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Ano 22 | Nº 256| Abril 2021
2 Expediente Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial Rua Júlio Graeff, nº 01 Não-Me-Toque/RS - CEP: 99470-000 Fones: (54) 3332-2500 / 3191-2500 Diretoria Executiva Presidente: Nei César Manica Vice-presidente: Enio Schroeder Conselheiros de Administração Região Sede: Francisco Jorge Eckstein, Inézia Toso Meira, Jair Paulo Kuhns, Luiz Roberto Gobbi, Marcelo André Van Riel e Roveni Lúcia Doneda (Representante dos Líderes de Núcleos) Região Um: Jonas Francisco Roesler, José Valdir Kappaun (Representante dos Líderes de Núcleos) e Mateus Tonezer Região Dois: Cristiano Ulrich, Délcio Reno Beffart, Fabiana Venzon, Girlando Neiss, Jackson Berticelli Cerini, João Caetano da Rosa Neto e Milton Antônio Marquetti (Representante dos Líderes de Núcleos) Conselheiros Fiscais Titulares Heitor José Palharini, Vilmar José Sartori e Eliar Winter Conselheiros Fiscais Suplentes Eldon Matias Lampert, Gervásio Francisco Bins e Edemir Rosso Jornal da Cotrijal Publicação mensal editada pela Unidade de Marketing da Cotrijal Gerente responsável Benisio Rodrigues Jornalista responsável Mariliane Elisa Cassel Textos e fotos Fernando Teixeira, Mariliane Cassel e Foto Choks Colaboração: Maiquel Rosauro Projeto Gráfico Plano Comunicação Ltda. Fone: (55) 98127.9339 Impressão Tapejarense Indústria Gráfica Fone: (54) 3344.1214 Comercialização Agromídia - Desenv. de Negócios Publicitários Ltda - Fone: (11) 5092.3305, Guerreiro Agro Marketing Fones: (44) 99180.4450/3026.4457 e Prisma Produções Gráficas - Fones: (54) 3045.3489 /99233.3170
Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
Opinião
Cooperar continua sendo a melhor escolha "Aos que confiam no jeito Cotrijal de trabalhar, de fazer cooperativismo, fica o convite: queremos crescer juntos!" Muito tem se falado sobre competitividade no agronegócio. Dentre os fatores comumente citados para que o setor se mantenha competitivo estão os investimentos em gestão, inovação e tecnologia, além do desenvolvimento socioambiental. De fato, analisando o atual cenário, a humanidade caminha para essa direção. Estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta que atualmente os produtos brasileiros alimentam mais de 800 milhões de pessoas, aproximadamente 10% da população mundial. Essa informação mostra claramente a importância de termos um agro competitivo, capaz de continuar suprindo a demanda crescente por alimentos. A Cotrijal iniciou em 2021 um novo planejamento estratégico, que tem dentre seus objetivos justamente essa atuação mais focada na gestão e na inovação, visando ampliar resultados. E quando falamos em ampliar resultados, é para a cooperativa e o seu associado. Estamos encerrando mais uma safra cheia de desafios, com bons resultados para grande parte dos produtores, especialmente pelo momento de preços favoráveis, e ao mesmo tempo avançando em novos projetos. Queremos ser competitivos, mas de forma cooperativa. Esse caminho é possível, e importantíssimo! A filosofia cooperativista, mais do que nunca, mostra-se o melhor caminho para o crescimento. É pela força conjunta que conseguimos buscar melhores oportunidades e variedade
de produtos de alta qualidade para nossos associados, sejam eles insumos para a lavoura ou para a produção de leite. É por sermos cooperativa que exercemos pressão maior no mercado, melhoramos as condições de acesso do produtor ao crédito, compartilhamos muito mais conhecimento, dentre outras vantagens. Em tempos de recursos oficiais cada vez mais escassos, foi lançado o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) com garantia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que possibilita a busca de crédito fora do sistema bancário, a custos compatíveis com as necessidades do campo. A Cotrijal foi escolhida para ser a cooperativa piloto na operação por ter um trabalho bemfeito na parte de gestão, junto a seus produtores. Foram muitos meses de trabalho da nossa equipe administrativo-financeira, internamente e junto ao Ministério da Agricultura e outras entidades e empresas envolvidas com o projeto, mas valeu a pena. Para a Cotrijal, é questão estratégica viabilizar a produção com segurança, e temos a expectativa de que essa nova possibilidade de crédito reverta em benefícios para a cooperativa e o associado. Outra conquista é o lançamento da plataforma digital das cooperativas, a SmartCoop. Trabalho pioneiro, em conjunto com outras 29 cooperativas, que vai servir de referência para o cooperativismo e que reflete a importância da intercooperação. É ferramenta inovadora e de suma importância para facilitar a gestão das
propriedades e, consequentemente, melhorar resultados. Neste mês, superamos a marca de 8 mil associados, com mais de 90 famílias chegando à cooperativa. Famílias que entenderam que o mercado dita regras que sozinho nem sempre é fácil seguir. Que sabem que estar ligado ao sistema cooperativista e a uma cooperativa que tem uma estrutura como a da Cotrijal para defender seus interesses traz muito mais possibilidades de ser bem-sucedido. Aos que estão chegando e aos já estão conosco, confiando no jeito Cotrijal de trabalhar, de fazer cooperativismo, fica o convite: queremos crescer juntos! Nei César Manica Presidente da Cotrijal
Espaço do Leitor De chapéu novo Na foto, o registro da colheita da soja na propriedade do associado Paulo Pomatti, de Ibiraiaras. O momento foi registrado pelo técnico agrícola Guilherme Alves, da Cotrijal, que presenteou o produtor com o chapéu com a nova marca da cooperativa. Gostou do novo chapéu da Cotrijal? Se você já tem o seu, faça uma foto e marque @cotrijalcooperativa e demonstre a força da cooperação.
Pergunta do leitor A nova parceria da Cotrijal nas atualizações da previsão do tempo tem gerado muitas perguntas. A maioria delas sobre a transição entre as próximas estações do ano (outono/inverno). Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima, responde: “O próximo inverno deve apresentar uma condição típica do Rio Grande do Sul, ou seja, chuvas regulares e episódios de frio intenso, com formação de geadas. Essa condição já deve marcar presença a partir dos últimos dias de maio. Outra característica desse inverno será a duração das ondas de frio, que não deverão ser muito intensas, mas marcarão presença até o final de agosto, início de setembro”.
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Jornal COTRIJAL | Abril de 2021 Ariel Piccoli/Detec Cotrijal
4 Safra
Elizandro e Tatiana Zanatta, com a filha Yasmin, festejam a produtividade da lavoura de soja. Agora, com cautela, o casal debate os próximos investimentos. Propriedade é assistida pelo engenheiro agrônomo Ariel Piccoli
Hora de fazer contas! Uma boa safra está sendo colhida, com preços nunca antes imaginados. O que fazer diante desse cenário? Qual o melhor momento para vender a produção? Como se planejar para o futuro? Produtores, consultores e especialistas de mercado analisam o momento e recomendam: é hora de fazer contas!
A
colheita de soja, em março, começou muito positiva na propriedade de Elizandro Zanatta, em Nicolau Vergueiro. Na primeira lavoura, ele colheu 87 sacas por hectare (sc/ha), superando todas as expectativas. A surpresa foi tanta que o engenheiro agrônomo Ariel Piccoli logo foi chamado
para recalcular a área. Todos ficaram felizes ao constatar que os cálculos estavam corretos. A família Zanatta concluiu a colheita no dia 16 de abril. Embora o histórico de produtividade seja muito bom para a região, pelos investimentos feitos no solo e pelo planejamento conjunto da produção com a Cotrijal, os números deste ano realmente surpreenderam. A média geral da propriedade ficou em 74 sc/ ha, um feito inédito, muito comemorado em virtude das preocupações do início da safra com a perspectiva de La Niña, e bem superior as 43 sc/ha colhidas no ano passado, quando a seca castigou a região. A produtividade alcançada supera a média da região de Passo Fundo, que em março estava em 3.780 kg/ha (63 sc/ha), segundo dados da Emater (confira no quadro). Com o bom resultado deste ano, Elizandro pretende investir no solo para seguir com a alta produtividade na próxima safra. “A maioria das áreas já possui agricultura de precisão. O pessoal da Cotrijal já coletou mais uma quantia de solo porque ajuda a dar uma emparelhada, já que temos áreas que derrubam a média, talvez porque falte um pouco de calcário ou cloreto”, comenta o produtor.
Estimativa da Emater 25 de março de 2021 Regional Ijuí Passo Fundo Caxias do Sul Erechim Frederico Westphalen Lajeado Soledade Santa Rosa Santa Maria Porto Alegre Pelotas Bagé Estado
sc/ha 63,01 63 62,2 61,93 59,6 57,41 56,28 54,61 52,83 47,08 46,25 44,68 55,43
Na Cotrijal, produtores colhem pelo menos 12 sacas a mais A colheita de soja ainda não está concluída na região de atuação da Cotrijal, mas a expectativa é de uma boa safra. As áreas que foram semeadas mais tarde tiveram quedas acentuadas no rendimento, pelo próprio atraso na semeadura e pela falta de chuvas e altas temperaturas a partir de fevereiro. Mas houve regiões em que a chuva foi o suficiente e isso deve contribuir para uma boa média geral. Nos últimos cinco anos, a média dos produtores da Cotrijal tem sempre alcançado pelo menos 12 sacas/hectare a mais do que a do Rio Grande do Sul.
Safra Cotrijal 2015/16
2016/17 2017/18
2018/19
2019/20
RS
49,5
56,0
50,2
55,4
30,6
Cotrijal
65,7
70,6
67,4
67,3
44,3
Reportagem
Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
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Mulher tem voz nas decisões Na propriedade da família Zanatta, a decisão não fica restrita a Elizandro. Sua esposa, Tatiana do Nascimento Zanatta, tem um papel importante sobre o futuro do negócio. Eles estão casados há 13 anos. “Sempre procuramos conversar quando ele tem algum plano de investimento e procuramos tomar a decisão juntos no que vamos comprar, quando vamos vender a produção. E isso vale para tudo, não só na lavoura, mas também na casa”, explica Tatiana. Yasmin Maria Zanatta, 9 anos, já vai aprendendo desde cedo que esse jeito de trabalhar e decidir em conjunto é importante. Sempre que possível, ela está junto na lavoura. “Eu queria ser agricultora, mas meu sonho mesmo é ser médica. Eu sempre procuro ajudar meus pais desde pequena”, conta. Enquanto a menina ainda tem vários anos pela frente para decidir sua profissão, seus pais e outros milhares de agricultores gaúchos têm uma questão bem mais imediata a resolver: quando vender a produção?
Aumenta participação feminina 31% das propriedades brasileiras apresentam mulheres no gerenciamento. 81% consideram a participação das mulheres vital ou muito importante. *Dados da Pesquisa Hábitos do Produtor Rural, realizada em 2017 pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA)
Vender agora ou esperar? Divulgação
Economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, recomenda que os produtores mantenham os pés no chão
Para Elizandro Zanatta é mais fácil produzir soja hoje do que em décadas passadas, sobretudo pela implantação do plantio direto. Já o planejamento dos negócios, da compra dos insumos e da venda da produção, diante das muitas incertezas do mercado, ele entende que exige mais atenção. “Está mais difícil acertar a venda, pois o dólar dá alguns picos e, de repente, começa a cair. O mais complicado é saber o momento”, explica Elizandro. Com a saca de soja acima de R$ 160,00, as dúvidas se multiplicam. Será que é hora de aproveitar para vender ou especular um preço ainda maior da oleaginosa? Para o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, é preciso manter os pés no chão. Ele calcula que, nos próximos meses, haja um repique por conta do frete. “Temos que entender o seguinte, preço da soja no Estado no Rio Grande do Sul é o preço em Rio Grande. Ah, mas eu estou em Não-Me-Toque. Então é o preço em Rio Grande menos o custo de levar até lá”,
argumenta. O economista sustenta que o preço está no porto, e que há um custo muito elevado do transporte. Uma melhora no preço da soja na região está relacionada a uma queda no preço do frete. “Eu recomendo que o produtor olhe este momento como uma preparação para crises “Eu recomendo que o que virão. Agrone- produtor olhe este gócio é feito de ciclos, momento como uma de anos muito bons e preparação para anos muito ruins. Não são nos anos crises que virão”, ruins que a gente se Antônio da Luz prepara. Nos preparamos nos bons para enfrentar os ruins”, comenta. Antônio da Luz salienta que é importante o produtor se capitalizar, baixar a alavancagem e investir no negócio. Ou seja, cautela para não jogar o dinheiro fora, pois a solução para a próxima crise está no capital que você possui hoje.
Preparar a próxima safra é prioridade Já o economista e sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, tem três dicas: - honrar os compromissos assumidos para o plantio; - preparar a próxima safra de olhos nos insumos (se houver oportunidade, já ir adquirindo os produtos); - investir em irrigação pode ser uma boa opção. “Primeiro tem que olhar para dentro da propriedade e ver o que pode ser feito “Primeiro tem que para produzir mais no mesmo espaço, olhar para dentro da otimizando o ativo que o produtor já propriedade e ver o tem”, analisa Pessôa. que pode ser feito Na Cotrijal, os produtores têm a para produzir mais opção da venda de lote de soja, o que pode ser um negócio vantajoso para vender no mesmo espaço”, agora com base nos custos de produção André Pessôa (confira a simulação na tabela). A recomendação dos especialistas é sempre ter cautela e fazer as contas. O superintendente Comercial da Cotrijal, Jairo Marcos Kohlrausch, concorda com a necessidade de o produtor levar na ponta do lápis a gestão do negócio. E orienta os produtores a refletirem: “Primeiro preciso ficar melhor para depois maior e não primeiro maior para depois buscar melhorar, pois esse é um caminho para os apertos financeiros”.
Venda de soja por lote Lucas Ninno / Divulgação
Simulação para o produtor que comprou um maquinário a R$ 200 mil, em 2017, para pagar em oito anos, com prestações anuais, em junho, de aproximadamente R$ 40 mil. Ano
Valor do lote (exemplo)
Quantidade de sacas de soja necessárias
2018 2019 2020 2021 2022
R$ 70,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$ 90,00 R$ 140,00
571 500 500 444 285 Fonte: Cotrijal
Economista André Pessôa observa que os termos de troca permanecem em patamares favoráveis
Quer ter mais informações sobre esse assunto? Acesse o AgroCast Cotrijal e ouça as entrevistas.
6 Safra
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O que pode alterar o preço da soja
O
consultor Carlos Cogo orienta os agricultores a ficarem atentos a alguns fatores que têm influência no preço pago pela saca de soja. Por exemplo, se o dólar cair, as cotações também caem. Também pode colaborar para a oscilação negativa no preço algum evento internacional que leve a uma queda no preço futuro da Bolsa em Chicago, como a peste africana na China, que pode demandar um consumo menor pelos chineses e impactar nos preços do mercado interno brasileiro. Por outro lado, pode contribuir para o aumento do valor da soja a subida do dólar (algumas consultorias já trabalham com dólar a R$ 5,80), aumento do prêmio no porto e fatores climáticos que impactem a safra norte-americana (algo que, hoje, parece improvável). O produtor Markus Schmiedt, de Não-MeToque, faz com cuidado os cálculos para a próxima safra de verão, devido a alta no preço dos insumos. Ele defende o investimento no solo e, logo depois, em tecnologia de pulverização como essenciais para seguir com uma soja rentável. “Meu receio é quanto a lavoura do ano que vem. Vou tentar guardar todo o dinheiro possível e imaginário porque não sei o que vai ser. Ao ficar dependendo de banco para tudo a gente pode acabar entrando numa ciranda que não é agradável. Como diz o chavão, seguro morreu de velho”, diz Schmiedt.
Insumos x preços dos grãos Alta do dólar, do petróleo e dos fretes marítimos são algumas das razões que explicam o atual preço dos insumos, uma vez que o Brasil é importador destes produtos. O consultor Carlos Cogo projeta que os custos de produção da soja, para a próxima safra, vão subir, em reais, entre 18% e 20%. “Mas este mesmo dólar que provoca isso também provoca uma alta no preço da soja. Então, resumindo, ano passado o produtor gastou em média 5,50 sc/ha para comprar um pacote de defensivo e, este ano, vai gastar entre 5,7 a 6 sc/ha. É um pouco mais, porém não é muito longe da média histórica porque a soja também subiu e a relação de troca segue relativamente boa”, considera Cogo.
Produtor Markus Schmiedt, na lavoura de nabo, já pensa na próxima safra de verão
O economista André Pessôa também demonstra otimismo. Ele explica que com o aumento do preço da soja toda a cadeia se beneficia e busca melhorar sua margem. “O mais importante para os produtores é observar que os termos de troca permanecem em patamares favoráveis. E se conseguir obter uma boa produtividade, a rentabilidade ainda estará presente e bastante positiva para a safra 2021/2022”, aponta Pessôa. O gerente Comercial Insumos da Cotrijal, Diego Vinicius Wasmuth, também considera positiva a relação de troca mesmo com os insumos mais caros, uma vez que aumentou o poder de compra do produtor (confira no quadro). “Em alguns casos, como parcelamento de máquinas, o produtor precisa desembolsar apenas a metade da
quantidade de sacas que precisava anteriormente”, afirma Wasmuth. A recomendação agora, segundo Wasmuth, é para que o produtor vá travando seus custos de produção, uma vez que o mercado vive de ciclos e, como bem disse o produtor Markus Schmiedt, “o seguro morreu de velho”. O superintendente Comercial da Cotrijal, Jairo Marcos Kohlrausch, reforça que o preço é uma das variáveis que não está na mão do produtor e que acertar sempre é impossível. “O negócio precisa ser planejado, olhando o todo da propriedade e sempre considerando que é preciso ‘olhar o copo cheio’: as travas a R$ 80,00 ou R$ 90,00, se olharmos do ponto de vista dos custos da época, foram bom negócio”, afirma.
Divulgação
Valorização estimada entre maio de 2020 e maio de 2021 Produto
Valorização
Soja
73%
MAP/DAP
94%
MES 07-34-12
73%
Exclusivo 05-29-07
56%
KCL
28%
*Fungicidas
13%
*Inseticidas
15%
*Herbicidas
28%
*Médias de valorização dos produtos de portfólio. Valorização refere-se a preços atuais.
Consultor de agronegócios, Carlos Cogo indica fatores que merecem atenção
Fonte: Comercial Insumos/Cotrijal
Diego Wasmuth, gerente Comercial Insumos da Cotrijal: recomendação é travar custos de produção
Safra
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Entenda a importância de travar o preço do grão de forma antecipada Como o mercado é dinâmico e uma crise do outro lado do mundo pode impactar diretamente os preços do mercado interno, nem sempre é possível fazer o melhor negócio. Uma importante ferramenta para ajudar o produtor no planejamento de sua propriedade é o travamento antecipado de preços. A opção de fixação antecipada (chamada lotes futuros ou trocas/CPR) norteia o produtor até para definir qual cultura optar em plantar e pode ocorrer antes mesmo do plantio. “O objetivo da ferramenta é diminuir risco, principalmente, atrelados a custos de produção. Esta foi uma evolução para os produtores gaúchos, uma mudança de cultura, pois há poucos anos esse tipo de negócio tinha uma procura menor. Situação diferente dos produtores do Centro-Oeste, que chegam na época da colheita com percentuais comercializados de até 70% de sua produção”, afirma o gerente Comercial de Grãos da Cotrijal, Luis Claudio Gomes. O volume que se trava não deve ser um volume que deixe o produtor preocupado de não conseguir cumprir, na hipótese de ocorrer uma frustração de safra. Além disso, deve-se priorizar a fixação vinculada aos compromissos, seja com maquinários ou custo de produção/custeio. “Temos que ‘torcer’ para que o preço dos lotes não seja o melhor preço comercializado pelo produtor, pois nossa orientação é de que ele chegue até a safra com no máximo 35% a 40% fixado. Portanto, se o produtor terá ainda 60% da safra por comercializar, é importante que este restante esteja valendo ainda mais”, analisa Gomes.
Pressão de vendas Para as culturas do milho e trigo, numa safra normal, quando esses produtos não são comercializados de forma antecipada e com destino à
Luis Claudio Gomes, gerente Comercial Grãos da Cotrijal: mercado é dinâmico e produtor precisa estar atento
exportação, provavelmente haverá uma pressão de vendas na colheita e, com isso, uma pressão sobre os preços, normalmente derrubando-os de forma considerável. Nestes casos, torna-se ainda mais importante a venda antecipada, pois ajudará muito na sustentação de preço no momento da safra”, pontua. Na soja, essa venda antecipada também ajuda a manter melhores preços, pois tira parte da pressão de vendas em plena safra e organiza parte da logística, que reflete nos prêmios. O comprador vai ser mais agressivo para comprar esse produto e os prêmios que se trabalham são melhores.
Pontos de atenção Travar a venda considerando possibilidade de cumprimento em caso de frustração de safra. Priorizar a fixação vinculada aos compromissos. Escalonar a comercialização, buscando boas médias.
Hora de investir na produtividade Ampliar a produtividade continua sendo o melhor negócio para o produtor. Afinal, de nada adianta o preço estar ótimo se não há produção para vender. Considerando esse ponto, o superintendente de Produção Agropecuária da Cotrijal, Gelson Melo de Lima, orienta o produtor a
aproveitar o período para avaliar bem as suas lavouras, os resultados obtidos neste ano e identificar pontos que precisam ser melhorados. “Colher 90 sacas por hectare e 75 sacas por hectare em áreas próximas, que receberam a mesma quantidade de chuva e luz e tiveram condições de tem-
peratura iguais, exige análise. Todos os fatores que interferem no resultado devem ser avaliados para nos prepararmos para uma próxima safra ainda mais próspera”, avalia o superintendente. O investimento no solo é um dos aspectos que traz retorno ao produtor. “Ter o solo bem preparado para receber uma boa cultivar, faz toda a diferença, em anos em que falta um pouco de chuva e também naqueles em que o clima colabora”, pontua. Para os próximos meses, ele recomenda total atenção ao controle de plantas invasoras nas áreas onde a in-
festação foi maior. É imprescindível reduzir o banco de sementes e isso só se consegue com associação de boa cobertura durante o inverno e os controles alinhados com o Departamento Técnico até chegar a próxima safra. Outro componente que deve entrar na análise do produtor é o investimento no milho. “Não existe sistema de produção que se sustente de forma adequada sem a rotação com o milho. A cultura é essencial para o solo e para reduzir problemas com pragas”, alerta.
Principais pontos que devem ter a atenção do produtor:
Gelson Melo de Lima, superintendente de Produção Agropecuária da Cotrijal: é hora de trabalhar melhor o conjunto
Acidez do solo – está corrigida? Cultivar – a cultivar utilizada é a que melhor se adapta à realidade da propriedade? Adubação – está adequada ao potencial de rendimento da cultivar, ao tipo de solo, dentre outros fatores? Manejo fitossanitário – foi feito de
forma eficiente? Milho – o que a falta da cultura tem deixado de resultado para o sistema de produção? Inverno – plantas de cobertura ou culturas de grãos bem manejadas tem beneficiado o sistema de produção?
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Inverno
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Planeje-se para plantar bons resultados Colher mais, com custos compatíveis, é o que todo produtor deseja. Para alcançar essa meta, o passo inicial é o conhecimento pleno da realidade da lavoura e o adequado planejamento de tudo o que envolve o processo de produção.
A semeadura de plantas de coberturas logo após a colheita da soja é uma prática comum entre os produtores associados da Cotrijal e recomendada pelo Departamento Técnico
C
om a colheita de milho e soja praticamente encerrada, muitos produtores já iniciaram os manejos nas suas lavouras para garantir bons resultados nas próximas safras, tanto no inverno quanto no verão. Correção dos níveis de acidez e fertilidade, controle de plantas invasoras, plantio de plantas de cobertura… Há muito trabalho pela frente. E para escolhas mais assertivas, é importante o adequado planejamento do sistema de produção. “Um lembrete é sempre importante. A semeadura da próxima safra de inverno ou das plantas de coberturas deve acontecer no limpo, ou seja, sem a presença de plantas invasoras. Atenção também para a soja voluntária, buva e demais ervas daninhas”, comenta Alexandre Nowicki, coordenador técnico da Difusão da Cotrijal. É comum na área de ação da Cotrijal a instalação do consórcio de plantas de coberturas imediatamente após a colheita de verão (milho e soja). Conforme o Departamento Técnico, isso mostra organização, bons manejos de controle de plantas invasoras e preocupação com a proteção do solo. A opção de plantas é grande e pode variar dependendo da região, mas o correto é sempre consultar o profissional técnico para ajudar no planejamento do que é o ideal ir para a lavoura, dentro da realidade de cada propriedade. “As plantas de cobertura podem ser semeadas separadas ou em consórcio. O importante é que o solo receba essa cobertura imediatamente após a retirada da cultura econômica, forme essa palhada e garanta uma continuidade do sistema. O milheto, que entra após a colheita do milho, é uma das opções e prepara a área para receber uma cultura de inverno”, explica Nowicki. Outra opção é o nabo, com características de raízes grandes, capazes de descompactar a terra, mas que requer cuidados nas áreas com histórico do mofo branco.
Opção de plantas de coberturas Milheto Ervilhaca Aveias
Nabo forrageiro Centeio Consórcio de plantas Alexandre Nowicki/Detec Cotrijal
Detec lembra:
Alexandre Nowicki em uma área de milheto no interior de Não-Me-Toque
“Entender as características da sua propriedade e também o projeto para inverno/verão é o ideal para a melhor escolha”, complementa o coordenador técnico.
Um bom manejo para o controle de plantas invasoras também está relacionado com a adesão ao consórcio de plantas de coberturas. A cobertura de solo (palhada) inibe o desenvolvimento das plantas invasoras, além de otimizar a aplicação de herbicidas no período de dessecação da área (pós-colheita).
Inverno
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Trigo em alta anima O bom momento das commodities agrícolas, associado com a previsão de uma temporada propícia para as culturas de inverno, tem animado os produtores do Rio Grande do Sul. Segundo a FecoAgro/RS, a expectativa é de crescimento de área semeada com trigo em 10,5%. A área cultivada com cevada também deve apresentar crescimento em comparação com a safra anterior (2020). Outra opção que ganhará destaque nesta temporada é o triticale, pelo segundo ano consecutivo ofertado para os produtores e associados da Cotrijal. Vale lembrar que a utilização de sementes certificadas é essencial para o sucesso da safra. Do total de sementes de trigo disponibilizadas pela Unidade de Beneficiamento de Sementes da Cotrijal
para esta safra, 70% já foi comercializado, o que para essa época do ano representa o dobro dos anos anteriores. E a resposta que os produtores verão no campo será positiva. É o que afirma o produtor e multiplicador de sementes Valcir Morello. Com áreas em Barracão, na divisa com Santa Catarina, ele destaca que o grão que chegará nas lavouras neste ano foi produzido com todo o capricho possível, seguindo as orientações mais precisas, com foco na qualidade e manejos específicos. “A multiplicação acontece em nossa melhor área, livre de invasoras, na resteva do milho, com forte aporte na adubação. Também com constante limpeza do maquinário, ajustes finos na máquina colhedora e total atenção com o clima”, explica o produtor. Esta será a terceira safra de inverno que Valcir Morello produzirá sementes de trigo para a Cotrijal. São 40 hectares, com semeadura prevista para meados de junho. No restante da área, ele terá 110 hectares com trigo comercial e 150 hectares com aveia. “A nossa expectativa é mais que positiva para este inverno. Queremos chegar na casa dos 80 sacos/ha. Temos tecnologia e áreas férteis para isso”, destaca o produtor, que em 2020, mesmo com a falta de chuva, colheu 60 sc/ha de trigo.
Mais materiais no portfólio
O produtor de Barracão, Valcir Morello, está otimista com a cultura
Para esta safra de inverno (trigo), a Cotrijal atualizou seu portfólio de cultivares. São 13 materiais, sendo 3 novidades, testadas e aprovadas nos campos de pesquisa da cooperativa e na Área Experimental. “Temos neste inverno uma expectativa muito positiva. Preparamos um portfólio qualificado e com potencial para uma grande safra. E estamos otimistas também em relação a multiplicação de sementes e crescimento de área, para as próximas safras, de triticale e aveia”, explica a gerente de Produção de Sementes da Cotrijal, Cláudia Moi Soares Rother.
Área cultiva com trigo deve ser a maior dos últimos anos
Segregação auxilia na comercialização Um dos principais gargalos da cultura do trigo sempre foi a liquidez - a comercialização do cereal para moinhos nacionais, com preços competitivos para o produtor.Com o mercado nacional aquecido e com alta procura dos moinhos, a política de segregação tem auxiliado os produtores na hora da comercialização, com garantia de preços e bonificações. Esse programa chega a sua quarta safra na Cotrijal, um serviço exclusivo para quem adquire as sementes da cooperativa. “Com essa modalidade, o produtor já sabe o local da entrega da sua produção, conforme o tipo de trigo que está na sua lavoura, o que facilita a comercialização e atende as demandas dos moinhos”, explica Cristiano Erpen, analista Comercial da Cotrijal.
Janela de semeadura Plantas de cobertura (pós-colheita de verão) Cevada (final de maio) Trigo e triticale (junho) Alexandre Nowicki/Detec Cotrijal
Triticale: opção para o inverno Essa será a segunda safra de inverno em que a Cotrijal oferta para os seus cooperados as sementes certificadas de triticale. Em 2020, além da produção de sementes para área de pesquisa da Embrapa Trigo (Passo Fundo), a cooperativa desenvolveu materiais para produtores da região de ação e repete a estratégia para esta safra, já visando incremento de área. O triticale é um cereal de inverno que resultou da hibridação de duas espécies distintas: o trigo e o centeio.
Apresenta a rusticidade do centeio e as qualidades panificáveis do trigo. O objetivo da cultura é a utilização na alimentação animal, principalmente de aves e suínos. Na alimentação de animais ele é utilizado na forma de forragem verde, feno, silagem de planta inteira ou de grão úmido e grãos secos para rações. Também pode ser utilizado com duplo propósito, para corte e posterior colheita de grãos no rebrote, bem como na cobertura vegetal para proteção do solo e adubação verde.
Área com triticale deve crescer neste ano
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Inverno
Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
O produtor Marivaldo Maurina investe no inverno para melhorar resultados no verão
Aveia com qualidade Cotrijal
Importância do seguro Para diminuir riscos, a orientação é fazer o seguro da lavoura de inverno. Entenda as vantagens de trabalhar com a Cotrijal Seguros. A Cotrijal está entre as três cooperativas que mais contrata seguro privado no país. As indenizações das culturas de inverno de 2020 chegaram a R$ 3.460.620,44.
Outra opção é a aveia, também com sementes produzidas pela Cotrijal e acompanhamento nos campos de produtores que levam a sério a busca pela melhor semente. Com áreas em Esmeralda e Muitos Capões, o produtor Marivaldo Maurina aumentou a área com produção de sementes de aveia para a Cotrijal e para a próxima safra terá 120 hectares. “A produção de sementes é um desafio ainda maior para nós agricultores. São inúmeros detalhes que fazem a diferença lá na indústria”, detalha o produtor. Consciente da importância de usar sementes certificadas, Maurina cita a quebra de paradigmas com a prática envolvendo sementes de aveia, que começa a ganhar novos adeptos. “O produtor está cada vez mais consciente e na busca desse material de qualidade também nas coberturas. Essa semente tem origem, garantias, pesquisa e chega no campo do nível que nós produtores merecemos”.
Em 2020, 3409 propostas receberam a subvenção federal no inverno. Em 2020, contando as safras de verão e de inverno, as adesões registraram incremento de 125% em relação a 2019. Na safra de soja 2019/20, foram R$ 45 milhões em indenização que retornaram para o produtor, o que equivale a 500 mil sacas de soja (considerando o preço médio da época). Nos contratos de seguro na Cotrijal, as instituições financeiras também podem ser colocadas como beneficiárias nas apólices. Através da Cotrijal Seguros, o produtor tem acesso a coberturas diferenciadas para cada cultura e facilidade no pagamento. As taxas são competitivas e os níveis de cobertura são baseados na produtividade das últimas sete safras da propriedade. Rural Clima
Cotrijal fecha parceria com a Rural Clima Onde estão as informações Site da Cotrijal; Portal Corporativo; Portal do Produtor; Programas de rádio diários da Cotrijal, com boletins e a participação dos agrometeorologistas.
A qualificação para a tomada de decisão é essencial e faz parte do dia a dia do homem do campo. E não poderia ser diferente quando o assunto é o clima, que interfere de modo direto nos resultados. É com esse pensamento que a Cotrijal passa a contar com os serviços de meteorologia da Rural Clima, empresa especializada em previsões agrometeorológicas, direcionada para a área de ação da cooperativa, mas com abrangência de todo o território nacional. Conforme o gerente de Produção Vegetal da cooperativa, Alexandre Doneda, o serviço chega para agregar informações
ao portfólio tecnológico do departamento técnico, com o foco em levar as melhores soluções para o produtor. “Nossa ideia é sempre fornecer informações precisas e atualizadas, seja em nosso site, aplicativo ou em uma simples conversa”, pontua. “A Rural Clima entendeu a demanda da Cotrijal e está ofertando as melhores condições, com ferramentas para que o trabalho possa ser desenvolvido. Nosso trabalho tem como base as necessidades do produtor rural e uma parceria com a Cotrijal eleva o nosso compromisso com a informação”, comenta Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da empresa.
A Rural Clima A Rural Clima é especializada em assessoria agrometeorológica e em previsão do tempo. A empresa trabalha com os três grandes modelos mundiais de previsão do tempo: CFSv2/GFS – Modelo Americano, ECMWF – Modelo Europeu e Meteoblue – Modelo Europeu, disponibilizando tais informações a todos os clientes ao alcance de um clique, auxiliando assim na tomada de mais assertiva decisão na escolha da melhor época de plantio, colheita e manejo das diversas culturas agrícolas.
Detec Cotrijal Os profissionais técnicos da Cotrijal recebem informações atualizadas via aplicativo de mensagem (whatsApp), com gráficos explicativos e comentários em áudio e vídeo dos profissionais da Rural Clima. Acesse o site da Cotrijal e confira como vai ficar o tempo para esta semana! Ouça o Agrocast Cotrijal e confira a entrevista com Marco Antônio dos Santos. Ele fala sobre as projeções de clima para o outono e inverno.
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Crédito
Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
Cotrijal é piloto em nova operação A Cotrijal foi escolhida para ser a cooperativa piloto para a primeira operação do CRA Garantido, modalidade de crédito que tem o BNDES como garantidor. A nova ferramenta foi defendida em reuniões lideradas pela cooperativa junto a entidades e representantes do Governo Federal e Congresso Nacional na Expodireto Cotrijal 2020 e depois de um ano de estudos e intenso trabalho foi concretizada.
A
ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou no dia 8 de abril um novo sistema que permite aos produtores rurais ampliar o acesso ao crédito. O modelo consiste em um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) com garantia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e é resultado de um ano de tratativas, iniciadas durante a Expodireto Cotrijal de 2020. O novo mecanismo foi defendido na feira como uma das formas de buscar recursos para reverter a difícil situação dos produtores gaúchos em função da estiagem que levou a uma grande quebra na safra. Na época, a Cotrijal liderou reuniões com entidades e representantes do Governo Federal e Congresso Nacional. Esse tipo de operação é um mecanismo que pode ser utilizado para renegociações de dívidas fora do sistema bancário ou concessão de novos créditos. Diferente do crédito rural controlado, o formato não está relacionado aos aportes oficiais da política pública. Além disso, ele pode ser utilizado tanto para crédito de custeio como de investimento. A estrutura da operação consiste na emissão de Cédula de Produto Rural (CPR) pelos produtores para a originadora. Os papéis são transformados em CRA por uma securitizadora, e são negociados no mercado financeiro. Os investidores terão a garantia do BNDES, o que reduz os riscos da operação e, consequentemente, os juros para os produtores. O valor da operação piloto é de R$ 29 milhões, com juros de 3,15%, mais 3,85% de despesas administrativas, ficando o custo total em 7%, e prazo de dois anos. O Banco Alfa será o coordenador líder, garantindo a comercialização dos títulos, e a securitizadora é o Grupo Ecoagro. Somatório de esforços A consolidação do projeto é vista pela Cotrijal como importante avanço na garantia de crédito para o campo, a custos compatíveis com a necessidade do produtor. O
Lançamento da novidade aconteceu através de evento virtual, no dia 8 de abril
fato de o BNDES ser o garantidor traz mais segurança à operação e gera concorrência no mercado. “Viabilizar a produção, com segurança, é estratégico para a Cotrijal. Estamos otimistas com a possibilidade de acessar crédito privado e honrados por sermos pioneiros nessa iniciativa-piloto, que, esperamos, gere interesse em novos investidores para o agro”, afirmou o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, ao participar do evento de lançamento do CRA Garantido. Para o vice-presidente Enio Schroeder, ganham os associados da Cotrijal e o agronegócio como um todo. “Embora neste primeiro momento beneficie um número menor de produtores, vemos como oportunidade para avançar no futuro. É essencial, para ter acesso a esse tipo de crédito, o produtor estar muito bem organizado em termos de documentação”, pontua. “Importante lembrar também que só foi possível concretizar esse projeto porque esses produtores estão vinculados a uma cooperativa com credibilidade e bem organizada”. Durante a live de lançamento da nova operação de crédito, a ministra Tereza Cristina disse que o CRA Garantido é o somatório de esforços que fez nascer essa ferramenta tão importante e inédita para o nosso agronegócio. “Que ele sirva de exemplo para outras cooperativas e para que outros bancos e seguradoras também possam entrar. Precisamos de muita gente, o agro cresceu muito. Temos poucos recursos oficiais, que têm que ser dirigidos para os pequenos e médios produtores”, disse. “O que a gente está celebrando é mais do que uma operação rotineira, é uma inovação. Ela marca a entrada num mercado promissor. Estamos desconcentrando o crédito nacional”, completou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, ao lembrar que a operação é piloto e ainda será aperfeiçoada para permitir sua ampliação.
Mais opções para financiar o produtor O mercado financeiro vem mudando nos últimos anos, com o governo reduzindo substancialmente o crédito rural. A cooperativa precisa olhar esse cenário e buscar alternativas para continuar financiando o produtor. Na visão do superintendente Administrativo-Financeiro da Cotrijal, Marcelo Ivan Schwalbert, o CRA abre caminhos. “Sempre acessamos o crédito oficial do governo, já acessamos crédito junto aos bancos, via tesouraria, e agora temos a possibilidade de buscar investidores”, explica. Nos Estados Unidos, essa prática é comum, e não só no agronegócio. “O agro brasileiro tem credibilidade e capacidade de pagamento. Mas sempre vamos olhar as taxas, se são favoráveis para a cooperativa e o produtor”, completa. Um aspecto importante é que a cooperativa só conseguiu participar da operação porque comprovou junto ao BNDES, através de documentação, o bom histórico dos produtores. “Para ter acesso a outras linhas, o produtor precisa estar ainda melhor organizado, com documentação e cadastro na cooperativa em dia”, alerta. OS CRAs - Conforme dados da consultoria Uqbar, os CRAs movimentaram R$ 15,81 bilhões em 2020. Uma alta de 28% na comparação com 2019. No total, foram 65 operações envolvendo 113 títulos. Com a entrada da garantia do BNDES, esses valores devem saltar nos próximos anos garantindo um novo cenário para o agronegócio brasileiro. Escaneie o QR Code e veja o evento completo de lançamento da nova operação de crédito
A opinião de quem participou da construção da iniciativa-piloto Farsul “Uma das bandeiras da Farsul é a do livre mercado. Queremos que esse tipo de operação seja cada vez mais frequentes e com mais atores. Isso significará maior concorrência, resultando em condições cada vez melhores aos produtores rurais para que possam continuar investindo no setor sem as limitações dos recursos oficiais”, presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira.
EcoAgro “A principal característica é a democratização do crédito, transformando ativos individuais de pequenos e médios produtores em estruturas mais robustas que acessam com maior transparência e credibilidade os investidores. É o primeiro passo para potencializar o financiamento agrícola de forma pulverizada, organizada, atingindo toda a cadeia do agro e permitindo principalmente o investidor pessoa física brasileiro a participar deste crescimento”, sócio exe-
cutivo, Moacir Teixeira. Banco Alfa “O sucesso desta operação inédita com o BNDES, Ecoagro, Farsul e a Cotrijal, servirá como referência para futuras operações do Alfa em conjunto com o BNDES para fomentar ainda mais o setor do agronegócio brasileiro”, diretor executivo de Corporate & Investment Banking do Banco Alfa, Augusto Martins.
Cotrijal digital
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Smartcoop: cooperativa investe na digitalização do campo Márcio Escobar/CCGL
A Cotrijal é uma das cooperativas integrantes desse projeto inovador, que dá mais força ao cooperativismo. A plataforma digital, lançada no dia 20 de abril, aproxima 173 mil associados de 30 cooperativas gaúchas do ecossistema digital. Juntos, eles são responsáveis por cerca de 50% da produção de soja, trigo e leite do estado.
A
transformação digital avança na agropecuária e contribui para a evolução dos resultados e também para melhorar a gestão do negócio. Produtor de grãos em Pontão, Maicon Heckler vê com bons olhos as inovações que têm chegado ao campo, mas está ciente da necessidade de buscar ferramentas que agreguem valor ao seu trabalho. Ele é um dos associados da Cotrijal que já testou a Smartcoop, plataforma digital criada sob a liderança da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS - FecoAgro. “Ter acesso às informações da propriedade com a facilidade de um aplicativo é muito bom. Essa tecnologia vem para ajudar ainda mais o produtor e leva o selo de qualidade Cotrijal, o que nos garante confiabilidade e segurança, algo tão importante nesse mundo digital”, destaca. A SmartCoop está em desenvolvimento desde 2019, em conjunto com as cooperativas filiadas à FecoAgro/RS. Com a plataforma, o produtor poderá
Nova plataforma digital foi lançada dia 20 de abril, em evento que contou com a participação do presidente da Cotrijal, Nei César Manica, e já está disponível em aplicativo
registrar todas as informações da propriedade, relativas a negócios e também manejos, além de interagir com o Departamento Técnico e visualizar imagens via satélite das lavouras e dados climáticos.
Fruto de trabalho conjunto O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, que participou da programação falando em nome das cooperativas, destaca que a novidade é um divisor de águas, porque foi construída com base nas necessidades do campo. “Temos ótimas tecnologias surgindo a todo momento, mas esta foi desenvolvida a partir das demandas do produtor, trazendo segurança e um conjunto de soluções que vai facilitar o trabalho, reduzir custos e fidelizar os associados às cooperativas”, afirmou. A intercooperação, na opinião do vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, tem esse aspecto importante da soma de forças visando objetivos comuns. “Através de um projeto de-
senvolvido de forma conjunta, em que tivemos ampla participação, os associados de todas as cooperativas serão beneficiados”, afirma. O presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, ressalta o empenho e a disponibilidade das cooperativas agropecuárias para o andamento do projeto, também com o apoio da CCGL. “Todos os pontos do projeto foram amplamente debatidos e agora é hora de colocar a mão
na massa, gerar os dados, lançar na plataforma e informatizar as nossas propriedades”. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, também participou da programação e afirmou que não é surpresa o avanço apresentado pelo cooperativismo através da nova plataforma digital. “O cooperativismo de vocês é referência para o país e boa parte do mundo”, destacou.
SmartCoop O que é? É uma plataforma digital de gerenciamento de dados para produtores rurais e cooperativas. Trata-se do primeiro sistema de inovação digital alinhado com a essência e com os princípios do cooperativismo. Está disponível em versão para desktop e aplicativo para celular para os associados das 30 cooperativas integrantes do projeto. Quais as ferramentas à disposição? - Gestão da propriedade (dados de colheita, manejos, semeadura, aquisição e venda de insumos); - Contato técnico (cooperativa); - Imagem de satélite da propriedade, por talhão; - Previsão do tempo, por talhão. Onde encontrar? A plataforma digital pode ser acessada via web ou pelo aplicativo, disponível nas lojas Google Play e IOS, de forma gratuita, para os smartphones.
Maicon Heckler, de Passo Fundo, é um dos produtores que já testou a novidade e elogia a ferramenta
Ouça a entrevista com o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, e confira mais informações sobre a SmartCoop
Para ver o evento de lançamento, noYouTube escaneie o código ao lado
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Jornal COTRIJAL de 2021 Jornal| Abril COTRIJAL | Abril de 2021 Cotrijal digital/Premiações
Assinatura eletrônica: mais facilidade e segurança nas transações comerciais A vida do homem do campo é intensa. Do levantar ao deitar, há muitas decisões a serem tomadas e tarefas para concluir. Nas transações comerciais, agilidade, praticidade e segurança se tornaram ainda mais essenciais nos últimos anos. É por isso que a Cotrijal lançou a gestão digital e assinatura eletrônica de documentos.
M
uitos produtores já estão se beneficiando da novidade. É o caso dos irmãos Caldato, que moram em Sananduva e têm terras em Esmeralda e Cacique Doble. “Facilitou muito, porque agora não preciso mais ir na cooperativa assinar os contratos. Posso fazer isso de casa, ou qualquer outro lugar, através do meu smartphone”, elogia Fernando Caldato, que trabalha em parceria com o irmão Rodrigo. Como moram há 120 quilômetros das áreas em Esmeralda, os irmãos têm rotina bastante agitada. Nesta safra, foram 800 hectares destinados para as culturas de verão, entre soja e milho. As primeiras áreas de soja colhidas renderam em torno de 60 sacas/hectare. O resultado é bom, considerando que houve um pouco de interferência do clima. Caldato destaca também que a possibilidade de assinar os contratos de forma digital trouxe mais segurança nas operações e facilita a gestão, já que os documentos ficam todos organizados de forma digital, num único local. “Ter todas as informações na palma da mão é importante para tomar decisões”, conclui. “Além disso, elimina muito papel”.
Fernando Caldato: novidade bem-vinda
Iniciativa pioneira A ferramenta utilizada para as assinaturas é a Docusign. A Cotrijal é a primeira cooperativa do agronegócio no Rio Grande do Sul a assinar contratos eletrônicos via Docusign. A solução foi viabilizada em um mês, de forma conjunta pelas áreas Jurídica, Tecnologia de Informação, Qualidade e Processos e Comercial Grãos. O processo de estruturação e viabilidade do projeto contou com a importante participação e interação dos produtores rurais da Cotrijal. Eles forneceram informações essenciais ao departamento técnico e unidades de atendimento no que diz respeito às suas necessidades relativas a assinaturas de documentos que viabilizam a comercialização de sua produção.
Cotrijal é a 58ª maior empresa do Agro brasileiro Quebra de safra, problemas climáticos, dificuldade logística e pandemia global. Mais uma vez, o agronegócio brasileiro resistiu e foi um oásis em meio ao cenário de retração econômica. Isso ficou refletido na lista das 100 maiores empresas do agro nacional, divulgada recentemente pela revista Forbes. Entre os destaques está a Cotrijal, que ficou entre as seis principais empresas gaúchas, entre as 16 maiores cooperativas e na 58ª posição geral. O faturamento recorde registrado em 2020, com a cifra de R$ 2,4 bilhões, marcou o resultado. OS NÚMEROS - Anualmente, a Forbes, uma das mais conceituadas revistas de negócios e economia do mundo, publica a lista com as empresas brasileiras do agronegócio que mais se destacaram. A elaboração teve por base informações de demonstrativos financeiros, da agência Standard & Poor’s, da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da empresa de informações financeiras Economatica. Foram consideradas empresas com faturamento no Brasil de pelo menos R$ 1 bilhão em 2019.
Levantamento da Revista Forbes considera o faturamento das empresas. Cotrijal chegou aos R$ 2,4 bilhões em 2020
Segurança Os contratos assinados de forma eletrônica pelos produtores da Cotrijal oferecem uma trilha de auditoria digital abrangente para confirmar a validade de suas transações. Além disso, a plataforma permite os mais avançados padrões de criptografia e segurança de dados, ficando assim comprovada a integridade dos dados e a legalidade das transações.
Como funciona Para ter acesso à ferramenta basta o associado contatar sua unidade de atendimento e atualizar o seu cadastro com seu endereço eletrônico (e-mail). Desta forma passará a receber seus contratos eletronicamente e poderá assiná-los rapidamente, acessando através do celular ou computador.
Líder na preferência gaúcha No dia 15 de abril, foram divulgados os resultados da pesquisa Marcas de Quem Decide. A cooperativa alcançou a posição de líder na preferência na categoria Cooperativa Agrícola, pelo segundo ano consecutivo, crescendo em pontos. Chegando à 23ª edição, a pesquisa é realizada pelo Jornal do Comércio, em parceria com a Qualidata, e reconhecida no mercado gaúcho como um instrumento fundamental de dados, ideias e reflexões que auxilia as empresas durante o ano todo. O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, reconhece a importância da iniciativa e ressalta que o fato de a cooperativa continuar a ter a preferência entre os entrevistados, a exemplo do que já aconteceu em 2020, evidencia o trabalho sério em prol do desenvolvimento regional. “Agradecemos e reforçamos nosso entendimento de que quando a cooperativa cresce, todos a sua volta também crescem”, pontua. Para o vice-presidente, Enio Schroeder, a menção da Cotrijal pelos entrevistados demonstra que a cooperativa vem sendo assertiva no seu posicionamento como principal parceira e defensora do produtor rural. “A cooperativa só é forte quando tem um quadro social forte e esse é um dos diferenciais da Cotrijal”, defende.
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Vida no campo
Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
Concretizando sonhos com segurança Guilherme Kreling/Detec Cotrijal
Quem trabalha com produção de grãos precisa gostar de desafios. Afinal, é uma atividade que depende de muitos fatores que não é possível controlar, principalmente o clima. Precisa também ser bom na matemática, para administrar de forma eficiente a propriedade.
A
família Conte reúne essas características. Natural de Tapejara, o casal José e Maria Conte sempre trabalhou na agricultura e, dentre os seis filhos, dois decidiram seguir a trajetória junto com os pais: Alceu e Cleiton. Mas perceberam que se quisessem se manter na atividade, com bons resultados, teriam que ampliar a área de produção, que era de 17 hectares. Comprar ou arrendar terras em Tapejara era inviável, pelo alto investimento necessário. A solução foi buscar áreas mais longe. Em 2011, surgiu a oportunidade de ir para Lagoa Vermelha, onde Alceu trabalhava como prestador de serviço na safra. “Convencemos o pai, vendemos as terras em Tapejara, e compramos uma área maior em Lagoa Vermelha”, conta o produtor. A escolha foi acertada e hoje a família planta 300 hectares na região, sendo 120 próprios. No verão, toda área recebe soja. No inverno, trigo, cevada e plantas de cobertura. A sociedade envolve também Dirceu, irmão que trabalha em outro ramo e permaneceu morando em Tapejara, mas ajuda na propriedade nos finais de semana.
Atenta aos bons negócios e fazendo investimentos que garantam o crescimento com segurança, a família Conte, de Lagoa Vermelha, vem colhendo bons resultados
Sustentabilidade é prioridade A família conduz os negócios sempre pensando na sustentabilidade da propriedade. A parte de gestão fica mais sob a responsabilidade de Cleiton, que, como bom administrador, é enfático: “A segurança vem em primeiro lugar”. É por ver na Cotrijal essa característica que a família se associou em 2016, logo que a cooperativa chegou a Lagoa Vermelha. “Leva-se muito tempo para construir um bom nome, digno de confiança. Agricultor precisa de crédito e de apoio de parceiros sérios, como a Cotrijal”, destaca Cleiton. “A cooperativa também nos disponibiliza produtos de qualidade”, acrescenta Alceu. “E a produção estando na Cotrijal, está segura, pois a cooperativa é nossa”.
Hora de guardar
Confiança no trabalho da cooperativa vem contribuindo para a evolução da propriedade
Embora Cleiton cuide mais da parte administrativa, as decisões da propriedade são tomadas de forma de conjunta. Alceu e o enteado Fernando estão diretamente envolvidos com a parte operacional da lavoura. Fernando, que gosta de tecnologia, cuida principalmente dos maquinários, sempre mantendo todos em ótimas condições e bem regulados, para que as operações a campo sejam eficientes. “Tem muita coisa boa surgindo em equipamentos, mas tenho aprendido que é preciso sempre avaliar a viabilidade”, comenta o rapaz. Para as próximas safras, tanto de inverno quanto de verão, a maioria dos insumos já está comprada. “Aproveitamos as campanhas oferecidas pela cooperativa”, justifica Cleiton, ressaltando que os negócios são feitos sempre com análise na situação de mercado.
A família José Conte, 64 anos, casado com Maria Conte, 62. Alceu Conte, 37 anos, casado com Cláudia Maria Daré Conte, 43. Cleiton Conte, 36 anos. Fernando Silva de Albuquerque, 22 anos, enteado de Alceu e filho de Cláudia. Yasmin Emanuelle Conte, 1,4 ano, filha de Alceu e Cláudia.
Quanto ao futuro, o desejo é arrendar mais áreas, pela disponibilidade de maquinário e mão de obra. Mas, no momento, os irmãos entendem que é preciso ter cautela, diante das incertezas econômicas e de mercado. Investir em semente de qualidade e adubo para manter boa produtividade é prioridade. “No mais, sem investimentos, mas guardar o que for possível”, afirmam.
Seguro diminui riscos Um dos investimentos de que a família não abre mão é o seguro agrícola. No inverno, há vários anos é feito em 100% da área de trigo. Na soja, esta foi a primeira safra. “Tivemos perdas ano passado devido à seca e agora também uma parte da área foi afetada pela falta de chuva”, relata Alceu. “É preferível ter a produção na mão, mas se não colhemos o desejado, com o seguro pelo menos não temos prejuízo”.
Social
Simoni Saldanha/Fina Cena
Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
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90 anos A vitalidade de Cecília Alflen Schons e sua vontade de viver impressionam. Não muito tempo atrás, ela ainda costurava, e muito bem, colchas e bonecas a partir de retalhos. Agora, com um pouco mais de limitação física, mantém a mente ativa, lendo livros, especialmente sobre plantas medicinais. Exemplo para os 11 filhos (um é falecido), 22 netos e 20 bisnetos, ela completou 90 anos no dia 23 de março. Sempre que possível, a família está em volta, o que a alegra bastante. Ela mora com a filha Rosane e sua família, em São José do Umbú, interior de Victor Graeff. Através do jornal, os familiares prestam homenagem à aniversariante e desejam muitos anos de vida.
100 anos O dia 12 de maio é uma data muito especial para a família Valiati, de Colorado. Mãe, vó e bisavó, Maria Acadrolli Valiati comemora 100 anos. Filhos, noras, genros, netos e bisnetos prestam homenagem à aniversariante: "Quanto privilégio chegar ao centenário de vida com toda essa saúde. Agradecemos a Deus por podermos estar juntos nesse momento especial. Foram 100 anos bem vividos, com muitos ensinamentos e amor. A senhora é um exemplo de mãe, vó e bisavó. Obrigado por fazer parte de nossas vidas. Amamos a senhora. Feliz aniversário".
Agronegócio A associada Rosani Scharlau, de Não-MeToque, concluiu neste ano sua formação técnica em agronegócio pelo Senar/RS, polo de Cruz Alta. Ela agradece familiares e amigos, em especial ao Departamento Técnico e produtores da Cotrijal pelo acompanhamento no período de estágio. Com várias outras formações já concluídas, Rosani atua como consultora ambiental e em gestão rural em Não-Me-Toque.
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Jornal da COTRIJAL | Janeiro de 2021 Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
Tem cheiro de café no ar!
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m grão, em pó ou em cápsula, difícil resistir ao cheiro do café! A bebida é a segunda mais consumida pelos brasileiros, ficando atrás apenas da água – para os gaúchos, o chimarrão entra na disputa. Embora o tradicional café passado na hora continue em alta, atualmente há uma série de novidades, incluindo os cafés aromatizados, disponíveis em supermercados. E para quem ainda afirma que o produto
faz mal, aqui vai um recado da nutricionista Raquel Jeager Fenner: beber café é benéfico para a saúde. “Mas, como tudo na vida, é preciso evitar os exageros”, acrescenta. O café ajuda a aliviar o estresse e pode melhorar o humor. A cafeína também melhora o raciocínio e a memória. A novidade é que o grão começa a ser também explorado por fabricantes de cosméticos, porque atrasa o processo de envelhecimento por causa dos antioxidantes.
Você sabia?
Energético de café com banana Ingredientes 1 banana média 1 xícara (de café coado congelado) 1 xícara de café coado em temperatura ambiente Adoçante, açúcar ou mel (a gosto)
Modo de preparo Bata tudo no liquidificador e sirva em seguida.
Dicas A banana é rica em potássio, vitaminas e minerais. É uma boa fonte de energia antes da prática de atividades físicas.
Café + canela Podemos aproveitar os benefícios do café com canela, para potencializar sua ação antienvelhecimento, contra demência, antioxidante e estimulante. A canela é rica em fibra, cálcio e vitamina K. Unindo esses dois ingredientes, você terá muito a aproveitar! Nutricionista da Cotrijal, Raquel Jaeger Fenner
Curiosidades O Dia Mundial do Café é comemorado anualmente em 14 de abril. Já o Dia Nacional do Café é 24 de maio. O cheiro do café é suficiente para despertar o cérebro humano de alguma forma. A conclusão é de pesquisa publicada pelo Journal of Environmental Psychology, nos Estados Unidos. O estudo reuniu 114 alunos, e dividiuos em dois grupos. Questões de matemática foram feitas a esses voluntários. O grupo de pessoas expostas ao cheiro do café durante o teste conseguiu alcançar uma pontuação “significativamente mais alta”, segundo os
pesquisadores envolvidos. Além disso, foi notado que esse grupo de alunos apresentou maior expectativa sobre o seu êxito na prova, o que também foi atribuído ao estímulo gerado pelo aroma da bebida. Nesse primeiro teste realizado, o cheiro de café usado era livre de cafeína e de qualquer outro tipo de estimulante, e ainda assim foi detectado por 70,4% das pessoas que faziam parte do grupo.
O produto é consumido por 9 entre 10 brasileiros com mais de 15 anos. Atualmente, o Brasil é considerado o maior produtor e exportador de café do mundo, seguido do Vietnã e da Colômbia. A borra do café funciona como um excelente adubo para plantas. A borra do café também é ótima para tirar o mau cheiro da geladeira. Até duas xícaras de café podem incrementar sua atenção por várias horas, mas, em média, de 20 a 30 minutos são necessários para a cafeína surtir efeito.
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Jornal Jornal COTRIJAL COTRIJAL || Abril Abril de de 2021 2021
Faz bem para a pele A indústria de cosméticos vem investindo em novidades com o uso do café, especialmente para a pele. Atualmente já há muitos cremes para pele que levam café ou cafeína na formulação. Alguns cremes são feitos com óleo do grão verde do café ou com óleo da borra do café e têm substâncias que agem como antioxidantes e anti-inflamatórios. Segundo estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ação é hidratante e protetora. Lembrando que em caso de dúvidas é sempre importante procurar um profissional especialista em pele.
Receita caseira de esfoliante
Benefícios do café para a pele
Tem substâncias anti-inflamatórias Auxilia na produção de elastina Possui antioxidantes, que previnem o envelhecimento Favorece a produção de colágeno
Ingredientes: Sabonete neutro específico para o seu tipo de pele 200 g de borra de café 3 colheres (sopa) de mel
Cappuccino: uma delícia
Modo de preparo: Lave o rosto com o sabonete neutro para deixar a sua pele preparada para a ação que vem a seguir. Com o rosto limpo, misture os ingredientes num recipiente até que você obtenha uma mistura homogênea. Aplique a mistura no rosto, sempre fazendo movimentos circulares. Deixe que a máscara descanse no rosto por 10 minutos e então enxágue com água em temperatura ambiente. Não se esqueça de aplicar um creme para garantir os efeitos da hidratação. Utilize um creme indicado para o seu tipo de pele.
Quando falamos em bolo de chocolate, já da água na boca. Que tal um bolo quentinho e suculento de chocolate com aveia? Confira essa receita fácil e saborosa que o Clube de Ofertas Supermercados Cotrijal separou para você!
Quer receber mais dicas como essa pelo WhatsApp? Basta salvar o número (54) 99711-6063 no seu celular e enviar #ofertas. Ou escaneie o código acima.
Você pode sugerir conteúdos para este caderno ou ter publicada aqui a sua receita preferida. Basta entrar em contato pelo WhatsApp (54)99932.1598.
Bolo de chocolate com farinha de aveia Ingredientes: 3 ovos 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal em temperatura ambiente ¼ de xícara (chá) de açúcar mascavo 3 colheres (sopa) de cacau em pó ¾ de (xícara) de farinha de aveia 1 colher (sopa) de fermento em pó 1 xícara (chá) de chocolate amargo em pedaços Raspas de chocolate para decorar Modo de preparo: Em uma tigela, misture com um batedor os ingredientes na ordem em que estão listados. Unte uma forma e despeje a massa, deixando a altura uniforme. Asse em forno preaquecido em temperatura média (180 °C) por cerca de 20 minutos, ou até a massa firmar. Espere esfriar para desenformar e adicionar as raspas de chocolate.
Com fãs incondicionais no mundo todo, o cappuccino é uma das mais tradicionais bebidas feitas a partir do café. Mas qual a maneira correta de fazê-lo? Na receita tradicional italiana, é feito adicionando um terço de leite, um terço de café e um terço de espuma do leite. No Brasil, é comum que a bebida seja servida com chocolate, cacau e canela. Se a proporção das receitas for alterada, novas bebidas surgem, como o café macchiato e o café latte. Ingredientes: 200 ml de leite em pó (pode ser de qualquer marca, integral ou desnatado) 3 colheres (sopa) de café instantâneo solúvel de qualquer marca também 1 colher (sopa) de chocolate em pó ou achocolatado 6 colheres (sopa) de açúcar demerara, mel ou adoçante 1 colher (sopa) de café de canela em pó 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio Modo de preparo: Em um recipiente, adicione todos os ingredientes. Feche esse pote e chacoalhe bem até misturar tudo. Você pode fazer essa mistura utilizando o liquidificador se quiser, até se tornar um pó bem fininho. Se preferir, pode não adicionar o açúcar. Dessa maneira você adoça diretamente na xícara. O preparo é bem fácil, em uma xícara coloque duas colheres de sopa dessa mistura e complete com água quente ou leite se preferir.
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Jornal COTRIJAL | Abril de 2021
Selo de qualidade Cotrijal evar ao campo somente as melhores tecnologias, testadas e validadas, sempre foi prioridade para a Cotrijal. É por isso que, desde 1996, a cooperativa mantém uma Área Experimental, onde testa todas as tecnologias antes de disponibilizá-las ao produtor. “Esse trabalho tem garantido mais assertividade no posicionamento técnico, especialmente nesses últimos anos, em que cresceu muito o volume de novidades que chegam até nós”, pontua o gerente de Produção Vegetal da Cotrijal, Alexandre Doneda. Para a produção vegetal, são 5,8 hectares e neste último ano, foram instaladas 720 parcelas no inverno e 1449 parcelas no verão.
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SAFRA DE INVERNO 2020 180 tratamentos 720 parcelas no campo
SAFRA DE VERÃO 2020/2021
Área Experimental da cooperativa é referência em validação de tecnologias
MILHO 17 híbridos avaliados 357 parcelas no campo SOJA 273 tratamentos 1092 parcelas no campo
Tecnologia para facilitar o dia a dia O Portal do Produtor vem se firmando como uma tecnologia que facilita o dia a dia no campo. Nesta safra, muitos produtores acompanharam diariamente a entrega dos grãos através do aplicativo. É o caso da família de Lotar Kienast, de Carazinho. “Que bom que a cooperativa vem com novas tecnologias”, afirma o associado. Quem mais acessa o aplicativo é o genro Fernando Moss da Silva, que cuida da parte operacional da propriedade, além da filha Cátia, que se envolve
diretamente com a gestão. “É ótimo ter um histórico da propriedade num único local. Facilita a tomada de decisões”, pontua ela. A safra foi boa. Os 200 hectares de soja renderam 73,52 sacas/hectare. Os 100 hectares de milho, 205 sacos/hectare. Se você ainda não usa o Portal do Produtor, informe-se junto à sua unidade de atendimento Cotrijal. É rápido, fácil e vai facilitar muito o seu dia a dia!
Equipe de primeira no campo Uma equipe de primeira não se constrói do dia para a noite. Muito menos uma relação de confiança. Na Cotrijal, a parceria entre assistência técnica e produtor, a troca de conhecimento e experiências, é o que tem feito a diferença para melhores resultados no campo. São mais de 80 profissionais a campo, trabalhando de forma conjunta com o produtor, para construir safras cada vez mais rentáveis. Na foto, Paulo César e o filho Júnior Sirena, com o engenheiro agrônomo Givago Borghetti, avaliando a colheita da soja em Carazinho.
CONFIRA NESTA EDIÇÃO CRA
Cotrijal é cooperativa piloto no Brasil em nova operação de crédito Página 12
SMARTCOOP
Avanço digital para o campo Página 13
GESTÃO ELETRÔNICA
Mais agilidade e segurança para as transações comerciais Página 14