PRODUTOS
ENTREVISTA
AMBIENTE
Novo iPad 7ª geração, MacMini, MacBook Pro e outras tecnologias sob medida para a Educação
Leonardo de Boita: recursos digitais para estimular o senso crítico dos alunos
Apple na escola: mais segurança e eficiência, menos custos e chamados ao suporte
#04
DEZEMBRO / 2019
Cocriação: a habilidade essencial para o futuro Aliar um projeto pedagógico moderno às melhores tecnologias é a chave para lidar com a incerteza
O s p ro d u t o s Originais
iPlace tornam o seu dia a dia ainda
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Radar
Tendências
Inspiração
Institucional
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08 16 24 32 06
EDITORIAL
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PRODUTOS Tecnologias com a assinatura Apple para elevar o aprendizado a um novo patamar
AMBIENTE
Dicas e complementos para obter o máximo do ecossistema Apple na Educação
iPad | 10
APPS Uma seleção de aplicativos da App Store que transformam o jeito de aprender Divulgação/Apple
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Muito além do conteúdo: ferramentas para lidar com a incerteza do futuro
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iPlace Educacional
Entrevista
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EXPEDIENTE
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OPINIÃO
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PANORAMA
Presidente Grupo Herval: José Agnelo Seger Vice-presidente: Germano Grings iPlace Educacional: Matheus Mundstock (diretor) Felipe Dresch (gerente nacional) Graziano Silva (coordenador de negócios) Tiago Silva (coordenador de projetos) Roberta Anacleto (gerente de Marketing) Flávia de Paula Pires (coordenadora de Marketing) Felipe Bruxel (assistente de Marketing) Thiago de Andrade Zeni (analista de Marketing) Projeto editorial: Papa Branded Content Diretora executiva: Nathália Hartz Luvizon Diretor de conteúdo: Douglas Backes Jornalista responsável: Mariana Halmel Apoio editorial: Rafael Tourinho Raymundo Diretora de criação: Eduarda Lazzaretti Imagem de capa: ©iStock.com/Kuzmichstudio Impressão: Gráfica Odisséia Tiragem: 5.000 exemplares Circulação: Dezembro/2019 iPlace é uma empresa do Grupo Herval Rodovia BR-116, km 223,5 | Dois Irmãos/RS +55 51 3564 8300 | www.iplace-educacional.com.br
Tecnologia e sala de aula: como elas podem se unir e quais os caminhos nesta área
Sustentabilidade: como a tecnologia pode frear a perda e o desperdício de alimentos
Divulgação/Colégio Santa Inês
Entrevista | 34
Revista iPlace Educacional é uma publicação semestral distribuída gratuitamente. A reprodução de conteúdo é permitida mediante autorização por escrito. Artigos assinados expressam, exclusivamente, a opinião de seus autores. Todas as informações contidas na presente revista estão sujeitas a alteração sem prévio aviso. As únicas garantias para produtos e serviços da Apple ou de outros fabricantes mencionados são as estabelecidas nos termos oficiais que os acompanham. Não obstante os cuidados para prover conteúdo atualizado e de alta qualidade, a Papa Branded Content, a iPlace e seus parceiros não poderão ser responsabilizados por eventuais omissões ou imprecisões nesta publicação, dado seu caráter meramente informativo. Nomes ou símbolos de empresas contidos na revista, bem como de seus produtos e serviços, podem ser marcas registradas ou comerciais de seus respectivos detentores. Todas as imagens publicadas têm caráter estritamente ilustrativo.
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EDITORIAL
Educando para o futuro
Muito além do conteúdo Que os recursos digitais são “a nova lousa” todo mundo já sabe. Mas descobrir e adotar as melhores ferramentas em meio às incontáveis tecnologias educativas atualmente disponíveis pode ser uma tarefa exaustiva. Some-se a isso o fato de que tais ambientes precisam, mais do que nunca, efetivamente potencializar a aprendizagem – não somente a complementar – e já temos uma boa ideia da diferença que faz errar ou acertar nessa escolha. Trata-se, afinal, de assegurar que a tecnologia não esteja apenas “presente” na sala de aula, mas atue como um catalisador do processo educacional, em vez de dispersar ainda mais a atenção.
“Preparar para o futuro envolve compreender a incerteza – e a melhor arma para enfrentá-la é a capacidade de cocriação”
Preparar para o futuro, afinal de contas, envolve compreender os desafios trazidos pela incerteza que permeia o amanhã – como sabiamente aponta o professor Leonardo de Boita, um dos nossos entrevistados desta edição. Segundo ele, a melhor forma de se antecipar a desafios que ainda não conhecemos é por meio de uma habilidade estratégica: a cocriação. Para Boita, que é Apple Distinguished Educator, a capacidade de cocriar (isto é, de colaborar criativamente) sobrepõe-se ao domínio do conteúdo em si. Afinal, em vez de tentar adivinhar os desafios que o futuro trará, o segredo aqui é instrumentalizar-se para a solução de problemas – sejam eles quais forem. Como fica claro, é preciso ir além do conteúdo. E, num mar de incertezas, pelo menos uma convicção nós temos: de que a plataforma educacional Apple é a resposta mais precisa, abrangente e poderosa do planeta para empoderar as próximas gerações à cocriação.
Felipe Dresch
Gerente corporativo e educacional da iPlace
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©iStock.com/DragonImages
INSTITUCIONAL
Qualidade com economia
iPlace apresenta linha de acessórios ideal para escolas Com olhos na proteção do investimento, novidade da iPlace Educacional tem mochilas, capas e películas com excelente relação custo-benefício para instituições de ensino. No recém-lançado mix de produtos, afinal, a qualidade vem acompanhada de preços especiais para compras em volume. Assim, o parque de dispositivos da sua escola fica muito mais protegido – sem acarretar impactos significativos ao orçamento.
por especialistas. A partir do iPad, abre-se um vasto universo de aprendizados e descobertas, devidamente sintonizado com os desejos e aspirações dos estudantes do século XXI. Logo, proteger o parque de dispositivos da escola é essencial para salvaguardar o investimento realizado. Atenta a essas necessidades, a iPlace Educacional apresenta ao mercado uma nova linha de acessórios com foco em mochilas, capas e películas protetoras de excelente relação custo-benefício. Trazendo o selo Originais iPlace, os produtos oferecem alto nível de proteção a preços especiais, possibilitando compras em grande escala sem comprometer o orçamento escolar.
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Oferecendo a melhor tecnologia educacional do mundo, a Apple é sinônimo de inovação, segurança e produtividade em sala de aula. Tudo isso com o menor custo total de propriedade, de modo que o investimento inicial realizado no ecossistema da marca se paga em pouco tempo. Afinal, quando comparado a alternativas concorrentes, o parque de dispositivos Apple requer menos manutenção e chamados de suporte; mantém valor de revenda muito superior; e ainda vem acompanhado de todos os softwares necessários para o dia a dia escolar. Sem falar em todo o projeto pedagógico subjacente oferecido pela gigante de Cupertino, que inclui o Everyone Can Code e outros programas educacionais desenvolvidos
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Proteção do investimento Garantir a durabilidade dos dispositivos sob intensas condições de uso é um desafio para toda e qualquer organização – e torna-se ainda maior no ambiente escolar, onde estudantes de diferentes faixas etárias manipulam diariamente tais equipamentos. Pensando nisso, as mochilas, capas e películas da linha Originais iPlace foi projetada para oferecer alto nível de proteção, otimizando o investimento em tecnologia realizado pela escola.
© iStock.com/dolgachov
Além das capas transparentes para iPhone
(oferecidas em três versões – TPU, Híbrida e Impactor Ultra), o mix traz opções coloridas (Soft Simples, Soft Média e Soft 4 Lados), além de uma série anti-impacto com diferentes níveis de proteção (Duplo Impacto Simples, Média, Max ou Ultra). Há ainda diversas opções de película, inclusive com filtro de privacidade. Já para iPad, as opções de capa são Transparente, Couro Ecológico, Bumper e EVA. Mochilas e cabos completam a linha.
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PRODUTOS
Fotos: Divulgação/Apple
Soluções para o futuro Já não há dúvida: hoje em dia, educação de qualidade passa necessariamente pela tecnologia. Ninguém sabe exatamente quais serão os desafios do mundo no futuro, mas os especialistas têm certeza de que será necessário criatividade para resolvê-los. Por isso, os estudantes de hoje precisam de ferramentas que estimulem seu potencial. E a Apple colabora imensamente nessa tarefa.
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Com os dispositivos adequados, o jovem consegue criar projetos inovadores e solucionar problemas complexos. Desse modo, a sala de aula se torna um laboratório para a vida. Confira as próximas páginas e veja como conectar o ensino de hoje às demandas de amanhã!
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Caderno digital mais realista
O novo iPad da 7ª geração oferece uma experiência ainda mais rica em sala de aula. Além de funcionar como um caderno digital para anotações e desenhos à mão livre graças à perfeita integração com o Apple Pencil (vendido separadamente), o dispositivo oferece uma área de tela maior e compatibilidade com o Smart Keyboard completo. Sem falar na experiência totalmente nova com o iPadOS. As imagens ganham realismo impressionante graças ao chip A10 Fusion e à tela Retina de 10,2 polegadas, com quase 3,5 milhões de pixels e um amplo ângulo de visão. Ele também é perfeito para experiências imersivas em realidade aumentada, que se beneficiam das melhorias nas câmeras e nos sensores. Com bateria que dura o dia todo, o novo iPad pesa menos de 500 gramas e tem estrutura de alumínio 100% reciclado, com a mesma resistência, durabilidade e beleza que o alumínio de todos os outros produtos Apple.
Experiência imersiva em sala de aula Uma excelente maneira de explorar as potencialidades do novo modelo é por meio da realidade aumentada. Isso porque o iPad de 7ª geração possui câmera e sensores aprimorados, proporcionando experiências verdadeiramente imersivas. Os usuários podem viajar no tempo e no espaço sem sair do lugar. De repente, a sala de aula se transforma no cenário de um episódio histórico. Nas lições de Matemática e Ciências, conceitos abstratos ganham formas e cores, tornando qualquer explicação bem mais fácil de entender. As possibilidades são infinitas! O sistema operacional iPadOS, desenvolvido especialmente para esses dispositivos, oferece recursos Multitarefa e torna a navegação superintuitiva.
Fotos: Divulgação/Apple
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Mac mini
Alto desempenho nos projetos escolares A tecnologia educacional pode ir muito além de tarefas simples como pesquisas na internet – basta contar com o equipamento certo. Por exemplo: muitas escolas preveem aulas de programação no currículo. Essa demanda requer um computador que consiga compilar códigos de software com agilidade. No campo das Artes, os estudantes têm a chance de realizar produções audiovisuais com qualidade profissional. Porém, para isso, precisam editar e renderizar os vídeos sem gastar horas em frente a uma máquina. Pois o Mac mini é a solução nessas e em inúmeras outras situações. Com processadores de última geração e armazenamento flash de alto desempenho, o dispositivo entrega desempenho superior em qualquer atividade escolar. Assim, as turmas podem soltar a criatividade sem limites! Afinal, o Mac mini é mais rápido e trabalha com arquivos grandes sem travar no meio do processo.
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MacBook Pro
Velocidade para atingir o topo O MacBook Pro é o Mac portátil mais rápido da história. Além dos processadores Intel Core (8ª e 9ª geração), conta com chips gráficos poderosos, tela Retina e armazenamento SSD. Em outras palavras, as imagens são incrivelmente nítidas; e o tempo de resposta, praticamente instantâneo. Tantas vantagens tornam-no a solução ideal para lidar com cargas de trabalho complexas sem abrir mão da qualidade no resultado. Compilação de código, edição avançada de imagens e simulações de modelos estatísticos são apenas algumas das possibilidades.
Desenvolvendo habilidades desde cedo
Um designer deve saber lidar com o Photoshop. Um programador precisa conhecer os meandros do Xcode. E quanto mais cedo o profissional se familiarizar com suas ferramentas de trabalho, melhor. É com projetos desenvolvidos num curso técnico, ou mesmo durante o Ensino Médio, que muitos deles aprimoram suas habilidades. Por isso, o MacBook Pro se mostra tão útil aos educandários. Somente um dispositivo robusto como esse possibilita o uso de softwares complexos em sala de aula. Com ele, os alunos terão em mãos o melhor recurso para explorar todo o seu potencial criativo!
Carrinho iPlace 2.0
Laboratório portátil
Divulgação/iPlace
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Todo iPad ou MacBook utilizado pelos estudantes precisa ser guardado em local seguro. É para isso que existe o Carrinho iPlace 2.0. Trata-se de uma estação de recarga e transporte de periféricos projetada para equipamentos de alta tecnologia. Suas réguas de tomada permitem carregar dezenas de dispositivos ao mesmo tempo em total segurança. Há, ainda, um organizador para impedir que os cabos embaracem. Com fluxo de ar contínuo e freios para travamento, o carrinho evita superaquecimentos e quedas acidentais. Já as rodas emborrachadas diminuem o atrito com o solo, facilitando o manuseio. Ao ser levada para diferentes salas de aula, a estação se transforma num verdadeiro laboratório móvel. Funciona tanto em 110V quanto em 220V.
iPlace Educacional
Divulgação/Apple
Divulgação/Mosyle
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Mosyle Manager
Conhecimento compartilhado É fato que equipamentos eletrônicos podem gerar distração. Portanto, os professores devem se certificar de que os dispositivos em sala de aula sejam aproveitados apenas para fins pedagógicos. O Mosyle Manager cumpre essa função com maestria. Suas ferramentas permitem o gerenciamento automático de iPads e Macs – tudo muito intuitivo e fácil de configurar, poupando o tempo da equipe de TI da escola. Junto a isso, há a integração com recursos educacionais da Apple, como os apps Sala de Aula, Projeto Escolar e modo iPad compartilhado. Assim, pode-se facilmente garantir que a turma inteira compartilhe o conhecimento e viva a mesma experiência.
Auxílio na lição de casa
O Mosyle Manager também pode ser usado com o aplicativo ScreenGuide. Essa solução permite que os pais participem do processo de aprendizagem de forma mais ativa. Eles têm a opção de definir dias e horários para as tarefas de casa. Desse modo, conseguem acompanhar o progresso dos filhos e evitar que os jovens se distraiam durante as atividades.
©iStock.com/Yaruta
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INSPIRAÇÃO
PODEMOS FAZER COISAS GRANDES COM POUCOS RECURSOS Débora Garofalo
iPlace Educacional
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Questão de conexões
A educação do futuro é uma caminhada conjunta Finalista do Top 10 Global Teacher Prize 2019, reconhecido como uma espécie de Prêmio Nobel da Educação, Débora Garofalo, de 39 anos, é a idealizadora do projeto Robótica com Sucata – que, a partir de 2020, passará a integrar o Componente de Tecnologia e Inovação da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, impactando cerca de dois milhões de alunos. Formada em Letras e Pedagogia, com especialização em Língua Portuguesa, é mestranda pela PUC de São Paulo e uma grande batalhadora da educação pública no Brasil. Nesta entrevista, Débora fala sobre as conexões necessárias para inovar em sala de aula. Confira!. Fale-nos de sua caminhada profissional e sobre como passou a atuar com tecnologia. Minha mãe sempre foi uma grande incentivadora, uma mulher guerreira que lutava muito pelos três filhos, dizendo que o maior bem que poderia nos deixar seria a educação. Ela também nos ensinou a nunca desistir, a persistir sempre, pois tivemos uma infância simples. Filha caçula de pais separados, sempre estudei em escola pública e comecei a trabalhar cedo. Aos 13 anos, era recreacionista escolar e, depois, optei pela carreira no Magistério. Estudei numa instituição técnica de formação de professores em São Paulo e, no momento de dar continuidade aos estudos, não passei na universidade pública por dois pontos. Com isso, tive de procurar outro emprego e deixar de atuar na minha área. Como forma de custear a faculdade de Letras, comecei a trabalhar na indústria. Só mais tarde percebi que um momento que parecia ruim acabou me mostrando justamente o que eu precisava para preparar meus alunos para o mercado. >>
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No setor de RH da indústria, tive essa visão tão importante de que muitos jovens colocavam em seus currículos que sabiam lidar com tecnologia, mas, na verdade, não sabiam nem usar o Word e o Excel. Por isso, hoje considero minha vivência na indústria como um divisor de águas. Por quatro anos, mantive cargos concomitantes – na indústria de dia e na educação à noite, lecionando. A partir de 2009, optei por apenas lecionar. Até 2014, atuei na rede estadual e, em 2013, ingressei na rede municipal. Permaneci por cinco anos na escola municipal de ensino fundamental Almirante Ary Parreiras e agora me licenciei da Prefeitura para atuar na Secretaria Estadual de Educação, ajudando a construir um componente curricular que inclua a robótica com sucata como uma disciplina, a fim de fomentar a tecnologia para dois milhões de alunos. Isso representa uma quebra de paradigma que, infelizmente, minha mãe não acompanhou, pois faleceu em 2011. Assim como em outras categorias profissionais, os professores nunca receberam formação adequada para trabalhar com tecnologia. Na sua opinião, como deve ocorrer este despertar e o que é preciso para que um professor possa inovar em sala de aula? Acredito que, para que ocorra este despertar, o professor precisa primeiro ter uma boa formação inicial, seguida de uma excelente formação continuada. Além disso, é necessário que ele possa ter este olhar ampliado para o mundo de hoje. Porque o que vai fazer a diferença no
“O QUE FAZ A DIFERENÇA AO INOVAR EM SALA DE AULA É A MANEIRA DE CONECTAR OS PONTOS”
momento de inovar dentro da sala de aula é justamente a maneira de conectar os pontos – principalmente no que tange ao currículo. Ou seja: saber fazer a mediação desse conhecimento e de como, consequentemente, despertar seus alunos para essa aprendizagem, conectando tudo. É isso que hoje faz um professor ser um bom profissional dentro da sala de aula. Claro, seguido por metodologia de trabalho e um bom relacionamento com os estudantes. Afinal, é importante que também se tenha este lado da afetividade, desta educação integral muito presente no fazer pedagógico. Como surgiu a ideia de utilizar materiais reciclados para trabalhar com robótica? A ideia nasceu dos próprios alunos – de uma necessidade urgente que eles me trouxeram sobre a questão do lixo, através de relatos referentes a doenças como dengue e leptospirose e, também, do lixo como fator de impedimento para irem à escola em dias de chuva, em função de enchentes e alagamentos. Assim, trabalhar com materiais recicláveis foi uma necessidade, uma demanda trazida pelos alunos, que consegui absorver e ter um insight para o ensino de programação e robótica, aproveitando esses materiais. Então o trabalho também veio da vontade de transformar a vida de meninos e meninas da comunidade carente aqui da Zona Sul de São Paulo. Como funciona o projeto em sua escola e qual a faixa etária dos alunos envolvidos? Meus alunos têm de 6 a 14 anos, e o trabalho foi totalmente construído com eles, a partir desse olhar para a questão do lixo. O projeto Robótica com Sucata consiste em aulas públicas, em sair de porta em porta e sensibilizar a comunidade sobre a reciclagem e a sustentabilidade, empoderando esses meninos e meninas como multiplicadores de informação. Neste percurso, recolhemos de fato o lixo eletrônico e a sucata das ruas para retornar à sala de aula, lavar, pesar e transformar tudo em conhecimento, exercitando o pensamento científico e a pesquisa. Tudo isso para idealizar o que, a partir desse lixo, pode ser transformado em robótica e programação. Então, para finalizar o trabalho, fizemos algumas feiras. Neste ano teremos a quarta edição da Feira de Tecnologia, na qual os alunos demonstram o que realizaram – de modo que a atividade retorne como forma de sensibilizar a comunidade e o entorno da escola.
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Até o momento, o que você destaca entre os resultados mais importantes e as melhores surpresas desse projeto? O trabalho em si alcançou alguns resultados importantes. Por exemplo: combateu a evasão escolar em 93% e o trabalho infantil em 95%. Também saltamos de um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 4,2 para 5,2 e retiramos mais de uma tonelada de lixo das ruas. Mas, para mim, o maior feito foi ver diferentes os próprios alunos. Jovens que não tinham perspectiva de ser ninguém na vida e que, de repente, com um trabalho assim, se descobrem como grandes fazedores, encontrando seu lugar na sociedade e definindo que não é aquele local de extrema pobreza, não é a favela, que determina o que as crianças podem ser na vida, mas, sim, elas próprias. E que elas podem ter as mesmas oportunidades de alunos que estudam em escolas particulares. Mais do que isso, o projeto quebra um paradigma brasileiro de que o ensino de robótica tem de ocorrer com materiais estruturados. Nós acreditamos que não – que podemos usar problemas sociais reais para realmente transformar isso em currículo. O que representa para você estar entre os dez melhores professores do mundo, destacados pelo Global Teacher Prize?
Divulgação/Debora Garofalo
Significa muito, especialmente pelo fato de ser mulher e ter passado muito preconceito por trabalhar com tecnologia. Da mesma forma, por realmente demonstrar a
esses meninos e meninas que, com um grande trabalho, com um trabalho sério, podemos sim conquistar outros lugares; além de empoderar, de certa forma, todos esses grandes professores que nós temos no Brasil a inovar e desmistificar um pouco este assunto. Afinal, muitas pessoas ainda têm esta impressão de que trabalhar com tecnologia é ser somente high-tech. Não. A gente pode fazer grandes coisas com poucos recursos e levar a educação para um nível internacional. Com tantos problemas que temos aqui, acho que fica uma grande lição de casa para nós, brasileiros, de realmente reconhecer estas práticas, valorizá-las e, principalmente, transformá-las em políticas públicas. Como foi a experiência com os demais professores indicados ao Global Teacher Prize? Eu acho que o prêmio traz essa grande premissa de se poder vivenciar tamanha interação e se tornar um embaixador internacional de educação. Durante o evento de premiação, tivemos um período de contato muito curto, mas o que temos feito agora são essas trocas organizadas por continentes. Nós temos um grande grupo de discussão aqui na América Latina e, em algum momento, vamos nos encontrar de novo em nível mundial; mas é fabuloso a gente poder conhecer e, também, aprender com outros problemas. Além disso, ver que muitas coisas são similares na educação mundial. Então, o que precisamos é de muita vontade e persistência para poder reverter estas situações. >>
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Cite outros destaques e prêmios que você já recebeu e comente sobre a importância de inscrever projetos nessas iniciativas.
Fotos: Divulgação/Debora Garofalo
Nós já ganhamos prêmios nacionais importantes, como Professores do Brasil, Desafio de Aprendizagem Criativa do MIT Brasil 2019, Prêmio da Associação Comercial do Estado de São Paulo, Medalha da Cidade de São Paulo, prêmio na própria Prefeitura, fomos finalistas do Prêmio Cláudia, além de estar, então, entre os 10 melhores professores do mundo. Na verdade, eu sempre fui muito resistente a prêmios e me inscrevi nos primeiros para tentar arrecadar um pouco de verba para poder trabalhar com os alunos. Ao mesmo tempo, um prêmio traz visibilidade e empodera o professor de forma muito positiva, porque é um reconhecimento de toda uma jornada. É a coroação do trabalho. Mas acho que só ele em si não é suficiente. Precisa ter uma política pública em nível de Brasil e de suas próprias redes que valorizem o trabalho que esses professores já realizam. Os dois precisam caminhar juntos – do contrário, não faz sentido essa valorização docente.
Para você, qual é o papel da escola do futuro? Falamos de Indústria 4.0, falamos de Educação 4.0, mas o que de fato fará a escola do futuro é um olhar para estes estudantes do século 21, de fazer a diferença na vida deles em termos de educação integral, utilizando e contextualizando as tecnologias em sala de aula e trabalhando tendências que, para eles, farão todo o sentido. Como Inteligência Artificial, IoT (Internet das Coisas), mas também para a programação, para a robótica e, principalmente, explorar nestes alunos a questão da resolução de problemas, da empatia, da colaboração, das relações socioemocionais que vão fazer a diferença na vida deles. Afinal, todo e qualquer recurso digital aplicado à educação é muito bem-vindo e muito válido. No entanto, ele em si não é suficiente para alavancar a aprendizagem. É necessário, então, colocar o professor como mediador desse processo; formar este professor; e é necessário que os aplicativos venham acompanhados de objetivos claros, desafios. Só assim a gente realmente consegue alavancar a aprendizagem. iPlace Educacional
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Quais são seus maiores desejos para a área da educação? Eu desejo que realmente haja uma transformação na educação. Que a gente realmente possa garantir que estes meninos e meninas aprendam de fato, especialmente pensando na escola pública, que é o meu foco, pois é lá que nós temos hoje 86% desse público. Então nós realmente precisamos reinventar esta educação. A escola precisa ser atrativa para estes alunos. Eles precisam sonhar dentro desta escola, planejar o que vão ser. Eu também desejo que o trabalho de Robótica com Sucata realmente se torne uma política pública para todo o Brasil, em função dos resultados que ele apresentou em uma escola; pelos próprios benefícios de exigir poucos recursos; e pela possibilidade que ele está tendo aqui em São Paulo, já que no ano que vem (2020) será levado para o Componente de Tecnologia e Inovação da Secretaria Estadual de Educação, impactando dois milhões de alunos. É uma solução viável, então eu tenho este desejo. Se pudesse dar um conselho a outros profissionais da educação para inspirá-los, qual seria? O professor é um profissional incrível. É aquele que tem a capacidade de transformar a vida de outras pessoas. Se eu pudesse dar um conselho para inspirá-los, eu diria que é importante ouvir o seu aluno e, também, colocarse na situação de aprendente. Eu nunca soube tudo. Eu direcionei um norte para os alunos, falando que eu queria trabalhar a robótica e a programação. Já o fazer veio deles, assim como tudo o que nós conquistamos e como conseguimos, para despertar a colaboração, a empatia... Então, neste processo, é fundamental que a caminhada seja em conjunto – professores e alunos – sem nunca nos esquecermos de que somos todos seres aprendentes e que estaremos sempre em evolução.
“PRECISAMOS REINVENTAR A ESCOLA, EM ESPECIAL A PÚBLICA, PARA QUE TODOS APRENDAM DE FATO”
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APPS
Arte, lógica, botânica e o que mais você quiser
GarageBand + iMovie
Compatíveis com iPad, iPhone e iPod touch.
Parte do Everyone Can Code, o Swift Playgrounds é um app revolucionário para iPad que faz com que seja divertido aprender e começar a programar. Nele, os estudantes resolvem quebra-cabeças interativos para dominar os conceitos básicos de programação, enquanto desafios adicionais permitem explorar código e criar programas envolventes e únicos. Assim, é perfeito para alunos iniciantes, “dos 12 aos 112 anos”.
O GarageBand transforma o iPhone ou iPad numa coleção de instrumentos touch que soam e respondem de maneira realista. Assim, é possível desenvolver habilidades musicais e estimular o contato com equipamentos que vão do teclado, guitarra, baixo e bateria até tambores taiko. Já com o recurso “Abrir no” é possível usar o iMovie para compartilhar as gravações, unindo música e efeitos de vídeo ao melhor estilo Hollywood. Ambos os apps integram o Everyone Can Code.
Boulevard AR O Boulevard AR permite levar a arte para qualquer lugar. Por meio dele, os curadores da National Portrait Gallery narram experiências imersivas e guiam os usuários, permitindo a exploração independente de fascinantes obras de arte. Graças à Realidade Aumentada, os quadros integram-se ao ambiente físico do usuário, podendo ser exibidos virtualmente em qualquer parede. A música e os efeitos em camadas tornam essa experiência um encontro com a história ainda mais impressionante..
Compatível com iPhone, iPad e iPod touch.
Swift Playgrounds
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Com fantásticos aplicativos educacionais, o iOS transforma o jeito de aprender
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Socratic
Para além da sala de aula,é importante contar com ferramentas que facilitem o reforço escolar. Especialmente quando se pode eliminar dúvidas e potencializar o aprendizado durante o tema de casa. Por isso, o Socratic é um valioso app, garantindo ajuda para resolver questões de Matemática, Ciências, Química, História, Inglês, Economia e mais. Basta tirar uma foto da tarefa para receber explicações e dicas de passo a passo.
Michaelis – Guia Prático da Nova Ortografia As alterações na ortografia da língua portuguesa seguem gerando dúvidas, especialmente em relação ao uso do trema, do hífen e regras de acentuação. No entanto, o app Michaelis serve como um guia bastante prático e objetivo. Elaborado conforme a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de Letras em março de 2009, o app é um aliado de primeira para escrever corretamente.
PlantNet O PlantNet é um aplicativo de coleta, anotação e busca de imagens que ajuda a identificar plantas de maneira automatizada. A partir de uma foto feita pelo usuário, ele compara imagens de seu banco de dados para disponibilizar o nome botânico de mais de 3.700 espécies de plantas silvestres. Além disso, tanto o número de espécies processadas quanto o número de imagens utilizadas evoluem com as contribuições feitas ao projeto.
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TENDÊNCIAS
Ciência de Dados usa tecnologia para resolver os desafios do futuro
A tecnologia avança para facilitar tarefas do dia a dia, mas também impõe novos desafios à sociedade. Cada vez que realizamos uma transação bancária on-line, conversamos via aplicativo de mensagem ou tiramos uma foto com o iPhone, nós trocamos dados que vão parar na internet. Todos os dispositivos conectados à rede fazem o mesmo, gerando um volume gigantesco de informações.
Vetores: iStock/Molnia
Esse material pode ser bastante útil. Porém, para isso, é preciso interpretálo corretamente. A missão fica por conta da Data Science, ou Ciência de Dados, área do conhecimento capaz de transformar conteúdo aparentemente aleatório em informação relevante. Em tempos de digitalização do mundo, trata-se de um campo extremamente promissor.
iPlace Educacional
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Dos dados à informação A base da Data Science são os modelos estatísticos e a computação. Em linhas gerais, o trabalho consiste em coletar, organizar e analisar dados, de modo que se possa gerar conhecimento. Uma parte importante do processo é o uso de ferramentas de visualização – softwares que, a partir dos bancos de dados, revelam comportamentos e tendências nos mais variados setores. Uma aplicação bem próxima de nosso cotidiano são os algoritmos de reconhecimento facial. Um site de relacionamento como o Facebook, por exemplo, armazena milhões de fotografias dos usuários. Com técnicas de Machine Learning (aprendizado de máquina), os modelos computacionais interpretam as imagens desse banco de dados. Assim, conseguem apontar não apenas onde há um rosto na figura, mas quem é aquela pessoa. Com isso, a prática de “marcar” os amigos na foto fica bem mais simples, pois a sugestão aparece automaticamente.
Além das interações em redes sociais, existem inúmeras possibilidades para a Data Science. Meteorologistas podem analisar as condições climáticas e prever tempestades com altíssima probabilidade de acerto. Bancos identificam movimentações financeiras suspeitas, diminuindo o risco de fraudes. Médicos, a partir do histórico de milhares de pacientes, podem determinar qual droga terá mais chances de auxiliar no tratamento de um tumor. Por mais variados que esses cenários sejam, todos dependem de um elemento em comum: a visualização das estatísticas por meio de um formato simples de compreender. Nenhum profissional da saúde teria tempo hábil para comparar 10 mil prontuários. No entanto, quando uma máquina compila as informações e indica os resultados em poucos segundos, o diagnóstico ganha agilidade e precisão. Eis a Ciência de Dados na prática.
Habilidades além da estatística Atuar com Data Science requer habilidades interdisciplinares. Portanto, as escolas têm papel fundamental em desenvolver competências nos jovens, de modo que esses se tornem protagonistas do futuro. A familiaridade com os números é importante, evidentemente. Afinal, estatísticas são a matériaprima com a qual os cientistas dessa área trabalham. Os profissionais também precisam lidar com tecnologias avançadas, ou mesmo criar novos modelos e algoritmos para responder às demandas mais complexas. Desse modo, não basta possuir domínio dos softwares. É necessário desenvolver um pensamento computacional, entendendo a lógica por trás das interfaces gráficas. Aulas de programação, já presentes nos currículos de
educandários brasileiros, colaboram nesse sentido. Cabe ressaltar, ainda, que o grande mérito não está apenas em organizar e interpretar os dados coletados. Faz parte da função do cientista de dados reportar os resultados a pessoas de outros departamentos. Ou seja: capacidade de comunicação é tão essencial quanto conhecimento técnico. Isso sem mencionar a facilidade para o trabalho em equipe, visto que os modelos estatísticos integram projetos maiores, envolvendo representantes de diferentes ramos. Novamente, a escola se mostra como o lugar onde as grandes ideias começam a ganhar forma. Afinal, as aptidões desenvolvidas na educação básica terão papel crucial para solucionar os próximos dilemas da humanidade.
APPLE: MAIS DESEMPENHO, SEGURANÇA E ECONOMIA NA SUA ESCOLA
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AMBIENTE
Tecnologia educacional
©iStock.com/monkeybusinessimages
A melhor plataforma educacional também lidera na relação custo-benefício
Seja pelo patamar superior em termos de segurança, pela estabilidade do sistema operacional, pela absoluta compatibilidade com formatos de arquivo diferentes ou pela própria facilidade de uso, fato é que a plataforma Apple tornouse referência quando o assunto é tecnologia educacional. Também porque, muito além das vantagens mais evidentes, há todo um projeto pedagógico subjacente que norteia as soluções da marca para o setor de Educação. Sem falar na economia proporcionada pela adoção do ecossistema – um benefício nem sempre percebido de imediato, já que os produtos Apple tendem a custar um pouco mais caro no momento da aquisição. A verdade, porém, é que esse investimento inicial
em qualidade acaba amplamente compensado ao longo do ciclo de vida dos ativos. Mais do que desenvolver os dispositivos e seus respectivos sistemas, a Apple é responsável por programas como o Everyone Can Code, que ensina programação para crianças. Aliás, instrumentalizar professores e alunos para que criem e colaborem é uma marca registrada da companhia. Isso pode ser visto, por exemplo, na suíte de aplicativos iWork, incluída sem custo adicional com cada equipamento. Há ainda o Everyone Can Create, uma ferramenta sem paralelo no mercado da tecnologia educacional, que permite integrar desenhos, música, produção audiovisual e fotografia ao aprendizado de qualquer disciplina.
Outra frente em que a plataforma Apple se destaca sobremaneira é a segurança. Afinal, tanto o Mac quanto o iPhone e o iPad possuem uma série de recursos nativos para assegurar a integridade do sistema e a privacidade dos dados. Aliás, a simples adoção de dispositivos da marca já significa um salto em termos de segurança da informação nas instituições de ensino. Isso porque as principais ameaças virtuais da atualidade, como os temidos malwares (códigos maliciosos) e ransomwares (com os quais se pode bloquear o acesso aos dados e paralisar sistemas para exigir das vítimas o pagamento de um “resgate”), geralmente exploram vulnerabilidades de sistemas como Windows e Android. >>
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“É melhor prevenir do que remediar”. O antigo ditado encontra eco também na pós-modernidade, em que a transformação digital anula distâncias e oportuniza o acesso a qualquer conteúdo num clique. Afinal, com tudo e todos conectados à internet o tempo inteiro, informações sensíveis e processos vitais à operação de empresas, hospitais e escolas acabam entrando na mira do cibercrime. Portanto, é preciso elevar a barra quando o assunto é segurança digital – e o ambiente Apple representa uma vantagem desde o primeiro dia para as organizações que o adotam. Isso porque a marca oferece um ecossistema completo e muito mais protegido contra ameaças virtuais, com muitos recursos embarcados para mitigar riscos. Tudo começa pela forma como a Apple concebe as plataformas iOS e macOS, apostando numa abordagem integrada para hardware, software e serviços. Tudo é rigorosamente projetado para trabalhar em sinergia, evitando brechas que poderiam comprometer a segurança. A essas vantagens, somam-se ainda programas como o Apple School Manager, desenvolvidos para otimizar a implantação, o gerenciamento e a segurança no ambiente educacional. Logo se vê, portanto, que a segurança está no DNA dos dispositivos Apple. Exemplo disso é o sistema operacional macOS, que usa tecnologias avançadas para manter tudo sempre organizado, criptografado e atualizado. Assim, o ambiente e os dados de sua instituição de ensino permanecem muito mais seguros. Vale destacar, também, que o macOS é gratuito e já vem instalado em cada Mac. Portanto, para garantir seus recursos nativos de segurança, basta manter o sistema em dia – tarefa simplificada pelo fato de que ele próprio
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Defesas altas: projeto integrado é garantia de segurança
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verifica diariamente se há atualizações, possibilitando o download com um clique para garantir que a escola tenha sempre a versão mais segura do software. Em meio ao vasto arsenal de segurança e privacidade do macOS, destacam-se recursos como a Proteção da Integridade do Sistema (que ajuda a impedir softwares maliciosos de modificar pastas e arquivos protegidos do Mac, restringindo as ações que podem ser realizadas em áreas protegidas do sistema operacional) e o Sandbox (capaz de impedir que apps interajam com processos críticos, dados sensíveis ou até outros apps – de modo que, se um aplicativo for comprometido, o computador e as informações da escola continuam protegidos). Com os dispositivos móveis não é diferente: o iOS traz uma série de recursos de segurança similares aos do macOS, assegurando uma experiência consistente entre as duas plataformas. Para manter as defesas altas, ele também oferece funcionalidades como a
Inicialização Segura, que atua em conjunto com outros recursos para evitar o comprometimento do sistema. Já tecnologias como Touch ID e Face ID, que reconhecem a impressão digital e o rosto do usuário, simplificam o processo de login e garantem que somente pessoas autorizadas acessem o dispositivo. Além disso, os recursos de criptografa e proteção de dados do iOS asseguram que as informações não caiam em mãos erradas mesmo que o iPhone ou iPad seja extraviado. Diferente de outros sistemas, a plataforma Apple não exige uma camada extra de segurança baseada em softwares de terceiros. A solução já vem completa, com criptografia nativa, dispensando outras ferramentas dessa natureza. Se quiser redobrar precauções com a privacidade dos dados, a escola pode ainda monitorar tudo por intermédio do seu MDM, com proteções adicionais no lado da rede. >>
Apple School Manager Por meio do Apple School Manager (que unifica as ferramentas de implantação da marca) e de um MDM (Mobile Device Management) de livre escolha da empresa entre as diversas opções do mercado, a plataforma Apple permite um gerenciamento seguro e consistente de todo o parque de dispositivos, incluindo Mac, iPad, iPhone e Apple TV. O Apple School Manager é um portal online simples que ajuda os administradores de TI a implementar o iPad e o Mac nas escolas. Num só lugar, você pode fornecer acesso a serviços Apple para alunos e funcionários, configurar aparelhos, baixar apps e livros e até oferecer ferramentas para que os professores criem experiências de aprendizagem envolventes.
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Como a plataforma Apple reduz custos nas escolas
A partir do ensino fundamental, é possível expandir esses conhecimentos e introduzir a linguagem da programação Swift no iPad. A experiência oferece uma divertida e inovadora imersão para um aprendizado consistente. Já quando estiverem prontos para criar um aplicativo, por exemplo, os estudantes podem migrar para o Xcode no Mac. Com as lições do Everyone Can Code, os professores podem equipar seus alunos com as mesmas ferramentas, técnicas e conceitos usados por profissionais. Os resultados são apps funcionais criados pelos próprios estudantes – comprovando que é possível transformar ideias em realidade.
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A Apple acredita que o início da vida estudantil seja o momento perfeito para a apresentação dos conceitos de programação como forma de encarar os mundos real e digital – e também para desenvolver habilidades básicas no que se refere ao pensamento computacional. Dessa forma, incentiva o uso de aplicativos criados especificamente para alunos mais novos, que usam enigmas visuais para desenvolver habilidades de solução de problemas, incentivar a persistência e promover a criatividade. É o caso do codeSpark Academy,
criado para estudantes de 5 a 7 anos. Trata-se de um jogo que pode ser usado por crianças que ainda não aprenderam a ler, aprendizes de inglês e pessoas com dificuldade de leitura. Por sua vez, o Tynker é direcionado a alunos de 5 a 11 anos, que começam a brincar com blocos visuais e depois avançam para programação baseada em texto, resolvendo enigmas e criando projetos. Ambos podem ser utilizados em sala de aula com apoio dos guias do professor do Everyone Can Code, destacando os principais conceitos de programação e demonstrando como ela representa um modo de pensar aplicável a outras áreas de aprendizagem e ao dia a dia.
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Embora possa ainda parecer um tanto distante para muitos, a programação é a base de praticamente tudo ao nosso redor. Desde girar a chave na ignição do carro para que ela acione o motor até substituir um rosto pelo focinho de um gato em aplicativos para fotos. Assim, ensinar programação significa também estimular habilidades que envolvem o pensamento crítico, o raciocínio lógico e a solução de problemas. A partir do currículo completo do Everyone Can Code elaborado pela Apple, é possível incluir a programação no dia a dia de alunos que frequentam desde o jardim de infância até a universidade. Por meio de lições e guias para professores, os conceitos básicos podem ser introduzidos no iPad e irem avançando até a criação de aplicativos no Mac.
Fotos: Divulgação/Apple
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Ativos que conservam valor deteriorado, enquanto o do iPad se manteve em ótimo patamar. Colocando em números, cada unidade do iPad adquirida em vez de um Chromebook significou uma economia de 90 dólares após dois anos. O iPad também venceu nos demais cenários do estudo realizado, considerando períodos de três, quatro e cinco anos. Financeiramente, portanto, manter atualizado um parque de máquinas da Apple é muito melhor.
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Em estudo comparativo realizado nos EUA, uma empresa de tecnologia analisou o custo do iPad em relação ao do Chromebook – dois concorrentes diretos no setor educacional. Os resultados, como se poderia imaginar, confirmaram a extraordinária capacidade de preservação de valor dos equipamentos da Apple. Afinal, embora o custo de aquisição do Chromebook fosse inicialmente menor, em apenas dois anos seu valor de revenda mostrou-se extremamente
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RADAR
Educação ambiental
Para onde vai o nosso lixo Numa sociedade míope quanto às conexões que moldam o destino do planeta, a educação ambiental nas escolas é necessidade premente. Felizmente, os recursos pedagógicos para este fim são abundantes. Com as crianças, por exemplo, podem ser utilizados desenhos, gibis, jogos e gincanas. Já em níveis mais avançados, como o Ensino Médio, conteúdos de maior profundidade também ganham espaço. Nesse contexto, o documentário “Trashed – Para onde vai o nosso lixo” (2012) surge como fonte de informação densa e envolvente.
Assista ao trailer
No filme dirigido por Candida Brady, o ator Jeremy Irons aborda a problemática do lixo em escala global. A narrativa começa numa praia do Líbano, onde
o consumo desenfreado de apenas uma cidade originou uma montanha gigantesca de entulho – incluindo lixo hospitalar, restos de comida e até animais mortos. Jogando luz sobre a quantidade absurda de lixo produzida diariamente em todo o planeta, Irons viaja o mundo, com especial foco em paraísos devastados pela poluição. Também mostra as “soluções” (geralmente equivocadas) postas em prática em diferentes países. Um toque de humor inteligente permeia a obra, contrapondo imagens chocantes de aterros nos EUA, Reino Unido e Líbano. Com esmerada investigação jornalística, “Trashed” oferece, por fim, esperança de dias melhores por meio da reciclagem.
Inovação
A escola precisa oferecer mais de Educação Infantil Kid’s Home (que mais tarde agregaria o Ensino Fundamental, dando origem à Maré da Kids). Em foco, a prática pedagógica reconhecida pelo MEC em 2016 na área de Inovação e Criatividade. Inspiração garantida não apenas para educadores, como também para pais desejosos de uma escola que respeite as formas de ser, agir e sentir de seus filhos.
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”A educação precisa mudar. Enquanto os estudantes forem cobrados a memorizar para o vestibular, a aprendizagem é reducionista”, afirma Regina Pundek, psicopedagoga que idealizou a escola Maré da Kids (Cotia/SP). No livro “Picolé e sorvete para todos: percursos de uma escola inovadora e criativa”, a diretora pedagógica colige textos próprios e de sua equipe, abarcando possibilidades de mudança no setor. “Falamos de um lugar metafórico onde, além do pão, todos recebem picolé e sorvete”, proclama a autora, traçando um paralelo entre as habilidades elementares e competências socioemocionais. Organizada em vinte capítulos, a obra conta a história da escola
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Em defesa de uma cultura divergente Vista por muitos como uma característica inata, a criatividade é, na verdade, uma competência que pode ser estimulada e aprendida. Em “Originais: como os inconformistas mudam o mundo”, Adam Grant derruba mitos acerca das mentes criativas, numa jornada para desvendar a receita das pessoas originais. O resultado é um livro repleto de casos reais do mundo dos negócios, da política, dos esportes e do show business que evidenciam como qualquer um pode lapidar sua criatividade, identificar e defender ideias verdadeiramente originais, combater o conformismo e
Treinar a ortografia pode ser uma tarefa encarada como enfadonha pelas novas gerações. Porém, com os recursos adequados, também pode se transformar num desafio divertido e conectado à realidade desses jovens. Para tanto, uma boa alternativa é o jogo online AlfaBeta Herói, em que o objetivo central é identificar a grafia correta ou incorreta de palavras da Língua Portuguesa. Desenvolvido com foco nos erros ortográficos mais comuns no Brasil, o game conta a história de uma cidade assolada pelo vilão Greeny, que altera palavras em placas e letreiros. Na pele da protagonista Alfa Heroína, o jogador tem a missão de identificar os vocábulos incorretos e levar seu amigo Robô Gigante até os materiais adulterados para que possam ser efetuadas as devidas correções. O jogo, disponível em veja.cc/alfabeta, inclui mais de 160 palavras em diferentes categorias.
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Jogo online recompensa boa ortografia
romper com tradições obsoletas. Apoiando-se também em estudos sobre o assunto, o autor demonstra como a originalidade pode ser impulsionada, indicando a melhor forma de expressar-se sem ser silenciado; como conquistar aliados em ambientes improváveis; como escolher o momento certo de agir; e como lidar com os fantasmas do medo e da insegurança. Grant comenta ainda como pais e professores podem estimular a criatividade nas crianças – e o que líderes podem fazer para estabelecer uma cultura que promova a (necessária) divergência de opiniões.
ENTREVISTA
LEONARDO DE BOITA
Tecnologia para aprender em conjunto e responder aos desafios do futuro O amanhã é incerto, mas os estudantes de hoje devem estar preparados para encará-lo. Com essa visão em mente, Leonardo de Boita transforma a sala de aula num espaço de cocriação e pesquisa. Ele é responsável pelo setor de Tecnologias Educacionais do colégio Santa Inês, em Porto Alegre. Com o auxílio de dispositivos como o iPad, o professor desenvolve projetos que utilizam simuladores e realidade aumentada para facilitar o ensino de temas quase abstratos. A entrevista a seguir demonstra como soluções desse tipo podem ajudar os educadores brasileiros a enfrentar os desafios da atualidade.
Sua formação acadêmica é em Química. Como começou o interesse por essa área? Com oito anos de idade, pude escolher entre uma bola de futebol e um kit de química júnior. Escolhi o kit de química, pois tinha muito interesse em saber o que havia ali. Gastei tudo em três dias e pensei: “é isso que quero fazer da minha vida”. Sempre quis saber o porquê das coisas. Quando ganhava um carrinho, eu o desmontava para saber como funcionava e depois tentava montar de novo – e aí meu pai tinha que ajudar, lógico (risos). Ele é engenheiro mecânico. Ele estudava as coisas e eu estava ao lado dele, então acabei pegando um pouco disso. Mais tarde, no colégio, o professor de Química me encantou. Eu consegui ver que aquela área iria esclarecer as dúvidas que eu tinha e criar mais dúvidas, o que era bom. Sim, pois, quando a ciência traz respostas, ela acaba gerando mais dúvidas... Exatamente. Aí fiz curso técnico em Química, depois
graduação e fiquei nessa área. Nesse meio caminho, percebi que era muito legal ver no olhar do outro quando você ensinava algo e a pessoa dizia que tinha aprendido. Comecei a curtir a ideia de estar em sala de aula, ser educador e tentar mostrar que a Química não era tão complicada assim; que poderia ser algo interessante. Nesse processo, como se desenvolveu o interesse pelas tecnologias educacionais? Quando eu estava no Ensino Médio, meu pai explicou que seria complicado pagar a graduação. Conversamos bastante e ele me sugeriu um curso técnico. Química era minha primeira opção, mas estávamos numa época em que o computador estava despontando – 386, 486, os primeiros Mac. Era tudo muito novo e muito atrativo. Eu já imaginava que logo, logo precisaria entrar nesse mundo. Minha dúvida era se isso daria certo como profissão ou se eu deveria atuar com Química e deixar a informática entrar aos poucos. Eu imaginava que, um >>
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Divulgação/Leonardo de Boita
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A GRANDE SACADA É A COCRIAÇÃO
Fotos: divulgação/Colégio Santa Inês
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dia, todo mundo teria que lidar com isso, e acho que não errei tanto. Então, comecei a aplicar a tecnologia no dia a dia. Eu demorava horas para fazer cálculos químicos, mas, seguindo o princípio da preguiça ou do desenvolvimento, o que você achar melhor, comecei a programar. Eram uns programinhas bem simples que resolviam as questões. Então, eu passava mais tempo programando para ter que passar menos tempo respondendo cada questão. Foi aí que a informática e a programação entraram na minha vida. Já na graduação, eu comecei a trabalhar com simuladores. Fui bolsista de iniciação científica no desenvolvimento de simuladores e visualizadores de moléculas em 3D. E desde então você aplica a tecnologia nas aulas de Química. Que tipo de projeto é possível realizar?
Acredito que sim. Eu trabalhava bastante com a informática aplicada ao ensino de Química. Quando entrei na escola, esse era meu diferencial. Sempre gostei de fazer boas apresentações de Keynote, algo que a gurizada curtisse. Em 2013, a equipe da direção me chamou para implantar algo relacionado à tecnologia. A pessoa responsável deveria ser alguém que estivesse em sala de aula e soubesse usar bastante tecnologia para fins de educação, para modificar o processo de ensino-aprendizagem. Aceitei, mesmo sem saber se estava capacitado para a função. Como você avalia os dispositivos Apple nesse contexto? Quando a Apple veio fazer uma apresentação no colégio, eu nunca havia usado dispositivos da marca. Fiz uma análise de uma semana e disse: “só deixem o iPad entrar nessa escola!” (risos). Estes dispositivos trouxeram apenas vantagens: tempo de duração de bateria, estabilidade, facilidade de instalação e gerenciamento, tudo. Até hoje eu repito isso: só traz vantagens. Na minha experiência, percebo que a Apple criou um aparelho pensando em educação. Tem todo um sistema de gerenciamento que outras plataformas e outros sistemas operacionais não têm.
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É muito complicado trabalhar com algo “invisível”. Quem já viu ou tocou num átomo? O simulador faz com que o estudante forme uma imagem mental. Ele vai aproximando conceitos e entendendo como aquilo funciona. Vai deixando de ser abstrato, mesmo que seja virtual. Há pouco tempo, também introduzimos a realidade aumentada. Não se tem à disposição todos os elementos químicos, seja por questão de custo, seja pelo risco, no caso dos elementos radioativos. Com a realidade aumentada, é possível visualizar os elementos e ver como interagem entre si para formar novas substâncias.
Você é responsável pelo setor de Tecnologias Educacionais do Colégio Santa Inês, em Porto Alegre/ RS. Isso também é fruto de sua proximidade com simuladores e projetos do tipo?
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Recentemente, você obteve o título de Apple Distinguished Educator. Como foi receber essa notícia e a que você credita esse reconhecimento? É um conjunto. Nunca fiz nada sozinho. Eu ajudo a catalisar informações, mas são os alunos e os professores que propõem os projetos desenvolvidos na escola. Nós vamos discutindo e criando juntos. Somos cocriadores. E isso é o mais legal: criar algo novo, sair da mesmice, mas não fazer nada sozinho. Acho que o futuro não é se isolar e trabalhar sozinho, mas, sim, cada vez mais, compartilhar informações e conhecimentos. Esse é o grande ganho. E houve um investimento aqui na escola na área de Educação e Tecnologia, na formação de professores para o uso de tecnologias. Já os alunos acompanharam esse crescimento e vêm nos ajudando muito a desenvolver essa área. Sem o apoio deles, não teríamos nenhuma proposta funcionando na escola. Lógico que fazemos aperfeiçoamentos e cursos de capacitação, mas a grande sacada é a cocriação. Quais são suas expectativas e projetos futuros, tendo em vista essa rede mundial de educadores da qual você faz parte agora? Na realidade, essa ficha ainda está caindo. É uma novidade. Minha expectativa é poder compartilhar com pessoas que têm o mesmo anseio que eu – que é ver a tecnologia mudando o rumo da educação. De maneira geral, a tecnologia, sozinha, não faz nada. No entanto, ela pode ser a faísca que inicia o processo de mudança de uma educação que já está sendo repensada há bastante tempo. Como você avalia o uso de tecnologias educacionais no Brasil? O que avançou e o que ainda precisa ser feito? Eu vejo que existe uma vontade muito grande de mudança, ao mesmo tempo em que ainda temos enraizado o hábito de ensinar o conteúdo, pensando no vestibular. O Enem ainda norteia muito os ensinos Fundamental e Médio. Porém, muitas escolas já mudaram essa visão, e isso é muito legal. O Enem é um desafio do percurso, mas o foco é o que você quer desse adolescente. Quer que ele seja autônomo? Criativo? Que consiga desenvolver um projeto a partir do zero? Que consiga dividir a responsabilidade com os colegas, com outros cocriadores? Temos um grande ganho quando o aluno entra na universidade e diz que passar no vestibular foi difícil, mas, uma vez lá dentro, ele consegue desenvolver muito bem o conhecimento e as habilidades,
consegue trabalhar com pesquisa. Esse é o maior ganho que nós temos – e é por aí que a educação está indo. No Brasil, também tem a questão do custo. Os equipamentos que usamos para tecnologia educacional ainda têm um alto custo. Mesmo assim, já estão mais acessíveis do que algum tempo atrás. Os próprios alunos da rede pública têm celulares. Os professores só têm que aproveitar o recurso. Na sua opinião, quais são os maiores desafios de um educador atualmente? Acho que um dos nossos maiores desafios é não desistir. Cada vez mais, ser criativo e poder ver que o estudante que está aí continua ávido por conhecimento, mas de um jeito diferente. Outro desafio é entender quais recursos e habilidades nosso aluno precisa para enfrentar as dificuldades que ainda não conhecemos. O futuro é incerto. Ao mesmo tempo que sabemos que ele vai exigir noções de tecnologia, responsabilidades e busca pelo conhecimento, não temos certeza de como isso será exigido. Então, hoje trabalhamos com um estudante que tem um mundo de possibilidades pela frente. Como educá-lo? Esse é o nosso maior desafio como educadores. >>
“SABER COCRIAR VALE MAIS DO QUE O CONTEÚDO EM SI”
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A tecnologia nos auxilia muito. Não trabalhamos mais com o conteúdo em si. Ele é necessário para desenvolver algumas habilidades e competências, e continua no currículo, mas o estudante tem que saber fazer pesquisa, saber cocriar com os colegas, saber compartilhar. Isso é muito mais importante. A ciência vive um momento de descrença, com teorias da conspiração ganhando a internet. Tem gente acreditando que aquecimento global é uma farsa e que a Terra é plana. Você se preocupa com isso? Como reverter esse quadro em sala de aula? Toda vez que uma nova discussão surge na internet, ela se replica em sala de aula. Por mais que se tenha conhecimento sobre vários assuntos, a disseminação de informações erradas nas redes sociais tem convencido pessoas que não são críticas. Nosso trabalho é desenvolver a criticidade do estudante. A tecnologia oportuniza momentos para que ele questione se algo é verdade ou mentira e corra atrás de informação, ou seja, que ele não aceite facilmente qualquer informação. E a ciência traz essa questão: critique, analise. Quanto menos informação se tem, mais se acredita em coisas que não fazem sentido. Além de lecionar em sala de aula, você também já preparou aulas digitais para a plataforma “Me Salva!”. Quais são as particularidades do ambiente de ensino on-line?
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Nós trabalhamos com várias plataformas – livro, digital... Ninguém fica só num ambiente. Estamos sempre no híbrido, num processo transitório. Nesse caso, dar uma aula sem ter o retorno do aluno é mais complicado. Ter experiência em sala de aula ajuda. Baseado nas dificuldades que um grupo de alunos meus teve no passado, eu trabalhava uma aula focada nessas questões. E é preciso ser um pouco ator, pois você fala com uma máquina. Temos que nos preparar para falar com um público que, ao mesmo tempo, não é ninguém e são milhões de pessoas. No início, para mim, foi difícil de entender. O pessoal que me orientou disse que eu daria a aula para uma máquina, mas, uma vez publicada, milhões de pessoas a acessariam no mundo
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inteiro. Então a responsabilidade é muito grande com a forma de falar, com a expressão oral e, principalmente, com o que você pretende desenvolver. Eu sempre deixei isso muito claro. Ou fazia um resumo no fim da aula, ou dizia no início: “nosso objetivo é este”. Essa orientação é bem legal numa aula on-line. E os seus projetos futuros, quais são? Estamos desenvolvendo bastante aqui no colégio. Estamos com formação de professores o tempo todo, e isso é um desafio bastante grande. As escolas têm pouco tempo de formação em tecnologia, mas precisamos investir muito nisso. É aí que o professor tem o momento de compartilhar com os colegas e aprender junto. Realidade aumentada é outra coisa muito legal. Trabalhamos bastante com isso aqui no colégio. Por exemplo, houve o trabalho dos dinossauros.
Os estudantes do Ensino Fundamental foram para o pátio e puderam tirar foto ao lado de um dinossauro, tendo a noção do tamanho e da proporção. Se um dinossauro realmente existisse no pátio do colégio, que tamanho ele teria? Eles pesquisaram e depois, com realidade aumentada, puderam “conviver” com os animais. E eles adoraram essa experiência, pois, assim, é possível enriquecer os detalhes. Você consegue fazer novas perguntas. Toda vez que algo novo surge, surgem novas perguntas. Podemos associar isso aos modelos atômicos. Nenhum deles estava errado, apenas estavam limitados às suas épocas. Um novo modelo surgia porque o anterior não respondia mais às perguntas. Eu vejo que, hoje, a tecnologia faz isso. Por que novas tecnologias? Porque fazemos novas perguntas que a tecnologia atual não responde, então novas tecnologias são necessárias.
“SE FAZEMOS PERGUNTAS QUE A TECNOLOGIA ATUAL JÁ NÃO RESPONDE, SÃO NECESSÁRIAS NOVAS TECNOLOGIAS”
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OPINIÃO
Tecnologia e sala de aula: como elas podem se unir e quais os caminhos nesta área Guilherme Camargo
As tecnologias evoluíram em um nível astronômico (literalmente) nos últimos 50 anos. Desenvolvemos novos carros, criamos processos, aumentamos a expectativa de vida em mais de quinze anos e trabalhamos com coisas jamais imaginadas. Com tantas mudanças, é necessário educar uma geração inteira para que se possa atender as demandas deste mundo tecnológico. Será que estamos conseguindo? Nossa rotina mudou completamente – um dos exemplos disso é a telefonia. Era tão caro ter uma linha telefônica que, com o mesmo valor de uma linha, podia-se comprar um Fusca. O tempo passou e, hoje, um estudo da FGV-SP (2018) identificou que no Brasil há 1,46 dispositivo móvel para cada habitante. Inclusive, já nem se encontram telefones públicos – os famosos “orelhões” – na rua. A telefonia não foi a única que mudou. Você se lembra de como se adquiria conhecimento quarenta anos atrás, por exemplo? Havia três maneiras: os professores, os livros e a própria vivência. Nas bibliotecas, havia as enciclopédias. A Britannica, por exemplo, era atualizada a cada dois anos, e seus 32 volumes custavam aproximadamente 1400 dólares. Reflita: qual foi a última vez que você tocou uma enciclopédia? Como você aprende agora? Hoje, utilizamos diversos aplicativos, temos celulares com identificadores faciais – e essas são apenas a superfície de toda a evolução tecnológica. Poderíamos passar horas analisando a evolução das tecnologias ao longo do tempo, mas ainda temos de conversar sobre uma coisa importante: as salas de aula. Faça um exercício. Pesquise agora no Google imagens “sala de aula século XVIII” e
observe. Agora, pesquise “sala de aula século XXI”. Notou alguma diferença? Pois é, nem eu. Essencialmente, a estrutura das salas de aula de hoje são as mesmas das salas de aula de 300 anos atrás. Por qual razão a sala de aula ficou esquecida em meio a tanta evolução? Há diversas iniciativas que pretendem mudar esta realidade. No entanto, mexer apenas na disposição da sala de aula não é o suficiente. É necessário integrar a tecnologia nos processos de ensino e aprendizagem de maneira que traga valor e enriqueça a vida dos alunos. Nos projetos educacionais que conduzimos, um dos desafios é desenvolver uma cultura digital que vire a chave de “aula de iPad” para simplesmente “aula de português”, tendo a tecnologia integrada. Quanto mais a tecnologia for bem implementada no projeto educacional, mais invisível a própria tecnologia será. Inclusive, os projetos inovadores podem ser reconhecidos pela Apple como parte do programa de escolas distintas, Apple Distinguished School. Para transformar o cenário atual, é fundamental lembrar que não precisamos “reinventar a roda”. Muitas vezes, pequenas mudanças nos processos – ou até em nosso comportamento – já transformam os processos de ensino e aprendizagem. O mais importante é querer mudar.
Guilherme Camargo é CEO & Founder da Consultoria Sejunta. Apaixonado por educação, é Gestor de Projetos pela Universidade de São Paulo (USP) e reconhecido pela Apple como Apple Professional Learning e Apple Teacher.
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PANORAMA
TECNOLOGIA PRÓ-SUSTENTABILIDADE Nos próximos 30 anos, a rápida expansão demográfica, as mudanças climáticas e a degradação dos recursos naturais tendem a fragilizar o planeta em termos de segurança alimentar. Assim, o combate à perda e ao desperdício de comida é um grande desafio brasileiro e mundial. Enquanto o termo “perda” define a redução da disponibilidade de alimentos para consumo humano, o
desperdício é o que ocorre no fim da cadeia alimentar: no varejo, nos restaurantes e nos domicílios. Em todos os casos, reside na tecnologia a grande esperança de tornar o setor de alimentos mais sustentável, eficiente e até lucrativo. Afinal, ela pode ser aplicada desde as etapas de produção, pós-colheita e processamento até a lista de compras do consumidor.
Para alimentá-las, seria necessária uma produção adicional de 1 bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano. A população mundial deve saltar de 7,7 para 9 bilhões de pessoas até 2050 segundo a ONU
Porém, as áreas cultiváveis são muito limitadas – e estima-se que apenas 20% a mais da terra possam ser utilizados de forma produtiva.
1,3 bilhão de toneladas de alimentos, cerca de 30% da produção mundial, é o quanto se perde no planeta a cada ano, conforme a FAO – agência da ONU para Alimentação e Agricultura. Além do crescimento populacional, a ONU destaca o aumento da urbanização. Invertendo o que se verificava em 1960, estimativas apontam que, em 2050, cerca de 70% da população viverá nas cidades. No Brasil, mais de 80% já residem em área urbana. Mas, segundo o IBGE, o êxodo rural vem diminuindo nas últimas décadas. Assim, há esperança na disrupção tecnológica. Afinal, a chamada Agricultura 4.0 tem disponibilizado inúmeras ferramentas digitais para otimizar a produção e despertar mais jovens para o agronegócio.
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