Maio 2021

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Ano 22 | Nº 257| Maio 2021


2 Expediente Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial Rua Júlio Graeff, nº 01 Não-Me-Toque/RS - CEP: 99470-000 Fones: (54) 3332-2500 / 3191-2500 Diretoria Executiva Presidente: Nei César Manica Vice-presidente: Enio Schroeder Conselheiros de Administração Região Sede: Francisco Jorge Eckstein, Inézia Toso Meira, Jair Paulo Kuhns, Luiz Roberto Gobbi, Marcelo André Van Riel e Roveni Lúcia Doneda (Representante dos Líderes de Núcleos) Região Um: Jonas Francisco Roesler, José Valdir Kappaun (Representante dos Líderes de Núcleos) e Mateus Tonezer Região Dois: Cristiano Ulrich, Délcio Reno Beffart, Fabiana Venzon, Girlando Neiss, Jackson Berticelli Cerini, João Caetano da Rosa Neto e Milton Antônio Marquetti (Representante dos Líderes de Núcleos) Conselheiros Fiscais Titulares Heitor José Palharini, Vilmar José Sartori e Eliar Winter Conselheiros Fiscais Suplentes Eldon Matias Lampert, Gervásio Francisco Bins e Edemir Rosso Jornal da Cotrijal Publicação mensal editada pela Unidade de Marketing da Cotrijal Gerente responsável Benisio Rodrigues Jornalista responsável Mariliane Elisa Cassel Textos e fotos Fernando Teixeira, Mariliane Cassel e Foto Choks Colaboração: Maiquel Rosauro Projeto Gráfico Plano Comunicação Ltda. Fone: (55) 98127.9339 Impressão Tapejarense Indústria Gráfica Fone: (54) 3344.1214 Comercialização Agromídia - Desenv. de Negócios Publicitários Ltda - Fone: (11) 5092.3305, Guerreiro Agro Marketing Fones: (44) 99180.4450/3026.4457 e Prisma Produções Gráficas - Fones: (54) 3045.3489 /99233.3170

Jornal COTRIJAL | Maio de 2021

Opinião

Safra de desafios e aprendizado “É assim, atenta às necessidades dos associados, que a Cotrijal segue trabalhando, inovando, trazendo as melhores soluções, em todas as áreas, para ser a melhor opção de parceria para o campo.” Encerramos mais uma safra de verão, e que safra! Começou já desafiadora, com alerta para ocorrência de La Niña e falta de chuvas. A perspectiva era a pior possível, considerando que o ciclo anterior foi frustrado. Felizmente, a previsão pessimista não se confirmou. Mas tivemos problemas, sim. Faltou chuva em muitos locais, especialmente onde a soja foi semeada mais tarde, mas, ainda assim, podemos considerar que foi uma boa safra, em termos de produtividade, para grande parte dos produtores e ótima para alguns, especialmente se analisarmos a situação de mercado. No milho, fechamos com média de 173,3 sacos/hectare, bastante acima do ciclo anterior - 131,1 sacos/hectare - e abaixo da safra 2018/19, que teve recorde histórico -204,2 sacos/hectare. Em relação ao Rio Grande do Sul, que tem média estimada em 90,5 sacos/ hectare, os produtores da Cotrijal colheram 82 sacos a mais. Considerando o preço do grão, a rentabilidade é muito boa. Na soja, a média na área de ação da cooperativa fechou em 65,4 sacas/ hectare, bem superior a 2019/20, quando sofremos com a seca e alcançamos apenas 44,3 sacas/hectare, e próxima da safra 2018/19 - 67,3 sacas/hectare. Em relação ao estado, que tem média estimada em 55,4 sacas/hectare, são 10 sacas a mais colhidas pelos nossos produtores. Considerando o bom momento do mercado e as excelentes oportu-

nidades que a cooperativa conseguiu disponibilizar para a compra de insumos, os produtores terão neste ano condições de se recuperar um pouco dos prejuízos da safra passada e se programar de forma bem planejada para construir um novo ciclo de bons resultados, tanto para o inverno quanto o verão. Agora é tempo de estar atento às movimentações do mercado, tanto para compra de insumos quanto venda dos grãos, aproveitando os momentos de relação de troca favorável, já que há perspectivas de crescimento dos custos de produção. Ainda analisando a safra, a Cotrijal Seguros mais uma vez teve papel importante, salvando os produtores que tiveram dificuldades e estavam com suas áreas seguradas. Na soja, do total de área financiada, 81% tinha seguro. Considerando as nossas quatro principais culturas – soja, milho, trigo e cevada –, 83% de toda área financiada estava coberta pelo seguro. Os números são expressivos e trazem segurança para a cooperativa e o produtor. Hoje estamos entre as três cooperativas que mais contratam seguro no Brasil. Entendemos que, diante dos riscos da produção de grãos, o seguro é um caminho sem volta. Estamos também buscando mecanismos de crédito dentro das novas exigências do mercado financeiro, o que vai beneficiar o produtor e a cooperativa. Além disso, a nossa Unidade de Beneficiamento de Sementes está implantando um novo

processo, que vai trazer ainda mais segurança na seleção das melhores sementes. Recebemos, ao final da safra, muitas manifestações de reconhecimento ao trabalho da assistência técnica, ao atendimento lá na ponta, à evolução nas estruturas, às inovações em várias áreas. É assim, atenta às necessidades dos associados, que a Cotrijal segue trabalhando, inovando, trazendo as melhores soluções, em todas as áreas, para ser a melhor opção de parceria para o campo. Juntos, fica mais fácil enfrentarmos os desafios, buscar respostas, aprender e seguir em frente. Nei César Manica Presidente da Cotrijal

Espaço do Leitor Hora de agradecer Em forma de agradecimento, a Cotrijal lançou em suas redes sociais (Facebook e Instagram) um vídeo especial, com imagens do trabalho dos nossos associados na última safra de verão (soja). Uma colheita cheia de expectativas, em função do alto preço do grão, e que deixou muito aprendizado. Veja o vídeo e deixe o seu comentário.

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Conforme o Departamento Técnico da Cotrijal, uma pergunta frequente dos produtores é sobre a regulagem do pulverizador, com troca e ajuste das pontas de pulverização. Qual a importância dessa ação? “No caso da soja, depois do fechamento das linhas, há alta massa vegetativa (mais de 200.000 plantas/ha), e o desafio da tecnologia de aplicação é atingir as pragas e patógenos localizados principalmente no baixeiro. Para controle, necessitamos de alta capacidade de cobertura e penetração das gotas (finas e médias). Já na dessecação, os alvos (plantas voluntárias) são mais fáceis de atingir. Portanto, é crucial a troca das pontas de pulverização, que antes promoviam gotas finas e médias,para grossas ou muito grossas”.Mariah Dupont Mattei, coordenadora de tecnologia de aplicação da Cotrijal Mais sobre esse tema? Veja o vídeo em nosso canal no YouTube.

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Contatos (54) 99932-1598 imprensa@cotrijal.com.br


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Proteção de dados

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Segurança é prioridade na Cotrijal

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confiança do associado em sua cooperativa vai além da produção. Ele sabe que é papel da Cotrijal agir de forma responsável em diversos ramos, sempre com o foco na qualidade de serviços e até mesmo proporcionando qualidade de vida para o seu produtor/ cooperado. Esta realidade também está relacionada com a proteção dos dados pessoais dos associados com a sua cooperativa, fato que não é novidade, mas que ganhou uma atenção diferente nos últimos meses, principalmente com a Lei Geral de Proteção de Dados. Em vigor desde setembro de 2020, a lei está mudando as rotinas e processos nas empresas e cooperativas brasileiras. “Com a lei, buscamos melhoria nos processos e seguimos com o trabalho, no sentido de levar cada vez mais segurança em nossos negócios, para que o produtor também possa entender a forma como a cooperativa desenvolve ações seguindo as diretrizes esta-

belecidas pela legislação”, explica o superintendente Administrativo-Financeiro, Marcelo Ivan Schwalbert. Conforme o advogado e encarregado da proteção de dados pessoais da Cotrijal, Rodrigo Perin Raber, para a adequação à LGPD a cooperativa está investindo em tecnologia e aprimorando seus controles em segurança da informação, além de formalizar suas diretrizes em políticas internas e externas. “Com essa nova Lei, as pessoas passam a ter direito a ter informações claras sobre o uso dos seus dados pessoais, algo que já é inerente à nossa relação com cooperados, associados, clientes e colaboradores. Na Cotrijal, dados pessoais são utilizados para as finalidades informadas e legalmente autorizadas”, explica Raber. Outro detalhe está no mapeamento das atividades, que permite entender onde estão concentrados dados pessoais de associados, clientes, terceiros e colaboradores, qual a necessidade de sua coleta e a finalidade de uso. “Além disso, estamos formalizando junto aos nossos stakeholders regras de uso de dados pessoais, o que

Schwalbert: proteger e orientar é o foco

também acontece em todos os nossos novos projetos e atividades e reforça nossa conformidade, transparência e segurança”, detalha.

A lei

Raber: cooperativa engajada

A LGPD, como é conhecida, regra o tratamento e a proteção de dados pessoais no Brasil visando à garantia de direitos fundamentais de todas as pessoas, em especial o da privacidade. Os dados Dados pessoais são todas as informações que identifiquem ou tornem identificáveis pessoas físicas e abrangem todas as ações que realizamos com eles, isto é, a coleta, armazenamento, compartilhamento e até a eliminação de dados. Adequação A Cotrijal nomeou um Comitê Interno de Privacidade

e Proteção de Dados, com uma equipe multidisciplinar, que vem trabalhando junto a todos os setores da cooperativa para adequar todas as rotinas ao que exige a LGPD. Para o produtor, seja ele associado ou não da Cotrijal, foi desenvolvida a Política de Privacidade do Produtor,disponível em todas as unidades de negócios. O objetivo é que o associado saiba como são tratados os seus dados pessoais e assine um termo de ciência que tem vinculação à política, para que assim ele também possacontribuirnarelaçãodetransparênciaeresponsabilidade com a cooperativa.


Jornal COTRIJAL | Maio de 2021 Arquivo pessoal

4 Mês das mães

Dedicação, superação e muito trabalho. As mulheres do campo são exemplos de perseverança ao tomar conta dos filhos e, ao mesmo tempo, dos negócios das propriedades.

“Tudo tem que ter uma prioridade. Tive que me reorganizar”, explica Anegrid Gnich dos Santos, mãe de um casal e responsável por um jardim turístico e uma floricultura com trabalhos desenvolvidos em toda região

Mães do Agro

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er mãe nunca foi tarefa fácil. As dificuldades são ainda maiores no meio rural, setor que exige dedicação constante. Mas o tempo mudou e a sociedade evoluiu junto com a tecnologia, mostrando a superação das mamães que fazem tudo por seus filhos e, ao mesmo tempo, seguem com a lida no campo. E superação é a palavra que melhor define Anegrid Gnich dos Santos, 44 anos, de Victor Graeff. Aos sete anos de idade ela já lidava com trator, aos dez começou a dirigir carro e aos 12 já guiava caminhão e colheitadeira. Aliás, até hoje ela segue habilitada para dirigir caminhão. Anegrid sempre foi esforçada e, por incentivo de sua mãe, Delci Gnich, precursora dos belos jardins que fazem parte do roteiro turístico Caminho das Topiarias, Flores e Aromas, ela decidiu trabalhar com flores. “É o que acontece com muitas mulheres do interior. A gente quer ter uma renda, quer trabalhar, quer fazer alguma coisa que seja nossa”, explica. Nascia assim uma floricultura que, hoje, faz sucesso em toda a região. Mas não foi fácil para Anegrid realizar um sonho ainda maior, se tornar mãe. Ela precisou interromper a faculdade de Agronomia, que cursava em Passo Fundo, para se dedicar à gestação de Émerson, seu filho mais velho, hoje, com 21 anos. Pouco tempo depois, veio a Luani, 16. Enquanto Anegrid toma conta do jardim e da floricultura, desenvolvendo projetos em diversos

municípios (como, por exemplo, o paisagismo das últimas 14 edições da Expodireto Cotrijal), seu marido, Luis Fernando, administra as lavouras da propriedade. “Começamos plantando flores em copinhos de refrigerantes, a atender uma vizinha e vender aqui e ali. Aos poucos, chegamos aonde estamos hoje, atendendo uma região muito grande e seguimos morando no interior. Muitas mulheres questionam morar no interior, mas hoje não é desculpa onde você mora. Com internet e tudo o que temos à disposição, se você quer fazer alguma coisa você consegue”, salienta Anegrid. Outra paixão da família é cantar, o que serviu de incentivo para Émerson, hoje, cursar faculdade de Música. Quando tem um tempo livre, Anegrid pega o violão e reúne os filhos para soltar a voz.

“Se você quer fazer alguma coisa você consegue”, diz Anegrid

Prioridades Mas como sobra tempo livre para ser mãe, esposa e ao mesmo tempo administrar uma floricultura e um jardim? “Tudo tem que ter uma prioridade. Tive que me reorganizar. Não tenho mais 25 anos e a idade pega. Tem que ter pessoas ao seu lado que te auxiliem e que consigam deixar as coisas mais organizadas. Fazendo uma coisa de cada vez, você consegue sim”, explica Anegrid.

Outra dica, segundo ela, é manter a simplicidade. “Somos muito simples na maneira de trabalhar, mas sempre com a preocupação de que tem que estar tudo perfeito. Acho que isso faz a diferença. Mesmo na simplicidade, mas fazendo as coisas corretas”, pontua.


Mês das mães

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Incentivando desde o berço Arquivo pessoal

Neste cenário em que as mulheres vão ganhando cada vez mais espaço, destaque para a produtora e associada da Cotrijal, Gisele Neuberger, 24 anos. Ela é mãe do Marco Antônio, dois anos e nove meses, e do João, um ano e quatro meses, e administra uma propriedade leiteira na localidade de Rio Bonito Alto, em Pontão, com o apoio dos pais e do marido Marcos Rovani, médico veterinário da Cotrijal. “Já é puxado ser mãe e trabalhar, então, é ainda mais difícil. Tem que se dividir para conseguir conciliar as duas

coisas”, afirma Gisele. Ela tem como braço direto a mãe, Maria Lourdes, que ajuda na administração da propriedade. Ela puxou dos pais o amor pela atividade leiteira e já incentiva Marco Antônio e João a seguirem no mesmo caminho. “Desde a barriga eles estão juntos comigo na lida. Quando nasceram, eu os levava junto para a sala de ordenha no bebê conforto”, relata. Hoje, há 50 vacas em ordenha na propriedade e a expectativa é passar para 65 animais até o final do ano. Arquivo pessoal

João e Marco Antônio (em pé) são criados pertinho da lida

Gisele Neuberger tem sua mãe, Maria Lourdes, como braço direito na propriedade

Cada vez mais protagonistas Arquivo pessoal

Agatha é mãe da pequena Antonela, 6 anos

A entrevista com colaboradora da Cotrijal, Agatha Seelig Kunzler, 34 anos, estava marcada para as 14h de uma sexta-feira, por telefone. Mas atrasou uns 15 minutos por um motivo especial. “Uma funcionária veio me contar que está grávida. Eu fiquei bem feliz. E como não dar uma atenção? Quando a gente é mãe já pensa diferente, não pensa como colega, pensa como mãe”, relata. Agatha é mãe da Antonela, 6 anos. Ela atua no setor de acerto, em Victor Graeff, responsável pelo meio de campo entre o produtor e a cooperativa. Ela é testemunha do aumento do protagonismo das mulheres no campo. “As associadas participam bastante, antes eram mais omissas. Mas agora elas mesmo vêm fazer os negócios e com poder de decisão”, comenta. Agatha acredita que esta mudança de comportamento esteja relacionada ao empoderamento da mulher, incentivada pelo avanço da tecnologia e pela própria Cotrijal que trabalha a questão e ajuda a abrir horizontes. “Às vezes, ligamos para os produtores oferecendo a opção de venda futura de soja e eles conversam muito com as esposas. É comum ouvir algo como ‘hoje minha mulher disse não, vamos esperar um pouco’. Se abriu esse leque que é muito importante”, avalia. Agatha seguiu os passos dos pais, professores, e se formou em Magistério e Pedago-

gia, com pós-graduação em Educação Especial. O prazer em trabalhar com pessoas, aprendido em casa, ela trouxe para a Cotrijal, há 12 anos. Hoje, Agatha é uma das 630 colaboradas da cooperativa (confira no quadro).

Colaboradoras da Cotrijal Quantidade de mulheres por faixa etária

Até 17 anos - 3 18 a 30 anos - 269 31 a 40 anos - 205 41 a 50 anos - 129 Acima de 50 anos - 24 Total = 630

Em 2020 - 36 mulheres (colaboradoras) foram mães. Entre 2016 e 2020 - 131 colaboradoras ingressaram com o atestado de licença maternidade. Conforme levantamento da Unidade de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Cotrijal.


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Dedicação para a vida inteira Arquivo pessoal

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na Maria Bridi Cattani, 80 anos, é ótimo exemplo de como as mulheres conquistaram o seu espaço no campo nos últimos anos. Filha mais velha de 12 irmãos, desde pequena ela trabalhou com os pais na agricultura, na Linha Quati, em Colorado. Ao lado da mãe, ajudava com as vacas leiteiras. “Com o pai eu serrava dormentos (travessas de madeira usadas na via férrea). E tudo no serrote, não havia motosserra. Minha faculdade é lavoura e família. Meus irmãos foram estudar. Dois foram para o seminário quando fizeram 10 anos”, comenta Ana Maria. O tempo passou, Ana Maria se casou com Rui Cattani (já falecido), compraram um pedaço de terra e seguiram na agricultura, sempre trabalhando de forma manual, com boi e carroça. A essa altura ela não era mais uma ajudante, mas voz ativa nos negócios. “Sempre acompanhei meu marido, trabalhávamos juntos e nos negócios ele não fazia nada sem falar comigo. Ele fez o talão (de produtor rural) dele e insistiu para que eu também fizesse o meu. Sempre fomos associados da Cotrijal, lembro que vendíamos aquele pouquinho de leite e sempre fomos bem atendidos”, relata Ana Maria. Tanto esforço foi recompensado com a chegada dos filhos, que seguiram na agricultura e até hoje estão ao lado de Ana Maria. Ela teve cinco filhos, um já falecido. Nos últimos tempos, as visitas ficaram um pouco mais escassas, mas sempre quando aparecem usam máscaras de proteção contra covid-19 e recomendam que ela se cuide e não saia de casa. “Trabalhei tanto, mas agradeço a Deus todos os dias tudo que ganhei com a minha família”, afirma Ana Maria.

Campo mais feminino

Dados divulgados pelo Censo Agropecuário 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que das mais de 15 milhões de pessoas que atuam no campo, 19% são mulheres. Na mesma pesquisa, de cada 10 chefes de fazenda, pelo menos dois cargos têm no comando o público feminino. Aumentar o protagonismo das mulheres é a intenção da gerente geral da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Tânia Zanella, que é mãe do Luiz Felipe, 14, e da Isabela, 12. Ela relata que, desde antes da pandemia não era uma questão simples equilibrar as necessidades dos filhos com o trabalho nas propriedades, onde o lado humano típico das mulheres resulta em ganhos reais e resultados promissores. “Não é mais uma discussão do porquê da importância da mulher.A participação dela dentro do negócio acaba aumentando os lucros, isso já está mais do que comprovado. Agora, temos que pensar como a mulher, em especial a mãe, tem que fazer todo um esforço de como enfrentar todos os desafios, que não são poucos”, reflete. De acordo com a pesquisa do IBGE, juntas, elas administram cerca de 30 milhões de hectares, o que corresponde apenas a 8,5% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais no país. Conforme Tânia, a mulher não busca tomar o espaço do homem, mas ajudar e apoiar.

Da esquerda à direita: Paulo César Cattani, Neusa Lucia Tonett, Ana Maria Bridi Cattani, Lenir Cleusa Cationi e Anderson Luís Cattani

Amor profundo em sua essência Ele já foi vendedor de loja, padre, trabalhou em uma revenda de caminhões e com recursos humanos para uma cervejaria. Hoje, casado, pai de dois filhos, Adroaldo Lamaison desenvolve atividades para a Igreja, empresas e entidades, ministrando palestras e seminários. Quando fala sobre as mães, trata do assunto com propriedade. Ele brinca que dentro de uma mãe existem várias mulheres: mãe, esposa, professora, psicóloga, enfermeira, costureira... o que ele considera um amor profundo e incondicional. “Trabalhei como padre, visitava hospitais e presídios. Encontrei uma mãe que visitava o filho toda semana na prisão, ficava horas na fila, passava roupa e levava comida. E ele era um bandido, que fez coisas ruins. Um dia o diretor do presídio perguntou por que ela mantinha essa rotina? E ela só respondeu: é meu filho”. Para Lamaison, essa fonte de motivação das mães não é feita de interesse, mas a essência pura do amor em servir, cuidar e proteger sua cria. “É fascinante, é um sinal do amor de Deus. Como padre, às vezes, eu tinha que definir Deus e sempre dizia: Deus é mãe, é esse amor bonito 24 horas por dia. Perguntava às crianças o que elas gostavam em suas mães e depois o que não gostavam. Eles respondiam que a mãe era chata, mas eu buscava explicar que essa chatice era

cuidado e preocupação”, relata. Se você leu com atenção esta reportagem deve ter notado que todas as mulheres entrevistadas seguiram os passos de suas mães. Para Lamaison, isso não é coincidência. “O filho só é o que é pelo amor que a mãe deu”, afirma o palestrante. Arquivo pessoal

Adroaldo Lamaison considera o amor de mãe fascinante


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Mês das mães

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Fotos arquivo pessoal

Neste mês de maio recebemos diversos registros de filhos e filhas de colaboradores e associados da Cotrijal, que homenagearam sua mães. Confira alguns cliks! As fotos também estão em nossas redes sociais em um clipe com todas as imagens que recebemos neste mês de maio. O material está publicado em nossa página do Facebook e também no Instagram @cotrijalcooperativa. Diana Grotto com a mamãe Delia – Não-Me-Toque Daniele e a mamãe Ivete Antoniolli – Sertão

Bruna e Leonardo com a mamãe Silvana dos Santos Ecker – Almirante Tamandaré do Sul

Mamãe Cleocir Castioni com os netinhos Ângelo e Martina – Colorado

Mamãe Cristiana Negri com as filhas Luiza e Carolina – Coxilha

Eliane e Heloisa com a mamãe Neuza T. da Silva Kuhn – Tio Hugo Vanessa e a mamãe Adriana Schiel – Coqueiros do Sul

Letícia e a mamãe Nelci Ribeiro Sachser – Coqueiros do Sul Nicole e Kysi com a mamãe Mirtes – Tio Hugo Claudete e o esposo Delcio com os filhos Junior e Maine – Victor Graeff

Mamãe e avó Justina Diefenthaeler com as filhas Ana Paula e Vanessa e as netas Manuela e Maria Cecília - Não-Me-Toque

Mamãe Antônia e a filha Antoniella Maurina – Muitos Capões

Thaís e a mamãe Lúcia Lemos Turek – Tio Hugo


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Avaliação de safra

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Como está a lavoura do vizinho? A safra 2020/21 encerra com uma certeza: conhecer a realidade da sua propriedade, adotando estratégias específicas por área, de forma integrada, é o caminho para avançar em produtividade.

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roduzir mais é a meta de todo agricultor. Afinal, essa é a principal forma de reduzir custos e ampliar a rentabilidade. O desafio é identificar onde e como melhorar. Olhar para a lavoura do vizinho pode ajudar, mas mais importante é entender a sua realidade e fazer o dever de casa, independente do clima. Segundo o Departamento Técnico da Cotrijal, a safra foi de contrastes. Na soja, a falta de chuva prejudicou muitas lavouras, especialmente as semeadas mais tarde e também nas áreas mais ao norte da região de atuação da cooperativa. Mas aqueles que têm um histórico de eficiência em fatores decisivos, nas áreas onde houve mais regularidade de chuva, conseguiram ótimo resultado. Manejo fitossanitário e de plantas de coberturas, correção do solo, rotação de culturas, adubação equilibrada e sementes certificadas são os pontos principais de atenção para uma safra de

sucesso. Se bem conduzidos, representam grande diferença na produtividade. “Aqui na nossa vizinhança, todo mundo pega junto e com o mesmo objetivo, produzir bem e com rentabilidade”, explica José Piccinini (Juca). O produtor trabalha em 120 hectares

A pesquisa comprova A utilização de plantas de cobertura no póssafra de verão (soja ou milho) representa um ganho que, dependendo das plantas de cobertura utilizadas, varia de 6 a mais de 9 toneladas na formação de palhada. Também auxilia na proteção de solo e evita os danos causados pelo pousio. Juliano José Alves Xavier

em Linha Carolina, interior de Colorado, e fechou a produtividade em 84,6 sacas de soja por hectare nesta temporada. A estratégia da propriedade está focada na correção da fertilidade e na proteção do solo, com utilização de plantas de cobertura para produzir palha e possibilitar o manejo antecipado de

Capricho no milho de hoje rende na soja de amanhã

ervas daninhas. No pós-safra, foram adicionados 3.200 kg de calcário por hectare. Esta será a quarta safra que Piccinini adota a semeadura de plantas de cobertura de forma consorciada no pósverão, utilizando, como novidade, milheto em parte da área. Arquivo pessoal

“A lavoura de milho exige capricho”, avalia Everaldo Worst, de Lagoa dos Três Cantos. Com 112 hectares destinados para o cereal, ele fechou sua produção em 209 sacos/ hectare. O produtor está satisfeito com a produtividade e também com a rentabilidade, em função do mercado favorável. “O investimento é alto e por isso tudo precisa ser bem-feito”. A adubação com cama de aviário é uma das práticas testadas e aprovadas na propriedade, com bons resultados. “Conseguimos aumentar os níveis de fertilidade, e o principal, de forma sustentável, trazendo benefícios para o milho e também para a soja, que entrará na área na sequência”, explica o produtor. Everaldo não tem dúvidas da importância do milho para melhores resultados com a soja. Ele contabiliza de 5 a 7 sacas a mais de soja nas áreas que receberam o cereal na safra anterior.

A pesquisa comprova

Gelson Piana e o associado Juca Piccinini já conferem o desenvolvimento da cobertura pós-soja

A utilização de 1/3 da área com milho no verão, além da produção de aproximadamente 10 toneladas de palha no solo, auxilia no controle doenças e pragas. Destaque para o mofo branco, que em áreas de milho diminui a presença nas lavouras de soja no ano seguinte, além de auxiliar no controle de plantas daninhas resistentes.

Everaldo Worst trabalha com 740 hectares destinados para a produção de grãos



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Avaliação de safra

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O desafio das plantas invasoras Noeci Bacchi (Detec)

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las estiveram presentes em todas as lavouras nessa safra. Trata-se das ervas daninhas. Buva, capim-amargoso, capim rabo-de-burro, caruru, dentre outras. E trouxeram um desafio e tanto para os agricultores de toda a área de ação da cooperativa. José Leandro Durigon, produtor em Três Pinheiros, Sananduva, entende a gravidade do problema e cita que a resistência a herbicidas torna o controle mais complicado. “A rotação de culturas, seja no verão ou no inverno, é uma das estratégias para facilitar o manejo, possibilitando rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação. Já o manejo biológico é intensificado com a formação de palhada”, conta. Com 200 hectares destinados para a produção de grãos, o produtor revela que 25% da área é destinada para o milho e 75% para a soja no verão. Já no inverno, 25% da área recebe trigo e o restante, aveia preta. “Ou seja, o controle de plantas invasoras acontece durante todo o ano em nossa propriedade e mesmo assim não podemos perder o foco”, detalha.

A pesquisa comprova A semeadura das culturas de inverno deve acontecer no limpo, ou seja, após uma boa dessecação e eliminação do maior número possível de plantas invasoras. Com essa condição, a presença de plantas daninhas também diminui nas culturas de verão, facilitando assim o seu manejo e evitando prejuízos.

José Leandro Durigon, com o pai Anito Durigon e o técnico agrícola da Cotrijal, Anderson Correia de Aguiar

Manejos para conter o mofo branco Um problema silencioso, que foi novidade em muitas lavouras de soja nesta safra, é o mofo branco. Maicon Simioni, com áreas em Tupanci do Sul, revela que vem realizando um trabalho específico para conter os avanços da doença, com a rotação com milho e manejo químico. Porém, nesta safra, 30 hectares sofreram perdas. “Ainda estamos aprendendo a lidar com a doença, através de ações preventivas, como o aumento da área de milho e um monitoramento mais constante”, explica o produtor. Mesmo assim, ele está satisfeito com o resultado de suas áreas, revelando que o manejo fitossanitário, para todo o complexo de doenças e pragas, é focado na prevenção e ocorre com 4 a 5 entradas na lavoura para aplicação de fungicidas e inseticidas. “Seguimos à risca as recomendações técnicas e o resultado está aí. Bons manejos e controles eficazes de pragas e doenças nesta safra. Sofremos também com a falta de chuva em momentos decisivos do de-senvolvimento da soja, o que reduziu a produtividade”, detalha o produtor, que fechou sua produção com média de 55 sc/ha.

Números da Cotrijal Mais uma vez, repetindo o desempenho das últimas safras, os produtores da Cotrijal se destacaram em produtividade. A média na região de atuação da cooperativa continua maior do que o estado do RS, tanto no milho quanto na soja.

Arquivo pessoal

A pesquisa comprova Como parte do manejo integrado da doença, o Departamento Técnico da Cotrijal destaca as seguintes medidas de controle: sementes certificadas, tratamento de sementes com fungicida, cobertura do solo com palhada, rotação e/ou sucessão de culturas, cuidado na escolha de cultivares, limpeza de implementos e colhedoras, controle biológico e controle químico.

Para aumentar a produtividade “Para controle do mofo branco na soja, é necessário que o produtor adote as várias práticas que compõem o manejo integrado da doença. Quando combinadas, elas vão ajudar a reduzir a pressão do inóculo na área de maneira sustentável e racional, reduzindo as perdas e viabilizando a atividade agrícola em áreas com histórico da doença”, destaca Alexandre Nowicki, coordenador técnico de Difusão da Cotrijal.

Maicon, Honorino e Mauro Simioni já direcionam os trabalhos para a próxima safra



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Inovação

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Inteligência artificial na seleção das melhores sementes

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Cotrijal segue inovando na produção de sementes. Na próxima safra de verão, todos os lotes de soja beneficiados na cooperativa chegarão ao campo somente depois de passarem por um novo processo que se beneficia da inteligência artificial para tornar ainda mais assertiva a seleção das melhores sementes. A tecnologia pioneira já foi utilizada na última safra de forma experimental, em 20% da produção, e diante dos ótimos resultados agora passa a ser adotada em todo volume de soja beneficiado. Dentre os ganhos, está a possibilidade de aumentar o índice de aprovação de um lote de sementes – na safra 2020/21, ao redor de 90%, pode superar os 95% de viabilidade com a nova tecnologia. O equipamento é eletrônico, com base em dados de inteligência artificial, e seleciona as sementes indesejadas em lotes beneficiados. Essa identificação acontece de várias maneiras, com análise de cores, deformidades causadas por fungos e outros danos.

Tecnologia japonesa conta com 12 células em funcionamento na UBS

A gerente de Produção de Sementes, Cláudia Moi Soares Rother, explica que o processo até então realizado seguia os protocolos da gravidade, fazendo a seleção por tamanho, forma e peso. “Já conseguíamos fazer uma ótima seleção, mas hoje a cor da semente representa uma característica importante e com essa tecnologia conseguimos separar esses grãos e ganhar em qualidade”, pontua Cláudia. A gerente de Produção de Sementes da Cotrijal está satisfeita com os resultados apresentados com a nova tecnologia

Case de sucesso na safra 2019/2020 Devido à estiagem na safra de soja de 2019/2020, o mercado de sementes registrou incidência de sementes esverdeadas. Essas sementes, dentro de um lote, têm a tendência de prejudicar a qualidade, principalmente durante o período de armazenagem. Ou seja, não é seguro produzir um lote que contenha sementes esverdeadas. A produção de sementes da Cotrijal conseguiu tornar viáveis alguns lotes, o que seria impossível sem a utilização na tecnologia. O indicador - Mais de 90% do volume rebeneficiado teve aprovação de viabilidade. Com a tecnologia também foram identificados outros problemas, como mancha púrpura, mancha café, danos mecânicos e sementes com deformidade física.

O equipamento está locado dentro do fluxo final do processo de beneficiamento de sementes. A tecnologia é japonesa e é composta de 12 células, com utilização em toda a produção da UBS. As informações sobre cores e deformidades são lançadas no sistema, assim como as características das culturas que serão analisadas. Assim, a tecnologia identifica e guarda em sua memória as análises e informações.

Pioneira na tecnologia A Cotrijal é uma das primeiras a utilizar a tecnologia no beneficiamento de sementes de soja no Brasil e pretende ampliar o seu uso para o trigo e as demais culturas. Hoje, produtores de sementes de café e arroz adotam a tecnologia no país. “O maior objetivo sempre foi produzir a melhor semente e fazer a diferença nas lavouras de nossos associados, de forma sustentável e unindo tecnologias de ponta. Com essa melhoria, pretendemos atender essas demandas e avançar nesse mercado tão competitivo”, destaca o superintendente de Produção Agropecuária, Gelson Melo de Lima. O engenheiro agrônomo Leonardo Rosso, que atua na unidade Cotrijal de Passo Fundo, em visita à UBS, conheceu a tecnologia e destacou que no campo serão visíveis os ganhos. “Uma semente industrializada que passa por uma série de beneficiamentos e processos de qualidade chega na lavoura preparada para expressar o seu melhor, com alto padrão de vigor e germinação. Quem ganha é o produtor”, explica. O associado Juliano Costa, de Carazinho, é multiplicador de sementes e também vê de forma positiva o

investimento. Para ele, a Cotrijal segue uma tendência de investimentos para manter uma semente de qualidade no mercado e atender as exigências do seu produtor. “A semente é um dos principais insumos para uma produção satisfatória e a tecnologia vem para nos proporcionar cada vez mais assertividade”, detalha o produtor, que trabalha com 225 hectares de soja.

Um grupo de profissionais técnicos da cooperativa em visita à UBS



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Gestão de riscos

Jornal COTRIJAL | Maio de 2021

Programa vai auxiliar associado

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ma gestão de qualidade na atividade rural envolve uma série de fatores, dentre eles a identificação dos principais riscos que podem interferir na rentabilidade e principalmente na saúde do negócio. É nesse sentido que a Cotrijal, com a parceria do Sebrae-RS, Senar-RS e Farsul, lançou, dia 7 de maio, o programa Gestão de Riscos na Empresa Rural, que trabalhará o tema com 60 propriedades rurais, na área de ação da cooperativa. O programa segue o Planejamento Estratégico da Cotrijal, que prevê a realização de ações direcionadas para a qualificação de processos de gestão nas propriedades de associados, com a capacitação dos participantes, levantamento de dados e parcerias. O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, destaca que a iniciativa vai dar sequência a iniciativas já desenvolvidas em outros momentos, lembrando que o assunto é foco permanente na cooperativa. “Queremos auxiliar o produtor também na gestão do seu negócio, para que ele possa produzir de forma sustentável e principalmente com renda”, explica. Segundo ele, identificar e diminuir os riscos é fator determinante para a saúde financeira do negócio. “Com essa parceria

O lançamento do programa reuniu os profissionais da Cotrijal, Sebrae-RS, Senar-RS e Farsul

vamos conseguir mostrar para o produtor formas de agir nesse contexto”, destaca o presidente. Os primeiros encontros estão sendo conduzidos por profissionais técnicos, já com o foco no conhecimento da realidade de cada produtor. Essas reuniões serão virtuais e trabalharão os riscos ambientais, financeiros, patrimoniais, societários e tributários. A gestora de projetos do Sebrae-RS, Eloísa Muxfeld Arns, ressalta que às vezes o produtor fica muito ligado no volume de produção e esquece da sustentabili-

dade econômica do negócio. “Só produzir muito não significa trabalhar com rentabilidade. A nossa ideia é justamente levantar dados e mostrar para o produtor os melhores caminhos em diferentes situações”, explica.

Produtores conectados A reunião de lançamento do programa foi acompanhada de forma virtual pelos 60 produtores envolvidos. O encontro também teve a participação do vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder; do superintendente de Produção

Agropecuária, Gelson Melo de Lima; e do gerente de Produção Vegetal, Alexandre Doneda. As entidades e empresas parceiras no programa estiveram representadas pelo supervisor do Senar-RS, Gilmar Desconzi; pelo gerente regional do SebraeRS, Armando Pettinelli; pelo analista de relacionamento com Empresas SebraeRS, Ricardo Marcelo Ninov; pelo consultor da FAU, Adriano Ziger; pelo consultor da Foco Rural, Flávio Cazarolli; e pelos consultores da R&S Training Rural, Rogério de Melo Bastos e Alessandra Botton.



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Vida no campo

Jornal COTRIJAL | Maio de 2021

Da feira do produtor para as gôndolas do supermercado Welison Brisola

busca de alternativas rentáveis para o período de entressafra motiva e desafia muitos produtores. Foi exatamente o que fez com que a família Heller, de Não-Me-Toque, encontrasse na produção de mandioca uma forma de agregar renda à propriedade. “O consumidor mudou, ele não quer mais comprar mandioca com casca, como fazia há anos. Ele quer encontrar no supermercado um produto de qualidade e pronto para o consumo”, explica Richard Ronan Heller, 28 anos, idealizador da agroindústria da família. Tradicionais moradores de Linha São Paulo, interior de Não-Me-Toque, os Heller têm história na produção e na venda de mandioca. Elton, 59 anos, revela que por muitos anos a plantação era destinada para o consumo da família e para comercialização na Feira do Produtor do município. Os pais de Elton, seu Armando e a dona Ivone Heller foram feirantes por mais de 30 anos.

A

Como tudo começou Em agosto de 2018, Richard deixou seu emprego de oito anos em uma grande indústria da cidade de Não-Me-Toque e retornou à propriedade da família para auxiliar na lavoura. Procurando uma alternativa extra de renda, no início de 2019, o projeto da Agroindústria Schmeckt Gut começou a ganhar forma. Em setembro de 2019, foi feito o primeiro plantio em maior escala. A primeira colheita foi realizada entre os meses de abril e maio de 2020, com uma produção de 10 toneladas de mandioca em um hectare. “A chegada da pandemia assustou a todos. Tivemos que nos adaptar novamente, mas enfrentamos mais esse desafio e seguimos”, comenta o jovem. Na Cotrijal, a família encontrou a parceria necessária para alavancar o pro-

Família Heller: Richard, Ivone, Armando, Elton, Loese e Richander

jeto. “Boa parte da nossa produção é destinada para os Supermercados da cooperativa”, explica Richander, que hoje consegue conciliar seus horários de aulas on-line do curso de Zootecnia com as atividades da agroindústria. Em visita à propriedade, o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, e o superintendente de Varejo, Valcir Zanchett, reforçaram a parceria com a família de associados e ainda conversaram sobre o mercado de produção de alimentos e as tendências futuras. “Hoje temos uma relação de negócios e de amizade. Eles mostram que é possível fazer algo diferente e com qualidade, aproveitando o trabalho familiar e a criatividade”, destaca o vice-presidente da Cotrijal.

Em visita à propriedade, a direção da Cotrijal conheceu os manejos da produção de mandioca

Entenda as etapas da produção e manejos “É um trabalho que exige atenção e dedicação. Principalmente na capina, que não podemos deixar passar, pois a matocompetição pode comprometer o desenvolvimento e a qualidade da mandioca”, explica Elton. Após a colheita, as raízes de mandioca passam pelos processos de lavagem, descasque, sanitização, embalagem e armazenagem. “Hoje contamos com uma câmara de congelamento, para que o produto possa ser bem armazenado e conservado, garantindo a

manutenção das principais características do produto”, explica Richander.

Processos 1º - preparativos do solo – dessecação e controle de plantas daninhas; 2º - plantio; 3º - monitoramento e capinas (3 a 4 entradas para o controle de plantas daninhas); 4º - colheita. Welison Brisola

Os irmãos Richander e Richard no trabalho de descasa



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Jornal da COTRIJAL | Janeiro de 2021 Jornal COTRIJAL | Maio de 2021

É tempo de mandioca?

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resposta é sim! Uma raiz rica de nutrientes importantes para o corpo desenvolver suas funções diárias, um alimento rico em energia, carboidrato, fibras, vitaminas C e A. Assada, frita ou cozida, a mandioca, também conhecida em diferentes regiões do País como macaxeira ou aipim, é uma das raízes mais solicitadas na culinária brasileira. De diferentes formas, ela ( a mandioca) se torna uma ótima opção para diversas refeições, em um bolo para o café da manhã ou lanche; acompanhamento para almoços, jantares e também para um delicioso doce ou sobremesa. O que vale é a criatividade para aproveitar o que esse tubérculo tem de melhor. A mandioca é perfeita para aumentar a energia antes do treino e também uma ótima alternativa à batata-doce. Por ser de fácil digestão, a mandioca não causa a sensação de estar empanturrado ou desconfortável. Além disso, o fósforo presente no aipim ajuda a combater o cansaço e a fadiga, e o cálcio deixa os ossos mais fortes. A melhor forma da mandioca ser consumida é cozida, para preservar os nutrientes. Experimente combinações de outros legumes com o purê da mandioca ou consuma apenas cortada em rodelas cozidas. Outra opção valiosa, para relembrar a sensação de ter uma saborosa pizza, é: forre o fundo de forma com mandioca cozida e amassada; cubra com molho de tomate, manjericão e um pouco de queijo; leve ao forno para gratinar.

Dica:

O horário mais indicado para se alimentar é entre 45 minutos e 1h antes do treino

Ótima pedida Variar o cardápio é sempre uma ótima pedida, ainda mais quando o ingrediente substituto é fonte de substâncias preciosas. Conforme a nutricionista da Cotrijal, Raquel Jaeguer Fenner , a mandioca apresenta dois tipos de carboidratos, a amilopectina e a amilose. “A dupla faz a glicose ser liberada mais lentamente para o corpo. E essa nobre atuação evita picos de açúcar no sangue, o que poupa o pâncreas de trabalhos exaustivos, reduzindo o risco de diabetes tipo 2”, explica. Ainda graças ao majestoso arranjo de amido e fibras, a sensação de saciedade é prolongada, o que atenua os ataques de gula. Além disso, o mecanismo garante fôlego por longos períodos, daí a mandioca contribuir para que tenhamos energia de sobra.

Nutricionista da Cotrijal, Raquel Jaeger Fenner

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Para turbinar os exercícios físicos

Creme de Mandioca Ingredientes 500 gramas de mandioca crua 100 gramas de linguiça calabresa 2 cebolas médias 3 dentes de alho Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo Cozinhe a mandioca até ficar bem macia. Enquanto o mandioca cozinha, pique a calabresa, a cebola e o alho em cubos mínimos, bem pequenos. Em uma panela grande refogue a calabresa (se achar necessário coloque um pouco de

azeite), coloque a cebola e o alho e deixe dourar cuidando para não queimar a cebola. Este refogado deve resultar bem dourado. Reserve. Quando o aipim estiver cozido bata no liquidificador com boa parte do líquido do cozimento.

Cuidado! Cautela neste processo. A mandioca estará quente!!!! Coloque este creme na panela do refogado em fogo baixo e mexa bem para incorporar o sabor. Tempere com sal e pimenta do reino moída na hora. Sirva quentíssimo!


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Jornal Jornal COTRIJAL COTRIJAL || Maio Maio de de 2021 2021

Saúde Cardiovascular

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Por ser rica em potássio e ter fibras, a mandioca também é um alimento benéfico para o coração. O potássio regula os fluídos e ajuda a aliviar a tensão nos vasos sanguíneos e artérias. As fibras, por sua vez, ajudam a equilibrar os níveis de ácidos graxos e reduzir os níveis de colesterol, promovendo assim um sistema cardiovascular saudável. Outros elementos do alimento que são benéficos para a saúde cardiovascular são o zinco, o magnésio, o cobre, o ferro e o manganês.

Vaca Atolada Ingredientes: 1 kg de mandioca descascada e picada 4 tomates 3 colheres de sopa de cebola desidratada Cheiro-verde desidratado à vontade 3 tabletes de caldo natural 1 kg e 1/2 de costela de boi cozida Pimenta a gosto 1 colher de sopa de colorau Tempero a gosto

Curiosidades

Modo de preparo: Refogue a mandioca e deixe cozinhar. Quando já estiver macia, acrescente o tomate picado, a cebola, o caldo natural e deixe cozinhar mais um pouco. Acrescente a costela de boi, deixe apurar mais um pouco. Cozinhe por aproximadamente 40 minutos. Salpique o cheiro-verde e a pimenta de sua preferência.

Seus ossos amam mandioca São diversos os benefícios à saúde que o consumo de mandioca proporciona. Rica em fibras, potássio, cálcio e ferro, ela também tem muita vitamina K, importante para o fortalecimento dos ossos e também para a produção de colágeno, que beneficia cartilagens e tecidos em geral. Também ajuda a proteger a pele dos raios solares (mas nem pense em trocar filtro solar por mandioca!).

Suco de Mandioca Ingredientes: 2 xícaras (chá) de mandioca cozida e picada (reserve a água do cozimento) 1 xícara (chá) de leite em pó 1 xícara (chá) de açúcar 1 litro água gelada ou gelo Polpa de fruta de sua preferência Modo de preparo: Bata a mandioca com um pouco da água do cozimento até triturar bem. Junte o leite, o açúcar, a água gelada ou gelo e polpa de fruta a gosto (morango, melancia, goiaba, banana) e bata até homogeneizar. Sirva sem coar.

Risoto de Shitake Ingredientes:

Uma pedida para os dias de frio também é o Risoto de Shitake. Confira essa receita fácil e saborosa que o Clube de Ofertas Supermercados Cotrijal separou para você!

1 xícara de arroz arbóreo ou carnaroli 1 cebola pequena picada 1/2 taça pequena de vinho branco 3 cubos de caldo de legumes 1 colher de sopa de azeite de oliva 2 colheres de sopa de manteiga 1/2 xícara de queijo gorgonzola 2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado 1 embalagem de cogumelos shitake (100 ou 150 g, depende se quer um risoto mais recheado)

Modo de preparo:

Quer receber mais dicas como essa pelo WhatsApp? Basta salvar o número (54) 99711-6063 no seu celular e enviar #ofertas. Ou escaneie o código acima.

Você pode sugerir conteúdos para este caderno ou ter publicada aqui a sua receita preferida. Basta entrar em contato pelo WhatsApp (54)99932.1598.

Corte o shitake em fatias laminadas depois de bem limpo. Prepare o caldo de legumes: 1 litro e 1/2 de água fervente para os 3 cubos de caldo. Mantenha este caldo no fogo baixo durante a preparação do prato. Inicie fritando a cebola em 1 colher de azeite e 1 de manteiga.Quando começar a dourar jogue o cogumelo e refogue um pouco.Em seguida, jogue a xícara de arroz, sem lavar. Refogue um pouco e jogue o vinho branco por cima deste refogado.Mexa bem, quando evaporar o vinho comece

a jogar o caldo de legumes, com uma concha grande jogue o caldo sem deixar o arroz secar, mexendo sempre com uma colher de pau.É importante mexer sempre para que o arroz italiano solte o amido que vai dar o ponto de risoto. Continue mexendo e jogando o caldo, experimente de vez em quando para verificar o ponto do arroz. Ele estará no ponto quando estiver passando do ponto “al dente” , o risoto estará parecendo uma canjica quente. Quando chegar neste ponto, desligue o fogo, jogue o queijo gorgonzola, o restante da manteiga e o queijo parmesão. Misture tudo muito bem, até derreter a manteiga e os queijos.


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AgroCast Cotrijal cotrijalcooperativa

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Jornal COTRIJAL | Maio de 2021

Spoiler no varejo

Nova Loja de Passo Fundo terá inauguração em agosto

O

s clientes da rede de lojas da Cotrijal estão ansiosos para as novidades programadas para o segundo semestre de 2021. Inaugurações e melhorias devem movimentar o setor e fazer a alegria de quem já é fã dos produtos e serviços da cooperativa. Um exemplo está em Passo Fundo. Com o avanço das obras, a Cotrijal confirma para agosto a inauguração da nova loja, que estará localizada na avenida Brasil Leste, nº 1220, esquina com a rua Castro Alves, Bairro Petrópolis. A atual loja da cooperativa em Passo Fundo, junto à unidade, será mantida. As duas lojas atenderão ao público com qualidade de produtos e serviços, com foco no campo e também nos clientes da cidade.

Bombou na rede Foi destaque nas redes sociais da Cotrijal a ação realizada pela cooperativa para homenagear os colaboradores pelo dia do trabalho (1º de maio). A ideia foi agradecer a todos pelo espírito de cooperação, dedicação e o foco na busca por soluções para os desafios do dia a dia. O presente chegou em uma caixa com as novas cores e marca da cooperativa. A turma entendeu o recado e foram diversas as marcações e postagens. Na foto, colaboradores da unidade de negócios de Tio Hugo, que registraram o momento e a satisfação em fazer parte da grande Família Cotrijal.

Qualificação para o Conselho Fiscal

A direção da Cotrijal prestigiou o treinamento e a entrega dos certificados

A qualificação dos conselheiros fiscais da Cotrijal já é uma tradição entre os associados que ocupam o cargo. Com foco nas ações do atual exercício, a cooperativa promoveu no dia 11 de maio, mais uma edição do treinamento que trabalha as diretrizes da função. Foram oito horas de aula, coordenadas por Joacir Tadeu Barcellos, pós-graduado em gestão empresarial e com especialização em finanças. O Conselho Fiscal é composto pelos seguintes titulares: Heitor José Palharini, Vilmar José Sartori e Eliar Winter. E pelos suplentes: Eldon Matias Lampert, Gervásio Francisco Bins e Edemir Rosso.

CONFIRA NESTA EDIÇÃO LGPD

Segurança é prioridade na Cotrijal Página 3

AVALIAÇÃO DE SAFRA

Como está a lavoura do vizinho? Páginas 8 e 10

INOVAÇÃO

Tecnologia na seleção de sementes Página 12


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