Partilha jornal vicentinos dezembro 2015 1

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Estou na conferência vicentina há um ano e meio e, desde o início, senti-me atraído por esta família de caridade que, dos movimentos da “casa”, é o que mais desenvolve a essência do Cristão: a caridade. Considero esta experiência marcante. Deveria ser uma pertença obrigatória a todos os seminaristas que por cá passam! De início, não sabia como se fazia um atendimento: “com tantos papéis e informações”, dizia eu. Mas, à medida que fui explorando o atendimento, e entendendo com os meus colegas mais velhos o “como se faz”, fui aprendendo que o atendimento não é só preencher papelada, mas sim acolher e ouvir as pessoas. Desde o acolher, entender os seus problemas, viver os seus sentimentos e o tentar ser ajuda, vendo neles a pessoa de Cristo, faz parte da vida de um confrade deste seminário. Este movimento também necessita de encontro entre confrades. Por outras palavras, temos reuniões para que possamos partilhar e falar em grupo certas iniciativas e problemas que se têm de resolver. Porém, não podemos esquecer que os nossos trabalhos não se encerram no atendimento e reuniões dos Vicentinos. Vamos visitar os idosos à Santa Casa da Misericórdia. É das experiências que tenho mais gostado. Saber que posso alegrar o domingo de alguém com a minha presença. Cada sorriso partilhado entre mim e os idosos, relembra o acolhimento que o papa Francisco tanto pede para a Barca de Cristo, já que muitas vezes são estes cristãos, as periferias da Igreja e da família. Este é o compromisso para a minha vida: ajudar quem mais precisa ao jeito de Cristo. Que Deus ilumine sempre os nossos corações e que nos dê coragem para ajudar os que mais necessitam. António Santos - 1.º Ano

“A fantasia da caridade”

Conferência Cantai anjos em harmonia, Vossos hinos e louvores. Dai a conhecer o Filho de Maria, Nascido entre os pastores. Brilha ditosa estrela, No teu luzir mais profundo. Desce e brilha sobre Aquele, Que vem dar a Luz ao mundo. Vibrai no seu seio doce infante, Revelai o vosso véu. Vinde reis em busca incessante Trazer presentes ao Menino do Céu. Ouvi geração vindoura O choro da salvação. Que a sua manjedoira Seja o calor do nosso coração. Aurélio Sousa - 2.º Ano

Vicentina de São Tomás de Aquino do Seminário Episcopal de Angra

vêm da necessidade de respeitar a dignidade humana, tão atropelada nos seus mais diversos aspectos em todo o orbe. Sabemos da dificuldade crescente em analisar cada situação específica, sem incorrer em julgamentos e subjectivismos que atentam contra a honorabilidade de cada um. O outro é um como eu. Que nunca nos falte esta audácia que permite o nascimento do Divino Infante nos lugares mais inóspitos e inesperados. Hoje, como ont em, podemos estar à Sua espera no templo, entre linho fino e berços d’ouro. Para nosso espanto, ei-lo no rosto do homem que sofre. Façamos aí a nossa manjedoura adornada pelas boas obras e finamente estofada com o ouro do nosso amor fraterno. Sejam fraternos, próximos e misericordiosos. Então, será Natal! Festas felizes!

Estamos a perpassar os umbrais do Ano Santo da Misericórdia. Não faltarão as oportunas e necessárias reflexões sobre este conceito fundamental que nos há-de estar sempre na boca e no coração quando queremos levar o extremoso carinho do Bom Jesus aos irmãos que são mais castigados pelas agruras da vida. A este respeito, permitam-me que invoque a “fantasia da caridade”, termo que emergiu sabiamente da pena de São João Paulo II na Carta Apostólica “Novum millennio ineunte”. Que o bem tem de continuar a ser feito, é um facto. Contudo, nos novos contextos que se nos vão apresentando, é preciso ter a ousadia de “fantasiar” a caridade, revestindo-a das formas mais adaptadas a cada homem e cada tempo. As conferências vicentinas detêm, neste ponto, Jacob Vasconcelos um papel fundamental. São Pre si dente da Confe rênci a emergentes os desafios que nos


Bispo Coadjutor esteve presente na festa de Natal do Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo A animação litúrgica e o convívio contaram com a presença da Conferência Vicentina de São Tomás de Aquino, que abriu assim, simbolicamente a sua “Porta da Misericórdia” junto dos reclusos. D. João Lavrador presidiu à celebração eucarística da festa de Natal do Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo. Perante aproximadamente 150 reclusos, além da presença do capelão, Cón. Francisco Dolores, do Frei Pedro Cabral, do corpo da guarda, da representação da Cáritas Diocesana, dos voluntários e dos seminaristas, o Bispo Coadjutor afirmou, inspirandose na Leitura do Profeta Sofonias, que Deus já rasgou a sentença de cada retido, muito antes de os homens promulgarem a sua. O perdão de Deus não conhece fronteiras e quer chegar a todos. Assim, para todos, o Natal ganha novo sentido na medida em que aceitamos a presença humilde do Deus Menino e o seu perdão que quer abraçar todos os homens.

Além disso, o Prelado lembrou a sua intenção de visitar aquele espaço logo no início do seu múnus nas Ilhas dos Açores, uma vez que queria fazer-se fisicamente presente junto dos mais fragilizados, recordando que já trazia a todos presentes na sua oração pessoal. Reconheceu, por fim, o trabalho de quantos se dedicam, voluntariamente ou por força do ofício, a melhorar as condições de vida dos reclusos. À celebração seguiu-se um almoço convívio entre todos os presentes. Durante a tarde decorreram as animações musicais por vários grupos locais e por uma tuna, sendo entregue também uma pequena lembrança a cada recluso. Com este gesto simples, mas pleno de significado, a nossa conferência teve a possibilidade de colocar todos os confrades em contacto com esta realidade que é também objecto da missão da Igreja. Jacob Vasconcelos - 5.º Ano

A Hipocrisia do Natal «Estamos perto do Natal: haverá luzes, festas, árvores iluminadas, presépios, mas é tudo falso: o mundo continua em guerra, a fazer as guerras, não compreendeu o caminho da paz.», dizia o Papa Francisco numas das suas homílias. Vivemos num tempo em que a hipocrisia do Natal acentua-se mais. Preparamos «tudo», todo o exterior está pronto, excepto o nosso coração para receber Aquele que dá o verdadeiro sentido à palavra «Natal». Enchemo-nos de «máscaras», de falsas intenções, enchemo-nos de tantas e tão variadas coisas, mas o nosso interior continua vazio. Cantamos a «paz», mas irmãos nossos continuam a sofrer sem que nós passemos do cantar ao construir a paz. Vivemos pois, um tempo propício para definirmos as nossas priori-

Era época de Natal e o juiz preparava-se para interrogar o réu. - De que é acusado? - De fazer as compras de Natal antes do tempo. - Mas isso não é crime! Com que antecedência as efectuou? - Antes da loja abrir.

dades. Vivemos um tempo em que Deus convida-nos, de novo, a acolher o seu Filho e a fazer d’ Ele a nossa maior prioridade, na pessoa dos irmãos. Adiramos ao seu convite, aceitemos a sua proposta. Não sejamos hipócritas, mas reconheçamos este Deus que assume a nossa fragilidade para sermos «maiores». Neste Natal, dispamo-nos de todos os preconceitos, de todas estas «luzes» que nos cegam, de todos os obstáculos que nos distraem, e preparemos a «manjedoura» do nosso coração para receber e acolher o Menino que se fez pobre para nos salvar e para nos enriquecer com o seu amor.

Hoje aprendi que o Homem tem quatro idades: - Quando acredita no Pai Natal; - Quando já não acredita no Pai Natal. - Quando assume o papel de Pai Natal. - Quando se parece com o Pai Natal

Sandro Costa - 2.º Ano

O Natal é uma grande injustiça… O perú é que morre e a missa é do galo!!!


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