Novembro de 2018

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Ano 19 Nº 227 Novembro 2018

RESISTÊNCIA

Semeadura:

o caminho para iniciar bem a safra

Como lidar com essa ameaça | PÁGINAS 6 A 8

| PÁGINAS 4 E 5

Plantas de cobertura ganham espaço | PÁGINAS 10 E 11

CULTURAS DE INVERNO

Para uma boa arrancada no verão

Detec/Alexandre Nowicki

| PÁGINA 12

Cotrijal inova e chama crianças para dia de campo | PÁGINA 14


02|Novembro / 2018

Expediente Jornal da Cotrijal Órgão de divulgação da Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial

Endereço: Rua Júlio Graeff, nº 01 - Cx. Postal 02 Não-Me-Toque/RS - CEP 99470-000 Fone: 54 3332-2500/ 54 3191-2500 E-mail: lmertins@cotrijal.com.br Internet: http://www.cotrijal.com.br Diretoria Executiva Presidente: Nei César Mânica Vice-presidente: Enio Schroeder Conselheiros de Administração Região Sede: Francisco Jorge Eckstein Jair Paulo Kuhns Leori Antônio Dessoy Luiz Roberto Gobbi Odair Sandro Nienow Roveni Lúcia Doneda (Representante dos Líderes de Núcleos) Região Um: Jonas Francisco Roesler José Valdir Kappaun (Representante dos Líderes de Núcleos) Mateus Tonezer Região Dois: Airton Emílio Scharlau Délcio Reno Beffart Ildo José Orth Juliano Manfroi Milton Antônio Marquetti (Representante dos Líderes de Núcleos) Valdecir Luiz Delazeri Valdino Morais Conselheiros Fiscais Titulares Leandro Burgel de Souza Francisco Feiten Schreiner Daniel Gustavo Scheffel Conselheiros Fiscais Suplentes João Henrique Maldaner Celito Dal Pizzol Edemir Rosso Produção: Unidade de Desenvolvimento Cooperativista Jornalista Responsável: Leila Mertins Gerente da Unidade de Desenvolvimento Cooperativista - Reg. prof. 4.985 Redação: Elisete Tonetto, Fernando Teixeira, Mariliane Cassel e Mayara Dalla Líbera Fotos: Elisete Tonetto, Fernando Teixeira, Foto Choks, Mariliane Cassel e Mayara Dalla Libera Editoração Eletrônica: Prisma Produções Gráficas (54) 3045-3489 Pré-Impressão e Impressão: Imperial Artes Gráficas Ltda. (54) 3313-5434 Comercialização: Agromídia - Desenv. de Negócios Publicitários Ltda. - São Paulo/SP - Fone: (11) 5092-3305 Guerreiro Agro Marketing - Maringá/PR Fone: (44) 9180-4450 - 3026-4457 Prisma Produções Gráficas - Passo Fundo/RS (54) 3045-3489 - 9233-3170 Periodicidade: Mensal

Opinião

NEI CÉSAR MÂNICA Presidente da Cotrijal

Uma nova safra e a parceria de sempre Produzir grãos é uma das tarefas mais desafiadoras. Nenhuma outra atividade depende tanto de fatores externos como a agricultura. Percalços são inevitáveis. A diferença está em fazer bem feito e o produtor é especialista no que faz. A Cotrijal também. Nessa safra de inverno, até próximo da colheita, a expectativa era muito boa, inclusive com cotação de preço bastante favorável, mas o clima novamente interferiu no resultado. Em algumas regiões a colheita rendeu bem, mas não é um ano de safra cheia como o produtor e a cooperativa esperavam. Se a produtividade e qualidade não atendem as expectativas, por outro lado, é consenso o benefício que as culturas de inverno trazem para o sistema de produção. Principalmente na produtividade da soja e no manejo de plantas daninhas, pragas e doenças. Agora é olhar para a frente. Com o milho bem estabelecido e a semeadura da soja em andamento, brota a expectativa de um momento diferente. Os meteorologistas estão falando em clima favorável para o verão, o que nos deixa ainda mais otimistas, uma vez que esse é um dos fatores essenciais para o bom desenvolvimento das culturas. Já começamos a safra de soja em vantagem em relação ao ano passado. Enquanto a mídia fala em “sacrificar margens” devido aos elevados custos de produção para quem adquirir agora os insumos básicos para a lavoura, a Cotrijal garantiu para seus associados a oportunidade de compra bastante antecipada, com menor volume de grãos comprometido em relação ao histórico das últimas safras. Quem aderiu à campanha, em maio, agora comemora uma economia média de em torno de 15% em relação ao que o mercado praticou

“Seja atendendo o produtor no campo ou buscando as melhores oportunidades de venda da produção e de aquisição de insumos, a missão da cooperativa é caminhar lado a lado para que possamos comemorar uma excelente safra”. em início de novembro para os defensivos. E no caso dos fertilizantes, a economia é de mais de 20%. Além disso, atenta aos momentos de preços mais atrativos, a Cotrijal garantiu ao seu produtor a venda antecipada de soja. Estamos com 30% da safra já comercializada, com ótima liquidez para o produtor. Daqui para frente a nossa recomendação é a mesma de outros anos. Estar atento às condições da lavoura, monitorando constantemente as áreas, e organizar os manejos fitossanitários adequadamente para manter o potencial produtivo da cultura. Nossos produtores, com o auxílio do time de profissionais da cooperativa, são especialistas nessa área. A Cotrijal, como sempre fez, vai alcançar ao produtor as melhores tecnologias, ferramentas e informações, para auxiliar na tarefa de garantir a rentabilidade do negócio. Seja atendendo o produtor no campo ou buscando as melhores oportunidades de venda da produção e de aquisição de insumos, a missão da cooperativa é caminhar lado a lado para que possamos comemorar uma excelente safra.



04|Novembro / 2018

SOJA 2018/19

Semeadura: momento requer atenção A semeadura é o processo mais importante de uma safra, porque nela que se estabelece o potencial produtivo da lavoura. É um momento de muita apreensão, pois para que seja feita de forma assertiva depende de vários fatores, especialmente do clima. A Cotrijal, através de sua área técnica, está permanentemente no campo, junto com o produtor, levando as orientações e apoio necessário. Aldoir Hammel, de Saldanha Marinho, entende a importância desse processo para o desenvolvimento da cultura e por isso procura estar atento a tudo. Serão 150 hectares com soja neste ciclo. “Tem que fazer tudo com calma, com tempo e sem pressa”, destaca. Ele regula bem a máquina, segue uma boa velocidade, não descuida dos detalhes. “Tem que ter capricho. Isso vale para todas as etapas. Mesmo fazendo tudo certo, às vezes aparecem dificuldades. Imagina se não seguimos a orientação, qual seria o resultado”, destaca. Hammel acredita em mais uma boa safra e confia na previsão do tempo e no preço. Para evitar surpresas, ele travou boa parte dos custos, com a aquisição de insumos, conforme orientações da Cotrijal. “Esse é um diferencial da cooperativa. Permite fazer bons negócios e de forma antecipada”, comemora. Com boa parte da área cultivada com Sementes Cotrijal, Hammel seguiu à risca

as orientações do Departamento Técnico, principalmente na preparação das áreas. Destaque para adubação com fósforo no inverno e adição de cloreto na pré-semeadura. “Eu não abro mão da semeadura no limpo”, conclui o associado, que estima colher mais de 70 sacas por hectare nesta safra 2018/19.

Últimas médias 2017/18 - 77 sacas/ha 2016/17 - 73 sacas/ha 2015/16 - 72 sacas/ha 2014/15 - 66 sacas/ha Área com soja 150 hectares Início da semeadura 24/10/2018

Aldoir Hammel: atenção aos detalhes garante melhor implantação

Excesso de chuva e fungos: combinação problemática

Amostras analisadas pelo Laboratório da Universidade de Passo Fundo e com problemas relacionados ao ataque de fungos

São vários os fatores que interferem no sucesso da semeadura, e nem todos é possível controlar. Um deles, o mais impactante, é o clima. Nesta safra, alguns produtores que semearam a soja muito cedo e sem as condições ideais de temperatura e umidade do solo, tiveram que entrar de novo na lavoura. O excesso de chuvas é uma das causas da dificuldade de emergência, tombamento e morte de plantas. Segundo a Embrapa Trigo, em outubro choveu o dobro da média histórica. Foram 319 milímetros, quando a média é de 150 milímetros. Essa condição é muito favorável ao ataque das plantas por fungos de solo. No Laboratório da Universidade de Passo Fundo, de 1º a 9 de novembro, em mais de 30 amostras de plantas, de nove cultivares, recebidas de várias empresas, foram detectados problemas com fungos de solo, principalmente de Pythium e Phytophthora. “Os sintomas apresentados são os mesmos: sementes que não germinaram, plantas que tombaram, raízes escurecidas, podridão de semente e raiz, redução de crescimento,

dentre outros”, explica a responsável pelo laboratório, Carolina Deuner. A pesquisadora, que é doutora em fitopatologia, ressalta que todo início de safra o laboratório recebe amostras com esses problemas, mas este ano o volume foi maior em função do excesso de chuva. “Em Passo Fundo, entre os dias 27 e 31 de outubro, tivemos mais de 100 milímetros. Isso, aliado a temperatura baixa do solo, é extremamente favorável ao ataque desses fungos”, alerta. Ela conta que a safra mais problemática foi a 2016/17, em que o laboratório recebeu o maior volume de amostras para análise desde que está em funcionamento. SEMENTE – Carolina lembra que esses fungos não estão na semente, e sim no solo, manifestando-se em condições favoráveis de temperatura e umidade. “O tratamento de sementes é essencial e o produtor deve também usar cultivares com resistência, mas isso não é garantia de estar livre de problemas de emergência ou ataque de pragas”, afirma.

Carolina Deuner: produtor deve estar atento ao clima

REPLANTIO - Os profissionais do Departamento Técnico da Cotrijal estão lado a lado com os produtores que enfrentaram dificuldades neste início de safra, orientando a melhor forma de conduzir o replantio. A orientação é que o produtor procure seu assistente técnico para alinhar a melhor estratégia nesses casos.


Novembro / 2018|05

Plantio escalonado para garantir rendimento Em Ibirubá, o associado da Cotrijal, Derli Pasinato iniciou a semeadura da soja no dia 20 de outubro. Ele acredita que o escalonamento do plantio é uma forma de fugir de algumas doenças como a ferrugem asiática e também do impacto do clima durante o verão. Com 350 hectares destinados para a soja, Pasinato está confiante e espera colher mais de 80 sacas/ha. “A nossa parte temos que fazer, o resto deixamos com São Pedro”, brinca o associado, que preparou uma boa cobertura de aveia para receber a soja. “Também tínhamos uma área com trigo, que também nos traz uma boa palhada. Tudo foi conduzido para que a soja possa entrar em cena da melhor forma possível”. Atento às condições para o aparecimento de pragas, doenças e plantas invasoras, Derli se antecipou em algumas ações. “Caprichamos no inverno com o controle de plantas daninhas (buva), investimos na utilização da tricodermas e bacilos para evitar os fungos, sem esquecer das pragas que necessitam constante monitoramento”, destaca o produtor. Ele utiliza 100% Sementes Cotrijal e também faz rotação com milho (47 ha). Em função de uma chuva torrencial no final da semeadura, uma das áreas que estava com pastagem teve a emergência prejudicada. “Essa chuva selou o solo, formando uma crosta, que acabou impedindo a soja de germinar”, explica a engenheira agrônoma Lidiane Pasinato, que atende a propriedade.

próxima safra A melhoria das características físicas do solo é apontada por Carolina Deuner como condição essencial para reduzir os problemas com fungos. “Áreas compactadas sempre vão ter mais problemas, porque em caso de excesso de chuva, o solo fica encharcado por mais tempo”, pondera. O coordenador técnico de Validação da Cotrijal, Fernando Martins, alerta também para a importância da temperatura do solo. A condição ideal de semeadura é de 25 ºC a cinco centímetros de profundidade do solo. Em outubro, até o dia 21, foram raros os dias em que a temperatura do solo chegou a 20 ºC, segundo a Embrapa Trigo. E as temperaturas mínimas do ar, todos os dias, foram menores do que 17 ºC. “Sabemos que o produtor quer semear mais cedo para escapar das doenças, mas não é lógico apressar a semeadura se você não tem as condições ideais”, destaca. “Solo muito frio dificulta a germinação da planta”.

Últimas médias 2017/18 - 73 sacas/ha 2016/17 - 76 sacas/ha 2015/16 - 70 sacas/ha 2014/15 - 69 sacas/ha Área com soja - 50 hectares Início da semeadura - 20/10/2018

Para a

A expectativa de colher acima de 80 sacas anima os Pasinato

Estratégias para todas as fases da cultura Em Nicolau Vergueiro, Leandro Winter iniciou cedo o trabalho de semeadura da soja, já no dia 13 de outubro. No final do mês, ele batia os 150 hectares plantados com boa emergência – do total de 500 hectares da propriedade, que são administrados em parceria com o sócio e cunhado Evandro Luís Zanolla. “Iniciamos a safra com o objetivo de colher 65 a 70 sacas/ hectare de média geral. O que acredito ser possível, se o tempo colaborar, já que no ano passado fechamos com média de 70 sacas/ hectare. E conto com o apoio da Cotrijal nesta missão”, enfatizou o produtor. Associado desde 2013, ele considera a parceria com a cooperativa fundamental para o bom andamento da propriedade. “A assistência técnica, com informações e a troca de ideias. Tudo isso é fundamental para uma safra bem sucedida”, apontou Winter, que é atendido pelo engenheiro agrônomo Ariel Bergmann Piccoli. A preocupação, neste momento inicial de implantação da cultura, é a alta incidência do capim rabo-de-burro, que está “complicado de controlar”, segundo o produtor. Para o agrônomo, o principal

fator para uma safra bem-sucedida é ter um planejamento estruturado, cuidado com cada detalhe que faz a diferença no resultado final. “A semeadura é um momento crucial, onde se estabelece o potencial produtivo da lavoura. É importante ter atenção com a profundidade da semente e a velocidade de semeadura, sempre procurando orientação do departamento técnico”, alertou. Além disso, Piccoli destaca a importância do controle das ervas daninhas – evitando a matocompetição na emergência da planta, o que pode ser determinante para os parâmetros de produtividade da cultura, como é o caso do capim rabo-de-burro que tem dado trabalho da propriedade de Winter. M ONITORAMENTO – Piccoli alerta aos produtores que se mantenham atentos a essa fase inicial da safra. “Agora nesse primeiro momento de emergência da lavoura ainda existe preocupação com a incidência de fungos de solo, especialmente Pythium e Phytophthora, e após incidência de insetos, principalmente a ocorrência de tamanduá-da-soja, trazendo problemas nas últimas safras. Isso

exige vigilância do produtor para não comprometer a produtividade”, finalizou o agrônomo, enfatizando que a janela de semeadura na região encerra no dia 25 de novembro. Winter já está com as estratégias definidas para a safra: as aplicações são controladas rigorosamente, para não deixar nada sair do controle.

Últimas médias 2017/18 - 70 sacas/ha 2016/17 - 72 sacas/ha 2015/16 - 68 sacas/ha 2014/15 - 69 sacas/ha

Winter e o agrônomo Ariel Piccoli: parceria fundamental para bom resultado


06|Novembro / 2018

RESISTÊNCIA

Como lidar com essa ameaça O problema da resistência de plantas daninhas, fungos e insetos aos agroquímicos vem crescendo, e com ele também os custos. A situação mais preocupante é a da ferrugem asiática: o fungo apresenta resistência ou perda de sensibilidade (parcial ou total) aos fungicidas dos principais grupos químicos de sítio de ação específico. O assunto é sério e traz dor de cabeça à comunidade científica e aos produtores porque não há perspectiva de lançamento de moléculas pertencentes a novos grupos químicos e com novo modo de ação nos próximos anos. O cenário desafiador vai exigir muito mais atenção do produtor ao sistema de produção, com a adoção de manejo integrado, visando não só garantir a eficiência do controle, mas prolongar o tempo de vida das tecnologias que ainda funcionam. Na opinião da doutora em Fitopatologia Caroline Wesp Guterres, da CCGL Tec, pior do que ter a ferrugem presente no campo é o cenário onde as fopções atuais de manejo da doença não sejam mais funcionais ou que o custo de controle seja muito acima do viável. “Esse risco existe. Caso não sejam adotadas medidas anti-resistência

Em média, o custo com defensivos para esta safra, na área de ação da Cotrijal, é de 12 a 13 sacas/hectare, representando 45% do investimento em insumos

por todos os setores envolvidos no agronegócio, que engloba pesquisa, empresas de químicos, assistência técnica e produtores, os problemas de resistência continuarão avançando com a rapidez”, pontua. Grande parte das empresas comenta que não serão lançados fungicidas com novo modo de ação entre os próximos 7 a 10 anos. “Isso ressalta a importância de mantermos efetivos os produtos que temos hoje no mercado”, acrescenta a pesquisadora. Os primeiros indícios de perda de sensibilidade do fungo da ferrugem asiática aos triazóis foram

Martins, da Cotrijal: é hora de refletir sobre o futuro do sistema de produção

detectados em 2007, seis anos após o início da utilização deste grupo químico em lavouras de soja. Para estrobilurinas, os casos iniciais de perda de sensibilidade ocorreram em 2012, dez anos após o início da utilização comercial de ingredientes ativos pertencentes a este grupo químico. No caso de carboxamidas, foram somente três anos desde o início do uso em áreas comerciais de soja. Hoje, os produtos à base de triazol funcionam com elevação da dose ou em mistura. Já as estrobilurinas e as carboxamidas conseguem atuar de forma eficiente preventivamente ou, em caso de controle curativo, apenas em misturas. O coordenador técnico de Validação da Cotrijal, Fernando Geraldo Martins, explica que a previsão de quebra de resistência das carboxamidas era de sete a dez anos. O processo foi acelerado porque surgiram raças novas do fungo, que não estavam previstas, e principalmente pelo uso contínuo de um mesmo grupo químico. Outro ponto que contribuiu foi o uso das carboxamidas de forma curativa e não preventiva, como era indicado. “É como combater uma pneumonia com remédio para febre”, exemplifica. “Expõe-se o produto a alta taxa da doença e o fungo vai se alimentando do produto e ficando resistente”.

OUTRAS DOENÇAS – Caroline Wesp Guterres alerta que a preocupação não deve ser somente com a ferrugem. Para outras doenças, como a mancha-alvo, o crestamento bacteriano de cercospora e a mancha olho-de-rã também são relatados problemas de resistência a alguns grupos químicos. “É importante o produtor sempre conversar com seu assistente técnico para buscar a orientação correta sobre o problema que tem na lavoura e definir a melhor forma de controle, aliando escolha de bons fungicidas com outras práticas de manejo, como uso de variedades mais precoces e variedades inox, plantio no período recomendado e evitando a soja safrinha, eliminação de plantas guaxas de soja, uso de tecnologia de aplicação adequada, dentre outras”, reforça.

Caroline Wesp Guterres, da CCGL Tec: pior do que ter a ferrugem no campo é não termos opções de controle, caso os problemas de resistência se agravem

Sobre a ferrugem ) O custo-ferrugem no Brasil (controle + perdas de produção) chega a US$ 2 bilhões por safra. ) Na safra 2017/18, foram registrados 643 focos de ocorrência da doença no Brasil. ) Na safra 2018/19, até o dia 29 de outubro, o fungo já havia sido confirmado em 13 locais do Rio Grande do Sul em soja voluntária. O primeiro caso em soja comercial foi detectado em 31 de outubro, no Paraná. Fonte: Consórcio Antiferrugem


Novembro / 2018|07

Plantas daninhas: custos crescentes Os problemas de resistência de plantas daninhas aos herbicidas vêm de longa data. No Brasil, foi marcante o caso da resistência do leiteiro ao princípio ativo imazaquin (nome comercial Scepter), na década de 1990. Era um produto revolucionário, que aliviou as dificuldades enfrentadas pelo produtor. Mas o uso repetido e com doses abaixo do recomendado, assim como aconteceu com o glifosato, em dez anos levou à resistência. “A orientação

Bianchi, da CCGL Tec: controle do capimamargoso acresce R$ 200,00 ao custo

ALERTA

1!

era usar um litro por hectare, mas o produtor usava meio litro”, recorda Fernando Martins. “Ou seja, a tentativa de economizar acabou levando a custos maiores depois”. Segundo estimativa da Embrapa Soja, o Brasil gasta R$ 9 bilhões por safra para o controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato e a outros herbicidas, considerando também as perdas de produtividade. E as plantas daninhas resistentes ocupam 60% da área de soja do país. “Para controlar azevém e buva resistentes ao glifosato e aos herbicidas inibidores de ACCase e da ALS, gasta-se, em média, 65%, aproximadamente R$ 80,00, a mais por hectare do que para plantas não resistentes. Para o controle de espécies perenes o acréscimo pela resistência é ainda maior. No caso do capim-amargoso, o aumento é de 165%, aproximadamente R$ 200,00, no custo, segundo estudo da Embrapa Soja”, pontua o pesquisador Mário Bianchi, da CCGL Tec. No Brasil, hoje há 50 registros de resistência em plantas daninhas, em mais de 30 espécies, muitas interferindo diretamente nas culturas de inverno e verão. Segundo o International Survey of Herbicide Resistant Weeds, no mundo são 496 casos, envolvendo 255 espécies, atingindo 92 culturas, em 70 países.

Embora não seja resistente a herbicidas, o capim rabo-deburro é muito difícil de controlar. E vem aparecendo em grande quantidade na beira das estradas. Segundo Bianchi, na última safra, o produtor desembolsou de 3 a 4 sacas de soja/hectare para o controle próximo do ideal para o capim rabo-de-burro e o capim-amargoso, enquanto o custo médio de controle das demais plantas daninhas variou entre 1,5 a 2 sacas/hectare. E ele alerta: “Áreas com problemas com essas plantas daninhas são aquelas que ficam em pousio durante o inverno”.

Pragas: controle cada vez mais difícil Embora não haja nenhum caso de resistência de pragas a inseticidas, a pesquisa acredita que esse é um caminho sem volta, porque já se tem notado dificuldade de controle em algumas pragas. “É natural que tenhamos esse tipo de problema, porque a natureza se adapta, mas não sabemos em quanto tempo”, afirma Sérgio Schneider, gerente técnico e coordenador da Área Experimental da Coopermil, cooperativa que tem sede em Santa Rosa. “Cabe a todos os atores envolvidos com a agricultora – produtor, assistência técnica, empresas de pesquisa e de genética – se unirem para desacelerar o processo de resistência”. Uma das preocupações é com a soja Intacta, que hoje ocupa grande parte das lavouras, sem a adoção do refúgio. “O clima tropical brasileiro é propício ao desenvolvimento da agricultura, mas também favorece a propagação de fungos e insetos, pois temos ponte verde o ano todo”, avalia Fernando Martins. “O ideal, para manter o equilíbrio natural e

ALERTA

2!

► R$ 9 bilhões é o CUSTO ANUAL da resistência no Brasil, se acrescido das perdas de produtividade

► Do total da área plantada de SOJA NO BRASIl, 60% tem espécies resistentes de daninhas ► 70% de PERDA DE PRODUTIVIDADE, caso não haja nenhum tipo de controle

Incidência na área plantada de soja

BUVA

CAPIMAMARGOSO

50%

55%

40%

80%

SAFRA 2016/17

PREVISÃO 2022

SAFRA 2016/17

PREVISÃO 2022

Situação da resistência no Brasil PLANTAS DANINHAS No Brasil já existem 50 relatos de resistência de plantas daninhas a herbicidas, sendo que as principais são:

Buva - maior parte resistente ao gli-

fosato e a glifosato+inibidor da ALS (clorimurom). Já existem casos de resistência, na mesma planta, ao glifosato+ 2,4D+diuron+paraquate+saflufenacil. Schneider: materiais hoje no mercado têm custo elevado e missão é trabalhar para não perdê-los

garantirmos a sustentabilidade do sistema, seria termos no verão 1/3 da área com milho e destes, 20% de milho convencional, 1/3 com soja transgênica e 1/3 com soja convencional”.

Fernando Martins alerta que muitas vezes não é o produto que não funciona. Ele lembra que vários fatores interferem na aplicação e precisam de atenção. Temperatura acima de 30º C, vento, umidade relativa do ar abaixo de 60%, por exemplo, são extremamente desfavoráveis. Além disso, é preciso estar com o pulverizador bem regulado, com as pontas adequadas e também usar os produtos corretos para cada alvo. Isso vale tanto para plantas daninhas quanto doenças e pragas.

Azevém – maior parte é resistente ao

glifosato ou a inibidores da ALS (iodosulfuron). Existem casos de resistência a glifosato+inibidor da ACCase (cletodim) e a inibidor da ACCase (cletodim)+inibidor da ALS (iodosulfuron).

Leiteiro – maior parte é resistente a

inibidor da ALS (clorimuron, cloransulam, imazamox, imazaquin, imazetapir).

Capim-amargoso – resistente ao glifosato ou a inibidor da ACCase (fenoxaprop e haloxifope). Problema grave no estado do Paraná, na região centro-oeste do Brasil e já está chegando ao Rio Grande do Sul. Caruru (Amaranthus palmeri)– resistente ao glifosato e ao glifosato+ inibidor da ALS (clorimuron, cloransulam e imazetapir). Problema grave nos Estados Unidos e já chegou na Argentina e no Mato Grosso. Fonte: http://www.weedscience.org

DOENÇAS Ferrugem asiática – resistente/par-

cialmente resistente a alguns triazóis, estrobilurinas e carboxamidas. Mancha-alvo – resistente aos benzimidazóis. Mancha olho-de-rã – relatos de resistência às estrobilurinas.

Crestamento de cercospora – relatos de resistência às estrobilurinas.

PRAGAS M ilho Bt – quebra da resistência em 2014.


08|Novembro / 2018

RESISTÊNCIA

O manejo ideal: olhar o sistema de produção Os químicos tornaram-se indispensáveis para garantir a produtividade, seja no controle de plantas daninhas, doenças ou insetos. Mas Fernando Martins lembra que não são as únicas estratégias e se continuarem sendo usadas de forma isolada em pouco tempo a pesquisa não vai dar conta de encontrar novas moléculas e a produção vai ficar insustentável, em função do custo. No caso dos herbicidas e inseticidas, há materiais novos sendo lançados, mas a partir de moléculas já existentes. “Inclusive um produto para azevém resistente está para chegar

ao mercado, mas como as empresas investem muitos recursos para desenvolver um produto mais eficiente do que o anterior, vão repassar ao produtor esse investimento e isso encarece o processo de produção”, alerta. O gerente técnico da Copermil Sérgio Schneider avalia que não dá para condenar o produtor, mas é momento de refletir sobre a sustentabilidade do sistema em longo prazo. “Estamos em um momento ainda muito feliz, porque nas últimas safras o clima tem colaborado e o preço da soja está bom. Mas e para frente?”, pondera.

Solucionador de problemas O coordenador técnico de validação da Cotrijal, Fernando Martins, lembra que práticas isoladas e repetitivas sempre vão levar a resistência, seja em plantas daninhas, doenças ou pragas. “Tiramos um grande solucionador de problemas da nossa lavoura, que é o milho. Além do grande aporte de palhada, ele exige o uso de herbicidas, fungicidas e inseticidas diferentes dos que utilizamos na soja. Isso ajuda a controlar o banco de sementes de plantas daninhas, os fungos que permanecem na palhada da soja ofo branco - Embora M ainda não seja resistente a nenhum grupo químico, o mofo branco é uma das grandes preocupações nas regiões de maior altitude e temperatura mais amena, pelo potencial de dano, facilidade de disseminação e dificuldade de controle. E assim como nos demais problemas fitossanitários, o uso de químicos de forma preventiva e curativa é

e também a reduz a população de insetos”, alerta. Pela estimativa da Conab, o Brasil plantou pouco mais de 5 milhões de hectares de milho nesta safra, área semelhante ao ano anterior. Já a soja deve ocupar 35,5 milhões de hectares, acréscimo de 2% em relação à safra passada. No RS, a Emater/RS-Ascar estima 738 mil hectares com milho, 0,6% a mais do que na safra 2017/18, enquanto a área de soja deve chegar a 6 milhões de hectares. Ou seja, apenas 12,5% foram destinados ao milho, quando o ideal seriam pelo menos 30%. necessário, mas sozinho não resolve o problema. O manejo ideal começa pela rotação de culturas, com milho, aumento na adição de palhada nas lavouras, utilização de semente certificada, espaçamento e densidade adequado de plantas, limpeza de maquinários ao sair de áreas com infestação antes de entrar em outras e uso de produtos biológicos.

O que fazer para combater RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS Manter o solo coberto o ano todo. N o inverno, de preferência com plantas que produzem palhas duradouras. Fazer o controle na pré-emergência da soja.

Hoje, a utilização de herbi-

cidas pré-emergentes no RS é de apenas 8% a 10%, mas todos os produtores deveriam fazer, porque nesse momento é possível utilizar produtos com mecanismos de ação diferentes do glifosato, que ajudam a reduzir o banco de sementes. U sar produtos espe-

cíficos e misturas para cada problema na dessecação.

Cuidar a tecnologia de aplicação. T emperatura,

umidade do ar, vento, usar dose recomendada do produto, estágio da planta (plantas grandes é mais difícil de controlar), dentre outros fatores, interferem diretamente na eficiência do manejo. R otação de culturas, principalmente com milho utilizando herbicidas a base de atrazina.

Limpar as máquinas.

Flávio Rizzardi com o agrônomo Leonardo Pesente: mesmo com todos os cuidados, azevém insiste em aparecer no meio do trigo

No caminho certo

O produtor Flávio Rizzardi, de Colorado, pensa no longo prazo. Depois de ter sérios problemas com corda-de-viola em uma área, há cerca de dez anos, optou por retomar o plantio de milho no verão, em um terço da área, e também manter o solo coberto durante o período de inverno, seja com plantas de cobertura ou culturas de grãos. “Essa rotação facilita especialmente o controle de plantas daninhas e também ajuda a controlar algumas doenças e pragas”, reconhece. Nesta safra, serão 32 hectares de milho e 47 com soja. Além

disso, segue à risca a orientação do assistente técnico Leonardo Pesente, rotacionando produtos de diferentes grupos químicos. Mesmo com todos os cuidados, na última safra de inverno ele enfrentou dificuldade para controlar o azevém. Mas a buva e o tamanduá-da-soja, difíceis de eliminar em muitas propriedades, na lavoura de Rizzardi não são problema. “O papel do milho é importante em vários aspectos: diminui o banco de sementes de plantas daninhas e de fungos, ajuda no controle de

pragas, como o tamanduá e melhora o sistema como um todo”, explica Pesente. O produtor não tem dúvida de que a forma como vem conduzindo a lavoura está correta. “Não dá pra pensar no custo imediato, preciso olhar à frente. Só assim vou conseguir ampliar a média de produtividade”, pontua. Nos últimos anos, na soja a média não baixa das 75 sacas/ hectare. E no milho, 200 sacos/ hectare. A estimativa de custo por hectare com químicos nesta safra é de 12 sacas/hectare, considerando a soja a R$ 75,00.

ALGUMAS PRÁTICAS, COMO A ROTAÇÃO DE CULTURAS, ESPECIALMENTE COM O USO DE MILHO EM PELO MENOS 1/3 DA ÁREA NO VERÃO, CONTRIBUEM PARA O MANEJO DA RESISTÊNCIA TANTO DE PLANTAS DANINHAS QUANTO DE DOENÇAS E PRAGAS.

RESISTÊNCIA DE FUNGOS Utilizar sempre misturas comerciais formadas por dois ou mais fungicidas com modo de ação distintos. Os fungicidas parceiros devem fornecer controle satisfatório da doença-alvo quando utilizado sozinho. Aplicar o fungicida em doses e intervalos de aplicação recomendados em bula pelo fabricante. Não utilizar mais que duas aplicações de produtos do mesmo modo de ação. A primeira aplicação de fungicida da safra deve ter como foco contemplar todas as camadas da planta, sendo importante proteger corretamente as

folhas do baixeiro.

A associação entre sítio específico e multissítio deve sempre ser priorizada. Garantir uma boa tecnologia de aplicação. É preciso respeitar o volume de calda, fazer a mistura corretamente, realizar a adequada regulagem dos pulverizadores e escolher as pontas (bicos) de aplicação de maneira correta, além de cuidar temperatura e umidade do ar. Eliminar plantas que possam ser eventuais hospedeiras. Respeitar o vazio fitossanitário.

RESISTÊNCIA DE INSETOS Rotacionar inseticidas com diferentes modos de ação. Adotar o cultivo de áreas de refúgio. Utilizar o Manejo Integrado de Pragas. Realizar rotação de culturas.

Rotação de culturas.

REPORTAGEM – Esta reportagem terá sequência na próxima edição do Jornal da Cotrijal, abordando a problemática da resistência de lagartas aos híbridos de milho com as proteínas Bt.



10|Novembro / 2018

Coberturas de inverno ganham espaço Quem andou pela área de ação da Cotrijal de maio a setembro teve dificuldades em encontrar áreas em pousio. Além das tradicionais culturas de inverno (trigo, cevada e canola), plantas de cobertura bem estabelecidas mudaram o visual das coxilhas e campos. A estratégia adotada pela cooperativa ainda é recente, mas já agrada produtores pelo volume de palhada deixada no solo: até 15 toneladas/ha. Leonardo Goellner, de Pinheiro Marcado, interior de Carazinho, plantava apenas aveia e trigo durante o inverno. Neste ano, experimentou o consórcio de plantas de cobertura em 300 dos 900 hectares da propriedade e ficou tão satisfeito que já pensa em triplicar a área na próxima safra. “O solo saiu ganhando. Chegamos a 15 toneladas de palha por hectare, quase o dobro de anos anteriores”, comemora. Na área onde ia cultivar trigo, depois da soja Goellner usou coberturas de trigo mourisco, nabo e capim-sudão. E no restante da área, como cobertura de inverno, plantou centeio, aveia preta e ervilhaca. Além da palhada, ele vê o benefício das culturas no perfil do solo. “Essa

Leonardo Goellner, de Pinheiro Marcado, semeou 300 dos 900 hectares com plantas de cobertura

mescla possibilita uma maior variedade de raízes, ganho em nitrogênio para o solo e garante uma excelente rotação de culturas”, destaca, otimista com a possibilidade de ganho em produtividade na soja. O coordenador técnico de Difusão da cooperativa, Alexandre Doneda, avalia como positivo o interesse do produtor em planejar melhor o inverno, com o auxílio da

Cotrijal, de olho no retorno que terá na soja. Conforme levantamento do Departamento Técnico (Detec), as plantas de cobertura ocuparam 7 mil hectares neste inverno. “A soja só vai responder bem se o sistema estiver saudável, com boa palhada e nutrido. E a campanha tem esse foco: reforçar junto aos associados os cuidados que o solo necessita o ano todo”, pontua.

Onde está a palhada SOJA: 4 toneladas/ha TRIGO/CEVADA: 4,5 toneladas/ha MILHO: 12 a 13 toneladas/ha PLANTAS DE COBERTURA BEM ESTABELECIDAS: até 15 toneladas/ha

Ele lembra que um Sistema de Plantio Direto adequado precisa de 12 toneladas de palha por hectare/ ano. “Somente com as culturas convencionais, sem contabilizar a rotação com milho, não chegamos nem perto desse número. Já neste primeiro ano, as plantas de coberturas renderam até 15 toneladas/ha de palhada, o que muito positivo”, adianta.

Menos problemas - Com uma ciclagem maior de nutrientes no solo, maior proteção e fertilidade, os resultados devem aparecer já nessa safra de verão. “Além de proteger o solo e evitar a erosão, a prática contribui para quebrar o ciclo de plantas daninhas e a ocorrência de mofo branco”, explica o coordenador técnico de Difusão da Cotrijal, Alexandre Nowicki.

O que entrou no campo - Aveia e centeio, consorciado com nabo - Centeio e aveia consorciado com ervilhaca - Trigo morisco, nabo e capim-sudão - Aveia preta (cultivo solteiro) - Aveia branca (cultivo solteiro) - Centeio (cultivo solteiro) - Capim-sudão (cultivo solteiro) Área cultivada: em torno de 7 mil hectares

Detec/Márcio Antônio De Paula

Por que investir em cobertura - Solo fica mais protegido (palhada) - Evita erosão - Reduz a emergência de plantas daninhas - Reduz da ocorrência de mofo branco - Previne doenças de solo


Novembro / 2018|11

CONSÓRCIO DE PLANTAS

“Não é custo, e sim investimento” dutor. Costella vê o consórcio de cobertura como um investimento e a intenção é repetir estratégia no próximo ano. “Não dá para deixar a área em pousio”, fala. Na área de 70 hectares, administrada pelo produtor e dois irmãos, a rotação de culturas é prioridade. Nos 17 hectares com mix, ele intercala soja e milho no verão. “Plantando milho na área, a gente consegue seis até sete sacas a mais de soja por hectare na safra seguinte. Além disso, temos menos doenças e outros problemas”, avalia.

PROPRIEDADE COSTELLA

Quebra de ciclo de invasoras

A combinação de plantas também colabora para ele lidar com a buva, hoje uma preocupação para a maioria dos agricultores. “O solo fica coberto o ano todo e isso facilita o manejo de invasoras. É um investimento que se paga só pela prevenção”, aponta.

LOCALIZAÇÃO: Linha Costella - Vila Lângaro ÁREA TOTAL: 70 ha ÁREA COM PLANTAS DE COBERTURAS: 17 ha CULTURAS: capim-sudão, nabo forrageiro e trigo mourisco

Detec/Anderson Limberger

“Não adianta de nada investir em uma boa adubação, fazer uma boa calagem e deixar o solo exposto para a chuva levar tudo embora”. Este foi um dos motivos que levou o produtor Luciano Costella, de Linha Costella - Vila Lângaro, a optar pelo consórcio de plantas de cobertura em 17 hectares da sua lavoura, durante o inverno. Associado da Cotrijal desde 2017, ele é atendido pelo engenheiro agrônomo Anderson Limberger, que recomendou a utilização do consórcio de cobertura – com capim-sudão, nabo forrageiro e trigo mourisco –, no intervalo entre a colheita do milho (em fevereiro) e a implantação da cevada (final de junho). “O resultado nesta primeira experiência foi ótimo. Em 20 dias, o trigo mourisco fechou a área completamente. Além minimizar o impacto da chuva, é um tipo de cobertura que agrega valor para a adubação verde”, menciona o pro-

Costella, de Vila Lângaro: o grande benefício do consórcio é a eficiência na cobertura da lavoura durante o inverno

Solo protegido faz a diferença

Importante para o sistema Na propriedade de Rudi Wallauer, de Victor Graeff, dos 60 hectares, 40 foram destinados as plantas de cobertura. O melhor resultado foi verificado em área semeada com trigo mourisco, nabo e capim-sudão, após a colheita do milho, que produziu boa quantidade de palhada. Já em 20 hectares com nabo, ervilha forrageira e aveia, o atraso na semeadura, seguido de dias de falta de chuva e temperaturas elevadas, e posterior formação de geada, prejudicou o desenvolvi-

mento. Mesmo assim, o produtor vê de forma positiva o fato da Cotrijal incentivar a rotação de culturas e uma melhor utilização das áreas no inverno. O coordenador técnico de Difusão da Cotrijal, Alexandre Doneda, explica que no consórcio utilizado por Wallauer e outros produtores houve uma grande composição de ervilha e nabo e pouca aveia. Isso levou a uma baixa produção de palhada e que se decompôs rapidamente.

Detec/Márcio Antônio De Paula

PROPRIEDADE HEIMANN

Osmar Heimann investiu no consórcio de plantas e espera bom resultado no milho. Na foto, ao lado do engenheiro agrônomo Márcio Antônio De Paula

Para Osmar Heimann, produtor de Secção Cravo – Erechim, o interesse em usar o consórcio de plantas de cobertura surgiu durante uma palestra na Unidade da Cotrijal de Capô-Ere sobre o assunto. “Os estudos mostravam que os produtos combinados para cobrir o solo ajudam na correção e deixam uma boa camada de palha. Por isso que optei por esses materiais”, revela.

Associado da cooperativa desde 2017, atendido pelo engenheiro agrônomo Márcio Antônio De Paula, ele optou pelo método para fugir do pousio e está satisfeito com o resultado, pois viu uma excelente cobertura na área de 17 hectares. O composto foi implantado no começo de maio, na lavoura onde antes estava a soja. No final

LOCALIZAÇÃO: Secção Cravo - Erechim ÁREA TOTAL: 100 ha ÁREA COM PLANTAS DE COBERTURAS: 17 ha CULTURAS: nabo, ervilhaca e aveia

de setembro, deu espaço para o milho. “O que me surpreendeu foi a qualidade da terra para o plantio. Isso tem feito a diferença agora na lavoura de milho”, avalia. Para o próximo ano, ele pretende repetir a estratégia. “Este é o grande diferencial de trabalhar com a Cotrijal: temos sempre acesso a informação atualizada e confiável, com segurança”, conclui.

Rudi Wallauer: incentivo da Cotrijal é positivo


12|Novembro / 2018

CULTURAS DE INVERNO

Para uma boa arrancada no verão As culturas de inverno já estão saindo do foco do produtor, dando espaço para a soja. Em muitas áreas colhidas, em outubro, a qualidade foi aquém do esperado, especialmente na cevada. Se o resultado do que já deixou o campo não agrada, por outro lado é consenso entre os produtores que nas lavouras onde durante o inverno foi plantado trigo e cevada a soja rende mais. Nas áreas semeadas cedo, o clima novamente castigou muitas lavouras, deixando as plantas mais suscetíveis a doenças como a giberela. Foi o caso do produtor Erler Schmidt, de Posse Müller, Victor Graeff.

Ele tinha a expectativa de colher 65 sacos/hectare nos 50 hectares com trigo, mas o excesso de chuva levou a ocorrência da giberela, reduzindo a produtividade para 48,5 sacos/hectare. O que compensa o resultado abaixo do esperado é a qualidade dos grãos – PH 78 -, aliada ao preço melhor em relação ao ano passado. O produtor também reconhece a importância dos cereais de inverno para o sistema de produção. “São essenciais para a lavoura. Assim como o suporte da Cotrijal”, afirma. A propriedade, de 130 hectares, é atendida pelo engenheiro agrônomo Márcio Forcelini.

Schmidt: palhada deixada na lavoura alavanca produtividade de soja

Trigo ainda é a melhor opção

Longe de mais uma frustração está a lavoura de Sérgio Ohse, em Almirante Tamandaré do Sul. Com 62 hectares destinados para o cereal, o associado da Cotrijal estima uma produtividade na casa dos 60 sacos/ ha, o que lhe renderá uma boa renda neste inverno. “Este ano conseguimos uma boa relação de troca na compra dos insumos, o que já nos deixou mais tranquilos na hora da colheita. Também tivemos o auxílio da Cotrijal no projeto de segregação, o que vai auxiliar na comercialização. São pontos importantes

para o produtor”, avalia. Ele também destaca a atuação do Departamento Técnico da cooperativa na conquista desse resultado, com ênfase nos manejos realizados e na condução da lavoura. “Foi mais um ano de muita chuva no inverno, o que nos preocupou e exigiu bastante. Logo após a semeadura tivemos problemas com erosão e agora no final com as doenças, mas conseguimos uma boa resposta em produtividade e qualidade”, destaca o produtor, que está satisfeito com a qualidade dos grãos colhidos.

Sérgio com o agrônomo Juliano Algeri, feliz com os primeiros resultados de colheita em suas áreas com trigo

A soja e o solo agradecem R otação de culturas F ormação de palhada G eração de nutrientes para o solo M anejo antecipado de plantas daninhas Á rea sem pousio Área de trigo no RS - 681.700 ha Área de cevada no RS – 55.600 ha Área de canola no RS – 34.800 ha * Dados estimados pela Conab

CEVADA

Motivação na palhada Para o produtor Ademir Rizzardi, de Colorado, não há cultura de inverno sem retorno. A palhada

deixada pela cevada na lavoura de 90 hectares comprova isso. “Essa palha farta beneficia muito a soja”,

Felipe Roveda e o engenheiro agrônomo Ediomar Chagas: boa cobertura da lavoura no inverno reflete positivamente na soja

avalia. “É claro que sempre buscamos melhor produção, mas estamos cientes de que isso nem sempre vai acontecer, como nesta safra, em que o clima foi determinante para a qualidade dos grãos, que acabaram todos sendo destinados para forragem”, complementa. Na mesma situação encontra-se o produtor Felipe Roveda, de Vista Alegre, interior de Colorado. Ele iniciou a colheita da cevada em meados de outubro e logo percebeu que o clima tinha feito estragos na sua lavoura. “O produtor sempre procura fazer o melhor para colher bem, mas o inverno vem nos judiando”, destaca. Ele tinha 32 hectares com cevada e 38 com trigo. Preocupado com os custos do inverno, Roveda também faz menção aos pontos positivos por não ter

Ademir Rizzardi, com o agrônomo Ezequiel Kaiper: palha não vai faltar

deixado sua área em pousio, o que já é uma vitória. “Uma boa condução no inverno também representa um bom controle de ervas daninhas na

soja, sem contar que a semeadura em uma resteva de cevada ou trigo é o ideal para o bom arranque da soja”, destaca o produtor.



14|Novembro / 2018

Cotrijal inova e chama crianças para Dia de Campo

Iniciativa inédita da unidade de Santo Antônio do Planalto, dia 15 de outubro, atraiu 60 crianças da EMEF São Paulo

Olhinhos curiosos e mãozinhas ágeis se misturam ao verde do trigo e das pastagens de azevém num Dia de Campo diferente, onde as crianças são as protagonistas. São elas que recebem informações, fazem perguntas e de forma espontânea interagem uma com as outras, numa espécie de aula a céu aberto. Desenvolvida de forma inédita pela unidade da Cotrijal em Santo Antônio do Planalto, esta iniciativa ganhou visibilidade e deverá ser incluída em projetos mais amplos da cooperativa. O primeiro evento nesse formato envolveu 60 alunos dos 1º e 5º anos da EMEF São Paulo, mas também professores e os pais, a maioria, com um vínculo forte com a cooperativa. É por acreditar no potencial dessa gurizada esperta, que ainda não sabe definir a palavra futuro, mas que quando crescer deseja continuar no campo, plantar e ser feliz, que a Cotri-

jal inova, avalia a gerente da unidade Aline Luersen. “Eles são o futuro da Cotrijal. Nos surpreendeu o interesse e participação de todos”, ressaltou. Acostumados a atender grupos de produtores, agrônomos tiveram que se desdobrar para responder a todas as dúvidas. E perguntas não faltaram. A criançada veio disposta a sanar todas as dúvidas para trocar ideias de igual para igual em casa. “Bem legal! Fica mais fácil aprender assim. Agora eu sei que se não usar o tipo correto, o alimento dá errado”, comentou satisfeita a estudante do 5º ano Nicoly Haenel, de 11 anos, reconhecendo que foi muito importante aprender sobre as variedades de trigo, manejos, o caminho da cultura até a indústria e como fazer um pão saboroso com o tipo certo de farinha. A família de Nicoly produz grãos e leite e o que ela mais gosta é de tratar dos terneiros, todos com apelido especial.

“Tem o Cara Branca, a Rabinho Torto… Geralmente escolho o nome pela aparência”, justificou. O pequeno Arthur Bangemann, 6, estava ansioso para ver como se dá a semeadura e o processo de panificação. O que ele mais gostou foi de colocar a mão na massa. “Gostei de saber como cresce o pão”, falou. Apesar da pouca idade, o menino aprendeu que por trás do pão e do biscoito exposto na prateleira do supermercado existe muita tecnologia e profissionais envolvidos. Já o garoto Heitor Auler, 6, disse que o pai planta trigo e, agora, vai ficar mais fácil conversar sobre a lavoura com ele. Os pequenos também ganharam lanche, doces e brindes. “Foi desafiador, mas empolgante. Eles querem saber o porquê de tudo. A gente também aprende”, resumiu o engenheiro agrônomo Fernando Cirolini. Com 17 anos de casa, ele já havia participado de Dia

Arthur Bangemann, 6, gostou de colocar a mão na massa

de Campo com mulheres, mas com crianças foi a primeira vez. “Uma experiência muito positiva. Que venham outros iguais a esse”, complementou. A iniciativa envolveu ainda os agrônomos Daniel Müller e Saimom Sozo e demais colaboradores da unidade.

Para a professora Ivete Griebler, a ação foi um marco para a escola. “Além de incentivar o amor pela agricultura, fortalece o cooperativismo”. Divididos em duas turmas, alunos percorreram parcelas acompanhados pela diretora Solange Müller e professores dos 1º e 5º anos. O coordenador técnico de Difusão da Cotrijal, Alexandre Doneda, prestigiou iniciativa.

Área

demonstrativa

Aula a céu aberto agradou alunos que interagiram de forma espontânea com profissionais da cooperativa e colegas de turma

Além de variedades de trigo, a área demonstrativa da unidade possui parcelas com pastagens, coberturas de solo e cevada. A atividade do leite também teve destaque na aula prática. “Procuramos mostrar para eles que o leite não vem da caixinha do mercado e que a vaca precisa de uma dieta equilibrada para produzir bem”, concluiu Sozo.



16|Novembro / 2018

TARDE DE CAMPO NO TURISMO

Jardins impulsionam sonhos e transformam vidas Plantas que encantam, sabores que conquistam, trabalhos manuais dignos de aplausos, tudo isso no cenário de um jardim de tirar o fôlego. Esta foi a receita da Tarde de Campo no Turismo, apoiada pela Cotrijal, que aconteceu no dia 23 de outubro, no Caminho das Topiarias, Flores e Aromas, em Victor Graeff, na propriedade de Sirlei e Roman Schröpel. A Cotrijal foi apoiadora da programação, que contou com oficinas de construção de terrários, plantas bioativas, jardins em pequenos espaços, artesanato em palha de trigo e porongo e escultura em frutas. Também aconteceu mini feira de flores, artesanato, produtos coloniais e embutidos, encerrando com chá com flores e aromas para confraternizar. Colaboradores, associadas e integrantes do Comitê de Mulheres da Cotrijal participaram das atividades. A cooperativa foi representada pela gerente da Unidade de Negócios de Santo Antônio do Planalto, Aline Luersen. “Trabalhamos na divulgação e, com orgulho, trouxemos muitas mulheres para admirar o encanto e as belezas naturais que o nosso município proporciona. Além disso é uma oportunidade para nós produtoras adquirirmos conhecimentos para aplicar nas propriedades”, apontou Claudete Beffart, secretária do Comitê de Mulheres e representante pelo município de Victor Graeff. Para Mirna Strasser, “uma tarde maravilhosa de confraternização, repleta de dicas que podem e devem ser aplicadas no dia a dia, para aproveitar melhor o espaço e plantas para embelezamento, além das frutas, ervas e chás para o consumo”. Ela também é representante do Comitê pelo município de Victor Graeff. Lovani Carla Klein Marquetti, produtora de São José do Umbú, também aprovou a programação. Esta foi a primeira que participou da tarde de campo no turismo.

“Estou surpresa positivamente. Não imaginei que tivesse acesso a tanta informação, tão perto de casa. Os jardins são mesmo maravilhosos, vale a pena conhecer. Uma tarde que marca, pois adoro plantas e quero aplicar tudo lá em casa”, opinou. mor que faz germinar A – S irlei Schmidt Schropel recepcio-

nou as dezenas de pessoas em sua propriedade. Associada da Cotrijal, ela lembra que o segredo do jardim dos sonhos é o amor que ela entrega em cada cuidado com as plantas. “Não importa se é um canteiro menor ou se é um grande terreno, coloque o seu coração nas plantas. Eu cuido de cada uma com todo carinho e dedicação, todos os dias um pequeno toque. É uma alegria muito grande ver as pessoas valorizando o nosso trabalho”, apontou. O jardim iniciou timidamente em 1998. E foi em 2004, quando Sirlei fez curso de paisagismo e jardinagem, que o quintal virou referência e chamou a atenção dos turistas. A mãe dos jardins – “Algumas pessoas escrevem suas histórias nos livros. Eu imprimi a minha história no nosso jardim”, relatou Delci Gnich, de Ernestina, que possui uma relação de 30 anos de paixão e dedicação às flores e jardins. “Hoje aquela sementinha plantada se transformou no Caminho das Topiarias, Flores e Aromas. Sou muito feliz por isso”, contou, revelando que o grupo a chama carinhosamente de ‘a mãe dos jardins’.

Associadas integrantes do Comitê de Mulheres da Cotrijal participaram das atividades

Dezenas de pessoas prestigiaram as oficinas que trataram do cultivo de plantas, artesanato e manipulação de ervas e alimentos

Sirlei Schropel recepcionou todos com simpatia

Lovani Marquetti aprovou a água saborizada

Os jardins transformaram a vida de Delci Gnich

Produtoras empreendedoras Produtora do Primeiro Distrito de Victor Graeff, Jussara Valeria S. dos Santos ministrou a oficina de artesanato em porongo. Ela destina as horas vagas para o trabalho manual, o que considera ‘terapia’. “Desestressa e faz bem pra alma. Esta pode ser uma fonte de renda extra”, enfatizou a associada da Cotrijal. Empreendedora há 19 anos, Anegrid dos Santos, produtora de Victor Graeff, também ministrou oficina

Arte em porongos mostrada por Jussara dos Santos

durante a tarde de campo. Ela falou sobre jardins em pequenos espaços, plantas que deixam o ambiente mais harmônico quando combinadas entre si e quais se adaptam às condições climáticas. “Um jardim pode ter 80 hectares ou pode ser dentro de um vidro dentro de casa. O segredo é sempre a dedicação, o amor e o interesse”, aconselhou. Dona de floricultura, Anegrid é responsável pelo paisagismo do parque da Expodireto Cotrijal há 12 anos.

Anegrid dos Santos falou sobre jardins em pequenos espaços



18|Novembro / 2018

Tour pelo Paraná para ver o melhor do cooperativismo O presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, e o vice Enio Schroeder embarcaram, em outubro, com um grupo de mais 40 cooperativistas gaúchos, para uma viagem de intercâmbio de quatro dias ao estado do Paraná. Um trajeto de mais de 1,5 mil quilômetros, passando por nove cidades, para conferir de perto a realidade, solidez e qualidade do cooperativismo paranaense. Na bagagem, informações sobre temas como a agroindustrialização, intercooperação, crédito rural e governança. “Uma viagem muito positiva. Além de uma gestão visionária e trabalho consistente na parte de sucessão, tanto em nível organizacional como no campo, no Paraná é muito forte a intercooperação. Organizadas em blocos e por região, as cooperativas vêm alcançando novos patamares de ponta a ponta, da produção ao mercado, passando pela indústria e distribuição”, destacou Mânica. O dirigente lembrou também que a Cotrijal mantém uma relação próxima e de longa data com cooperativas não só do Paraná, mas

também de Santa Catarina. “Um canal aberto e de cooperação nas mais diferentes áreas”, ressaltou. Para o vice-presidente, Enio Schroeder, “uma experiência muito rica”. “Não basta só produzir, é preciso cooperar. E o Paraná tem um sistema muito fidelizado e atuante. Serve de modelo e inspiração para o cooperativismo gaúcho avançar, em especial na intercooperação, para viabilizar novos negócios, com menos custo e risco”, pontuou. A exemplo da Cotrijal, as organizações paranaenses também investem forte em ações voltadas para o público feminino, jovens e líderes. Organizado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS), o tour técnico reuniu representantes de 27 cooperativas gaúchas, que representam 90% do faturamento do estado. “Extremamente positivo pela integração e agenda. Começamos pela Ocepar porque entendemos que a organização tem protagonismo muito forte no desenvolvimento do cooperativismo brasileiro”, destacou o presidente Paulo Pires.

Dirigentes da Cotrijal na sede da Coamo, em Campo Mourão

Sistema

Atualmente o Paraná produz cerca de 35,4 milhões de toneladas de grãos, com maior parte beneficiada e com agregação de valor pelas cooperativas locais. No ramo agropecuário, são 69 cooperativas atuantes, num total de 167 mil cooperados, representando 58% do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do Estado. Em 2017, do faturamento de R$ 70,6 bilhões das cooperativas, R$ 58 bilhões foram oriundos das cooperativas agropecuárias, que também geraram US$ 2,6 bilhões em exportações para cerca de 120 países. Destas receitas, 48% são geradas nas agroindústrias, fazendo a agregação de valor de produtos.

Modelos de negócios Além de visita à sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, o grupo passou por sete das maiores cooperativas do Paraná. Na Frísia, em Carambeí, o foco foi a intercooperação que envolve as cooperativas da região do ABC. Há parcerias no processamento de carnes, lácteos, grãos e cereais. Na Cocamar, em Maringá, o grupo se inteirou sobre o modelo de gestão adotado pela cooperativa e que deve ser estudado. Na Coamo, maior cooperativa do Brasil, com sede em Campo Mourão, conheceu

processo de relacionamento com o cooperado e a capitalização. Ocorreram ainda visitas à Cotriguaçú, em Cascavel, para ver como a cooperativa trabalha com a questão da logística. Na Frimesa, a conversa girou em torno do funcionamento na atividade do leite e suínos e a participação na cadeia produtiva como um todo. O roteiro contemplou ainda visitas a Copacol, em Cafelândia, e Lar, em Medianeira, cuja pauta principal foi o processo de agroindustrialização.

Delegação dos dirigentes de cooperativas agropecuárias gaúchas durante visita à Cotriguaçú, em Cascavel

(Com foto e informações da assessoria de imprensa da FecoAgro/RS)

Intercâmbio com foco em inovação na Suíça Gestores da Cotrijal participaram, em outubro, de viagem técnica à Suíça, a partir do programa de capacitação e relacionamento institucional, que envolve cooperativas e Syngenta, uma das parceiras fortes da cooperativa. Nesta edição, o foco do Aliança foi a inovação em gestão. Pela Cotrijal, participaram os superintendentes de Produção Agropecuária, Gelson Melo de Lima, e administrativo-financeiro, Marcelo Ivan Schwalbert. A missão internacional contemplou visitas à sede mundial da Syngenta, na Basileia, e Centro de Pesquisa, em Stein. Além disso, os superintendentes fizeram um curso de alto impacto no International Institute for Management Development (IMD), uma das principais escolas de negócios do mundo, localizada em Lausanne. No IMD, gestores da Cotrijal tiveram a oportunidade de debater com especialistas

sobre tendências globais e acontecimentos macroeconômicos e o impacto dos avanços tecnológicos nos negócios das grandes organizações. O roteiro incluiu ainda uma visita à fábrica da Nestlé, hoje líder mundial na produção de alimentos. “Uma troca de informação fundamental para sermos ainda mais eficientes no agronegócio”, reconheceu Lima. Para Schwalbert, o programa possibilita entender o mercado local e assim agregar valor com inovação aos negócios do produtor e da cooperativa. Sobre o programa, o gerente Regional Aliança, Rafael Chioquetta, explicou que o foco principal é trabalhar com a diferenciação para gerar sustentabilidade para toda a cadeia do Agro. “Tudo o que a Cotrijal faz é pensando no produtor. Ao desenvolver a alta performance, o Aliança contribui essa evolução nos negócios com eficiência”, afirmou.

Grupo que participou de missão internacional pelo projeto Aliança da Syngenta, em outubro


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20|Novembro / 2018

EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

Cotrijal e Cinbalagens comemoram 20 anos de parceria em prol da sustentabilidade Considerado o maior projeto ambiental consolidado no Rio Grande do Sul, a Cinbalagens - Aria (Central de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos), de Passo Fundo, recebe as embalagens vazias de agrotóxicos e assegura o destino correto. Neste ano, a entidade completou 20 anos e homenageou a Cotrijal por ser a primeira cooperativa a se cadastrar como associada central e investir no projeto. Na propriedade do associado da Cotrijal Zenir Nilo Doneda, de Mantiqueira, interior de Não-Me-Toque, as embalagens vazias dos defensivos agrícolas usados na lavoura deixaram de ser um problema há muito tempo. Ele faz questão de realizar a tríplice lavagem e dar o destino correto para cada uma, tudo conforme recomendado. Doneda relata que esgota bem os frascos e coloca tudo dentro do pulverizador, para não deixar o resto de produto exposto ao solo, e já prepara as embalagens para uma futura reciclagem. Depois da tríplice lavagem, as embalagens são colocadas para secar, ele usa um martelo para perfurar e armazena em uma sala separada e trancada com chave. A tampa da embalagem e a caixa do defensivo também são separados. Feito o processo, o produtor organiza uma entrega anual (ou semestral, como está prevendo) para a Unidade da Cotrijal, que encaminha todo o volume para a Cinbalagens dar o destino correto. Na sua avaliação, todos saem ganhando. "Esse processo também é benéfico para o produtor, que não desperdiça produto, deixa a propriedade organizada, sem em-

O produtor Zenir Nilo Doneda construiu um espaço separado para o armazenamento das embalagens vazias

balagens jogadas, evitando a contaminação de águas e solo. E se engana quem pensa que é trabalhoso, ao contrário, é muito mais prático, faz tudo na hora e resolve o problema", destaca. Para garantir que estava fazendo tudo dentro das normas, Doneda construiu uma 'casinha' próxima ao galpão para armazenar as embalagens até acumular uma carga para entregar na cooperativa. É lá que ele estoca também o resto dos produtos que sobra de um ano para outro. A construção foi orientada e planejada pela Cotrijal – parceira

que ele considera crucial para a evolução que o campo sofreu com esta 'limpeza' de embalagens vazias. "A maioria dos produtores faz tudo certinho. Criou-se uma conscientização no povo e a Cotrijal tem papel importante nesse processo. A cooperativa chegou para colocar nós produtores em um nível de primeiro mundo, tecnificado, com alta produtividade e responsabilidade com a sustentabilidade dos nossos recursos naturais. Se não fosse a Cotrijal, pode ter certeza que a nossa região teria outra realidade", enfatiza Doneda.

Reconhecimento à importância do trabalho conjunto Por conta desta parceria, a Cotrijal foi homegeada durante o jantar que comemorou os 20 anos de história e conquistas da Cinbalagens em prol da sustentabilidade no agronegócio. Representando a Cotrijal, durante a confraternização, estiveram o superintendente de Produção Agropecuária, Gelson Melo de Lima; a coordenadora do Meio Ambiente, Deisi Sebastiani Nicolao; e o coordenador Operacional das Unidades de Carazinho, Elvio José Caraffini. Lima destacou a importância da parceria. “A Cinbalagens faz parte do processo de produção da Cotrijal. O trabalho é um exemplo prático de que a sustentabilidade é possível, pois as embalagens deixam de fazer parte de um potencial poluidor, sendo direcionadas para a reciclagem”, apontou o superintendente. “Para nós, enquanto cooperativa, é um orgulho fazer parte dessa história de sucesso que concretizou a destinação correta das embalagens, que antes eram enterradas ou jogadas a

Cotrijal foi homenageada no jantar de comemoração dos 20 anos da Cinbalagens

céu aberto e nos rios, contaminando o meio ambiente, pessoas e animais”, acrescentou a coordenadora do Meio Ambiente. papel fundamental do pro O dutor – Como revendedora de defensivos

agrícolas, a Cotrijal tem o controle dos produtos adquiridos e as embalagens que são

retornadas para reciclagem, com garantia de que 100% dos recipientes estão sendo encaminhados para a Cinbalagens. “Graças ao comprometimento de cada produtor ligado à nossa cooperativa, que entende a importância da realização da tríplice lavagem e está cada vez mais consciente”, enfatizou Deisi Sebastiani Nicolao.

Cinbalagens – A entidade traA balha no processamento e expedição das embalagens vazias de agrotóxicos, encaminhando para as indústrias que efetuam a reciclagem. S ão produzidos 34 itens a partir do plástico reutilizado. A instituição atende 110 municípios da região de Passo Fundo. Somente em 2017, a associação processou mais de 1.030 toneladas de embalagens. A Cotrijal entregou, no mesmo período, o total de 364.324 unidades. Estima-se que atualmente 94% das embalagens usadas de agrotóxicos no Brasil recebem o destino correto, sem poluir o meio ambiente.

R esponsabilidade legal – A diretora da Cinbalagens-Aria, Sandra Rodriguês, lembra que dar destino correto às embalagens vazias de defensivos agrícolas é uma questão legal no Brasil. E a central trabalha embasada no Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002; na Resolução Conama nº 465, de 5 de dezembro de 2014; e a Lei nº 9.974, de 6 de junho de 2000. “Somos a maior central de recolhimento do Estado e nos alegra saber o impacto positivo que o nosso trabalho desempenha no meio ambiente, pois são volumes expressivos. Neste ano devemos chegar a 1.100 toneladas recolhidas”, apontou. “A parceria com a Cotrijal ao longo desses 20 anos é de fundamental importância, mostrando-se uma entidade ativa e participante. Esta preocupação da cooperativa mostra a responsabilidade não só com o meio ambiente, mas com as pessoas. Só temos que agradecer”, concluiu Sandra Rodriguês.


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22|Novembro / 2018

EXPODIRETO COTRIJAL 2019

Abertas as inscrições para as agroindústrias As agroindústrias interessadas em participar da Expodireto Cotrijal 2019 já podem se inscrever. O alinhamento da organização do Pavilhão da Agricultura Familiar na 20ª edição da feira ocorreu em reunião na sede da Cotrijal, em Não-Me-Toque, dia 7 de novembro. Participaram representantes da cooperativa, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf-RS). As inscrições iniciam devem ser feitas até o dia 30 de novembro. Os produtores devem procurar os sindicatos representantes das entidades (Fetag e Fetraf) ou a Emater dos municípios – que também é organizadora do Pavilhão. Serão destinados 180 estandes para as agroindústrias. "Este é um momento muito

importante, em que temos que discutir os anseios e as melhorias para a feira. É uma vitrine para o nosso Estado, que fortalece, valoriza e fomenta a agricultura familiar. Em 2018 batemos recorde de vendas e neste ano temos tudo para superar o resultado anterior", destacou Cristian Ferreira Gonzalez, chefe de Divisão da Secretaria de Estado. Rui Valença, coordenador da Fetraf, também está otimista para a 20ª edição. "A Expodireto a cada ano está maior, aumentando assim a nossa responsabilidade. Temos certeza que o pavilhão será mais uma vez um sucesso, tanto na comercialização dos produtos e, mais importante que isso, na prospecção de novos negócios", apontou. "A feira é uma grande estratégia de desenvolvimento para a agricultura familiar. É uma oportunidade única para o produtor estar dentro de um grande evento como a Expodire-

Representantes das entidades se reuniram na sede da Cotrijal, em Não-Me-Toque, para definir organização do Pavilhão da Agricultura Familiar 2019

to Cotrijal, a maior da América Latina", acrescentou Jocimar Rabaioli, assessor de Agroindústrias da Fetag. Representando a Cotrijal, estive-

ram o presidente Nei César Mânica, o vice-presidente Enio Schroeder, o superintendente de Produção Agropecuária Gelson Melo de Lima,

o coordenador do Parque da Expodireto Marlon Ellwanger Lauxen e a assistente administrativa Patricia Kayser.

COTRIJAL LIGADA EM VOCÊ

Emoção e prêmios até o final do ano A promoção Cotrijal Ligada em Você veio para proporcionar um ano especial aos clientes da cooperativa, com emoção e prêmios todo mês. De olho em um dos 100 televisores Smart de 43”, famílias inteiras têm movimentado as 19 lojas, oito supermercados e um atacado. O próximo sorteio será no dia 24 deste mês, às 10h30, em frente ao Super Sede, em Não-Me-Toque, e a rodada final, em dezembro, dia 29, no mesmo local. Lançada em fevereiro, a promoção totaliza R$ 210 mil em prêmios e chama a atenção pelo volume de cautelas entregues, em torno de 1,3 milhão até o momento. Para os organizadores, a forte adesão é o reflexo da credibilidade da Cotrijal, conquistada ao longo dos seus 61 anos. “Procuramos oferecer benefícios e prêmios que deixem nossos clientes satisfeitos e felizes. E o feedback da promoção tem sido muito positivo. Uma prova disso é o volume de cautelas já depositadas nas

urnas. A nossa expectativa é chegar a 1,5 milhão até o final da campanha”, destacou o superintendente de Varejo, Valcir Zanchett. Para 2019, a ideia é investir em novas ações, porém, com prazos menores.

Veja como é fácil participar

Para participar é simples: Quanto mais você comprar na rede de Lojas e Supermercados ou no Atacado Cotrijal, mais chances vai conquistar! Conforme o regulamento, a cada R$ 50,00 o cliente recebe uma cautela. Para ração ensacada e a granel, cada R$ 200,00 valem uma cautela. Além de preencher corretamente a cautela com seus dados pessoais, o cliente deve responder a uma pergunta: Qual a melhor cooperativa para realizar suas compras e que ainda lhe permite ganhar prêmios? Depois, é só depositar em uma das urnas espalhadas pelas unidades da Cotrijal.

NOVAS ETAPAS 9º sorteio 24 de novembro Campanha chama a atenção pelo volume de cautelas entregues, em torno de 1,3 milhão

10º sorteio 29 de dezembro

Momento de reflexão

Atividade na Unidade de Victor Graeff integrou o grupo e gerou bem-estar

Os colaboradores da Unidade Cotrijal de Victor Graeff tiveram um momento de reflexão sobre a importância do trabalho em equipe e a prática de valores como respeito e empatia no dia 4 de outubro. O momento foi coordenado pela equipe de senhoras da Sociedade Santa Isabel, envolvendo canto, oração, leitura bíblica e de mensagem motivacional, além de integração promoveu o bem-estar do grupo. “Foi um momento diferente, em que pude-

mos lembrar do Evangelho e refletir sobre a importância de Deus em nossas vidas”, avalia a coordenadora administrativa da unidade, Mara Scharlau. A atividade foi proposta pela Igreja Católica local, por outubro ser o mês Missionário, do Rosário e de Nossa Senhora Aparecida. Também é o mês em que se comemora o Dia da Criança e também o Outubro Rosa. O grupo de senhoras visitou também outros locais da cidade.



24|Novembro / 2018

FAMÍLIA MOTTA

Felicidade construída em conjunto É possível ser feliz e viver bem com uma propriedade de 22 hectares. A afirmação é do agricultor Nésio Antônio da Motta, 59 anos, morador da localidade de Rio Ati-Açu, interior de Coqueiros do Sul, que não mede esforços para garantir uma vida confortável para a família.

Nésio e Terezinha comemoram o resultado alcançado pelo seu esforço e com o apoio da cooperativa

A soja é o carro-chefe dos negócios, com boa produtividade para os padrões da região. Na última safra, foram 70 sacas/hectare. Outra atividade é o leite, fonte alternativa de renda. “Para conseguirmos viver bem, tudo é muito planejado”, conta Motta. Os bons resultados podem ser atribuídos à visão cooperativista da família. “Todos os nossos negócios passam pela Cotrijal, fonte de segurança e desenvolvimento. Uma propriedade pequena necessita de um parceiro forte para seguir na atividade”, afirma o agricultor. Associado da Cotrijal desde 2003, Nésio elogia o trabalho do Departamento Técnico e a forma como os profissionais conduzem as lavouras, sempre direcionando para o máximo rendimento com rentabilidade. “Ter a presença constante de um agrônomo em nossa propriedade colabora, e muito, para obtermos boas médias. Seguimos as recomendações e acredito que este seja o melhor caminho”, destaca. Nésio vê na cooperativa uma parceira para todas as horas e revela que já está tudo encaminhado para a próxima safra de soja. “Com o auxílio da Cotrijal conseguimos uma boa relação de troca para a compra de insumos, o que nos deixa mais tranquilos para o trabalho”.

Trabalho em família leva a bom resultado O agricultor revela que o empenho e a dedicação são constantes na propriedade. Uma prática que começou em meados 1964, quando sua família deixou Montenegro para desbravar os campos de Coqueiros do Sul. “Na época, meu pai, João Antônio da Motta, contava que era tudo repleto de barba de bode, e ele foi formando suas lavouras, roçando e buscando melhorar as condições do solo”, conta Nésio.

Foi com o pai que ele aprendeu a dar valor à agricultura e construiu sua família. Hoje, a esposa Terezinha Fátima, 56 anos, é a companheira de todas as horas. Além de cuidar dos afazeres domésticos, auxilia com a produção leiteira. O filho Carlos Roberto, 35, mesmo morando e trabalhando em Carazinho, está sempre na propriedade, auxiliando nas atividades da lavoura. “A cada safra, percebemos que o

Nésio, o filho Carlos Roberto e o neto Muriel. As três gerações da família Motta

detalhe é que faz a diferença no resultado e por isso o apoio da juventude é importante”, comemora o agricultor, que acredita que seus filhos seguirão na atividade. Carlos Roberto é casado com Lindinalva e o casal tem um filho, Muriel, de 3 anos. Graziela, 26, também é filha de Nésio e Terezinha. Ela é casada com Wagner e reside com ele na cidade de Coqueiros do Sul.

Propriedade é organizada pensando no bom resultado da soja

Organização para fazer a diferença

Como a área da propriedade é pequena, os Motta procuram adotar todas as estratégias que possam contribuir para o melhor resultado na soja, hoje fonte principal de renda. Nésio sabe que é nos detalhes que consegue a diferença e faz questão de ter tudo muito bem planejado. Durante o último inverno, 14 hectares receberam trigo e cinco, cobertura de aveia. Para o verão, dois hectares foram destinados para produção de milho para silagem. Embora o clima nos últimos anos tenha afetado a produção de trigo, ele entende que a cultura é importante para a soja. “Não podemos esquecer dos benefícios que nos traz para o verão, especialmente a boa palhada, que ajuda a manter a umidade do solo e facilita o controle de plantas daninhas. Acredito que essa rotação de culturas é um dos motivos que tem levado ao crescimento da produtividade da soja, ano a ano”, aponta. Para o ciclo 2018/19, ele espera superar o resultado da safra anterior, de 70 sacas/ hectare. “Com a ajuda do Departamento Técnico da Cotrijal estou confiante”, pontua.


Valem por uma refeição! Sabe aquela máxima “saco vazio não fica em pé”. Ou seja, é preciso alimentar-se bem e o suficiente para desempenhar as atividades cotidianas. Para ter qualidade de vida, portanto, é preciso identificar as comidas saudáveis para o dia a dia, o que não é nenhum mistério. Pense em todos os alimentos naturais e frescos, como frutas, legumes e verduras, e em tudo aquilo que é pouco processado, ou seja, que é preciso ainda preparar, como arroz integral, feijão, lentilha, grão-de-bico, farinha integral de trigo, farinha para tapioca, de mandioca ou de milho. Versáteis e práticas, as saladas ganham destaque nos dias mais quentes em versões apetitosas, e podem até substituir o prato principal. Se combinar carboidrato do bem, proteína magra e gordura boa,

Misturas nutritivas e leves podem conter a quantidade necessária de carboidratos, proteínas e gorduras que compõe, por exemplo, um prato de arroz, feijão e frango grelhado

além de fibras, a salada garante todos os nutrientes de que seu corpo precisa em uma refeição. Que tal deixar a sua receita ainda mais atrativa? Uma dica é acrescentar molhos diferentes (saudáveis, claro!), sementes, grãos, … Só não coloque tudo de uma vez! Do contrário, você pode transformar essa opção leve em um prato mais calórico e engordativo que um hambúrguer triplo. Opte por receitas que levam iogurte natural, azeite, polpa de fruta e ervas.

O que não pode faltar EGETAIS: F OLHAS VERDES, V SOBRETUDO AS ESCURAS E ROXAS (ALFACE, REPOLHO). EGUMES: C L ENOURA, ABOBRINHA, BETERRABA, BRÓCOLIS E COUVE-FLOR. ROTEÍNA MAGRA: C P ARNE VERMELHA SEM GORDURA, FRANGO, OVOS E GRÃOS (QUINUA, AMARANTO). ARBOIDRATO DO BEM: C ATATA-DOCE, MANDIOCA, MILHO, ERVILHA B E LEGUMINOSAS (VAGEM, GRÃO-DE-BICO, LENTILHA E FEIJÃO). ORDURA BOA: A G ZEITE EXTRAVIRGEM, AZEITONA, MAIONESE LIGHT E SEMENTES (CHIA, LINHAÇA, GIRASSOL, GERGELIM).


2•

Variedade de tons e de ingredientes Torta de espinafre com batatas gratinadas Ingredientes

3 batatas grandes 2 colheres (sopa) de azeite de oliva 350 g de espinafre 2 ovos 1 xícara (chá) de ricota 1 e ½ xícara (chá) de ervas picadas (salsa, cebolinha e endro) 100 g queijo esfarelado (opcional) Raspas de limão ralado Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo

Descasque as batatas e corte em rodelas. Em uma frigideira, pincele azeite e leve em fogo alto. Quando estiver bem quente, forre uma camada de batatas. Frite dos dois lados até dourar e reserve. Em seguida, cozinhe o espinafre, até murchar. Tire da frigideira e escorra o excesso de água. Em uma tigela, misture os ovos e a ricota e adicione as ervas, o queijo e as raspas e limão. Pique o espinafre e adicione à mistura. Tempere com sal e pimenta. Em uma travessa, cubra o fundo e as laterais com as batatas gratinadas. Despeje o recheio e leve ao forno em fogo médio, até dourar. Sirva quente ou em temperatura ambiente.

Rondelli recheado com catupiry Ingredientes

Rondelli 500 g de massa fresca para lasanha 250 g de catupiry 300 g de presunto fatiado 300 g de mussarela fatiada Molho 250 g de catupiry 1 caixa de creme de leite ¼ de xícara (chá) de vodka Suco e raspas de 2 limões 1 pitada de pimenta branca (opcional) Sal a gosto

Modo de preparo

RONDELLI - Disponha sobre uma mesa duas placas de massa. Coloque fatias de presunto, mussarela e, por último, com auxílio de uma colher, espalhe catupiry. Enrole bem firme formando um cilindro. Corte-os em espessuras de 3 cm. Repita a operação até finalizar a massa e o recheio. Coloque em um refratário, espalhe o molho e leve ao forno até borbulhar. Decore com raspas de limão e sirva imediatamente. MOLHO - Em uma panela, misture o creme de leite e o catupiry e deixe derreter, sempre mexendo, até homogenizar. Junte o suco de limão, sal e a pimenta e mexa até ferver. Acrescente a vodka e desligue o fogo. Utilize.

Torta cebola Ingredientes

100 g de manteiga 1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo 2 colheres (chá) e uma pitada de sal 2 colheres (chá) de azeite 3 cebolas grandes, cortadas em rodelas 3 ovos 1 lata de creme de leite 1/2 xícara (chá) de parmesão ralado Pimenta-do-reino moída a gosto

Modo de preparo Coloque a farinha, a manteiga e o sal numa tigela grande. Misture até que a massa tome consistência. Numa frigideira, refogue a cebola no azeite, em fogo baixo, até amolecer. Bata os ovos e o creme de leite no liquidificador. Tempere com sal e pimenta-do-reino branca a gos-

to. Abra a massa numa superfície enfarinhada. Forre o fundo e as laterais de uma forma de aro removível. Despeje as cebolas sobre a massa. Em seguida, cubra com os ovos batidos e polvilhe o queijo ralado. Asse em forno preaquecido até dourar. Sirva quente.

Risoto com rabada Ingredientes

Risoto 140 g de arroz 100 g parmesão 10 ml azeite extravirgem Sal Pimenta 80 g de manteiga 1/4 de talo de alecrim Cebola Alho Caldo com legumes Rabada desfiada 50 ml de vinho branco 1 maço de agrião hidropônico orgânico

Modo de preparo

Toste o arroz em uma panela bem quente mexendo sempre. Coloque o vinho branco e deixe evaporar. Pique o alho e a cebola e refogue com a metade da manteiga. Junte o arroz ao refogado e logo em seguida à rabada desfiada. Adicione caldo de legumes e deixe o arroz cozinhar lentamente. Conforme for secando, adicione mais caldo e vá mexendo. Alguns minutos antes de ficar pronto, retire do

fogo e coloque o parmesão e a manteiga gelada. Deixe descansar por 30 segundos. Adicione folhas de agrião e mexa até ficar cremoso. Sirva e decore com as folhas de agrião.


•3

Doçura leve e refrescante Pavê de maracujá Ingredientes

1 litro e 1 lata de creme de leite 2 xícaras (chá) de açúcar 1 lata de leite condensado 1 lata e 1/2 xícara (chá) de suco de maracujá concentrado (use a lata de leite condensado como medida) 1/2 xícara (chá) de água 1 colher (sopa) de amido de milho Polpa de 2 maracujás 2 pacotes de bolacha tipo maisena

Modo de preparo

Bata 1 litro de creme de leite até formar picos firmes e junte 1 xícara (chá) de açúcar aos poucos. Misture bem e reserve na geladeira. CREME - Misture bem 1 lata de leite condensado, 1 lata de creme de leite, 1 lata de suco de maracujá concentrado e leve à geladeira. COBERTURA - Misture 1/2 xícara (chá) de suco concentrado de maracujá, 1/2 xícara (chá) de água, 1 xícara (chá) de açúcar, 1 colher (sopa) de amido de milho, polpa de 2 maracujás, coloque em uma panela e leve ao fogo baixo até engrossar, sem parar de mexer. MONTAGEM - Em um refratário, faça uma camada de creme, cubra com os biscoitos e espalhe o chantili. Repita as camadas e finalize com chantili. Espalhe a cobertura e leve à geladeira. Sirva gelado.

Quindim de mandioca Ingredientes

1 lata de leite condensado 1 vidro de leite de coco 6 ovos 1 colher (sopa) de manteiga 300 g de mandioca 3 colheres (sopa) de açúcar 1 pacote de coco ralado Açúcar cristal para polvilhar

Torta de cereja Ingredientes Massa

270 g de farinha de trigo 1 colher (chá) de sal 180 g de manteiga gelada, cortada em pedaços 100 ml de água gelada

Recheio

1 kg de cerejas sem caroço e congeladas 840 ml de suco de cereja 57 g de amido de milho (maisena) 114 g de açúcar cristal 1 colher (chá) de sal 60 ml de suco de limão 40 ml de egg wash (1 ovo batido em 50 ml de leite)

Modo de preparo

Misture bem a farinha e o sal. Junte a manteiga à farinha com a ponta dos dedos, para formar flocos grandes. Adicione a água e misture até que a massa fique uniforme. Passe a massa para uma superfície lisa e enfarinhada, abra e molde um retângulo uniforme. Embrulhe com filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos. Abra a massa sobre uma superfície enfarinhada. Acomode 2/3 em uma assadeira, aperte bem na forma e faça furos. Asse e reserve. Reserve o restante para fazer a tampa da torta. RECHEIO - Descongele as cerejas durante uma noite, em uma peneira, sobre uma tigela, para escorrer o suco. Reserve. Junte 120 ml de suco com o amido e mexa para dissolver. Reserve. Misture o suco de cereja restante com o açúcar e o sal em uma panela e ferva para dissolver. Acrescente, a mistura de suco e amido reservada ao suco de cereja quente, mexendo sem parar com um batedor de arame. Ferva de novo e cozinhe até que fique claro. Junte as cerejas e o suco de limão. Ponha o recheio sobre a massa de torta da forma, feche-a com a segunda parte de massa e sele as bordas. Faça alguns orifícios sobre a parte superior e pincele com egg wash. Asse a torta até que esteja dourada e com o recheio borbulhando.

Modo de preparo

Rale a mandioca, bata o leite condensado, o leite de coco, os ovos, a manteiga, o açúcar e o coco ralado. Coloque em uma forma com furo central, untada com manteiga e polvilhada com açúcar. Asse em banho-maria até que, espetando um palito, ele saia limpo. Sirva frio.

Sorvete de chocolate com pimenta Ingredientes

Modo de preparo 1 ½ litro de leite Despeje em uma panela fora do fogo o leite, o creme de leite e o açúcar. Leve ao fogo para aquecer, 120 g de açúcar misture o cacau em pó e as pastilhas de chocolate 140 g de cacau em pó amargo. Mexa até derreter. Coloque a mistura em 120 g de pastilhas de um refratário e leve ao freezer. Coloque a mistura chocolate amargo congelada no liquidificador e bata bem até formar 5 pimentas dedo-de-moça (bem raladas ou picaum creme. Leve novamente ao freezer até endudas bem fininhas) recer. Repita o procedimento mais 3 vezes e coloque as pimentas dedo-de-moça, bata com um 300 ml de creme de leite mix e sirva em seguida. sem soro


4• O bom humor é uma das mais importantes virtudes para uma vida leve

Adquira hábitos saudáveis para viver bem Comer melhor, dormir bem, movimentar o corpo, se reunir com os amigos. A qualidade de vida de uma pessoa está diretamente ligada aos hábitos que ela incorpora ou abandona ao longo do tempo. Um futuro cheio de energia e disposição é reflexo dos cuidados com o corpo e a mente feitos ainda no presente. É importante pensar no organismo como um sistema e lembrar que, quando se trata de saúde, todos os fatores são relevantes. Todos nós concordamos que trocar os maus hábitos pelos bons não é uma tarefa fácil, mas lembre-se que apenas você é responsável por sua felicidade. Então não perca tempo e comece agora mesmo uma vida mais leve e tranquila! Para quem está comprometido com felicidade e sucesso, os hábitos oferecem uma forma de riqueza na vida. São também ferramentas que podem ser usadas para automatizar processos, o que ajuda a atingir os objetivos. Nessa jornada rumo ao equilíbrio e vida saudável, algumas dicas podem ajudar bastante. O primeiro passo é pensar positivo. A recompensa vale o esforço!

Para o seu bem-estar

§ Desapegue-se - O desapego pode começar

com atitudes práticas: doar aquelas roupas que você não usa mais, deixar de se preocupar tanto com bens materiais. Seguir revigorando sua mente para encontrar também o equilíbrio emocional. Valorize cada dia e experiência!

§ Relaxe - P rocure observar seu nível de es-

tresse para que ele não acabe com sua saúde. O estresse pode causar úlceras, insuficiência cardíaca, contribuir para a hipertensão. Diversos estudos já ligaram o surgimento do câncer com o estresse. Leve a vida com mais leveza e bom humor. Isso não só afetará o ambiente em sua volta, mas também beneficiará sua saúde.

§ Agradeça mais - V alorizar tudo que você

é e que você tem e faz torna a vida mais leve, mais alegre e, assim, abrimos espaços para receber outras dádivas. Sem contar que um “Obrigado” faz um bem enorme tanto para quem diz como para quem ouve.

§ Companhia faz bem à alma - Aprenda a valorizar as amizades verdadeiras e aprecie companhias sinceras. Afinal, não é da natureza

É fundamental!

orria para a vida - Um sorriso ou uma gargalhaS da não causa efeitos colaterais, não precisa de prescrição médica, é de graça e ainda contagia quem está a sua volta. Quando estamos sorrindo e bem-humorados, podemos encarar a rotina diária com mais leveza. Um sorriso largo também libera endorfina. Conhecida como o “hormônio da felicidade” a substância é responsável pela sensação de prazer e felicidade, favorecendo o equilíbrio vital.

Use o bom humor para lidar com suas falhas - Acontece com todo mundo, ria de você mesmo! Pagou um mico em público? Veja pelo lado engraçado e ria sozinho ou junto de quem estiver com você! Permita-se falhar e não faça disso um grande problema. Bom humor é uma das mais importantes virtudes para uma vida leve. Contamine-se com coisas boas - Procure por boas notícias na internet, televisão e outros meios de comunicação. Veja filmes e leia livros que falem de histórias ou assuntos positivos, ouça músicas animadas, vá a lugares onde há coisas bonitas para se ver. Encha sua vida de coisas que façam você se sentir positivamente inspirado.

Tome sol Em tempos nos quais quase todas as atividades são realizadas sob luz artificial, reservar um período diário para tomar sol é essencial para a saúde. É por meio dos raios ultravioleta tipo B que o corpo capta a vitamina D, cuja deficiência se tornou um dos problemas de saúde mais comuns da atualidade. A principal função da vitamina D no organismo é melhorar a absorção do cálcio recebido por via alimentar – prevenindo, assim, o avanço de quadros de osteoporose e diminuindo a propensão a fraturas ósseas. A vitamina D também está ligada à resposta imunológica do organismo, e sua deficiência aumenta o risco para infecções e para desenvolvimento de câncer de cólon, próstata e ovários. A recomendação dos médicos é de 30 minutos diários de banho de sol, durante o período da manhã.

humana ser sozinho! Busque estar próximo de quem faz bem para você.

§ Perdoe! - M uitas vezes a vida nos põe situações que nos enchem de rancor e medos. No entanto, quando decidimos não alimentar estes sentimentos tudo melhora. Com o tempo nos damos conta que tomamos uma boa decisão.

§ Saia

da rotina - Em algum momento do dia, procure quebrar a rotina: escolha um caminho que não costuma fazer, experimente novos sabores, entre outros. Esse hábito, por mais simples que possa parecer, permite que sejam criadas novas sinapses (ligações entre neurônios), o que ajuda a aumentar a criatividade e o aprendizado. Essa é uma forma simples de manter seu cérebro ligado e saudável.

§ Treine uma nova habilidade: a resi-

liência - Essa palavra tão falada ultimamente é a capacidade de enfrentar circunstâncias adversas e recuperar-se, saindo fortalecido e com mais recursos. Um exercício que devemos fazer sempre e que, também nos ajuda a viver mais feliz.

De olho na alimentação

A alimentação é o combustível do corpo, e sua qualidade nutricional está diretamente relacionada ao bom funcionamento de todo o organismo. As refeições devem ser balanceadas e compostas por mais alimentos naturais e menos produtos processados, em quantidades adequadas para a idade e estatura de cada pessoa. A carência nutritiva está relacionada a uma série de complicações crônicas – obesidade, diabetes e hipertensão podem ser resultado de uma dieta com abuso de gorduras e açúcares, por exemplo. Uma alimentação saudável e que atende às demandas do organismo deve ser variada e rica em legumes, verduras, cereais integrais e frutas, evitando o consumo excessivo de industrializados, frituras e embutidos. Enfim, opte por comida de verdade. Sempre prefira alimentos que vão nutrir e satisfazer seu corpo, não só o seu paladar. Com um corpo bem abastecido fica mais fácil fazer uma escolha consciente.


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