses”, ter que arcar com o pagamento de uma multa de trânsito ou estar em uma ambulância, em situação grave, e ser impedido de chegar ao hospital para receber um atendimento que pode salvar sua vida? A insistência dos motoristas em não dar passagem é algo que me incomoda, indigna, enraivece. Como pode alguém pensar somente no próprio umbigo? Levar em conta, acima da vida humana, a possibilidade de ser autuado? Infelizmente, na ânsia de tentar sensibilizar os condutores, apelamos para a máxima do “e se fosse um familiar ou amigo seu necessitando daquele socorro?”. O argumento, em geral, funciona, mas é triste que tenhamos de recorrer a ele. Salvar uma vida, independentemente de quem seja a pessoa, já deveria ser um motivo mais que suficiente. Ciente de que essa é uma realidade enfrentada diariamente pelos socorristas, adotei essa pauta para estampar a capa desta edição do caderno. Precisamos falar sobre isso! Como caminho para tentar extinguir a total falta de empatia no trânsito, decidi abordar na matéria, que você lerá nas páginas 03, 04 e 05, quais as condições de saúde em que o atendimento rápido é primordial para a garantia da vida. Quem sabe, descobrindo o quanto aquele minuto parado no trânsito pode prejudicar as chances de sobrevivência ou de prevenção de sequelas em uma vítima, o comportamento dos motoristas mude. Além disso, é preciso orientar os condutores acerca da forma sobre como essa passagem deve ser cedida a fim de facilitar o trabalho da equipe de triagem, responsável por “anular” as infrações cometidas em prol do bem-estar alheio. A notificação, nesses casos, sequer é emitida ao motorista. O que pode acontecer, às vezes, é que, devido à falta de visibilidade, o setor responsável pela análise das imagens não identifica a passagem da ambulância. Caso isso ocorra, há maneiras de comprovar o gesto e reverter a multa. Para a notificação, há uma nova chance. Para a vida que está na ambulância ou em algum lugar esperando por aquele atendimento, pode ser que não haja. Boa leitura! Daniele Freitas
ENDEREÇOS l Passo Fundo v Ce ntro de Saúde (Posto Central) Rua Fagundes dos Reis, 270 (54) 3311-6494 v Hospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 Centro (54) 3316-4000 v Hospital da Cidade Rua Tiradentes, 295 Centro/Annes (54) 2103-3333 v Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes (54) 3313-4435 v Hospital Municipal Rua Alcides Moura, 100 Centro (54) 3316-4500 v Hospital de Olhos C.L. Dyógenes A. Martins Pinto Campus I - UPF - Bairro São José w(54) 3318-0200
Prontoclínica Tv. Dr. Arthur Leite, 58 Centro (54) 3313-5100 v Bombeiros -193
l Carazinho v Hospital de Caridade Rua General Câmara 70 (54) - 3329-9898 v Ambulatório Municipal Av. Pátria – próximo a Secreta ria Municipal de Saúde Hospital de Caridade de Carazinho Centro de Especialidades Médicas (CEM) Av. Pátria – próximo a Secretaria Municipal de Saúde e Hospital de Caridade de Carazinho (54) 3331-4510 v Bombeiros -193
Acontece Evento apresentou o Serviço de Hemodinâmica em Cardiologia do HC aos profissionais de saúde da região
O
Hospital da Cidade (HC), em conjunto com o Instituto do Coração de Passo Fundo – ICOR, promoveu, no dia 28 de junho, um evento de apresentação do Serviço de Hemodinâmica em Cardiologia Intervencionista da instituição. O evento reuniu médicos cardiologistas, enfermeiros, secretários de saúde e prefeitos de vários municípios da região. Na oportunidade, foram abordados os serviços diagnósticos e de tratamento de doenças
cardiovasculares, emergências cardiológicas, além da importância do atendimento pré-hospitalar. A estrutura de atendimento foi apresentada pela equipe de cardiologistas intervencionistas do HC, Dr. Carlos Alberto Mattos, Marcelo Roman, Gilberto Heineck, Tiago Vendrusculo e Eduardo Mattos. Centro de referência consolidado em cardiologia, o Hospital da Cidade alia estrutura tecnológica de ponta, além de profissionais qualificados e em constante atualização. Esta combinação permite que no-
Foto: Divulgação HC
vas técnicas, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e a eficiência dos procedimentos, sejam realizadas pelas equipes médica e multiprofissional.
Diretor da Faculdade de Odontologia da UPF palestra nos EUA Com uma longa história de parceria com inúmeras instituições internacionais, O Dr. Álvaro Della Bona, diretor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo e pesquisador do CNPq, foi convidado pelas Universidades de Nova Iorque (NYU) e do Mississippi (UMMC) para palestrar e avaliar os trabalhos em colaboração com essas instituições. “A colaboração institucional e internacional é necessária se desejamos valorizar os aspectos científicos, políticos, culturais e, principalmente, as relações humanas que o conceito de globalização nos apresenta. Palestrar nas NYU e UMMC, discutir projetos de pesquisa, trocar ideias com diretores, chefes de departamento e de Centros Tecnológicos e
com alunos de todos os níveis, resultou em uma jornada valorosa para as relações e ações de colaboração entre nossos grupos de pesquisa e Instituições”, destacou. A colaboração do grupo de estudos do professor Della Bona com alguns departamentos da NYU tem mais de uma década e ocorre, principalmente, na área de biomateriais. Já com a UMMC, Della Bona mantém projetos de pesquisa com pesquisadores da instituição há mais de 20 anos, resultando em inúmeras publicações científicas de alto impacto internacional. Além disso, a colaboração com NYU e UMMC tem se intensificado com visitas recíprocas de pesquisadores do grupo do Dr. Della Bona. Os professores Marcia Borba, Paula Benetti e Pedro Coraz-
Foto: Divulgação
za já estiveram na UMMC realizando trabalhos de pesquisa, e o prof. Jason Griggs, chefe do departamento de Biomateriais da UMMC, já esteve no PPGOdonto-UPF. A Dra. Marcia Borba está em estágio pós-doutoral na NYU e o prof. Yu Zhang, do departamento de biomateriais da NYU, já esteve no PPGOdonto -UPF. “Continua sendo fundamental o contato pessoal entre pesquisadores para que a ciência seja difundida nas Instituições. Palestrar e discutir pessoalmente projetos futuros e aqueles em execução são importantes para consolidar e estreitar ainda mais a cooperação entre as Instituições”, finaliza.
Professor Paulo Silber palestra sobre Inteligência Artificial na Oftalmologia Com o tema “Inteligência Aplicada na Área Médica”, o professor do curso de Medicina da IMED, Dr. Paulo Silber, palestrou em sequência do Oftalmologista norte-americano Dr. Darius Moshfeghi, professor de Oftalmologia da Universidade de Stanford que trabalha em um algoritmo computadorizado para leitura e diagnóstico de doenças da retina à distância. Na sua palestra, o Professor Paulo Silber abordou aspectos históricos em relação ao tema, o
Editor
Édson Coltz RP:17.059
www.diariodamanha.com
que há de mais atual nessa área e quais são as perspectivas futuras do uso da inteligência artificial na medicina com enfoque na oftalmologia. Para o professor, a participação em eventos deste porte se torna essencial. “Trocarmos experiências sobre os temas mais importantes da medicina com colegas renomados a fim de traçarmos as melhores estratégias disponíveis para uma medicina de ponta em nosso meio”, enfatiza o professor.
Jornalista
Daniele Freitas RP:18590
Clélia Fontoura Martins Pinto - ME Matriz: Rua Independência,917, sala 3 - Passo Fundo Contato: (54) 3316-4800
Diagramação Rosane C. Anjos da Silva @diariodamanhars facebook.com/redediariodamanha
DIÁRIO DA MANHÃ -
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
3
Resgate
O socorro pede passagem Negativa de motoristas em abrir caminho para veículos de emergência, além de infringir a legislação de trânsito, pode comprometer o salvamento de uma vida Foto: Matheus Moraes/DM
Daniele Freitas saude@diariodamanha.com
“Já tivemos ocorrências em que o bombeiro teve que descer do caminhão e dizer: ‘pelo amor de Deus, senhor, vai para o lado porque nós precisamos passar!’”. A recordação é apenas uma das muitas histórias vivenciadas pelo sargento Dagoberto em seus 33 anos de corporação. Comandante de Socorro do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Passo Fundo, ele não acumula apenas memórias das tantas ocorrências atendidas em mais de três décadas de profissão. Também carrega, consigo, a preocupação constante de chegar ao final do turno com a certeza de que cumpriu a sua missão. Para isso, ele e todo o efetivo precisam de um auxílio externo de extrema importância: a conscientização dos motoristas no trânsito.
“No momento em que ouve a sirene, você já pode começar a ir para o lado, a pensar no que fazer para ajudar a passagem daquela ambulância”.
Previsto no Art.189 do Capítulo XV do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o ato de “deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes” é considerado infração gravíssima, passível de multa. Contudo, muito antes de constar no documento, o gesto de liberar espaço para o fluxo desses veículos passa por uma questão cultural, de educação, de empatia. “Eu peço que a população se preocupe em nos dar a passagem. Se estamos com os alertas visuais e sonoros ligados é porque realmente precisamos passar o mais rápido
possível. Alguém está com a vida em risco. Alguém, em algum lugar, está precisando de nós, do nosso serviço, por isso é tão importante essa conscientização”, reforça o Sargento. Para efetuar um resgate ou salvamento, cada segundo é precioso. Um minuto perdido no trânsito, devido à obstrução da passagem, pode representar, em alguns casos, a transposição da linha tênue entre a vida e a morte. Quem espera sabe bem disso. A cada volta do ponteiro no relógio, um novo filme reproduz-se na mente. É um pouquinho de esperança que se esvai. É o desperdício de uma chance preciosa de evitar sequelas e complicações. “O nosso trânsito em Passo Fundo é bem complicado, mas as pessoas tem que ter essa conscientização: é uma vida que está ali. Para que
as pessoas possam ter uma ideia, em um paciente que está tendo um AVC, a cada minuto perdido, são dois milhões de neurônios mortos. No caso do infarto, a cada minuto, o músculo cardíaco morre”, alerta a enfermeira Maristela Silveira Rodrigues. Em contato diário com a rotina desafiadora de salvar vidas, a enfermeira gestora da Emergência do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) percebe a apreensão dos colegas socorristas com a situação. E não esconde a decepção. “Eles argumentam que às vezes é difícil, que os motoristas não dão passagem. Quem está transportando também sofre com isso. A gente escuta o som da sirene e aquilo demora para vir, principalmente nas horas do rush, no início e no final da tarde. Ambulâncias de outras cidades também relatam essa dificuldade”, lamenta Maristela. A demora gerada pela dificuldade em encontrar empatia no carro da frente pode trazer extensos prejuízos a quem precisa de atendimento médico. “Um minuto perdido ali é um minuto a menos que esse paciente poderia estar tendo um atendimento de melhor qualidade, com mais conforto. Esse minuto pode significar vida ou morte. Ou, então, complicações que poderiam ser evitadas. As pessoas precisam ter essa consciência de que lá dentro
daquela ambulância pode ter um bebê de 1kg precisando da UTI Neonatal, um paciente acidentado, com múltiplos traumas, alguém em parada cardiorrespiratória, tendo um infarto ou um AVC, e eu, enquanto motorista, posso estar atrapalhando o acesso dessa pessoa ao atendimento que vai salvar a vida dela”, completa. Para agilizar ainda mais o socorro, o setor de emergência do HSVP dispõe de uma porta de acesso direto à Sala Vermelha, onde são feitos os primeiros atendimentos dos pacientes trazidos pelas ambulâncias. Ali, a vítima recebe todos os cuidados necessários para que seja estabilizada, antes de ser encaminhada para outro local. “Estamos sempre preparados para qualquer coisa, já nos dividimos e atendemos o mais rápido possível”, afirma Maristela. Muito antes, no entanto, da realização dos exames e do atendimento especializado, o caminho a ser percorrido é longo – nem tanto pela distância física, mas pela dificuldade de aproximação com a dor do outro. “O que nos parece é que as pessoas andam no trânsito muito distraídas ou muito compenetradas nos seus problemas. Às vezes, você está ouvindo o som da ambulância longe e não se dá conta de que você faz parte daquilo ali. No momento em que ouve a sirene,
4 - DIÁRIO DA MANHÃ você já pode começar a ir para o lado, a pensar no que fazer para ajudar a passagem daquela ambulância”, salienta a coordenadora médica da Emergência do HSVP, Dra. Luciana Renner. O tráfego fica ainda mais complicado em ruas estreitas, caso da XV de Novembro – um dos acessos utilizados pelos veículos de resgate para
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
chegar ao setor de emergência do Hospital São Vicente de Paulo. “Na rua Uruguai, também, é horrível! Às vezes, a ambulância chega a ficar dez minutos presa, porque ninguém abre espaço. O motorista tem que ter essa conscientização de que não é só ele que está ali no trânsito, de que não é só o seu problema. É uma vida que está
ali na esquina, a cem metros do hospital, e que não consegue chegar porque não dão espaço. Na Avenida Brasil, é um pouco mais fácil, porque é uma via mais larga, mas os grandes problemas são as ruas mais estreitas. E as pessoas parecem desligadas, não se dão conta de que já poderiam ter viabilizado aquela passagem. Temos que olhar
mais ao nosso redor. Estamos muito presos à nossa situação e esquecemos que não estamos sozinhos na via pública”, argumenta a Dra. Luciana. O tamanho da via é um problema alertado também pelo soldado Elton Alves Lobo, do CBM de Passo Fundo. Com experiência de seis anos na corporação, ele já enfrentou situações, especifi-
camente em pontos nos quais o semáforo está fechado, de não conseguir a passagem para o veículo de resgate. “O caminhão é mais complicado, porque ele é maior, mais largo, e precisa de uma pista toda. Mas a ambulância é menor. Se um carro abrir para a direita e o outro para a esquerda, já conseguimos passar pelo meio”, indica.
Condições que exigem socorro rápido Em 2018, até o mês de junho, o setor de Emergência do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) registrou 36.405 atendimentos. Entre as condições que demandam que a vítima seja trazida com agilidade para a instituição médica, a mais prevalente no período foram as doenças respiratórias, representando 12,23% dos casos. “Registramos 4.452 pessoas com insuficiência respiratória, quando há muita falta de ar e o paciente precisa de oxigênio. Se não colocar esse oxigênio, a pessoa vai evoluir para uma insuficiência respiratória grave e terá
uma parada respiratória. Ou seja, ela pode morrer. Essa é a nossa maior incidência de pacientes que devem ser trazidos com bastante rapidez”, revela a enfermeira Maristela Silveira Rodrigues. O índice inclui pacientes de todas as faixas etárias. Na sequência, os traumas apareceram em segundo lugar na lista. Conforme a enfermeira gestora da Emergência do HSVP, foram 1.828 pessoas socorridas com essa condição. Geralmente, o índice abarca pessoas jovens e adultas. “Como Passo Fundo é uma rota de ligação entre importantes rodovias, há acidentes e politraumas graves.
Se esse paciente não for conduzido e trazido com rapidez para ser atendido, para ter a via área permeável, para que ele seja restabelecido, que seja contida alguma hemorragia ou feito algum tipo de cirurgia rápida, ele terá sequelas que impedirão uma vida produtiva ou mesmo virá à óbito”, explica. A terceira condição mais incidente foi a queda de altura, comum em acidentes de trabalho. “Ou, então, a pessoa subiu no telhado e caiu, subiu em uma árvore e caiu... isso acontece bastante com idosos. A pessoa fratura fêmur, tórax, tem o trauma cranioencefálico (TCE). Se não for atendido rápido, esse paciente tende a ter algum tipo de complicação, que poderia ser evitada”, ressalta Maristela. As cardiopatias ocuparam a quarta posição na lista de condições que necessitam de atendimento urgente. No primeiro semestre deste ano, foram 644 registros. “Aí, aparece o IAM, que é o Infarto Agudo do Miocárdio. Já houve casos de parada cardiorrespiratória em que, mesmo com o atendimento muito rápido, não teve condições de reversão. Às vezes, dependendo da situação, não tem mais volta. Por isso, imediatamente apresentando os sinais e sintomas, essa pessoa precisa receber o atendimento”, ad-
verte. Por fim, os acidentes constaram no quinto lugar, somando 1,70% do total de atendimentos. “Temos, aí, os acidentes envolvendo carro e motocicleta, com maior incidência em Passo Fundo, e, recentemente, verificamos um aumento no número de atropelamentos, principalmente de idosos e adultos. Essas pessoas também sofrem trauma torácico ou politraumas e o atendimento precisa ser feito o mais rápido possível. Outro tipo de acidente que acontece com frequência é aquele registrado na região rural, com tratores, colheitadeiras ou máquinas de moer cana. Como atendemos toda a região, esses pacientes chegam de diferentes formas. Sabemos que, quanto melhor esse paciente for atendido no local, maior a chance de sobrevivência. É muito importante a forma como ele é atendido e, depois, a agilidade com que é transportado para o serviço de saúde”, aponta a enfermeira. O caso do Acidente Vascular Cerebral, citado anteriormente na reportagem, também demanda rapidez no atendimento. A janela de tempo, após o surgimento dos primeiros sintomas, é de até quatro horas para que o paciente tenha acesso ao tratamento de reversão. “Se o paciente que está com AVC
demorar meia hora, uma hora, isso repercute muito na condição de ele poder receber um tratamento que vai dissolver aquele trombo e deixá-lo sem sequelas. Dependendo do tempo, esse paciente já não entra mais no protocolo. No caso do infarto, se a pessoa demorar para ser atendida, se não houver tempo de ser transferida para a hemodinâmica para colocar uma molinha que restabeleça a circulação, ela perderá o músculo cardíaco, provavelmente terá que ir para a cirurgia ou pode até mesmo morrer”, reforça Maristela. O desejo de oferecer um atendimento ágil e que possa salvar uma vida é também compartilhado pela coordenadora médica, Dra. Luciana Renner. “Sempre dizemos que cérebro é vida. Quanto mais tempo aquele cérebro ficar sem perfusão, sem oxigenação adequada, mais ele morre e mais sequelas teremos nesses pacientes. Então, a agilidade é importante nesse sentido. O objetivo do atendimento de um paciente grave é sempre o cérebro e o coração. Quanto antes ele chega para o atendimento avançado, que é o hospitalar, menores são as chances de complicações e maiores as de sobrevida. Nós queremos poder salvar de uma forma efetiva esses pacientes”, finaliza.
Pessoas que devem ser trazidas com maior rapidez ao hospital 1º Doenças respiratórias - 4.452 2º Traumas - 1.828 3º Quedas de altura - 681
Atendimentos realizados na Emergência do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), de Passo Fundo, no período de janeiro a junho de 2018. Dados relativos ao total de 36.405 atendimentos
12,23%
4º Cardiopatias - 644 5º Acidentes - 620
5,02%
6º TCE - 461 7º Crises asmáticas - 278
1,87% 1,77%
8º AVC - 76
1,70%
1,27%
9º Atropelamentos - 66 0,21%
10º PCR - 29 0,08%
0,18%
0,76%
DIÁRIO DA MANHÃ -
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
5
A tão temida multa A realidade enfrentada diariamente pelos profissionais que atuam nos veículos de resgate não deixa margem para algo diferente da agilidade. Além de correr contra o tempo, precisam rezar para que, no caminho, esbarrem apenas com motoristas conscientes. “As nossas ocorrências, em si, são todas de urgência. Quando deslocamos do quartel com o caminhão e a ambulância é sempre no sentido de salvar uma vida ou preservar um bem imóvel, no caso de incêndio. O que acontece quando transitamos pela cidade é que as sinaleiras, às vezes, estão em sinal fechado e as pessoas, algumas por não saberem a regra de trânsito ou até por medo ou pânico, param e não deixam as nossas viaturas passarem. Esse é o nosso maior problema. A gente liga a sirene, o alerta, tudo, mas algumas pessoas não saem da frente, parece que travam, que não conseguem reagir, não saem do lugar”, relata o Comandante de Socorro do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Passo Fundo, Sargento Dagoberto. De acordo com ele, o bloqueio no trânsito determina um tempo-resposta (período entre a saída do quartel e a chegada na ocorrência) maior por parte dos bombeiros. No caso de acidentes de trânsito, com vítimas presas às ferragens, esse tempo-resposta precisa ser o mais rápido possível. “Muitas vezes, não sabemos como está essa vítima lá, se está consciente ou não, se necessita de mais algum apoio ou não. Por isso, sempre coletamos o maior número de dados possíveis quando recebemos um chamado para atender a uma ocorrência. Se o deslocamento for muito longo e tivermos esse tempo parados
no semáforo ou em qualquer outro local, dificulta bastante o nosso trabalho. Em média, dentro da cidade, o nosso tempo resposta é de quatro a cinco minutos, o que é bom. Quanto mais cedo chegarmos, mais rápido essa vítima recebe atendimento”, destaca.
“Tem que se dar lugar, sim. É uma obrigação. Até porque, muitas vezes, o veículo de emergência está transportando uma pessoa em situação na qual há necessidade de um atendimento o mais rápido possível”.
A principal justificativa apresentada por condutores para não ceder espaço aos veículos de resgate é a multa gerada pela infração de trânsito cometida – na maioria dos casos, o avanço do automóvel com o sinal vermelho. No entanto, segundo o chefe da Guarda Municipal de Trânsito, Ruberson Stieven, os motoristas que cometem uma infração para dar passagem a esses veículos de emergência não são sequer notificados. “O sistema passa por uma triagem e essas autuações não são alimentadas no sistema quando é constatado que o motorista cedeu passagem para uma ambulância. Agora, existe também a questão de pessoas que, muitas vezes, usam esse argumento e, durante a triagem, é apu-
rado que não teve passagem de ambulância ou veículo policial. Há motoristas que tentam usar esse recurso para se livrar de uma multa que tenham tomado por ter avançado o sinal vermelho. Existem esses dois lados. Por isso, há que se ter uma avaliação muito criteriosa quanto a isso”, esclarece. Se, por ventura, o condutor que oferecer passagem a uma ambulância, cometendo uma infração de trânsito, for notificado, ele pode procurar a Secretaria de Segurança Pública para uma reavaliação pela equipe de triagem. “Se for constatado que esse motorista realmente deu passagem para uma ambulância, obviamente essa infração não será alimentada. Também é importante que as pessoas deem essa passagem da maneira correta, ou seja, retirando o veículo da frente da ambulância, de forma perpendicular, e permanecendo no local. Se for necessário, ele deve avançar para cima da faixa de pedestre ou da calçada, enfim, achar um espaço para que o veículo de emergência passe, mas deve permanecer no local até o sinal ficar verde. Acontece que, em muitos casos, as pessoas veem a ambulância, lá na metade do quarteirão, e o condutor simplesmente avança e vai embora. Aí, para quem está fazendo a triagem, fica difícil. É importante deslocar o veículo, atravessá-lo na pista, para que a triagem perceba que esse condutor está fazendo uma manobra diferenciada e não está avançando no sinal porque quer, mas por uma emergência. É isso que orientamos a fazer”, explica Stieven. Na avaliação do chefe da Guarda Municipal de Trânsito, o ato de não dar passa-
gem aos veículos de resgate sob a justificativa de ser multado em virtude da fiscalização eletrônica é algo que não procede. “O motorista também corre o risco de ser autuado por não dar passagem. Se isso for constatado por um agente de trânsito ou um policial militar, ele também poderá ser notificado. Não dar passagem é uma infração. As pessoas não estão levando em consideração isso. Tem que se dar lugar, sim. É uma obrigação. Até porque, muitas vezes, o veículo de emergência está transportando uma pessoa em situação na qual há necessidade de um atendimento o mais rápido possível. Há, também, a questão humana, social, de entender que alguém precisa muita daquela ajuda, tem que ter essa consciência também”, lembra. O pedido por conscientização no trânsito é reforçado pelo Corpo de Bombeiros. “Pelo Código de Trânsito, em caso de urgência, os condutores têm que nos dar passagem. Só fazemos isso porque necessitamos passar mais rápido, temos uma vida a salvar ou um bem a proteger. No caso de um incêndio em uma casa de madeira, por exemplo, em cerca de cinco ou seis minutos, ela está totalmente destruída. O pessoal tem muito medo das multas, por isso, geralmente, eles não dão passagem, não querem avançar o sinal. Mas temos um controle de ocorrências aqui que, caso o motorista seja notificado, ele pode vir até o quartel e pedir um documento nosso. Assim, a multa será revertida no departamento de trânsito. Nós liberamos o papel da ocorrência para isso, é um procedimento simples”, argumenta o Sargento Dagoberto. O desconhecimento dessa
possibilidade é, também, um fator importante que prevalece no comportamento dos motoristas no trânsito. “É algo que já melhorou com o tempo, essa conscientização, mas ainda existe o medo da multa. Acho que muita gente não sabe que pode vir aqui buscar o documento, caso seja notificado. É falta de informação também”, afirma o soldado Elton Alves Lobo. Muito além de uma multa, de uma questão financeira, a atuação de uma equipe de socorro lida com algo muito mais importante, delicado e que possui valor, não preço: a vida humana. Algo tão precioso e tão único que pode ser colocado em xeque por um pensamento materialista. Não há sequer ponto que permita a comparação. A vida deve – ou, pelo menos, deveria – ser prioridade. Sempre. “É preciso deixar de lado o egoísmo de pensar em uma possível multa. Talvez, um caminho seja facilitar os trâmites, porque nem sempre as pessoas têm tempo de ir atrás da ocorrência para reverter a notificação. Quem sabe algo pela internet. Enfim, que as pessoas não tenham essa desculpa, esse argumento para não ajudar a salvar uma vida. Quando o motorista abre espaço no trânsito para a passagem de um veículo de resgate, ele pode estar ajudando alguém que ele ama. Não se sabe quem está ali na ambulância ou em algum local aguardando aquele atendimento. É questão de solidariedade, de empatia. Isso tem a ver com cultura, com educação, com pensar no outro. Numa dessas, eu posso estar naquela situação e aí eu vou querer o direito de ter atendimento rápido”, defende a enfermeira Maristela Silveira Rodrigues.
6 - DIÁRIO DA MANHÃ
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
Terapia
“Yoga não é estética, yoga é saúde” Aos 76 anos, professora de yoga Lourdes Sofia Schwertner compartilha benefícios da prática Fotos: Isadora Stentzler/DM
Isadora Stentzler isadora@diariodamanha.com
D
a sacada do 5º andar de um edifício no centro de Carazinho, Lourdes Sofia Schwertner ajoelha-se em um tapete. Chove na cidade e, guiada pela sinfonia da água e do vento que batem na janela, é que ela estica a coluna e lentamente a curva para trás, deixando as mãos tocarem os calcanhares e escondendo os doces olhos verdes ao encostar as pálpebras, em meditação. “Foi por uma inspiração divina”, conta sobre como começou a praticar yoga há 27 anos, “e isso mudou minha compreensão do ser humano”. Lourdes tem 76 anos e hoje vive sozinha no apartamento que divide com uma porção de retratos da filha adotiva e dos dois netos que moram a metros de distância da sua casa, também em Carazinho. Tem uma voz doce que combina com a fala mansa de quem, após as tempestades do início da década de 90, uniu corpo e mente em uma filosofia que faz questão de chamar de “saúde”. Em uma das poltronas do seu apartamento, aconchegada em almofadas, lembra com palavras que já não tocam as dores passadas sobre o início de um prática que se tornou uma terapia. “Eu vivia um período tenso da vida”, recorda-se. “Por 14 anos cuidei do meu marido que estava doente e ele morreu. Depois disso, depois de tanta coisa que segurei, eu desabei
e não estava bem comigo. Me apaguei em Deus e pedi para ele uma iluminação do que é que eu deveria fazer. E é até algo que eu não conto muito para as pessoas porque elas não acreditam, mas naquela noite a palavra yoga apareceu na minha parede”. Católica convicta, Lourdes
não sabe explicar o como e o porquê a palavra surgiu em sua casa, mas fez dela regra de fé e se debruçou aos estudos da yoga, indo para Porto Alegre, São Paulo e passando pelas vertentes integrais, científicas e oki – a qual tem mais afinidade e ensina hoje em aulas semanais.
Bula sem restrições Lourdes fala com afã da prática e rapidamente lista os benefícios que a filosofia traz ao corpo e a mente. Para isso não passeia entre as posições que hoje saltam nas redes sociais devido à crescente adesão à prática, mas de forma simples aponta curas mentais e corporais que surgem de forma consequente ao praticante de yoga. “Para o corpo temos o equilíbrio físico, para a mente o equilíbrio emocional. Além da flexibilidade, a força, o desenvolvimento da respiração e o fortalecimento da memória. E é a partir disso que se aprende a lidar com o pensamento e com a vida”, diz, abrindo bem os olhos verdes e esboçando um sorriso de quem vive o que fala. Silenciar a mente quando a rotina pede que ela não se desligue pode parecer desafiador. O pensar em meditar e conectar-se a si mesmo em silêncio, também. Mas o que Lourdes reverbera é a paz que a prática e a repetição do exercício lhe concedem, saindo da filosofia da yoga e alcançando os relacionamentos do eu com o outro e do eu com o próprio eu. Ela exemplifica isso com o poder do pensamento ao lidar com adversidades. Do seu ponto de vista, é com a mente desacelerada que é possível observar a chegada dos momentos de turbulência e ter tranquilidade para analisá-los friamente. “O que é causou isso? Porque isso está acontecendo? O que vou fazer com esse problema?”, são perguntas que devem vir diante da dificuldade, mas sem a agonia do desespero. Como os medos podem ser muitos, as soluções também, e a elas, diz Lourdes, é preciso agarrar e transformar em realidade. Não é difícil ver na vida da professora o exemplo real da força pela história que começou em 1991 e ainda segue.
Comece Não à toa, a senhora de 76 anos aparenta sua melhor forma ainda que na terceira idade. Não porque yoga é atividade aeróbica – o que ela condena –, mas porque ao cuidar da mente, cuidou de si mesma e fez disso sina a ser ensinada. Seu incentivo vem de pronto. Não só pelo exemplo vivo de contemplar seu corpo flexível e sentir em sua companhia uma paz quase religiosa, mas porque o “deus que habita cada um” sabe o que aquele corpo precisa fazer. “Deus não está fora, ele está dentro. E ao tocarmos ele teremos as nossas respostas e saberemos o que é melhor para nós. A yoga me ajudou com meu corpo, mas me ajudou como pes-
soa. Hoje entendo melhor os seres humanos. Os compreendo, porque compreendo melhor a mim mesma. Aprendi a ser mais simples e deixar as vaidades de lado. Tenho apego à minha família e não sou adepta de uma alimentação restrita. Apenas faço o que o meu corpo pede. Porque quando me livro da ansiedade ele pede apenas o que eu preciso”, reforça. A indicação para yoga é livre e pode ser praticada desde a infância. Embora tenha uma base hinduísta, ela pode ser praticada por pessoas de qualquer religião, uma vez que, define Lourdes, “é saúde”.
DIÁRIO DA MANHÃ -
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
7
Fisioterapia
Cervicalgia pode atingir até metade da população em alguma fase da vida Má postura é o principal fator de risco para o desenvolvimento da dor na região cervical da coluna vertebral
Q
uem nunca teve dor no pescoço ou um torcicolo, levante a mão! A dor atinge a região cervical da coluna vertebral, responsável pela cabeça e pelo pescoço. Essa é a região mais flexível da coluna em relação a movimentos, sendo rica em terminações nervosas que se ramificam para mãos, braços, pescoço e ombros. Por isso, em mui-
tos casos, a dor pode se irradiar para essas regiões. Segundo a fisioterapeuta Walkiria Brunetti, além da dor, a pessoa pode apresentar uma limitação na amplitude de movimentos do pescoço, ou seja, vai ficar literalmente com o pescoço mais enrijecido. “A cervicalgia tem um impacto importante na qualidade de vida. Precisamos lembrar ainda que o pescoço controla os
A origem da dor O fator de risco número um para a cervicalgia é a má postura. “As pessoas que trabalham em computadores ou usam demais o celular, principalmente se ficam com a cabeça abaixada durante um período prolongado, podem sentir dor e desenvolver um quadro de cervicalgia. Outro fator de risco importante é o estresse, pois a tensão acaba se concentrando na região dos ombros e pescoço”, comenta a especialista. A fisioterapeuta lembra ainda das pessoas que adotam algumas posturas como
colocar as mãos na cintura, elevando os ombros, ou que mesmo paradas acabam elevando mais os ombros do que deveriam podem ter dores. “Além das posturas, temos as dores ocasionadas pelo uso de travesseiros inadequados, por torção do pescoço em algum movimento mais brusco nas atividades do dia a dia, pela presença de hérnia discal na região cervical ou ainda por traumatismos ocasionados em acidentes de carro, por exemplo”.
movimentos da cabeça em relação ao resto do corpo e problemas na região podem afetar a visão, o equilíbrio e as funções motoras”. Estima-se que a cervicalgia aguda afete de 30 a 50% da população em geral, em algum momento da vida. A forma crônica, que dura por volta de três meses, pode afetar até 15% das pessoas, sendo as mulheres as principais vítimas.
O papel da fisioterapia A fisioterapia é fundamental para tratar a cervicalgia, assim como para prevenir novos quadros da doença. Inicialmente o objetivo é melhorar a dor. “Com o quadro doloroso controlado, serão aplicadas técnicas para recuperação da mobilidade. Finalmente, é preciso um trabalho para fortalecer a musculatura e, principalmente, a correção das posturas. Podemos usar o RPG (Reeducação Postural Global) em conjunto com o Pilates”, exemplifica Walkiria.
Cuide bem do seu pescoço! Veja algumas dicas da fisioterapeuta para prevenir dores na reFoto: Divulgação gião cervical: 1.Celular: leve o celular até a linha dos olhos. Se estiver sentado, coloque uma almofada para amparar os braços. Abaixar o pescoço para usar o telefone é uma postura inadequada que pode levar a um quadro de cervicalgia. 2.Mão na cintura: Muitas pessoas têm esse hábito, especialmente se estão em pé e paradas numa fila, por exemplo. Mas, essa postura sobrecarrega os ombros e o pescoço. Então, o melhor é deixar os braços soltos ao lado do corpo. 3.Travesseiro: Ele também é peça-chave para evitar dores na cervical, pois é responsável por alinhar a curvatura da cervical. O travesseiro deve ser usado de forma com que a altura se encaixe entre a cabeça e o colchão, nem muito alto, nem muito baixo. 4.Computador: A tela do computador precisa estar distante cerca de 40 a 60 cm dos olhos, de modo que a cabeça fique alinhada e você não precise abaixá-la nem para enxergar a tela, nem para digitar. 5.Uma coisa por vez: Há pessoas que seguram o celular ou o telefone fixo com o pescoço para continuar a digitar ou a fazer o que estavam fazendo. Essa postura pode levar a um torcicolo, pois deixa a musculatura do pescoço totalmente contraída durante bastante tempo. Então, a dica é fazer uma atividade por vez. Se for imprescindível falar ao telefone e digitar, por exemplo, use o viva-voz ou ainda um headset. 6.Respire: Pessoas tensas e estressadas tendem a segurar o ar. Com isso, acabam levando toda a tensão para região dos ombros e pescoço. A dica é respirar e até mesmo suspirar para relaxar a musculatura.
8 - DIÁRIO DA MANHÃ
Sábado e domingo, 7 e 8 de julho de 2018 Passo Fundo - Carazinho
Artigo Quem é responsável pela sua felicidade? Escrito por Camilla Couto, Orientadora Emocional para Mulheres com foco em relacionamentos, Terapeuta Floral (TF-153-17/SP) e Contoterapeuta. Criadora/ autora do Blog das Amarildas e fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. No blog amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e dependência emocional - com o propósito de promover mais entendimento sobre esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez mais.
I
magine que você escolha uma pessoa para ser responsável por todo o seu ouro, aquilo que você tem de mais precioso. Enquanto ela cuida, administra e decide onde investir e no que gastar, você só observa, não age. Pois troque “ouro” por “felicidade” e você entenderá a importância de ser protagonista da sua própria história. Esperar que os outros nos façam felizes é viver num mar de decepções e frustrações. Se a necessidade de ser feliz é nossa, que sentido faz esperar que seja atendida por outra pessoa? A boa notícia é: a responsabilidade está em nossas mãos e as escolhas são nossas. A frustração de colocar a nossa felicidade nas mãos do outro é diretamente proporcional à necessidade de sermos protagonistas da nossa própria história, você sabia disso? Quando tomamos as rédeas da nossa vida, as chances de sermos felizes são muito maiores. Viver esperando que alguém supra todas as nossas necessidades é terceirizar a administração do nosso ouro. Se pararmos para pensar, perceberemos que é praticamente impossível que alguém nos dê exatamente tudo o que desejamos e de que precisamos, certo? E aí, ficamos com a sensação de falta, de escassez: nunca temos o bastante. Para virar a chave e começar a viver uma vida mais plena, é preciso entender que nossa felicidade, na verdade, depende apenas de nós mesmas. É importante entendermos também
que mesmo na hipótese de termos todas as nossas expectativas e necessidades atendidas, o modo como nos colocamos para receber o que vem de um relacionamento, de uma profissão e da vida pode fazer toda a diferença. Quando nosso estado emocional não está dos melhores, tendemos a não valorizar e reconhecer o que recebemos. E então, mesmo que o outro aja exatamente como gostaríamos, ainda corremos o risco de não sermos felizes. Nosso estado emocional dita muito sobre a forma como recebemos o que nos acontece. Então, mesmo quando acreditamos que cabe ao outro fazer algo que desejamos, não é de responsabilidade dele o modo como nos sentimos com relação ao que ele faz. É aí que entra o nosso protagonismo: ao tomarmos as rédeas da nossa própria felicidade, determinamos como receber tudo que nos acontece, independentemente de onde ou de quem venha. E, se for preciso trabalhar algo em nós para que possamos receber de forma mais tranquila e grata, cabe a nós realizar esse burilamento da alma. O que não podemos é ficar esperando pelo outro. Responsabilizar alguém por nosso próprio ouro, mesmo que seja quem amamos, pode ser muito perigoso. É a NOSSA vida, a NOSSA felicidade que está em jogo. E ser feliz sempre depende mais da gente, de como agimos, de como sentimos a vida e de como reagimos ao que nos acontece do que de fatos e pessoas propriamente ditos.
O que realmente conta quando se conta uma história... Texto escrito por Luciana Oltramari Cezar, Psicanalista, Coordenadora do Núcleo de Educação do PROJETO - Associação Científica de Psicanálise. O PROJETO - Associação Científica de Psicanalise tem como finalidade promover, transmitir e difundir o pensamento psicanalítico formando uma comunidade cientifica produtiva em Passo Fundo e região. Conta com atividades internas de seminários de cunho formativo para profissionais e estudantes e outras abertas à comunidade, sempre visando a inserção social da Psicanalise e integração entre nosso afazer e a concepção de que as intervenções na cultura, na educação e nas áreas médicas afins sejam intervenções concretas.
E
stamos em um tempo paradoxal, por um lado de excessos – de afazeres, estímulos, ofertas, consumo – e por outro de escassez – de palavras, de tolerância, de tempo, de reflexão e aprofundamento. Tempos de imediatismo, de contatos fugazes com escasso encontro, de superficialidade nas relações, de falta de espaço para a experiência narrativa e para o encontro genuíno que enriquece a vida. Como isso impacta na relação dos adultos com as crianças, quando uma das funções dos adultos é a de serem narradores? Narradores de histórias, mas também tradutores de sentido do que acontece na vida delas. Vivenciamos hoje, por exemplo, um excesso de estimulação pelos artefatos eletrônicos de alta performance que promovem uma intoxicação digital nas crianças quando ficam expostas por muitas horas. Vemos crianças que preferem a tela do computador ou do tablet ao contato olho no olho com o ser humano, dispositivos eletrônicos que substituem os amigos nos jogos infantis e nas brincadeiras individuais e coletivas, experiências tão importantes para o desenvolvimento subjetivo de uma criança. Avanços tecnológicos que tem suas consequências: maléficas e benéficas. Vamos pensar: é diferente, por exemplo, estar com um outro em carne e osso do que um outro virtual, onde se perde o essencial da troca humana e o prazer do encontro. No século passado, o filósofo alemão Walter Benjamin já falava da importância das experiências de encontro interhumano e de narrar histórias para a constituição da subjetividade. Já naquele tempo alertava que essas experiências estavam em baixa. A riqueza, para Benjamin, estaria na arte e
no prazer de contar, sendo que a ausência desta narratividade acarretaria uma perda para a infância, um empobrecimento das experiências. Narrativas de valor são aquelas que enriquecem e contribuem para a aquisição da linguagem, o que é muito diferente de falas ecolálicas que podem estar em crianças que ficam horas na frente da TV ou tablets. O tablet engole as crianças, elas entram no mundo virtual e cabe a nós adultos, esse resgate. Contar histórias também fisga o olhar de uma criança, a entonação que usamos, o suspense, a curiosidade, o olhar afetivo, o prazer que ela sente de ver e ser vista, pois o que ela experimenta é a experiência de existir para o outro. E ainda, mais do que contar uma história, o que conta é como se conta! É o prazer envolvido no encontro, o desfrute compartilhado, o investimento e a experiência afetiva de realmente estar com alguém, que funcionam como fator de enriquecimento emocional. As narrativas podem ser um potente e imprescindível aliado nesse processo de humanização. As crianças se desenvolvem e aprendem quando brincam com outras crianças, quando brincam sozinhas, quando escutam histórias. A arte, a música, a literatura, a narrativa de histórias, como, por exemplo, os contos de fadas, são recursos simbólicos presentes na cultura e que podem enriquecer as experiências e a formação humana. Corremos o risco de privilegiar experiências de individualismo e consumismo, reduzindo a criança a um papel de consumidor de mercadorias, tecnologias e medicamentos psicotrópicos, esquecendo a condição da infância, que é a oportunidade de construir e viver vínculos afetivos, de narrativas e de memórias.