O Mensageiro - Julho 2020

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Ano XXXVI - nº 428 Julho de 2020 Distribuição gratuita

Informativo da Paróquia e Santuário Nossa Senhora de Loreto Fundada em 6.3.1661 www.loreto.org.br


Índice Expediente EDITOR CHEFE: Pe. Sebastião N. Cintra DIREÇÃO ESPIRITUAL: Pe. Sebastião N. Cintra COORDENAÇÃO EMÉRITA: Hélia Fraga COORDENAÇÃO E EDIÇÃO: Ana Clébia FOTOS: Pascom Loreto CAPA: Corredeira COMERCIAL: Claudete DIAGRAMAÇÃO: Lionel Mota IMPRESSÃO: Grafitto Tiragem: 2 mil exemplares

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Editorial................................................................................................................................ 3 Temas Bíblicos.................................................................................................................... 4 Oração Cristã ..................................................................................................................... 5 Espaço teológico ............................................................................................................... 6 Loretando............................................................................................................................. 7 Solidariedade....................................................................................................................... 8 SolidariedadeLoreto........................................................................................................10 Coluna Cultural................................................................................................................11 Santuário da Adoção.......................................................................................................12 Santuário de Loreto........................................................................................................13 Pé na estrada, terço na mão ������������������������������������������������������������������������������������������14 São Camilo de Léllis........................................................................................................15 Bem-Estar...........................................................................................................................16 Fé e Política........................................................................................................................18 Anote em sua Agenda......................................................................................................19 Loretinho............................................................................................................................20

Expediente Paroquial MATRIZ PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE LORETO End.: Ladeira da Freguesia, 375 - Freguesia Jacarepaguá - RJ - CEP 22760-090 Tel.: 3392-4402 e 2425-0900 Emails: adm@loreto.org.br (Administração) secretaria@loreto.org.br (Secretaria) Site: www.loreto.org.br

HORÁRIO DA SECRETARIA Segunda a Domingo das 08:00 às 20:00 horas HORÁRIO DAS MISSAS Segunda a sexta: 7h e 19h30. Sábado: 7h e 18h30. Dom: 7h; 8h30 (crianças); 10h30 e 19h. CONFISSÕES 3ª a 6ª: de 9 às 11h e de 15 às 17h

Sábado: de 9 às 11h na secretaria EUCARISTIA para doentes Atendimento domiciliar e hospitalar. Marcar por telefone com a Secretaria. BATISMO Atendimento na Sacristia Inscrições - 5ª e Sábado: das 9h às 11h

CAPELAS Endereços das Capelas e os Horários das Missas NOSSA SENHORA DO AMPARO

NOSSA SENHORA DE BELÉM

SANTO ANTONIO

Est. de Jacarepaguá, 6883 Anil - Tel: 2447-6802

Rua Edgard Werneck, 217 - Freguesia Tel: 2445-2146

Rua Edgard Werneck 431 Freguesia Tel: 3094-4139

4ª:18h Sábado: 16h (catequese) Domingo: 7h30 NOSSA SENHORA DA PIEDADE

Estr do Pau Ferro. 945 Freguesia - Tel:3392-2521

3ª, 4ª e 5ª: 6h15 Domingo: 9h

Terças e Quintas: 18h Dom: 16h30 SÃO JOSÉ (CARMELO)

Rua Timboaçu, 421 Freguesia - Tel: 3392-0408

Seg. a Sábado: 7h30 Domingo: 9h

Terça a sexta: 18h Sábados: 18h Domingos: 10h30 NOSSA SENHORA DA PENNA: Ladeira N. S. da Penna, s/nº Tel. 2447-9570

Domingo: 11h


Solidariedade

Editorial Pe. Sebastião Noronha Cintra*

Querido paroquiano, prezado leitor. Tivemos um sinal muito bonito este ano: a volta das missas presenciais aconteceu no dia da festa de Santo Antonio Maria Zaccaria. Esse nosso santo que tanto recomendava a participação na Eucaristia veio abrir a retomada da participação na Comunhão Eucarística para tantos fiéis sedentos desse alimento. Fizemos uma verdadeira preparação com a novena celebrada virtualmente antes das missas. E, no dia da sua festa lembramos que estamos vivendo esse tempo de pandemia que fazia eco aos primeiros anos do médico Zaccaria apenas saído da Universidade. No livro de sua biografia “Fogo na Cidade” lemos: Cremona se encontrava numa situação de chamaríamos de emergência sanitária pela peste que tinha começado pouco tempo antes....Os biógrafos falam que a casa dos Zaccaria se transforma em ambulatório. ... Seus pacientes eram os mais pobres, aqueles em quem ninguém pensava e que não podiam pagar um médico.” Percebendo que aquelas pessoas precisavam fortalecer a alma mais que o corpo, tornou-se o Médico Catequista, um catequista leigo na igrejinha de São Vital. Aí reunia as crianças da nobreza e, atrás delas, os adultos. Foi aí em Cremona que surgiu a primeira escola de formação de catequistas, para amplidão do trabalho que se apresentava. Em Milão fez depois a mesma coisa, quando veio, já sacerdote participar do grupo da Eterna Sabedoria. Eram leigos, homens e mulheres que buscavam a santidade acima de tudo. Foi nesse grupo que encontrou companheiros para fundar a futura Ordem dos Barnabitas. Levar o espírito vivo a toda parte. Essa missão é mais uma das características do nosso santo que queremos destacar e imitar. Queremos rezar este mês, em especial, pelos Barnabitas para que tenham muitas vocações e possam continuar o trabalho que nosso santo Fundador iniciou. Solidariedade é a tônica que se apresenta hoje como destaque para o número da nossa revista. Artigo de capa. Cuidar dos que o Senhor nos confiou. Principalmente os mais empobrecidos pela perda do trabalho. A destacar neste número também, o testemunho de um filho adotado. Tema do Santuário da Adoção na pág. 12. São Camilo de Lélis é o santo do mês lembrado na segunda capa. Também ele nos ensina a cuidar dos enfermos. Por último, lembramos a festa de Sant’Ana com São Joaquim, celebrada dia 26 de julho. Este ano é um domingo e por isso não será celebrada. Mas queremos lembrar porque o nosso Santuário lhes dedica um altar, Sant’Ana é padroeira da nossa Arquidiocese, junto ao principal padroeiro São Sebastião. Daqui do seu Santuário, ainda fechado, Nossa Senhora de Loreto, atendei-nos.

Cuidar dos que o Senhor

nos confiou. Principalmente os mais empobrecidos pela perda do trabalho

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Temas bíblicos Padre Fernando Capra

comentariosbiblicospadrefernandocapra.blogspot.com.br

Deus

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conhecimento de Deus é a informação fundamental que a revelação divina nos oferece, providencialmente contida na Bíblia, que podemos considerar como nosso manual catequético, pelo qual é perpetuada, por escrito, a fé de Israel. Para que chegasse até nós da maneira mais segura, Deus se preocupou em se comunicar explorando o nosso modo de aprender, que é o da interação. Todavia, enquanto chegamos ao conhecimento do mundo de forma aleatória, Deus, por nos conhecer em cada fibra do nosso ser, percorre um caminho mais apropriado e sequencial. Ao longo da história da humanidade, entre todos os povos politeístas, escolhe Israel e a ele começa a se revelar através dos seus profetas, que transmitem de modo preciso e na sua integridade aquilo que os hebreus devem praticar e saber. A sua credibilidade era confirmada pelo fato que aquilo que eles prediziam acabava se realizando. O profetismo, portanto, é a prova histórica da existência do Deus, em quem Israel acreditou. Com esta prova da sua existência, o Deus de Israel ensinou ao seu povo ser ele o único Deus existente. Noção subsequente, muito preciosa, foi a de ser Ele o Criador, isto é, o Princípio de todas as coisas. O homem deve, portanto, olhar para a criação para começar a compreender qual é o Nome de Deus. Através da contemplação da criação, ele está em condição de reconhecer de Deus os atributos de onipotente, sapientíssimo, resplendente em beleza e bom. Ao reconhecer a sua grandeza, o homem, na condição de criatura, será movido pela vontade de acatar as ordens do seu Criador. Este teria sido o caminho da sua realização. Ele seria, então, o mediador da louvação da glória que resplandece na criação, enquanto nele mesmo a glória divina resplande-

ceria em toda a sua pujança, pela compreensão que dela teria, como único intérprete da glória divina resplandecente em todas as outras criaturas. Constatamos, infelizmente, pela história, que o homem fracassou a ponto de se rebelar contra o seu Criador, julgando que poderia se igualar a ele. Foi o momento em que o homem reconheceu ser um nada. Não fosse o amor de Deus para com a sua criatura, tudo estaria perdido. A Escritura, todavia, nos diz que Deus veio em socorro do homem, porque fiel à sua bondade. Extremamente precioso tornou-se, então, o juramento que Deus fez de resgatar o homem da sua irreparável condição. Salvá-lo-ia pela Descendência da Mulher, que esmagaria a cabeça do Maligno. É o começo da História da salvação que tem em Jesus, o Filho da Virgem (Is 7,14), a sua realização: “Vem o chefe deste mundo. Ele não pode nada contra mim” (Jo 14,30); “Tende coragem! Eu venci o mundo” (16,33). Pela história da nossa salvação e por tudo aquilo que Jesus nos ensinou, nos é dado conhecer o Nome de Deus em toda a sua beleza e grandeza. A sua última condição é aquela de ser ele a Bondade. Por querer todo o bem do homem, Deus explora a culpa para que, enquanto o reconcilia consigo pela manifestação do seu extremado amor, a ponto de entregar o Filho ao mundo para que se torne vítima de expiação, nos torna “seus filhos adotivos em Jesus Cristo” (Ef 1,5). A grandeza desta sua ação misericordiosa deve ser comensurada enquanto a vemos como ação sapientíssima do Pai e do Espírito atuada pelo Filho que se tornou membro da estirpe humana, pela encarnação. É dessa forma que o homem vê realizada a glória à qual foi destinado por Deus, desde sempre, “conforme o desígnio benevolente de sua vontade” (ibid.).


Oração cristã Jane do Térsio

Não nos deixeis cair em tentação

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ão Tiago nos diz em sua carta: “Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta” (Tg 1,13) A expressão grega significa “não permitas entrar em” “não nos deixeis sucumbir à tentação”. A cada dia e a cada momento corremos o risco de negarmos Deus e de pecarmos, por isso pedimos a Deus que não nos deixe indefesos na violência da tentação. O Apóstolo São Pedro nos diz em 1 Pd 5,8: “ Sede sóbrios e vigiai! O vosso inimigo, o diabo, anda à vossa volta, como leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé”. De acordo com sua vontade, pedimos a Deus que não nos deixe ao sabor da tentação. Pedimos ao Espírito Santo que saibamos discernir, de uma parte, entre a prova que faz crescer no bem e a tentação que leva ao pecado e à morte, e, de outra, entre ser tentado e consentir na tentação. O Espírito Santo nos ajudará com os dons do discernimento e fortaleza, nos dando a graça da vigilância e a perseverança final. A tentação é necessária ao nosso crescimento uma vez que nos ensina a conhecer-nos, inclusive as nossas fraquezas, pois uma vez conhecidas torna-se mais fácil a luta contra elas e cada vez que não caímos na tentação, nossa vontade se fortalece. O combate e a consequente vitória sobre a tentação não são possíveis senão pela oração. Jesus venceu a tentação com a sua oração, desde o começo (Cf. 4,111) e no último combate de sua agonia (Cf. Mt 26,3644). É a seu combate à sua agonia que Cristo nos une neste pedido a nosso Pai. Jesus sabe que somos pessoas fracas, que não conseguimos resistir ao mal pelas nossas próprias forças. Ele apresenta-nos, então, o pedido do Pai nosso que nos ensina a confiar no auxílio

de Deus na hora da provação. O “não cair em tentação” envolve também uma decisão do coração: “onde está o teu tesouro, aí estará também teu coração... ninguém pode servir a dois senhores” (Mt 6,21.24). Deus sendo fiel não permitirá que sejamos tentamos acima de nossas forças. Mas, com a tentação, Ele nos dará os meios para sairmos dela e a força para a suportar ( Cf. 1 Cor 10,13). O pedido de “orai e vigiai” também entra neste contexto. O Espírito Santo nos mantem alerta para essa vigilância tanto no momento presente quanto na tentação final de nosso combate na terra. É importante diferenciar o “ser tentado” e o “consentir”: ser tentado todos nós somos: é-nos apresentada uma sugestão de alguma coisa aparentemente boa, pois na realidade ela não é, é sim uma mentira revestida de bondade. Nossa consciência vai julgar a respeito e então vamos consentir ou não no que foi proposto. Daí a necessidade de termos uma consciência bem formada, isto é, a que nos diz que o que é certo é certo, e o que é errado é errado. É o dom do discernimento quem vai desmascarar essa mentira.

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Espaço teológico Michele Amaral - Bacharel em Teologia – PUC-Rio

A Espiritualidade e o amor

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o momento em que vivemos, onde precisamos nos “agarrar” a espiritualidade que temos para nos manter firmes na fé quero convidá-los a pensar um pouco sobre a espiritualidade cristã. Na Bíblia não encontramos algo especifico sobre espiritualidade, mas sim seus conteúdos. Encontramos diversas vezes o convite de vivemos como “homens espirituais” (1Cor 2,13; Gl 6,1; Rm 8,9). Deve estar vindo em sua mente, o que de fato significa isso? Podemos entender que estamos sendo convidados a viver uma vida repleta pelo Espírito Santo e pela esperança que o amor do Ressuscitado nos traz! A entrega total faz parte dessa nossa jornada. Ela nos faz libertar-nos da prisão do egocentrismo, do isolamento e da alienação. Você pode se perguntar que jornada é essa? Entenda a espiritualidade cristã como uma jornada rumo à nossa união com Deus, ou seja, rumo há um relacionamento que consiste em uma crescente comunhão com Deus, onde somos convidados a nos entregar totalmente a seu amor. Ele deseja nosso amor e oferece seu amor a nós. Deus-Trino é Amor Perfeito. Poderia se contentar com a relação de amor em sua comunidade divina, mas o amor ultrapassa as fronteiras. Ele nos cria, criação essa que é uma efusão de amor, um transbordamento do amor. Por isso, Ele nos corteja com seu amor, nos 6

olha com amor e impulsiona nossa transformação por meio de seu amor. Não há nada mais importante em nossas vidas do que aprender a se amar, a amar e a ser amado. O ato de amar e de ser amado está na essência da condição humana e é nossa razão de ser. Estamos falando aqui de um amor profundo que nos transforma espiritualmente. Amar é se entregar e essa entrega faz parte tanto do amor verdadeiro como de uma espiritualidade autêntica. Amar implica em abandonar a si mesmo e está em intimidade com o outro, pois nos desperta para a vontade irresistível de nos relacionarmos. Ele é o cimento de nossos relacionamentos e a fonte mais profunda de nossa vitalidade. O ser humano foi criado essencialmente para se relacionar intimamente com o que é divino e por isso o amor é à condição de objetivo primordial de nossa transformação espiritual. Diante disso

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podemos dizer que a espiritualidade cristã começa com o amor e termina com o amor. “Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus”. (Ef. 3,16-19) Gostou? Quer aprender mais? Então me siga, no meu blog: espacoteologicomsa ou na Página do facebook: Caminhando com a Teologia. E-mail: espacoteologicomsa@ gmail.com Te espero lá.


Loretando Loretando Paulo Sobrinho e Solange - loretando@oi.com.br

Novos tempos

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em amigos do Loreto, continuo aqui com minha quarentena, mesmo voltando aos trabalhos, mas com muita segurança e preparo. Tenho ouvido aqui e ali, comentários de que essa crise será a maior de todos os tempos, que poucos vão sobreviver e se reerguer. Afirmam que haverá uma falência total do comércio e os negócios ficarão escassos. Meus amigos, discordo totalmente. Haverá sim, muitas mudanças, mas no geral todos se recuperarão. Quem tem mais de trinta anos saberá do que estou falando. No início dos anos noventa, especificamente no fatídico governo Collor, perdemos tudo, inclusive o pouco dinheiro que tínhamos na poupança. O governo confiscou tudo e só deixou míseros cinquenta mil cruzeiros nas contas. Ninguém tinha dinheiro e quem tinha dinheiro vivo na mão se beneficiou comprando o que podia a preços mínimos. Mas o povo sobreviveu. Quem sabe o que é “gatilho salarial” vai entender o que é sobreviver com uma inflação de até oitenta por cento ao mês. Os planos econômicos cortavam três zeros do nosso dinheiro e o sofrimento continuava. E nós sobrevivemos. Hoje a internet aproxima todos os negócios e quem gosta de trabalhar vai sobreviver a isso tudo e muito bem. Hoje está mais fácil se reinventar e todos precisarão sair da sua zona de conforto. O comércio, a indústria e até a igreja vão precisar repensar suas atividades e vão sobreviver. Olhando pelo lado positivo, a pandemia nos uniu

sem estarmos juntos. Descobrimos como estar juntos sem nos tocarmos, descobrimos que missas podem ser assistidas a distância com a mesma fé e devoção. Descobrimos que podemos nos ajudar também a distância. Descobrimos que o amor de Cristo que nos une está vivo e ativo mesmo cada um nas suas casas. Descobrirmos que o respeito é nosso maior aliado para a sobrevivência da família, pois nossos idosos precisavam ser preservados e para isso foi necessária muita entrega, muita paciência e principalmente muito amor para superar a dor da distância. Depois de quatro meses de isolamento deu tempo de fazer uma grande faxina por dentro e por fora do nosso eu e com isso voltarmos ao novo normal como pessoas melhores. Eu passei a rezar o terço todos os dias com minha família via “live”, pode parecer estranho no início, mas no decorrer do tempo fomos nos acostumando e curtindo esses momentos. Não aceitem a ideia de fracasso a vista, temos muita coisa boa pela frente. Jogue fora o que estava fazendo e reconstrua sua vida. Passe a limpo e corrija tudo o que for possível. Creia que quando se fecha uma porta Deus nos dá várias janelas. Coloque a cara para fora e saboreie a paisagem. Felicidades e até mês que vem.

Hoje a internet aproxima todos os negócios e quem gosta de trabalhar vai sobreviver a isso tudo e muito bem

P.S. crie seu novo hoje de novo. P.S do P.S. creia no melhor que Deus tem para nós.

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“Eu te rogo por eles. (...) por aqueles que me deste, porque são teus” (Jo 17,9)

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contexto em que Cristo nos traz esse momento acima certamente era outro. Como o evangelho de João nos narra, era chegado o momento de glorificar ao Pai, através dele. Mas é interessante pensar nesses que são “teus”. E foi justamente desse trecho, partilhado em nossa reunião virtual, que se iniciou a nossa reflexão. Começamos a pensar como tem sido o nosso cuidado, a nossa atenção para com “aqueles que me deste”, aqueles que Cristo confiou a nós, a nossa comunidade, a nossa Igreja. Pensamos como estaria a nossa atenção a esses nossos paroquianos em um momento que a distância limita nossas ações. Muitas famílias, afetadas direta ou indiretamente por conta das ações decorrentes da pandemia, a resposta da igreja foi imediata, com ações de solidariedade pelo Brasil e pelo mundo. Uma virtude eminentemente cristã, a solidariedade, tem um capítulo todo dedicado a ela no Catecismo da Igreja Católica e, logo na introdução deste capítulo, a passagem de 1Cor nos lembra que o sofrimento não é algo individual, mas de toda a comunidade: “Se um membro sofre, todos os membros compartilham seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros compartilham sua alegria. Ora, vós sois o Corpo de Cristo e sois seus membros, cada um por sua parte” (1Cor 6-27). Claro que nossa solidariedade vai além dos bens materiais. Ao partilhamos o pão, partilhamos também nossa fé, nossa oração, nossa súplica e por que não dizer, os ensinamentos de Cristo. Diversas são as passagens em que Cristo partilha tudo o que

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tem com aqueles que estão junto d’Ele. Nossa comunidade, imbuída desse sentimento de solidariedade, tem feito com que, nesse momento de dificuldade, possamos ajudar aos irmãos, de forma que nada falte para aqueles que buscam. Abaixo vamos apresentar algumas ações de nossa comunidade e de nossa igreja nesse período, e como você pode ajudar e ou solicitar ajuda. AÇÃO SOCIAL A ação social de nossa paróquia, que mensalmente distribui cestas básicas às famílias assistidas, teve, além da manutenção de sua atuação social, um aumento no seu trabalho, buscando atender aqueles que, de uma forma ou de outra foram afetados por esse período. Através do mutirão de solidariedade, a Ação Social montou nesses últimos meses 100 kit’s extras em cada um dos meses, para atender as famílias que buscavam um auxílio, um alimento para pôr em sua mesa. Mas, para eles ajudarem à essas pessoas, eles contam também com as doações de nossa comunidade. Abaixo seguem as formas de ajudar ou de solicitar uma bolsa extra.


PARA AJUDAR

PARA SOLICITAR

A AÇÃO SOCIAL tem pedido a doação dos seguintes alimentos: AÇUCAR, ARROZ, CAFÉ (250GR), FARINHA, FEIJÃO, FUBÁ E MACARRÃO. Além disso, caso queira colaborar com dinheiro, a Ação Social disponibiliza sua conta: Banco Santander CNPJ 40.368.581 / 0001-33 Ag 3894 / Conta 13000133-7

Caso necessite ou conheça alguém que necessite, você poderá enviar um e-mail para: asnsl@loreto.org.br ou comparecer na paróquia, no último domingo do mês, na parte da manhã e falar com os agentes da Ação Social

CAFÉ DO BEM O Café do Bem é formado por um grupo de voluntários, a maioria de pessoas que conheceram o projeto no Movimento do Fé e Dons do Loreto, através do Fábio Santos, que vivenciou a experiência como morador de rua. O projeto, existente há quatro anos, tem como objetivo acalantar a alma do irmão carente de alimento físico, com um café da manhã todos os domingos. As ações originais continuam, porém nesse momento de pandemia vimos outra necessidade: ajudar a quem perdeu sua fonte de renda. A solidariedade vem sendo trabalhada sem fronteiras, na montagem de cestas básicas para quem não dependia de qualquer assistência, porém hoje se encontra nessa situação.

Através de campanhas pelo WhatsApp, facebook, Instagram, boca a boca e com o coração de cada voluntário, conseguimos montar mais de 100 cestas, favorecendo famílias de nossa comunidade. É gratificante sentir a emoção do olhar de quem recebe, da criança que expressa na sua ingenuidade: “mamãe, a gente vai comer feijão!” (criança no coloco de uma mãe ao receber sua cesta). Sem contar a gratidão demonstrada no sorriso das pessoas. Isso só nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Conheça nosso trabalho, contribua e seja mais um anjo nessa ação. Siga nossas Redes Sociais no Faceboock (Café do Bem) e no Instagram (cafe_dobem). Contato da Coordenação: (21) 98330-5999 Eginaldo; (21) 99353-2766 Rosangela; (21) 98696-6265 Luiz; (21) 98420-9432 Renato e (21) 99312-8388 Ana. Colaborou: Kátia Silva (voluntária, Café do Bem) Julho 2020

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SolidariedadeLoreto Paroquianos se juntam e criam o grupo SolidariedadeLoreto

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m plena pandemia da COVID-19, durante a noite de 13 de maio do corrente ano, data em que celebramos Nossa Senhora de Fátima, alguns paroquianos do movimento Fé e Cidadania de nossa Paróquia, sensibilizados com o relato desesperado em rede de TV, de um dos membros de nossa comunidade Lauretana, dizendo que havia contraído o vírus, rapidamente mobilizou outros irmãos e irmãs em Cristo, no sentido de que fosse criada uma rede solidária para ajudar, primeiro a este irmão e depois àqueles que, no universo da nossa Paróquia, perderam momentaneamente a renda. O exercício da cidadania é, por excelência, solidário. Por isso, tantas pessoas aderiram ao chamado e, assim, foi criado o grupo SolidariedadeLoreto, com uma campanha de arrecadação de recursos financeiros para atender a este propósito. Considerando os valores arrecadados, até o mês de junho, estamos ajudando financeiramente a cinco paroquianos e suas respectivas famílias, desde então. A Paróquia através da Ação Social, também se mobilizou, à fim de que fossem disponibilizadas cestas básicas de alimentos periodicamente para estas mesmas famílias. Ao longo deste período, surgiram outras iniciativas, como a doação de produtos de limpeza, higiene pessoal, fraldas, leite em pó, etc. quando o grupo teve a oportunidade de ajudar as irmãs do Convento de Santo Antônio, os idosos residentes do Hospital do Curupaiti e uma família que teve gêmeos e o pai estava desempregado. “Um novo mandamento dou a vocês: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. (Jo 13:34 e 35). Quando Jesus fala “Amai-vos uns aos outros”, Ele quer dizer que precisamos nos “importar” com os outros. Essa proposta, tão bem recebida, representa muito mais que os frutos propriamente ditos: representa a conscientização de que somos responsá10

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veis uns pelos outros. Se queremos nos dizer católicos, temos que ter o “novo mandamento” pulsando nos nossos corações. Em Atos dos Apóstolos aprendemos como os discípulos viviam o que aprenderam com o mestre (At 2:42-44); precisamos aprender a repartir, ou não seremos bons seguidores do mestre. Repartir nossos bens – como de algum modo estamos fazendo nesta ação, mas também repartir nossas dores. Permitir que nossos irmãos de caminhada se aproximem de nós e juntos compartilhemos nossas vidas – “Vejam como se amam”. O SolidariedadeLoreto se propôs a atender inicialmente a estes irmãos até o mês de julho deste ano, porém existe a possibilidade de a campanha ser estendida, enquanto durar a grave crise econômica, social e de saúde que atravessamos. Continuamos com essa corrente solidária que Jesus Cristo nos ensinou e que tanto nosso Papa prega. Portanto, se você quiser fazer parte dessa corrente do bem, entre em contato pelo WhatsApp com o Márcio +55 21 99228-2806, Meire +55 21 99103-8796, Paulo Renato +55 21 97940-4751 ou Kadu +55 21 96430-8481. É tempo de cuidar. Fique com Deus, cuide-se e, se possível, #fiqueemcasa. Paz e bem. “Então, o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, 35.porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; 36.nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’. 37.Os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? 38.Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? 39.Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’. 40.Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.’” (Mt25, 35 – 40)


Coluna Cultural

Livro: Elogio da vida imperfeita Em breves palavras, o autor coloca uma questão fundamental para a nossa vida: a aceitação dos próprios limites. Propõe recuperar a realidade do limite e reconciliar-nos com ela. Nós existimos somente enquanto limitados. Nascemos e morreremos, porque somos limitados no tempo. Temos um corpo cujos contornos definem a nossa fronteira com o mundo que nos circunda, e isto nos diz que somos limitados no espaço. Quereríamos ser capazes de amar mais, relacionar-nos de modo diferente, mas a cada dia fazemos a dura expe-

- em nós e fora de nós, nas nossas relações - da presença dos limites, das feridas, das zonas de sombra; entender, à luz da mensagem evangélica, que tudo do nosso e do mundo interior alheio está marcado pela sombra e pelo limite, é a nossa única riqueza, e que precisamente então que é possível fazer a experiência da nossa salvação. Enfim, que não existe nada dentro de nós que mereça ser jogado fora. O estilo simples e provocativo torna a leitura agradável e, de alguma forma, indispensável em nosso tempo marcado pela pressa e pelo desejo de perfeição. Valor: 18,50 riência de ‘ser feitos assim’ (cada pessoa tem a sua história, a sua estrutura psicológica, o seu caráter, as suas doenças interiores...): somos limitados no amor. É fundamental conseguir compreender a importância

Sete de Setembro, 81- Centro – RJ – Tel. (21) 2232-5486 Aurelino Leal, 46 – Centro – Niterói – Tel. (21) 2622-1219 Dagmar da Fonseca, 45 – Madureira – Tel. (21) 3355-5189

Que tal partilhar conosco sua sugestão para a Coluna Cultural?! Envie sua sugestão (texto e uma foto) para pascom@loreto.org.br com o título “Coluna Cultural”, participe!

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Santuário da Adoção

Filhos do Coração: Histórias emocionantes de quem foi adotado.

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m vários artigos trouxemos histórias de adoção contadas pelos pais, mas hoje trazemos um texto da adolescente Sabrina, revelando o olhar do filho sobre o tema Adoção. “Bem, meu nome é Sabrina, tenho 13 anos e sou adotada. Sim, isso mesmo que você leu, sou adotada, mas calma que eu vou te explicar como isso aconteceu. Eu fui adotada bem pequena, com 1 aninho, junto com meu irmão Léo que tinha 2 anos. Meus pais (Ernani e Eliane) me conheceram um dia depois do meu primeiro aniversário, digamos no dia 12 de dezembro de 2007. Chegamos em nossa casa na semana do Natal. Meus pais dizem que eu e meu irmão fomos o melhor presente de Natal que eles já ganharam. Agora que eu expliquei um pouquinho da minha chegada, vou escrever minha visão de tudo isso. Eu acho que tudo isso foi mágico, sabe? Ter uma família que te ama e que daria a vida por você é algo inexplicável, mas, como nada na vida é perfeito, as vezes tive que ouvir coisas como: “quem é seu pai/mãe verdadeira?” “seus pais verdadeiros te jogaram no lixo?” Isso 12

é pergunta que se faça?!!!! Pai/Mãe verdadeiros? Minha mãe, meu pai são os que cuidam de mim, que me amam, que dão “bronca” e carinho! Essas perguntas me machucam, mas eu simplesmente não me deixo dar por vencida e continuo com a cabeça erguida, pois na minha opinião, é normal as pessoas comentarem coisas desse tipo, pois, elas são leigas no assunto, por isso aceitei contar minha história, para que as pessoas conheçam mais e mais sobre adoção. Quando você for uma mãe ou um pai ou resolver adotar um filho, e este perguntar “de onde eu vim?” por

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mais difícil que pareça, seja sincero. A conversa será mais leve, e uma dica: por mais que ele não pergunte, diga o mais cedo possível, para seu filho, já saber de sua história, meus pais sempre falaram da nossa adoção, nem me lembro quando foi a primeira vez que ouvi, eles me contavam historinhas, contando minha história verdadeira, e eu cresci achando esse assunto bem normal, de boa!!! Para terminar, vou dar um simples conselho para quem quer adotar, ou conheça alguém com essa ideia de amor: VÁ COM TUDO! Se joga, e crie sua própria história de amor!


Santuário de Loreto

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ser humano, desde os primórdios, busca e necessita de elementos que reflitam suas crenças, afetos e tantas outras expressões e emoções que trazem consigo, atribuindo significados importantes a determinados elementos. Estes elementos significativos podem ser percebidos e materializados nas diversas culturas, principalmente em seus espaços de lazer, moradia, refeição, trabalho e culto, por exemplo, sendo nítido e já interiorizado por nós através da separação de lugares para as diversas atividades humanas. Nossa reflexão vai focar os lugares reservados para o culto e celebrações do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Loreto, considerando este um exemplo expressivo de significado para a relação do ser humano com o sagrado. Tais espaços físicos vão além de um espaço cartesiano destinado a essas atividades, constituindo um lugar simbólico. A construção arquitetônica de ordem religiosa é uma importante representação simbólica. Sabemos que esses ambientes são formados também por aquilo que não vemos preenchendo todo o espaço, a princípio, visualmente ‘vazio’ que observamos, no entanto, repleto de simbolismos que ajudam o ser humano a se conectar com o Divino. Dentro desse assunto, arquitetura religiosa, podemos destacar pontos muito significativos que nos ajudam nessa caminhada e que às vezes passam despercebidos aos nossos olhos. Você já observou e sentiu esse espaço religioso? Vamos conhecer um pouco esses simbolismos? Ao entrarmos na Igreja, estamos em um espaço sagrado, o lugar do sacrifício de Amor de Deus por nós. É o local da reclusão e de intimidade com o sagrado, é comum que dentro desse ambiente os fiéis façam silêncio e respeitem o silêncio do irmão, que muitas vezes se encontra em oração. Em oposição a esse espaço de interiorização, no exterior, do lado de fora, encontramos a agitação do mundo, cheio de alvoroços, tumultos e distrações. Nossa Igreja é em estilo barroco, ou seja, os elementos que compõem a construção da Igreja são bem expressivos e exuberantes como podemos observar na representação dos anjos na base das colunas do altar mor, além das flores e arabescos. A proporção espacial da Igreja está baseada na escala humana, isto é, suas medidas são baseadas na proporção humana repetida várias vezes resultando assim um templo grandioso e monumental, significando nossa pequenez diante da grandeza de Deus. Cientes de

nossa condição, entramos no imenso mistério do Sagrado, Deus, que nos acolhe no Amor. Outra característica significativa dessa construção está relacionada à apropriação da luz natural, criando um ambiente introspectivo, fazendo alusão aos seres humanos que muitas vezes caminham na escuridão, uma luz natural que destaca as imagens e objetos sagrados referenciando a glória celeste. Ao olhar para o teto, observamos o forro interno da nossa igreja em forma de arco, esse elemento faz referência ao Deus que nos acolhe na sua grandeza com um abraço. Você já observou como a nave principal da igreja é longa? Esse percurso leva o fiel a caminhar se quiser se aproximar do altar, um simbolismo que representa nossa peregrinação terrestre até o céu. O altar, local do sacrifício, fica em um nível acima dos fiéis, trazendo o significado de que o sacerdote, em Persona Christi, sobe para o local do sacrifício, estando assim mais perto do céu e depois, no momento da comunhão, desce ao pequeno e imenso povo que participa da missa para entregar a Divina Eucaristia. Os degraus dentro e fora da construção nos ensinam que devemos estar subindo sempre rumo às coisas do alto. Essa ‘escalada’ foi feita também pelos santos, que viveram suas vidas praticando o Evangelho, por isso suas imagens estão dispostas em alturas diferentes da nossa. Por fim, todo o espaço do nosso Santuário nos aponta para o centro, para frente e para o alto, para que nunca nos esqueçamos que devemos continuar caminhando, seguindo em frente, até subirmos ao Céu e nos encontrarmos definitivamente com o Amor, o Cristo. Julho 2020

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Pé na estrada Terço na mão

Aqui vai uma dica para quem deseja viajar, mas busca um destino com bastante contato com a natureza, com as cachoeiras e com o verde! Tive a oportunidade de conhecer Visconde de Mauá, através de um projeto da UFRJ. Por atuar em um laboratório de pesquisa, frequentemente viajávamos para esse destino, para realizarmos alguns trabalhos e para produção de um documentário sobre a região. Em 2019 realizamos cerca de quatro viagens para esse mesmo destino, e aos poucos fui descobrindo locais incríveis. Tive oportunidade de conhecer o monumento à Santa Clara, que fica logo na entrada de uma ponte, que também leva o nome da Santa. Por ser um local de difícil acesso a pé, fiquei bem feliz em ver o quanto os moradores cuidam e preservam esse cantinho especial.

Já em Maromba, em Itatiaia, uma cidade próxima a entrada da Ponte Santa Clara, conheci a única Igreja daquela região. Na verdade, ela mais parece uma capela, que inclusive na ocasião, passava por obras, afinal ela já tem mais de 100 anos de fundação. O nome da Paróquia é: São Miguel Arcanjo e as Missas e celebrações por lá, só ocorrem uma vez por semana, quando o padre da Igreja Matriz de Itatiaia, vai até o local. Porém, toda a comunidade cuida e preserva a Igreja sempre limpa e aberta para receber os fiéis e visitantes. Vale super a pena conhecer esses dois pedacinhos de Mauá, caso você esteja viajando por lá. Espero que tenham gostado! Paz e Bem! Camila Barbosa.

Você já viveu uma experiência parecida? Encontrou em suas andanças uma igreja ou uma devoção local, que pode ser indicada a outros “viajantes”? Partilhe conosco, enviando texto e foto para a nossa coluna Pé na Estrada, Terço na Mão, pelo e-mail: pascom@loreto.org.br.

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São Camilo de Léllis - 14 de julho Padroeiro dos Enfermeiros, dos Doentes e dos Hospitais

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asceu no ano de 1550 na Itália. Filho de pai militar, também seguiu essa carreira, mas não pode prosseguir devido a um tumor em um dos pés. Recorreu ao hospital de São Tiago em Roma, onde viveu sua compaixão pelos outros doentes. Porém, ele deu um ‘sim’ ao pecado, entregando-se ao vício do jogo, onde perdeu tudo e ficou na miséria total. Saiu do hospital devido o seu temperamento. Foi de hospital em hospital para cuidar de sua ferida, até bater na porta dos franciscanos capuchinhos e ali quis trabalhar na obra de Deus.

Com 25 anos começou o seu processo de conversão. No hospital em Roma, Deus suscitou nele a santidade de ver nos doentes a pessoa de Cristo e também o carisma dos ‘Camilianos’. Camilo também viveu uma bela amizade com São Felipe Néri. Entrou para os estudos, foi ordenado sacerdote, e vendo a realidade dos peregrinos de Roma, que não tinham uma assistência médica digna, foi brotando nele o carisma de servir a Cristo na pessoa do doente, do peregrino. E muitos se juntaram a ele nessa obra. Em cada sofredor está a presença do Crucificado. São Camilo de Léllis, rogai por todos os enfermos! (fonte: Canção Nova)

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Bem-Estar

Viver As estratégias de coping e a resiliência como medidas de cuidado a saúde mental em tempos de Pandemia: o aprender a se reinventar... ... envolve aceitar que se pode, a qualquer momento de nossas vidas, ser confrontado com tragédias, perdas, vitórias, tristezas, alegrias, saúde e mesmo doença. Esta última, nos últimos meses ganhou grande espaço em um contexto mundial, seja no cenário econômico, social, cultural, familiar, espiritual, ao qual de modo geral transformou a vida de todos, e faz a sociedade construir um novo aprender a ser reinventar, ser feliz em outras condições, vivenciar outras possibilidades de relacionar-se, e a acostumar-se com um novo normal. Agora, eu pergunto a você, o que é normal? O que é ser feliz para você? Deste modo, peço licença, para pedir que você reflita sobre as respostas destas simples perguntas, pensando não no passado ou no futuro, e sim no presente, pois é o que temos neste momento. Tais questionamentos abrem espaço para iniciarmos nosso diálogo de fato, saúde mental em tempos de pandemia, em que há uma grande preocupação com a saúde física (prioritário), social e psicológica das pessoas. Este texto, irá abordar especificamente o cuidado, a saúde mental do ser humano. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) entende-se por saúde mental como um “estado de bem-estar no qual o indivíduo percebe suas próprias habilidades, pode lidar com os estresses cotidianos, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir com sua comunidade”. Após leitura deste

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conceito, vamos aplicá-lo aos dias de hoje! Quais as habilidades conhecidas e desenvolvidas por cada um de nós, que estão sendo reinventadas para adaptar-se a realidade do isolamento social e gerar bem-estar, seja evidenciado no home-office, no uso dos recursos tecnológicos para comunicação com as pessoas que amam (família e amigos), na convivência mais intensa com as pessoas de sua casa, o conviver consigo mesmo, dentre outras habilidades que anteriormente eram experienciadas de outro modo. E quando você reconstrói estas novas habilidades, reconstrói junto a percepção de bem-estar e qualidade de vida em relação a elas e as suas contribuições enquanto ser social. Deste modo, convido você novamente, a refletir de uma habilidade que foi reinventada para gerar bem-estar a você neste período recente, que beneficiou diretamente a você e a comunidade? Após esta pergunta, vamos abordar sugestões de como você pode cuidar de sua saúde mental nesses tempos de isolamento social provocado pela pandemia e gerar bem-estar a esta fase do aprender a se reinventar. Durante o curso normal da vida, a maioria das pessoas são confrontadas com pelo menos um, e às vezes vários, eventos potencialmente traumáticos, e embora essas experiências estejam associadas ao sofrimento emocional, al-


gumas pessoas a partir disso sofrem de estresse crônico ou sintomatologia depressiva, enquanto outros sofrem com menor intensidade por períodos mais curtos de tempo. Outros então, parecem lidar com estes acontecimentos sem aparente prejuízo para as suas funções, recuperando-se de forma relativamente rápida e eficaz após a situação, demonstrando resiliência. Entende se por resiliência à capacidade do indivíduo de se manter psicologicamente ajustado (reinventar) apesar da exposição a eventos potencialmente traumáticos (isolamento social pela pandemia) e está associada a uma variedade de processos cognitivos do ser humano, incluindo a utilização de estratégias de coping específicas. Então o que seria as estratégias de coping? O coping é geralmente definido como esforços conscientes utilizados pela pessoa para gerir estressores internos ou externos, que o indivíduo percebe como desafiando os seus recursos (zona de conforto ou rotina), ou seja, o conjun-

fazer atividades em ambientes de aglomeração; vivenciar atividades mais individuais, que antes eram praticadas em grupo, etc. – estratégias de adaptação: utilizo recursos (atitudes e comportamentos que quando realizadas de modo contínuo viram hábitos) que alteram a percepção em relação aquela situação que gera desprazer ou desconforto, pois agora deve gerar prazer e bem-estar, tais como: pensamentos positivos, espiritualidade, unir aquela situação a algo que você gosta para ajudar a realizar aquela atividade com mais prazer, aprender novas tarefas que desenvolvam suas habilidades em novas condições, e outros. Portanto, embora adaptadas para a gestão do estresse de eventos diários, as estratégias de coping podem ser usadas na resolução de problemas e podem ainda auxiliar na gestão das emoções. Então, resgate a resiliência em você, use as estratégias de coping, aprenda a se reinventar, tenha gratidão e seja feliz.

to das estratégias utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se a circunstâncias adversas ou estressantes (Folkman e Lazarus, 1985). Aplicando

Psicóloga Thayanne Branches Pereira – Email: thatybranches@hotmail.com

estes conceitos em tempos de pandemia, utilizaremos o seguinte exemplo: estressores internos ou externos - dificuldades de relacionamento vivenciado por algumas pessoas pelo conviver mais intenso no ambiente familiar; as dificuldades do home-office; a impossibilidade de viajar e

Referência: Folkman, S.; Lazarus, R. (1985), “If it Changes it Must Be a Process: Study of Emotion and Coping during Three Stages of a College Examination”, Journal of Personality and Social Psychology, 48, 150-170.

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Fé e Política Robson Leite

“Opressão e egoísmo ou justiça e partilha: qual o caminho para a paz?” “Não haverá um modelo de sociedade justa e fraterna sem o rompimento com qualquer sistema opressor existente em seu seio” A paz se cria e se constrói na presença firme e inabalável da justiça. Sem ela, a justiça, não haverá nunca uma paz verdadeira e duradoura. E essa justiça passa, sobretudo, pela denúncia e combate a qualquer sistema opressor existente na sociedade. Esses são, sem sombra de dúvidas, os pilares que fundamentam a firme construção de um novo mundo: justo, fraterno e igualitário. Trabalho escravo, exploração de menores, violência contra a mulher, corrupção, miséria, fome e pobreza são consequências de um sistema social em que não há justiça. Toda essa exploração tem origem na opressão de um poder vigente, normalmente o capitalismo, de poucos sobre muitos. Um poder que oprime, esmaga e mata em nome do “deus dinheiro”, conforme o Papa Bento XVI afirmou na Encíclica “Caritas in Veritat” e que vem sendo repetido sistematicamente pelo Papa Francisco. Um poder que, em pleno século XXI, traz ao seio da sociedade problemas que deveriam ter sido banidos há muito tempo. A falta de uma legislação em diversos países, como o Brasil, que puna com rigor a existência de trabalho escravo em seu contrato social é um grande exemplo disso. A Constituição Brasileira, assim que foi promulgada, recebeu o apelido de constituição cidadã. Isso por incluir, em seu texto, dispositivos que protegem minorias e que zelam pela inclusão social de todos. Porém, infelizmente, a falta de regulamentações de diversos artigos fez com que esse apelido se tornasse distante da realidade social brasileira. Vide, por exemplo, a falta de coragem do nosso Congresso em regulamentar o IGF – imposto sobre grandes fortunas. Cabe aqui explicar que o “imposto” é uma espécie de tributo que tem a função constitucional de distribuir renda e patrimônio. Cobrar mais de quem tem mais e menos de quem tem menos. Outro exemplo de como estamos distantes de uma verdadeira libertação dos regimes opressores que comandam a nossa sociedade é o nosso próprio código penal. A sua lógica não segue a defesa da vida, mas do patrimônio. 18

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As punições aos crimes contra o patrimônio possuem um rigor maior do que os crimes contra a vida. Outro triste exemplo que justifica esse terrível e infeliz privilégio da defesa do patrimônio é a atuação das polícias estaduais em nosso país. As táticas de confronto das secretarias de segurança estaduais, que fazem com que tenhamos a polícia que mais morre e mais mata do mundo, revelam que o direito ao patrimônio e a criminalização da pobreza são os princípios que orientam essa nefasta lógica opressora presente no capitalismo. O que, provavelmente, justifica essa prática é uma tática eleitoral de tentar, usando o sangue de pessoas pobres que moram em favelas, enganar o cidadão construindo uma falsa impressão de que o estado está “lutando” para coibir a violência e proteger o patrimônio do cidadão, mas na verdade o que ocorre é apenas o aumento do número de homicídios e da violência propriamente dita. E isso é um absurdo incomensurável e uma grave ofensa a Deus. A solução para esse problema é a nossa participação ativa nos instrumentos de cidadania que a constituição nos oferece. Os conselhos municipais de fiscalização, as associações de moradores, os sindicatos e até mesmo os partidos políticos estão a nossa disposição para isso. Se não funcionam, certamente é porque estamos ausentes da participação desses instrumentos de transformação social ou não o utilizamos com o princípio do Bem Comum como base e inspiração. A perversidade dos sistemas opressores se alimenta da nossa omissão. Até quando iremos ficar inertes, calados e omissos diante de tanta violência, pobreza, miséria e opressão da nossa sociedade? Dessa forma, infelizmente, estaremos cada vez mais distantes da construção do Reino de Deus aqui e agora. (*) Robson Leite é professor universitário, escritor, petroleiro, membro da nossa paróquia, ExSuperintendente do Ministério do Trabalho no RJ e foi Deputado Estadual de 2011 a 2014. Site: www.robsonleite.com.br Página do Facebook: www.facebook.com.br/ robsonleiteprofessor


Anote em sua agenda

As demais atividades do mês estão em: www.loreto.org.br

Julho

ONLINE SEGUNDA Angelus e Santo Terço 18h00

TERÇA

QUARTA

QUINTA

SEXTA

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Angelus e Santo Terço 18h00

Angelus e Santo Terço 18h00

SÁBADO

Angelus e Santo Angelus e Santo Terço 18h00 Terço 18h00

DOMINGO

Momento Zaccariano 18h45 MISSA - 19h30

MISSA - 19h30

MISSA - 19h30

MISSA - 19h30

MISSA - 19h30

Grupo de Oração 20h15

Terço dos Homens 20h15

Terço Nossa Senhora de Loreto - 10h00

Terço Nossa Senhora Terço Nossa Senhora Terço Nossa Senhora Terço Nossa Senhorade de Loreto - 10h00 de Loreto - 10h00 de Loreto - 10h00 Loreto - 10h00

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MISSA - 11h00 / 19h00

Terço da Misericórdia 15h00 MISSAS PRESENCIAIS SÁBADO

18h30

DOMINGO

07h00

09h00

11h00

19h00

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loretinho

Caros irmãos, 20 de julho é o Dia do Amigo. Você sabe o que significa AMIZADE? A amizade cristã é AMAR! Querer o bem e fazer o bem. É acolher os outros como a nós mesmos, por amor a Deus, sem reservas no coração. “A verdadeira amizade é aquela que se

Elaborado pelas Irmãs de Belém

abre para os outros. Como reconhecê-la? Pelos deveres: tolerância e respeito mútuo. Pelas alegrias: poder confiar. Pela vantagem da aprendizagem recíproca e pelas aspirações, colaboração e projetos comuns.” Madre Maria Helena Cavalcanti

LENDO A BÍBLIA Leia Jo 15, 12 – 17, complete os espaços e perceba como é grande o AMOR de Jesus por VOCÊ. “Este é o meu ______________: ________ uns aos outros como eu vos ______. Ninguém tem maior _______ do que aquele que dá a ______ por seus amigos. Vós sereis meus ___________ se praticais o que vos mando. Já não vos chamo de _______, porque o _______ não sabe o que seu Senhor faz: porque tudo o que ouvi de meu _______ eu vos dei a conhecer. Não fostes vós que me _________, mas fui eu que vos _______ e vos designei para irdes e produzirdes _______ e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo o que pedirdes a meu _______ em meu nome Ele vos dê. Isto vos mando: _______uns aos outros.”

PARA REFLETIR

“A Eucaristia é o Crucificado vivo.” (Santo Antonio Maria Zaccaria.) CAÇA-PALAVRAS 1 - Nome da cidade onde nasceu Santo Antônio Maria Zaccaria. 2 – Nome da mãe de Santo Antônio Maria Zaccaria. 3 – País onde nasceu e viveu Santo Antônio Maria. 4 – A congregação dos Clérigos regulares de São Paulo é conhecida como “Congregação dos Padres Barnabitas” porque moravam na Igreja de São... 5 – Santo Antônio Maria Tinha grande amor a... 6- Qual a profissão de Santo Antônio Mª Zaccaria? K

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SANTO DO MÊS: SANTO ANTONIO MARIA ZACCARIA No dia 5 de julho celebramos a festa de um grande amigo de Jesus: Santo Antônio Maria Zaccaria, fundador da ordem dos “Clérigos Regulares de São Paulo”. Santo Antonio Mª nasceu em Cremona, Itália, em 1502. Sua mãe Antonieta ficou viúva com apenas 18 anos, mas soube educá-lo na fé cristã. Quando jovem nosso amigo tornou- -se médico. Mas Resolveu abandonar a medicina para tornar-se “médico de almas”. Ordenou-se sacerdote com 27 anos. Faleceu no dia 5 de julho de 1549 com apenas 37 anos. Foi canonizado por sua vida de total dedicação a Deus e aos irmãos e irmãs. Dentre todos os ensinamentos que Santo Antônio Maria nos deixou, lembramos de seu amor à Santíssima Eucaristia. Foi ele quem iniciou a prática das 40 horas de adoração ao Santíssimo Sacramento.



São Camilo de Léllis


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