O MCC E A NOVA EVANGELIZAÇÃO O MCC E A NOVA EVANGELIZAÇAO – O Papa João Paulo II, na sua alocução ao CELAM, no dia 9 de Março de 1983, pediu aos Bispos: “Um compromisso vosso como Bispos, em conjunto com o vosso presbitério e fieis; compromisso, não de reevangelização, mas sim de uma evangelização nova. Nova no seu ardor, nos seus métodos e na sua expressão”. – No MCC entendemos a novidade do ardor como a necessária renovação na santidade de vida, fruto do encontro pessoal com Cristo na oração e na Eucaristia, da vivência de uma espiritualidade que promove a comunhão e nos entusiasma para a missão. – Entendemos a novidade no método e na expressão como a atualização e renovação contínua dos meios de atuação que tornarão possível o anúncio da pessoa, da mensagem e da obra de Jesus Cristo, mais acessível para o homem e mulher de hoje, conseguindo, assim, o MCC, um melhor trabalho na Igreja e no mundo. – O MCC, Movimento eclesial, que tem como finalidade o anúncio do Kerigma com vista à fermentação evangélica dos ambientes refletiu durante este Encontro Mundial sobre a urgência do compromisso de realizar a nova evangelização. – O MCC reconhece a necessidade de responder à convocatória da Nova Evangelização a que foi chamada toda a Igreja. No VI Encontro Mundial – Documento Final aparecem os seguintes compromissos.
– Para renovar o ardor: a) – Iniciar um processo de discernimento sobre a espiritualidade própria do MCC, sendo fieis ao nosso carisma; b) – Promover um espírito de conversão contínua, mediante um encontro pessoal e intimo com Cristo, que conduza a uma vida de santidade; c) Dar lugar prioritário à experiência da oração e à vida sacramental, em especial a Penitência e a Eucaristia; d) – Dar uma formação pessoal e comunitária assente em valores humanos, nas virtudes cristãs e na vivência dos dons do Espírito Santo. – Para renovar o método: a) – Já que a novidade do método se fundamenta no testemunho de vida cristão, é indispensável a coerência entre a fé e a vida dos cursilhistas; b) – Renovar o MCC mediante a incorporação e formação de uma nova geração de jovens dirigentes, integrando-os nas suas diversas estruturas; c) – Manter uma atitude de revisão e atualização, de acordo com as exigências do mundo atual; d) – Insistir na necessidade de que a proclamação da mensagem no MCC seja: cristocentrica, kerigmática e vivencial. (VI Encontro Mundial – Documento Final – pag. 5) – Para renovar a expressão: a) – Fazer com que a proclamação da mensagem seja feita de um modo real, vivo e direto e de fácil compreensão por todos; b) – Anunciar um Cristo total, verdadeiramente vivo e atual, respondendo às esperanças dos homens e mulheres de hoje; – De acordo com o carisma fundacional e respeitando o essencial do MCC, propomos as seguintes linhas de atuação nos três tempos do método, para melhor responder aos desafios que nos coloca a nova evangelização:
– No Pré-cursilho: a) – Na linha da Pastoral Ambiental, insistir com os Secretariados Diocesanos na necessidade do estudo e seleção dos ambientes prioritários; b) – Assegurar a inclusão e presença de jovens entre os candidatos ao Cursilho; c) – Selecionar os verdadeiros lideres dos ambientes prioritários; – No Cursilho: a) Realçar a necessidade de rolhos verdadeiramente vivenciais; b) – Insistir na necessidade de testemunhos preferencialmente de presença laical nas realidades do mundo, e não apenas intra-eclesiais; c) – Potenciar o acompanhamento pessoal durante a realização do Cursilho principalmente no trabalho de corredor; d) – Assegurar que os elementos da Equipa sejam membros ativos na Escola; e) – Exigir que os elementos da Equipa tenham uma verdadeira vida apostólica e um perfeito conhecimento do MCC; – No Pós-Cursilho: a) – Assegurar o acompanhamento pessoal dos novos cursilhistas nos Grupos e nas Ultreias; b) – Providenciar para que a Escola seja um local de estudo, reflexão e discernimento sobre o MCC e as realidades do mundo, para fomentar o compromisso apostólico dos dirigentes nessas realidades; c) – Que os Secretariados Diocesanos promovam com criatividade outras atividades no Pós-Cursilho para fomentar a espiritualidade e o compromisso apostólico;
d) – Fomentar a comunhão com outros movimentos eclesiais e com as diversas pastorais diocesanas e paroquiais. – O MCC reconhece a necessidade de responder à convocatória da Nova Evangelização a que foi chamada toda a Igreja. Por isso, comprometemo-nos com o seguinte: – Para renovar o ardor: a) – Iniciar um processo de discernimento sobre a espiritualidade própria do MCC, sendo fieis ao nosso carisma; A) - MOVIMENTOS: PLURALIDADE DE CARISMAS NA UNIDADE DA IGREJA João Paulo II, no Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais, em 30 de Maio de 1998, dizia a todos os cristãos reunidos na Praça de S. Pedro: “Abri-vos com docilidade aos dons do Espirito Santo ! Acolhei com gratidão e obediência os carismas que o Espírito Santo concede sem cessar ! Não esqueçais que cada carisma é concedido para o bem comum, quer dizer, em benefício de toda a Igreja”. A passagem dos carismas que origina um Movimento ocorre pela misteriosa atração que os fundadores exercem sobre quantos participam na sua experiência espiritual.
Todos nós conhecemos como surgiu o nosso querido MCC, através daquele grupo de jovens liderados por EDUARDO BONNIN, em estreita comunhão com o seu Bispo. A Igreja espera de nós frutos “maduros” de comunhão e compromisso. Somos um Movimento de inserção ambiental, por isso atentos aos problemas da sociedade e do mundo e, continuamos a verificar que ele (mundo) é frequentemente dominado por uma cultura secularizada, que fomenta e propõe modelos de vida sem Deus; Quanta necessidade existe hoje de cristãos amadurecidos, conscientes das exigências do seu batismo, da sua vocação e missão na Igreja e no mundo! Quanta necessidade de comunidades cristãs vivas ! E aqui surge o nosso Movimento, como resposta suscitada pelo Espírito Santo, a este dramático desafio do fim do milénio.
B) - O CARISMA FUNDACIONAL DO MCC, NO ALVOR DO 3º. MILÉNIO
Será que é ainda válido o carisma de um Movimento nascido há mais de 50 anos ? Não será que o MCC se arrisca a ter envelhecido face a transformações tão rápidas da nossa sociedade ? A resposta a esta questão, é evidente, pelos frutos produzidos. Recuando aos inícios da fundação do nosso Movimento, recordamos que, o que levou Bonnin e os seus companheiros a empreenderem a experiência dos Cursilhos de Cristandade, foi uma dupla constatação: - O mundo estava cada vez mais descristianizado; - O cristianismo era cada vez menos influente na cultura e estruturas da sociedade. Para responder a estes desafios prementes, os Cursilhos de Cristandade, optaram por procurar atingir dois objetivos: - Evangelizar os batizados, dando-lhes uma maior consciência dos valores do seu batismo e provocando-lhes uma contínua conversão batismal; - Formar grupos de cristãos, que fossem capazes de levar a “luz” do Evangelho aos
mais diversos ambientes, e
que fossem gradualmente transformando no sentido cristão a cultura deste mundo.
Esta é a intuição fundamental que está na base do MCC, e que deu lugar, ao longo destes mais de 50 anos, a uma fecundíssima obra de evangelização, levada a cabo em todos os continentes. Mas sobre o que é que se fundou esta intuição de Eduardo Bonnin e dos primeiros responsáveis dos Cursilhos ? Fundou-se
essencialmente
na
consciência
de
que
o
Evangelho é em si mesmo uma grande força, e que os cristãos, vivendo em Graça, podem testemunhá-lo no mundo e levar toda a sua eficácia aos diversos ambientes da vida. Para se conseguirem estes objetivos, os diversos rolhos e meditações que fazem parte do Cursilho, põe em evidência que: - Deus dá-nos o seu amor gratuitamente; - Somos chamados à santidade, isto é, à comunhão com Ele, na e pela Igreja; - Coloca à nossa disposição os meios eficazes (Sacramentos), para viver na sua Graça; - Chama-nos a ser testemunhas do seu amor nos ambientes do mundo. Ora, o mundo de hoje, permanece ainda afastado de Deus em muitos ambientes, em muitas estruturas sociais, em muitas famílias e corações.
Continua a ser atual e urgente levar Cristo aos ambientes, levando-O às pessoas. E levar Deus é proclamar o Fundamental Cristão, o Kerigma e isso é missão do nosso Movimento. Portanto o MCC permanece válido para o tempo e para a resposta da Igreja aos vazios do Mundo. b) – Promover um espírito de conversão contínua, mediante um encontro pessoal e intimo com Cristo, que conduza a uma vida de santidade; c) Dar lugar prioritário à experiência da oração e à vida sacramental, em especial a Penitência e a Eucaristia; d) – Dar uma formação pessoal e comunitária assente em valores humanos, nas virtudes cristãs e na vivência dos dons do Espírito Santo. O MCC são os homens e as mulheres que, depois de terem vivido a experiência de um Cursilho de Cristandade, se sentem unidos para responder a Deus nestas quatro direções: • Uma aproximação (encontro) a Deus, que vive e ama; • Um aprofundar (encontro) a própria realidade pessoal, que se passa a conhecer melhor; • Uma nova relação (encontro) com os homens, a quem descobrem como irmãos; • Uma nova visão (encontro) do mundo, em que vivem e no qual trabalham. O MCC fomentou a conversão constante e progressiva, e estruturou um método para que os cursilhistas alcancem a
santidade, vivendo a Graça de um modo consciente, crescente e compartilhado. Por isso, tal como nos aponta a alinea c) este espirito de conversão contínua, através da atualização dos três grandes encontros iniciados no Cursilho, deve dar lugar prioritário à experiência da oração e à vida sacramental, em especial a Penitência e a Eucaristia;