O Alforge… a razão de ser e estar! Há coisas na vida que só fazem sentido, se forem vividas e partilhadas. Há momentos em que somos chamados, de maneira mais intensa, a intervir e a fazer mais pelos outros. É com este sentimento que lançamos o primeiro número do Boletim Informativo O Alforge, que tem como Missão servir a Zona Oeste da Diocese da Guarda – Seia, Gouveia e Celorico da Beira, promovendo o desenvolvimento pessoal, humano, intelectual e de fé,
acrescentando-lhe Valor através de conteúdos Online. O Alforge é o símbolo de alguém que está a caminho, que acolhe e ajuda que pede (Cf 1 Sam 17, 40 e Mt 10, 10). O Alforge quer ser o mantimento do viajante para a sua jornada. Este projeto de carater jornalístico, tem como principais valores a solidariedade, o compromisso, a ética, a integridade, a excelência e a responsabilidade social. Por outro lado, tem como Visão contribuir para uma
sociedade mais consciente e orientada para objetivos comuns, estruturada segundo o princípio da cooperação. Por último, o Boletim Informativo O Alforge tem, também, uma referência privilegiada pelas atividades desenvolvidas nas Paróquias inseridas neste conjunto de Arciprestados. Sem medo do futuro, e com uma dose muito grande de ambição e esperança, acreditamos que muitos mais possam vir a fazer parte deste projeto.
humano, intelectual e de fé, que permitam a realização plena da sociedade em que vivemos. O Boletim Informativo O Alforge pretende, através da informação e de artigos de opinião, a defesa de valores humanistas e de promoção da solidariedade social, que com toda a sua ação, contribuam para a edificação do bem comum. O Boletim Informativo O Alforge pretende informar sobre as
realidades locais e regionais, ao nível dos acontecimentos sociais e eclesiais de diferentes pontos da Região Oeste da Diocese da Guarda. Numa 2ª fase, levar também a nossa realidade aos que estão na diáspora. O Boletim Informativo O Alforge arroga o compromisso de assegurar o respeito pelos princípios deontológicos e pela ética profissional dos jornalistas, assim como pela boa fé dos leitores.
Pontos de interesse especiais:
A VONTADE DE RECOMEÇAR E ACREDITAR
LITÚRGIA APÓS O VATICANO II
CATEQUESE PARA 2016
LAUDATO SI - CUIDADO COM A CASA COMUM
TESTEMUNHOS DE QUEM VIVEU A VISITA DA IMAGEM
Estatuto Editorial O Boletim Informativo O Alforge é uma publicação trimestral online, independente e de livre acesso, orientada por critérios de rigor, isenção e honestidade. O Boletim Informativo O Alforge é de subscrição gratuita, acessível na Internet através do endereço www.oalforge.pt O Boletim Informativo O Alforge é um projeto jornalístico de dimensão local/regional cujos objetivos visam a formação e informação, a promoção e o desenvolvimento pessoal,
Nesta edição: O RECOMEÇO E A ESPERANÇA
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OPINIÃO PROF. JOÃO CÉSAR DAS NEVES
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OPINIÃO PROF. JOÃO DUQUE
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LAUDATO SI
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ENTREVISTA D. MANUEL FELÍCIO
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CATEQUESE PARA 2016
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VISITA DA IMAGEM PEREGRINA
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O Alforge | Outubro 2015 Recomeço e esperança O ano ainda vai a pouco mais de meio e já estamos a recomeçar. O ano letivo, que terminou a meio do ano civil, reinicia agora e, em seguida, recomeçaremos vários ciclos até ao fim do ano, onde principiará um ano novo.
Professor João César das Neves É doutorado em Economia e autor de vários livros e artigos científicos nessa área. É professor na Universidade Católica Portuguesa e presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da mesma universidade.
Este ritmo de fim e recomeço é natural e sentimo-lo continuamente. A natureza morre cada Outono para renascer na Primavera, como nós todos os dias recomeçamos após o sono. A existência parece ser um ciclo imparável de recomeços que se sucedem a declínios. Como diz Quoelet, «Uma geração passa, outra vem; e a terra permanece sempre. O Sol nasce e o Sol põe-se e visa o ponto donde volta a despontar. O vento vai em direção ao sul, depois ruma ao norte; e gira, torna a girar e passa, e recomeça as suas idas e vindas» (Ecl 1, 4-6). Esta verdade imponente é mascarada pelos nossos
mitos de progresso e desenvolvimento, que permanentemente garantem que o mundo mudou. Mas cada revolução é apenas um recomeço de algo que há de acabar. Como o ano letivo. Esperamos sempre que tudo acabe para depois recomeçar. Este é o fatalismo budista ou cínico que tantas vezes espreita por detrás dos nossos sonhos e ilusões. O otimismo do começo é sempre belo, como a Primavera. Mas esquece que se segue a uma queda semelhante à que esta novidade experimentará no futuro, até àquele fim que termina tudo. A mudança é sempre cíclica, até acabar. Neste grande circuito natural aconteceu apenas um facto que mudou tudo. Um só acontecimento transformou a ondulação repetitiva numa dinâmica linear com um destino superior: o Verbo fez-se
carne e habitou entre nós. Também Ele, que não tinha início, começou, para no fim morrer. Só que Ele regressou do fim, num recomeço que não tem ocaso. Cristo, cumprindo as profecias, dividiu a história em duas e rompeu para sempre o ciclo permanente de fim e recomeço. A vida que Jesus trouxe é eterna, não tem mudança, não acaba nem renova. Nós, por enquanto, continuamos a viver no ciclo natural de fim e recomeço. Cristo não mudou isso. Mas trouxe algo que ultrapassa esse ritmo e faz já presente aquilo que vence a ondulação. Com Jesus, pela primeira vez nesta história recorrente, temos Esperança. Esperança que não é otimismo ou mito de progresso, mas sim a presença d’Ele e a certeza de sermos salvos pelo sangue do Senhor. Esta esperança que, afinal, é o único valor que trazemos no início deste ano letivo.
Outubro, mês Missionário O objetivo da missão da Igreja é iluminar com a luz do Evangelho todos os povos no seu caminhar na história rumo a Deus, para que encontrem n’Ele a sua plena realização. Devemos sentir o anseio e a paixão de iluminar todos os povos, com a luz de Cristo, que resplandece no rosto da Igreja, para que todos se reúnam na única família humana, sob a amável paternidade de Deus.
Ficha Técnica Propriedade e Administração: Arciprestado de Seia / Zona Oeste Equipa Responsável: António Carlos (Pe.), João Barroso (Pe.), Nuno Maria (Pe.), Paulo Caetano, Rafael Neves (Pe.) Colaboradores nesta Edição: António Carlos (Pe.), João César das Neves (Prof.), João Duque (Prof.), Luís Nunes (Pe.), Paulo Caetano, Rafael Neves (Pe.) Morada para Correspondência: Rua de Baixo, n. 2, 6270-213 Santiago
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Contatos: contacto@oalforge.pt | www.oalforge.pt | 238 085 048
O Alforge | Outubro 2015 À procura de nova solenidade Sobre a Liturgia após o Vaticano II Entre os muitos aspetos da reforma litúrgica originada pela Constituição Sacrosanctum Concilium, o primeiro texto do Concílio do Vaticano II, gostaria de me concentrar num em particular, por considera-lo central. Para isso, proponho como ponto de partida dois versos de Sophia de Mello Breyner Andresen: “Apenas sei que caminho / Como quem é olhado, amado e conhecido / E por isso em cada gesto ponho / Solenidade e risco”. A celebração litúrgica, sobretudo pela sua dimensão ritual, significa necessariamente a concentração celebrativa de uma identidade, com significado fundamental para cada pessoa e para a comunidade de pessoas que nela participam. Nesse sentido, possui um grau próprio de “sacralidade”, ou seja, de representatividade de algo que é supremamente significativo e por isso importante para quem com isso se identifica. O crente cristão, que na sua fé encontra o sentido da sua existência, celebra assim a
dimensão “sagrada”, ou seja, fundamental, insubstituível, desse mesmo sentido. Por isso, esse sentido e essa celebração são o que, para ele, existe de mais “solene”, se entendermos aqui por solene algo que verdadeiramente toca o âmago da seriedade da nossa existência, no qual se joga a própria existência, no seu risco de possuir ou não sentido. Ora, sabemos que um dos aspetos da transformação litúrgica após o Concílio foi precisamente a superação e o abandono de certo modo de solenidade anterior, herdeira da solenidade barroca da forma ou mesmo da solenidade romântica da devoção e do sentimento. E uma das manifestações mais fortes dessa transformação foi a passagem da língua da celebração do latim para a língua dita vulgar ou vernácula. A par disso, colocou-se no centro o dinamismo da participação ativa de todos os membros da assembleia cristã. Isso corresponde, sem dúvida, ao espírito mais tradicional da
liturgia e também ao espírito mais moderno das sociedades democráticas. Acontece, contudo, que essa transformação foi acompanhada, em muitos casos, pela completa banalização da própria celebração, que assim perdeu a sua solenidade, ou seja, o seu estatuto de manifestação, por gestos e pela palavra, de algo central na nossa existência. É claro que a solenidade barroca ou a romântica já não eram adequadas aos novos tempos. Mas não tem sido fácil encontrar novas formas de autêntica solenidade. Contudo, os nossos contemporâneos, também os cristãos, precisam de celebrações em que a solenidade daquilo que verdadeiramente interessa na existência ganhe corpo, sem banalidade, em gestos, palavras, espaços e tempos próprios. Penso ser esse o grande desafio do povo cristão, quanto à liturgia. E todos devem estar envolvidos, a começar pelos pastores e pelos especialistas.
Professor João Duque É doutorado em Teologia Fundamental (Phil.-Theologische Hochschule Sankt Georgen, Frankfurt, Alemanha), com uma tese sobre uma receção teológica da filosofia da arte de Gadamer. É Professor Associado com Agregação da Faculdade de Teologia da UCP (Braga, Porto e Lisboa), e docente convidado na Faculdade de Filosofia (Braga), na Escola das Artes (Porto) da Universidade Católica Portuguesa, e no Instituto Teológico Compostelano, agregado da Universidade Pontifícia de Salamanca.
Laudato Si… Sobre o Cuidado da Casa Comum! Deus Omnipotente, que estais presente em todo o Universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza. Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém.
Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra.
Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais connosco todos os dias. Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz.
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O Alforge | Outubro 2015 Entrevista ao Senhor Bispo - D. Manuel Felício
D. Manuel da Rocha Felício é bispo da diocese da Guarda desde o dia 16 de Janeiro de 2005. É natural de Mamouros, concelho de Castro Daire, distrito e diocese de Viseu. Tendo completado recentemente 42 anos de ordenação presbiteral, a 21 de Outubro, «o Alforge» conversou com D. Manuel Felício procurando perceber qual o seu balanço depois da visita feita pelos bispos portugueses ao Papa Francisco, a sua sensibilidade em relação aos temas em debate no Sínodo dos bispos reunidos em Roma sobre ‘A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo’ e ainda a sua perspetiva sobre a reorganização paroquial da diocese em unidades paroquiais ou conjuntos de paróquias.
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Foi ordenado presbítero em 21 de Outubro de 1973. Há 42 anos. O que foi que o fez enveredar pela vocação sacerdotal? O gosto que meus pais e meus avós manifestavam de vir a ter um padre na Família. Houve dois tios meus (irmãos da minha mãe) que tinham frequentado o Seminário, mas saíram. Por outro lado, as boas relações que a minha família sempre teve com o Sr. Abade. Houve também o empenho da minha professora primária em lembrar muitas vezes na Escola a vocação sacerdotal e a figura do padre. Também teve influência a visita dos missionários combonianos à minha escola primária. Depois, já no Seminário, fui descobrindo e aprofundando as razões de ser padre, homem de Deus, totalmente entregue à pessoa de Cristo para serviço da Igreja e da sociedade, com a pauta do Evangelho. Entre os dias 7 e 12 de Setembro participou com a maior parte dos bispos portugueses na visita ad limina, jornada que os membros do episcopado de cada país, realizam, normalmente a cada cinco anos, para rezar junto dos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo e reunir-se com o papa e altos responsáveis de departamentos da Santa Sé. Desde o início da visita até ao seu final, que momentos o impressionaram de modo particular? O diálogo com o Papa Francisco, a Eucaristia no túmulo de S. Pedro, a visita às quatro basílicas papais em Roma, em geral os
encontros com cada um dos dicastérios que ajudam o papa no governo da Igreja, a leitura do discurso que o Papa nos entregou por escrito aquando do encontro com ele. No discurso final de Francisco aos bispos portugueses durante a audiência concedida pelo papa pode ler-se: «a Igreja que vive em Portugal é uma Igreja serena, guiada pelo bom senso, escutada pela maioria da população e pelas instituições nacionais, embora nem sempre seja seguida a sua voz». Isto significa que a igreja em Portugal é escutada com respeitosa indiferença sem sentido de pertença ou «seguimento da sua voz» em largas franjas da sua população? Isto quer dizer que o princípio da laicidade e da separação de poderes civis e eclesiásticos está definitivamente instalado também entre nós. Nós Igreja passámos a ser simplesmente mais uma voz entre muitas outras. Restanos continuar a fazer propostas credíveis, capazes de mobilizar as pessoas para os grandes valores humanizantes de raiz evangélica. Como pode a Igreja contrariar a fuga dos jovens após a celebração do Crisma? Quais os sinais de esperança no mundo juvenil? Essa pergunta também a fizemos diretamente ao Papa Francisco. Ele convidou -nos a continuar com humildade, paciência e cada vez mais criatividade, o
acompanhamento dos jovens para contrariarmos o que no seu discurso se lê como “debandada” dos jovens da Igreja. Os jovens são, por princípio, insatisfeitos e criativos, sempre à procura de novidade. Fazer a proposta do Evangelho como resposta à insatisfação humana, em sua expressão no universo dos jovens, e abrir os horizontes de novidade que a Palavra de Deus sempre encerra, assim como criarlhes condições para eles exercerem a sua criatividade também na organização interna das comunidades cristãs são caminhos a explorar. Decorreu no Vaticano a segunda etapa do sínodo sobre a família. O cardeal Walter Kasper afirmou que há uma discrepância entre o ideal de família, às vezes romântico e idealista, e as famílias tal como elas existem. Assina por baixo? Não me lembro de ler esta afirmação nas intervenções do Cardeal Walter Kasper. Sei que ele entende, como muitos outros, que há situações reais na vida das famílias que não correspondem ao ideal evangélico de ser família que a Igreja propõe. Isso implica a necessidade de nós como Igreja sabermos acompanhar todos e cada um dos casais, compreendendo as suas dificuldades, sem deixar de lhe apontar o ideal evangélico de ser família, aquele que realmente realiza as pessoas e serve a sociedade. Continua...
O Alforge | Outubro 2015 Continuação… Perante muitos casamentos que fracassam e acabam num fiasco relacional mas que tentam ‘novos’ recomeços a Igreja deve enfatizar a norma ou a misericórdia? O caminho entre o rigorismo e o laxismo é praticável? Não podemos opor a norma à misericórdia, como também nenhum dos dois extremos - o rigorismo e o laxismo - é caminho. O que está em causa é apontar sempre o caminho que é aquele através do qual as famílias cumprem a missão de servir a vida, as relações interpessoais e a relação social. Temos igualmente a obrigação de exercer a misericórdia da compreensão das situações muito diversas que nos aparecem pela frente. Uma coisa é certa, meter tudo no mesmo saco, ou seja tratar todas as situações por iguais, em nome da misericórdia ou da norma,
está provado que é fonte de muitas injustiças e de marginalização. Às portas do Jubileu da Misericórdia quais são os seus desejos para a igreja universal e diocesana no próximo ano? Desejo que seja uma oportunidade bem aproveitada para todos irmos ao essencial da nossa Fé e do serviço que ela deve prestar à sociedade nas relações humanas. A diocese da Guarda é constituída por 365 paróquias. Os presbíteros, em número cada vez mais reduzido, experimentam grande cansaço e ativismo. Sente como cada vez mais premente a reorganização paroquial da diocese em unidades paroquiais ou conjuntos de paróquias? O trabalho da reorganização paroquial em conjuntos de paróquias já está em curso há muito tempo. Para chegarmos às desejadas
unidades pastorais falta-nos percorrer principalmente duas etapas, a saber: primeira, que cada pároco tenha a sua equipa pastoral organizada, a qual deverá tomar parte nas decisões e acompanhá-lo na execução pastoral das mesmas; segunda etapa, que cada pároco sinta que faz equipa com os outros párocos do mesmo arciprestado, em que se partilham experiências, se distribui trabalho e se respeita o programa pastoral arciprestal previamente decidido por todos. Aqui entra a necessidade de ter a funcionar o conselho pastoral arciprestal. É preciso empenharmo-nos todos em percorrer estas duas etapas, pois delas também depende o bom resultado da caminhada sinodal em que estamos envolvidos rumo à assembleia diocesana de representantes anunciada para 2017.
Catequese: Viver a Fé, Celebrar a Misericórdia O mês de Setembro não é só o início de mais um ano escolar, mas também nas paróquias marca o arranque de mais um novo ano pastoral e de catequese. Este ano pastoral de 20152016 é marcado por vários acontecimentos significativos. No dia 8 de Dezembro, data comemorativa do cinquentenário do encerramento do Concílio Vaticano II, o Papa Francisco proclamou o início de um ano jubilar extraordinário
sobre a misericórdia. Na Bula de proclamação do jubileu o Papa afirma: “A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia... A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo” (MV 10). Este ano jubilar prolonga-se até ao dia 20 de Novembro de 2016, solenidade de Cristo Rei. Este é também já o terceiro ano do Plano Pastoral Quadrienal 2013-2017 da
nossa Diocese com vista à realização da Assembleia Diocesana de Representantes que se realizará em 2017. Nesta terceira etapa é proposto para os grupos de reflexão redescobrir o modelo de celebração da Liturgia, com base no documento do Concílio Vaticano II, Sacrossantum Concilium, a fim de avaliar as celebrações nas nossas comunidades paroquiais.
A Catequese, neste ano pastoral, vamos vivê-la sob o tema: “Viver a Fé, celebrar a Misericórdia”. Estas são as atividades já programadas pelo Departamento Diocesano da Catequese da Diocese da Guarda para a nossa zona Pastoral: 17/01/2016 - Encontros da Zona Pastoral com o Sr. Bispo - 14h30 - 17h00 12/03/2016 - Retiro de Catequistas - Seminário Maior da Guarda das 9h30 - 17h00 16/04/2016 - Curso de Iniciação de catequistas 1ª Parte - Gouveia - 9h30 17h00 30/04/2016 - Encontro diocesano de Catequizandos Adolescentes - Seminário Maior da Guarda - 9h30 13h00 14/05/2016 - Curso de Iniciação de catequistas 2ª Parte Gouveia - 9h30 - 17h 04/06/2016 - Curso de Iniciação de catequistas 3ª Parte - Conclusão Gouveia - 9h30 - 17h00
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O Alforge | Outubro 2015 Nossa Senhora de Fátima Peregrina do Mundo Feita segundo indicações da Irmã Lúcia, a primeira Imagem da Virgem Peregrina de Fátima foi oferecida pelo Sr. Bispo de Leiria e coroada solenemente pelo Sr. Arcebispo de Évora, a 13 de Maio de 1947. A partir dessa data, a imagem percorreu, por diversas vezes, o mundo inteiro, levando consigo uma mensagem de paz e amor. Virgem Peregrina, Senhora do Rosário de Fátima, Tu és a honra do nosso Povo e a glória dos nossos corações! Na tua Imagem que passa por cada uma das dioceses de Portugal vemos a presença amorosa de Deus que vem ao encontro do ser humano para construir a mais bela história de Amor. A tua Imagem branca, coroada e luminosa, transporta nas mãos os mistérios de Cristo Redentor que queremos viver e anunciar. Das tuas mãos de ternura nos vem a luz de Deus que ilumina todos os batizados peregrinos sobre a terra. Dos teus pés que se fazem peregrinos nos vem o modelo da missão e o ardor da Caridade. Por isso queremos exaltar o teu exemplo de mulher peregrina que, cheia de graça, continua a trazer a misericórdia de Deus à história humana. Página 6
Tudo começou em 1945, pouco depois do final da 2ª Guerra Mundial, quando um pároco de Berlim propôs que uma imagem de Nossa Senhora de Fátima percorresse todas as capitais e as cidades episcopais da Europa até à fronteira da Rússia. A ideia foi retomada em Abril de 1946, por um representante do Luxemburgo no Conselho Internacional da Juventude Católica Feminina e, no ano seguinte, no mesmo dia da sua coroação, teve início a primeira viagem. Depois de mais de meio século de peregrinação, em que a
Imagem visitou 64 países dos vários continentes, alguns deles por diversas vezes, a Reitoria do Santuário de Fátima entendeu que ela não deveria sair mais habitualmente, mas só por alguma circunstância extraordinária. Em Maio de 2000 foi colocada na exposição «Fátima Luz e Paz», onde foi venerada por dezenas de milhares de visitantes. Passados três anos, mais precisamente no dia 8 de Dezembro de 2003, solenidade da Imaculada Conceição, a Imagem foi entronizada na Basílica do mesmo Santuário de Fátima, tendo sido colocada numa coluna junto do Altar Mor. A fim de dar resposta aos imensos pedidos, foram, entretanto, feitas várias réplicas da primeira Imagem Peregrina, num total de treze. De todos os lados nos chegam relatos extraordinários pela
presença da Imagem nas suas terras, das multidões que acorreram à sua passagem, de participações nunca antes verificadas nas várias celebrações, de um grande número de penitentes que se abeiraram do Sacramento da Reconciliação, da presença de pessoas que há muito não iam às igrejas, da afluência de gente de todo o tipo, das crianças, jovens, adultos e idosos, dos trabalhadores mais simples, dos pescadores, operários, artistas, desportistas, doentes, estudantes, presos, militares, políticos, presidentes, dos católicos, maometanos, protestantes, pagãos, das ruas engalanadas, dos lindíssimos ramos de flores, dos grandiosos cortejos, das pombas brancas que sobrevoaram e poisaram no andor, de milagres, da paz e do amor, de grandes frutos pastorais e de abundantes graças alcançadas. António Valinho
Testemunhos... “O encontro com a Imagem Peregrina representou para mim um momento de encontro com Maria. Os dois dias em que a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima esteve em Seia foram um misto de sentimentos. A devoção que tenho por Maria, mas também a admiração, enquanto Mulher determinada, mas acima de tudo discreta e humilde,
enquanto Mãe carinhosa e compreensiva, disposta a interceder por nós, junto de Seu Filho, foram sentidas de uma forma muito mais intensa e próxima”. Cristina Sousa “Quando cheguei e vi a imagem peregrina de Nossa Senhora, foi verdadeiramente emocionante... Tanto
carinho, tanta fé, tanto amor manifestado. Nunca vi nada igual”! Maria do Carmo “Uma grande manifestação de fé se realizou em SEIA, com a visita da imagem peregrina, onde milhares de fieis a acolheram e demonstraram a fé em nossa senhora de Fátima”. Carlos Zé
O Alforge | Outubro 2015 Visita da Imagem Peregrina às Dioceses De maio de 2015 a maio de 2016, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora passará por todas as dioceses de Portugal, numa grande peregrinação festiva, que pretende assinalar o Centenário das Aparições. Entendemos que esta celebração do Centenário é um “tempo favorável”, que o Senhor nos concede viver, para revitalizar a nossa vivência de fé, uma vez que não pretende assinalar simplesmente uma efeméride histórica, mas tornar-se veículo de evangelização e caminho para a conversão e para o encontro com Cristo, por meio de Maria. É neste contexto que surge esta iniciativa da peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Fátima pelas dioceses portuguesas. A proposta foi apresentada
genericamente ao Plenário da Conferência Episcopal Portuguesa e acolhida com entusiasmo pelos Bispos portugueses, que viram nela uma oportunidade para divulgar e re-avivar a consciência da riqueza e atualidade da mensagem de Fátima e para sensibilizar as comunidades para a importante celebração do Centenário das Aparições.
quem a Virgem Maria sempre nos conduz. Para atingir os objetivos pretendidos e para que tenha um impacto significativo, propomos a cada diocese momentos de oração e celebração, bem como encontros de catequese e formação que permitam desenvolver os gérmens da Palavra de Deus lançados aos corações.
Com esta iniciativa, pretendemos envolver todas as dioceses portuguesas na celebração do Centenário das Aparições, mas também ajudar as comunidades eclesiais a viver a mensagem e a espiritualidade de Fátima. Temos consciência do grande impacto que uma iniciativa deste género poderá ter, quer pelo número de fiéis que pode congregar, quer pela oportunidade que oferece de anunciar Jesus Cristo, a
Desejaríamos que esta grande peregrinação da imagem de Nossa Senhora fosse uma forte experiência de fé, através das celebrações, momentos de oração e expressões de piedade popular; desejaríamos que fossem atingidas todas as faixas etárias e que todos tivessem oportunidade de aprofundar o conhecimento e vivência da mensagem de Fátima.
sentir filhos muito amados! No seu silêncio deixou-nos uma mensagem de esperança e de paz”.
Foi num crescente de participação e aprumo que chegou a noite e com ela a procissão das velas (da Igreja Matriz à Igreja Sra. do Rosário), as ruas foram pequenas para albergar as centenas de bandeiras, as Irmandades e os milhares de Crentes que se deslocaram a Seia e participaram naquela que, certamente, foi a maior manifestação de Fé e devoção à Senhora de Fátima, realizada em Seia”.
P. Carlos Cabecinhas
Pe. Carlos Manuel Pedrosa Cabecinhas Presbítero da Diocese de Leiria-Fátima. Capelão do Santuário de Fátima e Diretor do Serviço de Pastoral Litúrgica, do Santuário. É Diretor do Departamento Diocesano de Liturgia e Responsável das celebrações diocesanas e Mestre de Cerimónias da Diocese. É Professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica, Lisboa. Professor no ISET, em Coimbra e Docente no CFC, em Leiria.
Testemunhos... “A presença da Virgem Maria, através da maravilhosa imagem da Mãe Peregrina que recebemos no nosso Arciprestado nos dias 28 e 29 de Setembro, fez-nos sentir mais próximos do Seu Filho, JESUS. Caminhámos com Ela para Ele! Aquela Senhora tão bela, sorridente e luminosa “desinquietou” o nosso coração, moveu-nos e comoveu-nos, sempre numa atitude de alegria imensa, gratidão e oração. Fez-nos
Maria José e Fernando Neves ENS “Não há memória de igual manifestação de onde transparecia fé e alegria: Clarins dos Bombeiros, cânticos por crianças e adultos, emoções e muitos olhos lacrimejantes.
Virgílio Borges
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ÚLTIMA PÁGINA|O ALFORGE | OUTUBRO 2015
Uma visita muito especial e festiva IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA NA DIOCESE DA GUARDA A diocese da Guarda recebeu a visita da imagem peregrina de 27 de setembro a 11 de outubro do corrente ano. Passou pelo arciprestado de Seia nos dias 27, 28 e 29; pelo arciprestado de Gouveia a 29 e 30 e por Celorico da Beira a 30 de setembro e 01 de outubro. A Conferencia Episcopal Portuguesa, em articulação com a reitoria do Santuário de Fátima entendeu que, de maio de 2015 a maio de 2016, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora deveria passar por todas as dioceses de Portugal, numa grande peregrinação festiva, que pretende preparar e assinalar o Centenário das Aparições de Fátima no ano de 2017. Os bispos de Portugal desejam com esta proposta que a celebração do Centenário seja um “tempo favorável”, que o Senhor nos concede viver, para revitalizar a nossa vivência de fé, uma vez que não se pretende assinalar simplesmente uma efeméride histórica, mas tornar-se veículo de evangelização e caminho para a conversão e para o encontro com Cristo, por meio de Maria. É neste contexto que surgiu esta iniciativa da peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Fátima pelas dioceses portuguesas. O desejo da Igreja em Portugal passa por tentar envolver todas as dioceses portuguesas na celebração do Centenário das Aparições, mas também ajudar as comunidades eclesiais a viver a mensagem e a espiritualidade de Fátima. Neste contexto global a Diocese da Guarda acolheu a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, de 27 de setembro a 11 de outubro do corrente ano. A entrada na Diocese, foi feita com a passagem de testemunho da Diocese de Coimbra, onde a Imagem Peregrina foi solenemente recebida, por várias centenas de pessoas em Folhadosa, no Arciprestado de Seia, marcando assim a “entrada na diocese”, tendo
seguido na tarde do dia 27 de setembro para a cidade da Guarda, onde ficou até ao dia seguinte.
Gouveia tendo sido acompanhada pelos Bombeiros de Gouveia. Em todos os arciprestados da Diocese os bombeiros prestaram um precioso e muito nobre auxilio à dignidade e solenidades destes momentos. Foi muito participada a procissão e os diferentes momentos litúrgicos.
Na tarde do dia 28 de setembro pelas 17h00 foi recebida de forma festiva junto à Igreja da Misericórdia de Seia por todo o Clero do Arciprestado, pelas entidades publicas e autoridades da cidade e de grande parte das freguesias, bombeiros e No dia 30 de outubro a Imagem numerosa multidão. peregrina foi conduzida ao arciprestado Seguiu para a Igreja Matriz de Seia e após de Celorico da Beira onde se cumpriu o seguinte programa: 16 horas a Eucaristia ficou em veneração na Acolhimento da Imagem junto ao referida Igreja tendo sido espaço de comércio “Boa Hora”, permanentemente evocada pelos seguindo-se o cortejo até à Igreja de diversos sacerdotes e respetivas Santa Maria; 18 horas - Celebração da comunidades a eles confiadas. Eucaristia; 21 horas - Procissão de velas No serão do referido dia, a cidade de com a Imagem de Nossa Senhora de Seia, assistiu a uma manifestação de fé Fátima. No dia seguinte, dia 1 de sobre todos os títulos admirável. Uma outubro: 9 horas - Celebração da multidão encheu completamente o Eucaristia; 14h30 - Recitação do Terço e percurso da procissão de velas que uniu despedida da Imagem de Nossa. as duas Igrejas de Seia. Após esta celebração a imagem foi Após a procissão de velas uma bonita conduzida para o arciprestado de vigília encerrou as atividades do dia. Trancoso (1 de outubro), e continuou o Na manhã do dia 29 de setembro, seu périplo pela Diocese: em Pinhel (no múltiplos momentos de veneração dia 2), Figueira de Castelo Rodrigo (3), aconteceram na Igreja de Nossa Senhora Almeida (4), Sabugal (5), Penamacor do Rosário tendo, pelas 14.30h sido (6), Belmonte (7), Manteigas (8), celebrada a eucaristia de despedida da Covilhã (9), Fundão (10) e Alpedrinha Imagem pelo Bispo da nossa Diocese – D. (domingo dia 11). Manuel da Rocha Felício. Depois de passar pela Diocese da Guarda a Imagem Peregrina seguiu para a Diocese de Portalegre-Castelo Branco.
Foi, na tarde desse mesmo dia recebida, de forma festiva pelo Arciprestado de
Esta visita da Imagem peregrina arrastou, em toda a Diocese, multidões e incontáveis manifestações de fé e bonitos gestos de alegria e festa. Apesar da despedida da imagem peregrina fica a plena certeza que a “mãe do céu” nunca parte, fica sempre com quem nela confia.