Terça-feira, 10.07.2018, Carazinho
CARAZINHO, Terça - Feira 10.07.2018
Diário da Manhã -
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www.diariodamanha.com 37 ANOS - Nº 410 - R$ 2,00
Prefeitura pretende reaver área dos
foto: DM/Isadora Stentzler
trilhos
Trecho de sete quilômetros em desuso está sob responsabilidade da Rumo Logística e o Executivo tem projetos para o local. Página 5
foto: DM/Anderson Favero
Definido o valor de referência do rotativo
BM aponta redução na criminalidade em 50% Dados referem-se a ocorrências registradas no primeiro semestre deste ano em comparação com os seis primeiros meses de 2017. Página 9
Parque Municipal vai receber ICMS ecológico Termo de Referência será elaborado neste mês. Documento servirá de base para o processo licitatório da terceirização do estacionamento rotativo. Página 7
Após formalizado o cadastramento de Unidade de Conservação junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o Parque João Alberto Xavier da Cruz vai passar a receber o recurso a partir de 2019. Página 8
RADAR
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Lions O Festival do Pão, queijo e vinho já é tradicional na cidade estando na sua 17ª edição, um dos principais eventos realizados pelo Lions Carazinho Centro e tem por objetivo angariar fundos para as campanhas e doações de Lions para entidades como Recanto São Vicente de Paulo, Hospital de Olhos, Hospital de Caridade de Carazinho (HCC), padaria do Lions, entre outras atividades desempenhadas pelo Lions ao longo do ano.
Foto: DM/Nathan Schultz
Foto: Divulgação
Foi realizado no sábado (7), nas dependências do Centro de eventos São Vicente de Paulo, o 17º Festival do Pão, Queijo e Vinho, tradicional evento realizado pelo Lions Clube Carazinho Centro. A iniciativa contou com a presença de mais de 450 pessoas, que desfrutaram de uma noite com um buffet variado com diversos tipos de pães, cucas, queijos, salame, copa, entre outros e também vinhos de diferentes sabores.
Nesta segunda-feira (9), a proprietária da loja Lincal Calçados, Juliana Ritter Linck, participou do quadro “Alô, gerente!” da Rádio Diário. Ela falou sobre a liquidação de calçados da loja com botas em até 50% de desconto.
Base Nacional Comum Curricular
Novos investimentos Foram recebidos pelo prefeito Milton Schmitz na última semana os empresários da área da saúde e bioquímicos Cleber Barbosa e Ricardo Buffon. Com laboratórios de análises e pesquisas clínicas em Sarandi, Ronda Alta e Coqueiros do Sul e reconhecimento regional pela tradição e qualidade dos serviços prestados, o LabCenter está iniciando ati-
vidades em Carazinho. O prefeito disse estar satisfeito com o novo empreendimento e colocou administração à disposição para o que for preciso. Esteve presente também na reunião, acompanhando os empresários, o prefeito de Sarandi Leonir Cardozo e o secretário Geral de Governo de Carazinho Jorge Dutra.
Atendimento especializado Buscando beneficiar os cidadãos que utilizam a saúde municipal e fornecer instrumentos que possam facilitar o acompanhamento das consultar, tramita na Câmara de Vereadores o projeto de lei 035/18, de autoria do vereador Ivomar de Andrade (Tomate), obrigando a divulgação da lista de pacientes que aguardam por consultas com especialistas, exames ou cirurgias em estabelecimentos da rede pública de saúde no município ou com os conve-
niados. Segundo Tomate, o projeto vem ao encontro da Lei Federal nº 12.527, de 2011, denominada Lei de Acesso à Informação (LAI) e, também, ao princípio da publicidade. De acordo com ele, todos têm o direito a receber informações de seu interesse ou de interesse coletivo, salvo aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. O projeto deu entrada na casa no dia 25 de junho e aguarda parecer do jurídico.
A Câmara de Vereadores de Carazinho foi sede de reunião realizada pela 39ª Coordenadoria Regional de Educação de Carazinho (CRE) com suas professoras para estudo sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Lúcia Regina Bandeira, Coordenadora Pedagógica da 39ª CRE, aponta que o estudo refere-se ao 2º Dia D da BNCC, sendo realizado com as professoras nas escolas e demais coordenadorias em todo estado.
A Base Nacional Comum Curricular define os conhecimentos, as competências e as habilidades a serem desenvolvidas pelos estudantes. A BNCC deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino dos estados brasileiros, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio em todo o Brasil.
Prouni O prazo para os pré-selecionados no Programa Universidade para Todos (ProUni) termina nesta terça-feira (10). Os estudantes devem comparecer às instituições de ensino em que foram aprovados para comprovar as informações socioeconômicas da ficha de inscrição. Nessa etapa, os alunos precisam levar documentos à
Fundador Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) Presidente-Emérito Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)
instituição para demonstrar o cumprimento dos critérios do programa: ter cursado o ensino médio em escola pública ou privada na condição de bolsista integral; possuir renda per capita familiar de até um salário mínimo e meio para bolsas integrais e de até três salários mínimos para a bolsa parcial, de 50% do valor da mensalidade.
Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Editora Geral Nadja Hartmann
ANIVERSÁRIO 10/07 Adriana Penz Alessandro Gomes Weise Alison E. Martins Ana Maria Barboza Abeijon Araci Albuquerque Mogetti Belmiro Muller Davi S. Paixão Delmiro Muller Edemar E. Weber Eliza Makoski Evandro Rhoden Geni Rodrigues Scherer Hélio Azilar Napp Hélio Júnior Leal da Silva Herickson Martins Ilania M. da Silva Ione Inez Weber Jaqueline Noetzold José Amadeu Perusso Leandro Urnau Leandro Hansch Lucicler Gonçalves Almeida Maria Luiza Herter Ferrari Mariana Bohn de Oliveira Marlene Kissinanz Marli Ana Petrolli Miriam Schimidt Nabor dos Santos Oliveira Narluci Carlezzo Borchardt Nazareno Jorge B. Domingos Paulo R. da Silva Pereira Rafael da Cruz William Bryan Berwig
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cidade
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Crise na economia aumenta demandas ao Poder Judiciário 21 mil processos tramitam nas três varas cíveis e no juizado especial de Carazinho. Luis Clovis Machado da Rocha Junior, juiz titular da 3ª Vara Cível, comenta fatores que ajudam a explicar os números existentes alessandro@diariodamanha.com
Levantamento feito pelo Fórum de Carazinho indica que nas três Varas Cíveis e no Juizado Especial tramitam atualmente cerca de 21 mil processos. Os números não contabilizam os processos que tramitam na Vara de Execuções Criminais. Os dados foram divulgados pelo Juiz Titular da 3a Vara Civel da Comarca de Carazinho Luis Clóvis Machado da Rocha Junior, durante entrevista ao programa Plantão Diário da Rádio Diário AM 780. O magistrado cita que a crise na economia interfere no aumento das demandas que aportam ao Poder Judiciário. DM: Considerando a região de abrangência do Fórum, este volume de processos é alto? Luis Clóvis: O Fórum envolve não apenas Carazinho, mas também as cidades próximas e somada a faixa populacional teremos em torno de 100 mil pessoas. Descontada a população infantil, podemos dizer que temos um número alto de processos. Na prática é quase que a cada dois habitantes um tem processo. DM: E o que explica estes indicadores? Luis Clóvis: Um dos fatores é a cultura de descumprimento de lei. Infelizmente, as instituições públicas e privadas, como bancos e serviços delegados - água, luz, telefone, o estado, a União e os municípios - não seguem as regras do Código de Defesa do Consumidor e até mesmo a Constituição. Existe uma cultura de descumprimento da lei, o que leva as pessoas a buscar ao Poder Judiciário, que ao cabo é a última esperança. O Poder Judiciário no Brasil tem em torno de 105 milhões de processos para uma população que é de 200 milhões de habitantes, é quase um processo para cada duas pessoas. Nenhum país do mundo tem volume tão alto de processos, isto dada a esta cultura de descumprimento da lei, das regras, o que não favorece que as pessoas tenham seu direito satisfeito, sem que haja uma intervenção do judiciário, infelizmente. Além da questão cultural e educacional, há outra questão que é de não termos instrumentos de defesa coletiva da sociedade, e aí também tem a responsabilidade do Ministério Público e da Defensoria Pública que não ajuízam tantas ações quanto deveriam. Por exemplo, um consumidor que tem problema na sua conta de luz entra com uma ação individual. Poderíamos ter um sistema de proteção coletiva em que ao invés de 10 mil pessoas terem de ajuizar uma ação, houvesse apenas uma única ação que protegesse estes 10 mil . Nosso sistema no Brasil é um tanto esquizofrênico neste sentido, os órgãos de proteção não fazem seu trabalho no sentido de ajuizar uma ação de maneira coletiva, e nós como Judiciário temos de tentar reduzir estes números de processos resolvendo os problemas das pessoas e dando o direito a quem tem, e separando aquilo que é processo e que tem de estar no Judiciário e o que não precisaria, e o que se julga improcedente.
“Na prática, é quase que a cada dois habitantes um tem processo” DM: Com o volume tão alto de processos, a velocidade em que as demandas se resolvem tem ocorrido a contento? Luis Clóvis: Carazinho, dentro do cenário do Estado e até do Brasil, está como uma das melhores Comarcas. Somos em cinco juízes e trabalhamos bem. Para se ter uma ideia, quatro das cinco Varas foram premiadas pelo Tribunal de Justiça como as mais eficientes do Estado. Há uma rapidez. Na
média, o processo civil não costuma demorar mais de um ano, um ano e meio para ser julgado, mas há exceções, como a 3a Vara Cível, que eu assumi há 10 meses, pois ficou sem juiz por quase três anos e teve este certo atraso. Mas o Rio Grande do Sul tem um julgamento que é bastante célere, em média de 2 a 3 anos, em caso de ação de indenização ou algo assim, e aí, claro, depois com os recursos mais algum tempo. Comparando, na Itália a média é de 7 anos, em Portugal de 6 anos, nos Estados Unidos este tempo é muito menor, mas também tem menos possibilidade de recursos.
Foto: DM/Alessandro Tavares
Alessandro Tavares
DM: Para as chamadas pequenas causas, este tempo para a resolutividade das demandas é mais ágil? Luis Clóvis: A resolutividade é maior pois é marcada pela simplicidade. Toda a linguagem burocrática que a lei impõe no Juizado Especial não existe. A média de decisão varia de seis meses a um ano. E o principal é que as pessoas podem ir até lá sem precisar de um advogado, basta ir lá e explicar a situação, o que aconteceu que tentaremos resolver no que as leis brasileiras determinam.
“O que acontece na sociedade brasileira reflete no Judiciário. Crise econômica significa mais processos” DM: O baixo nível de crescimento da economia e o desemprego têm alguma interferência nas demandas que a aportam ao Judiciário? Luis Clóvis: A economia reflete no Judiciário. Quanto a população está empobrecida, há um aumento das demandas, principalmente de questões de endividamentos e revisões de contratos. Entre os maiores réus do Judiciário estão os bancos. As pessoas acabam endividadas ou perdendo seus empregos e buscam na Justiça a revisão dos contratos. Às vezes, as taxas de juros são exorbitantes, porém, há vezes em que por mais duras que sejam, estão dentro da média de mercado, e aí o Judiciário não interfere. Quando há desemprego e a economia está em baixo crescimento, as pessoas buscam mais a Justiça dada a escassez de dinheiro e as próprias empresas buscam o Judiciário para tentar resolver suas crises pela recuperação judicial. O Judiciário, como outros serviços públicos, é sensível à situação do país. Quanto melhor está o país, menos processos, quanto pior, mais processos. E não só economicamente, educacionalmente também, estas ações de indenização por dano moral devido a ofensas surgem deste momento da radicalidade que a gente vive em que qualquer um entra nas redes sociais e ofende o outro de maneira irresponsável. Por qualquer questão as pessoas estão brigando e isto tudo deságua em situações conflituosas. A sociedade que vivemos hoje é muito violenta, as pessoas já não resolvem mais seus conflitos, elas se ofendem, elas brigam e não cumprem mais o que deveriam cumprir que é com o seu dever de honestidade e de lealdade. O que acontece na sociedade brasileira reflete no Judiciário. Crise econômica significa mais processos. Por isso, como juiz, a gente torce por safras boas, que a economia vá bem e que as pessoas tenham emprego. Isto reduz o drama das pessoas em ter que instalar um processo e estar lá em frente do Judiciário. DM: O Judiciário de Carazinho tem hoje muitos processos em relação a ofensas feitas em redes sociais?
Luis Clóvis Machado da Rocha Junior assumiu a 3ª Vara Cível da Comarca de Carazinho há dez meses Luis Clóvis: São muitas situações. Infelizmente envolvendo relações familiares, temos ofensas entre marido e mulher, irmãos, casamento que termina e em que as pessoas se ofendem. Situações de ofensas a pessoas públicas nas redes sociais também, e isto acaba levando a processos. Agora, temos de saber separar o que é uma crítica. Você pode criticar um determinado prefeito ou deputado, o indivíduo pode fazer, claro que pode. Posso chamá-lo de incompetente, dizer que o trabalho dele é péssimo, posso sim, mas jamais posso atingi-lo do ponto de vista pessoal. Não posso atribuir adjetivos negativos a um indivíduo, e isto também nas relações de casal, irmãos e outros, o que as pessoas não podem é fugir da racionalidade. Hoje, acontece que pessoas estão raivosas, se ofendem de maneira desproporcional. Temos cerca de 800 processos na Vara em que atuo de situações de ofensas em rede social, brigas de vizinhos, de casal, em condomínio, em escolas e em alguns casos a briga chega à agressão física. Isto me assusta um pouco, estamos com a sociedade doente e em tempos em que valores de casa, de respeitar pai e mãe, estão ficando para trás. E quando a família não educa, tudo acaba se tornando um problema de Justiça.
POLÍTICA
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Beto Albuquerque defende Brasília com menos senadores e menos deputados
ELEIÇÕES
Vice-presidente nacional do PSB é pré-candidato ao Senado. No Rio Grande do do Sul, o partido deve apoiar o MDB na tentativa de reeleição de Sartori. No Brasil, o nome que o PSB apoiará para presidente será definido em agosto leiro (PSB) ao Senado. Nesta segunda-feira (9), Albuquerque, que é vice-presidente nacional do partido, esteve em Carazinho e participou de reunião almoço na Associação Comercial e Industrial (Acic) e visitou o HCC. Em visita ao DM, Beto Albuquerque falou sobre sua
Foto: Rodolfo Sgorla da Silva
Quase quatro anos depois de interromper sua candidatura por uma das cadeiras ao Senado após a morte de Eduardo Campos e concorrer ao lado de Marina Silva como vice na disputa pela presidência da República, Beto Albuquerque se apresenta em 2018 como pré-candidato pelo Partido Socialista Brasi-
Político visitou Carazinho nesta segunda-feira (9)
pré-candidatura e das tendências de apoio do PSB nas eleições de 2018. “É um cenário difícil e complexo. Tenho 32 anos de vida pública e nunca vi um cenário tão conturbado quanto este e a sociedade tem razão de estar receosa com a política. Tenho notado muita insatisfação que se revela pelas redes sociais, mas se as pessoas querem mudar alguma coisa, esta indignação tem que se revelar também nas urnas”, afirma o pré-candidato. Albuquerque defende uma revisão da Constituição Federal de forma independente do Congresso e que sejam
diminuídas as cadeiras de deputados e senadores. “Defendo uma Constituinte que após 30 anos faça a revisão da nossa Constituição e que não seria feita por deputados, mas, sim, por brasileiros eleitos para fazer isto e que não poderiam concorrer a cargos públicos nas próximas três Eleições. Se não for assim, o Congresso não fará as mudanças e as reformas que são necessárias. Eu acredito que no Senado cada estado pode ter dois senadores e mesmo assim estar bem representado ao invés de três com temos aqui no Estado hoje. Acredito que ao invés
de 513 deputados é possível ter 350. Como senador, poderei trabalhar para formar esta Constituinte, que é um sonho”, afirma Albuquerque, que também defende que as Eleições ocorram a cada cinco anos e concentrem em um único pleito a escolha de deputados, senadores, governador, presidente, prefeito e vereadores. “Tenho 55 anos de idade e me sinto extremamente experimentado, e vivido para isto. Já fui governo e já fui oposição e quero ser um dos três senadores a representar o Rio Grande do Sul ao Senado”, pontua.
CIDADE
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A luta por moradia à beira dos trilhos Pedido de reintegração de posse da ALL coloca em xeque famílias que vivem às margens da malha ferroviária. Prefeitura mantém diálogo com concessionária para decidir futuro do espaço FOTOS: DM/Isadora Stentzler
Isadora Stentzler isadora@diariodamanha.com
Em uma pequena casa de madeira há três passos dos trilhos que cortam as sombras dos silos da Cotrijal, no bairro Oriental de Carazinho, é que João, assim batizado pela reportagem por não querer se identificar, vive com nove pessoas da sua família. O número é o mesmo período de tempo em que construiu a casa que tem dois cômodos, onde a sala se confunde com o grande quarto dos nove e a cozinha com a área de serviço. Lá de dentro se vê os cabos de luz que passam abaixo das telhas que não sabem o que é um forro e encontra-se uma família aquecida do frio de julho. São conhecidos como beira-trilhos, por viverem à encosta da malha ferroviária que hoje está em desuso no município e que pode ser motivo de perderem a moradia por um pedido de reintegração de posse há anos acatado, mas ainda não cumprido. “Eles não podem fazer isso com a gente”, diz com a voz embargada e lágrimas que cruzam o rosto a esposa de João, que há poucos dias sofrera um AVC e agora era cuidada pelo marido em uma cadeira de rodas. “Não chora, não precisa chorar, ela é só repórter”, acalma João a cônjuge, que diante do desabafo do marido sente-se contemplada por quem está disposto a lutar pelo seu espaço. Ele fala de um jeito frenético, alto, colocando pra fora a agonia da iminência de uma desocupação. “Por que é que deixaram cons-
arrendado de posse do DNIT. A empresa tem feito reuniões frequentes com a Prefeitura para discutir melhorias no município, entre as alternativas em estudo estão a elaboração de projetos de ciclovia e de um parque linear próximo à ferrovia”.
Reuniões morosas
Prefeitura calcula que cerca de mil famílias vivam em situação irregular às margens dos trilhos truir então? Agora é hora de mexer nisso?”, questiona, olhando para nove anos atrás, quando comprou o espaço de alguém que o ocupara e o vendera por R$ 7 mil parcelados. “Só querem mexer com os pobres. Será que vão mandar os outros que vivem perto dos trilhos saírem também?”, questiona. João se refere à pessoa que vendera o espaço como “um invasor”, mas fala que não foi impedido em nenhum grau em construir sua casa. Na época, os trilhos não estavam cobertos pelo mato e o trem ainda era visto cruzando à cidade com suas cargas. Apesar do recorrente risco a que se é associado viver tão próximo dos trilhos, João disse que “nunca se incomodou”. Que nunca tivera problema. E que nunca vira a casa de madeira balançar.
Nos espaços onde não há casas, a vegetação tomou conta dos trilhos
Com a desativação da linha é que fica eufórico em saber que, mesmo diante do que acreditara ser o problema, podem ser retirados caso haja interesse da empresa na execução do pedido de reintegração de posse. “E caso aconteça? Não sei. Acho que a Prefeitura ampara nós, né?”, pontua.
Reintegração de posse
O medo de João é diante de uma sentença dada ainda no ano de 2015. Segundo o advogado Wilson Moreira, que acompanha o caso de 16 famílias nesta situação, a luta pelo espaço começou em 2006, com um pedido de reintegração da concessionária ALL, então responsável pelos trilhos – hoje a administração está à cabo da Rumo Logística. Isso porque existe uma determinação que proíbe construções na faixa de domínio, que corresponde aos primeiros 20 metros à beira trilho, e, pela Lei 6.766/79, proibição de construção nos próximos 15 metros após a faixa de domínio – o que é chamado de faixa não edificável. Para os moradores são uma soma de 35 metros, mas para a empresa são os primeiros 20 metros que são de sua competência e, os outros 15, da administração local. A ação avançou na Justiça, teve ganho de Carazinho,
mas em recurso, no ano de 2015, houve um despacho favorável à concessionária, emitido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Já há a definição final, inclusive em trânsito em julgado, ou seja: esse processo não se mexe mais”, explicou Moreira. Ainda de acordo com o advogado, a situação, hoje, está em “banho maria”, e mesmo com a decisão proferida, não houve iniciativa por parte da empresa em reaver o local. Porém, ele destaca que a partir do momento que a concessionária que move o processo solicitar os espaços, as famílias terão que deixar. “Quem esta no prejuízo é quem mora ali, pois terão que sair. E como dizem no costume dos velhos: levando ‘da louça, nem o caco’”, devido à forma violenta como acontecem algumas ações de reintegração de posse. Hoje, a responsabilidade dos trilhos está sob a Rumo Logística. Em nota, a empresa disse que “as ações de reintegração de posse fazem parte da obrigação legal e contratual de preservação da faixa de domínio da área que pertence à União. Sendo assim, não cabe à empresa realocar as famílias, já que as ocupações são irregulares. Em relação aos trilhos, a estrutura não pode ser removida pois é um bem
De acordo com o assessor jurídico da prefeitura, Gustavo Viapiana, e do ex-assessor jurídico, Antônio Azir – que acompanhou os primeiros debates com a concessionária –, os sete quilômetros de malha ferroviária que cortam o município têm sido pleiteados pelo Executivo para que voltem ao município. Por ser um espaço de posse da União, Viapiana explica que é necessário que o contrato com a Rumo se encerre e que ela abra mão do território, a fim de que o município possa ter autonomia sobre ele. A última reunião para debater esse assunto foi realizada no mês de abril, em Curitiba. Uma das sugestões, segundo Azir, é que seja retirado das ações a faixa não edificável, o que, acredita, garantiria a permanência de 70% das famílias em situação irregular – a Rumo Logística não informou à reportagem sobre o número de ações de reintegração de posse movidas no município, mas a estimativa da assessoria jurídica é de que hajam mil famílias vivendo em situação irregular. - Há construção de mais de 50 anos em torno dos trilhos. A cidade cresceu em volta deles e era comum que fossem feitas edificações nesses espaços que são irregulares. Como hoje não temos mais o trem na cidade, nosso objetivo é que o espaço volte para o município a fim de que possa ser regulamentado”, frisou Viapiana, que junto com Azir demonstra otimismo, dizendo que é de interesse de ambas as partes “resolver a situação”. Sentimento que brota mais forte em quem tem no meio desse debate a própria casa e o futuro da família. Gente como seu João.
CIDADE
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Domingo dedicado à Gare Pensando em valorizar o espaço, em prol de trazer entretenimento e uma opção de lazer aos carazinhenses, é que o projeto “Domingo na Gare” vem sendo pensado. A ideia é que a primeira edição possa acontecer em breve Isabella Westphalen Foto: DM/Arquivo
isabella@diariodamanha.com
Projeto que estava sendo amadurecido desde o ano passado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, o “Domingo na Gare” vem como uma novidade para a comunidade carazinhense, que a partir disso vai ter uma opção de lazer aos domingos, proporcionada pelo poder público. A ideia, segundo o secretário de Desenvolvimento, Dêninson Costa, é trazer expositores de artesanato, floristas, cosméticos, brechós beneficentes, doces artesanais, feira de pequenos animais para adoção, entre outras atividades. O pensamento de congregar e promover uma integração entre a comunidade é um dos objetivos do projeto. De acordo com Costa, a ideia é que a sociedade se enxergue, conheçam uns aos outros. “Em nome dessa integração, a gente acredita em projetos que unam a população. É um programa gostoso de domingo, então, queremos cultivar e somar isso, utilizando esse espaço da Gare”, afirmou o secretário, que também ressalta a questão de que o espaço da Gare deve ser ocupado para atividades como essa, sem ser abandonado. “Por anos aquele local foi abandonado, agora o nosso governo está sendo pioneiro em utilização da Gare, e vamos usar cada vez mais”, complementou Costa. A primeira edição do “Domingo na Gare” está progra-
A ideia é ocupar o espaço da gare aos domingos com arte, exposições, venda de produtos artesanais, entre outros mada para acontecer em breve, aberta ao público, funcionando como uma feira, proporcionando integração e lazer aos munícipes. “É legal para que as pessoas se conheçam, exista essa interação cultural. A gente acredita que vai somar muito no que a gente quer, que é a recuperação da autoestima do munícipe”, frisou Costa. Quem pode participar expondo? De acordo com o secretário, as inscrições podem ser feitas
por microempreendedores ou pessoas físicas que tenham atividades de artesanato, florista, cosmético, entre outros, basta entrar em contato com a Secretaria de Desenvolvimento. “Essa é uma oportunidade das pessoas mostrarem suas especialidades, trazendo para a comunidade o que tem de bom”, salientou Costa. Uma das entidades que já confirmou presença no evento é a Arteria que, segundo uma das coordenadoras, Bruna Anacleto, essa é uma
atividade que busca dar visibilidade para o trabalho local, seja ele em qual área for, fortalecendo laços. “Através de oportunidades assim, o vínculo entre o artesão, o pequeno produtor, enfim, vão cada vez mais possibilitando trocas e garantindo que a cultura local se intensifique”, afirmou Bruna, ressaltando também que dessa forma, os discursos depreciativos sobre a própria cidade, no sentido de falta de opções culturais, não sejam mais uma realidade.
Bruna também acredita que essa consciência se constrói coletivamente, com o apoio da comunidade, pois é isso que vai garantir a sobrevivência da iniciativa. “Estamos muito contentes com o convite, porque a Arteria é mesmo um espaço cultural que tem que estar em movimento, em contato com a própria cidade”, comentou a coordenadora, que salienta também que essa é uma oportunidade de vitrine, para que as pessoas conheçam e prestigiem as artes que pulsam na cidade.
Grupo Diário da Manhã apoia essa iniciativa Apoiador oficial do evento, o Grupo Diário da Manhã vai participar divulgando e mostrando as ações referentes ao “Domingo na Gare”. Segundo a gerente comercial do Grupo, Fabiana Duarte, considerando a importância da ocupação do Parque da Gare e de eventos como esse, é que o Diário irá apoiar a iniciativa. “Incentiva também o empreendedorismo local. Por acreditar que o evento vai ter um futuro promissor, de forma que integra a comunidade, vamos ser apoiadores, divulgando em nossos veículos tudo que for relacionado ao evento”, ressaltou Fabiana.
Procon inicia análise de notas fiscais Onze postos de combustíveis de Carazinho precisaram comprovar se preço praticado no diesel correspondia ao das refinarias Isadora Stentzler isadora@diariodamanha.com
Foto: Arquivo Pessoal
O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Carazinho começou
Coordenador do Procon, Gilvane Pedrolo estuda as notas fiscais dos postos notificados
na segunda-feira (9) a analisar as notas fiscais dos onze postos de combustível notificados no município por não venderem diesel com desconto total de R$ 0,46. Segundo o coordenador da entidade, Gilvane Pedrolo, até quarta-feira (11) as análises devem ser concluídas e, caso se constante irregularidades nos valores, o Procon/RS será informado para medidas punitivas. As notificações foram feitas há duas semanas quando a equipe do Procon junto de agentes do setor de Fiscalização do município visitaram os 22 postos de combustível da cidade para análise do
cumprimento das portarias 735 e 760 do Ministério da Justiça. As portarias determinam quanto à aplicação imediata do desconto de R$ 0,46 sobre o óleo diesel e dizem respeito à forma de publicidade desses valores. Segundo texto da portaria 760, os postos devem informar os preços praticados antes do dia 25 de maio – que corresponde ao início da greve dos caminhoneiros – e após o dia 1º de junho – quando encerrou a greve – de forma visível e ao lado dos valores praticados atualmente. De acordo com Pedrolo, todos os 22 postos do muni-
cípio cumpriram a forma de publicização, mas 11 deles não apresentavam os valores com desconto total de R$ 0,46. A redução nessas unidades, segundo o coordenador, variava de R$ 0,30 a R$ 0,40. Esses estabelecimentos tiveram dez dias para unir notas fiscais do dia 25 de maio e após 1º de junho para comprovar se o valor praticado na bomba não correspondia ao desconto total devido à refinaria onde abastece. “Será uma análise simples”, explica Pedrolo sobre a metodologia. “Os postos têm três documentos que demonstram o preço praticado. Da nota de entra-
da a partir de 25 de maio e a movimentação econômica a partir de 1º de junho. Esses documentos demonstram a margem de lucro aplicada”, pontua. A previsão é de que as análises sejam concluídas até quarta-feira (11). Se identificada irregularidade, o Procon-RS será informado para a tomada de medidas. De acordo com a portaria 735, que define quanto à aplicação imediata do desconto, as multas podem ir de R$ 650,00 a R$ 9 milhões, mais suspensão temporária da atividade, interdição do local até cassação da licença do estabelecimento.
CIDADE
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Avança projeto para terceirização do estacionamento rotativo Neste mês, o poder público trabalha na elaboração do Termo de Referência, documento que será apresentado às empresas interessadas em concorrer à licitação Anderson Favero redacao.carazinho@diariodamanha.com
Encontrar vagas de estacionamento na região central de Carazinho, sobretudo em horário comercial, tem sido difícil para muitos motoristas. A reclamação de que faltam vagas e sobram carros não é novidade para ninguém. É por conta disso que o governo municipal vem trabalhando desde o ano passado num projeto que busca remodelar todo o sistema de estacionamento rotativo pago dentro da cidade. A ideia, conforme explica o secretário de Desenvolvimento e Mobilidade Urbana, Dêninson da Costa, e já aprovada no Legislativo, é terceirizar serviço. “A situação da falta de vagas é um problema grande em nossa cidade e, infelizmente, não estamos conseguindo organizar esse sistema de forma eficiente com o atual quadro de fiscais que temos. É por conta disso que iremos contratar um empresa terceirizada para fazer todo esse trabalho com a eficiência que precisamos”, pontua.
Novidades no projeto
Neste contexto, o projeto deve avançar um pouco mais neste mês de julho, com a elaboração do Termo de Referência, documento no qual o município irá estabelecer todos os detalhes do projeto e, posteriormente, encaminhar às empresas interessadas em participar da licitação. “Antes de abrir a licitação de contrato da empresa, o poder
público trabalha na elaboração do Termo de Referência, em que vai constar o valor máximo cobrado e o tempo médio em que os condutores poderão estacionar”, explica Costa. Com prazo para ser encerrado no fim deste mês, o Termo de Referência já tem algumas definições. Entre elas o valor cobrado para estacionar que será de R$ 1,60 a hora, podendo os motoristas optar por estacionar pelo período de meia hora e sendo duas horas o tempo limite para permanecer na vaga. Além disso, serão criadas vagas rápidas em locais de bastante fluxo, nas quais os condutores poderão estacionar de 15 a 20 minutos sem precisar pagar pela vaga. “Trabalhamos há um bom tempo para encontrar um formato economicamente viável para o município em virtude dessa terceirização. São muitos fatores técnicos e jurídicos que precisávamos alinhar e agora está tudo certo. O projeto também foi apreciado pela Câmara de Vereadores, que teceu suas sugestões. Da parte do prefeito Milton Schmitz, a maior orientação foi para mantermos o valor mais baixo possível”, salienta o secretário.
Cobertura do novo sistema
O novo estacionamento rotativo iniciará na rua Rio Branco e seguirá em direção ao Centro até a Rua Antonio José Barlette. “Será muito parecido com o que temos hoje, apenas algumas quadras a mais serão incrementadas na nova proposta”, destaca Dêninson.
Venda das cartelas
Os pontos de venda da cartela do estacionamento serão todos mantidos. Nesse quesito, o que ocorre é o acréscimo de outros meios de compra e pagamento, como a venda direta com os fiscais nas ruas ou por um aplicativo que ofertará as vendas online. “A compra pelo aplicativo trará bastante comodidade aos motoristas, porque eles não precisarão nem sair de casa. Basta credenciar a placa do veículo no aplicativo de celular e efetuar o pagamento via cartão de crédito ou boleto. Tudo de forma prática e funcional”, enumera o secretário.
“A situação da falta de vagas é um problema grande em nossa cidade e, infelizmente, não estamos conseguindo organizar esse sistema de forma eficiente com o atual quadro de fiscais que temos”, pontua Dêninson da Costa, secretário municipal de Desenvolvimento
Criação de empregos
A partir do momento em que a empresa vencedora da licitação passar a atuar em Carazinho, a estimativa do poder público municipal é de que sejam criadas mais de 20 novas vagas de trabalho no município.
Fotos: Arquivo/DM
Valor do Termo de Referência foi fixado em R$ 1,60 por hora
MEIO AMBIENTE
8 - Diário da Manhã
Terça-feira, 10.07.2018, Carazinho
Mais recursos para o Parque Municipal A partir do ano que vem, o Parque Natural Municipal João Alberto Xavier da Cruz vai passar a receber recursos do ICMS ecológico, por ser uma Unidade de Conservação do Estado, podendo, então, investir cada vez mais em melhorias e na educação ambiental dos cidadãos Fotos: DM/Isabella Westphalen
Isabella Westphalen isabella@diariodamanha. com O Departamento de Meio Ambiente (Dema) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, desde o ano passado vem trabalhando na melhoria e conservação do Parque Natural Municipal João Alberto Xavier da Cruz, mais conhecido como “Parque da Cidade” e que, após pesquisas nas documentações da área, de acordo com a diretora do Departamento, Camila Huning, descobriu-se que o Parque foi cadastrado no ano de 1992 como uma Unidade de Conservação junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Porém, as gestões passadas nunca usufruíram dos benefícios que essa documentação poderia lhes oferecer, como, por exemplo, o recebimento do ICMS ecológico. Ao relatar tal descoberta, Camila detalha com um sorriso no rosto, afinal, puderam atribuir ao Parque sua verdadeira função, que é de Unidade de Conservação, graças ao processo que foi iniciado em 1992, não se sabe por quem, porém, a diretora agradece. “Começamos a buscar a história do Parque porque ele foi adquirido por madeireiros, que usavam para fazer reposição florestal das árvores que derrubavam. Após isso, houveram outras fases e, em 2017, a gente retomou o uso original da área, que é como Unidade de Conservação”, contou Camila, que entrou em contato com a Sema pensando que daria início ao processo de cadastramento, porém, o passo inicial já havia sido dado, tornando o processo mais fácil a partir de agora. Há algumas semanas, de acordo com Camila, o Dema
“
A gente tem o foco no Parque justamente para poder usufruir daquilo de melhor que ele oferece. A presença das pessoas é algo que nos motiva a investir cada vez mais e aproveitar esse espaço Aroni Kussler
Aroni e Camila analisam também os registros de quando assumiram a restauração do Parque e a quantidade de lixo que foi retirada do local recebeu a visita de um biólogo da Sema, justamente para analisar a documentação do Parque e já deixou agendada a visita ao local para uma próxima vinda. “Ele nos passou a informação de que, por ter essa área verde de conservação, nós vamos começar a receber o ICMS ecológico em 2019. Vai ajudar muito”, relatou a diretora, que explica que esse recurso é um cálculo que pega a área de 206 hectares do Parque e multiplica por três, para que possam investir na preservação da área e também na conscientização das pessoas na área do meio ambiente.
Reconhecimento
A próxima visita do biólogo da Sema está marcada para agosto, dessa vez para visitar o Parque e conhecer tudo o que ele oferece, para que ele possa dar, finalmente, o certificado de reconhecimento e no ano que vem o recurso do ICMS chegue em Carazinho. Para Camila, e a equipe do Dema, isso representa uma conquis-
“
ta, pois assim poderão oferecer ao Parque a atenção e cuidado que merece, afinal, trata-se da maior área verde de responsabilidade do município. Uma apaixonada pela natureza, Camila não esconde a satisfação de poder cuidar dessa área e proporcionar às pessoas além de um espaço para lazer, também um local de reconexão com a natureza. “A gente vai lá, troca energia com a natureza, trabalha mais feliz. Antes da gente restaurar, não tínhamos uma área assim aqui em Carazinho, além das praças, então, é um diferencial para o município”, ressaltou a diretora, que também reafirma o dever de passar para as futuras gerações sobre a importância do respeito com a natureza.
Atribuindo ao Parque seu verdadeiro valor
Para o gestor da Unidade de Conservação, Aroni Kussler, é de grande importância ocupar os espaços públicos da cidade, ainda mais se tra-
Bem como diz o artigo 225 da Constituição Federal, a gente tem o direito do meio ambiente ecologicamente equilibrado, mas, temos o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações Camila Huning
”
tando do Parque, um local que tem o acesso gratuito e ainda proporciona esse contato com a natureza. “É um local que te da ar puro, sons da natureza, barulho da água, dos animais, do vento. Lá a gente pode esquecer um pouco o dia a dia na cidade”, comentou Kussler. Um conhecedor do ambiente do Parque, Kussler também é um dos guias responsáveis por conduzir turmas nas trilhas que podem acontecer naquela área, sendo mais um momento de conhecimento da natureza que nos rodeia. “A gente busca um novo ambiente no Parque, entra em contato com a natureza, renova as energias, esse é um contato importante”, comentou o gestor, que também valoriza a presença das crianças na área verde. “Assim as crianças aprendem a conhecer um lugar preservado, dando esse senso de cuidado com o solo. Eles veem as coisas com outros olhos, melhorando a nossa cidade também”, reforçou Kussler. Atualmente, no Departamento são cinco pessoas envolvidas no projeto do Parque Municipal, além de Camila e Aroni. “A gente começou com esse amor pelo Parque, fazendo o que podíamos dentro do nosso orçamento, então, graças à nossa equipe, estamos conseguindo a preservação e tirando a ideia de que o Parque é perigoso”, ressaltou a diretora, que acredita que o trabalho com a na-
”
tureza faz parte da essência de todo ser humano.
“Não tem como falar em meio ambiente sem lembrar de saúde”
Para o pesquisador de campo do Projeto Charão e especialista em Biologia da Conservação, Roberto Tomasi, a preservação de um Parque Natural traz inúmeros benefícios também para a saúde das pessoas, através dessa aproximação com a natureza. “Dessa forma, com essa aproximação, faz mais sentido das pessoas quererem preservar, porque elas sabem e usufruem das áreas verdes e assim vão ter o interesse em manter”, ressaltou Tomasi. Ao melhorar o acesso à área verde de uma cidade, Tomasi acredita que as pessoas passam a entender melhor a necessidade da preservação e conservação da natureza e respeito às espécies. “A natureza tem influência direta na qualidade de vida dos seres humanos, então, é necessário formar essa consciência”, reforçou o especialista.
SEGURANÇA
Terça-feira, 10.07.2018, Carazinho
Diário da Manhã -
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Com metas diárias de abordagens, BM registra diminuição em índices de criminalidade Comandante confirma que no segundo semestre a meta é que em escalas proporcionais haverão operações policiais todos os dias. Média de redução de criminalidade foi de 50,4% na comparação do primeiro semestre de 2018 com o mesmo período de 2017 Foto: DM/Arquivo
Alessandro Tavares alessandro@diariodamanha.com
Dados informados pelo 38° BPM de Carazinho indicam que na cidade nos seis primeiros meses de 2018 houve uma redução dos índices de criminalidade quando comparados aos indicadores do primeiro semestre de 2017. Para o comandante do Batalhão, Major Ulisses Denardi, um dos principais fatores que contribuem para os resultados positivos quando comparados ao ano anterior foi a intensificação das abordagens de pedestres e veículos. O relatório da Brigada Militar aponta que os militares abordaram no 1º semestre de 2018 um total 8.267 pessoas, o que considerando a última estimativa populacional do IBGE para cidade significa dizer que no período pouco mais de 13% da população local em algum momento foi abordada. Já o número de veículos abordados no 1º semestre 2018 chegou a 4.897, o que corresponde a cerca de 12% da frota de veículos emplacados na cidade, que segundo o Detran/ RS é de 41.118 veículos. Nos 181 dias do primeiro semestre do ano foram efetuadas pelos militares 283
Major Ulisses Denardi confirma que cada policial tem metas diárias de abordagem prisões e 223 apreensões. Já a quantidade de armas de fogo apreendidas no 1º semestre foi de 10. Considerando os dados compilados pelo Batalhão, de modo geral as ocorrências de maior gravidade em Carazinho tiveram índice médio de redução de 50,4% na comparação do primeiro semestre de 2018 com o mesmo período de 2017. Os casos de roubo a residência registraram queda de 62,5%. Os roubos a transporte coletivo caíram 83%. Já os furtos em veículos caíram 46%, por sua vez os roubos de veículos tiveram uma queda de 76%. Os casos de roubos a estabelecimentos comerciais foram
reduzidos de 36% e os roubos a pedestres em 50%.
As reduções
Para Denardi, os dados em relação aos indicadores de segurança na cidade de Carazinho no primeiro semestre de 2018 indicam que as estratégias adotadas foram acertadas. “São números favoráveis, os indicadores de criminalidade diminuíram. Foram diversas operações, patrulha escolar e barreiras. Vejo este saldo como positivo e que a sensação de segurança e a resposta que a comunidade precisava acredito que esteja recebendo”, assinala o comandante. Para o Major, dentre os in-
dicadores mais importante que tiveram redução está o número de homicídios. Enquanto nos primeiros seis meses de 2017 haviam sido registrados 13 mortes violentas, em 2018, no primeiro semestre o número caiu para 6. Outro destaque se refere aos roubos de veículos, que foram 29 em 2017 contra 7 registros no primeiro semestre de 2018. “Isto é resultado de um conjunto de ações, não só da BM, mas quando se consegue efetuar uma prisão imediata seguida da condenação, para a segurança pública isto é um fator importante, em virtude dos elementos delinquentes ficarem segregados, pois as estatística mostram que a reincidência destes é alta”, diz o oficial.
Ataques a bancos
Dos delitos mais graves e que geralmente envolvem um maior número de marginais fortemente armados, como é o caso de assaltos a agências bancárias, Denardi destaca que o treinamento do efetivo e o emprego das ações envolvendo o Batalhão de Operações Especiais (BOE) e o Pelotão de Operações Especiais (POE) tem sido um diferencial. “Não tivemos em Carazinho e nos municípios da região neste período ocorrências de roubo a bancos. Temos feito patrulhas com o BOE e com o POE que são efetivos de armamento pesado e treinamento específico nas áreas do Batalhão e também o delinquente tem o receio do enfrentamento com a polícia bem treinada como está o nosso efetivo. Tanto que tivemos neste semestre somente uma tentativa de furto em banco em Barra Funda e em que os delinquentes foram presos”, cita Denardi.
Estratégias de policiamento no segundo semestre
O comandante destaca que as estratégias de policiamento que foram aplicadas no primeiro semestre continuarão nos próximos seis meses do ano e anun-
cia que haverão operações diariamente. “Nossa meta é manter o plano de policiamento e vamos continuar e crescer nas metas de abordagens de pessoas e veículos. No primeiro semestre criamos a patrulha escolar e a população tem que entender que as abordagens são para a segurança de todos. Vamos manter nosso plano tático e operacional com metas de operações diárias, semanais e mensais”, afirma Denardi. O tamanho de cada operação dependerá da disponibilidade de efetivo em cada dia de serviço, de modo que as operações semanais e mensais concentrem o maior volume de efetivo empregado. Embora não cite quantidades, o comandante confirma que cada policial de serviço tem suas metas diárias de pessoas e veículos a serem abordados. “Cada profissional, todo dia tem um mínimo de abordagem a ser feita para que o policiamento seja pró ativo e dinâmico, não apenas fazer policiamento para ser visto e dar segurança quando acionado, mas agir preventivamente. As armas que apreendemos nestes seis meses são armas que poderiam ser utilizadas em roubos e homicídios. As abordagens vão continuar ocorrendo e peço a compreensão da comunidade pois não temos como diferenciar o cidadão de bem do delinquente”, diz o major.
Concurso da BM
A expectativa é de que a cidade de Passo Fundo seja a sede regional do Curso de Formação de Soldados da BM, porém, segundo Denardi, ainda não se tem previsão de quando os aprovados no certame serão convocados para o início do curso. “Verifiquei com o Departamento de Administração da BM em Porto Alegre e o resultado dos exames foi homologado no dia 2 de julho com 4.576 aprovados, mas ainda não foi pautada uma data específica para o início do curso de formação de soldados em Passo Fundo” revela o comandante.
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VARIEDADES
Terรงa-feira, 10.07.2018, Carazinho
ESPORTE
Terça-feira, 10.07.2018, Carazinho
Diário da Manhã -
Bar do Jorge é o campeão do Municipal de Bocha Decisão foi contra o Bar do Pidão. Zeca Mariano ficou em terceiro e Breancini em quarto
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OFÍCIO DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS Rua Venâncio Aires, 279 - Carazinho/RS - Fone: (54) 3329-5588 Sílvia Regina de Assumpção Carbonari, Oficial de Registro, faz saber que pretendem casar-se: DANIEL DA SILVA MACHADO e LÉIA GORETE BICUDO; LEONARDO FELIPE DA COSTA e SABRINA OLIVEIRA DE AZEVEDO.
Quem souber de algum impedimento, acuse- na forma da lei. Carazinho, 10 de julho de 2018.
Rayra Mendes Oficial Escrevente Autorizada
foto: CMD
Marcelo Fripp redacao.carazinho@diariodamanha.com
Um grande público prestigiou a final do Campeonato Municipal de Bocha em canchas de areia modalidade equipes, simples, duplas e trios. A decisão do certame ocorreu na sexta-feira (6), tendo como local o Bar do Pidão, no bairro Vila Rica, envolvendo as equipes do Bar do Pidão e Bar do Jorge. Após vencer o confronto de ida pelo placar de 3 a 0, a equipe do Bar do Jorge precisava somar pelo menos 13 pontos nas três partidas em disputa. Após perder a partida de simples pelo placar de 12 x 08, a agremiação visitante precisava apenas de mais 5 pontos nas outras partidas restantes, duplas ou trios, respectivamente. Na disputa de duplas, o Bar do Jorge, conseguiu somar os pontos necessários e confirmou a conquista do título. A noite da Bocha foi encerrada com a entrega da premiação, troféus e medalhas, pelos organizadores do certame, Departamento Municipal de Esportes e Lazer/CMD e Fundescar. O momento contou com a presença do prefeito Milton Schmitz, diretor do Departamento Municipal de Esportes e Lazer/CMD, Adriano Diefenthaeler dos Santos,
Equipes receberam premiação após a grande final no bairro Vila Rica presidente da Fundescar, Gilberto Kamphorst, e os assessores do Departamento de Esportes, Clair Armando Drunn e Juliano Panazzollo. “Somos muito gratos a todas as equipes que participaram da competição e com certeza quem ganhou foi esta modalidade esportiva tão prestigiada por vocês”, enfatizou Adriano Diefenthaeler dos Santos. Já para Kamphorst, este foi “um momento marcante de nosso esporte em 2018”. Também bastante saudado por todos os presentes, o prefeito ressaltou o apreço que tem pelo esporte de uma forma geral e lembrou que por muito anos esteve parti-
cipando de competições em canchas de areia “Todos sabem da minha trajetória esportiva, especialmente como atleta desta modalidade. Digo a todos vocês que estão aqui, são todos vencedores, pois a essência do esporte consiste na participação de cada um de vocês” declarou Schmitz. A classificação final ficou assim:
Campeão:
Bar do Jorge
Vice-campeão: Bar do Pidão
Terceiro lugar: Zeca Mariano
Quarto lugar: E.C. Breancini
Dançarinos carazinhenses premiados em mais um festival Isabella Westphalen isabella@diariodamanha.com
Foram 21 bailarinos do Centro de Danças Bianca Secco participando do 13º Passo em Dança, que aconteceu em Passo Fundo, trazendo nada menos do que seis troféus para casa. De acordo com a diretora administrativa e financeira do Centro, Patrícia Souza, a sensação é de que a equipe está no caminho certo. - A sensação é termos o nosso trabalho reconhecido, através dos alunos e professores envolvidos. Aprendemos a cada dia um pouco mais e sabemos que
temos muito ainda a trilhar”, ressaltou Patrícia, que conta também quais foram as premiações vindas do Passo em Dança: 1º lugar do grupo juvenil, coreografia “Cartas de Amor”; 1º lugar no grupo adulto, coreografia “Mystica”, 2º lugar no grupo adulto, coreografia “Te Chamaria de Ilusão Apenas”; 2º lugar no solo-duo-trios, coreografia “As dores de Kahlo”; 3º lugar no grupo adulto, coreografia “Intenções” e 3º lugar no solo-duotrios, coreografia “Desamor”. Nos dias 18 e 19 de agosto, o grupo vai estar participando do 1º Festival de Dança de Guaporé
e no dia 25, também de agosto, os dançarinos irão brilhar por aqui mesmo, participando do espetáculo produzido pelo Centro de Danças Bianca Secco, “Pelo Pampa”, que irá acontecer no Teatro do Sesc, com a participação especial do grupo “Coplas e Cordas”. “Essa é uma proposta diferenciada, que vai trazer música nativista gaúcha para o palco de uma forma mais artística, onde todas as músicas serão executadas ao vivo pelo grupo Coplas e Cordas”, afirmou Patrícia, que ressalta que os ingressos são limitados e já estão à venda.
Foto: Acervo pessoal
Após trazerem seis troféus para casa, os dançarinos do Centro de Danças Bianca Secco já se preparam para próximo festival, que está marcado para agosto
O grupo voltou para casa seis vezes vencedor, após mais um festival
12 - Diário da Manhã DIÁRIO PASSO FUNDO redacao@diariodamanha.com - (54) 3316.4800 DIÁRIO CARAZINHO redacao.carazinho@diariodamanha.com - 54.3329.9666 DIÁRIO FM 98.7 MHz diariofm@diariodamanha.com - 54.3311.1309 DIÁRIO AM - 570 KHz diarioam570@diariodamanha.com - 54.3311.7756 DIÁRIO AM CARAZINHO - 780KHz diarioam780@diariodamanha.com 54.3331.2422
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DM Terça-feira, 10.07.2018
CARAZINHO
PREVISÃO PARA HOJE Terça-feira, 10.07.2018, Carazinho PASSO FUNDO
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Nova 12-07
Crescente 19-07
Cheia 27-07
OMF tem dificuldades com desfalques e arbitragem e perde em Entre-Ijuís Time carazinhense levou gol quando faltavam 13 segundos para o fim e acabou derrotado por 5 a 4 Foto: Arquivo/DM
Marcelo Fripp redacao.carazinho@diariodamanha.com
Em um jogo conturbado, cheio de insegurança da arbitragem, o OMF perdeu na estreia do returno da 1ª fase do Campeonato Estadual de Futsal da Série Bronze para o time da AEF de Entre-Ijuís pelo placar de 5 a 4. O gol da vitória do time adversário saiu quando o cronômetro marcava 13 segundos para o fim da partida. As dificuldades do jogo diante do time da região das Missões se apresentaram ainda antes do pontapé inicial. O OMF não contava com quatro jogadores que se destacaram no grupo na primeira fase: Vini (lesão no tornozelo que pode deixá-lo 15 dias fora das quadras), Nando (com princípio de pneumonia), Jackson Vereador (suspenso) e Alan Negão (com situação de família). No banco de reservas também não estava o treinador Juliano Nenceck (Jundiá), que não viajou com a delegação, e o time ficou ao comando do auxiliar Lucas Rocha e do goleiro Samuel Jarré. Além das ausências, o primeiro tempo de partida foi todo da equipe adversária. O OMF até conseguiu impor seu estilo de marcação e tentava sair nos contra-ataques, mas pecava nas finalizações. Enquanto isso, a AEF era precisa e aproveitou bem as oportunidades e no fim da primeira etapa já vencia por 2 a 0, gols de Mauricinho e Nathan. Ao encerrar o primeiro tempo, começou a pressão psicológica, uma confusão entre os jogadores, na saída para os vestiários, começou a abalar quem estava em quadra, principalmente a arbitragem. Na volta para o segundo tempo, mais uma vez Mauricinho, ampliou o placar para 3 a 0. Mas a reação veio logo, Alefer Bola – que fez uma partida irrepreensível,
E mais... Copa Lebrão/CMD chega à 9ª rodada A 1a Copa Lebrão/CMD de Bola 7 chega nesta semana à sua 9a rodada. Os jogos acontecem na sexta-feira (13): Loko é Poko x Mecânica Correcar; José Cuervo x Marcondes; As Canalhas x As Mercenárias; Piratas do Caneco x Remax; Multipoint x Lugar de Vida. Pela oitava rodada, os resultados foram os seguintes: Fruteira Tabaldi 1 X 1 Independente (na disputa de tiro livre, vitória do Independente); José Cuervo 1 X 0 Los Hermanos; Bom de Bola 1 X 2 Renegados; No Feminino, K-10 Suplementos 1 X 2 As Panteras.
OMF volta a jogar em casa no próximo final de semana sendo o destaque do time carazinhense – diminuiu. Tudo parecia se encaminhar para uma reação do OMF, pois na sequência, Léo do AEF levou o segundo cartão amarelo e foi expulso, deixando seu time com um a menos. Mas os carazinhenses não conseguiram aproveitar a superioridade e, pior, ainda sofreram um gol com um a mais: Gugu fez 4 a 1. A partir daí só deu OMF. Luan e Vitor Jesus diminuíram para 4 a 3 e, mais uma vez, Alefer deu números iguais para a partida faltando pouco mais de 2 minutos para o fim. Enquanto isso, a torcida e a direção do time da AEF quase entravam em quadra, com reações que buscavam amedrontar seus adversários e pressionavam os árbitros. Depois do gol de empate ficaram claros alguns erros da arbitragem. Sem comunicar a 5ª falta, a 6ª infra-
ção coletiva do OMF foi assinalada com tiro livre, assim como a sétima. Os dois lances foram cobrados por Nathan e desperdiçados. Mas o mesmo Nathan, em jogada trabalhada pela AEF, ficou de frente para o Goleiro Dyone do OMF e desta vez não desperdiçou. Restando 13 segundos para o fim do jogo, deu números finais ao placar: 5 a 4 e o time de Entre-Ijuís devolveu o resultado do primeiro turno, quando a representação carazinhense venceu no Ginásio da Fundescar pelo mesmo placar. O jogo de sábado marcou a estreia do fixo Gustavo Andrade no time do OMF. Para o próximo jogo, sábado que vem, dia 14, estreia também o ala Zé Renato,
mais uma contratação para o segundo turno. Com a derrota, o time de Carazinho caiu uma posição na tabela de classificação. Agora, é o 6º colocado na Chave 1 da Série Bronze, sendo ultrapassado pelo SI Cruz Alta (12 pontos, um a mais que o OMF), justamente o adversário da próxima rodada, no sábado que vem, em Carazinho.
Empate pelo sub-17 Na sexta-feira (6), o time do Sercesa recebeu em Carazinho, no Ginásio da Fundescar, a representação da ASAF de Santo Ângelo, em jogo válido pela 8ª Rodada do Campeonato Estadual sub-17. O jogo terminou empatado em 3 x 3. A ASAF é o atual campeã estadual da categoria, enquanto o Sercesa tem o título sub15. Sercesa e ASAF já estão classificados para a fase de mata-mata do Estadual.
Terça-feira, 10.07.2018 www.diariodamanha.com
Desdobramentos envolvendo prisão de Lula provocam impasse jurídico
PASSO FUNDO - CARAZINHO
Sucessivas decisões relacionadas a possível liberdade do ex-presidente chamam a atenção de juristas e dividem opiniões Foto Divulgação/DM
Daniel Rohrig politica@diariodamanha.com
O “solta e prende” envolvendo a decisão de conceder ou não o habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mobilizou diversas instâncias do judiciário no último domingo (8). O fato, além servir de combustível para fervorosas discussões nas redes sociais, também é visto como inédito no âmbito jurídico. Das quatro decisões emitidas em um prazo inferior a nove horas, três delas partiram de magistrados de um mesmo tribunal – o TRF-4 – conhecido como a segunda instância da Operação Lava Jato. O conflito de competência envolvendo o TRF chegou, inclusive, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que por meio de sua presidente, ministra Cármen Lúcia, afirmou em nota que a Justiça precisa decidir com rapidez, mas “sem quebra da hierarquia” e mantendo “o rigor absoluto no cumprimento das normas vigentes”. Desde a impetração do habeas corpus em favor de Lula até a decisão final do presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, pelo menos seis movimentações foram registradas. (confira o infográfico ao lado). O professor de Direito Penal da Universidade de Passo (UPF), Luiz Fernando Pereira Neto, chama a atenção a respeito da velocidade com que os despachos ocorreram ao longo do plantão. “Houve uma sequência de erros jurídicos em relação a forma na qual os trâmites foram seguidos, que ao meu ver, não tiveram o regimento obedecido. A garantia da justiça está basicamente atrelada à forma. Então, apesar de ser um tema polêmico, regimentalmente eu não vejo nenhum problema na forma na qual o juiz plantonista tratou o caso. Afinal, ele possui a prerrogativa, pela própria questão do plantão e da urgência, de tomar decisões desse teor”, afirma. Neto observa que o contexto dos personagens envolvidos em relação a suas respectivas atitudes na condução do processo também pode provocar constrangimentos à justiça. “Ocorreram alguns desdobramentos absolutamente estranhos ao direito. Primeiro, um juiz em férias a quem não compete intervir
O professor de Direito Penal da Universidade de Passo (UPF), Luiz Fernando Pereira Neto no caso, devido a instância superior na qual ocorre o processo, se manifesta. Depois, um relator – que não estava na função no momento – atravessa uma decisão e, ainda na sequência, por mais que tivesse havido uma nova decisão do plantonista, emite parecer sem ao menos ter em mãos o documento do habeas corpus. Por fim, uma nova decisão, agora do presidente do TRF-4, vem em um domingo, optar entre os dois entendimentos, encerrando a polêmica envolvendo três juízes”, lista o jurista ao reiterar que a análise dos fatos não se detém a abranger envolvimentos políticos decorrentes das ações do plantonista.
Luiz Fernando Pereira Neto
“Houve uma sequência de erros jurídicos em relação a forma na qual os trâmites foram seguidos, que ao meu ver, não tiveram o regimento obedecido
Sucessão de erros Isabella Westphalen isabella@diariodamanha.com
O que aconteceu no domingo, segundo o advogado e conselheiro da OAB no Rio Grande do Sul, Cesar Souza, foi um imbróglio jurídico, ou seja, uma sucessão de erros, pois acredita que o desembargador que tomou a decisão de soltar o ex-presidente Lula, estava errado. “Na lógica processual, o mesmo
órgão não se manifesta mais sobre o mesmo caso, só um órgão superior a ele poderia se manifestar. Creio que ele se equivocou”, afirmou Souza, que ressalta que somente um órgão acima do Tribunal Regional Federal da 4a Região poderia ter se manifestado. Porém, Souza também ressalta que o que aconteceu é resultado de um erro ainda maior, cometido pelo Supremo Tribunal Federal, que au-
torizou a prisão em segundo grau, sem respeitar o trânsito em julgado do processo. “A Constituição Federal e o Código de Processo Penal dizem que não se pode prender ninguém no trânsito em julgado da decisão condenatória, então, o próprio STF foi quem criou essa situação, permitindo que as mais diversas interpretações venham a ser efetuadas”, complementou Souza.
Em seu último despacho, Thompson Flores afirmou que os argumentos usados no pedido de habeas corpus a favor do ex-presidente são os mesmos já submetidos e analisados pela 8ª Turma do TRF, inclusive o fato de Lula ser pré-candidato à Presidência da República. Segundo ele, “rigorosamente, a notícia da pré-candidatura eleitoral [de Lula] é fato público/ notório do qual já se tinha notícia” no julgamento da 8ª Turma. O presidente do TRF
foi provocado pelo Ministério Público Federal, que argumentou que a situação gerava insegurança jurídica. Na decisão, Thompson deixou claro que Favreto, como plantonista do TRF, não tinha competência para liberar o ex-presidente. Ao revogar a decisão de Favreto, o presidente do TRF mandou devolver os autos do processo ao gabinete de Gebran Neto, bem como informar a Polícia Federal de seu despacho.
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PAÍS
Terça-feira, 10.07.2018
Passo Fundo Carazinho
Precipitação abre precedentes para erro No emaranhado de decisões do último domingo, Luiz Fernando Pereira Neto interpreta que a forma precipitada na qual os fatos ocorreram pode desrespeitar as normas constitucionais da Justiça. “No contexto geral, observando pela ótica constitucional, quem menos se equivocou foi o plantonista Favreto. O argumento utilizado por ele foi fundamentado em trinta e três páginas de decisão, pela concessão do habeas corpus. Mas ele também utilizou argumentos políticos na decisão, aí ocorreu o que nós presenciamos, uma sequência de ações movidas pelo fator político, igualmente”, lembra. Sem atropelos da forma e da Constituição, prossegue Neto, a decisão do plantonista deveria ter sido cumprida com todas as cautelas cabíveis pelo responsável da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A revogação do habeas corpus deveria ocorrer somente nesta segunda-feira (9), quando o trâmite voltaria para a relatoria titular de Gebran Neto. “Em outras pala-
vras, o Lula seria solto no domingo e preso na segunda-feira. Até porque caberia recurso de ambos os lados, bem como caberia interpôr recursos na própria turma do TRF-4 e até no STJ. Essa quantidade de decisões atropeladas e céleres demais não são comuns e acabam depondo contra a própria segurança jurídica. Um cidadão comum jamais teria um tratamento prioritário da Justiça, isso é fato”, provoca o jurista. Por outro lado, a resolução 71, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), não permite a revisão de decisões apreciadas pelo órgão judicial de origem e, portanto, o desembargador plantonista não teria competência para julgar o pedido de soltura, pois o TRF, o Superior Tribunal de Justiça e o STF já haviam decidido sobre a questão. “Novamente, esse episódio mostra que a interferência política acaba respingando no poder judiciário, o que não pode ocorrer de nenhuma forma. Não é a primeira vez que ocorre”, conclui Neto, professor de direito penal.
MP aciona CNJ contra Rogério Favreto Um grupo de 100 membros do Ministério Público (MP), entre procuradores e promotores, entrou ainda na noite de domingo (8) com um pedido de providências no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o desembargador Rogério Favreto, responsável por determinar, também no domingo, a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles pedem o afastamento do magistrado de suas funções. Para os integrantes do MP, a decisão de Favreto, que atendeu a um pedido de deputados do PT durante plantão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), violou “flagrantemente o princípio da colegialidade”, uma vez que, na visão dos pro-
curadores e promotores, passou por cima da determinação da 8ª Turma do tribunal. O pedido de providências se baseia em um trecho da resolução do CNJ sobre o assunto, segundo a qual “plantão judiciário não se destina à reiteração de pedido já apreciado no órgão judicial de origem ou em plantão anterior, nem à sua reconsideração ou reexame”. Os membros do Ministério Público querem que o CNJ analise se Favreto cometeu “violação à ordem jurídica” ao determinar a soltura de Lula. Segundo eles, o desembargador não apresentou justificativa plausível para reverter decisão colegiada anterior e soltar o ex-presidente.
TRF-4 se manifesta O desembargador federal, João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, relator dos casos da Operação Lava Jato, ratificou na tarde de ontem (9) a revogação das decisões deferidas em plantão pelo desembargador federal Rogerio Favreto. Segundo o relator, o plantão judiciário não se destina à reiteração de pedido já apreciado no órgão judicial de origem ou em plantão anterior, nem à sua reconsideração ou reexame. “Não há amplo e ilimitado terreno de deliberação para o juiz ou para o desembargador plan-
tonista”, frisou Gebran. Quanto à alegação dos impetrantes de que existiria fato novo consistente no direito do ex-presidente Lula de exercer sua pré-candidatura, podendo ser livremente entrevistado, o desembargador ressaltou que não há tal fato, já tendo sido a questão debatida pela 8ª Turma. “Foi especificamente tratado pelo colegiado o tema sobre o eventual direito de ir e vir do reeducando, de modo que sequer caberia a este relator, juiz natural do caso, decidir monocraticamente a respei-
to da suspensão do julgado ao alvedrio do que já foi assentado pela 8ª Turma deste tribunal”, afirmou Gebran. O desembargador reforçou que o calendário eleitoral sequer foi iniciado e a condição de pré-candidato somente autoriza a abertura de conta para arrecadação de recursos ou prática de atos intrapartidários, sem que isso qualifique qualquer cidadão para a realização de campanha ou lhe atribua outro signo jurídico diferenciado.
Sergio Moro. - Você tem uma decisão da justiça e o juiz de primeira instância, que inclusive está de férias em Portugal, e não responde portanto pelo processo, surge contra a decisão e incita o delegado da Polícia Federal a não cumprir o que foi decidido - explicou Pimenta, que ressalta a periculosidade dessa ação, pois considera que não há nada de jurídico, mas sim um movimento por questões de natureza ideológica. “Quem
pode provocar uma reanálise é o Ministério Público, o advogado de uma das partes, mas nunca um juiz, o juiz não é parte do processo, inclusive deve manter a distância necessária para exercer o papel de magistrado”, complementou Pimenta, que avalia que, neste momento, Moro se assume como parte interessada do processo, algo que, teoricamente, não pode acontecer e prejudica o andamento da situação.
Fato inusitado
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Um dos deputados federais que entrou com a ação do habeas corpus, pedindo a soltura de Lula, foi o deputado do Partido dos Trabalhadores Paulo Pimenta, que em entrevista ao Grupo Diário da Manhã afirmou que as duas teses apresentadas são bem fundamentadas e foram acolhidas, porém, afirma que o Brasil se deparou com uma coisa totalmente nova, a intromissão do juiz de primeira instância,
PAÍS
Terça-feira, 10.07.2018
Passo Fundo Carazinho
Personagens
O professor de Direito Penal da Universidade de Passo (UPF), Luiz Fernando Pereira Neto, avalia a participação de cada um dos agentes envolvidos nas sucessivas decisões no último domingo. Foto: Divulgação EBC
Sérgio Moro, juiz titular da Operação Lava Jato Por ser competente à primeira instância, Neto não vê nenhuma necessidade de intervenção por parte de Moro nas questões que abraçam a possibilidade de concessão de liberdade a Lula. Mesmo sendo o juiz originário da causa, o processo já avançou para instâncias superiores, fato que retira a responsabilidade de Moro aos desdobramentos. O fato do magistrado estar em recesso também implicaria em agravantes na atitude observada em relação ao processo. Foto: Divulgação
Rogério Favreto, desembargador plantonista A atuação do plantonista divide opiniões. Neto defende que não houve equívocos na decisão, visto que o exercício da função se justifica pela necessidade de tomada de decisões urgentes. Se tratando da liberdade de um cidadão, Favreto teria seguido o regimento do Tribunal. Outro entendimento prevê que o plantão judiciário não se destina à reiteração de pedido já apreciado no órgão judicial de origem ou em plantão anterior, nem à sua reconsideração ou reexame. O magistrado cursou Direito pela Universidade de Passo Fundo entre 1984 e 1989 e é natural do município de Tapejara. Foto: Divulgação TSE
Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do TRF-4 Por fim, Neto atenta que a atitude do presidente Lenz também ocorreu de forma célere, mas levou em consideração a hierarquia do Tribunal. O fato da manifestação do magistrado ter ocorrido leva em consideração o estabelecimento de certa ordem na segunda instância da Justiça, já que encerrou a sucessão de despachos. Foto: Divulgação TRF 4
João Pedro Gebran Neto, desembargador relator do processo Neto manifesta estranheza ao abordar o papel de Gebran Neto, chamando atenção para a pró-atividade do desembargador em revogar a decisão do plantonista. O professor defende que qualquer manifestação deveria ocorrer com obediência ao regimento e após o recebimento de provocações a respeito da decisão, como do Ministério Público Federal (MPF), por exemplo.
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A opinião de leitores e assinantes O Grupo Diário da Manhã promoveu, ao longo do domingo (8) e da segunda-feira (9), enquetes nas redes socais com a seguinte provocação: “Lula deve ficar livre e é inocente. Sobre essa afirmação, você é favorável ou contrário”. No Facebook, cerca de 1,4 mil pessoas votaram. 79% foram contrários a afirmação e outros 21% foram favoráveis. No Twitter, 68% dos usuários se disseram contrários a afirmação e outros 32% favoráveis. Por fim, na enquete promovida no Instagram do DM, das 325 pessoas que participaram, 67% foram contrárias a concessão de liberdade a Lula e outros 33% votaram em favor do petista.
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ESPORTE
Terça-feira, 10.07.2018
Passo Fundo Carazinho
Após eliminação, a dúvida Permanência de Tite como treinador da Seleção Brasileira ainda não está acertada. CBF quer mantê-lo e definição deve ser conhecida nos próximos dias. Histórico aponta para troca Kleiton Vasconcellos kleiton@diariodamanha.com
Coincidência ou não, a cada final de ciclo de Copa do Mundo, a Seleção Brasileira vê mudança no seu comando técnico. É um fato que se repete há mais de 40 anos e coloca, agora, em dúvida a permanência de Tite na função de treinador. Para aumentar o mistério, não hà confirmação oficial alguma, até o momento, sobre o assunto. O fato é que Tite assumiu a Seleção após a segunda passagem de Dunga. Foi em 2016, quando as Eliminatórias Sul-Americanas estavam em plena disputa e o Brasil aparecia em um 6º lugar – fora, portanto, da zona de classificação para a Copa. O primeiro jogo de Tite foi
em 1º de setembro, com uma goleada de 3x0 sobre o Equador em Quito. Era a estreia, também, de Gabriel Jesus no time titular. O time engatou uma série de nove vitórias seguidas. Depois de dois empates, mais uma vitória e a liderança folgada da competição. Antes da Copa, a Seleção ainda jogou nove amistosos, tendo sete vitórias, um empate e uma derrota. Em alta, a Seleção chegou à Rússia com o retrospecto total de 21 jogos. Eram 17 vitórias, três empates e a única derrota para a Argentina, em amistoso. No Mundial, a Seleção jogou cinco partidas, obtendo empate em 1x1 com a Suíça, vitórias sobre Costa Rica, Sérvia e México – todas por 2x0. Aí, contra a Bélgica, a eliminação prematura nas
Foto Divulgação
Copas anteriores
Tite foi criticado por apostar demais em Gabriel Jesus na Copa quartas de final, com derrota com o torcedor. O treinador voltou ao Brasil no dominpor 2x1. Mesmo com a derrota para go (08) e deve ter uma série os belgas, a tendência é que de reuniões com a cúpula Tite permaneça. Pelo menos da entidade, integrantes da é o desejo da CBF, levando comissão técnica e também em consideração os números com familiares para decidir o obtidos e também a empatia que irá fazer.
As opiniões
Kleiton Vasconcellos
Embora tenha apresentado ótimos números, Tite também recebeu críticas. Por isso, o Diário da Manhã ouviu dois profissionais do futebol para saber: o treinador deve ser mantido?
Edinho Recife
Fotos Arquivo Pessoal
“Eu creio que o Tite deva ficar. Tem que ficar. Não temos outro treinador melhor que ele atualmente, no cenário do futebol brasileiro. O que ele errou na Seleção foi manter Gabriel Jesus e não ter convocado alguns jogadores do futebol brasileiro. Enquanto a CBF tiver essa mentalidade de convocar jogadores que atuam na Europa, o Brasil não vai para frente. Tem que dar mais oportunida-
de a quem joga o Brasileirão. Quem foi campeão, sempre pegou vários jogadores daqui. A gente ganhou várias copas com jogadores daqui. Agora, serão mais quatro anos na lista de espera por um título. Para a próxima Copa, penso que deveria chamar quem está se destacando aqui, pois lá fora tem muito jogador já com a vida ganha. Na minha opinião, o Tite tem que ficar”.
Sandro Sotilli
“Eu acho que às vezes a gente cobra demais o planejamento e sequência de trabalho. Acredito que está chegando ao momento da sequência. Avalio como bom o trabalho do Tite. Às vezes, uma seleção ou clube se fortalece com as derrotas e perder faz parte do jogo. O Brasil fez uma boa Copa e perdeu no detalhe. Não é uma eliminação que vai mudar todo o planejamento. Acredito nessa sequência. O Tite vinha com o time montado desde as Eliminatórias, passou algumas dificuldades na Copa. Nesse último jogo, sair perdendo por dois gols impossibilitou. Se eu fosse o treinador, teria optado pela entrada antes do Firmino. Para usar a camisa 9, tem que fazer gol. O 9 é a referência de gols. Por mais que tenha feito um papel tático, o Gabriel Jesus não fez gols. No final das contas, Tite foi sensato com aquilo que vinha fazendo antes”.
Giro pelas seleções
kleiton@diariodamanha.com
Europeus Não pode e não deve ser coincidência. Hoje assistiremos ao início da fase de semifinal da Copa do Mundo e 100% dos participantes – logicamente, quatro – são seleções do continente europeu. Se a gente puxar na memória, verá que recentemente a Europa tem comandado as copas. Afinal de contas, venceu todas de 2006 para cá e, salvo raras exceções, também carimbou os semifinalistas. Temo que seja esse um caminho sem volta, mais ou menos como ocorreu com os clubes: os gigantes (em todos os aspectos, de financeiros a físicos) europeus sobressaindo em relação aos sul-americanos.
Sul-americanos Mas, onde será que estão os erros dos sul-americanos? Se a gente analisar, vai ver que somente o Uruguai venceu na primeira rodada de Copa 2018. E nenhum passou das quartas de final. Penso que podemos explicar pela bagunça das federações (cada uma com sua questão), desorganizações e até mesmo distância dos atletas com as seus países. Em suma: é difícil explicar, mas o futebol toma um caminho cada vez mais europeu.
Hoje Aí a semifinal começa hoje, com França x Bélgica. Lembro que, antes do começo da Copa, não apontei nenhuma das duas como favorita ao título, embora a França pudesse surpreender. A Bélgica, achei, poderia tropeçar no próprio narcisismo. Ocorre que as duas seleções fizeram bons jogos, mostraram qualidades em grupo e individuais, credenciando-se com justiça para esta semifinal. Quanto ao jogo em si, considero em aberto total, embora impute certo favoritismo à França.
Seleção
Semifinais iniciam hoje Duas potências da Copa do Mundo em 2018 definem hoje (10) quem vai à final da competição. A partir das 15h, França e Bélgica jogam em São Petersburgo. Para este jogo, o técnico Roberto Martínez não divulgou a escalação belga. O único desfalque é o lateral-direito Meunier, suspenso. O zagueiro Alderwei-
Os antecessores de Tite não seguiram no cargo após a disputa de Copa. Assim vem sendo Cláudio Coutinho, mantido depois da Copa de 1978, na Argentina, mas que deixou de ser o treinador no ano seguinte. Embora tenha dirigido o selecionado nas Copas de 1982 e 1986, Telê Santana não comandou o time no período entre mundiais. Sebastião Lazaroni (1990), Carlos Alberto Parreira (1994), Zagallo (1998), Felipão (2002), Parreira (2006), Dunga (2010) e Felipão (2014) saíram após o final de cada participação em Copa.
reld ou o meio-campista Chadli são cotados para atuar improvisados no setor. Pelo lado da França, a preocupação do técnico Didier Deschamps é o atacante Mbapeé, que não treinou ontem. Mesmo assim, Deschamps afirmou que tem o elenco completo para a semifinal.
Curioso o número levantado aqui na matéria ao lado. É costume da CBF trocar o treinador ao final de cada Copa, independente do resultado final. Tal regra valeu, de 1978 para cá, até mesmo para os campeões Parreira (1994) e Felipão (2002). A bola da vez passa a ser Tite. Será que ele continua ou sai, por algum motivo? Poderia ele estar insatisfeito com algum fator? Ou será que irá receber proposta tentadora? Teria Tite feito um trabalho de excelência? São questões que a CBF e o Tite terão que levar em consideração na hora de efetivar a permanência ou não do treinador.