Aula iv

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Invocação ao Espírito Santo Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos rectamente todas as coisas e gozemos sempre da sua consolação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amen.


Tema IV A DIMENSÃO KERIGMÁTICA DO MCC


 KERIGMA = “Significa proclamação, declaração, pregão. Encontra-se repetida mais de 70 vezes no NT, como proclamação jubilosa e interpelativa do acontecimento de salvação realizada por Jesus Cristo.” Na metodologia do Cursilho trata-se duma pregação dinâmica, em estado incandescente, consciente de que a doutrina não adquire o seu pleno significado senão em função da vida.


Destacamos apenas alguns textos do NT, considerados kerigmáticos: Lc 3, 3 - João Batista “Começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um baptismo de penitência para remissão dos pecados”; Act 2, 14 – 36 – Discurso de Pedro à multidão ... v 22 – 24 “Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, com milagres, prodígios e sinais que Deus realizou no meio de vós por seu intermédio, como vós próprios sabeis… , v 32 “Foi este Jesus que Deus ressuscitou, e disto nós somos testemunhas”. Act 3, 12 – 26 – Discurso de Pedro ao Povo ... v 15 “Destes a morte ao Príncipe da Vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos, e disso nós somos testemunhas”. Act 13, 16 – 41 – Discurso de Paulo em Antíoquia ... v 28 a 31 “Embora não tivessem encontrado nele motivo algum de morte, exigiram a Pilatos que o mandasse matar. Quando cumpriram tudo o que acerca dele estava escrito, desceram-no do madeiro e sepultaram-no. Mas Deus ressuscitou-o dos mortos e, durante muitos dias, apareceu aos que tinham subido com Ele da Galileia a Jerusalém, os quais são agora suas testemunhas diante do povo”.


 Aspectos comuns em todas as passagens: O anúncio e o testemunho da morte e ressurreição de Jesus Cristo e, de que, quem acredita n’Ele, recebe pelo seu nome, a remissão dos pecados. O Espírito do Cursilho de Cristandade, não é outra coisa senão o Espírito do Evangelho levado à realidade de muitas vidas.


 Todo o Cursilho está concebido dentro duma pastoral profética Kerigmática:  O anúncio,  o método,  o estilo,  o testemunho.


A dimensão kerigmática do MCC deve assentar por isso, na proclamação alegre e interpelativa do acontecimento de salvação realizado por Jesus. Trata-se de um anúncio dinâmico em que a doutrina só assume o seu pleno significado quando confirmada pelo testemunho de vida dos anunciadores. Dentro desta dimensão kerigmática, poderemos destacar quatro elementos:  – A proclamação da mensagem , centrada em Jesus Cristo, que inclui o dom do Espírito, que nos dá a sua vida divina;  – Uma proclamação interpelativa, que tenda a provocar o desejo de uma mudança de vida em termos de critérios e comportamentos;  – Um estilo alegre, com uma convicção profunda, sentida e vivida -a segurança e a felicidade que dá o sentirmo-nos “como enviados de Deus”;  – Um anúncio proclamado por testemunhas, confirmando a doutrina com o “testemunho de vida”, assente na irradiação da fé, da esperança e da caridade, como compete àqueles que sentem a presença interpelativa do Senhor Jesus


Como verificamos o Kerigma e o testemunho formam um todo indivisivel, pois enquanto o Kerigma tem como objectivo dar a conhecer Cristo e a sua mensagem, o testemunho tende a confirmar que essa mensagem se faz vida em quem o anuncia. Só assim poderemos dar razão à definição que se dá no rolho preliminar, que num Cursilho de Cristandade se “aprende em 3 dias a ser feliz para toda a vida”. Mas, a dimensão kerigmática não se reporta apenas ao Cursilho, mas sim aos seus 3 tempos: PréCursilho, Cursilho e Pós-Cursilho.


 – PRÉ-CURSILHO E KERIGMA  O que é um pré-curso Kerigmático ?  Será o nosso testemunho pessoal, perante o candidato(s), de Cristo em nossas vidas.  O seu efeito em nós e a nossa conversão.  O Pré-Cursilho ideal pressupõe um testemunho de vida.  Da parte dos proponentes, por forma a que desperte no candidato a sua admiração perante a transformação de vida destes, ao mesmo tempo que começa logo aí a nascer uma inquietação, uma abertura e uma disposição à mudança de vida.  O proponente dará como causa da sua própria transformação o seu encontro com Cristo, realizado normalmente dentro dum Cursilho de Cristandade.


 A experiência diz-nos, no entanto, que ainda hoje, há mais uma preocupação em levar pessoas aos Cursilhos, do que em aproximá-las de Cristo...  ... Devemos, através do nosso testemunho, criar nos candidatos, não só uma disposição de ir ao Cursilho, como iniciar ali o seu processo de conversão, através de uma disposição à mudança de vida e nova escala de valores, transformação de mentalidade e de conduta...  É que no Cursilho não se consegue uma conversão total em três dias.  Essa dita conversão, deve ter o seu início no Pré-Cursilho, aprofundar-se no Cursilho e completar-se no 4º dia do PósCursilho.  O trabalho do Pré-Cursilho deverá assim assemelhar-se à pregação de João Baptista que “ia à frente a preparar os caminhos do Senhor”, convidando à mudança de vida, prometendo e anunciando um encontro com quem “há-de baptizar-nos no Espírito Santo”.


 B) - CURSILHO E KERIGMA  Dos 3 tempos: Pré-Cursilho, Cursilho e Pós-Cursilho, todos nós temos consciência, que só o Cursilho tem uma preparação cuidada.  Começa por ter equipas constituídas para o efeito: Sacerdotal e reitora.  Particularmente a equipa reitora, tem as suas reuniões preparatórias, para que a equipa se prepare técnica e espiritualmente para a missão.  Mesmo assim, -com toda a preparação, técnica e espiritual-, nem todos os novos atingem a conversão, que é o objectivo de todos e de cada um dos momentos e fases do Cursilho.  É que a conversão não pode ser programada, pois é a Graça e liberdade entrelaçadas, por isso, não podemos fixar tempos à ação de Deus.  Quais poderão ser os motivos para que haja esta resistência à conversão ?


Os motivos serão diversos, mas podermos enumerar alguns, que julgo serem os mais comuns, embora nem sempre as realidades ambientais sejam iguais.  Um pré-cursilho deficiente, ou inexistente;  Pouca ou nenhuma formação cristã:  Desconfiança, particularmente no dia de 6ª. Feira;  Os seus pecados (falta da vida em Graça);  Não querer cortar com o homem velho (a vida que levava)  Outros casos particulares e mais personalizados, que possam surgir.


 Que enquanto esta luta interior se vai desenvolvendo, naqueles que possam estar nestas situações, o Cursilho vai decorrendo, muita mensagem vai sendo proclamada e testemunhada, e que nem sempre é captada, pois a prédisposição, não será a desejada para acolher o que vai sendo anunciado.  Sem querer generalizar, poderia dizer que para um número ainda considerável, só a partir do momento em que se aproximam do Sacramento da Reconciliação; fazem a experiência do perdão; a experiência de Cristo no Sacrário, e só a partir daí, é que verdadeiramente começam a viver o Cursilho.  Como, para muitos, este momento vai sendo retardado, (só lá para Sábado à tarde, ou à noite), houve entretanto muita mensagem que já foi proclamada, e que não foi devidamente acolhida e reflectida.  Mas enfim, terminam o Cursilho, no encerramento, regra geral, dão na mesma testemunho de alegria e entusiasmo, que até são reais, mas, passado algum tempo, o entusiasmo vai desaparecendo e a sua presença na Ultreia e demais actividades, deixa de o ser, porque a conversão ficou numa fase ainda muito embrionária.


 – PÓS-CURSILHO E KERIGMA  Todas as estruturas do Pós-Cursilho têm por finalidade completar o processo de conversão dos Cursilhistas, por isso se deve insistir sempre no estilo vivencial e caracter testemunhal.  Tendo como meta o aperfeiçoamento da fé, pode e deve-se complementar o trabalho do kerigma com a catequese, para uma fé mais viva, como resposta do homem ao chamamento de Deus.


 O IF nos seu nº. 685:  Também o Pós-Cursilho, que procura a conversão progressiva e permanente, a comunhão e a participação, a missão e a corresponsabilidade, exige o estilo kerigmático-vivencial-testemunhal. 

Por isso:

 Os recém-saídos do Cursilho para consolidar a conversão apenas iniciada necessitam de uma profunda catequese que explicite e complemente o anúncio fundamental;  catequese que, todavia, não deve esquecer a dimensão vivencial-testemunhal indispensável para uma conversão integral, progressiva e actuante.


– CONCLUSÃO Por tudo o que analisámos e por certo já sabíamos, concluímos que a finalidade última do MCC é a fermentação cristã dos ambientes, realizada por homens e mulheres que vivem e convivem o fundamental cristão, fruto duma conversão e renovação da sua vida cristã. E isto vai-se fazendo mediante a apresentação Kerigmática (palavra e testemunho) do anúncio da salvação em Cristo. (nº 177)



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