Formação de Professores em Tempos de Incerteza

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©2017 Vantoir Roberto Brancher; Valeska Fortes de Oliveira (Orgs.) Direitos desta edição adquiridos pela Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

F7244 Formação de Professores em Tempos de Incerteza: Imaginários, Narrativas e Processos Autoformadores/Vantoir Roberto Brancher; Valeska Fortes de Oliveira (Orgs.). Jundiaí, Paco Editorial: 2017. 290 p. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-462-0711-4 1. Formação de Professores 2. Narrativas de Formação 3. Saberes Docentes I. Brancher, Vantoir Roberto II. Oliveira, Valeska Fortes de. CDD: 370 Índices para catálogo sistemático: Formação de professores - Estágios Educação, pesquisa e tópicos relacionados IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Foi Feito Depósito Legal

Av. Carlos Salles Block, 658 Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Sala 21 Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100 11 4521-6315 | 2449-0740 contato@editorialpaco.com.br

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Sumário Apresentação...............................................................................7 Prefácio. Formar profesores y profesoras para el S.XXI: reflexiones desde Europa..................................................................15 Miguel A. Zabalza Beraza María Ainoha Zabalza Cerdeiriña

Capítulo 1. (Re)Simbolização da docência: entre imaginários e saberes na defesa do protagonismo dos professores.....................29 Vantoir Roberto Brancher Valeska Fortes de Oliveira

Capítulo 2. A formação docente para além da escola: um olhar

para as entrelinhas.............................................................................43 Gabriella Eldereti Machado Leonardo Kozoroski Cassiano Telles

Capítulo 3. Formação docente: um assunto relevante para a educação profissional e tecnológica.................................................57 Betina Waihrich Teixeira Cristiane Berenice Caraveta dos Santos Daiana de Avila Machado

Capítulo 4. Formação docente para o ensino superior e as estratégias de ensino-aprendizagem de professores licenciados e bacharéis............................................................................................71 Patrícia Oliveira Roveda Silvana Basso Miolo


Capítulo 5. As interfaces da docência: olhares, movimentos, horizontes na/com a formação de professores.................................93 Caroline da Silva dos Santos Eduardo Fank Saldanha Fernanda Monteiro Rigue Marli da Silva

Capítulo 6. Docência e a crise de identidade: reflexões necessárias........................................................................111 Silvia Regina Basseto Tolfo

Capítulo 7. Os paradigmas de formação de professores – uma análise junto aos alunos do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSM........................................................................123 João Carlos Coelho Junior Luiz Eduardo Diaz de Carvalho

Capítulo 8. Trajetos formativos: imaginários de professores ricos de saberes.............................................................143 Tania Micheline Miorando

Capítulo 9. Os processos formativos de professores e a urgente profissionalização docente.................................................159 Liane Nair Much Ana Paula Santos de Lima

Capítulo 10. Formação continuada: motivações e desafios para o trabalho docente...........................................................................173 Weliton Martins da Silva


Capítulo 11. Educação na era digital e a atuação docente: discutindo desafios e possibilidades nos processos de formação de professores......................................................................................187 Angela Cardoso Brollo Bárbara Inês Haas Alessandra Venturini

Capítulo 12. Saberes docentes: (re)significando a docência na contemporaneidade.........................................................................217 Juliani Natalia dos Santos

Capítulo 13. Aproximações entre imaginário e formação de professores......................................................................................231 Lucinara Bastiani Corrêa

Capítulo 14. A formação e transformação docente................245 Marijane Rechia

Referências................................................................................257 Sobre os organizadores...................................................279 Sobre os autores....................................................................281



Apresentação Iniciar a apresentação desta obra se constitui num misto entre prazer e desafio. Prazer porque a rede de relações que estabelecemos para sua construção se mescla de forma verdadeiramente interdisciplinar estabelecendo parcerias e nuances reflexivas sobre as diferentes constituições da docência. Assim, essa obra consegue transitar por uma gama de tempos e espaços formativos/existenciais de forma bastante singular. Ao mesmo tempo, se torna um desafio no intuito de tentar materializar algumas das incertezas com as quais temos vivido, especialmente neste tempo, de profundas inseguranças, tanto no que diz respeito aos rumos da educação de um modo geral, que, por si só, já se constitui, numa gama de complexidades. Não bastasse esta perspectiva, ainda temos a organização político-conjuntural com a qual o Brasil, de modo especial tem vivido e os riscos para constituição de uma educação pública e de qualidade dos dias atuais. Assim sendo, esta obra é uma organização coletiva que tenta dar conta de apresentar ao leitor alguns dos fazeres que temos desenvolvido, de modo geral, nos espaços de interlocução por nós percorridos. Para tanto, entregamos ao leitor uma obra composta de 14 capítulos assim organizados: o primeiro capítulo, de autoria dos organizadores desta obra, intitulado “(Re)simbolização da docência: dentre imaginários e saberes na defesa do protagonismo dos professores”, buscou produzir uma discussão acerca dos sentidos da docência na contemporaneidade, sentidos estes os quais procuraram realizar uma leitura a partir do Imaginário Social. Do mesmo modo, nesse capítulo os autores buscam problematizar as necessidades de novos protagonismos docentes na atualidade. Para tanto pensam, alicerçados nas discussões do pensador português Antônio Novoa, as disposições necessárias à docência nos 7


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dias atuais, bem como as narrativas docentes enquanto possibilidades de formação e qualificação dos fazeres docentes. O Capítulo 2, intitulado “Formação docente para além da escola: um olhar para as entrelinhas”, de Gabriella Eldereti Machado; Leonardo Kozoroski; Cassiano Telles é um escrito no qual os autores vêm problematizando os mecanismos que têm influenciado a profissão docente. Para tal, discutem a partir do que denominam meio simbólico embasados nos estudos de Castoriadis (1982). Do mesmo modo, organizam a sua escrita a partir de problematizações referentes ao momento histórico vivido e o processo de valorização e/ou desvalorização da docência de um modo geral. Assim sendo, procuram enfocar as “entrelinhas da formação docente” observando a macro e a micropolítica que permeia os programas educacionais e os debates educacionais. Por fim, concluem seu escrito propondo diferentes cartografias à luz de autores pós-estruturalistas para repensar os fazeres educativos. O Capítulo 3, intitulado “Formação docente: um assunto relevante para a educação profissional e tecnológica”, de autoria de Betina Waihrich Teixeira, Cristiane Berenice Caraveta dos Santos e Daiana de Avila Machado procura explicitar a compreensão das autoras no que tange aos constituintes da formação docente para educação profissional e tecnológica. Desse modo, questionam e procuram entender a forma como o professor da educação profissional e tecnológica tem se construído profissional desse espaço singular de atuação. Patrícia Oliveira Roveda e Silvana Basso Miolo escrevem o quarto capítulo deste livro e o intitulam “Formação docente para o ensino superior e as estratégias de ensino-aprendizagem de professores licenciados e bacharéis”, com o objetivo de investigar a formação inicial e continuada dos professores do ensino superior de diferentes áreas do conhecimento e a influência da formação 8


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Inicial e continuada sobre as escolhas das estratégias pedagógicas utilizadas no processo de ensino. Para tal organizam uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas de cunho narrativo com uma amostragem não probabilística intencional com 4 professores de duas áreas do conhecimento, quais sejam: Ciências da Saúde e Linguística observando a formação dos professores bem como a influência destas formações no exercício da docência daqueles profissionais, bem como suas estratégias metodológicas utilizadas. O Capítulo 5, denominado “As interfaces da docência: olhares, movimentos, horizontes na/com a formação de professores”, de Caroline da Silva dos Santos, Eduardo Fank Saldanha; Fernanda Monteiro Rigue e Marli da Silva vem problematizar, de modo geral, os pressupostos que têm orientado os processos educativos contemporâneos. Para tal, organizam um texto subdividido em momentos: o primeiro abordando diferentes concepções da docência, o segundo abordando os movimentos da docência perpassando pelas nuances da formação inicial e continuada, o terceiro discutindo o protagonismo no ambiente de ensino, enfocando o papel docente e discente, e, por fim, no último tópico enfocam possíveis caminhos a serem trilhados nos ambientes educacionais. “A docência e a crise de identidade: reflexões necessárias”, de Silvia Regina Basseto Tolfo, no Capítulo 6, apresenta-nos o desafio de seguirmos uma discussão revendo os espaços escolares até chegarmos na constituição de uma identidade docente que esteja precisando rever sua formação e os espaços nos quais estabelece suas relações de trabalho. A autora chama, mais uma vez, a nos aproximarmos das redes que tramam a relação dos professores com a escola e com os espaços sociais para sabermos mais de uma identidade docente que se reforma junto a uma sociedade que também refaz sua tecitura cultural. O desafio está lançado e

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busca por professores que compreendam a implicação de pensar-se a si e os espaços de trabalho. No Capítulo 7, João Carlos Coelho Junior e Luiz Eduardo Diaz de Carvalho provocam-nos a aproveitar os espaços acadêmicos da formação em pós-graduação, da Educação, a pensar sobre “Os paradigmas de formação de professores – uma análise junto aos alunos do programa de pós-graduação em educação da UFSM”. Os autores trazem cinco orientações conceituais que se apresentam na formação dos professores em curso de pós-graduação e mostram o exercício de saber mais dos princípios formadores que os constituem na profissão docente. Acabam por provocar, com tão rico exercício, a seguirmos pensando os processos formativos anteriores e posteriores a este momento na carreira profissional. “Trajetos formativos: imaginários de professores ricos de saberes”, de Tania Micheline Miorando, é a trilha para chegarmos ao Capítulo 8. Nesse caminho somos levados a voltarmos a um período histórico da formação docente no Brasil, pelas pistas da legislação que o Plano Nacional de Educação deixou ao longo de anos de lutas e reivindicações que possibilitaram políticas ou programas para a Educação. Mas também aportamos nos dias de lutas em que os alunos se somam às manchetes de jornais, instigando um novo vocabulário para a descrição do que fazem: ocupação de escolas? A autora fala de suas experiências na coordenação de um curso na formação inicial, de um dos programas que o governo levou aos professores das escolas públicas, enquanto instiga-nos a perceber a condição instituinte, em conhecer mais do que fazem os professores a dar novas direções à Educação. Seguimos pelos caminhos até “Os processos formativos de professores e a urgente profissionalização docente”, no Capítulo 9, o qual Liane Nair Much e Ana Paula Santos de Lima, escrevem. Por essas linhas somos provocados a pensar sobre a estru10


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tura que a escola e o sistema educacional podem imprimir sobre a condição docente e a reação dos professores frente à formação (ou não formação) pedagógica para responder aos movimentos sociais e culturais que atravessaram os séculos anteriores e inauguram o que vivemos. A atuação do professor pela busca do reconhecimento de sua profissionalização entremeia-se às políticas econômicas e sociais, deflagrando uma nova condição a se instituir no trabalho docente. No Capítulo 10, “Formação continuada: motivações e desafios para o trabalho docente”, Weliton Martins da Silva nos traz uma reflexão sobre a formação do professor como um processo contínuo que não encerra nos cursos iniciais de formação. As novas tecnologias e o convívio com as novas gerações podem constituir-se como desafios ao desenvolvimento profissional do professor. Ao discutir o conceito de formação, amplia-o a partir do debate referenciado em diferentes profissões e problematiza a formação inicial, relacionando-a à sua continuidade, no que conhecemos por “formação continuada”, transitando por pesquisadores que têm se dedicado ao tema, bem como, nas definições propostas pela LDB 9394/96. Entre os obstáculos e desafios a serem superados, destaca a formação contínua como uma ferramenta básica para o melhor desempenho profissional e, assim, para uma educação de qualidade. O autor problematiza, ainda, a intensificação e precarização do trabalho docente. As autoras Angela Cardoso Brollo, Bárbara Ines Haas e Alessandra Venturini contribuem com o trabalho intitulado “Educação na era digital e a atuação docente: discutindo desafios e possibilidades nos processos de formação de professores”, no Capítulo 11. O texto traz uma reflexão produzida sobre o debate acerca da formação de professores sob a ótica destes e do papel do gestor neste processo, a partir das suas vivências. Numa sociedade em transformação, os desafios colocados aos professores 11


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acabam por exigir novos olhares sobre suas práticas, gerando outras necessidades formativas. Neste contexto, defendem as autoras que há demandas por maior qualificação dos trabalhadores, maior nível educacional, maior abrangência e domínio das habilidades e competências cognitivas, pessoais e sociais, bem como o domínio dos recursos tecnológicos e da linguagem oral e escrita. Defendem que a valorização do professor passa em primeiro lugar pela segurança que este profissional tem de sua profissão, a motivação profissional e a satisfação com o que faz. O Capítulo 12, “Saberes docentes: (re)significando a docência na contemporaneidade”, é o trabalho de autoria de Juliani Natalia dos Santos apresentando como desafio a reflexão sobre a própria prática dos professores. Nessa perspectiva, a autora aborda a noção de desenvolvimento profissional, numa interlocução com autores que vêm produzindo esse conceito e a reflexão sobre os saberes docentes. Um repertório de saberes, necessários à docência e a constituição do que estamos chamando de profissão de professor. Juliani dialoga com autores da sociologia das profissões, que contribuíram no nosso país para incorporarmos à noção de profissão os saberes que são incorporados no trajeto formativo da docência e do professor. O trabalho de Lucinara Bastiani Corrêa é desenvolvido a partir do tema “Aproximações entre imaginário e formação de professores”, no Capítulo 13, mostrando uma articulação do campo da formação de professores e do imaginário social. A autora desenvolve, na reflexão sobre formação, um debate sobre o repertório de saberes necessários à constituição da profissão. Aborda, ainda, através de autores Como Nóvoa e Pimenta, o processo de construção identitária dos professores. A aproximação entre os dois campos, o da formação e o do imaginário social possiblitam pensar que o professor e a sua docência são criações, portanto, passíveis de serem transformadas, pelos mesmos indivíduos que as constituem. 12


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“A formação e a transformação docente” é o capítulo escrito por Marijane Rechia, de número 14 e nos traz uma reflexão sobre o momento atual no qual atravessamos uma turbulenta fase da vida profissional docente e os inúmeros problemas que têm sido trazidos ao debate sobre a docência, os professores e a formação. Marijane questiona se, de fato, estariam os professores sendo preparados para todos os desafios que podem ser enfrentados em sala de aula. Ressalta a autora que o professor necessita potencializar sua profissão, refletindo sobre sua atuação, refazendo, assim, a sua própria história profissional. Traz também no seu texto, a experiência realizada na Universidade Federal de Santa Maria, RS, pelo Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), no projeto de formação continuada desenvolvido com professores(as) do ensino fundamental, coordenado por um Grupo de Pesquisa do Centro de Educação da UFSM. Concluindo a apresentação desta obra, explicitamos nosso desejo de que a mesma sirva como elemento candente com o qual se possa instigar os educadores contemporâneos a repensarem seu lugar social, bem como seu protagonismo frente à sociedade à qual pertencem. Do mesmo modo, é nosso desejo que se possa instigar esses profissionais a colocarem-se em movimento, movimento esse no intuito de novos instituintes sociais, instituintes de uma educação mais humana, igualitária e demarcadamente includente e democrática. Santa Maria, novembro de 2016 Vantoir Roberto Brancher, Tania Micheline Miorando e Valeska Fortes de Oliveira

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Prefácio Formar profesores y profesoras para el S.XXI: reflexiones desde Europa Miguel A. Zabalza Beraza Universidad de Santiago (España) María Ainoha Zabalza Cerdeiriña Universidad de Vigo (España)

Agradezco el convite de Valeska y Vantoir, buenos amigos y apreciados colegas brasileños, para hacer este prólogo a su interesante e imaginativo trabajo sobre el nuevo profesorado que precisa la educación de nuestros tiempos obligada a afrontar importantes desafíos en todos los ámbitos. Aunque la invitación me la han cursado a mí, como se trata de un tema que ya hemos abordado juntos María y yo, me ha parecido más interesante que volvamos de nuevo juntos sobre el tema y tratemos de hilvanar algunas reflexiones sobre nuestra experiencia en ese terreno. Aquí están. Una primera cuestión que precisamos aclarar es que tanto la experiencia como las lecturas especializadas que manejamos dejan claro que la situación de Europa y Latinoamérica, siendo bien distinta, tiene muchos puntos en común. Quien lea, desde Europa, este libro que gustosamente prologamos podrá comprobar que buena parte de las reflexiones que en él se hacen sobre las importantes modificaciones que la construcción de la identidad docente está sufriendo en Brasil no son disímiles de las que nosotros afrontamos en buena parte de los países europeos. Por señalar solo un ejemplo, podemos analizar la situación en España donde nos encontramos en este momento en el final (o 15


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