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Entrevista: Eduardo Tuma
MUITO ANTES DA FASE VERDE
O dia 7 de julho de 2020 marca a reabertura do Paineiras, após um período de 112 dias em que o Clube permaneceu fechado, em função da pandemia causada pela COVID-19. A retomada teve um planejamento que levou em consideração fatores essenciais que seguem os protocolos oficiais da Prefeitura de São Paulo.
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Tudo isso só foi possível graças à atuação em conjunto entre os clubes sociais da cidade e a Prefeitura de São Paulo, com apoio da Câmara Municipal dos Vereadores. O protocolo de retomada consciente das atividades das instituições foi assinado no final de junho, período em que a capital atravessava a fase dois (laranja) do combate ao novo coronavírus. Hoje está na fase verde.
Para saber mais detalhadamente sobre o processo viabilização do protocolo que possibilitou a reabertura dos clubes, a Revista Paineiras conversou diretamente com Eduardo Tuma, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, que juntamente a Sergio Nabhan, Presidente do Clube Paineiras e também Presidente do Conselho Superior da ACESC, Thiago Lobo, associado, conselheiro e ex-secretário adjunto de Esporte da Prefeitura de São Paulo e Paulo Movizzo, presidente do Sindi Clube, entidade que representa os clubes do Estado, foi figura fundamental na articulação entre prefeitura e as instituições envolvidas na criação do documento.
REVISTA PAINEIRAS - Em uma época de tantas incertezas, como foi o processo de definição dos protocolos de segurança para a reabertura dos clubes sociais em São Paulo?
EDUARDO TUMA - As negociações para a retomada das atividades dos clubes sociais, assim como dos demais setores, ocorreram sempre levando em consideração os critérios estabelecidos pelas autoridades de saúde. A cidade de São Paulo, por meio das ações comandadas pelo prefeito Bruno Covas, enfrentou a pandemia de forma muito responsável. Nenhuma pessoa ficou sem atendimento hospitalar em São Paulo, mesmo no momento mais difícil da crise. Essa mesma responsabilidade foi adotada durante o processo de flexibilização e retomada das atividades econômicas, o que garantiu que a reabertura ocorresse de forma muito segura. RP - Como foram as tratativas para o acordo de reabertura e o que foi levado em consideração para viabilizar essa possibilidade?
ET - O Plano São Paulo de retomada das atividades foi desenhado pelo governo do Estado e trouxe requisitos mínimos para que a capital, bem como as demais regiões, pudesse avançar conforme os indicadores de saúde fossem melhorando. Como eu disse antes, aqui em São Paulo não assistimos em nenhum momento às cenas caóticas que vimos em outras metrópoles. Todos os paulistanos que precisaram tiveram um leito de hospital para atendimento graças às ações que foram tomadas de forma rápida, como a implantação dos hospitais de campanha e a inauguração de novos hospitais físicos. São Paulo passou de 350 leitos de UTI para mais de 1.300 em um curto prazo. Passada a pandemia, serão oito novos hospitais que ficarão como legado para a saúde da nossa cidade.
RP - Como foi a articulação junto à Prefeitura de São Paulo no sentido de alinhamento e viabilização dessa retomada?
ET - Ainda em maio, como vereador e presidente da Câmara Municipal, eu iniciei pessoalmente
uma articulação entre a prefeitura e os diversos setores econômicos e sociais para a retomada de forma organizada. Porque se o lado da saúde estava sendo cuidado, não podíamos nos esquecer também do lado econômico. Essa articulação da qual participei envolveu os clubes sociais, mas também shopping centers, comércio de rua, escritórios, setor imobiliário, cursos livres, bares e restaurantes, bufês infantis, eventos, salões de beleza, academias de ginástica, entre outros. Todos os setores foram parceiros do poder público ao assinarem os protocolos sanitários de maneira muito responsável.
RP - Qual a importância social da reabertura do setor de clubes sociais para o cidadão paulistano?
ET - Os clubes sociais desenvolvem um trabalho muito importante para o cidadão. São locais que permitem atividades de lazer, de interação social, mas não apenas isso. Os clubes de São Paulo são referência na formação esportiva, na preparação de atletas de alto de desempenho, nas atividades culturais. Isso tudo torna muito importante a retomada dos clubes sociais, já que eles estão inseridos na nossa sociedade de uma forma tão completa.
RP - Como você classifica a relevância em relação à postura dos clubes no compromisso do cumprimento do protocolo criado?
ET - Desde o primeiro momento em que iniciamos as negociações para a retomada, os clubes demonstraram total comprometimento. Sempre houve muita sensibilidade por parte dos dirigentes dos clubes e das entidades que os representam, para que tudo fosse feito com muita cautela e segurança.
RP - Em relação às medidas que a cidade adotou para promover a reabertura gradual das atividades, os clubes têm se mantido comprometidos em executá-las?
ET - A maior prova de comprometimento por parte dos clubes sociais é que o processo de reabertura dessas instituições foi feito de forma progressiva, sem nenhum sobressalto nem recuo. Além da responsabilidade na adoção dos protocolos, os clubes investiram para garantir o retorno seguro dos seus associados, adotaram práticas intensivas de higienização, distanciamento social, controle de capacidade.
RP - Na comparação com a fase laranja, como você analisa a evolução da cidade de São Paulo que agora já chegou à fase verde?
ET - A cidade de São Paulo entrou na fase verde no início de outubro, o que permitiu uma reabertura segura e controlada de praticamente todas as atividades, incluindo cinemas e teatros. Isso também permitiu ampliar a flexibilização para outros segmentos que já estavam abertos, como shoppings e restaurantes. Esse avanço progressivo é mais uma prova de que todo o trabalho de combate ao coronavírus na nossa cidade foi muito correto. Ao contrário de outras regiões, não houve retrocessos aqui na capital: avançamos do laranja para o amarelo e depois para o verde sem nenhum recuo.
RP - Qual foi a importância do compromisso dos clubes e todos os demais setores para a evolução desse quadro?
ET - Sem dúvida nenhuma todos colaboraram para que a cidade avançasse de fase. A partir do momento em que os clubes sociais e os demais setores seguiram os protocolos de retomada, foram cautelosos com a reabertura de suas unidades, se mostraram preocupados com seus frequentadores, tudo isso ajudou para que os índices de ocupação de leitos, de contaminados e de mortes se mantivessem em queda na capital. Mais uma vez eu reforço a grande parceria que se formou entre o setor público e o setor privado, da qual tive a grande felicidade de ser um articulador.
RP - Por fim, qual sua visão em relação à postura do Clube Paineiras do Morumby desde o processo de reabertura até o cenário atual?
ET - O Clube Paineiras foi e é um grande protagonista de todo esse bom trabalho de retomada das atividades em São Paulo. O presidente do Clube Paineiras, Sergio Nabhan, que também preside o Conselho Superior da ACESC, participou ativamente de todas as negociações que tivemos com a prefeitura para a retomada segura das atividades. Em nome dele, deixo os meus cumprimentos a todos os diretores, sócios e colaboradores do Clube Paineiras pelo importante trabalho que desenvolvem junto à sociedade paulistana.