Anuário

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YEARBOOK Prospects

of Agribusiness

2014


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Dez

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Sumário Summary

Cenário Scenario

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Ex p e d ie n t e PUBLI SHERS AND EDI TO R S

Mercado Market

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Fundador Jornalista Túlio Fontoura (1935 1979) Presidente-Emérito Dyógenes Auildo Martins Pinto (1972 1998) Vinícius Martins Pinto (1997 2003)

Meio ambiente Environment

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Presidente Janesca Maria Martins Pinto Vice-Presidente Ilânia Pretto Martins Pinto Diretor Executivo Rogel Mello Editor: Nadja Hartmann (6416/DRT-RS) Textos: Alessandra Pasinato, Cristian Puhl, Ivanor Oliviecki, Liliana Crivello, Luciano Breitkreitz

Logística Logistics

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Fotos: Arquivo DM e divulgação empresas e instituições Tradução: Julia Iaione Roque Diagramação e Arte-Final: Éderson Rodrigo Teixeira Arte de Capa: Quallitá Comunicação e Marketing Impressão: Coan Gráfica e Editora

Agricultura familiar Family farming

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Contato: diretoria@diariodamanha.net Matriz: Sete de Setembro, 509, Passo Fundo Fone: (54) 3316-4800 O conteúdo desta publicação está disponível no portal do Diário da Manhã: www.diariodamanha.com

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EM CAMPO 2014 tem tudo para ser um grande ano! Colheita recorde de grãos, crescimento de 4% no PIB do agronegócio, Copa do Mundo e Eleições. O clima, mais uma vez, é de confiança na força do agronegócio brasileiro. Os números não deixam dúvidas quando à dimensão do papel do agronegócio no comércio exterior brasileiro, e mostram também o grau de desenvolvimento alcançado por esse segmento da economia, que vem conquistando mercado e tornando o País líder mundial em diversos produtos. Trata-se de um processo de ganho continuado e que persiste, como mostram as mais recentes projeções para a próxima safra. Como resultado deste otimismo, o Grupo Diário da Manhã está lançando o Anuário Perspectivas do Agronegócio 2014, a primeira edição de uma publicação que passa a ser anual, com circulação em todo o território nacional. Nas páginas a seguir, o leitor poderá conferir as projeções cada vez mais vistosas do campo,traduzidas em números e análises surpreen-

dentes que demonstram a força desse segmento econômico. A publicação será distribuída para autoridades e órgãos dos governos municipal, estadual e federal, além de instituições privadas dos mais diversos segmentos com algum envolvimento com o agronegócio (instituições de pesquisa, agências de fomento). Também será entregue a parlamentares, universidades públicas e privadas, embaixadas, cooperativas e agroindústrias. O material editorial foi produzido tendo como principal objetivo antecipar o panorama do agronegócio brasileiro e gaúcho em 2014. Tudo foi elaborado com uma abordagem inédita, bem mais ampla do que a simples análise das demonstrações financeiras. De grãos à proteína animal, de insumos para agroindústria à biotecnologia, de logística ao biocombustível, nenhum segmento importante ficou de fora das avaliações. Como resultado, está em suas mãos uma radiografia do momento e futuro imediato do agronegócio

brasileiro.O campo é como um jogo, onde podemos errar em alguns momentos, mas não podemos perder nossas melhores oportunidades. E como um jogo, quem errar menos e conseguir se antecipar terá melhores resultados. Por isso, antes de qualquer terapêutica é fundamental um detido diagnóstico. E é pensando nisso que as missões deste anuário vão além. Mais do que estampar os números e feitos vistosos do agronegócio deste País, publicamos considerações sobre os principais desafios do setor. O fato é que todos os anos o campo joga uma copa do mundo, diferente um pouco da copa do mundo da Fifa que ocorre a cada quatro anos. Nesses últimos anos estamos levantando a taça. Esperamos que em 2014 não seja diferente. Assim, seremos campeões no agro e no futebol mostrando para o mundo um Brasil que funciona não só no futebol, mas também naquilo que faz o país crescer. Os craques estão em campo. Um bom jogo, uma boa safra e uma boa leitura a todos!


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FIELD

2014 has everything to be a great year ! Record harvest of grain , 4% growth in the agribusiness GDP , World Cup and Elections . The thing , once again , is to trust in the power of Brazilian agribusiness . The numbers leave no doubt as to the size of the role of agribusiness in the Brazilian foreign trade , and also show the level of development achieved by this segment of the economy that has been gaining market and becoming the world’s leading country in different products. This is due to continuous and intensive modernization of the countryside , combined with effective trade policies . It is a process of continuous gain and that persists , as shown by the most recent projections for the next crop . As a result of this optimism , the Daily Morning Group is launching Agribusiness Perspectives Yearbook 2014, the first edition of a publication which shall be annual, with circulation throughout the country. In the following pages , the reader can check the increasingly amazing projections of the field , translated into numbers and surprising analyzes that demonstrate the strength of this economic segment. The publication will be distributed to authorities and local, state and federal governments bodies as well as private institutions of different segments with some involvement with agribusiness ( research institutions , funding agencies ) . It will also be delivered to legislators , public and private universities , embassies , cooperatives and agribusinesses . The editorial material was produced with the main objective to anticipate Brazilian and Gaucho`s panorama in 2014..Everything was prepared with a , much wider

than the simple analysis of financial statements unprecedented approach . Grain for animal protein inputs for agro biotechnology , logistics biofuel , no important segment stood outside evaluations. As a result , it’s in your hands a snapshot of the moment and the immediate future of Brazilian agribusiness . A scenario for enabling analysis and build visions of the best routes to follow before the challenges which are due to both natural factors such as the growing demand for food in the world , which must meet quality and quantity . The field is like a game where we can make mistakes at times , but we cannot lose our best opportunities . And as a game , we will make less mistakes and will be able to anticipate better results . Therefore , before any therapy it is essential a detainee diagnosis. To subsidize the society , the farmer , the government and the private sector in direct actions and public policy in finding solutions, building indicators becomes increasingly necessary . And it is thinking about that the this yearbook goes beyond. More than stamping numbers and flashy agribusiness made this Country , published considerations on key industry challenges . The fact is that every year the playing field a World Cup , unlike some of the FIFA world cup held every four years. In recent years we are lifting the cup . Hopefully in 2014 is no different . In this way , we will be champions in football and in agro showing the world a Brazil that works not only in football but also what makes the country grow . Star players are on the field . A good game , a good harvest and good reading to all!


Cenário

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Scenario

200 MILHÕES DE TONELADAS DE GRÃOS

200 million tons of grain


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“A trajetória de quatro

décadas da agricultura brasileira é algo inédito Diário da Manhã – O Brasil conseguiu superar, nas últimas décadas, antigos problemas que travavam o desenvolvimento Atualmente, que desafios a Embrapa considera os mais preocupantes? Maurício Antônio Lopes – Primeiro, temos que reconhecer que a trajetória de quatro décadas da agricultura brasileira é algo inédito. Nenhum país do mundo conseguiu realizar o que o Brasil conseguiu, em um espaço tão curto de tempo. Se voltarmos ao início dos anos 60, o Brasil exportava cerca de 50 produtos diferentes e isso rendia ao país aproximadamente 8 bilhões de dólares. Em 2013, o Brasil exportou cerca de 350 diferentes itens agropecuários para mais de 180 mercados ao redor do mundo, com rendimento de quase 100 bilhões de dólares. No entanto temos que ter os pés no chão, reconhecendo que teremos desafios substanciais a superar nos próximos anos. A melhoria da infraestrutura será uma constante à medida que avança nossa capacidade produtiva e exportadora.

A inclusão produtiva dos pequenos agricultores, em especial nas regiões mais pobres do país, é um grande desafio a ser superado, com capacitação, tecnologias mais adequadas, crédito e outros mecanismos de suporte.

do em processos de inteligência estratégica, que nos permitam identificar ameaças, riscos e novas oportunidades. Para isso, a Embrapa vai consolidar em 2014 sua plataforma de inteligência estratégica – Agropensa, que é um ambiente dedicado à geração DM – Também é preciso de dados e informações levar em consideração que para orientar estratégias,

a população está, cada vez mais, urbana. Lopes – Os desafios são enormes, mas a nosso favor conta o fato de que os avanços tecnológicos em várias disciplinas, com inúmeras inovações, elevam nossa habilidade de compreender processos complexos e responder a novos desafios e riscos. Um ingrediente fundamental para lidarmos com um futuro tão desafiador é o planejamento basea-

prioridades, programas e ações focados na busca de um futuro sustentável para nossa agropecuária. DM – Há uma projeção de que o setor continue crescendo em 2014, embora em taxas menores do que a de 2013. Como o senhor vê o agronegócio em 2014? H Lopes – Não há dúvida alguma de que o agronegócio brasileiro continuará crescendo de forma sólida nos próximos anos. É pos-

sível que ultrapassemos a barreira dos 200 milhões de toneladas de grãos já em 2014. Muito provavelmente superaremos os Estados Unidos em produção de soja, já que a nossa safra poderá chegar 95 milhões de toneladas nesta safra. Os números relativos à produção e à exportação de carnes (aves, suínos e bovinos) são também crescentes, mostrando a capacidade brasileira de agregar valor à sua produção de grãos, transformando-os em proteína animal de maior valor agregado. A produção de frutas e hortaliças segue a mesma tendência. É muito importante que o Brasil continue a fortalecer sua posição de produtor e exportador de alimentos, que é uma forma importante do país gerar divisas que ajudem a equilibrar nossa balança comercial e a financiar nosso desenvolvimento, em especial a melhoria de nossa infraestrutura. O fortalecimento da posição exportadora nos ajuda também a fortalecer a posição geopolítica do Brasil.


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Nesta entrevista exclusiva, o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, faz um apanhado do cenário produtivo brasileiro, admitindo os problemas e revelando que, em 2014, o Brasil deve atingir sua maturidade produtiva.

“It is possible that we exceed the barrier of 200 million tons of grain already in 2014 ” In an exclusive interview , the president of Embrapa , MaurícioAntônio Lopes , provides an overview of the Brazilian productive scenario, admitting the problems and showing that in 2014, Brazil should reach productive maturity . DM - There is a projection that the sector continues to grow in 2014 , althoughat lower rates than 2013. How do you see the agribusiness in 2014 ?Is there an optimistic perspective for the sector? Lopes - There is no doubt that Brazilian agribusiness will continue to grow solidly in the coming years. It is possible that we exceed the barrier of 200 million tons of grain already in 2014. Most likely we will overcome the United States in soybean production , as our harvest may reach 95 million tons this season . The figures on the production and export of meat (poultry , pork and beef ) are also increasing , showing Brazil’s capacity to add value to its production of grains , making them into animal protein with higher added value . The production of fruit and vegetables will follow the same trend . It is very important that Brazil

(Fonte Conab)

continues to strengthen its position as a producer and exporter of food, which is an important way to generate foreign exchange, that will help to balance our trade deficit and to fund our development , in particular the improvement of our infrastructure . Strengthening export position also helps us to strengthen Brazil ‘s geopolitical position . DM - The world population is growing asymmetrically , according to the UN . Is this an incentive for Brazil ? Lopes - A concern for the future is the imbalance between population growth and food production capacity , a bigger problem for the world in the future. UN figures show that the population will grow in regions unable to produce very significant increases in food production in the coming decades ( 49 % in Africa and 41 % in Asia ) . This asymmetry between population growth and food production capacity will lead to the strengthening of countries with export capacity , and that is our case. We must use intelligence and ensure that Brazil make good use of this capacity in the future.


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DM – Neste aspecto a pesquisa pública é fundamental para dar assistência aos agricultores, sobretudo os de pequeno e médio porte. Lopes – É sempre importante lembrar que a pesquisa pública tem grande responsabilidade para com os milhões de pequenos produtores brasileiros que precisam de conhecimento e tecnologia para alcançar o mercado, aumentando sua renda e bem-estar. Não basta que as instituições públicas e privadas sejam competentes em criar novos conhecimentos. É preciso que os mesmos cheguem a todos os rincões do país e ajudem os agricultores a superar problemas. Infelizmente, um grande número de propriedades do meio rural ainda não usufrui de excelência tecnológica, pois lhe falta escala de produção e assistência técnica que lhe permita usar as tecnologias disponíveis, em especial aquelas que poupam terra e insumos e aumentam a produtividade do trabalho. A Embrapa não tem

A PESQUISA MAIS PERTO

o mandato para ser protagonista no trabalho de assistência técnica aos produtores, mas ela pode contribuir para o fortalecimento da assistência técnica pública e privada, cuja presença junto a todos os agricultores é essencial para o desenvolvimento agrícola nacional. DM – A criação da Anater veio suprir esta lacuna? Lopes – Estamos seguros de que a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) representará um importante marco na superação do enorme passivo que é a inclusão produtiva dos micro e pequenos produtores brasileiros. Estamos também conscientes de que somos nós, do setor público de pesquisa, que temos que entender, estudar e desenvolver conhecimento para o Brasil reduzir a emissão de gases de sua agricultura, desenvolver novos métodos de fertilização, insumos mais eficientes, melhores práticas e manejos para nossos

cultivos e criações. Os sistemas integrados, Lavoura-Pecuária e Lavoura-Pecuária-Floresta, continuarão a ser desenvolvidos pela Embrapa e nossa rede de parceiros como forma de tornar nossa agricultura mais sustentável.

Maurício Antônio Lopes, Presidente da Embrapa


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SUSTENTABILIDADE NA AGENDA DM –Como a pesquisa pode ajudar na superação do desafio da falta de mão-de-obra no campo e sucessão nas propriedades rurais? Lopes – Esta é uma situação complexa que se descortina para nossa agricultura. À medida que o Brasil avança em educação, renda e qualidade de vida, os produtores rurais terão crescentes dificuldades para encontrar mão-de-obra no campo. Percebe-se que, com a gradual melhoria na qualidade de vida do brasileiro e a intensificação do processo de urbanização, a mão-de-obra no campo será cada vez mais rarefeita. A pesquisa terá que trabalhar sistemas de automação, equipamentos e máquinas que poupem mão-de-obra e tornem o trabalho no campo mais eficiente. E o foco em automação e sistemas de precisão aumentará à medida que se elevarem os custos de insumos, como água, fertilizantes, sementes e energia. Automação torna também o trabalho no campo me-

nos penoso, atraindo uma nova geração de jovens a fazer carreira na agricultura e nos ajudando a enfrentar o problema da sucessão nas propriedades.

DM - A Embrapa completou 40 anos em 2013. O que podemos esperar da Empresa nas próximas décadas? Lopes – Definitivamente, a temática da sustentabilidade marcará a agenda da agricultura, da Embrapa e de toda a pesquisa agropecuária brasileira nas próximas décadas. Além de todos os desafios relacionados à nova lei ambiental do país, as mudanças climáticas irão

impor desafios complexos e exigir novos métodos de pesquisa, novas estratégias de produção. A agricultura do futuro também terá um papel cada vez mais importante na elevação do padrão nutricional das populações. A diversificação dos produtos da agropecuária é outra tendência. Hoje temos todo um arsenal tecnológico nas áreas de biologia avançada, biotecnologia, nanotecnologia e tecnologia da informação, por exemplo, que já está sendo trabalhado no desenvolvimento de inovações para o aproveitamento da nossa biomassa, promovendo a aproximação entre agropecuária e a indústria. Trata-se, acredito, do nascimento de um novo segmento da economia, que dá os primeiros passos com a produção de energia renovável e, no futuro deverá ser a base de uma indústria da química verde, onde será possível derivar de biomassa componentes hoje derivados do petróleo pela indústria petroquímica.


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CAMPEÕES

EM PRODUÇÃO, PRODUTIVIDADE E SUSTENTABILIDADE Não há país no planeta que tenha as mesmas potencialidades do Brasil”, diz presidente da SNA

There is no country on the planet that has the same capabilities in Brazil,” says president of SNA


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O agronegócio brasileiro trilha um caminho rumo a primeira posição mundial na produção de alimentos, superando os Estados Unidos já nesta safra de soja. Nos últimos anos, a tecnologia aplicada as lavouras, associado ao aumento das exportações, transformou o cenário produtivo nacional e o país deixou de ser apenas autossuficiente para colocar-se como um dos principais fornecedores internacionais. Apesar disso, ainda há inúmeros gargalos e deficiências a serem superados, sobretudo no que diz respeito a logística e a insegurança jurídica enfrentada pelos produtores em diversos Estados – a demarcação de terras indígenas, por exemplo, preocupa mais de uma centena de agricultores e pode colocar em xeque a autonomia produtiva conquistada nesta última década. Nesta entrevista exclusiva, o presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), Antonio Mello Alvarenga Neto, fala sobre as perspectivas do setor para este ano e assegura: “não há país no planeta que tenha as mesmas potencialidades em termos de produção e que dê mais atenção à preservação ambiental do que o Brasil”.

Diário da Manhã – O Brasil vem superando, nas últimas décadas, antigos problemas que travavam o desenvolvimento produtivo e econômico vinculados ao agronegócio, mas ainda esbarramos em dificuldades diversas. Quais seriam, hoje, os principais entraves para o agronegócio nacional? Antonio Mello Alvarenga Neto – Todos sabem que, atualmente, o maior entrave para o desenvolvimento de nosso agronegócio é a deficiente infraestrutura. Infelizmente, esse problema ainda deve permanecer por um bom tempo. Nas últimas décadas, a produção agropecuária brasileira cresceu em ritmo acelerado. No entanto, não foram feitos os investimentos em infraestrutura necessários para suportar o armazenamento, transporte e exportação dos produtos. O governo acordou tarde para o problema. Não se constrói infraestrutura no curto prazo. É preciso tempo. Então, nos próximos anos continuaremos a ver filas quilométricas de caminhões nas estradas, navios aguardando nos portos e produtos

estocados a céu aberto ou em veículos nas rodovias. As perdas são irreparáveis para os produtores, que no final é quem paga a conta da falta de infraestrutura. DM – O ano de 2014 inicia com boas perspectivas para o setor produtivo nacional. Que temas devem pautar as discussões sobre o setor? Neto – Todas as previsões atuais indicam que a safra de grãos será muito boa, superior a do ano passado, devendo atingir 197 bilhões de toneladas. Os preços das commodities podem sentir uma ligeira acomodação em 2014, no entanto, a elevação na taxa cambial compensará as flutuações dos preços e, consequentemente, a remuneração do produtor permanecerá adequada. Dessa forma, a participação do agronegócio no PIB e sua importância na geração de empregos e no equilíbrio de nossa balança comercial permanecerão em 2014. Em decorrência de sua relevância econômica, é natural que o setor ganhe, cada vez mais, importância política.

A participação do agronegócio no PIB e sua importância na geração de empregos e no equilíbrio de nossa balança comercial permanecerão em 2014”. - An-

tonio Mello Alvarenga Neto, presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA)


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“Os preços das commodities podem sentir uma ligeira acomodação em 2014 DM – Um dos principais problemas do Brasil refere-se a logística. 2014 deve trazer avanços nesta área? Neto – A logística é a principal preocupação do agronegócio. A solução para o problema está no investimento - público e privado - em armazenagem, ferrovias, hidrovias, rodovias e portos. Para fazê-lo é preciso, antes de tudo, ter vontade política. A construção de armazéns pode trazer algum alívio em prazo mais curto. Ao mesmo tempo podem ser adotados procedimentos mais eficientes no escoamento da safra para reduzir os gargalos nos portos. O fluxo do escoamento da safra pode ser melhorado, com processos mais eficientes.

A elevação na taxa cambial compensará as flutuações dos preços e, consequentemente, a remuneração do produtor permanecerá adequada

DM – Em 10 anos, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, as exportações brasileiras cresceram mais de 600%. O mercado externo deve continuar crescendo em 2014? Neto – O mercado externo continuará puxando o crescimento de nossa produção agropecuária. A população mundial perma-

necerá em crescimento. A urbanização e a melhoria na renda das populações dos países em desenvolvimento são inevitáveis. A combinação desses fatores - crescimento populacional, urbanização e renda - impulsionam a demanda global por alimentos. E o Brasil é um dos principais fornecedores de alimentos para o mundo. DM – E quanto as políticas públicas adotadas no setor. Como a SNA as avalia? Neto – O seguro agrícola ainda é incipiente no Brasil. Temos um longo caminho a percorrer. Nosso seguro agrícola está muito vinculado ao crédito. Precisamos incentivar o desenvolvimento do seguros da produção, para reduzir os riscos climáticos. O produtor também precisa de seguros para os riscos de queda de preços e câmbio, visando a garantir sua remuneração e minimizar eventuais prejuízos decorrentes da volatilidade desses mercados. Os produtores devem ainda utilizar mais e melhor os instrumentos financeiros disponíveis na comercialização das commodities.


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DM – Há um desafio produtivo colocado aos produtores brasileiros: produzir mais sem expandir a área. Como o senhor vê esta questão? Estamos conseguindo atingir este objetivo? Neto – O crescimento da produção com base em ganhos de produtividade permanecerá. No entanto, não se pode garantir que as taxas de crescimento da produtividade continuem tão elevadas quanto foram nos últimos 30 anos. Neste período houve incorporação de novas áreas ao processo produtivo e a adoção de novas tecnologias. É pouco provável que nos-

Brazilian agribusiness track a path towards world leader in food production , surpassing the United States as early as this soybean crop . In this exclusive interview , the president of the National Society of Agriculture ( SNA ) , Antonio Mello AlvarengaNeto , talks about the outlook for the sector this year and assures : “ There is no country on the planet that has the same capabilities in terms of production and giving more attention to environmental protection than Brazil . “

sa produtividade continue aumentando com as mesmas taxas de crescimento das últimas décadas. Os ganhos de produtividade baseados em novas tecnologias continuarão, mas serão menores. O aumento da produção acontecerá por meio da recuperação de áreas degradadas e dos ganhos de produtividade nas áreas de pastagens. No entanto, é preciso haver também a incorporação de novos espaços ao processo produtivo para permitir ao nosso país aproveitar seu potencial como fornecedor de alimentos para o mundo. O Brasil ainda tem muitas áreas produtivas

DM - The year 2014 begins with good prospects for the national productive sector , with expectations of an excellent crop in several states . How do you believe that agribusiness should behave economically and politically ?What themes should guide the discussions about the sector ? Neto - All current forecasts indicate that the grain harvest will be very good , exceeding last year, reaching 197 billion tons . Commodity prices can feel a slight accommodation in 2014 , however , the

que podem ser exploradas sem danos ao meio ambiente. Somos campeões em produção, produtividade e sustentabilidade. Não há país no planeta que tenha as mesmas potencialidades em termos de produção e que dê mais atenção à preservação ambiental do que o Brasil.

Não se constrói infraestrutura no curto prazo

rise in the exchange rate offset price fluctuations and hence the remuneration from producer will remain adequate . So the share of agribusiness in GDP and its importance in creating jobs and balancing our trade balance will remain in 2014 . Because of its economic importance , it is natural that the industry earns, increasingly , political importance . DM - One of the main problems of Brazil is related to logistics. Will 2014 bring improvements in this area ?

Neto - Logistics is the main concern of agribusiness . The solution to the problem lies in investment - public and private - in storage, railways, waterways , roads and ports . To do so it is necessary , first of all, to have political will . The construction of warehouses may bring some sooner relief . While more efficient procedures may be followed by the disposing of harvest to reduce bottlenecks in ports . The flow of the crop flow may be improved,with more efficient processes .


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Ano de bons ventos para o

agronegócio Otimista com o comportamento do agronegócio na safra 2013, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, afirma que a projeção é de crescimento do setor em 2014. “Os bons ventos estão soprando”, revela ele, destacando que após um ano de prejuízos e déficits produtivos, na safra de 2012, houve uma recuperação de 54,4% nos índices do agronegócio. “Retomamos os patamares normais de produtividade e, com isso, fica evidente o esforço máximo do produtor e das entidades ligadas ao agronegócio que oportunizaram o crescimento”, ressalta. Na opinião do presidente da Farsul, a tecnologia está sendo cada vez mais absorvida pelos agricultores, sobretudo no que diz respeito aos novos programas de irrigação e

agricultura de precisão, por exemplo, o que deve estimular o crescimento da produção. Ainda assim,

Não tivemos uma elevação muito alta nos custos de produção, mas ainda assim há outros fatores que devem impactar, como a grande oferta de grãos e o preço internacional, que não sofreu grandes mudanças” – Carlos Sperotto

Sperotto prevê que 2014 seja um ano de rentabilidade menor para o produtor. “Não tivemos uma elevação muito alta nos custos de produção, mas ainda assim há outros

fatores que devem impactar, como a grande oferta de grãos e o preço internacional, que não sofreu grandes mudanças”, analisa, complementando que o Rio Grande do Sul terá um crescimento linear, com a metade Sul do Estado incorporando novas culturas e agregando mais conhecimento ao manejo, melhorando o seu padrão de lavoura e aumentando o resultado da produção. Melhorias em todas as culturas Mesmo com uma perspectiva positiva, Sperotto revela que há grandes problemas infraestruturais e de logística que precisam ser solucionados para não travar o desenvolvimento econômico e reduzir a competitividade do país diante do cenário internacional. “Há deficiências que precisam ser solucionadas em logística e infraestrutura, prin-


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Alta produtividade da safra 2013 e a retomada do crescimento do agronegócio gaúcho aumentam as boas expectativas para o setor

cipalmente. Mas, um exemplo positivo é que o Porto de Rio Grande, mesmo com todos os problemas, conseguiu agilizar o tempo de embarque para exportação, melhorando em comparação a Paranaguá”, avalia o presidente da Farsul. Conforme ele, o Porto de Rio Grande foi o segundo em volume de exportação de soja em 2013. “Isso nos ajudou a crescer”, ressalta Sperotto, antecipando que as melhorias previstas para ocorrer no

Porto de Rio Grande devem elevar ainda mais a importância da rota produtiva do Estado. “Também conseguimos ampliar a produção de trigo, o que é uma resposta aos esforços que estão sendo feitos no sentido de melhorar a qualidade e aumentar a produtividade das nossas lavouras. Ultrapassamos os três milhões de toneladas produzidas. Isso quer dizer que, na safra anterior, 57% do trigo produzido no Brasil é gaúcho”.

Os fatores, resume o presidente da Farsul, dão alento para o agronegócio em 2014. “Apesar disso, estamos em um ano eleitoral e a nossa visão é de que o agronegócio sempre vai ser utilizado, seja quando estamos em um bom momento ou enfrentando dificuldades, como ocorreu em 2012. Ainda assim, temos que discutir uma série de questões importantes que causam impacto para o setor e, talvez, este seja um ano importante para isso”, finaliza.


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Good winds for agribusiness High productivity of the crop in 2013 and the resumption of growth of gaúchoagribusiness increase the good expectations for the sector Optimistic about the behavior of agribusiness in the 2013 harvest, the president of the Federation of Agriculture of Rio Grande do Sul( Farsul ) , Carlos Sperotto says that the projection is for growth of the sector in 2014 . “ The strong winds are blowing,” he reveals , noting that after a year of losses and production deficits in the 2012 harvest , there was a recovery of 54.4 % in the indices of agribusiness . “ We resumed normal levels of productivity and with that it becomes apparent the big effort from producer and entities linked to agribusiness that opened doors for growth,” he says.

According to the president of Farsul , technology is increasingly being absorbed by farmers , particularly realting to new programs for irrigation and precision agriculture , for example , which should stimulate the growth of production . Yet Sperotto forecasts that 2014 will be a year of lower rentability for the producer. “ We had a very high rise in production costs , but there are still other factors that should impact the large supply of grain and the international price , which has not undergone major changes ,” says , adding that Rio Grande do Sul has a linear growth , with the Southern half of the state incorporating new cultures and adding more knowledge to the management , improving their standard of farming and increasing production output .

We had a very high rise in production costs , but there are still other factors that should impact the large supply of grain and the international price , which has not undergone major changes


MAIS

PRODUÇÃO,

MENOS RENDA Economista-chefe da Farsul explica que os preços estão mais baixos do que na safra passada, o que irá impactar no lucro dos produtores. Apesar disso, o ano é de otimismo para o setor Superados os prejuízos oriundos de uma safra marcada pela seca, em 2012, a agropecuária brasileira fez de 2013 o ano da recuperação e do fortalecimento do setor. Agora, no ciclo de 2014, o agronegócio firma-se como o propulsor do crescimento econômico do Brasil e prepara-se para bater novos recordes produtivos, sobretudo com a soja e o trigo – os motores do bom desempenho. A estimativa do Sistema Farsul é de produção recorde de 30,2 milhões de toneladas de grãos para o

ano que vem. O aumento da produção, porém, não deve estar acompanhado de uma rentabilidade maior. É o que afirma o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz. “Pensando na produção, nós devemos ter um ano excelente, pois tudo indica que teremos a maior safra da história – nossa área plantada já é a maior da história. Apesar disso, a rentabilidade, o lucro do produtor, não vai ser superior ao do ciclo anterior”, afirma ele, acrescentando que o principal motivo pelo qual o produtor varia o tamanho da área destinada a determinada cultura é o preço pelo qual se esta pagando por esta. “Quanto mais o mercado estiver pagando pelo produto, maior será o in-

centivo para produzi-lo. Dentre os grãos produzidos no território gaúcho, a soja foi a cultura que mais incorporou área ao seu plantio, um total de 10,7% a mais que o ano anterior, equivalente a 458,6 mil hectares”. A ampliação da superfície cultivada terá reflexos no aumento médio das produtividades. “Em termos de quantidades produzidas esta safra será muito boa para os nossos agricultores. E é muito provável que os preços fiquem entre razoáveis e bons. E é isso que vai fazer a diferença para o produtor”, argumenta Luz, citando que os números e as projeções para 2014 foram elaboradas pela assessoria econômica da Farsul e publicadas no relatório anual apresentado pela entidade.

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Produção aumenta, mas rentabilidade será menor em 2014


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Production increases, but profitability will be lower Once the arising losses of a harvest marked by drought were overcame in 2012, the Brazilian agriculture has made 2013 the year of recovery and strengthening of the sector . Now in the 2014 cycle, the agribusiness is becoming stronger with Brazil’s economic growth and prepares to hit new production records , especially with soy and wheat - the engines good performance . The increase in production , however, should not be followed by greater profitability. So says the economist chief of the Agriculture Federation of Rio Grande do Sul ( Farsul ) , Antonio da Luz “ Thinking in production, we should have a great year , because it seems

that we will have the largest harvest in history - our planted area is already the largest in history . Nevertheless , the profitability , the profit of the producer won’t be higher than the previous cycle , “he says, adding that the main reason why the producer varies the size of the area for the particular culture is the price at which it is paying for this . “ The more the market is paying for the product , the greater the incentive to produce it . Among the grain produced on state territory , soybean was the culture that incorporated more to your planting area , a total of 10.7 % more than the previous year, equivalent to 458 600 hectares . “

Estimativas  A estimativa de produção da Farsul para 2014 representa alta de 2,4% na comparação com o ano anterior e supera o recorde de 29,7 milhões de toneladas colhidas em 2011.  A soja continua avançando sobre área de pecuária – que desde 2005 perdeu 470 mil hectares para a produção do grão no verão.  No inverno, o trigo tem sido o grande destaque. Em 2013, o Rio Grande do Sul voltou a ocupar o primeiro lugar na produção do cereal, ultrapassando o Paraná, e em 2014 a expectativa é de mais avanço, com ampliação de 14,3% da área plantada.


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Custo de Produção Luz explica que a justificativa dessa diminuição no lucro do produtor está associada, principalmente, ao mercado internacional e não, necessariamente, a outros fatores que costumam interferir no preço. “Os custos de produção, por exemplo, tiveram um acréscimo de,

no máximo, 2% em comparação a safra de 2013. A queda de até 10% no preço dos fertilizantes contribuiu para que os custos se mantivessem praticamente estáveis e foi a grande surpresa positiva do ano, pois o valor do diesel e dos agroquímicos subiu e não teve

relação com uma produção mais cara”, diz ele, confirmando que mesmo tendo aumentado o diesel e os agroquímicos, a queda nos fertilizantes – cujos custos podem chegar a 30% na produção de soja – impediu que os custos produtivos fossem elevados.

SAFRA DE VERÃO - 2013/14 - Passo Fundo - RS (Conab)

O problema, conceitua ele, está no mercado. “Na hora em que o produtor estava plantando a safra 2012/2013 e quando ele trabalhava no ciclo deste ano, os preços futuros de 2013 eram menores do que os de 2012. Isso indica que os preços devem ficar entre 15% e 20% mais baixos.


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O ponto da diferença De acordo com o economista-chefe da Federação, em 2013 tanto a produtividade quanto os preços estavam bons para os agricultores. “Agora nós devemos ter uma plantação melhor, mas preços razoáveis. Isso impacta na rentabilidade. Então, 2014 será marcado por uma produtividade maior do que a da safra de 2013, porém menos rentável”, defende Antônio da Luz, reiterando que há contrastes neste fator. “O produtor vai ter um faturamento maior, proveniente de uma produção ampliada. Mesmo assim seu lucro será menor do que foi no ciclo anterior”.

A rentabilidade do produtor deverá ser menor, ainda que muitos irão ter uma receita maior em função do aumento da área”, declara Luz, refletindo que a sentença é importante para se projetar a safra 2014/2015. “O produtor está, a cada safra, melhor preparado para trabalhar com o mercado, porque ele precisa de informações antes de iniciar o plantio para não ter prejuízo na colheita. Além disso, nossos agricultores parecem ter compreendido que não é apenas da porteira para dentro que devem ser eficientes. Fora da lavoura ele precisa ser um empresário rural”.

O produtor vai ter um faturamento maior, proveniente de uma produção ampliada. Mesmo assim seu lucro será menor do que foi no ciclo anterior” - Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul


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Cenário

internacional

Nós pensamos ser um grande líder, mas nós não somos. Um país do tamanho do Brasil tinha por obrigação produzir, no mínimo, 500 milhões de toneladas. Os EUA produzem 600 milhões de toneladas, a China produz 500; depois tem a União Européia, com mais de 300 milhões; depois a Índia e, por fim, o Brasil. Pelo tamanho de seu território, pelo solo que possui e pela tecnologia que domina, nosso país deveria produzir 500 milhões de toneladas, porém produzimos só 190 milhões. E a culpa não é do produtor”.

“Não trabalhamos com este cenário, embora a margem de diferença seja bastante pequena. A produção de soja norte-americana deve ser de 89. 510 toneladas, enquanto nós vamos atingir os 89 milhões. Ocorre que o Brasil vem ampliando sua produtividade a cada safra e, em breve, devemos nos tornar o maior produtor da commoditie”, pondera o economista-chefe da Farsul. Uma preocupação do economista é a perda de competitividade do Brasil diante do cenário internacional, sobretudo devido aos problemas logísticos que afetam e encarecem o transporte das commodities. “Produzimos muito mais do que somos capazes de absorver, pois não existem indústrias no país capazes de transformar tudo o que é produzido no campo”, aponta Luz, complementando que a gran-

de diferença na economia brasileira não é reflexo da indústria que transforma e agrega valor aos grãos, mas as que estão vinculadas a ela, como a de máquinas e implementos agrícolas. “Nossa exportação vai continuar crescendo, porque o mundo demanda alimentos e vai continuar necessitando. Para nós, exportar é uma saída para o desenvolvimento econômico. Em 2013, crescemos 15% em exportação de soja e a perspectiva é que vamos crescer 5% este ano, totalizando mais de 44 milhões de toneladas da oleaginosa”. O Brasil deverá confirmar, em 2014, sua posição de maior exportador de soja do mundo, sendo responsável por 40,2% do comércio internacional de soja. “O nosso principal comprador é a China, que importa 65% de toda a soja mundial”, destaca Luz.


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Parceiro na internacionalização de uma das principais feiras agropecuárias do país – a Expodireto Cotrijal -, presidente de uma empresa de consultoria de negócios internacionais aponta que, em 2014, o Brasil deve confirmar seu papel de grande produtor e exportador de alimentos, sobretudo para os países africanos

A África no alvo da exportação As projeções e levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicando sucessivos aumentos da produção brasileira de grãos – sobretudo na de soja – compõem um dos fatores otimistas para o agronegócio brasileiro em 2014. Com o mercado interno aquecido – e substancialmente abastecido, gerando excedentes incapazes de serem aproveitados pela indústria de transformação e armazenados nas estruturas públicas e privadas – a exportação é o ideal a ser mantido e ampliado neste ano. Para o diretor de Negócios Internacionais da Via Marketing Brasil – empresa especializada em consultoria de negócios internacionais e parceira responsável pelo crescimento da área internacional da Expodireto Cotrijal –, Evaldo

Silva Júnior, os anúncios apontando uma safra com produtividade recorde permitem a melhoria da posição brasileira no exterior e estimulam a manutenção dos mercados já estabelecidos, como o da China, além de possibilitar novas intervenções diante de outros países, como os africanos e os do Oriente Médio. “Em 2014, devemos manter o comércio já fortalecido com a China, aumentando as exportações tanto no setor de frangos quanto no de grãos, especialmente a soja”, comenta Silva Júnior, revelando que a demanda por alimentos é crescente entre os chineses, cuja população chega a 1 bilhão de pessoas. “Há um mercado em franca expansão e crescimento”. Outra tendência em 2014, antecipa Silva Júnior, deve ser o comércio

com os países africanos e o Oriente Médio. “É importante que não nos esqueçamos do mercado africano, que é altamente demandante de alimentos. Nossa perspectiva é que o consumo e a importação sejam ampliados a partir de agora”, declara ele, apontando ainda que o perfil de negociação com estas regiões é diferenciado. “Com a China, o foco é a soja e o farelo do grão. Já o continente africano necessi-t a , quase que fundamentalmente, de arroz. A Nigéria, por exemplo, é o maior importador de arroz do mundo e vai aumentar sua participação no mercado internacional”.


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Africa on target export The projections and surveys of the National Supply Company ( Conab ) indicating successive increases in Brazilian grain production - especially in soy compose one of the optimistic factors for Brazilian agribusiness in 2014 . With the internal market heated - and substantially fueled generating surpluses unable to be recovered by processing and stored in public and private structures industry - export is the ideal to be maintained and expanded this year . For the director of International Business Marketing Via Brazil - company specialized in international business consulting and partner responsible for the growth in the international area of

ExpodiretoCotrijal - Evaldo Silva Júnior , ads point out a harvest with record productivity that allow the improvement of the Brazilian position abroad and encourage the maintenance of already established markets such as China , besides providing new interventions before other countries , such as African and the Middle East. “ In 2014 , we maintain the already strong trade with China , increasing exports in both chicken and grain industry , especially soybeans ,” says Silva Júnior, revealing that the demand for food is increasing among the Chinese , whose population reaches 1 billion people . “ There is a booming market and growth.”


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Desafios internos podem afetar competitividade Diante de um cenário de expansão do agronegócio brasileiro para outros países, Silva Júnior acredita que é preciso resolver problemas internos para que a competitividade internacional não seja afetada. “Nós temos inúmeros problemas logísticos, de infraestrutura e uma alta carga tributária que impactam negativamente no comércio exterior”, analisa o empresário, salientando que há que se consertá-los para que os esforços na

abertura de novos mercados e na quebra de barreiras comerciais não sejam infrutíferos. “O estímulo para o comércio externo não é apenas no sentido de comercializar o excedente, mas sim ampliar as nossas relações internacionais. É o que buscamos fazer no Pavilhão Internacional da Expodireto Cotrijal, que, neste ano, em sua 15ª edição, vai intensificar as rodadas de negócios com os países africanos e do Oriente Médio”.


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CNA alerta para colapso portuário em 2014 INFRAESTRUTURA

Fruto do empenho e dos investimentos dos agricultores, o campo deve continuar a registrar recordes, como acaba de prever a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Brasil apresentou produtividade elevada em todos os produtos no ano passado, e a melhoria vai continuar este ano em quantidade - não em ternos de área plantada, mas devido aos avanços tecnológicos implantados. A produção de grãos deverá alcançar 196,67 Diante das deficiências na infraestrutura para o escoamento da produção, as boas notícias do campo estão se transformando não em motivo de comemoração, mas em fonte de preocupação cada vez maior de produtores e exportadores. A insuficiente infraestrutura logística - escancarada pelas imensas filas de caminhões carregados de soja que se formam na época da colheita nos acessos aos principais portos do País - impõe perdas e custos cada vez maiores, e não há nenhuma esperança de que o problema não se repita também nesta safra. Muito provavelmente, será pior do que nas safras anteriores.

milhões de toneladas, 5,2% mais do que a safra anterior, que foi de 186,9 milhões de toneladas. É possível, segundo o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, que a próxima estimativa já indique produção superior a 200 milhões de toneladas.Quanto à soja, o avanço da produção pode transformar o Brasil no maior produtor mundial, superando os Estados Unidos. Porém, o agronegócio brasileiro vive uma situação paradoxal.


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Lei dos Portos INFRAESTRUTURA

Atualmente mais de 80% do que é produzido na região é escoado pelos portos do Sul e Sudeste”.

O Brasil deve enfrentar um colapso com o descompasso entre o desenvolvimento da infraestrutura portuária e a entrada de um volume adicional de toneladas de soja e milho para exportação. O alerta é do responsável técnico da área de infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Fayet. Para o consultor, as dificuldades de implementação da nova Lei dos Portos, sancionada em junho de 2013, gerou um atraso de um ano nas licitações de projetos de terminais portuários no país, em especial na região Norte. O atraso no cronograma de licitações portuárias de antigos e novos portos é atribuído ao aumento da centralização das decisões de política portuária e aplicação da lei junto ao governo federal.A solução, defendida por diferentes entidades reunidas no encontro, é

mais agilidade do governo federal no processo de concessão dos portos brasileiros. Nenhum dos 159 terminais portuários passou por licitação porque os editais estão em análise no Tribunal de Contas da União. Somente no Arco Norte, a ampliação das cinco unidades representaria o aumento de capacidade de 16 milhões de toneladas para 60 milhões até 2020. Atualmente, mais de 80% do que é produzido na região é escoado pelos portos do Sul e Sudeste. Sem o aumento da capacidade e sem melhoria notável na infraestrutura de rodovias, ferrovias e portos, o governo recorreu a mudanças operacionais para melhorar o escoamento da safra, como a adoção de um sistema de agendamento que procura sincronizar o atracamento de navios e a entrada de caminhões na área portuária


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ANO DE ESTABILIDADE NA PRODUÇÃO

O total de 83.078 máquinas agrícolas comercializadas em 2013 – recorde histórico de vendas para o setor, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) – e as constantes inovações tecnológicas postas a disposição do produtor devem estimular a indústria de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas neste ano. Conforme a Anfavea, o bom momento vivido pelo agronegócio desde o

Conforme a Anfavea, o bom momento vivido pelo agronegócio desde o ano passado irá estimular uma ligeira alta na comercialização em 2014, embora a produção possa ficar estagnada. O cenário para o setor em 2014 aponta para uma estabilidade na produção de máquinas agrícolas, mais crescimento de 1,1% nas vendas internas

ano passado irá estimular uma ligeira alta na comercialização em 2014, embora a produção possa ficar estagnada. “Tivemos um ano de 2013 em que o produtor teve desempenho de renda extremamente favorável, tivemos a política do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e o mais importante é consciência do produtor pela busca constante do crescimento da produtividade via mecanização”, afirmou o presidente da entidade, Luiz Moan Yabiku Junior.

“Hoje o Brasil é o quarto maior mercado no mundo, mas apenas o sétimo maior produtor. E para subirmos nesse ranking teremos que melhorar nossas condições de competitividade”, diz o presidente da Anfavea, Luiz Moan


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With increasingly technological tools embedded the marketing in agricultural machines must be expanded this year . Expectation is that the sector grows 1.1% in relation to 2013 - historic year for the industry Foto Choks

Demanda interna O presidente da Anfavea revela ainda que o aumento das vendas em 2013 ocorreu devido ao crescimento do mercado interno. “Safra recorde, taxas atrativas de financiamento e busca permanente de aumento da produtividade por parte do produtor foram os principais fatores que projetaram a comercialização no ano passado. Este contexto fez de 2013 o melhor ano da história em vendas internas, que registraram 18,4% de aumento quando comparadas as 83,1 mil máquinas comercializadas com as 70,1 de 2012”, atesta Moan, complementando que “isoladamente, dezembro do ano passado subiu 2,4% ao se comparar as 5,9 mil unidades vendidas com as 5,7 mil do mesmo mês de 2012, mas recuou 2,3% contra as 6,0 mil de novembro de 2013”.

Record harvests

heat the market of agricultural machinery

The total of 83,078 agricultural machines sold in 2013 - record sales for the sector , according to the National Association of Automobile Manufacturers ( Anfavea ) - and the constant technological innovations available to the producer should encourage industry machinery , farm implements and equipment this year . As Anfavea , a good and vivid moment for agribusiness since last year will stimulate a slight increase in sales in 2014 , although production may stagnate . “ We had a year in 2013 in which the producer has performed extremely favorable rent , we had the policy of the Investment Support Program ( PSI ) and the most important thing is that the producer is aware of the constant pursuit

of productivity growth via mechanization ,” said President authority , Luiz Moan Yabiku Junior . According to him , the scenario for the sector in 2014 points to a stability in the production of agricultural machines, but a 1.1% increase in domestic sales . Moan highlights that the segment of bulldozers was the one who fell in 2013 from 11.3 % in sales . “ This will be a segment with relative growth rate in 2014 , according to the concessions , investment in infrastructure in 2013 that did not occur at the desired volume,” Moan said, arguing also that in 2014 should continue observing the tendency for farmers , by replacing imported products similar technology or more machines manufactured in Brazil .


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Tecnologia nacional De acordo com a Anfavea, o cenário para o setor em 2014 aponta para uma estabilidade na produção de máquinas agrícolas, mas crescimento de 1,1% nas vendas internas. Moan destaca que o segmento de tratores de esteira foi o único que registrou queda em 2013, de 11,3% nas vendas. “Este vai ser um segmento com taxa relativa de crescimento em 2014, em função das concessões, dos investimentos em infraestrutura que em 2013 não ocorreram no volume desejado”, disse Moan, argumentando também que em 2014 deve se continuar observando a tendência, por parte dos agricultores, de substituir máquinas importadas por produtos de tecnologia semelhante ou superior fabricados no Brasil. “A produção de máquinas agrícolas automotrizes em 2013superou a barreira das 100 mil unidades pela primeira vez – as 100,5 mil máquinas fabricadas estão 20% maiores que as 83,7 mil de 2012. Só em dezembro foram 6,5 mil unidades, 13% acima das 5,7 mil de dezembro de 2012 e 20,2% abaixo das 8,2 mil de novembro de 2013”, apontou. Mesmo com resultados positivos, o presidente da Anfavea diz que a indústria tem muitos desafios a superar. “Hoje o Brasil é o quarto maior mercado no mundo, mas apenas o sétimo maior produtor. E para subirmos nesse ranking teremos que melhorar nossas condições de competitividade. Em 2013 demos importantes passos com a consolidação do Inovar-Auto, atração de investimentos para o desenvolvimento da produção local e apresentação de projetos como o Inovar-Máquinas, Inovar-Tecnologias e Exportar-Auto”, reforça Moan.

A produção de máquinas agrícolas automotrizes em 2013superou a barreira das 100 mil unidades pela primeira vez – as 100,5 mil máquinas fabricadas são 20% superiores que as 83,7 mil de 2012. Só em dezembro foram 6,5 mil unidades, 13% acima das 5,7 mil de dezembro de 2012 e 20,2% abaixo das 8,2 mil de novembro de 2013

Máquinas agrícolas e rodoviárias – Produção, vendas internas e exportações Agricultural and highway construction machinery (Fonte Anfavea)


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Em 2014, nem El Niño

In 2014 ,nor El Niño

CLIMA

e nem La Niña

nor La Niña

Segundo um ditado popular “todo mundo fala sobre tempo e clima, mas ninguém faz nada com isso”. Todavia isso não se aplica em agricultura, quando o assunto é o uso de previsões de tempo e clima. O agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, explica os diferentes tipos de previsão meteorológica e como os agricultores e os assistentes técnicos podem fazer melhor uso desse tipo de informação no planejamento das lavouras e no manejo dos cultivos, inclusive com vistas à safra de 2014. O boletim do Centro de Prevsão Climática dos EUA (CLIMATE PREDICTION CENTER/ NCEP/NWS) editado em colaboração com o Inter-

According to a popular saying “ everybody talks about time and weather, but nobody does anything about it.” However this doen`t apply to agriculture, when it comes to the use of forecasts and climate. The agro-weatherman of Embrapa Wheat, Gilberto Cunha , explains the different types of forecasts and how farmers and TAs can make better use of this information in the planning and management of crops , including with a view to the 2014 harvest. The Bulletin of the Center for Climate Forecast of the U.S. ( CLIMATE PREDICTION CENTER

national ResearchInstitute for Climateand Society (IRI), liberado em 6 de fevereiro último, destaca que os indicadores oceânicos e atmosféricos sinalizam uma condição neutra do fenômeno El Níño –Oscilação Sul, que deverá prevalecer, pelo menos, até o final outono deste ano. Ou seja, nem El Niño e nem La Niña estão à vista no curto prazo, para serem responsabilizados por possíveis anomalias climáticas extremas que por ventura venham ocorrer no Sul do Brasil em 2014. Após o outono, aumentam a chances de estabelecimento de um fenômeno El Niño. A probabilidade menor, nesse ano, é de ocorrência de La Niña.

/ NCEP / NWS ) published in collaboration with theInternational Research Institute for Climate and Society ( IRI ) , released on February 6th highlights that oceanic and atmospheric indicators point to a neutral condition of the El Niño - Southern Oscillation , which should take at least until the fall later of this year . Neither El Niño nor La Niña are in sight in the short term , to be liable for possible extreme weather anomalies which happen to occur in southern Brazil in 2014 . After the fall the chances of establishing El Niñoincrease . The lower probability , this year is the occurrence of La Niña .


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Após o outono, aumentam a chances de estabelecimento de um fenômeno El Niño. A probabilidade menor, nesse ano, é de ocorrência de La Niña”. Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo

...E SE CHOVER DEMAIS? Orientações gerais – Previsão de chuva acima do normal 8 começar a semeadura no início do período recomendado, particularmente no caso de áreas grandes; 8 deixar a estrutura para a semeadura preparada. 8 não semear com o solo exageradamente úmido. 8 obedecer esquema de rotação de culturas, 8 escolher cultivares resistente às principais doenças fúngicas que ocorrem na região; 8 preocupar-se com a sanidade e com o tratamento de sementes; 8 eleger cultivares não suscetíveis ao acamamento; 8 cuidar com a adubação nitrogenada em cobertura. ; 8 evitar o uso de áreas sujeitas a inundações prolongadas; 8 realizar a colheita tão logo o produto tenha umidade adequada para a operação,

Diante da divulgação de um evento El Nino/La Niña nos diversos segmentos de mídia (jornal, rádio, televisão e Internet, por exemplo), esclarece Cunha, é comum as pessoas regirem de forma diferente. Algumas reações, seguramente, podem ser consideradas corretas e outras totalmente erradas. Vejamos, qual a melhor forma de comportamento frente a uma previsão de El Nino/La Niña, principalmente quando entra em jogo a agricultura brasileira. Toda decisão deve ser tomada consciente que se está lidando com informação probabilística sobre impacto local nas chuvas.

... E SE CHOVER POUCO? Orientações gerais – Previsão de chuva abaixo do normal 8

descompactar o solo;

8 mobilizar o solo o mínimo possível, por ocasião do preparo; 8 não utilizar população de plantas superior ao recomendado para a cultura; 8 escalonar as épocas de semeadura e/ou plantio, utilizando cultivares de ciclos diferentes; 8

observar o Zoneamento Agrícola;

8 não utilizar populações de plantas superiores às recomendadas para as condições de baixa precipitação. 8 utilizar cultivares com sistema radicular mais profundo; 8

usar o raleio de frutos;.

8 aumentar o estoque de forragens na propriedade, 8 antecipar ao máximo o plantio/semeadura das forrageiras 8 procurar manter uma boa cobertura do solo,


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Os erros e acertos das previsões

Uma previsão meteorológica, diferentemente do que pode achar a maioria da população, não é apenas um produto qualquer, que é sistematicamente divulgado pelos veículos de comunicação, mas sim, antes de tudo, um processo. Seja lá uma previsão de tempo (horas ou dias de antecedência) ou uma previsão de clima (na escala estacional, três meses de antecedência). Em qualquer previsão meteorológica pelo menos três componentes podem ser claramente identificados. O primeiro deles diz respeito à previsão propriamente dita e envolve os serviços meteorológicos operacionais e toda a sua estrutura, desde o sistema de observação da atmosfera até

os métodos empregados para a elaboração das previsões. O segundo inclui a etapa de comunicação das previsões. Que quase nunca escapa do modelo clássico, tipo: “quem diz o quê, para quem, como e com qual objetivo”. O terceiro, e não por isso menos importante, está atrelado ao uso das previsões como ferramenta de suporte à tomada de decisões. E é nesse último caso, particularmente, que reside a utilidade das previsões de tempo e clima na atividade agrícola, conforme vai explicar em detalhes Gilberto Cunha, que é pesquisador vinculado ao Laboratório de Meteorologia Aplicada à Agricultura da Embrapa Trigo, de Passo Fundo/RS.

Probabilidades No tocante às previsões climáticas, que estão nas escalas sazonal ou interanual, Cunha faz questão e frisar que em relação à aplicação desse tipo de previsão na agricultura, tem que se ter em mente que essas previsões são necessariamente probabilísticas, embora isto nem sempre seja uma coisa tão evidente assim para os usuários. E que até mesmo os textos dos boletins de previsão, divulgados pelos institutos meteorológicos, não trazem isto bem claro. E a situação pode piorar, e muito, quando os veículos de comunicação de massa expressam essas previsões de forma categórica e não em ter-

mos probabilísticos. Por isso, nas decisões que envolvem o uso de previsões climáticas, Cunha sugere que, antes de qualquer coisa, se deve dominar e aceitar o conceito de probabilidade, para não sofrer frustrações de expectativas. Evidentemente, cabe a quem produz as previsões climáticas o dever de comunicá-las da forma mais adequada possível, deixando explícito na linguagem as incertezas e as probabilidades dos acontecimentos, para que quem toma alguma decisão com base nelas tenha uma noção do que efetivamente pode esperar em termos de anomalias climáticas na estação em consideração.


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Plano Safra 2014/2015 será lançado em abril

Um setor que combate não só a fome da população brasileira nas cidades, mas que contribui com o desenvolvimento do setor industrial, demandando equipamentos necessários nessa produção, que a cada dia tem um consumo maior, assim é a agricultura familiar, um dos pilares do projeto nacional de desenvolvimento, que bases na política econômi-

O anúncio do Plano Safra 2014/2015 deve ser feito em abril neste ano. O governo planeja antecipar a divulgação, que costumava ocorrer no mês de junho, para evitar que o evento coincida com a Copa do Mundo. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2014/2015 também deve ser divulgado em abril. A novidade que deve se confirmar no Plano Safra 2014-2015 para financiamento de pequenos agricultores é a criação de planos específicos para as regiões Norte e Nordeste do país.

ca. Para o Ministro Interino do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Muller, o crescimento da economia com estabilidade depreços e com inflação mais baixa, está ligado diretamente a capacidade queagricultura familiar tem mostrado de aumentar a produção. “Isso também tem uma relação com a indústria, principalmente no Rio

Grande do Sul, que é um polo importante de produção de máquina e equipamentos, polo de tecnologia. Temos uma demanda forte por máquinas e equipamentos, o que acaba gerando emprego e dinamizando a indústria e uma agricultura familiarbastante forte, que acaba demandando o aumentado da produção de máquinas”, pontua.


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Harvest Plan 2014/2015 will be released in April

The announcement of the Harvest Plan 2014/2015 should be done in April this year. The government plans to anticipate the disclosure, which used to occur in June, to prevent the event coincides with the World Cup. The Harvest Plan of Family Agriculture should also be released in April. One sector that provides not only food for the Brazilian population in the cities , but that contributes to the development of the industrial sector , requiring proper equipment in this production , that each day has a higher consumption , this is the family agriculture , one of the pillars of the national development project , which bases on economic policy . To the a cting Minister of the Agrarian Ministry of Development ( MDA ) , Laudemir Muller , economic growth with price stability and

lower inflation , is directly linked to the ability of family farms that have been showing increase in the production . “It also has a relationship with industry , mainly in Rio Grande do Sul, which is an important production machine and equipment polo, a tecnology polo. We have a strong demand for machinery and equipment , which ultimately create jobs and stimulate the industry and a very strong family farming , which ends up requiring increased production of machines, “ he points out. As Muller, there is a set of specific policies for family farming , among them the credit policy is one of the most accessed : the National Support Program for Family Agriculture ( Pronaf ) , which has a portfolio of over U.S. $ 40

billion investment in the sector . “ In Harvest Plan , the president released to the family farm £ 21 billion and Rio Grande do Sul has traditionally been the state that hires more credit in this segment. From July to Decemberof 2013, we hired in Rio Grande do Sul, around U.S. $ 3 billion , of which around £ 1 billion of this amount was specifically for investment . This means that in 6 months the family farm , entered U.S. $ 3 billion in the state , with £ 1 billion for the purchase of machinery and equipment , “ he said , also citing other initiatives such as agriculture insurance , government programs for public buying such as Food Acquisition program ( PAA ) and the National School Feeding Programme ( PNAE ) also contribute effectively to the progress of family farming .


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Políticas públicas PLANO SAFRA

Conforme Muller, há um conjunto de políticas específicas para a agricultura familiar, dentre elas a política decrédito que é uma das mais acessadas: o Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (Pronaf), que tem uma carteira de maisde R$ 40 bilhões de investimento no setor. “No Plano Safra, a presidenta liberou para a agricultura familiarR$ 21 bilhões e o Rio Grande do Sul tem sido tradicionalmente o Estado que mais contrata crédito nesse segmento. De julho até dezembro de 2013, contratamos no Rio Grande do Sul, em torno de R$ 3 bilhões,

sendo que em torno de R$ 1 bilhão deste valor, foi especificamente para investimentos. Isso significa que em 6 meses, pela agricultura familiar, entraramR$ 3 bilhões no Estado, sendo R$ 1 bilhão para compra de máquinas e equipamentos”, comenta, citando ainda, outras iniciativas, como seguro agrícola, programasde compras públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), também contribuem de forma efetiva no progresso da agricultura familiar.

Estamos num processo de buscar uma ampla renegociação das dívidas dos agricultores familiares e reassentados de reforma agrária. Estamos lançando algumas medidas que vão possibilitar que as dívidas que os agricultores tenham contratado até 2008 possam fazer renegociação, de modo a limpar a carteira e voltar a ser adimplente e poder novamente contratar seu crédito e fazer investimentos. Laudemir Muller Ministro Interino do MDA

Anualmente, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) lança o Plano Safra da Agricultura Familiar, com vigência de julho a junho do ano seguinte. O conjunto de políticas públicas qualifica e articula os instrumentos construídos e conquistados pelo setor que produz a maior parte dos alimentos consumidos pelos brasileiros. As medidas foram elaboradas com grandes objetivos: aumento de renda, inovação e tecnologia e estímulo à produção de alimentos, com proteção da renda.


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Expectativas PLANO SAFRA Ainda é cedo para uma previsão com relação ao Plano Safra, no entanto, a expectativa é de que, mais uma vez, haja uma aplicação recorde do Pronaf. “ OPlano Safra atual liberou R$ 21 bilhões e, deste valor, já contratamos R$ 13 bilhões. A expectativa é que o próximo Plano Safra, que deve ser lançado em abril, seguir ampliando créditos e qualificando as políticas de forma a avançar não só na produção da agricultura familiar, mas nas cooperativas e naquilo que chamamos de organização econômica. Queremos que agricultura familiar não só produza, masque se organize para comercializar em cooperativas e associações e temos feito um trabalho de acompanhar e apoiar as pessoas jurídicas desse setor”, constata. A novidade que deve se confirmar no Plano Safra 2014-2015 para financiamento de pequenos agricultores é a criação de planos específicos para as regiões Norte e Nordeste do país. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) quer dar atenção especial a essas regiões, que podem ter acesso aos recursos do plano, mas que não têm linhas de crédito específicas para sua produção. Essas regiões possuem produções específicas que diferem do resto do Brasil como extrativismo e culturas alternativas. É preciso que se crie

mecanismos diferenciados para fortalecê-las, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Até o momento, o governo não tem estimativa do volume de recursos que deve ser disponibilizado aos produtores no próximo Plano Safra, cujo objetivo é financiar o investimento, o custeio e a comercialização da produção. A agricultura empresarial e familiar receberam R$ 158 bilhões na atual safra 2013/2014. O desembolso total de crédito atingiu R$ 83,4 bilhões de julho de 2013 (início da atual safra) a novembro passado, alta de 51,2% frente ao mesmo período da temporada anterior, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura. Os financiamentos para a agricultura familiar somaram R$ 10,4 bilhões na safra 2013/2014 (iniciada em julho) até novembro de 2013, alta de 31,9% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. Diferentemente do que vem pedindo o setor produtivo, o governo decidiu que o Plano Safra continuará tendo vigência de 12 meses e não 18 meses. Durante a confecção do Plano Safra 2013/2014, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sugeriu expandir a duração do plano para um período de 18 meses. O governo havia dado a indicação de que a mudança viria em 2014, mas a ideia foi descartada.


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Até o final do ano, Governo espera triplicar a área irrigada no Rio Grande do Sul, atualmente de cerca de 200 mil hectares. Mas o programa Mais Água ainda enfrenta barreiras para se consolidar

Irrigação ainda demanda avanços

Fotos: Fernando Kluwe Dias

Frequentes estiagens tem causado grandes perdas para o Rio Grande do Sul. Para minimizar os prejuízos causados pela falta de água para produção de alimentos, entidades representativas dos agricultores junto com o poder público buscam uma série de políticas publicas de irrigação para amenizar o problema. A Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) registrou a adesão de 2,3 mil projetos até dezembro de 2013 no Mais Água, entre agricultores familiares, pequenos e médios, com investimento de R$ 280 milhões. Além dos 600 em operação, mais 400 estão sendo instalados, segundo a Seapa. Os projetos somam área potencial total a irrigar de 45 mil hectares, com maior parte de grãos (milho), pastagens e variedades frutíferas. Até agora, pelo menos 25 mil hectares estão com pivôs e demais sistemas instalados. A área eleva para cerca de 130 mil hectares irrigados nas culturas de verão, além do arroz, cultivado em 1 milhão de hectares alagados e que lidera a produção nacional.

Irrigation still demands advances By the end of the year , the Government expects to triple the irrigated area in Rio Grande do Sul, currently about 200 thousand hectares . But the More Water program still faces barriers to consolidate. The State Secretariat of Agriculture , Livestock and Agribusiness ( Seapa ) recorded the membership of 2300 projects by December 2013 in More Water, among families , small and medium farmers , with an investment of U.S. $ 280 million . In addition to the 600 in operation , another 400 are being installed, according to Seapa . The projects add up the total potential area to irrigate 45 thousand hectares , with most of grains (corn ) , pastures and fruit varieties . So far , at least 25 thousand hectares are with pivots and other installed systems . The area raises to about 130 000 hectares in irrigated summer crops, besides rice

, grown on 1 million acres of flooded areas and that leads the national production . According to the Secretary of Agriculture , Luiz Fernando Mainardi , with the volume of grant resources , transactions with financial institutions should reach U.S. $ 1.05 billion in three years . “It’s an economic development program where the logic of increase in the production is created, which will result in increased revenues ,” he says . The Secretary of Agricultura stresses irrigation as a solution to guarantee income to farmers in all seasons. For him , the sector is experiencing a period which may be called as a fourth agricultural revolution . When we took over , there were only 100 000 hectares irrigated . Until the end of this year, we will have reached 200,000 . And we expect to triplethe irrigated area in Rio Grande do Su by the end of 2014”, he says.


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Garantia de Renda Segundo a secretaria da Agricultura, com o volume de recursos em subsídio, as operações junto às instituições financeiras devem atingir R$ 1,05 bilhão em três anos. É um programa de desenvolvimento econômico em que se cria a lógica do incremento de produção, que irá resultar no aumento de arrecadação. O governo ressaltou a irrigação como solução para a garantia de renda aos produtores rurais em todas as safras.

Demandas precisam ser solucionadas O presidente do Sindicato Unificado da Agricultura Familiar, que tem envolvimento direto em diversos avanços nesta área, principalmente nos projetos e programas desenvolvidos no Rio Grande do Sul, Adilson Baroni, comenta que hoje há diversas políticas publicas na área da irrigação. Segundo ele os agricultores estão conseguindo acessar recursos e projetos através da SDR. Mas neste momento o grande desafio é que ainda demanda mais investimentos neste setor, outro problema é a questão da burocracia, que muitas vezes é intransponível para o pequeno agricultor. “Em um panorama geral há programas, eles têm atendido algumas demandas, mas este ainda é processo muito lento. Nós sabemos que praticamente todos os anos acontecem secas e é necessário mais agilidade para garantir que o

presidente do Sutraf-AU, Adilson Baroni

agricultor consiga garantir, na pior das hipóteses, uma produção mínima de alimentos. Os projetos desenvolvidos são na sua totalidade com recursos de pastas estaduais, como a SDR, a Secretaria da Agricultura e a Secretaria de Obras. Para Baroni, apesar de haverem recursos, eles ainda são insuficientes, por isto as entidades representativas tem chamado o Governo, já há vários anos, para discutir esta questão e principalmente aumentar o volume de recursos destinado aos projetos de irrigação.


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MAIS ÁGUA 2014 será o ano de consolidação do Programa Para Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, os produtores gaúchos estão investindo mais em irrigação Os agricultores gaúchos estão investindo mais em irrigação. Esta constatação é feita pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio. O Programa “Mais Água, Mais Renda”, é um dos principais projetos desenvolvidos atualmente no Estado, e para a secretaria ele deve ser ampliado em 2014 e sofrer algumas reformulações nos próximos anos. O Programa “Mais Água, Mais Renda” visa incentivar e facilitar a expansão da irrigação no Rio Grande do Sul, e viabilizar esta prática entre os agropecuaristas do Estado. Ele tem como principal objetivo aumentar a produtividade e a renda dos produtores, estimulando também o crescimento da renda pública.

Em entrevista ao Diário da Manhã, o então secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luis Fernando Mainardi explicou detalhes do programa e a sua perspectiva para os próximos anos.


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MAIS ÁGUA

DM - Quantos produtores rurais já foram beneficiados pelo programa Mais água, Mais Renda desde sua implantação? Mainardi - O Programa foi lançado pelo Governador Tarso Genro em 14 de março de 2012 no auge da seca. Desde lá, 2.600 produtores solicitaram adesão aos benefícios concedidos. Cerca de 50% destes já estão com operações contratadas. Este volume de operações fez crescer em 70% a área das lavouras de sequeiro irrigada em nosso Estado. DM - Quais são os principais investimentos feitos através do programa para minimizar os problemas causados pela estiagem? Mainardi - A principal meta do programa é ampliar o uso de irrigação em lavouras de sequeiro como milho, feijão, soja, pastagens para leite e car-

ne, hortigranjeiros entre outras. Em 30 anos, desde o inicio desta técnica, o RS

Estamos tentando atrair empresas que oferecem aos agropecuaristas fontes alternativas como energia solar, energia eólica que já são largamente usadas em irrigação em países da Europa e na China”. havia chegado a pouco mais de cem mil hectares com irrigação por aspersão ou gotejamento. A meta do atual Governo é duplicar esta área irrigada em três anos. Ou seja, fazer em três o que se levou trinta anos para fazer. DM - Quais são os principais desafios e dificuldade enfrentados pelos produtores na busca por investimentos na área de irrigação?

Mainardi - A tramitação de projetos de irrigação tem um rito mais demorado, já que cada caso exige uma situação particular. Projetos maiores também exigem análises pelo Bndes o que aumenta o prazo da tramitação dos mesmos. Afora isto, em algumas regiões a falta de carga ou de redes de distribuição elétrica impede a implantação de sistemas de irrigação. Estamos tentando atrair empresas que oferecem aos agropecuaristas fontes alternativas como energia solar, energia eólica que já são largamente usadas em irrigação em países da Europa e na China. Paralelamente, o Governo do Estado criou um grupo de trabalho para buscar uma solução global para o problema, envolvendo todas as distribuidoras que atuam no abastecimento das propriedades da zona rural.


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LICENÇAS AGILIZADAS

DM - Questões de ordem burocrática e ambiental historicamente atrasam a implantação de alguns projetos de irrigação. Como estas questões são tratadas pelo Mais Água, Mais Renda? Mainardi - Alguns entraves de ordem burocrática como obtenção da licença de operação junto ao órgão ambiental para construção de açude e obtenção da permissão/outorga do uso de água para irrigação tinham processos um tanto demorados. Com o programa Mais Água Mais Renda procurou-se dar mais agilidade neste processo, sem comprometer o aspecto da legislação ambiental. O que foi conseguido efetivamente, já que obtivemos o licenciamento do programa como um todo, o que agiliza o processo. DM - Como o senhor avalia o ano de 2014 para este programa? Mainardi - Será o ano da consolidação do Programa. Acho que boa parte dos produtores se deu conta da importância de investir em irrigação e estão aproveitando os bons preços de grãos e se preparando para o futuro. De nada adianta uma tecnologia de ponta em adubação, semea-

dura, etc se não tivermos água para produzir no verão. DM - E para os próximo anos? Os produtores podem aguardar mudanças neste programa? Mainardi - Existe o pleito de ampliar o limite por produtor da área irrigada que atualmente é 100 hectares por CPF do produtor. E estamos atentos, enquanto governo do Estado para estar, constantemente, aperfeiçoando a iniciativa, pois precisamos irrigar para aumentar a produtividade e/ou estabilizar a produção, já que o Estado possui pouco espaço para avançar suas fronteiras agrícolas. Como não há espaço para crescimento vertical, apostamos no crescimento horizontal para manter a agropecuária como um dos principais indutores do desenvolvimento da economia gaúcha, que tem crescido o dobro da economia nacional nos últimos anos. DM - Existem regiões do Rio Grande do Sul que podem ser consideradas mais “carentes” com relação aos investimentos feitos na área de irrigação?

Mainardi - Produtores de todas as regiões estão aptos a buscarem o Programa. Algumas regiões têm demandado mais os benefícios do Programa, especialmente na Metade Norte onde estão as maiores áreas de lavouras de grãos de sequeiro. Já na Metade Sul predomina o cultivo de arroz que não se enquadra neste Programa. DM - O senhor destaca alguma experiência de sucesso na área de irrigação desenvolvida no Rio Grande do Sul? Mainardi - Todo sistema de irrigação traz garantia de produtividade e renda ao produtor, além da segurança quanto a produção. Sabemos que nas propriedades nem toda área pode ser irrigada, mas se cada produtor conseguir irrigar 30% de sua lavoura num estágio inicial temos um grande mecanismo contra as secas. No caso do milho a produtividade triplica. No caso de pastagens irrigadas o aumento na produtividade de leite e carne por hectare é no mínimo dez vezes maiores do que sem irrigação e isto pode ser comprovado em milhares de projetos que já estão sendo desenvolvidos.


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Biodiesel: um novo ciclo de investimento

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Apesar de uma estimativa de faturamento da indústria mundial de mais de US$ 12 bilhões em 2014, no Brasil, um dos grandes desafios do setor é aumentar o volume de exportações do produto. A agroenergia em 2013 teve um ano importante na ótica do biodiesel onde a produção cresceu no Brasil, assim como o consumo. No ano passado, o país foi o segundo maior consumidor de biodiesel no mundo e terceiro maior produtor. A safra de soja serviu como base para um fornecimento tranquilo. Além disso,em 2013 foram feitas as primeiras exportações de biodiesel de nível nacional e que partiram de Passo Fun-

Although an estimate of the global industry sales of over $ 12 billion in 2014 , in Brazil , one of the major challenges for the sector for 2014 is to increase the volume of exports. Agrofuels in 2013 had an important perspective in biodiesel, where the production grew in Brazil , as well as consumption . Last year , the country was the second largest consumer of biodiesel in the world and third largest producer . The soybean crop was the basis for a peaceful delivery . Moreover , in 2013 the first exports of biodiesel were made nationally and

do. Um dos grandes desafios do setorpara 2014 é aumentar o volume de exportações de biodiesel em nível nacional Os andamentos para a aprovação do novo marco regulatório para o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) tramitam no governo há meses e, ansiosas pela falta de uma decisão maior, a Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) e outras entidades do setor estão chamando a atenção para uma possível questão inflacionária atribuída ao biodiesel. O assunto é apontado como empecilho para o aumento da mistura vigente (B5) de 5% para 7% (B7) de biodiesel adicionado ao diesel fóssil.

Biodiesel: a new investment cycle

departed from Passo Fundo . One of the major challenges for the sector for 2014 is to increase the volume of exports of biodiesel nationwide The movements for approval of new regulatory framework for the National Program for Production and Use of Biodiesel ( PNPB ) proceed through the government for months , and anxious for the lack of a larger decision the Ubrabio (Brazilian Biodie-

sel Union and Biokerosene ) and other entities industry are calling attention to a possible inflation issue attributed to biodiesel . The subject is identified as an obstacle to the increase of the current blend ( B5 ) of 5 % to 7 % ( B7 ) of biodiesel added to fossil diesel . According to the president of Ubrabio , Odacir Klein , government is already aware of the positive effects of increased mandatory blending , signaled the rise for the month of March. “ But despite referrals , there would still be doubts of Finance regarding economic impacts of the use of biodiesel in a higher percentage ,” says Klein .


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Aumento de mistura

De acordo com o presidente da Ubrabio, Odacir Klein, o governo, já ciente dos reflexos positivos do aumento da mistura obrigatória, sinalizou o aumento para o mês de março. “Mas apesar dos encaminhamentos, ainda haveria dúvidas da Fazenda quanto aos impactos econômicos da utilização do biodiesel em um percentual maior”, aponta Klein. A produção do biodiesel a partir da soja, matéria-prima com a fatia de maior representatividade – aproximadamente 75% - e a utilização do sebo bovino, que chega a 600 milhões de kg/ano, a capacidade ociosa da indústria de biodiesel – em 60%, o alto volume de importação de diesel e a capacidade

Aumento de produção

Sobre a relação: produção de biodiesel x importação de diesel, “o Brasil tem necessidade de reduzir a importação de diesel e a nossa capacidade de produção (de biodiesel) é quase três vezes o que temos hoje. Aumentar a produção é um cenário confortável. Temos a safra de soja, com aumento previsto pelo Ministério da Agricultura – acima de 90 milhões de toneladas, a gordura animal que mantém um volume equilibrado e a necessidade da diversificação”, afirmou a Ubrabio. “Há uma competitividade do preço do diesel importado com o biodiesel. Na bomba, em diversos estados do país o biodiesel é mais econômico que o diesel fóssil”, declarou. Segundo Klein, o preço do biocombustível não desestabiliza a economia se comparado ao óleo diesel.

operacional da Petrobrás trabalhando são aspectos destacados pelo setor. A Ubrabio apresenta projeções de resultado para os cenários B7 a B10, com comparações do complexo soja abrangendo a substituição do diesel importado pelo biodiesel. O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda (SAE/MF), Pablo Fonseca, e sua equipe, questionou a entidade sobre a destinação do farelo de soja nos mercados interno e externo, comercializados para a produção de ração animal, na forma de farelo, e como proteína (carne). Segundo a diretoria da Ubrabio, nos anos de 2012 e 2013, não fosse a produção de biodiesel, haveria falta de farelo no mercado.


Diversificar para investir

De acordo com a Ubrabio, sobre a diversificação para avanço no Programa de Biodiesel, há quatro anos havia projetos para plantio de um milhão de hectares para a palma de óleo, matéria-prima de alto potencial oleaginoso e aproveitamento para a produção do biocombustível. Hoje, a área destinada a esse cultivo não chega a 200 mil hectares. “Isso é reflexo da ausência de previsibilidade de investimento do empresariado. É impacto direto da falta de um novo marco regulatório. Isso influencia diretamente nas economias, principalmente das regiões Norte e Nordeste do país”, explica. “Os Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente ajustaram um instrumento estabelecendo que o plantio de palma seria considerado como recuperação de áreas degradadas, mas isso não está viabilizado por falta da previsibilidade de avanço do PNPB. Diversificar a matéria-prima é uma necessidade do marco regulatório para o empresariado investir”, concluiu.

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Marcos Boff, vice-presidente técnico da Ubrabio, ponderou sobre a viabilidade econômica e técnica do uso da palma, da canola e da mamona. “Qualquer desenvolvimento agrícola leva um bom tempo de maturação. Foi dada uma importância grande para a mamona no início do Programa, mas ela ainda não tinha um desenvolvimento tecnológico adequado. O óleo de mamona ainda é mais caro que do óleo de soja”, afirmou. “O que nós vimos com o desenvolvimento do PNPB foi uma reativação da indústria esmagadora. Muitas estavam paradas e voltaram a operar. Também surgiram novas unidades. Com isso, a capacidade de esmagamento aumentou, mas no ano passado já houve uma pequena queda em função da estagnação do mercado de biodiesel”, completou Boff. “Agora o fundamental é alcançarmos o B7. O secretário de acompanhamento econômico demonstrou muito interesse pelo assunto e fez questão de pedir que apresentássemos dados. Os reflexos do biodiesel, principalmente no aumento do PIB, me parecem que chamaram atenção, em busca de melhorar o balanço de pagamento, assim como o interesse no conhecimento das questões que poderiam refletir no processo inflacionário. Esta área do Ministério da Fazenda pode prestar as informações para que tenhamos uma definição imediata a respeito do aumento da mistura obrigatória”, declarou Odacir Klein.


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Agroenergia: Produção mais próxima e diversificada

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Vinda da produção agrícola e da agropecuária, a agroenergia representa uma produção a partir de múltiplas matérias-primas, que coloca a produção próxima do consumidor e representa mais uma fonte de renda para o meio rural

Hoje no Brasil, 30% da energia que é consumida no país vem da Agroenergia. Como explica o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa, o pesquisador José Manuel Cabral, o país tem condições de aumentar esse índice, proveniente do meio rural. Cabral explica que a Agroenergia, está intimamente ligada as atividades do agronegócio. Em um país de culturas diversificadas como o Brasil, o objetivo é aproveitar os resíduos provenientes dessa produção. O aumento da produção agroenergética representa autonomia para o país e segurança. “A produção desses combustíveis é feita totalmente no Brasil. Você não dependeria de importação para o suprimento energético”, explica o pesquisador. No meio rural, o uso dos resíduos agrícolas e pecuários para a produção energética, implica no aumento da renda para os produtores, além de diversificar as fontes de produção. Quando se aumenta a produção da canola, da soja, ou do dendê para a produção de combustível, essa renda fica no campo com os agricultores, invés de ficar com as companhias petrolíferas.


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Produção de biodiesel no Brasil

Produção de biodiesel por Estado


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Oportunidades para 2014 AGROENERGIA

Para esse ano, José Manuel Cabral acredita em um bom cenário para a produção da energia proveniente do agronegócio. “São muito boas as perspectivas, e precisamos aproveitá-las da melhor forma para o planejamento energético do país, tanto para 2014 quanto para o futuro”. O pesquisador explica que o aumento da produção da agroenergia pode levar a possibilidades de usar os resíduos agrícolas para a produção de energia elétrica. “O melhor aproveitamento de resíduos é uma coisa que o Brasil precisa se preocupar muito, para a produção de energia

elétrica, a produção de bicombustível, de outros produtos químicos”, acredita. A auto-suficiência do país na produção de energia também pode influenciar a economia. “O Brasil tem auto-suficiência na produção de petróleo, mas não tem auto-suficiência nos derivados, por isso estamos importando óleo diesel e estamos importando gasolina. A oportunidade é o aumento da produção de biodiesel, e com isso você diminui a importação de diesel, favorecendo a balança comercial”, explica Cabral.

São muito boas as perspectivas, e precisamos aproveitá-las da melhor forma para o planejamento energético do país, tanto para 2014 quanto para o futuro. - Pesquisador José Manuel Cabral, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa


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Invista em Passo Fundo, um dos maiores polos do agronegócio no sul do Brasil. Passo Fundo é a maior cidade do norte do Rio Grande do Sul e um dos dez municípios que mais crescem no ranking gaúcho. Conta com indústrias de ponta nos setores do agronegócio, metalmecânico, biocombustíveis, frigoríficos, bebidas e laticínios. O município interliga importantes cidades do Brasil e de países vizinhos, contando com uma ampla malha rodoviária, pela qual transitam 66% das cargas do Rio Grande do Sul.

Venha crescer com a gente: invista em Passo Fundo.

www.pmpf.rs.gov.br


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Fepagro: pesquisa a serviço do desenvolvimento A Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária tem Correção do Solo como enfoque o desenvolvimento de projetos de pesO Programa Estadual de Correção da Acidez quisa que contribuam para potencializar a produção agropecuária no Rio Grande do Sul. Suas linhas de pes- do Solo consiste no repasse de verbas, a muniquisa são conduzidas nos seus 18 Centros, localizados em cípios conveniados, para aquisição e distribuidiversas áreas do Estado e estreitamente relacionados à ção de calcário para a correção da acidez do vocação agropecuária das regiões onde estão inseridos. solo em pequenas propriedades. Desde que foi São 112 projetos de pesquisa, 50 experimentos a campo e sete grandes projetos institucionais em andamento, implantado, já foram disponibilizados, pela resultado de um investimento recorde de R$ 60 milhões Seapa e pela Fepagro, R$ 7,2 milhões para em 2013. este fim, beneficiando 12 mil famílias em 119 Além das atividades de pesquisa, a Fepagro coordena, cidades gaúchas. em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, dois grandes programas de fomento à produção agropecuária: o Dissemina e o Programa Estadual de Correção da Acidez do Solo. www.fepagro.rs.gov.br

Dissemina

O Programa Estadual de Incremento da Qualidade Genética da Pecuária de Carne e Leite – Dissemina é um projeto de parceria com os municípios para o melhoramento genético do rebanho bovino gaúcho, tendo como público-alvo os pecuaristas e agricultores familiares. O programa distribui doses de sêmen, a custo zero, e nitrogênio a preço subsidiado, além de doar um furgão para cada município e capacitar um responsável técnico local para realizar a inseminação. No total, o Dissemina atende a 157 municípios gaúchos.

Facebook: www.facebook.com/Fepagro?fref=ts Twitter: twitter.com/fepagrors


Mercado Market

Uma economia movida a soja Aumento da área cultivada com a soja transformará o Brasil no maior produtor mundial do grão. Tecnologias aplicadas às lavouras e estabilidade no preço marcam o cenário deste ano e apontam perspectivas otimistas para os próximos ciclos

An economy fueled by soy Technologies applied to the crops and price stability mark this year’ scenario and point out optimistic perspectives for the next cycles

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Safra 2013/2014 Produção

Rendimento Médio


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90 milhões de toneladas Distribuída em 11 Estados brasileiros, a produção de soja em 2014 deve ultrapassar as 90 milhões de toneladas, de acordo com levantamentos divulgados em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os números impressionam, mas ainda, no entendimento de alguns pesquisadores, estão aquém do potencial produtivo brasileiro. O economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, por exemplo, afirma que a extensão territorial do país e a capacidade de expansão da agricultura poderiam elevar o país ao patamar de principal produtor de alimentos do mundo. O pesquisador e chefe Adjunto Substituto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja, situada no Paraná – o segundo Estado com a maior produção da oleaginosa no país –, Amélio

Dall’Agnol, contudo, vê com bons olhos os números apresentados pela Conab. “Diante de um cenário de estiagem em algumas regiões produtoras e do ataque da Helicoverpa armígera em diferentes Estados, a safra 2014 vem permeada de otimismo, porque a tecnologia aplicada às lavouras e o preço da commoditie no mercado internacional estimulou o aumento da área cultivada e possibilitou ao Brasil praticamente superar os Estados Unidos já neste ciclo de produção”, afirma ele, acrescentando que a projeção é de que, até a próxima safra, o país reverta a tendência mundial e assuma o primeiro lugar na produção de grãos. “Hoje, há apenas três grandes produtores mundiais de soja: os Estados Unidos, em primeiro lugar; seguido do Brasil e da Argentina. Nós estamos trabalhando para que, já na safra 2015, possamos assumir esta liderança”.

90 million tons Distributed in 11 Brazilian states , soybean production in 2014 should exceed 90 million tons , according to surveys released in January by the National Supply Company ( Conab ) . The numbers are impressive , but in the understanding of some researchers , are short for the Brazilian productive potential. The chief economist of the Federation of Agriculture of Rio Grande do Sul( Farsul ) , Antonio da Luz , for example, states that the size of the country and capacity of expansion of agriculture could raise the level of the country’s leading producer of food in the world . In frank expanding production for at least three decades in Brazil , the national soybean conquered the world and became the engine of Brazilian exports . In the 2012/2013 harvest , according to Conab , the country produced 81.5 million tonnes in a planted area of 27.7 million hectares . For this cycle , the expectation is that production exceeds the 90 million tons . “ The Brazilian productive evolution is amazing ,” states the researcher from EmbrapaSoja , stating that the main factor that motivates the increase in the cultivation of grain is the price .


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Fatores

Foto: Vanessa Fuzinatto Dall´Agnol

do sucesso Em franca expansão produtiva há pelo menos três décadas no Brasil, a soja nacional conquistou o mundo e tornou-se o motor das exportações brasileiras. Na safra 2012/2013, segundo a Conab, o país produziu 81,5 milhões de toneladas, em uma área plantada de 27,7 milhões de hectares. Para este ciclo, a expectativa é de que a produção supere as 90 milhões de toneladas. “A evolução produtiva brasileira é impressionante”, atesta o pesquisador da Embrapa Soja, afirmando que o principal fator que motiva o aumento no cultivo do grão é o preço. “O produtor amplia sua área dependendo do preço que está sendo praticado. E o preço da soja, de 2007 para cá, tem sido bastante estimulante para o nosso agricultor, assim como foi para o milho”. Dall’Agnolcomenta ainda que o crescimento do consumo mundial de grãos é outro fator que influencia na hora do plantio. Além disso,

argumenta o pesquisador, é preciso levar em consideração que tanto a soja quanto o milho abastecem a produção de carne e também estão sendo utilizados para a geração de energia. O biodiesel, por exemplo, tem em sua composição 80% de soja. Da mesma forma, o consumo doméstico em grão deverá atingir 50,6 milhões de toneladas até o final desta década, colocando o mercado em expansão e, consequentemente, forçando o aumento da produção mundial, o que beneficia o Brasil. “Praticamente todos os países produzem mi-

lho, mas soja há apenas três grandes players mundiais”, atesta, reiterando que, em 2014, o Brasil se confirmará como o grande produtor do complexo soja, elevando também suas exportações, principalmente para a China, que importa 70% de toda a produção mundial.

Diante de um cenário de estiagem em algumas regiões produtoras e do ataque da Helicoverpa armígera em diferentes Estados, a safra 2014 vem permeada de otimismo, porque a tecnologia aplicada às lavouras e o preço da commoditie no mercado internacional estimulou o aumento da área cultivada e possibilitou ao Brasil praticamente superar os Estados Unidos já neste ciclo de produção.” Pesquisador e chefe Adjunto Substituto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja, Amélio Dall’Agnol


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As safras da biotecnologia O pesquisador da Embrapa Soja aponta que, em 2050, a população mundial deverá se estabilizar em cerca de 9, 5 bilhões de habitantes, o que impõem um desafio e um questionamento aos países produtores: como aumentar a produção para atender a demanda, sem expandir as áreas agricultáveis?Dall’Agnol diz que o Brasil já caminha a passos largos nesta busca. “Em 2013, por exemplo, conseguimos aumentar nossa produção aplicando tecnologia às lavouras. Na safra de 2014,

isso também se confirmou. O Brasil é o país que detém a mais alta tecnologia para produção agrícola em uma zona tropical”, confirma. De acordo com ele, esta safra já está sendo pautada pela biotecnologia – o que deve crescer nos próximos ciclos produtivos. “O futuro da agricultura está atrelado ao desenvolvimento de cultivares resistentes a uma série de doenças e pragas que costumam prejudicar as plantações. E isso já vem ocorrendo. O nosso desafio é muito mais

estrutural do que propriamente produtivo”, alerta o pesquisador, argumentando que os investimentos governamentais em portos, aeroportos, hidrovias e ferrovias são mínimos e insuficientes para dar conta da capacidade produtiva instalada no Brasil. “Nosso país vem confirmando a cada safra sua vocação produtiva, mas não estamos vendo a melhoria da nossa infraestrutura para o escoamento dos grãos. Isso encarece o frete e nos tira competitividade”.


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Portos, aeroportos, hidrovias e ferrovias não receberam apoio necessário para, pelo menos, reduzir os custos para os produtores” - Presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira

Aprosoja prevê rentabilidade abaixo do esperado em 2014 Aprosoja expects

lower return in 2014 Mesmo com a expansão na área cultivada de soja no Brasil e a estabilidade dos preços no mercado internacional, presidente da Aprosoja Brasil acredita que a safra de 2014 será de rentabilidades menores para os agricultores Todos os estudos e projeções elaborados por institutos de pesquisa, órgãos públicos e privados e entidades representativas de classe apontam o ano de 2014 como sendo de otimismo para o agronegócio brasileiro. Com uma produção de grãos que

deve superar os 196 milhões de toneladas, o país pode alcançar o posto de maior produtor agrícola do mundo, ultrapassando os Estados Unidos e assumindo a liderança global no setor. Boletins de safra divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em janeiro, apontam que a safra deste ano será superior a de 2013, sobretudo a de soja, cujo crescimento foi estimulado pelo aumento da demanda internacional e pelos preços praticados no mercado.

Even with the expansion in planted area of soybeans in Brazil and price stability in the international market , the president of Aprosoja Brazil believes the harvest of 2014 will have lower returns for farmers All studies and projections prepared by research institutes , public and private bodies and representative associations indicate the year 2014 as being optimistic for the Brazilian agribusiness . With a grain production that must surpass 196 million tons , the country can reach the position of the largest agricultural producer in the world, surpassing the United States and assuming global leadership in the sector. Harvest bulletins released by the National Supply Company ( Conab ) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics ( IBGE ) , in January , indicate that this year’s harvest will be higher than 2013 , mainly soybean , who-

se growth was stimulated by increase in the international demand and the market prices . For the president of the Association of Soy Producers ( Aprosoja ) of Brazil , GlauberSilveira , 2014 follows the positive trend of 2013 , although the prices paid to producers have experienced a slight decrease compared to last year. “ Nevertheless , the harvest is optimistic because we increased the planted area with the oilseed under the demand and international position of Brazil . What worries us is the reduction that will occur in the profitability of the producer. The production costsincreased andwe still face a chaotic logistic which increases the transport. These factors together allow us to say that the year is good, but still far from ideal , “defines Silveira , adding that profit margins will be lower in 2014 than they were in the previous harvest .


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Estoques mundiais

Tendência positiva Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) do Brasil, Glauber Silveira, 2014 segue a tendência positiva de 2013, embora os preços pagos aos produtores tenham sofrido uma ligeira queda em relação ao ano passado. “Apesar disso, a safra é de otimismo, porque aumentamos a área cultivada com a oleaginosa em função da demanda e do posicionamento internacional do Brasil. O que nos preocupa é a redução que irá ocorrer na rentabilidade do produtor. Os custos de produção aumentaram e ainda enfrentamos uma logística caótica que encarece o transporte. Esses fatores somados nos permitem dizer que o ano é bom, mas ainda está longe de ser o ideal”, define Silveira, acrescentando que as margens de lucro serão menores em 2014 do que foram na safra anterior.

Além de o Brasil ter ampliado a sua produção de soja em 2014, os Estados Unidos também estão projetando uma safra recorde. Com isso, a perspectiva internacional é de recomposição dos estoques mundiais e recuperação da economia global, afetada por diferentes fatores. A balança comercial do país também deve ser fortalecida com o crescimento de 4,0% do PIB, em 2013, para 4,3%, em 2014. “Vamos ter um ano com rentabilidade ajustada e margens apertadas. Esta safra também foi marcada pela Helicoverpa armígera, que provocou perdas em algumas regiões. Isso pode não impactar no cenário geral, mas teve reflexos que serão sentidos pelos produtores de alguns Estados”, salienta Silveira. O crescimento da produção nacional da oleaginosa, pondera o presidente da Aprosoja Brasil, vem ocorrendo a cada safra e gerado resultados positivos para o país diante de novos mercados consumidores, como a China. “O consumo mundial vai continuar crescendo e a demanda deve impulsionar a produção”, afirma ele, destacando que a oferta global do grão está estimada em 282 milhões de toneladas, sendo que o Brasil deve contribuir com uma produção de 90 milhões. “O mercado tem apresentado estabilidade internacional, com uma demanda condizente com a oferta”.


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Problemas internos Produção em alta escala, com tecnologia aplicada à lavoura e preços estáveis no mercado não são suficientes para garantir o aumento da renda do produtor brasileiro. O presidente da Aprosoja Brasil diz que o “governo está patinando na resolução de problemas e dificuldades que afetam a safra, como a logística e a infraestrutura para escoamento e transporte dos grãos”. “Portos, aeroportos, hidrovias e ferrovias não receberam apoio necessário para, pelo menos, reduzir os

custos para os produtores”, analisa Silveira. Em um ano eleitoral, as atenções devem também se voltar para o agronegócio. O setor, na opinião de Silveira, será um dos temas postos na mesa dos debates, embora as soluções que serão propostas ficarão longe das necessidades dos agricultores. “Sinceramente, não espero nada no que diz respeito ao cenário político, pois será um ano de muita promessa e pouca ação”, finaliza o presidente da Aprosoja Brasil.

Sinceramente, não espero nada no que diz respeito ao cenário político, pois será um ano de muita promessa e pouca ação

O que nos preocupa é a redução que irá ocorrer na rentabilidade do produtor. Os custos de produção aumentaram e ainda enfrentamos uma logística caótica que encarece o transporte. Esses fatores somados nos permitem dizer que o ano é bom, mas ainda está longe de ser o ideal


TRIGO:

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CRESCIMENTO DE 14% NA ÁREA

Protecionismo para garantir produção e renda O principal desafio a ser enfrentado pelos triticultores em 2014 é a concorrência internacional. Sem uma política pública de proteção ao trigo brasileiro, agricultores perdem espaço no mercado Produzindo um cereal com qualidade superior ao exigido pela indústria nacional e pelos países importadores, os triticultores brasileiros enfrentam uma concorrência desleal diante de outros produtores: a falta de uma política pública que assegure a proteção do trigo. “O Brasil é um dos maiores produtores de trigo do mundo e tem condições de avançar ainda mais, mas precisa de uma política de proteção diante de acordos bilaterais firmados com países concorrentes, como é o caso do Paraguai, do Uruguai e da Argentina”, pondera o chefe da Embrapa

Ano passado tivemos uma super safra, mas os moinhos acabaram adquirindo trigo estrangeiro, mais barato do que o nosso. Isso fez com que o cereal ficasse estocado em armazéns”, diz Sérgio Dotto

Trigo Passo Fundo, Sérgio Dotto. De acordo com ele, estes três países que integram o Mercosul têm um custo de produção menor do que o brasileiro, além de impostos e uma carga tributária mais baixa do que a praticada no Brasil. “Isso se reflete em uma produção com custo menor e mais rentável para o triticultor exportar o trigo, inclusive para o Brasil, que ainda não é autossuficiente nesta cultura”, defende o chefe da Unidade, salientando que para que a produção nacional atingisse 80% do consumo interno, o governo deveria estabelecer uma proteção que garantisse a comercialização deste produto. “Ano passado tivemos uma super safra, mas os moinhos acabaram adquirindo trigo estrangeiro, mais barato do que o nosso. Isso fez com que o cereal ficasse estocado em armazéns”.


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Perspectiva de

boa safra

Conab :

Dotto comenta que as perspectivas para a safra de inverno deste ano são positivas, tanto nos aspectos climáticos quanto nos de mercado – que asseguraram um bom preço em 2013 e devem garantir o preço mínimo em 2014. “A expectativa é boa, pois viemos de um ano de 2013 importante para o setor, com a recuperação de uma safra ruim em 2012. Alias, estas oscilações ocorrem com frequência. Em um ano, o clima é excelente e a produção, fantástica. Em outro, há diversos fatores que geram prejuízos. Mas, para 2014, devemos ter uma boa produção, nos aproximando da área cultivada no ano passado, que foi de 1 mi 032 hectares, com uma colheita de três milhões de toneladas”, revela o chefe da

Brazil must import half a million tonnes per month until July 2013/2014 is estimated at 5.471 million tons, representing a growth of 25 % over the previous ( 4,380 million tons ) period , according to data released on Tuesday ( 11/2 ) by the National Supply Company ( Conab ) . The performance is the result of a 15.7% increase in planted area and 7.9 % higher productivity. The harvest is over in the major producing states . The Rio Grande do Sul, favored by climate, accounted for 58.0 % of the national harvest, Paraná by 32.7 % and 9.3% by

Embrapa Trigo Passo Fundo. Além disso, os melhoramentos genéticos, o manejo e o conhecimento adquirido pelo produtor ao longo destas décadas também contribuem para o otimismo do setor. “Temos produtores altamente tecnificados e cultivares com boa genética, principalmente cada vez mais tolerantes a Giberella, que provoca doenças fúngicas no cereal”, afirma Dotto. Segundo dados divulgados pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o trigo deve apresentar crescimento de 14% na área cultivada, atingindo 1.201.176 hectares. Entre os fatores que justificam o aumento, a Farsul aponta o preço pago pelo produto como sendo o principal.

Wheat production increases 25 % in season 2013/2014 other States . According to Conab for the period of 2013/14 is forecasted to import about 6,5 million tons of wheat , or 510,000 tons less than the volume of the previous year . Between August and November 2013, 2.529 million tons of grain were imported. In addition to the estimated volume of 6.5 million tonnes , the country should internalize about 4.0 million tonnes of wheat , meaning that monthly it imports between December/13 and July/14 of approximately half a million tonnes .


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Mercado internacional Com uma produção insuficiente para atender a demanda interna, o Brasil importa trigo de outros países, sobretudo da Argentina. Para o chefe da Embrapa Trigo, mesmo importando o cereal, o país tem aberto fronteiras comerciais com a África, sobretudo. “O consumo de trigo no Estado é de aproximadamente 1.200 toneladas/ano, enquanto a nossa produção é de mais de três milhões. O excedente que não é exportado para outros Estados brasileiro acaba indo parar na Áfri-

Área, produção e rendimento

ca, que é um dos principais mercados consumidores do cereal”, avalia Dotto, apontando que a logística é outro problema para o setor. “Além de não dispormos de armazéns suficientes para o déficit de estocagem, ainda temos que pagar um frete mais alto do que o de outros países”. Outro problema oriundo da falta de uma politica de proteção para o setor, diz Dotto, reside no fato de que o Brasil enfrenta um déficit bastante significativo de armazenagem. “O trigo é uma cultura

de inverno, importante para a economia gaúcha porque garante uma renda ao agricultor. Mas, para isso ele precisa comercializar sua produção. Quando os moinhos importam trigo mais barato, cresce o número de toneladas estocadas em armazéns. Ocorre ainda que o país não tem uma capacidade expressiva de armazenagem”, reforça ele, complementando que se os estoques não forem comercializados antes da safra de verão, haverá problemas para armazenar a soja e o milho.


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A n uá r i o 2 0 1 4

Ampliação do mercado internacional é o desafio para o setor arrozeiro Presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, afirma que a qualidade do produto brasileiro tem aberto novos mercados, sobretudo nos países africanos. “Mas ainda precisamos de incentivos para que 2014 consolide o país como um dos grandes exportadores de arroz”, define

Impulsionado pelo bom momento produtivo e econômico de 2013, o setor arrozeiro projeta um novo ano de intensos desafios, mas novas conquistas, principalmente no que diz respeito ao aumento das exportações e da abertura de novos mercados. É o que diz o presidente do Instituto Riograndense

do Arroz (Irga), Claudio Pereira, otimista com o panorama que se vislumbra para os produtores gaúchos. “Em 2014, várias questões devem convergir para que possamos avançar e ter uma competividade melhor a partir de agora”, define ele.

Em 2014, várias questões devem convergir para que possamos avançar e ter uma competividade melhor a partir de agora”, - Cláudio Pereira, Presidente do Irga


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Cenário de Competição Conforme Pereira, as indústrias de transformação estão capacitadas e preparadas para absorver e responder a demanda criada em torno do produto, o que deve servir de estímulo. “A partir do projeto Brazilian Rice, que é uma articulação do Governo do Estado, com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz e a Agência de Promoção do Comércio Exterior, estamos promovendo a capacitação e o nosso produto no mercado externo. Desenvolvemos uma marca e isso está nos colocando em posição de destaque no cenário internacional”, reforça.

ARROZ (em casca)

O presidente do Irga acrescenta ainda que este cenário de competição deve se manter em 2014, com uma indústria mais agressiva e estrategicamente se disseminando entre os países. “Participamos de diversas feiras internacionais em 2013. Agora, neste ano, já começamos a colher os primeiros resultados”, destaca Pereira, falando também das constantes missões empresariais promovidas pelo Irga. “Estamos em contato direto com Cuba, Nigéria e outros países. O dólar tem dado uma reagida, o que tem nos ajudado a exportar”.

Exportação depende de infraestrutura Apesar desse crescimento, a expectativa é de que 2014 seja de muitos desafios. “A exportação depende do Porto de Rio Grande e a superintendência está aprofundando o calado e ampliando o cais, enquanto os empresários, por meio de diversas articulações, vão instalar um equipamento que permite embarcar arroz ensacado diretamente no navio. Isso vai ampliar em mais de 50% os mercados possíveis do

arroz”, argumenta Pereira. O presidente do Irga ainda atesta que, neste ano, as questões tributárias podem ser rediscutidas, o que vai gerar benefícios e isonomia com o Mercosul, sobretudo no que diz respeito ao preço dos insumos e na redução dos custos de produção. “Tudo isso são demandas do setor e é necessário que estejamos sempre batendo e buscando junto ao Governo”, finaliza.


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Milho:

A safra total de milho está estimada em 75,67 milhões de toneladas, uma queda de 6% em relação a 2013. A área plantada diminuiu 3,7% e a produtividade também tem previsão de queda de 4,9%.

previsão de melhores preços Com preços muito baixos no mercado, após a safra recorde de 2013, o milho foi o destaque negativo da primeira estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2014.A safra total de milho está estimada em 75,67 milhões de toneladas, uma queda de 6% em relação a 2013. A área plantada diminuiu 3,7% e a produtividade também tem previsão de queda de 4,9%. Segundo o relatório, o milho perde em competitividade para a soja, commodity mais disputada

no mercado internacional. Em Mato Grosso, maior produtor de milho, a saca de 60 quilos estava a R$ 23 em 2012, chegou a R$ 10 em 2013 e atualmente bate os R$ 15, enquanto a saca de 60 quilos de soja se manteve em torno de R$ 46 no período. O Paraná, grande pro-

dutor de milho, tem previsão de queda acentuada na safra: -21,1% em relação a 2013.

Cenário

Internacional Já os EUA estimam produção recorde de 360 milhões de toneladas de milho em 2014/2015. O dado é do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que apontou que produtores domésticos irão plantar 37,8 milhões de hectares com milho para a safra 2014/2015, com produção estimada em um recorde de 360,6 milhões de toneladas.Os estoques do cereal ao término da temporada, em 31 de agosto do

ano que vem, devem ser de 2,607 bilhões de bushels (66,21 milhões de toneladas). Mesmo assim, em relação ao cenário internacional, o Brasil está bem posicionado no que se refere as suas duas commodities agrícolas. A avaliação é dopesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Rubens Augusto de Miranda. “O país igualou a produção de soja dos EUA e também se tornou o maior exportador mundial da oleaginosa. O milho não fica atrás, com a quebra de safra dos Estados Unidos, o Brasil “tomou” alguns dos clientes do concorrente e o aumento das exportações em 2013, comparadas a 2012, nos mostra que não fato transitório. Países como o Japão, o maior mercado importador de milho do mudo e até pouco tempo quase que exclusivo dos EUA, perceberam o risco que é possuir apenas um único fornecedor”, argumenta.


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Preços Segundo o pesquisador, o caso do milho é peculiar, pois concomitantemente a alta dos preços, a produção aumentou 27%, atingindo o até então recorde de 73 milhões de toneladas, segundo os dados da Conab. “Essa referida alta de preços se relaciona aos problemas climáticos (seca) enfrentados pelas safras no hemisfério norte, os EUA especificamente enfrentaram a maior quebra de safra da sua história”, confirma, destacando que “a safra brasileira de grãos de 2012/13 foi muito positiva em termos de produção. Tanto a soja quanto o milho ultrapassaram pela primeira vez o patamar de 81 milhões de toneladas produzidas. Entretanto, enquanto os preços da oleaginosa permaneceram altos, apesar da queda no primeiro semestre de 2013, os preços do milho despencaram por causa da super safra norte-

Apesar de o Brasil ter abocanhado uma fatia do mercado japonês de milho, que é o maior do mundo, com compras anuais na faixa de 16 milhões de toneladas, é importante ressaltar que ele está estagnado nesse patamar há alguns anos. A Coréia do Sul é um dos nossos maiores compradores na última década. A incógnita é a China. É preciso esperar para ver como o mercado chinês se comportará. - Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Rubens Augusto de Miranda

MILHO

-americana. Assim, apesar do recorde histórico de produção, o produtores de milho não tiveram uma safra muito lucrativa, sendo que em alguns lugares, como o Mato Grosso, os preços não pagavam se quer os custos de produção”. Miranda acredita, contudo, que para a safra 2013/14, a expectativa é que a produção de grãos beira a casa de 200 milhões de toneladas, com acréscimo de quase 10% na produção de soja e uma pequena redução na produção de milho, historicamente a segunda maior produção. “Agora, para saber como esse otimismo na produção vai refletir no bolso do produtor, será preciso esperar o resultado da safra nos EUA e de como se comportarão os mercados asiáticos em termos de demanda, no que tange as nossas commodities”, pondera.

ÁREA

 Região Sul, principal produtora do milho 1ª safra, apresenta uma redução de 9,9%, devido àmenor área plantada (13,2%), já que muitos produtores optaram pela soja que está com os preços maisatrativos e apresenta melhor liquidez. Só no Paraná, maior produtor nacional de 1ª safra, a redução é de21,1%, o que representa 1,5 milhão de toneladas, com uma diminuição de 205 088 hectares o querepresenta 23,4% da área plantada no Estado.


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Corn : predicting the best prices The total corn crop is estimated at 75.67 million tons , 6 % less compared to 2013 . The planted area decreased by 3.7 % and productivity has also forecast to decline by 4.9 %. With very low prices in the market after the record crop of 2013 , corn was the negative highlight of the first estimate of the Brazilian Institute of Geography and Statistics for the national harvest of cereals , legumes and oilseeds in 2014 . The total corn crop is estimated at 75.67 million tons , 6 % less compared to

2013 . The planted area decreased by 3.7 % and productivity has also forecast to decline by 4.9 % . According to the report , corn lose competitiveness for soybeans , the most hotly contested commodity in the international market . In MatoGrosso , the largest producer of corn, a 60 kilo bag was ÂŁ 23 in 2012 reached R $ 10 in 2013 and currently beats the $ 15 , while the 60-kilogram bag of soybeans remained around R $ 46 in the period . ParanĂĄ , major corn producer , has forecast a sharp fall in the harvest :

Oferta do Milho do Brasil

Fonte: CELERESÂŽ/SECEX Valores em: Mil toneladas

-21.1 % compared to 2013 . Although the USA estimated record production of 360 million tonnes of maize in 2014/2015 . The data is from the U.S. Department of Agriculture ( USDA ) which pointed out that domestic producers will plant 37.8 million acres of corn for the 2014/2015 harvest , with estimated at a record 360.6 million tons of production. Cereal stocks at the end of the season , on August 31 next year , should be 2.607 billion bushels ( 66.21 million tons ) .


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Leite:

demanda em alta e preço aquecido em 2014

Tendência é de um ano positivo para o leite, com a demanda por lácteos no mercado interno permanecendo aquecida, mantendo o ritmo de crescimento superior à produção. Além da própria dinâmica do mercado, a realização da Copa do Mundo no Brasil e as eleições no final do ano tendem a estimular o consumo. O leite atravessa um período de mudanças rápidas e profundas em nosso país. A adoção de tecnologias e aprimoramento na qualidade do rebanho ainda divide espaço com costumes quase extrativistas em termos de manejo, porém os produtores estão cada vez mais profissionais e com o consumo de lácteos aumentado a cada ano, as perspectivas para o setor são animadoras. O Brasil ainda pode ser considerado um país deficitário na produção de leite, com disponibilidade per capta estimada em 178 litros ao ano. Na Argentina o consumo é de 207 litros/habitante/ano enquanto no Uruguai cada pessoa consome, em média, 300 litros por ano. Com o consumo crescendo, aumentar a produtividade é uma das alternativas para tornar esse setor ainda mais eficiente, já

que atualmente a média nacional de produtividade é 1.400 litros/vaca/ano. De acordo com o Ministério da Agricultura e do Abastecimento (Mapa), nos últimos cinco anos, o consumo per capita anual passou de 140,4 litros por habitante, para 172,6 litros/hab., valor que, apesar do aumento, continua abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de aproximadamente 200 litros/hab. A produção brasileira aumentou aproximadamente 35% nos últimos seis anos, saltando de 26 bilhões de litros em 2007 para uma projeção de 35 bilhões de litros no ano de 2013. “O que não faltam são condições favoráveis para que o país se torne um dos grandes produtores mundiais e o leite ocupe lugar de ainda mais destaque”, comenta Valmir Dartora, gerente do escritório regional da Emater Erechim/ RS. Dartora pode falar com propriedade sobre eficiência produtiva, uma vez que presta assistência técnica numa região em que a produção cresceu 12% nos últimos 10 anos, bem acima dos 7% verificados no Rio Grande do Sul e os 5% de crescimento atingidos pelo Brasil nesse período.

Demanda Nos últimos cinco anos, o consumo per capita anual passou de 140,4 litros por habitante, para 172,6 litros/hab., valor que, apesar do aumento, continua abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de aproximadamente 200 litros/ hab. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira aumentou aproximadamente 35% nos últimos seis anos, saltando de 26 bilhões de litros em 2007 para uma projeção de 35 bilhões de litros no ano de 2013.


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Milk : the challenge of efficiency

Maintain the production throughout the year remains the greatest challenge for dairy farmers The milk goes through a period of fast and profound changes in our country . The adoption of technologies and improvement in the quality of the herd still shares space with manners that are almost extractivist in terms of handling, but producers are increasingly professional and the increasing consumption of milk each year , the prospects for the sector are encouraging. Brazil can still be considered a deficit country in milk production , with availability estimated at 178 liters per annum captures . In Argentina consumption is 207 liters / habitant / year while in Uruguay each person consumes an average of 300 liters per year. With the growing consumption , increase productivity is one of the alternatives to make this a more efficient sector, since currently the national average yield is 1400 liters / cow / year . In experts evaluation , the World Cup should contribute for 2014 as positive year for the sector . The best result of 2013 may stimulate an increase in production volume . Regarding costs, attention should remain on the scene of maize , the main component of the milk production cost. Still, the trend is to be a better year compared to 2013 , with demand for milk in the domestic market remaining heated , keeping the pace higher than production growth. Besides its own market dynamics , the hosting of the World Cup in Brazil and the elections at the end of the year tend to stimulate consumption .

Copa deve aumentar a demanda Na avaliação dos especialistas, a Copa do Mundo deve colaborar para que 2014 seja um ano positivo para o setor. O resultado melhor de 2013 pode estimular um aumento no volume de produção. Com relação aos custos de produção, a atenção deve se manter no cenário do milho, principal componente dos custos de produção do leite. Mesmo

assim, a tendência é que seja um ano melhor em relação a 2013, com a demanda por lácteos no mercado interno permanecendo aquecida, mantendo o ritmo de crescimento superior à produção. Além da própria dinâmica do mercado, a realização da Copa do Mundo no Brasil e as eleições no final do ano tendem a estimular o consumo.

Produção, Consumo e Exportação de Leite


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Estimativa de 93,30 de quilos em 2014 O último relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Mundiais Agrícolas (WASDE) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 10 de fevereiro, aumentou levemente a estimativa de produção de leite em 2014, baseado na expectativa de um maior número de vacas na segunda metade do ano. A previsão de produção de leite por vaca não mudou com relação às projeções do mês anterior. O WASDE citou o relatório do USDA divulgado em 31 de janeiro, estimando que a reposição de novilhas leiteiras que deverão parir em 2014 aumentou 2% com relação ao ano anterior, enquanto o número de vacas leiteiras estava levemente menor que no ano anterior. Os fortes retornos resultan-

bilhões

tes dos maiores preços do leite e moderados custos dos alimentos animais deverão impulsionar a expansão no final do ano. A produção de leite em 2014 foi projetada em 93,30 bilhões de quilos, 45,36 milhões de quilos a mais que a estimativa do mês anterior. As comercializações projetadas, entretanto, não mudaram com relação às projeções do mês anterior, de 92,85 bilhões de quilos. Se isso se concretizar, a produção de 2014 e as comercializações ficariam próximas de 2,2% maior que em 2013. O relatório também reduziu a produção de leite e as comercializações em 2013 em 45,36 milhões de quilos, para 91,26 bilhões e 90,81 bilhões de quilos, respectivamente. Ambos são 0,4% maior que em 2012.

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A produção de leite em 2014 foi projetada em 93,30 bilhões de quilos. Se isso se concretizar, a produção de 2014 e as comercializações ficariam próximas de 2,2% maior que em 2013.

Preços

As previsões de preços de queijos, manteiga e soro do leite aumentaram para 2014, apoiadas por uma forte demanda e fortalecimento dos preços até agora. A previsão de preços do leite em pó desnatado diminuiu com base nas expectativas de competição de outros exportadores na segunda metade de 2014. As previsões de preços do leite Classe III em 2014 aumentaram, em um alcance de US$ 40,46-US$ 42,00 por 100 quilos, devido aos maiores preços de queijos e soro do leite. A previsão de preço do leite Classe IV diminuiu, em um alcance de US$ 43,65-US$ 45,52 por 100 libras, à medida que os menores preços do leite em pó desnatado mais que compensa os maiores preços da manteiga. A previsão de preço do leite em termos gerais em 2014 é de US$ 45,97-US$ 47,51 por 100 quilos, comparado com US$ 44,11 por 100 quilos em 2013.


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Um instituto para consolidar a

produção gaúcha

O ano de 2014 se desenha promissor para o setor leiteiro. No Rio Grande do Sul, apesar das turbulências devido a alguns casos isolados de fraudes, com contaminação do produto, produtor e indústria fecharam o ano com uma média histórica no preço do leite. “Para 2014 a tendência é de o preço continue interessante, tanto para a indústria como para o produtor, que recebeu valores históricos em 2013”, comenta o recém eleito presidente do Instituto Gaúcho do Leite, Gilberto Piccinini, que também é presidente da Cosuel – Cooperativa dos Suinocultores de Encantado, e da Câmara Temática do Leite da Ocergs – Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul, onde encerra o mandato em abril. Para Piccinini, que já foi presidente do Sindilat, o foco do IGL é traçar estratégias e trabalhar a cadeia do leite como um todo, do produtor,

passando pelo transportador e chegando à indústria, com o objetivo de oferecer o melhor produto ao consumidor que está cada dia mais exigente. “Somos o primeiro estado do País a ter um instituto do leite”, reforça Piccinini. O Instituto Gaúcho do Leite se tornou realidade no dia 11 de fevereiro, quando teve seus estatutos aprovadas e foi eleita a primeira diretoria. Atuará com R$ 2,4 milhões anuais em recursos– provenientes do Fundoleite, formado por contribuições da indústria e do Estado. Conforme o presidente do IGL os primeiros meses do ano são historicamente um período sazonal, com excedente na oferta e consumo menor. “Os hábitos de consumo mudam, mas a partir do início do ano letivo o consumo aumenta e os preços reagem a partir da destinação dos estoques de passagem, que são grandes nesse período”, acrescenta.

Somos o primeiro estado do País a ter um instituto do leite” - Presidente do Instituto Gaúcho do Leite, Gilberto Piccinini


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Suinocultura:

preços estáveis e produção ajustada A suinocultura historicamente apresenta oscilações entre oferta e demanda, por vezes tornando a atividade lucrativa e em outros momentos impraticável. Mas esta não é uma realidade que será vivida pelo setor em 2014, ao menos é o que prevê o presidente da Associação Gaúcha dos Criadores de Suínos – Acsurs, Valdecir Folador. De acordo com Folador, 2013 encerrou apontando uma tendência de estabilidade no mercado, com melhora de 13,55% no preço pago ao consumidor. “O aumento do consumo, a volta de compradores internacionais e a redução da oferta de suínos no mercado ajudam a valorizar o produto”, analisa. Folador comenta que a suinocultura no Rio Grande do Sul conta com 9 mil produtores economicamente ativos, que abastecem os pequenos, médios e grandes frigoríficos do Estado, com abate diário de suínos. No período de janeiro a novembro de 2013,

Mercado e demanda

segundo o Ministério da Agricultura, através do Serviço de Inspeção Federal (SIF), foram abatidos 6.673.040 suínos, ou seja, uma média de 28 mil abates ao dia. Já a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio informou 135.241 suínos abatidos no período de janeiro e novembro de 2013, segundo relatório Cispoa - (Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal). A exportação gaúcha, no período de janeiro a novembro de 2013, correspondeu a 31,56% da exportação brasileira, representando 152 mil toneladas. “Observamos, no entanto, que o número de produtores vem diminuindo no Estado. Atualmente de maneira menos intensa, porém, a tendência é de que se reduza ainda mais com o passar dos anos. Isso ocorre em consequência do desestímulo em se investir na suinocultura, em especial devido a pouca rentabilidade econômica da atividade”, alerta o presidente da Acsurs.


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Produção e demanda Outro fator que favorece os suinocultores é o volume da produção de suínos frente à demanda, que já no segundo semestre de 2013 mostrou-se bastante ajustada, tanto no mercado interno quanto externo, e isso torna-se favorável ao produtor. Conforme Folador, 5% a mais na produção significa 30% a menos no preço. “A cadeia produtiva da suinocultura, do produtor a indústria, deve observar tal cenário e trabalhar para que

haja o ajuste entre a produção e a demanda e, assim, todos terão ganhos suficientes para manter seu negócio e ter lucro”, destaca. Segundo Folador o cenário de uma produção ajustada com a demanda deve continuar este ano e, com isso, 2014 deve ser de preços estáveis e remuneratórios. Mas o suinocultorprecisa manter cautela, pois ele acredita que o custo de produção, seguindo a tendência dos últimos meses, não deve ceder.

A suinocultura se profissionaliza, se estabiliza cada vez mais e, dentro desse contexto, o que vai dizer se a suinocultura cresce ou não é a viabilidade econômica que a atividade oferece, existindo a necessidade de que seja rentável ao suinocultor”- Valdecir LuisFolador, Presidente da Acsurs


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Custo de produção

Os seis primeiros meses do ano passado estiveram marcados pela alta no custo de produção frente aos preços baixos pagos pelo quilo do suíno e pelo embargo da Ucrânia, que durou cerca de dois meses, gerando perdas ao suinocultor. Cerca de 50% dos embarques da produção gaúcha era destinado ao país. Com o embargo da Ucrânia, em maio de 2013 os valores do suíno vivo no Estado foram os menores desde julho de 2012, ficando aa média mensal em R$ 2,31 o integrado e R$ 2,53 o independente. Na época, o custo de produção estimado era de R$ 2,60. Em julho veio a retomada da exportação de carne

Suinocultura no RS  9 mil produtores economicamente ativos  Média de 28 mil abates ao dia.  Exportação gaúcha, no período de janeiro a novembro de 2013, correspondeu a 31,56% da exportação brasileira, representando 152 mil toneladas

suína para a Ucrânia e o país voltou a figurar entre os maiores compradores da carne suína gaúcha. Em outubro, o mercado ucraniano obteve 25,03% da exportação gaúcha, o maior comprador no mês. O cenário reverteu e o segundo semestre de 2013 veio com a recuperação de preços, superiores ao custo de produção e que hoje deixam certa margem de lucro ao produtor. “O momento é, sem dúvida, positivo para o suinocultor, tornando-se necessário para que ele se recupere das dificuldades enfrentadas não apenas no primeiro semestre de 2013, mas durante os últimos quatro anos”, comemora Folador.


Alçando voos mais altos Previsão de abertura de mercados anima setor da avicultura que espera crescimento de até 2,5% no volume exportado A Copa do Mundo no Brasil deverá ter muito frango, não em campo, mas na mesa. Essa é a expectativa a Ubadef União Brasileira de Avicultura, que considera a competição da Fifa uma oportunidade para que os 500 mil turistas esperados consumam muita carne de frango. E esse é apenas um dos fatores que parece animar o setor. Se em 2013 houve queda em diversos segmentos da avicultura, para 2014 são esperados bons resultados na produção e exportações.Para carne de frango, por exemplo, cálculos da entidade preveem um crescimento entre 3% e 4%, com volume próximo a 12,7 milhões de toneladas – o que é considerado adequado à demanda do

Produção A produção brasileira de carne de frango totalizou, em 2013, 12,308 milhões de toneladas, resultado 2,6% menor em relação ao mesmo período do ano anterior. Com este volume, o consumo percapitaatingiu amédia nacionalde 41,8 quilos por habitante por ano.

mercado em 2014. “Estudos da Embratur relativos à Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 indicam a vinda de mais de 500 mil turistas estrangeiros, que terão gastos diversos, especialmente em hotelaria e alimentação. Neste cenário, a carne de frango deverá ser beneficiada”, destaca o presidente da Ubadef, Francisco Turra. Sobre asexportações, espera-se para o próximo ano um crescimento entre 2% e 2,5% sobre os volumes embarcados de 2013. Entre as justificativas para o crescimento está a retomada das exportações para a China aos padrões de 2012, com o retorno da habilitação de mais três plantas, totalizando 24 unidades exportadoras para o mercado chinês.

Sul como principal produtor O Paraná foi o principal estado exportador no Brasil em 2013 em volume, com 1,14 milhão de toneladas. Segundo maior exportador, Santa Catarina totalizou 937 mil toneladas. Em terceiro esteve o Rio Grande do Sul, com 711 mil toneladas. Na quarta posição, São Paulo foi responsável por 246 mil toneladas. No quinto posto, Goiás exportou 217 mil toneladas.

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Se houver total empenho do Governo na agilização da abertura de mercados importantes como Paquistão, Mianmar e Nigéria, e na negociação da redução de tarifas para a Índia, o crescimento das exportações poderá chegar a 5%”

Estudos da Embratur relativos à Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 indicam a vinda de mais de 500 mil turistas estrangeiros, que terão gastos diversos, especialmente em hotelaria e alimentação. Neste cenário, a carne de frango deverá ser beneficiada”- Presidente da Ubadef, Francisco Turra.

Parcerias Dentre as ações planejadas para ampliar as exportações estão também iniciativas em parceria com a Apex-Brasil.“Temos ações planejadas durante a Copa do Mundo. Também trabalharemos para o fortalecimento da marca Brazilian Chicken em mercados estratégicos como o Japão. Feiras como a Gulfood (Dubai) e Sial (Paris) também estão no roteiro do setor, fomentando novos negócios”, destacou o presidente da Ubadef. Com isso, a expectativa é de que as exportações voltem a subir, depois da queda verificada em 2013, quando as exportações da avicultura de forma geral – que abrangem carne de frango, peru, patos e marrecos, ovos, material genético, pintos e ovos férteis,

totalizaram 4,07 milhões de toneladas em 2013, resultado 1,5% menorem relação a2012. Porém, em receita, houve crescimento de 2,3%, atingindo US$ 8,55 bilhões. O bom desempenho dos embarques de carne de frango e material genético garantiu o resultado positivo das receitas de exportações. Nesse sentido, de acordo com o presidenteexecutivoda UBABEF,açõesestratégicas de fortalecimento àimagem do produtoavícola brasileiro, por meio de parcerias com aAgência Brasileira de Promoção de Exportações eInvestimentos (Apex-Brasil) vem sendo determinantes para a manutenção dos resultados das exportações de carne de frango – principal produto da pauta do setor – por meio damarcasetorial Brazilian Chicken.


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Destinos Com relação aos destinos dasexportações por região, o Oriente Médio manteve-se como maior importador de carne de frangobrasileira, com 1,448 milhão de toneladas em 2013 (+3,7%) na comparação com o mesmo período de 2012. A Ásia, em segundo lugar, importou 1,118 milhão de toneladas (-1,9%). Em terceiro lugar, a África foi destino de 525 mil toneladas no mesmo período (-12,2%). Quarto maior destino da carne de frango brasileira, a União Europeia importou 423 mil toneladas (-6,5%). Para os países das Américas foram embarcadas 281 mil toneladas (+29,8%). Já a Europa Extra União Europeia foi destino de 95 mil toneladas (-15,6%). Por fim, asexportaçõespara a Oceania em 2013 atingiram 2 mil toneladas (-16,2%).

Exportações Os cortes mantiveram-se como principal produto exportado pelo setor avícola brasileiro em 2013, com 2,068 milhões de toneladas (-3,5% em relação ao mesmo período do ano anterior). Em segundo lugar vieram osembarquesde frango inteiro, com 1,484 milhão de toneladas (+4,7%). Na terceira posição estão as carnes salgadas, com 178 mil toneladas (+0,9%) e, por último, os industrializados, com 161 mil toneladas (-10,8%).

Exportação de Carne de Frango

Principais

importadores Arábia Saudita, com 688 mil toneladas (18% do total), União Europeia, com 423 mil toneladas (11% do total), Japão, com 389 mil toneladas (10% do total), Hong Kong, com 335 mil toneladas (9% do total), Emirados Árabes Unidos, com 244 mil toneladas (6% do total) e China, com 190 mil toneladas (5% do total) foram os principais mercados importadores da carne de frangoMade in Brazil.


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2014 marca os seis anos do uso

obrigatório de biodiesel ao diesel

Segundo a Ubrabio, essa marca foi conquistada pela combinação de esforços do governo e setor privado em prol do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB e trouxe diversos benefícios socioeconômicos e ambientais para toda a sociedade brasileira. A aprovação do novo Marco Regulatório do Biodiesel tem sido o principal desafio do setor. O Programa se desenvolveu significativamente entre 2008 e 2010, mas parou de evoluir desde então pela ausência do novo Marco, impedindo que o país possa continuar, de forma crescente, a substituir um combustível fóssil por um combustível limpo e renovável com sustenta-

bilidade econômica, social e ambiental. O preço médio nos leilões cada vez mais se aproxima do diesel a ponto de, em algumas regiões produtoras de biodiesel, o custo já se apresenta efetivamente mais competitivo do que o praticado no combustível fóssil, ainda mais se levada em consideração a logística mais eficiente em relação ao diesel vindo das refinarias da Petrobras situadas no litoral ou próximo a ele. O Brasil importa cerca de 20% do diesel que consome. Somente em 2013, foram importados 10,3 bilhões de litros, com dispêndio de US$ 8,3 bilhões ou 3 vezes o saldo de toda a Balança Comercial no período, que foi de US$ 2,7 Bilhões.

Enquanto isso, o setor de biodiesel amarga uma ociosidade acima de 60% da capacidade instalada. O incremento de 5% para 7% pode reduzir 1,2 bilhão de litros no volume importado e US$ 1 bilhão em dispêndio. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre 2005 e 2010 foram criados 1,3 milhão de empregos em todas as regiões do país desde a produção agrícola até o consumo

final, reflexo do PNPB. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), com o avanço para 7% de biodiesel ao diesel seriam criados 132.642 novos postos de trabalho e um aumento no PIB de R$ 13,5 bilhões. Estima-se, ainda, a geração de mais 1 milhão de novos empregos formais nos próximos 5 anos sob crescimento em cadeia pelos reflexos de uma nova fase do PNPB.


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BIODIESEL “O mercado está comprimido e ocioso”

Presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio),e da Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel, Odacir Klein fala sobre a situação atual da bioenergia no país. Para ele, a capacidade produtiva do país está sendo subaproveitada, o que deixa o mercado oprimido. Klein explica que mais da metade da capacidade das indústrias brasileiras está ociosa. Conforme Klein, o subaproveitamento da indústria de biodiesel acontece em boa parte pela lei federal que determina que apenas 5% do biodiesel deve ser misturado ao diesel convencional. A exctativa do setor para este ano é que o governo aumente a porcentagem da mistura. A nova medida alavancará a produção e trará benefícios ao agronegócio. Diário da Manhã: Qual é o cenário atual da bioenergia? Odacir Klein: A situação atual é que 60% da capacidade das indústrias está ociosa. Nós temos uma lei que determina a mistura obrigatória de 5% de biodiesel ao diesel. Esses 5% vêm desde 2010 e não houve novo aumento. Em conseqüência,as indústrias se instalaram e começou a haver capacidade ociosa.

DM: Como é possível entender a capacidade não aproveitada da indústria de biodiesel no Brasil? Klein: Das 67 indústrias instaladas no Brasil, no último leilão apenas 39 venderam, o que significa que algumas das trinta e nove companhias venderam bem menos da sua capacidade. E outras não venderam. Diante desse quadro, nos temos uma situação em que é necessário o aumento da mistura obrigatória. DM: O aumento da mistura obrigatória vai beneficiar o agronegócio? Klein: Para o agronegócio isso é muito importante por dois aspectos. Primeiro, a principal matéria-prima é óleo de soja, se o Brasil não esmagar a soja para produzir biodiesel, ele vai vender grão direto para o exterior, ai vai haver um problema de abastecimento interno de farelo de soja. A soja tem 18% de óleo e o restante é matéria sólida, da qual preponderantemente é farelo, que se transforma nos mais diversos produtos. Segundo,hoje o sebo bovino existente no Brasil, do volume ofertado, praticamente metade é usado na produção de biodiesel. Quer dizer, um mercado inteiramente novo para uma matéria-prima que tinha subpreço,ou

A perspectiva que se tem para o ano é que o governo aumente a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel - Presidente da Ubrabio e da Câmara Setorial de Oleaginosas e Biodiesel, Odacir Klein.

que era jogada no meio ambiente, e hoje é mais de 20% da matéria usada no biodiesel. Isso estimula o agronegócio. DM: Quais as perspectivas na produção de energia renovável para 2014? Klein: A perspectiva que se tem para o ano é que o governo aumente a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel. O mercado está comprimido e ocioso. A situação é a capacidade ociosa e a expectativa é o aumento da mistura.


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Safras:

histórico e projeção

A projeção no RS Divulgado pela Farsul no final de 2013, a projeção da safra para este ciclo mostra uma ampliação de 3% em relação ao ano passado, o que representa cerca de 170, 4 mil hectares a mais. Para explicar este aumento, o economista-chefe da Federação, Antônio da Luz, diz que o mercado internacional estimulou a redução no plantio de milho, enquanto projetou para cima o de soja. “A razão pela qual os produtores irão continuar destinando áreas antes ocupadas com milho para o plantio de soja é o preço que estas commodities apresentaram neste ano no mercado internacional”, define.


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Meio ambiente Environment


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“O ano de 2014 será um divisor de águas para a gestão ambiental no RS”, afirma secretário O secretário do Meio Ambiente do RS, Neio Lúcio Pereira não consegue disfarçar todo o seu entusiasmo quando cita as ações que estão sendo implementadas visando uma reestruturação não só da se-

cretaria, mas da gestão ambiental no Estado. Com a difícil tarefa pela frente de comandar o cadastramento ambiental rural de mais de 460 mil propriedades no RS, a secretaria está passando por importantes reformulações que

devem agilizar e democratizar os processos ambientais, e recuperar, segundo ele, um atraso de muitos anos. Nesta entrevista exclusiva, ele fala das ações que estão sendo implementadas neste ano de 2014.

“ The year 2014 will be a watershed for environmental management in RS ,” said the Secretary The Environment Secretary of RS , Neio Lucio Pereira can’t hide all his enthusiasm when he cites the actions that are being implemented to restructure not only the Department, but the environmental management in the State . With the difficult task ahead of commanding rural environmental registration of more than 460,000 properties in the state , the department is undergoing major reformulations that should streamline and democratize environmental processes , and recover , he said, a delay of many years. According to the secretary , the secretariat of the MA and

its related bodies , mainly Fepam have faced in recent years a true disassemble : lack of personnel structure and less than 1 % of the state budget . “ When the state resumed its growth and started to need more and more its environmental area , this time we needed to give an answer , we were unstructured . Thus, the government is currently restructuring the secretariat and Fepam “he says. Pereira mentions that this year the department would lose 40 % of the workforce of Fepam for retirement, lack of public notice and disincentive for workers . “ In the Water Resources sector ,

which faced the largest deficit of staff, we had five people to account for all grants of water ,” he explains . According to the secretary , this problem is being solved with emergency contracts . Only in Fepam 60 emergency servers were hired . Moreover , a tender is marked this year in April , in Fepam and SEMA . The State Government was also able to approve in the Legislative Assembly, a plan for jobs and wages for Fepam and Sema and extended a 60 % bonus on base salary , which , according to him , will make it more attractive to the public tender the area.


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Mais agilidade nos licenciamentos

MEIO AMBIENTE DM: Quais as metas da secretaria do Meio Ambiente para o ano de 2014? Secretário Neio Lúcio Pereira: A secretaria do MA e seus órgãos vinculados, principalmente a Fepam, enfrentaram nos últimos anos um verdadeiro desmonte. Quando o Estado retomou o seu crescimento e passou a necessitar ainda mais da área ambiental, neste momento que precisávamos dar uma resposta, estávamos desestruturados. Diante disso, o governo atualmente está reestruturando a secretaria e a Fepam. Para se ter uma ideia, neste ano de 2014 nós iríamos perder 40% da força de trabalho da Fepam por aposentadoria, falta de concurso público e desestimulo dos trabalhadores. DM: Na prática, como a população gaúcha será beneficiada por esta reestruturação da Secretaria? Secretário: Além das ações voltadas para o setor de pessoal, também estamos promovendo melhorias na estrutura de atendimento da Secretaria. Fizemos a entrega de 10 veículos para nossas regionais do interior, do sistema Fepam, investimentos em

equipamento e estamos investindo em um projeto muito importante que é o Sistema Integrado de Regularização Ambiental, o SIRAM, com recursos do Banco Mundial, onde estamos fazendo toda uma reestruturação da gestão ambiental de forma que ela fique mais profissionalizada e integrada, tornando-a também mais democrática e acessível para a população gaúcha. Todas estas ações irão provocar importantes mudanças nos órgãos ambientais, que devem deixar de ser “a Geni do Governo, que todo mundo vem e bate”... DM: Estas medidas irão beneficiar diretamente o setor produtivo do Estado? Secretário: Nós estamos trabalhando em uma ação que é o Zoneamento Ecológico e Econômico do Estado –

ZEE, que eu costumo comparar com o Plano Diretor de um município. Um empreendedor quando quer fazer um investimento, ele precisa saber antecipadamente que naquela região é permitido aquele tipo de empreendimento. Hoje isso não existe...Com o ZEE, o Estado vai passar a orientar os locais dos empreendimentos. O investimento será de mais de 8 milhões de dólares, recursos do Banco Mundial. Outro avanço importante é a nova cartografia do Rio Grande do Sul, já que a cartografia atual é da década de 70. O processo já está em licitação e o investimento é de mais de 2 milhões de dólares. Estamos também publicando a lista das espécies em extinção, que há 10 anos não era atualizada e montamos um novo setor na Secretaria que é a Gestão da Fauna Silvestre, que antes ficava a cargo do Ibama. Com o ZEE, o Estado vai passar a orientar os locais dos empreendimentos. - Secretário do MA, Neio Lúcio Pereira


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Estado distribui Guia da Boas Práticas Ambientais DM: E em relação ao setor primádo Plano Estadual de Resíduos Sólirio, quais as ações que estão sendo dos? tomadas? Secretário: A destinação destes Secretário: Estamos implantando o resíduos é um problema que está Sistema de Monitoramento de Aleracometendo várias cidades do RS. A ta de Desastres, ligado ao departasecretaria está obedecendo uma diremento de Recursos Hidrológicos. O triz do Ministério do Meio Ambiente sistema irá avaliar as situações exe capacitando os gestores municipais tremas dos rios do RS, da estiagem no sentido de fazer um diagnóstico e às cheias, dando uma previsão com encontrar alternativas. Estamos incenbastante antecedência destes eventivando para que os municípios façam tos. Vão ser 70 estações telemétricas consórcios municipais para dar conta mandando imagens e dados por do tratamento conforme as especificasatélite. Já recebemos 10 que foram ções. Formulamos e já estamos distridoados pela Agência Nacional de buindo para os municípios, o Guia das Águas, serão doados mais 20 e o Boas Práticas Ambientais, com dicas Governo irá adquirir 40 equipamensobre questões legais, acessos a crétos, com ditos para Todas estas ações um invesprojetos irão provocar imtimento ambientais. portantes mudanças de 2,5 DM: A milhões nos órgãos ambienpartir de de dóla- tais, que devem deixar de todas estas res. Isso ser “a Geni do Governo, que medidas, vai nos podemos todo mundo vem e bate”... permitir falar de uma interface melhor com a Defesa uma nova concepção de gestão amCivil e com os outros órgãos. Além biental no RS? disso, estamos a frente da implanSecretário: Não tenho dúvida que o tação do Cadastro Ambiental Rural ano de 2014 será um divisor de águas no Estado, que é uma demanda para a área de gestão ambiental no que surgiu a partir do novo Código Estado, principalmente em função da Florestal. O RS foi o local onde foi implantação do SIRAM que considero lançado o CAR, que irá abranger fundamental.Estamos fazendo uma 460 mil propriedades rurais que irão modernização dos órgãos ambientais preencher um cadastro auto-declaraatravés de uma consultoria da Funtório. Para o encaminhamento deste dação Getúlio Vargas. São ações que processo, mobilizamos as entidades estamos tomando na Secretaria e nas representativas do setor primário fundações coligadas que são a Fepam para que todos os proprietários e a Fundação Zoobotânica no sentido rurais preencham este cadastro para de melhorar a gestão ambiental no que possamos saber qual a realidade Estado e estamos perseguindo isso. ambiental das propriedades rurais Os resultados mais consolidados serão do RS. sentidos em meados de 2015, mas as DM: Como está o encaminhamento mudanças já iniciaram...


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Contagem regressiva para o início do Cadastro Ambiental Rural Considerado a principal inovação do novo Código Florestal, o CAR permitirá a identificação, regularização ambiental e monitoramento das propriedades e posses rurais. Pela lei, a partir de 2017, o cadastro é pré-requisito para ingresso nos processos de regularização ambiental e dele dependerá, no futuro, o acesso ao crédito rural. A ferramenta abrigará dados dos 5,2 milhões de imóveis rurais existentes no país. O processo de cadastramento pode iniciar a qualquer momento, a partir da publicação de uma normativa do Ministério do Meio Ambiente. Criado pela Lei número 12.651, de 2012, o Cadastro Ambiental Rural vem sendo implantado em todo o Brasil. O CAR é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preser-

vação Permanente, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. Como é obrigatório para todas as propriedades e pré-requisito para a regularização de áreas com passivo ambiental, o CAR vem sendo aguardado com grande expectativa. O aplicativo para preenchimento do cadastro já está disponível na página do Ministério do Meio Ambiente (MMA) na internet, mas seu envio ao órgão ambiental ainda depende de instrução normativa.Atualmente, mais de 100 técnicos de 25 regionais da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, em parceria com a Emater e entidades como Fetraf, Fetag, Farsul e MST, estão trabalhando para realizar o mapeamento, o que coloca o RS como um dos Estados do país mais avançados na implementação do processo.

Countdown to the start of the Rural Environmental Registry Created by Law No. 12,651 , 2012, the Rural Environmental Registry is being implemented throughout Brazil . The CAR is an electronic , mandatory registration for all rural properties , which aims to integrate environmental information regarding the status of Permanent Preservation Areas , the Legal Reserve areas , forests and remnants of native vegetation , Areas of Restricted Use and consolidated areas of rural properties and possessions of the country . As is required for all properties and prerequisite for the settlement of areas

with environmental liabilities , the CAR has been awaited with great expectation. The application for completing the registration is now available on the Ministry of Environment ( MMA ) from the website , but its remittance to the environmental agency still depends on normative statement. Currently , more than 100 technicians from 25 regional Department of Environment of the State , in partnership with entities such as Emater Fetraf , Fetag , Farsul and MST are working to accomplish the mapping , which puts RS as one of the most advanced statesin the country in the implementation process .


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Segundo o diretor do departamento de Florestas e Áreas Protegidas da secretaria do Meio Ambiente do RS, Junior Carlos Piaia, a tarefa é gigantesca. “No RS, são 450 mil imóveis rurais. Portanto, é uma tarefa gigantesca. Mas o Estado tem uma tradição e sabemos que diante da necessidade, o setor se une, porque independentemente de grande ou pequeno, todos irão precisar deste cadastro”, afirma, acrescentando que um dos principais desafios tem sido superar a desconfiança dos agricultores em relação ao cadastramento. “Nós estamos que-

Cadastro Ambiental Rural

brando esta resistência garantindo aos produtores que esse cadastro é seguro e irá trazer benefícios porque coloca o produtor em dia com a legislação, sem atropelos. Definitivamente, não é um documento

que irá olhar as questões de tamanho de propriedade, de divisas. Ele não irá tratar de questões fundiárias, apenas ambientais”, ressalta Piaia. justificando que o cadastramento irá possibilitar a regulariza-

Acesso

O início do cadastramento ainda depende de uma normativa do Ministério do Meio Ambiente, mas a previsão é que o processo inicie dentro de dois ou três meses. Como muitos estados já disponibilizam acesso ao Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), os produtores podem baixar o programa, disponível no endereço eletrônico das secretarias

ção, e ao mesmo tempo, minimizar e reparar os problemas ambientais, “mas de uma forma muito tranquila e responsável. Nós não podemos deixar os produtores permanentemente na ilegalidade”.

Saiba mais:

estaduais do Meio Ambiente, e inserir os dados de suas propriedades como forma de agilizar a emissão do CAR. A partir da assinatura da Instrução Normativa passará a contar o prazo de um ano, renovável por mais um, para a inscrição. Piaia alerta que o produtor não fazendo o CAR, a partir de 2017, não terá acesso a qualquer linha de crédito oficial seja muni-

cipal, estadual ou federal. “A legislação coloca que para agricultores com até quatro módulos rurais, o Estado precisa criar condições para que o CAR seja feito sem nenhum custo, e é nisso que estamos trabalhando. O cadastramento está sendo assumido não só como uma função da secretaria, mas como um papel do Estado e todos os envolvidos”.

O Cadastro Ambiental Rural se constitui em uma base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais. Ele foi criado pela Lei nº 12.651, de 2012, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA. O Cadastro é um ato declaratório do produtor rural sobre as características ambientais do seu imóvel rural ou posse. Todos, mesmo os posseiros (que não têm titularidade da terra), são obrigados a fazer o cadastro, que será analisado e aprovado pelo órgão de meio ambiente de cada Estado.


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2014 será marcado pela criação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos Para o diretor do departamento de Florestas e Áreas Protegidas da secretaria do Meio Ambiente do RS, Junior Carlos Piaia, o Plano de Resíduos Sólidos, que deve ser aprovado até novembro deste ano pela Assembleia Legislativa, irá trazer importantes soluções para uma das maiores problemáticas ambientais do Estado: a destinação do lixo urbano e rural. A criação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos se tornou uma obrigatoriedade a partir de uma legislação federal de 2010 que estabeleceu um prazo até o final desde ano para que Estados e municípios se adequassem à exigência. Por isso, esta reta final é considerada um momento decisivo para a secretaria do Meio Ambiente, que através do Defap vem comandando o processo em âmbito estadual. O diretor do departamento, Junior Carlos Piaia explica que o Plano irá mapear a realidade de produção de lixo em todo o Estado, traçando um diagnóstico da destinação dos resíduos e buscando alternativas. Com isso será possível, segundo Piaia, encontrar estratégias para uma melhor destinação destes resíduos. “O que hoje é considerado lixo, pode se transformar em uma alternativa econômica para os municípios, gerando renda e transformando este produto para retornar para a natureza de outra forma”, afirma, lembrando que ao mesmo tempo, este diagnóstico irá permitir que os gestores possam atuar na recuperação das áreas que abrigaram lixões nos municípios. O investimento no Pers é de aproximadamente R$ 2 milhões, via recursos


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2014 will be marked by the creation of the State Solid Waste Plan For the director of the department of Forests and Protected Areas of the Enviroment Secretariat of RS, Junior Carlos Piaia, the Solid Waste Plan, which must be approved by November this year by the Legislature, will bring important solutions to one of the biggest environmental problems State: the allocation of urban and rural waste. The creation of the State Solid Waste Plan has become a requirement from a 2010 federal law that established a deadline by the end of this year to states and towns that would suit to the requirement . Therefore, this final stretch is considered a desicive moment for the Enviroment Secretariat that comes through DEFAP running the process at the state level . The director of the department , Junior Carlos Piaia explains that the Plan will map the reality of waste production throughout the state , tracing a diagnosis of waste disposal and seeking alternatives. With this it is possible , according Piaia , to find strategies to better allocate these wastes. “ What today is considered trash, can turn into an economic alternative for towns, generating income and making this product to return to nature otherwise ,” he says , noting that at the same time this diagnosis will allow managers to act in the recovery of the areas that house landfills in towns. The investment in Pers is approximately U.S. $ 2 million , via resources of federal and state governments . To ensure a broad discussion in the process , the department will be performing until April to June this year , ten regional seminars , where the diagnosis which has been prepared by a contractor through bidding will be presented . From this diagnosis with the reality of each town the general guidelines of the Plan will be traced, under the law. “It’s a debate that I consider very important because it comes in that we increasingly provide an environment of better quality and more sustainable production line in our state ,” says the director .


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Diagnóstico RESÍDUOS SÓLIDOS Para garantir uma ampla discussão no processo, a secretaria estará realizando até de abril a junho deste ano, dez seminários regionais, onde será apresentado o diagnóstico que vem sendo elaborado por uma empresa contratada através de licitação. A partir deste diagnóstico com a realidade de cada município do Estado é que serão traçadas as diretrizes gerais do Plano, conforme a legislação. “Iremos colher as sugestões, debater as experiências positivas de cada região e inserir nas diretrizes gerais da secretaria, em conjunto com as secretarias municipais. É um debate que eu considero muito importante porque vem nessa linha de nós cada vez mais proporcionarmos um ambiente de melhor qualidade e uma produção mais sustentável no nosso Estado”, destaca o diretor. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Neio Lúcio Fraga Pereira, o Pers envolve, além da questão dos resíduos domésticos, os de setores como indústria, saúde, agrossilvopastoril, mineração e construção civil, entre outros. “O conhecimento gerado por essas iniciativas resultará em um diagnóstico da situação atual da gestão de resíduos sólidos, incluindo temas de extrema importância, tais como: a meta de implantar a coleta seletiva e unidades de triagem em todos os municípios, a logística reversa, os consórcios intermunicipais e a qualificação dos nossos aterros sanitários, além do fim dos poucos lixões ainda existentes no Estado”, afirma o secretário.

O que hoje é considerado lixo, pode se transformar em uma alternativa econômica para os municípios” - diretor do departamento de Florestas e Áreas Protegidas da secretaria do Meio Ambiente do RS, Junior Carlos Piaia

Cronograma O diagnóstico sobre a destinação dos resíduos no Estado deve estar concluído até abril deste ano, quando se dará início aos seminários regionais que irão percorrer 10 municípios gaúchos até junho. A partir das conclusões destes seminários, iniciará o processo de redação final do Plano Estadual, onde as ideias apresentadas serão transformadas em diretrizes gerais.Concluído este processo, a proposta será apresentada em uma grande Audiência Pública. “A previsão é até novembro dar por finalizado o Plano, que se transformará em lei, a partir da aprovação da Assembleia Legislativa”, concluiPiaia.

Legislação A Lei Federal 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) define o início de uma forte articulação institucional envolvendo os três entes federados - União, Estados e Municípios, o setor produtivo e a sociedade civil. A PNRS estabelece princípios, objetivos, diretrizes, metas, ações e instrumentos importantes tais como os Planos Municipais de Gestão dos Resíduos Sólidos e o Plano Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos, que deverão apontar alternativas a serem apresentadas à população.


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RECURSOS HÍDRICOS

“The environmental agencies need to be equipped so the State does not become vulnerable” The director of the Department of Water Resources of the Environment, Marco Mendoza cites the severe droughts recorded in the state in 2011 and 2012, with a significant impact on the state’s economy, to reinforce the importance of having a ‘responsable look’about the area management of water resources. In his rating, there were significant advances in the current government, but we must go further, providing the secretariat the structure required in order to make the state less vulnerable to critical situations involving water resources. The lack of structure of environmental agencies is not a peculiarity of Rio Grande do Sul. Last year , the National Water Agency identified that other States faced many problems of structure in their governing bodies . From this, the program called Pro Management , with incentives for states that would fit to a series of targets, was created . And that is what is currently being done on the Environmental Secretary of Rio Grande

do Sul , which this year will be implementing a series of actions in order to qualify the environmental management in the State . According to the director of the Water Resources Department, Marco Mendonça , the state’s law of water resources was made20 years ago , and left gaps in regard of management tools . “ For 20 years , Rio Grande do Sul had a leading role in the implantation of the Brazil Basin Committees . However , today , at this stage of implementation of management tools , the state lagged behind , “he laments , adding, however , that with the news that will be implanted already in 2014 , will allow the environmental agencies of Rio Grande do Sul to ‘ have a new face ‘ within two or three years. “ One must have strategies so the state doesn’t become vulnerable to each drought that occurs, and environmental agencies need to be equipped to assist in this process by providing the grants within a reasonable time , for example.”

“Os órgãos ambientais precisam estar aparelhados para que o Estado não fique vulnerável” O diretor do departamento de Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente, Marco Mendonça cita as severas estiagens registradas no Estado em 2011 e 2012, com um impacto significativo na economia gaúcha, para reforçar a importância de ter um ‘olhar muito responsável’ sobre a área de gestão de recursos hídricos. Na sua avaliação, houve avanços importantes no atual governo, mas é preciso avançar mais, dotando a secretaria da estrutura necessária no sentido de tornar o Estado menos vulnerável às situações críticas envolvendo os recursos hídricos.

A falta de estrutura dos órgãos ambientais não é uma particularidade do Rio Grande do Sul. No ano passado, a Agência Nacional de Águas identificou que os Estados enfrentavam muitos problemas de estrutura em seus órgãos gestores. A partir disso, foi criado o programa chamado Pró-Gestão, com incentivos para os Estados que se enquadrassem a uma série de metas. E é isso que vem sendo feito atualmente na secretaria do Meio Ambiente do RS, que neste ano de 2014 estará implementando uma série de ações com vistas a qualificar a gestão ambiental no Estado.


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Estratégias RECURSOS HÍDRICOS Segundo o diretor do departamento de Recursos Hídricos, Marco Mendonça, a lei estadual dos recursos hídricos foi feita há 20 anos, e deixou lacunas no que diz respeito aos instrumentos de gestão. “Há 20 anos, o Rio Grande do Sul teve um papel protagonista na implantação dos primeiros Comitês de Bacias do Brasil. Porém, hoje, nesta fase de implementação dos instrumentos de gestão, o Estado ficou para trás”, lamenta, acrescentando, no entanto, que com as novidades que serão implantadas já em 2014, irão permitir que os órgãos ambientais do RS ‘tenham uma nova cara’ dentro de dois ou três anos. “É preciso ter estratégias para que o Estado não fique vulnerável a cada estiagem que ocorra, e os órgãos ambientais precisam estar aparelhados para auxiliar neste processo, concedendo as outorgas em um prazo razoável, por exemplo.”

As novidades que estão sendo implantadas já em 2014, irão permitir que os órgãos ambientais do RS tenham uma nova cara dentro de dois ou três anos.” - diretor do departamento de Recursos Hídricos, Marco Mendonça

Sistema de Informações Um dos principais investimentos da atual gestão da secretaria do Meio Ambiente é em sistema de informação e monitoramento, considerados fundamentais para dar suporte às decisões na área de Recursos Hídricos. Em conjunto com a Agência Nacional de Águas, estão sendo implantadas 80 estações telemétricas no Estado, o que irá permitir o acompanhamento sistemático dos níveis dos rios. A primeira estação foi instalada no mês passado. Além disso, a secretaria está implantando o Sistema de Monitoramento e Alerta de Desastres. “Nós montamos na secretaria uma sala de Situação, onde monitoramos os eventos críticos e avisamos a Defesa Civil previamente para que ela possa tomar alguma medida preventiva”, explica, complementando que atualmente o sistema trabalha com 48 horas de antecedência.

Outorgas Segundo o diretor, a outorga do uso de água é uma autorização administrativa que o Estado concede aos usuários. “Muitas vezes as pessoas tem uma visão que a outorga é meramente um documento assinado e carimbado. Isso não corresponde a realidade”, afirma, explicando que o Estado do RS tem grandes bacias hidrográficas e em três delas, a situação já chegou a um ponto crítico. . O Estado contratou oito planos de Bacias no segundo semestre de 2013 até agora, e de acordo com o diretor, irá contratar mais oito este ano. “Nós temos dificuldade para conhecer qual a realidade dos recursos hídricos do Estado. Precisamos avançar neste processo”, alerta. Em relação às licenças para o uso da água na agricultura, o diretor do DRH cita as três grandes safras de verão no RS. Segundo ele, a de arroz, possui1 milhão de hectares todos irrigados. Além disso, são aproximadamente 1 milhão de hectares de milho e 4,7 milhões de ha de soja, sendo que o milho e a soja possuem em torno de 2,5% irrigados. “Ainda temos muito a avançar nestas culturas”, admite.


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Relatório aponta benefícios ambientais do biodiesel

Um estudo elaborado pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) apontou os benefícios ambientais gerados pela fabricação de biodiesel no Brasil. Para o coordenador-geral de Agroenergia da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, João Abreu, a evolução do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) vem proporcionando a conquista de benefícios por toda a sociedade brasileira. “Do ponto de vista social e econômico, os benefícios já eram conhecidos. Faltava ainda um estudo que ressaltasse as vantagens ambientais. Este trabalho veio suprir esta lacuna”. Apesar de recente, o setor do biodiesel já dissemina para toda a sociedade diversos benefícios, entre eles o de cunho ambiental. O sebo bovino e o óleo de cozinha usado são matérias-primas que contri-

Somando todo o biodiesel consumido no Brasil desde 2008, as emissões evitadas de GEE já chegam a 21,8 milhões de toneladas de CO2eq., o equivalente ao plantio de quase 158 milhões de arvores em uma área equivalente a 144 mil campos de futebol em 20 anos. buem significativamente para a produção desse biocombustível. Percebem-se, por intermédio da produção e do uso do biodiesel no Brasil, melhorias sensíveis na qualidade do ar respirado nos centros urbanos e nas emissões de gases de efeito estufa. A emissão de materiais particulados e outras substâncias malignas à saúde do ser humano também são reduzidas. Estima-se que, no caso da qualidade do ar respirado, haja uma diminuição das emissões da ordem de 70% quando considerado

o ciclo de vida do biodiesel puro, enquanto que na emissão de gases de efeito estufa, percebe-se sensível melhoria na qualidade do ar das grandes cidades em virtude da redução de envios de materiais particulados, hidrocarbonetos e monóxido de carbono à atmosfera. O relatório aponta que em 2012 foram evitados o envio de quase 22 milhões de toneladas de CO2eq à atmosfera. De forma aproximada, cada percentual a mais de biodiesel mandatório no Brasil e equivalente ao plantio de cerca de 7,2 milhões de arvores.


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A study of the Sectorial Chamber of Supply Chain Oilseed and Biodiesel Ministry of Agriculture , Livestock and Supply (MAPA ) pointed out the environmental benefits generated by the manufacture of biodiesel in Brazil . For the general coordinator of the Department of Agro-Energy Production and Agro-Energy of the Ministry of Agriculture , João Abreu , the evolution of the National Program for Production and Use of Biodiesel ( NPPB ) has been providing the achievement of benefits throughout Brazilian society. “ Socially and economically, the benefits were already known. But there was still missing a study that would emphasize the environmental advantages . This work came to fill this gap . “ Although recent, the biodiesel industry has spread throughout society many benefits , including addressing environmental issues . The beef tallow and the oil used for cooking are raw materials that contribute significantly to the production of this biofuel. It can be

perceived , through the production and use of biodiesel in Brazil , significant improvements in the quality of air breathed in urban centers and the emissions of greenhouse gases . The emission of particulate matter and other malignant human health substances are also reduced . It is estimated that, in the case of the quality of the air breathed , a reduction in emissions in the order of 70 % will happen, when considering the life cycle of pure biodiesel , while in the emission of greenhouse gases , we find significant improvement in the quality of the air in large cities because of reduced shipments of particulates , hydrocarbons and carbon monoxide into the atmosphere . The report notes that in 2012 the sending of nearly 22

million tonnes of CO2to the atmosphere have been avoided . Adding all biodiesel consumed in Brazil since 2008 , the emissions off GHC that were avoided, have already reached 21.8million tons of CO2 eq . , equivalent to planting nearly 158 million trees in an area equivalent to 144,000 soccer fields in 20 years . Approximately, each percentage over mandatory biodiesel in Brazil is equivalent to planting nearly 7.2 million trees .


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LogĂ­stica logistics


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ENTRAVES

O país enfrenta graves problemas de armazenagem, que dificilmente serão resolvidos em 2014”,afirma presidente da Conab Rubens Rodrigues dos Santos Foto divulgação EBC

As deficiências e o déficit na armazenagem das safras brasileiras contribuem para ampliar o que os especialistas classificam como um caos logístico. O presidente da Conab, porém, revela que o governo está investindo no setor e criando linhas de crédito e financiamento para que a iniciativa privada construa armazéns para estocagem de grãos, mas admite que os problemas dificilmente serão resolvidos em 2014. Com uma super safra de grãos registrada em 2012/2013 e uma projeção de crescimento no atual ciclo produtivo, o Brasil deve enfrentar neste ano, novamente, o que lideranças do setor e especialistas em infraestrutura classificam como um caos logístico. Além do espaço insuficiente para armazenar o volume crescente de grãos, o escoamento e o trans-

porte estão entre os mais caros do mundo, tirando competitividade do país diante do cenário internacional e refletindo na redução da rentabilidade do produtor. Amplamente exposto pelas federações estaduais de agricultura, lideranças ligadas ao setor e entidades de classe, o problema ecoa no governo há mais de uma década. Sem investimentos e projetos concretos que resultem na equação dos gargalos, o Brasil perde bilhões de reais todos os anos por falta de infraestrutura, seja na estocagem dos grãos ou no deslocamento da safra até os portos – mais de 80% da produção nacional é escoada por rodovias, enquanto as ferrovias estão sucateadas e os portos aguardam definições de políticas públicas e da iniciativa privada para acelerar e desburocratizar sua utilização.


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Programa prevê a destinação de R$ 5 bilhões No ano passado, diante do problema do armazenamento da safra, o Governo Federal, através do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), criou uma linha de financiamento específica para a construção de armazéns pela iniciativa privada. O programa prevê a destinação de R$ 5 bilhões, com prazo de 15 anos para pagamento e taxa de juros subsidiadas, para a construção de unidades privadas de armazenagem.

Para o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, esta iniciativa da União é fundamental para que a situação enfrentada pelo Brasil não afete a economia. “É utopia acharmos que o setor público vai resolver todos os problemas da armazenagem, através dos armazéns públicos. O que o setor público e o governo fizeram foi a questão da linha de crédito especial para a iniciativa privada”, pondera.

Armazenagem pública O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, revela que, no setor público, todas as unidades armazenadoras serão modernizadas e revitalizadas, exceto as que estão localizadas em regiões urbanas, como a de Sinop, em Mato Grosso, por exemplo. “Além disso, a Conab vai construir 10 novos armazéns públicos, incluindo um no Rio Grande do Sul, no município de Estrela”, antecipa Santos, citando que a capacidade instalada nos armazéns públicos do país, atualmente, é de 2,4 milhões de toneladas. “Com a expansão, devemos ampliar em 750 mil toneladas”. Santos admite que o país enfrenta graves problemas de armazenagem, que dificilmente serão resolvidos em

2014. “Se em cinco anos nós investirmos R$ 5 bilhões em armazéns, por meio dessa linha de crédito do governo, nós vamos resolver os problemas do déficit em armazenagem. Agora, é impossível só o Governo resolver esta questão”, justifica, argumentando que o déficit cresce a cada ano, acompanhando o ritmo do aumento da produtividade agrícola. “Não dá para o governo ficar entrando numa situação que pode ser resolvida pela própria iniciativa privada, através de uma política de armazenagem que é a concessão de crédito”. Em sua opinião, o governo deve atentar para os estoques públicos, na manutenção dos armazéns e na melhoria das condições das estruturas públicas de estocagem. “Não dá para nós resolvermos o problema dos estoques privados”, defende Santos.


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Porto de Rio Grande registra o maior crescimento no embarque de soja no país

A exportação pelo porto gaúcho em 2013 teve um aumento de 30,21% em relação a 2012. Já a importação cresceu 9,26% em relação ao ano anterior. Conforme o superintendente do Porto, Dirceu Lopes, a perspectiva para 2014 é atingir 34 milhões de toneladas movimentadas. As exportações brasileiras de soja atingiram 42,7 milhões de toneladas em 2013, valor 32% maior que em 2012. Desse total, 19% saíram do Porto de Rio Grande (8,206 milhões de toneladas) que foi o segundo maior em volume embarcado, ficando atrás apenas do Porto de Santos e superando Paranaguá em 6%. O Porto de Rio Grande, entre os principais portos de embarque de soja, foi o que mais cresceu entre 2008 e 2013, tendo crescido 145% em 6 anos. Paranaguá cresceu 58% e Santos 80%.

Podemos ser o porto mais eficiente do país. A perspectiva para 2014 é atingir 34 milhões de toneladas movimentadas” – Dirceu Lopes, superintendente do Porto de Rio Grande

Em doláres, o Porto de Rio Grande embarcou de soja o equivalente a US$ 4,4 bilhões, ou mais de R$ 10 bilhões, US$ 500 milhões a mais do que Paranaguá ou R$ 1,2 bilhões a mais.O crescimento entre 20082013 em dólares no Porto de Rio Grande foi de 186%. De acordo com o superintendente do Porto, Dirceu Lopes, é importante salientar que a área de atuação do porto constitui-se, principalmente, no Rio Grande do Sul. “A performance do porto tem relação com a produtividade do Estado. Por isso, ele é importantíssimo no conceito de desenvolvimento socioeconômico do RS. O Porto do Rio Grande está geograficamente em Rio Grande, mas é de todos os gaúchos”, afirmou. Segundo ele, atualmente, o porto tem 1.436 clientes entre pequenas, médias e grandes empresas.


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Port of Rio Grande recorded the highest growth in shipments of soybeans in the country

Drive data

The export at the Gaucho port in 2013 increased by 30.21% compared to 2012 . And the imports already grew 9.26 % over the previous year. For the superintendent of the Port , Dirceu Lopes , the outlook for 2014 is to reach 34 million tons moved . Brazilian soybean exports reached 42.7 million tons in 2013 , a figure 32 % higher than in 2012. Of this total , 19 % left the Port of Rio Grande ( 8.206 million tons ) which was the second largest in volume shipped , behind only the Port of Santos and Paranaguá exceeding 6 % . The Port of Rio Grande , between the main ports of embarkation, soybean was the highest growth between 2008 and 2013 , growing by 145 % in 6 years . Paranaguá and Santos grew by 58 % to 80% . In dollars , the Port of Rio Grande soy boarded the equivalent of $ 4.4 billion , or more than U.S. $ 10 billion , $ 500 million more than Paranaguá or R $ 1.2 billion more . The growth during 2008-2013 in dollars at the Port of Rio Grande was 186 % . According to the superintendent of the Port , Dirceu Lopes it is important to note that the area of operation of the port is mainly in Rio

Grande do Sul “ The performance of the port is related to the productivity of the state. Consequently, that’s why the port is so important in the socio-economic development of RS. Porto Rio Grande is geographically in Rio Grande , but it belongs to all gauchos, “he said . According to him , currently , the port has 1,436 customers , including small, medium and and large businesses .

The total movement of 2013 closed at 33,245,982 tons . In 2012 , the port handled 27,744,976 tonnes recorded . Of this total , considering the type of shipping , cabotage 2,953,276 tons , 25,791,566 tons a long course and 4,456,561 tons through inland waterways and 44,579 tons in transit were recorded . In handling by cargo segment , the highest percentage is solid bulk ( 21,489,972 tons) , an increase of 27.05% . Regarding general cargo handling was 7,210,809 tons , an increase of 1.58 % and movement of bulk liquid was 4,545,199 ( +21.79 % ) . Among the main export volumes in 2013 are soybeans ( +132.47 % ) , soybean meal (+0.33%), corn ( +1245.27 % ) , wood chips ( -8.81 % ) and wheat ( -60.33 %). The major export destinations last year were China, South Korea, Japan, Spain and the United States. Among the main volumes imported by gaucho port are potassium chloride ( +20.49 % ) , urea (6.9% ) , natural calcium phosphate ( -1.96 % ) , monoammonium phosphate ( +34.40 % ) and wheat ( +45.69 %). And the main sources of imports were Morocco, United States, China, Argentina and Qatar .


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Dados da movimentação A movimentação total de 2013 fechou em 33.245.982 toneladas. Em 2012, o porto registrou 27.744.976 toneladas movimentadas. Deste total, tendo em vista o tipo de navegação, foram registrados 2.953.276 toneladas por cabotagem, 25.791.566 de toneladas por longo curso e 4.456.561 toneladas através de navegação interior e 44.579 toneladas em trânsito. Na movimentação por segmento de carga, o maior percentual é de granel sólido (21.489.972 ton), com crescimento de 27,05%. Em relação à carga geral, a movimentação foi de 7.210.809 toneladas, um crescimento de 1,58% e a movimentação de Granel líquido

foi de 4.545.199 (+21,79%). A exportação pelo porto gaúcho teve um aumento de 30,21% em relação a 2012. Já a importação cresceu 9,26% em relação ao ano anterior. Conforme Lopes, a perspectiva para 2014 é atingir 34 milhões de toneladas movimentadas. “Rio Grande através do seu porto tem relação com todos os municípios do RS. Este recorde é uma construção coletiva de muitos atores. Através dos investimentos dos governos federal e estadual em infraestrutura, temos capacidade para crescer ainda mais neste ano. Podemos ser o porto mais eficiente do país”, avaliou o superintendente.

EXPORTAÇÕES DE SOJA BRASILEIRA POR PORTOS (em US$ )

(Fonte Conab)

Entre os principais volumes exportados em 2013, estão soja em grão (+132,47%), farelo de soja (+0,33%), milho (+1245,27%), cavacos de madeira (-8,81%) e trigo (-60,33%). Já os principais destinos da exportação no último ano foram China, Coreia do Sul, Japão, Espanha e Estados Unidos. Entre os principais volumes importados pelo porto gaúcho estão, cloreto de potássio (+20,49%), ureia (+6,9%), fosfato de cálcio natural (-1,96%), fosfato monoamonico (+34,40%) e trigo (+45,69%). E as principais origens da importação foram Marrocos, Estados Unidos, China, Argentina e Qatar.


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Infraestrutura: o desafio maior do Brasil O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Rubens Augusto Miranda diz que o desafio brasileiro em 2014 é o mesmo de anos anteriores. “A questão é a infraestrutura. Nesse sentido, apesar de termos nos desdobrado para escoar as grandes safras recentes, carecemos de quase tudo. As condições de transporte são muito precárias

e também falta infraestrutura portuária para as nossas exportações”, defende, acrescentando que falta também infraestrutura de armazenagem em regiões de fronteira agrícola no Centro-Oeste e Norte do país. “O último Plano Safra teve um avanço nesse ponto, pois o governo disponibilizou R$ 25 bilhões em créditos para

a construção de novos armazéns, com condições favoráveis, 3,5% a.a. para pagamento em até 15 anos. Entretanto, o governo precisa ser mais ativo nas soluções dos problemas de infraestrutura do agronegócio, cujo ônus vem sendo bancado pelas grandes cooperativas, traders e associações como a Aprosoja”.

“ The Brazilian challenge in 2014 is the same as previous years : infrastructure,” says Embrapa researcher Even with good prospects for the sector , a researcher at Embrapa Maize and Sorghum believes that there are factors that can interfere with the 2014 scenario, with a new large harvest in the United States.” However, the main concern should be an eventual collapse of our transportation logistics and storage ,” says Rubens Augusto Miranda To design a scenario for 2014 facing market fluctuations and productive makes any perspective to be changed from week to week . Therefore , the researcher at Embrapa Maize and Sorghum, Rubens Augusto Miranda says

that “ optimism is something very relative when we think of agribusiness , because a large harvest is no guarantee of big profits .” However, Miranda believes that for the 2013/14 season, the expectation is that the production of grain borders the home of 200 million tons, an increase of almost 10 % in soybean production and a slight reduction in corn, historically the second largest production. “ Now , this optimism for how the production will reflect in the pocket of the producer that will need to await the outcome of the crop in the U.S. and how they will behave the Asian markets in terms of demand , in terms of our commodities” he adds .


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Competividade é a palavra chave de 2014 A palavra chave de 2014 deve ser competitividade. Isolada, ela pode parecer imprecisa, mas quando posta em um contexto social e econômico de desenvolvimento, reveste-se de tamanha importância que analistas a apontam como o ideal a ser perseguido. Para o presidente da Associação Brasileira de Transportes Internacionais (ABTI), José Carlos Becker, é por competitividade que os empresários do setor de transportes investem em novos veículos e na capacitação de seus profissionais, embo-

Não adianta nós, empresários, fazermos a nossa parte se o governo não investir em logística. Nós precisamos que todos os modais recebam investimentos e reforços, porque isso diminuiria o custo do frete.

ra estas sejam apenas duas variáveis que, em sua opinião, devem ser levadas em consideração. “Não adianta nós, empresários, fazermos a nossa parte se o governo não investir em logística. E quando falamos em logística não estamos nos referindo apenas às rodovias. Nós precisamos que todos os modais recebam investimentos e reforços, porque isso diminuiria o custo do frete e nos traria, então, mais competitividade diante de outros países”, argumenta Becker.

Para o presidente da ABTI, o Brasil vive um bom momento econômico, mas precisa enfrentar antigos problemas para que o crescimento não seja interrompido


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Competitiveness is the key word of 2014 The keyword of 2014 must be competitiveness . Isolated, it may seem inaccurate , but when placed in a social context and time of economic development , it coats itself with such importance that analysts indicate as the ideal to be pursued. To the president of the Brazilian Association of International Transport ( ABTI ) , José Carlos Becker ,it is for competitiveness that the businessman of the transportation sector invest in new vehicles and in

capacity of their employees, although these are only two variables that , in his opinion , should be taken into consideration. “ It’s no use to us, entrepreneurs , to do our part if the government does not invest in logistics. And when we talk about logistics we are not referring only to highways . We need all kinds of investments and receive reinforcements , because this would reduce the cost of shipping and then bring in more competitiveness against

other countries, “ argues Becker. The president of the Association - which represents more than 300 companies that are specialized in transportation of goods - Brazil is experiencing a time of contrasts and contradictions that may affect economic growth , curb new investments in 2014 and finishing without solving old problems for decades interrupt Brazilian ascendance in growth . “ It turns out that investments in logistics do not happen overnight . It takes planning . And that is almost neverperceptible . The ABTI represents 300 companies that carry all kinds of products , all over the country and also for Mercosul and the difficulties we face are always the same : crowded ports , roads in poor condition in traffic , insecurity on the highways , finally , a series of issues that raise the cost of shipping and prevent us from increasing profitability , “says Becker.

Maior custo Para o presidente da trafegabilidade, inAssociação – que re- Dados do Instituto de Pesquisa Econô- segurança nas rodopresenta mais de 300 mica Aplicada (Ipea) apontam que o cus- vias, enfim, uma séempresas de trans- to logístico no Brasil chega a 6,7% do rie de questões que Produto Interno Bruto (PIB). Para uma porte profissional de comparação, nos Estados Unidos, por elevam o custo do mercadorias – o Brasil exemplo, o valor fica em aproximada- transporte e nos imvive um momento de mente 4%. Em contrapartida, o investi- pedem de aumentar contrastes e antagonis- mento feito no sistema de transportes no a rentabilidade”, mos que podem afetar país é de aproximadamente 0,6% do PIB, aponta Becker. Reenquanto nos EUA chega a 7,7%. Seguno crescimento da eco- do o IPEA, para dar resposta à demanda centemente, durannomia, frear novos in- o Brasil deveria multiplicar por cinco te o congresso da vestimentos e encerrar os investimentos feitos atualmenteem Associação Brasi2014 sem a resolução rodovias, portos, aeroportos e ferrovias. leira de Transporte de antigos problemas O Brasil tem aplicado, em média, R$ 25 Logística e Carga bilhões anuais nesta área. que, há décadas, in(ABTC),promovido terrompem a ascenpela Confederação empresas que transportam dência brasileira. “Ocorre todos os tipos de produtos, Nacional dos Transportes que os investimentos em por todo o país e também (CNT), foi divulgado o logística não acontecem para o Mercosul e as difi- relatório do Fórum Econôde uma hora para outra. É culdades que enfrentamos mico Mundial apontando preciso planejamento. E são sempre as mesmas: que o Brasil perdeu oito isso quase não se percebe. portos lotados, estradas posições no ranking de A ABTI representa 300 em péssimas condições de competitividade interna-

cional. Segundo o documento, o país caiu do 48º para o 56º lugar no índice global. Por trás da piora, um dos fatores é a má qualidade da infraestrutura. Neste quesito, o país ficou em 114º lugar e a deficiência foi apontada como principal problema para se fazer negócios no Brasil. E quando o assunto é transportes, a colocação piora ainda mais: em qualidade de rodovias o país alcançou a 120ª posição; de portos a 131ª; de aeroportos a 123ª e de ferrovias a 103ª colocação. O estudo avalia 148 economias com base em dados de 5,6 mil organizações internacionais.


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A ONU declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar, reconhecendo a contribuição do setor no abastecimento e produção de alimentos

2014: o ano da Agricultura A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o ano de 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Isto representa o reconhecimento à contribuição da agricultura familiar para a segurança alimentar e nutricional, bem como para a erradicação da pobreza no mundo. Por outro lado, representa também um importante sinal da importância estratégica que o segmento da agricultura familiar representa no abastecimento de produtos consumidos pela população. O objetivo da entidade, com o ano comemorativo, é reposicionar a agricultura familiar no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais. Além disso, a ONU quer aumentar a visibilidade do papel do segmento na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutricional, melhora dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambien-

Familiar

te e no desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais. Segundo chefe da Assessoria Internacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Caio França, no Brasil, o Governo Federal realizará um conjunto de atividades previstas para celebrar o AIAF, ampliando a visibilidade da agricultura familiar e a sua contribuição para o desenvolvimento econômico do País. “É uma oportunidade para ampliar esse reconhecimento da contribuição da agricultura familiar e é assim que ela está sendo percebida. No caso brasileiro, é o momento de expor a importância que o segmento tem para a alimentação saudável”, afirma.Os eventos serão formulados e promovidos pelo Comitê Brasileiro para o Ano Internacional da Agricultura Familiar. O grupo é composto por 18 órgãos ou entidades públicas – entre eles, 12 ministérios – e representantes da sociedade civil.

Agricultura Familiar no Brasil - 4.367.902 estabelecimentos: 84% do total - 24% da área total - 12,3 milhões de pessoas


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PROGRAMAÇÃO No Estado, está sendo planejada a realização de uma série de atividades comemorativas ao marco, com uma programação intensa de eventos e ações que incluem: Seminário da Juventude Rural e Agricultura Familiar, encontros regionalizados para debater a agricultura familiar e as diferentes realidades e o perfil produtivo de cada região, a Semana dos Alimentos Orgânicos, Mostra de máquinas, equipamentos e inventos para a agricultura familiar, Semana Mundial do Meio Ambiente, Feira da Copa (orgânica), Pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer e Semana da Alimentação do RS.

Composta por três bilhões de pessoas, entre produtores, camponeses e indígenas, a agricultura familiar é responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos no mundo.No Brasil não é diferente. A agricultura familiar é responsável pela maioria dos produtos que chegam à mesa da população.

2014 : Year of Family

Farming The UN has declared that 2014 is the International Year of Family Farming , recognizing the contribution of the sector in supply and food production The United Nations ( UN) established the year 2014 as the International Year of Family Farming. This represents the recognition of the contribution of family agriculture for food and nutrition security as well as to eradicate poverty in the world . On the other hand ,it is also an important sign of the strategic importance that the segment of family farming is in the products

consumed by the population supply. The objective of the entity , with the commemorative year is to reposition the family farm in the center of agricultural , environmental and social policies on national agendas . Moreover , the UN wants to increase the visibility of the role of the segment in eradicating hunger and poverty , provision of food and nutrition security , improved livelihoods , natural resource management , environmental protection and sustainable development , particularly in areas rural .


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Criada em 2011, a SDR foi incumbida de dar suporte e atuar na promoção da agricultura familiar. O setor ganhou maior visibilidade e recebeu incentivos por meio de programas governamentais que fortalecem, principalmente, os pequenos agricultores

Em quatro anos, R$1,4 bilhões DESENVOLVIMENTO RURAL

A agricultura familiar tem a importância consolidada na capacidade de absorção de mão de obra e de geração de renda no campo. Ela vem também se tornando um meio eficiente de reduzir a migração do meio rural para as cidades e tem forte influência no que diz respeito à segurança alimentar e à preservação ambiental, uma vez que atua buscando

um desenvolvimento sustentável. Os números confirmam a importância desse público para o setor agrário no Rio Grande do Sul e no Brasil. Atualmente esse ramo é responsável por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) no Estado e produz 89% do leite, milho 74%, soja 58%, aves 74%, suínos 71%, bovinos de corte 38% e fumo 97%.

Secretaria Visando manter e fortalecer a importância social e econômica da agricultura familiar, é que a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), foi criada em 2011. O objetivo do órgão estadual é formular, coordenar e executar políticas e diretrizes de desenvolvimento rural, com ações dirigidas à agricultura familiar, assentados da Reforma Agrária, pescadores, comunidades indígenas e quilombolas, agroindústrias familiares e cooperativas rurais e urbanas. Nesses três anos, a Secretaria já investiu R$ 900 milhões, sendo que, até o final de 2014, os recur-

sos devem ultrapassar o montante de R$ 1,4 bilhões, somente com valores do orçamento do Governo do Estado. O trabalho se concentra no desenvolvimento do meio rural através da elevação da qualidade de vida, a soberania alimentar, a produção de alimentos saudáveis, a viabilização do trabalho no meio rural, auxiliando, por meio de políticas, a estruturação de novas cadeias produtivas, incentivando os agricultores para que, além de produzir matéria prima, gradativamente assumam todo o processo de produção, agregação de valor e comercialização.

A agricultura familiar no Estado

Leite: 89% Milho: 74% Soja: 58% Aves: 74%

Suínos: 71% Bovinos de corte: 38% Fumo: 97%


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Crédito aos agricultores familiares continua em alta em 2014 A agricultura familiar é uma categoria relativamente recente no Brasil, surgiu no final dos anos 90 com a criação do Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar (Pronaf) e depois com o Ministério do Desenvolvimento Agrário que trata especificamente deste público. Do ponto de vista normativo, o conceito de enquadramento tem regras bem claras e definidas para fins de enquadramento de público e abrange conceitos com relação a tamanho de área, renda, utilização prioritária da mão de obra familiar com no máximo dois empregados temporários, residência no imóvel ou aglomerado urbano próximo do imóvel rural. Todas essas regras acabam por definir o que é agricultura familiar, por meio de um conceito que envolve, além do agricultor mais consolidado e clássico, também abrange assentados de reforma agrária, quilombolas, indígenas, pescadores e pecuarista familiares. A partir dessa definição foram surgindo políticas

públicas específicas para esse público, viabilizadas principalmente através do Pronaf. Conforme o diretor técnico da Emater/ RS Ascar, GervásioPaulus, essas politicas são voltadas para o crédito de custeio de produção, investimentos e comercialização como é caso do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), para incentivar e dar apoio à agricultura familiar. “O último trabalho estatístico produzido pelo MDA, com base nos dados do último censo do IBGE revela que no Rio Grande do Sul, praticamente metade do PIB é proveniente do setor primário, setor agropecuário e destes, 29% são oriundos da agricultura familiar, ou seja, mais da metade do PIB agropecuário gaúcho vem da agricultura familiar”, pontua ele, considerando que, dessa forma, a agricultura familiar assume um peso econômico bastante relevante e importante no Brasil e, particularmente, no Rio Grande do Sul.

Nos sete primeiros meses do ano agrícola da safra 2013/2014 foram realizados 1,2 milhão de contratos pelo Pronaf e o total de recursos emprestados para agricultores familiares foi de R$ 13,7 bilhões. Esses números significam que entre julho de 2013 e janeiro de 2014 o valor ficou 12% acima do contratado no mesmo período da safra passada (2012/2013).


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Recorde CRÉDITO RURAL

Nos sete primeiros meses do ano agrícola da safra 2013/2014 foram realizados 1,2 milhão de contratos pelo Pronaf e o total de recursos emprestados para agricultores familiares foi de R$ 13,7 bilhões. Esses números significam que entre julho de 2013 e janeiro de 2014 o valor ficou 12% acima do contratado no mesmo período da safra passada (2012/2013). O total de operações de crédito é recorde para o período.“Os R$ 13,7 bilhões aplicados nos primeiros sete meses equivalem a dois terços dos R$ 21 bilhões previstos para a safra 2013/2014, o que projeta que vamos ficar muito próximo do planejado. É um bom volume de recursos e está crescendo o número de contratos, ampliada a abrangência do programa”, observa o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Valter Bianchini.“É um crédito que vai se mostrando bem distribuído entre a agricultura e a pecuária, com aproximadamente R$ 8 bilhões na agricultura e R$ 5,8 bilhões na pecuária”, acrescenta Bianchini. Em uma análise do período, o secretário afirma: “São bons indicadores, mostram que a safra atual repete a tendência da safra anterior - de boa produção da agricultura familiar e de bons preços, numa média geral. Essa expectativa de boa renda, com uma boa perspectiva de produção, mostra que, também, os agricultores estão apostando em mais crédito para custeio e investimento na propriedade”, explica. Para ele, o aumento dos volumes de operações e do valor financiado pode ser creditado à grande adimplência dos agricultores familiares, à melhoria das ações dos agentes financeiros que operam com o

crédito rural do Pronaf, ao comportamento favorável dos preços dos produtos alimentares produzidos pelos agricultores familiares, a maior divulgação das linhas de crédito e aos mecanismos de Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) e ao Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF). Custeio e investimento Do total de contratos, 802 mil (73%) foram para operações de investimento, enquanto 472 mil (37%,) foram para custeio. Do total de R$ 13,7 bilhões contratados, R$ 7,9 bilhões foram destinados à produção agrícola. O valor financiado para a pecuária foi de R$ 5,8 bilhões.


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PRONAF:

Financiamento Rurais Concedidos no PaĂ­s

Fonte MDA


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Anater será realidade em 2014 A partir deste ano, os agricultores brasileiros vão poder contar com uma nova forma de assistência no campo. No final de 2013, a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram e a presidente Dilma Rousseff sancionou a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Em 2014, a Anater terá aproximadamente R$ 1,3 bilhão para a prestação de serviços. Sancionado pela presidente Dilma no final do ano passado, o projeto de criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) está em fase de regulamentação. A expectativa, porém, é que a nova agência de extensão rural comece a efetivamente a funcionar ao longo deste ano. A ideia é que agência seja um serviço social autônomo de direito privado, sem fins lucrativos e de interesse coletivo. a estrutura da agência será enxuta - 130 funcionários e orçamento para 2014 previsto em R$ 1,3 bilhão.Segundo o governo, um dos principais objetivos da Anater é aumentar o acesso dos produtores rurais às tecnologias e pesquisas do setor agropecuário. À nova agência caberá executar políticas nas áreas de extensão rural para aumentar a produtividade, melhorar a renda no meio rural e promover o desenvolvimento sustentável no campo. Entre as atribuições da Anater, estão o credenciamento de entidades para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural e a formação de técnicos para fazer chegar ao agricultor as tecnologias existentes, monitorar e avaliar os

resultados dessas atividades. O objetivo é garantir que um maior número de produtores tenha acesso às informações, a fim de aumentar a produtividade e renda das famílias no campo, além de ampliar o acesso da população rural às políticas públicas. Conforme o Ministro Interino do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Laudemir Muller, há uma grande expectativa com o tema da assistência técnica rural, devido ao início das atividades de implementação da Anater. “A

agência foi aprovada no ano passado e estamos em fase regulamentação, depois disso, já iniciamos a estruturação. A expectativa é que neste semestre comece a funcionar. Nossa estratégia não é de sobrepor o trabalho que os Estados fazem, mas queremos somar ao trabalho que entidades e organizações sociais já fazem e dar mais força, então vamos atuar em parceria com governos estaduais, contratando serviços e complementado o que já existe, ou seja, queremos ampliar e qualificar”, prevê.


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