Pé na estrada Terço na mão
G
ostaria de relembrar a época que fizemos a travessia (julho/2013) num trekking com o grupo de 10 aventureiros(as) cariocas, mais o guia Dmitri de Igatu e 2 ótimos apoios. Com mochilas cargueiras entre aproximadamente 10kg a 15kg nas costas, cruzamos o Vale do Pati, no Parque Nacional da Chapada Diamantina na Bahia. Iniciamos os 6 dias de caminhada pela cidade de Palmeiras no Vale do Capão e terminamos em Andaraí. Caminhamos um total de 87 km. No 1º dia caminhamos por 21km e, bem cansados, chegamos à casa do Sr. João, já à noite. Outras pessoas já estavam instaladas cantando ao redor de uma fogueira e ao som de um violão. Pela manhã do 2º dia ele abriu a Igrejinha para todos que estavam lá. Sua construção não tem uma datação exata, mas foi erguida nos áureos tempos do café na região, sendo que no início do século XX moravam na região cerca de 3.000 pessoas. Hoje são poucas famílias. A atual Igrejinha, como é chamada pela comunidade local, foi reconstruída em 2000 já que a antiga começou a ruir e cair. Na construção atual, as imagens dos santos e pertences (portas e telhados) ainda são da construção original. Não havia padre e, por muito tempo, um morador cujo o nome era Tico, cuidava da igreja. Ele era considerado o curandeiro do Pati, pois unia a piedade popular, tradições do catolicismo e crenças de matriz africana,
num sincretismo religioso sem igual. No altar encontram-se diversas imagens que foram doadas por peregrinos e amigos da igreja. Muitas lembranças de um Deus que é maior. E viva nossa natureza! Colaborou Paulo Renato da Pascom Loreto e o guia local Dmitri de Igatu – BA.
Você já viveu uma experiência parecida? Encontrou em suas andanças uma igreja ou uma devoção local, que pode ser indicada a outros “viajantes”? Partilhe conosco, enviando texto e foto para a nossa coluna Pé na Estrada, Terço na Mão, pelo e-mail: pascom@loreto.org.br.
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O Mensageiro Junho 2020