Ano XXXVI - nº 427 Junho de 2020 Distribuição gratuita
Informativo da Paróquia e Santuário Nossa Senhora de Loreto Fundada em 6.3.1661 www.loreto.org.br
Índice Expediente EDITOR CHEFE: Pe. Sebastião N. Cintra DIREÇÃO ESPIRITUAL: Pe. Sebastião N. Cintra COORDENAÇÃO EMÉRITA: Hélia Fraga COORDENAÇÃO E EDIÇÃO: Ana Clébia FOTOS: Pascom Loreto CAPA: Corredeira COMERCIAL: Claudete DIAGRAMAÇÃO: Lionel Mota IMPRESSÃO: Grafitto Tiragem: 2 mil exemplares
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Editorial................................................................................................................................ 3 Temas Bíblicos.................................................................................................................... 4 Oração Cristã ..................................................................................................................... 5 Espaço teológico ............................................................................................................... 6 Loretando............................................................................................................................. 7 Especial - É Tempo de ter esperança ����������������������������������������������������������������������������� 8 Tempo................................................................................................................................... 9 Santuário da Adoção.......................................................................................................14 Loreto em Ação: Meu Loreto ����������������������������������������������������������������������������������������16 Coluna Jovem....................................................................................................................17 Pé na estrada, terço na mão ������������������������������������������������������������������������������������������18 São Barnabé.......................................................................................................................19 Bem-Estar...........................................................................................................................20 Coluna Cultural................................................................................................................21 Fé e Política........................................................................................................................22 Anote em sua Agenda......................................................................................................23 Loretinho............................................................................................................................24
Expediente Paroquial MATRIZ PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE LORETO End.: Ladeira da Freguesia, 375 - Freguesia Jacarepaguá - RJ - CEP 22760-090 Tel.: 3392-4402 e 2425-0900 Emails: adm@loreto.org.br (Administração) secretaria@loreto.org.br (Secretaria) Site: www.loreto.org.br
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Domingo: 11h
Corpus Christi
Editorial Pe. Sebastião Noronha Cintra*
Querido paroquiano, prezado leitor. São duas as principais festas litúrgicas celebradas este mês. A primeira é Corpus Christi. Terminado o tempo pascal, o grande mistério do amor e da misericórdia de Deus volta a despertar nossa meditação. Em certas situações, Deus vem confirmar essa verdade, comprovando por critérios irrefutáveis de cunho científico, tão importantes para o homem de hoje, o mistério da transubstanciação. Foi assim que os laboratórios atestaram que o fragmento da hóstia consagrada, transformado em carne era tecido do ventrículo esquerdo do coração humano. É o milagre eucarístico de Buenos Aires. A outra Solenidade litúrgica é a do Sagrado Coração de Jesus. Por isso o mês de junho é dedicado a Ele. O coração costuma ser o órgão onde se “localiza” o amor. Do Coração transpassado na cruz, Jesus deixa correr sangue e água, simbolizando a sua grande misericórdia. Os sacramentos são os meios pelos quais se realiza a salvação. Assim Jesus quis revelar a Santa Faustina os segredos da Divina Misericórdia. E, uma devoção tão antiga, como esta do Coração de Jesus, toma nova atualidade nas mãos do Papa São João Paulo II. O gesto se Jesus Salvador, de derramar até a última gota do seu sangue, inspira a resposta de amor de cada um de nós. Nossos Bispos, em sua mensagem preparatória para a volta às celebrações com a presença dos fiéis, recomendam continuarmos com os encontros digitais, evitando aglomerações. Essas preocupações com a defesa da vida nestes tempos da pandemia do corona vírus, propõem o adiamento dos Encontros pastorais programados para este ano, dando sequência às atividades através dos meios digitais disponíveis para encontros das pessoas. O artigo de Capa: Tempo! Traz para nossa reflexão as experiências de diversas pessoas ao enfrentarem dificuldades em suas vidas. Também Dom Orani nos fala com carinho da Esperança que tem que nos animar agora mais do que nunca. Obrigado, D. Orani. A segunda capa vem comemorar, como de costume, um santo do mês. O querido São Barnabé, celebrado no dia 11 de junho, é o escolhido. Este ano, sua comemoração litúrgica fica suspensa por causa da solenidade de Corpus Christi. Personagem de grande relevo na história do início da difusão do Evangelho e da formação das primeiras comunidades, conforme o livro dos Atos dos Apóstolos, foi grande colaborador de São Paulo. O seu nome deu origem ao nome dos Barnabitas, por causa da igreja onde os primeiros padres fundados por Santo Antonio Maria Zaccaria se reuniram em Milão. Daqui do seu Santuário, mesmo fechado, Nossa Senhora de Loreto, atendei-nos.
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Nossos Bispos, em sua mensagem preparatória para a volta às celebrações com a presença dos fiéis, recomendam continuarmos com os encontros digitais, evitando aglomerações
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Temas bíblicos
Efésios (8) Conclusão da carta aos Efésios
Padre Fernando Capra
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comentariosbiblicospadrefernandocapra.blogspot.com.br
Carta aos Efésios é uma obra-prima que pode não ser um escrito de São Paulo, embora deva ser considerada fruto de uma profunda reflexão sobre os temas anteriormente apresentados pela Carta aos Colossenses. Estamos, portanto, diante de uma evolução daquilo que Paulo já escreveu e de uma mensagem que, todavia, já não é mais dirigida a uma única comunidade, mas a todas as comunidades da Ásia menor, da mesma forma que o será o Apocalipse. É por isso que ela merece toda a nossa atenção. Ela é profundamente motivadora quanto à vivência da nossa vida cristã, a partir do grandioso cântico espiritual (Ef 1,3-14), que Paulo complementa com uma sua determinação de invocar, em nosso favor, por parte de Deus, a compreensão da vocação dos santos, da riqueza da graça recebida e do poder que Deus manifestou em Cristo que ressuscitou e constituiu Cabeça da Igreja. Paulo, para sublinhar a importância e a preciosidade da graça em que fomos constituídos, lembra que o seu conhecimento lhe foi concedido por Deus, porque foi agregado ao número dos apóstolos. Segundo esta sua condição chega a nos descrever a vida da Igreja na sua totalidade. Sua pedra angular é Cristo Jesus, seu alicerce são os Apóstolos, de tal forma que nos edificamos como um templo de Deus no Espírito. A nossa condição preciosa de “filhos adotivos em Jesus Cristo” (1,5) que podemos sempre mais profundamente compreender, porque movidos pelo Espírito que nos configurou a Cristo sacerdote, profeta e rei, motiva a nossa vonta-
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de de viver segundo os ideais que Cristo Jesus nos apresenta na sua pessoa, ele que estruturou a Igreja através da eleição de Apóstolos, Profetas, evangelistas, doutores e pastores. Cada fiel, na condição de membro do Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, é chamado a viver a sua santificação, para contribuir na sua edificação. Neste caso é extremamente ilustrativo o que Paulo diz do matrimônio, figura da aliança que Jesus realizou pela sua morte de cruz. Lembra-nos que Jesus, enquanto, pela sua imolação, pelo seu sangue derramado, a torna “pura santa e imaculada, ela será a Nova Jerusalém, da qual fala o Apocalipse, “resplandecente da glória de Deus”. É, também, muito elucidativo o que o Apóstolo diz quando retrata, através dos elementos da armadura do soldado romano, a vida de cada membro da igreja, mostrando dessa forma que o fiel deve se sentir corresponsável com os membros da hierarquia da Igreja, quanto a propagação da fé. O apostolado é um dever de caridade por parte dos fiéis, em relação aos outros homens que “vendo suas boas obras, glorificarão o Pai que está nos céus” (Mt 5,16). Deve, portanto, o fiel “cingir os rins com o cinto da fé, revestir-se com a couraça da justiça, calçar as sandálias para propagandear a fé, empunhar o escudo da fé contra os dardos inflamados do maligno, revestir o capacete da salvação e empunhar a espada do Espírito que é a Palavra” (Ef 6,14-17). É pelo cultivo da nossa fé que promovemos a nossa justificação. Ela nos tornará até capazes de anunciar o Evangelho de Deus pela Palavra, “espada do Espírito” (v.17).
Paulo, para sublinhar a importância e a preciosidade da graça em que fomos constituídos, lembra que o seu conhecimento lhe foi concedido por Deus, porque foi agregado ao número dos apóstolos
Oração cristã Jane do Térsio
Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido Esse pedido é formado por duas partes: na primeira: “Perdoai-nos as nossas ofensas” está implicitamente incluído nos três primeiros pedidos da Oração do Senhor, pois o Sacrifício de Cristo é “para a remissão dos pecados”. Na segunda parte, nosso pedido será ouvido somente sob a condição de nós, antes, tenhamos por nossa vez, perdoado. Perdoai-nos as nossas ofensas Como o filho pródigo, nós nos reconhecemos como pecadores. Após nos reconhecermos pecadores, apelamos para a misericórdia de Deus, porque seu Filho e mediante os sacramentos, “temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1,14). Perdão e vida reconciliada são possíveis porque temos um Pai bom. Mas este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração enquanto não tivermos perdoado os que nos ofenderam. Quando recusamos perdoar os nossos irmãos, nosso coração se fecha. ...Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido A misericórdia penetra no nosso coração somente se também soubermos perdoar, mesmo os nossos inimigos. A misericórdia só pode penetrar em nosso coração se soubermos perdoar nossos inimigos, a exemplo e com a ajuda de Cristo. Em seus ensinamentos Jesus nos diz: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48); “sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36); “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34). Se para nós parece im-
possível satisfazer essa exigência, o coração que se entrega ao Espírito Santo transforma a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão. Este coração pode, como Cristo, amar até o extremo do amor. A oração cristã chega até o perdão dos inimigos. Transforma o discípulo e o configura com o seu Mestre. O perdão é o ponto alto da oração cristã; Jesus nos diz que primeiro devemos nos reconciliar com o irmão e só depois levar a oferenda ao altar. O dom da oração não pode ser recebido a não ser num coração em consonância com a compaixão divina. O perdão dá também testemunho de que, em nosso mundo, o amor é mais forte que o pecado. Muitas pessoas lutam uma vida inteira com o fato de não conseguirem perdoar. O profundo bloqueio da intransigência só se resolve na perspectiva de Deus, que nos acolheu: como nos diz São Paulo em Rm 5,8: “sendo nós ainda pecadores”. Aqui é interessante observar que a oração diz “perdoai-nos as nossas ofendas” e não “perdoai as nossas ofensas”. No primeiro caso, você está pedindo para perdoar você e a ofensa feita; no segundo caso você esta pedindo para perdoar a ofensa. Dando um exemplo: você pisa no pé de alguém, diz “desculpe”, ou seja, desculpe a pisada no pé; mas se você diz me desculpe você esta pedindo para o outro desculpar o ato de pisar nele não a pisada, mas completando, você diz “me desculpe eu pisei no seu pé”. O pedido fica completo. Então, da próxima vez que formos rezar o Pai nosso digamos “...perdoai-nos as nossas ofensas...”
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Espaço teológico Michele Amaral - Bacharel em Teologia – PUC-Rio
Solenidade de Corpus Christi
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o mês de junho, iremos celebrar a solenidade de Corpus Christi, termo que vem do latim e seu significado é “Corpo de Cristo”. Essa solenidade acontece sempre 60 dias depois do Domingo de Páscoa ou na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, fazendo referência à quinta-feira santa quando Jesus instituiu o sacramento da eucaristia. Você conhece a origem desta festa? Em 1243, na Bélgica, a freira Juliana de Mont Cornillon, teve visões de Cristo pedindo que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Ela, por sua vez, conta as visões para o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcebispo de Liège, que mais tarde se tornar o Papa Urbano IV. Por volta do século XIII, Pe. Pedro de Praga, um sacerdote que duvidava da presença de Cristo na Eucaristia, decidiu realizar uma peregrinação a Roma para rogar, sobre o túmulo de São Pedro, a graça da fé. Ao retornar, enquanto celebrava a missa em Bolsena, no momento que partir a Hóstia, ela sangrou e manchou o corporal. A Notícia chegou rapidamente aos ouvidos do Papa Urbano IV, que determinou que o corporal fosse levado até ele. Foi feito, então, uma procissão. Quando o Pontífice viu, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”. Com a Bula Papal Transiturus de Hoc Mundo, de 11 de agosto de 1264, a festa se estende para toda a Igreja. Ele pede a São Tomás de 6
Aquino que escolhesse as leituras e preparasse os textos litúrgicos, que usamos até hoje. Além dos textos ele compôs o hino Louva, Ó Sião, o Salvador (Lauda, Sion, Salvatorem), que foi cantada e meditada por muitos séculos, hoje a utilizamos como sequência. Para o Papa Bento XVI, o hino é uma obra-prima em que se fundem teologia e poesia. A procissão de Corpus Christi, com o ostensório é datada de 1274. Ela nos remete a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento, vemos o povo recebendo de Deus o alimento dos céus, o maná. Com a instituição da Eucaristia nos alimentamos com a Eucaristia, o corpo e sangue de Cristo. A tradição de enfeitar as ruas com tapetes, surgiu em Portugal e foi trazida para o Brasil pelos colonizadores. A procissão pelas vias públicas, deve atender a uma recomendação do Código de Direito Canônico, que determina ao Bispo Diocesano que
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tome as providências para que ocorra toda a celebração, para testemunhar a adoração e veneração para com a Santíssima Eucaristia (cf. cân 395). Essa solenidade nos faz perceber a grandiosidade da amizade selada entre Deus e o Homem. É um convite para manifestamos a nossa fé e devoção. Celebramos a Eucaristia e partilhamos o corpo e sangue do senhor é comprometer-se em partilhar o que se tem e partilhar apropria vida. Viver a Eucaristia é comprometer-se com o outro. Devemos lembrar que “A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas é força para os fracos, para os pecadores”. (Papa Francisco) Gostou? Quer aprender mais? Então me siga, no meu blog: espacoteologicomsa ou na Página do facebook: Caminhando com a Teologia. E-mail: espacoteologicomsa@ gmail.com Te espero lá.
Loretando Loretando Paulo Sobrinho e Solange - loretando@oi.com.br
Segue a Quarentena
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em amigos do Loreto, pelo terceiro mês seguido escrevo meu artigo dentro da quarentena, não imaginávamos que seria tão longa e muito menos que seria tão triste, pois não bastasse perder empregos e saúde, perdemos também grandes amigos. Foi um final de abril muito difícil, em uma semana perdemos pessoas muito queridas: Marcos Adolfo, filho do tio Adolfo e tia Margarida que durante um bom tempo trabalhou na secretaria do Loreto. Eu e o Marcos passamos nossa juventude juntos, éramos uma dupla dinâmica, organizávamos as melhores festas juntos com a Márcia Damas, que também quebrou o contrato e nos deixou antes do prazo. Foram muitos acampamentos e muitas viagens sem rumo certo, nos chamavam o “terror das menininhas”. Nossos vinte e poucos anos foram de intensas atividades, depois nos tornamos adultos, casamos e seguimos nossas vidas. Pouco nos víamos, afinal, já não sobrava tempo para festas. Dias depois recebo a terrível notícia de mais uma perda, dessa vez foi o Jorge da Silvia, casal muito atuante no ECC da paróquia, sempre de auto astral, sempre com bons ensinamentos de vida. Tenho uma passagem especial com o Jorge. Num desses ECC`s trabalhamos juntos e comentei com ele sobre a casa onde morava, que foi comprada com contrato de gaveta e havia muito tempo que precisava ser regularizada. Ele, com seu sorrisinho maroto, disse que poderia ajudar, já que uma das suas atividades era a de corretagem de imóveis e legalização de bens. Resumindo, ele pegou meus documentos, rodou vários cartórios e no final de um tempo me apareceu com a documentação da casa toda no meu nome, registrada e legalizada. Me lembro que nessa confusão eu paguei uma das certidões na prefeitura e deveria ser paga no estado, ele entrou com um recurso para pegar o valor de volta, mas ia demorar muito e as outras certidões perderiam o prazo. Fiquei
enlouquecido, pois estava desempregado e não tinha como pagar uma nova certidão, ele então sorriu novamente, bateu no meu ombro e disse: fica tranquilo, eu pago para você e quando você receber, me paga. Eu mal o conhecia. Depois disso passei a acreditar piamente em anjos do céu que Deus manda para nossas vidas. Esses dois amigos foram consumidos pelo coronavírus, duas vidas importantes, assim como a de outros que também se foram e deixaram outros tantos amigos entristecidos. Realmente não era uma gripezinha, não era um simples resfriado. Muitos tentaram colocar a culpa em Deus dizendo que era castigo divino etc. etc. Deus jamais castigaria desta forma seus filhos queridos, mas Ele nos deixou o livre arbítrio para tomarmos as decisões certas nas horas certas. Erramos, fazer o que... Neste momento o Brasil é o segundo colocado no mundo no total de mortes e ainda tem gente politizando o assunto, afinal, o presidente disse que todo mundo vai morrer um dia, e daí? Não temos muito o que fazer enquanto o coração dói e sangra. Essas mortes não têm parâmetros; são jovens, velhos, homens, mulheres e quem mais estiver pela frente, aqueles que eram só números passaram a ter nomes; Marcos, Jorge e mais aqueles que estão agora nas suas cabeças. Não tenho moral da história para esse final de texto, tenho apenas uma tristeza profunda de ter perdido grandes amigos. Fiquem com Deus e protejam-se.
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Muitos tentaram colocar a culpa em Deus dizendo que era castigo divino etc. etc. Deus jamais castigaria desta forma seus filhos queridos
P.S. Neste momento o amigo Joel da Sonia ainda está internado, foi ‘extubado’ e está em franca recuperação. Oremos por ele. P.S. do P.S. Oremos por todos aqueles que estão internados e dependem da honestidade, que não existe, dos nossos governantes Junho 2020
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ESPECIAL
É Tempo de ter esperança
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aríssimos amigos e irmãos da Revista O Mensageiro da Paróquia Nossa Senhora de Loreto na Freguesia, o nosso abraço ao padre Sebastião. Deus os abençoe nesse ano jubilar! Tantos jubileus, Loreto, do Santuário... tantas programações, mas ainda temos aí maneiras de poder viver tudo isso. O tema da esperança em tempos de pandemia é o que nós queremos partilhar com vocês. Faz parte nossa, enquanto cristãos e católicos sermos sinais de esperança porque nós sabemos que temos um alicerce que é o Cristo Ressuscitado que levou a cruz, foi crucificado, morreu e foi sepultado, mas ressuscitou e está vivo no meio de nós e nós cremos na Sua Presença no meio de nós. Por isso, cristão é aquele que faz essa experiência no meio de tantas dificuldades e problemas em cada dia da vida e nunca perde a esperança, ele confia no Senhor. A esperança é uma virtude. Nós cremos em Cristo e por crer em Cristo amamos uns aos outros e temos esperança, esperança na vida e mesmo quando se abate sobre nós a cruz e as dificuldades, também a nossa cruz unida a cruz de Cristo é salvadora, portanto é uma oportunidade de nós também caminharmos com Jesus quando se abate sobre nós as cruzes e nesse tempo de pandemia são tantas cruzes das incertezas, dos medos, das dores daqueles que estão doentes, das dores daqueles que partiram, das famílias enlutadas e tantas situações. São tantas realidades que nós não podemos fugir, existem, mas em meio a isso tudo, o 8
cristão vê e partilha disso tudo, mas com confiança nessa presença do Senhor ressuscitado que nos faz olhar o presente e o futuro com confiança e esperança. Nós que passamos pelos mais negros abismos como diz o Salmo não temeremos mal nenhum porque o vosso bordão e o vosso cajado me dão segurança. Essa segurança que está presente em nossa vida, em meio das escuridões desse tempo e deixando que a luz de Cristo brilhe em nossa vida de tal maneira que a cruz de Cristo unida justamente a sua paixão e morte seja para nós a oportunidade da nossa cruz estar unida a Sua cruz e, principalmente, para que essa luz que nós celebramos também na Páscoa de Cristo, que venceu a morte e o pecado, e na cruz venceu a morte e o pecado e está ressuscitado seja sinal de confiança e esperança no presente e no futuro. Ele está presente no meio de nós, nós O anunciamos e essa esperança veio marcar a nossa vida e ser presença contagiante de esperança no meio da sociedade. Esperança
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que nós vermos, caríssimos irmãos e irmãs, que mesmo com todos os problemas e dificuldades desse vírus que tenta e faz tantas situações difíceis na vida das pessoas, nós temos o anticorpo da generosidade, da disponibilidade, da fraternidade, de querer fazer bem aos outros que acontece em tudo e todos aqueles que são cristãos e por isso mesmo nós temos essa esperança tão presente em nossos corações. Então, é tempo de esperança. É o tempo que temos mais difícil na nossa história, é tempo dos cristãos católicos serem sinais de esperança para a sociedade e para o mundo e o mundo tem essa necessidade de olhar para os cristãos e respirar a esperança que vem do alto, mas vem daqueles que creem em Jesus Cristo e espalham a esperança para todas as pessoas. Que nós durante esse tempo tão diferente e difícil sejamos os sinais, sinais da esperança e confiança no Senhor presente no meio de nós. D. Orani João Tempesta
TEM·PO
(latim tempus, oris)
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dicionário é um instrumento de grande valia para as pesquisas de significado das palavras durante o processo educacional, mas pouco ajuda quando tentamos explicar, de fato, a vivência de alguns termos como por exemplo o tempo. A sociedade em uma época determinada construiu o relógio de sol e dividiu o dia em 12 partes e depois em 24, criando as horas. Com base no sistema numérico sexagesimal, dividiu a hora em 60 partes e fez o minuto e dividindo o minuto em 60 partes, fez o segundo. Pôde-se assim definir os prazos e demoras, já que uma vez estabelecida uma medida para o tempo, ele sempre seria igual para todos. Será? Em um jogo de futebol, temos 2 tempos de 45 minutos, com pequenos acréscimos, mas muitos diriam que o jogo do Brasil e Alemanha em 2002 que contemplou o país como pentacampeão passou rápido demais, enquanto o fatídico 7X1 que tirou o Brasil da Copa do Mundo em 2014 demorou uma eternidade. Percebe-se, então, que a sensação de alegria e tormenta tem a capacidade de modificar a passagem do tempo para os homens, ainda que um segundo dure sempre um segundo. Aproveitando a época de quarentena em que muitos se perdem na contagem dos dias e se assustam ao notar que o dia demorou a passar, mas o mês passou rápido demais, convidamos a nossa comunidade a partilhar como tem sido o tempo da quarentena frente a perspectiva da fé e da meditação da Palavra de Eclesiastes 3. 1.Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do Céu. “Há alguns anos atrás, eu e minha esposa Edméa, fomos convidados para trabalhar na Pastoral do Dízimo. Inicialmente relutamos e rejeitamos o convite, pois imaginávamos o tamanho da responsabilidade, apesar de anteriormente termos assumido outras responsabilidades, como o EAC, onde fomos por duas vezes tios de círculo, e a Ação Social onde estamos, junto com uma equipe de casais amigos, responsáveis pelo plantão em uma das escalas da cantina. Nunca havíamos pensado em participar da Pastoral do Dízimo, pois além da responsabilidade mencionada, entendía-
Substantivo masculino 1. Série ininterrupta e eterna de instantes 2. A medida arbitrária da duração das coisas
mos que não era hora para assumir tal compromisso. Até que de forma inesperada, recebemos uma ligação telefônica do Padre Sebastião nos fazendo um convite direto, o qual não conseguimos rejeitar. Agora estamos há mais de dois meses fora das atividades, devido ao isolamento social, o que nos deixa com muita saudade da proximidade da igreja, dos amigos e do trabalho. Por outro lado, esse período de afastamento, nos leva a refletir, entre outras coisas, sobre a importância do serviço realizado pelas equipes e pastorais, tanto para o funcionamento da igreja, quanto no processo de evangelização. Termino desejando um breve retorno a todos e que Deus nos abençoe!”
Fabiano da Edméa.
2.Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. “Acredito que há quase 14 anos atrás quando meu marido escolheu o dia de Nossa Senhora do Carmo para consagrar sua vida, não imaginava o que esta data reservaria para o futuro. 16/07 em 2016, nosso casamento. 16/07 em 2020, a data provável do nascimento de nosso primeiro filho neste mundo. Quanta alegria! Na semana de nosso aniversário de casamento em 2018, perdemos nosso Junho 2020
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primeiro filho e Nossa Senhora do Carmo nos amparou. E três meses depois o segundo. Nestes momentos de dor conheci esta frase sobre Chiara Corbella Petrillo ‘A vida é um bordado que olhamos ao contrário, pela parte cheia de fios soltos. Mas, de vez em quando, a Fé nos faz ver a outra parte’. Esta serva de Deus em muito me ajudou a compreender estes momentos e esta frase em especial me marcou profundamente. Essa é a nossa história! Sendo construída com Cristo ao centro e adornada com estes lindos bordados de Nossa Senhora do Carmo. A nossa fé nos permite ver isto! Tamanha é minha gratidão a Deus por tudo que passamos e, em especial por esta grande graça que é gerar esta vida em meu ventre, que vemos nosso filho como um sinal de Deus para nós, porque sabemos que Deus está conosco, nosso Emanuel. Obrigada Senhor pelos nossos 3 filhos, por todo aprendizado e crescimento que tivemos com os dois que já estão no céu, no colo de Nossa Senhora que os segura por nós que não tivemos essa oportunidade, e pela graça de mais este que cresce em mim e com a Tua permissão conheceremos em breve! O Senhor não poderia ter escolhido melhor momento para nos presentear com esta grande graça! Ele é nossa alegria e esperança! E o amamos muito desde o dia que tomamos conhecimento de sua existência, que foi outro grande presente por sinal... bem no inicinho!”
Laís Duran
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3.Tempo de matar e tempo de curar; tempo de demolir e tempo de construir. “Em novembro de 2019, minha mãe descobriu que precisava fazer uma cirurgia de vesícula e foi encaminhada para um cirurgião que só tinha vaga em meados de dezembro. Ela fez todos os exames e levou achando que conseguiria fazer a cirurgia antes do final do ano, mas não conseguiu. A agenda já estava cheia e tinham as festas de final de ano, férias do médico e carnaval, só conseguimos marcar a data para 18 de março de 2020. Claro que a ansiedade por esse dia era grande para ela e toda família. Nesse meio tempo aconteceu a pandemia do Covid-19, mas sempre confiamos em Deus e em Nossa Senhora. O medo e a ansiedade tomavam conta de nós e na semana anterior ficamos naquela expectativa: terá ou não terá a cirurgia? (estávamos na espera do Senhor). Ligamos na sexta anterior e foi confirmada a programação, mas tudo iria depender de como as coisas ficariam naqueles dias devido ao aumento de casos de covid, então, na véspera ligamos novamente e a cirurgia foi confirmada. Chegou o dia e fomos. Meu pai nem saiu do carro, nos deixou e foi para casa e eu fiquei com ela, já que tinha direito a acompanhante. Cenário de guerra... só podia entrar no hospital (particular) quem tinha algum exame marcado, emergência ou cirurgia, todos os funcionários com EPI e ali estávamos confiantes que tudo daria certo, que era para ser naquele dia.
Demos entrada na internação e soubemos que aquele dia seria o último de cirurgias eletivas... a partir do dia seguinte só emergências. Deus sabe de todas as coisas, era para ser aquele dia e graças a Ele, ela operou e tudo deu certo. Os cuidados e prevenções foram tomadas, o médico fez a revisão pela internet para evitar a exposição e só a viu depois de 15 dias para retirada dos pontos. Nesse dia, o hospital parecia um deserto, só entrava o paciente, só atendimento de emergência, os atendentes tentando passar tranquilidade, mas sabemos do medo de todos que trabalham na área médica (eu mesmo trabalho e sei do medo que tive nos dias que trabalhei), até o próprio médico que antes estava tranquilo, dessa vez percebia-se preocupação. Agora, ela está se recuperando, mas não deixo meus pais saírem, temos que esperar isso passar. Então quem puder, fica em casa, isso vai passar e tudo vai dar certo. Depois disso vamos ser pessoas melhores, valorizando as pequenas coisas e a amizade”. Patrícia do Paço 4.Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de gemer e tempo de dançar.
“Faço parte do grupo de teatro da paróquia N. Sra. De Loreto e, desde 2014, vínhamos realizando a encenação da Paixão de Cristo na Sexta-feira Santa. Além da minha responsabilidade na coordenação, sempre participo como dançarina na peça. Não sou profissional, mas conseguir unir a minha arte de dançar com a evangelização me realiza muito. Mas este ano, não foi possível concretizar o que idealizamos. Roteiro
pronto. Ensaios iniciados. De repente, nos deparamos com a impossibilidade de continuar... Foi muito difícil aceitar que teríamos que adiar tudo. Afinal, a Paixão de Cristo já se tornou um marco na paróquia por proporcionar um momento especial de fé e reflexão. E agora? A coreografia estava ficando tão linda... traria uma mensagem tão importante abordando o cuidado que devemos ter ao usar a tecnologia, sobretudo as redes sociais. Mas agora era o tempo de parar. Era o tempo de viver a Semana Santa em casa, usando justamente as redes sociais como uma forte aliada para meditarmos a Paixão de Cristo e anunciarmos sua ressurreição. Foi preciso compreender a vontade de Deus. Este ano não foi tempo de dançar...” Charlene Cidrini
5.Tempo de atirar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de apartar-se. “A gente sente muita saudade do trabalho na cantina, são 23 anos em que já aconteceram tantas coisas, passaram tantos amigos que até já se foram e deixaram saudades. E, hoje, sentimos saudades de todos os amigos, tem amigos que nem vão na cantina, mas que quando nos veem lá, param para nos abraçar, falar dos filhos... Antes de começar o trabalho na cantina, sempre fazemos uma oração para que possamos ser a face de Deus para as pessoas que irão lanchar. A gente nem sabe com quem está falando lá e tem que tratar bem todas as pessoas porque ali temos contato com Jesus advogado, Jesus negro, Jesus muito pobre, Jesus que doa, Jesus que vai nos visitar de todas as formas. Quando me pediram para fazer esse relato sobre o trabalho na cantina, pensei nesse tempo de atirar pedras, porque as vezes o amigo passa, senta lá e não vê a gente e o que a gente faz? Atira pedra para o amigo nos enxergar lá do outro lado e depois chega o tempo de ajuntá-las para podermos com essas pedras ajudar a casa das pessoas que são assistidas pela ação social em suas necessidades. Nesse serviço, o que mais fazemos é abraçar, tanto os que trabalham conosco quanto os que vão ali para lanchar, mas as vezes também é tempo de nos afastar quando vemos algo que não convém a Igreja, pois muitas vezes do balcão vemos algo que não nos agrada, mas nos apartamos e oramos por aquela situação. Por tudo isso aguardamos o retorno da felicidade desse trabalho que fazemos na Igreja a tanto tempo e que foi o meio que nos entrosamos com a comunidade. ” Edméa do Fabiano
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6.Tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora. “No início desta pandemia já estava com o meu coração um pouco angustiado por saber que estaríamos o tempo todo expostos devido ao trabalho do Filipe no hospital. Na mesma semana, um pouco depois de ter saído de casa para trabalhar, recebi um telefonema dele um pouco assustado pedindo para que eu e nossa filha fôssemos passar um tempo na casa dos meus sogros, pois ele estava chegando em um dos hospitais que, em tempos normais já não tinha estrutura, agora então não havia equipamento algum de proteção aos funcionários. Como temos uma bebê, ele achou que estaríamos mais seguras afastadas dele. Passamos um mês e meio longe um do outro. Até que, por meio de muita oração e reflexão, decidimos voltar para casa. Sabemos que não há uma previsão certa para tudo isso acabar, mas sabemos também que precisamos ficar juntos cuidando um do outro. Agora, tomamos todos os cuidados com maior atenção, mas sabemos que saímos disso fortalecidos, pois estamos juntos e assim permaneceremos até o fim.”
Camilla Rosster
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7.Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. “Em 18 de março, na cidade de Reggio Emília, bem pertinho da área mais afetada pela COVID-19, recebi a comunicação do meu desligamento da empresa onde trabalhei por quase cinco anos, o motivo: crise causada pelo vírus. Aeroportos fechando em todo o mundo, voos cancelados, Itália em completo lockdown, ruas vazias, e eu tendo que conseguir voltar para minha casa no Brasil, no meio desse caos. Minha empresa conseguiu um único voo disponível, de última hora, que saía da Itália em direção ao Rio de Janeiro no dia 20 de março, dois dias depois do meu desligamento e pouquíssimos dias antes de anunciarem um possível cancelamento de todos os voos da Europa para o Brasil. Consegui fazer a mala com tudo que eu tinha na Itália, entregar casa, carro, computador e celular da empresa, sem me despedir pessoalmente de ninguém praticamente, me colocaram em um transporte particular até o aeroporto, dado a falta de outras opções de transporte. Três dias depois do meu desligamento eu estava dentro da minha casa no Rio, onde me coloquei em um isolamento total de 14 dias a toda a minha família, até me assegurar que não carregava o vírus. Só saía do quarto para ir ao banheiro e comer na varanda (pulando a janela para não ter que caminhar dentro da casa). Tenho certeza que neste período você já deve ter ouvido muitas histórias de atribulações como esta, possivelmente até piores. Tendo dito isto, assim como me perguntei algumas vezes, você pode ter se perguntando o porquê de Deus estar permitindo tudo isso, já que na sua palavra mesmo diz que nenhum fio de cabelo nosso se perderá sem a permissão Dele. Deus tem falado muito forte no meu coração, uma única frase: “foque nas prioridades”. Mas não qualquer prioridade, e sim as prioridades do ser humano, plantadas nos nossos corações por Deus. Como não acredito em coincidências e sim em obras divinas, quando me pediram para escrever sobre essa passagem, imediatamente percebi que Deus estava me dando a mesma passagem que ele já havia me dado antes
da pandemia, me pedindo para falar sobre esse tema a pessoas já pensadas por ele como um possível target. E dentro dessas pessoas está você, querido leitor. Baseado nesse versículo de Eclesiastes, acredito que é realmente “tempo de rasgar” e “tempo de calar”. É tempo de deixar que Deus rasgue todo o tecido do material que cobria nossas realidades com falsas e supérfluas seguranças, como dito perfeitamente pelo nosso tão querido Papa Francisco durante a quaresma deste ano. É tempo de nos calarmos e, ao invés de nos queixarmos desse período, ainda que seja um período extremamente difícil, tentemos compreender o que é exatamente que nosso Deus está tentando comunicar a cada um de nós e ao mundo como um todo. Dentro dessas águas turbulentas que estamos vivendo, deixemos de nos debater para não nos afogarmos e permitamos que Jesus nos resgate, não somente das águas, mas de nós mesmos e de todas as falsas e supérfluas seguranças, nas quais tenhamos entrado, no meio do caminho até aqui. Fiquemos firmes na fé e confiemos que sairemos dessa pandemia mais resilientes, sábios e o mais importante, focados nas prioridades do Senhor em nossas vidas.”
8. Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.” “Estava caminhando pelo ‘pátio das mangueiras’ para me exercitar um pouco nesse tempo de sedentarismo mais acentuado, quando palavras de Santa Teresa de Ávila vieram à minha mente. Como gosto de cantar, olhei para um lado e para o outro e comecei: ‘Nada te turbe, nada te espante ... só Deus basta’. Repetidas vezes essa melodia me fez passar aqueles vinte minutos para lá e para cá e, com isso, não é muito difícil ficar mergulhado em Deus e, portanto, a confiança Nele aumenta. Dessa forma, a frase, tantas vezes repetida: ‘Vai passar’ não se torna um lugar comum, porque só Deus não passa, Ele fica conosco para sempre!” Pe. Luiz Antônio do Nascimento Pereira CRS
Encerramos essa coluna inundados por essa paz inspirada por um dos nossos pastores! Que a Paz de Jesus transborde em seus lares e em seus corações nesse tempo de esperança, nesse tempo que também é de Deus, pois esperamos com confiança e fé a celebração da vida em comunidade, na certeza de que independente da contagem do tempo: tudo passa, só Deus não passa. Reportagem: Gisele Lopes
Lucas Maia
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Santuário da Adoção
Desafio de adotar uma criança mais velha
Adotar uma criança mais velha é uma escolha corajosa e generosa, uma vocação que precisa ser assumida de forma consciente, buscando recursos para o desafio de ser instrumento de cura e restauração. Por mais que a família se prepare, a realidade é sempre surpreendente e desafiadora. Parafraseando Simone de Beauvoir, que disse que “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, “Não se nascem pais, tornam-se pais”! Cada filho é diferente e a relação se constrói no caminho. Não dá para antecipar ou prevenir as crises próprias a cada relação, mas dá para identificar alguns desafios comuns a todas as famílias e especialmente às famílias que adotam crianças com mais idade. No caso da adoção tardia, um dos recursos mais importantes é a experiência de famílias que já passaram por essa situação. Um testemunho pode ser visto no filme O Contador de Histórias, que relata a história real de um menino adotado por uma pedagoga francesa. O filme não esconde os traumas, os conflitos, as recaídas, e os testes aos quais o vínculo foi submetido, mas mostra que é possível ter um final feliz. Eu mesma acompanhei algumas famílias bem-sucedidas. Alguns princípios comuns: 1. Convencer a família extensa A decisão cabe ao casal, que deve 14
conseguir a adesão dos filhos e comunicar seus planos aos seus respectivos pais (do casal), pois estes se tornarão avós e, por isto, precisam se sentir solicitados e integrados. É preciso ter paciência para desmanchar preconceitos e convencer a família. Devem-se evitar discussões e rupturas, pois a criança adotada não pode se tornar fonte de tensão ou afastamento no seio da família. É importante preparar os filhos (futuros irmãos) e deixar claras as motivações do casal para que se sintam cooperadores. 2. Encarar a verdade. Muitos pais receiam contar a verdade por medo de machucar o filho adotivo ou porque não querem ser rejeitados pela criança. Não adianta fingir que é filho biológico. Qualquer deturpação da verdade acerca da origem da criança (que ela conhece no íntimo, mesmo que de forma inconsciente), prejudicará seu desenvolvimento e a qualidade da relação de confiança que se pretende construir com ela. A verdade dita de forma simples, clara e adaptada à idade da criança permitirá, que ela vá digerindo no decorrer da sua existência a questão da sua origem. Não se deve mentir nem omitir nada, mas também não é necessário bater sempre na mesma tecla. Basta esclarecer suas dúvidas. Certa vez uma criança perguntou aos pais adotivos: “De onde eu vim?” Os pais começaram uma longa explicação sobre gestação biológica e gestação afetiva quando o filho os interrompeu dizendo: “Só perguntei
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porque o meu amigo veio de Campinas!”. Uma coisa é certa: silêncio e segredos minam a relação. É preferível introduzir o tema da adoção de forma natural no universo da família. A maneira como os pais lidam com esta delicada questão revela suas emoções íntimas. Talvez eles precisem aprender a lidar com estas emoções de forma mais consciente. Os pais precisam estar atentos às confidências e dúvidas da criança. As lembranças são as peças de um quebra-cabeça que a criança precisa reconstruir. Por isto, é bom registrá-las. Cabe aos pais tentar dar uma imagem positiva, mas não idealizada, dos pais biológicos. Não se deve inventar dados desconhecidos para tentar preencher os buracos na memória da criança. Basta ela saber que suas lembranças são acolhidas para que a memória solte aos poucos os detalhes importantes à medida que a criança consegue assimilá-los. Ela precisa expressar o seu sofrimento. Sua versão dos fatos pode variar no decorrer do seu processo de desenvolvimento. Respeitar a versão da criança não significa supervalorizar seus sofrimentos, pois ela pode usar isto para chamar a atenção e aos poucos gostar do papel de vítima. É bom ajudá-la a perceber sua história com novos enfoques e fazer uma releitura positiva. Por exemplo, a mãe pode ser vista como alguém que preferiu dar-lhe melhores oportunidades por conhecer suas próprias limitações. É importante frisar para a criança que, mesmo que seus pais biológicos não tenham planejado sua vinda, Deus a quis! Mostrar que, se ela sobreviveu,
é porque foi cuidada, alimentada e houve amor suficiente para se evitar o aborto. 3. Superar os obstáculos de cada etapa: a) A adoção: a decisão precisa ser tomada encarando com honestidade as motivações, os medos, as barreiras, os riscos, os sonhos, as consequências práticas no dia-a-dia. A espera da criança mexe conosco porque nos remete à relação com os nossos pais, traz à memória emoções e angustias da nossa infância, pode gerar inquietações que repercutirão na relação conjugal. De uma forma ou de outra, a solidez do vínculo será testada para ver se este aguenta incluir outra pessoa. A criança também está à espera de uma família. Quanto maior o desejo, maior o medo de uma nova rejeição, já que a criança passou por pelo menos duas separações: da mãe biológica e da instituição que a acolheu. Ela vai tentar se proteger testando a solidez dos novos vínculos. Ela precisa de tempo para superar seus temores e passar a confiar.
b) A lua-de-mel: Assim como na relação marido/mulher, há uma fase de sedução mútua, na qual cada um procura corresponder às expectativas do outro. Os limites são testados e é importante que sejam claros e firmes. Os pais não podem ter medo ou se deixar manipular pela cara feia da criança toda vez que colocam algum limite. Limites adequados são fundamentais para reafirmar o compromisso com a criança e dar ela uma estrutura firme para crescer. c) A volta à realidade: precisamos aceitar os conflitos como saudáveis e como oportunidades de consolidar o vínculo. Abrir mão da expectativa de sermos pais perfeitos libera a criança para ser ela mesma, uma pessoa em construção, com seus talentos e dificuldades. Quando alguém toca em nossas feridas, reagimos usando nossos mecanismos de defesa e ataque. A criança ferida tenderá a testar o vínculo e responder com agressão ou autoagressão toda vez que se sentir ameaça-
da. Cabe aos pais perceber na atitude hostil da criança um pedido de socorro e responder com amor. É preciso contê-la e reafirmar o compromisso incondicional com ela. Os pais adotivos tendem a cobrar de si mesmos a perfeição para compensar o sofrimento da criança e sentem-se impotentes e frustrados quando a criança responde de forma agressiva. É importante que percebam que eles não são culpados pela agressão da criança. Esta provém de feridas anteriores que foram mobilizadas involuntariamente por eles. Assim, em vez de se defenderem, eles podem aproveitar a oportunidade para ajudar a curar estas feridas, vencendo o mal com o bem. É bom lembrar que somos todos filhos adotivos do Pai de Jesus Cristo. É o amor de Deus derramado em nossos corações que cura nossas feridas e perdoa nossas iniquidades. Firmados neste amor, podemos enfrentar todas as tempestades, porque ele estará conosco, dando sabedoria, discernimento, paciência, perseverança, para aprender a amar como ele, aceitando, inclusive, a parcela de sofrimento inevitável, pois, até para ele, amar significou estar disposto a sofrer por nós! Precisamos ainda confiar na capacidade de resiliência da criança, nos recursos internos que ela tem para superar as marcas do passado. Esta resiliência pode gerar crianças particularmente dotadas, do ponto de vista da sensibilidade e criatividade. Como diz o psiquiatra Adalberto Barreto, “É da carência que nasce a competência!”. Por Isabelle Ludovico - Origem: Revista Mãos Dadas. Edição 27. Foto: Revista Crescer globo.com
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Loreto em Ação
JÁ CONHECE O APP DA NOSSA IGREJA? Confira e fique por dentro das novidades!
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Meu Loreto
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arcando o Dia Mundial das Comunicações Sociais, este ano em 24 de maio, tivemos o lançamento do app MEU LORETO, aplicativo para celular e tablets, que tem por objetivo tornar mais simples e mais fácil a comunicação da nossa paróquia. O app MEU LORETO pode ser baixado gratuitamente na loja de aplicativos: Google play store para os aparelhos com sistema Android e o App Store para os IOS. Após efetuar o download do aplicativo e realizar o cadastro, fica disponível o acesso ao conteúdo exclusivo da nossa paróquia, e o usuário poderá interagir de forma simples e segura. O usuário do Meu Loreto, encontrará com facilidade as notícias da paróquia, programação das atividades, a liturgia diária, pedidos de oração, e muito mais. Destacamos duas importantes funções: A primeira é o ícone AO VIVO, onde o usuário pode acessar o You Tube, com um toque e assistir ao vivo a transmissão das missas e demais atividades on line. A outra facilidade é o ícone DOAÇÕES. Clicando ali, o usuário pode escolher doar pelo dí16
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Faça uma doação de forma rápida e prática para a nossa Igreja utilizando o QRCode abaixo!
zimo ou pela oferta e após informar o valor da doação, optar pela forma de pagamento, que será em débito (pelo pic pay), pelo cartão de crédito ou através de boleto bancário. Neste momento de isolamento, contar com essa facilidade é muito importante, mas também depois, continuaremos usando esse meio, tão prático de realizar as doações. Baixe agora o aplicativo e comece a usar. Em caso de dúvidas ou sugestões, entre em contato com a Pascom, pelo e-mail: pascom@loreto.org.br ou pelo fale conosco do nosso site: www.loreto.org.br.
#ColunaJovem EJC! LIVE IN LORETO
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s dias de distanciamento social apresentaram diversos desafios para o mundo como um todo. Aqui no Brasil não foi diferente, diversas paróquias encontraram na internet uma nova forma de se manterem em contato com seus fiéis, transmitindo as Missas e momentos de oração, via internet. Além de iniciativas de para manter a rotina de oração, diversas pastorais e movimentos apostaram também nas transmissões ao vivo. Entre os jovens, não seria diferente, né? No dia 27/04/2020, aconteceu a primeira Live do EJC Loreto, totalmente idealizada, organizada, produzida e executada pelos jovens do movimento. O responsável e idealizador dessa primeira edição, foi o paroquiano Bruno Caetano, membro do EJC e atual responsável pela sonorização dos eventos e Missas realizados em nossa Paróquia. Além dele estiveram envolvidos na live outros seis jovens. Ademais, alguns outros membros enviaram vídeos, que foram reproduzidos durante toda a live A coluna jovem busca sempre estar ligadinha nas novidades e não iria deixar essa iniciativa passar em branco, por isso realizamos uma entrevista (bem divertida por sinal) com toda a equipe da live, para saber as motivações e os detalhes para que a live acontecesse e tivesse toda a repercussão positiva e inovadora. Durante toda a entrevista, que ocorreu por vídeo-
-chamada, me deparei com a empolgação de toda a equipe, além de uma inegável sensação de dever cumprido, por ter visto uma iniciativa tão modesta ter um alcance tão bacana, ter chegado a tantos lugares (no Brasil e no Exterior), sem contar é claro, com o feedback de diversos ouvintes que se sentiram realmente mais próximos de Deus, ao participarem e assistirem a live. Sem dúvidas, a resposta mais ouvida foi: Alegria em poder evangelizar através de iniciativas como essa, a emoção em poder ver algo simples chegando a tantos corações, ultrapassando os limites da paróquia e do país. Toda a estrutura de equipamentos utilizada fora dos próprios membros da equipe, incluindo computadores, celulares, luzes, cabos, instrumentos e o local. A única contribuição externa foi a da
mesa de som, que foi gentilmente cedida pelo próprio EJC Loreto. Caso você queira assistir, a live está disponível no canal do EJC Loreto, no YouTube, basta acessar e você poderá assisti-la na íntegra! Segue a ficha técnica da equipe: Transmissão e imagens: Bruno Caetano / Mixagem de som: Vinicius Nunes / Assistência: Felipe Caetano / Iluminação: Hilton Ribeiro / Voz e violão: Victor Reis / Violão: Henrique Maeta / Cajon: Patrick Caetano. A próxima live já tem data prevista para este mês de junho e desde já fica o convite de toda a equipe para que todos possam participar! Fiquem ligadinhos nas redes sociais para acompanhar todas as novidades! Paz e Bem!
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Pé na estrada Terço na mão
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ostaria de relembrar a época que fizemos a travessia (julho/2013) num trekking com o grupo de 10 aventureiros(as) cariocas, mais o guia Dmitri de Igatu e 2 ótimos apoios. Com mochilas cargueiras entre aproximadamente 10kg a 15kg nas costas, cruzamos o Vale do Pati, no Parque Nacional da Chapada Diamantina na Bahia. Iniciamos os 6 dias de caminhada pela cidade de Palmeiras no Vale do Capão e terminamos em Andaraí. Caminhamos um total de 87 km. No 1º dia caminhamos por 21km e, bem cansados, chegamos à casa do Sr. João, já à noite. Outras pessoas já estavam instaladas cantando ao redor de uma fogueira e ao som de um violão. Pela manhã do 2º dia ele abriu a Igrejinha para todos que estavam lá. Sua construção não tem uma datação exata, mas foi erguida nos áureos tempos do café na região, sendo que no início do século XX moravam na região cerca de 3.000 pessoas. Hoje são poucas famílias. A atual Igrejinha, como é chamada pela comunidade local, foi reconstruída em 2000 já que a antiga começou a ruir e cair. Na construção atual, as imagens dos santos e pertences (portas e telhados) ainda são da construção original. Não havia padre e, por muito tempo, um morador cujo o nome era Tico, cuidava da igreja. Ele era considerado o curandeiro do Pati, pois unia a piedade popular, tradições do catolicismo e crenças de matriz africana,
num sincretismo religioso sem igual. No altar encontram-se diversas imagens que foram doadas por peregrinos e amigos da igreja. Muitas lembranças de um Deus que é maior. E viva nossa natureza! Colaborou Paulo Renato da Pascom Loreto e o guia local Dmitri de Igatu – BA.
Você já viveu uma experiência parecida? Encontrou em suas andanças uma igreja ou uma devoção local, que pode ser indicada a outros “viajantes”? Partilhe conosco, enviando texto e foto para a nossa coluna Pé na Estrada, Terço na Mão, pelo e-mail: pascom@loreto.org.br.
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José Barnabé – Padroeiro de Chipre - 11 de junho
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ão Barnabé foi um dos primeiros cristãos a serem mencionados nominalmente no Novo Testamento, onde seu nome aparece 29 vezes. Sabe-se que seus pais eram judeus gregos de Chipre e que seu nome original era José. Era descendente da tribo de Levi e sobrinho de Maria, mãe de João Marcos, autor do segundo Evangelho (Colossenses 4, 10). Portanto, Barnabé era primo de São Marcos. Sabemos que Marcos era discípulo de Pedro. Esta proximidade com Apóstolos e Evangelistas certamente influenciou sua vida. Um homem bom O Evangelista Lucas menciona Barnabé como um “homem bom”. Ele possuía uma área de terras na ilha de Chipre. Porém, depois de sua adesão total a Jesus Cristo, vendeu tudo e entregou o dinheiro aos líderes da Igreja em Jerusalém. Por causa disso, os Apóstolos lhe deram um nome novo: Barnabé. São Lucas, em Atos 4, 36, dá o significado do nome: “Filho da Consolação ou Filho da Exortação”. Amigo de Paulo e Apóstolo Algumas fontes dizem que Barnabé e Paulo estudaram juntos em Chipre, na escola do grande Mestre Gamaliel. Quando Paulo voltou a Jerusalém após converter-se, foi Barnabé quem o apresentou aos Apóstolos (Atos 9, 27). Um detalhe do livro dos atos dos Apóstolos 14, 14 muitas vezes passa despercebido: Barnabé é citado antes de Paulo quando a dupla é mencionada. “Barnabé e Paulo”. Ambos são denominados Apóstolos. Esse detalhe mostra a importância de Barnabé no início do cristianismo. Além disso, Barnabé é mencionado entre os setenta e dois discípulos enviados pelo próprio Jesus a pregar pela Palestina. Missionário com São Paulo na primeira viagem missionária Depois disso, Barnabé e Paulo foram enviados em missão pela Ásia Menor. Estiveram anunciando o Evangelho em Chipre, Panfília, Licaônia e Pisídia (At 13, 14). Em Lídia, os dois passaram por uma experiência inusitada. Por causa do dom da palavra e dos milagres, começaram a ser considerados como dois deuses
gregos Hermes (Paulo) e Zeus (Barnabé). Os dois tiveram muito trabalho para convencer a população que não eram “deuses”, mas simplesmente enviados em nome do Único e Verdadeiro Deus. (At 14, 12). Morte Relatos indicam que São Barnabé tenha sido morto em Salamina, Chipre, por judeus. Estes não suportaram o grande sucesso que Barnabé alcançou entre os judeus, prenderam-no e depois apedrejaram-no. Marcos, seu primo evangelista, sepultou o corpo numa caverna. Séculos mais tarde, em 488, suas relíquias foram encontradas e um mosteiro foi construído em sua homenagem em Salamina. Por isso São Barnabé passou a ser venerado como Padroeiro de Chipre. São Barnabé, rogai por nós! Fonte: Cruzterrasanta.com Junho 2020
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Bem-Estar
Como a saúde bucal e o diabetes estão relacionadas?
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higiene oral tem por objetivo evitar o acúmulo de placa bacteriana nas superfícies bucais (dentes e língua) e, como consequência, evitar cáries, doenças gengivais e mau-hálito, entre outras doenças. Quando não há uma boa higiene ou não há acompanhamento profissional, muitas vezes esse objetivo não é alcançado e uma doença pode se instalar. Periodontite - Uma das doenças gengivais mais comuns, é um estado inflamatório crônico da gengiva. A periodontite pode causar sangramento gengival, perda de osso, dor e até perda dos dentes. E o que isso tem a ver com diabetes? O diabetes é caracterizado por alterações metabólicas que impedem que a glicose (açúcar) seja captada corretamente, o que faz com que essa permaneça em grande quantidade no sangue (hiperglicemia). Quando o diabetes não está controlado, a hiperglicemia crônica gera alterações na resposta inflamatória sistêmica, causando complicações. Na gengiva, pode acontecer um aumento na destruição tecidual, causado por essa resposta inflamatória exagerada, o que faz com que ocorra um agravamento ou aparecimento de periodontite. Além disso, a cicatrização do paciente diabético é prejudicada, dificultando a resposta à tratamentos dentários como extrações e implantes, além de diminuir a resposta ao tratamento periodontal. O que podemos fazer? Atualmente, sabemos que quando a periodontite é
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tratada de forma correta, existe uma melhora na resposta inflamatória sistêmica, fazendo com que haja um melhor resultado no tratamento do próprio diabetes. Da mesma forma, quando o diabetes está devidamente controlado, o tratamento para a periodontite tem um resultado mais favorável. Dessa forma, o importante é sempre seguir um tratamento profissional médico e odontológico, sabendo que um influencia o outro. Quem disse que saúde bucal e saúde geral andam separadas? E a sua saúde bucal, como está? Colaborou: Julia Gabiroboertz Cardoso Coelho Cirurgiã-Dentista/Endodontista (21) 99995-1870
Coluna Cultural
Um santo surfista No mês de junho a nossa Coluna Cultural, junto com as Paulinas Livraria, apresenta o livro: Um Santo Surfista. A obra traça o perfil biográfico, destacando os aspectos espirituais e as virtudes heroica de Guido Schäffer, jovem surfista carioca que descobriu que a sua ‘onda’ era seguir a Cristo. Estudou Medicina e acabou, mais tarde, por entrar no
seminário para ser sacerdote. Guido nasceu em Volta Redonda, RJ e faleceu em 2009, pouco antes de sua ordenação presbiterial, no Rio de Janeiro, num acidente no mar, ocorrido quando surfava com seus amigos. Como médico, atendia na Santa Casa de Misericórdia os moradores de rua, gratuitamente, como médico voluntário. Com seu
falecimento, seu túmulo tornou-se lugar de devoção, principalmente na data de seu aniversário (22 de maio). Diante das graças alcançadas pela intercessão do ‘Surfista santo’, a arquidiocese do Rio de Janeiro transferiu seus restos mortais do cemitério São João Batista para a igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e abriu um processo de beatificação junto à Santa Sé em 2014. Valor: 29,00 Sete de Setembro, 81- Centro – RJ – Tel. (21) 2232-5486 Aurelino Leal, 46 – Centro – Niterói – Tel. (21) 2622-1219 Dagmar da Fonseca, 45 – Madureira – Tel. (21) 3355-5189
Que tal partilhar conosco sua sugestão para a Coluna Cultural?! Envie sua sugestão (texto e uma foto) para pascom@loreto.org.br com o título “Coluna Cultural”, participe!
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Fé e Política Robson Leite
“Não há paz sem justiça” “... E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, 47. meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48. porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49. porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. 51. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. 52. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. 53. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. 54. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, 55. conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre ...” (Lc, 1, 46-55) Mais um jovem, ou melhor, uma criança assassinada pela polícia. Recebo essa notícia no período pascal, mas o que vem a minha cabeça é a sexta-feira da paixão, quando recordamos o sofrimento e a morte de Jesus. Ele que no Evangelho coloca o seu rosto no rosto de quem sofre e é perseguido. Ele que se pôs ao lado do pobre, do oprimido e do marginalizado. Ele que nasceu pobre e sem teto em um estábulo no seio da família de Nazaré, e se fez operário na oficina de José. E morreu pelas mãos das autoridades políticas e religiosas de seu tempo. As mesmas que, certamente, defenderiam hoje a redução da maioridade penal, a liberdade dos mercados, a diminuição do Estado, a escravidão dos negros e os mecanismos econômicos concentradores de renda e oportunidades ao mesmo tempo em que geram, em função disso, pobreza, miséria, morte e opressão. O nome da mãe que sofre pela morte do seu filho não é Maria, mas é pobre e humilde como a mãe de Jesus. Domés-
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tica, assalariada e moradora de favela que viu seu filho inocente morrer pelas mãos do Estado, assim como foi a morte de Jesus de Nazaré. A história triste, opressora e lamentável se repete, e nós nos perguntamos: até quando? A Maria mãe do Salvador proclamava, quando esteve com Isabel, sua prima, o claro lado de Deus em uma das mais lindas orações, chamada de Magnificat, registrada no Evangelho de São Lucas e que encabeça este artigo: a defesa incondicional dos pobres e dos oprimidos. E nós? De que lado estamos? O que faremos? Nesse momento, se solidarizar com a profunda dor dessa mãe. E lembrar sempre o que dizia o Profeta Isaías sete séculos antes de Cristo: “Não há paz sem justiça”. Talvez os nossos governantes devessem entender essa frase do Profeta Isaías não como algo puramente religioso, mas como uma proclamação estratégica de política pública. O último braço do Estado que deveria estar dentro de uma comunidade carente deveria ser a polícia – evidentemente que não essa que mata e oprimi os pobres e os negros. Antes disso, deveríamos ter educação, saúde, saneamento e cultura. Mas, infelizmente, o conceito de pacificação propagado pelos nossos governantes resume-se apenas a presença, quase sempre opressora e violenta, da polícia... Que os Dons do Espírito Santo nos levem a lutar, com esperança e amor, por um mundo justo, fraterno e solidário... Ou seja, pelo Reino de Deus prometido pelo Cristo no Evangelho. (*) Robson Leite é professor universitário, escritor, petroleiro, membro da nossa paróquia, ExSuperintendente do Ministério do Trabalho no RJ e foi Deputado Estadual de 2011 a 2014. Site: www.robsonleite.com.br Página do Facebook: www.facebook.com.br/ robsonleiteprofessor
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SEGUNDA
TERÇA
QUARTA
QUINTA
SEXTA
ANGELUS - 18H00
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MISSA - 19h30
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TERÇO NOSSA SENHORA DE LORETO - 10h00
TERÇO NOSSA SENHORA DE LORETO - 10h00
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SÁBADO
DOMINGO
MISSA - 18h30
MISSA - 10h30 / 19h00
TERÇO DA MISERICÓRDIA - 15h00
Junho 2020
O Mensageiro
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loretinho
Junho, mês do Sagrado Coração de Jesus! Querido (a) amigo (a), “O Coração de Jesus foi aberto pela lança. Jorrou Sangue e água. Amou-nos até o fim. Não é fácil ser bom, às vezes nos tomam por bobos, ou por fracos; mas vale apena acreditar que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus, que possui a chama desse Divino Coração e anseia por amor e felicidade embora se saia frequentemente,
PROCURE AS PALAVRAS: Encontre 7 nomes de santos que comemoramos neste mês de Junho: São JOÃO – São PEDRO - São PAULOSanto ANTÔNIO – São BONIFÁCIO – Santo EFRÉM – São BARNABÉ.
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LORERINDO Advinhas (Desembaralhe a resposta) O que encontramos no final do túnel? (LARTEL A ) Porque o papagaio foi ao ortopedista? ( IOAGAPAP ED OCIB MET) Como o Batman faz para que abram a Bat-caverna? AMLAP – TAB O que é que quando se mata todos ficam contentes? EMOF O que acontece entre o escorregão e o grito? OBMOT 24
O Mensageiro Junho 2020
Elaborado pelas Irmãs de Belém
tão mal nessa busca, procurando endereços errados.” (Madre Maria Helena Cavalcanti) Neste mês a Igreja nos convida a contemplar de modo particular o Sagrado Coração de Jesus, contemplar e deixar-nos transformar por Ele, pois Jesus é o único endereço e se faz exemplo: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.”
LENDO A BÍBLIA Jesus é nosso Modelo, por isso devemos imitá-Lo. Nossa Mãezinha nos ensina: “...\Só Deus é bom; por isso é bom para mim, aderir a Deus, fazer um só espírito com Ele....” (Madre Maria Helena Cavalcanti) Complete a passagem bíblica, Mt 11, 29-30 e descubra as virtudes que mais caracterizam o Coração de Jesus . “Tomai sobre vós o meu ____________ e aprendei de mim, porque sou __________ e ____________ de coração, e encontrareis _____________ para vossas almas, pois o meu _______ é suave e o meu __________ é leve.”
PARA REZAR... TERÇO PELAS ALMAS Caros amigos, é obra de misericórdia rezar pelos falecidos. Conhecidos e não conhecidos. -Vinde ó Deus em meu auxílio. / Socorrraei – me sem demora. (Nas contas do Pai Nosso) V. Jesus, Maria e José; Maria Mãe de Deus e Mãe nossa R: Rogai por nós e pelos mortos. ( Nas contas da Ave Maria) V. Misericordiosíssimo Jesus /R: Dai-lhes o descanso eterno. (No final, três vezes) V. Daí-lhes, Senhor, o descanso eterno. R. E a Luz perpétua os ilumine.
São Barnabé