Brazilian Overview Monthly Report - PT - MAI 2024

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Edição 44
- maio/2024

ÍNDICE

03 Principais Fatos Índice de Confiança Viagens e Turismo 05 06

PRINCIPAIS FATOS

A catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul, por conta das enchentes, tomou a atenção por completo de todo o País. Cidades inteiras foram destruídas e a forte inundação atingiu a capital gaúcha, Porto Alegre, levando a morte cerca de 200 e milhares que continuam desabrigadas. É um quadro dramático, pois haverá a necessidade de uma reconstrução relevante, que certamente jamais havia sido cogitado anteriormente. As águas também invadiram o aeroporto internacional da capital, o 10º mais movimentado do País, levando a uma interrupção indefinida das operações.

Além dos aspectos humanitários, que são prioridades nesse momento, de ajuda de mantimentos e alimentação, haverá num outro grau o impacto na economia brasileira em decorrência da relevância econômica do Estado, o quinto maior PIB do Brasil, participando com 6% do total. É um grande produtor de arroz, soja, trigo, uvas, entre outros cultivos e que fica a dúvida sobre potencial da área plantada e a produtividade da próxima safra, uma vez que não se sabe a qualidade do solo inundado. Sem contar que indústrias importantes como a do aço, também relevantes na região, sofrem e geram um efeito negativo por conta de uma paralização na produção, dos trabalhadores abalados com a situação e na limitação logística, com estradas interditadas em vários pontos. Esse cenário, a princípio, pode contribuir com uma influência de -0,2% no PIB nacional, que está sendo previsto para este ano em torno de 2%. Vale apontar outro fator que deve limitar um avanço mais forte da economia: os juros elevados. O Conselho de Política Monetária do Banco Central decidiu frear o ritmo de quedas da taxa básica de juros de 0,50 p.p. para 0,25 p.p, levando a SELIC para o patamar de 10,50% ao ano.

A cautela em reduzir mais os juros está no fato do governo brasileiro não conseguir efetivar o seu plano de zerar o déficit fiscal para este ano, postergando essa intenção para 2025, ou seja, 2024 sendo mais um ano com as contas no vermelho. Essa mudança traz incertezas no mercado e afeta também a moeda brasileira que segue oscilando entre o patamar de R$ 5,10 por cada dólar. Esse, sem dúvida, é o calcanhar de Aquiles do país, porque atravanca os investimentos e deixa a economia brasileira com um grande peso nas costas, sem condições de uma tração mais robusta. E isso é possível observar nos principias setores da economia, que nos dados mais recentes, de março, aponta para queda de 2,9% na indústria, para uma retração de 2,3% nos serviços e o comércio é o único que segue no positivo com aumento de 5,7%, porém com resultado positivo concentrado nos segmentos essenciais como supermercados e farmácias.

A restrição de consumo das famílias, de não conseguir ampliar nas atividades com produtos que demanda crédito e comprometimento de longo prazo como eletrodomésticos e veículos, é derivado de uma pressão nos preços. O IPCA, do IBGE, que é o índice oficial de inflação, registra alta de 1,80% no acumulado até abril. Porém, o principal grupo de consumo das famílias, alimentação e bebidas, aponta o dobro dessa variação, de 3,59%, ainda com influência do período do El Niño que prejudicou a produção agrícola, reduzindo a oferta disponível.

O turismo vem perdendo o seu folego ao longo deste ano. Em março, segundo dados da FecomercioSP, o faturamento cresceu somente 0,4%, resultado segurado pelo aumento de 17% no setor de alojamento e de 8,3% em alimentação, pois a maioria dos segmentos analisados estão com recuo no contraponto anual, com

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destaque para a primeira queda após um ciclo positivo de 35 meses. A explicação não está na queda da demanda, pelo contrário, segue subindo. A questão é que as passagens aéreas estão reduzindo de preço e contribuiu para um faturamento menor no setor. No âmbito doméstico, portanto, muitos desafios pela frente e complexos para serem resolvidos, desde as consequências no Rio Grande do Sul, da vulnerabilidade das contas brasileiras, da inflação persistente, da baixa produtividade e alta carga tributária, todos esses fatores limitando o crescimento mais fortes dos setores da economia e do consumo.

Num olhar externo, ainda há um ambiente de cautela com os Estados Unidos mantendo a taxa

DADOS IMPORTANTES:

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O emprego no 1º trimestre deste ano chegou aos 7,9%, abaixo dos 8,8% do mesmo período do ano passado, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD. Esse é o menor percentual para o período desde 2014.

RESUMO ABRIL/2024

de juros nas alturas por um tempo mais longo que o esperado e a China que segue com sua população envelhecendo e sem a mesma capacidade de ativação da economia que possuía há alguns anos. O que deve ser favorável ao Brasil é a rápida melhora dos indicadores da Argentina, um dos principais parceiros comerciais do país, com uma inflação sendo controlada e com as contas públicas sendo colocadas em ordem.

O Brasil ao não fazer o seu dever de casa perde uma grande oportunidade de colocar o país num grau mais elevado de crescimento, com confiança dos investidores estrangeiros e com uma geração ainda mais forte de emprego e renda. Mas a história mostra que o Brasil sempre perde as grandes chances, infelizmente.

2

O IBC-br, a prévia do PIB medido pelo Banco Central, apontou queda em março de 2,18%, no entanto, sobe 1,04% no trimestre.

3

A taxa de juros média praticada para os consumidores no Brasil chegou a 53,4% ao ano no mês de março, bem abaixo dos 58,6% do mesmo período de 2023, acompanhando a tendência de queda da SELIC.

*LTM - Últimos doze meses

Legenda: Verde, Vermelho e PretoOs dados ficam melhores, piores e iguais do que no mês anterior.

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Dados Macro América Latina Argentina Brasil Taxa de desemprego 5,70% Chile 7,90% Taxa básica de juros In ação (LTM-Jan*) Colombia México Peru 8,50% 11,30% 2,70% 7,70% 40,00% 10,50% 6,50% 11,75% 11,00% 5,75% 289,40% 3,69% 4,00% 7,16% 4,65% 2,11%

ÍNDICES DE CONFIANÇA:

O Índice de Confiança do Consumir (ICC) registrou a segunda queda consecutiva e atinge os 129,6 pontos em abril, queda de 2,2% em relação a março, porém, se mantém 3,6% acima do patamar de abril de 2023. Esse é o menor nível desde outubro do ano passado e a inflação é a grande vilã, principalmente em relação aos alimentos que sobem o dobro da média geral. A queda da confiança tem tido consequência na retração nas vendas de segmentos de bens duráveis, como os eletrodomésticos e eletrônicos, pois o orçamento no momento está sendo direcionado aos gastos básicos do domicílio.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) recua 1,9% em abril e volta ao patamar de janeiro. Os 108,9 pontos do mês são praticamente iguais ao visto um ano antes. Os empresários do setor, além de enxergarem um cenário menos favorável para a economia brasileira no futuro próximo, estão com dificuldades de aumentar suas margens dado o aumento de custos, seja operacional ou financeiro. Esse quadro de incertezas e desafios limita o avanço da confiança.

Consumer Confident Index (ICC) and Comerce Businessman (ICEC)

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e Empresário Comercial (ICEC)

Note: O ICC e ICEC variam de 0 a 200. De 100 a 200 pontos é considerado um patamar otimista, e abaixo dos 100 pontos pessimista. Apesar dos indicadores serem da cidade de São Paulo, eles seguem na tendência do que está acontecendo no resto do País já que a cidade, maior do Brasil, representa 11% do PIB nacional.

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60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 fev/16 jun/16 out/16 fev/17 jun/17 out/17 fev/18 jun/18 out/18 fev/19 jun/19 out/19 fev/20 jun/20 out/20 fev/21 jun/21 out/21 fev/22 jun/22 out/22 fev/23 jun/23 out/23 fev/24
ICC ICEC

VIAGENS E TURISMO

O ano se aproxima da metade e a performance dos diversos setores da economia do Turismo segue em velocidades e momentos distintos. O Lazer continua forte, mas já em um ritmo mais lento que no boom da retomada, e as viagens corporativas, que devem se recuperar entre o final deste ano e 2025, vivem momento tenso no País, com acusações anônimas e investigação dos processos de uma grande TMC, o que deve gerar mudanças no mercado em geral. A malha aérea continua sendo um grande desafio, ainda mais com a Gol em Chapter 11 e o Aeroporto de Porto Alegre fechado por tempo indeterminado por conta das enchentes ocorridas em maio. A previsão é de um aumento modesto na oferta doméstica e uma expansão limitada no internacional.

LATAM AUMENTA VOOS INTERNACIONAIS

A Latam Airlines anunciou, de uma vez, aumento de voos para oito destinos no Exterior, a partir de 27 de outubro: de São Paulo/Guarulhos para Orlando (aumento de 4 para 7 voos por semana) de São Paulo/Guarulhos para Los Angeles (aumento de 3 para 4 voos por semana) de São Paulo/Guarulhos para Joanesburgo (aumento de 3 para 5 voos por semana) de São Paulo/Guarulhos para Milão (aumento de 5 para 6 voos por semana) de São Paulo/Guarulhos para Roma (aumento de 5 para 6 voos por semana) de São Paulo/Guarulhos para Madri (aumento de 7 para 10 voos por semana).

Já a rota de São Paulo/Guarulhos para Lisboa receberá incrementos mensais, passando de 7 para 8 voos semanais a partir de 28 de outubro até chegar a 11 voos semanais a partir de 9 de dezembro. Antes, em 1º de junho, a Latam vai inaugurar a rota Brasília-Santiago com três voos semanais a bordo do Airbus A320 (174 passageiros) e do Airbus A321 (220 passageiros).

VENDAS NAS OPERADORAS

As operadoras Braztoa venderam R$ 19,24 bilhões em 2023, um crescimento médio de 39% na comparação com o ano anterior e alta de 68,58% na representatividade da associação, no comparado com 2022. Essas empresas embarcaram 11,8 milhões de passageiros no período, alta de 22,7% em relação a 2022.

OS DADOS CONSTAM DO ANUÁRIO

BRAZTOA 2023, DIVULGADO AGORA EM MAIO.

Doméstico: As viagens pelo Brasil representaram 60% do faturamento, atingindo R$ 11,55 bilhões em 2023, alta de 122% na comparação com o ano anterior e recorde histórico nos registros da entidade.

Internacional: As viagens internacionais também contabilizaram crescimento, só que mais moderado, 22% a mais que no ano anterior, alcançando um faturamento de R$ 7,69 bilhões, o que corresponde a 40% das vendas totais. Embora com uma performance mais tímida, ainda assim, este resultado

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representa um novo recorde do faturamento internacional, pelo segundo ano consecutivo, conforme registrado pela Braztoa. Esse índice destaca a resiliência e o potencial do mercado de viagens internacionais, mesmo em meio a desafios e mudanças no cenário global.

Passageiros: Em 2023 foram feitos 11,8 milhões de embarques pelas operadoras associadas à Braztoa, alta de 40,5% da representatividade da associação em relação a 2022;

O nacional representou 74% dos embarques totais, alcançando a marca de 8,71 milhões de embarques, incremento de 60% em relação a 2022; Já o internacional teve crescimento de 4,5%, mesmo assim ultrapassando valores históricos da associação e alcançando 3,09 milhões de embarques, o que corresponde a 26% do total.

MAIS DETALHES DO ANUÁRIO BRAZTOA:

70% das vendas são feitas via agências de viagens;

5% por meio de agentes de viagens freelancer; 20% diretamente para o consumidor final; e 5% outros

65,52% das vendas foram feitas por meio de cartão de crédito – à vista ou parcelado; 18,46% por meio de transferência bancária; 8,31% por meio de boleto bancário; 7,71% outros

28,44% venderam a experiência completa (aéreo + hotel + serviços e passeios); 24,03% só hospedagem; 17,22% experiência terrestre (hotel +serviços e passeios);

13,78% cruzeiros; 16,55% outros.

CIDADES MAIS VENDIDAS NO NACIONAL

O Anuário Braztoa 2024 também mostra que as cidades mais vendidas no nacional em 2023 foram:

1. São Paulo

2. Maceió e Porto Seguro

3. Porto de Galinhas e Recife

ATRAÇÕES MAIS VENDIDAS

NO BRASIL EM 2023:

1. O parque temático Beto Carrero World (SC)

2. O parque aquático Beach Park (CE)

3. O parque natural das Cataratas do Iguaçu (PR)

DURAÇÃO DAS VIAGENS

E PERFIL GERACIONAL

A duração principal das viagens nacionais foi de 5 a 9 dias, com tíquete médio nacional de R$ 2.190. O perfil geracional das viagens nacionais ficou dividido da seguinte forma:

29,86% das viagens foram feitas pela Geração Y (34 a 43 anos);

28,82% feitas pela Geração X (44 a 64 anos); 20,73% pelos Baby Boomers (64 a 80+ anos); 14,73% pela Geração Z (14 a 33 anos); 5,86% por crianças/adolescentes de até 14 anos.

No que se refere à antecedência de compra, a predominância é de 31 a 60 dias antes do embarque ( 23,13% ), seguida por:

Acima de 91 dias antes do embarque (22,3%); Entre 61 e 90 dias antes do embarque (19,33%); Até dez dias antes do embarque (17,87%); Entre 11 e 30 dias antes do embarque (17,37%).

DESTINOS INTERNACIONAIS

MAIS VENDIDOS EM 2023

No internacional, a região mais vendida pelas operadoras associadas à Braztoa em 2023 foi a Europa. A duração principal

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das viagens internacionais foi de mais de dez dias e o tíquete médio internacional foi de US$ 2.564. Os países internacionais mais vendidos foram:

1. Estados Unidos

2. Itália

3. Argentina

As cidades internacionais mais vendidas foram:

1. Orlando;

2. Buenos Aires;

3. Lisboa, Roma e Punta Cana

Atrações internacionais mais vendidas: Walt Disney World e Universal Orlando

OUTRAS NOTÍCIAS DO MÊS

• Gol e Azul anunciam voos em codeshare dentro do Brasil.

• Trend Operadora realiza Summit em Orlando, com parcerias da Universal Orlando, SeaWorld e Disney Destinations.

• CVC Corp diz que B2B voltará a crescer, depois de resgatada a rentabilidade das empresas do segmento. Aposta na Visual, que tem 60% das vendas no internacional, o inverso da CVC.

• 50 mil brasileiros são esperados em Bariloche para a temporada de inverno.

• MSC Cruzeiros realiza convenção no Caribe e anuncia temporada no Brasil com menos oferta de leitos (um navio a menos) e mais minicruzeiros. Confira aqui a Revista PANROTAS com a cobertura do IPW 2024, em Los Angeles, ILTM Latin America, em São Paulo, e Summit Sindepat, em Foz do Iguaçu.

Relatório produzido pela PANROTAS e pela FecomercioSP com o objetivo de servir como norteador de decisões para destinos e empresas nacionais estrangeiras. Para mais informações ou esclarecimentos, entre em contato com ri@fecomercio.com.br ou redacao@panrotas.com.br

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ANO 32 1.579 | 20 a 26 de maio de 2024 www.panrotas.com.br ESPECIAL IPW 2024 Fotos: US Travel/IPW

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