Minas do Sul

Page 1

Minas do Sul: Espaço e política no século XIX




Conselho Editorial Profa. Dra. Andrea Domingues Prof. Dr. Antônio Carlos Giuliani Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna Prof. Dr. Carlos Bauer Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha Prof. Dr. Eraldo Leme Batista Prof. Dr. Fábio Régio Bento Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa

Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes Profa. Dra. Magali Rosa de Sant’Anna Prof. Dr. Marco Morel Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins Prof. Dr. Romualdo Dias Prof. Dr. Sérgio Nunes de Jesus Profa. Dra. Thelma Lessa Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt

©2016 Pérola Maria Goldfeder Borges de Castro Direitos desta edição adquiridos pela Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

P94398 Castro, Pérola Maria Goldfeder Borges de Pérola Maria Goldfeder Borges de Castro/Minas do Sul: Espaço e política no século XIX. Jundiaí, Paco Editorial: 2016. 228 p. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-462-0659-9 1. História regional do Brasil 2. Geopolítica 3. Campanha 4. Minas do Sul I. Castro, Pérola Maria Goldfeder Borges de. CDD: 981 Índices para catálogo sistemático: História de Minas Gerais

IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Foi feito Depósito Legal

Av. Carlos Salles Block, 658 Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Sala 21 Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100 11 4521-6315 | 2449-0740 contato@editorialpaco.com.br

981.51


A Nair dos Santos SĂĄ, in memoriam. A PatrĂ­cia, Maria do RosĂĄrio, Margarida e Maria Izabel, mulheres fortes em minha vida.



Agradecimentos Este livro que hoje ofereço à apreciação pública talvez não tivesse saído a lume se não fosse o incentivo do Prof. Alexandre Macchione Saes, cuja convivência e apoio intelectual durante este primeiro ano de doutorado na Universidade de São Paulo foram fundamentais para que eu ousasse desbravar novos campos de pesquisa sem, contudo, deixar de revisar e problematizar antigos objetos. A ele, portanto, minha especial atenção. Também agradeço imensamente ao Prof. Francisco Eduardo de Andrade, pela competência e atenção na orientação de meu mestrado, defendido na Universidade Federal de Ouro Preto entre os anos de 2010 e 2012. Extensivos agradecimentos à Banca Examinadora, composta por esse professor e pelos professores Cláudia Maria das Graças Chaves e Afonso de Alencastro Graça Filho. Não poderia deixar de mencionar ainda o apoio e o incentivo à pesquisa recebidos pelo professor Caio César Boschi durante o período de minha graduação na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Nesses últimos anos, tive a oportunidade de estabelecer preciosas interlocuções que muito me ajudaram no aprimoramento de meu trabalho. Sendo assim, agradeço a Marcos Lobato Martins, Thiago Fontelas Rosado Gambi e, novamente, a Alexandre Saes pela organização do simpósio sobre a história da região sul-mineira, de cujos profícuos debates resultaram duas publicações, das quais participei: Sul de Minas em transição (Edusc, 2012) e Sul de Minas em urbanização (Alameda, 2016). Extensivos agradecimentos a todos que participaram desse evento e com quem pude compartilhar experiências e informações. Um dos maiores ganhos dessa experiência de pesquisa foi a oportunidade de conhecer diversos arquivos e bibliotecas. Por isso, agradeço aos funcionários das seguintes instituições: Centro de Estudos Campanhense Monsenhor Lefort; Centro de Memória Cul-


tural do Sul de Minas; Arquivo Público Mineiro; Arquivo Público do Estado de São Paulo e Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Em Campanha, cidade onde vivi e por alguns anos lecionei, tenho a sorte de contar com o carinho e o apoio de pessoas generosas, como meu padrinho José Jorge Carneiro, meu primo Breno Aisenberg e meus sogros Elza e Sérgio Dias de Castro. A eles, bem como aos amigos e familiares que não pude mencionar, minha sincera gratidão por darem crédito ao meu trabalho. Especial menção merecem, por fim, Maria Patrícia, minha mãe; Maria do Rosário, minha avó; Margarida e Maria Izabel, minhas madrinhas, pelo apoio incondicional na publicação desse livro. E Serginho, companheiro cuja presença constante e o querer bem inestimável tornaram-me capaz de realizar em minha vida as palavras expressas no “Poeminha do Contra”, de Mário Quintana: “Todos estes que aí estão/ Atravancando o meu caminho/ Eles passarão/ Eu passarinho!”.


Sumário

Apresentação, 13 Prefácio, 17 Introdução, 23

Capítulo 1 A totalidade como desafio: representações de Minas Gerais, 35 1. Itinerários: relatos da experiência, 38 2. Mapas: conhecer o território para administrá-lo, 46 3. Perspectivas diversas e complementares, 61

Capítulo 2 O colosso de barro: Minas Gerais na família provincial do Império, 73 1. Dividir para integrar, 81 2. Falanges e argonautas, 90 3. Minas do Sul em questão, 101

Capítulo 3 Minas do Sul, região imaginada, 123 1. “De fiéis corações provas inteiras”, 127 2. Contra as “marcas de sofrimento”, 131 3. Projetos políticos e diversidade de representações, 144


Capítulo 4 Os veigas: Minas do Sul impressa, 165 1. De pai para filho, o amor pela pátria, 169 2. “Lemos no presente, soletramos no futuro”, 175 3. Almanach Sul-Mineiro: descobrir o sul de Minas para transformá-lo em Minas do Sul, 185 Considerações finais, 203 Fontes documentais, 209 Referências, 217


Lista de Figuras

Figura 1: Carta corográfica da província de Minas Gerais, 1855

49

Figura 2: Carta da província de Minas Gerais, 1862

57

Figura 3: Província de Minas Gerais segundo o projeto de nova divisão do Império pelo deputado Cruz Machado, 1873 114 Figura 4: Mapa de toda a extensão da Campanha da Princesa, 1800

132

Figura 5: Mapa do termo da Vila da Campanha da Princesa, comarca do Rio das Mortes de Minas Gerais, s/d 134 Figura 6: Mapa da Vila da Campanha da Princesa e termos anexos, 1823

136

Figura 7: Litogravura da cidade de Campanha da Princesa, circa 1840

192

Figura 8: Vista da cidade da Campanha, mandada reproduzir por Bernardo Saturnino da Veiga, 1885

194



Apresentação Este livro foi originalmente apresentado como dissertação de mestrado no Departamento de História do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto, em novembro de 2012. Na sua publicação como livro, optamos por manter a estrutura de capítulos e as discussões teórico-metodológicas mais próximas do texto original, não obstante algumas alterações e adendos que passamos a explicar. Primeiramente, no que diz respeito a um dos conceitos-chave do estudo: o espaço. Na versão original desse trabalho, analisamos esse elemento sob a égide do paradigma corográfico, termo de origem grega empregado no século XIX para designar a descrição pormenorizada de um objeto espacial. Como esse termo caiu hoje em desuso, podendo se prestar a equívocos e incompreensões, decidimos substituí-lo pela denominação mais genérica de representações espaciais. Também evitamos aprofundar discussões relativas às diferenças conceituais entre as diversas modalidades de representação do espaço, tais como corografia, topografia e geografia, presentes no texto original. Outra alteração digna de nota foi a inserção, no terceiro capítulo, de dados relativos à composição social dos peticionários que assinaram as representações enviadas ao governo provincial paulista entre 1853 e 1854, em favor da anexação da comarca do Sapucaí ao território de São Paulo. A análise desses dados foi originalmente desenvolvida em um artigo que apresentamos para o cumprimento de créditos na disciplina “Revoluções, revoltas, motins e estratégias de sobrevivência: homens livres pobres, libertos e escravos no Império do Brasil”, ministrada pela Professora Mônica Duarte Dantas no Programa de Pós-Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, no primeiro semestre de 2014. Embora reconheçamos o caráter inacabado desse exercício, optamos por inseri-lo no corpo 13


Pérola Maria Goldfeder Borges de Castro

do livro por acreditarmos que ele possa sinalizar novas sendas de análise que restam ser exploradas no âmbito da história regional. Nesse momento, convém apontar o que consideramos uma lacuna significativa nesse estudo: a ausência de uma análise bem fundamentada sobre a relação entre representatividade política regional, projetos de provincialização e finanças públicas municipais. A importância desse último aspecto nos foi apresentada pela Professora Luciana Suarez Lopes no âmbito da disciplina “Fiscalidade no Brasil: Colônia e Império”, por ela ministrada no Programa de Pós-Graduação em História Econômica da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, no segundo semestre de 2015. Com base nas reflexões provocadas por essa professora, podemos estimar, hoje, como as ações representativas da municipalidade campanhense podem ter sido motivadas por questões de ordem fiscal, tais como necessidade de maior fonte de renda para cumprir com as despesas públicas básicas e perspectiva de arrecadar impostos, caso se tornasse a capital administrativa da província sul-mineira. Como a confirmação dessas hipóteses demandaria pesquisa e tratamento sistemático dos dados presentes nos balanços financeiros municipais, atividades que não estavam no plano original da obra, optamos por reservar para momento mais oportuno a revisão de tais questões. Algumas perspectivas instigantes nos foram abertas por este estudo: cremos que as relações intermunicipais entre Campanha, as sedes das outras comarcas sul-mineiras (Pouso Alegre e Três Pontas) e Lavras restam ser melhor esquadrinhadas, visto que podem revelar novos conflitos e emulações, mas também alianças políticas inusitadas. A maneira como os projetos de provincialização reverberaram em outras instâncias de poder, como o Senado Imperial e a Assembleia Legislativa de São Paulo, também é um aspecto da pesquisa que buscaremos desenvolver em estudos posteriores. Outra senda de pesquisa que nos parece promissora são as políticas municipais de gestão dos terrenos em que foram descobertas fontes de águas minerais, mais especificamente nos distritos de 14


Minas do Sul: Espaço e Política no Século XIX

Lambarí (atual Jesuânia), Águas Virtuosas (atual Lambarí) e Cambuquira. Ao que tudo indica, a preocupação da Câmara de Campanha com a manutenção das estâncias balneárias e a incorporação desses novos espaços ao termo municipal foi um dos motivos que levou essa municipalidade a reivindicar veementemente a provincialização. Vale observar que esse tema encontra-se diretamente relacionado à questão das finanças municipais, pois, o que estava em jogo, naquele momento, era o repasse de verbas provinciais para esse empreendimento que tanto custava aos cofres públicos campanhenses. Resta-nos dizer que os manuscritos e impressos de época citados no texto foram, todos, atualizados de acordo com a norma ortográfica vigente, respeitando-se, todavia, o emprego de maiúsculas, sinais gráficos e termos estrangeiros quando esses apareciam nos textos originais. Pequenas frases em latim ou em francês, citadas nos periódicos analisados, foram traduzidas para a língua portuguesa em notas de rodapé. Ademais, buscou-se eliminar, tanto quanto possível, o excesso dessas notas que, necessárias para as formalidades do trabalho acadêmico, poderiam tornar a leitura cansativa. Gostaríamos, por fim, de reiterar o agradecimento a tantos colegas e professores que cooperaram na publicação deste livro e esclarecer que os erros e omissões são de inteira responsabilidade da autora. Pérola Maria Goldfeder Borges de Castro Sorocaba, 3 de julho de 2016.

15


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.