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Ano 22 | Nº 258| Junho 2021
2 Expediente Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial Rua Júlio Graeff, nº 01 Não-Me-Toque/RS - CEP: 99470-000 Fones: (54) 3332-2500 / 3191-2500 Diretoria Executiva Presidente: Nei César Manica Vice-presidente: Enio Schroeder Conselheiros de Administração Região Sede: Francisco Jorge Eckstein, Inézia Toso Meira, Jair Paulo Kuhns, Luiz Roberto Gobbi, Marcelo André Van Riel e Roveni Lúcia Doneda (Representante dos Líderes de Núcleos) Região Um: Jonas Francisco Roesler, José Valdir Kappaun (Representante dos Líderes de Núcleos) e Mateus Tonezer Região Dois: Cristiano Ulrich, Délcio Reno Beffart, Fabiana Venzon, Girlando Neiss, Jackson Berticelli Cerini, João Caetano da Rosa Neto e Milton Antônio Marquetti (Representante dos Líderes de Núcleos) Conselheiros Fiscais Titulares Heitor José Palharini, Vilmar José Sartori e Eliar Winter Conselheiros Fiscais Suplentes Eldon Matias Lampert, Gervásio Francisco Bins e Edemir Rosso Jornal da Cotrijal Publicação mensal editada pela Unidade de Marketing da Cotrijal Gerente responsável Benisio Rodrigues Jornalista responsável Mariliane Elisa Cassel Textos e fotos Fernando Teixeira, Mariliane Cassel e Foto Choks Colaboração: Maiquel Rosauro Projeto Gráfico Plano Comunicação Ltda. Fone: (55) 98127.9339 Impressão Tapejarense Indústria Gráfica Fone: (54) 3344.1214 Comercialização Agromídia - Desenv. de Negócios Publicitários Ltda - Fone: (11) 5092.3305, Guerreiro Agro Marketing Fones: (44) 99180.4450/3026.4457 e Prisma Produções Gráficas - Fones: (54) 3045.3489 /99233.3170
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
Opinião
Uma nova geração, um novo agro, mas sempre cooperativo! “Estamos prontos para trabalhar com essa nova geração, entender suas necessidades e construir uma relação duradoura e que produz resultados e qualidade de vida.” O número de pessoas morando no meio rural no Brasil já chegou a representar mais da metade da população do país, na década de 1960. Com a industrialização e a falta de incentivo à agricultura nacional, além de mais facilidades de acesso à educação e tecnologias no meio urbano, com o passar dos anos, os índices foram se invertendo. Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, divulgado em 2017, apenas 9,48% da população estava no campo.
Dentre os nossos mais de 8 mil associados, são 57 com até 20 anos, 653 com idade entre 21 e 30 anos e outros 1.209 de 31 a 40 anos.
A realidade brasileira, naquele ano, era semelhante à gaúcha, onde dos cerca de 11 milhões de habitantes, menos de 1 milhão ainda permanecia ligado à atividade agropecuária.
Ao longo da história da cooperativa, muitos projetos específicos para esse público já foram desenvolvidos, pois a juventude representa a possibilidade de renovação e o empreendedorismo que o setor precisa para continuar cumprindo com seu papel no desenvolvimento da sociedade. Vemos como primordial preparar essa nova geração e munir ela de ferramentas e informações para que continue a história das propriedades e também da Cotrijal.
Esse cenário, porém, tem se transformado com a chegada de tecnologias ao meio rural, tanto em termos de máquinas e equipamentos quanto de internet e aplicativos, que facilitam o trabalho, em nível de lavoura e na gestão do negócio. O bom momento vivido pelo agro nos últimos anos também contribuiu para a valorização do setor, estimulando as novas gerações a ficarem no campo. Em geral, esse grupo é altamente qualificado e focado no crescimento, mas valorizando o que os pais e avós construíram. E temos muitos jovens, com esse mesmo perfil, retornando às propriedades para dar sequência ao trabalho da família.
Temos visto bons exemplos nesse grupo, de jovens que entendem que a agricultura e a pecuária são geradoras de grandes oportunidades, já que a população mundial continua crescendo e precisa se alimentar. São atividades desafiadoras sim, mas que, se bem conduzidas, levam a excelentes resultados.
Enquanto cooperativa que se propõe a ser provedora de soluções para o seu associado, temos, via Planejamento Estratégico, focado especial atenção à inovação. Esse é o caminho para sermos mais eficientes e ágeis, atendendo as demandas dos nossos diferentes públicos, e seguir crescendo e gerando desenvolvimento econômico e social nas comunidades onde estamos presentes.
Ferramentas como o Portal do Produtor, avanços na gestão digital, dentre outras iniciativas e projetos já colocados em prática ou que ainda serão disponibilizados nos próximos meses, vão contribuir muito para esse novo momento que o setor e a cooperativa estão vivendo. Temos a certeza de que essa nova geração no campo está apta a traçar uma carreira sólida no agro e no cooperativismo. E estamos prontos para trabalhar com ela, entender suas necessidades e construir uma relação duradoura e que produz resultados e qualidade de vida. Nei César Manica Presidente da Cotrijal
Espaço do Leitor Largada com o pé direito! A safra de inverno começa com boas expectativas na região de atuação da Cotrijal. O trigo, com o preço favorável, deve ganhar mais área neste ano. A foto mostra o início da semeadura na propriedade do associado Marcos Matiotti, em Capão do Leão, Carazinho. O registro foi feito pelo engenheiro agrônomo Givago Borghetti e revela um conjunto de práticas na largada da safra para colher bons resultados.
A inauguração do Viveiro de Cidadania, em Passo Fundo, repercutiu de forma muito positiva entre associados e colaboradoresdaCotrijalesociedade em geral. Nas redes sociais, foram muitos os comentários e elogios a respeito da iniciativa. Há 28 anos, eu comecei a trabalhar no viveiro da Cotrijal em Não-Me-Toque. Vocês não têm noção de como é bom trabalhar com plantas. Me deu saudade daquela época. Parabéns, Cotrijal, pela inclusão social. Dejair Tariga, ex-colaborador, NãoMe-Toque Cada vez estou mais orgulhoso da cooperativa Cotrijal. Girlando Neiss, associado, Nicolau Vergueiro
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Contatos (54) 99932-1598
Parabéns pela iniciativa. Projeto impactante e revolucionário. Rosani Scharlau, associada, Não-MeToque
imprensa@cotrijal.com.br
4 Jovens no campo
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
A nova geração do agro
Alexandre Picinin (à esquerda) é a terceira geração de sua família no campo. Na foto, da esquerda à direita: Gilnei (tio de Alexandre), Gilberto (pai) e Elio (vô)
Hoje, há menos jovens no campo. Porém, a nova geração prova que é apaixonada pela lida, sonha em ficar nas propriedades e assumir os negócios da família
Q
uando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou o Censo Agropecuário de 2017, veio o alerta: os jovens com idade entre 25 anos e 35 anos, no meio rural, representam apenas 9,48%
do contingente da população rural. Na pesquisa anterior, de 2016, eles eram 13,56%. Como mudar esta realidade? Como lidar com a sucessão rural? Qual é o futuro campo? São tantas perguntas e as respostas podem estar na própria juventude. O produtor Alexandre Picinin, 31 anos, calcula que cerca de 30% de seus amigos de infância, em Tapera, seguiram morando nas propriedades. Ele próprio saiu de casa para estudar Agronomia e decidiu voltar para o campo por três motivos: ausência de mão de obra, incentivo do pai, Gilberto, e o amor pela agricultura. “Eu gosto de trabalhar na lavoura, não me importo com horários, trabalhamos direto na safra, sem final de semana. E eu gosto de ver as plantas vindo, crescendo. É bonito”, resume Alexandre. Desde os 10 anos de idade ele ajuda na lida e é apaixonado pelo campo. Hoje, Alexandre faz parte da
terceira geração da família e atua na propriedade junto com o avô, Elio, e o tio, Gilnei. Chama atenção a organização da família Picinin. Cada um possui uma área de terra para trabalhar e administra sua lavoura como bem desejar. “Desde o tempo do meu avô funciona desta forma. Eu ainda trabalho junto com meu pai, enquanto meu avô tem sua área e meu tio a dele. O serviço é em sociedade, um ajuda o outro e os maquinários são divididos em partes iguais. Uma vez por mês fazemos acertos. A gente faz uma reunião e coloca o que gastou. São acertos comuns, bem prático e fácil”, explica Alexandre. No campo - No verão, a família trabalha com soja, milho e feijão preto. No inverno, entra o trigo, além de cobertura com aveia branca e preta. Nesta temporada, eles ainda vão estrear uma área de triticale.
Tecnologia como aliada Alexandre sabe que o fato de ter escolhido permanecer no campo foi quase uma exceção à regra. “Isso vai do tamanho da propriedade, o sustento, se tem mais irmãos. Não tem como sustentar uma família grande só com uma área de terra. São poucos que ficam. Quem quer trabalhar no interior, na agricultura, a renda é bem boa, consegue viver bem”, reflete. O produtor entende que a situação seria pior, com ainda menos jovens na lavoura, se os modos de produção ainda fossem como antigamente. “O trabalho braçal praticamente não existe mais, é tudo mecanizado, mais fácil de fazer o serviço. Pega um smartphone e consegue fazer várias coisas. Antes, tinha que ligar o rádio e ficar esperando dar a previsão do tempo. Agora, em cima de um trator acessa na hora”, comenta. Alexandre entende que a tecnologia tende a melhorar ainda mais a situação do campo, mas que os jovens precisam “se puxar”, acompanhar as novidades que faciSerá que essa nova geração também seguirá no campo? “Vamos torcer que sim, a gente tenta criar eles da forma como formos criados. Não tem como obrigar a fazer uma coisa que eles não queiram. A escolha é deles”, responde Alexandre com um sorriso no rosto.
litam a lida diária. “O principal é ser humilde. A gente fazer o que pode e o passo no tamanho da perna, não adianta tentar passar os limites. Vamos fazer o passo do tamanho da perna”, aconselha Alexandre.
Cooperativismo é essencial Alexandre é sócio da Cotrijal desde os 18 anos, seguindo os passos do avô e do pai. Eles se associaram na década de 1980, logo que a cooperativa instalou unidade em Lagoa dos Três Cantos, que na época ainda não era emancipado. Gilberto, pai de Alexandre, tinha 19 anos quando se associou. Alexandre considera a credibilidade e a confiança transmitidas pela cooperativa como essenciais. “Assistência técnica vale muito, não tem do que se queixar. Simplicidade de como é recebido na unidade, a gente chega lá e parece que está em casa. É uma coisa bem tranquila, é um local bem acessível. Isso conta bastante”, afirma. O produtor relata ter participado de diversos fóruns de jovens promovidos pela Cotrijal durante a Expodireto. A experiência serviu como incentivo para se tornar um jovem cooperativista.
Alexandre: tecnologias facilitam o trabalho no campo
De olho no futuro Enquanto a terceira geração da família Picinin já se firmou no campo, uma nova turma já vem despontando no horizonte. Alexandre possui um enteado de 4 anos, é pai de uma menina de 1 ano e 7 meses, e logo será pai de novo, pois sua esposa Tassiane está com dois meses de gestação.
Jovens no campo
5 Arquivo pessoal
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
Trabalho com os pais trouxe lições valiosas para Mainara Mainara Mühl, 26 anos, tem uma rotina agitada na propriedade leiteira da família, iniciada em 2006, em São José do Umbú, interior de Victor Graeff. Ela é engenheira de alimentos, apaixonada por leite e filha de associados da Cotrijal. “Tive muitas experiências na vida, saí de casa com 17, morei nos Estados Unidos por um ano e meio. Com essa experiência de ganhar o mundo e ir para tão longe que percebi que gostava mesmo de estar aqui, onde eu nasci e me criei”, afirma Mainara. Voltar a morar no interior não foi a parte mais difícil na readaptação ao país, pois ela é apaixonada pelo estilo de vida do campo, sempre envolvida com a ordenha. “Conciliar opiniões em relação ao trabalho na propriedade, mostrar que já era adulta, foi um grande desafio”, comenta. E é exatamente esse choque de realidade que gerou inúmeros aprendizados para Mainara. Hoje, ela tem vários
conselhos a transmitir aos jovens que também estão assumindo os negócios, sobretudo, em relação ao respeito com o legado dos pais. “É muito importante que os jovens busquem experiências e conhecimento de várias áreas para poder ter o embasamento firme para tocar a propriedade depois. Meus pais falam muito ‘a gente fez até aqui e deu certo’. Então, é importante ouvir, construir juntos e respeitar tudo isso”, afirma.
Apoio fundamental Ela também comenta que o apoio da Cotrijal, sobretudo, em relação à assistência técnica, foi fundamental para a abertura da propriedade. Hoje, Mainara toca a parte braçal da fazenda junto com seu irmão mais velho, Eduardo, e os pais, Rosalvo e Marli, e cada vez mais os jovens assumem a administração da fazenda. Para o futuro, eles têm bem definido: querem progredir na atividade leiteira.
“É importante ouvir, construir juntos e respeitar”, diz Mainara sobre o convívio com os pais nos negócios
Jovens de hoje são o futuro da Cotrijal A Cotrijal possui mais de 8 mil sócios com um número crescente de jovens se somando à Cooperativa. Hoje, são 57 associados até 20 anos e outros 653 que possuem de 21 a 30 anos. Em alguns anos, são eles que decidirão os rumos da Cotrijal. Para o vice-presidente, Enio Schroeder, os números traduzem a característica da Cotrijal de sempre valorizar as pessoas ao longo de sua história, atuando com públicos de diferentes idades. “O associado é a nossa razão de existir e a missão que perseguimos cotidianamente. Ao longo desses 63 anos, desenvolvemos muitas ações voltadas para os jovens, conforme a realidade de cada época. Hoje vemos a necessidade de possibilitar o acesso às tecnologias e infor-
mações que realmente agreguem valor às propriedades”, pontua o dirigente, antecipando que a Cooperativa estuda novos projetos voltados especificamente para esse público. O crescimento do número de associados mais jovens é motivo de satisfação. “Temos visto uma juventude cheia de vontade de prosperar. É fundamental estar cada vez próximo de sua cooperativa, dando continuidade à família Cotrijal e a essa história de sucesso construída até aqui”, afirma Schroeder. O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, destaca que a percepção é de que os avanços em termos de tecnologia são fundamentais para estimular a permanência dos jovens no campo e ligados à Cooperativa. Por isso, a inovação é uma
das áreas de especial atenção no Planejamento Estratégico iniciado neste ano. Ferramentas como o Portal do Produtor, a criação da SmartCoop, em parceria com a FecoAgro, avanços na gestão digital, dentre outras iniciativas, a maioria colocadas em prática a partir de 2020, são apontadas pelo presidente como importantes para consolidar esse novo momento. “Nossos olhos estão voltados para a Agricultura 5.0, por meio do oferecimento de soluções completas, tecnologia de ponta e informações que permitam entregas de valor agregado e maior resultado tanto para quem produz, quanto para quem consome. E os jovens, pela caminhada que ainda têm pela frente, são foco permanente”, defende o presidente.
Ele ressalta ainda que a cooperativa tem se preparado para o processo sucessório na gestão. “Uma das iniciativas é oxigenar nosso quadro de colaboradores, trazendo gente do mercado, especialmente jovens conectados a novas tendências e tecnologias, para atuarem junto com colaboradores mais experientes, comprometidos e conhecedores dos objetivos, princípios e valores da organização”, conclui Nei César Manica.
Mais informações Além desta reportagem tem mais conteúdo em comemoração ao Dia Estadual da Juventude Rural.
No Facebook, confira vídeo homenageando os jovens associados da Cotrijal.
No AgroCast Cotrijal, confira conteúdo com os entrevistados da reportagem.
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021 Arquivo pessoal
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Jovens no campo
Crescendo com a Cooperativa Jackson Cerini, 33 anos, é outro exemplo de jovem que deixou a propriedade para cursar Agronomia e voltou para casa, em Tio Hugo, para atuar na lavoura. Ele ainda fez mestrado em Ciência dos Solos e trabalhou em uma multinacional que vendia fertilizante. Mas não teve jeito, a paixão pelo campo e a família foram mais fortes. “Apesar de estar em um trabalho que eu gostava, resolvi voltar para a propriedade e ajudar a crescer. Conseguimos aumentar o tamanho da propriedade e ir melhorando”, relata Jackson. Faz oito anos que o produtor atua na propriedade de seus pais, com lavouras em Mormaço e Tio Hugo. Ele acredita que boa parte de seus amigos de infância ainda possui ligação com a agricultura. “Por serem cidades menores, acho que é mais fácil ficar no campo e ter ligação com a agricultura do que ir buscar coisas fora”, comenta.
Além da atuação como agricultor, Jackson se destaca por seu trabalho no cooperativismo. Ele é atualmente o mais jovem membro do Conselho de Administração da Cotrijal, ajudando a decidir os passos da cooperativa. Apesar de ser o caçula do colegiado, ele relata que foi muito bem acolhido pelo grupo que se reúne duas vezes ao mês. “É muito bom trabalhar com pessoas de diferentes idades e experiências. Com menos de 40 anos somos dois no Conselho de Administração. Trabalhamos bem alinhados”, afirma. Jackson, que é sócio da cooperativa desde 2004, também é líder pelo núcleo de Tio Hugo, colaborando na divulgação dos trabalhos da Cotrijal. “A Cooperativa tem estrutura, confiança e atende todas as necessidades dos associados. A assistência técnica é muito boa, loja, armazenagem de grãos. Ou seja,
Jackson, sua esposa Tainara Gabriel Cerini, e o filho Heitor Gabriel Cerini
suporte em todas as áreas”, destaca.
A família Jackson é casado com Tainara Gabriel
Cerini. Eles têm um filho, Heitor Gabriel Cerini, de quase 3 anos. Para o futuro, o produtor não tem dúvida: pretende seguir na propriedade.
Patricia, a contadora que se especializou em agronegócio Arquivo pessoal
Patricia Zanini cursou Ciências Contábeis já visando atuar na propriedade de sua família
Fique por dentro No Rio Grande do Sul, a lei estadual nº 11.361/1999 instituiu o dia 15 de julho como o Dia Estadual da Juventude Rural e descreve “jovem rural como filho de agricultor, proprietário, meeiro, arrendatário, ocupante assalariado ou assentado rural, com até 35 anos de idade”. Pesquisa feita em 2019 pelo Geração Cooperação, programa do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, identificou que os jovens cooperativistas do Estado têm investido em capacitação. Dentre os 401
Patricia Zanini, 25 anos, é contadora e cuida de toda a parte financeira e fiscal da propriedade de sua família, em Lagoa Vermelha. Seu sonho inicial era cursar Agronomia, mas ela não demorou a perceber toda a questão burocrática que envolve uma empresa rural e a necessidade de ter um profissional especializado nesta área. “Quando eu tinha 14 anos, comecei a trabalhar com a parte das notas e com a documentação do custeio no banco e vi que a cada ano precisava de mais coisas. Depois contratamos funcionário, assinamos carteira e, por fim, contratamos alguém para cuidar do imposto de renda. Eu vi que ser contadora seria mais útil”, afirma. Patricia relata que o fato de ser mulher trouxe alguma desconfiança, sobretudo, quando fez especialização e possuía colegas homens, além de ser a única contadora no meio de agrônomos. “Eu fui me adaptando e o pessoal pegando confiança. Hoje em dia já vemos mulheres em várias áreas e o pessoal vai ter que se acostumar”, afirma. Hoje, ela passa boa parte do dia no
jovens ouvidos, 71,1% afirmaram que já realizaram cursos de capacitação, sendo 37% no Agro. A pesquisa ouviu jovens de vários ramos, com idade entre 16 e 34 anos. Pesquisa divulgada em maio deste ano pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), com 3.048 produtores, apontou que a mulher ganha cada vez mais espaço no agronegócio, particularmente em postos de gestão e em determinadas atividades produtivas, representando 26% dos cargos de decisão e comando. Para 94% dos produtores rurais consul-
escritório da propriedade, onde cuida da parte de compra, venda, recebimento... Ou seja, não faltam tarefas. E tudo é feito com o apoio da família, com planos futuros e pés no chão.
A propriedade “Quero manter esse negócio nosso, talvez aumentar alguma coisa, alguma terra que apareça na divisa, algo do tipo, nada muito longe, sem aventuras. Temos um trabalho bom que não precisa de mais, se não a gente acaba só trabalhando sem tempo para aproveitar”, afirma. A família trabalha com soja no verão e trigo e aveia no inverno. Patricia argumenta que seus pais são bem flexíveis e sempre apoiam suas ideias. Além disso, tem o auxílio da Cotrijal. Ela entende que quando todos buscam um objetivo, como ocorre no cooperativismo, crescem cada vez mais. Além disso, ela está sempre presente nas redes sociais da Cooperativa. “A tecnologia está vindo para nos ajudar. Precisamos usá-la ao nosso favor. É importante para termos acesso à informação e acompanhar e participar das ações da Cotrijal”, afirma a contadora.
tados, a mulher é vital ou muito importante no negócio rural. No leite, ela participa com 88%. Outros dados relevantes da pesquisa: 94% dos produtores têm smartphone, contra 61% na pesquisa anterior, realizada em 2017; 91% dos produtores de animais e 88% dos agricultores têm internet no meio rural; 74% usam a internet para se atualizar; 57% dos entrevistados usam a rede 15 ou mais vezes por dia; 76% usam o whats para fazer negócios.
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Jovens no campo
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021 Arquivo pessoal
“Lidar com a terra é minha preferência”, afirma Hugo Hugo Bergmann, 17 anos, é um dos mais jovens associados da Cotrijal, seguindo os passos do pai, Cleber Elesandro. Ele está no segundo ano do ensino médio e, ao mesmo tempo, cursa o Técnico Agropecuário Subsequente. O sonho é cursar Agronomia. “O que me fez decidir estudar Agronomia é o gosto pela agricultura. Meus dois avôs trabalharam nisso. A própria família está na área, a gente acaba gostando e ficando. Lidar com a terra é minha preferência”, afirma. Sua família tem uma propriedade de 170 hectares na região do Quebra Dente, em Ibirapuitã, onde trabalha com soja e milho no verão e trigo, triticale e aveia no inverno. E tem ainda as vacas de leite. Ou seja, é trabalho que não acaba mais. E mesmo assim, Hugo garante que já sabe o que deseja para o futuro. “Minha vontade é continuar em casa.
Tudo tem que ser conversado. Ibirapuitã é pequena, mas é calma. Gosto de calmaria”, argumenta. Hugo entende que há poucos jovens no campo e na sua comunidade conta apenas um único amigo que também pretende ficar na propriedade. Por outro lado, acredita que o avanço da tecnologia pode reverter a situação. “Sempre tem que buscar formas novas de aprender. Em alguns dias, o trator já vai andar sozinho e a gente vai estar em casa controlando com aplicativo”, prevê Hugo. O rapaz entende que as pessoas devem fazer o que gostam, pois só assim serão felizes. “Se o jovem se sente feliz fazendo isso, deve continuar”, afirma. Hoje em dia, só o que não vem trazendo felicidade para Hugo é o seu time do coração, o Internacional. “Nem me fale, é tristeza atrás de tristeza...”.
Hugo Bergmann analisa o campo junto com seu pai, Cleber Elesandro. Jovem sonha em seguir na área
Entrevista:
Já é hora de conversar sobre sucessão? Ciloter Borges Iribarrem, um dos fundadores da Safras e Cifras, especialista em sucessão rural, explica quando é o melhor momento para se falar em processo sucessório e os cuidados que as famílias devem ter para garantir a continuidade do negócio com a nova geração.
sucessão. A primeira é o fundador,o avô no caso,não achar que ele vai ser excluído do processo. E o neto tem que entender que ele não pode sair da faculdade achando que pode mudar tudo dentro da propriedade, se não vai dar atrito. Profissionalismo é essencial.
A Safras e Cifras foi fundada em 1990. Naquela época era mais fácil manter os jovens no campo? Na década de 1960, metade da população brasileira estava no meio rural. O grande êxodo iniciou com a industrialização, a partir de 1970, aliada a introdução de tecnologias, como os maquinários agrícolas nas propriedades maiores. Já nas pequenas propriedades, na época, a renda era menor e as famílias que tinham muitos filhos tinham dificuldade de mantê-los todos na propriedade. Praticamente, 30% da população rural migrou para a cidade na década de 1970. Na década de 1980, foram 26% e nos anos 1990, 25%. Depois, começou a cair. Mas esse é um processo mundial. Os Estados Unidos, hoje, têm 3% de sua população no campo. A população rural brasileira chega próximo a 10%.
Quais os conflitos mais comuns em um processo sucessório? São vários, às vezes, o pai tem dificuldade de escolher o sucessor, concentra o poder todo nele e a família não sabe o que acontece no negócio. Outro problema é não definir as funções de cada um dentro do negócio. Filhos que moram no campo e outros na cidade também costumam gerar conflitos devido a uma falta de comunicação. Hoje, 85% do sucesso do processo sucessório está entre a comunicação e a transparência da família. Outros 15% é só problema de tecnologia. Tem que comunicar à família o que está sendo feito, para os que trabalham no negócio e para os que não trabalham. E é importante lembrar que o processo sucessório trabalhado em vida tem tudo para dar certo, para existir harmonia na família e o negócio crescer.
Há 30 anos, a expectativa de vida era menor, hoje as pessoas vivem mais. Isso tem influência no processo de sucessão? Diretamente, assim como o menor número de filhos. Se você não trabalhar pais e filhos, você vai ter herdeiros e não sucessor. Hoje podemos ter na mesma propriedade avós, filhos e netos, três gerações no mesmo negócio - mistura dinheiro e amor. São gerações completamente diferentes e por isso são necessárias regras claras e definidas para essa
Qual é a influência da tecnologia sobre os jovens do campo? Ela pode ser aliada para permanência nas propriedades? Sem dúvida.Tanto é que o êxodo hoje está muito menor e tem jovens voltando por causa da tecnologia, seja para lazer ou para trabalhar nas máquinas. Tecnologia é decisiva para segurar o jovem no campo, um grande atrativo e gera rentabilidade. Até propriedades menores conseguem gerar uma renda para sustentar uma ou duas famí-
“Hoje, 85% do sucesso do processo sucessório está entre a comunicação e a transparência da família”, afirma Ciloter Borges Iribarrem
lias, porque as famílias têm menos filhos. O bom momento do agro também influencia? Sim, hoje o campo é o grande negócio do jovem para trabalhar. Há facilidade de acesso, não precisa ficar fixado na propriedade, melhoraram as estradas e a comunicação. O jovem tem que ser um gestor do negócio, tem que entender da empresa. Há um vasto campo. E quando falamos em jovens, quero deixar bem claro que as mulheres jovens têm uma participação fundamental, elas são altamente eficientes porque são muito organizadas. Como o senhor vê o trabalho da Cotrijal com o seu quadro de associados? A Cotrijal tem um modelo de cooperativismo a ser seguido. Dá suporte ao associado em todas as áreas e tem trabalhos de referência. É importante que os jovens entendam isso. Vocês estão no melhor setor da economia no país e, graças a Deus, estão juntos com uma grande entidade, que é a Cotrijal.
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Vida no campo
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
Atitude e perspectiva de bons resultados no leite
A
nossa dificuldade estava em deixar a propriedade”. “Aqui o esforço é coletivo”. “Sempre tive o sonho de ter a minha propriedade leiteira”. “Para o negócio dar certo é preciso dedicação exclusiva”. Essas frases mostram um pouco das vivências do casal Paulo Roberto Tognon (39 anos) e Adriana Daniela Favareto (29 anos), mas também podem trazer a realidade de muitos jovens que viram oportunidade de bons resultados no campo e seguiram os seus sonhos de permanecer ou retornar para suas propriedades rurais. O tambo de leite está bem organizado e produtivo, mas nem sempre foi assim. O casal entende que o primeiro passo já foi dado, pois conseguiu montar um negócio de bons resultados, com um bom rebanho e investimento em tecnologia, mas tem consciência de que ainda há muito para evoluir. “Um dos nossos diferenciais está no trabalho em conjunto e também nas parcerias. Neste mês de junho completamos um ano de atendimento com a Cotrijal, o que já representa um ganho de produtividade de 5 a 7 litros por vaca/dia, e isso é muito gratificante”, explica Paulo.
“
Foco no leite em ‘dose dupla’ Natural de Vila Lângaro, Paulo vem de uma família de quatro irmãos, com a agricultura sempre como a principal fonte de renda. Graduado em Engenharia Elétrica, pela Universidade de Passo Fundo, ele chegou a trabalhar na indústria por quatro anos. Mas revela que a vida no interior e o trabalho com agricultura sempre o motivou. “O principal é ter o gosto por aquilo que se faz. Eu me sinto orgulhoso em trabalhar com o leite e faço isso com empenho e dedicação. Cuido das vacas, faço as tarefas diárias, com chuva ou sol, tudo é feito com muito amor”, comenta o produtor. Adriana também carrega o gosto pela produção de leiteira. Sua família trabalhou com vacas de leite durante toda a sua infância, o que a motivou a buscar graduação em Medicina Veterinária (UPF). Ela também trabalhou em outros ramos, até perceber que realmente a produção leiteira era a sua vocação. “Temos uma ferramenta muito nobre na nossa mão, que é a terra, e o desafio de produzir e multiplicar frutos. Ter a liberdade de voltar e aplicar aquilo que a gente aprendeu no que é nosso é muito gratificante”, destaca a produtora, que ‘pega junto’ com o marido nas tarefas da propriedade.
O amor pelo trabalho é a principal motivação de Paulo e Adriana
“Não existe um serviço que seja direcionado para o homem ou para a mulher. Existe uma adaptação de cada um para encarar cada trabalho. Eu tenho orgulho do que faço, do que os meus pais me ensinaram a fazer. Vi minha mãe ajudando o meu pai na lavoura e carrego esse exemplo dela”, comenta.
De porteira aberta para bons resultados Localizada em Linha Salete, interior de Vila Lângaro, a propriedade de Paulo e Adriana está há cinco quilômetros da unidade de negócios da Cotrijal. Toda a área de 11 hectares é destinada para a produção leiteira. São 61 animais, no sistema de confinamento compost barn, sendo 32 vacas em ordenha. Em 2020, a produção média vaca/dia chegou a marca de 34 litros. Vários investimentos estão em andamento, como
por exemplo a construção da nova sala de ordenha, que contará com coleta individual e amplo espaço para o trabalho. “Nosso objetivo está em proporcionar o melhor conforto para os nossos animais, para que isso também possa refletir em ganhos de produtividade. Já para o próximo verão teremos em funcionamento 10 novos ventiladores, sistema de molhamento e cortinas”, explica Paulo. Outro detalhe importante do trabalho está na organização e otimização das ações através da utilização de APPs (aplicativos). Na tela dos smartphones e tablets, o casal utiliza o Portal do Produtor (Cotrijal), o aplicativo Balde Cheio (Embrapa) e a ferramenta ABS Monitor, para acompanhar a evolução do rebanho. Para o médico veterinário da Cotrijal Nathan Batistelli da Rosa, que atende a propriedade, a sincronia do casal facilita o trabalho, principalmente no entendimento dos manejos e projetos. “Hoje eles estão 100% conectados com as nossas campanhas e projetos, conseguimos um bom trabalho nutricional e também de sanidade do rebanho. Realmente é um trabalho de excelência”, classifica o profissional.
Curiosidades
Parceria e comprometimento são diferenciais na relação de Paulo e Adriana com a cooperativa
• Paulo e Adriana em 2021 comemoram sete anos de união e parceria. • O primeiro lote de animais da propriedade tinha 30 vacas. • O casal participa do programa de gerenciamento leiteiro da Cotrijal. • O trabalho com animais na propriedade sempre teve o rebanho confinado.
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Safra de inverno
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Produtor espera boa rentabilidade neste ano Daniel Müller/Detec Cotrijal
A semeadura das culturas de inverno está em andamento na região de atuação da Cotrijal e os produtores iniciam a safra com expectativa de bom resultado.
O
uso de sementes certificadas, a semeadura no limpo e o cuidado com detalhes como regulagem da semeadora, velocidade de semeadura, umidade do solo e profundidade na deposição da semente no solo são alguns dos itens que precisam receber mais atenção para uma boa arrancada na safra de inverno. Ciente de tudo isso, o associado Maurício Glienke destinou 28,5 hectares para o trigo neste ano. A propriedade está localizada em Santo Antônio do Erval, Santo Antônio do Planalto. Pelas boas perspectivas de mercado, ele investiu um pouco mais em adubação e tam-
bém no preparo do solo para receber a semente de trigo. A cultura ocupa a área que no verão tinha milho e na entressafra recebeu nabo. “O planejamento da safra de inverno começou quando já no verão. O nabo ajuda a segurar água, facilita o controle de plantas daninhas e já deixa um pouco de nitrogênio para o trigo”, avalia o produtor. Com a área de trigo definida, Maurício conseguiu adquirir os insumos de forma antecipada, garantindo custo de produção menor em relação ao ano anterior. “Em torno de 34 sacos por hectare, considerando só a parte da implantação da cultura”, revela. “Teve anos que girou próximo dos 51 sacos por hectare”. Ano passado, ele colheu 57 sacos/ hectare, com boa lucratividade, e agora espera resultado melhor. Mas não abre mão do seguro. “Não dá pra arriscar. Planejamos tudo considerando o clima, em conjunto com o Departamento Técnico, e o seguro ajuda a evitar prejuízo em caso de alguma situação prejudicial à cultura”, pondera. A propriedade conta com a assistência técnica do engenheiro agrônomo
O que é a segregação?
Maurício Glienke e o engenheiro agrônomo Daniel Müller: investimento maior no inverno em busca de melhor resultado
Daniel Müller. “A Cotrijal é muito importante para nós, pois através dela temos acesso às melhores tecnologias e práticas, além de todo suporte do plantio à colheita, de forma direta no campo e
através de sua estrutura”, conclui Maurício, relatando que a semente adquirida da cooperativa será entregue de forma segregada, o que garante um bônus ao produtor.
Vantagens da semente certificada
O programa de segregação de trigo chega a sua quarta safra na Cotrijal. É um serviço exclusivo para quem adquire as sementes da cooperativa. Com essa modalidade, o produtor já sabe o local da entrega da sua produção, conforme o tipo de trigo que está na sua lavoura, o que facilita a comercialização e atende as demandas dos moinhos, com garantia de preços e bonificações.
melhor estabelecimento da cultura; melhor arranque inicial; plantas mais uniformes e vigorosas; proteção da plântula, pelo tratamento das sementes com fungicida e inseticida, evitando danos iniciais com fungos e insetos, como coró-das-pastagens, percevejo e pulgão.
Cevada: semeadura em andamento Andressa Krassuski/Cotrijal
As culturas de inverno vão ocupar 290 hectares na propriedade da família Gatti, que tem sede na localidade de Volta Grande, em Sertão, mas também com áreas em Estação e Getúlio Vargas. Serão 120 hectares de cevada e 170 hectares de trigo. Glauber Gatti revela que este ano investiu um pouco mais no inverno, pela expectativa de melhor rentabilidade.
Pontos de atenção
A seriedade e a qualidade do trabalho da Cotrijal conquistaram a confiança do produtor, que trabalha em parceria com o pai Elpídio, o tio Rogério e o primo Jean Carlos. “Produtos de qualidade, assistência técnica eficiente, confiança na armazenagem e comercialização são alguns dos diferenciais”, aponta o produtor.
Nas áreas onde foram utilizadas plantas de cobertura, o solo ficou protegido, mitigando dano ocasionado pela chuva torrencial, e o controle de plantas daninhas está sendo mais fácil. A recomendação do Departamento Técnico é sempre plantar no limpo, com a lavoura livre de invasoras. Uma prática que vem crescendo é o “plantio no verde”,que ocorre nas áreas com nabo forrageiro. Os produtores dessecam a cobertura e já no dia seguinte entram semeando a cultura de inverno. “Dessa forma é possível aproveitar ainda mais os benefícios do nabo, principalmente os nutrientes, como nitrogênio,potássio e enxofre”, explica o coordenador técnico de Difusão, Alexandre Nowicki.
Glauber Gatti: cevada teve boa emergência
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Cotrijal Seguros
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
“Hoje, não dá para plantar sem ter seguro”, avalia produtor Arquivo pessoal
Principal benefício do seguro agrícola da Cotrijal é a segurança para continuar investindo na produção caso haja alguma adversidade climática e se manter competitivo no agronegócio, sob condições de perda por produtividade.
C
ristiano Trentin Machado decidiu, ano passado, que era hora de experimentar o seguro agrícola da Cotrijal. Como todo produtor rural que adquire o serviço, ele contratou na expectativa de não precisar utilizá-lo, ao mesmo tempo em que mantinha a segurança de não ter prejuízo financeiro frente a possíveis intempéries. E foi exatamente o que aconteceu, com a seca atingido parte de suas lavouras em Lagoa Vermelha e Muitos Capões. No total, foram quase 600 hectares de soja que, devido à estiagem no verão, produziram abaixo do valor segurado na contratação. Tão logo o problema surgiu, o produtor teve todo o suporte da cooperativa. “Eu recomendaria para os colegas. Na hora de você contratar, às vezes, faz a conta e acha caro. Mas, lá na frente, você vai ver o bônus desse investimento em situação de uma seca, ‘chuva de pedra’ ou uma tromba d’água ou quando tiver que fazer o replante”, comenta Machado. Após a experiência, o produtor considera fundamental a contratação do seguro, sobretudo, quanto a possibilidade de novos problemas climáticos. “Temos uma empresa a céu aberto, ficamos sempre à mercê do tempo. É uma profissão muito gratificante, mas é de alto risco. Para amenizar o risco, temos que semear com seguro agrícola sem sombra de dúvida. Hoje, não dá para semear sem ter seguro”, explica.
“Para amenizar o risco, temos que plantar com seguro agrícola, sem sombra de dúvida”, diz o associado Cristiano Trentin Machado, junto com os filhos Inácio (à esquerda) e Luiz Otávio
“A planta sai muito cara para arriscar” Arquivo pessoal
Quem também contratou o seguro Cotrijal pela primeira vez foi o produtor Claudio Diedrich, de Coqueiros do Sul. Ele precisou acionar o seguro para cerca de 7,5 hectares de soja. “Veio uma tromba d’água que provocou ‘cascão’ e acabou não nascendo direito. Falei com o meu agrônomo e logo acionamos o seguro, que pagou
todas as despesas”, relata Diedrich. Para a próxima safra, o produtor planeja contratar novamente o serviço, pois entende que a relação custo/benefício vale a pena. “A planta sai muito cara para arriscar, ainda mais com a soja valendo bem agora. Não dá para errar”, afirma.
Riscos cobertos Principais riscos climáticos: cobertura multirrisco, sacas por hectares, tais como incêndio, estiagem, excesso de chuvas, tromba d’água, granizo, inundação imprevista e inevitável, geada e vendaval. Riscos nomeados: granizo e geada garante R$ por hectares. Seguro evitou prejuízo na propriedade do agricultor Claudio Diedrich
Riscos excluídos Perdas causadas por pragas e doenças, semeadura fora do período indicado pelo zoneamento agrícola e uso de sementes não homologadas pelo Ministério da Agricultura.
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
Seguro / Mercado
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“Não vou mais deixar de contratar” Experiência semelhante enfrentou o associado Floreceno Guindani, que na última safra de verão acionou o seguro para cerca de 210 hectares entre lavouras de soja e milho devido a problemas climáticos, como tromba d’água e estiagem. Ele contratou o serviço nos últimos dois anos e diz estar satisfeito com o resultado. “Não vou mais deixar de contratar. Todo o processo foi bem tranquilo e consegui evitar o prejuízo. Espero não precisar mais acionar o seguro, mas é algo muito útil para a gente”, comenta o produtor.
Produtor deve ter atenção aos prazos Diferente de um seguro automotivo, o seguro rural não pode ser adquirido a qualquer momento do ano. É preciso ficar atento aos prazos. Para as culturas de verão (soja e milho), o processo de contratação, este ano, começou na primeira semana de março e terminará no final de outubro. Contudo, o produtor não pode deixar para contratar no fim do prazo. O seguro agrícola possui subvenção federal, ou seja, o governo auxilia o produtor para o seguro se tornar mais acessível (o valor a ser reduzido varia de 20% a 40% do valor do prêmio do seguro rural). A questão é que o serviço é disponibilizado para todo país e distribuído conforme as contratações. Logo, chega em um momento que não há mais recursos disponíveis. O auxílio é distribuído por ordem de chegada aos produtores contemplados.
Para que não haja nenhum impedimento cadastral, o produtor não pode ter restrição no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). A cooperativa possui parceria com seguradoras reconhecidas no mercado pela seriedade, o que possibilita a oferta de planos personalizados e multirrisco.
Crescimento contínuo A Cotrijal trabalha com o seguro agrícola desde 2015 e a área abrangida vem crescendo a cada ano. Conforme o superintendente Administrativo-Financeiro, Marcelo Ivan Schwalbert, os produtores vêm se conscientizando da importância de fazer a contratação junto ao custeio. “Imagine que você tenha um investimento de R$ 1 milhão entre semente, defensivo, fertilizante e deixe tudo isso a céu aberto, exposto ao tempo e torça para que dê tudo certo para colher lá no final. É muito arriscado. Por isso, existe a questão do seguro agrícola. Se tiver uma adversidade climática, não vai produzir e não vai colher. O seguro paga os custos para poder tirar o produtor do prejuízo”, explica Schwalbert. A série de dados históricos indica que, se o produtor tem um sinistro e não consegue colher, ele tem dificuldades nos próximos quatro e cinco anos entre renegociação e custeio, entrando em uma indesejável ‘bola de neve’ financeira.
Floreceno Guindani relata que o processo de acionar o seguro foi muito tranquilo
Os números da Cotrijal • Cerca de 80% da área de soja financiada pela Cotrijal em 2020 foi segurada. • O percentual representa mais de 120 mil hectares. • A Cotrijal está entre as três cooperativas que mais contratam seguro privado no Brasil.
Artigo
A volatilidade atual e as perspectivas para o mercado de commodities Produção recorde no Brasil e no Rio Grande do Sul. Qual o balanço final da safra de soja 2020/21? Apesar das incertezas climáticas no começo do ciclo, o Brasil produziu uma safra recorde de 135,73 milhões de toneladas (estimativas da StoneX de maio/21). A área foi cerca de 4% maior neste ciclo (2020/21), alcançando 38,6 milhões de hectares. Houve perdas na reta final da safra com excesso de chuvas em importantes estados produtores com o Mato Grosso e o Paraná. O Rio Grande do Sul acabou surpreendendo e, com o crescimento de área que é acompanhando ano após ano no estado, principalmente em detrimento da região sul do estado, obteve uma produção de 22,3 milhões de toneladas de soja, levando o mesmo a posição de segundo maior produtor do grão no país. Demanda em trajetória ascendente e estoques finais menores. Qual o real cenário de oferta e demanda global da soja? Até o ciclo 2018/19, tínhamos oferta superior ao consumo e consequentemente estoques finais, ou seja, o que sobra de soja no mundo, em níveis confortáveis. No entanto, do ciclo 2019/20 em diante, dadas as frustrações de safra nos Estados Unidos e em regiões do Brasil, o consumo passou a exceder a produção e tivemos redução significativa nos estoques mundiais. Do lado da demanda, após 2019, a China começa a recompor seu rebanho de suínos, depois do episódio da Peste Suína Africana (PSA) que devastou o rebanho chinês e impactou no consumo mundial. As importações do gigante asiático saltaram de 82,5 milhões de toneladas em 2018/19 (ciclo impactado pela PSA) para estimativas de 100 milhões de toneladas nesse
ciclo (2020/21) e projeções de 103 milhões de toneladas para o próximo (2021/22). Esse apetite chinês no mercado mundial foi um dos fatores que ajudou na redução dos estoques estadounidenses de soja, além, é claro, do reflexo de uma produção menor, devido a problemas climáticos. Os Estados Unidos, cuja estimativa de exportação para esse ciclo está sendo projetada em 62 milhões de tons, já exportou 99% desse volume, deixando seus estoques finais estimados em cerca de 3,25 milhões de toneladas (ciclo 2020/21). De tal modo, o mercado importador ficou à mercê da safra sul-americana. Do outro lado, o ritmo dos embarques de soja brasileira para exportação também segue firme, e mais de 50 milhões de toneladas da estimativa total de 85 milhões já foram exportadas até meados de maio. E o mercado de milho? Assim como na soja, com cenários de consumo intensificado e após uma restrição de oferta observada com frustrações na safra verão do cereal, a segunda safra de milho deteve a atenção do mercado. Boa parte da área do milho safrinha foi semeada fora da janela ideal e as estimativas de produtividade foram sendo reduzidas à medida que as adversidades climáticas se intensificaram. Em meio a esse quadro, os preços do cereal continuaram em trajetória de alta. Diante dos elevados preços do milho no país e de uma oferta mais baixa, a competitividade do cereal no mercado externo tem sido impactada, ou seja, já se acredita em uma redução nas exportações totais do grão neste ciclo 2021. Contudo, é importante ressaltar que o balanço de oferta e demanda para o milho brasileiro continua apertado, lembrando que a disponibilidade na primeira me-tade do ano (já considerando o cenário para 2022) dependerá
da safra de verão, que é muito menor que a safrinha. Lá fora, o mercado se Sílvia Bampi, analista de mercado atenta ao crescimento do e consultora em uso de milho para a progerenciamento de dução de etanol nos EUA, riscos da StoneX que deverá aumentar em 4,5% no ciclo 2021/22 (mais de 5 milhões de toneladas) e, lembrando, a China passou a figurar como importadora no mercado mundial de milho e com isso as exportações norte-americanas também tendem a ser elevadas. Não é apenas o mercado de commodities que tem um cenário volátil. Por fim, o que podemos esperar do câmbio? Primeiro, é necessário mencionar que todas as injeções de recursos nas economias aumentaram significativamente a liquidez no mercado mundial e isso também refletiu nas commodities e pode ser observado nas posições dos fundos de investimento, por exemplo, que são especuladores no mercado. Da mesma forma que esse processo de escalada de preços é um fator importante para explicar a aceleração recente da inflação e tudo isso tem reflexos diretos no câmbio. O temor da inflação pode impactar na elevação das taxas de juros mundiais, a exemplo do que já vem acontecendo no Brasil e isso poderia man ter o capital externo longe do nosso país, apesar dos juros estarem ficando mais atrativos por aqui para o investidor. Isso porque do outro lado, temos cenários econômico e político ainda muito incerto no mercado interno e isso deverá seguir pressionando as cotações da moeda nacional (Real).
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Leite
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
Produção envolve amor e dedicação A produção de leite é importante fonte de renda para milhares de famílias no Rio Grande do Sul. Com o lucro contado nos centavos, exige planejamento, mas também envolve amor e dedicação. As histórias, em sua maioria, repetem-se. Muitos produtores começaram com uma ou duas vacas e aos poucos foram crescendo. E concretizando sonhos. No Dia Mundial do Leite, 1º de junho, a homenagem da Cotrijal para os seus mais de mil produtores de leite.
A
fartura de doces e salgados feitos a partir do leite é comum na casa de Liseu (72 anos) e Marlene Wentz (67). Especialmente nos finais de semana, quando os quatro netos estão por perto: Vinícius (23), Betina (13), Augusto (12) e João Pedro (6). Sagu com creme de leite, cueca virada, rosca, bolo, cuca, tudo leva um pouquinho do leite produzido na propriedade e um outro ingrediente mais do que especial: amor. “Gosto de cozinhar. É um agrado para a família e para nos reunirmos”, conta Marlene. A disposição da produtora não é só para a cozinha, mas também para a produção de leite. Ela e a filha Elisângela, 47, cuidam da ordenha na Agropecuária Vô Guido, em Posse Serrito, Victor Graeff. A atividade envolve também diretamente Ricardo, 52, que é marido de Elisângela, e seu Liseu. A sociedade tem ainda a participação do irmão de Elisângela, Eder, 44, e sua esposa Eloísa, 44. Com o dinheiro gerado pelo leite, Liseu e Marlene já concretizaram muitos sonhos. Conseguiram, por exemplo, pagar as faculdades dos dois filhos: Elisângela é formada em Pedagogia e Eder em Engenharia Agro-
Família Wentz: trabalho não pode ser um fardo, mas tem que ser feito com prazer
nômica. E agora é com o leite que eles estão conseguindo custear a faculdade de Medicina de Vinícius, filho de Elisângela e Ricardo. “O trabalho não pode ser um fardo, mas algo que tenhamos prazer de fazer”, afirma Elisângela, lembrando que a família foi uma das primeiras da região a adquirir uma ordenhadeira, há cerca de 35 anos, momento de alegria que ela guarda na lembrança. “Foi algo fantástico na época, pra quem estava acostumado a tirar leite à mão”. Hoje são 46 vacas em lactação, em sistema de confinamento compost barn, com produção de 30 litros/ vaca/dia.
Mais leite para mais famílias A família Wentz foi uma das responsáveis pela
produção de mais de 135 milhões litros de leite na área de ação da Cotrijal em 2020. São mais de mil produtores assistidos pela cooperativa e muitos crescendo em produção. Dentre os produtores que entregam leite para a Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), a qual a Cotrijal é associada, o incremento de produção no último ano foi de 57%. O gerente de Produção Animal da Cotrijal, Renne Granato, aponta que o resultado é fruto de uma postura afirmativa em investir na busca de conhecimento que garanta independência tecnológica e que coloque o produtor no centro de todas as soluções. “Hoje, tudo que há de mais moderno em produção animal no mundo é feito na Cotrijal. Está no nosso DNA a transferência de tecnologia. Sabemos como fazer, como gerar e como transferir”, destaca.
Quer conteúdo adicional? Confira no AgroCast Cotrijal: entrevista com a família Wentz; entrevista com Renne Granato, gerente de Produção Animal, sobre o trabalho da Cotrijal junto aos produtores; comentário da nutricionista da Cotrijal, Raquel Fenner, esclarecendo mitos relacionados ao leite.
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Viveiro de Cidadania
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
Mais do que um projeto, uma forma de concretizar sonhos Arquivo pessoal
O projeto acolhe 20 alunos da Apae e os coloca no mercado de trabalho como funcionários da cooperativa, com o foco na produção de mudas de árvores.
S
er útil, mostrar que é possível superar as dificuldades e entregar um trabalho bonito e de qualidade. Esse é o sentimento de Júlio César Teixeira Amarante, 39 anos, que através da Cotrijal realizou o sonho de ingressar no mercado de trabalho. “Somos associados da cooperativa, temos a Cotrijal presente no nosso dia a dia na lavoura e agora realizando o nosso maior sonho, ver o ‘Julinho’ trabalhar e ganhar o seu próprio dinheiro”, conta Jussara, a mãe de Júlio. Júlio sofre de paralisia cerebral e desde os primeiros anos de vida frequenta a Apae de Passo Fundo. A família de agricultores vive no interior de Coxilha e logo que o projeto Viveiro de Cida-
dania abriu espaço para receber os novos colaboradores, a ideia foi que Júlio participasse. Mesmo com toda a dificuldade que tem na fala e nos movimentos, ele faz o possível para desempenhar as suas funções e vê no trabalho com as plantas uma forma de seguir a profissão do pai, Milton dos Santos Amarante, agricultor. “Agora, ainda mais, a Cotrijal faz parte da nossa família”, conclui Jussara, orgulhosa. O Viveiro de Cidadania está repleto de outras histórias de desafios e conquistas. Do Paulo, da Bárbara, do Dionata, do Ronald e dos demais integrantes dessa nova família, apresentada pela Cotrijal para a comunidade de Passo Fundo no dia 2 de junho, com a inauguração oficial do espaço. O presidente da Cotrijal, Nei César Manica, lembrou que o projeto surgiu da ideia de reativar o trabalho com o viveiro que a cooperativa mantinha antigamente para produzir mudas para os associados. “Essas plantas estão sendo produzidas com um diferencial, muito carinho e amor, e, por isso, vão crescer mais fortes do que as plantas nativas que temos na região”, afirmou, agradecendo todos os parceiros do projeto.
Júlio demonstra a emoção de vestir o uniforme da Cotrijal
Parceria para bons frutos Em 2020, durante a Expodireto Cotrijal, foi assinado o termo de compromisso entre Cotrijal e Apae-PF, momento em que as obras de adequação da infraestrutura foram iniciadas. “Temos várias parcerias, porém, até então, nada foi tão empolgante do que este projeto, pois, dentre muitos outros benefícios, gera emprego para os nossos usuários em nosso próprio espaço”, disse a presidente da Apae, Maria do Carmo Ortolan Grazziotin.
“É uma iniciativa maravilhosa, que transforma as pessoas e a sociedade, e vamos procurar difundir nos demais municípios do Estado, para beneficiar os nossos 68 mil usuários”, completou o presidente da Federação das Apaes do RS, Afonso Tochetto. O Viveiro de Cidadania conta com 20 colaboradores contratados pela Cotrijal, que desenvolvem atividades teóricas e pedagógicas sobre desenvolvimento sustentável, ecologia, educação ambiental,
As atividades práticas junto ao viveiro fazem a alegria dos alunos
A inauguração contou com a direção da Cotrijal e também dos integrantes da diretoria da APAE de Passo Fundo
cidadania e cooperativismo, realizadas em parceria com o Sescoop/RS. “É um projeto exemplo para o Brasil, que trabalha o econômico, o social e o ambiental”, defendeu o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius. “É um projeto do qual temos muito orgulho, pois desenvolve também a cooperação. Uma ação capaz de motivar ainda mais a vida desses jovens e dessas famílias”, comentou o vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder.
As atividades práticas envolvem semeadura, irrigação, poda e acondicionamento das plantas. Atualmente o viveiro conta com 10 mil mudas de eucalipto, ipêroxo e amarelo, angico, pitanga e guajuvira.
Localização As atividades do Viveiro de Cidadania são realizadas no mesmo local onde a Apae de Passo Fundo atende aos seus usuários: Rua Bezerra de Menezes, 70, Vila Popular (PF).
Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
PIB do agro cresce 5,35% no 1º trimestre Depois de alcançar crescimento recorde no ano de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), teve alta de 5,35% no primeiro trimestre de 2021. Considerando-se os desempenhos até o momento do agronegócio e da economia brasileira como um todo, o Cepea/CNA estima que a participação do setor no PIB total brasileiro pode ultrapassar os 30% em 2021. Segundo pesquisadores do Cepea, o resultado observado no primeiro trimestre de 2021 esteve atrelado ao forte crescimento de quase 8% do ramo agrícola, tendo em vista que o pecuário recuou 1,96%. Ramo agrícola – Pesquisadores do Cepea indicam que o bom desempenho do ramo agrícola se deve especialmente ao expressivo avanço de 14,77% do PIB do segmento primário (“dentro da porteira”). Ressalta-se, contudo, que a intensa alta nos custos com insumos atuou em direção contrária, limitando o crescimento do PIB do segmento primário agrícola. Esse aumento do custo com insumos, por um lado, pressionou o PIB da agricultura, mas, por outro, resultou em avanço de 6,65% do PIB do segmento de insumos agrícolas. Ainda no ramo da agricultura, também chama a atenção o forte crescimento do PIB dos agrosserviços (6,62%), o que foi reflexo, especialmente, do excelente desempenho do campo e seu impacto sobre o uso de serviços de transporte, comércio, armazenagem, entre outros.
PIB do agro brasileiro + 5,35% entre janeiro e março de 2021, em comparação com 2020; O percentual equivale a R$ 124 bilhões.
Fonte: Cepea/CNA
Gerais
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Agronegócio terá recorde histórico de exportações em 2021, diz especialista As exportações do agronegócio brasileiro devem alcançar US$ 120 bilhões neste ano – 20% a mais do que em 2020 e recorde histórico – e contribuir com saldo positivo de pelo menos US$ 100 bilhões na balança comercial. A estimativa é de Marcos Jank, coordenador do centro Agro Global do Insper e especialista do setor. O recorde pode e deve ser festejado. Mas é bom lembrar que está entre os fatores de aumento da inflação de alimentos no país – algo que, na visão de Jank, deve ser contornado com maior produção e/ou abertura para os produtos agrícolas importados. Para o especialista, essa onda favorável é resultado de uma “combinação de astros”: o real desvalorizado, que torna os produtos menos caros para o importador, e a demanda aquecida na China e em outros países asiáticos. Outro astro importante é a disparada dos preços das commodities agropecuárias no mercado internacional. “Estamos vivendo um boom nos preços com duração em aberto, mas que irá até 2023, pelo menos. Dali para a frente, a demanda continuará aquecida, até por causa da recuperação das economias. Se a oferta não acompanhar a demanda, teremos um boom mais longo, como nos anos 1970 e 2000”, disse Jank ao Poder360. Fonte: Poder360
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Jornal da COTRIJAL | Janeiro de 2021 Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
Pudim de iogurte
Leite: saúde e sabor em todas as fases da vida
fácil encontrar pessoas que gostam de leite. Afinal, o alimento faz parte da vida do ser humano desde a infância. E em todas as fases é importante, pois tanto ele como seus derivados apresentam grande valor nutricional, sendo fontes de proteínas de alta qualidade, vitaminas e minerais, com destaque para o cálcio. Embora o cálcio seja um mineral amplamente distribuído na natureza, diferentemente dos produtos vegetais, nos lácteos este micronutriente possui maiores taxas de absorção. Por este
Ingredientes 2 copos de iogurte natural com soro 1 lata ou caixinha de leite condensado 1 copo de leite (usar a medida da lata de leite condensado) Manteiga ou margarina (somente para untar a forma de pudim)
motivo e pela presença de lactose e outros micronutrientes que favorecem a absorção de cálcio, leites e derivados são considerados as principais fontes alimentares deste mineral. No mercado, há diversos tipos de leite que podem ser indicados para atender a diferentes demandas nutricionais. Os mesmos, além de diferenciados pelo teor de gordura presente, podem ter ingredientes adicionados e ainda sofrerem processos industriais, que lhes conferem características e perfil peculiares.
Calda de maracujá 1 maracujá médio com semente 4 colheres (sopa) de açúcar 1/4 de xícara (chá) de água
Modo de preparo
Pudim de iogurte No liquidificador, coloque todos os ingredientes e bata em velocidade alta por 3 mi-
nutos. Unte a forma e despeje o pudim batido. Coloque a forma de pudim em outra forma com água e leve ao forno por 40 minutos. Leve à geladeira por 3 horas, desinforme e enfeite com a cobertura. Calda de maracujá Em um recipiente, misture o maracujá, o açúcar e a água. Depois que o açúcar for dissolvido leve a mistura ao fogo baixo até que levante fervura. Ao levantar fervura aumente o fogo e mexa sem parar até que a calda fique com a coloração amarelada.
Dica Você também pode utilizar outros tipos de calda nessa receita!
Mitos e verdades Leite não faz mal às pessoas que apresentam boa digestão desse alimento. Apenas para as pessoas que sofrem com intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite. O ideal para consumir o leite é no café da manhã ou lanches intermediários, longe do almoço e do jantar. Já ouviu falar que a ingestão de leite causa puberdade precoce? Isso é mito. O leite é fonte riquíssima de cálcio e não deve ser eliminado durante a puberdade.
Manga com leite não faz mal? Não! Essa é uma ótima opção para o lanche da tarde, pois há uma concentração de vitaminas e minerais. Ambos são altamente nutritivos.
Você sabia? Ingerir leite e derivados traz efeitos benéficos à saúde óssea e muscular. No caso dos ossos, os nutrientes do leite influenciam positivamente na produção e na manutenção da matriz óssea.
Nutricionista da Cotrijal, Raquel Jaeger Fenner
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Jornal Jornal COTRIJAL COTRIJAL || Junho Junho de de 2021 2021
Molho bechamel O molho bechamel é base para muitos outros molhos ou pode ser utilizado sem nenhuma alteração. Exemplos de molhos derivados do bechamel são o quatro queijos, curry, páprica picante, molho de brócolis, molho de couve-flor, dentre outros. Veja como fazer e faça o maior sucesso na sua casa. Ingredientes 2 ¼ de xícara (chá) de leite quente 4 colheres (sopa) de manteiga 3 colheres (sopa) de farinha de trigo 1 pitada de noz-moscada 1 cebola 2 folhas de louro Cravo em pau Sal e pimenta a gosto Modo de preparo Coloque o leite para ferver em fogo baixo com a cebola piquet (cebola
sem casca, cortada ao meio com cravo e louro cravados nela) e o alho. Após o leite fervido, faça um roux claro (farinha cozida na manteiga para molhos) e aos poucos vá adicionando o leite com auxílio de uma concha e mexendo com um fouet, sem deixar formar bolas de farinha. Vá adicionando o leite aos poucos com a panela ainda no fogo, cozinhe bem o roux, finalize com noz-moscada ralada na hora e sal.
Zero lactose
O chico balanceado é uma das receitas comuns de sobremesa no Rio Grande do Sul. Você sabia que pode fazer ela com leite zero lactose? Veja a receita. Ingredientes 3 xícaras (chá) de açúcar 1 xícara (chá) de água 1 litro de leite 6 gemas 2 colheres (sopa) de amido de milho 6 claras em neve 3 colheres (sopa) de açúcar Modo de preparo Misture em uma panela o açúcar com a água, dissolva bem e leve ao fogo. Cozinhe até formar uma calda de caramelo. Despeje em uma forma que possa ser levada ao forno. Enquanto esfria, misture em uma panela o leite, o amido de milho e as gemas. Leve ao fogo e cozinhe até formar um pudim, mais ou menos 15 minutos, despeje por cima do açúcar caramelizado. Bata as claras em neve junto com
o açúcar até formar um merengue, espalhe por cima e leve ao forno por alguns minutos até dourar. Leve à geladeira e sirva gelado.
Dica
Se quiser, pode colocar morango ou banana por cima do pudim antes do merengue. Se for morango, coloque açúcar por cima e deixe por alguns minutos. Se for banana, coloque com margarina na frigideira no fogo por alguns segundos.
Leite e beleza Não é à toa que as empresas de cosméticos investem no leite para produzir muitos de seus produtos. A explicação para o leite ser bastante utilizado é que ele é rico em vitaminas e em aminoácidos, nutriente necessário para a manutenção da queratina no cabelo e do colágeno na pele. Contém ainda ácido láctico, que é considerado um esfoliante natural. Reza a lenda que Cleópatra – um dos maiores ícones de beleza – era adepta de um bom banho de leite, que renovava a sua pele, realçando seu poder de sedução.
Molho de iogurte com ervas Ingredientes Uma receita superespecial para acompanhar suas saladas. Confira como preparar o molho de iogurte com ervas. Quer mais dias e ofertas? Acesse @supercotrijal no Facebook ou no Instagram. Quer receber mais dicas como essa pelo WhatsApp? Basta salvar o número (54) 99711-6063 no seu celular e enviar #ofertas. Ou escaneie o código ao lado.
2 colheres (sopa) de azeite de oliva 2 colheres (chá) de cebola picada 2 colheres (sopa) de vinagre de maçã 2 unidades de iogurte natural desnatado 1 colher (sobremesa) de chimichurri (a gosto) 4 folhas de hortelã
Modo de preparo Misture todos os ingredientes e sirva.
Você pode sugerir conteúdos para este caderno ou ter publicada aqui a sua receita preferida. Basta entrar em contato pelo WhatsApp (54)99932.1598.
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AgroCast Cotrijal cotrijalcooperativa
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Jornal COTRIJAL | Junho de 2021
COTRIJAL SEMENTES
Lote aprovado? Só depois de muitas avaliações!
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abe aquela lavoura de soja bem estabelecida, com as plantas emergindo sadias e uniformes? Para isso se tornar realidade, na unidade de produção de sementes da Cotrijal há todo um cuidado, desde o momento que a semente está preparada para ser colhida no campo. Para um lote de sementes ser aprovado, acontecem mais de 30 avaliações, entre a pré-colheita, armazenagem, secagem, beneficiamento, tratamento industrial, testes de canteiros e as análises oficiais. E para complementar todas estas avaliações, uma nova estruturação na área de qualidade foi implementada em 2021: a sala de testes de germinação em areia, que vai agregar análises por esta metodologia em 100% dos lotes produzidos pela Cotrijal. Este método aumenta significativamente o volume operacional de tra-
Arquivo pessoal
balho e possibilita avaliar de forma robusta o desempenho das sementes e o seu real potencial de germinação e desenvolvimento, o que deixa ainda mais seguro e conclusivo o programa de Controle de Qualidade de Sementes da Cotrijal. Para a produção de soja 2021/22, mais de mil lotes serão avaliados. O trabalho é minucioso e envolve seis profissionais de laboratório e qualidade assegurada, nos meses de março a outubro. “O ingrediente mais importante que colocamos em cada etapa do processo de produção é o amor pelo que a gente faz! Cuidar, preservar cada uma das sementes. Quem está dentro do processo deve estar atento aos mínimos detalhes para todos terem o sucesso desejado”, explica a analista de Sementes Camila Lange, responsável pela qualidade assegurada da produção.
Sala de germinação: espaço amplo, com temperatura controlada, para que a semente possa ter as condições ideais para os testes
Mas quem ganha com isso? Ganha o produtor - que tem a segurança de comprar sementes oriundas de lotes selecionados através de rigoroso processo de qualidade e com garantia de rastreabilidade (todo o histórico do lote pode ser acessado pelo produtor). Ganha a cooperativa – por atingir elevado percentual de aprovação de lotes produzidos e assegurar a qualidade de cada lote entregue. Ganha a cadeia de sementes – ao utilizar as sementes certificadas, o produtor remunera a pesquisa, que pode continuar investindo no desenvolvimento de biotecnologias e novas cultivares mais produtivas.
Dieta bem planejada dá resultado A alimentação representa o maior custo na produção leiteira e por isso precisa ser bem planejada. Como? Na Fazenda B&B, em São Miguel, distrito de Marau, o produtor Ivan Bisolo tem a resposta: trabalhar em conjunto com a assistência técnica da Cotrijal. No ano passado, por exemplo, esse planejamento foi fundamental para amenizar o problema de falta de qualidade da silagem, que sofreu com a seca. A propriedade é atendida pelo médico veterinário Guilherme de Quadros. Já são quatro anos de parceria. “Veio somar e nos ajudou a crescer bastante”, revela o produtor, na foto com a esposa Eliane, Michael (16 anos), Isadora (12) e Augusto (5). São 58 vacas em lactação na propriedade, confinadas em sistema compost barn, nos últimos meses produzindo média de 35 litros/vaca/dia. Dos 35 hectares da propriedade, 80% são destinados para a produção de forragem. O leite é entregue para a CCGL.
CONFIRA NESTA EDIÇÃO SAFRA DE INVERNO
Produtor espera boa rentabilidade
Leonardo Rosso/Detec
Sistema em dia Os bons resultados com a produção de grãos, seja no verão ou no inverno, estão diretamente ligados ao adequado planejamento do período de entressafra. Os produtores na área de atuação da Cotrijal têm entendido essa necessidade e, seguindo a orientação do Departamento Técnico, investem em coberturas de qualidade. A foto, feita pelo engenheiro agrônomo Marcelo Kohlrausch, mostra lavoura do associado Darci Pedro Hartmann, em Cruz Alta, que usou dois tipos de consórcio de plantas de cobertura, um para o pós-soja, em preparação para a implantação do milho, e outro para cobrir as áreas que vão receber soja novamente. “Mesmo com os grandes volumes de chuva registrados entre maio e início de junho, não houve danos com erosão e a lavoura segue protegida, ciclando nutrientes e tendo ganhos biológicos, químicos e físicos”, avalia Kohlrausch. “Além disso, pela qualidade da palhada, esse solo tem a capacidade de reter mais água, o que é essencial para períodos de falta de chuva”.
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