Ano 20 Nº 231 Março 2019
| PÁGINAS 4 A 39
anos
Tecnologia, inovação e negócios sem fronteiras DE
500
EXPOSITORES
DE
70 PAÍSES
DE
235
DE
90
MIL
VISITANTES
HECTARES
ASSEMBLEIA HISTÓRICA
Nei César Mânica reeleito presidente e sobras recordes | PÁGINAS 40 A 46
02|Março / 2019
Expediente Jornal da Cotrijal Órgão de divulgação da Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial
Endereço: Rua Júlio Graeff, nº 01 - Cx. Postal 02 Não-Me-Toque/RS - CEP 99470-000 Fone: 54 3332-2500/ 54 3191-2500 E-mail: mcassel@cotrijal.com.br Internet: http://www.cotrijal.com.br Diretoria Executiva Presidente: Nei César Mânica Vice-presidente: Enio Schroeder Conselheiros de Administração Região Sede: Francisco Jorge Eckstein Jair Paulo Kuhns Leori Antônio Dessoy Luiz Roberto Gobbi Odair Sandro Nienow Roveni Lúcia Doneda (Representante dos Líderes de Núcleos) Região Um: Jonas Francisco Roesler José Valdir Kappaun (Representante dos Líderes de Núcleos) Mateus Tonezer Região Dois: Délcio Reno Beffart Fabiana Venzon Jackson Berticelli Cerini Juliano Manfroi Milton Antônio Marquetti (Representante dos Líderes de Núcleos) Valdecir Luiz Delazeri Valdino Morais Conselheiros Fiscais Titulares Leandro Bürgel de Souza Celito Dal Pizzol Ismar Schneider Conselheiros Fiscais Suplentes Inézia Toso Meira Ricardo César Tomazoni Alfredo Bürgel
Produção: Unidade de Desenvolvimento Cooperativista Jornalista Responsável: Mariliane Elisa Cassel - Reg. prof. 14.895 Redação: Elisete Tonetto, Fernando Teixeira, Jorge Correa , Mariliane Cassel, Maiquel Rosauro e Mayara Dalla Libera Fotos: Elisete Tonetto, Fernando Teixeira, Foto Choks, Mariliane Cassel e Mayara Dalla Libera Editoração Eletrônica: Prisma Produções Gráficas (54) 3045-3489 Pré-Impressão e Impressão: Imperial Artes Gráficas Ltda. (54) 3313-5434 Comercialização: Agromídia - Desenv. de Negócios Publicitários Ltda. - São Paulo/SP - Fone: (11) 5092-3305 Guerreiro Agro Marketing - Maringá/PR Fone: (44) 9180-4450 - 3026-4457 Prisma Produções Gráficas - Passo Fundo/RS (54) 3045-3489 - 9233-3170 Periodicidade: Mensal
Opinião
NEI CÉSAR MÂNICA Presidente da Cotrijal
Há 20 anos fazendo mais pelo Agro Às vésperas de colhermos mais uma boa safra, chegamos cheios de otimismo a Expodireto Cotrijal 2019. A feira comemora sua 20ª edição muito bem prestigiada e com a expectativa de números elevados. Fruto de uma ideia arrojada que acabou tomando forma em 2000, a Expodireto ganhou força, transformou vidas, modelos de negócio e hoje inspira produtores do mundo todo. É referência em promoção de novas tecnologias, inovação e negócios para o campo. É por isso que todos os anos temos esse compromisso com agricultores e com o futuro do agronegócio. Não foram poucos os desafios até aqui. Com organização e parceiros certos, a Expodireto driblou crises do setor, foi palco de grandes debates que traçaram o rumo do Agro nacional, superou resultados e se firmou como uma das maiores feiras de tecnologia do agronegócio do Brasil e do mundo. Isso nos deixa muito felizes. Orgulha também quem vem de longe. Uma prova disso são as comitivas e caravanas com produtores e investidores de mais de 70 países que vêm a Não-Me-Toque, em março, em busca de novidades e bons negócios. Nessa edição histórica, a expectativa é receber mais de 235 mil pessoas. Tem muito a ser visto na Expodireto. São mais de 500 estandes onde são fechados bilhões em negócios. Quem acessa tecnologias de ponta e informações privilegiadas experimenta novos patamares de produtividade e produção. Um exemplo é o que ocorre na nossa região. Em culturas como a soja os números têm sido bem superiores ao restante do Estado. O grão que rendia 33,5 sacas/ha de média em 1999, na safra passada fechou em 67,4 sacas/ha. Isso por si só já justifica o forte interesse do produtor que circula pelos 98 hectares do parque. Desde 2000, o número de frequentadores cresceu mais de 500%. Uma grande vitrine que não só dá visibilidade para demandas que norteiam a cadeia produtiva do agronegócio nacional como também faz parte de toda a boa safra.
“A nossa expectativa é fazer a maior e melhor feira de todos os tempos. O nosso esforço é para isso”
O comércio e o turismo da região também ganham. Os cinco dias do evento representam safra recorde para esses setores. Muitas empresas se desenvolveram na região em função da Expodireto. Nessa 20ª edição, preparamos vários momentos especiais. Além da Calçada da Fama, espaço que reconhece grandes personalidades do Agro brasileiro, o visitante vai conferir toda a trajetória da feira através de óculos de realidade virtual. Na Casa da Família Rural, temos um projeto especialmente pensado para nosso associado, um painel com linha do tempo retratando os momentos mais marcantes desses 20 anos. Para que o associado registre sua passagem na feira deste ano, junto estará um totem para fazer fotos instantâneas e que podem ser levadas como lembrança. É muito gratificante ver também a importância que os governos federal e estadual e o Congresso Nacional dão para a Expodireto Cotrijal, prestigiando o Troféu Brasil Expodireto e a solenidade de abertura. Valoriza a cooperativa, o Estado e o setor como um todo. Esse ano, com o empresariado mais otimista em relação aos rumos da economia brasileira e mais disposto a investir, a nossa projeção é gerar negócios acima dos R$ 2,2 bilhões no ano passado. Com o bom andamento da safra de grãos na região e ânimo do setor de máquinas aumenta também a nossa expectativa de fazer a maior e melhor feira de todos os tempos. O nosso esforço é para isso.
04|Março / 2019
Tecnologia, inovação e negócios sem fronteiras
Há mais de 20 anos, quando a direção da Cotrijal, respaldada pelo Conselho de Administração, teve a ousada ideia de criar a Expodireto, não imaginava a proporção que a feira alcançaria. Foram apenas seis meses entre a decisão de organizar a mostra, em outubro de 1999, e a sua realização, em março de 2000. Passadas duas décadas, é consenso entre pesquisadores, produtores, autoridades e expositores que a feira teve contribuição muito relevante para o desenvolvimento do agronegócio. Presidente da Cotrijal, Nei César Mânica: expectativa é realizar a maior e melhor Expodireto de todas
Mais tecnologia, inovação e negócios. Com esse tema, a Expodireto Cotrijal 2019 ressalta seu papel transformador para o agronegócio. Em 20 anos, a feira aproximou o produtor do conhecimento e das novidades do setor, gerando evolução em resultados no campo, melhorando a qualidade de vida e qualificando a tomada de decisão na propriedade. Palco de grandes movimentos em defesa dos interesses do produtor, a Expodireto também sempre foi muito prestigiada pelos governos federais e estaduais e demais autoridades e lideranças do setor, o que confirma a credibilidade alcançada pela feira ao longo dessas duas décadas. Para o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, é inegável o avanço gerado no campo a partir da feira. Na soja, por exemplo, a produtividade média na região de atuação da cooperativa, que em 2000 era de 33,5 sacas/hectare, saltou para 67,4 sacas/hectare na safra 2017/18. “A Expodireto teve papel fundamental
para esse crescimento”, afirma. “Mas tudo só foi possível porque expositores, produtores, entidades, lideranças e autoridades acreditaram no projeto”. Em 2019, a expectativa é repetir o crescimento dos últimos anos. “Temos a certeza de que será a melhor e maior feira de todas”, ressalta, otimista, Nei César Mânica. São mais de 500 expositores, em 98 hectares, trazendo as últimas novidades em máquinas e equipamentos, produção vegetal, produção animal, agricultura familiar, pesquisa, serviços, meio ambiente. Mais de 235 mil pessoas, de mais de 70 países, devem passar pelo parque de 11 a 15 de março. E a expectativa de negócios é superar os R$ 2,2 bilhões do ano passado. “Convidamos nossos produtores a conferirem e aproveitarem os cinco dias de feira, para que continuemos em busca de bons resultados na lavoura e nos negócios”, ressalta o presidente da Cotrijal.
Março / 2019|05
Do produtor para o produtor
Vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder: feira trouxe uma nova realidade ao campo
A Expodireto Cotrijal foi criada como foco principal o produtor rural. O propósito era reunir em um único local todos os segmentos da cadeia do agronegócio, para apresentar as novidades e proporcionar uma experiência única em termos de informação e conhecimento. Quando abriu os portões em 2000, o parque já no primeiro ano recebeu grande público, mais de 41 mil pessoas. “O produtor acreditou na feira e se fez uma força-tarefa para superar o desafio de organizar uma feira de alto padrão já no primeiro ano”, aponta o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder. “Não é possível medir a quantidade de conhecimento colocado à disposição na feira, em função da grande quantidade de expositores, mas no campo podemos ver, de forma prática, o avanço ocorrido”.
O que o produtor vai encontrar
yyExposição estática de máquinas e equipamentos agrícolas yyDemonstração dinâmica de semeadoras, colheitadeiras, pulverizadores yyNovas tecnologias em insumos yyNovidades da pesquisa e em produtos e serviços na área de produção vegetal yyEquipamentos, produtos e serviços para produção animal yyRodadas de negócios no Pavilhão Internacional yyArmazenagem yyTransporte yyAviação agrícola yyExposição de novilhas yyProdutos da agricultura familiar yyProgramação especial na área de meio ambiente yyEventos diários nos auditórios central e da produção
Atrações especiais para comemorar os 20 anos No ano em que a Expodireto Cotrijal chega à 20ª edição, a organização brinda o público e os expositores, os grandes responsáveis pelo sucesso da feira, com atividades especiais dentro do parque, em Não-Me-Toque. “Não poderia ser diferente. Queremos e temos a convicção de que esta será a maior feira já vista. Preparamos muitas surpresas dentro dos 98 hectares”, enfatiza o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, cooperativa que organiza a Expodireto.
Duas décadas em uma experiência 360°
Calçada da Fama A Calçada da Fama da Expodireto Cotrijal inaugurada na segunda-feira, 11, na área central do parque, traz gravados os nomes de 20 personalidades com trabalho relevante para o agronegócio e a Expodireto. “Queremos eternizar as personalidades que fazem do agronegócio o setor que sustenta a economia brasileira e que fazem o Brasil dar certo”, ressalta Mânica.
Ana Amélia Lemos André Pessôa Antônio Sartori Carlos Rivaci Sperotto* Dirceu Neri Gassen* Erlei Melo Reis Francisco Maturro Francisco Sérgio Turra Irmfried Otto Ingbert Harry Schmiedt * José Luiz Tejon Megido
José Tadashi Yorinori* Kurt Gottfried Kissmann* Luis Carlos Heinze Nei César Mânica Odacir Klein Ottoni de Sousa Rosa Paulo Sérgio Pinto Roberto Rodrigues Rui Polidoro Pinto Shiro Nishimura *Falecidos
Viagem no tempo para os associados A Casa da Família Cotrijal, espaço destinado para os associados da cooperativa, abriga um painel com a linha do tempo recordando os momentos marcantes da Expodireto até chegar em 2019. Um espaço para o público
se reconhecer na história e relembrar o que viveu nesse importante evento. Junto ao painel, será instalado um totem para os visitantes fazerem fotos e imprimirem na hora, levando como lembrança da feira.
Protetor solar
Outra novidade, que promete emocionar o público entre os dias 11 e 15 de março, é a experiência 360°, com uma retrospectiva dos principais momentos dos 20 anos de feira. A atração pode ser prestigiada através de óculos de realidade virtual disponibilizados para os visitantes, em estrutura especialmente montada para esse momento na área central do parque. Cada sessão tem cerca de dois minutos.
Para os visitantes aproveitarem bem a feira e se protegerem do sol, neste ano, pela manhã, são distribuídos sachês com filtro solar nos dois principais portões de acesso do público ao parque.
Totens
carregadores Para facilitar o uso de celular pelos visitantes, são disponibilizados totens para carregar a bateria, em vários pontos da feira.
06|Março / 2019
Uma universidade chamada Expodireto Feira contribui diretamente para que produtores tenham acesso a informações de qualidade para aplicação nas lavouras O universo agrícola está em constante evolução. O plantio direto na palha e os transgênicos revolucionaram o setor, enquanto que o avanço da informática, os produtos biológicos e a agricultura da precisão apontam o futuro das lavouras. Para conferir as novas técnicas de manejo e ainda participar dos principais debates do agronegócio, não é preciso ir muito longe, basta cruzar pelo pórtico de entrada do Parque da Expodireto Cotrijal, onde uma grande universidade aguarda para formar produtores. É o que faz todos os anos o agricultor Giordano Schiochet, de Não-Me-Toque, que na safra 2017/2018 alcançou uma média de produtividade de 80 sacas/ha de soja. Em meados de fevereiro, o produtor concluiu a colheita do milho, registrando média de 247 sacos/ha. A alta produtividade, segundo ele, passa pela Expodireto, o qual considera uma grande vitrine tecnológica. É também na Feira onde o produtor encontra novas cultivares e o melhor em maquinário. “O aumento de produtividade se dá por um conjunto de fatores, como melhoramento genético, fertilidade, manejo fitossanitário, clima e, sem dúvida, a agricultura de precisão tem muitos méritos. Somados a isso, o capricho”, destaca Schiochet. Opinião semelhante tem o engenheiro agrônomo e agricultor Gerson Müller, que também chama atenção para a assistência técnica desenvolvida pela Cotrijal. “Às
Agricultor Giordano Schiochet colheu, na safra 2017/2018, média de 80 sacas/ ha. A Expodireto é o local onde ele encontra novas cultivares e o melhor em maquinário
vezes, um manejo bem simples acompanhado da aplicação dos insumos na hora certa se torna um grande aliado para o aumento da produtividade. Mas isso quem vai orientar é o agrônomo ou o técnico da Cooperativa. Eu valorizo muito este trabalho de assistência técnica aos associados”, revela Müller. Para o sócio-diretor da Agroconsult e coordenador do Rally da Safra, André Pessôa, a Cotrijal tem sido um fator diferencial para o sucesso de seus cooperados. “Exatamente aliando conhecimento técnico
e levando aos seus cooperados as melhores tecnologias disponíveis e uma grande paixão por fazer a coisa certa, tem permitido alcançar todos os anos as melhores médias de produtividade do Estado e uma das melhores do país. Enquanto a média brasileira da safra 2017/2018 foi de 56,6 sacas/ha e a do Rio Grande do Sul foi de 50,2 sacas/ha, a média do Planalto Gaúcho foi de 59 sacas/ha, puxada para cima e muito influenciada pelos cooperados da Cotrijal, que sistematicamente têm ultrapassado as 60 sacas/ha”, relata Pessôa.
No Rally da Safra, que a cada ano percorre todas as produções de soja e milho durante o período da colheita, visitando a campo mais de 1,5 mil lavouras, Pessôa tem observado que a troca de tecnologia pelo produtor tem sido determinante para o aumento de produtividade. “O produtor tem trocado ‘o fácil pelo certo’. Fazer o certo nem sempre é fácil, mas sempre gera mais resultados. Lembrando nosso saudoso mestre gaúcho Dirceu Gassen, o segredo é aliar conhecimento e capricho”, argumenta.
P rodutividade - Dados do Rally da Safra apontam que associados da Cotrijal possuem as melhores médias produtivas do Estado, estando também entre os melhores do país.
“Fazer o certo nem sempre é fácil, mas sempre gera mais resultados”
Produtividade média de soja (sacas/ha) 70,6 66,3
COTRIJAL 60,1
57,7
BRASIL 51,9 RS 47,4
65,7
49,0 44,2 41,5
45,2
56,0 50,2
50,0
49,5
47,6
47,3
47,8
2014/15
2015/16
56,1
67,4
56,6 50,2
43,4
25,9
Müller: “Eu valorizo muito este trabalho de assistência técnica aos associados”
2010/11
2011/12
2012/13
2013/14
2016/17
2017/18
Março / 2019|07
Resultado é fruto de conjunto de ações O superintendente de Produção Agropecuária da Cotrijal, Gelson Melo de Lima, atesta que o potencial produtivo depende de mais de 50 fatores, com seu peso individual e interações entre si. Entram na conta situações desafiadoras que não estão nas mãos dos agricultores, como água, luminosidade e temperatura. Ou seja, o alto rendimento dependente de um conjunto de ações tomadas pelos produtores. E é neste contexto que entra o papel da cooperativa, que busca levar ao produtor conhecimento e informação em uma atividade cada vez mais complexa para gerar um retorno econômico. “A Cotrijal está com 61 anos e sempre buscou levar soluções que agreguem valor aos negócios e às atividades dos cooperados, como qualidade dos produtos e aproximar os produtores das inovações, conhecimento e capacitação, que qualifiquem a tomada de decisão. Quando se tem mais e melhores informações sobre determinado tema, a tendência é uma decisão mais qualificada”, observa Lima.
Lima: “Quando se tem mais e melhores informações sobre determinando tema, a tendência é ter uma decisão mais qualificada”
Mofo branco Floss lembra aos produtores de soja que o milho é uma cultura importante no sistema de rotação, pois facilita o controle de plantas daninhas e quebra o ciclo biológico de pragas e doenças da oleaginosa. No mesmo caminho segue o chefe-geral da Embrapa Trigo, Osvaldo Vasconcellos Vieira, lem-
brando que atual safra apresentou muitos problemas de mofo branco gerado por soja em cima de soja. Vieira afirma que o mofo branco não é resolvido com produtos, mas com manejo. Uma safra de milho na rotação de cultura já ajuda a minimizar o problema. Ele defende uma agricultura de pro-
“A monocultura provoca uma multiplicação de patógenos”
cessos, no qual o produtor observe a sua propriedade na forma de um sistema de produção. “Uma boa safra de verão começa com boa safra de inverno, por exemplo, trigo, centeio ou cevada. O melhor a fazer é uma diversificação. Se você olhar os concursos do CESB, vai notar que todos os campeões em produtividade, em qualquer região, sempre possuem uma cultura de inverno. Apostar só em soja é fazer um consórcio com a funerária”, adverte Vieira. O coordenador técnico de pesquisa em nível nacional do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), João Augusto Lopes Pascoalino, corrobora com a tese do chefe-geral da Embrapa Trigo e ainda acrescenta que todos os campeões têm, no mínimo, cinco culturas diferentes dentro do sistema. “Soja sobre soja é um retrocesso em um ambiente de alta produtividade. É um tiro no pé. Hoje está rentável, mas amanhã deixará de ser rentável e irá prejudicar o ambiente de alta produtividade. Essa prática tem ganhado algumas regiões do Brasil em proporção”, lamenta Pascoalino. No Centro-Oeste do país, por exemplo, o CESB assinou uma petição, junto com universidades e fundações, proibindo a soja safrinha. O plantio não provocaria apenas a monocultura, mas diminuiria a diversidade de plantas dentro do sistema, impediria a quebra do ciclo de moléstias que afetam a oleaginosa e não daria longevidade para as tecnologias e para o material genético das plantas.
Vazio outonal Para que a produtividade siga em alta, os especialistas no setor orientam que os agricultores não deixem de fazer a adoção completa do plantio direto. O tema foi amplamente discutido na 19ª edição da Expodireto, ano passado, e segue em pauta. A adoção do plantio direto adoção trouxe mais qualidade aos solos agrícolas, reduziu processos erosivos, minimizou a perda de nutrientes e trouxe mais sustentabilidade ao sistema produtivo. Além da imensa contribuição para o meio ambiente, o Sistema Plantio Direto foi decisivo para que os novos materiais genéticos pudessem expressar o seu potencial. O coordenador de pesquisa da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Geomar Mateus Corassa, usa uma frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Rossevelt, para analisar a situação: “Uma nação que destrói seu solo destrói a si mesma”. “Creio que isso resume em muito a importância do Sistema Plantio Direto para a sustentabilidade agrícola. O solo é a base do sistema produtivo e o Sistema Plantio Direto busca proporcionar mais qualidade ao solo. Todos sabemos que dado o dinamismo da agricultura, pequenos ajustes serão sempre necessários. O Sistema Plantio Direto também já passou e ainda passará por melhorias ao longo dos anos. Contudo, a sua essência e os seus princípios permanecem e, portan-
to, sua adoção é um fator chave para que possamos garantir a demanda mundial de alimentos e o futuro das próximas gerações”, explana Corassa. A rentabilidade da oleaginosa tem feito diversos produtores plantarem soja sobre soja, sem rotação de cultura. Entretanto, há consequências, pois a monocultura provoca uma multiplicação de patógenos. O problema está no vazio outonal, entre a colheita da safra no verão e o plantio no inverno, período em que solo chega a ficar desprovido de cobertura vegetal por até 90 dias. A prática vai na contramão do plantio direto e favorece uma maior incidência de plantas daninhas e até mesmo erosão. O professor Elmar Floss, diretor do Instituto de Ciências Agronômicas (Incia), avalia que é compreensível que o produtor plante mais soja em detrimento de outras culturas. Todavia, defende que certas medidas precisam ser tomadas, já que soja sobre soja permanentemente não está dando sustentabilidade. “Podemos fazer isso (vazio outonal) na medida em que plantarmos culturas de cobertura e, de preferência, culturas onde se faz consórcio de diferentes espécies, porque então temos, ao mesmo tempo, culturas com diferentes sistemas radiculares, e que, portanto, alimentam diferentes micro-organismos. Isso ameniza o problema da falta de rotação de cultura”, explica.
Palhada resultante das culturas ou coberturas de inverno resulta em melhor emergência da soja
08|Março / 2019
Da feira para a lavoura A cada ano que passa, a Expodireto recebe um público maior. Em 2018, foram 265,6 mil visitantes e 527 expositores que apresentaram novas técnicas e produtos, trocaram informações e fizeram negócios. O engenheiro agrônomo e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Benami Bacaltchuk, avalia que feira diferencia-se de outros eventos do setor por se adaptar- à demanda do sistema, possuindo em sua temática a tecnologia digital como principal foco para os distintos processos produtivos. “O que é mostrado, difundido ou transferido na Expodireto tem sido usado nas propriedades no mesmo ano de lançamento dos conhecimentos, tecnologias, processos ou produtos. A feira pode ser perfeitamente identificada como um polo de difusão e transferência de processos fundamentais para o atual nível de produção de nosso país”, ressalta Bacaltchuk. O diretor-administrativo da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), Antonio Eduardo Loureiro da Silva, vai além e destaca que participar das palestras e fóruns da feira contribui para a tomada de decisões técnicas e comerciais com melhor conhecimento. “A Expodireto é uma universidade que transmite e ensina, com muita didática, o emprego de recentes tecnologias, de técnicas comerciais e tendo como escopo a evidência de que tais ensinamentos podem ser incorporados rapidamente pelos visitantes que almejam maior produtividade e melhores resultados econômicos. E isto tudo contemplando tanto grandes como pequenos produtores e seus produtos oriundos, como por exemplo, da agricultura familiar”, alega o diretor-administrativo da Apassul. Pioneirismo - As lideranças do setor elogiam o fato de a feira, desde o seu início,
Palco de lançamentos de tecnologias e de informações sobre todas as áreas que envolvem a produção, Expodireto Cotrijal representa fartura de conhecimento
ter deixado claro que não é um local de entretenimento à população urbana e sim um ponto de encontro entre diferentes elos da cadeia do agronegócio. Nas duas últimas décadas o evento evoluiu como o único com estas características e hoje possui uma fundamental importância não apenas para o Rio Grande do Sul, alcançando proporção internacional. O presidente da CCGL, Caio Cezar Fernandez Vianna, lembra que condições especiais de negociações aos produtores
acontecem sempre a partir da Feira, além de também atrair a atenção e respeito das autoridades políticas em relação as demandas do setor. “Nesta edição da Expodireto, vemos com grande expectativa como a agricultura deverá se posicionar em relação as novas realidades de preços agrícolas, mercado, insumos, investimentos, crédito rural, e a própria prioridade do novo governo em relação ao setor primário”, comenta Vianna.
10|Março / 2019
O caminho para as 100 sacas/ha Fazer o básico bem feito. Este é o perfil do produtor que tem uma produtividade de 100 sacas/ha de soja. Para alcançar a tão sonhada meta é preciso ter os pés no chão e investir em uma produtividade construtiva. Na prática, o agricultor não conseguirá um avanço imediato de 50 sacas/ha para 100 sacas/ha, mas de 50 para 55 sacas/ ha, de 55 para 60 sacas/ha e assim sucessivamente.
1º passo: corrigir o alumínio no solo O coordenador técnico de pesquisa em nível de Brasil do CESB, João Augusto Lopes Pascoalino, indica que o primeiro passo é fazer um diagnóstico exato do solo, analisando desde o ambiente de produção e passando pelo desenvolvimento da planta e clima. É preciso investigar o que é limitação e o que é fator positivo. A partir disso, inicia-se o trabalho dos fatores limitantes da alta produtividade, principalmente, o solo, o qual precisa de um bom trabalho de enraizamento. Neste ponto, deve-se dar uma atenção especial aos aspectos físico, químico (nitrogênio, fósforo, cálcio e boro são os principais elementos do sistema radicular) e biológico. “Nossos levantamentos no Rio Grande do Sul apontam um impedimento químico por alumínio no solo. Grande parte dos produtores faz análises de 0 a 10cm, de 10 a 20cm ou de 20 a 30cm. Porém, o problema do alumínio no Estado está abaixo da camada de 30cm de profundidade e muitos agricultores negligenciam a análise. É
um ponto interessante a se cuidar, pois há muito alumínio de forma natural”, informa Pascoalino. Para trabalhar o solo, o especialista sugere a correção com calcário em um intervalo de três anos, além de também sugerir o uso de gesso (para aprofundar o efeito do calcário) e o uso do sistema de rotação de cultura. Pascoalino manifesta que hoje não existem padrões de comparação físico, químico e biológico de até, no máximo, 30cm de profundidade. Em lavouras com produtividade de 100 sacas/ha o CESB realiza uma avaliação até um metro de profundidade para diagnóstico e parte do pressuposto de que está funcionando. Ou seja, a análise ocorre a partir da ótica da engenharia reversa. “Em lavouras com produtividade de 50 sacas/ha o requisito básico é começar a avaliar em profundidade, em patamares mais profundos de solo. É trabalhoso, mas necessário para a longevidade da sojicultura”, garante.
Orientações Cotrijal para alta produtividade
2º passo: qualidade das sementes Ter conhecimento do material genético irá fazer a diferença para que a planta realize a fotossíntese na melhor intensidade possível e alcance a homeostase. O especialista também indica uma boa plantabilidade (não correr no plantio para ter uma boa distribuição de plantas). Desta forma, cria-se um ambiente que pode suportar algumas condições de estresse. “Quem conduziu bem a lavoura irá
Semente de qualidade
Manejo fitossanitário adequado
Alta adição de palhada
Análise de solo
Melhoria da atividade biológica do solo
colher bem porque irá converter matérias inorgânica e orgânica, que é fotossíntese e fotoassimilados. A planta vai encher grão e colher rendimento no final da safra”, frisa o diretor técnico do CESB. Também são características de produtores top a proteção fitossanitária da planta, regulagem de maquinário e a utilização do zoneamento agroclimático.
Correção do solo
Rotação de culturas
Capricho
Marรงo / 2019|11
12|Março / 2019
Expodireto acompanha a evolução do maquinário Agricultura de precisão teve um forte impacto no campo. Hoje, produtores buscam pela Agricultura 4.0 Não é por acaso que Não-Me-Toque recebeu, em 2009, o título de Capital Nacional da Agricultura de Precisão. Há duas décadas, a Expodireto Cotrijal propaga para produtores do Brasil e do exterior o que existe de melhor em tecnologia no campo. E nesta 20ª edição não será diferente. O diretor-presidente da fabricante de máquinas e implementos agrícolas Stara, Gilson Trennepohl, lembra que há 20 anos as máquinas não possuíam tantas tecnologias embarcadas e o rendimento operacional era menor. “Em carretas agrícolas, por exemplo, a capacidade de armazenagem e a velocidade de descarga eram bem menores. Hoje levamos ao produtor modelos que vão até 40 metros cúbicos de capacidade de armazenagem, que podem descarregar até 10.000 kg/min, trazendo mais agilidade aos trabalhos”, argumenta. Trennepohl também ressalta que a agricultura de precisão era desconhecida quando surgiu a Expodireto. Hoje, por outro lado, as máquinas se comunicam com sistemas de computador e permitem acompanhar os trabalhos realizados no campo pelo celular, em tempo real, trazendo mais informações para que o produtor possa tomar a melhor decisão. Além disso, os
técnicos já não necessitam ir até a fazenda para realizar a assistência técnica, acessando a máquina que está no campo remotamente a partir da fábrica da Stara. O diretor da concessionária Augustin Massey Ferguson, Paulo Finger, observa que o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) ajudou a incentivar a Expodireto em suas primeiras edições com colheitadeiras com juros fixos. Assim como a agricultura familiar recebeu diversos incentivos a partir do então Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). “Se considerarmos a evolução da agricultura de precisão, o produtor busca melhorar sua atividade no campo com menos esforço e buscando retorno da produtividade. Isso levou o agricultor a ir até a Expodireto buscar este novo conhecimento. As indústrias levam as melhores tecnologias disponíveis no momento”, destaca Finger.
Aproxima fábrica e produtor Máquinas e equipamentos com tecnologias inovadoras enchem os olhos dos produtores todos os anos na feira, tanto para grandes quanto pequenas propriedades. Na visão do presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, o fato de aproximar fa-
bricantes e produtores é um dos grandes diferenciais da feira. “A Expodireto abriu caminho para uma revolução tecnológica no campo, que contribuiu para o crescimento da produtividade e da rentabilidade”, avalia o presidente.
Março / 2019|13
Agricultura 4.0 é o caminho O proprietário da Tatu Marchesan, João Carlos Marchesan, afirma que já antevia o sucesso da Expodireto quando a empresa recebeu o primeiro convite para participar da Feira, devido a competência da diretoria da Cotrijal. Em relação à tecnologia, Marchesan aponta que a evolução é constante passando da agricultura de precisão e chegando agora à agricultura 4.0, com advento da internet das coisas, realidade ampliada e big data. “Os tratores, as colheitadeiras, as plantadeiras e os pulverizadores autopropelidos têm altíssima tecnologia embarcada. A agricultura brasileira é vencedora, crescemos muito e não ocupamos nem 10% do nosso território. Usamos plantio direto e a melhor tecnologia de agricultura tropical do mundo”, manifesta Marchesan, que também é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A agricultura 4.0 é baseada na produção digital e possibilita a interferência e conexão de softwares e sistemas digitais às máquinas. Seu objetivo é otimizar a produção agrícola. Um exemplo são os softwares conectados via satélite que indicam ao profissional responsável quando a máquina passou por determinada área, e caso passe novamente, o sistema desliga automaticamente, o que evita o replantio e perda de sementes.
Estande da Tatu Marchesan na Expodireto, em 2005. Empresa foi a primeira a confirmar presença na edição inaugural da feira
Clima de otimismo
Para esta nova edição da Expodireto, Marchesan afirma que a expectativa é fantástica, assim como para o cenário de máquinas agrícolas ao longo de 2019. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou no início do ano que as vendas no setor devem crescer 10,9% em 2019. Ano passado, foram vendidas 47,7 mil unidades de máquinas agrícolas e rodoviárias, crescimento de 12,7% frente a 2017. Conforme dados da Abimaq, após cinco anos consecutivos de queda na receita do setor fabricante de máquinas e equipamentos, que levou o setor a encolher 47% no período, 2018 encerrou com crescimento de 7% em relação a 2017. Para o ano de 2019, a expectativa é de manutenção do crescimento na receita total do setor, mas em taxas pouco abaixo das observa-
das em 2018, e, puxadas, predominantemente, pelo mercado doméstico. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Cláudio Bier, o bom momento esperado para ano terá reflexos já na Expodireto, independente da liberação de novos recursos do Moderfrota. “O faturamento desta edição da Expodireto deverá ser bem maior ao registrado ano passado. O setor continua em alta, soja e milho estão com preço bom e investir em maquinário é um ótimo negócio, pois o produtor investe em pesquisa para aumentar a produção. O setor está animado”, festeja Bier. Em 2018, a 19ª Expodireto registrou faturamento de R$ 2,2 bilhões. O crescimento foi 4% em relação à feira de 2017.
Gilson Trennepohl, diretor-presidente da Stara
Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers)
Paulo Finger, diretor da concessionária Augustin Massey Ferguson
Aposta de sucesso O sucesso da feira iniciou antes mesmo de sua edição inaugural, quando a fábrica de implementos e máquinas agrícolas Tatu Marchesan, de Matão/SP, decidiu participar do evento. Foi a primeira empresa a dizer sim à Expodireto. “Recebemos o Nei Mânica e sua equipe no estande da Tatu na Agrishow e ganhamos o convite para participar da Feira. E na hora decidimos participar devido ao nosso interesse no mercado gaúcho, já que a grande agricultura do Rio Grande do Sul está no interior. Logo surgiu uma oportunidade de expormos nossos produtos na região. Uma feira desse porte fazia falta no Estado”, recorda o então diretor comercial da Tatu Marchesan, Francisco Matturro, hoje vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Matturro acompanhou a desenvolvimento da Feira ao longo dos anos, ao mesmo tempo em que os implementos agrícolas foram ganhando cada vez mais tecnologia. Segundo ele, os produtores evoluíram junto com a Expodireto buscando um maquinário de ponta.
João Carlos Marchesan, proprietário da Tatu Marchesan e presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq)
Vendas do setor no Brasil (*DADOS DA ANFAVEA) 47,7 mil unidades de máquinas agrícolas e rodoviárias em 2018 12,7% a mais que 2017 10,9% é a expectativa de crescimento em 2019
Francisco Matturro, vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag)
14|Março / 2019
Feira contribui para o crescimento da atividade leiteira Palco de lançamento de novas tecnologias em máquinas e produção vegetal, a Expodireto Cotrijal reúne também o que há de melhor quando o assunto é atividade leiteira. Em 20 anos, a feira contribuiu para o crescimento do setor, tanto em produtividade quanto em genética, sanidade, nutrição e qualidade, e um dos locais onde facilmente se percebe essa evolução é no pavilhão onde os associados da Cotrijal têm a oportunidade de expor novilhas. O produtor Jorge Luiz Dirings, de Rio Atti-Assu, Coqueiros do Sul, não esconde a satisfação de fazer parte da história da Expodireto. Associado desde 2001, não perdeu uma edição e neste ano está com novilhas em exposição. “Inovação é a palavra que define a Expodireto”, afirma. A intenção é aproveitar a semana do evento para atualizar informações sobre o aperfeiçoamento genético do rebanho leiteiro. Com 26 vacas em ordenha que produzem em média de 34 litros/vaca/dia, Dirings sonha ir além. A família vem fazendo bons negócios na Expodireto. Em 2015, adquiriu uma desensiladeira. Já em 2016, um resfriador de leite. “Em janeiro, fechamos uma negociação iniciada na feira do ano passado. Compramos um enleirador”, conta o produtor, que por cinco anos teve novilhas em exposição na feira. “É uma boa vitrine para expor nossas ideias de manejo e alimentação com o rebanho”.
Exposição de novilhas é realizada desde a primeira edição (foto de 2000)
Conhecimento e oportunidades Quem também não perde a oportunidade de visitar a Expodireto é a família de José Romeo Kraemer. Com propriedade a poucos quilômetros de Não-Me-Toque ele já tem a agenda organizada: no primeiro dia faz uma visita completa ao parque. Nos demais, busca negócios. “Sei que vou encontrar muitas opções para as mais diversas demandas do setor leiteiro”, destaca. Como associado da cooperativa, Romeo sente orgulho de fazer parte dos 20 anos da mostra. “A Expodi-
reto Cotrijal tomou uma dimensão que ninguém imaginava. Começou pequena e nós conseguimos participar de todas elas as edições, com nossas novilhas em exposição e aproveitando todo esse conhecimento”, comenta o produtor. Sobre os negócios, ele revela que já adquiriu um trator na feira de 2003, um resfriador de leite em 2009 e vendeu bons lotes de novilhas. “A mostra de animais vale a pena. Conseguimos mostrar o nosso trabalho e manejos com o
rebanho e ainda nos garante uma boa renda, em caso de comercialização”, explica. Atualmente a família trabalha com 41 vacas em ordenha, de um rebanho total de 70 animais. A média de produção vaca/dia está em 25 litros, no sistema de pastagem. “O maior desafio de quem trabalha com leite está na mão de obra, por isso acredito que na Expodireto teremos várias opções de maquinários que podem auxiliar a resolver esse gargalo”.
Dirings: visita à Expodireto tem foco na busca pelo melhoramento genético
Dirings revela que boa parte do maquinário usado na lavoura também foi adquirido na feira. Um trator em 2010 e semeadora e pulverizador em 2011. “Produzimos grãos em 160 hectares e a feira oferece boas opções de negócio”.
Parceria fortalecida Presente pelo quarto ano na Expodireto Cotrijal, a MSD Saúde Animal preparou uma série de promoções e campanhas para receber os visitantes e clientes. A feira é considerada pela empresa um importante espaço para alavancar e prospectar negócios. “Uma parceria que visa proporcionar o melhor para o produtor”, avalia a coordenadora de Território da MSD, Eveline do Carmo, em relação ao trabalho com a Cotrijal, não apenas durante a feira, mas o ano todo.
José Romeo com a esposa Loiva, o filho Ronaldo e o técnico agrícola Vilson Weber: todos os anos na feira
Março / 2019|15
Melhorias dentro e fora da porteira Para o gerente de Produção Animal da Cotrijal, Renne Granato, a Expodireto proporciona evolução dentro e fora da porteira. “Debate o fora da porteira, através de eventos como o Fórum Estadual do Leite, e propõe melhorias dentro da porteira, através dos expositores e do trabalho mostrado pela Cotrijal. Com isso, toda a cadeia ganha”, pontua. O pioneirismo está presente em todas as áreas, das empresas que vendem genética até as que trazem novidades em equipamentos. Há três anos, por exemplo, um expositor trouxe para a feira o primeiro equipamento de ordenha robotizado. Hoje já são mais de 30 equipamentos instalados em propriedades gaúchas. “Há tecnologia para todas as realidades e o mais interessante é que o produtor tem acesso a isso num único local, e a maioria já testada pela Cotrijal”, destaca Granato.
Nos últimos anos, evolução genética do rebanho tem levado produtores que expõe animais a fazerem bons negócios na feira
Evolução na feira
A evolução genética do rebanho leiteiro da região é evidente quando se analisa os 20 anos de Expodireto Cotrijal. “Vaca que produzia 25 litros de leite por dia era de alto padrão naquela época”, recorda Vilson Weber, técnico agrícola da Cotrijal que acompanhou a feira desde o início. “Hoje quem trabalha com confinamento tem vaca produzindo mais de 40 litros de leite por dia”.
Nos primeiros anos, a feira abria espaço para exposição de vacas e concursos leiteiros. “Inclusive trouxemos a campeã de produtividade da Expointer”, conta Weber. Com o passar dos anos, no entanto, a exposição foi substituída por novilhas. “Vacas em ordenha sofrem muito com estresse com o calor que normalmente ocorre na feira. Por isso, optamos por trazer apenas novilhas”.
Em 2019, são 55 animais, de 22 produtores – sendo 9 novilhas vindas do Campo de Recria. Além de mostrar o potencial genético da região, a feira possibilita a realização de negócios para os produtores que estão expondo. “É uma forma de também estimularmos quem nos visita a conhecer o trabalho da Cotrijal e investir na atividade”, destaca o técnico agrícola da Cotrijal.
Investimento em genética para avançar O lucro na atividade leiteira é contado em centavos e ter elevada produtividade por animal faz toda a diferença ao final de cada mês. Um dos investimentos considerados essenciais para aumentar a produtividade é o melhoramento genético. Na Expodireto Cotrijal, o produtor tem acesso direto às empresas fornecedoras de sêmen, podendo comparar e buscar as melhores opções para seu rebanho. Uma das empresas presentes na feira desde as primeiras edições é a ABS Pecplan, líder mundial em
genética animal, que fornece sêmen bovino dos melhores criatórios do mundo, principalmente dos Estados Unidos na parte de gado holandês. Para o gerente de Negócios RS da ABS, Raul Soares de Abreu, a Expodireto Cotrijal é uma das maiores e mais importantes feiras da América Latina em termos de negócios e de visitantes. “É uma ótima oportunidade de estarmos próximos dos produtores e entendermos as suas necessidades”, aponta. Ele ressalta que o processo de evolução genética hoje, diferente de
20 anos atrás, é muito rápido. Todos os meses há novos indivíduos, cada vez melhores, entrando na bateria de touros. “Aliado a nutrição de qualidade e sanidade, o investimento em genética é o melhor caminho para o produtor elevar a produtividade do seu rebanho”, afirma Abreu. “É importante que o produtor organize sua agenda de forma a visitar todos os estandes e também participar da programação de palestras em busca de formação e informação que gere melhor resultado na sua propriedade”.
Condição especial para o associado No estande da Produção Animal da Cotrijal na feira os associados podem obter informações e aderir à campanha de aquisição de insumos para formação de pastagens e silagem de inverno. Realizada anualmente, a campanha visa facilitar o planejamento dos produtores da cooperativa, oferecendo fertilizantes, defensivos e sementes com preços e condições diferenciadas de pagamento. O prazo para adesão é até 29 de março. O coordenador do Departamento Veterinário, Alan Issa Rahman, ressalta que na feira os produtores têm acesso a todas as informações dos testes feitos na Área Experimental com os insumos que fazem parte da campanha. “Tomamos o cuidado de indicar apenas aqueles materiais que mostraram no nosso campo experimental o melhor resultado em produção de massa e oferecem alto valor nutricional”, destaca.
16|Março / 2019
Voz para demandas do agricultor A Expodireto Cotrijal avança o espaço destinado à tecnologia de ponta e inovação em máquinas, implementos e insumos agrícolas e se transforma todos os anos em um grande fórum de discussão do agronegócio brasileiro. Em diversos espaços da mostra, os produtores ganham respaldo para suas reivindicações e demandas e, não raras vezes, o eco de manifestações dentro e fora do Parque de Exposições chegam ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional. Nesses 20 anos, não foram somente os negócios que ganharam impulso na feira. Entre as reivindicações históricas, o tratoraço, em 2003 - comboio que reuniu mais de mil tratores e culminou com a liberação do plantio e comercialização de transgênicos no Brasil. Em 2011, o intenso debate sobre o Código
Florestal tirou dos produtores a fama de “vilões” da natureza. Os agricultores que participaram destes movimentos reconhecem o papel da Expodireto nestas e em outras pautas do segmento. Quando integrava o conselho de Administração da Cotrijal, em setembro de 1999, o produtor Volnei
Tratoraço, em 2003, reunindo mais de mil veículos, culminou com a liberação do plantio e comercialização da soja transgênica
Schreiner, atualmente presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Victor Graeff, foi surpreendido com a proposta do presidente Nei César Mânica de criar a Expodireto. O evento, ainda sem o atual nome, deveria realizar-se seis meses depois do anúncio, em março de 2000. A surpresa cedeu lugar à certeza. “Depois do choque inicial, o conselho deu apoio. Foi emocionante ver funcionários, produtores associados e parceiros arregaçarem as mangas e tornarem real
e grande um sonho”, destaca. Hoje, passados 20 anos da primeira edição, Schreiner está convicto de que toda a manifestação que surge na Expodireto ganha uma repercussão diferente, inclusive em nível nacional. Para o dirigente, a Expodireto começou vultosa porque houve adesão de empresas já no primeiro ano, possibilitando crescimento na participação a cada ano. Ele enfatiza, porém, que os organizadores vislumbraram que os pro-
dutores iam ao parque não apenas para comprar, mas também para ganhar conhecimento. Foi aí que surgiram os fóruns da soja, do milho, do leite e de outras culturas. E junto os debates e protestos sobre questões econômicas e políticas que interferiam na lavoura e na produção animal. Muitos ficaram bem marcados na memória de Schreiner. Ele destaca o tratoraço em defesa da transgenia, os debates contra a PEC da Previdência e sobre o Código Florestal.
Leite Compen$ado: repercussão além do parque Schreiner chama a atenção também para o Protesto Solidário realizado no dia 13 de março de 2015 na Expodireto. Na época, surgiu a Operação do Leite Compensado que flagrou a adulteração do produto em laticínios gaúchos. “Os produtores não tiveram culpa, mas eles estavam pagando a conta. O prejuízo afetou toda a cadeia leiteira e derrubou os preços. Além disso, a população parou de tomar leite. Tínhamos que fazer alguma coisa”, recorda. No dia do Protesto Solidário, a imprensa foi convidada a assistir a entrega de 800 litros de leite em
caixa da CCGL para três entidades (APAE, Associação Beneficente de Amparo ao Menor e o Lar do Idoso São Vicente de Paula). A ação repercutiu bastante além dos portões da Expodireto. O envase e doação do leite foi também uma maneira encontrada para evitar que o leite fosse descartado, o que aconteceu durante a paralisação dos caminhoneiros no início do mês.
R eforma da Previdência Para essa edição, Schreiner diz que a Fetag, entidade da qual é coordenador regional, está preparando
a distribuição de milhares de panfletos contra a PEC da Reforma da Previdência que, na sua avaliação, atingirá em cheio os trabalhadores rurais. A primeira leva do material foi distribuída em 23 eventos nas regiões de atuação da federação no dia 8 de março, dedicado às mulheres. “Vamos fazer um corpo a corpo durante os cinco dias da Expodireto, pois a mostra é uma avenida de passagem de políticos. Temos que sensibilizá-los para que o texto original não passe no Congresso”, destaca.
Schreiner (ao centro), durante o Projeto Solidário, em 2015, que distribuiu leite a entidades em defesa dos produtores de leite
Tratoraço: mobilização recorde Elio Bernardi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Carazinho, é associado da Cotrijal desde 1990 e participa da Expodireto desde a primeira edição. Considera o evento
um marco para a agricultura gaúcha, pois foi responsável por difundir o plantio direto. Além disso, identifica na mostra um palco para discussão e tomada de decisões importantes. Ber-
Bernardi (2º à direita): feira dá respaldo às reivindicações do produtor
nardi considera que o grande marco foi a edição de 2003, que garantiu a liberação da transgenia. “Antes desta data, estávamos expostos. A Polícia Federal notificava os produtores que tinham importado a soja transgênica. E não tínhamos uma voz no governo federal”, recorda. Segundo o dirigente, a guinada surgiu em 2003, com a presença do ministro Roberto Rodrigues, autor de um discurso incisivo em defesa da transgenia e de incentivo para que os produtores promovessem um grande ato público. “Ele fez a sugestão na segunda-feira e motivou todo mundo. Em 48 horas, já tínhamos organizado uma manifestação jamais vista na região. Centenas de tratores, caminhões,
caminhonetes e carros particulares vieram de todos os cantos do Estado. Nós saímos de Victor Graeff e nos unimos a mais gente no Trevo de Ibirubá e Tapera. Passamos pela Expodireto e tinha gente de todos os lados” recorda. Depois de uma longa parada e muitos discursos emocionados, o tratoraço seguiu adiante e foi até a Praça Central de Não-Me-Toque. “Foi gratificante e deu resultado. Dias depois, o vice-presidente José Alencar assinou o decreto liberando o plantio de transgênicos no Brasil.” Ele lembra de outras manifestações, como a de 2017, cuja audiência pública do Senado comandada pela senadora Ana Amélia Lemos mobilizou mais de mil agricultores de todas as
regionais da Fetag. Em 2014, houve um movimento contra o emplacamento de tratores, pretendido pelo governo. “Era um absurdo, pois nossos veículos trafegavam dentro das lavouras e não nas rodovias. A finalidade era arrecadar mais. Vencemos mais essa”, enfatiza. Em 2011, no debate em torno do Código Florestal, Bernardi observou que os produtores foram colocados como “bandidos da natureza”, que desmatavam e prejudicavam o meio ambiente. “Fizemos uma campanha mostrando que estava havendo um desvio de foco, pois o maior ataque à natureza não estava dentro da porteira, mas fora dela. Em outros segmentos. É só vermos os desastres recentes em Mariana e Brumadinho”, destaca.
Março / 2019|17
Mercado e novas tecnologias para a soja
Depois de peregrinar por hotéis de Porto Alegre e municípios do interior, o Fórum Nacional da Soja encontrou uma identidade e um porto seguro na Expodireto Cotrijal. Todos os anos o auditório central do parque lota para que produtores, dirigentes de cooperativas, agrônomos e funcionários de empresas de insumos e de tradings conheçam a opinião de especialistas sobre mercado, clima e perspectiva de plantio e produção. Em sua trigésima edição, marcada para
Produtor Valdir Ahlert com o filho Renato na feira de 2001: presença certa na feira todos os anos
dia 12 de março, são esperados importantes debates em torno das tendências de tecnologia e de mercado, além da inevitável comparação com a safra passada. E não faltarão discussões importantes, como já ocorreram em outros anos. “A soja é a cultura mais importante do Estado e do país. É a commoditie que mais gera divisas na exportação brasileira de grãos”, destaca Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias no Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), entidade organizadora do evento, ao lado da Cotrijal e da CCGL. Para o dirigente, o fato da Expodireto estar inserida entre as mais importantes feiras do agronegócio brasileiro garante visibilidade para o Fórum Nacional da Soja. “No passado tivemos uma revolução tecnológica no uso de insumos e agora temos uma revolução digital com tudo que tem de mais avançado para produzirmos com sustentabilidade, desde que o produtor tenha rentabilidade”, salienta o dirigente. É este o objetivo do produtor Valdir Ahlert, que planta soja na Agropecuária Dona Júlia, em Carazinho. Ele será uma das mais de 270 pessoas presentes no auditório, a partir de 9h30. De todas as edições do evento, só faltou a uma delas. Fato que lamenta muito.
Três décadas de debates Desta vez, o 30º Fórum Nacional da Soja terá outras preocupações. O diretor da Agroconsult, André Pessôa, apresentará a situação e conjunturas do momento da soja, fazendo uma analogia de mercado e de comercialização, com o futuro da oleaginosa e de outras culturas no mundo, discutindo como os produtores e cooperativas vão se contextualizar nas próximas décadas da agricultura. “Será um momento importante onde serão priorizados os questionamentos do público”, observa Pires. Já o consultor Elmar Floss abordará as novas tecnologias e o cenário da cultura em termos de produção e produtividade, mostrando os parâmetros tecnológicos que o grão tem embarcado nos
Consultor André Pessôa, em uma das suas primeiras palestras na Expodireto, em 2002
últimos tempos e que os produtores precisam acompanhar as tendências mundiais de uso destas tecnologias.
Fórum Nacional da Soja: evento realizado desde 2002 na Expodireto se firmou como um dos mais importantes palcos de debates da feira
“Ir à Expodireto e não participar do Fórum da Soja é algo inconcebível para o agricultor. É o local em que se aprende sobre a venda da soja, sobre o clima, sobre as cultivares”, destaca. Associado da Cotrijal desde 1998, já foi líder durante 18 anos e conselheiro em três períodos. Acompanhou os passos da criação da Expodireto, sempre mostrando o mesmo entusiasmo dos dirigentes que o criaram. Não faltou a nenhuma edição e participou dos di-
versos atos promovidos de forma organizada ou de maneira espontânea no parque. Não esquece da preocupação dos produtores que plantaram soja transgênica no ano agrícola 2002/2003 e estavam em vias de perder toda a produção porque os governo não liberava a comercialização do produto trazido da Argentina. “No final, com o tratoraço na Expodireto e em outro pontos do Estado, tivemos a vitória da perseverança”, enfatiza.
Milho: evento ganha novo formato O Fórum Nacional do Milho terá um formato diferente na sua 11ª edição na Expodireto. Em parceria com o Instituto de Pesquisa Gianelli Martins (IPGM) e o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (FUNDESA), o evento será mais instigador e menos opinativo. Segundo o diretor-executivo do fórum, Odacir Klein, o objetivo será motivar as entidades e o público participante a dar opinião a respeito dos gargalos existentes na cadeia produtiva do milho. Segundo o dirigente, as indústrias do setor da produção
de proteínas animais do Rio Grande do Sul manifestam reiteradamente a preocupação com o fornecimento de milho destinado às rações. Entendem que no Rio Grande do Sul há condições para atingir a autossuficiência, mas que a produção gaúcha é significativamente inferior à demanda, sendo necessária a compra de outros Estados ou do exterior de até 2 milhões de toneladas de milho por ano. “Foi constatado que a solução é menos dependente de questões jurídicas e mais da necessidade de políticas públicas que garan-
tam recursos para a aquisição de milho na época da colheita e armazenagem durante todo um ano. A interação entre os elos da cadeia produtiva e representantes da iniciativa privada também é fundamental”, pondera Klein. A única exceção será a palestra do presidente da Associação Brasileira de Produção Animal (ABPA), Francisco Turra. Em seguida, haverá um debate. As conclusões serão colocadas em uma revista eletrônica. Entidades podem encaminhar sugestões para o e-mail contato@forumdomilho. com.br.
18|Março / 2019
Para OCB, debates reforçam pleitos
Produtor, em 2006, reivindicou ajuda do governo para os agricultores, que se encontravam endividados devido a seca do ano anterior
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, reconhece que o produtor brasileiro é carente de espaço de discussões que dê visibilidade para suas reivindicações. Para ele, a Expodireto Cotrijal
acertou em cheio ao criar ou permitir a realização de fóruns que legitimam diversas demandas. “Os agricultores enfrentam dificuldade e reconhecem quando sua cooperativa é parceira para levar seus pleitos aos governos”, destaca Freitas. Ele diz que acompanhou o
embrião da Expodireto e exibe satisfação ao vê-la robusta ao completar 20 anos. “Os que pensavam que o evento seria apenas regional se enganaram”, afirma. Para o dirigente, a Cotrijal deu o exemplo para que outras cooperativas sigam seus passos.
Freitas aponta que o foco dos debates da Expodireto neste ano poderá ser o da desmistificação dos subsídios à agricultura. “Existe uma onda para que se corte tudo. Isso vai na contramão do que acontece em outros países”, enfatiza, dizendo que
o agronegócio se desenvolve pela organização dos produtores e das cooperativas e não pelos subsídios. Ele destaca que o agronegócio recebe em torno de R$ 12 bilhões e gera R$ 600 bilhões dentro da porteira, valor que se multiplica fora dela.
Mostra revoluciona o campo
Para o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, os fóruns e debates realizados na Expodireto são a parte silenciosa da feira. E certamente os que mais rendem benefícios para o produtor. “Sem desmerecer, as máquinas representam a materialidade, enquanto a espiritualidade está nos debates”, compara. Para o dirigente, o incremento da produtividade e o uso correto da assistência técnica brotam dos grandes debates. Ele aponta outro salto promovido durante os 20 anos da Expodireto: o Projeto
Aquarius, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e com outras entidades e empresas. “O projeto representou uma grande revolução buscada pelos produtores: incrementar a produtividade sem aumentar a área de plantação. A Cotrijal escolheu a dedo 17 produtores rurais que fizeram as experiências nas suas lavouras a partir do projeto”, enfatiza o presidente da Ocergs-Sescoop/ RS, citando pesquisa da UFSM que aponta um crescimento na produtividade de todas as culturas a partir do projeto: 8% na soja,
6% no trigo e no milho e 5% no arroz.
D emais eventos - Além da programação no Auditório Central da Expodireto, outros locais são palco de eventos diversos. No espaço da Ocergs no parque são realizados eventos todos os dias. Na programação da organização, constam, por exemplo, o 3º Encontro das Mulheres que Cooperam, a palestra sobre boas práticas e benefícios da nutrição animal, o Lançamento do dia C, a formatura da turma de aprendizes Cotrijal e diversas outras palestras técnicas.
Perius: o incremento da produtividade e o uso correto da assistência técnica brotam dos grandes debates
Roberto Rodrigues, forte influência e prestígio O agrônomo, professor e ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues é uma das autoridades mais assíduas nos 20 anos da Expodireto. Por isso, também é visto como um dos mais influentes na defesa do agronegócio junto aos governantes brasileiros neste século.
Modesto, evita falar de seus feitos, mas admite que deu um empurrão na questão dos transgênicos em 2003. “Havia um debate ideológico muito grande em torno da questão. Os movimentos na Expodireto foram o ponto de partida para conseguirmos a lei dos transgênicos”, frisa
Em 2001, Rodrigues durante palestra no dia anterior à abertura da feira
Rodrigues, que pediu mobilização aos produtores. Estes o atenderam, realizando o histórico tratoraço que parou a Expodireto e arredores em defesa da transgenia. De fato, os resultados surgiram ainda naquele ano. O presidente da República em exercício, José Alencar, assinou em 25 de setembro de 2003 a medida provisória que autorizava o plantio de soja transgênica no Brasil. A assinatura da MP colocou fim a uma discussão intensa, que envolvia a Presidência da República, parlamentares, ministros e representantes de agricultores, principalmente do Rio Grande do Sul, onde o plantio de soja transgênica mais se expandira naqueles anos. Em 24 de março de 2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou a Lei da Biossegurança, estabelecendo também as normas de segurança e os mecanismos de fiscalização que envolviam os transgênicos.
Com um currículo invejável de participações, o ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e atualmente coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas e embaixador especial da FAO para o Cooperativismo, Rodrigues é um aficionado da Expodireto. Quando foi titular da pasta agrícola de 2003 a 2006, circulou pelo parque da feira em quatro ocasiões. E garante que só deixou de comparecer em três edições. Rodrigues destaca os fóruns, os seminários e os debates que não raras vezes chegam aos ouvidos dos governantes. Ele recorda que, ao participar do Fórum da Soja na Expodireto, em 2005, notou que os produtores estavam sentindo os efeitos da estiagem que castigava as lavouras locais. Além de garantir que levaria as reivindicações dos agricultores ao governo, viu de perto a situação dramática das lavouras
em dois momentos. Primeiro, no trajeto aéreo que fez de Porto Alegre a Não-Me-Toque pela manhã. Depois, num sobrevoo por lavouras da região de Carazinho à tarde, antes de retornar para Brasília. “Alguns dias depois, o presidente anunciou medidas de apoio ao setor agropecuário”, destaca. Em 2015, durante o Fórum dos Ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues defendeu a adoção urgente de uma estratégia de segurança alimentar no país. Ele apontou que em 2050 serão nove bilhões de habitantes no mundo. “Em função disto será necessário aumentar a produção de alimentos em 70%”, expôs o ex-ministro. O Brasil precisa ainda, segundo Rodrigues, vencer os obstáculos em logística, política de renda no campo, e políticas comerciais, buscando acordos bilaterais que fortaleçam o comércio dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Março / 2019|19
Turra: apoio desde o início O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra participou ativamente dos debates em torno da criação da Expodireto. Gaúcho de Marau, o titular da pasta agrícola de 1998 a 2000 foi convidado para participar da reunião que transformaria para sempre a vida da Cotrijal, de Não-Me-Toque e de toda a região. A primeira edição Ex-ministro da Agricultura participou das da mostra foi acom- discussões de criação da Expodireto panhada com orgulho por Turra, que já tinha deixado o ministério, mas continuava acompanhando o setor, especialmente na sua terra. Por um motivo justo: foi ele que criou, em 1998, programas como o Moderfrota, voltado para o financiamento de equipamentos agrícolas. A iniciativa permanece como um dos principais meios de renovação do maquinário no campo, proporcionando ganho na produtividade. Presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) desde 2014, Turra é frequentador assíduo da feira. Já palestrou no Fórum Nacional da Soja e, neste ano, será convidado de Odacir Klein para fazer a exposição de abertura do Fórum do Milho. “São eventos balizadores do que acontecerá no futuro do agronegócio”, destaca.
Senador Heinze: dedicação ao Agro Quando participou da primeira edição da Expodireto, em 2000, o então prefeito de São Borja, Luis Carlos Heinze, levou para o parque de exposições o debate em torno do endividamento do setor agrícola, defendendo a securitização dos créditos tomados juntos aos bancos. Seu grito ecoou em Brasília. O atual senador, em sua primeira legislatura, vai coordenar a audiência pública do Senado Federal no dia 15 de março, no Auditório Central da 20ª Expodireto Cotrijal, que vai debater o Plano Safra 2019/2020. “Queremos defender especialmente quem se dedica a atividades do mercado interno, como os produtores
de arroz, trigo e leite. Precisamos reduzir os custos e aumentar o volume de recursos para o seguro agrícola”, explica o recém-eleito vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária do Senado. Como arrozeiro e agropecuarista em São Borja, foi um dos líderes do tratoraço que migrou de diversos cantos do Estado para Porto Alegre em 1993. O grupo recebeu, inclusive, a chave simbólica da capital gaúcha das mãos do então prefeito Alceu Collares. Mais tarde, em 1996, participou do caminhonaço em Brasília. Não é surpresa que estivesse junto com os produtores em 2003 em Não-Me-Toque durante o tratoraço em
defesa da transgenia. “Tínhamos um grande problema nas mãos, mas o enfrentamos. Hoje, o Brasil é território dos transgênicos”, exalta. Outros assuntos pautaram a participação de Heinze na Expodireto, como a audiência pública realizada na 14ª Expodireto Cotrijal em 2013. O evento aconteceu no auditório central do parque, tendo como tema principal a demarcação de terras indígenas. Heinze denunciou irregularidade, como laudo antropológico falso na Região Norte do Estado. Ele pretende voltar ao assunto na 20ª Expodireto Cotrijal, inclusive apresentando dados concretos de desmandos por parte da Funai.
Audiência pública do Senado tem sido um dos momentos de intenso debate na feira. Em 2017, com o auditório lotado, produtores acompanharam discussões do lado de fora através de telão
20|Março / 2019
ESPAÇO DA FAMÍLIA RURAL
Solo fértil para semear ideias sustentáveis A agricultura familiar tem forte influência e peso para a economia do Rio Grande do Sul, representando entre 27% e 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Pela importância desse segmento, os pequenos produtores sempre tiveram espaço privilegiado na Expodireto Cotrijal. Através de parceria com a Emater/RSAscar, produtores familiares encontram na mostra informações de qualidade para melhorar os resultados da sua propriedade e diversificar atividades. Não são poucas as histórias de sucesso impulsionadas pela feira.
Para as produtoras Elisiane (ao centro) e Serli Klein (à dir.) e Gladis, da Agroindústria Delícias da Colônia, de Santo Antônio do Planalto, feira abre portas
As produtoras Elisiane Klein, 29, Serli Klein, 60, e Gladis Suerkamp, 47, da Agroindústria Delícias da Colônia, de Rincão Doce, interior de Santo Antônio do Planalto, sabem bem como despertar as sensações do paladar. As mesas fartas com cucas, pães, massas e bolachas decoradas ou não conquistam cada vez mais apreciadores. Os sabores das primeiras bolachas começaram a ser produzidos há 10 anos, na própria cozinha e em pequeno forno elétrico. Com o passar do tempo e sucesso de vendas, novos produtos e equipamentos foram sendo agregados em, em 2014, surgiu a agroindústria. Hoje a produção é negociada na vizinhança, enriquece a merenda de três escolas do município, arranca suspiros em festas de comunidades e há quatro anos conquista apreciadores de todo o país e de fora na Expodireto. Nos dias normais, somente bolachas são fabricados cerca de 100 quilos por mês. Na época da
feira, em apenas uma semana, produção ultrapassa essa quantia. Com o lucro, foi possível adquirir novos equipamentos e utensílios. “É uma grande vitrine. Abre portas para novos negócios e contatos. A gente fica contando os dias para participar”, afirma, empolgada, a jovem. Ela se orgulha de morar e trabalhar na propriedade dos pais e sonha ampliar empreendimento. Muitas das receitas que Elisiane usa na pequena fábrica são de família, algumas foram adaptadas e outras inventadas por ela e com ajuda da mãe e tia. A avó Nilza, de 82, também dá “pitacos”. Duas das receitas de bolachas - a pintada e de manteiga - que fazem sucesso entre a clientela foram copiadas do caderno da aposentada. Para manter a qualidade dos produtos, as agricultoras não abrem mão de participar de cursos promovidos pela Emater, em parceria com a Cotrijal, como o de Massas Frescas.
O melhor de 182 empreendimentos Embutidos, sucos doces, panificados em uma infinidade de delícias produzidas no campo. Criado em 2008, o Pavilhão da Agricultura Familiar é um dos espaços na feira que atrai multidão pela diversidade e fartura. Produtos feitos por mãos diferentes, com origens e sabores únicos, tornam o pavilhão um dos mais cobiçados. Nesses mais de 10 anos, já foi vitrine para centenas de empreen-
dimentos familiares de diferentes regiões do Estado. Nesta edição, são 182 estandes, sendo 142 de agroindústrias e 40 de artesanatos, plantas e flores, de 116 municípios. Em 2018, as vendas em Não-Me-Toque totalizaram R$ 1,089 milhão. O Pavilhão é organizado por meio de uma parceria entre a Cotrijal, Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR),
Emater/RS-Ascar, Fetag e Fetraf. Início - Em 2008, eram 80 expositores, sendo 50 de agroindústrias e 40 de artesanatos e flores. Ao longo do tempo, a oferta de produtos cresceu em diversidade e qualidade, assim como o faturamento dos empreendedores rurais, saltando de R$ 250 mil nos primeiros anos para mais de R$ 1 milhão em 2018.
Segmento no Estado
yyRepresenta 91,24% dos estabelecimentos rurais no RS yySão 365.062 unidades produtivas yy333.058 delas de pequenos agricultores
Fonte: Censo Agropecuário de 2017
Negócios: Em 2018, as vendas no Pavilhão da Agricultura Familiar totalizaram R$1,089 milhão
22|Março / 2019
Total interação com o agricultor Com o protagonismo de mostrar para o agricultor familiar o que ele pode fazer para transformar sua vida para melhor, Emater/RS-Ascar promete mais uma vez surpreender público que visitar o Espaço da Família Rural, na Expodireto Cotrijal, de 11 a 15 de março, em Não-Me-Toque. Nos dois hectares de área, além do Pavilhão da Agricultura Familiar, não faltam novidades e alternativas para que produtores possam diversificar negócio e produzir com sustentabilidade. Ao todo, serão 16 parcelas temáticas, além de oficinas e palestras variadas.
Cooperativismo Unidades de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar, com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) e cooperativas gaúchas, destacam neste espaço a intercooperação. A parcela vai abordar o dinamismo e inserção das cooperativas no desenvolvimento local e regional, bem como o trabalho das Unidades de Cooperativismo para o fortalecer a gestão das cooperativas agropecuárias atendidas pelo Programa de Extensão Produtiva.
Pela importância da atividade, a Emater sempre abriu espaço para o leite na feira. Este ano, a parcela vai tratar de temas como qualidade de forrageiras, nutrição, manejo e bem-estar do rebanho. No RS, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar de 2017, das 440 mil propriedades rurais, 76 mil trabalham com leite, sendo 99% por sistema a pasto e com complementação.
A temática do Recanto, nesta edição da feira, vai girar em torno da erva-mate. Os visitantes poderão percorrer os cenários e conferir toda a história da planta, dos índios até os dias atuais. Receitas à base de erva-mate também serão ensinadas durante oficinas de alimentação. Criado em 2005, o espaço procura trabalhar a realidade do campo e atrai pela beleza e riqueza de detalhes.
Florestas Comerciais
Parcela Integrada
Criado em 2007, o espaço já é característico na Expodireto. Em galpão de madeira, o visitante vai poder conferir mostra de produtos à base de erva-mate, além do processo de fabricação e exposição de cuias. A parcela vai evidenciar ainda os polos ervateiros do Estado com suas particularidades.
I rrigação - No espaço haverá demonstração de irrigação com sistema fixo por aspersão de tubulação, orientações quanto ao manejo, tipos de equipamentos, crédito rural vinculado à atividade e programas governamentais.
Horto de Plantas Bioativas
Energia Fotovoltaica Uma das atrações do espaço será uma miniusina, geradora de energia no sistema off-grid. O objetivo é demonstrar a viabilidade técnica e econômica da energia fotovoltaica para as propriedades rurais. Na parcela, o visitante vai receber informações também sobre o sistema on-grid, uma forma de reduzir os custos através do sistema de compensação.
Amanteigadas, de polvilho, mel, especiarias… Em 2019, são 13 oficinas com receitas de biscoitos e bolachas decoradas ou não e de sabores variados. Desde o início, a Cozinha Didática conta com programação recheada de boas ideias para que os agricultores possam impulsionar empreendimentos familiares e diversificar na propriedade. De novos produtos e equipamentos a receitas mais saudáveis, já foram tema de oficinas pratos saborosos e práticos à base de milho, mandioca, leite, abóbora, batata-doce, cenoura, além de receitas de massas frescas.
Bovinocultura de Leite
Recanto Temático
Em 2018, tema foi o Efeito Estufa – Agricultura de Baixo Carbono
Cozinha Didática
Nesta edição, a parcela vai trabalhar receitas usando plantas bioativas e com base na tradição de cada etnia. Molho pesto de manjericão (italiana), xarope de agrião (portuguesa), kartoffelpuffer - espécie de bolinho de batata com noz-moscada e demais condimentos (alemã), bitter artesanal (holandesa), sorvetes de ora-pro-nóbis e pimenta (africana) estão entre as oficinas. No local, haverá a distribuição de mudas aos participantes.
Horticultura Destaque para o cultivo em estufas, com fertirrigação de tomate, berinjela e pimentas variadas e para a horta, onde são cultivados cenoura, alface, melancia, repolho e melão.
Piscicultura A equipe da parcela vai ensinar desde a construção do açude até o aproveitamento do pescado, além oficinas com receitas da iguaria com temperos naturais e degustação. Outra tradição é a exposição de alevinos.
Meliponicultura e Apicultura Estimular práticas sustentáveis na agropecuária e preservar espécies nativas de insetos é a proposta deste espaço, que traz Abelhas Sem Ferrão (meliponicultura) e Apicultura. O objetivo é mostrar a importância das abelhas na polinização das plantas de qualquer espécie – na horta, pomar, lavoura, floresta. Também serão mostrados equipamentos para criar e produzir mel com Apis melífera, espécie exótica.
Solos - Parcela tem também como foco a sucessão e rotação de culturas. Além de otimizar o uso da terra, o sistema promove a cobertura do solo com plantas e resíduos, reciclagem de nutrientes, melhor estruturação e aumento na infiltração e armazenamento de água no solo, reduzindo as perdas por erosão. MIP – Tecnologia de Aplicação – O visitante vai receber informações sobre manejo integrado e tecnologias de aplicação e participar da discussão de temas ligados à regulagem de pulverizadores e saúde do agricultor, com estímulo ao uso de equipamentos de proteção individual. Secagem e armazenagem de grãos - D estaque para silo secador de grãos que possibilita manter o grão seco com ar natural, sem quebras e com baixo custo e para máquina extrusora para a produção de farelo e óleo de soja.
Turismo Rural No projeto paisagístico, não faltam ideias para inspirar visitantes que pensam em transformar propriedades em locais para visitação turística. Além de beleza e harmonia, tudo conduz à sustentabilidade e o bem-estar. Haverá também a degustação de produtos coloniais de municípios que fazem parte das Rotas Turísticas da região.
Março / 2019|23
Contribuição inegável para a agricultura familiar “A Emater está na Expodireto desde o início. A instituição se sente privilegiada pela qualidade da estrutura, facilidade de acesso e por fazer parte de uma região estratégica no Estado, onde o maior número de atividades acontecem. É uma feira que dispensa comentários pela tecnologia, inovação e oportunidades. Com uma parceira do nível da Cotrijal, fica mais fácil ter êxito e inovar a cada edição” - C elso Siebert, técnico em agropecuária que coordena espaço da
Emater na mostra há 15 anos.
“São 20 anos inspirando todo o tamanho de agricultura. É uma feira que orgulha o Estado e o país. O primeiro avião agrícola que eu vi voar foi na Expodireto. Isso me marcou muito. É onde eu venho olhar novas variedades de milho, cultivares de soja, novas tecnologias para aumento da produção e produtividade, adaptadas tanto para o grande como pequeno produtor. Para essa agricultura familiar que representa 80% dos produtores do Brasil, em torno de 75% dos agricultores do Rio Grande do Sul e na América Latina não foge muito a esse número, significa oportunidades de negócios e para empreender. Por isso, atrai inúmeras caravanas de agricultores todos os anos” - Caio Rocha, atual
diretor regional Sul do Instituto Interamericano de Cooperação Agricultura, órgão vinculado à OEA e com sede na Costa Rica. Com um trabalho de mais de 30 anos na agricultura, inclusive à frente da direção da Emater, Rocha é presença sempre confirmada na feira desde a primeira edição.
“A parceria com a Cotrijal e Emater na feira é fundamental. Oportuniza que o agricultor familiar tenha acesso às tecnologias adequadas e adaptadas a sua realidade. É um espaço que atrai pela diversidade de assuntos e atividades” - Oriberto Adami, gerente regional da Emater/RS-Ascar. “Cativa pela gama de tecnologia e nutre o produtor de informações que facilitam na tomada de decisões. Engrandece o segmento, a cadeia como um todo. E para a agricultura familiar é uma grande vitrine” - Lino Moura ,
“É uma grande vitrine. A qualidade e diversidade dos produtos, a organização dos expositores, o ambiente acolhedor, tudo isso contribui para o sucesso do Pavilhão. Além de valorizar empreendimentos familiares possibilita aos expositores a troca de experiências, informações e conhecimento” - Jocimar Rabaioli, assessor de Política Agrícola e Agroindústria da Fetag/ RS, na organização do Pavilhão da Agricultura Familiar desde a sua primeira edição, em 2008.
diretor técnico da Emater/RS-Ascar, que acompanha a feira desde o início.
Confira a programação oficial da Emater na feira Segunda-feira - 11 de março 9h, 11h, 14h e 16h OFICINA DE PISCICULTURA – QUALIDADE DA ÁGUA Local: Parcela da Piscicultura 9h30 e 13h30 OFICINA DE PISCICULTURA – CARPIAR Local: Parcela da Piscicultura 9h30, 11h e 14h15 OFICINA DE ALIMENTAÇÃO – DEDO DE MEL Local: Cozinha Didática 9h30 e 13h30 OFICINAS DE PLANTAS BIOATIVAS – ETNIA HOLANDESA Local: Quiosque do Horto de Plantas Bioativas 10h, 13h e 15h OFICINA DE PISCICULTURA – FILETAGEM Local: Parcela da Piscicultura 10h30, 14h e 15h OFICINA: IMPLANTAÇÃO MECANIZADA DE PASTAGENS Local: Parcela de Bovinocultura de Leite 10h30 e 14h30 OFICINA DE PISCICULTURA – EMBALAGEM Local: Parcela da Piscicultura 11h, 14h30 e 15h20 OFICINA: APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM GADO LEITEIRO Local: Parcela de Bovinocultura de Leite 11h30 e 15h30 OFICINA DE PISCICULTURA – BOLINHO DE PEIXE Local: Parcela da Piscicultura
Terça-feira - 12 de março 8h30 CAFÉ DA MANHÃ PARA IMPRENSA E AUTORIDADES (EVENTO FECHADO) Local: Casa da Família Rural 9h, 11h, 14h e 16h OFICINA DE PISCICULTURA – QUALIDADE DA ÁGUA Local: Parcela da Piscicultura 9h30 e 13h30 OFICINAS DE PLANTAS BIOATIVAS – ETNIA ALEMÃ Local: Quiosque do Horto de Plantas Bioativas
9h30 e 13h30 OFICINA DE PISCICULTURA – CARPIAR Local: Parcela da Piscicultura
10h, 13h e 15h OFICINA DE PISCICULTURA – FILETAGEM Local: Parcela da Piscicultura
10h, 13h e 15h OFICINA DE PISCICULTURA – FILETAGEM Local: Parcela da Piscicultura
10h30 e 14h30 OFICINA DE PISCICULTURA – EMBALAGEM Local: Parcela da Piscicultura
10h30, 14h e 15h OFICINA: IMPLANTAÇÃO MECANIZADA DE PASTAGENS Local: Parcela de Bovinocultura de Leite
10h30, 14h e 15h OFICINA: IMPLANTAÇÃO MECANIZADA DE PASTAGENS Local: Parcela de Bovinocultura de Leite
10h30 e 14h30 OFICINA DE PISCICULTURA – EMBALAGEM Local: Parcela da Piscicultura
11h, 14h30 e 15h20 OFICINA: APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM GADO LEITEIRO Local: Parcela de Bovinocultura de Leite
11h, 14h30 e 15h20 OFICINA: APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM GADO LEITEIRO Local: Parcela de Bovinocultura de Leite 11h30 e 15h30 OFICINA DE PISCICULTURA – BOLINHO DE PEIXE Local: Parcela da Piscicultura 14h OFICINA DE ALIMENTAÇÃO – AMANTEIGADO SALGADO Local: Cozinha Didática 15h30 DEGUSTAÇÃO E EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS À BASE DE ERVA-MATE Local: Casa da Família Rural
Quarta-feira - 13 de março 9h30, 11h e 14h15 OFICINA DE ALIMENTAÇÃO – BROA DE MILHO COM ERVA-DOCE Local: Cozinha Didática 9h, 11h, 14h e 16h OFICINA DE PISCICULTURA – QUALIDADE DA ÁGUA Local: Parcela da Piscicultura 9h30 e 13h30 OFICINAS DE PLANTAS BIOATIVAS – ETNIA ITALIANA Local: Quiosque do Horto de Plantas Bioativas 9h30 e 13h OFICINA DE PISCICULTURA – CARPIAR Local: Parcela da Piscicultura
11h30 e 15h30 OFICINA DE PISCICULTURA – BOLINHO DE PEIXE Local: Parcela da Piscicultura
Quinta-feira - 14 de março 9h, 11h, 14h e 16h OFICINA DE PISCICULTURA – QUALIDADE DA ÁGUA Local: Parcela da Piscicultura 9h30 e 11h OFICINA DE ALIMENTAÇÃO – BOLACHA DE MEL COM RECHEIO DE AMENDOIM Local: Cozinha Didática 9h30 e 13h30 OFICINAS DE PLANTAS BIOATIVAS – ETNIA AFRICANA Local: Quiosque do Horto de Plantas Bioativas 9h30 e 13h30 OFICINA DE PISCICULTURA – CARPIAR Local: Parcela da Piscicultura 10h, 13h e 15h OFICINA DE PISCICULTURA – FILETAGEM Local: Parcela da Piscicultura 10h30 e 14h30 OFICINA DE PISCICULTURA – EMBALAGEM Local: Parcela da Piscicultura 10h30, 14h e 15h OFICINA: IMPLANTAÇÃO MECANIZADA DE PASTAGENS Local: Parcela de Bovinocultura de Leite
11h, 14h30 e 15h20 OFICINA: APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM GADO LEITEIRO Local: Parcela de Bovinocultura de Leite 11h30 e 15h30 OFICINA DE PISCICULTURA – BOLINHO DE PEIXE Local: Parcela da Piscicultura 14h15 OFICINA DE ALIMENTAÇÃO – BOLACHA DE BANANA COM CHOCOLATE Local: Cozinha Didática
Sexta-feira - 15 de março 9h, 11h, 14h e 16h OFICINA DE PISCICULTURA – QUALIDADE DA ÁGUA Local: Parcela da Piscicultura 9h30 e 11h OFICINA DE ALIMENTAÇÃO – BOLACHA SEM OVOS Local: Cozinha Didática 9h30 e 13h30 OFICINAS DE PLANTAS BIOATIVAS – ETNIA PORTUGUESA Local: Quiosque do Horto de Plantas Bioativas 9h30 e 13h30 OFICINA DE PISCICULTURA – CARPIAR Local: Parcela da Piscicultura 10h, 13h e 15h OFICINA DE PISCICULTURA – FILETAGEM Local: Parcela da Piscicultura 10h30 e 14h30 OFICINA DE PISCICULTURA – EMBALAGEM Local: Parcela da Piscicultura 10h30, 14h e 15h OFICINA: IMPLANTAÇÃO MECANIZADA DE PASTAGENS Local: Parcela de Bovinocultura de Leite 11h, 14h30 e 15h20 OFICINA: APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM GADO LEITEIRO Local: Parcela de Bovinocultura de Leite 11h30 e 15h30 OFICINA DE PISCICULTURA – BOLINHO DE PEIXE Local: Parcela da Piscicultura 14h15 OFICINA DE ALIMENTAÇÃO – BOLACHA DE BANANA COM CHOCOLATE Local: Cozinha Didática
26|Março / 2019
Presença das instituições financeiras estimula negócios O expressivo volume de negócios concretizado anualmente pelos expositores na Expodireto Cotrijal tem, dentre os principais fatores, o crédito disponibilizado pelas instituições financeiras presentes na feira. Em 2018, do total de R$ 2,2 bilhões em negócios, mais de 75% ocorreram via financiamento de bancos, beneficiando produtores e expositores.
Buzzi, do BB
superintendente Administrativo-Financeiro da Cotrijal, Marcelo Ivan Schwalbert, para garantir a continuidade dos investimentos. “Hoje, as tecnologias incorporadas via maquinário ajudam muito na busca por melhor produtividade e mais eficiência nas operações”, pontua. “Esperamos que o governo federal mantenha essa política de estímulo, que vem gerando benefícios para toda a cadeia do agronegócio, e tenhamos mais uma vez bons negócios durante a feira e segurança nos financiamentos nos próximos anos”. Os principais bancos que têm crédito voltado ao agronegócio estão presentes no parque. Desde o princípio,
Principais bancos que têm crédito voltado ao agronegócio estão presentes no parque
a Expodireto Cotrijal teve o respeito tanto de instituições financeiras públicas quanto privadas. O Banco do Brasil foi um dos primeiros a acreditar na feira. O diretor de Corporate Bank no BB, Camilo Buzzi, diz que a Expodireto é um ambiente propício para negócios. Ele comemora o incremento das operações nos últimos anos. Em 2016, a instituição acolheu R$ 213 milhões de intenções em negócios. No último ano, foram
R$ 724 milhões, representando incremento de 239,9%. Em 2019, a expectativa é repetir o bom desempenho. Para isso, uma das inovações apresentadas no ano passado, que teve bom resultado e deve ser repetida, é a análise e contratação das operações de crédito no mesmo dia do acolhimento das propostas. “As propostas acolhidas via Esteira Agro BB na linha Moderfrota terão taxa flat diferenciada de 1%.”, explica.
Projeção otimista Dentre as oito feiras em que participa anualmente, o Bradesco vê a Expodireto Cotrijal como das mais importantes, pela representatividade do setor de máquinas e implementos e o interesse dos produtores nas novidades apresentadas. O diretor de Agronegócio do Banco, Roberto França, ressalta que um dos diferenciais da feira é estar localizada em uma região grande produtora de grãos e também de tecnologias em maquinário.
Maior banco privado operando no agronegócio, o Bradesco possui carteira da ordem de R$ 30 bilhões no setor e a meta de França é chegar a R$ 400 milhões em intenções de negócios na feira deste ano. “A pretensão é convertermos pelo menos 50% desse volume”, aponta. Uma das novidades é a presença de quatro startups do agronegócio, apresentando tecnologias para melhorar a produtividade no campo.
França, do Bradesco
Negócios Em 2000, expositores concretizaram total de R$ 21 milhões em negócios. Em 2018, foram R$ 2,2 bilhões. O maior volume foi registrado em 2014, com R$ 3,2 bilhões.
Feira congrega interesses “É uma feira diferenciada porque congrega os interesses de quem gera e quem busca novas tecnologias”, avalia o superintendente de Crédito Rural Direcionado do Sicredi, Antonio Sidinei Senger. O Sicredi também é parceiro da feira desde as primeiras edições e hoje o único a ter estande com estrutura fixa no parque, inaugurada em 2012. Em dezembro de 2018, o Sicredi foi anunciado como líder do ranking de financiamentos via BNDES nas linhas Pronaf e Inova-
MARCOS SUGUIO/SICREDI
Nos últimos dez anos, ocorreram grandes avanços no campo graças ao incremento de políticas para viabilizar a aquisição de máquinas e equipamentos. Prazos mais alongados e taxas de juros compatíveis com as necessidades dos produtores são essenciais, na avaliação do
Senger, do Sicredi
gro no Brasil. Também é o segundo maior financiador nas linhas Pronamp e Moderagro e o terceiro na linha Moderinfra.
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28|Março / 2019
Elas surpreendem no campo No Norte do Estado, a porteira está cada vez mais aberta para a participação feminina no agronegócio. Uma realidade que só tende a crescer. Na Cotrijal, não faltam produtoras que se desdobram e com resultados surpreendentes no campo. São mães, esposas e agricultoras que opinam cada vez mais sobre os rumos da lavoura e se sentem felizes por impulsionar o crescimento do maior setor do país. Um protagonismo que ganha força na Expodireto. Atentas às novas tecnologias, elas marcam presença na feira e decidem boa parte das compras. Filha de agricultores, Lisiane Weber, 48 anos, de Não-Me-Toque, pega junto nos 65 hectares de lavouras – interior do município de Não-Me-Toque - para orgulho do marido Mauro, 52. Dirige trator, caminhão, negocia produtos na Cotrijal e controla as contas. Não para. Decidida e comunicativa, faz a diferença. “Participo de tudo. Conheço cada canto da lavoura. Quero me aposentar como agricultora. É o que eu gosto de fazer”, emociona-se. Nessa safra, devido a problemas de saúde do esposo, ela ajudou bem mais. “Até plantei. Não ficou 100%, mas tá bom”, brinca. Para afinar conhecimento, não perde um evento técnico da cooperativa. Até o ano passado, a família trabalhava com aves. A carência de mão de obra fez o casal se dedicar apenas à agricultura. Para ela, a Expodireto tem muita
coisa boa para ser aplicada na propriedade. “Vou todo o ano. Quero ver tudo, em especial as variedades de soja, insumos, máquinas, o trabalho das agroindústrias”, fala. Apaixonada por plantas, não sai do parque sem visitar o espaço no meio ambiente. O último trator foi adquirido da feira de 2013. “Facilitou bastante na hora de aplicar defensivos”, garante. “Ela é organizada. Sabe o que quer. Tudo o que faz é bem-feito. Na soja, a média não baixa de 70 sacas/ha”, opina o engenheiro agrônomo Luiz Rohr, que atende propriedade. Detalhista, a produtora também mantém impecável sede da propriedade, em Linha São Paulo, interior do município. “A Cotrijal me fez ficar mais exigente. Já aprendi muito em cursos e palestras”, afirma. No futuro, entre os sonhos, é crescer na atividade agrícola e ter uma floricultura.
Atuação feminina na Cotrijal Na cooperativa, são várias as ações voltadas para as agricultoras. Além de ter um Comitê de Mulheres para auxiliar a direção no planejamento de atividades do quadro social, a cooperativa promove encontro anual, dias de campo, palestras e eventos específicos para as agricultoras na Expodireto Cotrijal. “Temos muitas mulheres empreendedoras, que já fazem a gestão nas propriedades, líde-
Inspiração: a produtora rural Lisiane Weber, de Não-Me-Toque, ajuda a cuidar da plantação até colher
res, inseridas nos conselhos e no Comitê. É um público exigente, que sabe o quer e faz a diferença no campo e inclusive na Expodireto. Elas são interessadas, curiosas e participam das decisões na hora de comprar”, destaca o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica. O vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, ressalta que a participação do segmento feminino fortalece a família, a propriedade e
a cooperativa, por isso merece toda a atenção. “O agronegócio tem muito a ganhar com a atuação das mulheres. São arrojadas e participam mais, perguntam mais. Imagina há 20 ou 30 anos uma mulher fazer um questionamento em uma palestra técnica? Parecia ser algo impossível. Hoje temos mulheres no campo, na assistência técnica, em todos os locais e eventos voltados para esse público e com
excelentes resultados”, ressalta. Schroeder reconhece também a importância da Expodireto para as agricultoras. “Lado a lado com os maridos, no setor de máquinas, nas parcelas, buscando informações sobre cultivares, tratos culturais ou à frente de agroindústrias. Que avanço! Que maravilha essa união de forças fazendo parte do agronegócio!”, enfatiza.
Conquistas
leita a 1ª líder de núcleo 1991• EJurema Rech Nodari º Encontro de Mulheres Co1995• 1trijal, com 200 participantes leita a 1ª conselheira de 2007• EAdministração Iloni Maria de Quadros
º Encontro de Empresárias 2015• 1Rurais Cotrijal/Bayer na Expodireto
riado o Comitê de Mulheres, 2015• Ccom 30 representantes 3º Encontro de Mulheres 2018• 2Cotrijal (FOTO) reuniu 2 mil participantes dos 32 municípios onde a cooperativa atua
30|Março / 2019
Tomando frente no Agro Atuantes, organizadas e conciliadoras, as produtoras rurais vêm quebrando barreiras e paradigmas. Voz ativa e incansável, a conselheira representante dos líderes de Núcleo pela Região Sede da Cotrijal, Roveni Lúcia Doneda, integra time de mulheres arrojadas e que se desafiam. Cooperativista ferrenha por herança, ela sempre trabalhou para que mais produtoras passem a fazer parte do sistema. “Ligada a uma cooperativa a mulher tem mais oportunidade de crescer no negócio familiar e realizar sonhos”, defende. Exemplo de liderança, a agricultora de Mantiqueira, interior de Não-Me-Toque, orgulha-se de ter crescido junto com a cooperativa. Na Expodireto de 2018, a produtora emocionou o público feminino durante palestra sobre o protagonis-
mo feminino na Casa do Cooperativismo gaúcho. Ano passado, ela foi um dos personagens que ilustrou episódio da terceira temporada do Histórias Reais do Cooperativismo, projeto do Sescoop/RS, onde as estrelas são associados e protagonistas de cooperativas. Para o presidente o Sistema Ocergs/Sescoop, Vergilio Perius, a mulher rural representa o crescimento e a consolidação do sistema cooperativista gaúcho. “É o alicerce que faltava para o tripé Cooperativa-Família-Felicidade. Busca cada vez mais espaço no negócio familiar, e não fica alheia às inovações tecnológicas”, afirma. É o que se observa na Expodireto. Divididas em grupos ou em família, lá estão elas em busca de soluções e ideias para inovar na propriedade.
Escolha acertada Há pouco mais de quatro anos, a associada Gislaine Schuster, 26 anos, de Ibirapuitã, não fazia ideia de como poderia ser apaixonante o trabalho na agricultura até conhecer o produtor Mauro Roberto Musskopf, 33. Com o casamento, mudou-se para o interior: Linha Caneleiras. Não demorou muito para se ambientar e assumir tarefas na granja. Hoje não se vê fazendo outra coisa. A confiança que o marido depositou nela foi fundamental. “Aos poucos, ele foi me ensinando a cuidar da plantadeira, dirigir o trator, colher. Fui pegando o jeito e tomei gosto pela atividade agrícola. Hoje me sinto feliz e grata por isso”, fala. Antes, Gi - como gosta de ser chamada - até tentou por um tempo conciliar as atividades na propriedade com o trabalho na cidade. “Após expediente, chegava em casa só trocava de roupa e ia para lavoura. Não tinha nada mais gratificante”, revela. Além de grãos, a família trabalha com aviário. Ligado à unidade de Negócios de Nicolau
Vergueiro, o casal não tem dúvidas quanto a importância da Cotrijal para a propriedade. Empolgada, com os resultados na lavoura – na soja, a média varia entre 65 e 70 sacas/ha – e a reforma da casa, ela sonha crescer na atividade. Trabalhando em pouco mais de 100 hectares de lavoura – incluindo arrendada – quer chegar aos 200 hectares de área própria. “Disposição, parceria e garra não faltam”, comenta. onectada – Disposta a C aprender e a buscar soluções, a produtora, que integra o Comitê de Mulheres da Cotrijal por Nicolau Vergueiro, não abre mão de conferir novidades na Expodireto. “Vou direto na área de máquinas”, revela. Ano passado, ela e o marido fecharam negócio de cabine nova de trator na feira. Gislaine também tem o WhatsApp como aliado na hora de manter contato com outras mulheres que se dedicam à lida no campo.
Gislaine Schuster, de Ibirapuitã: “Fui pegando o jeito e tomei gosto pela agricultura”
Exemplo de liderança na Cotrijal, Roveni Lúcia Doneda, emocionou público feminino ao palestrar em evento, ano passado, na Expodireto
“É um trabalho gratificante” A produtora Pâmela Hummes, 33 anos, de Rincão Doce, Santo Antônio do Planalto, entende de tudo um pouco na propriedade. Interessada, a esposa do associado Tiago Berté, 34, e mãe de Héctor, de 7, vem conquistando cada vez mais espaço no negócio da família. De origem do campo, ela vê na Cotrijal uma excelente parceira. “Eu e o meu marido formamos um bom time, mas ter a cooperativa por perto ajuda e muito”, reconhece. A família já lidou com leite, hoje trabalha apenas com grãos. “O Tiago me incentiva muito. Se aprendi a dirigir caminhão e trator, operar maquinário e mais sobre lavoura é graças a ele”, orgulha-se. Não é só na produção de grãos que o casal une esforços e mostra sintonia. Na propriedade, tudo é decidido em conjunto. Feliz com as escolhas, ela tem a admiração de familiares. “Nem na gravidez ela se aquietou. Subia em máquina e ajudava a plantar”, relata a sogra Gelmina. Diante de tanta dedicação, o pequeno Héctor faz questão de acompanhar os pais durante vistoria às lavouras. O sogro Demo Berté também ajuda a tocar propriedade.
Pâmela Hummes, de Santo Antônio do Planalto: proatividade e incentivo do marido
A feira para as produtoras “Nós, produtoras, temos muito orgulho da Cotrijal e da Expodireto. A feira oportuniza a troca de ideias, aprendizado e conhecer cases de sucesso. Dificilmente teríamos acesso a tanta informação de qualidade e com tanta facilidade sem a Expodireto”, reforça a coordenadora do Comitê de Mulheres da Cotrijal, Maria de Lourdes Maria de Lourdes e Claudete, do Comitê Gobbi, e uma das representantes de Carazinho. participação ativa na propriedade Para a secretária do Comitê e na cooperativa. “Sempre que de Mulheres, Claudete Beffart, a mulher participa da gestão da a Expodireto inspira e estimula propriedade, as chances de suas produtoras a buscarem cada cesso aumentam. E a feira reúne vez mais espaço no agronegócio. tecnologia de ponta e a melhor A agricultora é uma das repre- informação para facilitar essa sentantes de Victor Graeff, com atuação feminina no campo”, fala.
Participação da mulher no Agro Agricultura: ________ 42% Pecuária: __________ 25% Agropecuária: ______ 20% Agroindústria: ______ 13%
59,2% são proprietárias ou sócias 30,5% fazem parte da diretoria, são gerentes, administradoras ou coordenadoras 10,4% são funcionárias ou colaboradoras 57% dessas mulheres participam ativamente de sindicatos e associações rurais Fonte: Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) - 2017
32|Março / 2019
Ideia promissora que ganhou status internacional Crescendo ano a ano, a Expodireto Cotrijal hoje registra números que a colocam como uma das principais no agronegócio não só no Brasil mas também em nível internacional. Atrai pela tecnologia de ponta e inovações que apresenta, pelas oportunidades de negócios e por ser palco de grandes debates da cadeia produtiva. Para relembrar esta trajetória de sucesso, o Jornal da Cotrijal apresenta uma linha do tempo com momentos marcantes da história da feira.
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Cinco dias de conhecimento O associado M arcos Heckler não perde tempo quando chega a feira. Organiza sua rotina para estar todos os dias no parque e aproveitar ao máximo para obter informações que possam auxiliar na busca por melhores resultados. Colheu 235 sacos de milho/ha nesta safra e espera que a soja alcance próximo das 76 sacas/ha do ano passado. No milho, especialmente, vai buscar nos estandes este ano materiais com maior potencial produtivo. “Vou voltar a plantar um terço da área com milho todos os anos e na feira sempre há lançamentos. Quero ver tudo de perto”, afirma. Heckler também é participante assíduo dos fóruns e quando precisa adquirir algum equipamento espera o período da Expodireto porque as empresas oferecem melhores condições na compra.
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2000
2001
2002
2003
2004
A Expodireto Cotrijal começou a ser planejada em outubro de 1999 com previsão de acontecer menos de cinco meses depois. A arrojada decisão de em tão pouco tempo organizar uma feira de tecnologia e negócios para se tornar referência no extremo sul do país, e angariar o apoio necessário, teve êxito e de 21 a 24 de março de 2000 foi realizada a primeira edição. Na foto, os 32 hectares da primeira feira em fase de estrututação.
Encerramento da Expodireto Cotrijal de 2001 contou com a presença do então ministro da agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes, que classificou o evento como um dos principais do ramo no país. Feira foi realizada de 20 a 23 de março, já em área ampliada para 64,4 hectares, em função da grande procura dos expositores.
Fórum Nacional da Soja, antes itinerante, é realizado pela primeira vez na Expodireto Cotrijal e se firma como um dos principais eventos da feira. Em 2019, já está na 30ª edição. Com parque ampliado para 67,7 hectares, em 2002 a Expodireto Cotrijal foi realizada de 19 a 22 de março.
Tratoraço reuniu mais de mil veículos agrícolas, saindo de Ibirubá até a Expodireto, reivindicando a liberação do plantio e da comercialização da soja transgênica. Apoiado pelo então ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, movimento teve êxito e ainda naquele ano o governo liberaria os transgênicos no Brasil. Em 78 hectares, feira de 2003 pela primeira vez foi realizada em cinco dias, de 17 a 21 de março.
Inauguração da Casa da Família Rural marca o início de um amplo trabalho junto com a Emater/RS-Ascar no parque, para dar maior espaço para a agricultura familiar. Para a feira de 2004, de 15 a 19 de março, parque foi ampliado para 84 hectares, área que permaneceu inalterada até 2018.
14 e xpositores 1 R$ 2 1 milhões em negócios 41.100 visitantes
172 expositores R$ 32 m ilhões em negócios 71.200 v isitantes
2 27 e xpositores R$ 80 m ilhões em negócios 96.600 v isitantes
230 e xpositores R$ 200 m ilhões em negócios 122.850 v isitantes
264 e xpositores R$ 230 m ilhões em negócios 140.200 v isitantes
Março / 2019|33
Diversidade agrada A produtora Edna Roveda Barili , de Vista Alegre, Colorado, é uma frequentadora fiel da feira. “É uma mostra completa. Atende a necessidade de todo o tamanho de propriedade”, aponta. Ela cresceu junto com a Expodireto. Na propriedade, a soja saiu de uma média de 50 sacas/ha para 80 sacas/ha. “Resultado de investimentos, tecnologia e bons materiais a serviço da eficiência no campo”, acrescenta.
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Oportunidade única Para Leonardo Dal Moro , de São Sebastião da Vista Alegre, interior de Marau, o sucesso da feira não é uma surpresa. “É inacreditável o quanto evoluímos em produtividade e qualidade de vida no campo. Muito se deve a Expodireto”, reconhece. A confiança na feira é tanta que todo o ano faz questão de assinalar data do calendário para não perder evento. “Não é por nada que a Expodireto chegou aonde chegou. O meu desejo é que se prolongue por muitos e muitos anos. Ganha o produtor, o setor do Agro e a cadeia produtiva como um todo”, orgulha-se o associado da Cotrijal por Nicolau Vergueiro.
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2005
2006
2007
2008
2009
Bandeiras gigantes do Brasil e do Rio Grande do Sul atraem atenção dos visitantes anualmente. A do Brasil, desde a primeira edição. A do Rio Grande do Sul, desde 2004. Na foto aérea, momento da solenidade de abertura oficial de 2005, que acontecia na frente das bandeiras. Naquele ano, Expodireto Cotrijal foi realizada de 7 a 11 de março.
Movimento conhecido como ‘Palanque do Produtor’ reuniu agricultores de todo o Rio Grande do Sul em 2006, reivindicando durante a Expodireto políticas para o aumento da renda no campo. Agricultura vivia em grande dificuldade devido a seca na safra anterior, que levou a média de produtividade da soja no Estado a cair para 11,6 sacas/hectare. Feira foi realizada de 13 a 17 de março.
Os 50 anos da Cotrijal foram comemorados durante a feira, de 12 a 16 de março. Um balão com a temática sobrevoou o parque. O aniversário foi festejado também através de retrospectiva histórica, com fotos, objetos e outros recursos, no Recanto Temático e teatro mostrando a importância do trabalho da Cotrijal para a transformação da vida no campo.
Inauguração do Pavilhão da Agricultura Familiar abriu espaço para as agroindústrias, produtores de flores e de artesanato do Rio Grande do Sul mostrarem e venderem seus produtos. Hoje já são mais de 180 expositores. Feira que aconteceu de 10 a 14 de março.
Associados da Cotrijal ganham espaço específico, com programação variada, na feira de 2009, realizada de 16 a 20 de março. Em 2014, a estrutura móvel dá lugar a um espaço fixo, especialmente projetado para bem receber os associados, com o nome de Casa da Família Cotrijal.
316 e xpositores R$ 300 m ilhões em negócios 153.560 v isitantes
326 e xpositores R$ 357 m ilhões em negócios 162.470 v isitantes
78 e xpositores 2 R$ 105 m ilhões em negócios 117.200 v isitantes
294 e xpositores R$ 50 m ilhões em negócios 120.800 v isitantes
292 e xpositores R$ 145 m ilhões em negócios 131.700 v isitantes
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Movimenta a economia “A feira é sinal de inovação e tecnologia. Dinâmica, movimenta também o turismo, principalmente aqui em Victor Graeff, onde acontece o Festival Nacional da Cuca com Linguiça. São agricultores de todo o Brasil que vêm para nossa região e conhecem nossa cultura e gastronomia, todos motivados pela feira”. M árcio Pinto da Silva – Victor Graeff
Respeita origens aulo Tonon , do interior de Saldanha MaP rinho, é associado da Cotrijal desde 2001 e fã da Expodireto. Para ele, a mostra respeita suas origens e trata de assuntos que realmente interessam ao produtor. “A feira complementa o trabalho que a cooperativa faz junto ao quadro social. Eu me sinto um privilegiado. Uma vez por ano eu tenho acesso ao que tem de mais moderno no mundo, voltado ao agronegócio, sem precisar ir muito longe”, elogia.
ANO
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2010
2011
2012
2013
2014
Lançamentos em tecnologias voltadas para a agricultura são as grandes atrações anualmente. Área de Produção Vegetal do parque reuniu 44 expositores em 2010, quando a feira foi realizada de 15 a 19 de março.
Criado em 2002, o Espaço da Natureza Cotrijal atrai atenção de estudantes, pesquisadores, produtores e do público em geral, com temas relevantes para o campo. Em 2011, de 14 a 18 de março, Projeto Escola no Campo e a destinação correta dos resíduos mereceram enfoque, através de exposição, brincadeiras e do tradicional teatro, realizado anualmente para ajudar na fixação dos temas abordados no espaço.
Pavilhão Internacional registrou a participação de 71 países, 105 importadores e um volume de negócios de R$ 102,04 milhões, 580,27% superior ao do ano anterior. Feira foi realizada de 5 a 9 de março. As áreas internacional e de máquinas e equipamentos foram ampliadas em 11 hectares, no local onde antes funcionava o estacionamento dos expositores.
A Produção Animal tem espaço destacado na Expodireto Cotrijal, que em 2013 foi realizada de 4 a 8 de março. São cerca de 35 expositores todos os anos, além do espaço específico da Cotrijal na feira, com ofertas especiais para os associados e mostra de novilhas, valorizando o investimento em genética feito pelos produtores.
Realizada de 10 a 14 de março, a feira alcançou recorde de negócios: 3,2 bilhões . Só no Pavilhão Internacional, foram R$ 471 milhões. A 15ª edição foi marcada também pela visita de Michel Temer, vice-presidente da República no cargo de presidente em exercício e dos ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. Foi a primeira vez que um vice-presidente e dois ministros estiveram na feira.
28 e xpositores 3 R$ 512 m ilhões em negócios 168.520 v isitantes
330 e xpositores R$ 1,040 bilhão em negócios 161.110 v isitantes
4 68 expositores – contando junto os do Pavilhão da Agricultura Familiar R$ 1,106 bilhão em negócios 185.500 v isitantes
481 e xpositores R$ 2,5 bilhões em negócios 223.400 v isitantes
505 e xpositores 2 35.200 v isitantes
Março / 2019|35
Referência em informações “Quem procura por informações está no lugar certo. A Expodireto é uma referência. Eu participei por vários anos do Fórum Nacional da Soja e posso afirmar que é um evento completo. Capacita o produtor para que ele possa fazer um trabalho profissional na lavoura. Orienta desde a escolha da semente, aquisição de insumos e comercialização”. João Caetano da Rosa Neto – Mato Castelhano.
Novidades
Romeu Ilário Noll e a esposa Lori, na feira em 2017
“O produtor não pode deixar de organizar a sua agenda e ir mais de um dia na feira. Fazer uma análise técnica e explorar mesmo, perguntar, comparar. Com certeza, vai sair com muitas ideias que podem ser aplicadas na propriedade. Tudo que é de lançamento está na Expodireto”. R oberto Cardoso Maurer – Almirante Tamandaré do Sul
Papel fundamental
ANO
2015
O associado Romeu Ilário Nol , 72 anos, lembra com exatidão de todas as edições que participou da Expodireto. E não foram poucas. Para ele, a feira teve papel fundamental no incremento de produtividade na região Norte do Estado. “Muito do que se colhe hoje aqui na região se deve à tecnologia e ao conhecimento difundidos pela feira”, fala. Ele foi técnico agrícola da Cotrijal e hoje trabalha em 130 hectares de soja no interior de Não-Me-Toque.
ANO
2016
Feira, realizada de 9 a 13 de março, ganha um evento específico para o público feminino: o Encontro de Empresárias Cotrijal/ Bayer. A programação tornou-se anual e reúne cerca de 250 mulheres ligadas à Cotrijal no Auditório Central.
Recanto Temático, local muito prestigiado dentro do Espaço da Família Rural, é reativado e mostra o trabalho de 60 anos da Emater/RS-Ascar em prol da sustentabilidade e qualidade de vida no campo. A feira foi realizada de 7 a 11 de março.
30 e xpositores 5 R$ 2,1 b ilhões em negócios 2 30.100 v isitantes
554 e xpositores R$ 1,5 b ilhão em negócios 2 10.800 v isitantes
ANO
2017 A audiência pública da Comissão de Agricultura do Senado, um dos mais importantes fóruns de debate da feira, neste ano teve como foco a PEC 287, da Previdência Social. O Auditório Central recebeu público recorde durante três horas. Com capacidade para 300 pessoas, estava superlotado. Mais de 500 pessoas assistiram à audiência no lado de fora do complexo por meio de um telão. A feira de 2017 foi realizada de 6 a 10 de março. 511 e xpositores R$ 2,1 b ilhões em negócios 2 40.600 v isitantes
ANO
2018 A 19ª edição da Expodireto Cotrijal aconteceu de 5 a 9 de março e a feira mais uma vez mostrou sua força e importância ao levar para o produtor as melhores tecnologias e os lançamentos que atendem desde a pequena até a grande propriedade. 527 e xpositores R$ 2,2 b ilhões em negócios 2 65.600 v isitantes
Feira de 2019 Mais de 500 expositores Mais de 70 países participantes Mais de 235 mil visitantes Área de 9 8 hectares NEGÓCIOS - A projeção é ultrapassar os R$ 2 ,2 bilhões em propostas encaminhadas do ano passado.
36|Março / 2019
Meio ambiente também tem espaço na Expodireto Vitrine da tecnologia voltada ao campo, a Expodireto Cotrijal reserva também espaço para conscientizar sobre a importância de cuidar do meio ambiente. No Espaço da Natureza, este ano duas exposições vão evidenciar a diversidade e importância da fauna e flora e a responsabilidade
do ser humano com o equilíbrio ambiental. Haverá também apresentações teatrais com foco nesses temas. Situado em área de 11 hectares, o espaço abriga, além da Casa do Meio Ambiente, um lago, área com árvores frutíferas nativas e o Projeto Bosques Gaúchos.
Parcerias em destaque Na parte superior da Casa, nos cinco dias de programação da feira, o visitante vai conhecer um pouco mais sobre o trabalho da ONG Convidas, através de exposição que vai reunir imagens do Programa Primaves. “O Primaves é um centro de apoio e abrigo aos primatas e aves que perderam seu território natural pela ação do homem. Com o apoio da Cotrijal, o programa acompanha e protege animais em dificuldade, garantindo a preservação da vida silvestre”, explica a coordenadora do Meio Ambiente da Cotrijal, Deisi Sebastiani Nicolao. Já na parte inferior, será exibida a exposição “Serviços Ecos-
sistêmicos: quanto você paga por eles””, através de uma parceria entre a Cotrijal e o Museu Zoobotânico Augusto Ruschi, da Universidade de Passo Fundo. “O objetivo é reconhecer os serviços ecossistêmicos na manutenção da vida das pessoas e dos demais seres vivos, valorizando a biodiversidade regional e o equilíbrio ambiental”, acrescenta Deisi.
T eatro – Em 2019, o tema debatido será “Todos juntos cooperando pelo meio ambiente”, com três exibições por dia: uma de manhã, às 10h30; e na parte da tarde, às 13h30 e às 14h30. Mirante - Além das exposi-
Atração desde a criação do Espaço da Natureza, em 2002, teatro encanta o público. Na foto, atividade em 2004
ções e teatro, os visitantes podem aproveitar o mirante do espaço localizado no final da passarela, com vista do Parque de Exposições da Expodireto Cotrijal. E prestigiar o
Projeto Bosques Gaúchos Cotrijal, no entorno do açude, que possui representação de sete regiões fitogeográficas do RS, com identificação das árvores nativas.
“Um espaço para receber toda a família no parque e debater assuntos importantes e educativos”, conclui a coordenadora do Meio Ambiente da Cotrijal.
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02/03/2019 11:50
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Programação Oficial SEGUNDA-FEIRA 11 DE MARÇO 9 h - ABERTURA OFICIAL - Auditório Central 1 0h - INAUGURAÇÃO DA CALÇADA DA FAMA DO AGRO - Área Central 1 1h - INAUGURAÇÃO DA CASA DO GRUPO RECORD - Área Central
AUDITÓRIO CENTRAL 1 4h às 16h30 - 11º FÓRUM NACIONAL DO MILHO 14h - Abertura 1 4h20 - Mesa de debates, coordenada por Odacir Klein, com apresentação inicial do presidente da ABPA, Francisco Turra, e participação das entidades da cadeia produtiva 15h30 - Debates com o plenário 1 7h às 18h - PRÊMIO SEMENTE DE OURO 2019 Homenageado: Elmar Luiz Floss diretor técnico do Instituto de Ciências Agronômicas Professor Elmar Luiz Floss e consultor da SEEDS Análise de Sementes e Pesquisa Agrícola e da Floss Consultoria e Assessoria em Agronegócio.
AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO 1 3h45 às 14h45 - DEBATE SEGURANÇA NO CAMPO Debatedores: Deputado estadual Sérgio Turra presidente da Frente Parlamentar de Apoio ao Cooperativismo Secretaria de Segurança Pública Cotrijal 1 5h às 17h - SEMINÁRIO FAMURS PELO RIO GRANDE - 3º PRÊMIO BOAS PRÁTICAS
T ERÇA-FEIRA 12 DE MARÇO AUDITÓRIO CENTRAL 8 h às 11h45 - 30º FÓRUM NACIONAL DA SOJA 9h - Abertura
9 h15 - Palestra Altos rendimentos da soja, da calagem à nanotecnologia eletrônica e biológica Elmar Luiz Floss - engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia e sócio-diretor e professor do Instituto de Ciências Agronômicas Moderador: Paulo Cezar Pires 1 0h15 - Palestra Perspectivas para o mercado da soja André Pessôa - engenheiro agrônomo, mestre em Economia Aplicada e sóciodiretor do Grupo Agroconsult Moderador: Caio Cézar Vianna 11h45 - Encerramento 1 3h30 às 16h30 - 4º FÓRUM ESTADUAL CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA 13h30 - Abertura 1 4h - Palestra Manejo para solo produtivo Pedro Selbach - professor da Faculdade de Agronomia da UFRGS Pedro Escosteguy - professor da Faculdade de Agronomia da UPF Jean Minella - professor da Faculdade de Agronomia da UFSM Marcos Fridrich - produtor rural de Ajuricaba/RS 1 6h - Homenagem a agricultores e técnicos conservacionistas do solo e da água 1 6h30 às 20h - FÓRUM TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Tema: Tendências tecnológicas, cases e tecnologia aplicada ao agronegócio 1 6h30 - Palestra SAP - Inovação no Agronegócio Rafael Paes 1 7h10 - Palestra FH - Inovação no Agronegócio: Implementação SAP S/4HANA Ariel Ferneda 1 7h50 - T S - Inovação e geração de oportunidades na era digital: a perspectiva do design estratégico Lucca Ronchetti 1 8h30 - Palestra Hexagon Agriculture/ AWS - A realidade digital inteligente no campo Rafael Borelli
1 9h10 - Palestra TIVIT - Como a transformação digital impacta os negócios no campo Robson Rocha
AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO 8 h às 9h45 - PROGRAMA ESTADUAL DE CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA REUNIÃO DO GRUPO GESTOR 1 4h às 18h - 2º ENCONTRO JURÍDICO OAB/EXPODIRETO 14h - Abertura 1 5h - Palestras A tríplice responsabilização ambiental da atividade rural: atualidade e expectativas Marília Longo do Nascimento advogada, mestre em Direito Ambiental pela Universidade de Paris 1 - PantheónSorbonne e conselheira Estadual da OAB/ RS Contrato agrário: novos paradigmas do arrendamento e da parceria rural Antônio Zanette - advogado, mestre em Direito pela UFRGS, coordenador do curso de pós-graduação em Direito Agrário e do Agronegócio da FMP e conselheiro Estadual da OAB/RS Mediador: Ricardo Barbosa Alfonsin
UARTA-FEIRA Q 13 DE MARÇO 8 h - CAFÉ DA MANHÃ PARA IMPRENSA E PATROCINADORES - Casa da Família Cotrijal
AUDITÓRIO CENTRAL 8 h30 às 12h30 - 15º FÓRUM ESTADUAL DO LEITE 8h30 - Abertura 9 h - Palestra Consumo de Lácteos no Brasil: como avançar? Médica veterinária Flávia Fontes - coordenadora do Programa #bebamaisleite 1 0h - Palestra Agro 4.0 e sua contribuição para o futuro do leite Dr. Paulo do Carmo Martins - chefe-geral da Embrapa Gado de Leite
1 1h20 - Palestra Quais lições deveremos aplicar para obter competitividade no leite brasileiro? Dr. Glauco R. Carvalho - economista da Embrapa Gado de Leite 1 2h10 - Debate entre os palestrantes e os participantes 1 3h30 às 15h - 5º ENCONTRO DE EMPRESÁRIAS RURAIS COTRIJAL/ BAYER Tema: A mulher como protagonista da sua história no Agro Adriane Steinmetz - produtora rural, jornalista e master coach * Evento com convites restritos 15h15 às 18h - F ÓRUM DO TRIGO 15h15 - A bertura 1 5h30 - P alestra Distribuição e situação atual do trigo no Rio Grande do Sul Alencar Paulo Rugeri - mestre em Agronomia e diretor técnico da Emater/ RS 1 5h45 - Painel O trigo na produção animal 1 5h45 - Potencial de uso do trigo para alimentação de suínos e aves Teresinha Marisa Bertol - doutora em Zootecnia e pesquisadora em Nutrição e Qualidade de Carne da Embrapa Suínos e Aves 1 6h15 - Desafios, oportunidades e propostas para a produção de cereais de inverno para ração animal Airton Spies - doutor em Economia dos Recursos Naturais e mestre em Ciências Agrícolas, ex-secretário de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina 1 6h45 - F omento às culturas de inverno para alimentação animal: perspectivas e desafios Alexandre Platonow de Barros engenheiro agrônomo, gerente Regional Planalto, Alto Uruguai e Missões RS do BRDE Moderador: Altair André Hommerding coordenador Técnico da Câmara Setorial do Trigo do RS 1 7h - Palestra Resultados de desempenho de trigo safra 2018 Kassiana Kehl - engenheira agrônoma da Fundação Pró-Sementes
Março / 2019|39 17h30 - D ebate Odir Antonio Zalamena superintendente executivo da Unidade de Expansão de Agronegócios do Banrisul Jorge Luis Bernardon Coneglian nutricionista animal da Alibem Alimentos S.A
Qual o papel/missão da pesquisa? Alice Valduga - professora e pesquisadora
18h - E ncerramento
1 3h30 às 16h30 - FÓRUM SOJA BRASIL Tema: O futuro da soja e as políticas do Mercosul Apresentação: Kellen Severo Participação: Luis Carlos Heinze (senador), Alceu Moreira (deputado federal - presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária), Bartoloneu Braz (presidente da Aprosoja Brasil) e Antônio da Luz (economistachefe do Sistema Farsul)
AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO 10h às 12h - EVENTO BANRISUL 1 4h às 17h30 - III WORKSHOP CERTIFEE Tema: O futuro da segurança de alimentos - uma abordagem técnica, jurídica e prática 1 4h - Abertura O Futuro da Segurança de Alimentos 1 4h15 - Palestra Tendências em “Food Fraud” e “Food Defense” 1 5h - Palestra Uma visão jurídica sobre contaminações em alimentos e o Direito do Consumidor 15h45 - I ntervalo 1 6h - Palestra Projetos e concepções de fábricas de alimentos para prevenção de contaminações cruzadas e internacionais em alimentos 1 6h45 - P alestra Tecnologias em dispositivos de segurança: detectores de metais, raio-X, entre outros 1 7h30 - Encerramento, com lançamento do “Selo Gestão do Alimento Seguro - GAS+” - Sistema de Certificação de Produtor da Certifee Consultoria *Participação: somente para convidados confirmados
UINTA-FEIRA Q 14 DE MARÇO AUDITÓRIO CENTRAL 9 h às 12h - 12º FÓRUM FLORESTAL DO RS Painel setorial sobre erva-mate Tema: Desenvolvimento e unificação do setor 9 h15 - Abertura Qual o papel/missão do produtor? Clairton da Fonseca - presidente da Apromate Qual o papel/missão da Indústria? Álvaro Pompermayer - presidente do Sindimante Qual o papel/missão institucional? Alber toTomelero - presidente do Ibramate
Qual o papel/missão da extensão rural? Rogério Mazzardo - gerente técnico Estadual Emater/RS - Ascar Moderador: Jorge Gustavo Birck - Câmara Nacional da Erva-Mate
Painel técnico Como o manejo de solo define a disponibilidade de água para as culturas Osmar Conte - pesquisador da Embrapa Soja 1 7h15 - LANÇAMENTO OFICIAL DO 5ª CONGRESSO SUL-AMERICANO DE AGRICULTURA DE PRECISÃO E MÁQUINAS PRECISAS - APSul América e coletiva de imprensa
AUDITÓRIO DA PRODUÇÃO 13h às 15h - REUNIÃO EMATER - SENGE
S EXTA-FEIRA 15 DE MARÇO AUDITÓRIO CENTRAL 8 h30 às 12h - FÓRUM JOVEM COOPERATIVISTA 8h30 - Credenciamento 9h - Abertura 9 h30 - Prêmio de Sucessão Rural e apresentação de short movie do case premiado 1 0h15 - Palestra show com Elzinga sobre o tema “Oportunidades digitais: como um jovem do interior gaúcho conseguiu construir uma carreira na internet” * Evento com convites restritos 1 4h às 16h30 - AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE AGRICULTURA DO SENADO Tema: Crédito rural, seguro agrícola e as perspectivas para o setor produtivo com o novo governo Coordenação: Senador Luis Carlos Heinze 17h - COLETIVA DE IMPRENSA
EVENTOS ESPECIAIS OMINGO D 10 DE MARÇO TROFÉU BRASIL EXPODIRETO 2 0h30 - Bier Site - Carazinho * Evento com convites restritos
S EGUNDA-FEIRA 11 DE MARÇO V ENCONTRO DE LIDERANÇAS DO AGRONEGÓCIO 2 0h30 - Bier Site - Carazinho Promoção: Sindicato Rural de Carazinho, Farsul e Cotrijal * Evento com convites restritos
T ERÇA-FEIRA 12 DE MARÇO 3º ENCONTRO MULHERES QUE COOPERAM 9 h - Casa do Sistema Ocergs-Sescoop/RS no parque * Evento com convites restritos
ECEPÇÃO GRUPO COOPER UP R - COOPERATIVAS BRASILEIRAS 1 0h - Casa Cotrijal Palestra Prognóstico Sanitário: Safra Gaúcha de Soja 1 1h - Casa do Plantio Direto no parque Eng. Agr. M. Sc José de Alencar Lemos Vieira Jr. (Consultor e Professor UNOESC, Xanxerê/SC)
LANÇAMENTO DO LIVRO MANUAL TEÓRICO E PRÁTICO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA PARA COOPERATIVAS 1 2h30 - Casa do Sistema OcergsSescoop/RS no parque * Evento com convites restritos
REUNIÃO-DEBATE SISTEMA PLANTIO DIRETO: O QUE AINDA PRECISA SER FEITO? 1 4h - Casa do Plantio Direto no parque Eng. Agr. Dr. Telmo Jorge Carneiro Amado (Santa Maria/RS) Eng. Agr. Fabiano Paganella (Vacaria/RS) Eng. Agr. Milton Scariot (Palmeira das Missões/RS) Eng. Agr. José Domingos Lemos Teixeira (Tupanciretã/RS)
HOMENAGEM AO PESQUISADOR DIRCEU GASSEN 16h - Estande da Semeato no parque
4º ENTREVERO DAS NAÇÕES 1 9h - CTG Galpão Amigo * Evento com convites restritos
Q UARTA-FEIRA 13 DE MARÇO LANÇAMENTO DO DIA C DE COOPERAR 2019 1 0h - Casa do Sistema Ocergs-Sescoop/ RS no parque Palestra Avanço de espécies daninhas gramíneas nas lavouras de soja 1 1h - Casa do Plantio Direto no parque Eng. Agr. Dr. Mário Bianchi (CCGL Tec/ Unicruz, Cruz Alta/RS)
REUNIÃO-DEBATE UTILIZAÇÃO E ALTERNATIVAS DE PLANTAS DE COBERTURA PARA MELHORIA DO SISTEMA PLANTIO DIRETO 1 4h - Casa do Plantio Direto no parque Eng. Agr. Carlos Mertins (Cotrijal, Carazinho/RS) Eng. Agr. Pedro Basso (Sementes com Vigor, Vacaria/RS) Produtor Rural Vinicius Kraemer (Carazinho/RS)
UINTA-FEIRA Q 14 DE MARÇO F ORMATURA APRENDIZ COOPERATIVO COTRIJAL 1 4h - Casa do Sistema Ocergs-Sescoop/ RS no parque Palestra Semeadura precisa: presente e futuro 1 1h - Casa do Plantio Direto no parque Eng. Agr. Dr. Geomar Mateus Corassa (CCGL Tec, Cruz Alta/RS)
REUNIÃO-DEBATE UTILIZAÇÃO DO PÓ-DEROCHA EM CULTURAS DE GRÃOS NO PLANTIO DIRETO: EXPERIÊNCIA DO PRODUTOR E VISÃO DA PESQUISA 1 4h - Casa do Plantio Direto no parque Eng. Agr. Dr. Edson Campanhola Bortoluzzi (UPF, Passo Fundo/RS) Eng. Agr. e Produtor Rural Edy Werner Jan (Ijuí/RS)
40|Março / 2019
ASSEMBLEIA GERAL
Cotrijal distribui sobras recordes de mais de R$ 13 milhões Fruto da confiança do produtor na cooperativa e da gestão profissionalizada mantida ao longo dos últimos anos, o balanço de 2018 da Cotrijal é recorde. O faturamento cresceu 38% em relação a 2017, chegando a R$ 2,388 bilhões. E as sobras somaram R$ 13,579 milhões, crescimento de 71% na comparação com o ano anterior. Com este resultado, a cooperativa segue despontando como uma das mais importantes do país.
Público de mais de mil pessoas fez da assembleia geral 2019 a segunda maior da história da Cotrijal
Mais de mil pessoas lotaram a praça de alimentação do parque da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no dia 27 de fevereiro, para a apreciação do balanço 2018 da cooperativa. A forte adesão dos associados fez da assembleia geral 2019 a segunda maior da história da Cotrijal – atrás apenas da realizada em 5 de dezembro de 1985, que reuniu 1.807 associados. Além do faturamento e sobras recordes apresentados aos associados (por decisão da maioria da assembleia, 70% do valor foi distribuído entre o quadro social e 30% capitalizado em nome dos associados), outros números também são expressivos: as sobras líquidas chegaram a R$ 71.685.311,00 um crescimento de 68% com relação ao ano passado,
Associados aprovaram o balanço e reelegeram Nei César Mânica presidente da cooperativa
e os tributos gerados chegaram a R$ 67.929.912. Os números foram previamente apresentados ao quadro social pelo presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, durante as reuniões nos 15 núcleos da cooperativa. Ele ressaltou o bom desempenho da organização em todas as áreas de negócios. “Mesmo em um cenário em que convivemos com um baixo crescimento do país, o aumento das taxas de juros e da inflação, interferindo no preço dos combustíveis, energia elétrica e demais custos, além do aumento do dólar impactando direto nos custos de produção, a Cotrijal demostrou a sua solidez com números muito positivos, alcançados graças ao comprometimento dos associados, direção e time de colaboradores”, enfatizou.
F oco no produtor – O presidente da Cotrijal destacou que o foco da cooperativa é crescer com segurança, atendendo as demandas dos produtores. “Foram 34.159 visitas realizadas pelos profissionais da área técnica, em 2.508.796 km rodados. Isso não é gasto, é investimento. Graças a esse empenho, chegamos a média geral de 67,4 sacas por hectare de produtividade da soja, em toda nossa área de atuação”, comentou. Ele pontuou ainda a preocupação que a cooperativa tem com o meio ambiente e com o bem-estar das comunidades onde está inserida: em 2018, foram 348.823 embalagens de agrotóxicos vazias recolhidas que receberam destinação correta. Planos para a Cotrijal 2019 – Ainda durante a assembleia, o presidente apresentou o plano de atividades para o exercício 2019, com as metas da instituição. Entre elas, Nei César Mânica citou: consolidar a presença da Cotrijal nas regiões das unidades recentemente adquiridas e aumentar participação no mercado na área de ação; dar especial atenção a gestão de riscos e custos, ao crédito e seguro agrícola; dedicação à bacia leiteira na área de ação, com apoio do setor industrial através da CCGL; direcionar políticas e infraestrutura da organização para atender necessidades e percepções levantadas pelo quadro social; manter ações na capacitação de produtores, focando organização, tecnologia e gestão; além de aumentar participação nas lojas e supermercados. em
Resultados Acumulados 2018 Faturamento Bruto 1.501.339.138
2.388.281.659
1.736.549.321
Sobras à Disposição
13.579.162,77
9.247.724,97 7.932.093,81 +38%
2016
2017
2018
+71%
2016
2017
2018
Março / 2019|41
Nei César Mânica é reeleito presidente Ainda durante a assembleia, Nei César Mânica foi reconduzido à presidência da Cotrijal por mais três anos, sendo eleito com 97,5% dos votos. Emocionado pelo reconhecimento do quadro social, ele agradeceu a confiança e se disse orgulhoso por estar à frente de uma instituição sólida e segura. “Há 23 anos fui eleito pela primeira vez presidente desta grande família e me dediquei 24 horas por dia a esta missão. Hoje a minha emoção é ainda maior por ver associados convictos, cooperativistas, que defendem a Cotrijal como cuidam da sua própria casa”, ressaltou. Ele ainda reafirmou seu compromisso com cada associado. “Ao lado dos Conselhos, vou continuar trabalhando e projetando a Cotrijal para o Brasil, mostrando a força do agronegócio e do cooperativismo. Caminhamos muito até aqui, mas muitos passos serão dados ainda”, acrescentou o presidente.
Nei César Mânica foi reconduzido ao cargo com 97,5% dos votos
Conforme o estatuto, a votação ocorreu de forma secreta
Confira como ficam os conselhos Durante a assembleia geral também foram eleitos associados para os cargos com mandato em vencimento no Conselho de Administração e no Conselho Fiscal. Confira a relação completa dos conselheiros empossados:
Novos conselheiros de Administração e Fiscais foram empossados na assembleia geral
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Região Sede: Luiz Roberto Gobbi (Carazinho) Região Um: Jonas Francisco Roesler (Saldanha Marinho) Região Dois: Jackson Berticelli Cerini (Tio Hugo e Ernestina); Fabiana Venzon (Passo Fundo) CONSELHO FISCAL: Titulares: Leandro Burgel de Souza (Sede) Celito Dal Pizzol (Região Um) Ismar Schneider (Região Dois) Suplentes: Inézia Toso Meira (Sede) Ricardo César Tomazoni (Região Um) Alfredo Bürgel (Região Dois)
42|Março / 2019
NÚCLEOS DA COTRIJAL
Mais de 3 mil pessoas prestigiam reuniões Nas 15 reuniões nos núcleos da Cotrijal, o que se viu foi otimismo em relação ao futuro da cooperativa e orgulho pelas conquistas. A grande participação nas reuniões – mais de 3 mil pessoas –, na avaliação do vice-presidente, Enio Schroeder, é uma demonstração clara da satisfação do associado com o trabalho da cooperativa. “O bom desempenho é fruto da confiança do produtor, razão de existência da organização. É para ele, seja pequeno, médio ou grande, que vamos seguir trabalhando”, destacou. Os encontros aconteceram entre os dias 12 e 20 de fevereiro em Tio Hugo, Ernestina, Passo Fundo, Saldanha Marinho, Vista Alegre, Nicolau Vergueiro, Carazinho, Santo Antônio do Planalto, Lagoa dos Três Cantos, Almirante Tamandaré do Sul, Igrejinha/Coqueiros do Sul, Mato Castelhano, Victor Graeff, Não-Me-Toque e Colorado, nesta ordem. “Fortalecendo a família Cotrijal, fortalecemos o cooperativismo e o agronegócio, garantindo a segurança do produtor e da cooperativa. O nosso trabalho será sempre para orgulhar ainda mais e dar mais resultados para os cooperados”, afirmou Schroeder. ino e B andeira – As H reuniões de núcleo 2019 também foram oportunidades para que os associados conhecessem o hino e a bandeira da Cotrijal – escolhidos em 2018 através de um concurso cultural que mobilizou os quadros social e de colaboradores. Um misto de emoção e alegria tomou conta dos produtores ao conhecerem as peças que representam a família Cotrijal. “O hino é fantástico, assim como a bandeira. Muito lindo”, disse o associado Vivaldir Paloschi, de Colorado. Ricardo de Quadros, engenheiro agrônomo e associado ligado à Unidade de Negócios de Passo Fundo, é o autor do Hino Cotrijal. E a associada Raquel Be-
As reuniões aconteceram entre os dias 12 e 20 de fevereiro nos 15 núcleos da Cotrijal
Reeleita para representar a região sede Durante reunião geral da liderança, R oveni Lúcia Doneda foi reeleita pelos líderes da Região Sede para representá-la por mais um mandato no Conselho de Administração. “É um grande compromisso, mas assumo com alegria o desafio de trabalhar pela cooperativa e pelo associado”, disse. Em sua avaliação, o sucesso das reuniões de núcleo se
Vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, destacou a importância dos associados participarem das decisões da sua cooperativa
Os números falam por si J osé Valdir Kappaun , conselheiro Representante dos Líderes de Núcleo da Região Um, destacou a participação expressiva das famílias durante as reuniões e assembleia. “O recorde de resultados mostra o quanto a Cotrijal é uma cooperativa sólida, séria e confiável. Temos
atriz Nienow, de Carazinho, ligada à Unidade de Negócios de Almirante Tamandaré do Sul, é a autora da Bandeira.
Produtores participativos Milton Antônio Marquetti , conselheiro Represen-
Bandeira e hino da Cotrijal foram aplaudidos pelos associados durante as reuniões
dá graças à mobilização dos líderes, conselheiros e gerentes das unidades. “Temos que ter orgulho dessa instituição que sempre traz resultados positivos, valorizar o que o cooperativismo faz pelos produtores e ter a consciência que nós somos os donos da Cotrijal. Por isso, convido os associados a serem cada vez mais participativos”, apontou Roveni.
tante dos Líderes de Núcleo da Região Dois, também comemorou a participação do associado e o interesse cada vez maior dos produtores pelo sistema cooperativo. “É um público qualificado, que faz perguntas
pertinentes e leva a Cotrijal para mais longe. Esses laços mostram a importância da cooperação na vida das famílias. Por tudo isso, os números do balanço positivo são consequência de um trabalho sério e responsável por parte da direção e dos associados”, enfatizou.
que valorizar o trabalho dos gestores. Por outro lado, o produtor também mostra seu comprometimento, cada vez mais próximo a sua organização, fortalecendo ainda mais o cooperativismo para que ano que vem tenhamos números tão bons quanto esse balanço”, mencionou.
44|Março / 2019
Confiança é o segredo do laço entre a Cotrijal e produtores ►►Lagoa dos Três Cantos
“Uma sobra excelente. Para a gente, que é pequeno, quanto mais produzir melhor. Tecnologia certa para cada tamanho de agricultura a Cotrijal tem” - ELENOR MIGUEL PETRY, 33 anos, de Lagoa dos Três Cantos. Na safra 2017/18, a soja rendeu média de 73 sacas/ha em 16 hectares de área. Otimista, sonha chegar as 100 sacas/ha com a assistência da cooperativa. Elenor também trabalha com o leite. Hoje são 10 vacas em ordenha. “É uma renda a mais. Ajuda a pagar as contas de água, luz e internet”, fala. Na propriedade, ele tem a parceria da esposa Graciela e da mãe Soneta.
►►Nicolau Vergueiro
Ligado ao núcleo de Nicolau Vergueiro, EZEQUIEL SALAMONI GEHRING pontuou que diante dos números recordes, o orgulho em ser associado da Cotrijal só aumenta. “Esse resultado só é possível com o esforço de todos. Por isso, é fundamental participar ativamente da cooperativa. Juntos somos mais fortes”, lembrou. “Em uma cooperativa, temos o poder de escolha, de decisão. E nas reuniões de núcleo isso fica muito claro. A voz do quadro social é a que prevalece, democraticamente”.
►►Saldanha Marinho
MÁRCIO JOSÉ LEWE, associado ao núcleo de Saldanha Marinho, comemorou os resultados positivos. “Nos três últimos anos temos presenciado um incremento no faturamento. Nós do quadro social ficamos extremamente satisfeitos, pois esses números são um sinal de que a cooperativa está indo bem”, pontuou. As sobras também agradaram. “Este é um benefício que só quem é cooperativista tem”, acrescentou. Acompanhado da filha Mariana, com sete anos, Lewe destacou que o sistema cooperativo transmite valores importantes para a formação das famílias, enaltecendo a ajuda mútua.
►►Carazinho
“Estou surpreso com os resultados apresentados e patamar tão elevado de sobras. Em um momento econômico difícil como o que o Brasil vem enfrentando, não é para qualquer organização chegar a números como estes”, comemorou o associado de Carazinho, LEONARDO GOELLNER. “As sobras são um benefício que só o cooperativismo nos dá de retorno. A família Cotrijal está de parabéns”, concluiu.
►►Vista Alegre
Para o associado ao núcleo de Vista Alegre, VALDECIR NODARI, as reuniões de apresentação do balanço da cooperativa são fundamentais para que o produtor tenha uma visão geral da forma como a Cotrijal está sendo conduzida. E ele gostou do que viu: “gestores e colaboradores competentes têm feito da nossa cooperativa a maior do Estado”. Nodari menciona ainda a importância de todos os associados participarem das decisões que envolvem a cooperativa. “Esta é a nossa casa e precisamos contribuir para ela crescer com solidez”.
►►Igrejinha/ Coqueiros do Sul
►►Passo Fundo
Para o associado ARCIVAL VIEIRA MELLO, de Bela Vista, interior de Passo Fundo, o bom associado é quem acompanha o dia a dia da sua cooperativa e está sempre por dentro do que acontece. “Todos temos uma parcela importante nesse trabalho e nos cabe apenas fazer referência a essa direção, que tem mostrado credibilidade e empenho em todas as esferas da agricultura”, destacou o produtor, que trabalha em 130 hectares de lavoura.
►►Almirante Tamandaré do Sul
O associado ALOÍSIO OSCAR HAUBERT, de Almirante Tamandaré do Sul, trabalha com 45 hectares de lavoura e vê na Cotrijal a motivação para seguir na agricultura. “Aqui tivemos um exemplo de como fazer as coisas bem feitas. É assim que trabalho na minha propriedade, com foco na produção e sempre buscando o melhor”.
►►Tio Hugo
►►Victor Graeff
“Eu me sinto muito feliz em ver a cooperativa crescendo. Sou associado desde 1973 e é gratificante acompanhar ano a ano a cooperativa na busca por inovações e ajudando o produtor a melhorar a sua produtividade”, disse o produtor WALTER REINOLDO BARTH, de Linha Jacuí Victor Graeff.
“Deu pra ver que a cooperativa está cada vez mais firme e ao lado do produtor”, festejou o associado ROBERTO SEBBEN. Ele prestigiou a reunião em Tio Hugo e reforçou a parceria com a Cotrijal. “Eu faço 35 km para entregar a minha produção na cooperativa e vale a pena. Tenho segurança e sei que estou fazendo um bom negócio”, destacou o produtor, que trabalha com 180 hectares de lavouras em Ibirapuitã e Soledade.
►►Ernestina
Atenta e participativa, a família Penz aprovou o balanço apresentado na reunião de núcleo da Cotrijal em Ernestina. “É uma parceira forte”, destacou GILCIMAR FRANCISCO PENZ. Com 65 hectares de soja, ele acredita em mais um ano de sucesso na lavoura. “A Cotrijal nos dá todo o suporte, desde assistência técnica e informações, isso nos motiva a seguir na atividade”, comentou.
►►Santo Antônio do Planalto
Associado ao núcleo de Santo Antônio do Planalto e cooperativista há mais de 30 anos, o produtor ERENI ALTMANN vê a importância da Cotrijal além dos números. Para ele, é a cooperativa que faz as propriedades crescerem em produtividade e qualidade. “É uma relação de respeito, de cooperação mútua. Na mesma proporção que a gente cresce no campo, a Cotrijal vai ganhando corpo para falar em nome de milhares de produtores”, enfatizou.
“Lugar de associado é na reunião da cooperativa”, comentou o produtor SIEGFRIED OLOF SUDBRACK, de Coqueiros do Sul. “Sempre que somos convidados para reuniões, palestras técnicas e eventos, marcamos presença. Isso é garantia de informações sobre a lavoura e também sobre a nossa cooperativa”, destacou o associado. Com 32 hectares de soja e também com produção leiteira, Sudbrack ficou orgulhoso com o balanço positivo. “Dá ainda mais ânimo para o trabalho”, comentou. Ele estava acompanhado da esposa Eloni.
►►Colorado
Sócio há mais de 40 anos, VIVALDIR PALOSCHI, de Arroio das Pacas, interior de Colorado, foi ver de perto os números da cooperativa. Satisfeito, ele acredita em um futuro ainda mais promissor para a Cotrijal e para a agricultura. “A gente percebe que a cooperativa vem em uma crescente, com assistência técnica de qualidade, produtos e serviços de primeira linha. Tudo para que possamos também crescer e produzir mais”.
►►Mato Castelhano
O associado ANTÔNIO SANTINI acompanhou atento os números de 2018 apresentados pela direção em Mato Castelhano. “Fantástico ver a forma como a cooperativa é administrada. Um balanço de encher os olhos de orgulho”, disse. Com 300 hectares de planta, Santini já planeja o futuro e quer ver seus filhos seguirem no cooperativismo. “Temos um futuro promissor pela frente. Nós produtores e a Cotrijal”.
►►Não-Me-Toque
Motivação não falta para o associado ARCILDO FRIES, de Arroio Bonito, interior de Não-Me-Toque. Ao analisar os números de balanço de 2018, avaliou de forma positiva o trabalho da direção. “Essa é uma conquista de muitas mãos. Todos os associados estão de parabéns. Em um ano difícil como 2018, a nossa cooperativa conseguiu esse resultado. Isso só nos motiva a continuarmos juntos e fortes”, opinou.
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46|Março / 2019
Hora de acolher futuros cooperativistas Enquanto os adultos falam de temas sérios, assistem à apresentação do balanço do exercício, é a hora que as crianças se divertem com atividades que são cuidadosamente pensadas e desenvolvidas para despertar, desde cedo, o espírito de cooperação, união e liderança, estimulando a criatividade. A programação foi conduzida pelas professoras Solange Fries, Ardala de Lima, Lisandra Schaeffer e Mônica Florêncio.
REGIÃO SEDE: Núcleo de Almirante Tamandaré do Sul: Lucas Kauã Dessoy Núcleo de Carazinho: Sadi Wentz Kuhn Júnior Núcleo de Igrejinha: Alana Spiegel Núcleo de Lagoa dos Três Cantos: Lagoa dos Três Cantos: Isadora Follmer Linha Ojeriza: Franciele Maria Schneider
Crianças e adolescentes recebem atenção profissionalizada durante as reuniões de núcleo, enquanto os pais assistem à apresentação do balanço
Atividades desenvolvem o espírito de equipe, liderança e cooperação
eleitos nas reuniões de núcleo 2018:
E lém deste momen leição - A to de aprendizagem e descontração, também acontece a eleição dos líderes mirins – um dos momentos importantes durante as atividades com crianças e adolescentes nas reuniões de núcleo, quando são eleitos um representante por comunidade. Durante o ano, os líderes eleitos participam, na Cotrijal, do Seminário dos Líderes Mirins.
Núcleo de Não-Me-Toque: Colônia Saudades: Eduardo Talamini Linha Gramado: Gabriela Barboza Não Me Toque: Rafaela Kern Stein Posse São Miguel: João Antônio Guadagnin São João do Gramado: Wesley Gniech São Roque/Flamengo: Maria Paula Gobbi Vila Conceição: Eduardo Arnoldo da Silva Bartz REGIÃO UM: Núcleo de Colorado: Colorado: Emanuel Henrique Katzer Córrego Branco: Rafaela Zanotto Linha Coati: Diego Kappaun Linha Garibaldi: Laila Pazinato Nova Trípoli: Vitor Hugo Sartori Paquinhas: Felipe Cattani Posse do Barreiro: Mateus Ivan Görgen
Núcleo de Saldanha Marinho: Pinheiro Marcado: Anna Karolina Anselmini Vieira Saldanha Marinho: Luiza Tonon Núcleo de Vista Alegre: Arroio das Almas: Karine Cofferri Cachoeirinha: Piettra Piccinini Santa Rita: Geovana Rita Balin Vista Alegre: Cássia da Rosa REGIÃO DOIS: Núcleo de Ernestina: Vinícius Alisson Kuhn Núcleo de Mato Castelhano: Mari Ângela Eteurina Silveira da Silva Núcleo de Nicolau Vergueiro: Kerlon Mateus Goetz Alves Núcleo de Passo Fundo: Milena Haubert Núcleo de Santo Antônio do Planalto: Barro Preto/Faxinal: João Victor Erig Muller Rincão Doce: Poliana Raber Schneider Santo Antônio do Planalto: Rafael Leopoldo Kempf Núcleo de Tio Hugo: Polígono do Erval: Jordana Drehmer Tio Hugo: Ariel Vitor Fath Núcleo de Victor Graeff: Victor Graeff: Cássio Krüger
Março / 2019|47
Safra de treinamentos e informações
Na hora da colheita, a qualidade começa com uma máquina bem ajustada. Este foi o principal objetivo dos treinamentos realizados pela Cotrijal em fevereiro. A atividade, que teve o apoio da Fundação Pró-Sementes, reuniu produtores de sementes da cooperativa para a apresentação de técnicas que podem fazer a diferença na hora da colheita. O instrutor, Júlio Schneider, disse que o treinamento visa capacitar o produtor a ser mais eficiente na hora da colheita. “Apresentamos todas as informações necessárias para ele colher o grão com mais qualidade, para não ter quebra no grão e nem dano mecânico”, informou. Na pauta, temas como a lógica das colheitadeiras automotrizes, manutenção diária e periódica, operações,
segurança e qualidade do produto colhido. “A regulagem deve ser feita a cada vez que vamos trocar de cultura. Quando encerrar a colheita da soja, o produtor já deve iniciar a regulagem para a cultura seguinte. São, em média, dois meses para uma revisão completa na máquina e dois dias para a regulagem e ajustes”, pontuou Schneider. A gerente de Produção de Sementes da Cotrijal, Cláudia Moi Soares Rother, ressaltou que esses cursos e treinamentos aproximam o produtor de soluções para uma colheita com qualidade. “Assertividade e segurança são os propósitos em todas as etapas da produção de sementes. A nossa meta, ao proporcionarmos esse tipo de conhecimento aos nossos produtores, é garantir que esses propósitos sejam alcançados”, comentou.
Este é o segundo ano que a Cotrijal aborda o tema regulagem de colhedoras junto aos produtores de sementes
Conteúdo aprovado O curso foi realizado em duas turmas. A primeira de 4 a 6 de fevereiro em Pinheiro Marcado (Carazinho) na Agropecuária Girassol. O último encontro aconteceu de
25 a 27 de fevereiro, em São João do Gramado, interior de Não-Me-Toque. Foram 40 horas de aula, com a participação de 35 produtores de sementes da cooperativa.
Em Não-Me-Toque, atividade aconteceu de 25 a 27 de fevereiro
“O instrutor nos mostrou várias regulagens que podemos fazer de forma mais assertiva, para perdermos menos produção e termos uma colheita limpa, tanto na soja quanto em outras culturas”, destacou o produtor C ristiano Ulrich , de Santo Antônio do Planalto, que estava junto com o funcionário Gilberto Hunoff.
“Uma colheitadeira nova vem montada e não regulada. O curso nos abriu um leque de opções e informações para uma regulagem de qualidade, o que nunca pensei que era possível fazer e que vai melhorar ainda mais o nosso resultado de colheita”, comentou M iguel Maldaner , de Tapera, que planta 162 hectares de soja e 65 de milho.
De olho nas regulagens ¾¾ A colheita eficiente tem 152 regulagens para cada tipo de semente. ¾¾ Todos os 133 tipos de colheitadeiras que temos no mercado podem ser regulados para entregar a melhor semente possível.
“Um treinamento como esse vem a reforçar a importância de um bom planejamento. O processamento da colheita também determina muita coisa, principalmente a qualidade desse grão que vai chegar na UBS”, avaliou o produtor Francisco Feiten Schreiner , de Pinheiro Marcado-Carazinho, ao lado do funcionário Santo Vanderlei de Ramos.
¾¾ Em uma regulagem completa está a verificação de óleos lubrificantes, filtros em geral, a análise das plataformas e esteiras. São verificados, em média, 450 itens, onde entra a manutenção, a segurança do operador, a regulagem e a manutenção completa. ¾¾ Uma máquina sai da fábrica com durabilidade de 20 anos ou 20 mil horas de uso, em média.
Os 91 anos de Osvaldo
Aos 91 anos, o associado Osvaldo Baumgratz, de Não-Me-Toque, chama a atenção pela vitalidade e fidelidade à Cotrijal. O produtor foi um dos primeiros a acreditar na força da cooperativa. Mesmo morando na cidade, Osvaldo não abandonou o gosto de lidar com a terra. Além de horta caprichada no pátio da sua casa, com mandioca e batata-doce, ele não abre mão de dar uma passada na unidade da Cotrijal logo cedo. A conversa com profissionais da área técnica e demais produtores anima o associado. O trajeto é feito a pé. Ele festejou o aniversário no dia 21 de fevereiro.
Derretem na boca! Alimentos artesanais estão em alta! Deliciosas, as bolachas caseiras combinam com qualquer ocasião e abrem um leque de oportunidades. Além de ser um produto saudável, bem-feito, sem aqueles milhares de conservantes, possibilitam incrementar renda familiar. Pensando nisso, a Emater/RS-Ascar vai apresentar no espaço da Cozinha Didática na Expodireto, receitas variadas de biscoitos e bolachas, previamente testadas, aprovadas e que derretem na boca. O difícil vai ser cruzar pelo local e resistir à tentação de provar delícias. Têm opções amanteigadas, com polvilho, mel, banana, sabor inigualável, ingredientes naturais e do tempo das vovós. A iniciativa tem o propósito de incentivar e orientar sobre as boas prá-
ticas de fabricação para que pequenos produtores, interessados em ampliar ou abrir negócio na propriedade, possam vender cada vez mais qualidade. No local, haverá também a degustação de pratos à base de erva-mate. As oficinas acontecem desde 2005.
Equipe - A equipe da Cozinha Didática
deste ano é composta pelas extensionistas Luciana Gobbi (Passo Fundo) que coordena trabalhos, Ana Caroline Rauber Ebone (Santo Antônio do Palma), Catieli Patrícia Klein Marion (Tapera), Denise Fátima Webber Godinho (Coxilha), Edinéia Gopinger (Coqueiros do Sul), Sandra Marias Gomes Bianchetti (Santo Antônio do Planalto) e Ana Paula Savadinsky Müller (Não-Me-Toque).
Oficinas
egunda-feira (11 de março) S 9h30 e 11h - Dedo de mel 14h15 – Bolacha de banana com chocolate Terça-feira (12 de março) 14h15 - Amanteigado salgado 15h30 - Degustação e exposição de produtos à base de erva-mate Quarta-feira (13 de março) 9h30, 11h e 14h15 - Broa de milho com erva-doce Quinta-feira (14 de março) 9h30 e 11h - Bolacha de mel com recheio de amendoim 14h15 - Bolacha de banana com chocolate Sexta-feira (15 de março) 9h30 e 11h - Bolacha sem ovos 14h15 - Bolacha de banana com chocolate
2•
Caseiras, testadas e aprovadas Bolacha de mel com recheio de amendoim Ingredientes Bolacha
4 ovos 1 xícara (chá) de mel ½ xícara (chá) de banha ½ xícara (chá) de nata 1 xícara (chá) de leite 2 xícaras (chá) de açúcar mascavo ½ xícara (chá) de cacau em pó 1 colher (chá) de cravo da índia moído 2 colheres (sopa) de sal amoníaco Farinha de trigo
Recheio
500 g de amendoim cru triturado ½ xícara (chá) de açúcar mascavo 1 xícara (chá) de mel ½ xícara (chá) de nata
Cobertura
4 claras 8 colheres de açúcar Gotas de suco de limão
Modo de preparo
MASSA - Separe as claras das gemas e reserve. Em uma bacia, junte as gemas, o mel, a banha, a nata e o leite e bata. Acrescente o açúcar mascavo, o cacau em pó, o cravo da índia, o sal amoníaco e a farinha até o ponto que não grude mais na mão. Sove a massa e deixe descansar por 2h em temperatura ambiente. RECHEIO - Derreta o açúcar mascavo, o mel e a nata. Junte o amendoim, cozinhe por 5 minutos e reserve. MONTAGEM - Abra a massa com rolo. Corte em quadrados pequenos. Coloque o recheio e feche a bolacha. Leve ao forno para assar. COBERTURA - Bata as claras em neve, acrescente o açúcar e gotas de limão. Bata até alcançar o ponto de merengue. Passe nos biscoitos e decore com confeitos. DICA: Dá para substituir o limão por gotas de vinagre branco.
Dedo de mel Ingredientes
5 ovos 1 xícara (chá) de açúcar 2 colheres (sopa) de nata 1 colher (chá) de canela moída 1 colher (chá) de fermento em pó 1 xícara (chá) de mel 2 colheres (sopa) de manteiga 1 colher (sopa) rasa de sal amoníaco 1 colher (chá) de cravo em pó 2 colheres (sopa) de cacau em pó Farinha de trigo até o ponto
Modo de preparo
Misture todos os ingredientes e junte a farinha até o ponto. Passe na máquina. Corte no tamanho desejado e leve para assar. Passe numa calda fina e, em seguida, no açúcar. Dica: podem ser passadas no merengue.
Equipe da Cozinha Didática que vai trabalhar receitas de bolachas e biscoitos caseiros
Bolacha sem ovos Ingredientes
2 xícaras (chá) de leite 2 colheres (sopa) de sal amoníaco 3 colheres (sopa) de banha 1 ½ xícara (chá) de açúcar 1 colher (sopa) de sal Farinha de trigo
Calda
1 ½ xícara (chá) de açúcar 1 ½ xícara (chá) de água 1 xícara (chá) de cacau em pó
Modo de preparo
Misture todos os ingredientes. Abra a massa, molde e leve para assar. CALDA - Em uma panela coloque o açúcar, a água e o cacau em pó e leve ferver até formar uma calda fina. Passe os biscoitos assados pela calda e depois no coco ou açúcar.
Broa de milho com erva-doce Ingredientes
1 1/2 xícaras (chá) de açúcar ¾ xícara (chá) de manteiga 1 ovo 2 1/2 xícaras (chá) de farinha de milho fina 2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 colher (chá) de erva-doce 50 g de coco ralado seco 1 colher (sopa) de fermento em pó 1/2 xícara (chá) de leite
Modo de preparo
Bata a manteiga e o açúcar cristal. Adicione o ovo e logo em seguida junte a farinha de milho, a farinha de trigo, a erva-doce e o coco ralado. Misture bem. Adicione o leite e bata. Unte as mãos, faça bolinhas, marque com o garfo e leve para assar em forma untada até dourar.
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Sabor único e
ajudam a melhorar renda Amanteigado salgado Ingredientes
1 xícara (chá) de manteiga 2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo 1 ovo 2 colheres (sopa) de nata 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado fino
Modo de preparo
Bata a manteiga até formar um creme. Acrescente o ovo e a nata e bata mais um pouco. Reserve. Junte à mistura a farinha de trigo e o queijo. Coloque a massa em um saco plástico e leve à geladeira por 1 hora. Abra a massa com rolo, molde a bolacha e coloque na forma. Com pincel macio passe gema sobre a bolacha e salpique com orégano. Leve para assar. DICA: Podem ser acrescentados na massa ou na cobertura gergelim, linhaça dourada, pimenta e temperos desidratados como cebola, alho, salsa ou chumichurri.
Bolacha de especiarias Ingredientes
¾ de xícara (chá) de mel ¾ de xícara (chá) de açúcar mascavo ½ xícara (chá) de manteiga 2 ovos 1 colher (sopa) de bicarbonato de sódio 1 colher (chá) de noz-moscada ralada 1 colher (chá) de cravo em pó 1 colher (chá) de canela em pó 2 colheres (chá) de gengibre em pó ou fresco ralado bem fininho 4 xícaras (chá) de farinha de trigo
Cobertura
5 claras 1 pitada de sal 5 colheres (sopa) de extrato de baunilha 5 ½ xícaras (chá) de açúcar impalpável
Modo de preparo
Numa panela, derreta a manteiga, o mel e o açúcar. Retire do fogo e acrescente a noz-moscada, a canela, o gengibre, o cravo e os ovos e misture. Junte o bicarbonato de sódio e a farinha de trigo até formar uma massa homogênea. Coloque num pote com tampa e leve a geladeira por pelo menos 1 hora. Abra a massa entre papel-manteiga ou plásticos. Depois de aberta corte no formato de sua preferência ou com forminhas. COBERTURA - Bata as claras em neve, acrescente o sal, o extrato de baunilha e por último e aos poucos o açúcar impalpável. Decore as bolachas. Se quiser use gotas de corante comestível para colorir o merengue. Pode ser decorado com pérolas e confeitos comestíveis
Dicas:
Para biscoitos amanteigados , é aconselhado deixar com que a massa descanse por 30 minutos na geladeira antes de ir ao forno. Assim, você garante muito um quitute mais crocante e manuseia a massa com mais facilidade!
ortar os biscoitos , mantenha um Na hora de c padrão de tamanho e qualidade. Dessa forma você não corre o risco de haver divergências durante as vendas.
Bolacha de banana com chocolate Ingredientes
1 banana amassada 2 colheres (sopa) de manteiga ½ xícara (chá) de açúcar mascavo ½ xícara (chá) de açúcar ½ colher (chá) de canela em pó ½ colher (chá) de fermento em pó ½ xícara (chá) de gotas de chocolate 1 xícara e ¾ de xícara (chá) de farinha de trigo
Modo de preparo
Misture todos os ingredientes. Forme bolinhas, coloque em forma untada e asse.
Bolacha de milho com polvilho Ingredientes
3 ovos ½ xícara (chá) de leite ½ xícara (chá) de água 1 xícara (chá) açúcar 100 g de manteiga 100 g de banha 3 xícaras (chá) de polvilho doce 3 xícaras (chá) de farinha de milho fina 2 colheres rasa (sopa) de fermento em pó Farinha de trigo
Modo de preparo
Em uma bacia, junte os ovos, o leite, a água e misture. Acrescente o açúcar, a manteiga e a banha. Em seguida coloque o polvilho, a farinha de milho e o fermento em pó. Adicione a farinha até o ponto. Passe na máquina, corte e leve para assar.
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Escolhas saudáveis, MAIS LONGEVIDADE Para ter refeições mais saudáveis, o segredo é seguir uma regra simples: mais comida de verdade e menos processados e ultraprocessados no prato. Em suma, o famoso “prato colorido”, ou seja, aquele que tem uma fonte de fibras, minerais, vitaminas e proteínas, é, sem dúvida, o mais saudável! Pelo menos é o que preconiza o Guia Alimentar da População Brasileira, publicação do Ministério da Saúde. É preciso também maneirar na quantidade de sal, gordura e açúcar que são adicionados nas preparações feitas em casa. Essa é outra recomendação do Guia Alimentar da População Brasileira.
Vale lembrar que o abuso de alimentos ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcares é um gatilho para problemas de saúde como infarto, derrames, hipertensão, obesidade, diabetes e até câncer. Por isso, ter uma dieta saudável é tão importante. Atenta a isso, a Emater/RS-Ascar vai aproveitar o espaço da Cozinha Didática na Expodireto para repassar informações sobre a rotulagem de alimentos e ensinar receitas caseiras. A intenção é conscientizar sobre a importância de se fazer escolhas saudáveis bem como valorizar produtos da agricultura familiar.
Rótulos: consumidores mais bem informados são capazes de fazer melhores escolhas em direção a uma alimentação mais saudável
De olho nos rótulos! A rotulagem nutricional vai além de tornar a embalagem mais bonita ou fixar uma marca na mente do consumidor. O objetivo é trazer todas as informações sobre aquele produto. Isso se aplica aos produtos alimentícios produzidos, comercializados e embalados na ausência do consumidor.
A informação deve estar completa em local único do rótulo. Preferencialmente, na forma de tabela. E se o espaço não for suficiente é permitida a forma linear. Não deve haver diferenciação na apresentação dos nutrientes, nem em tamanho, nem em destaque.
Novas regras
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) discute, desde 2014, um processo de mudança na rotulagem nutricional dos alimentos vendidos no Brasil. Com base em estudos e em modelos já utilizados em outros países, a Rede Rotulagem apresentou a proposta do modelo de semáforos nutricionais, pelo qual o rótulo traria informações na parte frontal das embalagens, para os principais nutrientes (sódio, gorduras e açúcares). A nova regulamentação deverá entrar em vigor ainda esse ano.
Selos de advertência
Alimentos processados e ultraprocessados (como refrigerantes, biscoitos e sopas instantâneas) receberão selos de advertência na parte da frente da embalagem para indicar o excesso de açúcar, sódio e gorduras totais e saturadas, além da presença de adoçante e gordura trans em qualquer quantidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o alto consumo de alimentos ultraprocessados está diretamente ligado ao excesso de peso da população.
É obrigatório! Nome do produto Quantidade ou volume
Número do lote de produção Ingredientes
(listados de forma decrescente a partir daquele em maior quantidade até ao que menos aparece)
Prazo de validade Identificação do país de origem (no caso de produtos
estrangeiros, todas as informações acima devem ser traduzidas para o português)
Instruções para o uso, caso necessário
Produtos artesanais Os produtos artesanais também precisam estar de acordo com a legislação de rotulagem nutricional, inclusive abordando os comentários sobre alergênicos. Conforme a Anvisa, a rotulagem é obrigatória para todos os produtos, alimentos e bebidas, quando forem embalados na ausência do consumidor, e está regulamentada no Brasil desde 2001. Excetuando as bebidas alcoólicas, as especiarias, sal de cozinha, água mineral, aditivos alimentares (como flavorizantes), vinagres, café, ervas, frutas, carnes, ovos ou algum outro tipo de produto que tenha uma embalagem menor que 100 cm², a rotulagem é obrigatória.
Entenda a diferença In Natura
Ultraprocessados
Produtos obtidos diretamente de plantas ou de animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração.
Produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial. Exemplos incluem refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e macarrão instantâneo. Enlatados, embutidos, frituras também estão nessa categoria. Além do excesso de sal, açúcar, gorduras e substâncias químicas como conservantes, estabilizantes, flavorizantes e corantes. Por isso é tão importante ler os rótulos.
Processados Produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado, como legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães.