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Ano 23 | Nº 266| Março 2022
Uma feira feita por pessoas e para pessoas, a Expodireto Cotrijal chega renovada em 2022 e reforçando o seu compromisso de aproximar o produtor do conhecimento, da inovação e da tecnologia e defender os interesses do campo. O Jornal Cotrijal deste mês traz as informações sobre o que é destaque nesta 22ª edição e debate os desafios e as oportunidades que envolvem a produção de alimentos, analisando o atual momento e as perspectivas futuras, além do papel da cooperativa nesse contexto.
2 Expediente Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial Rua Júlio Graeff, nº 01 Não-Me-Toque/RS - CEP: 99470-000 Fones: (54) 3332-2500 / 3191-2500 Diretoria Executiva Presidente: Nei César Manica Vice-presidente: Enio Schroeder Conselheiros de Administração Regional 1 Francisco Jorge Eckstein Marcelo André Van Riel Roveni Lúcia Doneda Regional 2 Gervásio Francisco Bins José Valdir Kappaun Mateus Tonezer Ricardo César Tomazoni Regional 3 Cristiano Ulrich Délcio Reno Beffart Jackson Berticelli Cerini Milton Antônio Marquetti Regional 4 Inézia Toso Meira Jair Paulo Kuhns Juliano Costa Regional 5 Fabiana Venzon Girlando Neiss João Caetano da Rosa Netto Regional 6 Marivaldo Maurina Regional 7 Eliandro Rigo Regional 8 Mauro João Giacobo Conselheiros Fiscais Titulares Heitor José Palharini Fabrício Zatt Eliar Winter Conselheiros Fiscais Suplentes Marcos Delmar Pasinato Leomar Bissolotti Leonardo Dal Moro Jornal Cotrijal Publicação mensal editada pela Unidade de Marketing da Cotrijal Gerente responsável Benisio Rodrigues Jornalista responsável Mariliane Elisa Cassel Textos e fotos Fernando Teixeira, Mariliane Cassel, Foto Choks e Maiquel Rosauro Projeto Gráfico Plano Comunicação Ltda. Fone: (55) 98127.9339 Impressão Tapejarense Indústria Gráfica Fone: (54) 3344.1214 Comercialização Agromídia - Desenv. de Negócios Publicitários Ltda - Fone: (11) 5092.3305, Guerreiro Agro Marketing Fones: (44) 99180.4450/3026.4457 e Prisma Produções Gráficas - Fones: (54) 3045.3489 /99233.3170
Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Opinião
Expodireto Cotrijal 2022 ainda mais importante! "Estamos preparados para receber o público observando os cuidados recomendados pela Secretaria Estadual de Saúde e temos a certeza de que todos aqueles que acessarem os portões do parque ou a Expodireto Digital, vão tirar o melhor proveito" Num momento em que a Região Sul do Brasil sofre perdas severas na produção agrícola e pecuária devido à seca, a Expodireto Cotrijal passa a ter mais visibilidade e importância, por ser polo de tecnologias e centro de discussão de temas que afetam o agronegócio. Em 2020, a Expodireto Cotrijal foi a última grande feira realizada no país. Nesses dois anos, tivemos muitos avanços em tecnologias e soluções para o campo, em todas as áreas, e tudo isso está disponível em 2022, pois voltamos com força total, com todos os espaços do parque ocupados. Expositores trazem máquinas e equipamentos que facilitam o dia a dia no campo e tornam mais eficientes os processos, tanto na produção de grãos quanto na de leite, ferramentas que auxiliam na gestão, novas cultivares e defensivos, enfim, o universo de informações, conhecimento e novidades é ilimitado na feira. Um espaço de passagem obrigatória é a Arena Agrodigital, que neste segundo ano de atividades vai mostrar e discutir as grandes novidades em tecnologia digital para o campo. É um mundo de informações que vem para agregar valor ao trabalho do produtor e gerar melhor rentabilidade. E neste ano, em que precisamos avaliar estratégias para manter a rentabilidade, torna-se ainda mais importante conhecer tudo isso e identificar o que pode contribuir para tomarmos decisões mais assertivas e nos prepararmos para os próximos desafios e as próximas safras.
Internamente, a Cotrijal também se mobiliza para acessar essas tecnologias. Nesse tempo em que o digital avança com velocidade arrebatadora, é papel da cooperativa filtrar e levar para o produtor o que realmente vai trazer rentabilidade para dentro das propriedades. Por isso, recomendamos aos nossos produtores incluírem no seu roteiro de visitas à feira deste ano os nossos estandes da Produção Vegetal e da Produção Animal/Cotrijal Lojas. A feira deste ano também será grande palco de reivindicações para os governos. Precisamos de um olhar diferenciado sobre a Região Sul do Brasil para enfrentarmos a quebra de produção. Temos a convicção de que, unindo forças, a exemplo do que aconteceu em anos anteriores, conseguiremos o amparo necessário das autoridades. Uma novidade importante neste ano é a Expodireto Digital. Entendemos que a visita presencial é insubstituível, mas para quem não pode estar presente no parque, a plataforma virtual vem para ampliar a possibilidade de participação e queremos dar ainda mais visibilidade à feira. Através da Expodireto Digital, o visitante poderá fazer um tour virtual pelo parque, contatar os expositores que aderiram à novidade, acompanhar toda a programação de fóruns, eventos e palestras da feira, além acessar conteúdo institucional sobre a Cotrijal e os produtos e serviços que ela leva ao produtor.
Estamos preparados para receber o público observando os cuidados recomendados pela Secretaria Estadual de Saúde e temos a certeza de que todos aqueles que acessarem os portões do parque, de 7 a 11 de março, ou a Expodireto Digital, vão tirar o melhor proveito. Uma excelente Expodireto Cotrijal a todos! Nei César Manica Presidente da Cotrijal
Espaço do Leitor "O retorno da Expodireto Cotrijal mostra uma normalidade das coisas. Isso era necessário, todos estávamos precisando e temos que aproveitar essa oportunidade", disse o associado da Cotrijal Rafael Tauffer, de Bela Vista, interior de Passo Fundo. O produtor já está organizando sua agenda para que consiga prestigiar a feira e ainda iniciar os trabalhos de colheita da soja em sua propriedade. Foto registrada na feira de 2020.
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Jornal COTRIJAL
Em 98 hectares, feira reúne tecnologias, inovação e conhecimento para todas as áreas do agronegócio e traz como novidade a Expodireto Digital
Expodireto Cotrijal 2022: a feira da retomada Uma feira feita por pessoas e para pessoas, a Expodireto Cotrijal chega renovada em 2022 e reforçando o seu compromisso de aproximar o produtor do conhecimento, da inovação e da tecnologia
O
ano de 2022 começou desafiador para os produtores brasileiros, especialmente os gaúchos, e torna a 22ª Expodireto Cotrijal ainda mais relevante. Uma das maiores feiras do agronegócio internacional, focada em conhecimento, inovação e tecnologia, ela contribui de forma decisiva para o desenvolvimento do agronegócio como um todo. É também importante palco de debates de assuntos que envolvem o setor. Ao longo de sua história, foi decisiva para solução de problemas enfrentados pelo campo. Neste ano, já tem uma pauta definida: a estiagem
que atinge a região sul do Brasil. O tema já foi amplamente debatido durante o lançamento da feira, em Porto Alegre, no dia 7 de fevereiro, que contou com a presença de lideranças do setor, que entendem a situação. O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, está otimista. “Teremos uma exposição que vai reviver os grandes momentos do agro, com muita inovação, em todas as áreas. É nos tempos difíceis que o produtor mostra o seu brio e será na Expodireto que traremos oportunidades, alternativas e soluções para esse produtor. Juntos faremos uma grande feira”, comenta. Ele reforça que neste ano a Expodireto Cotrijal terá papel fundamental na busca por soluções envolvendo o armazenamento de água, a criação de açudes e a melhoria na condição do solo, além de medidas emergenciais para auxiliar o setor a enfrentar a crise provocada pela seca, que afeta a economia como um todo. Para o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, a feira também tem o papel de renovar o ânimo do produtor. “Os dois últimos anos foram de dificuldades, por conta da pandemia e agora por essa quebra de safra que vamos ainda enfrentar. Temos conversado com muitos produtores e todos relatam que poder estar novamente na Expodireto Cotrijal revigora forças”, destaca
Nei César Manica: Expodireto mostra a força do campo
Enio Schroeder: feira para renovar o ânimo
ele, lembrando que o slogan da campanha da feira deste ano - “Somos a força que move o agro” - traz um apelo focado na esperança e no conhecimento.
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Março de 2022
Bem-vindos à Expodireto Digital! A Expodireto Cotrijal conquistou o seu espaço em duas décadas de história e se consolidou no cenário das grandes feiras do agro internacional. Para a edição de 2022, traz como grande novidade a Expodireto Digital, que amplia as fronteiras da feira e traz oportunidade para os expositores mostrarem para o mundo as suas novidades. De 7 a 11 de março, o público pode visitar o parque de exposições, em Não-Me-Toque, e também conferir a Expodireto Digital, no endereço www.expodiretodigital.com.br. A inovação segue uma tendência mundial. Com a facilidade de acesso à internet via dispo-
sitivos variados, todos poderão participar da feira, independentemente do local em que estejam. A ideia foi reproduzir em ambiente virtual o parque de exposições, contando com as atrações principais da feira e seus setores, e fomentando ainda mais a difusão do conhecimento e a geração de negócios para além fronteiras. Na área de expositores e na Arena Agrodigital, é possível conferir a novidades trazidas para a feira e interagir com os vendedores e repre-sentantes das empresas. São mais de 50 expositores participando neste primeiro ano da Expodireto Digital.
Escaneie o QR Code e acesse a Expodireto Digital
Ambientes da plataforma virtual Expositores Arena Agrodigital Auditório Central Auditório da Produção
Programação presencial e online A programação dos auditórios central e da produção também estará acessível através da Expodireto Digital. É a primeira vez que ocorrerá a transmissão online integral de toda a programação oficial. Serão cinco salas de transmissão, incluindo os auditórios e a Arena Agrodigital, para que o visitante possa optar o que vai assistir.
O 32º Fórum Nacional da Soja é o único evento da feira com acesso apenas para quem adquiriu ingresso. Todas as demais programação têm acesso gratuito tanto de forma presencial quanto através da Expodireto Digital. (Veja a programação nas páginas 24 e 25).
A primeira semeadora a gente nunca esquece,
Associado da Cotrijal de Vista Alegre (Colorado), Valdecir Moreira é um verdadeiro apaixonado pela Expodireto. Ele recorda que vibrou com a primeira edição. “Uma feira dessas perto da nossa casa era algo especial”, revela o produtor. Sua melhor lembrança da feira é de 2009, quando adquiriu a primeira semeadora. “Fechamos o negócio lá mesmo, foi uma grande realização”, explica Moreira.
Espaço institucional da Cotrijal OUÇA O PODCAST A série de entrevistas “A minha Expodireto favorita” conta com a participação de pessoas que possuem boas histórias, recordações marcantes das edições anteriores da feira. Os episódios da série estão publicados no canal da feira no Soundcloud e também no Agrocast Cotrijal no Spotify.
A primeira ordenhadeira,
com Valdecir Moreira
com Hiomar Neuberger
Para 2022, o produtor revela que o objetivo principal é participar, conhecer as novas tecnologias, voltar ao parque e levar a família. “Investimentos para este ano são difíceis, a estiagem nos deixa preocupados e com os pés no chão para uma nova compra. A feira irá nos mostrar oportunidades futuras, por isso que é importante participar”, revela. O local favorito de Valdecir e sua família no parque é a Casa da Família Cotrijal. Localizada no centro do parque, próximo às bandeiras, é um tradicional ponto de encontro dos associados da cooperativa. “Lá encontramos os amigos, falamos sobre a safra e, é claro, sobre os destaques da feira.
Para quem estava com saudades da Expodireto Cotrijal, o melhor é recordar grandes momentos. O produtor e associado da Cotrijal, Hiomar Adailton Neuberger, de Coqueiros do Sul, destaca a sua feira favorita. Ela aconteceu em 2009, e o fato marcante foi a aquisição da primeira ordenhadeira da família. “Nos preparamos para aquela aquisição e foi muito importante para os nossos negócios”, conta. “Começamos pequenos e graças à cooperativa e também com as novidades apresentadas nas edições da feira, conseguimos evoluir na atividade”, explica Hiomar. Em 2011, a família aproveitou a feira para a aquisição de um resfriador. “Para este ano já estamos com a agenda preparada, devido ao nosso trabalho com o leite não conseguimos ir todos juntos, mas já estamos organizados”, explica Hiomar, que não descartou a possibilidade de novas aquisições na feira deste ano.
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Agricultura
Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Como se preparar para Saldo positivo as próximas safras? na Cotrijal Emater / Divulgação
É possível produzir mais, com sustentabilidade econômica e ambiental? Em uma época marcada pela estiagem, o Jornal Cotrijal analisa o que é preciso fazer para mitigar as consequências de um novo período de seca, propõe uma reflexão sobre o sistema plantio direto e reflete sobre os benefícios da era digital
A
chuva não veio e o ciclo 2021-2022 será lembrado como o ano da grande seca. As estimativas iniciais apontam um prejuízo bilionário para o Rio Grande do Sul, sobretudo, nas culturas de soja e milho. O cenário é desafiador, mas não representa um ponto final. Em ano de vaca magra é preciso reavaliar todo o sistema de produção e buscar amenizar os efeitos quando uma nova estiagem surgir. Conforme o engenheiro agrônomo Elmar Floss, doutor em Agronomia e especialista em Fisiologia Vegetal, Nutrição e Manejo de Culturas de Lavoura, em agosto do ano passado os institutos de meteorologia já apontavam que viria chuva abaixo da média no verão. O que ninguém esperava era a intensidade do La Niña, que em alguns locais sequer possibilitou uma janela para o plantio da soja. “Em algumas regiões tivemos mais de 60 dias sem chuvas. Mas andando um pouco pelo Estado percebe-
La Niña já provocou grandes perdas na agricultura gaúcha
mos que a situação não é generalizada. Em áreas com boa estrutura de palhada a soja resistiu mais tempo. Isso, em algumas regiões, pode fazer uma diferença de 10 a 12 sacos por hectare, mesmo em um ano tão difícil como o atual”, afirma o professor, que também é diretor do Instituto de Ciências Agronômicas (Incia). Floss aponta que a grande preocupação do produtor tem que ser: o que fazer para não deixar a água que cai durante o ano escorrer e armazenar mais água no solo? O professor alega que não adianta fazer terraços. É preciso construir um perfil de solo descompactado e coberto. “Ano passado, em Passo Fundo, choveu 1.355 mm. Isso temos que aproveitar. O momento da dor é a
hora de refletir e ver o que tem que fazer diferente”, afirma. O professor explica que o produtor que fez uma boa cobertura no inverno, com uma grande palhada, consegue dissipar a energia da chuva para não provocar erosão. A técnica funciona como anteparo para diminuir a velocidade de escoamento e aumentar a infiltração de água e evita a evaporação. “Quanto melhor a estrutura física do solo, mais profundo o sistema radicular da soja e do milho, o que permite buscar água mais no fundo. Esses são os dois segredos: produzir palha e ter o solo descompactado”, explica Floss.
Produza uma lavoura melhor Divulgação
O engenheiro agrônomo deixa a seguinte sugestão de planejamento para os próximos meses e justifica o uso de algumas culturas importantes para a saúde do solo: Quando a umidade e a chuva retornarem, implantar culturas de verão, como o milheto ou capimsudão. Com as altas temperaturas, elas irão se desenvolver rapidamente. E a geada de abril, tradicional em anos de La Ninã, matará essas culturas e produzirá uma bela palhada. Essas culturas têm uma capacidade espetacular de trazer potássio lá do fundo, onde raízes chegam a 30cm a 60cm e ficam na palha. Esse potássio é liberado rapidamente. Sobre a palhada de milheto ou capim-sudão, quem vai plantar trigo, aveia ou cevada coloque um nabo e faça o plantio no fim de maio, junho ou julho nas regiões mais frias. Essas culturas econômicas vão se aproveitar dessa melhoria da estrutura física, química e biológica.
Professor Elmar Floss afirma que produtores precisam armazenar água da época que chove para ter um solo úmido quando falta chuva
Quem estiver preparando a área para milho, em agosto, e não for plantar trigo e aveia, pode consorciar o nabo com uma gramínea de inverno ou aveia preta ou centeio para depois plantar o milho.
Na área de soja é preciso fazer um consórcio - o melhor na região é com aveia preta ou centeio, nabo e uma leguminosa, de preferência, ervilhaca. O consórcio de três culturas, com diferentes sistemas radiculares, produz muito mais palha. A leguminosa junto vai trazer nitrogênio do ar para o sistema, sendo muito importante depois para quando vai plantar soja, pois o nódulo só começa a liberar nitrogênio para a planta de soja quando chega no terceiro trifólio. Da emergência ao terceiro trifólio, a soja precisa ter um arranque bom com nitrogênio dentro do solo. E ele conclui: “Produzir matéria orgânica vai baixar o custo de produção da aquisição do fertilizante químico e, por outro lado, dar adequada nutrição às culturas.”
Chame os técnicos! Uma das principais recomendações do professor Elmar Floss é não trabalhar com achismo. Chame os técnicos para avaliar a área e produzir um diagnóstico, eles vão apontar as melhores técnicas de manejo.
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Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Caminho é repensar a qualidade do sistema plantio direto
U
m momento difícil e desafiador. É assim que o engenheiro agrônomo Antônio Luis Santi, professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e doutor em Ciência do Solo - Agricultura de Precisão, define a situação atual provocada pela estiagem. O profissional vai ainda mais além, sugerindo repensar a qualidade do sistema plantio direto. Santi, que atua como coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul (Lapsul) e é diretor técnico da ConnectFARM, explica que a água é o componente que define a produtividade e sem ela a planta não consegue absorver nutrientes e muito menos expressar seu potencial produtivo. “A capacidade de água disponível (CAD) média dos solos tropicais é 50 litros/m² em 100 cm de profundidade. A evapotranspiração - perda natural de água para a atmosfera - é de 3 litros/m²/ dia, ou seja, naturalmente, sem período
Alexandre Nowicki
de estiagem, o suprimento de água é para 10 a 15 dias de consumo. Numa situação como essa que se está passando com altas temperaturas o suprimento fica ainda menor”, avalia. A pergunta chave para o professor é: como se preparar para as próximas safras? No seu entendimento, o caminho é olhar o sistema de produção como um todo, pois não se encontra respostas olhando apenas a lavoura de soja ou de milho no atual ciclo. Santi destaca que, isolando alguns casos em particular e regiões específicas, as maiores perdas estão e vão ocorrer em áreas cuja qualidade do sistema plantio direto está comprometida: baixa infiltração de água; áreas compactadas comprometendo a porosidade e a estrutura; ausência de rotação de culturas com diversidade de espécies e raízes, o que influencia negativamente nos teores de matéria orgânica e atividade biológica.
500 litros de água para cada quilo de soja A cultura do milho consome 300 litros de água para produzir cada quilo de massa seca e a cultura da soja consome 500 litros. Exemplificando, uma lavoura de soja, para produzir 50 sc/ha, necessita, em média, 30.000 litros de água por hectare/dia. “É muita água”, afirma Santi. “Não se tem essa chuva todo dia, então o caminho e a dica é armazenar no solo. Esses números mostram que não se pode ser imediatista. Não há formas mágicas para enfrentar desafios similares nas próximas safras. O caminho é repensar a qualidade do sistema plantio direto”. O professor alega que este é o momento ideal para uma reflexão sobre o sistema, seja pela estiagem ou pelo fato de o plantio direto completar 50 anos no Brasil em 2022. Santi sugere que é preciso reaprender com produtores que têm investido safra após safra na qualidade do
solo e que vão produzir acima da média dos vizinhos e da média estadual na atual safra. Entre as principais premissas do sistema (confira no quadro), Santi indica que é preciso observar o comportamento dos ambientes de produção - e identificá-los - em cada área da propriedade. “Temos identificado que mesmo com técnicas modernas da agricultura de precisão, somente o emprego de amostragem de solo e intervenções de taxa variada de corretivos e fertilizantes ou mesmo sementes, não se consegue entregas qualitativas em saúde do solo. Há necessidade de também monitorar a física e a biologia e, a partir do conjunto de dados, pensar em conjunto todas as estratégias de manejo, inclusive quais as melhores estratégias de rotação de culturas em cada área”, afirma.
Prática que revolucionou a agricultura brasileira, sistema plantio direto completa 50 anos em 2022
Decisões baseadas em dados Antônio Santi pondera que a próxima década do agronegócio vai depender da capacidade do produtor reinventar processos e tomar decisões baseadas em dados. Ele afirma estar otimista, pois há uma geração nova assumindo propriedades, cooperativas e empresas com “sede” não apenas de tecnologia, mas de fazer as coisas acontecerem. “Pensar o futuro não é uma coisa fácil, mas vislumbramos que estaremos muito mais assertivos na tomada de decisão na
Premissas básicas do plantio direto
Antônio Santi: tempo de olhar para o solo
Correção da acidez do solo e da fertilidade, preferencialmente em taxa variada; Investir em produção de palha incluindo diferentes espécies, principalmente, com sistemas radiculares diferentes e que forneçam nitrogênio ao sistema; Implantar o uso de rotação e consórcio de culturas, banindo o uso de grade niveladora e o vazio outono/inverno; Ser persistente, insistir, aprimorar, estudar, reinventar-se.
fertilidade do solo, na escolha de cultivares, no manejo fitossanitário e em sistemas de rotação. A questão do sequestro de carbono e créditos não será mais uma utopia e sim algo palpável e realidade dentro das propriedades”, afirma. Santi avalia que, talvez, não se ganhe diretamente em créditos de carbono, mas se chegará à “soja carbono zero” e “milho carbono zero”. Para saber mais sobre o mercado de crédito de carbono, leia matéria na Página 9.
Não acredite em milagres! O professor Antônio Santi tem uma dica de ouro para osprodutores:“muitocuidadocomprodutosousoluções milagrosas neste momento”. De acordo com o profissional, melhorar a qualidade do solo aumentando o teor de matéria orgânica e armazenamento de água são frutos de um trabalho minucioso e muito capricho, e não de técnicas agronômicas isoladas e pontuais.
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É preciso extrair todo o potencial do maquinário agrícola Divulgação
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odo produtor sabe que investir em maquinário é essencial para o sucesso da lavoura, pois garante que as operações sejam feitas na hora certa e com a devida qualidade. Porém, não adianta possuir tecnologia de ponta e não retirar dela o máximo proveito. O professor Antônio Santi, da UFSM, alega que, além da inteligência embarcada em máquinas, a atenção do produtor deverá estar voltada para a saúde do solo. “Comprovadamente, os produtores que mais investiram em qualidade do solo têm obtido produtividades maiores e mais estáveis. Continuo apostando que esse é o caminho mais assertivo e racional”, argumenta. O gerente de pesquisas da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), Geomar Corassa, aponta que as máquinas representam boa parte do custo de produção e contribuem para uma produtividade mais elevada. Ele projeta, por exemplo, que os drones vieram para ficar e que novas tecnologias devem surgir na área de plantio e agricultura de precisão. “Nesse cenário, cada vez mais deve-se buscar a otimização dos maquinários, a fim de ser usado com frequência mais elevada para diluição dos custos. A palavra-chave em relação a máquinas é otimização. É preciso evitar o maquinário ocioso, pois tem todo o custo envolvido de depreciação e resulta em penalização da lucratividade da fazenda”, afirma Corassa.
Especialistas alertam produtores a investir na otimização do maquinário. Conhecer todas as funções e potencialidade é essencial para quem busca maior produtividade
Regulagem pode “roubar” produtividade Outro passo importante do processo é a regulagem das máquinas. Uma semeadora mal calibrada pode, por exemplo, “roubar” lucratividade em todo o ciclo da cultura. O mesmo pode ocorrer na colheita. “Nesta safra, em virtude de todo o cenário de estiagem, principalmente, no quesito soja, com uma produtividade inferior e grãos com peso menor, vai exigir uma regulagem diferenciada para evitar a perda de produto”, afirma Corassa.
Geomar Corassa orienta produtores a evitarem maquinário ocioso. O objetivo é evitar a depreciação do bem
Era das tecnologias digitais Uma novidade que chegou no sistema de produção e veio para ficar é o uso de tecnologias digitais. Um exemplo é a plataforma SmartCoop, projeto desenvolvido pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do
Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), com participação direta da Cotrijal e da CCGL. Entre as funcionalidades do aplicativo, estão o acompanhamento da lavoura, monitoramento por satélite, previsão do tempo, indicadores da cadeia leiteira, gerenciamento de rebanho, saldo de produtos na cooperativa e títulos a pagar. “A SmartCoop traz uma série de funcionalidades que ajudam o produtor no seu dia a dia, todos lincados ao sistema produtivo. A ferramenta empodera todos os produtores e os coloca dentro da agricultura digital, o que antes envolvia um custo elevado”, afirma Corassa. A gestão de dados direciona para a tomada de decisão, de forma personalizada e assertiva. Acessar as ferramentas e entender o funcionamento das ferramentas digitais é o primeiro passo para revolucionar o sistema produtivo de sua propriedade.
Drones: quais suas vantagens? Liu Xiaozhong/Pixabay
O setor agropecuário brasileiro tem 1,5 mil aeronaves não tripuladas operando nas lavouras. O dado é oriundo do estudo “Drones: China, Brasil e as tendências do mercado”, do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Considerando todos os usos, um total de 80 mil aparelhos do tipo estão cadastrados junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os drones são usados na agricultura em diferentes funções, tanto para a coleta e análise de dados como para a aplicação de produtos. Antônio Santi entende que a tecnologia tem seu espaço na agricultura, principalmente, na pequena e média propriedade e em alguns processos e operações. No entanto, o professor alerta que a resolução de imagens de satélites tem melhorado expressivamente e algumas estratégias como definição de ambientes de
produção, previsibilidade de produtividade tem deixado de ser uma estratégia exclusiva de ferramentas como o drone. “Sempre que se fala numa tecnologia como o caso de drones há pontos relevantes positivos como a agilidade em processos, levantamento de dados ou mesmo intervenção em condições climáticas adversas e outras tantas vantagens. Contudo, toda tecnologia também tem seus pontos fracos. Nesse caso específico pode-se relatar a autonomia das baterias, a escalabilidade, os preços praticados comparadas a outras tecnologias, enfim, como qualquer outra tecnologia tem sua limitação e seu potencial”, afirma Santi. O professor argumenta ainda que nenhuma tecnologia é milagrosa e, sim, tem sua capacidade de ajudar a melhorar processos e tem suas limitações.
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Mercado de crédito de carbono cria oportunidade aos produtores rurais Divulgação
Regulamentação do mercado de carbono estabelecerá margens e diretrizes para compra e venda de créditos de carbono. Seu objetivo será controlar a emissão de gases do efeito estufa, buscando combater o aquecimento global e preservar o meio ambiente. Crédito de carbono poderá ser gerado de inúmeras maneiras, beneficiando tanto agricultores quanto produtores de leite.
A
criação do mercado de carbono é uma das prioridades do governo federal para 2022. O Projeto de Lei 528/2021, em tramitação na Câmara dos Deputados desde fevereiro do ano passado, institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), que vai regular a compra e venda de créditos de carbono no país. Embora ainda não tenha saído do papel, os produtores rurais podem se antecipar à legislação e, desde já, colher os frutos do processo. O crédito de carbono é um certificado que atesta e reconhece a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE), responsáveis pelo aquecimento global. Conforme a proposta, de autoria de Marcelo Ramos (PLAM), um crédito de carbono equivalerá a uma tonelada dos gases que deixarem de ser lançados na atmosfera. Os créditos de carbono estarão atrelados a projetos de redução ou remoção de gases do efeito estufa da atmosfera, que armazenados no solo trazem ganhos ambientais ao ecossistema e financeiros aos produtores rurais. O sequestro de carbono na agricultura pode se dar pela produção de biomassa, seja da parte aérea das
Objetivos do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões: I. O fomento às atividades de projetos de redução e remoção das emissões de gases de efeito (GEE); II. O incentivo econômico à conservação e proteção ambientais, assim como à realização de atividades econômicas de baixa emissão de gases de efeito estufa; III. A melhoria do ambiente e segurança do mercado de créditos de carbono no Brasil; IV. A valorização dos ativos ambientais brasileiros; V. A geração de riqueza e combate à pobreza por meio de atração de investimentos e negociações com os créditos de carbono; e VI. Redução dos custos de mitigação dos gases de efeito estufa para o conjunto da sociedade. Fonte: Projeto de Lei 528/2021
plantas, ou pela incorporação de matéria orgânica no solo, pelas raízes, e de biomassa remanescente do cultivo anterior. Ou seja, o plantio direto, poderá credenciar o produtor como vendedor de créditos de carbono. Ao usar o sistema, se reduz entre três e quatro passagens de trator pela terra, o que reduz a queima do diesel. Além disso, a manutenção da palhagem no solo contribui para mitigar o surgimento de erosão e o simples fato de não revolver o solo já diminui a emissão de carbono na superfície.
Benefícios Conforme o professor e engenheiro agrônomo Elmar Floss, o primeiro benefício que o agricultor colhe com o plantio direto é o aumento dos rendimentos, já que o sistema proporciona uma espécie de “seguro” contra a perda de pequenos veranicos. O próximo benefício será a venda dos créditos de carbono quando a lei entrar em vigor. “Quem quiser se antecipar tem que seguir essa cartilha: nunca deixar o solo descoberto. Colhe a soja e já implanta uma cultura, isso vai aumentando a matéria orgânica, que é a principal propriedade qualitativa de um solo”, afirma Floss. A Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto (Febrapdp) estima que o sistema é utilizado em 36 milhões de hectares no país, e pode sequestrar até 56 milhões de toneladas de CO².
dade nacional das transações nacionais e internacionais com créditos de carbono originados no país. Abraleite tem pressa O sequestro de carbono será quantificado (em A Associação Brasileira de Produtores de Leite toneladas de gases) e convertido em títulos, que serão (Abraleite) acompanha de perto a tramitação em negociados com governos, empresas ou pessoas físicas Brasília. A entidade já realizou três reuniões com o que têm metas obrigatórias de redução de emissão de Ministério do Meio Ambiente para tratar do tema e já GEE. esteve reunida com os ministérios da Economia e A criação do mercado de carbono está prevista na lei Agricultura, assim como está atenta aos desdobra- que instituiu a Política Nacional de Mudança do Clima mentos na Câmara dos Deputados. (Lei 12.187/09), e é uma recomendação do Protocolo “Muitos produtores já investiram, de Quioto, tratado internacional ratipor exemplo, na produção de biogás e Sequestro de ficado pelo Brasil que prevê a redução não têm ainda como fazer esta questão do carbono na da concentração de gases de efeito estufa crédito de carbono”, afirma o presidente agricultura pode no planeta. da Abraleite, Geraldo Borges. “A bovinocultura leiteira tem que, se dar pela Mercado voluntário realmente, trabalhar bastante esse produção de A proposta regulamenta os prinassunto com seus dejetos, com aquilo cipais pontos do novo mercado, como que é produzido na sua atividade. biomassa natureza jurídica, registro, certificação Segundo o IBGE, 1,7 milhão de propriedades no país e contabilização dos créditos de carbono. Também fixa produzem leite em todas as suas formas de produção. um prazo (cinco anos) para o governo regulamentar o Há um número grande que tem a necessidade de ter essa programa nacional obrigatório de compensação de lei sancionada”, avalia Borges. emissões de gases de efeito estufa. O texto prevê a criação de um mercado voluntário Desafio de créditos de carbono, que se destina à negociação com O grande desafio para o agronegócio será mensurar empresas ou governos que não possuem as metas o volume capturado do carbono retido no solo de forma obrigatórias de redução, mas desejam compensar o a ser economicamente viável. O PL 528/2021 prevê impacto ambiental das suas atividades. Eles poderão que os padrões de certificação deverão dispor de me- investir em projetos que visam reduzir as emissões de todologias, critérios e requisitos compatíveis e compa- carbono na atmosfera. ráveis com as melhores práticas internacionais. As transações no mercado voluntário serão isentas O projeto cria o Sistema Nacional de Registro de de PIS, Cofins e CSLL. Todos os projetos de redução de Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa GEE e as negociações dos créditos de carbono serão (SNRI-GEE), com o objetivo e função de efetuar o registrados por um sistema eletrônico, gerido pelo registro de projetos de redução ou remoção de GEE e Instituto Nacional de Registro de Dados Climáticos créditos de carbono. Sua função será assegurar a cre- (INRDC), órgão de natureza privada fiscalizado pelo dibilidade e segurança das transações com estes ativos, Ministério da Economia, que indicará parte da diservindo, também, como ferramenta para contabili- retoria.
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Leite Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Setor leiteiro enfrenta uma tempestade perfeita na pandemia Divulgação
Traçar o cenário atual da produção leiteira e todas as suas dificuldades é o primeiro passo para entender o futuro do setor. Confira, nesta e nas próximas páginas, uma análise aprofundada dos efeitos da estiagem e entenda o que será determinante para a atividade se reerguer. Spoiler: o futuro é promissor!
A
tempestade perfeita. É assim que alguns especialistas analisam a atual crise do setor lácteo brasileiro, marcada por margem de lucro menor, inflação generalizada que freia a demanda, taxa cambial desfavorável que encarece aquisição de insumos importados, preço dos grãos elevados para produção de ração e, para completar, uma dura estiagem que prejudica a oferta de pastagem e impacta na nutrição animal. O setor lácteo viveu dois momentos distintos na pandemia de covid-19. Em 2020, o consumo cresceu devido à liberação do Auxílio Emergencial do Governo Federal, o que elevou a demanda pelas classes D e E. O isolamento social, que forçou a população a ficar em casa
Custos alimentares das vacas vêm diminuindo as margens de lucro
para se proteger do vírus, também foi benéfico, pois provocou novos hábitos de consumo, elevando a procura para derivados como iogurte, doce de leite, queijo, leite condensado, creme de leite, entre outros. Ano passado, sem auxílio e com o retorno gradual à nova rotina, o consumo diminuiu e a inflação impediu o mercado de se manter aquecido. Porém, o aumento dos custos de produção agravou a crise.
O índice de custo de produção, calculado pela Embrapa Gado de Leite (ICPLeite) já vinha de uma elevação de 10,7% em 2020 e atingiu 30,0% em 2021, reduzindo a margem de lucro dos produtores. O que mais impactou foi a alimentação do rebanho. A produção e compra de volumosos teve um aumento de 75%, a alimentação concentrada, 26%, e o sal mineral, 53%.
Soja e milho elevam custos O pesquisador, professor e economista Paulo do Carmo Martins, que atuou como chefe-geral da Embrapa Gado de Leite entre 2014 e 2021, analisa que o preço pago pelo consumidor não seguiu a mesma tendência dos custos. O profissional ressalta que outro fator importante para o atual cenário foi a valorização das commodities, como a soja e o milho, presentes na formulação da ração concentrada do rebanho. “A soja e o milho ficaram muito caros e isso fez com que os custos ficassem elevados e o preço do leite não seguiu a mesma tendência. As margens ficaram muito apertadas e alguns produtores tiveram dificuldades em fechar o ano de 2021”,
afirma Martins. O gerente de Produção Animal da Cotrijal, Alan Issa Rahman, fez um cálculo que dá perfeita demonstração do tamanho do problema. “Uma vaca de alta produção está comendo em torno de 10 quilos de ração. Uma ração a R$ 1,50 o quilo, custa R$ 15,00 vaca/dia. Ano passado, trabalhamos com R$ 2,20 de média, o que significa R$ 22,00 vaca/dia
Economista Paulo do Carmo Martins aponta que o preço pago pelo consumidor não seguiu a mesma tendência dos custos
mais o resto da conta: silagem, pastagem, feno... No ano de 2021, os preços continuaram firmes, porém com um aumento exacerbado dos custos de produção, sobretudo, dos custos alimentares”, explica. Segundo análises da Embrapa Gado de Leite, custos mais elevados de produção e a redução de preços reais recebidos pelos produtores da ordem de 5% em
2021 impactaram negativamente as margens de lucro. Em 2020, o preço real líquido do leite pago ao produtor fechou o ano em R$ 2,44. Já em dezembro do ano passado, o valor ficou em R$ 2,13. No Rio Grande do Sul, no mês passado, o preço real médio pago ao produtor foi R$ 2,21, queda de 11,2% em comparação com janeiro de 2021. Confira na tabela.
Parâmetros para análise do mercado de leite - Médias mensais (RS/litro) jan/21
Mês anterior
jan/22
Variação Anual
Variação Mensal
Minas Gerais
R$ 2,42
R$ 2,27
R$ 2,32
-4,0%
2,1%
Paraná
R$ 2,33
R$ 2,12
R$ 2,11
-9,4%
-0,5%
Rio Grande do Sul
R$ 2,21
R$ 1,97
R$ 1,96
-11,2%
-0,5%
São Paulo
R$ 2,37
R$ 2,01
R$ 2,04
-14,0%
1,5%
Santa Catarina
R$ 2,26
R$ 1,88
R$ 1,88
-16,9%
0,0%
Goiás
R$ 2,33
R$ 2,06
R$ 1,95
-16,3%
-5,4%
Rondônia
R$ 2,02
R$ 1,68
R$ 1,59
-21,3%
-5,3%
Rio de Janeiro
R$ 2,13
R$ 2,08
R$ 2,05
-3,8%
-1,5%
Mato Grosso
R$ 1,87
R$ 1,83
R$ 1,78
-4,6%
-2,7%
Bahia
R$ 2,01
R$ 1,98
R$ 1,93
-3,9%
-2,6%
Preços Reais ao Produtor
Fonte: Conab (preços nominais); IBGE (IPCA janeiro de 2022)
Jornal COTRIJAL | Março de 2022
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Estiagem provoca maior gasto com insumos
A
expectativa para 2022 era de que o início do ano fosse marcado pela retomada no consumo de leite e seus derivados, com preços de produção se acomodando. Mas não foi o que aconteceu. Para piorar o cenário, a estiagem arrasou as pastagens. “Estamos, praticamente, com o mesmo preço do leite desde novembro,
mas custo de produção pior que 2021. Milho passando de R$ 95,00 o saco e a soja também com preço alto prejudicam a aquisição de farelo para ração. Os fertilizantes seguem com preço elevado”, afirma Alan Rahman. O gerente de Produção Animal da Cotrijal lembra ainda que os produtores de leite tiveram prejuízo no campo, com
custo de implantação, mas sem retorno de produção. “A seca piorou tudo. O investimento que o produtor fez em um hectare de milho, que era para produzir 60 toneladas, gerou entre 15 e 20 toneladas. E tem que somar também o insumo aplicado, fertilizante e a semente de qualidade que foi colocada na terra”, destaca Rahman.
Divulgação
Cadeia produtiva
Luis Otávio da Costa de Lima: falta de pastagens de qualidade impacta cadeia produtiva
O engenheiro agrônomo e supervisor da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL), Luis Otávio da Costa de Lima, comenta que a falta de pastagens de qualidade impacta diretamente na cadeia produtiva. “Tivemos duas secas importantes nos dois últimos anos, o que demanda um uso maior de insumos dentro da atividade. O produtor acaba tendo que aportar mais alimentos para os animais em razão de ter uma oferta de pastagem menor”, relata Lima. Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), os adubos e corretivos valorizaram 79,85% em 2021, seguidos pelos suplementos minerais, com alta de 32,37% no ano.
Alan Issa Rahman: custo da alimentação subiu e produtor precisa estar atento para manter rentabilidade
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Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Entenda o que vai puxar o crescimento do leite no Brasil Wolfgang Ehrecke/Pixabay
O
ano começou com cautela para o produtor de leite, mas a expectativa dos especialistas é de que o setor supere as dificuldades já nos próximos meses. Para o decorrer da década, os prognósticos são ainda mais animadores, o que inclui melhora da economia nacional, aumento do mercado interno e exportações. O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, observa uma queda na produção em razão do próprio desestímulo à classe produtora. “Essa diminuição da produção vem gerando agora, na segunda quinzena de fevereiro, perspectivas de alta de preço pago ao produtor. Ou seja, é a velha lei da oferta e da demanda. Temos observado que o leite está reagindo”, afirma. Ao mesmo tempo em que a cadeia está se ajustando, Borges relata que a qualidade do leite vem aumentando no país. No início da pandemia, entraram em vigor as Instruções Normativas 76 e 77, que tratam das etapas da produção de leite cru refrigerado, pasteurizado e do tipo A, desde o início até a qualidade final do produto. Porém, o presidente da Abraleite ressalta que ainda é preciso enfrentar problemas sanitários, custo de produção e, sobretudo, buscar a exoneração de impostos em cascata. “A Abraleite encontra dificuldade grande com o Ministério da Economia. O Ministério da Agricultura é parceiro, ouve nossas pautas, mas quando chega na Economia, nossos pedidos ficam parados e não vão para frente. Isso atrapalha muito e dificulta o crescimento da cadeia.
Crescimento da população brasileira até 2030, melhora da economia e aumento das exportações são algumas das apostas dos especialistas para o setor
Alguns ajustes precisam ser feitos para que o Brasil possa ser um grande exportador de lácteos e alcance melhor equilíbrio no mercado interno”, disse Borges.
nacional os preços são recordes. Então, vamos ter uma elevação de preço de leite no Brasil e é possível que o país exporte leite este ano, para países que dependem de produtos que não estão na esfera dos Guerra e exportações Estados Unidos e da Europa, em razão do O economista Paulo do Carmo conflito entre Rússia e Ucrânia”, avalia Martins projeta que a safrinha de milho Martins. deverá reduzir os custos da alimentação O economista lembra que Europa e dos animais, o que deve melhorar a mar- Estados Unidos não têm como aumentar Presidente da Abraleite, Geraldo Borges, gem dos produtores. Mas é o mercado a produção. A África, que teria condi- aponta que Ministério da Economia internacional que detém sua atenção. ções de crescer no setor, enfrenta proble- dificulta crescimento do setor “Eu acredito que o preço vai reagir ao mas regionais e de tecnologia (confira na longo do ano porque no mercado inter- tabela a previsão de produção mundial). Já o Brasil tem tudo a seu favor. Existe a previsão de que a população no país cresça até 2030, além de uma possível Produção mundial de leite de vaca e dos dez principais países produtores (em mil toneladas) melhora na renda do consumidor nos próximos anos. “Esses dois fenômenos 2018 2019 2020 2021 2022* Variação 2022/21 Participação 2022 vão puxar o crescimento do leite no setor”, pontua Martins. Argentina 10.837 10.640 11.445 11.900 12.100 1,7% 2,2% Brasil
23.745
24.262
24.965
24.845
25.095
1,0%
4,6%
China
30.750
32.012
34.400
34.600
35.500
2,6%
6,5%
União Europeia 142.258 143.060 145.415 145.700 146.700
0,7%
26,7%
Índia
89.800
92.000
93.800
96.000
98.000
2,1%
17,8%
México
12.368
12.650
12.750
12.850
12.980
1,0%
2,4%
Nova Zelândia 22.017
21.896
21.980
22.240
22.250
0,0%
4,1%
Rússia
30.398
31.154
32.010
32.020
32.150
0,4%
5,9%
Reino Unido
15.189
15.429
15.447
15.500
15.600
0,6%
2,8%
Estados Unidos 98.688
99.084
101.252 102.604 103.284
0,7%
18,8%
Outros
45.551
46.137
-0,3%
8,3%
1,0%
100,0%
Mundo
46.541
45.813
45.697
522.591 527.738 539.601 544.072 549.356
Fonte: Usda. Elaboração: Conab *Previsão.
Otimismo e cautela O supervisor da CCGL, Luis Otávio da Costa de Lima, também demonstra otimismo quando analisa o mercado externo. “O Brasil tem uma grande oportunidade para exportação. Os preços internacionais são atrativos, com um câmbio favorável. Devemos ter um bom ano e estamos trabalhando para isso. Há um aumento na demanda mundial e a oferta não está acompanhando”, afirma. Contudo, Lima avalia que é preciso ter cautela quanto ao mercado doméstico. O especialista lembra que o leite é um item básico e tem maior pressão e apelo da população para que não tenha seu custo elevado.
Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Para seguir firme no leite,invista no cooperativismo
P
ara atravessar a crise do setor e se manter forte no mercado, o primeiro passo é investir forte no sistema cooperativo. Em época de margens curtas, o ideal é não cortar custos, o que gera queda na média de produção e provocará menor lucratividade lá na frente. “É vital estar vinculado às cooperativas, que levam tecnologia ao produtor. A tecnologia 4.0 atrai a permanência dos filhos na atividade e torna a tomada de decisão mais precisa. Além disso, a automação já começa a ocorrer e diminui a pressão da mão de obra. Quem estiver em sintonia com os novos tempos seguirá na atividade”, relata o economista Paulo do Carmo Martins. O produtor está exposto às leis do mercado e não tem como, por exemplo, diminuir os preços de insumos. Porém, a realidade muda quando promove a gestão profissional da propriedade. O leite reage ao crescimento,
quanto mais se produz mais se reduz os custos, o que leva a comprar insumos mais baratos e a vender o leite com maior lucro. “O grande desafio para se manter na atividade é o equilíbrio: utilizar os insumos na melhor forma, no melhor momento, para que sejam convertidos em produção e elevar a eficiência como um todo. A gestão do processo é fundamental, associada a uma gestão financeira de monitoramento e controle de onde investir os recursos”, afirma o supervisor da CCGL, Luis Otávio da Costa de Lima. Outra dica é ficar atento à escala. Quantos mil litros de leite por hectare você está produzindo na sua propriedade? Pense nisso. Manter a eficiência produtiva alta significa fazer bem-feito, manter os manejos em dia e manter uma reserva financeira na crise. Lembre-se, por mais perfeita que seja a tempestade, a intempérie sempre passa.
13 A evolução da bacia leiteira, com Wilson Weber
Presente em todas as feiras, o colaborador e técnico agrícola da Cotrijal, VilsonWeber,apresenta a sua Expodireto favorita: 2020, quando a área de Produção Animal da cooperativa trouxe para a feira a história da bacia leiteira na área de ação da Cotrijal. “Foi muito gratificante. Com 36 anos na cooperativa, pude acompanhar toda essa evolução. E trazer esse tema para a Escaneie o Qr Code e feira foi especial”, conta Weber. ouça os comentários O colaborador também traz recordações das primeiras de Vilson Weber sobre edições da feira, do envolvimento com a exposição de a exposição de novilhas para a feira novilhas e faz uma referência aos produtores da região. “O de 2022 e quais serão produtor leiteiro evoluiu muito, está mais profissional, com as demais atrações do foco na gestão e no bem-estar animal. Exemplos que ele espaço para esta edição da Expodireto. acompanha nas edições da feira”, explica.
Fique atento à escala Quantos litros de leite por hectare sua propriedade produz? Pense nisso. Manter a eficiência produtiva alta significa fazer bem-feito, manter os manejos em dia e manter uma reserva financeira na crise. Lembre-se, por mais perfeita que seja a tempestade, a intempérie sempre passa.
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Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Supercampo: condições especiais para a feira
A
Supercampo, plataforma de comércio virtual lançada em 2020 por 12 cooperativas agropecuárias brasileiras, em uma ação inédita de intercooperação digital, vai estar na Expodireto Cotrijal 2022. A equipe vai divulgar as facilidades da plataforma e também campanha com condições especiais na feira para frete e desconto em produtos selecionados. Ainda haverá pontos onde associados e colaboradores das cooperativas poderão fazer o cadastro na plataforma. E na Arena Agrodigital, no dia 9 de março, das 14 às 15 horas, o head Comercial da Supercampo, Diego Zardo, ministrará palestra sobre o marketplace. Além de presencial, com acesso gratuito, a palestra será transmitida através da Expodireto Digital. A Supercampo é um marketplace que foi criado para auxiliar as cooperativas a se digitalizarem e possibilitarem aos seus cooperados e colaboradores segurança e comodidade na hora fazer compras online. Já reúne mais de 110 mil produtos e 400 lojistas voltados ao segmento do agronegócio. Com perfil 100% cooperativista, visa atender as principais deman-
Divulgação
A plataforma + de 400 lojistas ativos na plataforma + 110 mil produtos disponíveis na plataforma das das cooperativas e de seus cooperados, com produtos não encontrados nas lojas físicas, gerando valor com serviços de qualidade, segurança e agilidade. Atualmente, a plataforma está disponível para mais de 80 mil cooperados e tem como sócias as cooperativas paranaenses Agrária, Capal, Castrolanda, Coopertradição, Copacol, Frísia, Integrada e Lar, as catarinenses Cooperalfa e Copercampos, a gaúcha Cotrijal e a paulista Coplacana. Mais informações estão disponíveis no site www.supercampo.com.
Pontos de cadastro na Expodireto Cotrijal Casa da Produção Animal Pavilhão 5 – Bovinocultura Leiteira Estande da Produção Vegetal
Estande da Supercampo na Expodireto Cotrijal Pavilhão 7 – Produção Animal
Arena Agrodigital
Como acessar Para solicitar o cadastramento basta acessar o site www.supercampo.com, clicar na sua cooperativa, informar alguns dados pessoais e aguardar validação via e-mail. O cadastro também pode ser feito via aplicativo da Supercampo, disponível para Android e iOS.
SmartCoop traz facilidade para controles e facilita tomada de decisão O digital veio para ficar e facilitar a vida do produtor rural. Uma das novidades que a Cotrijal tem levado para os seus produtores é a SmartCoop. A plataforma digital possibilita ao produtor, com a interação e acompanhamento do técnico, gerenciar seus talhões, cadastrando e agendando seus cultivos e manejos. No estande da Produção Vegetal da Cotrijal,
a equipe técnica fará o cadastro dos produtores e explicando as funcionalidades da plataforma. O sistema oferece previsão meteorológica, monitoramento das lavouras via imagem de satélite, permite ao produtor cadastro e armazenamento de dados e registros fotográficos relacionados a pragas, plantas daninhas, doenças, entre outros.
Também é importante diferencial a disponibilização de indicadores estatísticos que auxiliam e norteiam o produtor na tomada de decisões, com foco em uma gestão mais eficiente com crescente produtividade e lucratividade. Outro ponto estratégico em relação as plataformas hoje existentes no mercado é que o SmartCoop não é algo pronto e acabado. A ferramenta está em constante desenvolvimento e melhoramento. Ao utilizar as funcionalidades da ferramenta, tanto o produtor como o técnico, tem a oportunidade de interagir com sua cooperativa, sugerindo ajustes e melhorias, tornando-a cada vez mais acessível, competitiva e eficiente.
A plataforma
Ferramenta permite controle detalhado de dados, incluindo imagens de satélite
- Desenvolvida pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) - 30 cooperativas gaúchas participam - O aplicativo está disponível para Android e iOS
Ferramentas da SmartCoop - imagens de satélite - georreferenciamento da sua propriedade - campos para registro das atividades e manejos realizados em cada manejo - acesso a previsão do tempo e estações meteorológicas - sumarização das atividades e relatórios de desempenho
Como acessar O produtor se dirige até uma das Unidades da Cotrijal, solicita o précadastro junto a plataforma e autoriza a Cotrijal a compartilhar os seus dados cadastrais (nome, matricula, e-mail, telefone, data de nascimento e endereço) assinando o Termo de Consentimento para Compartilhamento de Dados Pessoais com SmartCoop. Ao concluir esta etapa, está apto para realizar o seu cadastro e iniciar a digitalização da propriedade rural.
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Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Cotrijal mostra evolução da agricultura Divulgação
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onstruir junto com o produtor melhores resultados na produção de grãos é desafio permanente na Cotrijal. A tarefa não é das mais simples, pela complexidade dos fatores que envolvem o processo de produção, mas vem sendo cumprida com êxito. Da década de 1970 até agora, analisando os dados históricos, na soja o crescimento da produtividade foi de 41 sacas por hectare. De 24,2 scs/ha na década de 1970, a produtividade média cresceu para 66 scs/ha na década de 2020. Essa evolução, e de que forma a Cotrijal contribuiu para que ela acontecesse, além de programas e tecnologias importantes que vêm sendo estimulados pela cooperativa, está em evidência no estande da Produção Vegetal na Expodireto Cotrijal, local de passagem obrigatória para os associados da cooperativa. O papel da Cotrijal para esse crescimento é a busca constante de novas tecnologias e conhecimento, melhoria de processos e validar toda a recomendação antes de levar ela ao produtor. “Hoje temos 125 profissionais técnicos atuando com o compromisso de aproximar o produtor de tecnologias e informações inovadoras”, pontua o gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Alexandre Doneda.
CULTIVARES – No estande da Produção Vegetal, os visitantes podem avaliar 13 das 18 cultivares de soja da Cotrijal Sementes, sendo dois lançamentos. Os materiais são de ciclo 5.0 a 5.9. SMARTCOOP – Outro destaque no estande é a SmartCoop, plataforma digital que visa facilitar os controles nas propriedades. Uma equipe da cooperativa está na feira para auxiliar os produtores a fazerem o cadastro e também fornecendo informações sobre as funcionalidades da plataforma (veja notícia na página 14). SUPERCAMPO – Plataforma digital que permite ao produtor adquirir produtos sem sair da propriedade, a Supercampo tem espaço no estande da Produção Vegetal para os produtores se cadastrarem e também para obter mais informações (veja notícia na página 14).
Novas cultivares e tecnologias que a Cotrijal já validou são destaque no estande da Produção Vegetal
Aplicação legal: por dentro da legislação O espaço conta ainda com profissionais do Departamento Técnico abordando as especificidades nas aplicações dos herbicidas hormonais, focadas na plataforma Intacta 2 Xtend (resistente a dicamba) e sistema Enlist (resistente a 2,4-D). Através do Programa Aplicação Legal, a cooperativa tem disponibilizado aos
seus produtores o curso de 16 horas exigido pela Secretaria de Agricultura do Estado para aplicação desses herbicidas (Instrução Normativa nº 42). Durante a feira, é feita demonstração com duas pontas de pulverização com indução de ar que estão de acordo com as exigências legais, pois produzem gotas grossas ou muito grossas.
Curso de 16 horas para os aplicadores vem sendo realizado em toda área de abrangência da cooperativa
Em cinco décadas, 41 sacas a mais de soja Década 2000 Década 70
24,2 scs/ha pH baixo Fósforo baixo Alumínio alto Investimento em calagem Expansão da mecanização Queima de resteva
Década 80
29,5 scs/ha Grandes problemas com erosão Adubação melhorou Genética local Dificuldade no manejo das invasoras
Década 2020
Década 90
44,2 scs/ha
Década 2010
32,3 scs/ha
Liberação transgênicos Lei de Biossegurança 1ª Geração OGM (RR) Avanço genético Surgimento da ferrugem da soja Início do manejo das doenças da soja Evolução da nutrição de plantas
59,4 scs/ha
Início do sistema plantio direto Adaptação e desenvolvimento de novas máquinas Lei de proteção de cultivares
Avanço genético Agricultura de precisão 2ª Geração OGM (IPRO) Diagnóstico para nutrição de plantas Surgimento de novas moléculas
66,0 scs/ha Sustentabilidade Aprimoramento da gestão 3ª Geração OGM (Xtend, Enlist) Agricultura 4.0 Ferramentas digitais Digitalização Nanotecnologia Créditos de carbono
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Jornal COTRIJAL | Março de 2022
Produção animal
Tecnologias para melhorar resultados Divulgação
A
Expodireto Cotrijal reúne o que há de melhor quando o assunto é atividade leiteira. Em mais de 20 anos, a feira contribuiu para o crescimento do setor, trazendo tecnologias e conhecimento que proporcionaram evolução dentro e fora da porteira. Através de eventos como o Fórum Estadual do Leite, difundiu resultados de pesquisa e debateu temas importantes relacionados à atividade. Através dos expositores, trouxe para perto do produtor as inovações em máquinas, equipamentos e serviços. Tecnologias para todas as realidades e, o mais interessante, num único local. Este ano, na Casa da Produção Animal da Cotrijal na feira, os associados podem obter informações e aderir à campanha de aquisição de insumos para formação de pastagens e silagem de inverno. Realizada anualmente, a campanha visa facilitar o planejamento dos produtores da cooperativa, oferecendo fertilizantes, defensivos e sementes com preços e condições diferenciadas de pagamento. O prazo para adesão é até 18 de março. O gerente de Produção Animal, Alan Issa Rahman, ressalta que na feira os produtores têm acesso a todas as informações dos testes feitos na Área Experimental com os insumos que são parte da
Exposição de animais A tradicional exposição de animais também é destaque anual na feira. No pavilhão anexo à Casa da Produção Animal, estarão 20 terneiras e nove novilhas, mostrando não apenas o potencial genético do rebanho da região como também o resultado do trabalho da Cotrijal na atividade leiteira.
Novidades nas rações
Exposição de novilhas e terneiras, campanha de venda de insumos, novidades nas rações e o trabalho feito pela Cotrijal estarão em evidência na casa e no pavilhão da Produção Animal
campanha. “Tomamos o cuidado de indicar apenas aqueles materiais que mostraram no nosso campo experimental o melhor resultado em produção de
massa e oferecem alto valor nutricional e este ano, devido à estiagem, esse planejamento para o inverno torna-se ainda mais importante”, destaca.
Tecnologias que agregam A Cotrijal tem estado atenta a todas as inovações que possam facilitar a vida do produtor de leite e contribuir para melhores resultados. As tecnologias validadas, que estão à disposição do produtor,são destaque também no pavilhão anexo à Casa da Produção Animal. As empresas parceiras divulgam resultados alcançados até agora e fornecem informações sobre cada tecnologia.
A Cotrijal Rações está crescendo. Além dos produtos de qualidade já produzidos na atual fábrica, a partir deste ano os produtores e clientes terão também a oportunidade de adquirir ração peletizada. A nova estrutura deve entrar em funcionamento em dois meses. Os investimentos darão suporte para as estratégias de crescimento da área de negócio, possibilitando maior participação de mercado e consolidando a atuação no mercado de nutrição animal em quase todo o estado do Rio Grande do Sul. Durante a feira, as equipes comercial e técnica da Cotrijal Rações vão demonstrar os processos e controles de qualidade e produção da fábrica, tanto da estrutura já existente quanto da peletização, e buscar novos clientes no Estado.
Cotrijal Lojas
Oportunidade de bons negócios A Cotrijal Lojas está na Expodireto Cotrijal com atendimento personalizado, produtos de qualidade e condições diferenciadas. Mais uma vez produtores de
A exemplo dos anos anteriores, produtores da Cotrijal terão atendimento diferenciado
toda a área de ação da cooperativa e visitantes terão a oportunidade de fazer bons negócios durante a feira. No estande da Produção Animal, a equipe de vendedores da Cotrijal Lojas atende de forma conjunta com os assistentes técnicos veterinários, com a campanha de nutrição e saúde animal. Esse formato facilita o produtor esclarecer dúvidas com os técnicos antes de organizar suas compras. Outra vantagem da campanha da feira é que a retirada pode ser feita ao longo do ano. “Muitos produtores aproveitam as boas oportunidades de negócios para adquirir volumes maiores”, relata Jair Heller, gerente da Cotrijal Lojas. Outras linhas de produtos da Cotrijal Lojas também estarão em promoção nos dias da Expodireto Cotrijal. Equipes de vendas estarão em três estandes: na Stihl, na Bakof e na Jacto. Os produtores poderão retirar
a mercadoria no momento da venda, na feira, ou depois, na loja. Uma novidade neste ano é que em toda a rede de lojas a campanha também estará em vigor nos dias da feira. “Nas nossas 33 lojas, estaremos com os mesmos preços e condições de pagamento”, explica Jair.
COTRIJAL LOJAS Campanha de nutrição e saúde animal – no estande da Produção Animal Campanha Stihl, Bakof e Jacto – nos estandes das empresas Condições especiais de preço, prazo de pagamento e entrega futura
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Otimismo com a retomada da Expodireto Cotrijal Divulgação
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setor de máquinas e implementos agrícolas está otimista para a 22ª Expodireto Cotrijal. A feira simboliza o reencontro das marcas com os agricultores, após dois anos de pandemia. A crise provocada pelo coronavírus impactou na cadeia de suprimentos para as indústrias. Ainda hoje faltam componentes eletrônicos, aço, borracha e plástico. Por outro lado, a demanda seguiu constante devido ao preço das commodities agrícolas em um patamar elevado e com o produtor capitalizado, além das exportações aquecidas. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida do setor, em 2021, subiu 21,6%, com vendas internas e exportações. O resultado tem como origem o crescimento de 25,3% das vendas no mercado doméstico, que somaram R$ 168,1 bilhões, e do aumento de 34,2% das exportações, para US$ 9,38 bilhões. Para 2022, o clima é de otimismo, apesar das dificuldades vivenciadas em muitas regiões produtoras do país em função do clima. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) projeta que o agronegócio do Brasil deve crescer 5% até o final deste ano. Um novo ânimo parte do retorno das feiras agropecuárias, que permitirão o reencontro da indústria com o seu público-alvo.
Tecnologia e inovação são fundamentais
Áreas de máquinas e equipamentos vêm com muitas novidades
Receita líquida do setor em 2021 25,3% de crescimento das vendas no mercado doméstico
R$ 168,1 bilhões em vendas no mercado doméstico
34,2%
de aumento nas exportações
US$ 9,38 bilhões
Oportunidade única
Conforme o diretor de vendas da Massey Ferguson, Alexandre Stucchi, a feira é um momento que proporciona a conexão entre a marca e produtos com um número maior de produtores, bem como, a possibilidade de apresentar todo o portfólio, permitindo a interação com o agricultor. “A Expodireto Cotrijal, nesse contexto, é estratégica e importante para que possamos voltar a nos aproximar dos produtores rurais do Rio Grande do Sul, um dos principais celeiros de nosso país. Após dois anos sem participar de feiras agrícolas, estamos animados com a possibilidade de apresentar os destaques do portfólio de produtos da Massey Ferguson, com soluções inovadoras e tecnológicas”, afirma Stucchi.
Conexão com o produtor Para o diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy, a Expodireto Cotrijal permite levar ao agricultor gaúcho e do resto do país as melhores novidades em tratores, colheitadeiras, pulverizadores, enfardadeiras, plantadeiras e soluções para a agricultura digital, proporcionando condições para que o agro brasi-
a mais em vendas no mercado doméstico e exportações
em exportações
Feira é estratégica
O diretor de Marketing de Produto da Case IH para a América Latina, Rodrigo Alandia, destaca que as feiras são importantes para o setor agrícola porque permitem contato mais direto com os agricultores, para que eles conheçam e tenham apoio de especialistas quantoàs soluções oferecidas. “A Expodireto é uma feira que foca em tecnologia e negócios, pilares que estão alinhados com os da Case IH. Acreditamos que a tecnologia e a inovação são aspectos fundamentais para o aumento da eficiência e da rentabilidade no campo e é por esse motivo que trabalhamos dia a dia, para levar as melhores e mais completas soluções para o aumento da produtividade com ótimo retorno de investimento”, afirma Alandia.
21,6%
O diretor de vendas da Valtra, Alexandre Vinicius Assis, ressalta que as feiras agrícolas são primordiais e uma oportunidade única, pois possibilitam a interação com o produtor rural a fim de entender suas demandas e apresentar tecnologias e soluções em maquinários com foco sempre em alavancar a produtividade. “Em especial a Expodireto Cotrijal é uma feira importantíssima, está localizada em uma região estratégica do nosso segmento agrícola, abrangendo diferentes perfis de produtores rurais, agregado a uma estrutura e organização do evento que faz dela uma referência no Brasil. Além disso, a dinâmica da feira também é importante para a sociedade local, pois além de representar aquecimento econômico regional, fomenta a modernização do agronegócio, agregando valor e conhecimento”, disse Assis.
leiro produza cada vez mais. “O retorno das feiras é importante porque, acima de tudo, nos permite o contato direto com os produtores, de poder olhar nos olhos de cada um e apresentar as tecnologias que estamos desenvolvendo para trazer maior produtividade com menor custo de operação para o cliente”, relata Kerbauy.
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Expectativa de ano ainda desafiador no setor de insumos Na área de insumos, os últimos dois anos foram marcados pela resiliência. As expectativas para a feira são boas, mas o setor deve ter mais um ano desafiador. O diretor comercial da Yara, Diogo Rezende, acredita que o mercado deva registrar um nível de estabilidade nas entregas finais de fertilizantes ao produtor, em comparação a 2021. A incerteza fica por conta dos preços altos e sem sinalização de retorno aos patamares de uma relação de troca tão positiva quanto a alcançada nos últimos anos. “Mas, ainda assim, as commodities agrícolas estão com bons preços, e o produtor consegue fazer bons negócios ao travar a venda e fechar seus pedidos agora. Ao antecipar a aquisição de insumos, o produtor mitiga riscos e reduz eventuais impactos futuros, garantindo seu fertilizante para a safra que se avizinha”, afirma o diretor comercial da Yara.
Investimentos em novas tecnologias No setor de defensivos agrícolas, o gerente de marketing regional da Ihara, Bruno Lucas, destaca que a empresa buscou se adequar às restrições impostas pela pandemia e, ao mesmo tempo, seguiu investindo de forma contínua em soluções para auxiliar os agricultores a enfrentar os desafios no controle de pragas e doenças. Para este ano, Lucas projeta que será preciso superar desafios em relação ao clima e ainda as incertezas no campo político-econômico. “Será um ano desafiador, mas que também terá um importante papel de todos os players do setor agrícola para superarmos as adver-
Divulgação
Depois de dois anos de pandemia, empresas de defensivos vêm para feira
sidades, sejam elas climáticas ou político-econômicas. Na Ihara, projetamos seguir crescendo com investimento em novas tecnologias, em pesquisa e desenvolvimento, trazendo as melhores soluções para o produtor”, disse Lucas.
Retorno importante No setor de sementes, o vice-presidente da área comercial da divisão agrícola da Bayer Brasil, Marcio Santos, relata que desde o início da pandemia a empresa focou, em primeiro lugar, na segurança e no bem-estar dos colaboradores, clientes, parceiros comerciais e nas comunidades de atuação da Bayer. Além disso, a marca adotou uma série de medidas para a continuidade e
segurança das operações. Para 2022, os pilares estratégicos para 2022 são inovação, sustentabilidade e transformação digital. A empresa também projeta investir em parcerias estratégicas e colaborativas para a resolução de problemas no campo. E uma das prioridades é estar perto dos agricultores. “O retorno seguro às feiras, em especial da Expodireto, é importantíssimo. As feiras agropecuárias são de suma importância para o desenvolvimento econômico e social, não só da cidade que as recebe, mas também para o país. Além disso, elas ajudam a modernizar a agricultura, servindo como vitrines de atualização para novas tecnologias, soluções e serviços”, afirma Santos.
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Emater/RS-Ascar com muitas novidades na Expodireto Cotrijal 2022 Divulgação
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pós um ano sem a realização da Expodireto Cotrijal, a Emater/RS-Ascar vem com grande expectativa para a feira de 2022, trazendo como tema central “Inovação e tecnologias de informação e comunicação no campo (TICs)”, visando à otimização do uso dos recursos, maior rentabilidade, automação do trabalho e sucessão familiar. A área da entidade dentro do parque está dividida em 16 espaços temáticos: culturas; tecnologia de aplicação; Cozinha Show; Horto de Plantas Bioativas; turismo rural; secagem e armazenagem; energia fotovoltaica; piscicultura; bovinocultura de leite; irrigação; florestas comerciais; solos; horticultura; cooperativismo; meliponicultura e apicultura; comunicação e tecnologia da informação. Em todos os espaços, os extensionistas recebem os visitantes, durante os cinco dias, levando e trocando informações e experiências, conhecimento técnico e tecnologias disponíveis ao agricultor familiar. Oficinas de alimentação, de plantas bioativas, de piscicultura e de turismo rural acontecem diariamente. Também durante a feira, acontece o tradicional café da manhã para imprensa e autoridades, momento em que é apresentada a estimativa final para a safra de verão 2020/2021. Neste ano, o café será no dia 8 de março, às 8h, na casa da Emater. Ainda no dia 8, às 14h, na casa, acontece o evento “Dia Internacional da Mulher - Resultados da Pesquisa com Mulheres Rurais”, que contará com a presença da secretária estadual da Seapdr, Silvana Covatti.
Pavilhão da Agricultura Familiar No Pavilhão da Agricultura Familiar, são 197 expositores distribuídos em 191 estandes, compreendendo 70,6% de agroindústrias e 29,4% de artesanato, plantas ou flores. Dentre as agroindústrias há opções de produtos de origem vegetal, de origem animal e bebidas. Ao todo, ocorre a participação de 122 municípios, com maior concentração das regiões de Passo Fundo, Ijuí e Soledade. O pavilhão é organizado em parceria entre Cotrijal, Seapdr, Emater/RS-Ascar, Fetag e Fetraf/RS.
Horticultura é uma das parcelas do Espaço da Família Rural
Cronograma de algumas das oficinas * Confira no caderno Viver Bem as informações sobre as oficinas da Cozinha Show
10h e 15h - oficina de embalagem 10h30 e 15h30 - qualidade de água 11h e 16h - filetagem de tilápias
Turismo Rural Segunda-feira – 07/03 – Como encantar com um piquenique Terça-feira – 08/03 – Produção de cerâmicas artesanais Quarta-feira – 09/03 – Jardins naturalistas Quinta-feira – 10/03 – Illex Turismo – Mate além da cuia Sexta-feira – 11/03 – Turismo Rural – o bem receber, sua casa, minha casa
Piscicultura Diariamente: 9h e 14h - filetagem de tilápias 9h30 e 14h30 - filetagem de carpas
Horto de Plantas Bioativas Diariamente: 10h15 e 14h30 Quiosque 1: Produção de plantas bioativas Quiosque 2: Roda de conversa sobre políticas públicas na área das plantas medicinais e PICS Durante todo o dia: Distribuição de mudas de plantas bioativas Visita autoguiada e orientada, individual ou grupos Fonte das informações: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Passo Fundo - jornalista Vanessa Almeida de Moraes
Cada edição foi um aprendizado, com Luciana Gobbi Ela acompanhou a evolução da Expodireto. Com a participação em todas as edições da feira, Luciana Gobbi, assistente técnica Regional Social da Emater/RS–Ascar Passo Fundo, tem um carinho especial por todas as edições. “Trabalhar na Expodireto é gratificante, principalmente com o contato com os nossos produtores, por isso destaco o ano de 2004, quanto tivemos a inauguração da Casa da Família Rural, um espaço nobre dentro do parque, um desafio para a época e que hoje abriga a nossa Cozinha Show”, explica Luciana. O espaço direcionado para a agricultura familiar, com o trabalho da Emater e da Cotrijal, abrange os produtores de todo o estado. “O objetivo é sempre levar bons exemplos para as principais atividades do campo”, explica.
Escaneie o QR Code e ouça os comentários de Luciana Gobbi sobre as receitas a base de ovos de galinha, que serão apresentadas na Cozinha Show neste ano, com a revelação de bastidores, momentos de superação e expectativa com o retorno da feira em 2022.
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Expodireto Digital transmitirá programação da feira Divulgação
Dentre uma série de novidades que a 22ª Expodireto traz neste ano está a transmissão virtual dos fóruns e palestras da feira, via Expodireto Digital.
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programação acontece de forma presencial nos auditórios central e da produção e também na Arena Agrodigital e estará acessível através do endereço www. expodiretodigital.com.br. O acesso é gratuito no parque e também via plataforma digital, exceto o Fórum Nacional da Soja, que tem ingressos à venda através da plataforma Sympla. Os temas ligados à inovação e ao digital serão des-
taques na Arena Agrodigital, através de palestras e painéis em estrutura multipalco. Mas estarão também na programação de eventos já tradicionais na feira, como o Fórum Nacional do Leite, o Fórum do Milho e o Fórum do Trigo. Os cuidados com a pandemia terão um olhar especial pela comissão organizadora da 22ª Expodireto Cotrijal nas programações, com o público devendo respeitar os protocolos obrigatórios e recomendados pela Secretaria Estadual de Saúde.
Para acessar Escaneie o QR Code e tenha acesso à plataforma Expodireto Digital.
Um dos eventos tradicionais da feira, o Fórum Estadual do Leite lotou o auditório central em 2020
Confira os eventos do auditório central SEGUNDA-FEIRA – 7 DE MARÇO 13º Fórum do Milho 14h às 15h45 14h15 - Palestra: Importância do milho no sistema de produção, com Bernardo Tisot representante comercial da Pioneer e professor do INCIA 14h45 - Palestra: Lavouras de milho de alta estabilidade: como construir?, comTiago Hörbe - pesquisador da CCGL 16h30 - 17h30 Troféu Semente de Ouro TERÇA-FEIRA – 8 DE MARÇO 32º Fórum Nacional da Soja (evento online só para quem comprou ingresso) 8h45 às 11h45 9h - Palestra: A sustentabilidade da agropecuária frente as incertezas climáticas, com Evaristo Eduardo de Miranda - diretor do Instituto Ciência e Fé e pesquisador da Embrapa Territorial 10h – Palestra: A inserção global do agronegócio brasileiro em tempos turbulentos (guerra Ucrânia x Rússia), com Marcos Sawaya Jank - Professor sênior de agronegócio global do INSPER e coordenador do centro Insper Agro Global 6º Fórum Estadual Conservação do Solo e da Água 13h30 às 15h25 14h - Painel: Operação 365 - Índice de Qualidade de Manejo, com José Eloir Denardin, da EmbrapaTrigo, e Jackson Fiorin, da CCGL Debatedores: Giovani Fae, da Embrapa Trigo, e Geomar Corassa, da CCGL QUARTA-FEIRA – 9 DE MARÇO 17º Fórum Estadual do Leite 8h30 às 12h10
9h - Palestra: Desafios e oportunidades para o setor lácteo brasileiro, com Paulo do Carmo Martins – professor da Universidade Federal de Juiz de Fora 10h - Palestra: Como fazer a gestão da pecuária de leite superando crises, com Matheus Balduino Moreira - médico veterinário da Rehagro 11h20 - Palestra: Desafios do mercado de leite em 2022, com Gustavo Beduschi - Diretor executivo da Viva Lácteos 7º Encontro de Empresárias Rurais Cotrijal 13h30 às 15h 13h45 - Palestra: A força da Mulher no contexto da pós-modernidade, com comandante Nádia Rodrigues e Vanessa Sabioni de Almeida - engenheira agrônoma - Portal Agromulher Fórum do Trigo 15h15 às 17h 15h30 - Palestra: Custo do Trigo Safra 22 - Ano de grandes desafios na racionalização dos recursos investidos na cultura do trigo, com Tarcísio José Minetto - Economista da FecoAgro/RS e coordenador da Câmara Setorial do Trigo da Seapdr 16h - Programa Duas Safras, com Hamilton Guterres Jardim - Engenheiro agrônomo, diretor e coordenador da Comissão do Trigo e Culturas de Inverno da Farsul e presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno do Mapa 16h30 - Palestra: Soluções tecnológicas estruturantes com cereais de inverno para mitigar os efeitos da estiagem no Sul do Brasil, com Jorge Lemainski – Engenheiro agrônomo e chefe-geral da Embrapa Trigo QUINTA-FEIRA – 10 DE MARÇO 14º Fórum Florestal do RS Tema central: mudanças climáticas, a culpa é mesmo da pecuária? 9h às 12h
9h30 - Palestra: Emissões dos gases de efeito estufa em sistemas agropecuários, com Josiléia Zanatta - Embrapa Florestas 10h10 - Palestra: Validação das diretrizes para produção de carne baixo carbono: Um olho no gado a pasto e outro no meio ambiente, com Marcia Cristina Teixeira da Silveira – Embrapa Pecuária Sul 10h50 - Palestra: Sistema Silvipastoril: paradigma para a neutralização das emissões de gases de efeito estufa na bovinocultura, com Vanderley Porfírio da Silva - Embrapa Florestas
Moderadora: Simone Bianchini - presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon e Bravon Encerramento do Projeto de Gestão de Riscos na Empresa Rural 14h às 16h SEXTA-FEIRA – 11 DE MARÇO 14h - 16h Audiência Pública da Comissão de Agricultura do Senado
A estiagem de 2005 e a Calçada da Fama do Agro, com André Pessoa “A Expodireto é a minha favorita entre as feiras do agro”. A afirmação é do consultor de mercado, palestrante e sócioproprietário da Agroconsult, André Pessoa. Ele destacou o ano de 2005, quando as lavouras estavam castigadas por uma grande seca e o sentimento no estado era de preocupação. “Chegar na feira com aquele sentimento foi muito difícil. Mas saí revigorado, com a força que a feira transmite, a força do produtor, que estava ali buscando soluções para sair da crise. Eram tantas palestras, debates, falando de melhorias, inves- Escaneie o QR Code e timentos, enfim, a feira é uma bússola que aponta ouça os comentários de André Pessoa sobre a para o futuro e para dias melhores”, explica Pessoa. situação das lavouras soja na região sul do Outra lembrança é de 2019, quando seu nome de Brasil e os impactos da na Calçada da Fama do Agro. “Foi uma das maiores estiagem nas de honrarias que recebi na minha vida profissional”, movimentações mercado. comenta.
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Confira a programação do palco principal da Arena Agrodigital SEGUNDA-FEIRA – 7 DE MARÇO 14h – 15h Palestra: Cenários e perspectivas da conectividade para o agro, com Cleber Oliveira Soares - Vice-secretário do Mapa 15h – 16h Palestra: Tokenagro - Blockchain no setor Agro Caio Sanas TERÇA-FEIRA – 8 DE MARÇO 9h – 10h Palestra: Como uma plataforma digital pode facilitar o acesso às novas tecnologias, crédito e proteção? - Ecossistema Broto, com Francisco Roder Martinez 10h - 11h Palestra: Transformação digital na pecuária leiteira brasileira, com Paulo Martins - professor da Universidade Federal de Juiz de Fora 11h-12h Palestra: Seja o maestro da sua propriedade agrícola, com Luciana Martins - sócia e diretoria da Mprado Coopers 14h – 15h Palestra: Trajetórias de sucesso – Mulheres do Agro, com Camila Telles, Gelson Melo de Lima e Maria Mattei 15h – 16h Painel: Ecossistema de inovação e as ações que potencializam o Agronegócio
QUARTA-FEIRA – 9 DE MARÇO 9h - 10h Palestra: Tecnologia, pessoas e oportunidades, com Anderson Strada 10h – 11h Ecossistema de Inovação no Agronegócio, com Márcia Capellari (Aliança Empresarial) Thomas Job (Instituto Hélice) e Pedro Valério (Instituto Caldeira) 11h – 12h Palestra: Drones de pulverização, futuro ou realidade?, com Mathias Lazarotto – coordenador na Drone Solution 14h – 15h Supercampo - O Mktplace do Agro, com Diego Zardo - head Comercial e Marketing na Supercampo 15h – 16h Lançamento oficial da RIAGRO - Rede de Inovação no Agronegócio do RS, com Luís Humberto de Mello Villwock - coordenador da Riagro QUINTA-FEIRA – 10 DE MARÇO 10h – 11h Palestra: Pulverização Agrícola com Drones Técnicas e Resultados, com João Paulo Pedroso 11h – 12h Palestra: Inovação no Agro, com Bruno Dupin 14h – 15h Tecnologias 4.0 na produção animal, com João
Henrique Costa - Universidade do Kentucky 15h – 16h Palestra: Investimentos em startups, com João Kepler e Olavo Bevilaqua
SEXTA-FEIRA – 11 DE MARÇO 9h30 10º Fórum do Jovem Cooperativista 11h- 12h; 14h e 15h Encontro de CIOS
A feira foi feita para o produtor, com Paulo Pires Ele já participou da Expodireto como produtor, dirigente de cooperativa e presidente da FecoAgro. As experiências de Paulo Pires na feira são inúmeras e ele destaca algumas edições e acontecimentos que marcaram a sua vida profissional. Destaque para a primeira vez que visitou a feira, logo na primeira edição da Expodireto,momentoemqueelepercebeuqueamostrarealmenteeradiferenciada. “Chegamos e percebemos que a feira não tinha shows, mas sim um foco voltado para o produtor rural. Por isso, marcamos preEscaneie o QR sença”, explica. Code e ouça os Outra lembrança de Pires foi logo após ascomentários de Paulo Pires sumir o cargo de presidente da FecoAgro/RS, em sobre a 2013, e participar do Fórum Nacional da Soja. “É plataforma um evento tradicional, importante, por isso a digital recordação”, explica. Smartcoop.
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O alimento completo O s ovos são alimentos consumidos há milhares de anos, mas há algum tempo foram considerados como alimentos vilões da saúde. Hoje já se sabe que os ovos são ricos em muitos nutrientes e fazem muito bem para a saúde de quem os consome. Eles fazem parte da cultura alimentar de muitas famílias, e rendem receitas que são verdadeiras relíquias passadas de geração em geração. Na Expodireto Cotrijal 2022, a Emater/RSAscar resgata esta cultura alimentar e valoriza os preparos das famílias da região de Passo
Fundo, através das oficinas na Cozinha Show. Durante os cinco dias da feira, as extensionistas vão ensinar receitas tradicionais, como ambrosia, quindim e pudim, coletadas junto a familiares e agriculturas da região. Também orientarão sobre composição nutricional e classificação dos ovos; cuidados com a manipulação, armazenamento e utilização; cuidados no preparo das receitas; dentre outras informações. Ao final de cada oficina, os visitantes são convidados a degustar os pratos preparados e ainda recebem um livreto com as receitas e informações apresentadas.
Programação das oficinas 7/3 - Quindim 8/3 - Ambrosia da Olivia Waimer 9/3 - Ovos de açúcar 10/3 - Espuma do mar 11/3 - Pudim da nona
Luciana Maria Gobbi
Aleide Isabel Turra Treviso (in memorian)
Luciana Maria Gobbi
Olivia Waimer Santa Cecília do Sul Ingredientes
Ingredientes 200 g de coco em flocos finos congelado 2 xícaras (chá) de açúcar 10 colheres (sopa) de manteiga derretida 12 gemas
Modo de preparo Misture o coco descongelado, o açúcar e a manteiga até que tudo esteja muito bem incorporado e o açúcar se dissolva. Deixe em repouso, na geladeira, um dia antes de fazer os quindins. No dia seguinte, passe 12 gemas por uma peneira para eliminar a película e junte-as à mistura reservada. Mexa até incorporar completamente. Unte forminhas com manteiga sem sal e polvilhe com açúcar. Distribua a massa nas forminhas, porém não cheias. Arrume-as dentro de uma forma maior (coloque água quente na forma até atingir a metade da altura das forminhas com o doce) e leve ao forno médio preaquecido a 200 ºC. Asse por 45 minutos aproximadamente até que os quindins estejam levemente dourados ou até que, espetando um palito na massa saia limpo. Espere esfriar e desenforme.
1 litro de leite 500 g de açúcar 12 ovos Suco de 3 limões Cravo e canela em pau a gosto
Modo de preparo No liquidificador, bata muito bem o leite, o açúcar e os ovos inteiros. Por último, junte o suco dos limões e bata um pouco. Em uma panela, de fundo grosso ou tipo teflon, coloque a mistura do liquidificador, leve cozinhar em fogo baixo, mexendo bem devagar para não desmanchar os grumos que irão se formar e não grudar no fundo da panela. Leva em torno de 20 minutos para talhar e formar os grumos. Quando formar os grumos, com delicadeza, mexa eventualmente para não grudar, acrescente os cravos e a canela em pau e cozinhe até dourar. Se necessário, acrescente um pouco de água. Deixe cozinhar 2 horas, lentamente. Deixe esfriar. Depois de pronta leve à geladeira armazenada em potes com tampa.
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Luciana Maria Gobbi
Luciana Maria Gobbi
Janielly Thiane Ebertz Müller Faxinal - Ernestina Material necessário Formas de acetato ou silicone para ovos de Páscoa. Manga e bico de confeitar modelo pitanga.
Ingredientes 2 claras de ovos 2 colheres (sopa) de suco de limão coado 2 colheres (chá) de açúcar de baunilha peneirado 25 colheres (sopa) bem cheias de açúcar refinado (será usado até atingir o ponto desejado)
Modo de preparo Passe duas vezes o açúcar em uma peneira bem fina. Reserve. Bata as claras em neve, sem o açúcar. Acrescente o suco de limão e o açúcar de baunilha.
Dica
Aos poucos, junte o açúcar às claras em neve. Com uma espátula, vá misturando sem bater, até atingir o ponto firme. Para testar o ponto, coloque o dedo na massa e esta não deve grudar no mesmo. Unte com manteiga a forma com formato de ovo. Coloque o merengue na manga ou saco de confeitar com o bico pitanga e preencha todo o lado externo da forma. Deixe secar de um dia para o outro, preferencialmente ao sol, devidamente protegido com uma tela. Tire com cuidado da forma. Recheie com mini pitangas de merengue secas. Una as partes iguais do ovo, com a mesma mistura e decore com a massa colorida, cobrindo a emenda. Deixe secar bem e embale.
Use anilina líquida comestível para colorir o merengue e realizar a decoração. Embrulhe o ovo com papel-celofane e feche com lacre para embalagens ou amarrilho e finalize com um laço. Preferencialmente, faça os ovos de merengue em dias quentes e sem umidade. É uma ótima opção para pessoas alérgicas ou intolerantes ao glúten e lactose. Luciana Maria Gobbi
Ingredientes
Deonlide Damo Mognol Linha 18 / São José - Casca
4 ovos 12 colheres (sopa) de açúcar 1 colher (café) de casca de laranja ralada 1 litro de leite 1 colher (sopa) de amido de milho Açúcar a gosto para o creme
Dica
O creme pode ser saborizado com baunilha ou açúcar de baunilha.
Modo de preparo Separe as gemas das claras. Bata as claras em neve com o açúcar, até obter picos firmes. Junte as raspas da laranja ao merengue e reserve. Aqueça o leite em uma panela grande. Quando estiver quente, acrescente em colheradas (parte das claras em neve) para cozinharem por 15 segundos de cada lado. Com uma escumadeira, retire, deixe escorrer o leite e transfira as “espumas” de clara para um recipiente. Repita a operação com toda a clara e reserve. Em uma bacia, bata as gemas com o amido de milho e acrescente o leite quente em que o merengue foi cozido, coado e misture bem. Transfira para uma panela e leve ao fogo baixo ou em banho-maria para cozinhar. Mexa sem parar até formar um creme. Adoce a gosto. Num pirex monte a sobremesa: uma camada de creme; uma camada das “espumas”; outra camada de creme; e, para finalizar, a última camada de “espumas”; para acabamento ondulado e colorido. Decore com raspas de laranja, tirinhas finas de casca de laranja ou a seu gosto. Deixe esfriar e leve à geladeira.
Altamente nutritivo Além de ser versátil e de baixo custo, o ovo apresenta alto valor biológico em função da boa qualidade das proteínas e das vitaminas.
A vitamina A presente na gema possui funções importantes no processo visual e na manutenção da pele e das mucosas. O ovo possui também vitaminas D, E, K e B12.
Ingredientes 2 xícaras (chá) de açúcar 600 ml de leite 6 ovos 1 colher (sopa) de farinha de trigo
Orilda Fabiane Webber Coxilha
Modo de preparo Caramelize uma forma de pudim, usando a metade do açúcar. Ferva o leite e reserve. Em uma bacia, bata os ovos com a outra xícara de açúcar e a farinha de trigo. Em seguida, despeje o leite fervendo sobre essa mistura e mexa bem. Coloque esta mistura na forma de pudim caramelizada, feche e leve para cozinhar em uma panela com água bem quente dentro (a água deve ficar até a metade da forma de pudim). Cozinhe em banho-maria por aproximadamente 35 minutos. Deixe esfriar e leve para a geladeira. Desenforme o pudim após estar bem gelado.
A gema do ovo é um dos principais alimentos que contém a vitamina D3, que ajuda a manter o metabolismo mineral normal, principalmente a homeostase do cálcio e fósforo atuando no intestino delgado, ossos e rins.
Luciana Maria Gobbi
O aproveitamento de seus nutrientes chega a 94%, e sua digestibilidade é de 97%.
O cálcio e fósforo são os minerais mais abundantes, associados aos ossos, dentes e líquidos corpóreos.
A gema do ovo é rica em gorduras (um ovo grande cozido contém 10,6 g de gordura total, sendo 3,2 g gorduras saturadas e 373 mg de colesterol). No entanto, os ácidos graxos insaturados (mono e poliinsaturados) compõe a maioria da gordura total do ovo.
Já o ferro presente no ovo é altamente biodisponível e pode ser uma fonte importante para indivíduos carentes em ferro, especialmente as crianças.
Possui luteína e zeaxantina, carotenoides que atuam na prevenção de problemas de visão em indivíduos com mais de 60 anos de idade.
As proteínas do ovo são de alta qualidade, fontes significativas de 18 aminoácidos (em 100 g de ovo cozido encontra-se em média 13 g de proteína).
As gorduras, minerais e vitaminas estão presentes quase que totalmente na gema, sendo a clara constituída especialmente pelas proteínas.
Possui ferro, fósforo, cálcio, magnésio, sódio, potássio, cloro, iodo, manganês, enxofre, cobre e zinco.