Violão Para Crianças

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©2016 Mabel Macêdo; Cristina Tourinho Direitos desta edição adquiridos pela Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

M1413 Macêdo, Mabel; Tourinho, Cristina Violão para Crianças: Caderno de Atividades/Mabel Macêdo; Cristina Tourinho. Jundiaí, Paco Editorial: 2016. 96 p. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-462-0574-5 1. Lingüística 2. Letras e Artes 3. Música 4. Instrumentação Musical. I. Macêdo, Mabel. II. Tourinho, Cristina.

CDD: 780 Índices para catálogo sistemático: Música Temas artísticos e literários

IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Foi feito Depósito Legal

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AGRADECIMENTOS A Deus, pelo dom da vida; À nossa família, pelo suporte e dedicação incansável; A querida amiga Aline Seelig, que fez com tanto esmero as ilustrações deste livro; A Lucas Araújo, fonte de inspiração e a quem dedicamos esse trabalho; Aos nossos alunos e aos queridos amigos pelo apoio e carinho que tanto contribuíram com a realização desse sonho. Mabel Macêdo Cristina Tourinho



SUMÁRIO Apresentação

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Prefácio

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Conhecendo nosso instrumento Como sentar-se com o instrumento Nomenclatura dos dedos Cordas do violão Partes do violão Coloque em prática seus conhecimentos Caça palavras Cifras Sugestão de repertório Propriedade do som: duração Propriedade do som: intensidade Propriedade do som: altura Propriedade do som: altura e duração Propriedade do som: altura, duração e intensidade Linhas e espaços Movimento sonoro Notas musicais Leitura musical Leitura relativa Pulsação Ritmo Palavra cruzada Sugestão de melodias Propriedade do som: timbre de instrumentos musicais Apreciação musical

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Referências

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As Autoras

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APRESENTAÇÃO Este caderno de atividades foi elaborado com a finalidade de auxiliar professores de violão que lidam com crianças na faixa etária de 7 a 11 anos de idade. O nosso objetivo foi apresentar atividades que ajudam a prática instrumental das aulas coletivas de violão. Especificamente, tem o intuito de desenvolver a percepção musical, exercitar a escrita e a leitura musical de cifras e partituras, além da prática de tocar em solo e em conjunto durante as aulas. No ensino coletivo de violão e de outros instrumentos para principiantes, a imitação é bastante utilizada como recurso. Assim como aprendemos muitas coisas olhando os outros, com o tocar não é diferente. Por este motivo, as atividades iniciais, a execução dos exercícios básicos e pequenos trechos melódicos devem estar focados na posição, no segurar o instrumento, na emissão sonora e na prática auditiva. A imitação volta-se para a obtenção do resultado sonoro e não na decodificação de símbolos. Este livro não é um método a ser seguido página a página. Os professores podem mesclar atividades diferentes em um primeiro estágio, retornando ao mesmo conteúdo com material diferenciado, ou ampliando a dificuldade de acordo com o desenvolvimento e necessidade dos estudantes. Também não dicotomizamos algumas expressões como “teoria x prática”, “clássico x popular”. Cifras e partituras são tratadas com a mesma importância porque acreditamos que têm seu valor intrínseco explorado neste livro. A escassez de material desta natureza em língua portuguesa, combinando musicalização e aprendizagem instrumental, nos levou a elaborar este caderno. Ele traz implícito a nossa forma de entender o ensino de violão para crianças. Todas as atividades foram experienciadas durante alguns anos com várias crianças até que pudéssemos nos assegurar de que esta seria uma possibilidade de oferecer suporte a outros colegas. Finalizando, temos que agradecer a inspiração dada por Maria Betânia Parizzi e Patrícia Furst Santiago, autoras do livro Piano-Brincando, do qual foram retiradas algumas ideias e atividades cujas propostas tornam o aprendizado de violão uma experiência de prazer e alegria. Bom trabalho a todos os professores! Mabel Macêdo Cristina Tourinho

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PREFÁCIO Patrícia Furst Santiago

Ao entrar em contato com o livro Violão para Crianças, de Mabel Macêdo e Cristina Tourinho, prontamente identifiquei as características que o tornam um material relevante para o ensino do violão. É sobre esta relevância que gostaria de focar este prefácio, encaminhando ao leitor alguns aspectos que considero como formadores dos valores e dos conteúdos do livro. São eles: organização do material pedagógico, motivação e prazer de aprender, ensino coletivo do instrumento, responsabilidades assumidas por professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem, transversalidade entre ensino do instrumento e Educação Musical. Primeiramente, é importante dizer que as autoras não pretenderam criar um método de ensino de violão. Em sua apresentação do livro, elas enfatizam que o objetivo deste trabalho “é apresentar atividades que ajudam a prática instrumental no ensino coletivo de violão”. Mesmo sem a pretensão de propor um método, o livro abarca uma organização de material pedagógico para iniciação violonística coerente com o que pretende alcançar, pois contempla práticas que se encaixam na espiral “ação-reflexão” fundamental ao ensino-aprendizagem. Os alunos passam por atividades que apresentam as características do instrumento, bem como os aspectos básicos do uso corporal no violão. Posteriormente, eles terão a oportunidade para trabalhar com cifras e com parâmetros do som (durações, alturas e intensidades), utilizando formas de escrita gráfica e relativa. Este processo os leva gradualmente à leitura e escrita tradicional e ordenação de sequências melódicas, o que também inclui o estudo de intervalos. Similarmente, o estudo de ritmo passa por formas gráficas de escrita e culmina na escrita rítmica tradicional. Todo este processo é permeado pela inclusão de repertório, formado por pequenas peças e por sugestões de músicas para serem ouvidas e tocadas, o que abre espaço para a apreciação musical e para processos de aprendizagem informal nas aulas de violão. Um segundo aspecto relevante a ser discutido é a motivação que as atividades propostas no livro poderão gerar nos alunos, uma vez que todo aprendizado no instrumento musical precisa, sem dúvida, ser baseado em motivação e prazer. As atividades são convidativas e, desta forma, o livro cumpre a difícil tarefa de motivar os alunos a interagir com os diversos temas contidos na aprendizagem do violão, bem como no processo de desenvolvimento das habilidades básicas para se tocar um instrumento. Além disso, o livro enfatiza a aprendizagem de repertório acessível e conhecido dos alunos, provindo da música popular brasileira. Um terceiro aspecto a ser destacado é a necessidade da existência de materiais pedagógicos adequados ao ensino coletivo de instrumento, uma forma de aprendizagem 9


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compartilhada, uma abordagem fundamental nos dias atuais, quando nos deparamos com contextos diversos de aprendizagem musical. Então, quando pensamos no ensino coletivo de instrumento, pensamos na adaptabilidade dessa abordagem a muitos e diversos contextos, nos quais diferentes alunos apresentam identidades musicais peculiares. A diversidade de manifestações musicais e a diversidade dos perfis e identidades dos sujeitos musicais exigem metodologias mais amplas, e o ensino coletivo de instrumento pode compor algumas dessas metodologias com muito sucesso. Outro aspecto a ser discutido se refere às responsabilidades assumidas por professores e alunos no processo de ensino-aprendizagem. No que diz respeito ao professor, existe a necessidade de organização de materiais pedagógicos de uma forma progressiva e inteligente. Neste sentido, o livro oferece ao professor de violão sugestão de progressividade no tratamento de temas relevantes para seu ensino. Por outro lado, o livro instiga alunos a se responsabilizarem pelo próprio processo de aprendizagem, pois quando trabalham nas diversas atividades propostas, eles precisam estar à disposição para pensar, compreender e executar as tarefas de forma autônoma e consciente. O quinto aspecto que eu gostaria de enfatizar neste prefácio constitui, a meu ver, a contribuição mais relevante do material pedagógico apresentado pelas autoras. Elas trazem suas experiências como educadoras musicais para o contexto do ensino no violão e nos oferecem atividades que refletem os valores das diversas influências pelas quais passaram ao longo dos anos. A distinção – professor de instrumento e educador musical – ainda se faz presente no cenário atual e me pergunto por quê. É uma distinção incômoda, que enfatiza aquela velha dicotomia entre ensino do instrumento e a Educação Musical. Para alguns, ao perfil do instrumentista é atribuído a habilidade de “apenas tocar e apenas dar aulas de instrumento”; e aos educadores musicais, a inadequação de “não saber tocar o suficiente”. Em uma visão mais atual, porém, precisamos aparar as arestas e ver estes campos de conhecimento como transversais, pois o ensino do instrumento musical tem sido iluminado tanto por professores instrumentistas quanto por educadores musicais. Neste sentido, o livro atende à transversalidade desses campos de conhecimento, pois faz parte de uma rede de pensamento que se instalou no ensino do instrumento no Brasil, que busca a formação de pedagogias mais amplas, luminosas e contextualizadoras. O livro reflete as preocupações que os professores de instrumento têm em sua origem e transcende a ênfase dada à aquisição de repertório. Ele também incorpora as preocupações que educadores musicais têm com a formação humana. Então, aquela velha dicotomia entre ensino de instrumento e Educação Musical é aqui diluída para ver a Pedagogia da Performance Musical como um campo que enfatiza os processos de aprender a tocar música, e a reflexão sobre quem aprende, como aprende e para que aprende. Pois queremos todos alcançar melhorias e ampliação dos processos e recursos pedagógicos, através da adoção de métodos, abordagens e práticas favoráveis à diversidade de maneiras

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de se aprender “as músicas” que encontramos à nossa disposição, e que tanto nos fascinam e motivam. É muito difícil ser original na construção de materiais pedagógicos para o ensino do instrumento nos dias atuais, pois tanto tem sido feito e há tantos materiais de qualidade já produzidos ao redor do mundo. Porém, podemos encontrar caminhos que formem pontes entre Educação Musical e o ensino do instrumento favorecendo a integração desses campos de conhecimento e a ampliação das mentalidades de professores de música. Aquele professor de instrumento que se preocupa com as temáticas que educadores musicais têm discutido, nos últimos anos, terá uma visão mais ampla das possibilidades do ensino do instrumento, e poderá contribuir de forma mais sólida para a formação de pedagogias que atendam à formação de habilidades especificamente instrumentais e musicais e também à formação da pessoa e de suas habilidades humanas e inter-humanas. Por outro lado, aquele educador musical que se preocupa com a prática instrumental estará sempre próximo daquilo que o levou a estudar música, que é a própria música. Pois praticamente em todos os casos, não foi o interesse por música que nos levou para a Educação Musical? Portanto, a integração desses valores – musicais e humanos – é ainda um ponto chave a ser considerado nas Pedagogias da Performance Musical. Tenho, então, a felicidade de constatar que Violão para Crianças integra esses valores e os partilha com jovens professores e alunos de violão, favorecendo a formação de uma Pedagogia da Performance do Violão útil a muitos. Espero ver o material aqui apresentado por Mabel Macêdo e Cristina Tourinho disponível a todos que querem formar um amplo perfil profissional no ensino do violão. Que este livro proporcione a alunos e professores valores estéticos, integração e relacionamentos humanos luminosos, práticas prazerosas e... Muita música!

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CONHECENDO NOSSO INSTRUMENTO O violão como conhecemos hoje é consequência do trabalho produzido pelo luthier espanhol Antonio Torres (1817-1892) no final do século XIX. As modificações de formato e estrutura do violão levaram quatro séculos, desde o século XVI até o modelo atual, com uma boa variedade de timbres e dinâmicas1.

1. Dudeque, N.E. História do Violão. Paraná, Editora da UFPR, 1994. 13


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COMO SENTAR-SE COM O INSTRUMENTO É necessário uma boa postura para tocar o violão. Para isso, sugerimos sentar-se na ponta da cadeira e colocar o violão entre as pernas, encostando o mesmo contra o peito, utilizando um “banquinho” para apoio da perna, de modo a elevar o violão. Dessa forma, o instrumento fica apoiado em quatro pontos, deixando-o mais firme e possibilitando uma melhor locomoção das mãos e braços durante a execução das músicas e exercícios técnicos. Outra postura utilizada é sentar com a curva do violão (ou cintura) apoiando sobre uma das pernas ou com a perna cruzada. Nesta posição, o violão fica apoiado em apenas três pontos, o que leva o violão a ficar sem firmeza e podendo se movimentar mediante qualquer força aplicada com o braço que está fazendo as “levadas” ou “batidas”. Outra desvantagem desta posição é que a caixa de ressonância do violão fica no meio do abdômen, tornando difícil a execução de notas e acordes a partir da 9ª casa do violão.

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NOMENCLATURA DOS DEDOS Desenhe o contorno de suas mãos especificando mão direita (M.D.) e mão esquerda (M.E.) e, em seguida, coloque a nomenclatura usada em cada mão.

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