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“A teoria sem a prática vira ‘verbalismo’, assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade”. Paulo Freire
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Quando a PJM assume o princípio da formação integral no seu Marco Operativo, quer ajudar a construir sujeitos livres, autônomos, criativos, críticos, cuidantes, felizes, optando pela integralidade e por uma ação evangelizadora que parta dos/as adolescentes e jovens e das perguntas que fazem para entender o mundo que lhes cabe viver e construir. A vivência das adolescências e das juventudes tende a serem caracterizadas por experimentações em todas as dimensões da vida. Para isto temos que olhá-los na sua integralidade, como indivíduos que amam, sofrem, se divertem, pensam a respeito das suas experiências, interpretam o mundo, têm desejos e projetos de vida. Temos que escutá-los, considerá-los como interlocutores válidos e, na perspectiva do protagonismo juvenil, tomá-los como parceiros na definição de ações que possam potencializar o que já trazem de experiência de vida. Com o Texto de Apoio 1, Formação Integral: aprofundamento teórico e prático, queremos aprofundar o embasamento teórico sobre a formação integral; indicar possibilidades de praticá-la/vivenciá-la no dia a dia da PJM; vivenciá-la no cotidiano da Vivência Grupal; ajudar no acompanhamento e na compreensão de adolescentes e jovens como seres integrais. Que a PJM, ao assumir o princípio da formação integral, possa contribuir na formação de adolescentes e jovens mais humanos.
José Jair Ribeiro (Zeca) Coordenador da PJM 5
Formação
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1. INTRODUÇÃO A formação integral envolve a pessoa como um todo, superando fragmentalismos aos quais somos sujeitos no cotidiano, ajudando a pessoa a discernir as suas ações para que toda a sua vida seja marcada por valores, atitudes e por ações que provoquem mudanças voltadas para o bem de todos/as, de todas as pessoas da comunidade e de tudo que integra nosso universo. Como a formação integral envolve a vida toda da pessoa e a pessoa toda, esta deve cultivar atitudes e hábitos sobre o seu estilo de vida frente a tudo e a todos/as, como a alimentação adequada, um estilo de vida sóbrio sem consumismo exagerado, uma atitude de contemplação e respeito em relação à natureza e aos bens, uma postura crítica de compromisso frente ao outro e à outra que convive na comunidade, na família, na escola, na universidade, no grupo, no trabalho e um desejo de construir um mundo mais justo e fraterno. A PJM quer desenvolver com adolescentes e jovens um processo de formação integral, ajudando-os a ser plenamente aquilo a que são chamados/as: ser pessoa, a “imagem de Deus”, segundo o modelo de Jesus Cristo: libertos/as, fraternos/as, criativos/as, sujeitos de história. Isso implica, pedagogicamente, em trabalhar cada uma das dimensões da pessoa. Essa tarefa não é fácil e nem sempre é realizada a contento, firmando-se quase sempre na dimensão da personalização e socialização/integração.
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Criada como dom de Deus, a pessoa humana tanto mais se realizará quanto mais vivenciar o projeto de Deus e doar-se aos/as outros/as. Para vivenciar é preciso descobrir-se e possuir-se. Para descobrir-se precisa relacionar-se, comunicar-se, conviver. Supõe a descoberta, também do/a outro/a. Doar-se é amar e amar com atos implica em fazer e construir. O fazer eficaz supõe o saber “como” e o situar-se, ou seja, conhecer e assumir a comunidade e a história concreta em que se está inserido/a, não fugindo ao compromisso com ela. É preciso, por outro lado, transcender a si mesmo e à história, para encontrar sua origem e seu fim, dando sentido a existência. Podemos dizer que o homem e a mulher sentem-se inclinados/as e chamados/as: ser/possuir-se/ doar-se no amor; conviver/comunicar-se; situar-se/comprometer-se historicamente; transcender-se; fazer/construir; dar sentido a existência. Adolescentes e jovens são indivíduos e pessoas, são seres sociais, políticos, abertos ao Sagrado, criativos, criadores. Buscam responder existencialmente às questões: quem sou eu? Quem é o outro? Onde estou e que faço aqui? De onde venho e por que existo? Como fazer? Que sentido vou dar à minha vida? Estas perguntas e características correspondem a distintas áreas de seu ser, pedagogicamente separáveis, mas que se entrelaçam na misteriosa unidade do ser-pessoa: psicoafetiva, psicossocial, política, mística ou teologal, técnica ou metodológica e vocacional.
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A pessoa humana nunca está pronta e acabada. Menos ainda o/a cristão/ã, chamado/a ser “perfeito/a como o Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48). Como nunca está pronta, tem a tarefa de formação da própria pessoa, como processo permanente. Essa formação deve responder a cada uma das dimensões do ser humano, para que venha a se desenvolver integralmente como tal. O mais comum é ver essa formação fragmentada, feita em caixinhas. A PJM, em seu caminho de educação e amadurecimento da fé, favorecida pelos encontros de avaliação e pela sistematização de experiências dos últimos anos, vem superando progressivamente a dificuldade da fragmentação. Ao menos há mais clareza, hoje, quanto ao “dever-ser”. O esforço, no momento, é o de inserir, vivenciar e acompanhar a formação integral através das descobertas do grupo.
“Adolescentes e jovens são indivíduos e pessoas, são seres sociais, políticos, abertos ao Sagrado, criativos, criadores”.
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Dimensão
Pergunta
Personalização
Quem sou eu?
Socialização Integração
Quem é o outro?
Sociopolítica
Onde estou? O que eu faço aqui?
Teológica
De onde venho? Por que existo?
Capacitação técnica
Como fazer?
Vocacional
Que sentido vou dar à minha vida?
Relação
Área
Chamado
Eu
Dimensão psicoafetiva
Ser, possuir-se, conhecer-se
Outro
Dimensão Psicossocial
Conviver, comunicar-se, partilhar
Sociedade
Transcendência/
Dimensão Política
Dimensão
Deus
Mística ou teologal
Missão
Dimensão técnica ou metodológica
Mundo/ natureza/
Dimensão
Cosmos
Situar-se, comprometerse historicamente
Vocacional
Transcender-se
Fazer, construir
Dar sentido à existência
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2. DIMENSÕES Além de compreender o/a adolescente e jovem situado/a no tempo e no espaço, também o compreendemos a partir de suas dimensões, pois são a somatória de um conjunto complexo de dimensões que se complementam: são sentimentos, relações, desejos, corpo-espírito, pensamentos, indivíduos/ as, cidadãos/as, religiosos/as, imanentes, transcendentes, históricos, culturais, etc. A formação integral busca contribuir com o desenvolvimento e a interação de tudo isso, garantindo a harmonia necessária para viver bem e realizar o seu projeto de vida. Todas essas dimensões são mediadas pela arte, pela beleza, pelo lúdico, com a transversalidade da ecologia, da comunicação e da atuação em rede. O lugar privilegiado para trabalhar as dimensões é o dia a dia da Vivência Grupal. Um dos segredos para se viver e trabalhar as dimensões em passos crescentes é a maneira como os encontros grupais e provinciais, retiros, reunião ampliada... são preparados. A grande sacada é saber garantir em cada oração, reflexão e estudo, espaços para que adolescentes e jovens possam viver cada uma dessas dimensões, ou seja, que pensem na sua pessoa, nas suas relações, que se comprometam e tenham esperança, reforcem sua fé e, finalmente, que sejam capazes de adquirir e trabalhar suas potencialidades e dons.
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2.1
Personalização: corresponde à dimensão psicoafetiva.
É a constante busca de respostas à pergunta: quem sou eu? É o esforço de tornar-se pessoa, descobrindo-se, possuindo-se, entregando-se. Não são passos cronológicos, mas cíclicos, pois na medida em que me conheço tenho nas mãos o que posso entregar aos demais como dom de mim mesmo. “Amar o próximo como a si mesmo”. O processo de personalização inclui: • Autoconhecimento: descoberta dos próprios interesses, aspirações, história, direitos, valores, sentimentos e, também, limitações e defeitos. • Autocrítica: revisão pessoal e busca permanente de superação, pela mudança de atitudes e desenvolvimento de valores que deem mais força a um estilo de vida nova, que seja testemunho do ideal proposto – coerência de vida. • Autovalorização: descoberta da dignidade pessoal, autoestima e atuação como sujeito livre. • Autorrealização: sentir-se amado/a e capaz de amar, numa linha que não seja de posse; ternura e jovialidade; saber-se construindo o próprio futuro – opção vocacional e profissional. O relacionamento familiar, a sexualidade, a busca de amizade e o discernimento vocacional são questões fundamentais na vida dos/as adolescentes jovens, diretamente relacionadas com o processo de personalização.
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2.2
Socialização/integração: corresponde à dimensão psicossocial.
É a capacidade de descobrir o/a outro/a que, em nosso contexto de grupo cristão, é o/a irmão/ã que queremos conhecer, com quem desejamos nos comunicar e estabelecer um relacionamento profundo. No caso da PJM, que opta pela Vivência Grupal como opção pedagógico-pastoral, o processo de socialização/integração é, antes de tudo, o que leva à coesão grupal. De adolescentes e jovens desconhecidos/as entre si, ou com um relacionamento secundário, chegar a estabelecer um relacionamento interpessoal profundo. Essa experiência servirá de base para uma integração crítica na comunidade maior. O processo de socialização/integração grupal se inicia pela superação dos bloqueios à comunicação, que estabelece um caminho de conhecimento do/a outro/a, gerando a afeição. Esta comunicação e conhecimento em clima de amizade possibilitam a sadia confrontação de ideias e dons que se complementam, gerando a cooperação. Tem seu ponto culminante na comunhão. A dinâmica da socialização/integração visa, assim, passar do simples encontro para o grupo, da equipe à comunidade. Precisa ser experimentada em nível de grupo, mas se repete também no nível mais amplo da convivência social, como parte de uma comunidade e de um povo. A dimensão cultural da vida tem, aqui, um lugar especial: conhecer, resgatar, confrontar valores e assumir os aspectos positivos da própria cultura é condição para criar identidade social e favorecer a comunhão, o espírito comunitário e a cooperação criativa. 14
2.3
Sociopolítica: corresponde à dimensão política.
Busca responder às perguntas onde estou? O que faço aqui? Trata-se de ajudar adolescentes e jovens a descobrir o mundo onde vivem e seu lugar nele, como sujeito de história. De “formar os/as jovens de maneira gradual para a ação sociopolítica e para as mudanças de estruturas” (Puebla, nº 1196). Inclui o fomento do senso crítico e a capacidade de analisar a realidade; o discernimento das várias ideologias e o conhecimento da Doutrina Social da Igreja Católica; e de ajudar adolescentes e jovens a integrar sua dimensão de fé com o compromisso sociopolítico. A vivência dessa dimensão é sempre um desafio, pois inúmeros grupos, movimentos e Agentes de Pastoral a desprezam quase que completamente. A maioria dos/as adolescentes e jovens, muitas vezes anestesiados/as pelo sistema dominante, encontram dificuldades em vivenciar esta dimensão em suas vidas. Muitos também são aqueles/as que buscam grupos organizados, coletivos, iniciativas pessoais, pois sentem necessidade de inserir-se em algo e ajudar a construir a Civilização do Amor.
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O processo de conscientização, como todos os demais, se dá por passos que precisam ser levados em conta. Esses passos parecem ser: • Sensibilização: a maioria dos/as adolescentes e jovens que chegam aos grupos tem uma consciência ingênua, pouco conhecimento e muitas vezes estão fechados no mundo de seus conflitos pessoais. É preciso, antes de tudo, romper esse círculo fechado e levar à descoberta da questão social. Essa descoberta se dá, inicialmente, em nível de sensibilização: começam a perceber os fatos e tomar atitudes de compaixão e solidariedade – manifestadas, às vezes, por ações assistencialistas. Essa descoberta não pode ser ignorada ou desprezada por quem os/as acompanha. • Conscientização: uma pedagogia adequada partirá das atitudes de compaixão e das pequenas ações – ainda que assistencialistas – dos/as adolescentes e jovens, para levá-los/as à descoberta das causas estruturais e à realização de ações sempre mais transformadoras. Essa descoberta representa um salto qualitativo da consciência ingênua para a consciência crítica, que exige tempo. • Organização-mobilização: o processo de conscientização tem como ápice o engajamento na ação organizada das pessoas pela transformação da sociedade. Ou a criação de organizações que se mobilizem nessa direção. O processo da PJM deve levar ao engajamento/ participação, por vezes esporádico, mas sempre intencionando para uma opção de vida.
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2.4
Teológica: corresponde à dimensão mística ou teologal.
O processo de educação da fé, embora dom de Deus, também requer a mediação humana e condições para que cada um/a possa dar razão da sua esperança (1Pd 3,15). Todo ser humano indaga sobre a sua origem e destino. A pergunta “para que existo” precisa ser respondida, precisa ser significada. Segundo Santo Agostinho “fizeste-me para ti, Senhor, e meu coração não descansa enquanto não repousar em ti”. O/a adolescente e jovem, talvez mais do que ninguém, por se encontrar numa situação de procura e opção, sentem esta sede do Sagrado e a busca de inúmeras formas. A deficiente catequese recebida, o pouco apoio familiar e eclesial para o desenvolvimento de sua vivência cristã gera vazio que precisam ser preenchidos. A grande maioria está entre a vivência acomodada de uma proposta recebida apenas como herança cultural e, muitas vezes fazendo pouco sentido para sua vida ou entre a busca por resposta individual. É comum desconhecer-se esse fato e partir do princípio de que “são cristãos/as”, esperando e exigindo deles/as que ingressam em um grupo quase que espontaneamente, sem desenvolver um processo crescente de educação da fé. Faz-se necessário uma ação evangelizadora que ajude adolescentes e jovens a experimentar e assumir o Sagrado como absoluto de suas vidas pessoal e da história, que se revela e salva em Jesus de Nazaré e a conhecer e viver os conteúdos da fé como opção pessoal, expressão na adesão de 17
vida em comunidade e no serviço libertador aos/as irmãos/as. Ninguém chega ao compromisso cristão senão por passos. Os passos desse processo de evangelização são descritos pelo Papa Paulo VI na Evangelii Nuntiandi, números 21 a 24. • Pré-evangelização: preparar o terreno, criando condições para a acolhida da mensagem salvadora. Implica em sensibilizar e inquietar: tomar consciência da própria situação e do mal na sociedade em si e da consequente necessidade de salvação. Implica ainda, em desmitificar imagens falsas do Sagrado talvez cristalizadas na infância, questionar a superficialidade de sua fé e despertar admiração e desejo de iniciar um caminho em grupo para seu crescimento na fé. • Re-evangelização: anúncio de Jesus de Nazaré e, especialmente, a explicitação desse anúncio, mediante uma proposta adequada, levando a descoberta de Jesus de Nazaré, da comunidade e do ser humano. Esse passo deve levar a opção de vida, a adesão a Jesus libertador e a vivenciar a Civilização do Amor. • Iniciação na comunidade de fé: trata-se de aprofundar, manifestar e celebrar comunitariamente a adesão ao projeto de Jesus de Nazaré. É fazer a opção por participar de uma comunidade de fé. • Compromisso apostólico: é fruto dos passos anteriores e da participação na comunidade de fé. Esse passo será vivenciado no compromisso laical, na vida religiosa ou num ministério ordenado. 18
2.5
Capacitação técnica: corresponde à dimensão técnica ou metodológica da pessoa que procura responder à questão do “como fazer?”.
Grande parte das dificuldades da Vivência Grupal provém da falta de capacitação técnica de seus líderes para fazer acontecer o processo de formação dentro da Vivência Grupal. E grande parte dos impasses das organizações populares tem sua origem, também, na falta de capacitação de seus agentes - entre os quais os/as militantes cristãos/ ãs - na definição e coordenação das estratégias de ação. Todos se perguntam: “como fazer?”. Não basta apenas ter um grande objetivo ou um grande ideal. É preciso capacitação técnica para realizá-lo. Quando pensamos no processo de capacitação técnica dentro da PJM, entendemos: • Capacitação técnica de Participantes, Animadores/as, Assessores/as, no planejamento, execução e revisão da ação. • Capacitação técnica está em função da transformação da realidade e da construção de uma nova sociedade com uma prática democrática e participativa. • Capacitação técnica em vista de um projeto de PJM do Brasil Marista. É necessário preocupar-se com a formação de seus quadros, capacitando Animadores/as e Assessores/as para a militância interna, garantindo a eficiência e continuidade da ação pastoral.
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O processo de capacitação tem seu início desde o ingresso na Vivência Grupal e se faz gradativamente, na prática, pela participação no grupo, em atividades formativas complementares, em ações na comunidade... Esse processo compreende os seguintes passos: • Participação: o autoritarismo na família, na escola, na sociedade e na igreja anula a capacidade de participação de adolescentes e jovens. Normalmente, eles/as chegam ao grupo sem nenhuma experiência de participação e com dificuldade de comunicação. O primeiro momento será de “recuperar a palavra” e aprender a viver em grupo, participar, trabalhar em conjunto. Esse passo exigirá dos/as Assessores/as e Animadores/as o respeito à individualidade, a criação de ambiente favorável e o uso de técnicas adequadas. • Ação-coordenação: da participação na ação grupal assumindo pequenas tarefas, o/a adolescente e jovem passará, progressivamente, a serem capazes de liderar ações e coordenar atividades, um encontro, por exemplo. • Planejamento-organização: o processo de capacitação deve ir sendo aprofundada a ponto de o/a adolescente e jovem serem capazes de orientar o encontro grupal e, depois, contribuir eficazmente na organização da comunidade e da sociedade de modo democrático e participativo.
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2.6
Vocacional: corresponde à dimensão vocacional que procura responder ao sentido da existência.
A vida em si é uma realidade da qual precisamos tomar consciência. Não basta simplesmente estar no mundo, é necessário encontrar um significado que seja absoluto. Algo que signifique os sucessos e sofrimentos. Sentido é tudo aquilo que dá rumo. Já pensou o que deve ser uma vida sem rumo? São muitas as situações cotidianas que podem iludir na hora de procurar sentido para a vida. Muitos/as adolescentes e jovens têm dificuldades em identificar o sentido da sua vida e, por isso mesmo, não sabem o caminho. E para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho pode servir. Quando a vida tem sentido, o/a adolescente e jovem não se perde, pois sabe aonde vai e o que precisa para chegar lá. É como diz Gilberto Gil no samba Aquele abraço: “meu caminho pelo mundo eu mesmo traço, a Bahia já me deu – graças a Deus – régua e compasso”. Quando um/a adolescente e jovem torna-se capaz de autodeterminar-se, adquire uma capacidade, que é a resultante da identidade, da autoestima, da autoconfiança, da visão destemida do futuro, do querer-ser, do projeto de vida, do sentido da vida, da própria autodeterminação. A busca da autorrealização, portanto, depende da existência de um projeto e daquela linha que liga a pessoa ao seu projeto, ou seja, o seu ser ao seu querer-ser. É a essa linha dá-se o nome de sentido da vida, da existência. 21
Ao menos duas atitudes são fundamentais para ajudá-los/as: • Acompanhar a trajetória que cada Participante e Animador/a faz dentro da PJM através do instrumento acompanhamento individual do/a Participante e do/a Animador/a. É fazer uma opção concreta pelo registro do acompanhamento e por querer ajudar a dar sentido para a vida. • Provocar para que cada Participante, Animador/a, Assessor/a pense e possa ir construindo o seu projeto de vida. O projeto de vida é um trajeto em etapas, que contém não só uma visão de futuro, mas também o compromisso com o presente e a relação com o passado, envolvendo as dimensões afetiva, cívica, profissional, enfim, a definição do seu lugar no mundo e na sociedade.
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3. ONDE QUEREMOS CHEGAR Potencializar iniciativas de formação integral no processo da PJM, tendo em vista que o Marco Operativo opta em balizar-se pelo princípio formação integral, respondendo às demandas que hoje se apresentam na formação, acompanhamento, assessoria, vivência grupal...
4. INICIATIVAS 1. Elaborar e sistematizar subsídios para Vivência Grupal. 2. Realizar formação de lideranças e Assessores/as. 3. Vivenciar a Mística da PJM. 4. Vivenciar a cultura da Solidariedade. 5. Realizar acompanhamento. 6. Agir organizadamente.
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5. METODOLOGIA A metodologia adotada para vivenciar a formação integral é diversa, porém parte do método Ver-Interpretar-Agir-Rever-Celebrar, através de encontros, cursos, retiros, visitas, palestras, missões jovens maristas, celebrações, debates, discussões, sistematizações, avaliações, experimentação e ação-reflexão.
6. AÇÕES PROPOSTAS 1. Elaborar e sistematizar subsídios para Vivência Grupal. • Fomentando a criação de subsídios e roteiros sobre liderança, assessoria, mística, cultura da solidariedade, acompanhamento, organização, planejamento... baseados em documentos do Instituto, da Igreja, em especial sobre o Documento 85, o Documento de Aparecida, Civilização do Amor, Evangelizadores entre os Jovens, com linguagem adequada a Vivência Grupal. • Elaborando, disponibilizando e divulgando subsídios e textos sobre o serviço da animação e assessoria. • Divulgando a Coleção na Trilha dos Grupos de Jovens e os outros subsídios sobre Vivência Grupal. • Motivando para a elaboração coletiva de subsídios. 24
2. Realizar formação Assessores/as.
de
lideranças
e
• Oportunizando a capacitação de Animadores/ as e Assessores/as para acompanhar a Vivência Grupal. • Realizando debates e estudos sobre o processo de educação e amadurecimento na fé e formação integral. • Realizando formação específica para lideranças e Assessores/as. • Incentivando à parceria, na realização de formações com o Setor Diocesano de Juventudes, Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Centros e Institutos de Juventudes. • Estudando, debatendo e sistematizando o Serviço de Animação e Assessoria. • Participando do Encontro de Assessores/as. • Realizando Encontro local e provincial de Animadores/as. • Promovendo e divulgando cursos internos e externos a Rede Marista. • Estudando as orientações de Civilização do Amor- projeto e missão, Evangelizadores entre os Jovens, Documento 85 de CNBB, Diretrizes Nacionais da PJM, Marco Operativo da PJM com Animadores/as e Assessores/as.
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3. Vivenciar a Mística da PJM. • Cuidando da Vivência Grupal. • Estudando o documento da mística da PJM: caminho de educação e amadurecimento na fé. • Realizando retiro para a Vivência Grupal, para Animadores/as e Assessores/as. • Celebrando a caminhada da Vivência Grupal através da participação no EJM. • Celebrando através da metodologia do Ofício Divino das Juventudes.
4. Vivenciar a cultura da Solidariedade. • Elaborando e realizando o projeto de Missão Jovem Marista. • Comprometendo-se Eclesial.
com
a
Comunidade
• Participando do Setor Diocesano de Juventude. • Participando de atividades da Comunidade Educativa da Unidade. • Engajando-se na Sociedade Civil. • Participando do Comitê Juventudes. • Participando do Observatório Juventudes.
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5. Realizar acompanhamento. • Acompanhando Participantes e Animadores/as e registrando através do instrumento Acompanhamento Individual do/a Participante e do/a Animador/a. • Realizando visitas às Unidades.
6. Agir organizadamente. • Intensificando o estudo sobre o tema do planejamento e a aplicação de um plano em curto e médio prazo. • Elaborando textos e matérias sobre planejamento, monitoramento e avaliação. • Elaborando Plano Estratégico da PJM. • Escrevendo Plano Anual da Unidade. • Realizando Reunião Ampliada. • Expandindo a PJM.
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7. REFERÊNCIAS: CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB, 22007). Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais. Documento da CNBB 85. São Paulo: Paulinas.
CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO – CELAM (2013), Civilização do Amor: projeto e missão - Orientações para uma Pastoral Juvenil Latino-americana. Brasília: Edições CNBB.
INSTITUTO DOS IRMÃOS MARISTAS. Evangelizadores entre os jovens: documento referência para o Instituto Marista, volume 1. Comissão Internacional da Pastoral Juvenil Marista. São Paulo: FTD, 2011.
PASTORAL DA JUVENTUDE - CNBB. Somos Igreja Jovem. - Pastoral da Juventude: Um jeito de ser e fazer (Subsídio de Estudo).
Plano Estratégico da PJM (2013-2015).
REDE MARISTA. Vivência Grupal da PJM: marco operativo (2015-2017). Porto Alegre: CMC, 2015.
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Santo Padre Paulo VI. A evangelização no mundo contemporâneo (Evangelii Nuntiandi). São Paulo: Loyola, 1976.
SILVA, Dom Eduardo Pinheiro. Vida: um projeto em construção. São Paulo: Loyola, 2014.
TEIXEIRA, Carmem Lúcia & SILVA, Lourival Rodrigues da. Escola de educadores/as de adolescentes e jovens – formação para acompanhamento juvenil. Coleção Caminhos. Goiânia: Casa da Juventude Pe. Burnier e PUC Goiás, 2012.
TEIXEIRA, Carmem Lúcia (organizadora). Passos na travessia da fé – metodologia e mística na formação integral da juventude. São Paulo: CCJ, 2015.
UMBRASIL. Caminho da educação e amadurecimento na fé – a mística da Pastoral Juvenil Marista. São Paulo: FTD, 2008.
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EXPEDIENTE: Texto de Apoio 1: Formação Integral: aprofundamento teórico e prático – 2015. Elaboração PJM Provincial Equipe: José Jair Ribeiro, Jaquelini Alves Debastiani, Karen Theline Cardoso dos Santos da Silva, Ir. Jader Luiz Henz, Ir. Matheus da Silva Martins, Andressa Piccinini, e Rômulo Canabarro Vizzotto. Revisão: Ir. Salvador Durante. Projeto Gráfico e Diagramação: Design de Maria Impressão: Rede Marista RS | DF | Amazônia. Rua Irmão José Otão, 11 – Bom Fim CEP: 90035-060 – Porto Alegre/RS Tel (51) 33140300 pjm@maristas.org.br 30
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maristas.org.br pjm.maristas.org.br a - PMRS Pastoral Juvenil Marist pjm@maristas.org.br
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