Textos Sensíveis na Tradução Literária

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Textos Sensíveis na Tradução Literária um estudo de caso




Conselho Editorial Profa. Dra. Andrea Domingues Prof. Dr. Antônio Carlos Giuliani Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna Prof. Dr. Carlos Bauer Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha Prof. Dr. Eraldo Leme Batista Prof. Dr. Fábio Régio Bento Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa

Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes Profa. Dra. Magali Rosa de Sant’Anna Prof. Dr. Marco Morel Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins Prof. Dr. Romualdo Dias Prof. Dr. Sérgio Nunes de Jesus Profa. Dra. Thelma Lessa Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt

©2017 Magdalena Nowinska Direitos desta edição adquiridos pela Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

N867 Nowinska, Magdalena Textos S ensíveis na Tradução Literária: um estudo de caso/Magdalena Nowinska. Jundiaí, Paco Editorial: 2017. 392 p. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-462-0719-0 1. Tradução 2. Literatura Alemã 3. Motifs Judaicos. I. Nowinska, Magdalena. CDD: 830.9

Índices para catálogo sistemático: Literatura Alemã – Crítica Teoria Literária

830.9 808

IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Foi feito Depósito Legal

Av. Carlos Salles Block, 658 Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Sala 21 Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100 11 4521-6315 | 2449-0740 contato@editorialpaco.com.br


Agradecimentos Várias pessoas e instituições contribuíram de modos diferentes para a realização deste livro; gostaria de agradecer particularmente às seguintes: João Azenha Jr., meu orientador, pela orientação dedicada desde o mestrado, pelo apoio, pelos valiosos incentivos e pelo delicioso café; Membros da banca da qualificação do mestrado, Helmut Galle e John Milton, bem como os membros da banca de qualificação do doutorado, Tércio Redondo e Jaime Ginzburg, pelas importantes críticas e sugestões; Membros da banca de doutorado, Helmut Galle, John Milton, Karin Volobeuf e Markus Weininger, pela discussão estimulante e pelas críticas construtivas; Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, pela indicação ao Prêmio Capes de Melhor Tese de 2012; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelas bolsas concedidas, que possibilitaram minha dedicação integral à pesquisa; Mona Körte, do Zentrum für Antissemitismusforschung (ZfA) da Technische Universität Berlin, Ulrike Stamm, da Humboldt-Universität zu Berlin, Norbert Mecklenburg, da Universität zu Köln e Jochen Grywatsch do Landschaftsverband Westfalen-Lippe (LWL), pelas entrevistas concedidas; Cecilia Casini, pela revisão das traduções de trechos italianos; Sonia Stramare, pelas explicações de alguns termos italianos; e Elizabeth Ágata Fenyvesi Bester, pela revisão das traduções de trechos húngaros e por explicações sobre eles; Diogo Coutinho, Jean-Paul Rocha e Marcos Paulo Veríssimo, do Gabinete, pelo ambiente de trabalho perfeito, pelas conversas e sugestões, e pelos vários “frozen” tomados juntos;


Meus pais, Jadwiga e Andrzej, minha irmã, Maja, e meus sogros, Lenita e José Afonso, pelo apoio, transatlântico e cisatlântico, a esse livro; Cristiane Tavares, pela amizade e por ter endireitado uma coluna dobrada; Kathrin Schweiger, pelos “colóquios”, por ter sempre um ouvido aberto, por ser minha amiga; Virgílio, meu marido, por aliviar pesos e por me manter no chão, pelo companheirismo, pelos incentivos, pelo engajamento neste projeto e pelo apoio irrestrito e incansável a ele.


Sumário Introdução

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Capítulo 1. Die Judenbuche e motifs judaicos 17 1. Die Judenbuche: gênese, publicação, recepção geral 17 2. Os motifs judaicos na Judenbuche 26 2.1 Descrição e evidência textual 26 2.2 Uma leitura crítica: ambiguidades da representação 35 2.3 Recepção na crítica literária 41 3. Die Judenbuche, o antissemitismo literário e o corpus de pesquisa 60 Capítulo 2. Tradução literária e atitudes 63 1. Traduções como meios de mediação de literatura 64 1.1 Traduções como documentos de recepção 66 1.2 Traduções como reescrituras 73 2. Atitudes em traduções literárias 82 2.1 Tradução como citação 83 2.2 Traduções ecoantes 86 2.3 Atitudes nas traduções do corpus de pesquisa 89 Capítulo 3. As ferramentas da análise 95 1. O corpus de pesquisa 95 1.1 A composição do corpus 95 1.2 Idiomas e lugares de publicação 98 1.3 Formatos editoriais 101 1.4 Textos traduzidos 106 1.5 Peritextos das traduções 113 2. As heterogeneidades do corpus 118 2.1 A comparabilidade das publicações 119 2.2 O multilinguismo do corpus 120 3. A análise do corpus: manifestações de atitudes 123


3.1 A análise dos textos traduzidos 124 3.2 A análise dos peritextos das traduções 139 4. Critérios para a interpretação dos resultados 141 4.1 A consideração das publicações nos seus contextos imediatos 142 4.2 As publicações nos seus contextos mais amplos 147 Capítulo 4. A análise do corpus de pesquisa 155 1. Os motifs judaicos nos textos traduzidos 155 1.1 Estratégias de tradução 155 1.2 A integridade do texto 161 1.3 A inscrição hebraica 169 1.4 Frases em trechos da narrativa 174 1.5 Elementos lexicais 186 2. Os motifs judaicos nos peritextos das traduções 203 2.1 O título da Judenbuche nas traduções 205 2.2 Os peritextos editoriais e os motifs judaicos 209 2.2.1 Os títulos nas capas dos livros 210 2.2.2 As ilustrações da primeira capa 212 2.2.3 Os textos editoriais da quarta capa e das orelhas 232 2.3 Os motifs judaicos na instância prefacial 240 2.3.1 As traduções dos anos anteriores a 1933 243 2.3.2 As traduções dos anos 1933 a 1945 249 2.3.3 As traduções a partir de 1945 260 Conclusões

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Bibliografia

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Apêndice: Tabelas

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I n t ro d ução O que um tradutor deve fazer se descobre que o que ele promove não é comunicação e colaboração, mas o seu contrário? Essa questão, feita por Carol Maier (2007, 261), é uma das perguntas centrais que moveram este livro. Ela diz respeito aos próprios fundamentos da autocompreensão de tradutores como agentes de comunicação intercultural, e surgiu durante uma pesquisa de mestrado, que era justamente a tradução de um texto literário cuja narração é caracterizada por uma certa ambiguidade. O texto em questão é a narrativa Die Judenbuche (1842), de Annette von Droste-Hülshoff, um texto canônico da literatura alemã, que conta uma história da vida rural em uma comunidade na Westfália do feudalismo tardio. Em várias passagens desse texto, é também narrado o assassinato de um comerciante judeu nessa comunidade. O tema remete à relação conflituosa entre judeus e não judeus que existe na Europa desde a Antiguidade. O tratamento desta temática na Judenbuche foi, em várias ocasiões, acusado pela crítica literária de possuir traços antissemitas, embora não haja unanimidade, entre os críticos, a respeito da natureza dos motifs judaicos na narrativa. A partir da questão sobre como lidar com a ambiguidade dos motifs judaicos na minha própria tradução, surgiu a pergunta acerca da história da tradução desse texto e dos modos de relacionamento dos outros tradutores com esse problema. O corpus de pesquisa foi composto de traduções para doze idiomas, de treze países, todos pertencentes ao âmbito cultural chamado de Ocidente.1 O período que as traduções da Judenbuche abrangem 1. Segundo as minhas pesquisas em catálogos de bibliotecas, nacionais e outras, no Brasil e em Portugal, a Judenbuche não foi ainda traduzida para o português. A recepção de Annette von Droste-Hülshoff no Brasil restringe-se, ainda segundo minhas pesquisas, a uma tradução de um breve poema para o português, publicada 9


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corresponde aproximadamente ao século XX, a mais antiga das traduções é de 1913 e a mais nova, de 2010. Apesar da multiplicidade de contextos nacionais das traduções do corpus, elas foram consideradas como comparáveis entre si por compartilhar dois aspectos. Em primeiro lugar, elas compartilham o mesmo texto original como base da tradução. Em segundo lugar, como traduções de países inseridos no âmbito cultural e político do Ocidente, elas compartilham um contexto comum em relação à história judaica, o contexto que interessava para a análise. A questão mencionada na abertura desta introdução está relacionada a duas outras: o fato de o texto conter motifs judaicos foi percebido pelos tradutores como problemático ou pelo menos sensível? Como eles se posicionaram diante disso? A sensibilidade, ao menos potencial, de motifs judaicos em textos literários foi presumida em relação ao contexto histórico do corpus. O século XX foi marcado por debates e controvérsias acerca de “questões judaicas” e o tema continua sendo sensível no debate público até hoje. Enquanto no início do século XX as controvérsias estavam focadas nas questões da igualdade e da aceitação de judeus em sociedades ocidentais, na época pós-Shoah o debate se desdobrou em questões ligadas ao trauma dessa “ruptura civilizatória” (“Zivilisationsbruch”, Diner, 1988), por um lado, e a controvérsias relacionadas à fundação e às políticas do Estado de Israel. Não há nenhuma sociedade no Ocidente que tenha sido indiferente a essas questões. Pressupôs-se, portanto, pelo menos um potencial de sensibilidade diante de um texto que, por meio de motifs judaicos, parece interagir com essas questões, a despeito da distância temporal. Averiguar se esse potencial de sensibilidade se realizou e de que modo isso aconteceu foi o objetivo dessa investigação. Procurou-se por declarações e indícios de atitudes dos tradutores e outros agentes presentes nas publicações analisadas que apontariam para dentro de uma antologia de poesia alemã (cf. Droste-Hülshoff, 1960). O único trabalho de crítica literária em língua portuguesa sobre a autora encontrado foi uma “tese de licenciatura” na Universidade de Lisboa (cf. Silva, 1955). 10


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qualquer forma de sensibilidade frente à Judenbuche. Por “sensibilidade” foram compreendidas manifestações que poderiam ser interpretadas como uma forma de “mal-estar” em relação ao texto. Uma questão básica a ser considerada a esse respeito foi se esse tipo de manifestações nas traduções de um texto literário poderia ser identificado. De certa forma, portanto, o objetivo da análise parece contradizer noções gerais acerca de traduções segundo as quais tradutores (e outros agentes da tradução) devem se abster de manifestar a sua “voz” – devem ficar “invisíveis”. Essa noção diz respeito principalmente aos tradutores, para os quais, segundo as noções correntes acerca da profissão de tradutor, costuma valer que, se eles reagirem emocionalmente em relação ao texto traduzido – e isto, segundo Hermans (2007a, 85), é inevitável, pois “traduzir significa sempre traduzir com uma atitude” – eles devem abster-se de manifestar essas emoções ou atitudes. A excepcionalidade de um tradutor expressar suas atitudes fica visível no termo “tradução engajada” (Brownlie, 2011): enquanto nesse tipo de traduções, por exemplo, feministas, a expressão de atitudes parece ser aceita, para a maioria das traduções parece pressupor-se um não engajamento dos tradutores. Nesta obra, contudo, assumiu-se como premissa a possibilidade de engajamento de tradutores em qualquer ato de traduzir e também uma possibilidade de manifestar, mesmo sem querer, esse engajamento. A investigação, por fim, foi conduzida a partir de uma certa perspectiva em relação ao texto traduzido. Pressupôs-se aqui que a Judenbuche é um texto pelo menos potencialmente “sensível” (cf. Simms, 1997), ou seja, os motifs judaicos nela contidos foram aqui considerados como potencialmente controversos e as traduções do corpus foram analisadas a partir desse ponto de vista. Não se esperou, no entanto, nenhum tipo concreto de reações. A análise visava, assim, verificar se a presença desses motifs foi considerada, nas traduções, como sensível e, em caso afirmativo, como se lidou com essa constatação. A análise tinha como objetivo averiguar se traduções literárias são um lugar de debates acerca da literatura, ou se a expectativa da “invisibilidade” prevalece. 11


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As hipóteses de pesquisa foram desenvolvidas a partir de duas observações preliminares no que diz respeito ao material a ser analisado: de um lado, o debate na crítica literária acerca do significado dos motifs judaicos na narrativa sofreu mudanças conjunturais que podem ser atribuídas a tendências mais amplas (mudanças nas atitudes em relação a essa problemática nas sociedades em geral, e na Alemanha em particular) e a tendências teóricas (mudanças das teorias predominantes nos estudos literários, que, por sua vez, representam um reflexo de posições sociais frente à literatura, tendências filosóficas e científicas). Os estudos literários são uma área à qual os trabalhos de crítica literária estão mais estreitamente ligados do que as traduções; contudo, as traduções literárias também interagem com essa área. De outro lado, o desenrolar do debate nos dois tipos de documentos – os trabalhos da crítica literária e as traduções literárias – pareceu divergir. A observada intensificação do debate na crítica literária, a partir dos anos 1990, por exemplo, pareceu não se ter refletido nas traduções; de sua parte, as traduções pareceram participar menos dos debates teóricos acerca da obra, reproduzindo, ao mesmo tempo, uma imagem mais tradicional e canônica do texto. Os dois tipos de documentos como meios de recepção literária representam, evidentemente, diferentes abordagens, tanto no que diz respeito à narrativa como obra literária quanto aos motifs judaicos mais especificamente. Assim, este estudo foi, por um lado, guiado pela hipótese segundo a qual as traduções como meio de recepção de obras literárias (canônicas2) são mais “estáticas” do que trabalhos da crítica literária. Assumiu-se, assim, que as traduções como meio de recepção tendem mais a reproduzir e apresentar obras literárias, ao passo que trabalhos críticos procedem de um modo argumentativo, discutindo e interpretando um dado texto literário. Procurou2. A análise levou em consideração o status canônico do texto-base de recepção. Obras canônicas costumam oferecer maior resistência a reinterpretações e os debates acerca delas precisam contestar longas tradições interpretativas. 12


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-se demonstrar, com o caso da Judenbuche, que essa suposição vale não apenas para questões da canonicidade de um texto e das visões que se tem dele como obra literária, mas também para questões de valores e atitudes, como é o caso dos motifs judaicos, cuja discussão gira em torno de aspectos do antissemitismo na literatura. Por outro lado, partindo da natureza comercial das traduções, supôs-se que se os motifs judaicos não encontraram muito espaço até os anos 1990 na crítica literária, essa discussão iria ser encontrada com ainda menos probabilidade nas traduções, supondo que a natureza comercial impõe às traduções certos limites em relação ao tratamento do tema. Traduções publicadas constituem documentos de recepção de seus autores e, ao mesmo tempo, meios de comunicação a serviço de editoras. Como tais, elas tendem a evitar controvérsias e encorajar opiniões positivas acerca dos textos publicados, evitando principalmente tabus sociais. Contudo, levou-se em consideração também a ligação mais próxima de traduções comerciais a tendências sociais cotidianas, refletidas mais imediatamente no mercado editorial do que na academia. Supôs-se, portanto, que isso deveria ter deixado seus traços nas traduções em relação aos motifs judaicos. Para verificar essa hipótese, as traduções foram analisadas a partir da perspectiva de teorias da recepção e do modelo de reescritura. Procurei construir uma história de recepção, partindo de uma descrição dos fenômenos encontrados nas traduções. A descrição foi seguida por uma interpretação dos resultados, tendo como pano de fundo tanto os estudos literários sobre a Judenbuche quanto a história judaica no período de tempo abrangido pelo corpus, o século XX, um período de grandes cesuras para essa história. Defendo que as diferenças na recepção podem ser atribuídas a diferentes fatores: fatores textuais ligados ao texto-base, fatores da recepção ligados ao leitor, fatores sócio-históricos ligados ao contexto da recepção e, por fim, fatores relacionados com os meios de comunicação nos quais a recepção acontece. Esses últimos influenciam o modo de comunicação da recepção, ou 13


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seja, a forma como a obra literária é discutida e apresentada ou mediada a um público. Com isso, a presente obra visa a contribuir com duas áreas de pesquisa. Por um lado, o livro pode ser visto como uma contribuição aos estudos sobre ética na tradução. Até há não muito tempo, trabalhos sobre ética na tradução eram praticamente inexistentes. Embora isso tenha mudado e haja agora uma certa regularidade nas publicações de trabalhos sobre esse tema,3 ainda há muito a ser explorado sobre o assunto. Os trabalhos existentes, preocupados com questões de responsabilidade, ativismo social de tradutores e questões de integridade pessoal, abrangem cada vez mais áreas de tradução, desde a interpretação, tradução de cinema, jornalismo, traduções técnicas até a tradução literária. Inghilleri e Maier (2011) veem isso como sintoma de um aumento de atenção em relação aos processos de comunicação intercultural, que decorre de recentes processos de globalização e de ascensão de novas políticas globais em consequência dos ataques terroristas de setembro de 2001. Na área de tradução literária, a mudança de atenção para questões éticas significou, sobretudo, que o comportamento “ético” do tradutor não vem mais definido e discutido em termos de uma fidelidade textual, mas em termos de responsabilidade com o Outro, tocando, principalmente, em questões de representação na tradução. O presente livro partiu de preocupações semelhantes e ocupou-se, assim, com questões de ética na tradução literária, mais especificamente com questões de tradução e antissemitismo literário. Ao mesmo tempo, este estudo pretende contribuir para a pesquisa acerca da recepção da narrativa Die Judenbuche sob o aspecto dos motifs judaicos nela presentes. Há vários trabalhos acerca da recepção desta narrativa na Alemanha, mas não existem ainda trabalhos sistemáticos focados na recepção dos motifs 3. Trabalhos mais recentes incluem, por exemplo, Pym (2001), Baker (2006), Tymoczko (2007), Koskinen (2000), Fiola (2004), Arrojo (2005), Bermann & Wood (2005), Maier (2007), Inghilleri (2008). 14


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judaicos; alguns trabalhos tratam apenas de alguns aspectos da questão.4 Ao mesmo tempo, as traduções da narrativa ainda não foram objeto da atenção sistemática por parte da crítica literária.5 Por fim, trabalhos sobre a recepção de Annette von Droste-Hülshoff fora da Alemanha são escassos e costumam enfocar a obra da poeta como um todo.6 O presente estudo busca fornecer uma contribuição em todas essas áreas.

4. Abordagens mais pontuais encontram-se em Grywatsch (2006), Mecklenburg (2008) e Doerr (1994). 5. O único trabalho crítico encontrado que estuda as traduções da Judenbuche é Roe (1998), uma tese de doutorado defendida na Universidade de Calgary. 6. Sobre a recepção da autora fora da Alemanha há apenas alguns estudos, já mais datados: Dees (1966) escreve sobre a recepção da Judenbuche no Reino Unido e nos Estados Unidos, Thomas (1969), sobre a recepção no Reino Unido e Miyamoto (1969), sobre a recepção no Japão. 15


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